Exposição e Conferência Agropecuária do Alto Paranaíba ExpoAlto 2010 Campus de Rio Paranaíba-MG - UFV
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS IMPACTOS NA CAFEICULTURA DO CERRADO Marcelo Bento Paes de Camargo Agrometeorologista ( Engº Agrº / MS / PhD ) Instituto Agronômico - IAC Campinas – SP
05 / 08 / 2010
MANEJO
CAUSAS DA VARIABILIDADE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Liebig “Lei do Mínimo”
SOLO
60–70% da Variabilidade da produção agrícola é decorrente do CLIMA
GENÉTICA
CLIMA
ORTOLANI, 1995
CLIMA E AGRICULTURA NO BRASIL
O Clima exerce papel preponderante na produção agrícola, sendo responsável principal pela: - Diversidade das culturas; - Variabilidade da produtividade e qualidade.
NÍVEIS DE PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA
Tipo de Produtividade
Fatores Determinantes
Potencial
CLIMA (RS, fotoperíodo) e
GENÉTICA (espécies)
Fatores Limitantes CLIMA (água) e SOLO (nutrientes)
Limitada Fatores Redutores
MANEJO
Real
fitossanidade, plantas invasoras)
Produtividade (%)
100 Pereira, A.R., 2008
ADVERSIDADES METEOROLÓGICAS PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEBRA DE PRODUTIVIDADE NA CAFEICULTURA
- Def. Hídrica: - Excesso Hídrico: - Temp. Adversas: - Granizo: - Vento: - Outros:
56 % 17 % 14 % 8% 3% 2%
73%
(Schwanz, 1996)
PRINCIPAIS ADVERSIDADES METEOROLÓGICAS NA CAFEICULTURA BRASILEIRA
SECAS (ano civil): - 1942, 1961, 1963 (severíssimas); - 1975, 1985, 1994, 2000, 2001, 2002, 2004, 2007 (severas). SECAS (ano agrícola): - 1976/77, 1977/78 (veranicos): verão. EXCESSO DE UMIDADE: - 1976, 1982, 1983, 1987, 2009. GEADAS: - 1892, 1902, 1918, 1942, 1975, 1979, 1994 (severíssimas); - 1895, 1953, 1957, 1965, 1981, 2000 (severas). ALTAS TEMPERATURAS: 1961, 1963, 1985 (out), 2000 (out), 2002 e 2007 (outono e primavera)
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE CAFÉ CULTIVADAS NO BRASIL CAFÉ ARÁBICA: (Coffea arabica L.) Planta tropical de altitude, de meia sombra. Origem: altiplanos da Etiópia e Sudão: alt. 1.600 - 2.000m
Temperatura média anual: 18 - 23°C CAFÉ ROBUSTA: (Coffea canephora Pierre ex Froehner) Planta equatorial de baixa altitude, de meia sombra. Origem: África central, regiões quentes e úmidas da bacia do Congo (Congolês); e quentes e sub-úmidas da região oeste da África: Guiné-Bissau, Costa do Marfim (Guineano).
