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C O M P A I X Ã O ESCRITAS POLIGRÁFICAS

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Ficha T Cnica

CATÁLOGO

TÍTULO: COMPAIXÃO

ESCRITAS POLIGRÁFICAS

PROPRIEDADE E EDIÇÃO

MUNICÍPIO DA FIGUEIRA DA FOZ

DEPARTAMENTO DE CULTURA E TURISMO

Coordena O

MARGARIDA PERROLAS

CURADORIA

FELICIANO DE MIRA

PRODUÇÃO TERESA VILLALOBOS

DESIGN GRÁFICO

RUI SANTOS

IMPRESSÃO

ABRIL 2023

TIRAGEM 300 EX

IDEPÓSITO LEGAL Nº: ???

ISBN: ???

EXPOSIÇÃO

TÍTULO: COMPAIXÃO

ESCRITAS POLIGRÁFICAS

ORGANIZAÇÃO

Associação Invencionarium/Ocina do Espírito

Município da Figueira da Foz

Departamento de Cultura e Turismo

Centro de Artes e Espectáculos

CO-PRODUÇÃO

Ocina do Espírito/ Associação Invencionarium

Câmara Municipal da Figueira da Foz

COORDENAÇÃO

MARGARIDA PERROLAS

CURADORIA

Feliciano de Mira

ASSESSORIA DE DIREÇÃO

Rita M

ARTISTAS

Almandrade, (Brasil); Caetano Dias (Brasil); Dona Mayoora (Índia/EUA)

Enzo Patti (Itália);

Feliciano de Mira, (Portugal);

Fernando Aguiar, (Portugal);

Isabel Murteira, (Portugal);

Jorge dos Reis, (Portugal);

Manuel Casa Branca (Portugal);

Hakou (Argélia);

John Richard McConnochie (Austrália);

May Bery (Líbano/Canadá);

Muhammad Shehzad Majeed (Paquistão);

Nieves Salvador Bayarri (Espanha);

Roberto Artemio Iglesias (Cuba);

Robin Tomens (Reino Unido)

COMPAIXÃO - ESCRITAS POLIGRÁFICAS

O ponto, a linha e o adormecimento das letras. Todas as letras ao esticarem-se dão-nos segmentos de uma outra propositura, o desenho descrito por pontos.

(…)Porque a linguagem da poesia é o mundo do tempo em que se vive (…) sem tempo para a reexão crítica tornamo-nos teoricamente dogmáticos e praticamente repetitivos.

A articulação dos sinais simples leva à construção de sinais compostos que enunciam alfabetos A passagem de um momento para outro corresponde a um certo tempo cronológico.

Partilhamos o poema processo da vida, esculpido no tempo da poesia experimental enquanto criamos metáforas para novos mundos.

A exposição Compaixão - Escritas Poligrácas apresenta escritas experimentais, com a participação de artistas que usam diferentes linguagens na sua expressão criativa. A seleção dos artistas atendeu ao estado da arte e procurou enquadrar-se no movimento contemporâneo das escritas dos processos de intersemiose, que usam vários sistemas de signos, materialidades e suportes Assim, os artistas foram desaados a exprimir as suas ideias de Compaixão no mundo atual, suscitando novos objetos e subjetividades.

O desenho das escritas aplica sinais, símbolos e carateres para exprimir pensamentos, ideias e emoções. Esta exposição expressa por meio de caracteres alfabéticos convencionais ou imaginados, as possibilidades dinâmicas das linguagens escritas, utilizadas por autores oriundos de diferentes espaços geográcos e referencias culturais.

A arte das escritas contemporâneas problematiza-se na sua relação com o mundo e com os seus meios de expressão, questiona as linguagens canónicas e as dependências tecnológicas, suscita problemáticas sócio-estéticas A questão que estas poéticas devem responder não se limita à função da arte ou à posição societária do artista, envolve também os contextos e as condições de criação, o que suscita outras modalidades de reexão, participação e cidadania.

Escrever é recriar e traçar, escrever é pintar a urgência de demonstrar que podemos tecer imaginários e edicar de forma expressiva a metamorfose da escrita dentro da imagem e da imagem na escrita.

As técnicas dos trabalhos apresentados - caligraa, poesia visual, objetos poéticos, colagem, pictogramas sobre tela, tipograa e arte digital, desenho, livro de artista e instalação - enumeram diálogos possíveis que retratam a proximidade e conuência entre as linguagens artísticas.

Este projeto foi construido com-paixão, o o condutor seguiu os critérios denidos e objetivos pretendidos, partimos da observação de obras para chegar à escolha dos artistas. Foi pela impressão da retina que se ordenaram linguagens poéticas e desencantos, numa poligraa que decifra os registos, os materiais aplicados e as tecnologias de suporte.

A montagem da exposição atendeu às carateristicas do espaço e a distribuição das obras partiu de proximidades técnicas, formais, conteúdos e cores, de modo a facilitar uma leitura coerente entre as poéticas representadas, que participam na expansão do conceito de poesia a partir da experimentação.

A origem geo-cultural dos artistas não afetou a unidade expressiva nem levou à confrontação visual, cromática ou comunicativa, todas apresentam características comuns à criação experimental.

Este texto sobre a exposição “Compaixão: Escritas Poligrácas” foi lido na inauguração, a 4 de fevereiro de 2023, na Galeria do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz. Cada secção foi lida num ponto diferente da galeria, de acordo com o procedimento seguinte: o orador começa de pé na área inicial da galeria, virado para o público, com as folhas do texto sobre a estante de leitura; o orador lê um segmento de texto, em seguida interrompe a leitura, afasta-se alguns metros, coloca-se no meio do público e, olhando para a estante, faz a pergunta “Mas quem é que diz isso?”; depois vai buscar a estante, deslocase para um ponto diferente da galeria, e repete o procedimento seis vezes As oito sequências seguintes seguem um procedimento similar, com duas variações: a deslocação do orador é dirigida para uma zona particular da exposição aproximandose de obras especícas, de modo a sugerir alguma ligação entre o texto e essas obras (por duas vezes, o orador lê a sequência virado para a parede da galeria e de costas para o público); o desdobramento de vozes ocorre agora no interior do próprio texto, que se desenvolve como um diálogo. Este procedimento repete-se oito vezes. A deslocação pelo espaço da galeria reforça a multiplicação de vozes no texto: na primeira parte, a voz do narrador que descreve a repetição da ação, a voz especulativa que explica teoricamente as poligraas e a voz do ouvinte que interroga a autoridade explicativa da voz especulativa; na segunda parte, a voz que escreve e a voz que escuta, agora cúmplices na invenção de uma leitura imaginária para algumas das poligraas. Os catorze pontos do percurso permitem ao orador e ao público completar duas voltas à galeria.

