TABLE OF CONTENTS Title Page Copyright Elogios para Tanya Anne Crosby Prologue Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28 Epilogue Highland Fire Dicionário Gaélico Sobre a Autora
CORAÇÃO DE LEÃO TANYA ANNE CROSBY Translated by
TANIA NEZIO
Coração De Leão Elogios para Tanya Anne Crosby Prologue Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28 Epilogue Highland Fire Dicionário Gaélico Sobre a Autora
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NOTA DO EDITOR: Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor ou são usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, estabelecimentos comerciais, eventos ou localidades é total e simplesmente uma coincidência.
COPYRIGHT © Tanya Anne Crosby Published by Oliver-Heber Books Created with Vellum
ELOGIOS PARA TANYA ANNE CROSBY “Os personagens de Crosby mantêm os leitores envolvidos...” Publishers Weekly “Tanya Anne Crosby nos mostra uma época boa e realiza isso com humor, com uma estória gostosa e a quantidade certa de romance." The Oakland Press "Um romance cheio de encanto, paixão e intriga..." Affaire de Coeur “Ms. Crosby mistura a quantidade certa de humor e amor... Fantástico, tentador!" Rendezvous "Tanya Anne Crosby escreveu um conto que tocará sua alma e viverá para sempre em seu coração.” Sherrilyn Kenyon #1 NYT - Autor de Best-sellers "Ela tem sido minha rainha de ficção histórica, por mais de duas décadas, e ela ainda me deixa sem fôlego e querendo mais!" Barb Massabrook, leitor desde 1992 ”Em alguns momentos seu coração vai vibrar... e você vai torcer e rir." Leah Weller, leitora desde 1993
PROLOGUE
D
escendente dos poderosos filhos dos MacAlpin, o laird (1) MacKinnon parecia invulnerável por trás da sua aura de autoridade. Broc o conhecia muito bem. A inocência da juventude tinha sumido de sua mente imatura; ele já não acreditava que qualquer homem fosse invencível. Seu da (2) estava morto, sua minny também, e ele veio para Chreagach Mhor buscando refúgio. Ele estava lá parado, a enorme espada de seu pai encontravase em sua cintura, e ele respondia todas as perguntas de MacKinnon sem derramar uma lágrima, mas o que ele mais desejava acima de que qualquer coisa era poder fugir e encontrar um lugar tranquilo para curar seu coração. Embora o MacKinnon o tenha acolhido de braços abertos, Broc sabia que ele nunca se sentiria totalmente parte deste clã. Seus parentes tinham sido assassinados, suas terras arrasadas e ele agora se sentia como um mendigo diante do laird MacKinnon. "O rapaz é bem-vindo para ficar," MacKinnon tranquilizou Broc. "Os parentes da minha esposa sempre terão um lugar entre nós, e devemos mantê-lo seguro como se fosse meu filho." A velha que o tinha trazido chorava com gratidão. "Que Deus o abençoe, bom senhor!" A velha Alma tinha assistido quase todos os nascimentos do clã MacEanraig desde que Broc podia se recordar. Ela, também, tinha
sido deixada sem teto, sem família, mas Broc sabia que ela não ia ficar com os MacKinnon. Ou melhor, Alma ia voltar para limpar as cinzas de sua aldeia destruída. Ela ia enterrar cada pobre alma que tinha ajudado a trazer a este mundo, e daí em diante ela continuaria a cuidar de suas sepulturas. "Deus certamente vai lhe sorrir por esta gentileza!" ela disse a MacKinnon. Chreagach Mhor era como se fosse a única pedra sagrada em toda a Escócia. Seu laird parecia mais um rei do que um simples chefe, mas suas maneiras estavam longe de ser imperiosas quando ele respondeu por sua bênção. Ele sorriu para os dois de seu assento sobre o estrado. Seu único filho, Iain, estava sentado em seu colo, os dedos de MacKinnon faziam carinhos no cabelo do rapaz. O coração de Broc ficou mais pesado ao ver esta cena, mas ele permaneceu firme. Ele olhou diretamente para os olhos da criança. "VOCÊ TAMBÉM PODE TER uma cama quente se você decidir ficar," o velho MacKinnon disse para Alma. "Há espaço suficiente — se não for dentro da fortaleza, certamente em outro lugar. Nós lhe saudamos com o coração aberto." "Não, meu senhor." Alma abanou a cabeça. "Mas de qualquer forma eu lhe agradeço. Eu sou velha e meu lugar é com meu marido." Seus olhos ficaram novamente cheios de lágrimas. O velho MacKinnon sobriamente assentiu com a cabeça e não disse nada. Ele sabia, assim como Broc sabia, que seu marido estava morto. Estavam quase todos mortos a não ser por alguns pobres miseráveis.
Segurando o punho da espada de seu pai, Broc levantou seu braço, limpando de seu rosto uma lágrima com sua túnica. Oh, mas ele não era mais uma criança pequena. Ele não devia chorar. Era seu dever ser forte — se ao menos seu coração parasse de doer tão dolorosamente. Outra lágrima escapou de seu olho, e ele rapidamente a afastou. Tudo culpa dos Sassenachs (3). A raiva secou seus olhos. Ele os tinha reconhecido por suas armaduras pratas brilhantes que blindavam seus corpos de suas pernas até o topo de suas cabeças. Como espelhos, seus elmos brilhavam sob o sol da manhã. Os escoceses não usavam fantasias covardes. Nenhum escocês de verdade era capaz de assassinar bairns pequenos e mulheres grávidas, por simples ganância. Os demônios de cara-pálida tinham chegado e ido embora tão rapidamente quanto uma tempestade. Broc estava ocupado arremessando pedras em um lago para lutar ao lado de sua família. Ele evitou seus deveres naquela manhã, fugindo para brincar, e ia lamentar sua decisão infantil para o resto de seus dias. Assim que ele ouviu os gritos, já era tarde demais. De longe, ele tinha visto primeiro a fumaça ondulando no céu. E diante de seus olhos, suas casas tinham sido reduzidas a cinzas. Nunca em sua vida ele tinha sentido tanta raiva. Seu pai tinha dito que eles não iriam parar até que toda a Escócia estivesse sob o jugo do Rei Henry da Inglaterra. Enquanto Broc vivesse, ele não achava que pudesse esquecer o cheiro de queimado de sua aldeia. Em seus pesadelos, ele ia sonhar com os corpos mortos de seus parentes deitados entre os montes de cinzas que uma vez tinha sido suas casas... ele sempre sentiria o
cheiro de carne queimada... e em seu coração ele sempre ia sonhar com vingança. Seu pequeno punho apertava o punho da espada de seu pai. Embora ele mal pudesse empunhá-la agora, um dia esta mesma espada faria a vingança pela vida e honra de sua mãe. Nunca haveria espaço para outra dedicação. Ele daria seu trabalho e sua gratidão para os MacKinnons, mas seu coração ia continuar escuro, iluminado apenas pelo fogo da vingança. Vingança, como uma tocha brilhante através de uma noite escura, ia guiar seu caminho. ELE NÃO IA SER DISTRAÍDO por mulheres ou bebida, ele jurou. Seu coração não seria amansado se ele segurasse um pequeno bairn em seu joelho. Ele não merecia ficar rodeado de netos na sua velhice. Ele falhou com sua mãe. Ele tinha falhado com seus parentes. Sim, eles a tinham matado, mas ele era tão responsável como eles eram. Ele devia ter lutado ao lado de sua família. Outra lágrima rebelde escorreu pelo seu rosto. Ele era grande o suficiente para defender sua minny! Ele era grande o suficiente para defender sua casa! Ele devia ter morrido ao lado deles. Se levasse o resto de seus dias para ele se redimir, Broc de alguma forma ia encontrar uma maneira. Ele não era nenhum rapaz Sassenach fracote! Ele era grande para a idade dele, todos diziam, e ele ia crescer e ficar maior e mais forte do que a maioria. E então um dia ele ia vingar sua minny e seu da. Um dia ele faria os covardes pagarem por suas covardias assassinas!
