Boletim Técnico
A Toxicidade Aquática dos Lubrificantes e a Sua Importância Introdução Apesar dos avanços significativos na tecnologia de conectores, mangueiras e vedação nos últimos anos, não há garantia de que os sistemas de lubrificação não irão vazar. Os vazamentos podem resultar da montagem inadequada, uso incorreto e simplesmente pelo desgaste do equipamento. Agora, existe uma grande conscientização da necessidade da redução de vazamentos nos sistemas de lubrificação. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) e outros órgãos reguladores ao redor do mundo procuraram reduzir os vazamentos através de regulamentações rígidas, incluindo a possibilidade de multas, penalidade e onerosa recuperação. Progressivamente, há a consciência de que os lubrificantes que entram em contato com o solo, água, locais úmidos e outras áreas sensíveis podem ter um impacto negativo ao meio ambiente. Isso faz com que ambos, fabricantes e usuários de sistemas de lubrificação, mudem para alternativas mais aceitáveis para o meio ambiente, como aqueles que são biodegradáveis e não tóxicos. Estes lubrificantes biodegradáveis e não tóxicos podem oferecer desempenho comparável aos fluidos à base de óleos minerais em algumas aplicações. Os clientes descobriram o uso de lubrificantes biodegradáveis e não tóxicos como apropriados para as aplicações ambientalmente sensíveis em construções, mineração, silvicultura, agricultura, usinas hidroelétricas e várias utilizações marinhas, incluindo o manuseio de cargas de estaleiros, dragagem de portos, perfuração off-shore, tubulações da popa, azipods e equipamentos hidráulicos de convés. Este documento irá analisar uma das duas principais propriedades de um lubrificante ambientalmente consciente, a toxicidade aquática. Um outro boletim técnico irá abordar a biodegradabilidade. Claro que um lubrificante ambientalmente consciente também fornecerá o desempenho exigido nas áreas de viscosidade, oxidação, desgaste, espuma, demulsibilidade e outras características desejadas.
Definição da Toxicidade Aquática A toxicidade aquática é a resposta adversa dos organismos aquáticos aos materiais (por exemplo, agentes químicos ou físicos), que vão desde a mortalidade até as reações físicas como a reprodução prejudicada ou anormalidades do crescimento. Ela está relacionada ao termo mais abrangente ecotoxicidade (isto é, a propensão de um material para produzir efeitos adversos comportamentais, bioquímicos ou fisiológicos em organismos não humanos) e a ecotoxicidade aguda (isto é, a propensão de um material para produzir efeitos adversos comportamentais, bioquímicos ou fisiológicos em organismos não humanos em um curto período de tempo, geralmente não constituindo uma porção substancial do ciclo de vida do organismo).
Alguns dos organismos utilizados com mais frequências nos estudos de toxicidade aquática incluem a truta arco-íris, o camarão misidáceo, a dáfnia e a alga verde.
Avaliando a Toxicidade Aquática A avaliação da toxicidade aquática de uma substância pode envolver a análise de seu efeito sobre o crescimento, reprodução, comportamento ou letalidade em organismos de teste. Os Testes de Toxicidade Aquática Aguda são conduzidos para avaliar os efeitos em curto prazo das fórmulas de lubrificantes ou aditivos sobre os organismos aquáticos. Geralmente, os estudos conduzidos levam de 48 a 96 horas para avaliar o impacto do material de teste sobre a sobrevivência ou mortalidade. Os representantes das espécies aquáticas incluem peixes de água doce e salgada, invertebrados e algas. Geralmente, o teste inicial é realizado com a mais sensível das espécies, isto é, os invertebrados como a dáfnia, para ajudar a fornecer um indicador da toxicidade em outra forma de vida aquática. Frequentemente, os testes subsequentes em outras espécies aquáticas como outros invertebrados e algas pode depender do registro do produto ou exigências regulatórias. O último ponto mais comum utilizado para a expressão da toxicidade aquática de substâncias solúveis em água no laboratório é o LC50, que é definido conforme a concentração letal (LC) de uma substância que causa morte em 50% dos organismos expostos durante um determinado período de tempo. A terminologia LL50 (Carga Letal 50) é utilizada em vez da concentração letal padrão (LC50) quando o material não é completamente solúvel em água nas taxas de tratamento do teste, que são tipicamente o caso com os fluidos de óleo vegetal e baseados em éster. O termo LL50 é uma taxa de carga estimada estatisticamente ou graficamente do material de teste esperado para ser letal a 50% de uma subpopulação representante dos organismos aquáticos sob condições especificadas para um momento específico.
