Proposta de Intervenção Arquitetônica no bairro da Boa Vista - Recife/PE

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HUIS - HAB Proposta de Intervenção Arquitetônica no bairro da Boa Vista - Recife/PE


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA DE ATELIER DE PROJETO VIII DOCENTES: MARIA DE LOURDES C. C. NÓBREGA E JOSÉ NILSON DE A. PEREIRA DISCENTES: BEATRIZ REGINA M. MARANHÃO JULIA CARLA S. DOS SANTOS MAREIKE W. S. DE CARVALHO MARIANA LUIZA O. GOMES

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Trabalho desenvolvido por Beatriz Regina Maranhão, Julia Santana, Mareike Carvalho e Mariana Luiza Gomes, na disciplina de Atelier de Projeto VIII, ministrada pelos Docentes Maria de Lourdes Nóbrega e José Nilson Pereira, com o intuito de elaborar uma proposta de intervenção arquitetônica em um lote localizado entre as ruas da Alegria e Leão coroado no bairro da Boa Vista, região central do municipio do Recife. O estudo tem como intuito compreender o preexistente, e através dos conceitos de Dissonância e Conssonância, apresentados por Andrade Júnior (2006), realizar a intervenção, considerando os aspectos da paisagem e legislativos, para fins de elaboração de Anteprojeto no sítio.

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SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

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INTRODUÇÃO

4.1 Planta de situação 4.2 Planta de coberta 4.3 Planta baixa térreo 4.4 Planta baixa primeiro pavimento 4.5 Planta baixa mezanino 4.6 Corte AA’ 4.7 Corte BB’ 4.8 Corte CC’ 4.9 Detalhamentos 4.10 Fachada da rua da Alegria 4.11 Fachada da rua Leão Coroado

1.1 Uma breve análise da área de intervenção 1.2 Metodologia

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ESTUDO DE VIABILIDADE

ASPECTOS TÉCNICOS

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ESTUDOS DE CASO 5.1 Casa Artesanato / Zecc Architecten 5.2 Edifício Arsenal 108 / SIA arquitectura + Aires Mateus

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ESTUDO PRELIMINAR 3.1 Implantação 3.2 Volumetria 3.3 Ritmo 3.4 Escala 3.5 Densidade ou massa 3.6 Cores e texturas 3.7 Zoneamento de plantas e cortes

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REFERÊNCIAS

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UMA BREVE ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Esse trabalho teve como objetivo elaborar uma proposta para inserir uma edificação no terreno vago situado na esquina da rua da Alegria e Leão Coroado. Para realizar a implantação da edificação no local, foi estudado a morfologia, a legislação, a tipologia, os usos e os fluxos de veículos e pedestres no espaço.

O recorte do bairro está localizado em uma Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (ZEPH 8), por ser uma área de importante e relevante expressão histórica e arquitetônica do município, requer parâmetros e requisitos urbanísticos específicos de uso e ocupação do solo, em função de suas características especiais. Além disso, também é um Setor de preservação rigorosa (SPR 1), devido ao seu significado histórico e/ou cultural que requerem sua manutenção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto.

Imagem 1 - Localização do bairro da Boa Vista e do terreno de análise Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020. Imagem 3 - Legislação da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG Produzido pelas autoras, 2020.

A área é marcada por um gabarito baixo, isso ocorre devido aos usos e tipologia encontradas no local, pois a maioria das edificações são de uso residencial unifamiliar com tipologia de “porta e janela”, ou seja, os imóveis presentes possuem entre 1 a 3 pavimentos. Além disso, a maioria das edificações de uso comercial se concentram na rua da Santa Cruz, as demais ruas são marcadas por uso residencial. Vale ressaltar, que devido ao grande número da tipologia “porta e janela”, a área é marcada por um alto grau de identidade.

Imagem 2 - Área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 4 - Gabarito da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG Produzido pelas autoras, 2020.

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Pertencendo a uma área de sítio histórico, a região do diagnóstico, segue um arruamento e implantação característicos da urbanização a partir do século XVIII. Seguindo este padrão, se observa a presença de vazios, no final da maioria dos lotes, o que pode ter uma presença de áreas verdes, como o quintal. Também é notório, que outros vazios, são referentes a lotes que passaram por demolição de edificações ou que não foram ocupados em algum momento. Se observa, na planta da página seguinte, a presença de áreas com grandes vazios, esses pontos tem sua maioria o uso de estacionamentos, como é o caso do lote do projeto de intervenção, já o outro grande vazio, é o átrio do mercado da Boa vista. A presença de átrio nos lotes, também favorece a porcentagem de vazios na área.

1%

1,5%

1% Vazios

2%

Eclético

N Templo

2%

Casa sem recuo lateral

1,5%

Edifício singular

11%

Casa solta no lote

10% Sobrado

Casa porta e janela

70%

Sobrado descaracterizado

Mapa de Tipologia

60 M

Imagem 5 - Tipologias da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 6 - Gabarito Baixo, Tipologia “Porta e Janela” e Uso Residencial, na Rua da Alegria. Fonte: Google Earth Pro Outubro, 2020.

Imagem 7 - Gabarito Baixo, Tipologia e Uso Residencial e Comercial, na Rua Santa Cruz. Fonte: Google Earth Pro - Outubro, 2020.

Imagem 8 - Cheios e vazios na área de análise. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 9 - Mescla de áreas construídas e áreas de vazios urbanos, na Rua da Alegria. Fonte: Google Street View, 2020.

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Em relação aos fluxos de veículos, devido ser uma via secundária, a rua de Santa Cruz apresenta uma maior intensidade diante as outras ruas, pois ela tem a função de conectar bairros. Levando isso em consideração, as vias locais que são a Rua da Alegria e a Leão Coroado apresentam baixo fluxo, pois a maioria de suas edificações são residenciais. Em relação ao fluxo de pedestres, devido a cultura do caminhar identificada no local, é apresentado uma alta intensidade, principalmente na rua da Santa Cruz devido ao intenso comércio local e ao Mercado da Boa Vista.

Imagem 10 - Hierarquia viária da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 15 - Fluxo de veículos, na Rua Santa Cruz. Fonte: Google Earth Pro - Outubro, 2020.

Em relação ao fluxo de pedestres, devido a cultura do caminhar identificada no local, é apresentado uma alta intensidade, principalmente na rua da Santa Cruz devido ao intenso comércio local e ao Mercado da Boa Vista.

