Criados para Adorar

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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por ©2009, BV Films Editora Ltda e-mail: comercial@bvfilms.com.br Rua Visconde de Itaboraí, 311 - Centro - Niterói - RJ CEP: 24.030-090 - Tel: (21) 2127-2600 www.bvfilms.com.br • www.bvmusic.com.br É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. Originally published in English by Amem Music Publications under the title: Created for Worship Copyright © 1998 by Mike Herron All Rights Reserved Translated and used by permission of Strang Communications Company Criados para Adorar 1ª edição – Abril/2009 Foto Capa: Jonathan Liedtke Arte Capa e editoração: Guil Tradução: Daiane Rosa Ribeiro de Oliveira Revisão de texto: Marco Antonio Coelho ISBN: 978-85-61411-05-3 Classificação: Cristianismo Disponível em outras línguas por Strang Communications, 600 Rinehart Road, Lake Mary, FL 32746 USA, Fax 407-333-7100 www.strang.com

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Aos meus mentores espirituais, Reverendo Kevin Conner e Pastor Dick Iverson. A Kevin, pelos seus grandes mantos de ensinamento e pela provisão das sementes da palavra de Deus. Ao pastor Dick por dar-me a oportunidade de fazer parte do ministério, e por confiar a mim o ministério de música de sua igreja. Este livro é parte do fruto da fidelidade e amor desses homens.

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Índice

Apresentação por Frank Damazio Prefácio Agradecimentos

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Parte Um: A Criação da Música Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4

Introdução A Criação da Música A Teoria Numérica da Música As Eras da Adoração

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Parte Dois: A Visão da Adoração Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10

A Visão do Céu As Quatro Naturezas da Adoração Os Vinte e quatro Anciãos O Rio da Vida A Plenitude do Louvor O Espírito da Adoração

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Parte Três: As Obras da Adoração Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13

Os Cantores Os Músicos Os Dançarinos

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Parte Quatro: O Propósito da Música Capítulo 14 Capítulo 15

Os Doze Propósitos da Música Conclusão

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Apresentação Toda congregação foi envolvida em uma explosão apaixonada de adoração; mãos foram erguidas e vozes entoavam um cântico novo, espontâneo de louvor, vindo dos corações. Ela era celestial, impactante, sensível e espiritualmente gratificante. O ministro de louvor, sentado ao piano, tocava espontâneamente ao Senhor. Seus dedos expressavam palavras de louvor e adoração, à medida que ela afluía do seu instrumento. A congregação inteira se uniu em um espírito de adoração enquanto éramos conduzidos por Mike Herron. Ele conduziu a igreja à níveis elevados de adoração e amor, enquanto as ondas da presença de Deus fluíam sobre as pessoas. Fomos criados para isso. Sem dúvidas, sem obstáculos, sem impecilho. Fomos criados para momentos como este, criados para adorar com toda a nossa mente, com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso corpo. Há mais de vinte anos Mike Herron tem sido um campeão na adoração segundo a Bíblia e no ministério profético das canções ao Senhor. Ele tem sido recebido, tanto em nossa nação quanto nas nações ao redor do mundo, como o querido salmista de Israel. Este livro contém tesouros espirituais resultantes de pesquisas e do ensino da adoração por mais de duas décadas. Se você está envolvido com a liderança de uma igreja voltada para adoração, ou se deseja introduzi-la em sua igreja, este livro será uma ferramenta muito valiosa. Eu recomendo tanto o livro quanto o ministério de Mike Herron. Considero uma honra ser seu amigo. Pastor Frank Damazio