[Ponto

1. Ponto de partida]

desaparecer a superfície em que o traço se aloja.”

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 3]

Terceiro começo numa tarde de fevereiro:

“Planográcas ou tridimensionais, as inscrições deformam as superfícies com o seu peso próprio. A sua largura, a sua nura, a sua gura. Planográcas ou tridimensionais, as superfícies dão a ver a tensão com que recebem as inscrições. Dão a ver a sua resistência, o seu grão, a sua textura. Pincel sobre papel, pincel sobre cartão, pincel sobre tela, pincel sobre madeira. Aparo sobre papel, cálamo sobre papel. Impressão sobre papel. Papel sobre papel, tinta sobre tinta. Gravura sobre gravura. Inscrições e superfícies sobrepõem-se microgeologicamente. Tato ótico, olho háptico Olho tático: perscruta, prospeta, minera. Veio a veio, estrato a estrato.”

Primeiro começo numa tarde de fevereiro: “Multicontinental, multilinguística, multiforme, a poligraa coloca-nos num espaço de tensão entre ver e ler. Ela obriga-nos a sentir a opacidade gráca da matéria, a sua resistência à simbolização e à guração.”

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 2]

Segundo começo numa tarde de fevereiro: “O título desta exposição de escritas visuais contém o enunciado do seu programa curatorial: mostrar a multiplicidade gráca das inscrições enquanto exploração visual das possibilidades combinatórias e articulatórias do traço. Manual ou mecânico, o traço articula um feixe de possibilidades. A potencialidade do traço começa por ser de ordem percetual, ao fazer emergir planos, espaços e formas a partir da tensão gestáltica superfície/inscrição, negativo/positivo, fundo/gura, branco/preto, preto/cor, branco/cor, etc. Pontos e traços, manchas e blocos ativam planos, espaços, formas. Mostramnos a interação entre inscrever – fazer aparecer o traço e o gesto do traço – e excrever – fazer

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 4]

Quarto começo numa tarde de fevereiro:

“A poligraa é polimórca: escrita sem língua, escrita pré-língua, escrita pós-língua, escrita-desenho, desenho-escrita, escrita sem escrita. A poligraa é gestual: mão gráca, mão tipográca, mão caligráca, mão coreográca A poligraa é indolente: mão contrátil, mão versátil, mão paciente, mão inteligente. A poligraa é inconsciente: move-se sem plano, sem direção, sem caminho, sem orientação. A poligraa é labiríntica: repete-se, ramica-se, retorna sobre si mesma. A poligraa inventa a verdade: não há como codicar os seus sinais vitais, o seu ruído é a sua informação. Encefalopolicaligrama, Ecocardiopoligrama, a poligraa não se deixa medir.”

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 5]

Quinto começo numa tarde de fevereiro: “A poligraa não se deixa ler: ela obriga-te a suspender a ânsia simbólica, ela não quer dizer nada, ela não diz nada. A poligraa não se deixa ver: ela obriga-te a suspender a ânsia simbólica, ela não quer gurar nada, ela não gura nada. A poligrafia toma o teu sistema ocular emprestado para uma experiência cognitiva Ela diz-te: não consegues ler, olhas e não consegues ler, estás contaminado de visão, queres ver o ilegível. Ela diz-te ainda: não consegues ver, olhas e não consegues ver, estás contaminado de leitura, queres ler o invisível. Ela dizte: lê o ilegível, vê o invisível.”

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 6]

Sexto começo numa tarde de fevereiro: “Os traços obcecam-te. Acreditas, sem saber, que escondem alguma coisa. Tentas mapear os retângulos que se abrem nas paredes da sala, mas sabes que apenas consegues focar a atenção de forma dispersa e descontínua, guiado pela dinâmica provocatória das inscrições, pelos altos e baixos da superfície, pelos claros e escuros das manchas de tinta, pelas anidades entre cores, pelos intervalos indecifráveis entre alfabetos. Percorres o espaço à tua volta como um scanner 3D. O teu corpo é uma máquina mas não é uma máquina Sentes a vertigem desse percurso irregular à procura de formas que reconheças. A poligraa não se deixa ver, nem se deixa ler. Ela confunde o teu sistema ocular. Causa-te vertigens e tonturas. Fazes o teu mapa de pontos num território de riscos. Arriscas-te.”

Mas quem é que diz isso?

[Ponto 7]

Vou começar assim: “Um astro gráco cintila.”

E depois?

Depois escrevo: “Nesta estrela tipográca as simetrias encaixadas puxam-nos para dentro do seu espaço cartesiano.”

E depois?

Depois escrevo: “Estrela de seis pontas, brilho de 12 pontos, projetado em feixes ortogonais. Luz negra, matéria escura. A estrela tipográca brilha no céu noturno. A luz amarela desvia-se para o vermelho. É a constante cosmológica que faz a folha expandir-se. A estrela do norte cria o espaço da sua própria existência.”

E depois?

Depois escrevo: “Topograma polar, estrela dos ventos.”

[Ponto 8]

Começo assim: “O grande salto em frente: a vinculação entre traços e sons.”

O quê?

Repito a frase só para ti: “O grande salto em frente: a vinculação entre traços e sons.”

E depois?

Depois escrevo: “A decomposição fonológica da cadeia da língua. A compreensão da natureza diferencial e permutativa das combinatórias de sons. A tradução dessa compreensão num sistema de traços.”

E depois?

Depois escrevo: “Grafemas-quase-fonemas: alfabetas, alfadeltas, alfagamas, alfaomegas. A janela sobre as letras não chega verdadeiramente a destruir os grafemas. A desabstraí-los da sua função fonografemática.”

O quê?

Repito só para ti: “A desabstraí-los da sua função fonografemática.”

E depois?

Depois escrevo: “Letras isoladas e fragmentos de letras abrem a janela para a matéria gráca da escrita. Para a sua existência aquém da representação Ascendentes, descendentes, barras, hastes, patilhas. Resíduos tipográcos. Restos de letras. Escrita sem som.”