Imagem 11 - Fluxo de carros da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 12- Fluxo de motos da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 13 - Fluxo de ônibus da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 14 - Fluxo de pedestres da área de diagnóstico. Fonte: Google Earth e ESIG - Produzido pelas autoras, 2020.

Imagem 16 - Rua Leão Coroado. Fonte: Google Earth Pro - Outubro, 2020.

Imagem 17 - Fluxo de pedestres, Rua da Santa Cruz. Fonte: Google Earth Pro Outubro, 2020.

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Metodologia de Intervenção A metodologia de intervenção se baseia na tese de mestrado de Nivaldo Andrade Júnior, realizada em 2006, tendo como título “Intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado”. A Dissertação foi realizada para obtenção do grau de Mestre em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal da Bahia. A tese tem como objeto de estudo a inserção da nova arquitetura frente a contextos preexistentes, e esboça um panorâma geral, identificando três tipo de intervenção, os quais serão aqui apresentadas, além de conceituar as abordagens projetuais definidas em consonância ou dissonância, definições que serão enfatizadas neste trabalho. A análise metodológica apresentada por Andrade (2006), detém alguns aspectos que são tomados a partir do expectro e análise de outros autores, e essa análise tomamos como ponto de fundamental importância para a melhor compreensão de como se tomou a metodologia para a realização de nossa proposta de intervenção. Segundo Norberg-Schulz, aponta Andrade (2006), é na dimensão formal da edificação que está reunida grande parte da obra de arte, e levando isso em consideração, a preservação da obra consiste principalmente na preservação de sua forma. Desse modo, é perceptível em alguns casos, que a forma arquitetônica determina o aspecto simbólico da função do edifício. Vale ressaltar, que parte dessa compreensão se dá devido à condicionantes, como climáticos e o entorno da edificação, ou seja, a obra nunca é vista de forma independente, sendo assim, interferindo na percepção da mesma. Ainda segundo Norberg-Schulz, em seu livro A Forma, ele estabelece princípios que visam descrever e comparar as estruturas formais. As principais categorias são:

Os fatores para que são estudados para fazer essa análise são: a implantação, a volumetria, o ritmo, a escala, a densidade ou massa e as cores e texturas. Portanto, esses fatores contribuem para o estudo das relações das formas externas da nova arquitetura com a preexistente, assim definindo se estão em consonância ou em dissonância.

Fatores de Análise 1) Implantação

4) Escala

2) Volumetria

5) Densidade ou Massa

3) Ritmo

6) Cores e Texturas

- Massa: é o volume arquitetônico; - Espaço: São os espaços mais ou mens fechados que são definidos pelos volumes; - Superfícies: compreende as fachadas e a cobertura;

Segundo Bruno Zevi, como aponta Andrade (2006), existem 4 dimensões na arquitetura: a altura, a largura, a profundidade e o tempo. Porém, para ele, o fator que realmente define arquitetura é o seu espaço interior. E isto está relacionado tanto ao interior de uma edificação como também no espaço urbanístico. Zevi define que os pontos mais importantes de uma obra arquitetônica são a volumetria e o espaço, assim deixando de lado a importância do valor artístico das superfícies. Porém, para Norberg-Schulz, a fachada também deve ter o seu valor igualitário com os outros itens. Pois, em algumas obras, a própria superfície se sobressai dos outros fatores, como é o caso, em obras de Michelangelo, em que o tratamento das superfícies se destaca. Portanto, para ser realizado uma análise justa da forma arquitetônica, deve ser considerado o espaço, o volume e o tratamento das superfícies. Após apresentação dos pontos de destaque de uma forma arquitetônica e seus elementos, para proposta de intervenção, apresentamos os aspectos e fatores trazidos por Andrade Júnior em sua tese, e para que ocorra a análise das intervenções será deixado de lado o espaço interno das edificações, isto é, será apenas analisado apenas a forma externa da nova arquitetura em relação com a preexistente em seu contexto urbano.

Imagem 18 - Ícones dos fatores de análise. Produzido pelas autoras, Novembro, 2020.

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1) Implantação

2) Volumetria

A volumetria de uma edificação é compreendida como a sua forma geral. Vale ressaltar, que mesmo que a volumetria da nova obra arquitetônica seja uma repetição da já preexistente, ainda, podem haver contrastes entre si. A intervenção volumétrica está em consonância com a preexistente quando elas se assemelham entre si, dessa forma, a intervenção estará em harmonia. De outro modo, a intervenção está em dissonância quando apresenta formas diferentes da obra preexistente. Isto é, utilizar formas curvas em uma edificação, quando as formas arquitetônicas do seu entorno só apresentam formas lineares e planas.

A implantação corresponde a localização da intervenção arquitetônica em relação a arquitetura já existente no espaço urbano. Essa implantação pode ser a ampliação de uma edificação, um edifício novo ou a continuação de ruínas. A intervenção está em consonância quando a implantação da obra arquitetônica respeita o traçado e o tecido urbano da implantação das edificações existentes. Por outro lado, está em dissonância quando não compreende a logica da implantação das edificações já existentes

ÍCONE

A exemplo a Casa Cicogna, está em consonância, uma vez que, a implantação da obra arquitetônica respeita o traçado e o tecido urbano da implantação das edificações existentes. Por outro lado, o Museu Kunsthaus, apresenta a implantação da nova arquitetura se encontra em dissonância quando seus traços são destoantes do traçado do entorno.

A Embaixada Suíça em Berlim é um exemplo de consonância entre volumetrias, uma vez que, a intervenção apresenta a volumetria se assemelha com o preexistênte, não de forma similar, mas de forma harmoniosa. Por outro lado, o Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York, é dissonante na volumetria, uma vez que apresenta o inverso da volumetria da embaixada.

Imagem 22 - Embaixada Suiça em Berlim, Alemanha. Fonte: Wikiwand - Acessado em outubro de 2020.

Imagem 23 - Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York. Fonte: Prime Gattai. Acessado em outubro de 2020.

Imagem 20 - Museu Kunsthaus, na Áustria. Fonte: BubbleMania. Acessado em outubro de 2020. Imagem 19 - Casa Cicogna, na Itália. Fonte: Wikipedia Acessado em outubro de 2020.

Deve ser levado em consideração que não é apenas os recuos que caracterizam uma implantação, mas também a sua forma, como por exemplo, a implantação de uma edificação sobre pilotis, em um tecido urbano, em que as edificações existentes são construídas em alvenaria autoportante, faz com que haja uma quebra na continuidade da paisagem, o MASP é um exemplo dessa descontinuidade.

