CENTRO DE AGROECOLOGIA, ENERGIAS RENOVÁVEIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CAERDES
Série Cartilha Agroecologia Volume 10
FORMULAÇÕES DE DEFENSIVOS NATURAIS
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FORMULAÇÕES DE DEFENSIVOS NATURAIS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB José Bites de Carvalho Reitor Carla Liane N. dos Santos Vice-Reitora
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS/CAMPUS III - JUAZEIRO/BA Jairton Fraga Araújo Diretor
CENTRO DE AGROECOLOGIA, ENERGIAS RENOVÁVEIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CAERDES Jairton Fraga Araújo Coordenador
Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável - Caerdes
Série Cartilha Agroecologia Volume 10
FORMULAÇÕES DE DEFENSIVOS NATURAIS Jairton Fraga Araújo (Organizador)
Ilustrado por Gilmário Noberto de Souza
EDUNEB Salvador 2014
© Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável - Caerdes Direitos para esta edição cedidos à Editora da Universidade do Estado da Bahia. Esta editora adota o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009. Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada, em Língua Portuguesa ou qualquer outro idioma. Depósito Legal na Biblioteca Nacional Impresso no Brasil 2014.
CENTRO DE AGROECOLOGIA, ENERGIAS RENOVÁVEIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CAERDES Natali Moura Costa Silva Gilmário Noberto de Souza Elaboradores
EDITORA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – EDUNEB Maria Nadja Nunes Bittencourt Diretora Ricardo Baroud Coordenador Editorial Sidney Silva Coordenador de Design
O conteúdo desta Cartilha é de inteira responsabilidade do Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável - Caerdes. Ficha Catalográfica - Sistema de Bibliotecas da UNEB Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável Formulações de defensivos naturais / Organizado por Jairton Fraga Araújo, elaborado por Natali Moura Costa Silva; Gilmário Noberto de Souza . - Salvador: EDUNEB, 2014. 72p. : il. color. – (Cartilha agroecologia, v.10) ISBN 9788578872588 1. Defensivos vegetais - Formulas e receitas. 2. Agricultura orgânica. I. Araújo, Jairton Fraga. II. Silva, Natali Moura Costa. III. Souza, Gilmário Noberto. de. CDD: 632.95
Editora da Universidade do Estado da Bahia – EDUNEB Rua Silveira Martins, 2555 – Cabula 41150-000 – Salvador – BA editora@listas.uneb.br www.uneb.br
Série Cartilha Agroecologia A Série Cartilha Agroecologia reúne o conteúdo em dez títulos das principais técnicas empregadas na agricultura orgânica e agroecológica. Ela objetiva contribuir para a capacitação de agricultores familiares, jovens rurais e mulheres do campo nesta área. Utiliza linguagem acessível e ilustrações que identificam as principais práticas agroecológicas da produção irrigada e a de sequeiro contextualizado para o semiárido. Esta Série possibilitará aos educadores, pesquisadores e técnicos da extensão rural, entendimento fácil e contextualizado acerca da produção em ecossistemas modificados pela ação humana e, também, fazer uso de metodologias diversificadas como cursos, seminários e oficinas voltados para o ensino e à prática da produção agroecológica no território semiárido. A Série Cartilha Agroecologia integra os resultados do projeto Integração ensino-pesquisa-extensão em agricultura orgânica e agroecologia no sub-médio São Francisco, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e conduzido pelo Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável - Caerdes, órgão da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, vinculado ao Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais em Juazeiro-BA, cujo papel fundamental é o de desenvolver estudos e pesquisas, promover ações de extensão, realizar capacitação e fomentar nos estudantes, técnicos, empresários e agricultores o conceito de agricultura agroecológica e orgânica.
Sumário Introdução Agentes de biocontrole Caldas Calda sulfocálcica Calda bordalesa Calda de viçosa Extratos de plantas Alamanda Alho Arruda Camomila Cebola ou cebolinha verde Cavalinha Camomila Coentro Confrei Cravo de defunto Extrato de pimenta-doreino Extrato de semente de mastruz Extrato de folha de cinamomo Folha de mamoeiro Fumo Macerado de fumo
11 12 13 13 16 20 22 22 22 26 26 27 27 28 28 29 29 30 30 30 31 31 33
Infusão de losna Inseticida de cebola e alho Inseticida de urtiga Macerado curtido de urtiga Macerado de urtiga Macerado de samambaia Manipueira Menta e alho Neem Pimenta malagueta Pimenta-do-reino Pinheiro do paraná Primavera ou maravilha Purungo ou cabaça Sálvia Santa Bárbara Tajujá, taiuiá ou melancia-brava Timbó Urtiga Óleos de plantas Óleo de andiroba Óleo de neem Outros produtos Cerveja
34 34 35 35 36 36 37 38 39 40 41 41 42 42 43 43 44 44 45 48 48 48 49 49
Farinha de sementes ou com folhas de gergelim Leite de vaca Leite de cabra Mistura de álcool e fumo Permanganato de potássio e cal Urina de vaca Sabão Solução de sabão de coco Farinha de trigo com detergente Solução de cinzas Emulsão de óleo Feromônios
49 50 53 53 54 55 58 58 59 59 61 61
Plantas benéficas Consórcios de culturas Manejo de pragas em grãos armazenados Folhas de louro, dentes de alho, sal, folhas de eucalipto Cinza de madeira Pimenta-do-reino Enxofre puro e álcool Eucalipto Espalhantes Adesivos Alternativos Gelatina Sabão de coco Referências
62 63 65
65 65 66 66 67 68 68 68 69
Introdução A agricultura orgânica é um sistema de produção comprometido com a saúde, a ética e a cidadania do ser humano, porque visa contribuir para a preservação da vida e da natureza. E, nesse contexto a utilização de agrotóxicos não é permitido, sendo de fundamental importância para o controle de pragas e doenças a utilização de defensivos naturais, além do manejo adequado. Os defensivos naturais são produtos de origem biológica, natural e “química”, que possuem baixa toxicidade, eficiência no controle, custo reduzido, facilidade de aquisição e que não favorecem a ocorrência de resistência de pragas e doenças nas culturas agrícolas. As plantas e os seus produtos derivados podem ser utilizados nas formas de chás, infusões, extratos, macerados, pós, óleos, entre outras maneiras no controle de doenças e pragas, e as plantas invasoras podem ser controladas através do fenômeno de alopatia, especialmente na pequena propriedade rural.
