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APRESENTAÇÃO A lenda é um dos gêneros literários mais conhecidos dos brasileiros desde a mais tenra idade e faz parte do folclore e da cultura popular do nosso país. Quem nunca ouviu na infância histórias do Saci-Pererê, Curupira e Mula sem Cabeça? Os alunos do 4º ano aprofundaram os conhecimentos sobre lendas indígenas, histórias fantásticas, cheias de mistério sobrenatural, ligadas à feitiçaria e à magia. Nas nações indígenas essas histórias são muito importantes, uma vez que possuem o poder de doutrinar os índios jovens e arredios. Muitas delas referem-se à flora e fauna da região, pois segundo suas crenças, tanto as plantas como os animais, os rios, os lagos, as cachoeiras e o mar, possuem os seus protetores que exigem respeito e inspiram temor. Envolvidos nesse mundo encantado e munidos de um repertório onde os heróis se sobressaem dentre os membros de sua tribo pelo poder, beleza, bondade e outros feitos, os alunos produziram suas próprias lendas indígenas. Esse livro apresenta o empenho na escrita dos nossos alunos, além de abordar um tema importante que é a preservação e a conscientização da cultura indígena como elemento fundamental na formação do nosso país. Que tal entrar nesse mundo de encantos e magia e apreciar as obras de nossos pequenos escritores? Boa leitura! 2
AUTORES ARTHUR COSTA MARTINS BERNARDO DE SOUZA NEVES CAIO ONO TONAKI PEREIRA CLARA BARBIERI CLARICE COLUCCI GARIBE ENRICO C. DA CUNHA ENZO DE CRESCENZO GAZONI GUILHERME MATSUMOTO BELLO JULIA HENRIQUE BARRETO LUANA DANIELA R. DE LA CRUZ LUISA DENSER DE SÁ ASTONI MARIA LUIZA SILVA MORAES MARTIN ZARONI VASQUES MAX RUIZ TATINI MIGUEL THIMOTEO CAVASSIN PIETRO LOPEZ DOZZI SOFIA GOMES MUNHOZ COCHIR
4º ANO – B | 2017 Ivelise Strada PROFESSORA
KAREN VECCHI COORDENADORA PEDAGÓGICA 3
SUMÁRIO
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GUERRA DOS DEUSES
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INO: A DEUSA DO VENTO
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KAYKE, O DEUS DA ÁGUA
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O SURGIMENTO DA LUA
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NUNCA SE DISTRAIA
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A LENDA DO MILHO
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O ÍNDIO PAPAGAIO
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O SURGIMENTO DO CAJU
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POVO EXIGENTE
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O SURGIMENTO DO DEUS NATURAL
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O JEITO CERTO DE CONTAR A HISTÓRIA DO BRASIL. OU NÃO?
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O NASCIMENTO DO GIRASSOL
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O INDÍGENA INFERNAL
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A LENDA DAS MONTANHAS
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O DESCOBRIMENTO DA LARANJA
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A ORIGEM DO AÇAÍ
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A CORAJOSA MAINÁ
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GUERRA DOS DEUSES por ARTHUR COSTA MARTINS
Há muito tempo, numa vila chamada Sayaijo, tinha um menininho chamado Goku. Ele era educado, engraçado, bonito, feliz e tinha vários poderes que foram dados por sua mãe, que era uma Deusa dos Elementos, chamada Tsunade. Um dia, um índio inimigo, chamado Gokublack, tentou invadir a vila, desejando vingança pela morte de seu pai, o português Zamas, que tinha sido morto por um índio da tribo, pai de Goku. Gokublack, ao entrar na tribo, ficou gritando desesperadamente perguntando onde é que estava Goku. Ao se encontrarem, os dois lutaram e então Goku usou sua superforça para derrotar o Gokublack e conseguiu graças aos poderes dados pela sua mãe, como o poder kamerame-ha. Gokublack não resistiu ao golpe de Goku, mas pouco tempo antes de morrer ele jurou que um dia iria voltar com a força de um deus da destruição. Então se passaram cinco semanas depois da morte do índio, ninguém mais se lembrava do combate. A vila estava despreparada quando um demônio gigante apareceu quebrando o chão, os índios ficaram com medo e começaram a gritar por Goku. O mestre de Goku, que treinava, disse: 5
— Goku, solte o seu kame-rame-ha o mais rápido possível no demônio. — Ok, então lá vai kaaaamee-raaaameee-haaa. Goku consegue matar o demônio pela segunda vez, mas o demônio acabou deixando uma maldição na vila que ela se queimaria e todos morreriam junto com Goku. No dia seguinte um incêndio começou a destruir a vila inteira e todos morreram.
