Cinturao negro revista portugues 280 janeiro parte 1 2015

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"O carma, quando bem entendido, é só a mecânica através da qual a consciência se manifesta" Deepak Chopra.

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odo aquele que viveu o suficiente, sabe que é verdade, família e carma são sinónimos. Não há muito que explicar acerca disto, mas ainda existem pessoas que não se aperceberam disto. A minha avó, que era sábia, dizia que “os amigos são a família que escolhemos”, mas a família que nos dá a vida e o destino, mais tarde ou mais cedo acabará, pelo menos, questionando-nos. Existem muitos atavismos em volta da família e alguns carecem de bom senso no contexto da modernidade. É saudável repassá-los, porque ser decente, impecável ou moralmente correcto, (ande por onde andar o critério ou a predilecção de cada um), se mistura muitas vezes em detrimento de nós próprios, se não traçarmos uma clara linha divisória neste ponto. A ninguém já escapa que os humanos somos uma espécie grupal. Para sobreviver necessitamos uns dos outros e por mais que o genes do egoísmo esteja inscrito nos nossos sistemas, da mesma maneira sabemos que as nossas possibilidades de êxito e sobrevivência são directamente proporcionais à nossa capacidade de empatia com o grupo ao qual pertencemos. Assumir os papeis psicológicos e sociológicos são o seguinte passo para compreender o cenário onde se joga o aspecto da vida familiar. Conscientes (mais ou menos uns que outros, de todos estes particulares pormenores) os próprios acontecimentos da vida nos conduzem, antes cedo que tarde e indefectivelmente, a nos contrastarmos no confronto familiar. Meu mestre José Maria Sanches Barrio dizia que aquilo que estiver mais perto provoca mais distorção… Que talentoso! E o que há mais perto e chegado do que a família? Em toda família há um personagem dotado para nos fazer sair da nossa calma de maneira rápida e automática! Por isso, as inesquecíveis reuniões familiares do Natal são o mais falso cenário das alegrias, de todos conhecido, onde não é raro constatar como mais de um acaba com uns copos a mais para sobrelevar tanto amor e concórdia em tão pouco tempo e espaço. Na mistura dos reproches infinitos de uma vida de convivências onde que os agravos se acumulam a milhares, há que juntar os casai, homem e mulher, terceiros em discórdia, que acostumam a extrair o pior de cada um. O egoísmo campa à vontade nos campos de batalha da família e os comportamentos atávicos são como

“A família é uma grande instituição, sempre contando com que gostemos de viver numa instituição” Groucho Marx

nuvens para a mais preclara lucidez, envolvendo-nos na estultícia e o mesquinhe mais extremos. Coisas que “não farias nem à tua mãe” como reza a expressão popular, são precisamente as se acabam fazendo aos mais chegados, a vezes à própria mãe. Onde estão os limites, as barreiras inultrapassáveis? Todos temos ouvido ou vivido histórias que deixam os cabelos de ponta. Gente com uma imagem social magnífica, que cometeu tropelias assombrosas em seu meio mais chegado. Os fantasmas da vingança, o ódio, o receio e a mais longa das listas infernais, acampam à vontade no fértil campo da inconsciência em que aqueles, presos em sentimentos difíceis de perceber e fáceis de justificar, indefectivelmente puxam pelo pior de nós. Eu não acredito que se tenha de ser escravo dos atavismos. Temos de enfrentar o processo cármico com o contrapeso da consciência. Isso que teu irmão (pai, mãe, primo ou seja lá o que for) sempre vai ser, é só um discurso atávico; passados certos limites, devemos saber quando pôr fim à mentira, à culpa e às obrigações que comportam um encargo para o qual não nos postulamos nesta vida, (pelo menos conscientemente). Quando uma pessoa está feita, deve ter o privilégio de decidir a esse respeito, porque isso é parte do processo de liberação de viver. Enquanto se está em processo de “fabricação”, nos mantemos nas normas, (não há outra opção) mas quando já ganhamos o direito (e adquirimos o poder!) para sermos indivíduos, temos de tomar posições nestes assuntos. Há privilégios e obrigações nesses “encargos” dos quais devemos poder demitir. Satisfeito fica o carma em seus deveres quando o nosso nível de consciência e actuação nos factos alcançou seu auge interna e externamente. Nada fácil tarefa, porque há quem tem de ir mais além da enfiada de rancores e dívidas imaginárias acumuladas inconscientemente durante anos em que éramos como esponjas que aumentavam com de quantidade de experiências emocionais, geralmente perturbadoras. Mas é possível, porque a grandeza da lucidez e a compreensão permite que quando alguém vê uma coisa desde muitos pontos de vista (não só desde o próprio), se liberta da dúvida inconsciente que acompanha sua maneira de proceder. Por isso digo que os laços cármicos podem resolver-se e não só isso, também que é a nossa obrigação faze-lo. Acumular mais dívidas, haja ou não outras vidas em que se tiver de volver a elucidar as questões, só será possível no marco da lucidez, o compreender profundo e a determinação de cortar os laços.


Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com

Nada quero deixar atrás, que um intenso perfume de amor, embriagador para os meus, os escolhidos, em tal maneira que nem sequer saibam que isso que respiram é o meu cheiro. Com os que tiver alguma coisa a cumprir, que assim seja. Mas as dívidas não são eternas, até as hipotecas têm data para acabar. Assim é a Lei, tudo quanto começa, termina. Mas nestes assuntos, cada um é cada qual, assim pois e dito o dito ficou, desculpem os leitores as reflexões em voz alta, que são só a minha verdade. Se algum serviço lhes fizerem, ficarei feliz, porque este assunto não é nada fácil de compreender para ninguém. E como disse, cada um responde a ele consoante a sua natureza. A minha, não a nego. Não sou de eternizar as coisas, nem dar por assente nada; o facto de que estarem aí, não as faz obrigatórias nem verdadeiras, muito pelo contrário, eu sou partidário de questioná-las, faze-las conscientes e resolvelas. Eu sou filho do Dragão, que pacientemente e até temeroso de seu próprio poder, aguenta muitíssimo, mas quando o dragão de vira de costas e volta a cabeça, nunca retorna, tal é a sua natureza e não há nada a fazer. https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5




Mestres Clรกssicos


Tradição Japonesa Com 60 anos, Patrick McCarthy é um discípulo de 5ª geração do Uchinadi, com uma linhagem impecável de Mestres de Okinawa, começando por seu falecido Mestre Kinjo Hiroshi [19192013], qu e foi pr ecedido por seu Mestr e Hanashiro Chomo [1869-1945], que foi ensinado por Itosu Anko [1832-1915] e seu Mestre Matsumura Sokon [1809-1899], historicamente o pioneiro mais visível da tradição. McCarthy estudou a Arte do Karate desde a infância e gozou de uma história competitiva excepcional antes de emigrar ao Japão como um pesquisador de campo, onde emergeu em última termo como autor de um best-seller. Foi um lutador, kata e competidor de armas a nível nacional, duas vezes Campeão de América do Norte de Karate e Campeão do Mundial de Kata e Kumite Senior, além de inúmeras vitórias nacionais, municipais, locais e outras muitas internacionais em seu haver. Poucos podem decir de si mesmo que treinou legitimamente não Japão e que são cinturão negro 9ºDan Karate-do tradicional, com uma licença de um mestre do nível Hanshi... O Sensei McCarthy sim! Texto: Don Warrener e Patrick McCarthy, 9th Dan Hanshi Fotos: Don warrener

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ascido não Canada e residente na Austrália, também detenta o categoria de Yudansha em Jujutsu, Judo, Yamaneryu Kobudo e Espada Japonesa [Sugino-ha Katori Shinto Ryu]. Treinou sob a tutela dos que são importantes nas Artes da luta e estudou não Japão [Okinawa], China [Shanghai, Pekin, Hong Kong, Fuzhou e não mosteiro Shaolin..., muitas vezes], e na Coreia, não SE da Ásia e nas Filipinas. Vem ensinando profissionalmente desde 1972, dirige seu próprio dojo desde 1974 e forma parte de um selecto grupo de Mestres de Karate tradicional de todo o mundo, que têm sido capa de Karate Illustrated, Official Karate, Traditional Karate, Combat, Budoka, Blitz, Bujutsu, American Samurai, Fight Times e outras revistas de Karate Shotokan. O Sensei McCarthy tem sido objecto de inúmeros artigos de jornais e revistas, programas de rádio e de televisão, de um filme documental e trabalhou em projectos de cinema de Hollywood [o último deles, "Roxanne", com Steve Martin]. Escreveu e traduziu não menos de 8 livros [um deles é o best seller / Bubishi / da Editora Charles E. Tuttle], tem realizadas grande quantidade de apresentações de vídeos educativos e DVDs de instrução, escreve artigos para todas as principais revistas de Artes Marciais de todo o mundo e prólogos para não menos de uma dúzia de livros de outros autores conhecidos. Foi apresentado em dois dos livros mais vendidos por separado ["Mestres do Karate" e “Karate de Combate" da autoria de José


Fráguas] junto de mestres tão destacados como Nakayama, Nishiyama, Kanazawa, Mikami, Okazaki, Ozawa, Sakumoto, Higaonna, Demura e Dalke, etc.. É um dos poucos não japoneses que que conseguiu ter êxito na Arte do Karate Tradicional e ser reconhecido tanto não Japão como em todo o mundo. Tem um doutorado baseado na IBA [supervisado pelo Dr. Rony Kluger], tem mostrado não mundo [em mais de 60 países] as ensinanças dos resultados da sua pesquisa pioneira, em mais de 1.000 seminários profidsionais durante os últimos vinte anos e é responsável de desenvoler a nível universitário o primeiro programado mundo de dois anos de prégrau, para instrutor de MA - originalmente organizado pelo Colégio da Faculdade de Ciências da Saúde de Medicina Natural, da Austrália. McCarthy Sensei dirige actualmente a sua própria organização com membros em todo o mundo. Recebeu um grande reconhecimento por sua extraordinária contribuição à Arte do Karate; prémios do governo canadense [1985 Diploma de Reconhecimento do Gobier no provincial de Ontário, do Governador de Ontário por suas conquistas no desporto amador; em 1985 Menção: Prémio do Programa de desportos de Ontário, de William Davis Governador de Ontário], Associação canadense de Jujutsu [1985 Prémio por Serviços Notáveis]; da Academia


Karate e Kobudo


Okinawa “A meados dos anos 80, após vinte anos de treino nas Artes Marciais tradicionais, estava bastante frustrado pelas práticas sugeitas a regras, ritos inflexíveis e ambigüidade cultural. Não é que não gostasse ou quizesse renunciar à prática, mas já não podia aceitar a interpretação moderna das práticas ritualizadas”


naval dos EE.UU. [HOF], Jujutsu America [Prémio de Serviços Meritórios], das Agências de Orden Americanas, do Exército de Israel/YAMAM, da Organização mundial de Artes Marciais e da revista Blitz. Também foi nomeado "Históriador Geral” do museu do Karate desportivo; citado em Setembro de 2010 pelo USNKA, incluido em seu Hall of Fame; recebeu o prestigioso prémio "Vivendo o tesoiro das Artes Marciais” e foi incorporado al Hall of Fame de Cintos Pretos do Canada, em 2012.


- Don Warrener A viagem – Não o destino - Por Patrick McCarthy, Hanshi 9º Dan Podia ter começado com a Luta Livre, o Boxe ou o Béisbol, todos estes desportos me apaixonavam na infância, mas se alguma vez tive alguma dúvida, a reportagem do Campeão de Judo do Canada e medalha de Prata Olímpica de 1960, dissipou qualquer dúvida e mudou o meu destino para sempre! A partir do primeiro momento que pisei o dojo, até conseguir a minha Faixa Preta e depois, ao longo da minha carreira na competição, durante a fascinante época dos treinos e estudos de campo no Japão, na China e no SE Asiático, também escrevedo livros e artigos em revistas e jornais, além de como instrutor, desde a elevada posição de quem ensina que gozava na academia, as Artes de Combate sempre me proporcionaram um caminho maravilhosamente equilibrado, através do qual a experiência da vida tem sido plena.

