Publi beto carreiro
Descoberta animal
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Carta das editoras
Revista customizada desenvolvida pelas estudantes de graduação Camila Faccio, Monica Andrade, Franciele Vieira e Thais Alves, com orientação dos professores Luciano de Castro, Israel Braglia e Mary Vonni Meurer para o Projeto Editorial do curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina. A revista foi desenvolvida para o público do Parque de diversões Beto Carrero World em Penha, Santa Catarina.
Estamos chegando ao fim de mais um laborioso semestre, em meio à gotas que não sabemos se são de suor ou de choro. Concluímos este projeto como quem sai de uma montanha russa, com a adrenalina no sangue como de quem passa por uma experiência de quase-morte, mas com o desejo de sair correndo de volta à fila e fazer tudo mais uma vez, prontas para mais uma aventura e uma nova experiência. A cada manhã, enfretamos o despertador como quem vai enfretar a Monga. Como quatro amigas que discutem para decidir qual brinquedo irão primeiro no parque, a revista foi construída. Em meio a concordâncias e divergências, batendo cabeça como um carrinho de bate-bate. Concluímos este trabalho como uma criança que deixa o parque: exautas, mas com o sorriso na cara de quem se divertiu no percurso. Estamos muito contentes e orgulhosas do resultado. Desejamos a vocês, caros leitores, proveitosa leitura, divirtam-se tanto quanto nós nos divertimos construindo. “A diferença entre as mulheres e as meninas está no tamanho dos brinquedos” Beijos, Camila, Franciele, Monica e Thais
Material do miolo impresso em papel couchê 115g, capa em papel couchê 300g, pela empresa gráfica Boa Impressão.
Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, Santa Catarina Junho de 2018 1ª Edição
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NOTA: Este é um projeto exclusivamente para fins acadêmicos. As imagens e textos não são de autoria do grupo e foram retiradas de fontes da internet com licença aberta para o uso não comercial.
Quem somos Camila Faccio
Diagramadora da editoria Curta cultura, desenvolveu as seções: Mural, Séries e filmes, Comportamento e Inovação
Franciele Vieira Dias
Diagramadora da editoria Giro no mundo, desenvolveu as seções: Você no mundo, Tecnologia e Inovação e Aplicativos.
Monica Andrade
Diagramadora da editoria Do seu jeito, desenvolveu as seções: Mexa-se, Educação, Gastronomia, Moda, Mesa-redonda. Também é a ilustradora da nossa linda capa!
Thais Alves
Diagramadora da editoria Saia da tela, desenvolveu as seções: Faça arte, Abra o olho, Descoberta animal e Coluna do Faísca.
Sumário
Saia da tela
Faça Arte
Curta Cultura
68 Como sobreviver as férias
Mural
sem internet?
70 Porque a diversão é tão util
6 Programação 8 Os filmes mais
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aguardados de 2018 Séries e filmes La casa de papel Lara Croft Black Panther Como treinar seu Dragão 3 Comportamento Mano Brown Savage x Fenty Cultivar A linda vitória de Shaquem Lupita e Viola serão guerreiras africanas do século 18 Projeto: ponto firme Bethany Hamilton: unstopable!
para a humanidade? Giro no mundo
Do seu jeito
73 Lego em Braile 76 Nichos com palitos de picolé Abra o Olho
32 36 40 44
Tecnologia & Inovação Mulheres na Tecnologia Próteses para animais Você no mundo Partiu Intercâmbio! Aplicativos 6 apps para quem quer aprender música
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Mexa-se Que tal ser Cheerleader? Educação A influência dos pais na escolha profissional dos filhos Gastronomia Necessidades nutricionais na adolescência Receita tropical de Madagascar Moda 8 dicas para se arrumar para um parque de diversões Mesa redonda Porque a diversidade faz bem?
78 Vicios em tecnologia podem
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84 87
estar relacionados a quadros de depressão e ansiedade Aplicativos infantis estão coletando dados dos seus filhos Descoberta Animal Porque comemos alface e agrião mas não comemos grama e capim? 10 curiosidades sobre elefantes Coluna do Faísca
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curta cultura
PROGRAMAÇÃO
Maio 2018 SÁB 26
Larissa Manoela Up Tour Florianópolis SC Acontece no Stage music park, com abertura as 17h. Ingressos pela Blueticket.
SÁB 26
30ª Festa do Pinhão Lages SC A mais tradicional festa catarinense tem diversas atrações confirmadas. O evento acontece no Parque de Exposições, ingressos Blueticket.
Junho 2018 SÁB 2
Henrique e Juliano Itajaí SC Os ídolos do sertanejo em Santa Catarina! Abertura as 20h, ingressos Blueticket.
TER 5
9° Balneário saboroso Balneário Camboriú SC Festival gastronômico que acontece durante o mês de julho nos melhores restaurantes de Balneário Camboriú.
QUI 21
Queen Experience in Concert Blumenau SC Orquestra ao vivo e Maestro no palco. Acontece no Teatro Pedro Gomes, abertura as 20h.
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Mural SEX 29
Montain do Florianópolis SC
SÁB 23
Circo da China On Ice Florianópolis SC Mais de 30 acrobatas e bailarinos vão se apresentar em cima de uma pista de gelo. Acontece no Teatro Pedro Ivo, abertura as 17h.
Início às 14h, o Mountain Do Costão do Santinho reúne belas paisagens da Ilha com a majestosa estrutura de um dos principais resorts do país.
Julho 2018 SÁB 7
Warung Beach Club: Lee Foss e Englund Itajaí SC
TER 17
Festival de Dança de Joinville Joinville SC
Line Up: Lee Foss e Anabel Englund, Nastia, Stuart King, Leozinho, Eli Iwasa. Ingressos pelo site da Blueticket. Abertura as 23h.
Consolidado pela tradição, profissionalismo e pluralidade dos participantes. Considerado desde 2005 o maior festival de dança do planeta.
DOM 22
GP Winter Triathlon Balneário Camboriú Prova Sprint Triathlon, para todas as faixas etárias, com distâncias de 750m, 20km e 5km. Acontece na Praia Central e Praça Almirante Tamandaré.
SÁB 21
Blumenau International Beer Festival Blumenal SC A capital Brasileira da cerveja apresenta mais um grande evento. Importadoras, cervejarias nacionais e internacionais se encontram para um brinde.
Agosto 2018
SEX 24 SEX 10
Ballet da Rússia: Lago dos Cisnes Florianópolis SC Dirigido por Andrey Liapin trará 40 profissionais russos. No Teatro Pedro Ivo, abertura as 19:30h.
Warung: Festival de cinema de Gramado Gramado RS O Warung Tour 2018 chega com toda energia do beach clube conceito número 1 do Brasil. Atrações à definir, ingressos Blueticket.
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Mural
OS FILMES MAIS
aguardados DE 2018
Oito mulheres e um segredo 7 de junho
Deadpool 2 17 de maio
O melhor filme de super-heróis de 2016 retorna com a expectativa de ser mais e melhor em 2018, ansiedade define.
Essa versão com mulheres promete duelar à altura com os elencos masculinos de Onze Homens e um Segredo — contando, inclusive, com o clássico de 1960. Sandra Bullock interpreta Debbie Ocean, uma mulher recém-saída da prisão que planeja o assalto do século em pleno Met Gala, em Nova York. Para isso, ela terá o apoio de Lou (Cate Blanchett), Nine Ball (Rihanna), Amita (Mindy Kaling), Constance (Awkwafina), Rose (Helena Bonham Carter), Daphne Kluger (Anne Hathaway) e Tammy (Sarah Paulson).
Os incríveis 2 28 de junho
Han Solo: Uma história Star Wars 24 de maio
A extensão do Universo Star Wars no único spinoff possível: a história de origem de Han Solo (Alden Ehrenreich), mostrando as suas primeiras aventuras ao lado do inseparável amigo Chewbacca (Joonas Suotamo).
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Após 13 anos de espera, bastou um teaser que abusa da fofura para o público já desejar a sequência de Os Incríveis mais do que tudo em 2018. Quando Helena é chamada para voltar a lutar contra o crime, cabe ao seu marido, a tarefa de cuidar das crianças, especialmente o bebê Zezé. O que ele não esperava era que o caçula da família também tivesse superpoderes.
Mural
Como treinar seu dragão 3 20 de julho Soluço e Banguela, com ajuda dos dragões e dos vikings, lutam contra Drago Bludvist que quer matar todos estes seres místicos.
Missão: Impossível 6 26 de julho
A franquia Missão Impossível retorna para seu sexto filme, pela segunda vez com o diretor Christopher McQuarrie. A grande novidade é Henry Cavill — com seu polêmico bigode.
Mamma Mia: Lá vamos nós de novo
Predador
Meryl Streep, Amanda Seyfried e Pierce Brosnan retornam, 10 anos depois, para mais uma adaptação do famoso musical inspirado nas canções do grupo pop sueco ABBA.
Ator do personagem Hawkins no filme original, Shane Black dirige e roteiriza uma sequência que promete expandir a mitologia do Predador, um alien caçador de humanos.
19 de julho
2 de agosto
Os livros mais vendidos:
A sutil arte de ligar o foda-se. Mark Manson
A parte que falta. Shel Silvestein
The legend of Zelda: Ocarina of time. Akira Himekawa
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Séries e filmes
LA CASA
DE
PAPEL
é a série de língua não-inglesa mais assistida da Netflix
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série espanhola La Casa de Papel se tornou a série de língua não-inglesa mais assistida na história da Netflix. O anúncio foi feito em carta do serviço de streaming para os investidores, na qual falou das principais estreias dos últimos meses e os lucros financeiros da empresa. O relatório ressalta o sucesso das produções internacionais realizadas por países como Espanha e Brasil. “O Mecanismo, série do criador de Narcos, José Padilha, e livremente inspirada em fatos reais, é uma das produções originais mais assistidas no Brasil”, diz o documento. É uma das produções originais mais assistidas no Brasil”,
Com o sucesso das séries de língua-inglesa, a empresa, que só nos primeiros meses de 2018 faturou US$ 3,6 bilhões, pretende continuar investindo nesse tipo de produção. “Estamos vendo mais exemplos de conteúdos em línguas não-inglesas transcendendo fronteiras”, afirma. “Neste trimestre, o thriller espanhol La Casa de Papel se tornou a série de língua não-inglesa na história da Netflix.” La Casa de Papel conta a história de um grupo que planeja roubas milhões de euros da Casa da Moeda espanhola. Já a série brasileira O Mecanismo, de José Padilha se baseia na Operação Lava-Jato.
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Séries e filmes
Alicia Vikander interpreta a personagem em filme que estreia no Brasil no dia 15 de março
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uando foi anunciado que a atriz suiça Alicia Vikander interpretaria Lara Croft em uma nova adaptação cinematográfica de Tomb Raider, os fãs do videogame de mesmo nome e, em especial, de Angelina Jolie como a personagem, caíram matando. Vencedora de um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por A Garota Dinamarquesa (2015), Vikander foi considerada magra demais e carismática de menos para o papel. O resultado mostra o contrário. Com estreia marcada no Brasil para esta quinta-feira (15), Tomb Raider - A Origem, como o nome sugere, mostra o início da jornada de Lara Croft. “Essa é uma versão diferente de Lara, baseada no reboot do jogo que foi lançado em 2013”, disse a atriz à GALILEU na Comic Con Experience em 2017. “Trata-se de uma história sobre amadurecimento.” No novo filme, a personagem ainda não se tornou a grande arqueóloga e lutadora como na versão de Jolie: Croft é jovem, divide apartamento com uma amiga em Londres, na
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Inglaterra, e ainda se questiona sobre o paradeiro de seu pai, um arqueólogo que sumiu sete anos antes. Por meio de sua inteligência e agilidade, ela descobre uma série de pistas que a guiam em uma aventura na qual pode descobrir o que aconteceu. Nada vem fácil para a protagonista em sua jornada: a jovem Lara Croft erra, chora, se machuca e sofre com as consequências de suas ações. Ainda assim, segue adiante em sua missão. As falhas dão substância à personagem que, por muito tempo, foi retratada como uma lutadora sexy que magicamente tinha todas as respostas. Em uma cena de Lara Croft: Tomb Raider (2001), por exemplo, enquanto Croft realiza um treinamento sem esforço algum contra um robô, a câmera dá vários closes sem propósito nas pernas dela. O problema não é a demonstração de sensualidade, mas a benefício de quem ela é colocada em pauta. Ao ser retratada somente como a lutadora sexy,
Séries e filmes a personagem se torna uma fantasia superficial. Esse foi um estereótipo comum no início dos anos 2000: filmes como Mulher-Gato (2004) e Elektra (2005) apostaram nisso porque acreditava-se que o público feminino não gostava de longas de ação e o masculino só se interessaria por protagonistas mulheres se o corpo delas fosse o principal atrativo. Ambos os filmes foram desastres de bilheteria e até mesmo os longas baseados em Tomb Raider lançados em 2001 e 2003 tiveram números modestos para o gênero. Os resultados fizeram com que, por anos, estúdios de cinema não investissem em produções protagonizadas por mulheres. Após 2010, isso começou a mudar. “Lembro de assistir a Jogos Vorazes no começo da minha carreira e de ficar impressionada por finalmente ver uma mulher como protagonista”, afirmou Alicia Vikander. “Não só precisávamos de mais histórias sobre mulheres como que elas poderiam ser sucessos de bilheterias.”