Imagem 21 - MASP, em São Paulo. Fonte: Viva. Acessado em outubro de 2020.

Além disso, pode haver tanto consonância ou dissonância em intervenções com ampliações verticais de alguns edifícios históricos. O Heast Tower, em Nova York, é um exemplo de dissonância, pois a volumetria de ampliação é totalmente distinta da edificação já existente. Por outro lado, o Hotel Claris, em Barcelona, é um exemplo de volumetria consonante, pois a morfologia da forma é preservada.

Imagem 25 - Hotel Claris, em Barcelona. Fonte: Hotel. Acessado em outubro de 2020.

Imagem 24 - Heast Tower, em Nova York. Fonte: Archdaily. Acessado em outubro de 2020.

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3) Ritmo

4) Escala

O ritmo se refere à repetição de determinados elementos utilizados na composição das superfícies-limite do objeto arquitetônico e que configuram a sua aparência: aberturas, estrutura, elementos de decoração salientes ou escavados na fachada, mudança de materiais ou de cores de acabamento, etc. Quanto ao ritmo, as intervenções podem variar daquelas que repetem o ritmo das preexistências até aquelas novas arquiteturas que apresentam ritmos absolutamente distintos do contexto. Há ainda abordagens intermediárias, em que a nova arquitetura reinterpreta apenas em termos abstratos a lógica compositiva das fachadas preexistentes.

A escala corresponde à relação entre as dimensões da nova arquitetura e a da preexistência na qual a intervenção ocorre. A nova arquitetura será consonante com preexistente, caso suas dimensões gerais terem proximidade com o entorno. Sendo tanto para edifícios novos, quanto construídos em lotes vazios de conjuntos históricos. A escala pode ser considerada como o aspecto definidor da harmonia ou não da nova arquitetura com a preexistência.

ÍCONE

O edifício do DG-Bank em Berlim, do arquiteto Frank Gehry, buscou estabelecer vínculos com as edificações preexistentes através principalmente das dimensões e distribuição das janelas. Em oposição, o Museu Judaíco de Berlim, contrapõe o preexistente, de aberturas de dimensões regulares e homogeneamente distribuídas, por longos e estreitos rasgos diagonais e aberturas em forma de cruz, localizados de maneira aparentemente aleatória nas fachadas.

O Centro Cultural Carré d’Art (1984-93), constituído no estilo high-tech, é um bom exemplo de escala não contrastante, uma vez que, mesmo havendo disparidade entre os materiais do edifício vizinho, o fórum romano Maison Carrée, o seu gabarito é semelhante ao da preexistência.

Imagem 29 - Centro cultural Carrée D’Art e o antigo fórum romano Maison Carrée. Fonte: fosterandpartners.com. Acessado em outubro de 2020. Imagem 26 - Edifício DZ Bank / Gehry Partners Fonte: Archdaily - Novem. Acessado em novembro de 2020

Imagem 27 - Museu Judaico de Berlim / Daniel Libenskind Fonte: Archdaily. Acessado em novembro de 2020.

Por outro lado, em edifícios de pouca densidade aparente, com fachadas em que o vidro é usado abundantemente, o ritmo é quase sempre marcado pela estrutura, o ritmo através da distribuição das fenestrações pode resultar indiferente e quase imperceptível, como é o caso da Academia de Artes de Berlim Imagem 28 - Academia das Artes em Berlim Fonte: Travel. Acessado em novembro de 2020.20.

No caso de ampliações verticais de edificações existentes, podemos considerar que todas situações em que a ampliação ultrapasse a altura média das edificações do entorno provocarão uma dissonância entre nova arquitetura e preexistência. É interessante observa o caso do edifício da Compañia Sudamericana de Vapores, no porto de Valparaíso, no Chile37. Sobre este edifício historicista com apenas três níveis é construída uma torre de vidro de seis pavimentos que, apesar da leveza dos materiais utilizados, modifica o skyline urbano, uma vez que a zona portuária na qual está localizada a construção se caracteriza por edificações baixas, de no máximo quatro pavimentos.

Imagem 30 - Edf. da Compañia Sudamericana de Vapores, no Chile. Fonte: BioBioChile. Acessado em outubro de 2020.

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5) Densidade ou Massa

6) Cores e Texturas

A densidade pode ser considerada um aspecto intrinsecamente vinculado ao volume, na medida em que ela pode reforçá-lo ou esvanecê-lo, dependendo dos materiais de construção utilizados. No que se refere à massa, uma das maneiras mais difundidas de criar relações de dissonância com a preexistência, tem sido a utilização de estruturas e materiais leves e transparentes, como o vidro e o metal.

Este aspecto é referido às características dos materiais utilizados nas superfícies-limite da nova arquitetura, em relação com aqueles utilizados nas preexistências. Em casos, onde a nova arquitetura possui uma densidade semelhante àquela das preexistências, estes aspectos podem fortalecer ou enfraquecer as relações de proximidade entre novo e antigo.

Centro Galego de Arte Contemporânea em Santiago de Compostela (1988-93), é um exemplo de novas arquiteturas que atua em consonância com as preexistências. Trata-se de um projeto em que as referências à preexistência são buscadas principalmente na densidade do edifício e no revestimento utilizado, bastante semelhante às das edificações vizinhas.

Um traço importante da arquitetura italiana surgida nos anos 1950 e 1960 é o resgate de materiais construtivos tradicionais, com suas cores características, ou mesmo a utilização de materiais contemporâneos, pintados em tons próximos àqueles predominantes nos contextos. Sem deixar de declarar sua modernidade através do uso de materias contemporâneos. É o caso, por exemplo, do tom marrom do reboco do Casa Cicogna na Fondamenta delle Zattere em Veneza.

ÍCONE

Imagem 33 - Casa Cicogna na Fondamenta delle Zattere, Veneza

Um exemplo oposto ao apresentado acima, é o MACBA – Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (1987-95)55. Apesar da diferença de escala existente entre o MACBA e o tecido urbano em que se insere, pode-se dizer que, por tratar-se de um monumento à cultura contemporânea, O MACBA se insere na Ciutat Vella de Barcelona como uma obra escultórica ensimesmada, que não pretende dialogar com as preexistências e cuja brancura, pretensamente neutra, termina por criar um claro contraste com a arquitetura em tons de terra do entorno.