As origens Eu era um garoto de Rockwood Court, um bairro de classe média da pequena cidade portuária de Saint John, New Brunswick, na Costa Leste do Canada. As férias de Verão tinham finalizado e eu estava voltando

para a escola… Estávamos na segunda semana de Setembro de 1964 e eu iria fazer dez anos três meses depois, no mês de Dezembro. Sentado na cadeira do auditório da escola, fiquei atónito, sem nem sequer mover-me, assistia àquela motivadora reportagem sobre Doug Rogers. Os super-heróis não me eram desconhecidos, posto que meus pessoagens favoritos das bandas desenhadas e dos filmes eram Superman, Batman, Hércules, etc. Mas um menino de 9 anos já sabe que esses heróis são fictícios… que não são reais! Mas ali na frente dos meus olhos, estava um super-herói genuino! Não estava a ver desenhos animados e sim uma pessoa real; um Campeão olímpico… e ainda por cima, canadense… como eu! Escutei a sua apaixonante história cheia de sacrifícios e dedicação e a ideia de que alguémn pudesse transformar-se com o desejo genuino de alcançar o êxito, me parecia possível. Enquanto continuava a ver como praticava, competia e se tornava um Campeão, imaginava que eu próprio me poderia tornar alguém como ele, se só me dedicasse às Artes da Luta. Naquele dia, quando da escola voltei para casa, logo falei desses desejos com os meus pais e les resolveram inscrever-me numa escola de Judo. Aquilo foi o começo de uma paixão infantil, que aos poucos se tornaria uma vocação de adulto e finalmente numa carreira profissional. Durante os últimos cinquenta anos, tenho gozado vivendo o meu sonho… e acerca disto, gostaria de contar mais algumas coisas…

Sonhar - Acreditar - Conseguir Quando em 1972 surgiu a oportunidade de começar a ensinar, apesar de eu ainda ser um adolescente, inexplicavelmente me achei metido nisso. Acostuma dizer-se que “Quando encontramos uma coisa que realmente nos apaixona, nunca mais teremos de trabalhar nem


Karate e Kobudo “As Artes de Combate sempre me proporcionaram um caminho maravilhosamente equilibrado, através do qual a experiência da vida tem sido plena”


Karate e Kobudo um só dia da nossa vida”. Efectivamente é assim! Após ter dedicado quase toda a minha vida às Artes Marciais, posso honestamente dizer que nunca quis, sonhei ou desejei fazer outra coisa além desta humilde actividade! Em 1970, a companhia onde trabalhava meu pai se mudou de Saint John, New Brunswick, para Toronto, Ontário…, a cidade de maor tamanho do Canada, o que era fazer uma mudança de uns 1.500km. A essa idade, mudar-se para um novo lugar, tão longe e sem as redes sociais que hoje há, levava a perder o contacto com os meus amigos da infância e com o dojo. Lhegar de uma cidade pequena, de uns 50.000 habitantes, a uma grande metrópole, com uma povoação de mais de dois milhões, era uma colossal mudança na minha vida… No entanto, foi coisa que recebi com entusiasmo. Em 1970, Toronto era literalmente a meca das Artes de Combate e eu queria estudá-las todas! Durante essa época maravilhosa, gozei da oportunidade de conhecer e treinar com muitos instrutores notáveis, incluindo Tsuruoka Masami [o pai do Karate-Do no Canada], Ron Forrester [o pai do movimento Jujutsu do Canada], o professor Wally Jay

“Foi também durante a época de Vancouver quando cresceu mais meu descontento com os egos, as cenas dos torneios, os probleas políticos infantis e a desalentadora explotação comercial das Artes tradicionais”



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Karate e Kobudo [fundador do Small Circle Jujutsu], Richard Kim [professor do Harvard de Karate-Do], Wally Slocki [primeiro ministro canadense, grande competidor na sua época] e muitos, muitos mais. Todos estes instrutores tiveram um papel influinte na formação não só das minhas habilidades físicas, como também do meu carácter e a maneira em que cheguei a abraçar o arte de aprender! Tsuruoka Sensei escreveu: "Lembro-me da primeira vez que o Sr. McCarthy entrou no meu dojo, sendo um rapaz jovem, imaturo, impetuoso e inquisitivo, que acabava de mudar-se para Toronto, vindo Saint John, New Brunswick. Patrick não fazia nem ideia das maneiras, da filosofia ou do Prtocolo do Budo, mas queria continuar desenvolvendo as suas habilidades físicas na arte da luta". O Prof Wally Jay escreveu: "Conheci Patrick McCarthy quando ainda era um adolescente e observei com grande interesse seus notáveis progressos no mundo das Artes Marciais. Fui testemunha da sua transição de Campeão competitivo a respeitado Mestre e conferenciante internacional. Não foi uma surpresa para mim, que Patrick seja considerado o principal históriador de KarateDo do mundo ocidental". Quando Patrick contava 32 anos, o profesor Ron Forrester amavelmente escreveu: "Conheço o Sr. Patrick McCarthy durante mais de 18 anos. É uma pessoa totalmente dedicada às Artes de Combate e às formas. Suas credenciais são do mais alto nível e o Governo do Canada o reconheceu quando a Província de Ontário lhe entregou o prestigioso "Diploma de Reconhecimento" por suas destacadas contribuições. Sem reserva, posso descreve-lo como um Mestre das artes da luta extremadamente capaz e como uma pessoa de carácter impecável". O Sensei Richard Kim escreveu: “Desde muito jovem, Patrick McCarthy tem sido um devotado estudante de Karate-Do. Amadureceu sob a minha direcção, adquiriu uma perspectiva criativa da aprendizagem e compreendeu o que significa o equilíbrio entre o treino físico e a exploração metafísica. Além disto, através dos preceitos do Karate-Do, Mr.McCarthy aprendeu que a pesquisa empírica e a introspecção são absolutamente necessárias para descobrir o que há para além dos resultados imediatos do treino físico. Patrick McCarthy tem sido um dos Mestres mais destacados do Karate-Do. Tinha um físico sem igual, que lhe permitia ser um competidor excepcional na sua região. Se instalou no Japão, onde se tornou meu representante pessoal. A estrela de Patrick McCarthy brilha agora em um Novo Horizonte. Das centenas de


Okinawa estudantes que tenho tido ao longo destes anos, Patrick McCarthy é de longe, o de mais talento. Qualquier coisa que ele faz, fá-la extraordinariamente bem”.

Pensando com originalidade Para cgegar ao dojo de Karate, de Toronto, onde treinava em 1970, acostumava a atravessar Chinatown. Entrar em Chinatown sendo adolescente, era como entrar em um labirinto oriental, misterioso, profundo e belo. A mística cultural, a linguagem, a comida, as garotas bonitas e especialmente as Artes da Luta, me cautivavam. Naquela época não podia senão aproveitar a oportunidade de aprofundar na minha compreensão do Karate, mediante o estudo das diversas Artes de Luta da China e do SE da Ásia. Encontrei as fontes principais da minha aprendizagem na escola Hong Luck de Kung Fu, a escola Jing Mo Goon, a Liu Seong, a associação canadense de Karate do KarateDo/Kung Fu, o centro de Kung Fu do Dragão de Fogo e o centro Yao Loong. Foi um periodo maravilhoso, influinte e inspirador, cheio de lembranças inesquecíveis. O que senti durante esses cinco anos, mudou tudo quanto compreendera anteriormente. No entanto, o maior presente para mim, foi poder treinar diferentes Artes e “pensar de maneira original”. A idea de “pensar de maneira original”, intercambiar treinos e inovar, tinha modificado a minha mentalidade e me levou a acreditar que a mensagem profunda das Artes tradicionais era o eclecticismo e a procura continuada de novos métodos para conseguir os melhores resultados. O Profesor Wally Jay escreveu: “Aprendeu Karate-Do durante uma geração qm que a Arte consistia em encontrar as respostas que se procuravam. A sua necessidade de compreender o “como” e "porquê" foram determinantes para forjar o tipo de pessoa que Pat se tornou. Na sua época de competidor era vibrante, agora é tão meticuloso na sua etapa de Mestre e pesquizador, que pareceria como se nunca tivesse sido um atleta. Mesmo que agora o centro da sua atenção tenha passado da competição à investigação, a intensidade com a que se dedica à “sua obcessão” é incomparável. Tem tiver tido o prazer de receber uma das suas aulas, assistir a um dos seus seminários ou a uma das sus reveladoras conferências, poderá recordar Pat por esse trabalho que o cativou tanto a ele como às pessoas com as quais o tiver partilhado”.

Os anos de Vancuver e o Japão Com 25 anos aproveitei uma oportunidade fortuita para me mudar para a Costa Oeste do Canada. Em 1979 me mudei de Toronto (Ontário), para Vancouver, (Colómbia Britânica), onde estabeleci o Centro de Karate de Vancouver, com o meu novo socio comercial, Rod Philipsen. Competitivamente falando, era um momento em que eu estava profundamente concentrado na cena do torneio aberto e viajava extensamente por todo o Canada e os Estados Unidos. Os estudantes locais e instrutores rapidamente chegaram para conhecer o VKC, um lugar que recebia calurosamente os convidados, com independência do estilo do qual vinham. Eu continuei aproveitando com entusiasmo as

muitas oportunidades de aprender que aqueles maravilhosos hóspedes me proporcionavam. A oportunidade de fazer amigos japoneses, chineses, do SE Asiático e das comunidades coreanas de Artes da luta e de fortalecer mis vínculos com instrutores locais de diversas tradições, me abriu de novo as portas de maior aprendizagem e conhecimento. Na época do VKC, recebia regularmente instrutores locais e internacionais, incluindo nomes como o professor Wally Jay, Richard Kim, Teruo Chinen, Remy Presas, Steve Armstrong, Jerry Gould, Bill Wallace, Benny Urquidez, Joe Lewis, Eric Lee, Alex Kwok, Cindy Rothrock, George Chung, Jon Funk, Ken Low, Bruce Currie, Don Shapland, e um longo etc. Foi também durante a época de Vancouver quando mais cresceu meu descontento com os egos, as cenas dos tor neios, as brigas de políticas infantis e a desalentadora exploração comercial das Artes tradicionais. Eu tinha as minhas próprias ideias acerca da funcionalidade real da técnica, mas publicamente permanecia em silêncio, porque estavam em franca contradição com tudo o que tinha aprendido e não queria ser abertamente criticado ou condenado ao ostracismo pela minha comunidade.

Desapego A meados dos 80, vinte anos de treino nas Artes Marciais tradicionais, me tinham deixado bastante frustrado por suas práticas sugeitas a regras, ritos inflexíveis e ambigüidad cultural. Não é que não me gostasse ou quizesse renunciar à prática, mas já não podia aceitar a interpretação moderna das práticas ritualizadas [quer dizer, kata, hyung, xing - formas coreografadas / padrões clássicos]. Em consequência, comecei a procurar um novo Mestre, um novo estilo, ou até uma organização que pudesse ensinar-me as práticas originais e mais funcionais da aplicação, de uma maneira racional, coerente e sistematizada. Especificamente, eu andava à procura de e alguém que podesse… - 1. Utilizar as acções habituais de violência física como premissa contextual, através da qual melhorar as minhas habilidades e compreensão, em vez de continuar dependendo das práticas unidas a regras, com um parceiro compatível atacando-me com um punho de reverso controlado, etc. - 2. Ensinar-me as respostas prescritas originais da velha escola e os contra-ataques para e em contra destas acções habituais de violência física, com variações funcionais quando alguma coisa não funciona ou vai mal. - 3. Revelar como esses planejamentos prescritos, [ou seja, os ritos nemotécnicos que constituem o rotinas de coreografia clássicas / kata] não só culminaram as lições já dadas como também, quando se vincularam entre si, oferecendo claramente uma coisa maior que a soma das suas partes individuais. - 4. Identificar claramente e demonstrar onde existem estas regras nemotécnicas prescritas nas rotinas coreografadas, baseadas no clássico e ditadas nos kata e como foram de novo


Karate e Kobudo


vinculadas às acções habituais de violência física.

Os anos do Japão A primera vez que fui ao Japão, comecei a aprender a língua japonesa, pois queria comunicar aos grandes Mestres o que pretendia treinar com os seus instrutores. Mediante a inter-acção pessoal e as conversas com as pessoas, as funções locais, entrevistas e filmações de suas prácticas, conseguí compilar várias ideias acerca das suas Artes de Luta e a sua fascinante cultura. Antes de cada encontro, eu perguntava a mim próprio qual seria o valor daquele contacto, como contrastaria com os que já tivera com outras pessoas, o que iria obter daquele encontro e de qué maneira me ajudaria a informação que obtivesse e finalmente, não só como usaria essa experiência e essa informação, mas também como com ela eu ajudaria outras pessoas. Me pareceu que o Japão era uma cultura maravilhosamente reflexiva e passei muito tempo estudando e apreciando o seu panorama histórico e suas ensinanças espirituais. Uno dos aspectos mais agradáveis da cultura japonesa é o a maneira amiga em que tem lugar a inter-acção social. Nos muitos anos em que morei no Japão, nunca senti nem uma só ameaça às minhas inseguranças... Certamente que me levou alfum tempo perceber melhor o fenômeno cultural do Tatemae~Honne. Eu também tinha lá ido para perceber como eram as Artes da luta nas tradições japonesas. Em muitas coisas, eram um microcosmos da sua cultura…, uma representação em miniatura de seus costumes, da sua mentalidade e seus valores. Quando graças às Artes Marciais descobri mais sobre mim mesmo, descobri as minhas fortalezas e as minhas debilidades. Aquilo não só me permitiu trabajar diligentemente em um esforço por transformar as minhas debilidades em fortalezas, como também permitiu melhorar as minhas já existentes fortalezas. No entanto, Japão não foi tudo o que esperava que fosse Aquilo constituiu uma grande decepção, uma significativa confusão e uma notável frustração! Suponho que de muitas maneiras eu era apenas um pequeno ingênuo, esperando encontrar incríveis super-homens e grandiosas habilidades nos muitos Mestres com os quais contactei. Mentalmente, por uma parte influido por tudo quanto escutara sobre os Mestres orientais e por outra parte pelas fitas e mitos de Hollywood, esperava presenciar impressionantes actuações de jovens Mestres que beirassem o impossível e encontrar pacientes Mestres idosos ensinando com uma inacreditável perspicaz sabedoria, iluminadoras respostas sobre todas as coisas. Ainda que certamente não faltassem excelentes profissionais por todo lugar