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INO: A DEUSA DO VENTO por BERNARDO DE SOUZA NEVES
Há muito tempo, no alto das montanhas da Amazônia, havia uma tribo de índios, os Muras, que acreditava em um Deus do Sol chamado Tupã. Tupã era forte, musculoso, disciplinado, confiante e inteligente. Esse Deus gostava dessa aldeia, então a protegia em qualquer circunstância. Na aldeia, havia um grupo de meninas, que em seu futuro desejavam se tornar deusas. Elas brigavam pela disputa deste poder. Em um dia ensolarado, o grupo de meninas estava na floresta e logo diante delas, a um passo, Deus Tupã apareceu. E elas disseram: — Ó Deus Tupã, nós queremos ser deusas! Tupã respondeu: — Primeiro, quais são os seus nomes? Exclamaram elas: O meu é Sakura, o meu é Ino, o meu é Kinoy, e o meu é Tsunade!!! Tupã respondeu: — Proponho um desafio e quem vencer será uma deusa. Ele vai começar em dois dias. Depois de tanto preparo, chegou o dia do desafio: uma corrida, que iniciaria às 13:00.
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Tupã analisou as garotas durante toda a corrida e finalmente chegou a uma conclusão. E quem venceu foi: Ino!!! Tupã a escolheu, pois ela mostrou todo o seu potencial no desafio, tinha uma esplêndida velocidade e enquanto corria saía vento de seus pés, levantando tudo o que havia ao lado, deixando as outras com inveja. A partir desse dia surgia Ino, a Deusa do Vento.
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KAYKE, O DEUS DA ÁGUA por CAIO ONO TONAKI PEREIRA
Em uma tribo, que fica perto de um vulcão, os índios moravam em casas altas para se defenderem de animais perigosos. Essa tribo era chamada de Amedrontadora, pois os moradores usavam máscaras que davam arrepio. Havia uma lenda criada pelo chefe da tribo que dizia que um dragão iria despertar das chamas do vulcão, ele despertava de cinco em cinco anos. Nesta tribo havia um garoto que se chamava Kayke que não tinha medo de se arriscar pelos amigos, ele era sempre otimista, mas não muito forte. Seus pais foram mortos pelo dragão quando ele tinha cinco anos. Em um dia normal, o amigo Ubiratan contou para Kayke a lenda do dragão: — Kayke, minha mãe me contou a lenda do dragão. Kayke pergunta, curioso: — Ubiratan, como é essa lenda? O amigo contou toda a lenda para Kayke e terminou somente cinco horas depois — E fim. Kayke fala, cansado: — Esta lenda é imensa, deu até sono.
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O menino foi dormir e teve um sonho que toda a tribo estava sendo atacada por um dragão de mais de cinco metros. Ele acorda com medo e vê que de repente o sonho dele virou realidade, o dragão saiu voando do vulcão sem sentir dor e nem tinha queimaduras. A aparência dele era de lava, mas ele era de carne e osso. Kayke correu e viu que do vulcão estava saindo lava e que estava queimando as casas e as pessoas. O garoto foi para o teto de sua casa e viu que o dragão estava matando e queimando tudo que aparecia em sua frente. Ele foi correndo para salvar as pessoas de sua tribo. Pegou um arco e suas flechas e foi atirar no dragão. Até que atingiu um olho do monstro que caiu na lava quente e adormeceu por mais cinco anos. Algumas pessoas da tribo foram salvas e outras morreram. Kayke conseguiu salvar a maioria e deter o dragão, mas custou sua vida. Antes de morrer, o dragão soltou uma bola de fogo no guerreiro, que não aguentou. Depois disso, Kayke virou o Deus da Água, que protegia sua tribo do dragão, assim nunca mais o dragão poderia matar alguém.