Imagem 31 - Centro Galego de Arte Contemporânea em Santiago de Compostela Fonte: Archdaily. Acessado em outubro de 2020.

Por outro lado, o edifício-sede do Escritório de Arquitetura Cepezed em Delft (1998-99), é um exemplo de intervenção em que a relação com a preexistência se dá de forma dissonante. Essa intervenção utiliza de forma exacerbada materiais aparentemente de grande leveza – estrutura metálica e fechamento em vidro –, no interior de conjuntos arquitetônicos caracterizados pela densidade e pelo peso das edificações, criando um grande contraste entre o novo e o preexistente.

Imagem 35 - Preexistência do MACBA Fonte: iStock . Acessado em novembro de 2020.

Imagem 32 - Escritório de Arquitetura Cepezed e edificicações do entorno.

Imagem 33 - MACBA, Barcelona Fonte: iStock. Acessado em novembro de 2020.

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SINTESE DAS NORMATIVAS E DIAGNÓSTICO DA ÁREA Após análise do terreno, foi realizada uma sinteze para melhor interpretação do diagnostico da área e posteriormente melhor compreenssão do estudo de viabilidade.

TIPOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DOS LOTES DE ESQUINA NA ÁREA Rua Leão Coroado

Rua da Alegria com Rua de Santa cruz

Rua Leão Coroado com Trv. Pedro Albuquerque

Rua Leão Coroado com Rua da Glória

Rua da Alegria

Imagem 37 - Esquema da tipologia de implantação dos lotes de esquina. Fonte: Autoras, a partir de fontes do diagnóstico do capítulo 1 - Outubro, 2020.

Após essas análises, realizou-se a implantação no parâmetro das ruas da Alegria e Leão Coroado, assim como, resolveu-se por um vazio no terreno, a fim de deixar semelhante as implantações dos outros edifícios da área como pode-se ver no mapa de cheios e vazios.

Imagem 36 - Esquema síntese do diagnóstico da área. Fonte: Autoras, a partir de fontes do diagnóstico do capítulo 1 - Outubro, 2020.

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60 M

Imagem 38 - Implantação do volume no mapa de cheios e vazios. Fonte: Autoras, a partir de fontes do diagnóstico do capítulo 1 - Outubro, 2020.

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As análises de implantação, gabarito e de tipologia foram fundamentais para a elaboração e desenvolvimento da proposta. Extraída dos pontos e tendo como referência as edificações da preexistência, que foram analisadas e interprestadas como sem modificação ou de baixa modificação, de fachada e de implantação, a edificação proposta, trás consigo a orientação apresentada pela legislação vigente do munícipio. A legislação, aponta que tal intervenção deve seguir os parâmetros e índices de uso do solo, bem como de recuo, semelhantes aos da preexistência, de tal modo a não destoar e descaracterizar o sítio histórico. Dessa forma, seguindo a legislação e a metodologia de Andrade (2006), sobre índices de consonância e dissonância, é apresentada a proposta volumétrica, que está em consonância com o sítio e o preexistente nos aspectos aqui apresentados, volumetria, implantação e escala.

12,90 m

5,75 m

12,90 m 5,75 m

Imagem 39- Estudo de fachada a partir da escala dos edifícios adjacentes. Fonte: Autoras. Novembro, 2020.

Imagem 40 - Estudo de fachada. Fonte: Autoras. Novembro, 2020.

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DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA

2) VOLUMETRIA

Partindo da conceituação de análise, estudo, interpretação e definição de parâmetros arquitetônicos, apresentados por Andrade Júnior (2006), de consonância e dissonância. Onde a consonância é referente a criação e elaboração do projeto arquitetônico, que tem como base a relação do novo com o existente, já a dissonância, leva a parametrôs de não associação do novo com o existente, criando um elemento sem harmonia com o conjunto urbano.

A forma volumétrica foi projetada de modo que as fachadas internas e uma grande parte da fachada externa recebesse ventilação natural. Além disso, a maioria de suas fachadas estão direcionadas ao leste, ou seja, recebendo iluminação do nascente. Levando esses pontos em consideração, no interior do lote, entre a volumetria e o lote vizinho, foi proposto um pequeno átrio. Esse átrio, que servirá como espaço de lazer, receberá ventilação natural, além de ter uma parte da edificação como barreira para a passagem dos raios solares durante o poente. Dessa forma, foi proposto o aproveitamento da ventilação e da iluminação natural, assim gerando conforto termico para o espaço.

1) IMPLANTAÇÃO Tomando como base os conceitos de Andrade Júnior (2006), a implantação do projeto sera considerada em consonância quando respeitar as lógicas do traçado urbano e de implantação das edificações do tecido no qual se insere. A análise se basea no mapa de cheios e vazios do entorno preexistente, para melhor entender como implantar de modo consonante no terreno a ser projetado. Sendo assim, percebemos que a implantação do entorno é predominantemente de cheios e poucos vazios. Dessa forma nossa intenção projetual ,que será em harmônia com o entorno, prevê uma implantação de cheios no parâmetro do lote com um vazio no fundo, se assemelhando a implantação do mercado da Boa Vista.

Legenda Nascente Poente Direção dos Ventos

Imagem 42 - Estudo de Implantação, considerando os aspectos de consonância e conforto ambiental. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

Após a realização das análises e estudos, carregando os conceitos de Andrade Júnior (2006), apresentamos um volume com caratér conssonante com o sítio, de maneira que ele entra em harmonia com a locação e respeita o existente. O zoneamento, apresentado anteriormente, e o programa proposto, seguem na mesma linha do volume sugerido, de maneira a não impactar o fluxo já existente, o que demosntra um caratér de total harmonia com o sítio.

N

60 M

Imagem 41 - Estudo de implantação do edifício na área, considerando os aspectos de consonância. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

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O estudo mostrou que a preexistência possui volumes densos e de tipologia predominante de casa “porta e janela” e sobrado, além de sua grande parte possuir coberta de duas águas e inclinação bastante acentuada. A partir disso, foi utilizada uma proposta consonante com o local fazendo uso dessa arquitetura histórica mais densa, propondo um volume que tivesse semelhança a tipologia de sobrado e casa “porta e janela” com o percentual de inclinação de coberta de 25 %.

Imagem 45 - Vista de pássaro do Edifício HUIS-HAB . Fonte: Autoras.Novembro de 2020.

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Imagem 43 - Mapeamento volumétrico. Fonte: Autoras.Novembro de 2020.

