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Caroline Klovrza
TIPOGRAFIA: A SUA HISTÓRIA
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Introdução Esse projeto ilustrado consiste em agrupar os exercícios feitos na aula de Tipografia I, onde foram estudados, desde o ínicio dos tempos, como a escrita foi criada, desde a cuneiforme até os tempos atuais. Como a tipografia foi surgindo e passando de povos que se agregavam com outras escritas e de gerações. Primeiramente indo
pelo primeiro trabalho, feito em sala, depois
pela escrita cuneiforme, seguida dos fenícios,
vindo pelas escritas
das capitalis quadrata e rústica e por fim a capitalis romana. Os textos foram criados com bases em livros como: História do Design Gráfico de Philip Meggs, Tipografia & Design Gráfico de Joaquim da Fonseca e Manual de Tipografia: A História, a Técnica e a Arte de Kate Clair e Cynthia Busic-Snyder
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Bangla MN A tipografia escolhida foi a Bangla MN. Seu criador é o Muthu Nedumaran, que a produziu em 2009. O que me chamou a atenção nessa tipografia é a forma que ela possui, passando do fino ao grosso fluidamente sem deixar os olhos cansados. Segundo Sam Berlow, Stephen Coles e Nick Sherman do site Fonts In Use, ela se assemelha a uma versão sem serifa da Times New Roman, e ao compará-las é possível notar uma leve semelhança. Jason Santa Maria (2009) fez uma comparação entre Bodoni e Futura, o que também pode ser aplicada para Bangla MN e Times New Roman: “Bodoni e Futura têm letras muito diferentes, mas sua estrutura é baseada nos mesmos princípios geométricos básicos.” As duas vão do fino ao grosso e com isso podem ser utilizadas em títulos e em corpos no mesmo textos. “O ato de reunir tipos de letras diferentes para transmitir
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uma mensagem é desafiadora (…) encontrar boas combinações de tipos pode dar forma aos nossos objetivos emocionais e servir as necessidades práticas de nossas composições de maneiras que um único tipo de letra não pode.” (BROWN, Tim)
Primeiro exercício, feito em aula, sem observar a tipografia.
Segundo exercício, apenas observando a tipografia.
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Como a tipografia realmente é.
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Escrita cuneiforme Segundo o livro História do Design Gráfico de Philip Meggs, a escrita cuneiforme é o mais antigo tipo de escrita, criado para facilitar o registro de bens e transações comerciais, mas aos poucos, passou a abranger a expressão dos pensamentos do homem ao se tornarem mais populares. No começo, a escrita era mais pictográfica. O exercício nos propõe escolher uma escrita cuneiforme com significado. Foi encontrado no site do The British Museum algumas escritas cuneiformes em pedras ou em argila. A tradução para o inglês da escrita escolhida “(…) of] the great [god]s, the patron of shrines.”, nessa frase acredito ser algo que era bem comum no período e que significava bastante para o povo e chefes do templo. Como afirma Meggs em História do Design Gráfico “Os chefes do templo buscavam intencionalmente um sistema para registrar informações.” o texto encontrado na pedra enumerava as disposições feitas pelo rei para o sustento do sacerdote e a manutenção dos sacrifícios do templo.
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Atribuindo a cada corpo de trabalhadores as licenças a que tinham direito. “(…) Os caracteres eram então compostos de uma série de estocadas em forma de cunha, em vez de desenhados com uma linha continua. Essa inovação alterou radicalmente o caráter da escrita: as picotarias evoluíram para uma escrita abstrata de sinais chamada cuneiforme.” Meggs afirma; depois de 2500 a.C. os escribas começaram a inclinar as pictografias para as laterais e começaram a escrever em linhas horizontais, como usadas atualmente, tornando mais fácil a escrita e deixando as pictografias menos literais. O texto encontrado na pedra está na horizontal, sendo dividido por linhas, deixando assim mais fácil o seu entendimento. Já não contém mais pictogramas, e sim a escrita cuneiforme uma vez que era difícil desenhar sinais curvos. A representação feita é da nona linha, da pedra. Imagem captada do site do Museu Britânico.