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Agentes de biocontrole
São produtos elaborados a partir de parasitas de insetos ou de microrganismos (fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematóides), que lhes causam doenças, ou de parasitóides que, em geral, depositam ovos nos insetos-pragas.
Alguns exemplos no Brasil: • Trichogramma spp. – controle de traça e brocas do tomateiro; das lagartas do cartucho e da espiga do milho; da lagarta da maçã e da broca da cana-de-açúcar, entre outras. • Baculovirus anticarsia – controle da lagarta da soja. • Bacillus thurigiensis – controle de lepidópteros e mosquitos. • Metarhizium anisopliae – controle de cigarrinhas das pastagens, formigas, alguns coleópteros, outros insetos e carrapatos. • Acremonium sp. – utilizado para o controle das lixas do coqueiro. • Beauveria bassiana – controle do gorgulho da cana-deaçúcar, broca e moleque da bananeira.
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Caldas Calda sulfocálcica Ingredientes (para preparar 20 litros de calda) • 5 kg de enxofre • 2,5 kg de cal virgem Modo de preparo Em tambor de ferro ou latão sobre forno ou fogão, adicionar vagarosamente a cal virgem em 10 litros de água, agitando constantemente com uma pá de madeira. No início da fervura, misturar vigorosamente o enxofre previamente dissolvido em água quente e colocar o restante da água, também pré-aquecida, até a fervura. Quando a calda passar da cor vermelha para a pardo avermelhada, estará pronta. Após o resfriamento, deverá ser coada em pano ou peneira fina para evitar entupimento dos pulverizadores; a borra restante pode ser usada para caiação de troncos de arbóreas. A calda pronta deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou vidro escuro e armazenada em local escuro e fresco, por um período relativamente curto, sendo ideal a sua utilização até, no máximo, 60 dias após a preparação. Antes da aplicação nas plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé, com graduação de 0 a 50o Bé (graus de Baumé), sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28 e 32° Bé. 13
Tabela Prática de Diluição
Exemplo: Se o produtor tiver uma calda com 31° Bé e quiser preparar uma calda com 4,0° Bé, deve procurar na tabela o encontro das colunas 31° Bé e 4,0° Bé, onde encontrará 8,6. Isto significa que deverá adicionar 8,6 litros de água a cada litro de calda a 31° Baumé. Em resumo, se tivermos 1 litro de calda sulfocálcica de concentração original de 31° Bé e adicionarmos 8,6 litros de água, teremos uma calda a 4,0° Bé para aplicarmos.
Recomendações de uso Hortaliças – pulverizações foliares quinzenais a 1% (10 ml/litro). Culturas perenes – após manifestações de sintomas, realizar pulverizações foliares quinzenais a 1%.
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ATENÇÃO: A calda sulfocálcica é fitotóxica para as cucurbitáceas e, também, para outras espécies de plantas, quando a temperatura for elevada. O uso rotineiro da calda Sulfocálcica requer certos cuidados, como: • a calda é alcalina e altamente corrosiva, danifica recipientes de metal, roupas e a pele. Após manuseá-la, é necessário lavar bem os recipientes e as mãos com uma solução a 10% de suco de limão ou de vinagre em água • a calda sulfocálcica pode ser fitotóxica para muitas plantas, principalmente quando a temperatura ambiente é elevada, sendo conveniente testá-la antes do emprego em maior escala e sempre preferir efetuar os tratamentos no final da tarde • utilizar equipamento de proteção individual, quando realizar as pulverizações • após aplicação de caldas à base de cobre (Bordalesa e Viçosa), respeitar o intervalo mínimo de 20 dias para tratamento com sulfocálcica Controle Além do seu efeito fungicida, exerce ação sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores, tendo também ação repelente sobre “brocas” que atacam tecidos lenhosos.
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Calda bordalesa É uma suspensão coloidal de cor azul celeste, obtida pela mistura de solução de sulfato de cobre com suspensão de cal virgem ou hidratada. Acredita-se que foi usada pela primeira vez na Europa, no ano de 1800, para controle de doenças fúngicas. Ingredientes (para preparar 100 litros de calda a 1%) • 1 kg de sulfato de cobre comercial de boa qualidade • 1 kg de cal virgem de boa qualidade Modo de preparo O sulfato de cobre deve ser colocado em um saco de pano poroso e deixado imerso em 50 litros de água por 24 horas, para que ocorra a total dissolução dos cristais. Em outro vasilhame, procede-se à queima ou extinção da cal em pequeno volume d’água; à medida que a cal reagir, vai-se acrescentando mais água, até completar 50 litros. Em um terceiro recipiente de cimento-amianto ou plástico, devem ser misturados, vigorosamente, os dois componentes ou deve-se acrescentar o leite de cal à solução de sulfato de cobre, aos poucos, agitando, fortemente, com uma pá de madeira.
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Após o preparo, deve-se medir o pH da calda, através de um medidor de pH (pHmetro) ou papel de tornassol. A reação ácida é indesejável, porque provoca fitotoxicidade de corrente do sulfato de cobre livre, formando-se rapidamente um precipitado que prejudica a aplicação. O produtor pode também fazer um teste simples para saber se a calda é muito ácida ou não. Para isso, devese pegar uma faca de aço, que não seja inoxidável e mergulhar a parte de sua lâmina por uns três minutos. Se a parte da lâmina que estava dentro da calda não sujar (escurecer), a calda está no ponto, mas se sujar, a calda está ácida, então é preciso acrescentar mais um pouco de cal virgem e repetir o teste. O uso rotineiro da calda bordalesa deve obedecer a certos requisitos, como: • a calda deve ser usada logo após o preparo ou, no máximo, dentro de 24 horas; quando estocada pronta, perde eficácia com rapidez • aplicar a calda somente com tempo claro e seco • os recipientes de plástico, madeira ou alvenaria são os mais indicados, pois não são atacados pelo cobre ou pela cal • utilizar equipamentos de proteção individual, quando realizar as pulverizações • obedecer a intervalos de 15 a 25 dias entre as aplicações de calda sulfocálcica e de calda bordalesa
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Para que serve a calda bordalesa? Doenças: requeima, pinta preta, antracnose, mancha-olho-derã, mancha púrpura, tombamento, míldio, septoriose, diversas manchas foliares etc. Pragas: vaquinhas, angolinhas, cigarrinha verde, cochonilhas, tripes etc. Utilização em algumas culturas Café: ferrugem e cercosporiose. Tomate: a calda pode ser aplicada quando a plantinha estiver com 4 folhas. Controla a requeima, a pinta preta e a septoriose. Batatinha: aplicar a partir de 20 dias após a germinação. Controla a requeima e a pinta preta. Couve e Repolho: para míldio e alternária em sementeira, diluir 1 parte de calda para 1 parte de água.