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O SURGIMENTO DA LUA por CLARA BARBIERI
Em uma tribo distante, no coração da Amazônia, viviam fortes índios, que trabalhavam com a madeira das árvores e não tinham nem um minuto para descansar. A noite ainda não existia naquela época e os dias pareciam muito compridos. As mulheres e crianças permaneciam em casa, cuidando das suas moradias. O mais forte dos índios, que se chamava Cauê, era o que trabalhava melhor. Era cobiçado por todas as mulheres solteiras da tribo. Alto, corajoso, inteligente, elegante e com fortes músculos, Cauê vivia reclamando do seu cansaço e não tinha um lugar escuro para poder descansar. Certo dia, com o sol atingindo seu rosto, o jovem índio decidiu convocar uma reunião, depois da hora do almoço, com todos os trabalhadores da tribo: — Nós precisamos tomar uma providência! Não podemos permanecer cansados! — Eu concordo chefe! Não aguento mais esse trabalho! Daquele dia em diante, todos os dias, a tribo pedia ao Deus Tupã que encontrasse uma solução para esse problema. Passaram-se alguns meses e nada. Nem um pequeno sinal acontecia. Existiam pessoas que nem se lembravam mais daquela reunião.
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Cauê
estava
emburrado, mais
não
aquele
descanso.
muito aguentava
trabalho
Então,
sem
decidiu
consultar o pajé: — Meu chefe, você sabe se existe alguma solução para o problema da nossa população? — É claro, meu caro companheiro, mas não é tão simples como você pensa: terá que organizar uma cerimônia ao Deus Tupã. E acredite, em duas
semanas
ele
irá
te
recompensar — explicou o pajé. Cauê seguiu todas as ordens e fez uma linda cerimônia ao Deus Tupã. Depois de duas semanas, como um milagre, o Sol, em um momento do dia, ficava branco! Ao mesmo tempo, a cor do céu também ficava de outra cor, em vez de azul claro, virava azul marinho! O forte índio e sua tribo deram um nome a esse fenômeno: agora se chama noite. Quanto ao sol branco, denominaram de Lua. Além disso, resolveram descansar e dormir neste horário do dia. E foi assim que aconteceu o surgimento da Lua.
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NUNCA SE DISTRAIA por CLARICE COLUCCI GARIBE
Em uma tribo indígena bela, colorida e harmoniosa chamada Kanauiú habitava uma jovem chamada Iara, de 13 anos, amorosa, bondosa, bela e muito corajosa, todos da aldeia gostavam dela. Em um belo dia, Iara saiu para uma de suas aventuras, pulou de cipó em cipó com os macacos, acompanhou os elefantes em sua manada e nadou com um peixe-boi e outros peixes. Iara ficou tão animada, mas tão animada, que quando abriu os olhos e se deu conta do tempo, estava noite. No mesmo instante ela se lembrou do que seu pai havia lhe dito: — Minha filha, quando começar a anoitecer, volte para casa o mais rápido possível porque lobos vão começar a te perseguir! Quando ela se lembrou do aviso de seu pai, era tarde demais! — Auuuuuuuuu!!!! Ao ouvir os uivados, começou o seu desespero! Ela pensou em gritar o chamado de emergência da tribo, mas ela pensou: “Não posso fazer isso, vou atrair os lobos”. De repente ela viu dois vagalumes, ela pensou que se pegasse esses pequeninos eles poderiam iluminar o seu caminho de volta, mas quando Iara se aproximou, começou a ver pelos em cima de seus olhos. Chegou mais perto ainda e viu mandíbulas, era um lobo. Ela ficou desesperada, não sabia o que fazer, mas como o lobo já estava lá, ela deu o grito de alerta. 13
Todos os índios da sua tribo foram resgatá-la, menos as meninas e as crianças. Aquele lobo era iiiiiiiiiimeeeeensoooo!! Infelizmente, na luta contra os lobos, todos morreram. As meninas e as crianças da tribo, que não foram salvar Iara, sobreviveram. Porém, dias após a catástrofe, não conseguiam caçar nem pescar, pois essa era a tarefa dos garotos da tribo. Quanto à plantação, demorava muito para crescer, pois faltava gente para cuidar da terra. Depois disso ninguém mais ouviu falar sobre a tribo Kanauiú, não se sabe o fim que ela teve. Por isso eu digo: nunca se distraia!