Temperatura média anual: 22 - 26°C
DISTRIBUIÇÃO NATURAL DAS ESPÉCIES MAIS CONHECIDAS DO GÊNERO Coffea NA ÁFRICA
nte: Ferrão et al, 2007
Grupos de Materiais de
Coffea arabica: Etiópia, Sudão e Kenia
Coffea canephora: Congolês: África Central Robusta, Guarini, Apoatã
Guineano: Oeste da África Kouillou
Áreas de Produção de Café no Brasil Café arábica Temperatura Média Anual - Ta
Ta < 18 oC Inapta 18 oC < Ta < 23 oC Apta Ta > 23 oC Inapta
Café robusta Temperatura Média Anual - Ta
Ta < 23 oC Inapta 23 oC < Ta < 26 oC Apta Ta > 26°C Inapta
rábica & robusta Deficiência Hídrica Anual - DHa
DHa < 200 mm Apta DHa > 200 mm Inapta
O tempo é o principal fator responsável pelas oscilações e frustrações das produções cafeeiras no Brasil
BH DE REGIÕES PRODUTORAS DE CAFÉ ARÁBICA DO BRASIL Alt: 820m Lat: 18°38’S Ta: 22,0°C DH: 153 mm BALANÇO HÍDRICO NORMAL ARAGUARI - MG
0,0
EXCEDENTE
50,0
DEFICIT
50,0
100,0
150,0
(mm)
100,0
150,0
100,0
DEFICIT
EXCEDENTE (mm)
EXCEDENTE
200,0
200,0
150,0
(mm)
BALANÇO HÍDRICO NORMAL BARREIRAS - BA
BALANÇO HÍDRICO NORMAL PATROCÍNIO - MG
200,0
DEFICIT
Alt: 700m Lat: 12°09’S Ta: 22,0°C DH: 183 mm
Alt: 970m Lat: 18°57’S Ta:21,5°C DH: 56mm
0,0
0,0
-50,0
-50,0 J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
50,0
-50,0 J
D
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
J
F
M
A
M
J
Mês
Mês
J
A
S
O
N
D
Mês
Alt: 850 m Lat: 20°25’S Ta:21.0°C WD: 70 mm
Alt:1200m Lat:21°47’S Ta:18,6°C DH:16 mm BALANCO HIDRICO NORMAL POÇOS DE CALDAS - MG EXCEDENTE
200,0
DEFICIT
(mm)
150,0 100,0 50,0 0,0 -50,0 J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Mês
Alt: 570m Lat:23°23S Ta: 20,6°C DH: 0 mm
Alt: 652m Lat: 22°13’S Ta: 22,1°C DH: 51mm
BALANCO HIDRICO NORMAL LONDRINA - PR
BALANÇO HDRICO NORMAL MARÍLIA - SP
BALANÇO HÍDRICO NORMAL FRANCA - SP
50,0 0,0
EXCEDENTE
100,0
150,0 100,0 50,0 0,0 -50,0
-50,0 J
F
M
A
M
J
J Mês
A
S
O
N
D
150,0 100,0 (mm)
150,0
200,0
DEFICIT
EXCEDENTE (mm)
200,0
DEFICIT
EXCEDENTE (mm)
200,0
DEFICIT
Alt: 1026m Lat: 20°33’S Ta: 19.3°C WD: 53mm
50,0 0,0 -50,0
J
F
M
A
M
J
J Mês
A
S
O
N
D
J
F
M
A
M
J
J Mês
A
S
O
N
D
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EFEITO NA CAFEICULTURA
Fenologia Produtividade Qualidade
ESQUEMA DA FENOLOGIA DO CAFEEIRO ARÁBICA 1º ANO Fenológico
2º ANO Fenológico
1ª FASE
2ª FASE
3ª FASE
4ª FASE
5ª FASE
6ª FASE
VEGETAÇÃO E FORMAÇÃO DAS GEMAS VEGETATIVAS
INDUÇÃO, CRESCIMENTO E DORMÊNCIA DAS GEMAS FLORAIS
FLORADA, CHUMBINHO E EXPANSÃO DOS FRUTOS
GRANAÇÃO DOS FRUTOS
MATURAÇÃO DOS FRUTOS
REPOUSO E SENESC. DOS RAMOS
DIAS LONGOS 7 MESES
DIAS CURTOS ETp = 350 mm
SECA: AFETA GEMAS E PRODUÇÃO DO ANO SEGUINTE
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV MAR ABR
ETp = 700 mm
FOLHAS PEQUENAS
MAI
JUN
PERÍODO VEGETATIVO
JUL AGO
REPOUSO
Camargo, A. P. & Camargo, M.B.P. (2001)
1. SET- MAR: Vegetação e formação das gemas vegetativas 2. ABR-AGO: Indução, crescimento e dormência das gemas florais
SECA: PENEIRA BAIXA
SET
OUT
NOV
DEZ
SECA: CHOCHAMENTO
JAN
SECA: BOA BEBIDA
FEV MAR ABR
PERÍODO REPRODUTIVO
MAI
JUN
JUL
AGO
AUTO-PODA
NOVO PERÍODO VEGETATIVO