“Também fui ao Japão para perceber cómo eram as Artes de luta tradicionais japonesas. Em muitas coisas, eram um microcosmos da sua cultura…, uma representação em miniatura de seus habitos, mentalidade e valores” onde procurei, não encontrei sobre essa matéria, rastro de tais actuações sobrehumanas nem de esclarecedoras ensinanças, em nenhum lugar do Japão nem de Okinawa. Não quero dizer, nem sequer sugerir que todos os instrutores, Mestres e líderes reconhecidos com os quais contactei, eram inúteis, incompetentes ou desinformados, posto que isto simplesmente não foi assim. O que eu quero dizer é só que me surpreendeu quando percebi que nós, os ocidentais, éramos tão talentosos e sábios como eram aqueles que tinham sido situados em altos pedestais e posteriormente deificados! Um tanto desiludido, resolvi voltar ao intercâmbio de treinos e ampliar os meus estudos com diversas práticas de combate. Treinei: Katori Shinto Ryu esgrima, Shoot Fighting e Submission Wrestling e fui instruido por três dos melhores instrutores do país; Sugino Yoshio [1904-1998], Satoru Sayama [DOB 1957] e Takada Nobuhiko [DOB 1962]. O treino cruzado abriu muitas portas novas de oportunidades, à vez que pro po rcio no u no v o s e v alio s o s co nhecimento s acerca do entrenamiento e da vida, que nunca antes conhecera. A oportunidade de viajar à Coreia, a China e ao Sudeste Asiático, com o propósito expresso de participar e analiz ar trans v ers al e comparativamente outras Artes de Lut a, s e to r no u uma experiência habitual. Na China, a província de Fujian, Shanghái, Pekín e o Templo S hao lin, s e to r naram impo rtantes destinos de descobertas significativas. Enquanto que sem dúvida, a Coreia foi importante do ponto de vista cultural, foram a Tailâdia, a Indonésia e as F il ipinas as que me of ereceram a experiência mais valiosa para alcançar uma melhor compreensão da Arte do Karate. Sobre a base dessa experiência longa e extraordinária, comecei a fazer as minhas próprias dedu ções , s e precisar de procurar a aprovação de o ut rem, pos to que a funcionalidade se tornou em própria autoridade. Tais encontros, finalmente me levaram a perceber a orige, desenvolvimento e evolução das Artes Marciais em Okinawa, junto com o que são as forças orgânicas influenciadas pela mudança radical. Pesquizando no processo e na essência do que os Mestres pioneiros de Okinawa procuram e estabeleceram como tradições, consegui descobrir e reviver

práticas latentes que já não eram incluidas devido à mentalidade japonesa moderna, sugeita a regras. Entrando profundamente no abismo cultural, tive a maravilhosa oportunidade de trabalhar com todos aqueles instrutores diferentes, nas próprias fontes da sua origem, de aprender a sua língua e estudar tanto os documentos de instrução originais ainda existentes, como as circunstâncias históricas nas quais se acunhavam e evoluiam as Artes. Por sua vez, foi esta uma experiência indelével e que mudou a minha vida. Reconhecendo a tremenda ambigüidade que envolvia uma Arte, de uma maneira relativamente fácil de entender, as experiências em curso deram como resultado o estabelecimento de uma teoria de base contextual à que chamei, "acções habituais de violência física" [teoria HAPV]. Para reforçar esta premissa contextual, em grande medida o meu apoio foi na prática de algo altamente funcional e muito comum na China e no Sudeste Asiático, que se denomina “Exercicío duas pessoas”. Tsuruoka Sensei disse: "Depois de sair de Toronto, ele [McCarthy] se estabeleceu em Vancouver, onde fundou o seu próprio dojo e continou aperfeiçoando as suas habilidades. Mas a sua paixão por aprender era tão grande que acabou po emigrar para o Japão, para ampliar o seu conhecimentos do Budo. Ali, na fonte, foi profundamente influenciado pela cultura, filosofia e psicologia das artes marciais e chegou a compreender o verdadero valor da paciência, o respeito e a tradição. Mas não parou aí, o seu interesse por este género de coisas levou-o até Okinawa, Fuzhou, o Mosteiro Shaolin e mais além. Nestes lugares distantes, procurou a evolução e as contribuições dos Mestres pioneiros. A sua pesquisa, os seus artigos publicados, vídeos de instrução e livros, incluindo o mais vendido, “O Bubishi (Bíblia do Karate-Do)”, testemunham sua

dedicação e busca do conhecimento. Na minha opinião, o Senhor McCarthy é um dos historiadores ocidentais do KarateDo mais destacados e me compraz prestar meu nome em apoio aos seus contínuos esforços.


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Artes Tradicionais

ETNOLOGIA MARCIAL Hace ya unos años que publicamos un video excepcional, ¡Todo un descubrimiento! Un estilo autóctono de lucha de Palo canario, perfectamente diferenciado dentro de esta tradición milenaria que es el Palo Canario, en el marco de una sola familia que lo habia sabido preservar. Han pasado 14 años, toda una generación de artistas marciales necesita reencontrarse con estos tesoros, por ello me he decidido volver a publicar este artículo y compartir con vosotr os la extraor dinaria Maestría y la esquisita peculiaridad que caracterizan esta tradición. ¡UN TESORO!


Artes Tradicionais

ETNOLOGIA MARCIAL


Reportagem

No seguimento da linha que temos marcado nesta revista, de recuperar e dar a conhecer os estilos marciais tradicionais do Ocidente, honramo-nos em apresentar hoje, um dos estilos de Pau Canário mais interessantes e característicos das Ilhas Canárias, o estilo da família Acosta. Como tantas outras vezes aconteceu na história, um estilo familiar viu a luz graças à visão de um homem excepcional, que faz de ponte entre o passado e o futuro. D. Marino é um homem simples mas de grande intensidade humana. O seu poderoso olhar não esconde a fereza de um carácter guerreiro, mostrando um tratamento afável, simpático e conversador. De berço humilde, gente trabalhadora, possui essa sapiência natural, própria de quem vive perto da Natureza, e não de costas viradas para ela. A pele queimada pelo sol do país, envolve um sorriso brincalhão, que sabe distrair desses olhos intensos, pelos quais se debruça o coração de um homem feito e direito; um luxo de pessoa que

conquistou intensamente a minha atenção. O seu estilo é singular. Maneja um Pau mais curto e ligeiro que outras escolas, o que sem dúvida imprime não só um ritmo intenso aos seus movimentos, como um modo de fluidez e naturalidade nos seus gestos, proporcionando grande efectividade aos seus ataques e paradas. As formas em que estes jogadores de Pau se desenvolvem, havia de pôr os cabelos pé a muitos amantes da esgrima (ou escrima) com muito mais nome e fama no panorama internacional do assunto. É um estilo, pois, que vai mais além do simplesmente folclórico, muito mais que uma curiosidade; falamos de uma autêntica Arte Marcial, na qual o que conta é, sem dúvida, derrotar o adversário. Ficam, pois, alertados os amantes da luta com paus, que não digam que não avisamos! Atenção, caso se enfrentarem a um jogador de esta escola! Aqui… atiram de verdade! Alfredo Tucci "Apesar de O Pau se Jogar com As Mãos, Sempre se leva no Coração"


Artes Tradicionais O Jogo do Pau Canário OS ACOSTA DE TENERIFE Uma Dinastia, Três Séculos, Uma Tradição A Arte de esgrima com paus é uma das mais notáveis manifestações da cultura popular das Ilhas Canárias e que desde os tempos dos primeiros povoadores se conserva e continua a ser praticada nestas Ilhas. Esta disciplina milenária, mistura de luta e folclore, herança da cultura original dos Guanches, tornou-se hoje em dia, um verdadeiro símbolo da identidade do povo Canário. Uma arte, uma prática ludico-desportiva, ainda minoritária mas em aumento, com muita projecção de futuro, e um exemplo vivo da constância deste povo em manter as suas tradições. Muitas crónicas da época da conquista das Canárias, lá pelo ano 1400, falam da grande habilidade que possuíam os Guanches, esgrimindo os seus paus como armas de guerra de defesa e ataque. Paus que curtidos a fogo, deixaram uma profunda recordação de sangue nas tropas Espanholas, que tentaram colonizálos. Uma vez conquistadas as Ilhas e redondezas ao reino de Castela, o uso do pau desapareceu por um tempo, por causa da proibição imposta pelos

novos governadores, que impedia que se entrasse com paus nos núcleos urbanos. Mas sempre as gentes do campo, os tinham como recurso para o seu uso fora das aldeias, como método de autodefesa, para dar solução a algum conflito originado pela propriedade do gado e as zonas de pastoreio, ou mesmo para "apear" a altivez de algum. É que nessa época era costume que os moços de cada família se enfrentassem entre eles, para mostrar a sua habilidade com o pau, nas romarias populares que se realizavam nas povoações. Em numerosas ocasiões tinham que fazer frente a verdadeiros duelos, devido às brigas existentes entre as famílias. Embora pudesse acontecer uma luta em qualquer lugar, segundo parecia eram as festas o lugar preferido para isso, quer por uma simples provocação, para demonstrar serem homens, ou para conquistar uma mulher. O certo, é que a muitos destes homens lhes parecia que "Se não havia luta, aquilo não era uma festa". Passou o tempo e a gente do campo guardou zelosamente a arte no seio das famílias. Os avós transmitiram esta sabedoria aos seus netos e estes aos seus filhos, durante mais de quatro séculos. Marino Acosta Armas herdou esta prática dos seus antepassados, que também foram versados jogadores. A sua família esteve sempre em contacto com todas aquelas tradições

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que tinham um sabor Canário; a luta, as rixas de cães ou de galos e, como não podia deixar de ser!, a arte de lutar com paus. O tempo fez o resto, fazendo de Marino o principal expoente do tradicional Estilo Acosta de Jogo do Pau de Tenerife, considerado como um dos estilos mais rápidos e duros. Cada clã familiar desenvolveu um estilo especial de usar o pau. Uns estavam especializados na longa distância, outros na curta e outros o empregavam como defesa contra as armas brancas. Na actualidade, existem vários estilos identificados, Deniz, Verga, Morais, Garafiano, Vidal, Conejero, Quintero, e o estilo Acosta. Cada um destes estilos mostra diferenças técnicas que facilmente se podem apreciar à simples vista. Esta riqueza técnica, de diversidade de escolas e estilos, é parte da grandeza que encerra a cultura marcial das Canárias. Poucos praticantes de Artes Marciais na Espanha e em outros lugares da Europa, ouviram falar das artes que se praticam nas Canárias. Ao que parece, poucos teriam sido os indícios que se tiveram até este momento, da existência do Jogo do Pau Canário. Talvez o simples facto de não ser uma arte de procedência oriental e de não existir muita documentação gráfica e audiovisual, não tenha despertado o suficiente interesse na comunidade de praticantes marciais. Ninguém podia



Artes Tradicionais imaginar que a tão poucos quilómetros da Península Ibérica, existissem uns mestres que mantêm intactas estas técnicas de luta antigas e a tão alto nível. Existe uma crença generalizada, para pensar que tudo quanto vem de fora sempre é melhor que o nosso próprio, e talvez este tipo de crenças contribua ainda mais para que o Pau Canário conviva tão perto de nós e continue a ser um desconhecido. Existem indícios de que se criaram escolas em Cuba e Venezuela, através dos conhecimentos que ali levaram alguns emigrantes Canários. Entretanto, é mais difícil de perceber que na maior parte da Espanha seja totalmente desconhecida. Dizem alguns mestres que emigraram para Cuba, para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, que muitos nativos cubanos queriam aprender a arte do pau e pediam aos Canários que os ensinassem. Estes negavamse, porque era este o único meio que tinham de se defenderem do machete Cubano. Por isso os cubanos lhes tinham muito respeito. Os mestres só ensinavam aos membros da sua família e em muito raras ocasiões, a pessoas muito chegadas, porque sabiam que um indivíduo que soubesse lidar bem com o pau, podia ser capaz de lutar contra três ou quatro ao mesmo tempo, inclusivamente contra os próprios mestres. Se havia algum aluno que

mostrava demasiada inquietude por aprender, simplesmente não o ensinavam, porque pensavam que vinha apenas com o intuito de "procurar o saber". Os mestres sabiam muito bem que estas técnicas, nas mãos de um aluno que não mostrava o suficiente respeito e espiritualidade, podiam ser utilizadas alguma vez, sem dignidade e sem justificação. Para muitos deles, isto queria dizer que "A força sem espiritualidade não era mais que força bruta". Eram homens muito reservados, inclusivamente guardavam para si, um determinado número de técnicas que nunca ensinavam aos seus alunos, para chegado o momento, utilizá-las numa situação comprometedora e sair vitoriosos. Era como ter um "Ás guardado na manga", porque sempre existia o risco de que o aluno quisesse avantajar o mestre. A estes golpes escondidos ou secretos, chamaram "A última ponta"; daí provém o dito típico: "A última ponta não se ensina a ninguém". Desta maneira, ensinavam aos poucos, deixando para o fim a última técnica, que o mestre guardava como a favorita. O certo, é que a arte do Pau Canário está imersa num mundo misterioso, dominado por grande números de lendas, superstições e receios a ensinar, visto que a prática do pau se associava a um instrumento de luta proibido e perseguido. Por isso os

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Artes Tradicionais mestres preferiam passar despercebidos, ocultando a sua condição e a sua sabedoria como algo muito secreto. É surpreendente como em todos os continentes se tenham desenvolvido um grande número de artes de luta. Cada um com as suas características e conotações próprias, no entanto, todas elas apresentam aspectos filosóficos comuns. O Jogo do Pau Canário não foi alheio a esta mesma tradição marcial. À semelhança de outras artes, conta com a figura de um mestre, com uma transmissão genuinamente familiar, uma nomenclatura própria, uma vestimenta tradicional e, acima de tudo, com uma filosofia de respeito e ocultismo para a tradição. De maneira que não é de estranhar que ainda hoje os mestres escolham poucos alunos como verdadeiros transmissores dos seus conhecimentos.

A Dinastia dos Acosta A origem do estilo Acosta pode situar-se a meados do ano de 1800, no município da Esperança (Tenerife), como uma evolução de um estilo de Jogo de Pau próprio daquela zona e, ao que parece, perdido. Esta evolução é fruto da emigração para Cuba de alguns Jogadores que o adaptaram ao combate na curta distância, para fazer frente a algumas armas brancas, sendo o seu mestre mais antigo o

conhecido D. Florentín Vera. Depois dele foram mestres Maximiliano Hernández Acosta e Leopoldo Acosta Acosta. (D. Polo), nascido em 1908. Depois, herdaram a sua mestria os filhos destes, Ramón Her nández Acosta (filho de Maximiliano) e Santos Acosta Acosta (filho de D. Polo) que como consequência de uma trágica incapacidade física a delegou em seus irmãos Pedro Acosta e Anastácio Acosta (Tato), o menor de todos os irmãos e que infelizmente também se viu afectado na sua capacidade motriz, por um acidente no trabalho. Não foi até à época do desaparecimento de Francisco Franco que o estilo Acosta ultrapassou os limites de um muito fechado círculo familiar. Os membros activos da família reuniam-se para corrigir erros, melhorar as técnicas e praticar os movimentos exactos, e assim superar outros jogadores. Nos finais de 1978, Marino Acosta, ajudado pelo seu primo Pedro Acosta Acosta (outro filho de D. Polo) decide começar a ensinar a grupos de alunos não pertencentes à família, tornandose assim, os primeiros Mestres a abrir o estilo fora do núcleo familiar, uma novidade que vai dar o impulso definitivo que precisava o estilo, garantindo a sua perpetuidade. A partir desse momento, formaram-se escolas em diversos municípios de Tenerife, como a dos Campitos, dirigida pessoalmente por D. Marino e o seu primo Pedro, Valle de Guerra, Las

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Mercedes, Arafo, Santa Cruz de Tenerife, Puerto de la Cruz e recentemente, a incorporação de Cartagena, em Murcia, como a primeira escola criada fora das ilhas e dirigida por Alfonso Acosta, (nascido em Cartagena de mãe Canária). Apesar de no passado o estilo ter estado a pontos de desaparecer, na actualidade está a bom resguardo pela mão de Marino, dos seus filhos e um grupo de alunos que como ele, lutam incessantemente por transmitir o estilo no seu estado mais puro.