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A LENDA DO MILHO por ENRICO C. DA CUNHA
Em uma aldeia localizada no litoral brasileiro vivia um índio chamado Irapuruna. Ele era alto, tinha cabelos escuros, era amigável e esperto. Era casado com Mainapuru, uma índia forte, bonita, amorosa, gentil e inteligente. Eles pertenciam à tribo Tarairiús, conhecida por ter táticas de luta diferentes: davam urros e súbitas avançadas e se escondiam atrás das árvores. A índia Manaipuru era chefe de uma equipe preparada para qualquer invasor. Certo dia, um colono português, chamado Sérgio Ramos, invadiu a tribo e disse: — Quero esse local para mim e quero escravizar todos dessa aldeia. Mainapuru disse: — Não! Vamos resolver isso guerreando! Sérgio Ramos concordou e eles começaram a guerrear. Passados 10 meses de luta, nada de Mainapuru voltar para a tribo. Todos estavam preocupados. Até que Irapuruna recebeu a notícia que Mainapuru, sua amada, havia morrido durante a luta.
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Triste, Irapuruna foi chorar no pé de uma árvore amarela, suas lágrimas saíram amarelas. Como sua amada gostava muito de milho, as lágrimas de Irapuruna fizeram o milho surgir e assim o espírito de sua amada ia neste local todos os dias para comer milho, e Irapuruna sentia que sua amada estava lá todos os dias e assim aliviou a sua solidão.
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O ÍNDIO PAPAGAIO por ENZO DE CRESCENZO GAZONI
Em uma aldeia indígena havia um índio muito bonito e forte, o nome dele era Acir, era amigo de todos os indígenas e seu sonho era ser popular entre todos os seres vivos. Houve um dia que a tribo foi atacada por colonos que queriam conquistar toda a terra e Acir lutou para proteger os indígenas. Os colonos foram derrotados, mas juraram vingança. Um colono perguntou para o seu chefe: — Como vamos destruir eles? — Melhorando nossas armas. Então eles melhoraram bastante para sua vingança. Os indígenas colocaram armadilhas e Acir começou a malhar com um pedaço de tronco e ele pensou: — E se os colonos ficarem mais fortes? Então ele malhou bastante para ficar mais forte ainda. Dias depois, os colonos retornaram à tribo. Acir atacou com tudo e gritou: — Vocês são loucos! Os colonos ficaram furiosos e, com suas armas de fogo, começaram a atirar nele. Acir morreu. A alma de Acir fez um pedido para um espírito supermágico: — Eu posso retornar? 17
Mas o espírito recusou o pedido. — Eu apenas posso retornar como um pássaro? — insistiu Acir. Dessa vez, o espírito aceitou o seu pedido e fez com que ele virasse um novo pássaro que se chama papagaio, ele repetia o que as pessoas diziam e acabou virando um piadista. O papagaio foi visitar os indígenas e eles falaram: — Um pássaro!! E ele repetiu: — Ca ca! Um pássaro... Ca ca! Os indígenas riram e riram, pois nunca tinham visto um pássaro falante antes. O papagaio sorriu e foi embora. E a partir desse dia Acir, agora papagaio, realizou o seu sonho, que era ser popular entre os seres vivos.
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O SURGIMENTO DO CAJU por GUILHERME MATSUMOTO BELLO
Na tribo dos Tarairiús havia um garotinho baixinho e simpático chamado Caju. Ele adorava frutas e queria conhecer todas as frutas do mundo, mas ele não podia fazer isso senão os outros países e tribos o matariam, por ser um inimigo invasor. Ele adoraria ter superpoderes para
encontrar
essas
frutas
rapidamente. Preferiu criar sua própria fruta e pediu ajuda de seus amigos Erick, que controlava Sol, Zaza que controlava a chuva e o mago
Gudi.
Para
isso
eles
precisavam de várias sementes de frutas e líquidos doces avermelhados. Eles ficaram mais de dois meses procurando os elementos, e quando encontraram saíram correndo para a oca do feitiço. Eles colocaram e misturaram os elementos em uma panela mágica. E assim conseguiram uma bela semente.