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Prefácio Este livro é para os amantes da música! É raro encontrar alguém que não goste de pelo menos um estilo musical. Ela é o amor universal, a linguagem que todas as culturas entendem e apreciam. Este livro é para os músicos que conhecem e apreciam a maravilhosa ciência e beleza de sua arte. É também para aqueles que participam de um ministério cristão de música e têm a responsabilidade de conduzir as pessoas à presença do Senhor através da adoração. Este livro também é para aqueles que não são músicos, mas desejam saber como esse poderoso fenômeno afeta suas vidas de formas profundas. Este livro é também para aqueles que amam adorar. Ao redor de todo o mundo, o povo de Deus está aprendendo a exaltar e a adorar ao Senhor Jesus Cristo, e a adoração é a língua universal de todo aquele que ama a Deus. Este livro é para todos os estudantes que olham para as Escrituras em busca de uma revelação plena de Cristo e do entendimento da adoração. É também para aqueles que não são cristãos, mas que estão buscando conhecer e encontrar a verdade sobre a Bíblia e sobre Jesus Cristo. Este livro foi escrito sob perspectivas bíblicas. A partir das escrituras vemos que Deus criou a humanidade para se render a Ele em um relacionamento de amor expressado na adoração. Podemos ver, também, que a música foi criada para realçar e para expressar o nosso amor pelo Senhor. Enquanto existem muitos outros propósitos para a música, esse é a “essência” da nossa criação e da criação da música. O desejo de Deus é ver a igreja atenta à tarefa de entoar Seus louvores em todas as nações da Terra. Que este livro alcance o Seu propósito!

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Eu gostaria de agradecer a Kathy Darrah pelas primeiras digitações do manuscrito deste livro a partir da minha caligrafia nada legível. Gostaria de agradecer também a Cheryl Iverson pelas suas habilidades de edição e pelas valiosas sugestões na forma e na ordem do livro. Muito obrigada a Deborah Denno pelo seu lindo trabalho artístico no desenho do Tabernáculo do Céu.

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Parte Um A Criação da Música

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Capítulo 1 Introdução

O Teste Em uma manhã de 1970, eu peguei o meu livro de composições musicais e o levei até Little Beach, o estuário de um rio que desemboca no Oceano Pacífico em Gearhart, Oregon. Minha esposa, Marsha, e eu vivíamos nas proximidades, em uma casa pequena com a nossa filha, Pippa, ainda bebê. Eu tinha vinte anos de idade e carregava o que para mim era a direção dada por Deus para purificar o meu coração da idolatria da música. Desde a minha conversão no ano anterior, eu abri mão de todos os meus CDs de rock e jazz, e mais tarde, da minha coleção de música clássica e popular. Não que essas músicas sejam diabólicas, ou que todo aquele que segue a Cristo deva fazer como eu fiz. Isso foi Deus agindo individualmente na minha vida por causa do meu intenso amor e devoção à música. Agora eu estava para realizar o que sentia ser direção de Deus – colocá-lO em primeiro lugar na minha vida ao jogar meu livro de composições no rio! Fazer isso não era algo fácil para mim, uma vez que fui um músico dedicado por dez anos. Estava a ponto de desfazer-me de todas as minhas composições, o bem mais valioso que eu tinha na terra! Minha mente estava fixa à história de Abraão oferecendo seu filho Isaque. Gênesis 22:1 diz que “Deus pôs Abraão à prova...” e eu estava certo de que uma vez que Deus visse minha obediência, Ele iria de alguma forma intervir e impedir o sacrifício. Eu orei fervorosamente à beira do rio. Eu sabia que a música estava em primeiro lugar na minha vida e este “sacrifício” era absolutamente necessário para que Cristo tivesse supremacia em todas as coisas. Eu era culpado por adorar a “criação” da música acima do

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“criador”. A música não era um veículo de adoração, antes ela tinha um fim em si mesma para mim, e essa atitute acabaria com a minha dedicação e sinceridade em seguir a Cristo. Eu gastei muitos dias pensando e orando a respeito da minha luta entre a música e Deus; a minha conclusão não foi uma decisão precipitada. Eu orei outra vez, esperando que Deus, de alguma forma, tirasse essa convicção de mim. Eu ainda hesitei em jogar as minhas composições no rio, esperando que Deus me impedisse de fazer tal sacrifício. Mas não havia voz alguma, nenhuma alteração de urgência. Eu joguei os livros na água. Depois peguei uma longa vara e os impulsionei para dentro da calma correnteza e disse adeus para sempre à ilusão de me tornar um músico famoso. Eu deixei aquele lugar me sentindo vazio, e até um pouco desapontado com Deus por ter tirado de mim o meu tudo. Eu lembro de ter pensado: “Tudo o que me restou foi Deus!”