Características do estilo Acosta O estilo é denominado pelos seus antigos praticantes como de Pau Curto, para o diferenciar dos outros estilos das Ilhas, aos que chamam de Pau comprido, e apresenta características técnicas únicas e muito diferenciadas: entre elas o agarre centrado do pau, prática ausência de "Recogidos" (técnicas circulares amplas) e grandes deslocamentos de "Cuadras" (as guardas), em muitas ocasiões a saltos. Predomina o Jogo Curto (a curta distância) e Agachado (com técnicas iniciadas desde baixo). É habitual o Atajado Pleno (Defesas de intercepção do pau contrário) e não se faz jogo cambiado, passando normalmente o pau de uma guarda para outra por "Abajo ou Dentro" (por diante e debaixo do corpo do Jogador).


Por cima Dom Polo. À esquerda por cima: Polo e Santos em meados dos anos setenta executam "atajado a mano suelta" (atalhado à mão solta). À direita: os "três pilares" da escola.


Artes Tradicionais Cada um dos mestres de estilo Acosta destacou-se pela sua peculiar maneira de usar o pau, mas D. Leopoldo Acosta (D. Polo) foi a bandeira que deu ao estilo a fama de agressivo e rápido. Tinha por hábito lutar muito agachado, de cócoras ou com um joelho em terra, e desta posição lançava pontas e golpes, criando uma grande incomodidade a quem lutava em pé. Porque para projectar uma técnica, o adversário não tem mais opção que abrir os braços e desta maneira, poder se meter por dentro e surpreender o seu adversário, e nisso D. Polo era um especialista. Alguns jogadores de hoje, como Carlos Darias, primeiro mestre tradicional não pertencente à família Acosta, ainda conservam esta maneira de lutar de cócoras, tão especial e similar à de D. Polo. Metendo um joelho em terra, está-se mais protegido, cria-se muito mais perigo e mantém-se mais controlo sobre o outro jogador. Se D. Polo foi o mais carismático dos mestres do estilo Acosta, D. Marino é reconhecido como o maior expoente para transmitir o estilo e recuperar ângulos esquecidos pelos jovens praticantes daquela parte quase desterrada do jogo Acosta, e que se conhece como "jogo por arriba" (jogo por cima). E não é que os velhos mestres (D.Polo e D.Maximiliano) o não conhecessem, mas que empenhados em aperfeiçoar um jogo por debaixo, deixaram de lado. Mas não ignoremos que antes se jogava entre todos os estilos, embora cada um personalizasse a sua técnica. Os praticantes da escola de Marino Acosta, e incluímos os familiares que hoje jogam, aprendem desde o início a dívida de respeito existente com Santos e Pedro Acosta, com Marino e com qualquer outro mestre que como eles, tenham dedicado grande parte da sua vida à difusão da arte que tanto quiseram e velaram os antepassados. Sirva também este artigo como homenagem e reconhecimento a todos eles. O Pau Canário é uma arte de cavalheiros que destaca os valores humanos. Praticar o Pau Canário e mantê-lo vivo, não só nos faz ser mais Canários como também melhores homens.

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Autodefesa

A indústria da autodefesa se torna mais e mais criativa a cada ano, produzindo novos gadgets capazes de proporcionar vantagens tácticas a seus proprietários. Sem dúvida, este é o caso do produto inventado este conhecido Mestre internacional, de origem português Amaro Bento e que está sendo um sucesso entre seus usuários, o inventor e “pai” da criança, seguidamente nos do Chameleon.


MADE IN Portugal Porta-chaves táctico Desenvolvido em Portugal por um Português, o Chameleon. Objecto em plástico injectado, produzido em diversas cores.


Autodefesa O chameleon : - É moderno, - É um utensílio de moda como porta-chaves - É eficiente em qualquer posição Adapta-se a qualquer pessoa, independentemente da idade, altura e peso - Provoca dor no agressor mas é quase impossível de ferir - Pode ser usado em qualquer posição

Já utilizado em muitos cantos do planeta para a autodefesa, em muitas empresas de segurança na Suíça é o porta-chaves oficial para o serviço. Com o chameleon foi criado um sistema de treino chamado Tactical Chameleon Defense (TCD), em que com 1 dia (civis) e 2 dias (forças de segurança) as pessoas aprendem a usar minimamente o Chameleon. Procuramos também Instrutores e mestres das mais diferentes artes marciais que tenham interesse em fazer a formação de Instrutor de TCD para depois poderem dar os cursos nas suas zonas.

O que é o Tactical Chameleon Defense - TCD? Amaro Bento, inventor do TCD, é um especialista em combate corpo a corpo, bem como em defesa pessoal. Ao longo de 20 anos, Amaro Bento fundou diversas escolas de artes marciais vocacionadas para o ensino amador, mas também para ensino de luta corpo a corpo de profissionais de forças de segurança civis e militares O que Amaro verificou ao longo destes 20 anos de estudo intenso de artes marciais, é que não existem no mercado muitas “ferramentas” que proporcionem a legitima defesa do próprio e de terceiros, de forma simples e eficiente. A “ferramenta” de defesa pessoal simples e eficiente é aquela que nos acompanha diariamente, estando presente nas nossas rotinas quotidianas. Esta familiarização com determinado objecto, permitenos a sua utilização em contexto de defesa pessoal, de forma muito eficaz.



Armas Amaro Bento concebeu por isso, de forma original, a nível mundial, adequado quer para homens, quer para mulheres, um utensílio de utilização diária, que permite em caso de extrema necessidade a sua utilização como “arma” de defesa pessoal legitima, o Tactical Chamaleon.

Quais são as vantagens do Tactical Chamaleon Defense TCD? Graças ao seu formato ergonómico, o Chamaleon adapta-se na perfeição a todos os tipos de mão, seja grande ou pequena, podendo ser utilizado em situações de pressões tácticas ou de controlo do agressor. Em situações de extrema necessidade e com a devida proporcionalidade, pode servir como objecto de impacto, sem causar ferimentos. Não importam as direcções de proveniência dos ataques, com o Chamaleon Tactical será capaz de fazer frente a diversas ameaças, se a sua segurança ou de terceiros a isso obrigar. Sendo um pequeno objecto de utilização quotidiana, ele não é considerado instrumento proibido, devendo contudo a sua utilização como instrumento de defesa, ser esta efectuada no estrito cumprimento das disposições legais relativas à legítima defesa. Os benefícios e utilização potencial do Tactical Chamaleon Defense são inúmeros.



Autodefesa Pode ser utilizado em legitima defesa sua e de terceiros, pode ser utilizado pelas forças de segurança civis e militares. O Chamaleon Tactical pode ser utilizado igualmente como porta-chaves, sendo por isso um companheiro constante de todas as pessoas, não importando a faixa etária das mesmas, em todas as situações do quotidiano, especialmente nos momentos críticos de abertura de portas de casas ou de automóveis, por parte de mulheres alturas em que se dão grande parte dos assaltos ou agressões -. O Chamaleon Tactical é por isso o pequeno objecto que lhe poderá salvar a vida.

Como transportar o TCD? O Chamaleon Tactical pode ser pendurado na sua bolsa, ou em torno de seu pescoço, como se uma peça moderna de jóias fosse, podendo, graças a um sistema de encaixe simples, ser retirado rapidamente, ficando pronto a ser utilizado como instrumento de legitima defesa em segundos. Este manuseio simples e rápido, também é uma solução muito boa para as pessoas com limitações físicas, bem como para elementos de equipas de segurança que o podem usar pendurado no seu cinto. Convença-se visitar os nossos centros de instrução, verificando por si, as inúmeras vantagens e aplicações simples e práticas do Chamaleon Tactical! Os nossos instrutores profissionais terão todo o prazer em mostrar-lhe como lidar com esta ferramenta sensacional. „Change your chance of defense.“ www.tacticalchameleon.com







Neste primeiro artigo de 2015, em primeiro lugar gostaria de desejar a todos os nossos amigos, leitores e simpatizantes, um feliz e próspero ano 2015. Os meus melhores votos de felicidades para toda a comunidade marcial. Hoje quero abordar um dos assuntos mais controversos para os praticantes de Wing Tsun. Um desses assuntos que em ocasiões provoca discussões improdutivas, pouco convenientes entre “irmãos” e nas quais, nunca poderão chegar a estar de acordo os ramos mais tradicionais, com aqueles que pr omovem uma evolução e adaptação aos tempos actuais. Tenho recebido esta pergunta em infinitas ocasiões: Existe trabalho de luta de chão no W ing Tsun/W ing Chun? De certeza que muitos dos professores leitores desta coluna, terão recebido esta pergunta e sabem que aquilo que afirmo é uma realidade.

Existe a luta de chão no Wing Tsun?




ois bem, devemos afirmar que no Wing Tsun NÃO existe trabalho de chão e realmente NUNCA existiu coisa parecida com o trabalho de luta no chão. Tenho podido escutar em inúmeras de ocasiões, mestres a quem se tem feito a famosa pergunta: Mas e se caísse ao chão, o que faria? E a famosa resposta: “Levantar-me imediatamente” Reconheço que durante muitos anos, esta afirmação do Grão Mestre Wong Shun Leung me pareceu de uma lógica esmagadora e absolutamente indiscutível, mas hoje NÃO. Após anos de prática e de observar a evolução das Artes Marciais em geral, hoje tenha a certeza da necessidade de deixar de olhar para outro lado e começar a trabalhar de maneira metódica e profissional a luta no chão, do ponto de vista do Wing Tsun. O raciocínio é também lógico e apenas teríamos que mudar a maneira de perguntar. Talvez, em vez de nos perguntarmos o que aconteceria se caíssemos ao chão para poder responder como o Grão Wong Shun Leung… Devíamos perguntar-nos: O que acontece se um adversário NOS LEVA e OBRIGA a permanecer no chão??? Este pequeno matiz, que marca a diferença, faz-nos ver o assunto de uma maneira completamente

P

diferente. A questão pode parecer mas na prática é igual, completamente diferente. Na primeira delas, um escorregão, um varrimento ou qualquer desequilíbrio provocado pela própria luta, pode levar-nos ao chão e um praticante treinado, com um rápido gesto pode recuperar a posição e levantar-se rapidamente, recuperando a verticalidade e portanto o “centro” de um lutador de Wing Tsun, que sempre vai tentar o domínio da linha central sobre o AXIS do inimigo. Mas… o que acontece se um adversário conhecedor da nossa estratégia, o que faz é fixar as nossas pernas e pôr-nos no chão para, sem nos deixar nem um centímetro de espaço “passar a nossa guarda”, montar-nos e finalizar-nos com alguma das excelentes técnicas de estrangulamento ou de luxação, que o enorme arsenal dos sistemas de grappling e luta no chão têm provados desde centenas de anos? Não me respondam. Era uma pergunta para a reflexão… Quando comecei a prática no Wing Tsun, aconteceu o famoso confronto dialéctico entre um dos mais excepcionais mestres de Wing Tsun da história, Dai Sifu Emin Boztepe e a família Gracie. Aquilo, que visto com a perspectiva do tempo me parece realmente triste, hei-de reconhecer que naquela época provocou muita confusão e acima de tudo uma profunda


WingTsun reflexão em todos aqueles que éramos seguidores incondicionais e admiradores do trabalho de Dai Sifu Emin. Mas, por que motivo não reconhecer que era surpreendente como aqueles homens vestidos de branco, que vinham do Brasil, estivessem tão seguros de desafiar qualquer pessoa que com eles quisesse, sem importar qual o estilo

que se praticasse, SEM regras e sem limite de tempo. Não havia dúvida; um novo tipo de “predadores” chegara ao ecossistema das Artes Marciais e tinham chegado para ficar! De novo quero tentar levar a reflectir aqueles praticantes de Wing Tsun mentalmente abertos e com o espírito necessário para compreender o Wing Tsun como um sistema de Boxe

Chinês e não “só” como um elemento simplesmente unido à prática do Chi Sao, no qual os praticantes só o fazem com seus colegas e irmãos de escola. Para isso, de novo quero referir-me a dois elementos fundamentais para compreender este sistema: 1.- A Arte da Guerra. General Sun Tzu


2.- A origem e evolução do próprio sistema No PRIMEIRO dos elementos, poderia citar varias frases deste excelente livro do General Sun Tzu, que dá nome à minha associação (TAOWS: The Art Of War Society) mas há uma que serve para quase tudo quanto às AAMM diz respeito: “Conhece teu inimigo e a ti mesmo e

não serás vencido nem em cem batalhas”. Estarão de acordo comigo em que é IMPOSSÍVEL poder defender-se dos ataques e estratégias de um inimigo de alto nível, sem conhecer nem que seja basicamente a estratégia do inimigo. Também será complicado preparar uma estratégia para vencer se não considerarmos o adversário e os seus propósitos.