Imagem 44 - Volume do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro de 2020.

Imagem 46 - Edifício HUIS-HAB consonante aos edificios adjacentes . Fonte: Autoras. Dezembro de 2020.

Imagem 47 - Vista de pássaro do Edifício HUIS-HAB . Fonte: Autoras. Dezembro de 2020.

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3) RITMO Segundo Nivaldo de Andrade “o ritmo se refere à cadência estabelecida pela repetição de determinados elementos utilizados na composição das superfícies-limite do objeto arquitetônico e que configuram a sua aparência: fenestração (aberturas), estrutura (quando aparente e distinguível dos demais elementos que compõem o objeto arquitetônico), elementos de decoração salientes ou escavados na fachada, mudança de materiais ou de cores de acabamentos, etc.:” - citação direta da tese de Nivaldo de Andrade Júnior página 214.

Imagem 48 - Fachadas das ruas da Alegria e Leão Coroado. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

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C V CV C

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3 3 4 4

5 5 Fachadas Rua Leão Coroado - Leste

Imagem 49 - Estudo do ritmo das fachadas das ruas da Alegria e Leão Coroado. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

Fachadas Rua Leão Coroado - Leste

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6 6

7 7 7

8 8 8 Imagem 50 - Estudo do ritmo da fachada da rua Leão Coroado. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

A análise do ritmo das fachadas foi realizada levando em consideração o ritmo da preexistência, que pode ser observado nas skylines da rua da alegria e da rua leão coroado, respectivamente. No primeiro item foi evidenciado o ritmo vertical das aberturas da rua da alegria, em vermelho está a análise da área existente e em azul o ritmo das aberturas proposto, mostrando que a proposta é de caráter consonante pois segue o ritmo da preexistência. No segundo item é analisado o ritmo das fachadas em azul está o ritmo do local e em vermelho o ritmo proposto que também evidencia a intenção de um projeto consonante. No terceiro item é analisado o ritmo horizontal em vermelho e em azul o ritmo proposto, já no item 4 e 5 fica evidenciado a consonância, em azul, entre o ritmo horizontal da existência e da fachada proposta, e em vermelho, a consonância do ritmo da coberta. No item 6 foi analisado o ritmo vertical das aberturas do leão coroado, em azul o ritmo da preexistência e em vermelho o ritmo proposto, na análise pode ser observado a consonância entre a fachada proposta e a última casa da preexistência. Já no item 7 foi analisado o ritmo vertical das fachadas também mostrando a consonância entre proposta e existência. No item 8 foi estudado o ritmo horizontal que também mostra a consonância entre ambos os estudos, vermelho e azul, trazendo essa irregularidade da fachada na proposta. Após essa análise ficou evidenciado que a área possui um ritmo parecido entre as casas, com variação entre 4m - 8m mas dissonante em suas aberturas de portas e janelas, uma variação entre 1.15m e 2.50m. Sendo assim, o objetivo projetual foi proporcionar aberturas com mais variação de espaçamento e delimitar os cheios por juntas dilatações que evidenciassem as marcações entre as casas da preexistência.

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4) ESCALA

5) DENSIDADE OU MASSA

A escala diz respeito à relação entre as dimensões da nova arquitetura e aquela da preexistência no qual a intervenção ocorre. A nova arquitetura será considerada consonante com a preexistencia nos casos que suas dimensões gerais corresponderem aproximadamente aquelas existentes no entorno. A análise foi feita atravez dos skylines da rua da alegria e da rua leão coroado para melhor entender a escala do entorno. Dessa forma. nossa proposta se basea na altura local para proporcionar uma edificação consonante com entorno preexistente. Assim, a escala do edifício teve a intenção de estar o mais proximo da escala do edifícios adjacentes. Seguindo essa premissa, a altura escolhida foi de 12,90 m que teve como referência, principalmente, o edificio da rua da Alegria, que teve-se como base para a volumetria, com altura de 12,25 m.

A densidade e massa analisada na rua da alegria e na rua leão coroado, mostra que a preexistência possui muito mais cheios do que vazios, e essa análise fica evidenciada no estudo feito na skyline da área. Em decorrência dessa analise foi observado o percentual de 66% de cheios para 34% de vazios, o que resulta em volumes densos, que são caracteristicas do tipo arquitetônico histórico dessa área. Também é importante observar que muitos dessas casas antigas foram descaracterizadas, proporcionando assim, uma diferença na percepção da densidade e massa da preexistência. Sendo assim, para possibilitar conssonância na concepção do projeto, foi aplicada o mesmo percentual de cheios e vazios na fachada( proporção de 66% 34%).

16,15m 11,20 5,75m

Fachadas Rua da Alegria - Sul

Fachadas Rua da Alegria - Sul

15,28m 10,90m 5,10m Fachadas Rua da Alegria - Norte

Fachadas Rua da Alegria - Norte

11,80m

Fachadas Rua Leão Coroado - Oeste

1,49m Fachadas Rua Leão Coroado - Oeste

12,90

8,24 5,75

Fachadas Rua Leão Coroado - Leste

Fachadas Rua Leão Corodado - Leste

Imagem 52 - Estudo de densidade e massa das ruas da Alegria e Leão Coroado. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

Imagem 51 - Skyline ruas da Alegria e Leão Coroado - Preexistente e proposta de intervenção em destaque. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

Assim, a escala do edifício teve a intenção de estar o mais proximo da escala do edifícios adjacentes. Seguindo essa premissa, a altura escolhida foi de 12,90 m que teve como referência, principalmente, o edificio da rua da Alegria, que teve-se como base para a volumetria, com altura de 12,25 m. Dessa forma, o edificio encontra-se consonante com as edificações do entorno.

22


6) CORES E TEXTURAS O estudo de textura e cores, evidêncio o uso de diferente cores e texturas na preexistência, com uso de tons fortes e ornamentos caracteristicos da época das construções, tembém foi observado o uso de branco em quase todas as casas nas ruas da alegria e da leão coroado. Dessa forma, o projeto foi pensando para manter as relações de conssonância e dissonancia com o entorno, fazendo uso de um dos tons de azul da preexistencia para aquele e uso de placas cimenticias na cor natural, cinza, para aquele. Também foi concebido uma pele que remete aos pisos de pedra portuguesa que existem no entorno da preexistência.

Texturas

Imagem 53 - Estudo das cores e texturas das ruas da Alegria e Leão Coroado e proposta do estudo no edificio. Fonte: Autoras, Outubro de 2020.