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Depois de alguns dias, eles resolveram plantá-la. Em algumas semanas a semente cresceu e virou uma fruta diferente, por ter uma parte em cima dela que dava para cozinhar e virava uma comida, ou melhor, uma castanha. Eles deram o nome de caju, por causa do menino que deu a ideia se chamar Caju. E assim o caju foi criado e a tribo adorou a nova fruta, que virou típica da tribo e todos queriam experimentar. Todos agradeceram Caju, Zaza, Erick e Gudi pela criação.
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POVO EXIGENTE por JULIA HENRIQUE BARRETO
Em uma bela tribo indígena chamada Mura, só existia um tipo de flor: Violeta. Os Muras adorariam conhecer uma nova flor e faziam esse pedido aos deuses. Até que um dia começou a chover, depois de um minuto a ventar e em seguida um sol de ferver a pele, os três ao mesmo tempo. E então tudo parou e, de repente, em meio à aldeia, surgiu uma nova flor: a Rosa. De dentro dessa flor surgiu uma deusa das flores: Marta. Todo o povo ficou encantado! Marta lançou um “feitiço” para toda a aldeia ficar florida. Ficou tudo lindo, colorido e perfumado. Certo dia, todo o povo começou a exigir dessa deusa muitas flores. Marta ficou cansada e retirou o “feitiço” deixando tudo preto, branco e cinza. Todos da aldeia ficaram desesperados! Enquanto a deusa entrava de volta na flor todos berravam: — Volte! Não vá! Não nos abandone! Mas mesmo assim ela foi. Os Muras fizeram de tudo para que ela voltasse, mas nada adiantou. O povo ficou triste por tudo ter perdido a cor. Percebendo a tristeza da tribo, Marta decide dar uma nova chance e volta para alegrar todo o povo novamente!
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E a partir daquele dia, o povo aprendeu que cada um tem seus limites. Não abusaram mais da Deusa Marta com suas exigências. Quando queriam mais flores, pediam com educação e respeito. E assim viveram em harmonia.
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O SURGIMENTO DO DEUS NATURAL por LUANA DANIELA R. DE LA CRUZ
Em uma tribo pequena, muito arborizada, rica de alimentos, vivia Jaci, uma pequena garota encantadora, curiosa e corajosa, de pele morena e com enfeites de penas coloridas no corpo. Ela estava à espera do seu pai voltar da caça para lhe contar lendas. Depois de tanto esperar, o seu guerreiro e admirado pai chegou. A jovem falou: — Pai, quanta demora! Hoje quero que me conte a história do deus natural. O pai respondeu: — Olá para você também. Claro que eu te conto! “Tudo começou quando os elementos naturais fizeram uma reunião” então, a água falou: — A nossa tribo não está se dando bem, temos que criar alguém que ajude a ter uma convivência harmoniosa para não acabarem como inimigos. O fogo respondeu: — Verdade! Eu pensei em criar um Deus com nossas melhores habilidades. E então criaram o deus natural.
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No princípio funcionou, mas depois de algumas horas...tudo virou uma catástrofe! Deslizamentos, tremores de terra... Os indígenas não aguentavam tanto sofrimento, a sorte é que a maioria sobreviveu, mas pelo trauma eles mal se falavam. Os elementos naturais fizeram outra reunião e vento falou: — O nosso plano não deu certo! O que fazemos agora? Então a terra falou: — Eu entendi o defeito. O nosso deus estava desprotegido, isso fez com que a força do mal o controlasse, por isso eu fiz uma armadura de rochas para protegê-lo dos demônios, então já podemos testar ele para proteger nosso povo. Desde então nosso povo foi protegido do mal e a convivência ficou muito melhor para os indígenas. E nosso povo vive em harmonia, protegido pelo deus natural... Fim” — Pai, que legal essa história! Vou contar para meus amigos e amigas. — Vai lá filha, espalhe nossas lendas ao nosso povo.
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O JEITO CERTO DE CONTAR A HISTÓRIA DO BRASIL. OU NÃO? por LUISA DENSER DE SÁ ASTONI Existia uma tribo que morava em uma mata fechada, porém tranquila e bem calma. Essa mata tinha muitas árvores, com muitos animais e rios também bem calmos, com flores, grama e muitas outras coisas... Essa tribo é atual, mas os índios ainda viviam como antigamente e se vissem um celular, falariam: — Mas que troço estranho é esse? Como se mexe? Uma curiosidade dessa tribo é que eles acreditavam que a história da escravização de antigamente foi diferente. É aí que essa história começa! A tribo conta a história assim: “Em certo dia, uns portugueses estavam viajando atrás de temperos e frutas que complementassem as suas comidas para revenda e também de metais, especiarias, etc.” Tudo a pedido do rei. Eles viajavam por muitos dias, ops!!! Dias não, semanas, semanas viraram meses e de meses anos... Pararam em várias terras, encontraram praticamente tudo o que precisavam, mas os portugueses eram muitos ambiciosos e sempre queriam mais.