Iain MacKinnon se deslizou do joelho do seu pai e veio em direção a ele. Ele era mais novo que Broc, mas não em muitos anos — talvez tivesse uns cinco ou sete anos, apesar de Broc não ter certeza. Ele veio e ficou em pé diante de Broc, olhando-o diretamente em seus olhos. Sua expressão era sóbria e de alguma forma tão digna quanto a de seu da. Ele assentiu com a cabeça e disse: "Você vai ficar bem, Broc Ceannfhionn." Broc não acreditava que isso fosse verdade, mas não discutiu. Ele estreitou os olhos para o apelido que Iain tinha dado a ele — Broc o Loiro. Ninguém nunca o tinha chamado assim, mas não lhe pareceu tão ruim ser chamado desta maneira. Ele assentiu, agradecendo sem palavras a Iain pelo seu carinho — apesar de cinco anos ser muito jovem para entender qualquer coisa. Quando o menino tivesse pelo menos sete anos, ele poderia entender melhor. "Você pode compartilhar meu quarto," o rapaz ofereceu. "Eu vou te mostrar onde é..." Broc olhou para Alma. Ele queria ir com ela, em vez disso, para ajudar a colocar todos os fantasmas para descansar. Ela esticou a mão para pegar o queixo dele, levantando seu rosto. "Doce Broc, você vai ficar bem aqui." Outra lágrima escapou de seu olho. "Esqueça a raiva, criança," ela o aconselhou, “lembre-se do amor. Faça sua doce minny orgulhosa! Encontre uma boa mulher para amar e lhe dar bairns fortes. Deixe o sangue do teu pai viver muito tempo em suas veias e em seus filhos! Você é o último do clã MacEanraig, rapaz. "
ELE ENGOLIU SECO, percebendo que ele nunca ia vê-la novamente. Seu último laço com seus parentes seria cortado no instante em que ela saísse pela porta. Mas seu pai queria que ele fosse um homem. Ele olhou seu meigo semblante uma última vez, seus olhos doendo cheios de vontade de chorar, mas ele não derramou nem uma lágrima quando se virou para seguir Iain MacKinnon. Ele sempre se lembraria das palavras de Alma, mas ele não olhou para trás.
(1) Laird - proprietário de terras na Escócia. (2) Da – pai (3) Sassenach - - termo (escocês) ofensivo de referência a uma pessoa inglesa
CAPÍTULO 1
U
m melro perseguiu sua companheira através do céu iluminado pelo sol. O casal vibrou juntos em uma árvore próxima, cantando alegremente como só os amantes estão acostumados a fazer. Broc de alguma forma se sentiu vazio com a visão deles. Era a segunda vez no dia que este sentimento vinha até ele. Ele não conseguia entender o que o estava perturbando, mas ele estava inquieto. Era um lindo dia de verão com todas as árvores brilhando verdejantes. O cheiro de algo delicioso, mas elusivo pairava no ar como uma névoa invisível, provocando suas narinas. Algo como um doce pólen, embora ele não pudesse descobrir a flor de origem. Ele parou para ver as aves se acasalando em cima de um ramo. Pequenas criaturas furiosas, elas lutavam juntas como se estivessem numa batalha. Suas sobrancelhas se uniram enquanto ele assistia a cena. Por Deus, parecia que todo mundo estava se acasalando exceto ele. Ele era o último do seu clã. Isso não o tinha incomodado muito até hoje. Ele não permitiu que isso fizesse seus pensamentos se tornarem negativos. Mas após o sermão de Gavin Mac Brodie no casamento do seu irmão, ele se encontrou lembrando-se da bênção de uma velha mulher. Encontre uma boa mulher para amar e dar-lhe bairns fortes.
Deixe o sangue de o teu pai viver muito tempo em suas veias e nas veias dos seus filhos! Você é o último do clã MacEanraig, rapaz. O eco da sua voz tinha se desvanecido através dos anos. Mas as palavras dela voltaram para assombrá-lo. Elas o deixaram estranhamente desolado. Se alguém perguntasse a ele apenas alguns meses antes se seu melhor amigo algum dia ia se casar, Broc teria rido na sua cara e balançado sua cabeça com absoluta convicção. Mas Colin era agora um homem casado, e Broc nunca o tinha visto tão feliz. Ele estava satisfeito por eles. E mesmo assim... logo após seu casamento, ele se encontrou obcecado com as palavras de uma mulher e ansiando por algo que ele não conseguia nomear. Ele afastou-se dos pássaros e continuou sua jornada para casa. Algum tempo atrás, Merry, seu cachorro, estaria em seus calcanhares, e ele talvez tivesse que arrastá-la latindo para longe da maldita árvore. Ele tinha saudades do vira-lata. Ele suspirou e tirou-o da memória, só para ser assediado por outra lembrança ainda mais pungente. Uma que sempre pairava sobre a borda de sua consciência — o som de seus pais rindo juntos. SEUS PAIS TINHAM SIDO PROFUNDAMENTE DEVOTADOS um ao outro, e seu da obviamente tinha amado sua minny e, quando criança, Broc tinha se sentido enriquecido pelo amor deles. Mas por mais feliz que sua infância tivesse sido, apesar das dificuldades, suas memórias encontravam-se manchadas com o horror da morte deles. Ele não conseguia nunca pensar neles sem se lembrar dos
gritos de sua mãe. Ele não tinha idéia de que tinha parado de novo, nem de que ele estava sentado no chão, mas se deixou envolver pelas imagens de suas lembranças. Mesmo após todos estes anos os rostos de seus parentes o atormentava. Ele arrancou uma flor do arbusto e esmagou-a na sua mão, seu estomago queimando com raiva da lembrança. Não, era melhor nunca abrir o coração, era melhor nunca deixar se sentir indefeso. O menino que ele tinha sido estava morto há muito tempo agora. O homem que ele tinha se tornado era muito mais forte sozinho. Sua devoção era reservada para o clã que o tinha abraçado como um filho e o tinha feito se sentir como um deles. Além de seu clã, ele não queria se apegar a ninguém. Uma mulher seria mais do que um fardo — um que ele não podia se permitir. O rosnado de um cão assustou-o de seu devaneio. Por um instante, ele se esqueceu que Merry estava morto e pensou que fosse seu velho companheiro. Ele virou-se, esperando encontrar os olhos pretos o encarando e ao invés disso, viu um cão estranho e grande. Os dentes do animal estavam expostos, mas eram dóceis e inofensivos, talvez até com medo. Seu pelo era uma confusão, todo molhado e sujo, talvez por causa de uma volta pelo pântano. Ele precisava desesperadamente de um banho, comida e um lugar quente aos pés de alguém. Foi assim que ele encontrou Merry. Ele teve que conquistá-lo, também. A lembrança trouxe um melancólico sorriso aos seus lábios. Mas então ele pensou sobre a forma brutal que ele tinha morrido e quanto tinha doído ter que enterrá-lo, e a sensação de