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Indicação por cultura e dosagens para 100 litros de água
Fonte: Adaptado de Pereira, S. D. Disponível em: <http://www.ciorganico.agr.br/wp-content/ uploads/2012/09/Manual_de_Praticas_Agroecol%C3%B3gicas-Emater1.pdf>.
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Calda de viçosa Foi desenvolvida a partir da calda bordalesa pela Universidade Federal de Viçosa. Ingredientes (para preparar 100 litros de calda a 0,5%) • 500 g de cal virgem de boa qualidade; • 500 g de sulfato de cobre comercial de boa qualidade • 200 g de ácido bórico • 800 g de sulfato de magnésio • 200 g de sulfato de zinco Modo de preparo Para a preparação de 100 litros da calda, é necessário dissolver 500 g de cal virgem em 50 litros de água para se obter a água de cal. Em outro recipiente dissolver em outros 50 litros de água: 200 g de ácido bórico, 500 g de sulfato de cobre, 800 g de sulfato de magnésio e 200 g de sulfato de zinco. A seguir, num terceiro recipiente, adiciona-se a mistura dos sais, sob forte agitação, a água de cal previamente preparada. Não é necessário diluir.
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Recomendações de uso Hortaliças - tratamento preventivo, através de pulverizações foliares semanais. Culturas perenes - realizar pulverizações foliares quinzenais, após manifestações dos sintomas das doenças. ATENÇÃO: Devem ser tomados os mesmos cuidados indicados para as caldas bordalesa e sulfocálcica. Controle É recomendada para o controle de diversas doenças como antracnose em cucurbitáceas; cercosporiose em beterraba e cafeeiro; mancha de alternária e requeima em tomateiro; míldios e manchas foliares em abobrinha, alface, alho, cebola, chicória, couve e cucurbitáceas e podridão de esclerotínia em alface e chicória. Em culturas perenes, também exerce controle satisfatório de doenças de origem fúngica que ocorrem na parte aérea das plantas e, por ser complementada com sais minerais (cobre, zinco, magnésio e boro), também funciona como adubo foliar.
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Extratos de plantas Alamanda Ou chapéu-de-Napoleão. São plantas do gênero Allamanda, da família Apocynaceae. Com suas folhas prepara-se uma infusão. Controle Pulgões e cochonilhas
Alho Fórmula 1
Ingredientes • 1,0 kg de alho • 5,0 litros de água • 100 gramas de sabão • 20 colheres (de café) de óleo mineral Modo de preparo Os dentes de alho devem ser finamente moídos e deixados repousar por 24 horas, em 20 colheres de óleo mineral. Em outro vasilhame, dissolve-se 100 gramas de sabão (picado) em 5 litros de água, de preferência quente. 22
Após a dissolução do sabão, mistura-se a solução de alho. Antes de se usar, é aconselhável filtrar e diluir a mistura com 20 partes de água. As concentrações são variáveis de acordo com o tipo de pragas que se quer combater. Quando pulverizado sobre as plantas depois, de 36 horas, não deixa cheiro nos produtos agrícolas. Controle Ação fungicida, combatendo doenças como míldio e ferrugens; tem ação bactericida e controla insetos nocivos como a lagarta da maçã, o pulgão etc.
Alho Fórmula 2
Modo de preparo Dissolver um pedaço de sabão de coco do tamanho de um polegar (50 g) em 4 litros de água. Juntar 2 cabeças picadas de alho e 4 colheres de pimenta vermelha picada. Coar com pano fino e aplicar. Controle O alho é um bom repelente de insetos, controla bactérias, fungos, nematóides e serve de inibidor de digestão de insetos.
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Alho Fórmula 3
Ingredientes • • • •
100 g de alho 1/2 litro de água 10 g de sabão 2 colheres (de café) de óleo mineral
Modo de preparo Os dentes de alho devem ser finamente moídos e deixados em repouso por 24 horas em 2 colheres de óleo mineral. À parte, dissolver 10 gramas de sabão em meio litro de água. Misturar todos os ingredientes e filtrar. Antes de usar o preparado, diluir o mesmo em 10 litros de água, podendo no entanto ser utilizado em outras concentrações, de acordo com a situação. Controle Lagarta de maçã, pulgões, míldio e ferrugem
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Alho e Cavalinha Fórmula 4
Modo de preparo Acrescentar 20 gramas de alho amassado em 100 ml de água, deixando em infusão por 24 horas. Em outro recipiente, fazer outra infusão com 10 g de folhas de cavalinha, em 100 ml de água. Misturar as duas soluções, coar e aplicar nas plantas, nesta proporção, através de pulverizações foliares. Controle Míldio em pepino
Curiosidade: No Brasil o uso do alho está restrito ainda a pequenas áreas, como na agricultura orgânica, enquanto que em outros países como nos Estados Unidos, pela possibilidade de empregar o óleo de alho obtido através de extração industrial, já é possível empregá-lo em larga escala em cultivos comerciais.