23


A expressão do contemporâneo também é marcada, na utilização da placa cimentícia, no revestimento da edificação, marcando uma nova cor e textura, de maneira contemporânea e neutra, tal quais as cores das casas coloniais. Além dos materiais e cores do revestimento, também nos validamos de uma cor específica para a marcação dos portais das janelas e portas da edificação. A cor utilizada é um tom de azul, muito marcante e presente na azulejaria colonial portuguesa, que era vista com frequência na fachada e no piso das casas e ruas do sítio. Em síntese, as cores e texturas utilizadas na nova edificação, marcam e expressão o contemporâneo e a neutralidade, que permitem o observar e sentir as referências do sítio, bem como dá destaque as edificações da preexistência.

Cores encontradas com frequência no sítio

Texturas encontradas no sítio

Texturas encontradas no sítio

Texturas encontradas na nova edificação

Texturas encontradas na nova edificação

Texturas encontradas no sítio

Texturas encontradas na nova edificação

Texturas encontradas na nova edificação

Texturas encontradas na nova edificação

Texturas encontradas no sítio

Texturas encontradas na nova edificação

contradas ítio

contradas dificação

Texturas encontradas no sítio

Cores encontradas na nova edificação

Cores encontradas na nova edificação

m

tradas com ia no sítio

Cores encontradas na nova edificação

Cores encontradas com na nova edificação

res encontradas com frenquência no sítio

Cores encontradas Cores encontradas Texturas encontradas Texturascom encontradas frenquência no sítio na nova edificação na nova edificação no sítio

As cores e texturas aplicadas ao projeto remetem e traduzem de maneira contemporânea as aplicadas ao preexistente. O material mais marcante da edificação é o aço cortem elemento utilizado de maneira perfurada, remetendo e fazendo uma nova leitura dos arabescos e ornamentos das fachadas coloniais. A perfuração é feita com desenhos remetentes a pedra portuguesa, bastante encontrada na paginação das calçadas do sítio, sendo os seus cheios os vazios e seus vazios o cheio, e que serviram de inspiração para a perfuração a criação da pele e do revestimento com o material. A escolha do aço cortem, como elemento de fachada, se deu pela neutralidade e marcação de contemporaneidade da nova edificação, uma vez que, o aço cortem, não é um material luminoso (tal qual o alumínio) ele permite o contraste do preexistente com o novo de forma neutra, sem se tornar protagonista do sítio. Além deste ponto, sua escolha é pontuada pela coloração dos arabescos das fachadas da preexistência, quando esses não são cores e tons marcantes, mas neutros, tal qual o material utilizado. Desta forma, combinando o aço cortem à perfuração, temos a leitura do contemporâneo ao preexistente.

24


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ZONEAMENTO DA PLANTA BAIXA - TÉRREO

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Feirinha + Área de exposição + Área de pemanência Área de pemanência Circulação vertical Infraestrutura Banheiros

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ZONEAMENTO DA PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO

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Apartamento Área de pemanência Circulação vertical

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ZONEAMENTO DA PLANTA BAIXA - MEZANINO

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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Apartamento

27 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


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ZONEAMENTO DO CORTE AA’

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Feirinha + Área de exposição + Área de pemanência Área de pemanência Apartamento

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ZONEAMENTO DO CORTE BB’

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Feirinha + Área de exposição + Área de pemanência Área de pemanência Circulação vertical Infraestrutura Banheiros

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04


PLANTA SITUAÇÃO PLANTA DE DE SITUAÇÃO

N

60 M

31


PLANTA DE COBERTA

ALGEROZ

CUMEEIRA

RINCÃO

LAJE IMPERMEABILIZADA

ALGEROZ

i = 25%

i = 25%

LAJE IMPERMEABILIZADA

CALHA

CALHA

N 0

1

5

10

32


PLANTA BAIXA TÉRREO

.30

2 CONTAINERS DE 1.200 LITROS CADA. PISO, PAREDE E TETO EM MATERIAL LAVÁVEL. PONTO DE ÁGUA, LUZ E ESGOTO NO PISO.

3 2.1 .35

B

PAREDES E TETO EM CONCRETO ARMADO; PORTA EM TELA METÁTICA VAZADA CAPACIDADE 4 P190.

ES

SO

1

1.1

CASA DE LIXO

AC

MEDIDOR GÁS C

WC ÁREA = 2,04 m²

0,05

WC 9.7

.64

24

0

20 .78

18

ÁREA DE PERMANÊNCIA

19

20 21 22 23 24 25 26

ÁREA = 2,88 m²

17 16

ÁREA = 68,46 m²

15

13

ELEVADOR

14

0,00

12 11

10 09 08 07 06

SO

8

3.1

BE

CIRCULAÇÃO

05 04 03 02 01

SO

PROJEÇÃO LAJE

AC

ES

ÁREA = 54,20 m²

9

2

4.0

15.9

0,05

EXPOSIÇÃO ÁREA = 47,29 m²

ÁREA DE PERMANÊNCIA

A

A'

1.70

2.32

ACESSO 3.33

2.42

ACESSO 2.06

3.28

ACESSO 3.79

ACESSO

3.28

3.39

3.35

ACESSO 3.34

3.09

.13

B'

ACESSO

.9 1.1 3 . 13 9

PROJEÇÃO DA PELE

AC ES SO

8

1.6

ÁREA = 44,62 m²

0,00

ACESSO

2.88

3.50

4.09

45.80

N C'

0

1

5

10

33


PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO

B 0

5.1

5.7 4

TERRAÇO C

ÁREA = 26,60 m²

8

2.4

6

5.6

06 05 04 03 02 01

07 4

E

10

SC

09

1.5

08

DE

11 14

.78

20

13

.49

12

ELEVADOR

15 1.5

16

4

17

9

18

3.9

19 .57

20

17.64

.65

9

4,70

CIRCULAÇÃO

1.4

21 22 23 24 25 26

5

3.8

ÁREA = 35,37 m²

3.61

APARTAMENTO 02

APARTAMENTO 03

ÁREA = 39,13 m²

ÁREA = 37,44 m²

APARTAMENTO 01

ÁREA = 33,87 m²

09 08 07 06 05 04 03 02 01 SOBE

2

TERRAÇO PRIVADO

10 11 12 13 14 15 16 17 18

6.9

7

12.3

APARTAMENTO 05

APARTAMENTO 04

ÁREA = 47,30 m²

ÁREA = 32.22 m²

ÁREA = 41,34 m²

4,70

A'