[Ponto 9]

Começo assim: “Se cada narrativa for”

E depois?

Depois escrevo: “Se cada narrativa for o resultado de uma combinatória de sinais, talvez haja um códigofonte que sustente as possibilidades combinatórias e, portanto, as possibilidades narrativas.”

E depois?

Depois escrevo: “Agarremos então na estória de uma narrativa histórica – Guerra de Canudos (1897) – e procuremos esse código. Desse modo talvez seja possível desmontar a narrativa – decompô-la nos seus elementos mínimos – e imaginar outra combinatória. Uma contranarrativa para cavalos, esporas, machados, adagas, espingardas, incêndios, degolações.”

[Ponto 10]

Dona Mayoora, Solotude (2020), escrita digital.

Começo assim: “A escrita digital é duas vezes digital.”

E depois?

Depois escrevo: “A lógica fonética da representação alfabética é a primeira digitalização, isto é, uma estrutura de guração gráca do som que divide a cadeia da língua em unidades discretas.”

Depois escrevo: “A codicação da letra para processamento digital é a segunda digitalização.”

Depois escrevo: “O alfabeto é uma escrita digital.”

Depois escrevo: “A escrita digital do alfabeto é uma escrita digital em segundo grau.”

Depois escrevo: “A decomposição tipográca de Dona Mayoora sugere, sem referir, essa exponenciação da condição digital da escrita.”

Depois escrevo: “Na sua geometria vetorial, círculos, aros e semicírculos recompõem o alfabeto devanagari e o vocabulário branco-preto-vermelho numa nova forma de escrita.”

E depois?

[Ponto 11]

Já sei como vais começar!

Como vai ser? Diz lá.

Vais começar assim: “Caminhas sobre uma paisagem de escrita, seguindo as suas curvas de nível, a diagonal dos seus campos lavrados, os altos e baixos dos seus terrenos ilegíveis.”

E depois?

Depois vais escrever: “Ao longe, a sombra de uma esfera, um socalco iluminado, um declive anguloso, uma parede inclinada, um buraco no chão, um navio preso na ondulação caligráca.”

E depois?

Depois vais escrever: “Tens os pés assentes numa escrita sem sentido. Abre-se um redemoinho para dentro do poço de linhas. O mundo pendurado numa tira de papel.”

Começo assim: “Gravura e letras encontram-se por acaso.”

E depois?

Depois escrevo: “A sua justaposição enuncia o p r ó p r i o a t o p o é t i c o c o m o a p r o x i m a ç ã o ininterpretável de disparidades.”

O quê?

Repito só para ti: “A sua justaposição enuncia o p r ó p r i o a t o p o é t i c o c o m o a p r o x i m a ç ã o ininterpretável de disparidades.”

E depois?

[Ponto 12]

Depois escrevo: “O sentido não se revela Permanece opaca e descontínua a ligação. O espaço d a c o l a g e m s ó p o d e s e r p r e e n c h i d o inconscientemente A colagem instaura a descontinuidade do sentido. A pura energia da semiose como movimento potencial. Um curtocircuito eletroquímico na imaginação do sujeito. Os olhos cam presos na superfície das formas. Na impenetrabilidade de se representarem apenas a si mesmas.”

E depois?

Depois escrevo: “gravura do séc XIX, Letter-Press, e letras de vinil desenhadas em computador e recortadas em plotter.”

[Ponto 13]

Começo assim: “Silabários para as oclusivas.”

O quê?

Repito só para ti: “Silabários para as oclusivas.”

E depois?

Depois escrevo: “P , B, T, D, K, G. Alfabeto para as outras consoantes e para as vogais. Dizem-nos que é uma escrita paleohispânica, a escrita do sudoeste.”

E depois?

Depois escrevo: “Signos que fonografavam sílabas. O epigrasta do sudoeste escuta os traços das estelas funerárias. No silêncio do Museu da Escrita, a escrita não fala. Copiada sobre papel, a escrita escreve a escrita. Semi-sílaba a semi-sílaba, a lua ilumina a planície do papel.”

E depois?

Depois escrevo: “Sobre o xisto indecifrável, o epigrasta deixa novas marcas ilegíveis.”

Começo assim: “Cai o outono sob a forma de escrita.”

E depois?

Depois escrevo: “Camada a camada os traços depositam-se. Acumulam-se uns sobre os outros. Figura, fundo, gura-fundo, fundo-gura. Letra sobre letra sobre letra. Percorres a superfície de sinais entrelaçados. Quantos sinais! Os olhos varrem a tela. Guiada pelo sopro caligráco do vento, a mão regista-se a si própria.”

E depois?

Depois acabo: “A vida esvai-se a cada instante.”

Biografias

Almandrade, Alfabeto. 1973 Edição 2020. livro de artista.

Almandrade (São Felipe, Brasil, 1953). Vive e trabalha em Salvador, Bahia. Artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano, poeta e professor de teoria da arte das ocinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia e Palacete das Artes. Participou de várias mostras coletivas, entre elas: XII, XIII e XVI Bienal de São Paulo; "Em Busca da Essência" - mostra especial da XIX Bienal de São Paulo; IV Salão Nacional; Universo do Futebol (MAM/Rio); Feira Nacional (S Paulo); II Salão Paulista, I Exposição Internacional de Escultura Efêmeras (Fortaleza); I Salão Baiano; II Salão Nacional; Menção honrosa no I Salão Estudantil em 1972. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Realizou cerca de trinta exposições individuais em vários Estados. Tem trabalhos em vários acervos particulares e públicos, como: Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Museu da Cidade (Salvador) e Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu Afro (São Paulo), Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Brazil Godlen Art, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Recife), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (Ba.), Centro Universitário de Cultura e Arte de Feira de Santana (Ba.), Galeria ACBEU de Salvador, Museu de Arte Abraham Palatnik (Natal), Museu de Arte do Rio de Janeiro, Museu Nacional (Brasília).