Um acontecimento milagroso Eu não falei com ninguém a respeito da batalha interior que experimentei naquele dia. Meu suave sentimento de satisfação por ter feito o que entendi ser a vontade de Deus era digerido com um sentimento de perda profunda e luto por músicas muito bonitas que descansavam nas profundezas do rio! Naquela noite eu recebi uma ligação urgente de um jovem rapaz da igreja. Suas palavras expressavam o seguinte: “Eu estava brincando em Little Beach e encontrei suas músicas na areia, elas foram deixadas pelo oceano. Você provavelmente as deixou lá enquanto a maré estava baixa, e a maré aumentou e as levou. Vou lhe devolver o livro agora.” E desligou o telefone. Eu não tive a chance de dizê-lo para deixar o sacrifício em paz; o poder de ressurreição de Deus estava em ação! Ele trouxe até a minha porta os livros encharcados e eu os sequei enquanto explicava toda história para Marsha. Deus me devolveu as músicas, mas agora havia algo diferente. Deus era a minha força e a minha canção. Eu pensei no que Ele disse à Abraão:

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“Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho.” (Gênesis 22:12) E: “... Que por ter feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho, esteja certo de que o abençoarei.” (Gênesis 22:16-17) Não estou dizendo que todo mundo deve pegar tudo o que possui no que se refere a música e jogar no rio mais perto – isso seria presunção e não fé! Deus deseja uma nova canção em nosso coração, e para isso o velho precisa morrer antes do novo nascer.

As sementes da música Minha genética musical é um presente herdado do meu pai, um músico autodidata. O meu berço ficava próximo à sala onde ele tocava piano. Eu acredito que alguma coisa foi transferida ao meu coração infantil enquanto o ouvia tocando durante a noite! Minha avó tocava piano na igreja dela e era bastante hábil. O meu bisavô era violinista e diretor de uma banda. Aos dez anos de idade comecei a tocar piano e tive as aulas regulares que crianças de todo o mundo experimentam. Estou em débito com meus professores June Cameron e Leon Erickson. A música era um mundo fascinante para mim. Ela era uma linguagem que parecia ser mais profunda, mais sincera do que palavras ditas. Eu queria aprender esta linguagem. Cada nota e acorde significava para mim uma vastidão de vocabulário, uma grande habilidade de falar e expressar a grande variação da alma humana. Eu era um daqueles estudantes loucos que amavam praticar e tocar piano.

Rock’n roll No início dos anos sessenta eu ajudei a formar uma banda de rock chamada “Teddy and the Rough Riders”. Nosso grupo era

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formado por um baixista, um guitarrista e por mim no órgão. Nosso estilo seria melhor descrito como “primitivo” e “barulhento”. Tocávamos seis noites por semana durante o verão, em um clube para adolescentes em Seaside, Oregon chamado “The Pypo Club”. Noite após noite ultrapassávamos o repertório de no máximo 21 músicas com canções de altíssimos decibéis. Foi durante esses anos que eu descobri o poder da música na formação dos valores morais e sociais. Enquanto tocávamos, minha vida era profundamente impactada pelas mensagens da música.

Clássicos No outono de 1967, eu frequentei a Universidade do Oregon. Fazia exercícios de piano e escrevia músicas por um período de quatro a cinco horas por dia, junto com as outras disciplinas obrigatórias para um estudante universitário especializado em música. Eu fui desafiado pelo meu professor de composição, Monte Tubb, a criar músicas novas e modernas, o que particularmente adorava fazer. Mas no fundo do meu coração eu estava preocupado. Havia questões que eu não poderia responder – questões maiores como: “Qual é o propósito de tudo isso?” e “Por que estou aqui?”

A geração dos anos sessenta A minha geração estava em um tempo de transição. A guerra do Vietnã estava radical, os valores socias estavam sujeitos a um ataque em grande escala, e alguns dos nossos líderes tinham sido assassinados sem razão. Maconha, LSD, rock e imoralidade se tornaram a válvula de escape para um outro mundo que prometia ilusão e fuga da confusão. Inocentemente eu entrei por esta porta, experimentei drogas, desenvolvi um desprezo pelas autoridades e enchi a minha mente com as músicas daquela era.