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Arruda Ingredientes • 8 ramos de 30 cm de comprimento com folhas • 1 litro de água • 19 litros de água com espalhante adesivo de sabão de coco Modo de preparo e uso Bater os ramos de folhas de arruda no liquidificador, com 1 litro de água. Coar com pano fino e completar com 19 litros de água. Acrescentar na solução, espalhante adesivo (ver receita). Controle Pulgões, cochonilhas (sem carapaça), alguns ácaros
Camomila Ingredientes • 50 g de flores de camomila • 1 litro de água Modo de preparo Misturar 50 gramas de flores de camomila em 1 litro de água. Deixar de molho durante 3 dias, agitando a mesma 4 vezes ao dia. Após coar, aplicar a mistura 3 vezes a cada 5 dias. Controle Doenças fúngicas 26
Cebola ou cebolinha verde Ingredientes
• 1 kg de cebola ou cebolinha verde • 10 litros de água Modo de preparo Cortar a cebola ou a cebolinha verde e misturar em 10 litros de água, deixando o preparado curtir durante 10 dias. No caso da cebolinha verde, deixe curtir por 7 dias. Para pulverizar as plantas, utilizar 1 litro da mistura para 3 litros de água. Controle Pulgões, lagartas e vaquinhas (repelente)
Cavalinha Ingredientes • 100 gramas de cavalinha seca ou 300 gramas de planta verde • 10 litros de água para maceração • 90 litros de água para diluição Modo de preparo Ferver as folhas de cavalinha em 10 litros de água por 20 minutos; diluir a calda resultante em 90 litros de água. Controle É muito indicada e empregada na horticultura orgânica para aumentar a resistência das plantas contra insetos nocivos em geral. 27
Camomila Imergir um punhado de flores em água fria por um ou dois dias. Pulverizar as plantas, principalmente as mudas em sementeira. Controle Diversas doenças fúngicas
Coentro Modo de Preparo Cozinhar as folhas (um maço) de coentro em 2 litros de água por alguns minutos; coar, misturar mais água e pulverizar. A quantidade de água a ser misturada ao chá variará de acordo com os resultados observados após a aplicação. Se o controle da praga não foi total, deve ser misturado menos água ao chá, para que ele fique mais forte. Controle Ácaros e pulgões
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Confrei Ingredientes • 1 kg de confrei • água para diluição Modo de preparo Utilizar o liquidificador para triturar 1 kg de folhas de confrei com água ou então deixar em infusão por 10 dias. Acrescentar 10 litros de água, pulverizar periodicamente as plantas. Controle Combate a pulgões em hortaliças e frutíferas Uso Como adubo foliar
Cravo de defunto Ingredientes • 1 kg de folhas e/ou talo de cravo-de-defunto • 10 litros de água Modo de preparo Misturar 1 kg de folhas e/ou talos de cravo-de-defunto em 10 litros de água. Levar ao fogo e deixar ferver durante meia hora ou então deixar de molho (picado) por dois dias. Aplicação: coar o caldo obtido e pulverizar as plantas atacadas. Controle Pulgões, ácaros e algumas lagartas 29
Extrato de pimenta-do-reino O extrato de pimenta-do-reino a 1% (1 ml diluído em 1 litro de água). Deve ser usado em pulverizações, de acordo com o grau de infestação, no mínimo uma vez por semana. Controle Vaquinha do feijoeiro
Extrato de semente de mastruz O extrato de semente de mastruz a 0,5% (5 ml diluídos em 1 litro de água). Deve ser usado em pulverizações, de acordo com o grau de infestação, no mínimo uma vez por semana. Controle Vaquinha do feijoeiro
Extrato de folha de cinamomo O extrato de folha de cinamomo a 12% (120 ml diluídos em 1 litro de água). Deve ser usado em pulverizações, de acordo com o grau de infestação, no mínimo uma vez por semana. Controle Vaquinha do feijoeiro 30
Folha de mamoeiro Ingredientes • 1 kg de folhas do mamoeiro picadas • 1 litro de água e 100 g de sabão Modo de preparo Cortar e bater no liquidificador os ingredientes citados acima. Filtrar com um pano e adicionar a 4 litros de água com sabão (mistura feita com 100 g de sabão em 25 litros de água). Pulverizar sobre as folhas infestadas. Controle Ferrugem do cafeeiro
Fumo Fórmula 1
Ingredientes • 15 a 20 cm de fumo em corda • água Modo de preparo Colocar o fumo em corda deixando de molho durante 24 horas, com água suficiente para cobrir o recipiente. Aplicação: para cada litro de água, usar 5 colheres (de sopa) dessa mistura, usando-a no mesmo dia. Controle Pulgões, cochonilhas, grilos e vagalumes. 31
Fumo Fórmula 2
Ingredientes • pedaço de fumo em corda (10-15 cm) • 0,5 litro de álcool • 0,5 litro de água • 100 g de sabão em barra Modo de preparo Cortar o fumo em pequenos pedaços e juntar a água e o álcool; misturá-los em um recipiente e deixar curtir durante 15 dias. Decorrido esse tempo, dissolver o sabão em 10 litros de água e juntar com a mistura já curtida de fumo e álcool. Aplicação: pode ser aplicado com pulverizador ou regador. No caso de hortaliças, aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 3 dias antes da colheita. Controle Vaquinhas, pulgões, cochonilhas, lagartas
Fumo Fórmula 3
Misturar 250 g de fumo com 20 litros de água. Deixar de molho pelo menos por 24 horas. Controle O fumo é excelente inseticida tendo ação de contato contra pulgões, vaquinhas, cochonilhas, lagartas e outras pragas. 32
Macerado de fumo Fórmula 4
Ingredientes • 15 a 20 cm de fumo em corda • Água Modo de preparo Colocar o fumo em corda deixando de molho durante 24 horas, com água suficiente para cobrir o recipiente. Aplicação: para cada litro de água, usar 5 colheres (de sopa) dessa mistura, usando-a no mesmo dia. Controle Pulgões, cochonilhas, grilos, vagalumes 33
Infusão de losna Derramar um litro de água fervente sobre 300 gramas de folhas secas e deixar em infusão por 10 minutos. Diluir em 10 litros de água. Pulverizar sobre as plantas. Controle Lagartas e lesmas
Inseticida de cebola e alho Ingredientes • 3 cebolas • 5 dentes de alho • 10 litros de água Modo de preparo Moer a cebola e o alho e misturá-los em 5 litros de água. Espremer para retirar o suco, coar e misturar ao restante da água. Pulverizar uma vez por semana. Controle Pulgões em feijão, beterraba, cebola, alho. No tomateiro funciona como fungicida.