“(…) of] the great [god]s, the patron of shrines.”. Desenho do tabuleiro encontrado no acervo online do The British Museum.
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Fenícios Segundo Paulo Heitlinger do site Tipografos e Philip Meggs do livro História do Design Gráfico, os fenícios criaram o alfabeto que possuía 22 caracteres, sendo esses apenas consoantes. Esses símbolos ou caracteres podem ser ligados e combinados para formar sinais visuais significando sons e sílabas. “Uma caligrafia sui generis de escrita desenvolvida em Biblos, a mais antiga cidade-Estado fenícia, usava sinais pictográficos destituídos de qualquer significado figurativo.” conforme é citado em História do Design Gráfico, seus caracteres não possuíam uma forma de significado figurativo, por exemplo um risco poderia significar qualquer coisa. Portanto, cada caractere tinha um significado que não lembrava sua real imagem. Isso pode ser visto no trabalho que nos foi passado, ao procurar por caracteres fenícios, encontrei alguns pictogramas com significados que não eram compatíveis com seus desenhos.
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Foi escolhido desenhar os respectivos caracteres: gancho, porta, casa, mão, boca, peixe, macaco, arma, água e suporte. Segundo o livro História do Design Gráfico de Philip Meggs “O alfabeto fenício foi adotado pelos antigos gregos e disseminado por todas as suas cidades-Estado por volta de 1000 aC. (…) Os gregos assumiram o alfabeto fenício e mudaram cinco consoantes para vogais.” Dado em vista que os signos fenícios não possuíam vogais fixas, a pessoa que estava lendo deveria saber falar a língua para que soubesse que som colocar entre as consoantes, mas a língua grega é uma língua que as diferentes vogais fazem enormes diferenças nos significados. Assim, o alfabeto grego dividiu as letras em consoantes e vogais, onde as consoantes tinham sempre que ser acompanhadas de vogais para criar uma unidade pronunciável.
Gancho, Porta, Casa, Mão, Boca, Peixe, Macaco, Arma, Água e Suporte, respectivamente.
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Capitalis & Rustica Segundo o livro Manual de Tipografia: A História, a Técnica e a Arte de Kate Clair, Cynthia Busic-Snyder os romanos adaptaram o alfabeto grego, assim como sua cultura, arte, filosofia. As letras seguiam exatamente a versão escrita à mão, criando traços finos e grossos, assim como acontecia com a serifa. O pedreiro usava um pincel de junco, que desenhava letras à tinta na pedra, para serem usadas como guia pelo gravador, depois eram cortadas na pedra e preenchidas com tinta vermelha para ficar parecida com a escrita em papiro. No livro História do Design Gráfico de Philip Meggs, é citado “A mais importante era a capitalis quadrata, estilo amplamente usado desde o século II até o século V da nossa era. Escritas cuidadosa e lentamente com uma pena chata, as versais quadradas tinham proporções imponentes e legibilidade distinta. O espaço entre as linhas e letras era generoso, mas não se deixava espaço entre as palavras. O desenho das
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letras era bastante parecido com o das letras que hoje chamamos de versais. Serifas eram adicionadas com uma caneta e fortaleciam as terminações dos traços.” com isso podemos notar que eles usavam uma pena de junco para ajudar no desenho da serifa, com traços finos e grossos, linhas curvas e retas que acabam dando uma forma quadrada. No mesmo capítulo do livro de Meggs ele cita um outra versão de Capitalis, a rústica, que era usada durante o mesmo período. Como essas letras eram escritas rapidamente, isso dava menos rigidez e acabavam reduzindo o uso de pergaminho, que era caro. Podemos observar que as letras são ligadas umas nas outras para dar mais rapidez à medida que eram escritas e diminuir pelo menos cinquenta por cento do espaço que nas capitalis quadratas, obtendo assim mais conteúdo.
