Lendas Indígenas - 4º ano A

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APRESENTAÇÃO A lenda é um dos gêneros literários mais conhecidos dos brasileiros desde a mais tenra idade e faz parte do folclore e da cultura popular do nosso país. Quem nunca ouviu na infância histórias do Saci-Pererê, Curupira e Mula sem Cabeça? Os alunos do 4º ano aprofundaram os conhecimentos sobre lendas indígenas, histórias fantásticas, cheias de mistério sobrenatural, ligadas à feitiçaria e à magia. Nas nações indígenas essas histórias são muito importantes, uma vez que possuem o poder de doutrinar os índios jovens e arredios. Muitas delas referem-se à flora e fauna da região, pois segundo suas crenças, tanto as plantas como os animais, os rios, os lagos, as cachoeiras e o mar, possuem os seus protetores que exigem respeito e inspiram temor. Envolvidos nesse mundo encantado e munidos de um repertório no qual os heróis se sobressaem dentre os membros de sua tribo pelo poder, beleza, bondade e outros feitos, os alunos produziram suas próprias lendas indígenas. Esse livro apresenta o empenho na escrita dos nossos alunos, além de abordar um tema importante que é a preservação e a conscientização da cultura indígena como elemento fundamental na formação do nosso país. Que tal entrar nesse mundo de encantos e magia e apreciar as obras de nossos pequenos escritores? Boa leitura! 2


AUTORES ARTHUR PRATES LOPES ELISA EJCHEL GABRIELA DEKER RAGO GIOVANNA TUSI RISOLIA RODRIGUES GUILHERME TOSTA HERNANDEZ ISABELA FURTUOSO MARCIANO LUCAS DE SOUZA NASCIMENTO LUIZ FELIPE CARVALHO CAMPOS MARIA JULIA BRAGATTO DE ALMEIDA MATHEUS JUN HONDA PEDRO HENRIQUE CANHOTO SAKAKURA

4º ANO – A | 2017 ANDRÉIA MACARI PROFESSORA

KAREN VECCHI COORDENADORA PEDAGÓGICA 3


SUMÁRIO

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OS COLONOS

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A TRIBO SEM CORES

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A TRIBO DO ABACAXI

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QUANDO OS PASSARINHOS APRENDERAM A CANTAR

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OS AMIGOS DE JUPIARA

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A LUA

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A FLOR DA MÚSICA

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ATAQUE DO MONSTRO DA CURVA DO RIO

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A NATIM FORTE

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COMO SURGIU O MARACUJÁ

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COACIABA E SUA AVENTURA

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OS COLONOS por Arthur Prates Lopes

Há várias luas, viviam dois irmãos. Um deles se chamava Naje e o outro se chamava Maje. Maje e Naje eram filhos do pajé da vila. Vinte anos se passaram e o pajé havia morrido. O pajé, antes de morrer deu um pedaço de um mapa para cada um sem contar para o outro filho. Passado um tempo, quando Maje e Naje se casaram eles marcaram um horário para contarem os seus segredos do mapa um para o outro. Quando chegaram no local marcado, os dois mostraram os seus pedaços do mapa e se estranharam. O Naje falou para eles juntarem, quando eles juntaram os dois pedaços do mapa, o ódio tomou conta deles e eles ficaram super fortes. No mesmo instante, começaram a lutar. Naje venceu, ele olhou para o corpo do seu irmão e viu que estava escrito um acordo com alguém chamado Deus, somente ele iria trazer seu irmão de volta. Como ele não sabia quem era Deus ele ignorou, mas faltou ler uma parte do acordo que dizia que caso ele não aceitasse ele traria a escravidão de volta para sua aldeia. Naje tinha mais vantagens já que era mais forte e mais inteligente e o seu irmão era fraco e mais ignorante. 5


Muitos anos se passaram... e uns colonos chegaram e começaram a mandar nos indígenas, por troca de coisas como machadinhas, vidros e etc... Um dia, os indígenas pararam de fazer o que os colonos queriam e começaram uma guerra. Os colonos ganharam e escravizaram os indígenas. Tudo culpa do Naje. Então, Naje correu para achar o corpo do seu irmão e fechar o acordo, mas já era tarde demais...