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Eis que um dia encontraram terra, acharam que estava vazia, mas se enganaram, tinha dono: os indígenas. Eram os Tupinambás. No início foi difícil se comunicar, mas deram um jeito. Um escritor que estava na viagem, na verdade era um mensageiro do rei que escrevia o ocorrido, e que se chamava Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta falando o que achava dos sujeitos, os índios, para o rei da Portugal: — A feição deles é parda, um tanto avermelhada, não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas... (Os índios andavam nus, por isso o jeito de escrever na carta). Os indígenas, na primeira vez que viram os intrusos, tinham táticas de guerra: se escondiam atrás das árvores, davam urros de tremer o chão para botar terror e medo e davam súbitas avançadas contra os europeus. Nada daquela terra, por enquanto, interessava os europeus. Mas com o passar dos dias, a cada momento que ficavam naquele lugar, achavam coisas novas que os interessavam. Até que encontraram uma coisa que não tinha na terra deles e nunca tinham pensado que existia, e essa coisa era: o AÇAÍ!!! Os portugueses mandaram os índios cortarem árvores para extrair o ACAÍ, queriam tomar o local, porém os Tupinambás não deixaram, logo revidaram. Aconteceram guerras entre os povos, batalhas pelo local, e, vencidos, os indígenas foram escravizados pelos portugueses. “Passaramse muitos anos 500, 300 por aí, até que em um dia o deus Tupã ficou
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cansado de ver esse sofrimento e mandou do céu uma princesa para acabar com essa escravização: a Princesa Izabel, a Tupãzinha.” E é assim que os índios acreditam que foi a história.
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O NASCIMENTO DO GIRASSOL por MARIA LUIZA SILVA MORAES
A tribo indígena Apopocuva era rodeada de flores, tão colorida que parecia um arco-íris, mas uma cor não existia: o amarelo. Nessa tribo, havia uma índia bonita, meiga e inteligente, que se chamava Luna. Ela era apreciadora de flores e por isso tinha uma coleção. Todas as suas flores eram coloridas e cheirosas. Em sua coleção havia de várias espécies e cores, mas faltava uma. Um dia ela falou para seu amigo: — Murici, pega a flor que falta para mim? — Não posso pegar, ela fica na tribo dos Tarairiús e se eu for lá eles vão me matar com suas armas, setas, machados e táticas de guerra, como se esconder atrás de árvores. — Então eu vou pedir para o meu salvador. — Quem é ele? — É o Sol, ora bolas! Então ela foi para a sua tribo e todo dia ela saia correndo para tentar abraçar o Sol e fazer o seu pedido, ela amava o seu salvador. Mas não conseguia abraçá-lo. Luna pensava que o Sol estava a sua frente, mas na verdade o que ela via era apenas a sua sombra. A indiazinha ficava emburrada e voltava para sua oca.
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Um dia, desistindo da ajuda do Sol, ela foi à tribo dos Tarairiús para pegar a última flor que lhe restava. Mas na hora em que ela pegou a flor, Luna foi morta pelos Tarairiús com um machado. O Sol ficou com tanta pena dela que a transformou na última flor que queria: o girassol.