Portanto, de novo, as AAMM nos situam perante o estudo da arte dos potenciais inimigos, que definirão as estratégias a utilizar. Quando comecei a introduzir-me no mundo do Grappling (sou praticante de Brazilian Jiu Jitsu) a primeira coisa que surpreendeu foi a excelente metodologia, as técnicas tão específicas e exactas e muito


WingTsun especialmente a claridade das estratégias de combate. Uma coisa realmente surpreendente! Quanto mais pratico, mais me apercebo de como absolutamente IRRESPEITUOSO e insultante pode ser para um praticante de Grappling, que nos estilos clássicos façamos afirmações tais como: “PROGRAMA Anti-Chão” ou “AntiGrappling”. Nisto eu insisto com os meus instrutores e estudantes do sistema. Não quero voltar a escutar essas expressões a nenhum deles. Me

parecem ofensivas e profundamente faltas de respeito para com o duro trabalho daqueles que treinam estilos de luta. O meu professor de grappling acostuma me dizer, meia a sério, meio de brincadeira: “O melhor programa de anti-grappling é praticar grapling…” EXACTO! Não há outra opção… Neste ponto também devo lembrar as tentativas de programas contra “lutadores”, que as diferentes associações têm ido gerando a partir daquele momento em que Royce

Gracie surgiu no panorama marcial nos primeiros UFC, acabando com tudo o que lhe puseram pela frente… Na minha opinião e com a perspectiva actual, são programas total e absolutamente inúteis, porque se esqueceu o principal para desenvolver uma estratégia de contra alguma coisa: CONHCER O INIMIGO! Quando vejo algum destes p ro g r a m a s q u e e u p e s s o a l m e n t e tenho ensinado durante anos, sorrio e penso: que afortunados fomos! Sim,


fomos muito afortunados porque se um grappler de nível médio nos tivesse agarrado e levado ao chão, teríamos passado realmente mal. Não éramos capazes nem sequer de imitar alguma técnica de takedown d e m a n e i r a c o r re c t a e n o s limitávamos a fazer coisas que nem sequer o pior dos grappler do mundo faria tão mal. Como podem ver, conhecer o “inimigo” é fundamental para tentar vencer.

A SEGUNDA das afirmações é a que mais discussões provoca. Para compreender porque o Wing Tsun é assim, temos de ir às origens do estilo, faz agora uns 500 anos. Na China, uma nação que surgiu da união de diferentes raças e que compartilhavam um espaço geográfico imenso, delimitado por grandes sistemas montanhosos e pelo mar, nessa época, este “ecossistema” fechado, deu lugar a estilos de luta (Boxe Chinês) que lutavam entre si por uma hegemonia no

mundo da luta, o que explica o motivo de terem surgido estilos e sub-estilos. Os novos estilos de Boxe Chinês surgiam para vencer o estilo dominante. Isto explica como o Wing Tsun nasceu como RESPOSTA a OUTROS estilos Chineses. Estilos que utilizavam métodos de batimento muito potentes e em rotação; que usavam longa e média distância para bater no inimigo. Nesse momento, o Wing Tsun surgiu como um ANTÍDOTO (ou pelo menos como uma tentativa) contra este


WingTsun tipo de lutadores, e sem dúvida FUNCIONOU!

Então, onde reside o problema? É realmente simples. Os “predadores” mudaram. Os inimigos potenciais já não são já pugilistas chineses do estilo Hung Gar Kuen, nem similares. As técnicas, tácticas e estratégias dos inimigos potenciais de um pugilista chinês praticante de Wing Chun Kuen, já não são as mesmas…, pelo que a resposta a elas deveria ser diferente. Não diremos que são ineficazes, mas que necessitam de uma adaptação flexível à mudança do cenário. Muitos dos estilos mais tradicionalistas não querem ver isto por diversos motivos (todos muito respeitáveis) e não levam em consideração estes interessantes pontos. Desejo a eles BOA SORTE. Pela minha parte, eu sim o farei! Farei porque o Wing Tsun é um estilo tão rico na sua capacidade de adaptação, que nos permite adaptar-nos a isto e a

outras muitas coisas observando as formas do estilo e as ideias que se escondem nas mesmas. Na realidade, é simplesmente uma questão de atributos. O que necessitaríamos para realizar um programa lógico de luta no chão, para praticar Wing Tsun? 1) Conhecer o inimigo (trabalho de grappling e sistemas clássicos de luta para conhecer os ataques e perigos reais do inimigo potencial). 2) Sensibilidade táctil (chi sao/chi guerk). 3) Mobilidade em qualquer cenário (em pé ou no chão). 4) Capacidade de bater sem espaço (uma característica própria do estilo, que já temos). 5) Conhecer os objectivos onde atacar um inimigo que utiliza este tipo de estratégias. 6) 5 anos de treino. Como podem ver, nada que não ter solução com estudo e acima de tudo com o ponto número 6 da lista. Resumindo: aqueles que afirmam que no Wing Chun não existe o chão: EFECTIVAMENTE assim é. Nunca existiu. Mas seguidamente afirmar:

Comecem a tomar consciência de que o cenário mudou, ou comecem a rezar para que nunca terem de lutar contra alguém que os levar para o chão… Há alguns colegas que se limitam a dizer: “Mas eu posso atacá-lo nos olhos ou morder o grappler…” Curioso.. Então pensam que um grappler não pode meter os dedos nos seus olhos ou morder? Onde esta o bom senso meus senhores! Na TAOWS Academy realizamos o trabalho de luta no chão como uma extensão do trabalho em pé e desenvolvemos programas de trabalho para os nossos estudantes, onde aprendam pelo menos basicamente o que fazer, no caso de se enfrentarem a estas situações. Sentir-nos-emos felizes de mostrar tudo isto a qualquer seguidor do Wing Tsun que queira visitar os nossos centros oficiais. Espero que esta reflexão possa ser útil. Com meus respeitos Sifu Salvador Sánchez TAOWS Academy



O termo "Defesa Pessoal" comporta um aspecto negativo. que desde o princípio pode implicar fracasso para o indivíduo. O problema é que este rótulo já reflecte mentalmente que a pessoa é vítima de um acto violento ou agressão e que o praticante deve realizar uma acção defensiva. Esta premissa de agir após os factos, é a razão pela qual a maioria das pessoas sucumbem às acções do agressor e nunca se recuperam totalmente do ataque inicial ou do medo que provoca a situação. A mulher não deve situar-se à defensiva; deve ser consciente da sua situação e não desestimar ou ignorar possíveis ameaças. Ela deve ser pro-activa e ter a iniciativa e o ímpeto, forçando a confusão na mentalidade do atacante, para ter uma possibilidade de vantagem. “Autoprotecção Kyusho” é um processo de treino vital que trata das realidades de um ataque. É um simples mas poderoso processo de treino, que oferece aos indivíduos mais débeis, mais lentos, com mais idade ou menos agressivos, uma oportunidade contra o de maior tamanho, mais forte ou mais agressivo atacante. Mediante o uso dos objectivos anatómicos mais débeis do corpo, conjuntamente com as próprias acções e tendências naturais do corpo, se pode proteger facilmente a si mesma ou a outros, inclusivamente sob as limitações de estresse e físicas, quando a sua adrenalina aumenta. Mediante um trabalho progressivo com as suas próprias habilidades motoras grossas (em vez das técnicas de outros), as suas possibilidades de vitória são eminentes.


REF.: • KYUSHO-21



KM « R.E.D » 3 Letras cheias de sentido!!! Abreviatura em Francês de Pesquisa, Evolução e Desenvolvimento, são as 3 letras que representam os fundamentos do Grupo KMRED. Efectivamente, o Grupo KMRED é antes de tudo uma Academia de Combate, cujo objectivo principal é desenvolver um “CONTEÚDO” crível em matéria de Defesa Pessoal. Mantendo como ppnto de partida um Krav Maga muito depurado e com sólidos princípios básicos - e não só a técnica como tal - e com uma longa experiência nas disciplinas de Combate. Faz já bastantes anos os especialistas do Grupo se lançaram à “procura” da “eficácia” para um método “contra a agressão”.



« R » como “Recherche”, Pesquisa Cursos, viagens às origens das disciplinas, intercâmbios, testes, estudos de “voltar às experiências”, etc…, sempre tudo é bom para tentar encontrar alguma coisa melor, alguma coisa mais simples!!! Mas partindo do facto que em matéria de Desportos de Combate tudo já tinha sido inventado, se tratava agora de explorar e juntar o melhor, aprofundando nas disciplinas dedicadas ao confronto real ou inclusivamente no combate desportivo. O que há mais eficaz que um directo do Boxe Inglês, um cotovelada do Boxe Thai, uma projecção do Judo ou um estrangulamento do Jitsu Brasileiro? Trata-se de técnicas suficientemente contrastadas e.... as únicas perguntas são: Onde?, Quando?, Como? Concluindo, uma constatação que nos obriga a levar a nossa procura não para novas técnicas, mas sim hacia o estudo dos “contextos” que envolvem as situações de confronto físico. Numerosas técnicas se mostram adequadas em contextos determinados, sendo o objectivo seleccionar, em primeiro lugar, aquilo que vai funcionar em um 70% ou um 80% dos casos, e em segundo lugar, “as excepções”.



« E » como Evolução A prova do “Crash Test” Para definir se uma base ou princípio técnico se adequa aos nossos objectivos de eficácia, os sometemos a uma espécie de “Crash Test”. A modo comparativo, na indústria do automóvil, os novos vehículos passam provas de colisão, cujo resultado se classifica numa escala de 1 a 5 estrelas, onde as 5 estrelas seriam para um veículo onde as possibilidades de sobreviver são as melhores (mesmo que isto não seja uma garantia ao 100% de sair indemne de um acidente). As nossas selecções são objecto de testes frente a situações o mais

aproximadas possível à realidade, com material adaptado. Então, seleccionamos apenas aquelas que oferecem o melhor resultado para podermos desenvolver os nossos programas.

« D » como Desenvolvimento O Desenvolvimento e a evolução das nossas pesquisas se destina em primeiro lugar ao nossos alunos, mas também temos a vocação de que seja compartilhado com a maioria. É por isto que desde faz alguns meses, o Grupo KMRED pôs em marcha em seus centros de treino do Sul da França, um curso de formação que

permita às pessoas interessadas, a sua integração no equipo de ensino e por sua vez, compartilharem o fruto de suas pesquisas. Os responsáveis e garantes dos princípios R.E.D. são os cofundadores do Grupo KMRED, Christian Wilmouth, Faustino Hernández e Dan Zahdour, todos eles Chefes Instrutores de Nível 5 KravMaga e Instrutores em diversos desportos de combate. Mas a validação das maiores evoluções se realiza por consenço do conjunto de Instrutores do Grupo, porque o segredo do êxito reside em nos rodearmos da gente adequada, para nunca nos afastarmos da “realidade”....
















REF.: • KMRED 1

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Hwa Rang Do Hwa Rang Do® movimento característico: CIRCULO PARA DENTRO - BAIXO AGARRE-C O círculo para dentro frente ao agarre C, se pode encontrar em numer osas Ar tes Mar ciais e em muitos filmes. É uma técnica dinâmica, efectiva e com frequência mal entendida. É um movimento característico do Hwa Rang Do® e exige ser passada em revista detalhadamente. Podemos começar a estudar esta técnica no cinto castanho de Tae Soo Do®. O Tae Soo Do® é um programa de estudos que serve para ter acesso ao Hwa Rang Do®. que é más complexo.


odemos começar a estudar esta técnica no cinto castanho de Tae Soo Do®. O Tae Soo Do® é um programa de estudos que serve para ter acesso ao Hwa Rang Do®. que é más complexo. Começamos por analisar o agarre: agarre com ambas mãos com os polegares cruzados. Não é difícil. Ambas mãos agarram o oponente, com os quatro dedos para a frente e os polegares cruzados para trás. Não se aplicam ângulos especiais neste agarre. Põem-se a pressão no pulso só quando se gira o braço do oponente para baixo e para o derribamento. Para executar o derribamento depois de ter realizado o dito agarre (ambas mãos estão sobre o seu braço direito), damos um passo para fora com o nosso pé direito, depois damos outro passo com o pé esquerdo, enquanto situamos o braço do nosso oponente sobre a nossa cabeça, em um grande arco em sentido contrário às agulhas de um relógio. Logo que o nosso pé esquerdo tocar no chão, é essencial dobrarmos o joelho

P



Korean Styles esquerdo para fazer tensa a torção sobre o seu pulso (teremos de usar o nosso peso para atacar o seu pulso). Descendo o seu braço, evitamos o oponente girar por debaixo e livrar-se do nosso agarre. Enquanto mantermos o agarre adequado no ângulo correcto, será muito fácil aplicar pressão sobre o nó do dedo mindinho, com um suave giro e derribar o adversário ou deslocar sei pulso. Um erro comum é puxar do braço lateralmente. Tem de se empurrar para baixo e manter uma pressão constante sobre o pulso. Se o braço se esticar e se perde o ângulo de 90º, simplesmente giramos o pulso para dentro e para o nosso oponente e o ângulo será

facilmente recuperado. Além do mais, enquanto giremos sob o seu braço, evitamos estar muito por cima com as costas arqueadas e as nossas mãos atrás da nossa cabeça, porque dessa maneira, o nosso equilíbrio se debilitaria e daríamos ocasião a oponente para sair do agarre. O círculo interno com agarre c, é uma técnica muito efectiva que nos permite deslocar o pulso do oponente ou derribá-lo, mesmo sendo nós mais ligeiros que ele. O motivo é fácil de perceber, podemos concentrar todo o nosso peso em um só ponto: o pulso. Este princípio do Hwa Rang Do® também é muito importante nas nossas vidas. Todos temos problemas,

normalmente muitos problemas e a melhor estratégia para os enfrentar é começar por um e tratar de o resolver da melhor maneira possível, com toda a nossa energia. Se tratamos de resolver muitos problemas ao mesmo tempo, a consequência é que normalmente não somos capazes de melhorar a nossa situação. Acerca do autor: É Instrutor chefe de Hwa Rang Do®, Tenente Coronel da Polícia Militar Italiana (Carabinieri) e Engenheiro. Marco Mattiucci é o chefe do ramal italiano da Associação Mundial de Hwa Rang Do® e um dos principais discípulos do Grão Mestre Taejoon Lee.