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A TRIBO SEM CORES por Luiz Felipe Carvalho Campos

Em um dia normal, em uma tribo chamada Sairá existia uma moça chamada Potira. Ela era bela, forte, baixa, simpática e era filha do cacique. Essa tribo não tinha cores, ela era preta e branca, então Potira foi em busca das cores, mas ela não encontrou. Então, ela voltou para casa triste, muito triste. No dia seguinte, ela tentou de novo, mas não tinha achado as cores, no entanto, ela achou um papel que dizia: — No pôr do sol no meio dela mesma as cores estão. Então Potira perguntou para seu pai se ele entendia a carta mas ele não entendeu, depois do pai ler muitas vezes ele entendeu e disse à Potira: — Filha, isto é muito perigoso, mas se você quiser ir esteja amanhã bem no meio da nossa vila no pôr do sol. Então, Potira se preparou e no outro dia ela foi para o centro da vila, mas chegou um pouco atrasada pois sua casa era longe e tinham muitos obstáculos a serem vencidos. Potira chegou em cima da hora. Então, no meio da vila, bem onde Potira estava caiu um raio na sua cabeça e ela morreu. No enterro eles a enterraram no mesmo lugar onde ela havia morrido. Depois de muito tempo quando cavaram acharam todas as cores enterradas.

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A partir daquele dia aquela vila tinha cores, muitas cores e Potira no cĂŠu orgulhosa de si estava bem feliz com um sonho realizado.

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A TRIBO DO ABACAXI por Gabriela Deker Rago

Em

uma floresta distante da cidade, clara, brilhante, cheia de

folhas, flores e árvores existia uma tribo chamada Ixacaba. Era uma tribo calma, bondosa, amiga das outras tribos ao redor e era conhecida por seu fruto que era chamado de abacaxi. A flor desse fruto servia para fazer grandes remédios que curavam a dor de barriga, dor de cabeça, de ouvido e de pulmão, assim como, muitas outras. O chefe da tribo tinha uma filha que se chamava Besenia, ela era bonita, inteligente, forte, gostava de brincar com as crianças, era amigável e trabalhava na colheita do abacaxi e na colheita de flores curativas, ela amava comer abacaxi e cheirar as suas flores. Besenia era cobiçada por todos os garotos da tribo por ser a garota mais gentil e generosa. Um certo dia uma tribo mágica levou a tribo de Besenia à guerra onde seu pai e todos os homens haviam ido lutar e deixaram suas mulheres seguras na floresta onde elas se escondiam em árvores grandes e com as flores vermelhas. Os abacaxis foram queimados e as moças estavam sem comida, passando fome. Elas passaram vários dias lá. Um certo dia os guerreiros chegaram e disseram: — A guerra acabou, mas o chefe morreu!!

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Besenia chorava todos os dias e TupĂŁ, o Deus dos deuses, vendo sua dor, transformou suas lĂĄgrimas nas sementes do abacaxi para quando chorasse germinasse o abacaxi, assim essa tribo nunca mais passou fome.

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QUANDO OS PASSARINHOS APRENDERAM A CANTAR por Guilherme Tosta Hernandez

Em um deserto, onde ninguém sabe ao certo o local, existia um lagarto ágil, rápido, preto com listras laranjas, bondoso e, principalmente, muito amigo de qualquer tipo de pássaro. Desde os urubus, gaviões e águias até maritacas, sabiás e quero — quero. Ele tentava conversar com eles, mas não faziam nenhum som. Um dia, o lagarto decidiu que faria o possível para eles falarem, então, pediu ao Deus Piripaco. — Ó Deus Piripaco, quero que meus amigos pássaros aprendam a falar! E ele respondeu: — Não posso fazê-los falar, mas sim, cantar. Se você quiser isso, tem que mostrar que realmente quer e sumiu no céu. O lagarto, então quis tentar fazer muitas perguntas a eles, mas não deu certo. Tentou abrir a boca deles e cantar, mas nada. Depois tocou uma música para eles quererem cantar, mas não conseguiu. Depois de muitas tentativas, todas foram em vão. Não resultaram em nada. Então o lagarto quis se sacrificar para que os pássaros cantassem. Ele pulou nas chamas e imediatamente, os pássaros do mundo inteiro começaram a cantar. Ainda hoje, eles vão ao deserto e chamam o seu nome.