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O INDÍGENA INFERNAL por MARTIN ZARONI VASQUES
Em um dia, Ikal, um adolescente indígena forte, bom de mira, de olhos verdes do povo Chicolaiabaia, estava caminhando de volta pra casa e ao chegar, seu pai, o índio Kawai, logo disse: — Filho, vá ao vulcão da destruição e pegue um pouco de lava para esquentar o jantar. E Ikal disse: — Ok. Ninguém da aldeia sabia, mas em 1842 o vulcão tinha sido possuído pelo Iluminati que era uma pirâmide com vida, do mal, com um olho só, que tinha o poder de possuir as coisas e as pessoas que entrassem lá. Quando estava quase chegando, sentindo aquele cheiro de queimado e ficando suado, ele pensou que algo iria dar errado. Ele não queria decepcionar seu pai e continuou a missão. Chegou com seu balde e cuidadosamente pegou um pouco de lava. Mas, no meio do caminho, a lava o puxou de volta ao vulcão. Ao mesmo tempo em que Ikal estava sendo puxado, sua visão ficou vermelha e ele começou a ficar metade homem e metade demônio. O garoto, quando foi puxado para a lava, ganhou poderes de demônio. Dentro do vulcão, subiu em uma rampa de pedra e depois alcançou o caminho de casa.
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Depois desse dia, toda vez que ele ficava irritado, sofria uma transformação, o olho dele ficava branco, ele conseguia voar, suas unhas ficavam pontudas e saiam bolas de fogo de suas mãos. Ikal ameaçava os outros
indígenas
que
irritavam ele. Todo mundo parou de gostar dele e quando ele estava sozinho ele disse para si mesmo: — Eu vou maltratar e amaldiçoar todos os que me rejeitaram, de um jeito muito brutal. Ele amaldiçoou a aldeia inteira, incluindo seu pai, e a criou em outro lugar que combinasse com ele, pois estava se sentindo sozinho por ser o único demônio da aldeia. E foi assim que foram criados os demônios e o inferno indígena.
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A LENDA DAS MONTANHAS por MAX RUIZ TATINI Há muito tempo, no Brasil, existiam índios canibais que invocaram um terrível, gigante e assustador lobo sanguinário, com dentes afiados. Esse monstro foi invocado para destruir tudo que via pela frente. Mas existia uma enorme tribo indígena que foi avisada da vinda do lobo sanguinário. O mensageiro era o grande e poderoso Tupã, o deus mais belo, forte, bondoso, habilidoso e mágico da tribo. Existia, na tribo, uma bebê bem pequena e fofa que era a escolhida por forças maiores para derrotar o lobo sanguinário. Tupã também avisou que o lobo sanguinário chegaria à terra dos índios em um festival dos canibais chamado Moon Day. Os índios chamaram guerreiros, prepararam armadilhas, montaram fortes e chamaram deuses, magos e até Goblins, que são criaturas escamosas e verdes que queriam engolir os índios numa bocada só. Era uma confusão entre os indígenas: — Vamos, vamos, vamos! — Olha por onde anda. — Vai mais rápido, caramba! — Anda, anda, anda, anda, anda! Dois dias se passaram e o lobo sanguinário chegou. Ele começou a atacar todos! Muitos morreram, muitos fugiram e outros se suicidaram.
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Até que a escolhida chegou e deu um abraço no lobo, ele gostou tanto do carinho que se deitou e cobriu o mundo inteiro com seu corpo. E assim surgiram as montanhas, e o lobo sanguinário dorme no mundo até hoje.
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O DESCOBRIMENTO DA LARANJA por MIGUEL THIMOTEO CAVASSIN
Em uma tribo indígena, localizada na Mata Atlântica, há muito tempo, aconteceu a final da WW Índio, um evento de luta que acontecia de cinco em cinco anos. O vencedor ganhava uma fruta preciosa, que deixava os guerreiros mais fortes e que tinha uma cor parecida com a cor do sol se pondo. Ao certo ninguém sabia o nome nem a cor dessa fruta, mas o Deus Tupã a mandaria lá do céu. Seria a fruta mais gostosa de todos os tempos. O maior vencedor da WW Índio era o Hoüwâ. Ele nunca tinha perdido antes, mas desta vez ele perdeu para o Täntó. Ele ficou tão bravo que queria até se matar. Então pensou: “Ah, daqui cinco anos eu posso ganhar”. Mas ele esqueceu que aquele era o último ano do festival. Então, teve a ideia de roubar a fruta preciosa do Täntó. Preparou uma armadilha, ele iria se encontrar com o Täntó e faria ele pisar em uma corda, que o prenderia em uma jaula. Assim conseguiria pegar a fruta preciosa. Chegou o dia e tudo estava dando certo, mas os chefes da tribo chegaram quando Hoüwâ estava fugindo, pegaram ele no flagra. Ele foi preso e passou a vida inteira em um buraco fundo sem saída, feito pelos índios. Ele passava todos os dias dizendo: — Eu quero a preciosa! 34
E de tanto ele falar, acabou ficando da cor da fruta. Ele acabou morrendo por ficar em depressão, pois não tinha conseguido o último e mais importante troféu e acabou em um buraco fundo. Vendo Hoüwa daquela cor e por ter sido o lutador que mais ganhou fruta no mundo, o Deus Tupã, com pena dele, decidiu transformá-lo naquela fruta preciosa e pediu para os criadores da WW Índio dar o nome da fruta baseado no tom alaranjado do sol. Então deram o nome de laranja, cor que mais brilhava em todos os festivais.