Caetano Dias (Feira de Santana, Brasil, 1959) Artista visual, poeta, cineasta e curador. Vive e trabalha em Salvador da Bahia. Na segunda metade da década de 1980, começou a expor Entre as exposições individuais destaca: Sobre a Virgem: estratégias para a perda de sentido, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, 2003; Bicho Geográco, Projeto Ocupa, Museu Palácio da Aclamação, Salvador, 2010; Céu de chumbo, Blau Projects, São Paulo, 2015. Participou de várias coletivas, como 29º Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna, São Paulo, 2006; 16ª Bienal de Cerveira, Portugal; Bienal de Valência, Convento del Carmen, Valência, Espanha, 2007; Paisagens Oblíquas, Museu Coleção Berardo, 2009; Incorporation: Afro-Brazilian Contemporary Art, Europalia-Brasil, Centrale for Contemporary Art, Bruxelas, Bélgica, 2011-2012; Associação Cultural Videobrasil / Festival Internacional Coisa de Cinema, Salvador/BA. 2013; 3ª Bienal da Bahia, Salvador, 2014; 1ª FRESTAS – Trienal de Artes do SESC/Sorocaba, São Paulo, 2015; Axé Bahia, The Power Of Art In An Afro-Brazilian Metropolis, Fowler Museum at UCLA, 2017/2018; Carne Dura - Só a Antropofagia nos Une?, The Brooklyn Rail, 2021. A sua poética enfatiza discussões sobre alteridade, tempo, realidade e cção, aproximações e distâncias entre as pessoas, os grupos, as culturas, que aparecem em obras como Cabeças de açúcar, 2007.

Dona Mayoora (Kerala, India, 1978). Também conhecida como Donmay Donamayoora, é poeta visual/experimental, criadora de Calligraphy Stories, e ocasionalmente colunista, ensaísta e escritora contista. Os seus livros incluem Ice Cubukal (2012), Neela Moonga (2019), Listening To Red (2018), Echoes (2019) e Language Lines & Poetry (2020) Os seus poemas Malayalam são ensinados em universidades na Índia e os seus poemas visuais foram exibidos nos EUA, Canadá, Polónia, Suíça, Itália, Espanha, Portugal e apresentados em antologias internacionais A History of Visual Text Art (2019) e JUDITH: Women Making Visual Poetry (2021). Foi coeditora da WAAVe Global Anthology of Women's Asmic Writing and Visual

Enzo Patti (Favignana,Itália, 1947). Desenhador, pintor, cenógrafo, vive em Palermo, Sicília. Lecionou cenograa na Academia de Belas Artes de Palermo, onde ainda colabora na criação da "Accademia's Artist Books Collection" e nos projetos "Rambla Papireto" e "Museo Danisinni". O seu trabalho como artista é marcado por uma escrita indecifrável há mais de quarenta anos. Já decorou grandes espaços privados e públicos e desenhou cenários para os teatros greco-romanos de Siracusa e Segesta. É autor de livros de objeto único e livros navegáveis, de exemplares numerados. Ilustrou livros populares sobre as lendas e a história da máa do sul da Itália. Desde 1968 realizou inúmeras exposições pessoais vinculadas ao seu percurso de pesquisa e, após conhecer Mirella Bentivoglio, em Palermo, por ocasião da exposição "Il Non Libro" -1985, participou de inúmeros coletivos nacionais e internacionais sobre o tema do livro de artista (Far Libro, Florença -1988, Il Librismo, Cagliari- 1990) e escrita assémica (Concreta-Festapoesia, Roma -2018), Desenho da escrita. Atualmente desenha gurações assêmicas e cruza a sua caligraa com a dos folhetos impressos.

Feliciano de Mira (Arraiolos,Portugal,1957) Poeta, poliartista e investigador. A sua obra poética assenta na arte experimental, como fonte de pesquisa e criação, com ênfase nos campos da intersecção entre as linguagens verbal, visual e sonora. Publicou Atão (Paper View,2022), Rua Araújo/Caligramas (Paper View, 2022), Ao Correr do Olhar – Contributos para uma epistemologia poética (Almedina,2019) Hotel Siesta (Palimage/OE,2017), Camponesa com a Cabeça de Deus ao Colo (Palimage/OE,2017), Imaginários da Caatinga (OE,2016),Benédiction (Palimage,2006) e Quaternu d'Aistétiké 1 (Instituto Camões, 1999), para além de dezenas de livros de artista e participação em antologias, revistas nacionais e internacionais.

Desde 1980 que participa em exposições individuais e coletivas, as mais recentes são: ESCRIBAS:I Mostra Internacional de Escrita Assémica(Centro Cultural UFMG, Belo Horizonte/Brasil, 2023), Compaixão - Escritas Poligrácas (Évora, 2022), I Mostra Virtual de Poesia Visual

(S.Paulo/Brasil, 2022), EPACTA (Loja 1, Évora, 2021) Bahia For Évora, (Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Évora, 2021), (Re)montados - Passagem e Presença (Galeria Municipal de Arte de Montemor-oNovo,2020), Cante e Arte Chocalheira em Diálogo (Ocina da Cultura de Almada, 2019), Experimentus-Linha Clara (Igreja de S. Vicente ,Évora,2019), Quando Chego à Minha Terra Não Há que Haver Arreceio (Galeria Solar Ferrão,Salvador/Brasil, 2016).

Realizou as performances, Bilhetes Postais (EV.EX, 2022), Objetos Íntimos (EV.EX,2021), Happening GMPS - Global Multimedia Poetry Stands(Évora, 2021,2019), Festival OI (EV.EX/Artes à Rua , 2019), Tríptico Videográco-II Bienal Jorge Lima Barreto (Vinhais, 2018), O Cante Acusmático de Pias (Festival Artes à Rua, 2018 /Musibéria,2016), About Lines (Artes à Rua,2018), Recortes Sertanejos (UFALAlagoas-Brasil,2017 ) e Imaginários da Caatinga (Casa da Cultura de Paulo Afonso, Bahia-Brasil,2017).