Em Tomb Raider, a personagem aparece cheia de dúvidas e inseguranças, mas também coragem, força e determinação. É o tipo de representatividade que mostra que as mulheres podem tudo, desde que seja escolha própria delas. Viva a nova Lara Croft!
percebi que nunca tinha visto uma cena em que tantas mulheres lutavam juntas Com o sucesso de Jogos Vorazes, vieram outros filmes cujas protagonistas são inteligentes, fortes e independentes: Divergente, Lucy e Mulher-Maravilha. “Gosto de acreditar que sou uma pessoa consciente e feminista, mas quando assistir a Mulher-Maravilha no ano passado, percebi que nunca tinha visto uma cena em que tantas mulheres lutavam juntas”, disse a atriz. “Teve que ser extremo para eu me dar conta de que nunca tinha visto mulheres nessa posição.
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Séries e filmes
Será o primeiro filme lançado na Arábia Saudita em 35 anos de proibição
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epois de 35 anos de proibição nos cinemas, os moradores da Arábia Saudita finalmente terão a oportunidade de ver um filme na telona. Pantera Negra foi a obra escolhida para essa estreia e a população já aguarda ansiosa pelo seu lançamento, previsto para o dia 18 de abril. Os cinemas foram banidos do país no início dos anos 80, após políticas ultra-conservadoras serem adotadas em 1979. Em dezembro de 2017, a suspensão do banimento foi anunciada como parte dos esforços do príncipe Mohammed bin Salman para modernizar a sociedade saudita. O primeiro filme a ser exibido oficialmente será Pantera Negra. A estreia irá ocorrer em um teatro com mais de 600 assentos localizado no distrito financeiro King Abdullah. A construção foi erguida originalmente para funcionar como uma sala de concertos. A empresa AMC Entertainment planeja abrir 40 cinemas na Arábia Saudita nos próximos 5 anos e 100 deles até 2030, de acordo com a Variety. Com uma população de 32 milhões de pessoas, estima-se que a Arábia Saudita possa produzir lucros de US$ 1 bilhão à indústria cinematográfica.
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Em 1980 o reino saudita ordenou o fechamento dos cinemas do país durante a ascensão de uma insurgência islâmica.
SĂŠries e filmes
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Séries e filmes
Fique por dentro da estréia de
COMO TREINAR SEU DRAGÃO
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C
omo Treinar Seu Dragão 3, a trama do terceiro filme gira em torno de Soluço e Banguela mais uma vez, agora com um interesse romântico para o dragão — uma dragão-fêmea branca da mesma raça que ele — e um novo mundo, conforme sugerido pelo título. O longa é produzido novamente pela Dreaworks Animation Studios e dirigido por Dean DeBlois — que comandou também os dois primeiros filmes da franquia. No elenco estão Cate Blanchett, T.J. Miller, Gerard Butler, Kristen Wiig, Jonah Hill, Kit Harington, Jay Baruchel, Djimon Hounsou e America Ferrera. Conforme Soluço conclui seu sonho de criar uma utopia pacífica de dragões, Banguela descobre uma companheira selvagem atrai o Fúria da Noite para longe. Quando o perigo chega ao lar e o reinado de Soluço como o chefe da vila é testado, ambos dragão e montador precisam tomar decisões impossíveis para salvar suas espécies.
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Séries e filmes O filme “Como treinar o seu dragão 3” ganhou trailer nesta quinta-feira (8 de junho). As imagens mostram uma versão adulta de Soluço, em que ele aparece de barba. Outra novidade da franquia da DreamWorks é a aparição de uma namorada para Banguela, o dragão do protagonista. Conforme Soluço conclui seu sonho de criar uma utopia pacífica de dragões, Banguela descobre uma companheira selvagem atrai o Fúria da Noite para longe. Quando o perigo chega ao lar e o reinado de Soluço como o chefe da vila é testado, ambos dragão e montador precisam tomar decisões impossíveis para salvar suas espécies.
Acabei de gravar a minha parte e é tão lindo, eu acho que deve ser o melhor de todos. - Gerard Butler No original, a animação que estreia em 2019 tem no elenco de dubladores nomes como Jay Baruchel, América Ferrera, Cate Blanchett, Kit Harrington, Craig Ferguson e F. Murray Abraham. Com o subtítulo “O mundo oculto”, este terceiro capítulo da saga baseada nos livros de Cressida Cowell tem na direção Dean DeBlois, o mesmo dos dois episódios anteriores. A história de “Como treinar o seu dragão” (2010) girava em torno da amizade incomum entre um vinking adolescente, Soluço, e um temido dragão Fúria da Noite, batizado de Banguela. O primeiro filme é ambientado em um mundo místico de Vikings e Dragões. A história gira em torno de um garoto de 15 anos chamado Soluço (Jay Baruchel), que vive na ilha de Berk, onde os combates entre vikings e dragões é um modo de vida. O garoto é filho do respeitado viking Stoico, líder da aldeia (Gerard Butler). No entanto, quando Soluço encontra a raça mais poderosa dos dragões, o Fúria da Noite, ele vê sua chance de pro-
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var que ele tem tudo para ser o melhor dos vikings. Depois que ele captura esse dragão com um canhão de disparo de rede, Soluço não consegue matá-lo, solta-o e acaba fazendo amizade com o dragão, a quem ele chama de Banguela. Esta relação vira de cabeça para baixo quando ele se esforça para convencer sua tribo, principalmente seu pai, de que não precisam ser matadores de dragão. “Como treinar o seu dragão 2” (2014) passa-se alguns anos depois e mostra o convívio agora pacífico entre o vilarejo viking e dragões de todas as espécies. No longa, é apresentada a personagem Valka (Cate Blanchett), mãe de Soluço, afastada do filho quando ele era bebê. “Como Treinar o Seu Dragão 2” arrecadou US$ 174 milhões somente nos EUA e ao redor do mundo US$ 426 milhões, além de obter elogios da crítica especializada. Os números transformaram o filme como a animação mais vista de 2014. Já “Como treinar o seu dragão: O mundo oculto” Soluço se torna chefe da aldeia e líder de Berk. Banguela exerce o mesmo papel no mundo dos dragões. E então aparece um dragão fêmea Fúria da Luz.
O amor está no ar Banguela encontra o amor verdadeiro quando encontra a albina Light Fury em “Como Treinar o Seu Dragão: O Mundo Oculto”, e é aí que tudo muda entre dragões e humanos no último capítulo da trilogia da DreamWorks. A cena do ritual de namoro entre os dois dragões estreou em Annecy. É encantador, divertido e lindo. “É para ser uma peça companheira da ‘Amizade Proibida’ no primeiro filme”, disse DeBlois. “Ele testa Soluço no papel de chefe novato, enquanto ao mesmo tempo complica sua autoestima por ter Banguela sendo chamado para a vida selvagem por sua descoberta da Light Fury, uma variação próxima de sua espécie.”
Séries e filmes
Curiosidades da trilogia Como Treinar o seu Dragão é baseado no livro de Cressida Cowell. No romance o dragão Banguela não é preto, mas verde e vermelho. O nome Banguela também tem outra origem, já que o dragão tem apenas um dente e o perde no decorrer da história. As mudanças foram autorizadas pela autora Cressida Cowell, após consulta feita pelos produtores. A personagem Astrid não existe no livro. A aparência e a personalidade de Banguela foram inspiradas em gatos, cachorros e cavalos. O formato do rosto teve por base a salamandra gigante, o maior anfíbio existente na Terra.
David Tennant, que narrou os áudio livros de Como Treinar o seu Dragão, é também o narrador do filme. Os sons feitos pelos dragões foram criados pela Skywalker Sound. O do personagem Banguela, por exemplo, foi criado a partir de uma combinação de sons de elefantes, cavalos, tigres, gatos domésticos e a voz de Randy Thom, supervisor sonoro da empresa. O martelo usado por Stoico foi criado à semelhança do Mjolnir, o martelo de Thor.
Como Treinar Seu Dragão 3 tem estréia prevista para 31 de Janeiro de 2019.
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Comportamento
Quem vê o rap como um universo machista e desigual tem toda razão em assim notálo – não só esse como todos os gêneros musicais.
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Comportamento
Mano Brown: ‘Entendi que, se não respeitar uma mulher, não vou respeitar ninguem’
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m relato recente, o maior ícone do rap brasileiro crê que as coisas devem – e irão – mudar, revelando seu olhar sobre tal processo e como o impacto positivo que o feminismo e a igualdade de gêneros podem oferecer não só para a sociedade como também para o próprio rap – como um elemento essencial para a “sobrevivência do gênero”. Para quem tem dúvidas sobre a procedência de tal contundente afirmação, ela veio de ninguém menos que Mano Brown. “Fui criado de maneira machista, mas o mundo está mudando – e para melhor. Não podia continuar errado desse jeito. Não faz nenhum sentido o homem ser beneficiado só por ser homem; é injusto. Eu acompanho esse processo dentro de casa, com minha esposa, minha filha – vivo cercado de mulheres. No momento em que entendi que, se eu não respeitar uma mulher, não vou respeitar ninguém, aí ficou fácil”, escreveu o vocalista dos Racionais MCs. “Então mudei como pessoa, minha música mudou, minha abordagem, o entendimento do mundo… O homem tem tendência a narrar o que está
em volta dele. Minhas canções têm essa força das ruas, das gangues. Parei para analisar que esse universo masculino também provoca o sofrimento das mulheres”, contou o rapper, em entrevista à revista Claudia deste mês. O relato foi escrito para a edição de março da revista Cláudia, e segue: “Só que todo movimento de mudança encontra resistência. E hoje há dois grupos muito opostos: uma juventude conservadora e outra completamente libertária. Mesmo assim, as mulheres estão entrando com força total em todos os espaços, inclusive no rap. Esse frescor e essa abertura são essenciais para a sobrevivência do gênero, dos sons, das ideias. Por isso que a gente tem que, cada vez mais, cantar as mulheres, colocá-las nos palcos, até para fazer esse movimento contrário à resistência. Eu sei que, quando olhamos, ainda não há mudanças muito significativas, mas elas virão, é inevitável”.
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Comportamento
A
SAVAGE x FENTY A nova grife de lingerie da Rihanna celebra a diversidade
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indústria da moda está passando por transformações profundas em sua constituição. Antes espaço exclusivo de corpos magros e brancos, as passarelas estão cada vez mais diversas, povoadas por pessoas de todas as cores e tipos físicos. No Brasil temos o exemplo marcante da presença da grife Lab Fantasma, criada por Emicida e seu irmão Evandro Fióti, que chamou a atenção de todos ao apresentar uma belíssima e crítica coleção no tradicional São Paulo Fashion Week. Agora, quem também resolveu contribuir para o fim da padronização do que é belo, foi a cantora Rihanna, que acaba de apresentar sua nova coleção de lingerie. Dona da linha de maquiagem Fenty Beauty, Riri pensou a Savage x Fenty com a proposta de abraçar todos os tipos de corpos. As peças começam a ser vendidas no próximo dia 11 de maio e tal como a linha de maquiagem, se preocupa com todo os tons de pele. É bom avisar que já existe fila de espera e você pode escolher um sutiã até o tamanho 100F na numeração dos EUA e uma calcinha extra-extra-grande. Confira abaixo as principais fotos desta novidade tão bem-vinda em tempos de mudança de paradigmas. Chega de estereótipos, afinal de contas quem pode definir o que é ser sexy?
