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eguindo os caminhos abertos pela RegiĂŁo do Cerrado Mineiro, a Mantiqueira de Minas estĂĄ prestes a ser a primeira regiĂŁo cafeeira com Denominação de Origem. Graças trabalho realizado por um grupo de pesquisadores coordenados pelo professor FlĂĄvio Meira BorĂŠm, que realizou um trabalho de rara complexidade e detalhamento, que envolveu diversas competĂŞncias em torno de um foco de pesquisa comum. Vimos nesta edição uma serie de matĂŠrias que tratam da certificação e a produção de cafĂŠs especiais. Vemos tambĂŠm que nem sempre ĂŠ 100%, que enfoca o atual momento da utilização e formação de blends pelas indĂşstrias de torrefação. Com enforque no mercado de cafĂŠs, temos uma analise muito bem embasada de Celso Vegro sobre o desenho mĂope do mercado de cafĂŠs. E temos uma analise completa do mercado de cafĂŠ no mĂŞs de Agosto . Republicamos uma reportagem da BBC que flagrou cenas de crueldade com animais durante a produção de um tipo de cafĂŠ considerado o mais caro do mundo. Com enfoque tĂŠcnico temos um artigo que trata da utilização da cal virgem dolomitica no Cafeeiro. Saudaçþes cafeeiras e boa leitura !
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as últimas semanas de agosto, devido à entrada de frentes frias, a temperatura no Mato Grosso e no Paraná ficaram abaixo da média do período, sendo que neste último foi registrado inclusive a ocorrência de geadas, que de algum modo prejudicou o trigo de inverno. Todavia, na última semana a colheita de trigo de inverno foi favorecida pelo calor, que foi mais marcante nas regiões do Sul, assim como também na parte central do Brasil. Nas últimas semanas em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul e do Litoral Nordestino, as chuvas foram poucas, sendo o período considerado mais seco e quente contribuindo para o final da colheita do Café no Sul de Minas e em São Paulo, onde também favoreceu a colheita e o plantio da cana. Ao longo do mês de agosto a temperatura da superfície do Oceano Pacífico apresentou pouquíssima variação assegurando a continuidade da neutralidade do ENOS (EL Niño Oscilação Sul), ou seja, sem ocorrência do fenômeno El Niño, caracterizado por temperaturas anormalmente quentes, ou La Niña, caracterizado por temperaturas anormalmente frias, na região equatorial do Oceano Pacifico. Situação essa que deve permanecer ainda pelos próximos meses. Tal condição favorece a ocorrência da normalidade climática para as estações do ano no Brasil. Todavia, com a chegada da primavera, no dia 22 de Setembro, às 17 h 44 (horário de Brasília) - (Equinócio de Primavera), marcando o fim do inverno 2013, é esperado para o mês de outubro que as chuvas ocorram acima da média para a região Central, Metropolitana de Belo Horizonte, Norte e Noroeste de Minas Gerais. O mês deve, entretanto, ser
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mais chuvoso nas regiões do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce em Minas, assim como no Noroeste e Litoral Norte do Espírito Santo. Considerada como estação climática de transição, é nesta estação que a mudança no regime de chuvas e temperatura é mais marcante, pois é o período em que aumentam a ocorrência de chuvas em forma de pancadas, principalmente no final do dia, sendo também o período de chuvas mais intensas com maior ocorrência de descargas elétricas, os raios. Apesar de ainda não ter iniciado a primavera, quando tem início a estação chuvosa para a maior parte do país, nas últimas semanas as chuvas no nordeste tem favorecido o solo aumentando as reservas hídricas para as culturas do cacau e da cana, que normalmente ocorre a partir de setembro. Para o início da primavera há probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média normal do período na região de Alta Floresta, na porção norte do Mato Grosso e no Pantanal Sul Matogrossense, no Médio Araguaia, no nordeste do Mato Grosso, e na porção mais a Oeste do Paraná o que irá favorecer o plantio da soja no Paraná e Mato Grosso do Sul a partir de outubro. A maior probabilidade de que as chuvas ocorram abaixo da média é para as regiões do Baixo Amazonas e Sul de Roraima, Centro Norte e Norte do Piauí, bem como a Leste do Maranhão, Litoral norte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A probabilidade de que as temperatura fiquem acima da média são para todo o Nordeste do Brasil com exceção do Oeste do Maranhão e da porção Centro Sul da Bahia, assim como para o Jequitinhonha, em Minas, e a porção Norte do Espírito Santo. Temperaturas abaixo da média poderão ocorrer na região de Presidente Prudente, em São Paulo, bem como a porção Leste e Sudoeste do Mato Grosso do Sul.
Para o cafeicultor, o momento é de atenção com o manejo preventivo de doenças do cafeeiro comuns do período, entre as quais está a Phoma, que acontece principalmente em regiões de maior altitude com umidade mais elevada, como ocorre em parte do Espírito Santo e a Região da Zona da Mata Mineira, onde essa doença tem aparecido com grande frequência. O uso de fungicidas para controle dessa doença deve ocorrer logo após as primeiras chuvas, que são os períodos de maior incidência das doenças, e continuado pelos três meses seguintes. A ocorrência dessas reduz a produção da planta pois provoca a morte dos botões florais, das brotações novas, queda dos chumbinhos, produzindo a chamada “roseta banguela” além da má granação dos frutos devido à desfolha da planta. A análise e o prognóstico climático aqui apresentado foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente naqueles atuantes na América do Sul, e são de caráter experimental. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA, Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade - IRI, Met Office Hadley Centre, Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo - ECMWF, pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e dados climáticos do INMET/INPE. o
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houve diferença estatisticamente significativa. Entre os participantes com menos de 55 anos, no entanto, tomar mais do que as quatro canecas por dia aumentou a mortalidade em 56% entre os homens e 113% entre as mulheres. NĂŁo houve associação entre consumo de cafĂŠ e mortalidade por doenças cardiovasculares. Nesse caso, como relacionĂĄ-lo com as mortes por infecçþes, acidentes automobilĂsticos ou câncer? Na comparação, o primeiro estudo tem evidĂŞncias mais confiĂĄveis: incluiu dez vezes mais participantes, acompanhados por perĂodo semelhante (14 versus 17 anos), que foram divididos em dez grupos em ordem crescente da quantidade de cafĂŠ ingerido por dia. Todos eles se beneficiaram. No segundo estudo, sĂł tiveram a mortalidade aumentada aqueles que tomavam mais de quatro canecas de 240 mililitros por dia. Ou seja, foi prejudicado apenas quem tomou mais de um litro por dia, durante 17 anos, em mĂŠdia. Ă&#x2030; inexplicĂĄvel porque as mulheres, quando analisadas globalmente, nĂŁo apresentaram mortalidade mais alta, enquanto no subgrupo com menos de 55 anos o aumento foi de 113%. O problema com ambos os estudos ĂŠ que sĂŁo retrospectivos: a decisĂŁo de tomar ou nĂŁo cafĂŠ foi tomada no passado, de acordo com a vontade pessoal. O ideal ĂŠ que fossem prospectivos, nos quais os participantes seriam acompanhados sĂł depois de sorteados ao acaso para fazer parte do grupo dos abstĂŞmios ou dos tomadores de cafĂŠ. Por razĂľes Ăłbvias, uma pesquisa com essas caracterĂsticas jamais serĂĄ realizada. Por isso, caro JoĂŁo Luiz, pode tomar seu cafĂŠ sem remorsos. Por via das dĂşvidas, faça como eu e todas as pessoas de bom senso: evite beber mais do que um litro por dia.
Drauzio Varella *
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cafeĂna ĂŠ a Ăşnica droga psicoativa que podemos usar sem o menor sentimento de culpa. HĂĄ um ano, fiz essa afirmação nesta coluna depois de ler um artigo do "The New England Journal of Medicine", a revista mĂŠdica de maior circulação mundial. Semanas atrĂĄs, a Folha resumiu um estudo publicado na revista "Mayo Clinic Proceedings" que aponta em outra direção. Com base nessa aparente contradição, JoĂŁo Luiz Neves, de Curitiba, enviou para o Painel do Leitor a pergunta a mim dirigida: "E agora, doutor, como proceder?". Somos bombardeados diariamente com mensagens de saĂşde conflitantes. A internet estĂĄ abarrotada de sites e de e-mails que se propagam feito vĂrus, para exaltar os benefĂcios do alho, do limĂŁo, da maçã, do tomate orgânico, da berinjela e atĂŠ da urinoterapia. O risco dessas informaçþes mĂŠdicas desencontradas ĂŠ deixar o leitor descrente de todas. Por essa razĂŁo, e pela importância do cafĂŠ em nossas vidas, vou comparar as duas pesquisas. O estudo do "New England" foi patrocinado pelos Institutos Nacionais de SaĂşde, dos Estados Unidos. Nele, foram incluĂdos 229.119 homens e 173.141 mulheres saudĂĄveis, com idades entre 50 e 71 anos. De acordo com o nĂşmero de xĂcaras tomadas diariamente, o grupo foi dividido em dez categorias. Durante os 14 anos de acompanhamento, foram a Ăłbito 33.731 homens e 18.784 mulheres. Depois de eliminar fatores como cigarro (especialmente), sedentarismo e obesidade, ficou claro haver uma relação inversa: quanto mais cafĂŠ, menor o nĂş-
mero de mortes. AlĂŠm de diminuir a mortalidade geral, tomar cafĂŠ reduziu o nĂşmero de Ăłbitos por diabetes, doenças cardiorrespiratĂłrias, derrames cerebrais, ferimentos, acidentes e infecçþes. As mortes por câncer nĂŁo foram afetadas. O efeito protetor foi diretamente proporcional ao nĂşmero de xĂcaras ingeridas diariamente. A diminuição mais acentuada da mortalidade aconteceu no subgrupo de seis xĂcaras ou mais por dia: redução de 10% nos homens e 15% nas mulheres. Essa associação foi independente da preferĂŞncia por cafĂŠ descafeinado ou nĂŁo, sugerindo que a proteção nĂŁo ocorre por conta da cafeĂna. Vamos Ă publicação da revista da "Mayo Clinic". Durante 17 anos, foram acompanhados 43.727 participantes. Nesse perĂodo, ocorreram 2.512 mortes, das quais 32% por doenças cardiovasculares. Comparados com os que nĂŁo tomavam cafĂŠ, entre os bebedores contumazes do sexo masculino --definidos como aqueles que consumiam diariamente mais de quatro canecas de oito onças (equivalentes a cerca de 240 mililitros)-- houve aumento da mortalidade geral. Nas mulheres, nĂŁo
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om a plena globalização dos sistemas agroalimentares, o esforço dos police makers ganhou imensa complexidade. A financeirização dos mercados de commodities, com a interveniĂŞncia de multiplicidade de tĂtulos derivativos, minimizou as possibilidades analĂticas pautadas exclusivamente pela trajetĂłria de seus fundamentos (oferta; demanda/ consumo e estoques). Concomitantemente, os formuladores de polĂticas pĂşblicas se vĂŞem na condição de arquitetar estratĂŠgias estando permanentemente confrontados com Estado que padece de crise fiscal (amplificadas pelas açþes contracĂclicas disparadas pĂłs-2008) enfrentado, ainda, o tenso debate sobre reforma tributĂĄria em que todos concordam, porĂŠm a anĂĄlise do gasto pĂşblico jĂĄ demonstrou nĂŁo haver em que cortar, pois as despesas pĂşblicas estĂŁo justas (amortização + pgto de juros da dĂvida interna; benefĂcios sociais; gastos com educação e saĂşde; gestĂŁo da mĂĄquina pĂşblica, indexação do salĂĄrio mĂnimo ao PIB e investimentos).