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Inseticida de urtiga Ingredientes • 500g de urtiga • 1 litro de água Modo de preparo Esmagar bem, misturar e deixar descansar durante dois dias. Pulverizar as plantas a cada 15 dias, com a diluição a 10% (100 mI em 1 litro de água ou 1 litro para 10 litros de água). Controle Pulgão e lagarta
Macerado curtido de urtiga Fórmula 1
Colocar 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas em um litro de água e deixar dois dias. Para aplicação, diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas ou no solo. Controle Pulgões e lagartas (aplicado no solo) 35
Macerado de urtiga Fórmula 2 Ingredientes
• 100 g de urtiga picada • 10 litros de água Modo de preparo e uso Secar à sombra por sete dias, depois de moer. Colocar a água e deixar descansar durante 8 dias, mexendo 2 vezes por dia. Pulverizar a 10%, para cada 10 litros de água. Controle Ácaros, cochonilhas e pulgões
Macerado de samambaia Ingredientes • folhas secas de samambaia e água. Modo de preparar Colocar 500 g de folhas frescas ou 100 g secas em um litro de água e deixar em repouso por 1 dia. Ferver por meia hora. Para a aplicação, diluir 1 litro de solução para 10 litros de água. Controle Ácaros, cochonilhas e pulgões. 36
Manipueira É um líquido de aspecto leitoso e cor amarelo-claro proveniente das raízes da mandioca quando prensadas para obtenção da fécula ou da farinha de mandioca. Composta quimicamente por uma mistura de goma (5 a 7%), glicose e outros açúcares, proteínas, células descamadas, ácido cianídrico e derivados cianogênicos, substâncias orgânicas diversas e diferentes sais minerais que se prestam ou não como macro e micronutrientes vegetais. Recomendações de uso Acaricida - manipueira diluída em água (uma parte de manipueira para duas partes de água). No mínimo, três pulverizações foliares, a intervalos semanais. Adubo foliar - manipueira diluída em água (uma parte de manipueira para quatro partes de água). Seis pulverizações foliares, a intervalos semanais. Inseticida - manipueira diluída em água (uma parte de manipueira para uma parte de água). Três pulverizações foliares, a intervalos semanais. Carrapaticida - controle de carrapatos de bovinos - manipueira + óleo de mamona (uma parte de manipueira e uma parte de óleo de 37
mamona para duas partes de água). Três aplicações, a intervalos semanais. Fungicida - controle de oídios e ferrugens - 100 ml de manipueira previamente diluída em igual volume de água) + 1g de farinha de trigo. Nematicida - controle de nematóides formadores de galhas (Meloidogyne spp.) - um litro de manipueira em igual volume de água para 6 litros de solo infestado. Deixar o solo em repouso no mínimo por 8 dias e revolvê-lo para o plantio.
Menta e alho Ingredientes • 200 gramas de menta ou 200 gramas de bulbos de alho • 1 litro de água Modo de preparo Moer as folhas de menta ou bulbos de alho, adicionar 1 litro de água, deixar descansar por 1 hora, filtrar com um tecido fino. Deixar sementes de monocotiledôneas (trigo, arroz, milho, sorgo, aveia etc.) nessa mistura durante 24 horas. Plantar logo em seguida. A germinação foi aumentada em 4 vezes, a infestação das sementes diminuiu em 86%, o comprimento da raiz duplicou e o comprimento dos brotos aumentou em 50%. Controle Doenças fúngicas transmitidas desenvolvimento das plantas. 38
pela
semente,
melhor
Neem Misturar 250 g de folhas e ramos verdes picados com 20 litros de água. Deixar repousar as folhas na água de um dia para outro. Coar e pulverizar. Controle O neem serve como repelente para uma grande variedade de insetos, inclusive lagarta, besouro, percevejo (Maria-fedida), pulgão, barbeiro, mosca branca, cochonilha, mosca do chifre, gafanhoto, nematóide, grilo, barata. Gorgulho - óleo de neem a 2% (20 ml/litro) Vaquinha - extrato aquoso de folhas de neem a 7% (70 ml/litro) Pulgão (acerola) - óleo de neem a 0,5% (5 ml/litro) Zabrotes subfasciatus do feijoeiro - óleo de neem (2 ml) + óleo safrol (2 ml) para 200 sementes Mosca branca - óleo de neem 3 a 6% (30 a 60 ml/litro) ou óleo de neem a 4% (40 ml/litro) + 1% (10 ml/litro) de sabão neutro
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Pimenta malagueta Ingredientes • 50 g de fumo de rolo picado • 1 punhado de pimenta vermelha • 1 litro de álcool • 250 ml de detergente neutro Modo de preparo Dentro de 1 litro de álcool, coloque o fumo e a pimenta, deixando esta mistura curtir durante 7 dias. Para usar esta solução, dilua o conteúdo em 10 litros de água contendo 250 gramas de detergente neutro, de modo que o inseto grude nas folhas e nos frutos. No caso de hortaliças e plantas medicinais, aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 12 dias antes da colheita. Controle Tem boa eficiência quando concentrada e misturada com outros defensivos naturais, no combate a pulgões, vaquinhas, grilos e lagartas. Obedecer a um período de carência mínima de 12 dias da colheita, para evitar obter frutos com fortes odores.
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Pimenta-do-reino Prepara-se uma garrafada com 100 g de pimenta do reino e um litro de álcool; deixa-se repousar por uma semana. Em outra garrafa, faz-se a mistura com 100 g de alho amassado e 1 litro de álcool. Uma semana após, dissolver 50 g de sabão neutro em 1 litro de água quente. No momento da aplicação, misturar as três substâncias coadas nas seguintes proporções: 200 ml de garrafada de pimenta + 100 ml de garrafada de alho + toda a solução de sabão. Dissolver a mistura em 20 litros de água. A pulverização deve ser feita nas horas mais frescas do dia. Controle Recomendado nas pragas do pimentão, tomate, pimentas, berinjela e batata (batata Inglesa).
Pinheiro do paraná Ingredientes • 200 g de folhas verdes de araucária • 5 kg de sal mineral Modo de preparo Picar as folhas verdes de Araucária e misturar ao sal mineral. Colocar em uma panela aberta e levar ao fogo. Mexer a mistura, até secar as folhas de Araucária. Retirar as folhas secas e colocar nos cochos para o gado. Controle Carrapato bovino. Os carrapatos cairão em menos de 5 dias. Não provoca intoxicação no gado e não deixa gosto no leite. 41
Primavera ou maravilha Modo de preparo Utilizar a quantidade de 1 litro de folhas maduras e lavadas de primavera ou maravilha (rosa ou roxa) e 1 litro de água. Juntar estes ingredientes e bater no liquidificador. Coar com pano fino de gaze e diluir em 20 litros de água. Pulverizar imediatamente (em horas frescas). Não pode ser armazenado. Aplicar em mudas de tomateiros 10 dias após a germinação (2 pares de folhas) e repetir a cada 2 a 3 dias até a idade de 45 dias. Controle Método eficiente para imunizar mudas de tomate contra o vírus do vira cabeça do tomateiro.