Comportamento
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Comportamento
Cultivar
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O hobby da nova geração
Cuidar de folhagens deixou de ser coisa de avó: hábito é uma maneira de fugir do excesso de tecnologia do nosso dia a dia
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e cinco anos para cá, a mania por plantas fez surgir cinturões verdes em meio às cidades. Para ter uma ideia, em um raio de apenas 1 quilômetro no centro de São Paulo, apareceram ao menos quatro lojas: Arranjo Tropical, JardimSP, Jardin e Selvvva. Esse tipo de negócio, que dá roupagem “cool” a uma atividade antiga, tem germinado nas metrópoles de vários países. O cultivo de espécies em apartamentos, atividade relativamente recente no mundo, tornou-se até matéria a ser ensinada em sala de aula. A Escola de Botânica, que fica anexa à Selvvva, já ofereceu cursos livres — cujos preços variam de R$ 180 a R$ 490 — a mais de mil pessoas desde que foi criada, em 2015. O curso de jardinagem dado pela Prefeitura de São Paulo, gratuito, tem uma fila de espera que pode demorar até dez meses. O impulso para esse fenômeno vem das redes sociais. Tomadas pelo verde, elas propagam a moda. O @urbanjungleblog, por exemplo, que reúne fotos de casas que mais parecem estufas de um jardim botânico, possui mais de 587 mil fãs. A tendência também despertou a atenção de grandes empresas. Em fevereiro, a gigante de vendas online Amazon inaugurou uma loja virtual de plantas. É possível comprar 20 suculentas por R$ 126, só vale, porém, para quem mora nos EUA. Não há entrega no Brasil, onde o envio de plantas vivas pelos Correios é proibido, a não ser em casos autorizados pelo Ibama ou Ministério da Agricultura.
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Inspiração
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ara se tornar um profissional em um esporte ultracompetitivo como futebol americano é preciso se superar. Por isso, quando um linebacker como Shaquem Griffin corre 40 jardas em 4.38 segundos e tem o melhor tempo de um atleta da mesma posição desde 2003 o mundo todos prestam atenção. Tudo isso acompanhado por uma carreira extremamente promissora pela University of Central Florida, selecionado como um dos melhores defensores da liga de atletas universitários americana. Tudo dava a Shaquem peso suficiente para tornar-se profissional. Um pequeno empecilho sobrava: alguma equipe da NFL precisaria apostar em um atleta amputado. O resultado foi melhor que o esperado quando Shaquem foi escolhido pelo Seattle Seahawks, franquia por qual seu irmão gêmeo, Shaquill, já havia sido draftado um ano antes. Ele foi selecionado na 5º rodada do Draft 2018 da NFL , como o 141º no geral, desde 1970, nenhum jogador amputado foi selecionado no Draft da NFL.
Todas as vezes que alguém dizia que eu não podia fazer algo, era quando eu tinha a certeza de que iria fazê-lo “Eu poderia ter sido uma daquelas crianças que sentem toda a negatividade dos outros sobre si. Muitos treinadores e jogadores diziam que futebol americano não é para quem tem apenas uma mão, só para quem tem as duas. Em vez disso, eu sempre transformei a negatividade em algo positivo. Sempre usei a negatividade como um combustível para me levar a fazer melhor. Todas as vezes que alguém dizia que eu não podia fazer algo, era quando eu tinha a certeza de que iria fazê-lo”.
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#AgainstAllOdds
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s irmãos norte-americanos sempre foram apaixonados por esportes, tendo praticado atletismo, baseball e futebol americano durante a infância. Shaquem nasceu dois minutos depois de Shaquill e foi diagnosticado com Síndrome da Banda Amniótica, uma doença que atrapalha a formação de partes do corpo. Aos 4 anos, as dores fizeram que o pequeno tentasse cortar os dedos com uma faca de cozinha. Seus pais o impediram e tomaram a decisão pela amputação. Desde então, ele vive sem a mão, mas isso nunca o impediu de continuar praticando esportes. E agora é prepara-se para ver os irmãos Griffin derrubando adversários um atrás do outro. Exatamente com fizeram as adversidades da vida até aqui.
Inspiração
Lupita E Viola A Mulher do Rei contará uma das maiores histórias esquecidas da história do mundo atual, onde um exército de guerreiras africanas impediu a escravidão, o colonialismo e a guerra intertribal para unificar a nação
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raças ao sucesso de crítica e bilheteria de Black Panther, mais filmes baseados em histórias africanas estão finalmente sendo produzidos pelos estúdios de Hollywood. Tem o aclamado livro de Nnedi Okorafor, Who Fears Death, que vai se transformar em uma série de TV da HBO, produzida por ninguém menos que R.R Martin, a Americanah, da Chimamanda, e o Born A Crime, de Trevor Noah, também sendo adaptados para cinema e TV – ambos criados e produzidos por Lupita Nyong’o. Agora, surgiram relatos de que Nyong’o protagonizará o filme “The Woman King” ao lado de Viola Davies. O filme baseia-se em eventos verdadeiros que ocorreram no Reino do Dahomey (atual República de Benin), um dos estados mais poderosos da África nos séculos 18 e 19.
De acordo com a revista Variety, o drama histórico conta a história de Nanisca (Davis), uma general de uma unidade militar feminina e sua filha Nawi (Nyong’o), que juntos lutaram contra colonizadores franceses e tribos vizinhas que violaram sua honra, escravizaram seu povo e ameaçaram destruir tudo que amavam. Além de ser empolgante ver duas grandes atrizes atuando juntas, é mais empolgante ainda ver duas atrizes NEGRAS, vencedoras de um OSCAR atuando juntas sem que se tratem de papéis estereotipados. Em uma citação dada à Variety, Cathy Schulman, produtora do projeto, disse: “Pantera Negra nos mostrou apenas como o poder da imaginação e das maravilhas poderia revelar um mundo sem gênero e estereótipos raciais”.
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Inspiração
Projeto ensina a arte do crochê à detetos de Guarulhos, São Paulo. As peças criadas desfilarão na SPWF e eles estão anciosos.
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“
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Acredito que a educação e as artes são poderosos na transformação pessoal e social e influenciam diretamente na redução da violência.
Inspiração
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mês de abril tem trazido ansiedade a alguns detentos da penitenciária Desembargador Adriano Marrey, localizada em Guarulhos (SP). O motivo? As peças de crochê que eles fizeram serão apresentadas em um desfile na abertura da São Paulo Fashion Week, no dia 21. Eles são alunos do Projeto Ponto Firme, que leva uma alternativa de profissionalização aos detentos. É o fruto de uma parceria entre Igor Rocha, gestor educacional da unidade prisional, e Gustavo Silvestre, estilista e designer-artesão que ministra as aulas. Participam homens que já se aventuravam com as agulhas, distração comum entre aqueles que querem fazer o tempo passar mais depressa dentro da cadeia, e outros que nunca haviam tido experiências com a costura. “Acredito que a educação e as artes têm papeis poderosos na transformação pessoal e social e influenciam diretamente na redução da violência”, contou Gustavo à Claudia. Já foram mais de 100 alunos formados no curso, e as turmas de 20 pessoas chegam a precisar de filas de espera. Ao perceber que os alunos eram dedicados e talentosos o suficiente para desenvolver uma coleção de roupas, Gustavo buscou o espaço para o desfile e intensificou as aulas. Depois do desfile na SPFW, as roupas serão expostas no Memorial da Resistência de São Paulo, vinculado à Pinacoteca do Estado de São Paulo.
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Inspiração
Bethany Hamilton:
Unstopable! A
americana Bethany Hamilton perdeu um braço após ser atacada por um tubarão enquanto surfava em Kauai. Na época, ela tinha apenas 13 anos, mas não estava disposta a deixar que isso comprometesse seu futuro como atleta. Quatro anos depois do acidente, Bethany já era uma surfista profissional. Em 2010, ela foi considerada a 20ª melhor surfista feminina. Hoje, mais de oito títulos atestam sua habilidade em cima da prancha. O sucesso motivou a atleta a escrever um livro sobre sua trajetória. Soul Surfer: A True Story of Faith, Family, and Fighting to Get Back on the Board ( ou “Surfista de Alma: A verdadeira história de fé, família e a da luta para voltar a subir na prancha“, em português) retrata a superação da surfista e se tornou um sucesso de vendas. Sua história já inspirou mais de um filme – o mais recente deles, Unstoppable, está participando atualmente do Tribeca Film Festival. Além do sucesso na carreira, Bethany também não poderia estar mais alegre com sua vida pessoal. Através de uma publicação no Instagram, a surfista anunciou o nascimento do segundo filho, Wesley Phillip Dirks, com o marido Adam Dirks. Na foto, o casal aparecia feliz ao lado do filho de três anos, Tobias Burks, e do recém-nascido.
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giro no mundo
Mulheres na
Tecnologia Como as mulheres passaram de maioria a raridade nos cursos de informática
A
da Lovelace, Mary Kenneth Keller, Grace Hopper, Dana Ulery, Hedy Lamarr e Kathleen Antonelli são nomes dos quais poucas pessoas já ouviram falar. Em contrapartida, Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg são conhecidos por quase todo mundo. O que essas mulheres e homens têm em comum é que dedicaram a vida ao universo dos computadores. O que os diferencia é a invisibilidade delas e a fama global deles, embora todos tenham dado grandes contribuições à informática. Além disso, elas foram pioneiras, em uma área com cada vez menos representantes do sexo feminino. Pode parecer surpreendente hoje dia, mas de fato existiu uma época em que as mulheres eram maioria nesse setor. Nos seus primórdios, essas máquinas eram usadas basicamente para realizar cálculos e processamento de dados, atividades então
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Tecnologia & Inovação associadas à função de secretária. Daí serem utilizadas quase só por mulheres. Mas elas não se limitaram a isso. Muitas tiveram papel importante no desenvolvimento dos computadores e dos programas, que fazem essas máquinas ter serventia. Ada Lovelace ou Ada Byron, Lady Lovelace, filha do famoso poeta inglês Lorde Byron, por exemplo, desenvolveu o primeiro algoritmo da história, e Mary Kenneth Keller, uma freira americana, teve papel importante na criação da linguagem de programação BASIC. A professora Andreia Malucelli, coordenadora da pós-graduação em Informática da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), lembra ainda que Grace Hopper, por sua vez, criou a linguagem de programação Flow-Matic, hoje extinta, mas que serviu como base para o desenvolvimento de outra linguagem, a COBOL. Já Dana Ulery foi a primeira mulher engenheira da Nasa e desenvolveu algoritmos para a automatização dos sistemas Deep Space Network, de rastreamento de tempo real da agência espacial americana. A tecnologia usada nos telefones celulares e nas redes wi-fi também foi criada por uma mulher, no caso, Hedy Lamarr.
Relação com a matemática Mas a contribuição das mulheres para computação não acaba aí. Há também Kathleen Antonelli, Jean Jennings Bartik, Frances Snyder Holberton, Marlyn Wescoff Meltzer, Frances Bilas Spence e Ruth Lichterman Teitelbaum, que juntas programou o ENIAC, o primeiro computador eletrônico digital de propósito geral da história. De acordo com Malucelli, do início da década de 1970 até meados de 1980 houve um aumento de 10% para 36% da
participação das mulheres entre os profissionais de computação, e a maioria dos estudantes era do sexo feminino. Acredita-se que esse interesse das mulheres pela graduação nessa área tenha relação com o curso de Matemática. A primeira turma surgiu a partir da migração de alunos da licenciatura em Matemática, que sempre foi um curso predominantemente feminino. A partir de meados dos anos 1980, no entanto, as mulheres começaram a dar lugar aos homens na informática. Há uma profusão de dados que demonstram essa inversão paulatina, principalmente nos cursos superiores de processamento de dados e ciência da computação. Simone Souza, do Departamento de Sistemas de Computação e presidente da Comissão de Graduação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP São Carlos (ICMC-USP), diz que, até
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Tecnologia & Inovação 1990, as mulheres eram predominantes. Depois, entre 1990 e 2000, a proporção de gêneros se equilibrou e a partir de 2000 a quantidade delas foi caindo ano a ano. Foi realizado um levantamento do total de formandos nos anos de 1997, 2003, 2016 e 2017 do curso de bacharelado em Ciências de Computação do ICMC, e foi constatado que:
1997
48%
13 homens
52%
12 mulheres
2003
88%
27 homens
12%
4 mulheres
Malucelli, da PUC-PR, tem números mais abrangentes. De acordo com dados recentes divulgados por Facebook, Google, Twitter e Apple, as mulheres são apenas 30% dos funcionários nessas empresas. Em cargos técnicos, diretamente ligados à tecnologia, esse número diminui. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, elas representam apenas 20% dos mais de 580 mil profissionais da área de tecnologia da informação. Nas universidades não é diferente. Malucelli cita o Anita Borg Institute (ABI), criado nos Estados Unidos, para ajudar a aumentar a participação de mulheres na tecnologia, segundo o qual elas representam apenas 18% dos estudantes de todos os cursos de ciência da computação naquele país. Ainda de acordo com Malucelli, um gráfico, publicado no dia 8 de março pelo The Statistics Portal, que reúne estudos e estatísticas de mais de 22.500 fontes, baseado em relatórios de diversas empresas de TI, indica que as mulheres representam entre 26% (Microsoft) e 43% (Netflix) da força de trabalho nas principais empresas da área.