3. SET-DEZ: Florada, chumbinho e expansão dos frutos 4. JAN-MAR: Granação dos frutos 5. ABR-JUN: Maturação dos frutos 6. JUL-AGO: Repouso
FENOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA PRODUÇÃO DO CAFEEIRO ARÁBICA
JUN-AGO 0 Gema dormente
SET-OUT
3 Florada
1 Gema entumecidaAGO-SET
2 Abotoado
4 Pósflorada
5 Chumbinho OUT-NOV
7 Grão verde JAN-FEV
8 Verde cana
NOV-DEZ 6 Expansão dos frutos
MAR-ABR
Pezzopane, et al., 2003
FENOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA PRODUÇÃO DO CAFEEIRO ARÁBICA
11 - Seco JUL-AGO
MAI-JUN
9 - Cereja
JUN-JUL 10 - Passa
Pezzopane, et al., 2003
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS IDEAIS PARA OBTENÇÃO DE BEBIDA FINA NO BRASIL
TM (°C) 18 - 19 19 – 20 20 – 21 21 – 22
DH (mm) > 20 > 50 > 100 > 150
Alt. (m) 1.150 980 1.070 820
Local Poços de Caldas - MG Franca - SP Carmo do Paranaíba - MG Araguari-MG, Barreiras-BA
< Ta: + lenta a fermentação < Umidade: + rápido a polpa se desidrata
Não atingem as fases fermentativas prejudiciais
Angelo Paes de Camargo
FATORES CLIMÁTICOS E QUALIDADE NATURAL DA BEBIDA DO CAFÉ
Térmico: interfere na duração do ciclo produtivo e época de maturação. Período “maturação-colheita” em função do acúmulo de GD Clima quente: ciclo curto
Clima frio: ciclo longo
Hídrico: clima úmido no período “maturaçãocolheita”. Favorece desenvolvimento de microorganismos e a fermentação da polpa do café cereja. Ortolani, et al., 2001
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA QUALIDADE NATURAL DE BEBIDA DE CAFÉ ARÁBICA NA REGIÃO MOGIANA Demarcação Geográfica / Certificação de Origem Qualidade Natural de Bebida de Café considerando fatores Térmicos
Camargo & Cortez, 1998 Altitude
Qualidade da Bebida
Acima de 1000 m
Estritamente Mole, encorpada
De 700 – 1000 m
Mole
De 500 – 700 m
Dura
Abaixo de 500 m
Rio
Silva et al., 2009
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro
Patos de Minas
Monte Carmelo
Alt.: 944 m Ta: 21,1°C Prec.: 1474 mm DH: 123 mm
Alt.: 880 m Ta: 21,2°C Prec.: 1227 mm DH: 182 mm
FUNDACCER / CACCER, 2009
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro Distribuição Pluviométrica Mensal Machado e Caratinga
Patos de Minas e Araxá
Precipitação Pluvial Média
Precipitação Pluvial Média
300 300
275
275
250
250
225
225
200
200 175
150
mm
mm
175
125
150 125
100
100
75
75
50
50
25
25
0
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
Mês Machado
MAI
JUN
JUL Mês
Caratinga
Patos de Minas
FUNDACCER / CACCER, 2009
Araxá
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro Distribuição Mensal das Temperaturas Patos de Minas e Araxá
Machado e Caratinga
Temperaturas Máximas e Mínimas Médias Mensais
32,0
32,0
30,0
30,0
28,0
28,0
26,0
26,0
24,0
24,0
22,0
22,0
20,0
20,0
°C
°C
Temperaturas Máximas e Mínimas Médias Mensais
18,0
18,0
16,0
16,0
14,0
14,0
12,0
12,0
10,0
10,0
8,0 JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
Mês Machado
Caratinga
OUT
NOV
DEZ
8,0 JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
Patos de Minas
Araxá
Mês Machado
Caratinga
Patos de Minas
FUNDACCER / CACCER, 2009
Araxá