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OS AMIGOS DE JUPIARA por Pedro Henrique Sakakura

Com muitos sóis havia uma menina chamada Jupiara. Essa menina vivia na aldeia junto a sua tribo tupi- guarani. Ela pescava, plantava, caçava e comia o que plantava, porém ela tinha muitos amigos. Seus melhores amigos eram: Pedro e o seu irmão Matheus. Pedro tinha 16 anos e seu irmão o Matheus tinha 11 anos. Eles gostavam de comer frutas das árvores. Brincavam muito de peteca e nadavam no rio Guarani. Um dia o seu irmão falou: — Pedro, eu queria ir na cidade fazer uma grande aventura! Pedro respondeu: — Não! Lá é perigoso demais para a gente ir! Quando chegou a noite todos dormiram... e quando todos acordaram o Matheus não estava mais lá. No entanto, encontraram uma carta que dizia: — Pedro e Jupiara, eu estou na cidade grande, estou bem. Obrigado Matheus. Jupiara resmungou: — Meu grande amigo saiu daqui!! E agora, o que eu faço? — Acalme-se mulher tudo dará certo.

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E... realmente tudo voltou ao normal. Pedro encontrou Matheus e eles viveram para sempre na aldeia. Felizes e em paz.

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A LUA por Maria Júlia Bragatto de Almeida

Há muitas luas havia uma garota chamada Katrina. Ela era uma adolescente muito bela, corajosa, forte, ela era adorada por todos da tribo. A tribo era no meio da floresta e vivia em harmonia, tinha comida e água suficiente para todos e mesmo se não tivesse eles dividiam entre si. Em um belo dia, a garota esbarrou com um índio forte, corajoso, alto, bonito, esperto e magro, seu nome era Tiago. Eles se apaixonaram e em um belo dia, o Tiago perguntou- lhe: — Katrina, você quer se casar comigo? A garota respondeu: — Claro que sim!!!!!!!!!! Um tempo depois, chegou o dia do casamento. Bem no dia do casamento Tiago saiu para caçar e não voltou mais. Naquela época não havia lua. A garota achava que seu noivo havia morrido, mas não. Tiago havia virado a lua e toda a vez que a garota olhava para o céu ela se lembrava do seu noivo e até hoje só existe lua por causa do Tiago e um dia Katrina há de saber o que aconteceu com seu noivo amado.

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A FLOR DA MÚSICA por Elisa Ejchel

Há muito tempo em uma vila pequena e simples dentro da floresta, existia uma índia bonita, esperta, corajosa e curiosa que se chamava Acisúm. Ela trabalhava no plantio e na colheita da vila e um dia ela foi colher um aipim e dentro dele tinha uma pedra, mas não era uma pedra normal. Ela era lisa e colorida como um arco-íris, então preocupada em comer o aipim foi perguntar ao velho sábio da aldeia e ele lhe disse: — Isso deve ter sido obra do arco-íris que apareceu hoje cedo, ele deve ter atingido a pedra. Plante ela em um lugar plano e regue todos os dias se não esse precioso “ouro” não irá crescer. Então Acisúm plantou no dia seguinte e a regava todos os dias sem esquecer aonde tinha plantado ela. Então começou a crescer uma rosa branca e depois de um tempo quando estava totalmente aberta Acisúm foi até o velho sábio novamente e ele disse: — Continue regando e ela se tornará colorida, ou se não, não terá efeito. E ela respondeu: — Tudo bem!

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Alguns meses se passaram e a rosa branca ficou colorida, todos que por lá passavam admiravam por alguns segundos ou até minutos a rosa, era impossível não achar ela bonita. Um dia Acisúm foi regar a planta, mas ela estava murcha e desbotada, então Acisúm foi até o velho sábio de novo e ele disse: — Cante para ela uma vez por semana, invente uma canção bonita para a rosa se alegrar. — Está bem, respondeu ela. No dia seguinte ela começou a cantar, a flor que estava desbotada e meio murcha ficou colorida e bem grande. Estava mais bonita do que antes. Acisúm não conseguia mais parar de olhar a linda e colorida rosa, até que a noite caiu e a aldeia toda percebeu o brilho da flor que fazia uma luz colorida mais forte que o fogo ou qualquer lâmpada dos homens. No dia seguinte, Acisúm sumiu e todos ficaram preocupados e tristes. A flor desapontada ao ver todos desesperados e chorando apagou a memória de todos, para que não sofressem mais, apagou a memória de todos menos do velho que já sabia que Acisúm tinha virado a flor, e então deu o nome dela de flor de acísum ou flor da música.