97%
2016
52 homens
Estereótipos
3%
2 mulheres
2017 17%
12 mulheres
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Força de trabalho
83%
58 homens
Os motivos para esse afastamento têm sido pesquisados e discutidos ao longo dos anos e estão fortemente relacionados com estereótipos. Após 1984, foram lançados os primeiros computadores com materiais de divulgação voltados para o público masculino, começando, assim, um desinteresse das mulheres. Simone Souza levanta outra possível causa para a queda do número delas no mundo da informática. “Quando surgiram, os computadores pessoais foram primordialmente utilizados pelos meninos, voltados para os jogos”
Tecnologia & Inovação De acordo com ela, as meninas nessa época não eram incentivadas a interagir com essas máquinas e, por isso, começaram a se afastar de áreas relacionadas à computação. A pesquisadora Eliane Pozzebon, coordenadora do curso de Engenharia da Computação da Universidade Federal de Santa Catarina, lembra que, nos anos 1970, a área de informática não era tão valorizada, as máquinas tinham pouco processamento e memória. O trabalho com os computadores era braçal e repetitivo, então acabava sendo realizado mais por mulheres. Mas, para ela, o afastamento do sexo feminino dessa área não é exclusivo de um período. “Há também a questão cultural”, diz. “Desde a nossa infância, os pais preferem bonecas para as meninas e videogames para os meninos. A figura do nerd sempre esteve associada ao menino.”
“
No Brasil, segundo o Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep, ligado ao Ministério da Educação), as mulheres representam apenas 15% dos matriculados em cursos de tecnologia
”
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´ Proteses para
Animais O
estudo da tecnologia assistiva animais é algo que ainda engatinha dentro da veterinária, pois uma série de obstáculos dificultam bastante as pesquisas nessa área. O fato de não haver um feedback por parte dos animais complica muito o desenvolvimento das peças. É como querer saber a opinião de uma criança que ainda não fala. O máximo que se pode fazer é observar a reação do animal ao usar um membro artificial que está substituindo o que foi perdido. Pesquisadores da área ainda divergem no que diz respeito à eficiência das próteses: se elas realmente são benéficas para os bichos e em quais situações devem ser utilizadas. A necessidade de se conhecer profundamente a compleição e a fisiologia do animal também é muito desafiadora e consiste em um problema nessa área de estudo. Não é raro vermos ou conhecermos o caso de algum cachorro ou gato que tenha perdido uma das patas. Normalmente a adaptação nesses casos é boa, e aparentemente os animais vivem felizes tendo apenas três pernas para se equilibrarem. Este é um caso típico no qual há bastante debate sobre os benefícios que uma pata artificial pode trazer. No caso de quadrúpedes, a perda de dois membros já é muito problemática, e há a necessidade da implantação de próteses para trazer de volta o bem-estar do bicho.
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Aprendendo a viver com um novo membro Para que o animal se acostume com as próteses, é necessário que ele entenda para que elas servem e que veja o benefício que trazem, caso contrário o novo membro pode mais atrapalhar do que ajudar. Além de patas, diversas outras partes dos corpos dos bichos vêm ganhando substitutos quando preciso. É o caso de bicos de aves, cascos e nadadeiras de tartarugas e até mesmo revestimentos protetivos para evitar que animais com alguma deficiência causem ferimentos em si mesmos. A complexidade de se desenvolver um produto como esse, na maioria dos casos, é extremamente alta e pode beirar o impossível em casos como o do cão que perdeu partes das quatro patas e ainda ficou cego. Além disso, a adaptação do animal é muito mais complicada, visto que as limitações de feedback já existentes se tornam maiores ainda.
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Um caminho árduo pela frente Porém, apesar de todos os reveses, o desenvolvimento tecnológico nessa área tem crescido a cada dia. Isso é uma ótima notícia, e não apenas para os amantes dos animais, visto que os conhecimentos obtidos nas pesquisas veterinárias podem também servir para incrementar as próteses humanas, tornando-as cada vez mais bem adaptadas à nossa fisiologia. A ciência pode dar uma assistência cada vez maior tanto ao ser humano quanto a outros seres vivos que dividem os ambientes conosco. A área da prostética animal é bastante ampla, e está apta a dar ótimos frutos para quem se aventurar por ela e, principalmente, para os bichos que um dia possam precisar desse tipo de apoio. E nessa onda, todos nós também nos beneficiamos.
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Você no mundo
O I MB
!
tiu r a P
E Â R C T N I
V
ocê já pensou em como fazer um intercâmbio pode ser importante para a sua carreira e para o seu desenvolvimento pessoal? Há algumas décadas, esse tipo de viagem poderia ser considerado uma experiência própria de adolescentes que desejavam aprender um novo idioma. Atualmente, isso mudou. Fazer intercâmbio já é parte dos planos de pessoas de várias faixas etárias. Isso porque a importância dessa experiência para o mercado de trabalho é enorme. Você passa a ser mais valorizado pelos empregadores por ter tido que superar o desafio de viver imerso em outra cultura, distante da família e de sua zona de conforto. Além disso, o desenvolvimento pessoal que o intercâmbio promove tem sido mais um ponto de atração para pessoas em busca de ampliar seu olhar sobre o mundo e si mesmo. E os atrativos não param por aí. Para que você conheça a importância de se fazer intercâmbio nos dias atuais, fizemos este artigo. Continue a leitura e confira alguns benefícios dessa experiência!
Aprimorar o idioma Independentemente se já estudou o idioma do país para onde pretende ir ou não, fazer intercâmbio vai mudar completamente o nível de sua proficiência. Vamos tomar como base o inglês. Se você não tem segurança para se comunicar nesse idioma, ou
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Você no mundo Mundo fica envergonhado durante as entrevistas de emprego, por exemplo, ao longo do intercâmbio, isso vai mudar. Tudo ao seu redor se desenvolverá naquele idioma. Você estará em constante contato com o inglês, precisará usá-lo para conseguir se expressar em seu dia a dia, para comprar sua alimentação, pedir informações, conseguir se locomover, entre outras situações. E isso tudo além das suas horas de estudo. Assim, será possível aprimorar rapidamente o idioma, o que vai colocá-lo em um novo patamar profissional quando retornar ao Brasil.
Conhecer outras culturas Por mais que busquemos informações sobre culturas ao redor do mundo, não há nada como vivê-las. Ao fazer intercâmbio, você terá a oportunidade de conhecer a fundo os costumes do país em que estiver estudando. Mais que isso, poderá viver essa cultura, tentar pensar e sentir como as pessoas daquele lugar. Essa experiência, certamente, vai modificar a sua forma de compreender o mundo e a sua própria maneira de ver e ser brasileiro. Isso pode colaborar para que você valorize determinados pontos da nossa cultura que antes passavam despercebidos, ou o contrário, analisar mais criticamente algumas posturas que lhe eram comuns. Você poderá avaliar melhor as vantagens e desvantagens do “jeitinho brasileiro”. Outro ponto interessante é que, por conhecer pessoas de outros lugares do mundo, o intercâmbio também traz a possibilidade de entender a cultura de seus colegas. Imagine se, em um intercâmbio na Austrália, você puder explorar também os costumes japonês, coreano ou colombiano? Enriquecedor, não é mesmo?
Redescobrir-se Há alguns momentos na vida em que é oportuno fazer uma pausa, avaliar decisões, planejar o futuro, encarar medos, superar traumas, enfim, fazer um grande balanço. O final da graduação e a entrada no mercado de trabalho ou a saída de um emprego podem ser alguns desses gatilhos. Nessa hora, fazer um intercâmbio pode ser a melhor decisão, pois vai dar a você a oportunidade de promover o autoconhecimento, descobrir novas habilidades e melhorar sua colocação profissional. Isso tudo por meio da experiência de estudar um idioma ou obter uma qualificação profissional em outro país. Com as práticas desse momento, você poderá enxergar melhor as suas qualidades e seus defeitos, suas manias e seus bons hábitos. Quem sabe você decide dar um novo rumo à sua vida profissional? Ou descobre que as críticas daquele seu amigo tinham fundamento — não eram implicância, como você achava? Durante o intercâmbio, você estará por sua conta em um país diferente. Terá que se adaptar às situações, encarar os desafios que surgirem e desenvolver habilidades como autonomia, liderança e resolução de problemas. Todas essas situações vão promover mudanças em suas prioridades, em sua forma de ser e perceber o mundo ao seu redor. Por isso fazer intercâmbio é também se redescobrir.
Fazer novas amizades Por mais distante que esteja do seu país, durante o intercâmbio você não estará sozinho. Essa é também uma oportunidade de fazer novas e excelentes amizades, com pessoas do mundo todo.
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Você no mundo Cada vez mais, as pessoas reconhecem a importância do intercâmbio e se dedicam a essa experiência. E, por estarem na mesma situação, rapidamente você e seus colegas de curso, ou outros brasileiros que morem no destino escolhido, formarão laços de amizade. E amizades feitas durante o intercâmbio geralmente são duradouras. Quem sabe você já sai dessa experiência planejando a próxima viagem de férias para o país do seu novo amigo? Ou, até mesmo, o próximo intercâmbio?
Turbinar o currículo Como já mencionado, fazer intercâmbio vai naturalmente levar você a desenvolver várias habilidades. E essas não serão importantes apenas para o seu desenvolvimento pessoal. O mercado de trabalho valoriza muito a experiência internacional vivida ao longo do intercâmbio. Principalmente se você teve a experiência de estudar e trabalhar no exterior. Se, antes de fazer intercâmbio você se achava pouco valorizado, ou que não recebia propostas de trabalho interessantes, prepare-se para a mudança. As empresas multinacionais que atuam no Brasil carecem de profissionais qualificados, fluentes em língua estrangeira e com o perfil que você terá ao voltar. As organizações percebem o profissional que fez um intercâmbio como uma pessoa autônoma, capaz de enfrentar desafios, se adaptar a novas culturas, com capacidade de liderança e de gerenciar crises. Isso tudo porque você deixou sua zona de conforto e se abriu a uma vida em um novo país. Se você já tem um bom nível de inglês, ou depois de alcançá-lo com o intercâmbio, você pode optar um fazer um curso técnico ou, quem sabe, estudar em uma universidade internacional e fazer aquela pós-gra-
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duação para aprimorar suas habilidades e conhecimentos na sua área de atuação. São muitas oportunidades que se abrem ao decidir fazer um intercâmbio. Por isso, se seu objetivo é alçar voos mais altos em sua carreira, fazer um intercâmbio é fundamental. Você passa a ter novo valor no mercado de trabalho e a ser mais seguro para perseguir seus objetivos. Certamente, sua carreira nunca mais será a mesma! Engana-se quem pensa que fazer intercâmbio é luxo ou perda de tempo. Pelo contrário, é uma experiência única, que vai mudar sua vida para sempre e deixá-la muito melhor. Dessa forma, as despesas com um intercâmbio nunca devem ser entendidas como gastos, mas sim como um dos melhores investimentos que você pode fazer para a sua vida e para a sua carreira. Então, se você quer aprimorar seus conhecimentos em uma língua estrangeira, conhecer verdadeiramente outras culturas, promover seu desenvolvimento pessoal, fazer novas e duradouras amizades e ainda melhorar seu currículo, fazer intercâmbio é, sem dúvidas, uma excelente opção. Pense nisso!
London
New York Paris
Sydney
O QUE SÃO FÉRIAS PARA VOCÊ? Você no mundo
Você pode achar que férias é só quando a gente não está estudando nem trabalhando. Mas não é só isso: férias significa muito mais. É poder parar para pensar, repensar ou simplesmente não pensar em nada. É carregar a memória e recarregar as energias. É esquecer completamente que o tempo existe. É você livre da rotina e das preocupações. É poder gritar “tô de férias!”. “Tô de férias” não é só uma constatação, é a declaração da sua felicidade: “TÔ-DE-FÉRIAS!”. E se o “tô de férias” vier acompanhado do “tô de CVC”, significa que o mundo vai receber você do melhor jeito, não importando o destino, a época ou se as férias vão durar uma semana ou um mês. Se para você férias significa muita coisa, para a CVC, significa tudo, pois se não for inesquecível, perde todo o significado. Por isso, suas férias têm que ser perfeitas.
Tô de férias. Tô de CVC. 45
App’s
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App’s
para quem quer aprender
ÚSICA S
e você sempre quis tocar um instrumento, mas nunca teve aquele ânimo (ou dinheiro) para se matricular em uma escola especializada, existem alguns aplicativos que podem te ajudar a dar os primeiros passos no mundo da música ou colocar em prática lições que você não tinha há muito tempo, sem ter que sair de casa. Alguns apps vêm com aulas bem explicadas em vídeos e permitem que você compre tutoriais extras dentro do próprio aplicativo. Dá até para aprender tocando suas músicas preferidas. Fizemos uma lista com 6 ferramentas para você aprender música gastando pouco e ter uma noção de como é tocar determinado instrumento.