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Nesse ambiente polĂtico-econĂ´mico surgem demandas de segmentos produtivos. No agronegĂłcio, tais clamores sĂŁo relativamente freqĂźentes e, em geral, aderentes aos ciclos econĂ´micos especĂficos de cada produto. Noutros casos sĂŁo as relaçþes comerciais desproporcionais os desencadeadores do descontentamento e a mobilização pela tomada de posição do governo (citricultores x esmagadoras; pecuaristas x frigorĂficos; fornecedores x usineiros, etc..). Em meados de 2011ocorreu escalada nas cotaçþes do cafĂŠ arĂĄbica. Desde entĂŁo o mercado mergulhou num sem fundo, trazendo apreensĂŁo para todos os
| Revista Cafeicultura -
cinturĂľes produtores do paĂs. A gravidade do atual declĂnio nas cotaçþes varia conforme a zona produtiva em que se encontram os talhĂľes e o perfil tecnolĂłgico adotado nas lavouras: topografia; mecanização; adensamento e irrigação. Outros fatores sĂŁo igualmente decisivos como: a minuciosa gestĂŁo dos empreendimentos (Projeto Educampo do SEBRAE/ MG exibe resultados formidĂĄveis na melhoria desse quesito); o grau de diversificação produtiva conduzido no estabelecimento; a participação em organizaçþes sociais (cooperativas e associaçþes) e, ainda, o reconhecimento de alguma das agĂŞncias certificadoras (selos) ou de mecanismos de rastreabilidade (nucoffee). Frente Ă trajetĂłria de depreciação continuada do produto, passa a ocorrer legĂtima mobilização dos cafeicultores e de suas lideranças. Produziram-se manifestaçþes e documentos direcionados as esferas de governo, especialmente, federal. No escopo desses pleitos, inseriu-se a oferta pĂşblica de contratos de opção de venda. As opçþes sĂŁo tĂtulos financeiros em que se negocia o direito de comprar ou vender determinado ativo em data futura por preço predeterminado (preço de exercĂcio). O comprador - titular da opção â&#x20AC;&#x201C; adquire direito de exercer sua opção e o vendedor â&#x20AC;&#x201C; lançador â&#x20AC;&#x201C; assume a obrigação de comprar ou vender o ativo caso o titular venha a exercer sua opção. O mercado de opçþes ocorre nos dias Ăşteis nas bolsas de valores e, eventualmente, agentes pĂşblicos escolhem esse tĂtulo na estruturação de programas de garantia de preços e/ou de transferĂŞncia de renda para os produtores rurais fragilizados pelos baixos preços decorrentes ou nĂŁo do excesso de produção.
Por intermĂŠdio da Portaria Interministerial no 842 publicada no DiĂĄrio Oficial da UniĂŁo no 173 de 06/09/2013, desenhou-se lançamento de contratos de opção de venda pĂşblico operacionalizados pela CONAB com os seguintes parâmetros: para cafĂŠ arĂĄbica, tipo 6, bebida dura para melhor com atĂŠ 86 defeitos, peneira 13, admitindo atĂŠ 10% de vazamento e teor de umidade de atĂŠ 12,5%, colhido em 2013. Os compradores das opçþes serĂŁo diretamente os cafeicultores ou por meio de suas cooperativas (cadastro regular no CADIN) com vencimento em 31/03/2014 e a preço de exercĂcio de R$343,00/sc. Cada contrato equivale a 100sc (6t). Para a efetivação dessa polĂtica serĂĄ disponibilizado o montante de R$1,050 bilhĂŁo (suficiente para a realização de trĂŞs pregĂľes com 10 mil contratos cada) oriundo das Operaçþes Oficiais de CrĂŠdito, na rubrica Formação de Estoques PĂşblicos. Detalhes adicionais estĂŁo contemplados na portaria como: a) estabelecer poder discricionĂĄrio (MAPA) quanto ao limite de aquisição de contratos para os compradores (cafeicultor ou cooperativa); produto entregue em sacos (novos ou usados) cujo
valor será reembolsado pela CONAB (R$3,0232 e R$3,3880 para as novas e R$1,9219 e R$2,0328 para as usadas – para sacaria de juta e malva respectivamente). Ao contrário do desejável, permitiu-se que as cooperativas adquirissem contratos oferecidos em leilão. No passado a permissão para que essas entidades participassem de políticas públicas foi desastrosa e, credita-se a esse fato, a suspensão definitiva da política de PEPRO para a cafeicultura. Muito mais transparente se os leilões fossem arrematados apenas por cafeicultores mediante o emprego de seu CPF. Somente no exercício desses contratos, haverá condições de se avaliar o destino efetivo dado pelas cooperativas aos recursos obtidos com as opções. O desenho da política, aparentemente, carece de ajustes. O mais relevante deles está no preço de exercício, pois aparentemente não acompanhou parâmetros indicados pelas cotações futuras (em segunda ou terceira posição) e tampouco o deságio relativo ao custo financeiro da estocagem. Assim, antecipa-se ao mercado a decisão política do gestor em garantir o exercício por parte dos titulares. Mesmo sendo a CONAB a entidade mais capacitada no Brasil para administração dos estoques de alimentos, o recebimento dessa quantidade de produto poderá gerar dificuldades logísticas e perdas/deterioração (desmerecimento) durante o período de seu carregamento. O critério adotado no cálculo do preço de exercício conduz a outra dificuldade. Serão necessários mais de um bilhão para a execução plena da ação estabelecida. Como a decisão política depois de ter sido definido o Orçamento Geral da União, em que não se empenhou tal quantia, portanto, não há como mobilizar tal recurso não estando o mesmo explicitado no orçamento (empenhado). Acreditar que os police makers do governo federal tenham assumido postura especulativa, jogando com a remotíssima possibilidade desses contratos não entrarem em exercício por ocasião de seu desfecho, parece hipótese plausível. Detalhes adicionais consistem na determinação da tabela de descon-
to relativo ao frete no preço de exercício segundo a região de originação do produto e sua distância até o armazém credenciado. Isso pode trazer insatisfações dos titulares pois não constava nas regras da portaria publicada se o preço de exercício é FOB-armazém. Aquilo que não está na lei pode ensejar passivos judiciais. Ademais, não é prática usual nas opções privadas o reembolso de sacarias (novas ou usadas). Em 13/09/2013, houve o primeiro leilão de opções públicas segundo os critérios estabelecidos pela portaria. Em 13/08/2013 ocorreu o pregão em que foram postos a venda 10 mil contratos (1 contrato = 100sc) sendo comercializados 8.565, ou seja, 85,6% do total. Os contratos lançados para os Estados de Minas Gerais e São Paulo foram integralmente adquiridos não havendo demanda nos demais estados produtores (Espírito Santo, Paraná e Bahia). O prêmio pago pelo titular3 do contrato foi de R$171,50/contrato, ou seja, R$1,715/sc. Na mesma data do pregão público, a BM&F negociava os prêmios para opções de café arábica, entrega em março de 2014, segundo os seguintes parâmetros: “Posição em Nova Iorque para março no Contrato C4 era em 13/03/2013 de 123,55 ¢USD/lbp que convertido para R$/sc alcançaria R$372,275. Descontados os 15% relativos a qualidade do natural brasileiro (arbitragem), chega-se a R$316,42/sc. Com o desconto do frete (média de R$12,00/sc), o valor da opção seria de R$304,43/sc. Portanto, ajustado ao mercado o prêmio pago pelo exercício de posição estabelecida pelo vendedor a R$343,00/sc seria de R$38,57. Entretanto, nas opções públicas os contratos foram negociados pelo prêmio simbólico de R$171,50/contrato, ou seja, R$1,715/ sc, diferença de R$36,85/sc.” Com o primeiro leilão tendo comercializado 8.565 contratos, o montante em prêmio arrecadado foi de R$1,47 milhão, quando o esperado seria R$33,04 milhões caso o prêmio fosse calculado numa operação de mercado. Assim, embute-se um subsídio disfarçado de R$36,85/sc (R$38,57 – R$1,715), ou, R$3.685,50/contrato, pois foi esse o
valor que os cafeicultores e suas cooperativas deixaram de pagar ao lançador (CONAB). Na verdade cada saca de café a ser entregue em 31/03/2014 valerá os R$343,00 do exercício mais a diferença do prêmio de mercado e o efetivamente recolhido calculado em R$36,85/sc, resultando em preço final de R$379,85! A impressão que deixa esse primeiro pregão é a de que os gestores públicos foram pouco cautelosos na aplicação de recursos do tesouro, pois além de estabelecerem preço de exercício relativamente elevado, aceitaram prêmio simbólico para a venda dos contratos6. Seria mais transparente reabilitar o PEPRO oferecendo R$36,85/sc para cada cafeicultor, diretamente em sua conta corrente, ao invés de embutir o subsídio dentro de um prêmio aquém daquele exigido pelo mercado. Desenhar políticas públicas eficazes, eficientes e que contemplem ampla efetividade consiste no maior dos desafios atuais para os gestores públicos. Retirar 3 milhões de sacas da safra 2013/14 é esforço louvável, mas poderá não afetar a ascensão das cotações, pois há existências decorrentes do financiamento da armazenagem do último trimestre de 2012 que se somarão as disponibilidades da safra cheia de 2014/15, ou seja, é remota tal possibilidade. A tarefa de fazer políticas públicas se torna absolutamente inalcançável se lentes que corrijam eventuais miopias não sejam empregadas a partir de abalizados receituários. O autor agradece os comentários e sugestões do Eng. Agr. Antônio Luis Jamas e do Economista Felix Schouchana. 2 Não podemos nos opor ao reembolso dos custos com sacarias, aspecto mais que justo, porém o objetivo aqui foi alcançar o preço efetivamente pago pelo produto pela CONAB. 3 Prêmio é o valor da opção negociado entre as partes. 4 Foi empregado a cotação em Nova Iorque pela perda de liquidez dos contratos de café arábica negociados na BM&F. 5 Fechamento do câmbio em 13/09/2013 foi de 1US$ = 2,2779R$. 1sc 60kg = 132,276lbp 6 Esse expediente em nada difere do que ocorreu nas duas versões anteriores dos leilões de opções públicas para café. Apenas no primeiro deles o prêmio ficou ligeiramente acima dos R$9,00/sc. 1