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A ORIGEM DO AÇAÍ por PIETRO LOPEZ DOZZI
Em 1.300, um índio chamado Gregório, um idoso amigável, criativo, engraçado, folgadinho, mas muito legal, estava andando pela floresta para pegar recursos naturais e encontrou uma fruta diferente. Ele decidiu chamar a fruta de açaí porque o neto dele adorava objetos roxos e era a cor preferida dos dois. Gregório tateou, cheirou e finalmente ele experimentou a fruta, ele adorou! Foi correndo para mostrar a novidade para o neto: — Pietro, olha o que eu tenho na mão, um açaí! — Vô, o que é um “açaí”? — Filho, um açaí é uma fruta deliciosa, experimente: — Hummmm... Que delícia! O cheiro é muito bom, eu quero mais, por favor. — Então venha, é por aqui. O vô esquecido, não conseguia lembrar o caminho que levava até o local onde havia achado a fruta. No meio do caminho, o neto ficou desesperado, e, então, eles viram as pegadas do vô, até que observaram algo roxo. Quando eles se aproximaram, era a árvore de açaí. Eles voltaram para a aldeia felizes e dividiram a nova fruta para todos, que saborearam com muito gosto.
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A CORAJOSA MAINÁ por SOFIA GOMES MUNHOZ COCHIR
Em um belo dia, no norte da Amazônia, vivia uma simpática, meiga, bela índia chamada Mainá. Ela era a filha do Pajé, o líder da tribo Tarairiú. Um dia eles perceberam que a floresta que eles viviam estava morrendo, e a Mainá falou: — Pai, a floresta está morrendo. O que a gente faz? — Filha, vou chamar o Tupã e a mãe do mato. — Pai, quem são eles? — O Tupã é o deus da chuva e a mãe do mato é a protetora da floresta. O pai de Mainá foi à busca deles enquanto Mainá ficou em sua oca esperando seu pai voltar. No dia seguinte, ele disse: — Hoje vamos receber o Tupã e a mãe do mato. — Pai, mas eu nem me preparei. — Calma filha, eles vêm mais tarde. — Ufa. Algumas horas depois, eles chegaram para resolver o problema. — Olá senhor Pajé, sou a mãe do mato. — Oi, eu sou o Tupã. — Oi, tudo bem com vocês? Eu sou a Mainá, filha do Pajé. — Muito prazer em conhecer você. 38
Depois de muito tempo de conversa, eles decidiram chamar a Mainá para descobrir o que estava por trás do desmatamento da floreta. O Pajé decidiu chamar sua filha porque era a mais nova da tribo e ele estava ficando fraco para liderar a tribo, se ela conseguisse, iria ser a nova chefe da tribo: — Mainá, minha filha, venha aqui. — O que foi, pai? — Filha, nós decidimos que você vai para a floresta descobrir quem desmatou a floresta. Vai ser uma prova para ver se você consegue liderar a tribo. — Tudo bem, eu vou achar quem desmatou a floresta. Mainá foi à floresta e viu dois caçadores cortando árvores para pegar frutos como o cacau, o guaraná e para extrair o látex. Então ela pegou um cipó que estava pendurado em uma árvore e amarrou os pés deles e eles caíram. A garota viu um barco na beira do rio e colocou os homens no barco, e eles foram bem longe. Quando ela voltou para a tribo, o pai dela, o Tupã e a mãe
do
mato
bateram
palmas, perguntaram tudo o que aconteceu com a Mainá e ela ficou muito feliz em responder. E desde então ela se tornou a líder da tribo. 39
E teve muito mais desenhos....
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