Fernando Aguiar, 1997. A Criação da Poesia. Colagem (gravura do séc XIX e Letter-Press) 100,5 x 80,5 cm

Fernando Aguiar (Lisboa,Portugal,1956). Publicou 40 livros de poesia, performance, infantis e antologias de poesia visual em Portugal, Espanha, Alemanha, Brasil, Itália, Irlanda, Canadá, U.S.A., Inglaterra e na Suécia. Realizou 48 exposições individuais em Portugal, Hungria, México, Itália, Espanha, Emiratos Árabes Unidos, Cuba, Brasil, e participou em inúmeras exposições coletivas em cerca de 40 países. Desde 1983 apresentou mais de 240 intervenções e performances poéticas em 124 Festivais Internacionais, em Museus e Galerias em 25 países, nomeadamente no Centre Georges Pompidou (Paris), Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Casa de Serralves (Porto), Tokyo Metropolitan Art Space (Tóquio), Mexic-Arte Museum (Austin, Texas), Musée D'Art Contemporain (Marselha), Museo Vostell Malpartida (Malpartida de Cáceres), Círculo de Bellas Artes (Madrid), IVAM – Institut Valencià d'Art Modern (Valencia), Beijing Tokyo Art Projects (Pequim), Hong Kong Arts Centre (Hong Kong), Reykjavík Art Museum (Reykjavík), Centre Culturel Calouste Gulbenkian (Paris), National Gallery (Praga), Matadero Madrid (Madrid) e também na secção “Extra 50” da 50ª Bienal de Veneza e na 8ª Bienal de Havana.

Em 2010 apresentou pela primeira vez obras do seu Arquivo, em Abrantes com cerca de 2.500 obras originais. É autor do “Soneto Ecológico”, uma obra de land-poetry constituída por 70 árvores plantadas em 14 las de 5 árvores (4+4+3+3), numa área aproximada de 110x36 metros, em Matosinhos, 2005. Foi-lhe atribuída a “Mention Spéciale Fondazione Bonotto” do Prémio Literário Bernard Heidsieck - Centro Pompidou 2021.

Hakou,2022.O Pássaro do Amor.Técnica mista s/tela 150x100 cm

Hakou (Ain Arnat, Algeria, 1965). Estudou na Escola Superior de Beaux Art em Alger e Constantine, pintura e desenho na tradição ocidental, mas pertence mundo da pintura caligráca contemporânea, a sua alma sempre o chamou de volta às raízes, fonte original, herança e património.

Quando era jovem e morava com os pais no campo, eles levavam-no à escola para memorizar e seguir o Alcorão. O método de educação era muito tradicional e muito simples. Sentavam-se num colchão e muitas vezes no chão, repetindo o que o sheik dizia em Versos muito altos. Tinham um pequeno frasco de tinta, queimavam lã de ovelha, adicionavam um pouco de Tani, e com uma caneta de cana escreviam o que memorizavam e o sheike corrigia. Depois da formação académica, os trabalhos diferiam das linhas orientais e aproximavam-se da abstração e da contemporaneidade, sob todos os pontos de vista interrogava o património antigo, até que a utilização do estilo contemporâneo na caligraa o surpreendeu. Embora aplique técnicas contemporâneas o seu pensamento e trabalhos experimentais estão longe de escrever textos em escrita árabe. As pinturas têm mais conotações visuais do que textuais, embora todas as obras apresentem textos poéticos.

Isabel Murteira, 2020 Therapy session between two circles. Acrílico sobre papel, 98x75cm

Isabel Murteira (Évora, Portugal,1997) Licenciada em Pintura pela FBAUL (2019), fez o Programa Erasmus (2019) no Departamento de Gravura, da Royal Academy of Fine Arts de Antuérpia e o estágio prossional no Departamento de Serviço Educativo do Museu do Oriente, Lisboa. Realiza o mestrado em Pintura na Muthesius-Kunsthochschule em Kiel, na Alemanha.

A sua carreira artística manifesta-se principalmente na pintura. Geralmente, as pinturas da artista são narrativas que invadem a sua mente e surgem de uma mistura da imaginação com a realidade. Outras vezes, partindo do auto-retrato, expressam estados mentais divergentes que surgem repentinamente como: melancolia, nostalgia mas também alegria e alegoria. As pinturas revelam-nos um universo paralelo que existe apenas na sua cabeça. Tudo é possível nessa dimensão tal como cenários distorcidos, objetos que ganham vida e criaturas imaginárias, revelando ao espectador um universo que, de certa forma, cria desconforto e, de outra forma, dá-lhe espaço para ler e criar a sua própria história. É um enigma onde se confunde o mistério e a realidade no bastidor das pinturas.

John Richard McConnochie (Liverpool U K , 1950)

Estudou ilustração e design gráco no Hugh Baird College. Os seus primeiros anos como artista foram passados a viajar e a pintar em vários países da Europa. Em 1974 John deixou a Inglaterra para viver na Austrália e em 1982 abriu o Ffocus Arts Studio and Gallery em Sydney, onde começou a ensinar assim como em várias faculdades e estúdios da costa leste australiana.

Realizou a sua primeira exposição individual em 1974 na biblioteca do condado de Lancashire, Inglaterra e desde então realizou mais de 12 outras exposições individuais. Foi premiado com o Prémio de Arte Mosman em 1986 e a sua carreira oresceu a partir deste ponto. Desde a década de 1980, o seu trabalho tem sido incluído em grandes exposições internacionais, incluindo: 1986 – Exposição do Fórum do Pacíco, Fiji 1987 – The Australian Bicentennial Exhibition, Landell Gallery, Carmel, EUA 2009 – Exposição Controvérsia e Aclamação, Galeria Mosman, Sydney, Austrália 2016 – Exposição do 450º Aniversário de Shakespeare, percorrendo várias cidades russas 2018 –International Asmic Exhibition, Minnesota Museum of Illustration, EUA ;2020 – Exposição “Nevermore” (Mai Piu) Não Violência às Mulheres, Studio D'Arts Bologna Itália; 2021 – 'Nevermore' Centro Culturale Venturini, Massa, Itália. É administrador activo de várias galerias online, incluindo Asemic–TheNewPostliterate,VisproeExperimentalComics

Jorge dos Reis (Unhais da Serra, Portugal, 1971). Designer Gráco. Vive e trabalha em Lisboa. Foi aprendiz compositor tipógrafo com um primeiro-ocial de tipograa da Imprensa Nacional. Iniciou o seu percurso projetual colaborando com o designer Robin Fior, em Lisboa, e com tipógrafo Alan Kitching, em Londres. Estabeleceu-se em atelier próprio em 1996. A sua obra é extensa e diversa, tendo uma atividade dual enquanto projetista e artista: faz design gráco, tipográco; expõe desenho, pintura. Frequentou o Conservatório Nacional na classe de canto de António Wagner, estudando com os compositores Jorge Peixinho e Paulo Brandão enquanto se licenciava em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Jorge dos Reis é Master of Arts pelo Royal College of Art em Londres, Mestre em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE, Doutorado pela Universidade de Lisboa. Atualmente é Professor Auxiliar na FBAUL, onde fundou e dirige o Mestrado em Práticas Tipográcas e Editoriais Contemporâneas Preside às Comissões de Avaliação Externa da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) e é membro dos painéis de avaliação para o nanciamento de projetos da Direcção-Geral das Artes (DGArtes). Foi professor visitante em diversas instituições de ensino superior na Europa e no Brasil. Em Portugal lecionou em várias instituições, colaborando atualmente com o ISEC Lisboa – Instituto Superior de Educação e Ciências.