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ntre Agosto e Setembro deste ano de 2013 algumas notícias e acontecimentos muito interessantes passaram quase que despercebidos pelo agronegócio café brasileiro. A torrefadora alemã Tchibo foi a primeira compradora de cafés arábica com o selo “Certifica Minas Café”, programa governamental coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais e executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Foram 50 mil sacas de 60 quilos, um volume pequeno se comparado ao volume exportado anualmente pelo estado de Minas Gerais, mas que pode se tornar muito significativo na nova caminhada estratégica que deverá ser trilhada pelos cafeicultores mineiros. Ainda não se sabe como a identidade “Certifica Minas Café” será utilizada pela empresa alemã em embalagens (e mesmo se será utilizada), mas pode representar o primeiro passo para que a origem “Minas Gerais” chegue ao consumidor
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conduzida por um programa governamental e que represente toda a cafeicultura do estado. Para constar positivamente na promoção mineira, as iniciativas das indicações geográficas do Cerrado Mineiro e da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais promovem suas regiões especificamente e agregam em sua mensagem o “sufixo” Minas Gerais. O momento é oportuno. Outra notícia importante foi anunciada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, segundo os quais, a expectativa para 2013 é vender cerca de 100 mil sacas lacradas com o selo de Indicação de Procedência no mercado interno e para o exterior. As regiões do Norte Pioneiro e da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais articulam sua estrutura para coordenar a emissão dos certificados, e neste mês de setembro, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) anunciou a mais nova indicação de procedência para o café, a região Alta Mogiana em São Paulo. Os projetos da região do Oeste da Bahia e da Mogiana de Pinhal em São Paulo também caminham. Em termos de marke-
ting estes movimentos são muito significativos, muito mais do que o diferencial de preço de R$ 3,00 a saca pago por ocasião da exportação do café mineiro com o selo Certifica Minas Café. No caso mineiro é ainda mais significativo porque na mente de importadores e consumidores europeus e estadunidenses a origem Minas Gerais praticamente não existe. Quando muito, vemos um “South Minas” (Sul de Minas) perdido nas prateleiras de algumas cafeterias. E neste caso específico, quem promove a origem é o torrador ou dono de cafeteria, e não existe nenhum prêmio pago aos produtores de café. Os elos mais fortes da cadeia se apropriam do valor da marca de origem. Já no caso dos cafeicultores da região do Cerrado Mineiro a estratégia é de fortalecimento da marca e ampliação de mercado, já que gozam de boa reputação no mercado japonês. Analisando um pouco mais a fundo a ação da empresa alemã Tchibo, vemos que ela adota esta prática com o Certifica Minas Café de forma muito estratégica, já se antecipando ao apagão de cafés certificados que ocorre-
rĂĄ no mercado mundial de cafĂŠ nos prĂłximos anos (a se confirmar pela palavra dos torrefadores internacionais). Em verdade, ĂŠ provavelmente um teste que a torrefadora realiza para direcionar suas açþes futuras. Os olhos das indĂşstrias internacionais se voltam para o Ăşnico paĂs, o Ăşnico estado e o Ăşnico sistema de certificação que pode em pouco tempo aumentar significativamente a oferta de cafĂŠs sustentĂĄveis no mundo. Uma oportunidade de ouro para a nova dinâmica de mercado que o agronegĂłcio cafĂŠ mineiro e brasileiro terĂĄ que enfrentar. Os cafĂŠs arĂĄbicas de Minas Gerais (25 milhĂľes de sacas em 2013) deixam gradativamente de ser a base de sustentação do preço internacional da commodity. Os Robustas asiĂĄticos, por uma sĂŠrie de fatores, começam a ocupar este espaço. E nada indica que isto mudarĂĄ no curto e mĂŠdio pra-
zo. Portanto, uma das alternativas estratĂŠgicas dos â&#x20AC;&#x153;CafĂŠs de Minas Geraisâ&#x20AC;? ĂŠ construir um novo mercado para suas diversas origens e cafĂŠs sustentĂĄveis. Literalmente, construir. As outras origens brasileiras tambĂŠm devem trilhar este caminho. A explosĂŁo da coordenação das origens brasileiras em movimentos regionais, microrregionais e macrorregionais ĂŠ um importante fato para o marketing dos CafĂŠs do Brasil. Engana-se aquele que pensa que os movimentos de origem se referem Ăşnica e exclusivamente Ă Indicação de ProcedĂŞncia ou Denominação de Origem. Ele ĂŠ muito mais profundo. Durante a I Semana Internacional do CafĂŠ e 8° Espaço CafĂŠ Brasil em Belo Horizonte o que vimos foi a explosĂŁo do marketing de origens no Brasil. O estandes do Sebrae-MG, Sebrae Nacional e MinistĂŠrio
de produtos especiais, diferenciados, de origem e sustentĂĄveis. Compreender a balança de forças e o modo como os diversos atores constroem significados para marcas e qualidades de cafĂŠs. Compreender e oferecer ferramentas de marketing para valorizar a marca na embalagem das indĂşstrias internacionais. Compreender estes profissionais de mercado, em seu dia a dia, como modificam suas prĂĄticas de marketing e de compras para atingir seus diversos e contraditĂłrios interesses. Paralelamente, logo ao lado existem 21 milhĂľes de consumidores brasileiro que tomam cafĂŠ... E o problema ĂŠ este. NĂŁo tomam â&#x20AC;&#x153;CafĂŠs de Minas Geraisâ&#x20AC;?, â&#x20AC;&#x153;o cafĂŠ da Chapada Diamantinaâ&#x20AC;?, os cafĂŠs de comĂŠrcio justo e solidĂĄrio de Poço Fundo-MG, os cafĂŠs das montanhas capixabas, ou mesmo o Conilon Especial do EspĂrito Santo! Por quĂŞ? CafĂŠ mineiro sĂł ĂŠ â&#x20AC;&#x153;bĂŁoâ&#x20AC;? nas paradas da FernĂŁo Dias? Porque os paulistanos nĂŁo tomam o legĂtimo cafĂŠ de sua histĂłrica regiĂŁo Mogiana? A cafeicultura brasileira terĂĄ imensos desafios neste futuro tĂŁo prĂłximo. As regiĂľes produtoras crescem em termos populacionais e de oportunidades de emprego para a jĂĄ escassa mĂŁo-de-obra. As condiçþes legais de produção apertam o cerco. E a concorrĂŞncia internacional acirra a queda de braço pelos preços internacionais. A busca pela convergĂŞncia estratĂŠgica deve estar na pauta de todos. Tomara que em poucos anos possamos marcar este momento histĂłrico do Certifica Minas CafĂŠ como o pequeno grande passo dos â&#x20AC;&#x153;CafĂŠs de Minas Geraisâ&#x20AC;?. E marcar a I Semana Internacional do CafĂŠ e 8° Espaço CafĂŠ Brasil como o ponto de explosĂŁo do marketing de origens dos CafĂŠs do Brasil.
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tidade dos CafĂŠs do Brasil sendo construĂda de forma dispersa, sem coordenação, mas crescendo com força. E para esta construção, os diversos atores do agronegĂłcio cafĂŠ precisam de convergĂŞncia estratĂŠgica. O significado deste termo ĂŠ emblemĂĄtico, e muito diferente do simples alinhamento estratĂŠgico, ele significa que nĂŁo importa onde estejam os produtores, quais sejam seus interesses, de suas associaçþes e cooperativas, dos comerciantes de cafĂŠs, torrefadores, governo, instituiçþes governamentais e privadas... Todos precisam convergir para o mesmo ponto, para o mesmo objetivo: estruturar um novo posicionamento para as origens brasileiras no mercado mundial... E nacional tambĂŠm! Para atingir este objetivo, ĂŠ necessĂĄrio compreender como se formam estes mercados
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do Desenvolvimento AgrĂĄrio (MDA) estavam abarrotados de origens, micro, macro... Ao gosto do freguĂŞs! CafĂŠs da agricultura familiar, com origem, as regiĂľes mineiras, algumas regiĂľes brasileiras, Chapada Diamantina, o Oeste da Bahia em seu prĂłprio estande. AlĂŠm disso, cafeicultores investiram muito na promoção de suas fazendas e seus lotes Ăşnicos. Ă&#x2030; a origem brasileira, a iden-
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Material elaborado pela assessoria técnica do Conselho Nacional do Café (CNC).