Tem um garoto aqui que deseja ser salvo Minha vida mudou para sempre durante um congresso de jovens em uma igreja afro-americana chamada “Maranata”, em Portland, Oregon. Um amigo me convidou para essa igreja de

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centenas de passoas que estavam experimentando um mover tremendo do Espírito Santo durante os dias do “Avivamento”. Eu queria responder à pregação da pastora Brazille: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) Eu estava preso às garras do pecado e das trevas. Muitos atenderam ao chamado para a mudança, mas eu ainda permanecia paralizado, incapaz de me achegar ao Salvador, que se aproximava de mim. O culto acabou e enquanto a congregação deixava a igreja, de repente a irmã Brazille falou sentada ao piano: “Tem um garoto aqui que deseja ser salvo e não vamos sair daqui enquanto ele não for salvo. Todos vocês voltem para cá e comecem a orar.” Ela os atraiu de volta à igreja e os direcionou a orar por este jovem desconhecido. A mulher que estava ao meu lado começou a chorar e a orar baixinho suplicando ao Senhor pela alma desse “garoto”. E também comecei a orar por “ele”, sem saber que na verdade era eu que precisava da fonte purificadora do sangue de Cristo. A última coisa que lembro era estar no altar, chorando em arrependimento pelos meus pecados e pedindo a Jesus para ser meu Salvador e me encher com o amor de Deus. Eu cria em meu coração na verdade da Palavra de Deus, e uma nova vida em Cristo tinha começado.

Conhecendo a Sua unção Em 1971, eu comecei a frequentar a Faculdade Bíblica de Portland e a igreja Bible Temple. Durante os anos de faculdade, eu fazia parte de um grupo chamado “The Dayspring”. Viajávamos de igreja a igreja, tocávamos em cafeterias, conferências, encontro de adolescentes, acampamentos e em templos de todas as denominações. Deus me ungiu enquanto ministrava a Ele em nossa turnê de verão. Em 1974 eu me uni à equipe da Bible Temple como músico, sob o pastoreio de Dick Iverson. Eu era responsável por supervisionar a música na igreja, e pela grade de música desde a

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escola primária até a faculdade. Esses foram dias de extrema alegria para mim – liderança de louvor, canções proféticas, ensino da Bíblia e princípios musicais. Nosso coral cresceu para setenta e cinco membros e tínhamos uma linda orquestra de quarenta membros, incluindo uma orquestra de cordas, percurssão e uma harpa. Nos encontrávamos soberanamente direcionados em adoração pelo Espírito Santo e por várias vezes tocávamos e cantávamos, juntos, uma nova canção em uma linda harmonia. Muitos dos conceitos que estão nos próximos capítulos foram plantados em meu coração durante esses anos de ministério integral de louvor e adoração.

Fundando uma igreja Em 1983, Marsha e eu começamos uma nova igreja em Salém, Oregon, chamada Willamette Christian Fellowship. O meu chamado para o ministério pastoral nos levou a edificar uma nova família de cristãos, e a adoração teve um novo significado para mim. Eu não era mais um especialista, com o foco em música e adoração; eu era um praticante comum, responsável por levar um corpo de cristãos à maturidade em todas as áreas da vida deles. As minhas teorias de louvor e adoração estavam agora sobre a base da experiência. Eu creio que as minhas perspectivas como pastor contribuíram para o reconhecimento da preciosidade do que é uma igreja adoradora.

Às nações Em janeiro de 1995 entregamos nossa congregação aos nossos pastores associados, Don e Ann Finley, para atender ao chamado de levar a Palavra de Deus e a adoração para as nações. Salmos 86 se tornou a inspiração para a nossa nova visão: “Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome” (Salmos 86:9). Deus está chamando pessoas de toda tribo, língua e nação para um relacionamento pessoal de adoração com Ele. Ele criou a música e Ele nos criou para vivermos ligados em adoração com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.

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