Purungo ou cabaça Também é uma planta trepadeira. Suas folhas são parecidas com as de abóbora. Quando o fruto está maduro (seco), é usado para cuia de chimarrão. Quando está verde, o fruto cortado ao meio atrai insetos, devendo ser espalhado na lavoura como o tajujá. Controle Besouros (“patriota”)
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Sálvia Ingredientes • Folhas de sálvia • 1 litro de água Modo de preparo Derramar 1 litro de água fervente sobre 2 colheres (de sopa) de folhas secas de sálvia. Tampar o recipiente e deixar em infusão durante 10 minutos. Agitar bem, filtrar e pulverizar imediatamente sobre as plantas. Controle Curuquerê da couve
Santa Bárbara Extrato aquoso de folhas e frutos de cinamomo a 10 % (macerar 10 g de folhas e frutos em 100 ml de água). Deixar em infusão por 24 horas, coar e pulverizar (semanalmente). Controle do vetor (pulgões) do mosaico dourado do feijoeiro. O extrato alcoólico de seus frutos é utilizado para combater pulgões e gafanhotos.
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Tajujá, taiuiá ou melancia-brava É uma planta trepadeira cujas folhas são bem parecidas com as da melancia. A raiz é semelhante à da mandioca. Apanha-se esta raiz, corta-se em pedaços de 10 cm e distribui-se na lavoura. A seiva ou líquido existente na raiz atrai insetos, fazendo com que estes não ataquem a planta cultivada. Deve ser renovada regularmente. Controle Besouros (“vaquinha”)
Timbó Pó de folhas de folhas de timbó para o controle de formigas cortadeiras. Adicionar 10 g do produto diretamente no olheiro principal do formigueiro.
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Urtiga Fórmula 1
Ingredientes • 500 g de urtiga fresca ou 100 g de urtiga seca • 10 litros de água Modo de preparo Colocar 500 g de urtiga fresca ou 100 g de urtiga seca em 10 litros de água por dois dias ou então deixar curtir por quinze dias. Aplicação: a primeira forma de preparo é para aplicação imediata sobre as plantas atacadas. A segunda deve ser diluída, sendo uma parte da solução concentrada para 10 partes de água. Controle Planta empregada na agricultura orgânica, principalmente na horticultura, para aumentar a resistência e combater os pulgões.
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Fórmula 2 Ingredientes • 2 kg de urtiga • 5 litros de água • 50 gramas de pó de barro Modo de preparo Juntar num recipiente a urtiga com o pó de barro em 5 litros de água. Deixar a mistura curtir por 2 dias. Coar e pulverizar as plantas, diluindo 1 copo do produto em 15 litros de água. Controle Mosca da fruta no tomateiro Fórmula 3 Ingredientes • 500 g de urtiga • 1 litro de água Modo de preparo e uso Esmagar bem, misturar e deixar descansar durante dois dias. Pulverizar as plantas a cada 15 dias, diluído a 10%, (100 ml em 1 litro de água, ou 1 litro para 10 litros de água). Controle Pulgão e lagarta. Esta fórmula pode ser adicionada ao biofertilizante. 46
Fórmula 4 Ingredientes • 100 g de urtiga picada • 10 litros de água Modo de preparo e uso Secar à sombra por 7 dias, depois de moer. Colocar a água e deixar descansar durante 8 horas, mexendo 2 vezes por dia. Para o seu emprego, coar bem e diluir esse conteúdo em 10 litros de água. Aplicar sobre as plantas, repetindo a aplicação 2 vezes a cada 5 dias. Controle Fungos de plantas
Fórmula 5 Ingredientes • folhas de urtiga frescas ou secas • água Modo de preparo e uso Colocar 500 gramas de urtiga fresca, ou 100 gramas de folhas secas em 1 litro de água e deixar curtir por 2 dias. Para aplicação, diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas ou no solo. Controle Míldio
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Óleos de plantas Óleo de andiroba Óleo de andiroba de 0,2 a 1,5% (2 a 15 ml diluídos em 1 litro de água). Usar em pulverizações, de acordo com o grau de infestação, no mínimo uma vez por semana. Controle Vaquinha do feijoeiro
Óleo de neem É empregado na dosagem de 0,5% (0,5 litro em 100 litros de água) pulverizado sobre as folhagens e frutos. No caso do emprego de sementes, o procedimento é o seguinte: 25-50 g de sementes moídas (amarradas em um pano); 1 litro de água, deixando repousar por 1 dia. Modo de preparo Colocar os 5 quilos de sementes de neem moídas em um saco de pano, amarrar e colocar em 5 litros de água. Depois de 12 horas, espremer e dissolver 10 gramas de sabão nesse extrato. Misture bem e acrescente água para obter 100 litros do preparado. Aplique sobre as plantas infestadas, imediatamente após preparado. O prensado de Neem pode ser utilizado misturando-o com o solo 48
na base de 1 a 2 t/ha. Esta medida protege as berinjelas contra minadoras e tomates contra nematóides e septorioses. Controle Lagarta do cartucho, lagarta das hortaliças, gafanhoto
Outros produtos Cerveja A cerveja atrai lesmas. Fazer armadilhas com latas de azeite, retirando a tampa e enterrando-as com a abertura no nível do solo. Colocar um pouco de cerveja misturada com sal. As lesmas caem na lata, atraídas pela cerveja, e morrem desidratadas pelo sal. Controle Lesmas
Farinha de sementes ou com folhas de gergelim Isca com farinha de semente ou de folhas secas de gergelim (30 g de sementes ou folhas misturadas com 70 g de material inerte – gesso ou talco). Adicionar 10 g do produto diretamente no olheiro principal do formigueiro
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Leite de vaca Há estudos recentes de pesquisa indicando que pulverizações de leite ajudam as plantas a superarem ataques de fungos. O soro pode ser usado, em pulverização, para combater ácaros.
Fórmula 1
Modo de preparo Diluir 1 litro de leite em 3 a 10 litros de água e pulverizar as plantas. Repetir depois de 10 dias para doenças e 3 semanas contra insetos. Controle O leite na sua forma natural ou como soro de leite, é indicado para controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, atrativo para lesmas e no combate de várias doenças fúngicas e viróticas. O seu emprego é recomendado para hortas domésticas e comunitárias.