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anúncio oficial dos instrumentos de política cafeeira que vigorarão na safra 2013/14 do Brasil, aliado às previsões de frio intenso na região Sul do País, ajudaram a sustentar as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York na primeira quinzena de agosto. No entanto, a forte valorização do dólar observada a partir da terceira semana pressionou o Contrato C, cujo vencimento setembro encerrou o mês no patamar de US$ 1,12 por libra-peso, acumulando perdas de 650 pontos. O aumento dos estoques certificados na ICE Futures US também mereceu atenção, pois se elevaram 38.345 sacas. Em 31 de agosto, os estoques certificados somavam 2,79 milhões de sacas, o maior nível registrado no encerramento de um mês, desde fevereiro de 2010. A valorização do dólar é uma tendência mundial, em função da recuperação da economia norte-americana e da proximidade da suspensão do programa de estímulos
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do Banco Central dos Estados Unidos. No entanto, em função das incertezas dos investidores quanto aos rumos da economia brasileira, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou ante o dólar, com efeito sobre o mercado de café, uma vez que o Brasil é o maior exportador mundial dessa commodity. Na terceira semana de agosto, o câmbio brasileiro superou a barreira dos R$ 2,40 e atingiu o maior fechamento dos últimos 56 meses, no dia 21, a R$ 2,451. No acumulado do mês, a alta do câmbio foi de 4,6%. Houve contenção da desvalorização do real a partir de 22 de agosto, com o anúncio de um programa do Banco Central do Brasil, que injetará US$ 60 bilhões no mercado até o final de 2013. Os recursos serão ofertados em leilões diários até 31 de dezembro, com o objetivo de reduzir especulações e atenuar a desvalorização da moeda nacional. Todas as sextas-feiras serão disponibilizados US$ 1 bilhão, com compromisso de recompra futura.
De segunda a quinta-feira, a estratégia do BC será de venda de títulos, garantindo proteção às empresas contra variações bruscas no câmbio. A estratégia teve resultado positivo, uma vez que o dólar encerrou o mês abaixo dos R$ 2,40, mesmo com a tendência externa de alta, frente às expectativas de uma possível operação militar na Síria. O mercado futuro da variedade robusta apresentou comportamento semelhante ao do café arábica, com sustentação de preços na primeira quinzena de agosto e forte desvalorização no segundo período do mês. O vencimento setembro do contrato 409 da Bolsa de Londres apresentou perda acumulada de US$ 124 por tonelada, mesmo com os estoques certificados atingindo o menor nível dos últimos 13 anos (1,32 milhão de sacas). O baixo nível do volume armazenado é resultado da redução das entregas do café da Indonésia, cuja produção tem sido afetada pelas fortes chu-
vas, e também pela retração de oferta de café do Vietnã, cujos produtores tentam negociar prêmios maiores pela saca. Segundo a agência Bloomberg,
os produtores vietnamitas ainda têm em estoque cerca de 2,3 milhões de sacas de café da última temporada. Porém as cotações futuras antecipam uma safra abundante no país, cuja colheita será iniciada em outubro e as entregas a partir de novembro. Estatísticas de exportações mundiais elaboradas pela Organização Internacional do Café (OIC) mostram que a demanda pelo robusta continua aquecida. No período de agosto de 2012 a julho de 2013 foram exportadas 44,18 milhões de sacas da variedade, representando 39,2% das exportações mundiais de café. Nota-se
discreto crescimento da participação dessa variedade no comércio mundial, pois, no período anterior (agosto de 2011 a julho de 2012), foram exportadas 41,06 milhões de sacas de robusta (38,5% das vendas globais de café). No mercado doméstico, os indicadores de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada apresentaram tendência de estabilidade para o arábica e de queda para o conilon, que tiveram variação de, respectivamente, -0,1% e -2,9%, no acumulado do mês. Como a queda de preços do robusta foi mais acentuada, o diferencial de preços entre as variedades passou de R$ 25/saca, no início do mês, para R$ 38,9/saca, em 30 de agosto. Quanto ao andamento da safra brasileira, a Somar Meteorologia estima que, até o fim do mês passado, haviam sido colhidos 80% dos cafezais em São Paulo e 78%, em Minas Gerais. Porém, é grande a preocupação com a perda de qualidade, já que 30% dos grãos colhidos apresenta-
vam algum tipo de defeito, consequência do inverno chuvoso que predominou nas origens brasileiras. Em relação à política cafeeira, no mês de agosto houve a ratificação, pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), da distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da
bém foi iniciado o repasse dos recursos do Funcafé aos agentes financeiros. Dos R$ 3,16 bilhões autorizados, foram liberados R$ 957,616 milhões no total do mês. De acordo com publicações no Diário Oficial da União, os agentes que assinaram contrato com o Departamento
Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2013/14. Além disso, foram oficialmente anunciadas: (i) a implantação de um programa de Opções Públicas de Venda que envolverá 3 milhões de sacas de 60 kg de café, para exercício em março de 2014, a um preço unitário de R$ 343; e (ii) a destinação de recursos próprios do Banco do Brasil, a taxa de juros do crédito rural, no valor de R$ 1,614 bilhão, conforme detalhado no Quadro 1. Em agosto tam-
do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foram, por ordem de tomada de recursos, Bancoob, Itaú BBA, Banco Votorantim, Rabobank, Bicbanco, Banco Original, BPN Brasil e Banco Ribeirão Preto. A maior concentração da liberação dos recursos foi para a linha de estocagem, conforme pode ser observado nos gráficos abaixo.
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Região do Cerrado Mineiro é uma Indicação Geográfica na Modalidade Indicação de Procedência reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, a primeira em cafés em todo o Brasil, tendo este titulo outorgado em 2005. A exemplo das mais
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intituladas como Indicação Geográfica, na França são chamadas de Terroir. O Terroir é nada mais que a combinação entre três fatores: território, homem e o saber fazer. O Território diz respeito a combinação do clima, solo, temperatura, altitude, regime de chuvas e a todas as condições naturais proporcionadas pela
tradicionais regiões de vinhos, queijos entre outros produtos europeus, como Bordeaux na França, Parma na Itália, Ryoja na Espanha que demarcam e registram seus territórios pelo reconhecimento e valorização de seus produtos e pessoas, a Região do Cerrado Mineiro é um território demarcado e reconhecido pela produção de cafés de alta qualidade, o que lhe possibilitou portanto o reconhecimento e notoriedade como Primeira Indicação Geográfica em Cafés no Brasil, a segunda entre todos os produtos vindo depois do Vale dos Vinhedos, que é uma Indicação Geográfica para Vinhos. Essas “porções de terra”
natureza, que são os fatores edafoclimáticos. O fator homem, diz respeito as pessoas que vivem naquele território, que carregam consigo sua cultura, sua tradição e costumes, os fatores andrógenos. O “saber fazer” diz respeito a todo o conhecimento acumulado do homem que atua naquele território, que são as praticas e o processo de produção que tornam único e singular o produto produzido naquele território. Pois bem, a Região do Cerrado Mineiro tem todos estes elementos que compões um nobre terroir: Território, ho-
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mem e saber fazer. Geograficamente, o Cerrado Mineiro é constituído de 55 municípios, sendo 170.000 hectares de café em produção, cerca de 4.500 produtores que juntos produzem aproximadamente 5 milhões de sacas, que correspondem a 10% da produção nacional. Nesta área demarcada o município de Patrocínio merece destaque, pois possui 35.000 hectares de café em produção, que lhe concede o titulo de maior município produtor de café do Brasil, sendo hoje referencia em organização, qualidade e produtividade, sendo sede de importantes empresas e organizações como EXPOCACCER, COOPA, Acarpa e Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que é a Gestora da Região do Cerrado Mineiro. A Região do Cerrado Mineiro é hoje um dos territórios mais importantes e reconhecidos em todo o Brasil, e isso só foi possível ser construído pois carregamos conosco as três características que compõem os mais nobres terroirs em todo mundo: Território, homem e saber fazer.
Flávia Bessa *
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tualmente praticamente todas as regiões cafeeiras do Brasil produzem grãos especiais, como o Cerrado, Zona da Mata e Sul de Minas Gerais, Serra do Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Paraná. Segundo Flávio Borém, é possível encontrar várias definições para café especial, refletindo muitas vezes os efeitos da cultura, costumes e valores de cada povo, região ou país e estando associado ao prazer que a bebida proporciona. “O café especial é aquele que se distingue por uma característica peculiar ou grupo de atributos singulares possuindo, portanto, uma especialidade ou especificidade na percepção de seus atributos sensoriais e de seu sistema de produção. O café pode ser especial por possuir sabor e aroma únicos e distintos do café comum, por ser produzido em sistema orgânico, ser de origem controlada ou até mesmo por ser raro e exótico”, explica. Segundo dados da BSCA, a demanda pelos grãos especiais cresce em torno de 15% ao ano, contra um crescimento de cerca de 2% do café commodity. O segmento representa hoje cerca de 12% do mercado internacional da bebida. O valor de venda atual para alguns cafés diferenciados tem um sobrepreço que varia entre 30% e 40% a mais em relação ao café cultivado de modo convencional. Em alguns casos, pode ultrapassar a barreira dos 100%. Segundo o ex-presi-
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dente da BSCA, Luiz Paulo Dias Pereira Filho, os principais mercados consumidores dos cafés especiais brasileiros são, na ordem, Japão, Estados Unidos e União Europeia, havendo crescimento muito grande por parte da Coreia e Austrália. No que diz respeito ao consumo interno do produto, das 19,7 milhões de sacas consumidas no mercado interno, um milhão é de cafés especiais. “O Brasil está assumindo o posto ½
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fica – IG nas modalidades de Indicação de Procedência - IP e Denominação de Origem - DO. Já existem no Brasil duas regiões com Indicação de Procedência reconhecidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI: o Cerrado Mineiro e a
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Mantiqueira de Minas”, explica o professor. “Além disso, o Norte Pioneiro do Paraná e a Mogiana Paulista estão trabalhando para conquistar também IG”, acrescenta o pesquisador do IAC. Para embasar as solicitações de IG, estudos científicos são imprescindíveis, pois é o que validam ou não a existência de uma condição ambiental privilegiada e um modo de cultivo semelhante com potencial para produção de cafés finos, ou seja, a relação entre o ambiente e a qualidade da bebida. Atualmente, o Consórcio Pesquisa Café tem em seu programa de pesquisa algumas linhas de pesquisa na área de cafés especiais, como projetos dos pesquisadores Flávio Borém, da Universidade de Lavras (Ufla), e Helena Maria Ramos Alves, da Embrapa Café, que têm desempenhado papel relevante na caracterização detalhada da região da Serra da Mantiqueira, que conquistou a IP ano passado e está em busca da DO.