vazio voltou. Era muito difícil perder as pessoas que se amava, e parecia para Broc, que tudo o que ele mais amava, ele sempre perdia. Uma parte dele quis se levantar, se limpar e se afastar do animal, mas ele não fez isso. Ele ficou lá, sem fazer nenhum movimento, nem para deixá-lo, nem para abordá-lo. Os olhos brilhantes do animal olhavam para ele. Broc não desviou o olhar dele. Ele tentou transmitir à besta que nada de mal aconteceria para ele. Ele removeu da bolsa que estava em sua cintura uma pequena lasca de carne defumada e ofereceu como símbolo de sua amizade. E falou com ele suavemente, e o animal abaixou suas orelhas, inclinando sua cabeça curiosamente. Broc sorriu e continuou a olhar para ele, desejando que ele viesse até ele. Estendendo a mão, ele começou a acariciá-lo, e ele abaixou sua cabeça e deu um passo para frente. DEMOROU um pouco até Broc fazer um movimento para se aproximar dele. "Isso garota," ele sussurrou, embora ele não tivesse idéia do sexo do animal. E não importava muito saber qual era o sexo, ele decidiu, quando acenou com a carne para o animal, tentando persuadi-lo a chegar mais perto. Não demorou muito para o cão estar ao seu lado, agitando seu pelo molhado e salpicando água fedida do pântano no rosto dele. Broc riu e acariciou a cabeça dele vigorosamente, recompensando-o por sua bravura. Ele entregou a carne. O pobre animal arrebatou a comida rapidamente, devorando de uma só vez e, em seguida,
olhou para ele, como se à espera de mais. Broc riu, acariciando-o. "Calma," ele disse de novo e se levantou, continuando a acariciá-lo. Seu pelo era suave, embora estivesse úmido e sujo. Ele obviamente estava com fome, mas ele não tinha nada para alimentá-lo. Ele olhou para o animal com apreciação, e seu coração se derreteu. Ele era um bobo com relação a animais — eles eram leais e eram sempre gratos. Sim, quem precisava de mulher quando elas quase sempre estavam nervosas e raramente eram fiéis? Que Colin e Leith e Iain e o resto dos rapazes fossem felizes com suas mulheres. Ele estava melhor sozinho. Ele não tinha vontade de se amarrar com uma vadia reclamando, reclamando. Ou melhor, um cão era o companheiro que ele realmente precisava. Se você jogasse algumas migalhas para um cachorro, ele lhe seguiria cegamente até o dia em que ele morresse. Ele devia levar esse cachorro para casa, ele decidiu enquanto acariciava sua cabeça, alimentá-lo, e dar-lhe um banho. Ele tinha aprendido o valor de banhar seus animais. A esposa de seu laird tinha lhe ensinado como se livrar das pulgas, e uma vez que ele não parecia ser capaz de mantê-los fora de sua cama, era melhor ele seguir seus conselhos. "Boa garota," ele disse, e o animal abaixou a cabeça, desfrutando de suas atenções. Ele queria saber de onde o cão tinha vindo e a quem ele pertencia. Ele não se lembrava de tê-lo visto antes de hoje. Ele está com fome, mas não parecia faminto, então não podia ter vindo de muito longe. Se ele fugisse depois que ele o limpasse e o alimentasse, ele certamente entenderia. Ele começou a se afastar, esperando que o cachorro o seguisse.
O cão deu alguns passos e, em seguida, parou abruptamente, e Broc parou também, determinado a fazer amizade com ele. E então de repente começou a latir como se quisesse ele ficasse. Ou talvez o seguisse. "O que foi garota?" ele perguntou e deu um passo hesitante em direção a ela. O cão deu um passo para trás, e Broc coçou sua cabeça, tentando descobrir o que o animal estava tentando lhe dizer. Deve ser uma vadia, ele decidiu, porque ela parecia não ser capaz de tomar uma maldita decisão se gostava dele ou não.
CAPÍTULO 2
Elizabet sentiu vontade de arrancar seu cabelo de frustração. Ela o amarrou e sentou-se desanimada, sobre as raízes de um velho carvalho para aguardar o retorno dos homens indisciplinados com quem seu pai a obrigou a viajar. Ela suspirou e abraçou os joelhos dela, querendo saber sobre o primo do seu pai. Será que Piers ia recebê-los calorosamente? Ou ele a olharia como a nova esposa de seu pai tinha olhado — como uma víbora tentando rastejar para dentro de sua casa? Por Deus, ela estava tão cansada e quase tão mal-humorada como o cão de caça da mãe — que, tinha desaparecido novamente! E os homens estavam fazendo sabe Deus o quê! Como se não bastasse, parecia que eles estavam perdidos andando em círculos. A uns duzentos metros eles tinham passado por uma pequena cabana, com uma amável velhinha de pé diante dela. Que mal uma velha poderia ter feito para cinco soldados corpulentos? Quatro, ela emendou às pressas — uma vez que seu meio-irmão não era exatamente corpulento. Uma pergunta simples e educada provavelmente teria lhes dado uma resposta simples e educada. Era verdade que eles estavam atravessando florestas desconhecidas e possivelmente territórios inimigos, mas não parecia muito provável que eles chegassem a algum lugar sem ousar perguntar onde eles estavam. O mapa rústico e antigo que eles tinham era inútil. Cavalgando
orientados por ele os tinham levado à beira de um penhasco íngreme, e a implicação do que aconteceu podia ser clara para Elizabet se ela não estivesse certa de que seu pai a tinha mandado nesta jornada para aprimorar suas relações com seu primo, e não piorá-la. Sua nova esposa, por outro lado, Elizabet não estava muito certa. Aonde a querida Margaret resolvia se colocar, os filhos do seu pai desapareceriam da face da terra para sempre. E só para ter certeza Elizabet e John foram os primeiros a sair para não voltar, e ela tinha enviado seu irmão Tomas junto para ter a certeza de que a tarefa fosse cumprida. Ela tinha insistido veementemente que Tomas os acompanhasse, e Elizabet tinha certeza de que Margaret tinha feito isso para ter certeza de que Elizabet e John estariam para sempre fora do caminho dela. Era evidente para Elizabet que Margaret não os apreciava em sua casa. Elizabet não gostava dela. HAVIA algo sobre o comportamento de sua querida madrasta que parecia um pouco enganador — embora porque seu pai parecia estar cego a ele Elizabet não sabia. Margaret era linda, mas não tinha calor nos olhos dela. Infelizmente, seu pai estava velho, e Elizabet supôs que ele estava grato por ter uma mulher tão jovem sem se importar que ela pudesse ser uma megera. Os homens eram criaturas bobas. Jesus, mas ela não queria se prender a nenhum homem. Se Piers fosse amável, ele simplesmente ia deixá-la manter seu dote e poupá-la da miséria de encontrar um marido para ela. Pela cruz do Senhor, esses homens que viajavam com ela eram