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App’s
1 Coach Guitar O Coach Guitar (na Play Store, Lições de Violão - Iniciante) tem o objetivo de ensinar a tocar violão usando um método visual. Com ele, o usuário aprende a tocar músicas por meio de vídeos que mostram o instrumento sendo tocado na parte de cima, e na parte de baixo um esquema de como os dedos devem estar posicionados. Na biblioteca de músicas do Coach Guitar há sucessos como Get Lucky, do Daft Punk, Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, Beat It, do Michael Jackson e muito mais. Plataforma: Android | iOS | Windows Phone
2 Chromatik O Chromatik é um app perfeito para quem não toca um instrumento há muito tempo e precisa de um incentivo para voltar a praticar. O app vem com um catálogo de partituras, cifras e tablaturas para vários instrumentos, como violão, piano, saxofone, violino, flauta, clarinete e muitos outros. Cada música exibe vídeos, letras e uma faixa de referência que sincroniza automaticamente para que você possa começar a aprender a melodia. Plataforma: Android
3 Drum Guru O Drum Guru vem com várias lições para quem toca ou quer aprender a tocar bateria. Todas elas vêm em vídeos que podem ser encontrados para todos os níveis de aprendizado. As lições ensinam a tocar vários estilos de música e vêm junto com transcrições que podem ser acessadas junto com os vídeo, que são divididos em pacotes cobrados separadamente. Os bateristas que dão as aulas do
app são um dos pontos altos do Drum Guru, entre eles lendas do rock como Mike Portnoy, um dos fundadores da banda Dream Theater, Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, Steve Gadd e muitos outros. Plataforma: Android | iOS
4 Real Drum O Real Drum é totalmente gratuito e vem com 60 lições de bateria que ensinam a tocar vários ritmos e 24 músicas para tocar junto. Para aprender não é preciso ter uma bateria, pois o app simula uma bateria real na tela do dispositivo: basta tocar com os dedos na tela do dispositivo que o som é reproduzido na hora. Dá até para trocar pratos e adicionar instrumentos de percussão à sua bateria virtual. Plataforma: Android | iOS
5 iLearnPiano O iLearnPiano vem com 50 lições de piano para quem quer aprender a tocar o instrumento ou para quem não pratica há muito tempo. Nas lições, é possível encontrar tutoriais de músicas, técnicas e um longo conteúdo de teoria musical para não ficar para trás nas partituras. O conteúdo está no idioma inglês. Plataforma: iOS
6 Perfect Piano O Perfect Piano simula um teclado no seu smartphone e vem com 70 músicas de amostra para te ensinar a tocar. Possui três modos de teclado: modo de linha única, modo de linha dupla e modo para dois jogadores. Os usuários podem ajustar a largura das teclas e gravar ou reproduzir o que tocam. Plataforma: Android | iOS
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App’s
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App’s
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do seu jeito
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Mexa-se
Rivalidade entre garotas? Que nada! Líderes de torcida no Brasil se apoiam em campeonatos que estão apenas crescendo!
P
ompons, megafone, palminhas sincronizadas. Se é apenas isso que passa pela sua mente quando você ouve a palavra “cheerleader”, saiba que você talvez tenha uma ideia errada desse esporte que cresce mais a cada ano no Brasil. Sim, eu disse esporte! A animação de torcida, apesar de envolver técnicas artísticas, é considerada uma modalidade esportiva de alto rendimento, sabia? Além de trabalhar coreografias, ela exige força, flexibilidade e muita concentração. Em 2011, a UBC (União Brasileira de Cheerleading) criou um campeonato nacional para que as equipes brasileiras pudessem competir entre si. A partir daí, o esporte começou a ganhar visibilidade em nosso país e, especialmente nos últimos três anos, vem se popularizando no meio universitário. No estado do Paraná, o crescimento foi ainda mais impressionante que no resto do país: só no ano passado, surgiram 43 novas equipes (WOW!) e hoje existem 19 só na capital, Curitiba. Maria Eduarda Cheron, ou Madu, como é chamada pelas colegas, é estudante de agronomia na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Curitiba e membro da equipe Xtremers. Ela pratica o “cheer” há menos de um ano, mas já entendeu que ser cheerleader exige muita dedicação. No último ano, os Xtremers treinaram em média três vezes por semana. Quando o campeonato nacional se aproximou (do qual, aliás, eles saíram vice-campeões), o número pulou para cinco ou seis treinos de quatro horas!
Assim como quase toda líder de torcida, Madu já fez muitos sacrifícios para não perder os treinos: deixou de ir a formaturas, casamentos e até de passar feriados com a família. Gabriel Westfal, outro membro da equipe, também passou por isso. Ele conta que deixou até mesmo de comparecer à formatura do irmão em 2016 por conta de um treino pré-campeonato. E além de lidar com toda essa rotina, os cheerleaders também precisam aprender a encarar o preconceito. Apesar de já ser reconhecido como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), no Brasil ainda não existe a liga profissional. Talvez seja por isso que, muitas vezes, quem pratica não é levado a sério como atleta, mesmo dentro de casa. “Já vi várias pessoas terminarem relacionamentos. É uma questão de estereótipo.
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Mexa-se A família, muitas vezes, vê a prática como um hobby que é passageiro, que é só uma modinha”, comenta Inaiê Santos, capitã e criadora da Xtremers. Com os meninos, a discriminação parece ser ainda maior. Gabriel conta que as pessoas fazem cara de espanto quando ele fala que pratica o “cheer”. Maria Fernanda Gusso, de 19 anos, explica que é muito difícil trazer novos meninos para o time. Ela já cansou de convidar amigos homens e receber sempre um “não” como resposta. Por estar fora do eixo Rio-São Paulo, os cheerleaders de Curitiba ainda enfrentam dificuldades para conseguir treinadores. Eles, por exemplo, precisam administrar muito bem o dinheiro que arrecadam no semáforo para trazer o professorMárcio Tavares, do Rio de Janeiro, uma vez por mês para a capital paranaense. Ah! E aquela rivalidade agressiva, que a gente vê em filmes como As Apimentadas, não existe na vida real. Na verdade, as equipes precisam se ajudar muito no aprendizado de novas técnicas e também na produção dos uniformes. Além disso, as meninas garantem que aquele padrão de garota loira, alta e magra também é coisa de cinema.
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“Muita gente pergunta quando vai se inscrever se não tem que ser magra. Não, nada a ver! Seu lugar no time depende de fatores como força e flexibilidade“, explica Ina. A responsável pelo design e montagem dos uniformes da maioria das equipes é a própria capitã. Ela se formou em Design de Moda no fim do ano passado – motivo pelo qual está deixando a equipe que ajudou a montar – e agora está criando sua própria marca de uniformes e acessórios especializados no esporte. Legal, né? Ela é uma das únicas pessoas que faz esse tipo de trabalho fora do Rio de Janeiro. Parece impossível, mas as meninas juram que para ser líder de torcida só precisa ter boa vontade. Ina explica que não é difícil montar uma equipe do zero, se for necessário, e que o pessoal mais experiente está sempre disposto a ajudar, afinal “foi assim que a gente começou”, conta. Quando eu pergunto para a Yasmin Martinelli, membro da Helgas e Hagares — equipe da Universidade Federal do Paraná — qual é o segredo para quem quer começar, ela brinca: “Não tenha vergonha, vá com a cabeça aberta e leve uma pomada analgésica. Isso vale para meninas e meninos, hein?“.
Moda
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A
ntes, as profissões mais escolhidas pelos jovens eram Medicina, Direito, Odontologia e outras profissões que detinham tanto status quanto estas. O ofício era transmitido por gerações. Com a evolução dos mercados e do avanço da economia, o mercado de trabalho aumentou de tamanho e os jovens puderam tomar conhecimento de outras áreas para iniciar suas carreiras. Entretanto, muitos fatores influem na escolha de uma profissão, as características e predisposições individuais, convicções religiosas, valores e crenças, situação econômica, a influência da família e dos pais. De tal modo, a família se mostra como um dos principais fatores que ajudam ou dificultam na escolha do jovem quanto a sua profissão. Tudo dependerá do histórico familiar já apresentado e da abertura que o ambiente familiar proporciona ao jovem. Jean Piaget, um dos maiores pensadores do século 20, explica que a construção da identidade humana e seus valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais. Ele ainda defende que é durante a convivência diária, principalmente com os pais, que construímos nossos valores, princípios e preferências. Assim sendo, a influência dos pais e de todas as pessoas com quem se convive pode determinar as escolhas futuras, mesmo que indiretamente.
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Educação Isso explica a escolha de muitos jovens que optam seguir o caminho já traçado pelos pais. Essa possibilidade pode ser reforçada quando a profissão é associada a um caso de sucesso, por conseguirem notar o lado positivo da profissão com mais facilidade. O mesmo acontece quando há traços negativos decorrentes da profissão, como o estresse, a falta de tempo ou de dinheiro, por exemplo. Neste caso, o exemplo pode repelir a possibilidade de seguir o mesmo caminho para evitar passar pelo mesmo. Em alguns casos, a escolha da profissão ocorre ainda na infância. Não podemos esquecer que algumas pessoas nascem com uma predisposição para determinadas profissões e isso é facilmente reparado pelas pessoas à sua volta. Porém, para a maioria dos jovens, a pergunta “o que você quer ser quando crescer?” não é tão simples de ser respondida. O que percebo é a oscilação quanto à escolha de uma profissão rentável e segura, mas que não satisfaz, ou a opção por uma atividade atrativa, mas que não traz “rapidamente” estabilidade financeira. O papel dos pais nesse momento pode ser uma alternativa. De maneira neutra, é preciso que eles exponham suas visões para que o jovem tenha mais condições de tomar uma atitude ponderada. A atuação dos pais como conselheiros neste momento pode ser crucial para a escolha dos filhos. Afinal, os pais conhecem suas competências e facilidades como ninguém. Com isso tudo, podem mostrar a realidade do mercado de trabalho, suas experiências e as vantagens e desvantagens de cada profissão. Podem também proporcionar o contato do jovem com um profissional da área. Essas são apenas algumas das opções que os pais podem encontrar para direcionar melhor a escolha dos filhos. Claro que não existe uma regra absoluta. Mas os pais precisam participar da
escolha dos filhos sem imposições, e permitir que eles se sintam seguros e confortáveis com a profissão que irão seguir. É preciso que o jovem vislumbre seu futuro na profissão. É normal também que a indecisão paire sobre a cabeça dos jovens nesse período. Não sabem aonde ir, como montar um plano de carreira, o que esperar da profissão. Às vezes, querem trocar de curso. Nestes casos, os indecisos podem recorrer a um psicólogo especialista em psicoterapia vocacional. Geralmente as universidades têm uma unidade de apoio ao aluno. Lá, além de orientações de carreira, é possível observar quais programas de estágio estão disponíveis e quais combinam com o perfil do estudante. O que posso dizer é que há uma maior chance de conquistar a satisfação profissional quando escolhemos por nós mesmos. Afinal, podemos até percorrer um caminho para agradar a uma terceira pessoa, mas de uma maneira ou de outra a vida sempre nos conduz para o que nós realmente queremos. Porém, o melhor é encontrar a felicidade sem devaneios, não? Por isso, se você é pai, converse e aconselhe, apenas. Se você é filho, pense e decida por si mesmo!
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Educação
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Educação
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Gastronomia
Necessidades
nutricionais na
a
adolescencia
A taxa de crescimento na adolescência é a segunda maior durante a vida, sendo inferior apenas ao primeiro ano de idade. Os objetivos da educação nutricional para adolescentes baseiam-se em explorar formas de se obter ingestão adequada de nutrientes mantendo um consumo saudável, e portanto controlado, de gordura, sódio, açúcar e energia. As mudanças na alimentação são mais aceitáveis quando associadas à repercussão em um bom desenvolvimento físico, boa aparência e performance nas atividades físicas. Deve-se dar importância à composição dos lanches, uma vez que grande parte dos jovens alimentam-se 5 ou mais vezes ao dia. A taxa de crescimento na adolescência é a segunda maior durante a vida, sendo inferior apenas ao primeiro ano de idade. A maior velocidade de crescimento nesse período costuma ocorrer entre as meninas entre 12 e 13 anos, e aproximadamente 2 anos após nos meninos (entre 14 e 15 anos). Os requerimentos nutricionais são mais diretamente afetados pela taxa de crescimento do que pela idade cronológica, sendo maiores na fase entre os 11 e 14 anos de idade, durante o auge do crescimento, e diminuindo gradativamente conforme se chega aos 18 anos.