.13

.93 1.1 9

8

1.6

.13

A

10 11 12 13 14 15 16 17 18

09 08 07 06 05 04 03 02 01 SOBE

PROJEÇÃO DA PELE

11.33

.40

1.35

.91

1.35

3.51

1.35

.78

B'

PROJEÇÃO DO MEZANINO

1.35

1.35

5.40

.95

1.35

.84

1.35

.59

1.35

5.03

1.35

.95

1.35

1.68

45.81

C'

N 0

1

5

10

34


PLANTA BAIXA MEZANINO

B

C

19.47

7,98

5

3.8

PROJEÇÃO DO RESERVATÓRIO

09 08 07 06 05 04 03 02 01 DESCE

09 08 07 06 05 04 03 02 01 DESCE

7,98

5.42

10 11 12 13 14 15 16 17 18

10 11 12 13 14 15 16 17 18

7.80

1.48

APARTAMENTO 03 MEZANINO BIBLIOTECA E ESCRITÓRIO

APARTAMENTO 02 MEZANINO BIBLIOTECA E ESCRITÓRIO

ÁREA = 19,31 m²

ÁREA = 21,03 m²

A

A'

7.87

PROJEÇÃO DA PELE 1.35 .85

1.35

.69

1.35

.85

1.35

8.51 B'

24.17

C'

N 0

1

5

10

35


corte aa’

RESERVATÓRIO GUARDA CORPO LAJE IMPERMEABILIZADA

DETALHE 1

7,98

APARTAMENTO 01

APARTAMENTO 04

APARTAMENTO 05

4,70

TERRAÇO PRIVADO

ÁREA DE PERMANÊNCIA

APARTAMENTO 03

APARTAMENTO 02

EXPOSIÇÃO

FEIRINHA

0,00

0,05

N 0

1

5

10

36


corte bb’

DETALHE 2 APARTAMENTO 05

4,70

TERRAÇO

FEIRINHA

0,00

WC

MEDIDOR

0,05

N 0

1

5

10

37


corte cc’

APARTAMENTO 03

7,98

+4,70

ÁREA DE PERMANÊNCIA

FEIRINHA

0.00

0.05

0

1

5

10

N

38


detalhamentos

TELHA CANAL - CERÂMICA COMPLEMENTO LAJE PREMOLDADA

PLATIBANDA CONCRETO

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ALGEROZ (perfil de aço galvanizado) PROTEÇÃO TÉRMICA

VIGA EM CONCRETO

ISOLAMENTO TÉRMICO ( lã de vidro)

PILAR DE CONCRETO EM VISTA

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PLATIBANDA EM CONCRETO

REVESTIMENO EM AÇO CORTEN PERFIL METÁLICO EM L ATIRANTADO A VIGA

TELHA CANAL - CERÂMICA

VIGA INVERTIDA EM CONCRETO

FORRO EM GESSO ACARTONADO PILAR DE CONCRETO EM VISTA

DETALHE 2 ESC: 1/20 39 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

DETALHE 1 ESC: 1/20

REGULARIZAÇÃO


FACHADA RUA DA ALEGRIA

40


FACHADA RUA DA ALEGRIA

41


FACHADA RUA LEÃO COROADO

42


FACHADA RUA LEÃO COROADO

43


perspectivas

Imagem 54 - Fachada do EdifĂ­cio HUIS-HAB na rua da Alegria. Fonte: Autoras.

44


perspectivas Imagem 56 - Pele do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 55 - Fachada do Edifício HUIS-HAB na rua Leão Coroado. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 57- Esquina do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

45


PERSPECTIVAS do pavimento térreo

Imagem 58 - Feirinha do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

46


PERSPECTIVAS do pavimento térreo

Imagem 59 - Imagem interna do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 60 - Área de exposição do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

47


PERSPECTIVAS do pavimento térreo

Imagem 61 - Área de permanência do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 62 - Área de permanência do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

48


PERSPECTIVAS do primeiro PAVIMENTO Imagem 63 - Terraço público do primeiro pavimento do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 63 - Circulaçao horizontal do primeiro pavimento do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 64 - Terraço público do primeiro pavimento do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

49


PERSPECTIVAS DO PRIMEIRO PAVIEMENTO Imagem 65 - Apartamento com mezanino do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 66 - Apartamento com mezanino do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

Imagem 66 - Apartamento do Edifício HUIS-HAB. Fonte: Autoras. Dezembro, 2020.

50


05


ESTUDOS DE CASO

Consonância x Dissonância

Casa Artesanato / Zecc Architecten

Implantação Como se trata de estabelecer um diálogo com o seu entorno, a implantação da volumetria condiz com as implantações das edificações vizinhas, assim respeitando a malha urbana do local.

Arquitetos: Zecc Architecten Área: 95 m² Ano: 2020 Local: Utrecht, Holanda Foram cerca de 10 anos para que uma simples garagem, localizada na Holanda, se tornasse na Casa Artesanato. Toda a sua estrutura é feita por madeira e em suas fachadas é encontrado aço corten. Os arquitetos buscaram fazer um diálogo entre a residência e o seu entorno, dessa forma, eles optaram por elementos característicos de fachada, como a estrutura da chaminé esculpida em chapas de aço corten e a inclinação do telhado. “Por meio de sua fachada única, a Casa Artesanato se destaca em seu entorno imediato, contrapondo-se à tradicional tipologia de casa urbana ao mesmo tempo que reafirma sua identidade como tal. Ela se apropria da história do lugar, ressoando em suas formas agudas algumas das principais características arquitetônicas deste bairro — o caráter artesanal de sua arquitetura. A materialidade do aço opera como um elemento paradoxal. À primeira vista, a sua leveza contrasta fortemente com o peso das estruturas anexas de tijolo maciço, porém, ao mesmo tempo, ela encontra-se perfeitamente em sintonia com elas, seja por intermédio de suas cores e tons seja pela pátina do tempo que rapidamente deixa sua marca na superfície do metal. A escolha do aço corten também se deve a um outro importante fator: ela é a casa de um dos mais importantes escultores em aço da cidade.” Segundo a equipe do projeto. Imagem 67 - Fachada da Casa Artesanato. Fonte: Archdaily. Acessado em dezembro de 2020.