um perfeito exemplo da estupidez masculina. Dos quatro enviados para escoltá-los, todos apenas ficavam de pé, sem parecerem inclinados a seguir o outro. Nem mesmo Tomas parecia capaz de reprimir suas disputas. Se seu irmão John fosse um pouco mais velho e mais confiante em si mesmo, talvez ele pudesse pegar as rédeas dos problemas em suas próprias mãos e se atrever a tomar suas próprias decisões como herdeiro de seu pai. Da maneira que as coisas estavam acontecendo, cada um tinha a intenção de seguir sua própria direção, e John era impotente para liderá-los. Não era de se admirar que eles estivessem perdidos. Elizabet tinha vontade de liderar todos eles. Na verdade, ela estava com vontade de pegar a espada de John e forçar todos eles a segui-la. Ela estava totalmente desacostumada a ficar a parte, dócil, enquanto homens brigavam entre si como mulheres velhas. A mãe dela não a tinha ensinado a ser uma donzela em perigo. Ou melhor, todos os homens que sua mãe tinha conhecido eram homens fortes, acostumados a dar ordens, e sua mãe, da maneira dela, tinha sido tão forte quanto eles. Ela tinha tido uma ótima educação, era inteligente e cheia de coragem. Como resultado, Elizabet tinha pouca paciência com pessoas fracas de qualquer sexo. Onde estavam esses babões tontos? Eles tinham ido para a floresta para se aliviar, o irmão dela incluído, e o cão tinha desaparecido atrás deles. Nenhum deles, ainda, tinha retornado, e Elizabet estava ficando impaciente com a espera. Ela se levantou limpando sua roupa. "Harpy!" ela gritou, almejando o conforto da presença do seu cão. Para falar a verdade, particularmente ela não gostava muito de
Harpy ter se apegado tanto a John. Animal mimado! Ele era seu cachorro, não era dele e ela era ciumenta sobre esse assunto, ele era a única coisa que restava de sua mãe, além do crucifixo que ela usava em sua cintura. Ela entrou na floresta, chamando pelo cão desobediente. EMBORA ELIZABET PUDESSE OUVIR as vozes dos homens, ela não o via por perto. Se Harpy estivesse com eles, o cão teria certamente a ouvido então ela devia estar longe, ela raciocinou. Se Elizabet esperasse que os homens voltassem antes de saírem para procurála, o cão estaria a meio caminho de volta para a Inglaterra antes de eles a encontrarem. Elizabet chamou o cão novamente, rezando para que ela não se deparasse com os homens enquanto eles se aliviavam. "Ela não está aqui!" gritou John de um arbusto bem à frente e Elizabet se afastou para evitá-lo. "Eu vou procurar por ela," ela gritou de volta, grata dele ter respondido, para que ela não fosse até o arbusto e pudesse se envergonhar. "Não vá longe, Liza!" Ela sorriu com a preocupação de John. "Não vou!" Talvez ela se preocupasse muito com ele, mas às vezes ele parecia tão frágil. Sua perspicácia era rápida e sensata, mas seu corpo era frágil. Ele era o mais novo dos filhos legítimos de seu pai, e parecia que estava sempre pronto para uma batalha sobre qualquer coisa — como se ele sempre tivesse algo a provar — e Elizabet finalmente entendeu por que. Seus medos finalmente tinham se concretizado. Como Elizabet, ele tinha sido facilmente
descartado. Ela amava John, embora ela o tivesse conhecido há pouco tempo. Ele tinha sido a única pessoa que a tinha recebido sem reservas quando ela chegou à casa de seu pai — não que seus outros irmãos tivessem tratado-a mal, eles simplesmente nunca realmente a tinham abraçado. Não havia muita coisa para que eles quisessem compartilhar com mais um irmão. E Elizabet tinha ousado esperar ter encontrado um porto seguro depois de muitos anos sem ter uma família e nenhum lugar para chamar de seu. Até que seu pai se casou com aquela mulher horrível e Elizabet tinha sido colocada para fora de sua cama, quinze dias depois de suas núpcias. Mas ela se recusou a se permitir a mergulhar em autopiedade. Essa era uma oportunidade, ela garantiu a si mesma. Ao contrário de sua mãe, ela nunca iria ser algemada a algum homem, dependente de suas graças para alimentar a ela e os filhos dele. Ou melhor, ela não teria nenhum filho e nenhum homem para mantêla. Aqui nos confins da Escócia ela seria livre para viver como ela escolhesse, sem os grilhões do matrimônio. Ela ia implorar Piers para devolver o dote dela, e ia encontrar uma maneira de cuidar de si mesma. Ela estava determinada a fazer o melhor de sua vida e cuidar de John também. DE ALGUMA FORMA, ela raciocinou. Não era como se alguém a quisesse. Ela não tinha nada para trazer para uma união além de seu corpo e de sua mente. O dote dela era pequeno e não tinha sido suficiente para que seu pai quisesse ficar com ela. Ela tinha aprendido bastante jovem a que os homens davam
valor. Para eles uma mulher valia por duas coisas. A primeira e mais importante era o que elas podiam trazer para um homem com relação a riquezas e herdeiros. A segunda era o que podiam fazer na cama, e nesta última Elizabet ganharia não mais do que sua mãe cortesã. Na verdade, a mãe dela tinha trabalhado duro por cada pedaço de alimento que as duas tinham colocado em suas bocas, e no final ela tinha morrido sozinha. E a mulher do pai dela — que tinha lhe dado cinco filhos — tinha perdido seu marido para outra mulher, cujo corpo tinha lhe dado maior prazer — a mãe de Elizabet. Em ambos os casos, era uma questão de satisfação de um só homem e o trabalho desvalorizado de uma pobre mulher. Tudo parecia tão injusto. Mas agora não era hora de tristeza ou arrependimento. A mãe dela tinha morrido há três anos, e ela tinha que ser responsável pelo seu próprio bem-estar. Com Deus como sua testemunha, a primeira coisa que ela pretendia fazer depois que encontrasse Harpy era voltar e falar com a velha na pequena cabana. Não podia haver nenhum problema em falar com ela e quando ela soubesse quem era o primo do seu pai, ela provavelmente a receberia com cortesia porque Piers de Montgomerie era, afinal de contas, seu laird. Realmente não importava para Elizabet se os malditos homens aprovassem ou não, porque se eles se recusassem a voltar para pedir direções, Elizabet iria sozinha — que todos eles morressem! Ela estava cansada de vagar sem rumo nestas florestas com quatro homens que não pareciam ser capazes de seguir o nariz em seus rostos, atrás de um parente distante que ela nunca tinha conhecido — e que provavelmente nem sabia que ela existia — e
que não deveria ter tempo ou inclinação para cuidar dela e muito menos vontade para fazê-la se sentir em casa. Parecia que a vida dela tinha virado ao avesso. Sim, por tudo o que ela conhecia, Piers podia mandá-los de volta no instante em que ele os encontrasse. Porque, afinal de contas, ele desejaria se tornar responsável pela filha bastarda de um primo que ele nem ao menos tinha intimidade? Ela estudou a floresta tentando achar algum sinal de Harpy. Onde o diabo tinha ido o cão? Estava ficando tarde, e a floresta estava começando a ficar escura. Os verdes brilhantes tinham virado tons de cinza, e vagalumes começavam a brilhar diante de seus olhos. "Harpy!" ela chamou novamente, e então de repente ouviu um latido respondendo à distância. "Aí está você!" ela murmurou e começou a correr. Por Deus, ela não sabia o que faria sem esse cão rabugento e bobo! Ela seguiu o som do latido até um bosque pequeno, e se sentiu congelar, assustada por sua descoberta.