OUT
NOV
DEZ
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro Distribuição Mensal da UR Patos de Minas e Araxá
Machado, Caratinga, Mococa, Franca e Londrina Umidade Relativa Médias Mensais
Umidade Relativa Médias Mensais
100
100
90
80
80
70
70
%
%
90
60
60
50
50
40
40
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
Mês Machado
Caratinga
Mococa
JUN
JUL
AGO
Mês
Franca
Londrina
FUNDACCER / CACCER, 2009
Patos de Minas
Araxa
SET
OUT
NOV
DEZ
Distribuição Mensal da Insolação Machado, Caratinga, Mococa, Franca e Londrina
Patos de Minas e Araxá
Insolação médias mensais
Insolaçao médias mensais
300,0
300,0
275,0
275,0
250,0
250,0
225,0
225,0
200,0
200,0
175,0
175,0
150,0
hrs
hrs
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro
150,0
125,0
125,0
100,0
100,0
75,0
75,0
50,0
50,0
25,0
25,0
0,0 JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
0,0 JAN
FEV
MAR
ABR
Mês Machado
Caratinga
Mococa
MAI
JUN
JUL
AGO
Mês Franca
Londrina
FUNDACCER / CACCER, 2009
Patos de Minas
Araxa
SET
OUT
NOV
DEZ
Condições Climatológicas de Produção de Café do Cerrado Mineiro Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas
Favorecem a Maturação e Colheita
a)- Distribuição de chuvas concentradas no verão e bem menor no
inverno. b)-
Temperaturas médias amenas no outono condicionam maturação mais lenta. A continentalidade da região do Cerrado Mineiro propicia maior amplitude das temperaturas. c)-
Maior insolação nos meses de outono e inverno, evita a ocorrência de fermentações prejudiciais à qualidade da bebida. d)- UR do ar mais baixa é benéfica para a obtenção de bebida de
qualidade superior, permitindo baixa acidez e sabor achocolatado.
FUNDACCER / CACCER, 2009
Avaliação por Tipo de Bebida: Alfenas-MG 100% 90% 80%
Tipo de bebida
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 Safra Fino
Duro
DLR
Riado
Rio
Consumo
Grupo Ipanema – Faz. Conquista
Monitoramento Agrometeorológico da Cafeicultura
Balanço Hídrico Sequencial
Monitoramento da T ar e da água no solo; Simula a fenologia; Estimativa dos efeitos do “tempo” sobre a produtividade e qualidade.
MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO: Patrocinio-MG 2009 30
500 Média (2002/09)
2009
28
450
26
400
24
350
22
300
20
250
18
200
16
150
14
100
12
50
10
0 Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Chuva (mm)
Temperatura (ºC)
Chuva_Dec 2009
MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO: Patrocinio-MG 2010 30
500 Média (2002/09)
2010
28
450
26
400
24
350
22
300
20
250
18
200
16
150
14
100
12
50
10
0 Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Chuva (mm)
Temperatura (ºC)
Chuva_Dec 2010
MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO: BH DECENDIAIS (Patrocínio-MG) 2009
EXCEDENTE (mm)
100
80
60
40
20
DEFIC.
0
-20
-40
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
Período indutivo e gemas dormentes
JUL
AGO
SET
OUT
Gema Abotoado entumecida
Florada
NOV
DEZ
Chumbinho Expansão dos frutos
MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO: BH DECENDIAIS (Patrocínio-MG) 2010
EXCEDENTE (mm)
100
80
60
40
20
DEFIC.