Volumetria A volumetria se encontra em consonância com os volumes do entorno, pois características marcantes do espaço, como o telhado em água-furtada e a estrutura da chaminé foram utilizadas para compor a residência. Ritmo Em relação ao ritmo, uma característica forte do entorno são fachadas bastante transparentes. Dessa forma, para obter a consonância, essa característica foi utilizada na fachada da edificação, porém a janela se encontra mais recuada em relação as outras, pois ela acolhe uma pequena varanda. Escala Em relação a escala, a volumetria, de dois pavimentos, está localizada em um bairro residencial, assim, sendo marcado por um gabarito baixo. Desse modo, a edificação se encontra em consonância com o seu entorno que é marcado por edificações de 2 a 3 pavimentos. Densidade ou Massa A Casa Artesanato se destaca em seu entorno devido a sua materialidade, pois em um local que é marcado por tijolo maciço, foi optado pela utilização do aço corten para compor a fachada da residência. Sendo assim, em relação a materialidade, a edificação se encontra dissonante. Porém, os cheios e vazios das fachadas se assemelham com o das edificações vizinhas, assim a Casa alcança uma sintonia com as outras volumetrias. Cores e texturas Mesmo utilizando uma materialidade oposta do que é encontrada no local, como o aço corten, os arquitetos buscaram estabelecer uma conexão entre as cores e os tons da edificação e o seu entorno. Assim, fazendo com que a edificação esteja em sintonia com as cores da redondeza.

Imagem 68 - Fachada da Casa Artesanato. Fonte: Archdaily. Acessado em dezembro de 2020.

52


Edifício Arsenal 108 / SIA arquitectura + Aires Mateus

Consonância x Dissonância

Arquitetos: Aires Mateus, SIA arquitectura Área: 800 m² Ano: 2018 Local: Lisboa, Portugal.

Implantação O edifício está consonante com as implantações que há no local e segue a malha urbana.

O Edifício Arsenal está localizado na cidade de Lisboa e liga a zona alta e baixa da cidade. O edifício foi restaurado em 2018 e seguiu algumas características do estilo pombalino, que é encontrado na maioria dos conjuntos da área. Os arquitetos, ao restaurar, decidiram permanecer com a proporção, altura, sucessão de espaços e a relação com a luz dos vãos a sul do edifício, além da espacialidade e materialidade que foi preservada. A sul permaneceu a fachada, a escala espacial pombalina e o ritmo e ao norte um pequeno pátio faz a ligação ao topo da colina. No térreo se manteve a métrica do cartulário pombalino que integra toda a Rua do Arsenal e redesenha os vãos desaparecidos a partir da espessura da pedra lioz. No pátio a norte tem-se uma pequena galeria que capta a luz através das superfícies brancas refletoras. Foi utilizado materiais seculares como a madeira, nos vãos e pavimentos, e a pedra de lioz nos terraços e zonas úmidas. Manteve-se a escada na proporção excessiva e o seu desenho original.

Volumetria A volumetria é consonante com a área uma vez que respeitou o estilo dos conjuntos próximos, mantendo-se as molduras e os terraços que são bem presentes no local. Ritmo O ritmo horizontal e vertical da área é muito marcante pois sua maioria segue o cartulário pombalino, dessa forma, visando estar em consonância aos edifícios adjacentes, o volume de estudo segue o ritmo horizontal e vertical das fachadas, além dos cheios e vazios. Escala Mesmo com o pequeno acréscimo do último pavimento, o edificio continua a obedecer a escala local, permanecendo consonante com os conjuntos da área. Densidade ou massa Tanto a materialidade como as fenestrações do edifício estão de acordo com os conjuntos da área, assim, o edifício permanece em consonância com o entorno. Cores e texturas O volume encontra-se consonante aos edifícios da área, pois fez uso de materiais seculares como a madeira e a pedra lioz, muito presente nos edifícios próximos.

Imagem 70 - Interior do Edifício Arsenal 108. Fonte: Archdaily. Acessado em novembro de 2020.

Imagem 69 - Fachada do Edifício Arsenal 108. Fonte: Archdaily. Acessado em novembro de 2020. Imagem 71 - Coberta do Edifício Arsenal 108. Fonte: Archdaily. Acessado em novembro de 2020.

53


05


referências ANDRADE JÚNIOR. Nivaldo Vieira. Metamorfose Arquitetônica: Intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado. Dissertação de mestrado -Programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia(UFBA). Salvador, 2006. BAIRROS DO RECIFE. Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov. br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=500. Acesso em: 28 Set. 2020

Casa Artesanato / Zecc Architecten. Archdaily. Acessado em 03 de dezembro de 2020. < https://www.archdaily.com.br/br/950719/casa-artesanato-zecc-architecten > Edifício Arsenal 108 / SIA arquitectura + Aires Mateus. Archdaily. Acessado em 11 de novembro de 2020. < https://www.archdaily.com.br/br/918021/edificio-arsenal-108-sia-arquitectura-plus-manuel-aires-mateus>.

BALTAR, Antônio Bezerra. Diretrizes de um plano regional para o Recife. 2ª Edição. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1999. ESIG - INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS DO RECIFE. Prefeitura do Recife. Disponível em: http:// www.recife.pe.gov.br/ESIG. Acesso em 29 Set. 2020. GARCIA, Fernanda Ghirotto. O lugar como categoria de análise: a definição de zonas de interesse no bairro da Boa Vista, Recife/PE. Dissertação de Mestrado profissional - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http:// portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Disserta%2B%C2%BA%2B%C3%BAo%20 Fernanda%20Ghirotto%20Garcia.pdf>. Acesso em 29 Set. 2020. MENEZES, José Luiz Mota (Org.). Atlas Histórico Cartográfico do Recife. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1988. SERVIÇOS PARA O CIDADÃO. Boa Vista. Prefeitura do Recife. Disponível em: http://www2. recife.pe.gov.br/servico/boa-vista. Acesso em 29 Set. 2020. SERVIÇOS PARA O CIDADÃO. Mercado da Boa Vista. Prefeitura do Recife. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/servico/mercado-da-boa-vista. Acesso em 05 Out. 2020. SILVA. Vanessa Santana da. A Rua: Anteprojeto da Rua da Alegria. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo - Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Recife, Junho 2020. Solstice Arts Center / Grafton Architects 11 de abril de 2013. ArchDaily . Acessado em 21 de outubro de 2020 . <https://www.archdaily.com/352502/solstice-arts-centre-grafton-architects> SPECK. Jeff. Cidade Caminhável. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016.

55



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