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Variedade de regiões, cultura e sabores
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de fornecedor de cafés especiais para o mundo”, garante.
Segundo Borém, a cafeicultura brasileira, por sua extensão territorial e peculiar variação ambiental, tem sua produção distribuída em diferentes regiões que se distinguem pelas características marcantes dos seus ambientes, tanto em relação ao meio físico quanto às condições climáticas e socioeconômicas. “Essas regiões são marcadas por grandes variações no solo, na temperatura, umidade relativa e altitude fazendo com que a qualidade do café possua expressões distintas”, destaca. Recentemente, novas tendências têm demandado a garantia da originalidade geográfica dos produtos agrícolas. “Esses são os casos das certificações de origem conhecidas no Brasil como Indicação Geográ-
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AntĂ´nio SĂŠrgio Souza
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arte integrante do Sul do estado de minas, a Mantiqueira de Minas estĂĄ situada na face mineira da Serra da Mantiqueira. Apresenta altitudes que variam de 900 a 1400 metros, possui relevo montanhoso, e ĂŠ composta por 25 municĂpios, com as condiçþes climĂĄticas propicias Ă produção de cafĂŠs especiais a regiĂŁo ĂŠ reconhecida pela busca constante da excelĂŞncia na produção de cafĂŠs raros e surpreendentes, equilibrados e apresentam sabores complexos com notas de chocolate, frutado, cĂtrico e caramelo e sĂŁo encorpados com doçura elevada e apresentam sabor residual marcante. O cafĂŠ chegou a regiĂŁo da Mantiqueira de Minas entre os anos de 1848 e 1850, de acordo com registros
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de livro caixa de Joaquim JosĂŠ Ribeiro de Carvalho, inventĂĄrio de Alferes Manoel Carneiro Santiago datado de 1856 e com entrevistas elaboradas juntamente com os mais velhos moradores e de acordo com histĂłrias contadas por seus antepassados. A expansĂŁo da cafeicultura na Serra da Mantiqueira se deu entre os anos de 1913 e 1925. A partir de 1996, iniciou-se um processo gradativo de aprimoramento da tecnologia cafeeira regional, com a busca de novos cultivares e instalação de infraestrutura para melhoria da qualidade do cafĂŠ, como colheita altamente seletiva usando as caracterĂsticas de maturação dos cultivares precoces, mĂŠdios e tardios, uso de lavadores, separadores e
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ção das Pedras, Conceição do Rio Verde, Cristina, Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, NatĂŠrcia, OlĂmpio Noronha, ParaisĂłpolis, Pedralva, Pouso Alto, Santa Rita do SapucaĂ, SĂŁo Lourenço e Soledade de Minas. â&#x20AC;&#x153;O cafeicultor da regiĂŁo, que ĂŠ montanhosa, precisa manter os investimentos na cultura, principalmente para aumentar a produtividade e a qualidade final da bebida. Por ser dependente de mĂŁo de obra para os tratos e colheita, os custos sĂŁo mais altos, por isso ĂŠ necessĂĄrio que os grĂŁos sejam de alta qualidade para ter no mercado um preço diferenciadoâ&#x20AC;?, avalia AntĂ´nio JosĂŠ Junqueira Villela, que ĂŠ vice-presidente da Associação dos Produtores de CafĂŠ da Mantiqueira - APROCAM.
Certificação
descascamento do cafĂŠ cereja. Atualmente a regiĂŁo conta com cerca de 7,8 mil produtores, sendo 82% agricultores familiares, juntos produzem em torno de 1,34 milhĂŁo de sacas de cafĂŠ ao ano, cultivadas em 69 mil hectares. A geração de empregos ĂŠ de aproximadamente 150 mil diretos e indiretos. O parque cafeeiro encontra-se em fase de expansĂŁo com substituição de cultivares e adequação de novas variedades. A regiĂŁo tem cerca de 95 milhĂľes de pĂŠs de cafĂŠ, cultivados em aproximadamente 40 mil hectares. A regiĂŁo abrange os municĂpios de Baependi, BrasĂłpolis, Cachoeira de Minas, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Concei-
Seguindo os caminhos abertos pela regiĂŁo do CafĂŠ do Cerrado, hoje RegiĂŁo do Cerrado Mineiro, os produtores da Mantiqueira no ano 2000, atravĂŠs da consultoria de Ensei Neto, iniciaram um trabalho de diferenciação na produção dos cafĂŠs da regiĂŁo. O trabalho de consultoria identificou que a localidade possuĂa todos os requisitos para o desenvolvimento de uma Indicação GeogrĂĄfica, tais como clima, solo, altitude e caracterĂsticas sensoriais diferenciadas do cafĂŠ. Na sequĂŞncia foram difundidos novos conhecimentos e tecnologias atualizadas para o aprimoramento no processo de produção dos cafĂŠs da regiĂŁo. Contando com as condiçþes propĂcias para a produção de cafĂŠs especiais, em função da altitude, condiçþes de solo, clima e estaçþes do ano bem definidas. Com boas chuvas no verĂŁo e inverno seco, perĂodo no qual hĂĄ maturação dos frutos e colheita. Desde 2002 os produtores da regiĂŁo conquistam resultados de destaque nos diversos concursos de cafĂŠ, construindo a notoriedade da regiĂŁo. Em 2005, um lote com 22 sacas de cafĂŠ, do produtor Francisco Isidro Dias Pereira, da fazenda Santa InĂŞs do municĂpio de Carmo de Minas, alcançou nota 95,85 pontos e conquistou o PrĂŞmio Especial Gold Cup of Excellence e o maior valor alcançado por saca de 60 quilos - R$ 15 mil reais. Em mĂŠdia, a regiĂŁo chega a registrar cafĂŠs com notas de 80 a 85 pontos pela escala da tabela da Associação Americana de CafĂŠs Especiais - SCAA sigla em inglĂŞs. Os prĂŞmios alcançados pelos cafĂŠs da regiĂŁo serviram de estimulo para adoção de uma nova postura de manejo e cuidados no pĂłs-colheita. â&#x20AC;&#x153;Ainda no pĂŠ, todo cafĂŠ ĂŠ de qualidade, o que o tornarĂĄ especial serĂĄ a forma como esses frutos serĂŁo tratados
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a partir de então. Não é uma lavoura como de soja ou milho, por exemplo, que chega uma máquina e colhe tudo. Esse café tem todo um processo de colheita, descanso, secagem, beneficiamento, tudo feito de maneira bem correta e com muita dedicação para isso”, explica Hélcio Carneiro Pinto da APROCAM. Em 2007, com a publicação pelo Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA da delimitação territorial da região, o processo de pedido de Indicação Geográfica foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI que o aprovou em maio de 2011 concedendo a Indicação de Procedência - IP aos cafés produzidos na região da Mantiqueira de Minas.
Denominação de origem O Projeto de Indicação Geográfica - IG, na modalidade Denominação de Origem - DO para a Serra da Mantiqueira de Minas Gerais é amplo e audacioso e busca um conjunto de informações sobre uma área demarcada envolvendo 22 municípios da Mantiqueira de Minas. Coordenado pelo professor Flávio Meira Borém, do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras - UFLA, o projeto conta com o aporte financeiro do CNPq (Ministério da Agricultura / SDA), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT – Café) e do Consórcio Pesquisa Café. /
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Essa região, conhecida pelos cafés de excelente qualidade, já possui a IG na modalidade Indicação de Procedência (IP), oficializada em maio de 2011, e agora busca avançar para a DO, o que exige uma identidade única, com a comprovação científica da relação entre as características do café e o ambiente onde é produzido. Na avaliação do professor Borém, o trabalho que está em fase de finalização é a soma de indicadores de diferenciação e qualidade, resultado de um trabalho de rara complexidade e detalhamento, que envolveu diversas competências em torno de um foco de pesquisa comum. Os resultados de diversos estudos deverão embasar os produtores da região na elaboração do pedido de DO ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para o professor, o desafio agora é reunir todas as informações para que, de fato, todo o esforço de caracterização seja transformado em um diferencial de valor real no mercado além da colaboração na compreensão do fenômeno da distribuição espaço temporal de qualidade do café. Os resultados dos trabalhos de pesquisa foram obtidos em diferentes áreas do conhecimento, envolvendo os seguintes estudos: caracterização ambiental; caracterização sócia econômica; análises fenológicas, análises químicas e isótopos estáveis, análise sensorial com diferentes abordagens usando ferramentas de regressão logística e análise de correspondência, análises proteômicas e expressão gênica.