Capitalis Quadrata Capitalis Quadrata
Capitalis RĂşstica
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Conforme é citado no livro Tipografia & Design Gráfico de Joaquim da Fonseca foi por intermédio do Império Romano que o alfabeto se espalhou pelo mundo como sistema de escrita, mas principalmente pela Europa. Tornando o alfabeto romano a versão mais antiga do alfabeto hoje utilizado. No livro História do Design Gráfico de Philip B. Meggs, é mencionado que “Os romanos capturaram a literatura, a arte e a religião gregas, alteraram-nas para que se acomodassem às condições da sociedade romana e as disseminaram por todo o vasto império romano”, baseado no texto lido, isso também ocorreu com os gregos, que tomaram emprestado o alfabeto dos fenícios, os romanos tomaram o dos gregos por via do alfabeto etrusco. Para os romanos, a letra G acabou substituindo a letra grega Z, que era de pouco valor para os romanos, fazendo assim o alfabeto ter 21 letras. Os romanos orgulhava-se muito de seus feitos pois seu alfabeto chegou ter até 26 letras que consistem na derivação de outras. No livro Manual de Tipografia: A História, a Técnica e a Arte de Kate Clair e Cynthia Busic-Snyder é apontado que “A maioria dos documentos romanos era escrita em superfícies que eram depois conservadas na forma de rolos. Os rolos eram construídos de papiro. (…) Uma forma primitiva de livro foi conhecida como o códex. Este consistia
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de duas placas revestidas de cera unidas ao longo. Para escrever na cera macia era usada a extremidade pontiaguda de um estilete cuja outra ponta, que era chata, era usada para apagar.” Alguns documentos mais extensos eram enrolados em forma de cilindro para transporte e armazenamento, pois como era muito frágil, quando dobrado, poderia acabar quebrando. Já para a comunicação temporária, anotações, correspondência, e treinamento de estudantes e escribas, era utilizado o livreto de cera.
Capitalis Romana
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Alfabeto criado em folha quadriculada a mĂŁo.
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Alfabeto Bitmap
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Alfabeto Bitmap ABCDEFGHIJKLM NOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklm nopqrstuvwxyz 16
Conclusão Esse trabalho ajudou a entender melhor como uma tipografia é criada. Com a ajuda do bitmap foi muito mais nítida a complexidade ao criar uma fonte, a quantidade certa de pixels e a semelhança entre letras como, o M e o W. Ver o passado da tipografia foi algo muito interessante pois abre nossos olhos para algo que não imaginamos quando pensamos em criar uma fonte. O livro História do Design Gráfico ajuda a entender melhor a história da tipografia e possui uma ampla informação sobre todos os temas sobre design. As tipografias utilizadas no trabalho foram diferentes em cada título, a do capítulo Bangla foi a própria, na escrita cuneiforme foi utilizada a Arial Narrow criada pelo Monotype Drawing Office em 1982, no capítulo dos fenícios foi usada Bookman Old Style criada por A C Phemister em 1858, na capitalis rustica foi a Britannic Bold feita por Wagner e Schmidt no começo dos anos 20, na capitalis quadrata foi escolhida a Century Gothic criada pela Monotype Studios em 1991, na capitalis romana foi utilizada a Trajan Pro criada por Carol Twombly em 1989, e na conclusão foi usada a Calisto MT feita por Monotype Typography em 1986. No corpo dos textos foi a Avenir que foi criada por Adrian Frutiger e lançada em 1988. 17
Fontes MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico. Cosac Naify. (2009) FONSECA, Joaquim da. Tipografia & Design Gráfico - Design e Produção de Impressos e Livros. Bookman. (2008) KATE, Clair e BUSIC-SNYDER, Cynthia. Manual de Tipografia: A História, a Técnica e a Arte. Bookman. (2009) SANTA MARIA, Jason. On Web Typography. (2009) BROWN, Tim. Combining typefaces. (2013) BERLOW, Sam, COLES, Stephen, SHERMAN, Nick. MN Latin. <https://fontsinuse.com/ typefaces/38527/mn-latin> HEITLINGER, Paulo. Tipografos. <http://www.tipografos.net/escrita/letra-fenicios-1. html>
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Caroline Klovrza Junho/2017
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