Hwa Rang Do

DECLARAÇÃO DA MISSÃO DA ASSOCIACIÓN MUNDIAL DE HWA RANG DO® HWA RANG DO®: Um legado de lealdade, de procura incansável da Verdade, do Fortalecimento de vidas, de Serviço à Humanidade.


Todo sistema tem limites e quando se necessita passar de um sistema para outro, devemos de aprender outra Arte e isto é o que o Kapap tenta evitar. Isso é o Kapap, combate cara a cara, uma ponte entre sistemas. O seu fundador deixou-nes uma frase cujo conceito empregam outros estilos de artes marciais tradicionais: “Não portes uma arma, sê tu mesmo a arma”. Se a tua mente, o teu espírito e o corpo são a arma, tu serás uma arma que será também efectiva quando portares uma arma. Este DVD da “Avi Nardia Academy”, trata da conexão entre a “velha escola” de Artes Marciais e o moderno CQB (Close Quarters Battle). A experiência como comandante nas IDF (Forças de Defesa de Israel) e oficial treinador da principal unidade anti-terrorista israelita, ensinaram a Nardia que cultivar a mente e o espírito do guerreiro deve considerar-se prioritário ao simples treino do corpo. Entre outros, estudaremos a segurança com armas, os convincentes paralelismos entre o Iaido e a adequada manipulação de uma arma de fogo. As armas de fogo são a última hipótese em armamento individual, mas não escapam à eterna sabedoria e à lógica da velha escola. Exercícios de treino adaptados do BJJ, exercícios de desarme e o acondicionamento inteligente do corpo mediante exercícios, com explicações sobre os benefícios e as precauções. Um DVD educativo, inspirador e revelador, recomendado aos praticantes de todos os estilos, antigos e modernos.


REF.: • KAPAP8





No, no se trata de una entrevista mía, por más que aparezcamos juntos en estas fotos realizadas en nuestro último encuentro en nuestros estudios, pero no quiero dejar la ocasión de aportar la pincelada de un perfil humano, para mi esencial en este “género” literario. Porque el Maestro Sewer es una persona peculiar, de fácil trato y gran educación, tarda uno en entrar las barreras que la formalidad entraña, barreras siempre deseables, porque la educación, la buena - que es la que él tiene - nunca sobra. Prudente en sobremanera, nunca se le oirá hablar mal de nadie. Un deje sarcástico, que no socarrón, añade un toque amable y cercano a su compañía. Sus ojos son tiernos, porque en ellos no puede esconder su natural bondad, fundamentada en algo más que una naturaleza espiritual generosa, porque se percibe compasión auténtica en su proceder y eso sólo la tiene quien ya ha saboreado el dolor de la vida en carne propia. No haciendo nunca gala de ello, da lo mejor de sí mismo y lo hace con generosidad y alegría. Martin Sewer es un buen hombre, algo esencial para ser un buen Maestro. Alfredo Tucci



Entrevista com o Grão Mestre Dr. Martim Sewer, 8º Dan Cinturão Negro: Quando começou com as artes marciais e que tem conseguido com elas? Martim Sewer: Comecei aproximadamente com 6 anos de idade, com Judo e continuei com ele durante 13 anos. Nos torneios era muito bem sucedido e geralmente alcançava um lugar de pódio. Em pose do cinto castanho e em enquanto fazia a minha preparação para o cinturão negro, finalizei a minha carreira em Judo. C.N.: Praticou na infância algum outro género de artes marciais? M.S.: Sim. Meu professor de Judo, vinha do Jiu-Jitsu, por isso, frequentemente ensinava Jiu a seus alunos mais avantajados. No mesmo Dojo se ensinava Shotokan Karate. Durante dois anos, aproximadamente, também assisti a aulas dessa disciplina. C.N.: Teve combates de contacto directo? M.S.: Na minha juventude fiz Boxe durante aproximadamente durante dois anos. Apreciava e aprecio muito o combate de contacto directo. No meu contexto social daquela época, ainda sem Internet, não encontrei nenhum torneio de Kung Fu de contacto directo. Pela informação que agora tenho, na época já havia na Suíça esse género de combates. C.N.: Como chegou ao Kung Fu? M.S.: Através de Bruce Lee. Na minha juventude devorava seus filmes e livros, experimentava seus métodos de treino e queria aprender tudo o que tinha a ver com o Kung Fu. Isto não era fácil em Adliswil (uma pequena cidade perto de Zürich) e eu contava apenas 12 anos. Como já disse, não havia Internet… C.N.: Como encontrou o caminho para chegar ao Kung Fu? M.S.: Um colega do Karate, também aprendia Kung Fu. Ele foi para mim o primeiro caminho para o Kung Fu. C.N.: Que tipo de Kung Fu era? M.S.: Era um sistema ensinado por um homem que o aprendia de seus sonhos e muito parecido ao do filme "Karate Tiger". Sei que isto parece incrível, mas é realidade! Romeo sonhava o sistema completo de Kung Fu. Treinava-o e ensinava. Este foi o primeiro Kung Fu que eu aprendi.

C.N.: Qual era o sistema? M.S.: Era um sistema de 10 animais, com 5 elementos de Boxe. Comparando-o com os actuais sistemas, é muito parecido ao Hung Gar e aos seus conceitos. As posições do corpo e das mãos são todas iguais. C.N.: Realmente parece incrível! É uma história difícil de se acreditar… M.S.: Sim, assim é. É a primeira vez que publicamente falo disto, As pessoas acham isto impossível mas apesar disso, é verdade. Há mais coisas relacionadas entre o céu e a terra, das que as pessoas acreditam haver… C.N.: E bem, como continua a história? M.S.: Com Andi, o meu parceiro daquela época, treinei e concluí o sistema. Depois, viajei à China e Hong Kong. C.N.: Foi lá onde encontrou seu mestre, o Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling, 10ºDan? M.S.: Não, eu já o conhecera em Zürich, em 1989, em um seminário em Pentecostes e dele recebi ensinanças. Naquele tempo eu visitava muitos seminários e cursos com muito bons mestres. C.N.: E então, depois viajou a Hong Kong para se encontrar com o Grão Mestre Chiu Chi Ling? M.S.: Queria aprender com ele, mas ele nunca respondeu às minhas cartas e mensagens de fax e eu não sabia se ele me aceitaria como aluno. C.N.: Viajou então a Hong Kong e tentou ser aceite como aluno? M.S.: Naquele tempo, a Grão Mestra Wu Mei Ling de Constância, organizava viagens de treino à China. Se mal não me lembro, em 1991 me integrei em um desses grupos e viajei à China. Lá me encontrei com alguns Mestres e Grandes Mestres. Nenhum me impressionou tanto como Chiu Chi Ling. Quando acabou o tempo da estadia em Hong Kong, eu fiquei lá e pude ter acesso às ensinanças do Grão Mestre Chiu Chi Ling. C.N.: Como contactou novamente com o Grão Mestre Chiu Chi Ling? M.S.: Encontrei a sua escola. Chamei à porta e o Idoso Grão Mestre Chiu Kow em pessoa, me recebeu. Me impressionou muito. Contava na altura mais de 90 anos. Era um perfeito cavalheiro mas seu olhar era muito duro. Eu nada sabia acerca dele. Depois, eu mesmo escrevi uma sua biografia.


Entrevista Chi Kow não falava nada de Inglês e eu nada de Cantonês. pés... Ele mandou chamar seu filho Chiu Chi Ling e este soube logo quem eu era. Pouco depois eu chegava a Mo Kwoon (a escola de artes marciais). As lições logo começaram. C.N.: Chiu Chi Ling é uma lenda das artes marciais. Como foi e é o ensino sob a sua orientação? M.S.: Foi duro, muito duro mesmo! Treinava 10 horas por dia. Por sorte, naquele tempo estava bem treinado e tinha uma base muito sólida. Do contrário não teria podido fazer tanta coisa. O Sifu Chiu me proporcionou tantos conhecimentos como eu era capaz de assimilar. Formas, formas de armas e aplicações. Encheu-me de conhecimentos. Acabas as aulas, voltava para a pensão e caía na cama mesmo vestido e adormecia. À meia-noite acordava cheio de fome. Por sorte, em Hong Kong isto não é um problema. Sempre se encontra alguma coisa para comer. Sempre divertido, o Grão Mestre Chiu Chi Ling é duro e preciso em suas lições. Me obrigava a repetir os exercícios tantas vezes como era preciso, até serem perfeitos. Da minha escola de Zürich, ainda me lembro de uma lição; tive que fazer um movimento até o fazer perfeito. Hoje, eu estou infinitamente agradecido por isso. Me ensinaram e deram um tesoiro muito importante, o Shaolin Hung Gar Kung Fu original. C.N.: Após esses duros começos (1991) em Hong Kong, como continuou? M.S.: Em 1992, convidei o Grão Mestre Chiu Chi Ling a de novo vir até a Suíça. Aceitou e meu aprendizagem continuou dia após dia. Em 1991, após a minha estadia em Hong Kong, ele me disse alguma coisa acerca de um exame. eu não percebi bem a que se referia. Em 1992 perguntei a esse respeito e ele me disse que eu tinha feito perante Chiu Kow e Shiu Ying (esposa de Chiu Kow) o exame final (exame de Mestre) e tinha aprovado. Chiu Kow e Shiu Ying, durante todas as aulas tinham estado presentes e não deixavam que ninguém me corrigisse. Então recebi licença para ensinar. C.N.: Quer dizer que com apenas 21 anos, já era "Sifu"! Não era cedo demais?

M.S.: Sim, era muito cedo. Com a mentalidade chinesa, se considera que talvez com 30 anos se trata de um jovem Sifu. Tinha de demonstrar a minha capacidade perante os Sifus tradicionais, tanto chineses como europeus. Mas eu não me nomeara a mim mesmo para esse grau. Me tinha nomeado o meu Sifu. Virando a vista atrás, não foi um passo em falso, pois pude demonstrar as minhas capacidades e a qualidade dos meus alunos; seus resultados nos torneios, falam por si mesmos. C.N.: A maioria dos mestres têm estado na Ásia duas ou três vezes. Como foi no seu caso? M.S.: Posso demonstrar que estive mais de 40 vezes em Hong Kong. Além disso, durante muitos anos o meu Mestre vinha quase todos os anos à Suíça e me dava aulas. C.N.: Então já era um jovem mestre. O que fez a partir de daí? M.S.: Em 1993 fundei a KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER. Ao principio não foi fácil, houve muitos obstáculos pelo caminho. Em 1995 encontrei finalmente um local apropriado e como recompensa a uma dura ensinança, o êxito veio por si só. Em 1999, o Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling me nomeou Chefe-Coordenador para a Europa. C.N.: De certeza isto terá sido um grande passo para si! Como reagiram os seus condiscípulos dos países vizinhos na Europa? M.S.: Sem dúvida, este foi um grande passo. O meu Mestre me promoveu de maneira excepcional. Isto teve consequenciais. A maioria dos meus condiscípulos reagiram com inveja e incompreensão a esta nomeação. Os condiscípulos na Europa têm todos muitos mais anos que eu, mas não necessariamente têm mais experiência. De acordo com meu Sifu, a maioria deles são Sidais (irmãos jovens de Kung Fu), o que quer dizer que nenhum deles aprendeu tanto e tão intensamente. Mas eu não posso julgar isto. Eles estavam lá quando eu aprendia, como eu lá estava quando eles o faziam. C.N.: Foi designado o primeiro não Chinês, sucessor da linha do estilo de Chiu Chi Ling Hung Gar Kung Fu. Como assim e o que significou para si?




M.S.: Em 2006 (não estou muito certo da data) em São Francisco, a cidade onde o meu Mestre escolheu viver, quando lá estava, me tratava como se fosse seu autêntico filho e por primeira vez, tomei parte da sua vida familiar. Um dia que eu o levava ao Aeroporto, ele me disse que esperava que pudesse aceitar e ser como filho seu. Eu aceitei e ambos sabíamos o que isso era. Em 2007, no Canadá, falou publicamente disto por primeira vez. Então, um aluno ficou tão ciumento que não quis aprender mais com o GM Chiu Chi Ling. A partir daí, o GM Chiu tem sido mais cuidadoso… Não quer que ninguém sinta ciúmes... Esta notícia se expandiu em Videoclips, através do YouTube. Para mim, significou muito. Faz-me muito feliz poder representar este estilo, esta linha. É muita responsabilidade mas farei esta tarefa o melhor possível. Espero se me possam desculpar se fizesse alguma coisa incorrecta. Eu tento fazer o melhor possível! C.N.: Agora é Grão Mestre. Como se chega a Grão Mestre? M.S.: Há três caminhos para ser Grão Mestre: 1. Ter formado Mestres. • Eu formei Mestres. Meu grau de Mestre foi confirmado por GM Chiu Chi Ling. 2. A comunidade de Kung Fu legitima a pessoa em questão, como Grão Mestre. • Desde 2006, sou reconhecido por diversas organizações internacionais como Grão Mestre. Em 2012 e o 2013 venci na Malásia a "Martial Arts Top Level Demostration Match" na categoria de Grão Mestre. 3. Ser o chefe do estilo. • Ainda o não sou, mas estou a caminho. C.N.: Para todos quantos têm visto juntos a si e o seu Mestre, a sua posição é clara besta velha conhecida família do Kung Fu. Raramente se pode ver tanta cordialidade e respeito. Muito agradecidos Grão Mestre Martim Sewer por esta entrevista. Futuramente gostaremos de saber mais de si. M.S.: Obrigado a vocês e aos leitores por seu interesse nas nossas velhas artes. Com gosto de novo escreverei na sua revista.