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Helenice Laguardia | O Tempo*
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uando se avista as montanhas na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais, vê-se com facilidade as plantações seculares de café, a uma altitude de mais de 1.100 metros. Lá, onde a máquina não vai, a colheita é feita à mão, o que impacta em 60% o custo da produção, diz o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), Ralph Junqueira. Por isso, a opção pelo café especial, que remunera melhor, tem aumentado na região na última década. Enquanto o preço pago ao produtor por uma saca de café especial vai de R$ 400 a R$ 800, o café commodity vale R$ 290. Mas ainda tem muito espaço para crescer. Das 200 mil sacas de 600 produtores de café de 18 municípios que a Cocarive vai receber nesta safra, 20% a 30% é formada por café especial e o restante pelo café commodity. Com 150 mil sacas de 500 produtores, o vice-presidente da Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass), Leonardo Brandão, diz que o café especial está estimulando o produtor a permanecer na atividade cafeeira. Há oito anos, Pedro Ferraz, da Fazenda Junqueira Reis, em Carmo de Minas, investiu em renovação de lavouras de cafés mais finos. Agora, ele tem até 30% da produção de mil sacas no café especial onde consegue R$ 600 pela saca. “Quero chegar a mais de 50% no café especial”. José Wagner Junqueira, 74, produtor há mais de 50 anos na fazenda Serra das Três Barras, também em Carmo de Minas, tem mais de 50% das 1.200 sacas em café especial. “Se não fosse isso, eu já tinha acabado com a fazenda”. Com 200 mil pés de café, Otaviano Ribeiro mostra orgulhoso as três posições conquistadas entre os dez primeiros lugares no concurso de qualidade do Brasil da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA sigla em inglês), em 2011. A colheita deste ano será de 2.100 sacas na fazenda Granja São Francisco, em Carmo de Minas, que está com a família desde 1937. “Vou descascar 60% (1.260 sacos) e o restante, 40%, será o café commodity”, calcula para os 50 hectares de plantação.
Propriedades centenárias passam por várias gerações Tudo começou com os bisavós Pedro e Cornélia, passou para o avô Luciano, foi para o pai Maurício até chegar ao filho Luiz Flávio de Castro, 43, que tem cem mil pés de café e produz até 700 sacas por safra no Sítio Colinas, em Carmo de Minas. Do total, até 40% da safra são das variedades bourbon amarelo, catuaí amarelo e acaiá, todos cafés especiais. “A saída é a qualidade”, diz Castro, que
optou pela produção dos especiais a partir de 2000. Em 2011, alcançou o primeiro lugar do concurso da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). O presidente do conselho da Aprocam, Gláucio Carneiro, diz que o mercado consumidor dos especiais está nos Estados Unidos, Japão e Europa. “Queremos que a região da Mantiqueira seja conhecida internacionalmente como produtora de cafés especiais”.
O poder da região - Localização: face mineira da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais - Composição: 25 municípios - Diferencial: Tem Indicação Geográfica (IG). Dada pelo INPI, é uma forma de proteção instituída a uma região conhecida por ter um determinado produto famoso - Produtores: 7.800 - Perfil: 89% deles são de pequeno porte - Área plantada: engloba 69.500 hectares - Produção anual: são 1,34 milhão de sacas de café Y
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Kopi Luwak, ou café de civeta, é feito a partir de grãos de café extraídos das fezes do civeta - um animal pequeno, de uma família de mamíferos carnívoros, com pelagem manchada e focinho pontiagudo, que vivem em palmeiras na Indonésia. Repórteres disfarçados encontraram civetas mantidos presos em gaiolas para produzir o café na Ilha de Sumatra. E especialistas afirmam que os grãos produzidos por esses animais são vendidos como iguarias em diversas partes do mundo. A popularidade do Kopi Luwak explodiu após o café aparecer em um programa da apresentadora americana Oprah Winfrey e no filme Antes de Partir, estrelado por Morgan Freeman e Jack Nicholson, em 2007. Muitos revendedores promovem o produto como um artigo silvestre, colhido nas florestas a partir de excrementos de animais livres na natureza. Em restaurantes, o preço da xícara do café pode chegar a cerca de US$ 95 (R$ 215), e parte do valor é atribuida à dificuldade de se conseguir os grãos. Disfarçados como compradores,
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repórteres da BBC visitaram produtores que vendem os grãos em Sumatra. Nas fazendas, eles encontraram gaiolas mal cuidadas e apertadas e um civeta gravemente ferido - em cenas que contrariam a imagem vendida aos consumidores de “produto silvestre”. Produtores em Takengon, no norte de Sumatra, contaram à BBC que vendem os grãos para exportadores, que comercializam o produto na Europa e em outros países asiáticos.
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Depois de ver as imagens dos civetas engaiolados gravadas secretamente, o pesquisador Neil D’Cruze, da Sociedade Mundial para Proteção de Animais, disse que os bichos pareciam “totalmente deprimidos e infelizes” “Esses animais silvestres têm comportamentos que precisam e querem expressar”, afirmou D’Cruze. “As gaiolas são completamente secas, imundas e sem lugar para eles subirem.” O ex-empresário do setor de cafés Tony Wild, autor do livro Coffee: A Dark History (“Café: Uma História Sombria”, em tradução livre), diz estar “totalmente convencido” de que os grãos produzidos por animais enjaulados são
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vendidos em Londres. Wild diz acreditar que muitas vezes é enganoso vender o produto como um artigo silvestre. “O motivo por que tantas pessoas reproduzem essa história é que, por ser incrivelmente raro, você pode manter um preço ridiculamente alto”, afirma.
Sem controle Durante a reportagem em Takengon, a BBC conversou com produtores que mantinham os animais engaiolados e diziam vender grãos do Kopi Luwak para a Sari Makmur - uma empresa de exportação baseada na cidade indonésia de Medan - usá-los na produção do café comercializado com o nome de Wild Luwak. O vice-presidente da Sari Makmur, Andry Spranoto, admitiu para os repórteres disfarçados da BBC que a empresa não tem como controlar os ingredientes do Wild Luwak. A companhia disse que perguntava aos produtores se os grãos eram silvestres e eles diziam que sim, mas a empresa não checava a informação. “Pra ser sincero, não estamos empenhados em vender o Wild Luwak porque não podemos controlá-lo”, afirmou Spranoto.
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animais encarcerados em Wahana, mas insistiu que os grĂŁos extraĂdos de civetas em cativeiro nĂŁo sĂŁo vendidos. A companhia afirma que toda a produção comercializada a partir da propriedade tem origem em animais silvestres. â&#x20AC;&#x153;Colocamos casas de madeiras e frutas na vizinhança para atrair os civetas silvestres para circular em nossa propriedade Wahana e produzir o cafĂŠâ&#x20AC;?, disse a empresa, em um comunicado. â&#x20AC;&#x153;No nosso programa de civetas em cativeiro, nĂłs estudamos o comportamento animal, a sua dieta e o seu comportamento para reproduçãoâ&#x20AC;?, acrescenta o texto. â&#x20AC;&#x153;Para atender a demanda deste mercado, nĂłs criamos nossos prĂłprios civetas e os soltamos na nossa propriedade quando eles estĂŁo maduros o suficiente.â&#x20AC;? â&#x20AC;&#x153;NĂŁo vendemos nenhum dos grĂŁos de cafĂŠ dos civetas em cativeiro jĂĄ que isso vai contra o nosso modelo de negĂłciosâ&#x20AC;?, conclui o comunicado. A BBC tambĂŠm perguntou Ă Harrods se a loja se preocupa com os sinais de que a Sari Makmur mantĂŠm animais em cativeiro longe dos olhares de visitantes ocidentais. â&#x20AC;&#x153;A Harrods trabalha com todos os seus fornecedores para garantir que os mais altos padrĂľes ĂŠticos de abastecimento, produção e venda sejam mantidosâ&#x20AC;?, respondeu a loja. â&#x20AC;&#x153;Isso se realiza por meio de rigorosos procedimentos de auditoria.â&#x20AC;? â&#x20AC;&#x153;Nosso fornecedor exclusivo (a Sari Makmur) deu Ă Harrods todas as garantias de que o cafĂŠ que recebemos ĂŠ orgânico e colhido de civetas de palmeiras silvestresâ&#x20AC;?, acrescenta o comunicado. A Harrods disse ainda que estĂĄ trabalhando com seu fornecedor para investigar as informaçþes da reportagem da BBC. â&#x20AC;&#x153;Se necessĂĄrio, vamos rever a venda do produtoâ&#x20AC;?, afirmou uma porta-voz da loja. O cafĂŠ Wild Luwak, que o vice-presidente da Sari Makmur admitiu nĂŁo ter como controlar, nĂŁo ĂŠ vendido na Harrods.
Sem maus-tratos Pesquisadores disfarçados como compradores tambĂŠm visitaram uma propriedade da empresa perto da cidade de Sidikalang, tambĂŠm em Sumatra. Alega-se que lĂĄ os grĂŁos sĂŁo colhidos de animais livres na natureza. A propriedade, chamada Wahana, nĂŁo tem relação com as fazendas de civetas ou com as cenas de crueldade observadas pela BBC em Sumatra. O cafĂŠ premium produzido na propriedade, o Wahana Luwak, ĂŠ vendido como artigo silvestre na luxuosa loja de departamentos Harrods, uma das mais conhecidas de Londres. Os grĂŁos do cafĂŠ chegam Ă capital britânica por meio de uma cadeia formada por uma importadora independente e um outro fornecedor. â&#x20AC;&#x153;Ă&#x2030; silvestre, claro que ĂŠ silvestreâ&#x20AC;?, diz Spranoto, sobre o Wahana Luwak. â&#x20AC;&#x153;Mas esse cafĂŠ vem com 100% de certeza de Wahana porque nĂłs o monitoramos.â&#x20AC;? O vice-presidente da
empresa garantiu aos repĂłrteres disfarçados que nĂŁo havia animais encarcerados em Wahana e que um programa de reprodução conduzido na propriedade foi concluĂdo em 2007. A BBC tambĂŠm entrou em contato com duas importadoras do cafĂŠ da Sari Makmur que confirmaram ter visitado a propriedade em 2011 e nĂŁo ter visto nenhum civeta enjaulado. Mas um funcionĂĄrio da propriedade, que pediu para nĂŁo ser identificado, revelou a presença de animais encarcerados em Wahana. Segundo ele, os civetas eram bem tratados no local. â&#x20AC;&#x153;NĂłs colocamos cada civeta em um espaço prĂłprioâ&#x20AC;?, disse o funcionĂĄrio. â&#x20AC;&#x153;O espaço tem trĂŞs metros quadrados e um chĂŁo de cimento, que ĂŠ limpo e lavado todo dia.â&#x20AC;? NĂŁo hĂĄ sinais de animais maltratados na propriedade.