Realizou projetos de design gráco para diversas instituições em Portugal e no estrangeiro. Dentro de um conjunto alargado de monograas impressas destacamse cinco: a edição Fragas Falantes, 20 anos 20 Tipos de Letra (UBI, Covilhã, 2016); Terra Plana – Humanismo e Formalismo, Vinte Anos de Prática Projetual em Design Gráco 1996-2016 (Casa da Cerca, Almada, 2017); o livro Tipograa, Identidade, Teatralidade, A prática permanente do desenho enquanto instrumento de trabalho no projeto de design gráco e tipográco para o Teatro Municipal Joaquim Benite, Companhia de Teatro de Almada 2017–2018 (Instituto Politécnico de Tomar, 2018); Labor e Método, Oitenta e Oito Cartazes (Editora Caleidoscópio, Museu Nacional da Imprensa); e uma mais recente edição, Respirar d'baixo d'água, Peixe de Setúbal, Mercado do Livramento (Câmara Municipal de Setúbal). No seu todo, quase uma trintena de livros, debruçados sobre a prática do design gráco, da tipograa, do book design, do desenho e também da pintura, revelam um labor constante, obstinado e rigoroso.

Visita,nãoé Luna!,2022 Técnicamistae colagem sobre tela,50 x 50 cm

Manuel Casa Branca (Montemor-o-Novo, Portugal, 1965) Aluno do pintor e ceramista californiano Ross Curtis no Atelier Internacional em Montemor-o-Novo(1988-1993).

Licenciatura em Artes Plásticas/Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa (1996). Pós-graduações na área da Prossionalização Pedagógica na Universidade de Évora (2001) e do Mestrado de Desenho na FBAUL (2007).

Recebeu os seguintes prémios: Menção Honrosa na II e III Edição do Prémio Infante D. Luís às Artes, C.M. Salvaterra de Magos,2017 e 2020; Menção Honrosa na VII Bienal “Salão das Artes” Câmara Municipal da Vidigueira 2010.

Prémio das delegações estrangeiras no “LXIII des Artistes du Hurepoix”, St.-Geneviève- des-Bois, França, 2009 ;Prémio da Cidade de Brétigny no “XLV Salon de Peiture et Sculpture l'Ile-de-France” 2007; Prémio de Pintura Henrique Pousão, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 1998. Realizou diversas exposições individuais em Portugal e Espanha e colectivas em Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Polónia e EUA, destacando as mais recentes: 2022- Olivença - Movimento

IP2N4 ART 2021- EV.EX - 2ª Edição: EPACTA - Instalação Visual com Feliciano de Mira; CONTEXTO…COM TEXTOCeleiros da Ex-EPAC (Colectiva; 2021- Downtown ChiadoExposição Internacional, Atelier Natália Gromicho, Chiado, Lisboa.

May Berry,2017. Infinité. Tinta s/ papel, 41X31cm

May Bery (Beirute, Libano, 1962). Tem formação académica em ciência política, planeamento urbano, tradução e artes visuais. Costureira de linhas, palavras, signos reais ou inventados Por não terem uma linguagem conhecida, esses pequenos escritos assémicos são dados a todos os leitores dispostos, sem pedir nada antecipadamente ou em troca. Eles não exigem nenhum conhecimento prévio, nenhuma prociência ou uência no idioma. Eles não obrigam a nenhuma certeza de sentido. Eles não representam nada nem ordenam. São escritas dispostas a assumir várias formas (letras e palavras, signos, notas, equações e curvas), sentidos diversos, percursos distintos. Apontam para ser muitos, ser diferentes, mas “estar com”, mesmo assim.

Muhammad Shehzad Majeed, 2022.Sem título tinta s/cartão

Mohammad Shezad Majeed (Lahore, Paquistão, 1975). Nasceu na histórica cidade de Gardens. Fez o BFA Fine Arts 2000-2003 e MFA FineArts 2004-05 no College of Art & Design na University of the Punjab,Lahore, Pakistan

Desde a tenra idade que gostava de criatividade e arte, fazia rabiscos, letras e criação visual em papel, tela, chão e até nas próprias roupas. Sempre quis criar o seu próprio mundo surreal de imaginação e tentar compartilhar com todos. Desde 2005 que leciona em cinco universidades diferentes a nível nacional e trabalha como artista visual. Já apresentou prossionalmente o seu trabalho em Portugal, Itália, Brasil, Reino Unido e Paquistão.

Nieves Salvador Bayarri 2022. Entre dois corpos, colagem, 41X31cm

Nieves Salvador Bayarri (Alcalá de Chivert, Castellón, Espanha, 1959) Membro fundador do Grupo Poético Espinela de Benicarló (1984). Prémio Cidade de Segorbe de Poesia 1994. Prémio CA e C de Seguros de Valência de Poesia 1999. Prémio Rainha Amália de Poesia Palma de Maiorca 1998. A sua obra integra as antologias Peñíscola e Los Poetas” 1995. De Varia España, de Manuel Quiroga Clérigo, Guanajuato, México 1997. Novas vozes de Luz Maria Jimenez Faro Coronel Torremozas Madrid 1998. A Torre de Papel de Ricardo Llopesa Valencia 1998. Poesia Hoje” de José Carlos Beltran. La Factoría Valenciana 1997. Poetas de la Plana” de José María Arauzo Castellón 2000. Poetas valencianos dos anos 90” de Ricardo Llopesa. 1ª Antologia de poetas castelhanos”, de Angel Campos Cayuela. Algo a dizer”, Edições R. Blasco Ibáñez.

