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Domingos Soares Franco

ta anos de trabalho. A inspiração foi buscar, em especial, na década de 80, à Califórnia, à Austrália e à Nova Zelândia e, mais tarde, África do Sul, Chile, Argentina e Canadá.

“Acreditei que o ‘novo mundo’ é que ia ditar as regras do futuro e trouxe todo o conhecimento possível para aplicar cá.”

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Quando o pai faleceu, Domingos e o irmão, António, ficaram à frente da empresa e cumpriram a promessa que lhe fizeram. “O meu pai disse-nos: ‘Evoluam, olhem para a frente, mas não se esqueçam das raízes.’ Assim fizemos. Sempre tive muito respeito pelo vinho.”

Em 2000, inaugurou o Centro de Vinificação da José Maria da Fonseca, uma “mega-adega” com perto de 600 depósitos de inox e capacidade para seis milhões de litros. “Este projeto é o corolário de todas as minhas viagens e de todo o meu conhecimento. Na altura, era a maior adega de fermentação portuguesa e uma das 12 maiores da Europa.”

Domingos Soares Franco sente que operou uma “revolução de mentalidades” na empresa da família e no setor do vinho em Portugal pela forma diferente de trabalhar. Mas não se arrepende. “O meu trabalho foi um marco na José Maria da Fonseca. Deixei um legado à 7ª geração – filhos e sobrinhos – e fiz o meu dever.”

Em 2021, foi distinguido com os prémios “Enólogo Vinhos Generosos do Ano” e “Personalidade do Ano no Vinho”, por revistas especializadas, e sentiu que estava na hora de reformar-se, mas não consegue afastar-se por completo. “Ainda tenho cá o bichinho”, ri. Para já, está a ultimar o lançamento no mercado do “último projeto” enquanto enólogo. Trata-se de uma série de vinhos, tinto, branco e moscatel, com “um conceito completamente diferente”, que produziu em 2020, quando celebrou quarenta anos de vindimas. Depois, é tempo de “dar espaço à nova geração” para trabalhar. “Um dia tenho mesmo de parar. É a vez de eles continuarem a José Maria da Fonseca.”

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