Casas de madeira e frutas Quando a BBC mais tarde entrou em contato com a Sari Makmur para revelar sua apuração, a empresa confirmou a presença de
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oje, o Mundo do Café e seus Produtores está polarizado nestes grandes grupos: cafeicultores de Coffea arabica e de Coffea canephora. Apesar de existirem dezenas e dezenas de espécies de cafeeiros, as que realmente contam para o mercado são essencialmente estas duas.
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Até o início dos anos 90, a oferta de Robusta mal passava de 10% do total produzido mundialmente, considerada matéria prima exclusiva para a indústria de café solúvel. Porém, depois das grandes geadas de 94 que dizimaram boa parte do parque cafeeiro do Brasil e que, por conseqüência, jogou as cotações de parcos US$ 86 para mais de US$ 300 a saca de 60 kg no Brasil, o estímulo ao plantio de novas áreas foi inevitável. Nesse meio tempo, quase que despercebidamente pela maioria do mercado, surgia um “Tigre Asiático do Café”: o Vietnan. Com o estímulo governamental, os produtores daquele país se puseram a trabalhar com uma nova cultura que dava acenos de prosperidade. O agricultor de qualquer parte do mundo tem como marca registrada o apego à terra e o poder de transformá-la rapidamente a partir de uma cultura escolhida. E foi o que se passou: em pouco menos de 12 anos, o Vietnan desbancou a Colômbia do posto de segundo maior produtor mundial de café, que vinha sofrendo com os problemas climáticos que afetaram as montanhosas lavouras e a gradativa transferência de sua população rural para as áreas urbanas. O bárbaro crescimento vietnamita assombrou a to-
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dos, em boa parte pelo fato de que até quase o final dos anos 2.000 pouco havia sido feito de infraestrutura de armazenagem e portuária. Muitas das grandes empresas de comércio de café iniciaram a construção de armazéns por conta própria para ordenarem o escoamento das safras compradas por lá. Se os cafeicultores alcançaram a gigantesca produção de 140 milhões de sacas de café (já convertidas no padrão brasileiro de 60 kg), a parte do Robusta e seus primos chegou a aproximadamente 30% desse total, algo como impressionantes 42 milhões de sacas! As plantas do canephora são muito estáveis em sua produção, muito produtivas e com boa tolerância a diversos problemas que afligem os arabicas como a Cercospora, a Ferrugem e até a nematóides. Daí vem que seu custo de produção na parte agrícola é bastante baixo, tornando-o rentável ou, no mínimo viável, mesmo em épocas de magras cotações. Sol e água abundantes são suficientes para essas lavouras fazerem festa. O componente genético é determinante para explicar boa parte do excelente desempenho nas lavouras de robusta. Ter a metade do número de cromossomos em relação aos Mundo Novo e Bourbon confere o ex-
celente desempenho produtivo mesmo sob condições restritivas. Mas isso traz contrapartidas: sua variabilidade no tocante aos atributos sensoriais é mais restrita. Sempre digo que a Natureza é refinadamente sábia, fazendo tudo convergir, ao final, para o equilíbrio. É o tal do “Caminho do Meio” que Buda pregava como uma das chaves da felicidade: “Nem muito lá, nem muito cá; o melhor é o caminho do meio”... Nada é infindavelmente dominante na Natureza. Existem os diferentes reinados, mas que passam. O maior número de cromossomos das variedades arabicas é que permitem a existência da exuberante paleta de sabores e aromas que podem surgir numa excelente xícara de café. Portanto, apesar da maior exigência para sua produção, seus resultados sensoriais podem ser extremamente ricos. Só para lembrar, as variedades mais famosas de canephora cá entre nós são o Robusta e o Conilon, enquanto que de arabica temos o Bourbon, o Mundo Novo e o Catuaí. Recentemente, algumas
entidades de cafeicultores vem levantando a bandeira da rotulagem das variedades empregadas nos blends de cafés da indústria brasileira. Na verdade, são produtores de arabica preocupados com o agressivo avanço do Conilon nos produtos da indústria de torrefação do Brasil. Defendem a pureza de uso dos arabicas como forma de se garantir a qualidade dos blends comuns encontrados em cada supermercado. De novo, um sofisma. Não é o fato do Conilon ocupar espaço na composição dos blends industriais frente ao arabica que necessariamente torna o produto ruim. O que o faz ruim de sabor é o uso de grãos de baixa qualidade. Não tem milagre. Arroz quebrado é arroz de segunda classe. Pacote de feijão com grãos manchados, quebrados, cheio de “bandinhas” e outros atacados por fungos, é mais barato porque tem todos es-
ses defeitos juntos. Mas, se o movimento ganhar corpo, bom barulho pode fazer. Mas aí surge outro problema: todas as variedades que costumo denominar de modernas são resultado de cruzamento com os Híbridos de Timor ou de Vila Sarchi. Esses dois são resultado de hibridização natural ocorrido, como por exemplo, na pequena ilha do Timor (onde se fala o Português de Portugal e a religião predominante é o Islamismo). Ou seja, são plantas que tem a genética mista dos arabicas e dos canephoras. Se estes exemplares foram usados para modelar variedades como Obatan, IAPAR-59, Icatu e Catucaí, sem falar na prole que saiu de cada um e que recebem nomes de pedras preciosas e aves, claro está que todas essas variedades modernas não são mais Coffea arabica genuínas. Que coisa, não?! Portanto, muitos dos ca-
fés especiais rotulados por variedades que estão à disposição no mercado, torrados por microtorrefações especializadas, ao colocar que usam 100% arabica, caso usem qualquer uma dessas variedades, não estão sendo corretos com os consumidores. A lição que fica é que a Natureza é dinâmica, assim como o que parece sólido e definitivo hoje, pode se tornar etérea fumaça amanhã. Discutir sobre qual variedade ou espécie é a melhor, é como discutir sobre futebol com dois torcedores fervorosos: todos sempre tem razão. A bem da verdade, o que show tem que continuar e fica mais interessante quando todas as torcidas vão assistir maciçamente os jogos. Tudo se torna celebração, pois é quando cada um dá o melhor de si para mostrar que é o melhor. Nem que isso dure apenas um jogo...
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A Jacto leva para a 21º edição do Seminário do Café seu mais novo lançamento para cafeicultura: a colhedora KTR 3500. O modelo vem completar as solução da Jacto em mecanização para cafeicultura e traz evoluções que atendem às necessidades do produtor, aliando melhor performance e otimização de recursos. A nova KTR 3500 foi desenvolvida com reservatório de café com capacidade efetiva de 1.800 litros. Com o novo reservatório, associado ao sistema de descarga ‘on the go’, o equipamento não precisa parar a operação de colheita quando seu reservatório esta cheio. Dessa forma, é possível realizar a operação de descarga do café colhido simultaneamente à operação de colheita. “Isso significa otimização dos recursos produtivos da fazenda cafeeira, com redução de custos em ativos imobilizados com trator ou carreta, ou seja, um único conjunto trator cafeeiro e carreta podem acompanhar até três colhedoras KTR 3500 sem interrupção na sua operação de colheita”, explica Walmi Gomes Martins, gerente de produto da Jacto. Entre outras novidades, a KTR 3500 apresenta cambão com ajuste hidráulico de altura, com altura máxima de colheita de 3,50 metros, comandos de operação acoplados ao trator, sistema de automação da direção, maior recurso de nivelamento, sistema de câmeras para melhor visualização das operações e pneus de baixa compactação.
A Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano está no Seminário divulgando que hoje já existe mais de 10.000 hectares plantados em várias regiões do Brasil. E será a melhor alternativa de fornecimento de madeira nobre do Brasil nos próximos 7 a 10 anos. Além de todo este extenso assunto que é o mogno africano no Brasil, estamos tendo muito sucesso no plantio de Mogno Africano e Café. É um consórcio altamente vantajoso para o produtor que além de produzir um café de melhor qualidade, com menos variação climática na lavoura, tem alto retorno financeiro no corte da madeira. ¥
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INVESTIMENTO: Aquisição de máquinas, implementos, armazenagem e animais: • Pronaf: 2% a.a até 10 anos; • Pronamp: 4,5% a.a até 8 anos; • Finame Rural PSI: 3,5% a.a, até 10 anos; • Armazenagem: 3,5% a.a, até 15 anos; • MCR: 5,5% a.a. Até cinco anos. CUSTEIO: Aquisição de insumos: • Pronaf: de 1% a 3% a.a.; • Pronamp: 4,5% a.a.; • MCR: 5,5% a.a
A CAFEBRAS terá o desafio de promover os cafés brasileiros, suas origens produtoras suas diferentes qualidades e sabores. Com sede em Patrocínio, coração do Cerrado Mineiro, a CAFEBRAS optou por se instalar numa das mais reconhecidas regiões produtoras de Cafés do Brasil, visando estabelecer uma aproximação cada vez maior entre a produção no Brasil, indústrias e consumidores por todo o mundo.
Lithothamnium é um fertilizante de origem orgânico, catalisador e corretivo de solo, totalmente natural, proveniente de algas marinhas calcificadas que tem na sua composição mais de 40 elementos equilibrados e de alta solubilidade.
Companhia aproveita evento para explicar ao público as vantagens da embalagem de juta na conservação café e seu histórico de sustentabilidade.
Retorna este ano com a recolhedora de café terra 2013. Recolhedora que trabalha na retirada do café do chão que é hoje uma das maiores dificuldades dos produtores, com seu excelente rendimento chega a fazer 01 hectare a cada 03 horas em média, trabalhando no centro da rua do café melhorando o rendimento da colheita. A recolhedora de café terra é 100% hidraulica, bastante resistente e com baixo custo de manutenção.