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Fórmula 2
Ingredientes 6 litros de leite, dissolvidos em 10 litros de água. Controle Oídio Fórmula 3
Ingredientes Concentrações de 30 a 40 % (3 a 4 litros), dissolvidos em 10 litros de água. Controle Antracnose no mamoeiro e fruteira em geral Fórmula 4 (Leite e Cinza)
Ingredientes • • • • •
1,5 kg de cinza 1,5 kg de esterco fresco de bovino 1,5 kg de açúcar 2,5 litros de leite 100 litros de água 51
Modo de preparo Misture os ingredientes acima citados, filtre em pano fino e pulverize sobre as culturas. A aplicação em hortaliças é feita a cada 10 dias e, no café, a cada 15/30 dias. Controle Fungos do pimentão, pepino, tomate, batata, café. Sem contraindicação para hortaliças. Fórmula 5
Ingredientes 1 litro de leite integral 99 litros de água Modo de preparo Misturar 1 litro de leite em 99 litros de água. Aplicar a cada 10 dias sobre as culturas. Controle Vírus de mosaico na cana de açúcar, tomate e fumo
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Leite de cabra Ingredientes • 3 litros de leite de cabra • 10 litros de água Modo de preparo Diluir o leite na água e incorporar em substrato comercial, na proporção de uma parte de leite para cinco partes de substrato, e deixar fermentar por sete dias. Após esse período, está pronto para ser utilizado em produção de mudas, obedecendo à proporção de 50%, ou seja, uma parte de substrato enriquecido com leite de cabra e outra parte de substrato sem tratamento. Controle Nematóides que ocorrem em áreas de plantios de hortaliças e fruteiras.
Mistura de álcool e fumo Modo de preparo Colocar 10 cm de fumo picado em uma tigela e cobrir com álcool misturado com um pouco de água. Quando o fumo absorver o álcool, colocar mais álcool misturado com um pouco de água e deixar 15 dias de molho, tampando a tigela, para que a nicotina seja retirada do fumo. Colocar o líquido em uma garrafa com 53
tampa e, na hora de usar, misturar com sabão ralado e água nas seguintes proporções: um copo de mistura de água e fumo, 250 gramas de sabão e 10 litros de água. Controle Pulgões
Permanganato de potássio e cal Ingredientes 125 g de permanganato de potássio (KMnO4) 1 kg de cal virgem 100 litros de água Modo de preparo Diluir primeiramente o permanganato de potássio em um pouco de água quente, para acelerar o processo. A cal também deve ser queimada à parte, colocando-se um pouco de água. Complete para 100 litros, incluindo a solução do permanganato. Controle Míldio e oídio
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Urina de vaca A PESAGRO do Rio de Janeiro, desde 1992, vem pesquisando a utilização da urina de cabra, vaca e égua. A urina animal contém substâncias, com quantidades de nutrientes bem superiores ao esterco, que atuam nas plantas, fazendo com que as mesmas aumentem em muito o seu sistema de defesa, além de contribuir na melhoria do crescimento e brotações vegetais. Deixar curtir a urina de vaca por 4 dias num recipiente fechado, depois misturar 100 ml com 20 litros de água. Modo de preparo e uso Imediatamente após o seu recolhimento no animal, a urina deve ser armazenada durante o período mínimo de 3 dias, em vasilhames hermeticamente fechados como aquelas garrafas plásticas de refrigerantes (2 litros). Isto é realizado para que a uréia da urina se transforme em amônio. Desta forma vedada, a urina pode ficar armazenada por até 12 meses, que não se altera. Pulverizar a 2% sobre olerícolas e a 4 a 5% em frutíferas, a cada 15 dias, para aumentar a resistência e proporcionar um bom crescimento e brotações. Nutrientes presentes na urina: N, K, P, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Cu, Zn, B, Na e PH médio de 7,6. 55
Controle Combate moscas, pulgões e lagartas nas verduras Observações Nunca aplicar a calda de urina nas horas mais quentes no dia; dar preferência à parte da tarde. Em áreas tratadas com fenoxiacéticos de ação seletiva + ácido picolínico, não deve ser aplicada a calda de urina, pois pode se transformar em um poderoso herbicida, causando a perda da lavoura.
Indicação por cultura e dosagens para 20 litros de água (Continua)
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(Conclusão)
Fonte: Adaptado de Pereira, [s. d]. Disponível em: <http://www.ciorganico.agr.br/wp-content/ uploads/2012/09/Manual_de_Praticas_Agroecol%C3%B3gicas-Emater1.pdf>.
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Sabão Ingredientes • 1 colher (sopa) de sabão caseiro • 5 litros de água Modo de preparo Utilizar uma colher (sopa) de sabão caseiro raspado e misturar em 5 litros de água agitando bem até dissolver o mesmo. Aplicação: esta calda deve ser aplicada sobre as plantas com o auxílio de pulverizador ou regador. Controle Pulgões, cochonilhas e lagartas
Solução de sabão de coco Ingredientes • 50 g de sabão de coco em pó • 5 litros de água Modo de preparo Colocar 50 g de sabão de coco em pó em 5 litros de água fervente. Aplicação: esta solução deve ser pulverizada frequentemente no verão e na primavera. Controle Cochonilhas e lagartas 58
Farinha de trigo com detergente Modo de preparo Dissolver 1 kg de farinha de trigo em 20 litros de água, junto com 500 ml (1/2 litro) de detergente neutro. Pode-se usar na hora. Aplicar de manhã em cobertura total nas folhas. O seu emprego é favorável em dias quentes e secos, com sol. Mais tarde, as folhas secando com o sol, formam uma camada que envolve as pragas e cai com o vento. Controle Combate à mosca branca, ácaros, pulgões e lagartas na horta. Por exemplo nos pés de tomates.
Solução de cinzas
A cinza de madeira é um produto que pode ser empregado na mistura com outros produtos naturais, para controle de pragas e até algumas doenças. A cinza deve ser colocada em água, deixando repousar pelo menos 24 horas, coada e pulverizada.