Livros publicados, “Anéis de Voz”, “A Voz e o Fervor”, “Viagem sem Retorno”, “Onde Nascem as Palavras” “Palpitação das Horas” nalista do prémio da crítica valenciana 2003, “A terceira Rosa” editorial Onada,

Editorial “Populated Shadow” El Sueño del Búho, “Clock Stairs” e “From Adam”. Como poeta visual está incluídaa nas antologias: “Cor na Poesia Visual” de J.C.Beltrán. La Mirada Llegida” antologia valenciana de J. Ricard. Poesia Visual Espanhola antes do novo Milênio de J.C. Beltran, Art Garin, Vitória. Phayum, poética visual”, col. Candela, Benicarló. Poesia Visual Espanhola (Antologia Incompleta), de Alfonso López Gradolí. Antologia de Poesia Visual”, de Victor Pozanco. Poesia Visual Valenciana” de J.C. Beltran e Bartolomé Ferrando. A última edição da revista Phayúm reúne uma amostra 1997-2005 Soledad” com críticas de Laura Lopez, da Universidade de Canterbury. Participou do encontro de poetisas em homenagem a Ernestina Champourcin em Vitória. Colabora no jornal de Córdoba. Exposições: em Piedras Blancas Asturias. Poesia para Ver, Benicarló. A imagem da palavra, Córdoba Ocina de Paraules, Navarrés, Valência. Poesia para ver La Vaquería, Tarragona. Bienal Internacional de Poesia Do Douro e Vale do Cia Portugal. Shangar, Benicarló. Os signicados da água Caldes D/ estrac. Cartas à taça, Tudela. Pictograma Espai d'art contemporani, Castellón. Mucbe, Benicarló, exposição individual no Museu Juan Ramón Jimenez de Moguer 2021, e poema visual permanente no referido museu.

Sem título,1984 acrílico sobre papel, 79x65 cm

Roberto Artemio Iglesias (Havana, Cuba, 1941) Designer e gravador e desenhador Licenciado em História de Arte pela Universidade de Havana, foi professor de arte no Instituto Superior de Arte de Havana e membro da União de Escritores e Artistas Plásticos de Cuba. Ganhou vários prémios de gravura, desenho e artes grácas em Cuba, Alemanha, Russia, Polónia e Brasil. Foi júri de vários concursos de arte e de artes grácas, e apresentou conferências em Universidades na Colômbia, Cuba e Nicarágua. Realizou cerca de 30 exposições individuais e participou em mais de 200 exposições colectivas em 28 países, entre os quais Venezuela, Canadá, Colombia, Chéquia, Roménia, Espanha, Noruega, Suécia, Dinamarca, Itália, Japão e Irlanda. As suas obras visuais foram apresentadas em Portugal em duas exposições individuais - “Letra, Símbolo Cúmplice”, na Biblioteca Municipal D. Dinis, em Odivelas, e “Forma & Magia: Poesia”, no Centro Cultural Malaposta, em Olival Basto. É autor do livro “Algunas Experiencias Sobre DISEÑO GRÁFICO”, publicado pela Universidad Autónoma de Guerrero, no México, em 2004.

Robin Tomens I'm all over the place this morning, 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens (Claydon, Bucks, England 1958) Mora em Londres e faz arte desde a produção de zines na era Punk. As suas colagens multimédia e a sua poesia visual foram incluídas na exposição Visual Poetry on the Page: With, Within, and Without the Word (EUA), no 63º Festival de Jazz de Ljubljana (Eslovênia) e com o coletivo The Tunnel (Londres) Foi publicado pela Timglaset (Suécia) e Redfoxpress (Irlanda), no Le Monde Diplomatique e Explorations In Media Technology. Os seus trabalhos tem sido usados para capas de álbuns (Modern Jazz Dance Classics Vol 1 e 2) e faz os seus livros de artista, sendo o mais recente uma coleção de arte de máquina de escrever chamada Yes I No. Também escreveu o livro sobre Jazz, Points of Departure: Essays on Modern Jazz (Stride, 2001) e contribuiu para Cut Up! (Oneiris Books, 2014). Em 2022) ganhou o segundo prémio anual Wishing Jewel da Green Linden Press e, como resultado, será publicada uma nova coleção da sua poesia visual intitulada You Would Say That.

Rela O Das Obras Expostas

Almandrade, Alfabeto 1973 – Edição 2020, livro de artista

Caetano Dias, 2021. Alfabeto Sinestésico de Canudos 95,73x62,63 cm

Caetano Dias, 2021. S/título, acrílico s/ papel, 40x40 cm

Caetano Dias, 2021. S/título, acrílico s/ papel,40x40 cm

Caetano Dias, 2021. S/título, acrílico s/ papel, 40x40 cm

Caetano Dias, 2022. Horiqui, Livro de Artista

Dona Mayoora, 2022. Solotude 1;2;3;4. Escrita Digital

Enzo Patti, 2021. Paisagem Assémica 1;2;3;4;5;6. Tinta s/ papel

Feliciano de Mira, 2020. O Assobiador Acrílico sobre tela, 120x100 cm

Feliciano de Mira, 2020. Epacta, Acrílico s/ papel, 100x70 cm

Feliciano de Mira, 2020. Novilúrio Acrílico s/ papel, 100x70 cm

Feliciano de Mira, 2020. Cork-oak-mail-art-tree. Carimbos 59,4 x47 cm

Fernando Aguiar,1997. Homenagem da Poética à Eletricidade, Colagem (gravura do séc XIX e Letter-Press, 100,5x80,5 cm

Fernando Aguiar,1997. O Triunfo da Poesia Colagem (gravura do séc XIX, Letter-Press, e letras de vinil desenhadas em computador e recortadas em plotter) 100,5x80,5 cm

Fernando Aguiar, 1997. A Criação da Poesia Colagem (gravura do séc XIX e Letter-Press) 100,5x80,5 cm

Fernando Aguiar, 1996. Euripharinx Pelecandides Poeticus Colagem (gravura do séc XIX e letras de vinil desenhadas em computador e recortadas em plotter sobre serigraa) 80,5x100,5 cm

Hakou, 2022.Dança Eterna, técnica mista s/tela 100x100 cm

Hakou, 2022. Canto de Outono, técnica mista s/tela 100x100 cm

Hakou,2022. O Pássaro do Amor. Técnica mista s/tela 150x100 cm

Hakou,2022. Ishq. Técnica mista s/tela 150x100 cm

Isabel Murteira, 2019. Vim ao parque beber uma cerveja, sozinha. Linogravura e xilogravura

Isabel Murteira, 2018. Mensageiro. acrílico sobre papel, 100x70cm

Isabel Murteira, 2018. Let's dance. Acrílico, tinta da china e canetas sobre papel kraft, 97x68cm

Isabel Murteira, 2020 Therapy session between two circles". Acrílico sobre papel, 98x75cm

John McConnochie, 2022. Palimpsest 29x21 cm arte digital impresso s/papel

John McConnochie,2022. Oriental drift 29x21 cm arte digital impresso s/papel

John McConnochie,2022. Soundpoem 29x21 cm arte digital impresso s/papel

John McConnochie,2022. That which remains 29x21 cm arte digital impresso s/papel

Jorge dos Reis, 2022, North Star 1;2;3;4

May Berry,2017. Equação

May Berry,2017. Innito + 1

May Berry,2019. Diagrama

May Berry,2020. Tradução-anotações

May Berry,2020. Ressonâncias

May Berry,2020. Muito

Manuel Casa Branca,2022. Mas a memória ... d(e)...