Um dos destaques da STIHL é a multifuncional KA 85 R –a ferramenta do cafeicultor–, com implementos capazes de realizar quatro tarefas: roçar, esqueletar, podar (decote ou recepa) e colher. Outra atração é a nova linha de produtos a bateria.
A Castanhal, maior fabricante de produtos de juta das Américas, está mostrando ao público em geral porque os sacos de juta são os únicos que garantem a qualidade do café que chega à xícara do consumidor e ainda por cima tem uma longa história de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. A Castanhal apresentará em seu estande a melhor opção para embalar café: a sacaria de juta. Por ser 100% natural, sua fibra atua como um regulador de umidade: se o ambiente estiver úmido, ela mantém os grãos frescos e arejados. Já em ambientes secos, evita o ressecamento dos grãos através do fornecimento da umidade de suas fibras. “A participação da Castanhal é essencial para mostrar aos nossos clientes que a juta é a melhor opção para embalar o café. Além de ser sustentável, não é utilizado nenhum componente químico durante a confecção da sacaria, garantindo a qualidade do produto embalado”, afirma Flávio Junqueira Smith, presidente da Castanhal. A empresa segue os rigorosos padrões internacionais de qualidade estabelecidos pela Organização Internacional do Café (ICO), International Cocoa Organization (ICCO) e pela Norma Européia 767. Prova da qualidade da sacaria de juta da Castanhal foi a conquista do selo internacional de qualidade que permite a embalagem de produtos alimentícios orgânicos: o BCS ÖKO – Garantie, reconhecido na Europa, EUA e Japão.
A IWCA BRASIL - Aliança Internacional das Mulheres do Café é uma rede formada por mulheres envolvidas em toda a cadeia do negócio café foi fundada em 2012, após quase dois anos de trabalho voluntário e de intensa mobilização, mulheres de diferentes regiões produtoras do país. ½
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pequena do solo. O não desenvolvimento radicular em profundidade ocorre devido à problemas de ordem física (compactação) e ou baixa disponibilidade de Cálcio e Magnésio em profundidade. O problema de compactação pode ser resolvido através da subsolagem e uso de plantas de cobertura na entrelinha do cafeeiro, en-
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ção agrícola. Para que os cafezais irrigados implantado nessas áreas apresentem produtividades satisfatórias e compensadoras com uma bienalidade pequena, é imprescindível uma boa correção. Porém observa-se que mesmo fazendo uso dessas práticas, muitas vezes não atingem altas produtividades, pois o beneficio da fertilização e da calagem ocorre camada arável (0-20 cm), assim, o sistema radicular do cafeeiro se limita a uma camada È
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s solos de cerrado são naturalmente ácidos, devido à própria natureza de sua formação. Áreas antes consideradas marginais, por problemas de fertilidade natural, através da correção da fertilidade e uso de irrigação em zonas de elevado déficit hídrico passaram a ter interesse econômico na explora-
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quanto o problema de correção com Ca e Mg em profundidade só é possível através da incorporação mecânica de corretivos, ou uso de fontes solúveis, que uma vez aplicadas em superfície percolam e corrigem em profundidade. O calcário é o principal corretivo de pH e fonte de Ca e Mg utilizado na agricultura brasileira, porém sua movimentação no perfil do solo é baixa, restringindo basicamente à correção superficial. Urge
a necessidade de buscar fontes alternativas de Ca e Mg com características de solubilidade e movimentação mais acentuadas do que o calcário, para ocorrer um bom fornecimento de Ca e Mg e a tão desejada correção em profundidade sem a necessidade da incorporação. Muitas vezes o agricultor não faz monitoramento nutricional através de análises foliares, com isso não consegue detectar se está ocorrendo absorção de Ca e Mg. É comum observar solos muito bem corrigidos, porém os teores foliares de Ca e Mg estão abaixo do adequado, então não entende a razão de uma baixa produtividade mesmo em solos corrigidos. Quando adota um manejo onde prioriza fontes mais solúveis, a produtividade sobe, pois o cálcio tem papel importantíssimo no pegamento, fixação da florada e um sistema radicular mais desenvolvido em solo corrigido profundamente, que absorve muito mais água e
nutrientes. Raízes profundas reduzem impactos climáticos, estabilizam a produtividade com menor bienalidade. Vale lembrar que o cafeicultor faz “duas safras” no mesmo ano, ou seja, ele precisa cuidar da safra que está na planta e ainda fazer ramos novos para produzir no próximo ano, o sucesso desta prática só é conseguida com um bom equilíbrio nutricional e uma boa relação parte aérea x sistema radicular. Existem no mercado alguns insumos com maior solubilidade e maior mobilidade, como por exemplo, o gesso agrícola (CaO 26% e S 15%), a magnesita (MgO 95%), cal virgem dolomitica (CVD) com 60% de CaO e 30% de MgO e o próprio nitrato de cálcio (19 % de Ca e 15% de N). Por outro lado existem muitos calcários de baixa reatividade e solubilidade, que limitam o fornecimento imediato de Ca e Mg. No oeste baiano, na região de Luis Eduardo Magalhães e Barreiras, foram feitas algumas observações com uso de fontes mais solúveis de Ca e Mg. Na Fazenda Milano, localizada no município de Barreiras – BA, aplicou-se a CVD, buscando-se uma melhor disponibilização de Ca e Mg, pois já havia sido aplicado por dois anos consecutivos 1,0 Tonelada/ha de calcário dolomitico sem incorporação, não havendo melhoria esperada nos solos e nas plantas. A foto a direita na próxima página retrata a lavoura antes da aplicação da CVD e a tabela 1 reporta as características químicas da CVD. Após 65 dias de aplicado, percebeu-se a campo uma grande emissão de folhas novas, com uma coloração agora mais verde-escura, com ótimo crescimento dos grãos de café, percebendo que houve uma melhoria no solo após a aplicação da CVD, fato este atestado pelas análises de solo. Um problema sério observado na
região é a escaldadura por insolação, que também foi amenizada após a aplicação de fonte mais solúvel de Ca e Mg. Devido ao seu valor alto do PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), a CVD traz como principal beneficio a disponibilização imediata de cálcio e magnésio ao solo, aumentando o pH com diminuição do hidrogênio e alumínio, aumentando a soma de bases no solo. Outro fator importante é a solubilidade da CVD, que pode ser aplicada via pivô central, permitindo à disponibilização imediata as plantas, em dosagens fracionadas, com um custo menor de aplicação. Outra forma de aplicação da CVD é na forma de drench (esguicho sob a copa das plantas), testado em plantios de maçã e ameixa na Chapada Diamantina – BA. Resultados obtidos nas lavouras de café irrigadas do oeste baiano corroboram com os resultados obtidos por Matiello em Pirapora – MG, onde houve aumento significativo dos níveis de cálcio, magnésio e potássio no solo, dando assim melhores condições de desenvolvimento das plantas. Ao lado segue tabela 2 descrevendo os resultados das análises de solo, antes e depois da aplicação de CVD via solo. Percebe-se nos resultados da análise de solo retirada recente que houve aumento nos teores de Ca, Mg e da saturação de bases (V%), de 28% para 48%, tendo assim no solo melhores condições de crescimento das raízes e aproveitamento dos fertilizantes. Em São Paulo, na cultura da cana de açúcar, Cabrera & Bispo obtiveram excelentes resultados em termos de produtividade e correção de solo em profundidade com uso de Gesso Agrícola associado à Magnesita quando comparado com calcário. Estas
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informaçþes conduzem a um manejo de fertilidade buscando o aprofundamento das raĂzes e a melhor eficiĂŞncia e eficĂĄcia dos insumos. Com a instabilidade climĂĄtica, onde estĂĄ cada vez mais comum o dĂŠficit hĂdrico, e os altos custos de produção a competitividade agrĂcola começa ficar vulnerĂĄvel, pois o potencial produtivo das plantas estĂĄ limitado a um sistema radicular pouco desenvolvido e um subsolo pouco explorado que nĂŁo permite maiores incrementos de produtividade A lucratividade da agricultura brasileira nĂŁo pode estar associada Ă s altas cotaçþes das commodities e sim a uma produtividade embasada em uma fertilidade de solo corrigida em profundidade. O potencial produtivo das plantas jĂĄ foi exaurido com o solo corrigido na camada superficial, para que ocorra um salto de produtividade ĂŠ necessĂĄrio corrigir o solo a pelo me-
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nos um metro de profundidade, ai sim haverå ganho de produtividade e lucratividade, e menor dependência de altos preços das commodities.
Na PrĂĄtica Vilmon Passos de Deus ĂŠ gerente da Faz Milano, localizada no municĂpio de Barreiras â&#x20AC;&#x201C; BA. LĂĄ se produz cafĂŠ, feijĂŁo, milho e soja. Nestas terras ele aplicou a cal virgem dolomitica (CVD) pela primeira vez na cultura do cafĂŠ nesse ano, em janeiro. Um pouco desta aplicação (30,0 Kg) aconteceu via pivĂ´ e o restante via calcariadeira, totalizando 200,0 Kg/ ha. Nos 600 hectares de plantio de cafĂŠ, o gerente observou que a absorção da planta foi melhor quando a aplicação foi feita via fertirrigação.
duto nĂŁo foi muito alto, segundo Vilmon. â&#x20AC;&#x153;O que mais encareceu foi o frete. E o resultado compensou, com uma boa resposta comprovada pela anĂĄlise de solo. Com a aplicação a lavoura teve seu aspecto melhorado especialmente o solo. A saturação de bases hoje ĂŠ de 43%, visto que antes tĂnhamos apenas 15 ou 16%â&#x20AC;?, pontua. Ainda segundo ele, a lavoura criou mais folha. â&#x20AC;&#x153;O calcĂĄrio demora para reagir, mas a CVD ĂŠ mais solĂşvel. Por isso conseguimos um resultado mais rĂĄpido do que a aplicação de calcĂĄrio comum. E aplicando a CVD, apĂłs o aumento da saturação de bases e regulagem do pH do solo nĂŁo ĂŠ preciso aplicar calcĂĄrio em seguidaâ&#x20AC;?, diz. F
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