0
-20
-40
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
Período indutivo e gemas dormentes
JUL
AGO
SET
OUT
Gema Abotoado entumecida
Florada
NOV
DEZ
Chumbinho Expansão dos frutos
Floração Café Alfenas-MG - 2009 1ª 04/SET/09
2ª 03/OUT/09 3ª 25/OUT/09 4ª 11/NOV/09 5ª 07/DEZ/09
Aquecimento Global
MODELOS DE SIMULAÇÃO DE MUDANÇA CLIMÁTICA
Barras indicam a variação (cenários) em 2100 resultantes de vários modelos de simulação climática do IPCC
Há uma grande incerteza na quantidade de aquecimento que poderia resultar a partir de qualquer concentração de GEE
IPCC FOURTH ASSESSMENT REPORT – CLIMATE CHANGE 2007
http://www.ipcc.ch/
IPCC FOURTH ASSESSMENT REPORT – CLIMATE CHANGE 2007
Principais previsões
► A temperatura mundial aumentará de 1,1 a 6.4°C até 2100. Um valor mais seguro ficará entre 1,8 e 4,0°C.
► O aquecimento e as chuvas serão mais intensos nas latitudes mais elevadas.
► Aumento dos eventos climáticos extremos.
IPCC Fourth Assessment Report, Nov / 2007
MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL 4º INFORME DO IPCC (2007)
Região
Cenário A2
Cenário B2
N
4-6°C
3-5°C
< Prec. 15-20%
< Prec. 5-15%
2-4°C
1-3°C
< Prec. 15-20%
< Prec. 15%
SE e CW
3-6°C
2-3°C
S
2-4°C
1-3°C
> Prec. 5-10%
> Prec. 5%
NE
AQUECIMENTO GLOBAL Impactos na Cafeicultura Brasileira Temperaturas atuais e cenário com aquecimento de 3°C Altitude
Ta
Ta + 3°C
(m)
(°C)
(°C)
Mogiana (Franca) – SP
800-1200
18-21
21-24
South (Piraju) – SP
700-800
19-20
22-23
Central-West (Marília) – SP
500-600
21-22
24-25
South (Alfenas, Varginha_– MG
800-1200
18-21
21-24
Cerrado (Araguari, Patrocinio) - MG
700-1100
19-22
22-25
Matas de Minas (Manhuaçu) - MG
600-800
19-21
22-24
High lands (Afonso Claudio) – ES
400-800
19-23
22-26
Robusta: Low lands (S.G.Palha)– ES
20-400
22-24
25-27
Robusta: Rondonia (Ouro Preto) – RO
200-500
23-25
26-28
Região
- Inapta: Ta < 17 oC
Café Arábica - Marginal: 17 < Ta < 18 oC
- Inapta: Ta < 20 oC
Café Robusta - Marginal: 20 < Ta < 22 oC
- Apta: 18 < Ta < 23 oC
- Apta: 22 < Ta < 26 oC
- Marginal: 23 < Ta < 24 oC
- Marginal: 26 < Ta < 27 oC
- Inapta: Ta > 24°C
- Inapta: Ta > 27°C
Fazuoli, L.C., Thomaziello, R.A., Camargo, M.B.P, 2007
AQUECIMENTO GLOBAL Impactos na Cafeicultura Mineira
ATUAL +1°C
+3°C
Perda: 69%
Perda: 25%
+5,8°C
Verde: áreas aptas
Perda: 97% Assad et al., 2004
AQUECIMENTO GLOBAL Impactos na Cafeicultura Paulista
ATUAL
+1°C
+3°C
+5,8°C
Perda: 60% Verde: áreas aptas
Perda: 23%
Perda: 96% Assad et al., 2004
AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL
Cenário Atual Zoneamento do Café Arabica Required Irrigation Low climatic risk Recomended Irrigation Frost risk High T risk High climatic risk
Apta Risco de Geada I rrigação origatória
Pinto et al., 2008
AQUECIMENTO GLOBAL Impactos na Cafeicultura Brasileira Pindorama, SP 30
250 Rainfall
o
Average Temp ( C)
Required Irrigation
Avg Temp
26
200
24 22
150
20 18
100
Rainfall (mm)
28
16 14
50
Recomended Irrigation Frost risk High T risk High climatic risk
12 10
Low climatic risk
0 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months
Santa Maria, RS 30
250 Rainfall Avg Temp
o
Average Temp ( C)
26
200
24 22
150
20 18
100
Rainfall (mm)
28
16 14
50
12 10
0 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months
Apta Risco de Geada I rrigação origatória
Informações fundamentais não foram consideradas:
Cenario A2 3-6°C
Variação Fotoperiódica; Risco de Geadas; Distribuição de Chuvas. Pinto et al., 2008
RISCO MÉDIO DE OCORRÊNCIA DE GEADAS
Anual
Risco de ocorrência de geadas Dia 14/07/2010
GEADA : MÉXICO – JAN / 2010
Vera Cruz, Puebla, Hidalgo, San Luis Potosi 30°
20°
GEADA : MÉXICO – JAN / 2010
Vera Cruz, Puebla, Hidalgo, San Luis Potosi
Veja 21/06/2006
L C MOLION (UFAL)
Molion, 2008
Variação da temperatura da superfície global – 1861-2000
Clima:
Variabilidade ? Anomalia ? Mudança ?