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ATAQUE DO MONSTRO DA CURVA DO RIO por Matheus Jun Honda

Há muito, muito tempo havia uma aldeia que vivia em paz. Até o dia que apareceu uma criatura enorme de três cabeças, dois rabos e se chamava Kingdora. Todos ficaram em pânico, porque nunca tinham visto uma criatura enorme e monstruosa como aquela. O Kingdora destruiu metade da aldeia e prometeu voltar em três anos para destruir o resto. Então, nesse período eles se prepararam para defender a aldeia, quando ele retornasse. No dia que ele voltou, os índios conseguiram matá-lo, ele caiu em cima do rio que teve que mudar seu curso, contornando o enorme monstro. A partir desse dia os índios mudaram o nome do rio para Rio da Grande Curva.

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A NATIM FORTE por Lucas de Souza Nascimento

Há muitas noites havia uma menina que se chamava Natim. Ela era muito forte e era forte desde os 2 anos de idade. A vila onde ela morava se chamava Ocatu e descobriram que a Natim era muito forte. Em uma noite a aldeia Ocatu estava sendo atacada pelos Udeteos e um dos udeteos entrou na casa da Natim. A mãe estava com Natim no colo e o Udeteo ia dar um soco para matar a mãe, mas Natim segurou a mão do Odeteo e jogou-o pela janela salvando a mãe. Depois de 12 anos, Natim virou a guerreira mais forte de todos do mundo. Ela foi chamada de Narare a Guerreira. Uma noite a vila Ocatu foi atacada pelo Estuão. Ele era maior que a aldeia e ia esmagar a aldeia com o dedinho, mas a Natim estava nas costas do Estuão e fez Estuão pensar que era uma formiga, mas era a brava guerreira que subia em cima do Estuão e quando subiu no topo, chegou na cabeça do Estuão ela foi para o nariz do Estuão e deu um peteleco no nariz dele e saiu uma luz branca do corpo dele. — Não, não é o fim da história! A luz foi encolhendo até virar uma pessoa que era o irmão dela e ele estava preso nas sombras da escuridão e depois de 1 ano ele podia voar. Fim... Agora sim!

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COMO SURGIU O MARACUJÁ por Giovanna Tusi Risolia Rodrigues

Numa tribo chamada Tupi, no norte do Brasil, vivia uma família. Nesta família, vivia uma moça chamada Tainá, um moço chamado Tupã e um menino chamado Ájucaram. Quando Ájucaram cresceu e já sabia fazer coisas sem seus pais, ele foi pescar na beira do rio Amazonas. Nesse rio tinha muitos peixes. Peixes pequenos, peixes médios e peixes grandes. A primeira vez que ele foi pescar no rio Amazonas, ele pegou muitos peixes, mas só que esses peixes eram muito pequenos, então, não era alimento suficiente para ele e sua família. Na segunda vez, pescou nem poucos peixes nem muitos peixes, era a quantia certa para ele e sua família. Mas, aproveitando que ele já estava lá, acabou pescando mais peixes. Nesta terceira vez, ele pegou peixes tão grandes, mas tão grandes, que pareciam ser monstros. Eles deram um susto tão grande nele que ele deteve um ataque cardíaco e desmaiou perto de uma árvore que tinha frutinhas amarelas, que começaram a se chamar maracujá que é o contrário do seu nome. (Ájucaram).

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COACIABA E SUA AVENTURA por Isabela Furtuoso Marciano

Há muitas luas em uma aldeia grande, alegre e no meio da floresta, vivia uma linda indiazinha filha do cacique. Ela tinha 15 anos, era linda, espontânea, alegre, esperta e adorada por todos. Ela gostava de cuidar dos animais, dos índios, das flores, das folhas, das árvores, dos insetos, dos anfíbios, dos mamíferos, dos répteis, dos peixes, das aves, dos índios mais velhos e dos mais novos. Ela chamava-se Coaciaba e adorava ser filha do cacique. Um dia com sua amiga Ajucaram foram pescar e viram a oca do malvado Ogaiht e da sua filha Ailúj Airam, que fizeram muitas maldades a sua tribo. Elas tentaram lutar mas eles eram fortes demais, então elas tiveram que usar os animais e a inteligência de Coaciaba. Ela chamou os jacarés, elas cavaram um buraco bem grande em volta da oca, colocaram água e os jacarés e todos os animais juntamente com Coaciaba e sua amiga estavam apostos e gritaram: — Sumam daqui, sumam!!!! Eles saíram correndo e nunca mais voltaram. Ogaiht e sua filha perceberam o grande poder de Coaciaba. Por fim, elas voltaram para a aldeia e a paz foi finalmente restaurada. O cacique obrigou o mago e a filha a morarem no pântano e nunca mais ouviu-se falar deles, nunca mais. 26


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