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Fórmula 1
Modo de preparo e aplicação Testar nas condições locais a solução de 0,5 kg de cinzas em 4 litros de água, deixando descansar por 24 horas. Coar e acrescentar 6 colherinhas (café) de querosene. Misturar e aplicar preventivamente. Controle Combate insetos sugadores e larva minadora Fórmula 2
Ingredientes • 25 ml de cinza • 25 ml de cal • 4 litros de água Ou • 1 kg de cinza • 1 kg de cal • 100 litros de água Modo de preparo Misturar os componentes, deixar repousar durante um tempo e logo filtrar, aplicando em seguida. Controle Lagartas e vaquinhas dos melões 60
Emulsão de óleo Ingredientes • 1 kg de sabão comum ou feito com óleo de peixe • 8 litros de óleo mineral • 4 litros de água Modo de preparo e uso Ferver e dissolver o sabão picado em 4 litros de água. Retirar do fogo e dissolver vigorosamente 8 litros de óleo mineral, ainda quente. Diluir uma parte do produto obtido em 10 a 50 partes de água. Controle Ação de inseticida de contato contra sugadores – ácaros, pulgões e cochonilhas
Feromônios Os feromônios são comercializados em praticamente todo o mundo com diferentes usos. No Brasil, são comercializados feromônios para controle de alguns insetospragas, como lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella - Lepidóptera: Gelechiidae), em algodão; traça do tomateiro (Tuta absoluta); broca do olho do coqueiro, (Rhynchophorus palmarum), e moleque da bananeira (C. sordidus). 61
Plantas benéficas O controle de pragas pode ser realizado através da própria vegetação natural, que é atrativa e serve de abrigo para alguns inimigos naturais que se utilizam destas pragas como alimento. Dentre as plantas que servem para o manejo ecológico: Sorgo granífero: suas panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução de insetos e ácaros benéficos, como o percevejo, predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola. alecrim: repele borboleta da couve e moscas da cenoura. hortelã: repele formigas, ratos e borboleta da couve. mastruz : repele pulgões e outros insetos. urtiga: repele percevejo do tomate. girassol: plantar cercando o milho, pois as lagartas que atacam o milho preferem o girassol. gergelim: é outra planta útil, que é cortada e levada pelas saúvas (formigas cortadeiras), intoxicando o fungo do qual elas se alimentam. crotalária: quando plantado nas entrelinhas, impede o aparecimento de nematóides nas plantas cultivadas. cravo de defunto: quando plantado nas bordadurasm, impede o aparecimento de nematóides nas plantas cultivadas.
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Consรณrcios de culturas (Continua)
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(ConclusĂŁo)
Fontes: Adaptado de Pereira [s. d]; Guerra (1985).
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Manejo de pragas em grãos armazenados Folhas de louro, dentes de alho, sal, folhas de eucalipto Modo de aplicação Todos estes produtos são indicados para o controle de pragas de grãos armazenados, e devem ser misturados com o produto a conservar. No caso do eucalipto, usar em camadas alternadas. Controle Carunchos, gorgulhos e traças. Mata formigas lava-pés e quémquém.
Cinza de madeira
Modo de preparo Para controle de caruncho do feijão misturar 100 g de cinza com 100 kg de feijão limpo e seco Para controle de pulgões e piolhos deixar a cinza em água durante 1 dia, coar e pulverizar sobre as plantas. Controle Além das pragas de grãos armazenados, também pragas da parte aérea das plantas 65
Pimenta-do-reino Modo de preparo Colocar o feijão em uma lata limpa, adicionar um pouco de pimenta-do-reino e fechar bem a lata. Diluída em água, pode ser pulverizada sobre as plantas para o controle de pulgões. Controle Também indicada para controle do caruncho do feijão
Enxofre puro e álcool Ingredientes • 10 g de enxofre puro • 1 litro de álcool Modo de uso Colocar a mistura em uma vasilha, levar ao galpão bem fechado, atear fogo à mistura. Deixar o galpão bem fechado por 3 dias. Esta quantidade é suficiente para uma tonelada de grãos. Controle Carunchos e gorgulhos em galpões
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Eucalipto Ingrediente • folhas de eucalipto Modo de preparo Nos recipientes e locais onde se armazenam grãos (milho, feijão, arroz, trigo etc.), misturar 10 a 20 folhas de eucalipto para cada quilo de grão. As batatas podem ser conservadas colocando-as sobre uma cama de folhas de eucalipto. Controle Gorgulho e traças de grãos armazenados de milho, feijão, arroz, trigo, soja, farelos em geral e batata
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Espalhantes Adesivos Alternativos Gelatina Ingredientes
50 gramas de gelatina sem sabor (em folhas) 100 litros de água
Modo de preparo
Aquecer 1 litro de água e dissolver totalmente a gelatina. Diluir para 100 litros de água.
Sabão de coco Ingredientes
• 500 g a 1 kg de sabão de coco • 100 litros de água
Modo de preparo
Aquecer 5 litros de água com o sabão. Após totalmente dissolvida, diluir esta solução em 100 litros de água.
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Referências ABREU JÚNIOR, H. de. Práticas alternativas de controle de pragas e doenças na agricultura: coletânea de receitas. Campinas, SP: Emopi, 1998. 115 p. AGUIAR-MENEZES, E. L. Controle biológico de pragas: princípios e estratégias de aplicação em ecossistemas agrícolas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2003. 44 p. (Embrapa Agrobiologia. Documentos, 164). GUERRA, M. S. Receituário caseiro: alternativas para controle de pragas e doenças de plantas cultivadas e de seus produtos. Brasília, DF: Embrater, 1985. 166 p. PEREIRA, W. H. Práticas alternativas para produção agropecuária agroecológica. Belo Horizonte: EMATER-MG, [s.d.]. Disponível em:<http://www.ciorganico.agr.br/wp-content/ uploads/2012/09/Manual_de_Praticas_Agroecol%C3%B3gicasEmater1.pdf>. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Produção e pesquisa de Agrobio e de caldas alternativas para o controle de pragas e doenças. Niterói, RJ: Pesagro-Rio, 1998. 4 p. (Pesagro-Rio. Documentos, 44). GADELHA, R. S. S. Urina de vaca: alternativa eficiente e barata. Niterói, RJ: Pesagro-Rio, 2002. 6 p. (Pesagro-Rio. Documentos, 96). 69
Esta Cartilha é parte integrante da série de ações promovidas pelo projeto “Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Orgânica no Submédio São Francisco”
CONTATOS CAERDES Av. Edgard Chastinet Guimarães, s/n. - bairro São Geraldo. 48905-680 - Juazeiro - Bahia - Brasil www.direitoverdeuneb.blogspot.com direitoverde@hotmail.com caerdes@uneb.br Telefone: (74) 3611-7363 - ramal 270
Esta cartilha é um instrumento de consulta indispensável a todos aqueles que desejam produzir alimentos sem a utilização de agrotóxicos de forma agroecológica. Destina-se, sobretudo, aos produtores rurais que pretendem elaborar defensivos nas suas respectivas propriedades. Este material apresenta formulações acessíveis, eficientes, fáceis de serem produzidas e com baixo custo. Ele apresenta diferentes formulações de produtos naturais que podem ser utilizados na agricultura agroecológica para o controle de pragas e doenças. A produção do caderno defensivos naturais é uma contribuição para a agricultura mais saudável, reproduzindo inúmeras receitas largamente testadas por agricultores em todo o país.
Realização
Financiamento
Apoio
ISBN 978-85-7887-258-8
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