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Gastronomia A seguinte fórmula estima as necessidades energéticas do adolescente em diferentes fases de crescimento, conforme o sexo e a altura em centímetros:
Meninos
11 a 14 anos: 15,9 cal/cm 15 a 18 anos: 17 cal/cm
Meninas
11 a 14 anos: 14 cal/cm 15 a 18 anos: 13,5 cal/cm
Dessa forma, um menino de 11 anos, com 145cm necessitaria de uma dieta com aproximadamente 2305 calorias (145X15,9), enquanto que uma menina com a mesma idade e altura necessitará de 2030 calorias (145X14). Um menino com 17 anos e 170cm de altura necessitará de cerca de 2890 calorias diárias, enquanto que a menina da mesma idade e altura deverá consumir em torno de 2295 calorias para manter um bom crescimento e estado de saúde. Gastos energéticos extras relacionados com atividades físicas e presença de doenças devem ser considerados. Durante o período de crescimento rápido, o adolescente ganha cerca de 15% da estatura e quase a metade do peso do adulto. Tal aumento se refere tanto à massa corporal não gordurosa como aos depósitos de gordura. No sexo masculino, a massa muscular cresce de maneira desproporcional, resultando em maior porcentagem de massa magra, em comparação com o sexo feminino.
O valor calórico total deve ser distribuído da seguinte forma: 10 a 15% de proteínas, 30% de gorduras e 55 a 60% de carboidratos. O consumo máximo de colesterol deve ser mantido em 300mg diários, e o total ingerido de gorduras saturadas não deve ultrapassar de 10% do valor calórico da dieta. Os requerimentos de cálcio do adolescente são maiores devido ao desenvolvimento muscular, esquelético e endócrino acelerados. Um rapaz ou uma menina que cresce rapidamente necessitará de 1 litro de leite ou equivalente por dia para satisfazer sua necessidade de cálcio. O leite desnatado pode ser usado para diminuir a ingestão de gorduras, sobretudo nos casos de excesso de peso. O aumento do consumo de leite e derivados fornecerá também proteínas de alta qualidade, mas será necessário o consumo adicional de outras fontes de proteínas, como carnes, ovos e leguminosas. Os rapazes e mocinhas têm grande necessidade de ferro. Eles porque a formação muscular é acompanhada por um maior volume sangüíneo; e elas porque perderão sangue mensalmente desde o início da menstruação. Uma quantidade de alimentos ricos em ferro, como carnes magras, fígado, ovos, leguminosas, vegetais folhosos verdes, pães enriquecidos e cereais integrais deve ser incluída na dieta. O zinco é reconhecido atualmente como essencial para o crescimento e maturação sexual do adolescente. São aconselhados exames laboratoriais periódicos para se analisar estoques de ferro, lipídeos (gorduras), e verificar presença de doenças. O adolescente também deve ser avaliado constantemente pelo médico e nutricionista, que vão verificar seus dados clínicos, sua evolução de crescimento, suas porcentagens de gordura e massa magra, além de analisar sua ingestão alimentar habitual.
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Gastronomia
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Gastronomia Modo de preparo:
Ingredientes: • • • • • • •
1 xícara de açúcar; 1/2 xícara de água; 2 colheres de chá de essência de baunilha; 1 favo de baunilha; 1 xícara de suco de tangerina (na receita foram usadas 7 tangerinas para o suco); Água com gás; Sorvete de baunilha (opcional);
1. Coloque o açúcar, a água e fava de baunilha em uma panela em fogo médio. 2. Mexa constantemente até o açúcar dissolve-se e deixe a mistura ferver. Deixe cozinhar por 2 a 3 minutos, em seguida, desligue o fogo e reserve. 3. Depois que esfriar em temperatura ambiente, misture o extrato de baunilha. 4. Armazene essa mistura por até uma semana (podendo usar várias vezes). Para fazer o refrigerante, misture 3 colheres de sopa de calda de baunilha com 1/3 xícara de suco de tangerina no fundo de um copo com gelo picado. 5. Encha o copo com 3 a 4 canecas de água com gás e mexa. Prove para conferir o sabor, se preferir adicione mais tangerina!
Opcional: Adicione o sorvete de baunilha por cima!
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8 Coloq Foca na p ue m lay músic úsicas pa list a pod ra se come e ajudar a arrumar, divers çar de ão sde c asa.
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dicas
para se arrumar
de diversões Su po a m M de e oc r g lho hi l u r pa ard am a p ra ar iga ro es tud , n n se o ela ta pa de vo ss es cê ei se v o. n ai ci al
Confo O tênis rto é o lem a é para an o mais indic ado dar ba stant diver tir confor e e se tável.
re mp om e s c e ão pr rafa ç m ar a e at e s a g a. dr regu um águ i H ar cê e C vo d
Moda
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Cara crachá o RG ou um Não se esqueça de levar ação tific iden documento de junto com o dinheiro.
Es Use porti v u opte ma rou o casu pa p a pref or shor confor l erên ts o t áve fica cia esc u calças l, r de u r de o s spre ocup , assim ado .
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Mesa-redonda
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Mesa-redonda
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o início de março, aconteceu em Austin, no Texas, mais uma edição do South by Southwest,evento de interatividade, música e cinema realizado todo ano na cidade mais estranha dos Estados Unidos. Em sua 31ª edição, o festival costuma reunir pessoas de todo o mundo – 82 países este ano – em busca de conhecimento e, principalmente, de tendências, já que o SX é popular por lançar aplicativos e tecnologias que irão moldar nossas vidas nos próximos anos. Só no Interactive, foram mais de 3 mil palestrantes que se apresentaram nos 1.370 painéis, onde os mais diversos temas foram discutidos, como blockchain, inteligência artificial e carros autônomos, por exemplo. Mas, apesar do foco do evento ser futuro e inovação, sem dúvidas, um dos assuntos que mais vieram à tona durante todos esses dias foi a diversidade. Figuras como Bozoma Saint John, Chief Brand Officer do Uber, Sadiq Khan, prefeito de Londres, Melinda Gates, co-fundadora e co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates,Ta-Nehisi Coates, jornalista e escritor, e Chelsea Manning, militar transexual, foram apenas algumas das que bateram forte nessa tecla. Sadiq, por exemplo, é filho de imigrantes paquistaneses, além de ser o primeiro muçulmano a chegar ao cargo de prefeito da capital britânica. No início do seu painel, bastante impactante, o político leu diversos tuítes que recebeu de internautas, todos com conteúdos racistas. O seu objetivo era levantar a importância da inclusão, respeito e diversidade, fator decisivo para um futuro mais digno não somente para as cidades, mas para todos. Já Bozoma, assim como Melinda, defendeu a diversidade principalmente no ambiente de trabalho. Ambas são crias de empresas da área da tecnologia, universo predominantemente machista, onde a desi-
gualdade de gênero é nítida. Há desde casos de assédio moral e sexual atéstartups comandadas por mulheres que chegam a receber investimentos 16 vezes menores do que startups comandadas por homens. Para a executiva do Uber, no entanto, estamos vivendo um momento único, onde devemos ser agentes da mudança que queremos ver. Melinda Gates também levantou essa bola. Ela disse ter total ciência da dificuldade enfrentada pelas mulheres no ambiente de trabalho, pois ela mesma já passou por isso, mas acredita que de nada adianta ficarmos paradas esperando a mudança acontecer, uma vez que o ambiente só irá mudar com as nossas atitudes. Porém, isso não significa que apenas mulheres, negros e outras minorias serão responsáveis por inverter essa cultura onde eles não têm voz nem vez: “Essa é uma questão para todos fazerem barulho, pois nos afeta como um todo, como sociedade”, disse Bozoma. Fato é que somos todos responsáveis. Se queremos um mundo mais justo e igualitário, onde a diversidade de raça, credo ou gênero predomine em todos os tipos de ambiente, devemos nos esforçar para tornar isso realidade. E engana-se que, para isso, precisamos ter algum cargo importante ou muito dinheiro. São as pequenas atitudes que, juntas, farão a diferença. No mês passado, por exemplo, o Tinder deu início a uma campanha para promover mudanças e colaborar com um mundo mais inclusivo e igualitário. A ideia é que, além dos emojis de casais homossexuais que existem desde 2015, agora tenhamos também emojis de casais inter-raciais. Dessa maneira, todos se sentirão representados, sem exceção. “Acreditamos que toda forma de amor merece ser representada por emojis”, diz o comunicado do aplicativo de encontros mais popular do mundo.
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Mesa-redonda Não é a primeira vez que uma empresa se mobiliza para incluir emojis que representam à todos. Em 2016, por exemplo, o Google enviou um documento ao Unicode Consortium, organização responsável pela regulação e padronização dos símbolos, com um pacote de novos emojis femininos, que visam representar as mulheres em diferentes tipos de profissões. A campanha do Tinder, batizada de #RepresentLove, acabou surgindo depois de uma pesquisa realizada pela Cornell University, que mostrou que os encontros online e relacionamentos inter-raciais andam de mãos dadas. O estudo sugere que o Tinder pode, inclusive, ter responsabilidade pelo aumento no número de casamentos inter-raciais. Diante disso, a empresa sentiu-se inspirada em levantar essa bandeira. “Nós queremos promover uma comunidade inclusiva
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e diversa, com pessoas que se apoiam, independentemente das semelhanças e diferenças”. É possível colaborar com a causa do #RepresentLove das seguintes formas: Compartilhando o vídeo nas redes sociais, e pedindo para seus amigos para também propagarem a mensagem; Casais que compartilharem uma foto deles mesmos posicionados como emojis e marcarem o @Tinder com a hashtag #RepresentLove poderão ganhar uma versão em emoji deles mesmos. Assinando a petição; Entre a invenção da roda e o lançamento da primeira nave espacial, uma coisa continua a mesma: a vontade humana de se recriar e ser impulsionada adiante.
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saia da tela
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credite se quiser: a internet nem sempre existiu! Para os que são muitos jovens e não sabem, e para os demais, que simplesmente não lembram como é viver sem ela, aprender a sobreviver desconectado não só é possível, como também desejável. Esta é uma estratégia muito útil, principalmente nas férias, quando há tempo para descansar, revigorar os ânimos e afrouxar a rotina, tarefas e hábitos. A internet representa todos estes últimos ao mesmo tempo, portanto é bom dar um tempo. Porém, sempre que nos acostumamos demais com algo, pode ser difícil conseguir ficar sem. Aqui estão 10 ideias para que sua pausa seja gratificante e divertida.
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Aproveite seu tempo
É melhor esperar ansiosamente pelas férias e por tudo o que há pela frente do que ficar suspirando antecipadamente por não ter acesso à internet. Muitos dias, talvez até semanas, de diversão com novas experiências de vida o aguardam. Se ficar para baixo no início, sua energia vai se esgotar, e isso vai afetar todos que passarem tempo com você. É claro que vai parecer que largou um vício de uma hora para outra, mas você vai continuar igualmente (ou até mais) conectado com a humanidade e com o resto do mundo. Para os mais viciados na internet, passar as férias desconectado é uma chance de voltar para a realidade ao seu redor.
Faça arte
2 Saia ao ar livre e faça atividades
Esta é uma grande oportunidade de sair e fazer tudo o que o local em que está oferece. Seja ousado e tente coisas novas, mesmo que não se sinta confiante. Experimente atividades em grupo se não souber o que fazer, principalmente aquelas que incluam um guia. Este é o momento de exercitar tanto o corpo quanto a mente e de esticar os músculos presos à mesa do computador.
3 Tome bastante sol e ar fresco
Reserve um tempo para apreciar a paisagem que o cerca. Se estiver hospedado no campo, escute os sons da natureza, sinta os aromas e aprecie a vista incrível. Se tiver dons artísticos, faça desenhos do que vê. Se for poético, escreva poemas mentalmente. Se gostar de escrever, o faça em um caderno que também possa decorar se quiser
4 Descanse e relaxe totalmente
Você pode espairecer e desfrutar a sensação de não ter que verificar a internet a cada meia hora. Olhe para si mesmo – a necessidade de se conectar virou um hábito tão arraigado que o faz ficar agitado e carente? Desafie este sentimento e se permita não fazer nada.
5 Converse com pessoas
Esta é uma ótima oportunidade de sentar e conversar com amigos, familiares e companheiros de viagem. Conte causos, troque histórias, compartilhe informações, fale sobre tudo e qualquer coisa. Reconecte-se à maravilha que é conversar com as pessoas sem qualquer suporte eletrônico no caminho.
6 Jogue jogos de tabuleiro
O modo antigo e tradicional de se jogar. Os jogos de tabuleiro e de cartas são também uma ótima desculpa para se juntar aos seus e dar boas risadas.