CAPÍTULO 3
E
le era de longe o maior homem que Elizabet já tinha encontrado, mas os seus murmúrios enquanto ele falava com Harpy eram gentis como ela nunca tinha visto. Ele estava ajoelhado, persuadindo Harpy a vir até ele, e o tamanho dele era evidente, mesmo ele estando agachado. "Aqui, cãozinho," ele dizia. Ele bateu palmas de suas mãos. "Aqui cãozinho, aqui!" Apesar de estar parecendo que ele estava tentando roubar o cão dela, Elizabet engoliu seu protesto enquanto olhava para ele, fascinada com a justaposição de seu tamanho e sua gentileza. O cabelo dourado emoldurava um rosto que era quase demasiado encantador para um homem, e mesmo no crepúsculo, ela podia ver claramente o azul brilhante dos seus olhos. Os vaga-lumes cintilavam em volta do seu corpo, dando a Elizabet uma sensação de vertigem enquanto ela o olhava. Ela teve que se lembrar de respirar. Ele estava usando um vestuário meio bárbaro — algo como as antigas togas que ela tinha visto retratadas nos desenhos dos manuscritos da mãe dela, mas com uma cor brilhante. E tinha as pernas nuas, que eram grossas e musculosas. Seus braços estavam descobertos, bem como a maior parte do seu peito. E seu único acessório era uma espada enorme na sua cintura.
"Meu Deus!" ela sussurrou, lembrando-se de repente. Ela se mexeu atrás da árvore mais próxima, embora de alguma forma, ela não estivesse com medo dele. Algo sobre seu comportamento e o bem-humorado olhar nos olhos dele lhe deixava à vontade. Ainda assim, ela olhou para ele com o coração martelando ferozmente. "Santa Maria," ela disse baixo. Ele deve ter ouvido, porque de repente ele olhou na direção dela. Seus olhos se encontraram. Qualquer palavra que Elizabet pudesse falar naquele instante foi esquecida quando ela olhou para aqueles olhos azuis. Cabelo perfeito, sobrancelhas cinzeladas e lábios cheios e vermelhos pareciam pintados, estas foram as primeiras impressões de Broc sobre a garota. ELE NÃO A RECONHECEU APESAR dele conhecer a maioria das pessoas nestas partes, com exceção de alguns que tinham se estabelecido aqui após a vinda do Lyon de David — o inglês que ganhou um pedaço desta terra por causa de sua espada e a manteve com a sua perspicácia. Seu casamento com uma Brodie nunca compraria a lealdade do povo, mas parecia que de qualquer maneira ele a estava ganhando. A curiosidade o picou e ele desejou que ela saísse de trás da árvore para conseguir um vislumbre melhor dela. "Quem é você, moça?" Ela deu-lhe um olhar olho zombeteiro. "Porque eu lhe diria?" Por causa do sotaque inglês do som de sua voz, ele supôs, e raciocinou que ela devia pertencer a Lyon Montgomerie — embora
o que diabo ela estava fazendo sozinha tão longe aqui na terra do MacKinnon? Ele olhou em volta procurando algum sinal de seus companheiros, mas a floresta estava vazia, exceto pela mulher, seu cão sarnento e Broc. "Porque," ele disse, "nós escoceses não gostamos de forasteiros em nosso lar." "Seu lar?” Ela saiu de detrás da árvore, parecendo mais contrariada do que tinha direito e jogou os braços para os lados para indicar as florestas que os circundava. "Não chamaria isso de lar!” Seu longo cabelo cobre encontrava-se em uma única trança grossa generosamente presa com fitas de ouro luminosas. O penteado estava completamente arruinado pelos cachos rebeldes que escapavam da trança e emolduravam seu lindo rosto. E ela era, de fato, adorável. Broc experimentou uma onda de luxúria tão inesperada que o deixou surpreso. Cristo, mas eram todas estas mulheres Sassenachs parecidas? "Todas as árvores na floresta são minhas!" Ele a informou. "Cada folha que você vê em cima desta terra pertence aos meus irmãos." Ela engatilhou uma sobrancelha. "Mas que família possessiva você tem!" Ela mantinha-se ereta, mãos nos quadris, desafiando-o e Broc tentou não rir. "Talvez você devesse dizer para seus irmãos quando os encontrar que é muito mais abençoado compartilhar." A moça estava levando tudo o que ele tinha dito muito literalmente. "Eu não tenho irmãos, moça." "Não?” Ela levantou suas sobrancelhas. "Então você devia ouvir sua mãe quando ela lhe avisou para nunca mentir."
"Eu não tenho mãe, também," ele disse mais irritado do que tinha intenção, embora ela parecesse muito mais ofendida do que compassiva sobre a sua declaração. "TODO MUNDO TEM UMA MÃE!" "Sim, bem, a minha está morta há muito tempo," ele a informou, na esperança de que ela se calasse. O assunto ainda era doloroso para ele mesmo após todos estes anos. Na verdade ele tinha vindo do cairn que ele tinha construído em sua memória. Não importava quantos anos já tinham se passado, não tinha diminuído a dor da sua perda. "Como a minha!" ela argumentou. "Mas eu nunca seria tão ingrata a ponto de dizer que eu não tenho uma!" Broc meramente olhou para ela, confuso. Só Page FitzSimon tinha ousado falar com ele neste tom — e até o primeiro encontro com a esposa de seu laird ele nunca tinha encontrado uma língua tão afiada. Com que diabo eles alimentavam essas moças inglesas para torná-las tão amargas — e desta vez ele não podia culpar o uisge condenável de Seana Brodie, mas certamente devia haver algo na água que elas bebiam. Ele quase riu em voz alta com o absurdo de tudo. Ela era pequena para uma mulher, mas não era nenhum desafio para qualquer homem — muito menos ele — mas ela ficou lá, encarando-o como nenhum homem jamais tinha ousado. Broc coçou sua cabeça. "Quem diabos você disse que você é?" Ela pegou seu queixo. "Um substituto para as boas maneiras, já que parece que você não tem!"