Medindo a Toxicidade Aquática A toxicidade aquática não é um teste de aprovação/reprovação por si só. A carga exigida é estabelecida por uma combinação de pelo menos um ou mais do seguinte: a organização regulatória, o uso final da aplicação e o método de teste. O material a ser testado em uma aplicação específica é carregado e determina-se em que nível ele começa a mostrar a morbidez ou afetar de outra forma adversa às espécies. Mais frequente do que nunca, a carga letal é determinada em 50%, mas poderia ser especificada para outros níveis. Diversos níveis de toxicidade são então definidos para as aplicações. Os testes são geralmente realizados com frações de água acomodadas (WAF) ou frações solúveis em água (WSF) obtidas a partir de soluções de material de teste em diluição com água, que são preparadas (ou carregadas) em diferentes concentrações. Além da água, um equilíbrio será alcançado entre as frações dissolvidas e não dissolvidas, que serão características, de acordo com a carga das substâncias. A taxa de carga é expressa como o peso do material de teste, acrescido ao volume do meio aquoso utilizado na preparação da WAF, WSF ou dispersão mecânica e em interpretação dos resultados do estudo de toxicidade com um lubrificante de baixa solubilidade em água ou um componente do lubrificante. A WAF (ou WSF) é preparada para o teste aquático através da remoção da fase aquática (apenas), evitando a coleta de qualquer óleo residual, não dissolvido na fase aquosa. O Grupo Conjunto de Especialistas sobre os Aspectos Científicos da Proteção Ambiental Marinha (GESAMP) inclui membros da Organização Marítima Internacional (IMO), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas – Comissão Oceanográfica Intergovernamental (UNESCO-IOC), Organização Meteorológica Mundial (WMO), Agência de Energia Atômica Internacional (IAEA), Nações Unidas (UN), e do Programa do Meio-ambiente das Nações Unidas (UNEP). A GESAMP publicou um documento, O Procedimento de Avaliação de risco GESAMP para Substâncias Químicas Realizado pela Ships Revisado. Nessas diretrizes, bem como em todas as outras, no caso em que 50% dos efeitos não sejam determinados para estarem provavelmente na carga de 1000 mg/L, então o termo “não tóxico” pode ser empregado.
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O documento da GESAMP declara ainda que o teste apropriado para a medição da toxicidade aquática crítica para os peixes marinhos é o OECD 203 (Toxicidade Aquática Crítica, Peixes). A OECD é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Esta é uma diretriz concreta e flexível, permitindo o uso de muitas espécies de água doce e marinhas.
Atendendo aos Critérios de Toxicidade Aquática Visando atender aos critérios de toxicidade aquática da Consciência Ambiental dos lubrificantes Mobil, o produto finalizado deve terv um valor crítico LL50 de 96-horas maior do que 1.000 ppm na truta arco-íris, conforme medido pelo teste OECD 203. Desde então, a partir de testes abrangentes de óleos básicos utilizados em lubrificantes, sabe-se que esses materiais são essencialmente não tóxicos e que os problemas relacionados à toxicidade aquática são causados pelos aditivos. Além disso, a fórmula deve conter menos do que 5% de aditivos pelo peso e não conter metais pesados, materiais orgânicos clorados e nem poluentes prioritários da EPA dos EUA. Frequentemente, os lubrificantes com compromisso ecológico Mobil EAL apresentam resultados de um LL50 maior do que 5.000 ppm, utilizando esse teste OECD para todos os produtos fabricados nos EUA. Os dados de ecotoxicidade, apropriadamente desenvolvidos, compreendidos e aplicados, são úteis para a avaliação do risco potencial de um material no meio ambiente. Para os testes de toxicidade ambiental, os dados comparativos devem ser desenvolvidos através dos mesmos procedimentos de teste e dos mesmos organismos. As exposições testadas em laboratório não serão reproduzidas na natureza, mas fornecerão uma aproximação razoável. O meio ambiente natural é uma grande ecoestrutura dinâmica, ao mesmo tempo em que o meio ambiente laboratorial é estático e limitado com relação ao tamanho. Além disso, caso um contaminante entre em um sistema aquático natural, o evento provavelmente será mais aleatório em concentração e frequência, diferente do ambiente laboratorial, que está sujeito à contaminação constante e medida. Uma descrição completa dos termos de toxicidade aquática pode ser encontrada na norma ASTM D 6046, Classificação Padrão de Fluidos Hidráulicos de Impacto Ambiental.
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