Molion, 2008
O Aquecimento Global e a Agricultura
O CLIMA ESTÁ MUDANDO ?
Posto meteorológico: IAC / APTA
Campinas, SP: 1890 - 2009 (120 anos) Lat.: 22° 54’S Long.: 47° 05’W Alt.: 674 m
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL: TOTAL ANUAL
Campinas – SP: 1890 / 2009 (120 anos)
Média = 1394 mm
TEMPERATURAS MÉDIAS ANUAIS
Campinas – SP: 1890 / 2009 (120 anos) T Max
T Min
> 2.6 °C
> 1.3 °C T Média
25,0
Ta = 21.3°C y = 0,0178x + 20,228
23,0
22,0
21,0
Med móvel 5
> 2,0 °C 2000
1970
1960
1950
1940
1930
1920
1910
1900
19,0
Linear (Tmed)
1990
Tmed
1980
20,0
1890
Temperatura Média (°C)
24,0
POSTO METEOROLÓGICO
Campinas – SP (1890 / 2009)
Aquecimento e / ou Urbanização: Ilhas de calor ?
AQUECIMENTO GLOBAL Obtenção de Resiliência Se refere à capacidade e habilidade do sistema de enfrentar condições meteorológicas adversas Mesmo Macroclima
Diferentes Microclimas Pereira, A.R., ESALQ / USP
AQUECIMENTO GLOBAL
Mitigações Agronômicas
Alteração Planejada do Microclima ARBORIZAÇÃO IRRIGAÇÃO ADENSAMENTO MANEJO DO MATO
Fazuoli, L.C., Thomaziello, R.A., Camargo, M.B.P - 2007
AQUECIMENTO GLOBAL Mitigações Agronômicas: Arborização
Grevilea Grevilea robusta
Seringueira Hevea brasiliensis
Coqueiro Anão Cocos nucifera L.
Coqueiro Anão: Reducão de até 2°C Menores amplitudes
Seringueira: Redução de até 3°C Menores amplitudes
espaçamento 8x8m
espaçamento 16 x16 m
Camargo, et al., 2008;
Banana Prata Musa spp
Pezzopane et al., 2008
AQUECIMENTO GLOBAL Mitigações Agronômicas: Adensamento, Manejo e Irrigação
Reduz erosão e térmica do ar e solo;
amplitude
Aumenta capacidade de retenção de água no solo; Irrigação :viabiliza cultivo em regiões Ta >23ºC
Fazuoli, L.C., Thomaziello, R.A., Camargo, M.B.P - 2007
GOTEJO
AQUECIMENTO GLOBAL Adaptações Agronômicas: Cultivares
ADAPTAÇÕES AGRONÔMICAS
Espécies e Cultivares
Programa de Melhoramento do IAC: Banco de germoplasma-Coffea: Seleção genótipos tolerantes ao calor e seca: (arabica, canephora, dewevrei, congensis, racemosa). Fazuoli, et al., 2009
AQUECIMENTO GLOBAL
Adaptações Agronômicas: Cultivares Atuais - Obatã IAC 1669-20 Híbrido C. arabica e C. canephora. Alta resistência a ferrugem Peneira média 17 Excelente qualidade de bebida. Boa adaptação a temperaturas de até 25°C, com irrigação
- Catuaí IAC 62, IAC 99, IAC 144 C. arabica Susceptível a ferrugem Ótima qualidade de bebida. Boa adaptação a temperaturas de até 25°C, com irrigação Fazuoli, L.C., Thomaziello, R.A., Camargo, M.B.P - 2007
AQUECIMENTO GLOBAL
Adaptações Agronômicas: Cultivares Promissoras -
Catuaí SH3 IAC