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Escreva no papel
Redescubra a velha arte da caligrafia e ponha a caneta ou o lápis para trabalhar! Crie tirinhas, histórias, escreva uma carta a um amigo que não vê há séculos ou mande diversos cartões postais para fazer uma surpresa agradável aos familiares (todo mundo ainda gosta de receber cartas de verdade pelo correio). Se for um escritor, arrume um tempo para escrever histórias, poemas, peças descritivas. Se for necessário, anote o texto para acrescentá-lo ao seu blog posteriormente, ou para mandar um e-mail quando você voltar para casa.
8 Aprecie estar offline
Pense como é bom não se sentir pressionado a verificar e-mails a cada 20 minutos ou a dar um pulo cada vez que escuta o som de uma mensagem. Sinta a sensação revigorante de não buscar soluções rápidas na internet, mas ter que desenvolver respostas em sua mente, com base na memória, experiências, aprendizados, tendo que recorrer a outras pessoas que também possam ajudar.
9 Planeje com antecedência
Este tempo da internet nas férias é um bom momento para se fazer planos para os próximos meses e até mesmo anos. Não há nada para distraí-lo.
10 Olhe pouco a internet
Se tiver acesso a internet durante as férias, não caia na tentação de ficar ali o dia todo. Tenha consideração com as outras pessoas que também precisem usar o mesmo terminal, mas, mais do que isso, seja atencioso com quem está de férias com você. É muito provável que eles não queiram vê-lo grudado no computador as férias inteiras.
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Quem ama o tédio, divertido lhe parece. Apesar da diversão ser um conceito tão relativo quanto a beleza, a paródia do ditado é tão verdadeira quanto a de que a necessidade é a mãe da invenção.
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ara muita gente, o prazer está nos intervalos entre as obrigações, no escritório das 8 às 18h, no caminho entre pagar as contas. Para outros, a diversão está justamente nesses momentos que podemos antecipar na agenda, a caminho deles e enquanto podem ser mais que uma massa de músculos e ossos sentada na mesa de um bar, correndo em um parque ensolarado ou imóvel diante da escuridão de uma tela de cinema. O mundo é uma fonte inesgotável de diversão. O escritor de ciência americano Steven Johnson acredita que o prazer é o motor da inovação. Em seu décimo livro, O poder inovador da diversão: como o prazer e o entretenimento mudaram o mundo, lançado no Brasil pela editora Zahar, ele mostra a importância da música, dos jogos, da mágica, da comida, do sexo e de outras formas de diversão para chegarmos onde estamos e para que tipo de futuro esses passatempos nos levarão. “Às vezes as pessoas inventam coisas porque querem se manter vivas ou alimentar seus filhos ou conquistar uma aldeia próxima.
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Mas, frequentemente, novas ideias surgem no mundo simplesmente por serem divertidas. E o mais estranho de tudo: muitas dessas invenções divertidas, mas aparentemente frívolas, acabaram por desencadear transformações muito importantes na ciência, na política e na sociedade.” Do jogo de dardos veio a estatística. A flauta de osso pode ser a ancestral do computador que você lê este artigo. As caixas de música serviram de inspiração para os teares. Com uma prosa leve e bem-humorada (à prova de hipocrisias), Johnson explica como tecnologias fundamentais para o nosso tempo nasceram e evoluíram de objetos e engrenagens que não tinham outro objetivo senão entreter. Ele nos convence de que não existe uma história da política, outra da religião ou das grandes revoluções tecnológicas, mas várias versões, com diversos agentes que contam uma só: a nossa – e que a necessidade de sentir prazer também faz parte dela. Em entrevista à Super interessante, o autor conta qual a utilidade do que nos parece inútil.
Faça arte
Somos naturalmente hedonistas. E, como você diz, a diversão ajudou a moldar a humanidade. Você acha que o prazer é a chave para a inteligência? Eu não diria que o prazer é “a” chave para a inteligência, mas sim que é um elemento subestimado de inteligência. Em outras palavras, tendemos a supor que pessoas inteligentes usam suas habilidades mentais em busca de problemas sérios que tenham clara utilidade ou recompensa econômica por trás deles. Mas o pensamento inteligente é muitas vezes desencadeado por experiências mais lúdicas, como os nossos ancestrais do Paleolítico que esculpindo as primeiras flautas de ossos de animais descobriram como posicionar os buracos para produzir os sons mais interessantes. Essas inovações exigiram uma grande dose de inteligência – dado o estado do conhecimento humano sobre a música e o design de instrumentos há 50 mil anos – mas esse tipo de coisa não era “útil” em nenhum sentido tradicional. A história da diversão sempre esteve à margem dos registros históricos mais sérios e práticos, como guerras, poder e igualdade, por exemplo. Você acha que a diversão estava implícita nesses eventos ou foi ignorada pelos historiadores?
Acho que tem sido amplamente ignorada pelos historiadores. E quando foi observada e narrada, os relatos históricos foram muito limitados: há histórias sobre moda, jogos ou temperos, mas como narrativas separadas. Olhamos para a longa história da civilização de maneira diferente se contarmos a história do comportamento “lúdico” como uma categoria mais abrangente – esse era meu objetivo ao escrever O poder inovador da diversão. Essa história é muito mais importante que a maioria das pessoas imagina. Nesse seu último livro, você diz que os prazeres inúteis da vida geralmente nos dão uma pista sobre futuras mudanças na sociedade. O que podemos prever para o futuro a partir dos nossos prazeres mais comuns agora? Provavelmente o melhor exemplo recente foi a mania de Pokémon Go. Eu posso imaginar-nos olhando para trás em 2025, quando muitos de nós estarão usando regularmente dispositivos de realidade aumentada para resolver “problemas sérios” no trabalho, e vamos perceber que a primeira adoção dominante dessa tecnologia veio de pessoas correndo pelas cidades capturando monstros japoneses imaginários em seus telefones.
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Faça arte O impulso por novidades e surpresas nos move e nos expõe a riscos. O que você acha das redes sociais, que nos condicionam a sempre saber mais sobre a vida dos outros e nos expor a uma existência sem privacidade? Sou relutante em colapsar todas as diferentes plataformas em uma única categoria de “rede social”. Acho que o Twitter e o Facebook, para abordar as duas principais redes que uso, são completamente diferentes – em parte devido a diferenças em sua arquitetura. Twitter para mim é uma fonte maravilhosa de surpresa e serendipidade – até quando 50% da minha linha do tempo é sobre Trump! Estou constantemente tropeçando em algum link fascinante ou em um tweet hilário sobre algo que eu não tinha ideia de que me interessava. O Facebook, por outro lado, não tem o mesmo sentimento de prazer para mim. Na ficção, costumamos imaginar o futuro como algo distópico, triste, apático, sem sentimentos positivos ou prazeres. Você acredita que isso pode, de fato, acontecer? É muito importante imaginar futuros onde estamos mais felizes, onde há mais prazer e mais experiências lúdicas em nossas vidas. Mesmo que esses futuros imaginados sejam utópicos – e é improvável que se tornem realidade –, imaginá-los nos dá algo para nos orientarmos como sociedade. Por que a humanidade precisa se divertir? Esta é uma questão verdadeiramente profunda. Algumas coisas que consideramos divertidas (sexo, comida, por exemplo) têm claras explicações evolutivas sobre por que nossos cérebros devem achá-las prazerosas. Mas o tipo de diversão que descrevo em O Poder Inovador da Diversão – o prazer de ver uma boneca robô imitar um humano, ou a diversão de jogar um jogo de tabuleiro – é mais difícil de explicar. Eu acho que tem a ver com a experiência de novidade e surpresa;
uma parte significativa de nossa inteligência vem do nosso interesse em coisas que nos surpreendem desafiando nossas expectativas. Quando experimentamos essas coisas, temos um pequeno estímulo que diz: “Preste atenção nisso, isso é novo”. E assim, ao longo do tempo, os sistemas culturais se desenvolveram para criar experiências cada vez mais elaboradas para surpreender outros seres humanos: desde as primeiras flautas de osso, até os novos e brilhantes padrões de tecido de chita, todas as formas de Pokémon Go. É uma história antiga; temos muito mais oportunidades e tecnologias para nos surpreender do que nossos ancestrais. Texto: Pâmela Carbonari
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LEGO EM BRAILE O kit Braille Bricks vem com peças parecidas com as do Lego - só que cada uma delas tem uma letra em Braile na parte de cima. Mas, para ser lançado, o projeto ainda precisa de um patrocinador.
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odo mundo adora Lego. É divertido, fácil de montar e dá para soltar a imaginação brincando com ele. Mas agora, as pecinhas vão ter mais uma função além de estimular a criatividade: ajudar crianças cegas na alfabetização em Braille. Criado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos em parceria com a agência Lew’Lara/TBWA, o Braille Bricks é um kit de letras em Braile impressas em peças de Lego. A ideia é que as crianças aprendam (e ensinem) brincando – mas o kit ainda precisa da ajuda de um patrocinador para decolar. Os kits são formados por um conjunto de peças, cada uma representando uma letra ou um sinal gráfico em Braile. Elas são praticamente iguais ao Lego comum, só que aquelas bolinhas na parte de cima, em vez de servirem só para montar coisas, são combinadas de diferentes formas para compor as letras. É aí que mora a beleza do Braille Bricks: montar e desmontar palavras
é fácil e divertido. Em máquinas de escrever em Braile, o papel é perfurado a cada letra digitada e um erro significa recomeçar do zero todo o processo – uma frustração para quem está aprendendo. Assim como a Fundação, o projeto não tem fins lucrativos – e inclusive está em Creative Commons, um tipo de licença de conteúdo que permite a sua reprodução livre. Mas o kit vai precisar de um patrocinador. Para encontrá-lo, a agência criou a campanha #BrailleBricksForAll (#BrailleBricksParaTodos) nas redes sociais e lançou um website divertido, no qual você pode ver suas palavras traduzidas em Braille Bricks – tipo assim: Como falta patrocínio, a Fundação Dorina Nowill ainda não sabe quando – e se – o brinquedo será lannçado. Mas, no vídeo de divulgação do Braile Bricks, já dá para ver que eles funcionam muito bem. E que são muito divertidos! Texto: Helô D’Angelo
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Abra o olho
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Calma, não precisa sair correndo para tomar 200 sorvetes – apesar que fica aí o desafio ;P.
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aquele esquema “faça você mesmo”, palitos de sorvete podem se transformar em objetos lindos e práticos de decoração. Você pode sim reaproveitar palitinhos usados ou comprar em quantidade em qualquer papelaria ou loja de itens para artesanato. A Jess, do Make & Do Crew, ensina como fazer prateleiras em formato de favo de mel, coelho e coração – além de mil ideias que cada um pode ter para usar a técnica. Basta construir uma espécie de cerca e depois envernizar.
Para isso você vai precisar de:
100 palitos de picolé
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Cola para madeira
Molde de favo de mel
Verniz e pincel
2 ganchos (opcional)
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VAMOS ÀS INSTRUÇÕES Se você estiver usando o molde, imprima, recorte e cole as folhas.
Posicione os palitos, como na imagem, alternando os outros lados do hexágono. Aplique uma gota de cola para ambas as extremidades de cada palito e ajuste a posição.
3
Depois que a cola estiver seca, use um pincel para aplicar o verniz em todos os palitos. Deixe o verniz secar.
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2
Adicione cola a mais varas para fazer uma segunda camada em cima da primeira. Continue assim até que sua prateleira em favo de mel tenha profundidade. Este modelo fez cerca de 16 camadas.
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Você pode pendurar com pregos ou com pendurados de quadro, fica à sua escolha.
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Abra o olho
Vício em
tecnologia pode estar ligado a quadros de
Depressão e ansiedade S
egundo estudo, nós interagimos, em média, 2.617 vezes ao dia com nossos smartphones. Isso quer dizer que gastamos cerca de 145 minutos (ou duas horas e 25 minutos) tocando, rolando ou pressionando a tela de nossos dispositivos eletrônicos Talvez você esteja lendo essa notícia através de seu celular. Ou talvez esteja passeando por essas essas primeiras linhas pensando nas possíveis notificações que deverá receber nos próximos minutos, preparando-se para alcançar o celular por perto. Esse impulso, já tão característico de nossa sociedade contemporânea, é o que nos faz interagir nada menos do que 2.617 vezes ao dia, em média, com nossos smartphones. Isso quer dizer que gastamos cerca de 145 minutos (ou duas horas e 25 minutos) tocando, rolando ou pressionando a tela de nossos dispositivos eletrônicos. Para alguns, essa interação é tão forte que ficar longe do celular pode gerar a sensação de nomofobia (pavor de estar distante do aparelho).