Mulher teimosa. Broc resistiu à vontade de andar e atirar seu lindo traseiro no seu joelho. Por Deus, se ele fosse um rufião, ela perderia mais do que a língua por sua insolência. "Por falar em boas maneiras, moça, ninguém a avisou para ter cuidado com pessoas estranhas?" Ela ignorou sua repreensão. "Esse é o meu cachorro," ela informou-lhe, apontando seu dedo para o animal sujo a seus pés. Como se entendesse, o animal se virou para encará-la, mas não se mexeu. "Venha cá, Harpy!" Harpy sentou-se obstinado. Broc reprimiu seu riso, mas seus ombros se sacudiram com alegria. Como ele se sentia, ele quase chamou o cão só para chateá-la. Ele sempre teve jeito com os animais, e ele não tinha dúvida que o cão viria até ele, especialmente se ele sacudisse o que tinha na bolsa que estava em sua cintura, tentando-o com mais comida. "Pela última vez, moça, quem é você?" ele perguntou mais firme desta vez. Ela não deu a menor bola para ele. "Quem eu sou não é da sua conta!" Ela respirou num show de bravata que apenas conseguiu atrair os olhos dele para os seus seios deliciosos. Broc piscou os olhos. ELA TINHA SIDO abençoada de uma forma que poucas mulheres tinham, com seios fartos e uma cintura minúscula que se sobressaía pelo cinto dourado que pendia para baixo sobre suas ancas. Uma mulher como ela poderia fazer um homem se esquecer de suas boas maneiras. Seu corpo endureceu com o pensamento,
surpreendendo-o novamente com a reação. Ele não se lembrava da última vez que uma mulher tinha mexido com o sangue dele tão facilmente. Por Deus, ele gostava de mulheres insolentes, mas as terras das fronteiras, apesar da paz recém forjada entre seus clãs não era lugar certo para uma mulher sozinha. "Vem cá, Harpy!" O cão permanecia teimosamente ao lado de Broc, olhando para ele e abanando a cauda amigavelmente. Bom cão, ele pensou um pouco presunçoso e virou-se para estudar sua hóspede um pouco mais de perto, enquanto a atenção dela estava no cachorro. Ela parecia um pouco com uma cortesã, ele pensou — ricamente vestida para atrair sua isca. Embora algo nos olhos desta mulher parecesse muito mais inocente do que proclamava o vestido dela. Ela seria uma presa fácil para os homens com intenções ignóbeis. "Estas florestas não são o lugar para uma lady," ele lhe informou. "Todos os tipos de perigos espreitam aqui." Ela chegou mais perto, o olhar dela espreitando Broc e o cão. "Sim, bem algo me diz que se você é o pior que os escoceses têm para oferecer, acho que não vou ter nada com que me preocupar." E ela chamou seu cão novamente sem sucesso. De repente Broc não se sentiu nem um pouco caridoso. Por mais linda que ela pudesse ser, ela era a mais intratável mulher que ele já tinha conhecido. Ele devia ensinar a moça uma maldita lição, não importava quem ela fosse. E o fato de que ela o achava inofensivo o irritava além da medida — especialmente se ela fosse de fato uma maldita Sassenach. Ela bem que deveria se preocupar que ele não era o único por estas bandas que detestava os ingleses. O amor de todos por Page MacKinnon particularmente não
diminuía o ódio de seus compatriotas. Ele estreitou os olhos para ela. "Você não ouviu, moça... nós escoceses nos banqueteamos com as mulheres perdidas, bairns e cães indefesos? Eu tenho sorte, porque parece que sou sempre abençoado com dois itens dos três e eu sou um homem com muita fome." Ela parou e piscou os olhos. Ele não tentou rir com a expressão dela, com a maneira que ela inclinou a cabeça totalmente incerta. Mas ela leu a mentira em sua expressão e levantou uma sobrancelha. "Mesmo se eu soubesse o que é um bairn, eu não acreditaria em você!" "Por que eu mentiria?" "PARA ME ASSUSTAR, CLARO!" Se ela tivesse algum juízo, ela, na verdade, teria medo. "Está funcionando?" "Não!" ela declarou. Broc franziu a testa. "Você tem certeza?" Ela cruzou os braços. "Eu pareço assustada para você?" Não o suficiente, decidiu Broc. Com um rosnado temível, ele de repente atirou-se para o cão. O animal ganiu, e correu para mais perto de sua dona e Broc não conseguia segurar o riso. A última coisa que ele queria era se sentir atraído por uma maldita inglesa. Apressando-se para frente, a mulher caiu de joelhos, abraçando o pescoço do cão de caça, protetora, ignorando completamente qualquer ameaça a si mesma. Ele franziu a testa com o seu ato.
Os olhos dela brilharam com desdém. "Você é um homem muito grosseiro!" Broc sorriu. "Assim me disseram. Mas claro nós escoceses somos todos bárbaros e implacáveis, você não sabia." "É verdade," ele persistiu quando ela olhou para ele com um olhar duvidoso. "Comemos nossas bairns quando eles nascem fracos e usamos quase uma árvore inteira como palitos." Ela franziu a testa. "Isso é um absurdo!" ela proclamou. Broc cruzou os braços, defendendo sua posição. Ela deu-lhe um olhar tímido. "Embora, na verdade, eu tenha ouvido que vocês atiram árvores um no outro em concursos bobos para provarem sua masculinidade." Broc levantou uma sobrancelha em resposta. "Você sabe sobre isso?" Esta mulher era uma deliciosa contradição. Vestida como uma rainha, ajoelhada na lama como um mendiga, ao lado de seu cão, de pelo sujo, com os olhos brilhantes que refletiam o espírito de uma guerreira. Ele quase desejava que ela não fosse uma Sassenach. Apesar de seus dias de ódio pelos ingleses já tivessem passado, ele tinha tanta confiança neles como tinha pelo bastardo pai da esposa do seu laird. O da de Page era a personificação dos ingleses que ele desprezava — aqueles que tinham assassinado seus pais. E por causa de Page, ele já não ouvia aquele sotaque característico e sentia uma fúria negra, embora ele não se sentisse à vontade na presença deles. Essa mulher não era exceção. Ela era uma Sassenach e onde havia uma devia ter muitos mais. Ele fez uma careta com este pensamento. Como vermes, eles
viajavam juntos como uma matilha de lobos. Enquanto ele estava ali admirando seus seios eles deviam estar se preparando para atacá-lo e roubá-lo. NA VERDADE, ele não se lembrava dela no casamento de Meghan e Lyon Montgomerie e esse fato o preocupou... Sentindo-se de repente cauteloso, ele se virou para estudar a parte da floresta de onde ela tinha vindo. O pescoço dele se arrepiou quando ele examinou a floresta em torno deles. Sua intuição de guerreiro disse-lhe que alguém atrás... nas árvores... os estava olhando... Ele espiou o homem quase escondido atrás de um carvalho. Um inglês, sem dúvida, pela maneira como estava vestido. Ele estava de pé, com um arco na mão, pronto para disparar uma flecha. A princípio Broc pensou nele mesmo como o objeto da caça, mas o homem estava tão fixado em seu alvo que não percebeu que Broc o tinha visto. Ele está atrás da mulher, ele pensou. Ele ficou parado um instante. A flecha voou. Broc não pensou, apenas reagiu. Ele atirou-se em cima da garota.
CAPÍTULO 4
Elizabet gritou. "Me solta!" Ela exigiu. Ele arrastou-a quando ficou de pé, puxando-a na direção dele. Ela engasgou quando viu a faca que apareceu de repente na mão dele, embora ela de alguma forma soubesse que não era para ela. "O que você está fazendo? Deixe-me ir!" "Cale-se!" ele rosnou. "Não!" Elizabet disse e gritou novamente, mais alto desta vez. "Eu não estou sozinha!" Ela avisou. "Eu percebi. Quem é aquele arqueiro?" O que diabos ele estava falando? Elizabet lutava contra seus braços. "Eu disse deixe-me ir! Você está me machucando!" Ele a virou para que ela o enfrentasse, olhando para ela. "Não tanto quanto aquele arqueiro pretende!" "Não sei o que você está falando! Que arqueiro? Eu não vi nenhum arqueiro!" Ela pensou que provavelmente pudesse ser o irmão dela ou os homens do seu pai que vinham para resgatá-la, mas ela não ia falar isso para ele. "Elizabet!" seu irmão John de repente gritou da floresta, confirmando suas suspeitas. "John!” Ela queria avisá-lo para ir buscar ajuda, porque o irmão dela não era páreo para este escocês bárbaro, mas o gigante empurrou-
a contra ele e colocou a mão contra a boca dela. Jesus, mas ele estava sufocando-a! Elizabet mordeu seu dedo. Ele gritou com a dor, mas não a soltou e ela o mordeu mais uma vez. Ele colocou a faca na garganta dela. "Solte o meu polegar, moça!" ele exigiu, "ou eu vou te deixar à mercê deles!" O que ele estava falando? Deixe-la à mercê de quem? De repente, seu irmão, que estava perto das árvores, começou a gritar de uma maneira que Elizabet nunca tinha ouvido, e começou a vir na direção dela. Ele estava gritando terrivelmente, e Elizabet não podia dizer se era com raiva ou com medo. Talvez ambos? "Liberte-a, escocês bastardo!" ELIZABET SOLTOU o polegar do homem tempo suficiente para gritar o nome do irmão. "Não!" ela gritou e novamente tentou avisá-lo para ir buscar ajuda, mas o escocês a empurrou, mudando seu punhal para sua mão ferida e desembainhou sua espada com a mão direita, e a movimentou tão rapidamente que ela mal podia acreditar em seus olhos. Ela não tinha lhe dado crédito. Um som pavoroso aflorou nos lábios de John quando ele atacou. O escocês balançava sua arma, abatendo John com um golpe terrível. A batalha acabou antes de começar. Elizabet correu em direção ao corpo sem vida do seu irmão. "John!” Tarde demais, ela ouviu os gritos dos homens do seu pai quando eles vieram correndo para a cena.