Cruzamento Catuaí x BA10 (India) Resistência a ferrugem Tolerante a seca Excelente qualidade de bebida. Boa adaptação a temperaturas mais elevadas
-
Mundo Novo SH3 IAC
Cruzamento Mundo Novo x BA10 (Índia) Resistente a ferrugem Tolerante a seca Excelente qualidade de bebida. Boa adaptação a temperaturas mais elevadas Fazuoli, L.C. et al. - 2010
AQUECIMENTO GLOBAL Adaptações Agronômicas: Cultivares Experimentos com diversas cultivares de café em regiões quentes do Brasil Rio Branco-AC (EMBRAPA - Acre): Média de 8 anos (1997/2004) Altitude: 160 m DHa = 77 mm Plantio: 1995 Ta = 25,0°C Sem irrigação Espaçamento: 3 x 2 m
Alt: 160m Lat: 09°55’S Ta: 25.0°C WD: 77mm 200
, ls p u S fic rd te a W
m
150 100 50 0 -50 Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Bergo et al., 2005
AQUECIMENTO GLOBAL Mitigações e Adaptações Agronômicas
Cultivar
Associação de
Irrigação
Tecnologias
Arborização Adensamento Manejo do mato Podas
Thomaziello, 2009
AQUECIMENTO GLOBAL
Associação de Tecnologias Cambuhy Agrícola: Matão–SP Altitude: 500m; Ta°C = 24,0°C 1.
Lavoura antiga (sem manejo de irrigação) cv: Mundo Novo: 4,0 x 1,5m (1.666 pés/ha); área 850 ha; Produtividade Média: 16 sc / ha
2. Lavoura atual (irrigado/gotejamento), manejo mato; cv: Catuaí: 3,5 x 0,5m (5.700 pés/ha); área 300 ha; Produtividade Média: 48 sc / ha
Thomaziello, 2009
AQUECIMENTO GLOBAL
Associação de Tecnologias
Fazenda São Thomé Município de Pirapora - MG Às margens do rio São Francisco,
em região quente e seca alt.: 480-510 m, Ta média: 24,5º C
Matiello et al., 2009
atiello et al. - 2009
AQUECIMENTO GLOBAL
Associação de Tecnologias
Resultados de produtividade Pirapora-MG - Ta : 24,5°C
- 2004 (2,5 anos): 89 sc/ha - 2005 (3,5 anos): 78 sc/ha - 2006 (4,5 anos): 67 sc/ha - 2007 (5,5 anos): 68 sc/ha - 2008 (6,5 anos): 42 sc/ha - 2009 (7,5 anos): 70 sc/ha Média 6 safras = 69 sc/ha Matiello et al., 2009
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS IMPACTOS NA CAFEICULTURA DO CERRADO Mitigações e Adaptações Agronômicas
CONCLUSÕES 1. Os cenários de aumento de T°C (IPCC) são preocupantes, podendo afetar a produtividade e qualidade. 2. Os informes devem ser mais cautelosos e consistentes, para evitar interferência negativa no planejamento do agronegócio. 3. Mitigações e Adaptações agronômicas podem minimizar os impactos do aquecimento global na cafeicultura.
Fazuoli, L.C., Thomaziello, R.A., Camargo, M.B.P - 2007
Obrigado ! Marcelo Bento Paes de Camargo Agrometeorologista Pesquisador Científico Engº Agrº / MS / PhD Instituto Agronômico – IAC
mcamargo@iac.sp.gov.br www.iac.sp.gov.br