Avi Nardia "Um cavaleiro com uma armadura brilhante é um homem que realmente nunca pôs à prova seu metal" ANÓNIMO Texto: Avi Nardia, Tim Boehlert Fotos: Ken Akiyama e Archivos Budo International

No DVD que produzimos junto com a revista Budo International, vamos ver ideias das Artes Marciais tradicionais, em combinação com as técnicas e variantes do combate corpo a corpo moderno. Frequentemente posso ver “heróis” ensinando Artes Marciais e de Combate. Acostuma a dizer-se que após uma guerra, o mercado se enche de heróis e de histórias de heróis. Muitos israelitas escrevem livros autobiográficos com 24 anos de idade. Tenho conhecido muitos novos Grandes Mestres. Conheci homens que após treinarem alguns poucos dias comigo, o que resistiram dificultosamente, agora são Grandes Mestres! Os estudantes que eu expulsei do exercito ou da academia, agora ensinam 'a realidade', junto com suas próprias histórias da guerra e suas experiências vitais. Tudo isto me leva a perguntar-me a mim próprio, como as artes marciais israelitas estão ao nível que prevalece actualmente. Esta nova “onda” de Artistas Marciais e usuários da Internet, vão de filme em filme e parece que só estudam Artes Marciais nas “ondas” e seus sonhos e metas são os descritos no último dos filmes sobre Artes Marciais de Hollywood e não conseguem a compreender que é o homem quem dá o título e não é o título que faz ao homem.

Combate Corpo a Corpo (CQB). As ideias não são novas. "Estudar o antigo é compreender o novo." Hanshi Patrick McCarthy No Suijutsu (em Japonês), a história nos diz que a luta pode ter lugar em qualquer parte, e por isso, um Samurai tinha de estar preparado para lutar em qualquer situação – metido na água do mar ou de um rio, por exemplo. Na época antiga, um Bushi tinha de estudar muitas Artes Marciais e disciplinas, da equitação à natação e a caligrafia, música e cultura, para ser uma pessoa de mentalidade


Defesa Pessoal



Defesa Pessoal aberta e ter um ponto de vista amplo, além de habilidades. De brincadeira, sempre tenho dito que nas Artes Marciais israelitas temos também 'Sue Do': a Arte de requerer judicialmente! Nos últimos tempos houve em volta de 2000 requerimentos judiciais, tudo devido a alguns movimentos sujos de uns advogados cobiçosos que tinham viajado a Israel por uns poucos de dias, incluindo visitas turísticas, e quando voltaram para casa eram versados em Artes Marciais israelitas e que realmente o que queriam era aproveitar marca. Quando me mudei para os E.U.A., eu era um dos poucos a lutar contra isso. Como resultado, fui atacado em muitos ambientes e foros, em tudo quanto e como podiam. incluindo o pagamento a “ciber criminosos” para me caluniar mediante a construção de um bloco que se referia a mim como um fraude, dizendo que eles eram os autênticos. Nenhum deles serviu no exercito israelita nem sequer uma hora, nem na Polícia israelita mas de alguma maneira, milagrosamente conheciam as verdadeiras Artes Marciais israelitas e vendiam diplomas para as ensinar! Foi realmente divertido ver como os diplomas estavam assinados por Imi Lichtenfeld, que tinha falecido 15 anos atrás, mas eles “lá conseguiram” que assinasse os diplomas! Nessa época, disse a mim próprio que ia lutar nos tribunais, ou nos foros, em qualquer lugar na Internet, no mar ou o ar, posto que é uma parte do que eu acredito que é o CQB. Devemos poder lutar em qualquer âmbito em que estivermos. Lutei contra a calunia e nunca me entreguei. Não estava bem e ainda o não está. Quando ensinamos e estudamos Artes de combate, recordamos a importância das Artes Marciais de combate radica na agressividade, na valentia e determinação, o espírito de se não se por vencido e quando vejo os diferentes sistemas de combate que posso ver, não importa onde e quando foram 'feitos', eles têm uma linhagem comum. Mas esta linha é também a brutalidade e temos de recordar mais um facto, a idade. E não podemos esquecer as lesões… As Artes mais combativas se ensinam a jovens de 18 a 22 anos, que estão no melhor estado físico de suas vidas! Qualquer ex-soldado vai admitir que "sim, éramos jovens e o corpo pagou o preço com feridas que levamos para o resto da nossa vida." Todos admitem que necessariamente se tem de “escutar” o corpo e treinar de maneira inteligente. Fui convidado pela Universidade Wingate dos Desportos de Israel, para conferenciar sobre o assunto "o lento é rápido". O governo israelita me pagava para explicar a ideia de que os ossos estão em um processo de crescimento contínuo até que temos quase 22 anos, e como toda a tensão nos ossos e as articulações pode criar problemas que vão durar toda a vida. Que os músculos são mais rápidos para crescer e adaptar-se, mas os ossos, articulações e ligamentos são mais lentos para crescer e adaptar-se e os motivos de termos que treinar mais lentamente para construir um sistema. Quando se perguntou porque alistamos os nossos jovens no Exercito de Israel à idade de 18 anos, a resposta é simples: são jovens demais para perceberem, fáceis de manipular e dirigir. A uma maior idade seriam mais inteligentes e talvez também se negariam. Depois de ver tantos soldados, polícias e soldados das forças especiais durante tantos anos como treinador, pude ver também diferentes lesões: O que significa matar a uma pessoa? "O peso de saber que se matou uma pessoa é grande. Tenho visto jovens que perdem a fé, e também jovens que adquirem uma nova fé mediante um curso intitulado: "Anatomia de um assassinato”, que trata do que as balas fazem nas pessoas. A maneira como penetram no corpo, que tipo de dano fazem, a diferença entre os órgãos moles e órgãos duros, o que sucede quando a bala penetra, como despregar antes para atirar


Defesa Pessoal antes e fazer maior dano." Um amigo me perguntou como se treina para isso e como se ensina? É uma matéria difícil. Falamos de civis ou do Exercito? No meu tempo, levava os meus estudantes da Unidade contra o Terrorismo à morgue do hospital e lhes mostrava os corpos, as diferentes partes após acidentes graves. Lembro-me de dois amigos que tinham estado em situações com suicidas-bomba e ambos disseram que sempre entraram com a mentalidade correcta, que agiram profissionalmente, como médicos ou enfermeiros fariam na mesma situação, mas uma vez cometeram um erro e entraram com a atitude e a mentalidade errada e foi muito mau. Podemos construir a boa atitude, mas isso não quer dizer que um dia não iremos falhar. O combate é um assunto difícil e por isso gosto de ensinar também a manipulação da espada, quando ensino combate corpo a corpo, posto que é a última parte do CQB usar uma espada em um combate corpo a corpo. Um tumulto é um combate corpo a corpo desorganizado, contra um grupo de combatentes. Um tumulto sucede quando grupos luta, entre si, sem ter em consideração as tácticas de grupo ou de luta, como uma unidade. Cada lutador combate sózinho. De entre os muitos tipos de luta que abrange o termo geral "o combate corpo a corpo” inclui o combate corpo a corpo e medieval antigo e os termos modernos de combate corpo a corpo e combates na curta distância (CQC). O combate corpo a corpo tem lugar quando forças militares contrarias se encontram em áreas restringidas, um ambiente que frequentemente se encontra na guerra urbana. As Tácticas Militares de unidades pequenas, tradicionalmente consideradas como formas de combate corpo a corpo, incluem a luta com mãos livres ou armas arrojadiças, como espadas, facas, machados e outras ferramentas. Nos tempos modernos (desde a Segunda Guerra Mundial), o termo 'combate corpo a corpo' também chegou a descrever o combate sem armas, assim como o combate com armas de fogo e outras armas à distância, quando estas se usam a curto alcance. William E. Fairbairn, que organizou e dirigiu o famoso Shanghai Riot Squad da Polícia Municipal de Shanghai, organizou um sistema de combate corpo a corpo para soldados e civis que recebeu seu nome,”o sistema Fairbairn", incorporando o uso da arma de fogo, faca, e técnicas de Artes Marciais de luta sem armas. Desde então, o termo 'combate' também se tem utilizado para descrever um confronto físico de curto alcance entre inimigos que não participam em um conflito militar, por exemplo, em manifestações e outros conflitos violentos entre as forças de ordem e civis. O Combate corpo a corpo, por vezes abreviado como HTH ou H2H, é um confronto físico letal ou não letal, entre duas ou mais pessoas, a muito curto alcance (distância de agarre) que não implique o uso de armas de fogo ou de outras armas à distância ". [1] Se bem aparece a frase 'mão a mão' para referir-se ao combate sem armas, o termo é genérico e pode incluir o uso das armas de batimento em ataque à distância de agarre, como facas, paus, cacetes ou armas improvisadas, como ferramentas de afiançamento.



Defesa Pessoal [2] Enquanto que o termo combate mão a mão, originalmente se referia principalmente aos confrontos de pessoal militar no campo de batalha, também pode referir-se a qualquer confronto físico de dois ou mais combatentes, incluindo polícias e civis. [3] Combate na curta distância, a uma distância um pouco maior da distância de agarre, que se denomina corpo a corpo ou combate corpo a corpo. Pode incluir armas e métodos letais e não letais, dependendo das restrições impostas pelo direito civil, as regras militares de combate,

ou os códigos éticos. O Combate corpo a corpo com armas de fogo ou com outras armas à distância, por combatentes militares a nível táctico, se denomina modernamente como batalha corpo a corpo. O Exercito dos Estados Unidos utiliza o termo combativos para descrever vários sistemas militares de combate, usados no treino do combate corpo a corpo em sistemas que podem incorporar técnicas eclécticas de várias diferentes Artes Marciais e desportos de combate. O Combate Corpo a Corpo (CQC), Batalha Corpo a Corpo (CQB) ou Luta Corpo a Corpo é um confronto físico entre dois ou mais combatentes. [4] Pode ter lugar entre unidades militares, polícias e criminosos, e outras acções similares. Na guerra, geralmente consta de pequenas unidades ou equipas que atacam o inimigo com armas de muito curto alcance e de até 30 metros, da proximidade do combate mão a mão até a distância de combate em que se usam armas de fogo de curto alcance. Em lugares fechados cenário típico de combates, os atacantes tentam um golpe muito rápido e violento a um veículo ou à estrutura controlada pelos defensores, que por regra geral não têm maneira fácil de se retirarem. Devido a que os inimigos, os reféns civis ou militares, e

os companheiros dos operadores podem estar estreitamente misturados, os combates na curta distância exigem um assalto rápido e uma aplicação precisa da força letal. Os operadores necessitam grande habilidade com as armas e a capacidade de tomar decisões em fracções de segundo, a fim de minimizar as baixas. Por vezes, os criminosos utilizam técnicas de combate corpo a corpo, como em um roubo à mão armada ou numa fuga da prisão, mas a maior parte da terminologia é proveniente do treino utilizado para preparar

portar e utilizar facilmente em espaços reduzidos, como carabinas, metralhetas, espingardas, pistolas, facas e baionetas. Como tal, o combate corpo a corpo é um conceito táctico que forma parte do conceito estratégico da guerra urbana, mas nem todos os casos de combates corpo a corpo são necessariamente exemplos de guerra urbana; uma selva é potencialmente um cenário de combates corpo a corpo. Fonte: Manuais de CQC

soldados, polícias e outras autoridades. Portanto, o material relativo aos combates na curta distância, se descreve do ponto de vista das autoridades que devem entrar na fortaleza onde os inimigos (OPFOR) fizeram a sua trincheira. Exemplos típicos seriam operações de comando atrás das linhas inimigas e o resgate de reféns. Apesar de haver uma considerável superposição, o combate corpo a corpo não é sinónimo de guerra urbana, agora por vezes conhecida pelo acrónimo MOUT (operações militares em terreno urbano), FIBUA (lutando em áreas em construção) ou Obua (Operações das zonas edificadas) no Ocidente. A guerra urbana é um campo muito mais amplio, incluindo a logística e o papel das armas colectivas, como metralhadoras pesadas, morteiros e lança-granadas montado, assim como artilharia, armaduras e apoio aéreo. Em combates à curta distância, o ênfase está nas pequenas unidades de infantaria que utilizam armas compactas que uma pessoa pode

Mais além da técnica Depois de ter ensinado durante muitos anos, vejo como espírito e mente devem de estar em seu lugar. Muitas vezes é mais importante que um corpo acondicionado para as artes combativas. O problema radica em pensar como a compartilhar com os estudantes, em sua maioria jovens e sem experiência, que podem pôr seus olhos só na armadura brilhante e o valente cavalheiro, e também na maneira de os fazer compreender o Zanshin e o Kamae. Falando com um meu amigo acerca das Artes Marciais tradicionais, ele me explicava o Kendo e isso é que eu aprendi melhor do Kendo. Agora sou professor. Eu estava muito surpreendido, mas ao mesmo tempo feliz por escutar e perceber acerca do Kamae. Kokoro no Kamae é a posição do coração e da mentalidade. No treino do Budo assumimos uma posição para proteger os pontos fracos e dificultar o ataque de um inimigo. Ao mesmo



tempo, é uma estratégia para expor os pontos fracos dos inimigos. Se nos enfrentarmos a um inimigo sem um kamae, seremos um alvo fácil. O uso básico do kamae se aprende no estudo das primeiras lições dos principiantes. Fisicamente, nos ajustamos a certas maneiras, como resposta ao que o inimigo nos mostra. Aprendemos que em cada kamae há formas mais favoráveis para o ataque e a defesa e formas menos favoráveis. Se aprende das fortalezas e das debilidades de cada e a posição maneira de utilizál a s estrategicamente contra vários tipos de a t a q u e s . Podemos ver o nos kamae desportos: no futebol e no basquete, por exemplo, o uso de treinos para

responder aos treinos de oponentes e há opções para utilizar a base dos próprios ajustes aos do rival. O Kamae também está presente nos jogos como o xadrez e por na guerra, em termos de formações de batalha. Para além do kamae físico (só situar braços, pernas e corpo de uma maneira específica) está o kamae mental. Se de novo reparamos nos fundamentos físicos, também está presente um aspecto mental. Desejamos utilizar o corpo para enganar o inimigo. Isto é Kyojitsu Tenkan básico... O Kyojitsu Tenkan explicado basicamente, significa que aquilo que o inimigo pode perceber e perante o que pode reagir não é realmente a nossa intenção. Se parece que a perna está aberta a um ataque, não está; no caso de se ver como o braço pode ser agarrado, é porque queremos que o agarrem. As vulnerabilidades verdadeiras estão ocultas, e as verdadeiras fortalezas estão ocultas como debilidades. Muitas pessoas nunca chegam a desenvolver estas habilidades, mesmo neste nível (e perdem a maior parte da Arte de faze-lo) o que não é de estranhar é que quando se trata de kamae mental e espiritual, a grande maioria nem sequer pensa nisso, pelo que nunca o treinam nem se fazem habilidosos com isso. A vida é combate não desporto! “Faz da tua posição de combate a tua posição quotidiana.” - Miyamoto Musashi


Defesa Pessoal "Cuidado com o ego; será a tua perdição..."