O gigante inclinou-se para olhar para ele. "Deixe-o em paz!" Ela exigiu. "John!" ela gritou avaliando suas feridas. Ele estava deitado sobre a grama, mas não havia qualquer sinal visível de sangue. Ainda assim, seu rosto estava pálido, e seus lábios já estavam ficando azuis. Ele estava deitado como se fosse um cadáver. "Olha o que você fez!" ela gritou para o escocês, as lágrimas enchendo seus olhos. Os homens do pai dela correram para o matagal, mas Elizabet não olhou para eles. Onde diabos estavam os patifes quando ela precisava deles? Ela segurou o rosto de John, implorando-lhe para acordar. Ele era a única família que tinha restado para ela — seu único amigo! "John!" ela chorou baixinho, mas ele não se moveu. Em pânico, ela olhou para o escocês. "Você o matou!" ela gritou e olhou para ele a tempo de vê-lo arremessar seu punhal em um dos homens do seu pai. Com os olhos arregalados, o homem caiu para trás, a faca presa no seu peito. Os outros dois ficaram congelados onde eles estavam. Onde estava Tomas? Elizabet olhou na direção da floresta, seu coração martelando enquanto ela procurava desesperada por ajuda. John estava caído, Edmund também e os dois restantes não eram suficientes para dominar este louco. Sim, ela o tinha julgado mal. Os homens ficaram olhando um para o outro, num impasse, homens do pai dela sem estarem dispostos a aproximar-se deles. Na verdade, apenas um dos dois estava armado. Sem aviso, o escocês a pegou e a arrastou para perto dele. Mais uma vez, ele colocou sua lâmina na garganta dela. "Não se movam," ele disse. "Ou ela morre!"
Nenhum deles adiantou-se para ajudá-la. Elizabet não sabia se devia ficar grata ou irritada. Engolindo seco, dividida entre medo e dor, ela permitiu que o escocês a arrastasse para longe do seu irmão. Como ela podia ter colocado todos eles em perigo tão levianamente? Culpa encheu seu ser e ela culpou sua língua indisciplinada. Quantas vezes a mãe dela tinha avisado que a boca dela seria sua morte? Jesus parecia que sua mãe estava certa. O uniforme deles era o mesmo do arqueiro. Broc não tinha a intenção de magoá-la, mas ele não desejava que seus companheiros soubessem disso. Ela parecia conhecê-los, e ainda havia mistério do porque um de seus companheiros tinha tentado apenas momentos antes assassiná-la. A flecha não tinha acertado a nenhum dos dois, encaixando-se em uma árvore atrás deles, mas não tinha sido destinada a Broc, disso ele estava certo, e ele não tinha tempo para dar explicações porque a loba uivava no ouvido dele sem parar. Ele podia muito bem deixá-la ir, sim, mas o que seria dela? Se ele a deixasse à mercê deles, talvez ele estivesse assinando sua sentença de morte? De alguma forma, importava a ele o que podia acontecer com a moça. Quem era John? Seu amante? Certamente, ela parecia bastante triste por causa do galo na cabeça dele, quando ele mal tinha lhe tocado com a coronha de seu punhal. O Sassenach devia estar desmaiado! Mil perguntas passaram por sua cabeça, mas não havia tempo para meditar sobre qualquer uma delas. Ele tomou uma decisão rápida, confiando em seus instintos para guiá-lo. Ele raramente se arrependia.
Ele atraiu a garota para ele e para longe dos dois homens. "Se algum de vocês nos seguir," ele avisou, "Vou cortar a garganta dela diante dos seus olhos!" No caso dele não ter sido suficientemente dissuasivo, ele acrescentou com um sorriso perverso "e então eu vou cortar seu coração e alimentar o cão!" Embora o cão, ele percebeu, tivesse fugido. Cachorro inteligente. Mais esperto que sua dona, parecia. Ele viu como os dois homens se viraram para olhar o homem que ele tinha derrubado, considerando suas ameaças. Eles evidentemente decidiram que ele era capaz de fazer exatamente o que dizia, e então nenhum deles se moveu para desobedecê-lo. Malditos covardes, todos eles! Esta era sua senhora, ele teria dado sua vida para protegê-la. Ele colocou uma mão sobre sua boca e sussurrou, "Você deve confiar em mim." Ela o recompensou com um chute na canela. "Ai!" Droga. Mulher ingrata! Ele apertou sua lâmina no pescoço dela, silenciando-a, percebendo que ela não entendia que ele só estava tentando ajudála. Ele não tinha tempo para tentar convencê-la. FORÇA BRUTA, ele percebeu, era o caminho mais rápido para ganhar a sua complacência. Lentamente, até que eles estivessem fora da vista dos Sassenachs, ele a levaria a força para a floresta, e em seguida, assim que eles já não pudessem ser vistos, ele a seguraria pelo braço, firmemente e arrastaria atrás dele.