Técnica mista e colagem sobre tela, 50 x 50 cm

Manuel Casa Branca,2022. Visita, não é Luna! Técnica mista e colagem sobre tela 50 x 50 cm

Manuel Casa Branca, 2022, Que os nossos dois... chego em relação. Técnica mista e colagem sobre tela 50 x 50 cm

Manuel Casa Branca, 2022. C de Companhia. Técnica mista e colagem sobre tela 50 x 50 cm

Muhammad Shehzad Majeed, 2022.Sem título tinta s/cartão

Muhammad Shehzad Majeed, 2022.Sem título tinta s/cartão

Muhammad Shehzad Majeed, 2022.Sem título tinta s/cartão

Muhammad Shehzad Majeed, 2022.Sem título tinta s/cartão

Nieves Salvador Bayarri 2022. Entre dois corpos colagem 41X31cm

Nieves Salvador Bayarri 2022. Atrapado na leitura colagem 41

Nieves Salvador Bayarri 2022.Duele la lagrima colagem 41X31cm

Nieves Salvador Bayarri 2018. Equilibrist colagem 41X31cm

Roberto Artemio Iglesias, 2003. S/ título 46x58 cm

Roberto Artemio Iglesias, 1984. S/ título 79x65 cm

Roberto Artemio Iglesias,2004. S/ título medem 51x68 cm

Roberto Artemio Iglesias,2004. S/ título medem 51x68 cm

Robin Tomens s/ data Against Individuality, 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens I'm all over the place this morning, 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens True To Himself, He Is Not That Type, 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens Am I Hiding Something? 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens against individuality,19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

Robin Tomens s/data Leave It At That, 19.5 X 25cm on 90g/m Ivory paper

COM muita PAIXÃO

No dia 21 de março, a turma de Literatura 11 celebrou a chegada da Primavera e o Dia Mundial da Poesia com uma visita ao CAE da Figueira da Foz, para ver a exposição de escritas poligrácas intitulada COMPAIXÃO.

Aqui cam as obras escolhidas e um testemunho da apresentação do poema de Pedro Oom, "Pode-se escrever", dito pela turma.

Na visita ao CAE, durante a exposição "Compaixão" nós escolhemos a peça de Enzo Patti, chamada "Paisagem Assémica". Escolhemos esta peça pois despertou a nossa atenção e achamos interessante escolher uma peça que fosse diferente das outras, de várias maneiras. As três tiras de papel são diferenciadas umas das outras, a que mais gostamos foi a da esquerda, pois é utilizada uma técnica que faz parecer o portal que nos transportará para outra dimensão, tal como faz com as palavras.

Afonso Dias nº1 11ºE

Rodrigo Pereira nº27 11ºE

O motivo de termos escolhido esta obra foi pelo facto de ter obtido a nossa atenção desde que a vimos. Achamo-la diferente… Diferente por vários motivos, a forma como a obra é apresentada e separada em três artigos, cada um com a sua diferença mas mesmo assim mantém a essência presente em toda a exposição, a escrita, presente como tema principal, apresenta-se de várias formas diferentes ao longo da obra, contendo artistas de múltiplas nacionalidades. Através de letras e frases, formam-se paisagens, desenhos, elementos que vimos no dia a dia, realçando a ideia de que a escrita está presente em tudo. Como já foi dito, esta obra tem exposta três tiras de papel, a tira do meio foi a que nos despertou maior interesse. As frases e as palavras formam ondas do mar, estando presentes várias cores, o azul é predominante, o verde é visível, aparecendo também o preto, mostrando que o mar tem várias cores.

André Camarão n°3

Arthur Aboud n°4

A obra que escolhemos, durante a visita ao CAE da Figueira da Foz, foi uma obra designada por Corkoak-mail-art-tree de Feliciano de Mira. O material utilizado foi carimbos sem papel, que dá um efeito interessante. Visualmente, a peça que escolhemos parece uma árvore, onde as folhas são os carimbos (letras, números e vários símbolos). O autor utiliza diversas cores: azul, castanho, verde, cinzento e preto. Nós gostamos desta obra porque, de uma forma criativa, utiliza a simples imagem de uma árvore para fazer poesia com símbolos. Esta obra é inspiradora e revelante na escrita poligráca.

Resolvemos escolher este quadro porque foi o que nos despertou mais a atenção, por ser uma peça não tao simples mas também não muito complexa. O nome que se lhe atribui "A criação da Poesia" representa bem a ideia, pois podemos observar uma gura deitada com alguém a erguer-lhe a mão onde dela se criam letras e a pontuação. Estando ligado à literatura encaixa-se no tema que nos foi proposto devido ao nome e à representação do quadro.

Escolhemos esta pintura por razões diferentes já que cada uma tem um sentido estético diferente. Para mim foi a única que trouxe alguma emoção. Gosto de arte renascentista até ao século XIII, então pontos e linhas para mim não é arte. Por isso esta foi a única que trouxe algum sentimento na minha perspectiva, sentimento de tristeza.

Esta colagem feita por Nieves Salvador Bayarri é facilmente introduzida no sentido de COMPAIXÃO, pois o autor exprime a sua reexão de "dolor", ou seja, dor através desta arte visual. Escolhemos esta obra de arte porque gostámos da forma como o autor demonstra os seus sentimentos, a partir da alusão à transparência dos olhos azuis, profundos como o mar, através da colagem das letras que simbolizam uma lágrima de dor

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