O rito do gato Quando o Mestre espiritual e seus discípulos começaram a sua meditação da parte da tarde, o gato que vivia no mosteiro fez tal barulho que os distraiu. Então o professor mandou que o gato fosse atado durante a prática nocturna. Anos mais tarde, quando o mestre faleceu, o gato continuou atado durante a sessão de meditação. E quando o gato finalmente morreu, outro gato foi levado ao mosteiro e atado. Séculos depois, eruditos descendentes do Mestre espiritual escreveram tratados académicos acerca do significado religioso de atar um gato para a prática da meditação.

De uma fonte tradicional Faz algum tempo, muçulmanos radicais sequestraram três jovens judeus e os assassinaram a sangue fria. Isto provocou uma nova onda de ódio em Israel. Muitos israelitas exigiram vingança. Trata-se de uma história em curso e foi transmitida a nível internacional, chegando a todo o mundo. "Olho por olho" é o que muitos exigem como vingança. Se é assim que o caminho vai ser, daqui a pouco estaremos cegos. Este facto provocou a tentativa de sequestro de um menino de oito anos de idade, por radicais judeus, terroristas religiosos. A criança foi salva por sua mãe no último minuto. Ela foi capaz de frustrar o sequestro. No dia seguinte, estes radicais judeus conseguiram sequestrar um garoto muçulmano de 15 anos e queimaram-no vivo. Quê vergonha e quê inumano. A mãe do menino judeu que tinha sido assassinado, Naftali Frenkel (RIP) disse que "não há nenhuma diferença entre um sangue e outro, ou uma religião e outra..., um assassinato é outro assassinato". Estas palavras de uma mão de luto, mostram que ela é uma guerreira. Os guerreiros não se rebaixam à altura de outras pessoas; vivem de maneira independente, de acordo com suas próprias normas e seu código de honra. Penso que estas palavras são muito importantes nestes dias tristes em Israel, porque vejo que baixo podem cair as pessoas. Sinto-me triste e doente ao mesmo tempo. Três terroristas sequestram três garotos e matam-nos, simplesmente porque são muçulmanos radicais e os garotos eram judeus. Como resposta, seis homens judeus radicais sequestram um garoto palestino muçulmano pobre e assassinam-no brutalmente da mais pérfida das maneiras - queimando-o vivo! Estas acções não são representativas dos israelitas nem da crença religiosa. Estas pessoas são criminosos doentes e seres humanos malvados. Estes não são guerreiros, são uns covardes. Não merecem serem chamados humanos! Os terroristas são terroristas e criminosos de guerra, tanto sejam de uma ou de nenhuma religião. Como Mestres responsáveis, devemos evitar que este mundo louco se degrade ainda mais mediante a educação, formando guerreiros que sigam um caminho amor, de amizade e paz, A religião não é o problema, há montes de guerras iniciadas por ateus (Hitler, Stalim e outros). O problema é a natureza h u m a n a . Desafortunadamente muitas pessoas são como ovelhas que seguem às cegas o dogma de qualquer grupo com que se identificam. Tanto seja o fundamentalismo islâmico ou a c o r r e c ç ã o política, o p r o b l e m a continua a ser o mesmo: o pensamento de grupo, a


Avi Nardia intolerância e a arrogância de pensar que se está com a razão e que todo aquele que não estiver de acordo, está errado. Odiar é fácil. Por isso, nas Artes Marciais tradicionais ensinamos os nossos estudantes a ensinarem com amor, paz e tolerância, e quando temos de ensinar Artes de combate, não esqueçamos costumes e valores, porque às vezes, só ensinamos a magoar ou a matar. Quando estudamos os antigos hábitos militares japoneses, vemos que sempre seguiram o Jutsu: o Kenjutsu mudou a Kendo Jujutsu, depois a Judo, portanto, de ser só a Arte e as habilidades, passou a ser 'O Caminho'. O método da era moderna é ensinar o amor, a paz e a tolerância, e não só as habilidades. Hoje, na MMA se volta para trás, se esquecem as habilidades, só se ensina a magoar e vencer, mas não a fazer uma pontuação muito importante. Ensinamos da maneira correcta e com as pessoas adequadas? Isto me fez deixar a "família" e construir a minha própria família que será fiel aos valores e à moral. Esta é a história da "família": Um dia, um homem viajava pela selva e encontrou um macaco. Ele se surpreendeu quando o macaco respondeu com um "Olá amigo!". O homem não sabia que os macacos falassem, e então perguntou ao macaco por isso. O macaco disse. "Sim, podemos falar, só que ocultamos isso." Então o homem disse ao macaco que "os seres humanos dizemos que os macacos e os seres humanos são da mesma família." O macaco se sentia imensamente feliz de ter um "novo" parente e não começou a gritar: e”A minha família, a minha família!" De repente, apareceu um leão que atacou os dois e o macaco puxou do homem para cima da sua árvore e subiu alto, a um lugar mais seguro. O leão disse: "Atira-me o humano; eu como só a ele e tu ficas livre." O macaco respondeu: "De nenhuma das maneiras, ele é da minha família"! Durante a longa noite, o homem finalmente cansou de esperar que o leão faminto fosse embora e pediu ao macaco que vigiasse enquanto ele dormia e disse que quando o macaco fosse dormir, ele vigilaria. Enquanto o homem dormia, o leão de novo pediu ao macaco que atirasse o homem e prometeu deixar o macaco livre. Mas o macaco de novo respondeu: "Não. Somos família". Quando o homem acordou, disse que o macaco dormisse e que ele vigilaria. O macaco foi dormir e o leão disse ao homem: "Atira o macaco para eu o comer e ficas livre!” O homem não pensou duas vezes e atirou o macaco ao leão, mas o macaco acordou rapidamente e antes de que o leão pudesse alcançá-lo com as garras, saltou de novo para a árvore e subiu até onde o homem estava sentado em segurança. Isto foi realmente vergonhoso para o homem. Ambos sabiam o que acontecera, mas ninguém falou nisso!. Então o leão adormeceu e o macaco disse ao homem: "Vamos embora!", e com ele marchou em segurança todo o caminho até a beira da selva e se despediu. Quando o homem começou a andar, o macaco chamou por ele e disse: “Posso te pedir um favor?" "Sim!"- disse o homem, feliz de que o macaco ainda o considerasse amigo, apesar do que o homem teria podido fazer ao macaco. O macaco disse: "Poderias fazer o favor de não dizer a ninguém que somos família?" Isto me leva de novo às Artes Marciais israelitas, e como fui apunhalado pelas costas por 'amigos' e outras pessoas cheias de cobiça que estavam muito dispostas a vender a minha amizade por muito pouco dinheiro, e me eu resolvi dizer simplesmente: "Por favor, não digas que somos família". Eu construi a minha própria família chamada GUERREIRO, porque os guerreiros seguem os ditados de seu coração e mantêm os seus valores e a moral! Esta é a minha família.


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Weng Chun


A arma secreta da antiga estratégia de combate chinês do Weng Chun Kung Fu, para derrotar oponentes de maior tamanho e mais fortes, é lutar contra a estrutura do contrário, em vez de lutar contra a sua força e velocidade. Para isso, os antigos Mestres de Weng Chun criaram a poesia das 16 estratégias: Loi Lau Hoi Song, Huen Lau Kau Da, Kwun Fan Jeet Chuen, Chum Kiu, Biu Chee.

E

xaminemos primeiro o Kwun Fan Jeet Chuen e o Chum Kiu Biu Chee. Kwun, meios de rodar. A estratégia Kwun, por exemplo, utiliza uma rotação inter na do braço, para criar uma alavanca no ataque que entra do contrário. Tanto si se ataca mediante um soco ou com um pontapé, com a influencia de Kwun podemos devolver o golpe desde um lugar seguro, ou bloquear ou apanhar o braço ou a perna, e utilizar esta situação para novos ataques. Outro método é utilizar a alavanca para a criação de uma pressão constante para diante, para destruir a estrutura do contrário. Rodamos com o Kwun, utilizando os braços, pernas, mãos, pés, ombros, ancas, ou com o corpo todo. Fan significa dividir. A estratégia Fan aponta a dissipar a força do oponente. Um bom exemplo de Fan é o duplo punho de reverso do Weng Chun, onde desviamos e dirigimos o ataque que entra do oponente, com um braço, enquanto que ao mesmo tempo batemos com a parte traseira do punho do outro braço. Isto empurra o oponente para o nosso ataque, multiplicando o mal que fazemos e ao mesmo tempo desequilibrando-o. A palma da mão acima ou Tan Sao, também é uma muito famosa mão do Weng Chun, que utiliza a estratégia Fan. A

Texto: Andreas Hoffmann, Christoph Fuß, Fotos: Gabriela Hoffmann, Budo International

Defesa Pessoal Weng Chun: Como conseguir inutilizar a velocidade e a potência de um oponente!


Weng Chun



Weng Chun estratégia Tan Sao Fan pode ser combinada com um soco ou com um pontapé simultâneo. Jeet significa cortar, interceptar e a estratégia Jeet se utiliza para interromper a sincronização do contrário ou interceptar seu ataque. Por exemplo, quando o oponente está preparando um pontapé, podemos fazer Jeet para interceptar o mesmo. A ideia é cortar o ritmo de luta dos oponentes e/ou a preparação de seus ataques. Um bom momento para utilizar a intersecção Jeet é também quando o oponente modifica o lado de seu ataque, porque então, por regra geral se desequilibra um pouco, o que provoca que o seu ataque seja alterado pela utilização

da intercepção Jeet. Um aspecto interessante da intersecção Jeet é o nível de aplicação mental, atacar o oponente no mesmo momento em que se prepara para a acção. Surpreendendo-o e preocupando-o, a luta torna-se mais fácil, porque assim ele sempre estará um passo atrás de nós. Chuen significa polegada, pequeno e a estratégia Chuen utiliza uma pequena mudança rápida, por exemplo, da nossa mão, para inserir o ataque do contrário, proporcionando, por exemplo, a oportunidade de conseguir situar-se atrás dele e atacá-lo desde essa posição superior. Conhecer o pequeno ponto, por vezes modifica totalmente a posição com o oponente: uma ligeira modificação do ponto doce bastaria para conduzir a uma posição completamente diferente em relação ao oponente. Como lutadores é necessário conhecer os pormenores, especialmente nos níveis superiores. Chum significa descer, afundar-se, rebaixar, portanto, a estratégia chum aponta à redução da estrutura do contrário. Por exemplo, se atacar com um derribamento com ambas pernas, nós aumentaremos a sua queda através do seu antebraço, pelo que perderá o equilíbrio e o poderemos controlar desde uma posição superior, neste caso mediante batimentos. Kiu significa ponte e com a estratégia da ponte, o lutador Weng Chun sempre adopta uma posição adequada em relação com o atacante, enquanto usa o timing de tal maneira que pode conseguir o maior efeito possível sobre o atacante, mediante a aplicação de uma força


relativamente pequena, e é capaz de o controlar sem esforço. Se o oponente atacar, oferece-lhe uma ponte que pode utilizar. Outra frase Kiu é: “Kiu Loi Kiu Seung Go” que significa “Se há uma ponte, atravessa a parte superior da ponte". Biu significa lançar dardos e seguindo a estratégia de Biu, podemos, por exemplo, levar a termo um golpe de meio ponto, de dentro para fora, especialmente com o antebraço e o golpe de dedo, para desconcertar o oponente, para quebrar o seu ritmo (estratégia "Jeet") surpreendendo-o com um ataque de dedo rápido. Especialmente se fazemos Chun, descemos (a estrutura) e podemos

continuar facilmente com um ataque Biu (dardos) e desequilibrar o oponente. Chee significa dedo, portanto, para a estratégia de Chee, basta saber como usar os dedos para lançar dardos ou agarrar. Podemos considerar estas antigas estratégias de Weng Chun como universais. Eu as uso no Sanda Sparring, no treino Chi Sao, no Brazilian Jiu Jitsu, Tai Chi e Pakua, empurrão de mãos, etc. Sempre que examinamos o combate mais de perto, encontramos estas estratégias atrás das técnicas. O falecido Wai Yan, Grão Mestre chinês de Weng Chun, foi o único dos Grandes Mestres dos que conheci na China, que compreendeu e aplicou este princípio orientado ao estilo da luta. A sua vida e obra no Weng Chun, depois da Segunda Guerra Mundial, esteve dedicada a unificar todas as tradições do Weng Chun Kung Fu na sua famosa escola de Kung fu Dai Duk Lan e compreender os princípios e estratégias mais profundamente subjacentes. O treino dia-a-dia e o duro combate em Dai Duk

L a n , com Grandes Mestres do Weng Chun, assim como com grandes Mestres de outros estilos, como o GM Yip Man etc., possibilitaram que depois da Segunda Guerra Mundial, alcançasse um alto nível de Weng Chun Kung Fu. Eu próprio me tornei seu último estudante e hoje me dedico ao ensino de alto nível desta Arte Marcial do Weng Chun, em todo o mundo. Esta é a razão pela qual os competidores Weng Chun têm tanto êxito, ainda que não sejam muitos. Entrem a fazer parte da evolução do Weng Chun e unam-se às nossas escolas. Visitem: HYPERLINK "http://www.weng-chun.com" www.weng-chun.com


Weng Chun




















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