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Abra o olho A necessidade de estar sempre conectado, em alguns casos, é preocupante e pode ser considerada um vício, tal como o uso excessivo de substâncias psicoativas. É isso que aponta novo estudo realizado na Universidade Estadual de São Francisco, na Califórnia (EUA). “Gradualmente, o comportamento de vício em smartphone forma conexões neurológicas semelhantes às de viciados em opiáceos, como de pessoas que consomem Oxycotin para aliviar dores”, afirmou um dos pesquisadores. Além dos dispositivos eletrônicos, outro vício que pode acarretar em pontos negativos é a dependência pelas mídias sociais.Em uma análise com 135 estudantes da Universidade Estadual de São Francisco, os autores do mesmo estudo avaliaram que pessoas que usavam seus aparelhos com mais frequência se sentiam mais isoladas, sozinhas, deprimidas e ansiosas. De acordo com os cientistas, essas sensações são consequências que surgem quando as interações cara a cara são substituídas por uma comunicação sem linguagem corporal e outros sinais reais. Esses mesmos participantes também mostraram funcionar como multitarefas enquanto estudam, comem, assistem às aulas e consomem algum tipo de mídia. Porém, esse constante número de atividades não permite que seus corpos e mentes tenham tempo para relaxar e se autorregenerar. Segundo os pesquisadores, devido à falta de descanso, todas as atividades são realizadas sem foco necessário e são feitas pela metade, já que a atenção desses estudantes é dividida, e não concentrada. Para os autores do estudo, o vício pelo mundo digital não é culpa dos
indivíduos, mas do desejo das corporações e empresas de tecnologia em aumentar seus lucros. Assim, elas investem em ampliar o número de notificações, vibrações e outros alertas em celulares e computadores e concentrar nossa atenção ali, acionando os mesmos caminhos cerebrais que antes funcionavam fazendo alertas de perigo iminente, como ataques de animais. “Porém, agora, somos dominados por esses mecanismos que antes nos protegiam e garantiam nossa sobrevivência para consumir informações triviais”, avaliou o pesquisador. Mas há uma saída para tudo isso. Assim como podemos regular nossa alimentação, também podemos encontrar mecanismos para diminuir nosso vício em dispositivos eletrônicos. Os pesquisadores do estudo indicam que desativar notificações dos celulares e das redes sociais, separar um horário determinado do dia para responder emails e mensagens e estipular horários para realizar tarefas sem quaisquer interrupções são alternativas que funcionam. Uma estudante da Universidade Estadual de São Francisco, que foi voluntária da pesquisa, deu uma boa dica para curtir mais tempo a vida real: quando ela sai com seus amigos todos eles devem colocar seus celulares no centro da mesa e aquele que pegar o seu celular primeiro é obrigado a pagar a rodada de drinks.
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Abra o olho
Aplicativos infantis estão coletando dados dos seus filhos O game que seu filho joga pode estar acumulando informações sobre localizações e contatos sem sua autorização Texto: Felipe Germano
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Abra o olho
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provável que v o c ê já tenha visto a cena: uma criança, geralmente com menos de dez anos, pega o celular de um dos pais. Com uma destreza profissional, ela desbloqueia o aparelho, vai para o menu de aplicativos e escolhe um jogo que já está baixado para esse tipo de situação. O pequeno senta em um canto e fica entretido, quieto, por tempo suficiente para dar um pouco de paz para os pais. Se você nunca viu nada parecido, então aí vai uma novidade: o mercado de games para crianças está mais do que consolidado. Tanto a Google Play quanto a App Store possuem categorias com milhares de apps voltados especificamente para esse público. O que esses aplicativos não deixam claro é que elas estão coletando informações dos celulares por meio dos seus filhos. Quem conseguiu comprovar isso foram pesquisadores da IMDE (projeto governamental espanhol de incentivo à pesquisa) e da Universidade da Califórnia. O grupo de cientistas analisou 5.855 aplicativos para crianças, e descobriu que 57% deles podem estar violando a Coppa (uma espécie de equivalente americano do nosso Estatuto da Criança e do Adolescente, só que focado apenas nas questões digitais). Os apps compartilham com empresas terceiras os dados de menores de 13 anos – sem o consentimento dos pais.
De acordo com a pesquisa, entre os aplicativos que coletavam os dados, 28% acessavam informações confidenciais, que em outros casos são protegidas pelo sistema Android. O estudo ainda crava que 4,8% dos apps mostravam “violações claras ao compartilhar localizações e informações dos contatos sem consentimento”, 40% repassavam informação pessoal sem investir em técnicas de segurança para evitar que os dados das crianças vazassem, e 18% deles compartilhavam dados que permitem identificação (como o RG do seu aparelho, o IMEI) para que anúncios publicitários pudessem ser feitos sob medida para as crianças. Os pesquisadores notam que a falta de transparência com os pais nesse tipo de situação é questionável, mesmo a Coppa não tendo nenhuma cláusula específica sobre o compartilhamento de dados. E não são jogos esquecidos no limbo das lojas virtuais. Os games analisados são extremamente populares: em média, eles haviam sido baixados mais de 750 mil vezes cada. Na prática, isso significa que milhões de crianças mundo afora podem ter sido afetadas. Entre os aplicativos estudados estão os games Where’s My Water, Minion Rush e até o app de línguas Duolingo. As empresas emitiram comunicados afirmando que se preocupam com a privacidade de crianças e vão investigar a fundo os problemas levantados pelo estudo.
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Para conhecer
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Descoberta animal
PORQUE COMEMOS ALFACE E AGRIÃO MAS NÃO COMEMOS GRAMA E CAPIM? Porque nem tudo que é verde é digerível.
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orque, do ponto de vista da alimentação humana, a única semelhança entre a alface e o capim é que são verdes. A alface tem de 3% a 5% de fibras, enquanto o capim braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.), usado na forragem de boi, chega a ter mais de 90%. Aí é fibra demais para nós, que não conseguimos digerir celulose. De modo geral, a ingestão de qualquer folha como fonte de nutrientes encontra dois grandes empecilhos: muitas espécies são tóxicas e, se não forem, nem sempre seus nutrientes ficam disponíveis para o organismo usar. É que o metabolismo das plantas produz, em maior ou menor quantidade, substâncias que impedem seus nutrientes de ser bem aproveitados por seus predadores. É o caso dos inibidores das proteases – que atacam as enzimas responsáveis pela aceleração da quebra de proteínas na digestão – e dos fitatos, que diminuem a absorção de minerais essenciais.
Para se proteger de pragas e predadores, certas folhas também usam armas químicas. Os taninos e as saponinas, presentes nas folhas da árvore dama-da-noite, por exemplo, são substâncias amargas e tóxicas. Sua ingestão pode levar a náuseas e vômitos, seguidos de agitação psicomotora, distúrbios comportamentais e alucinações. Já as antivitaminas, outra dessas armas, impedem a função normal de uma determinada vitamina no organismo. Isso sem falar dos alcaloides – famosas substâncias em geral terminadas em “ina”, como cafeína, cocaína, nicotina, morfina – algumas mais e outras menos tóxicas. Há ainda as armas mais intragáveis, as físicas. Certas plantas têm folhas com pelos e bordos serrilhados, que podem ferir ou irritar a mucosa bucal humana. Enfim, é bom agradecer seus antepassados. Foram eles que fizeram todos esses testes para que você soubesse que alface e agrião são seus amigos – e os outros, não.
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Descoberta animal
10 CURIOSIDADES
SOBRE ELEFANTES Existem muitas histĂłrias curiosas envolvendo elefantes, como o caso de um bebĂŞ elefante que fez sucesso ao brincar com passarinhos e outro alegrou o dia de muitas pessoas ao tomar banho de mangueira. Confira a seguir 10 curiosidades sobre esses animais incriveis:
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Descoberta animal
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aiores mamíferos terrestres, os elefantes são divididos em duas espécies: a elephas maximus, elefante asiático; e a loxodonta africana, o elefante africano. O elefante africano é diferenciado de um asiático pelo tamanho: além de ser mais alto, o africano possui orelhas e presas maiores do que as dos seus parentes asiáticos. Os elefantes cativam pessoas de todas as idades com as suas atitudes, carisma e inteligência.
1. Proteção contra o perigo Os elefantes são muito ligados uns aos outros e, quando estão em perigo, os animais formam um círculo em que os mais fortes protegem os mais fracos. Por terem uma forte ligação, eles parecem sofrer muito com a morte de um membro do grupo.
2. Audição aguçada Os elefantes possuem a audição tão boa que podem facilmente detectar os passos de um camundongo. Estes mamíferos ouvem tão bem que conseguem escutar sons até mesmo pelos pés: de acordo com um estudo da bióloga Caitlin O’ Connell-Rodwell, da Universidade de Stanford (EUA), os passos e as vocalizações dos elefantes ressonam em outra frequência e outros animais conseguem receber a mensagem, pelo chão, até 10 quilômetros afastados do emissor.
3. Alimentação Um elefante come 125 quilos de plantas, capim e folhagens, e bebe 200 litros de água por dia, sendo que a sua tromba suga 10 litros de água de uma só vez.
4. Identifica sentimentos Assim como nós, seres humanos, os elefantes são capazes de identificar os sentimentos e o estado psicológico dos seus companheiros. Caso percebam que algo não está bem, buscam emitir sons e tocar para aconselhar, confortar e animar o amigo que está triste. Estes vmamíferos também procuram ser solidários com os semelhantes que estão com problemas de saúde ou à beira da morte.
5. Gestação longa A gestação dos elefantes é a mais longa entre os mamíferos: são 22 meses.
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6. O choro dos elefantes Ao mesmo tempo em que são fortes, resistentes e possuem senso de humor, estes mamíferos também choram de emoção. Existem alguns casos que levam os cientistas a acreditam que os choros dos elefantes estão realmente ligados aos sentimentos de tristeza.
7. Terra e lama como proteção As brincadeiras dos elefantes envolvendo terra e lama possuem uma função muito importante: proteger a pele do animal contra os raios solares.
8. Bons nadadores Apesar do tamanho, os elefantes se locomovem muito bem pela água e utilizam as pernas fortes e a boa flutuação para atravessar rios e lagos.
9. Memória de elefante Você com certeza já ouviu a expressão “ter memória de elefante”, não é? E, sim, os elefantes realmente possuem a capacidade de preservarem recordações de outros seres por anos e até décadas.
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10. O poder da tromba Composta pela junção do nariz com o lábio superior dos elefantes, a tromba é a principal responsável pela respiração do animal, mas desempenha muitas outras funções importantes. O órgão possui mais de 100 mil músculos fortes que ajudam estes mamíferos a pegar uma folha de grama até arrancar galhos de árvores inteiros. A tromba possui capacidade para cerca de 7,5 litros de água, permitindo que os animais a utilizem para despejar o líquido na boca e beber ou espirrar no corpo para tomar banho. Além disso, a tromba também é usada nas interações sociais, para abraçar, cuidar e confortar outros animais.
Descoberta Coluna do Faísca animal
s o l a C cav anas m u h s e õ ç o m e e as
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stranhos. Todos os dias diversas pessoas vem me visitar no parque, algumas são amigáveis, sorriem quando me veem e amaciam meus pelos (amo quando vocês fazem isso). Outras às vezes passam com um semblante tão neutro que não dá nem para imaginar o que ela está pensando. Mas você deve estar se perguntando “mas o Faísca não é um cavalo? Como ele consegue saber quando as pessoas estão felizes, tristes ou neutras?”. Pois bem pessoal, sou um cavalo mas não sou burro, com todo respeito aos meus parentes. Alguns Cientistas da Universidade de Sussex, na Inglaterra, descobriram que os cavalos são capazes de se lembrar de expressões faciais humanas e agir de acordo com elas: uma careta raivosa deixará o cavalo mais cauteloso da próxima vez que encontrar com aquela pessoa, enquanto expressões felizes o deixarão mais relaxado. Na pesquisa, os cientistas usaram dois grupos de cavalos: o primeiro via fotos de pessoas com expressão de raiva, e o outro via pessoas sorrindo. Cada cavalo observou as fotografias por dois minutos, e, três a seis horas depois, foi colocado cara a cara com as pessoas que
estavam nas fotos. O voluntário não sabia se o cavalo havia visto uma foto feliz ou raivosa, e mantinha uma expressão neutra diante do equino. Cavalos que viram a foto de uma pessoa irritada passaram mais tempo observando o indivíduo, além de terem um “comportamento de enfreamento” como arranhar e farejar o chão. Por outro lado, aqueles que viram as fotos felizes tiveram um comportamento mais amigável. Ou seja, meus amigos, está cientificamente comprovado que nós cavalos conseguimos identificar as expressões faciais dos humanos. Além disso, por mais que não tenhamos estas expressões na nossa cara, somos animais sociáveis e cheios de sentimentos. Sendo assim, recomendo que procurem ter um cavalo como amigo - não um amigo cavalo, se é que me entendem. Assim ele saberá quando vocês está feliz ou triste e poderá ajudar a melhorar o seu dia.
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