Ele esperava que ela não lhe desse muito trabalho. Ele estava fazendo isso para o bem dela, e ele não queria vir a se arrepender. "Você mantenha sua boca fechada se sabe o que é bom para você!" ele disse. "Você matou meu irmão!" ela o acusou, lutando para se libertar. "Pare!" Eu tenho que voltar!" Uma sensação de alívio caiu sobre ele. Era o irmão dela que ele tinha derrubado, e não seu amante. De alguma forma, saber isso o agradou. "Você não vai voltar!" Ele lhe assegurou, empurrando o braço dela, embora sem intenção de machucá-la. "Seu irmão não está morto, moça!" "Mas eu vi você matá-lo!" ela chutou a canela dele, resistindo. "Eu não vou com você! Você não pode me obrigar! Você tem alguma noção de quem eu sou?" "Se eu soubesse, moça, você acha que eu teria lhe perguntado três vezes quem é você?" Ela o chutou novamente, lutando com mais força para se libertar. "Meu pai vai te matar por isto!" ela murmurou para ele, lutando valentemente. Que tudo se danasse, ele não precisava este tipo de problema. O dia tinha começado muito bem. Por que ele tinha que tentar fazer amizade com seu cão estúpido? "Ele teria que me pegar primeiro, moça." E eles certamente o pegariam se ele permanecesse um instante mais. Ele murmurou um juramento, trouxe-a para mais perto dele, jogando-a por cima do ombro, sufocando seus protestos de uma vez por todas. Ela engasgou, e ele sabia que ele tinha sufocado o ar
de seus pulmões. Bom, talvez isso a silenciasse tempo suficiente até eles ficarem em segurança. Ele conhecia essa floresta melhor do que qualquer um, a não ser Seana Brodie. Não havia maneira de que os homens dela pudessem pegá-lo, mesmo com seu adorável fardo. "Confie em mim!" ele ordenou para ela, sabendo que era um pedido ridículo, considerando as circunstâncias. "Confiar em você!" ela exclamou, assim que conseguiu respirar de novo. Ela bateu nas costas dele furiosamente com seus punhos delicados. "Deixe-me ir, você é um bárbaro escocês!" Broc não lhe deu uma escolha. Ela ia ter que confiar nele. O instinto lhe disse que ele estava fazendo a coisa certa. ELE SABIA que um dos seus acompanhantes queria vê-la morta. Talvez todos quisessem, pelo o que ele podia deduzir. Uma vez que ele chegasse à velha casa de Seana, que agora estava abandonada, ele iria acalmá-la e simplesmente tentar lhe explicar. Ela iria agradecer-lhe então porque ele muito provavelmente tinha salvado a vida dela. Quanto ao seu irmão, outra pessoa ajudaria a curar a sua dor de cabeça, porque ele estava tão morto quanto sua irmã era tímida. TOMAS ESPEROU seus companheiros partir e então saiu do seu esconderijo entre as árvores. Eles iam primeiro pegar os cavalos, ele sabia e em seguida iam atrás de Elizabet. Ele foi rapidamente até onde estava o corpo de Edmund para
ver se ele ainda vivia, o encontrou morto, e sorriu de satisfação. Sua tarefa agora ia ser muito mais fácil. A última coisa que ele desejava era que Edmund testemunhasse o que ele ia fazer em seguida. Edmundo era o único a quem Tomas tinha que se preocupar. Os outros dois eram tolos e estúpidos. Se ele lhes dissesse que o idiota escocês tinha cortado a garganta de John, eles acreditariam. E se eles não acreditassem, ele faria algo para calar suas bocas estúpidas. Ele correu, então, para onde John estava caído, e viu que o maricas ainda respirava. Ele virou a cabeça de John, à procura de uma ferida e não encontrou nada além de um arranhão na sua testa. Maldita mulherzinha era o que ele era! O homem não merecia viver. Ele olhou para John com desgosto. Se Tomas permitisse, cada centavo do dinheiro de Margaret acabaria com os filhos do seu marido, e Elizabet, sua filha bastarda, colocaria o dote na bolsa de Montgomerie. Mas ele não ia permitir. E a bolsa de Elizabet seria uma recompensa adicional para proteger os interesses de Margaret. Ele tinha certeza de que Margaret nunca tinha pretendido que estes dois embaraços chegassem ao seu destino. Cada um dos filhos do velho era um fardo para os cofres da sua meia-irmã. Mas até agora, em todas as tentativas, ele tinha falhado em eliminar essas duas sanguessugas, e ele foi ficando cada vez mais envergonhado. Toda vez que ele pensava que estava em vantagem, Edmund tinha conseguido lhe frustrar. Ele olhou de volta para o corpo de Edmund.
O TOLO já não iria incomodá-lo. O escocês tinha lhe feito um grande favor. Um objetivo estava morto. E agora, graças novamente ao escocês, ele tinha testemunhas que afirmariam que o homem tinha assassinado John, também. Não podia ser mais perfeito. Quanto a Elizabet... Ele olhou para a floresta. O destino dela seria determinado pelo bandido que a tinha roubado. Por Deus, o escocês podia ficar com ela ou matá-la, não importava, ela só não deveria voltar nunca mais. E para ter a certeza, Tomas tinha decidido permanecer na Escócia tempo suficiente para certificar- se de que a filha da puta nunca mais voltasse. O dote dela era dele, agora, até a última jóia, até a última moeda. A puta estúpida da mãe dela devia ter aberto as pernas para todos os homens que tinham passado pela corte de Henry. Por uma vez Tomas tivera uma noite com ela, e se lembrava muito bem, que ela tinha cobrado o dobro do que tinha cobrado para o seu amigo. Aparentemente, ela não gostou dele mais do que a filha dela, e ela foi demasiado gananciosa para mandá-lo embora. Bem, a piada agora era ela, porque ele ia ter seu dinheiro de volta e mais um pouco! Seu único arrependimento era que ele não podia dar para Margaret o crucifixo de ouro que Elizabet usava — o que ele tão estupidamente tinha dado para sua mãe em uma tentativa de ganhar seus favores. Mais do que isso, ele ia adorar presentear Margaret com a língua indisciplinada de Elizabet servida numa bandeja como prova de sua morte. Elizabet era uma megera se Tomas alguma vez tivesse conhecido uma, teimosa e desafiadora a cada momento que ela
respirava. Sua irmã tinha desenvolvido uma antipatia especial por ela. Tomas também tinha. Ela o tratava com um desdém frio o mesmo desdém que a puta da mãe dela o tinha tratado — mas ele não tinha o mínimo desejo de ir para cama com Elizabet. Por Deus, ela não parecia ser nada melhor do que a mãe dela. Como ela ousava se achar boa demais para ele? Seu maldito dote era tudo o que ele cobiçava. Quanto ao velho... Ele não viveria para sempre, e sua semente tinha sido fértil e tinha multiplicado seus herdeiros, mas nenhum deles era invulnerável. Um por um eles encontrariam sua própria morte, e no final ficariam apenas Tomas e Margaret mais uma vez. Só os dois. John se mexeu, gemendo e Tomas desembainhou sua faca, pronto para acabar com ele, a raiva surgindo e crescendo através dele. Ninguém ia ficar em seu caminho. O jovem abriu os olhos, olhar atordoado por um instante, e então pareceu entender quando viu Tomas com a faca. "ELIZABET!" ele tentou se levantar. Tomas bateu com a cabeça dele no chão. Os olhos de John se encheram de lágrimas com a força do impacto. Com uma mão em sua testa, Tomas segurou o jovem no chão e sorriu-lhe. Ele esperou até que a consciência dele voltasse em sua expressão. "Ela está morta," ele disse com prazer e saboreou a reação de John. "Não," o menino gritou, e horror apareceu em seus olhos. Ele
engoliu, e Tomas assistiu ele engolir com dificuldade. Tomas desprezava a maneira pela qual Elizabet parecia mimá-lo a cada momento, colocando-o antes de todo mundo, mas o tolo não ia durar muito. Ele estava espantado. O cretino não parecia estar com medo. Mas ele não podia adivinhar a intenção de Tomas. "Ah, Cristo!" ele chorou. "Você tem certeza, Tomas?" Então ele a amava, o idiota. Que pena. Ele podia ser a pessoa a entender e não condenar os afetos de Tomas por Margaret. "Sim," ele respondeu com um apurado sentido de vitória. "E você também." E tendo dito isso, ele passou a lâmina na garganta de John tão rapidamente como uma serpente o tivesse atacado e em seguida, cortou apressadamente a bolsa de couro que estava em seu cinto. Feito isto, ele se afastou para aguardar o retorno dos outros. Ele não podia estar mais satisfeito com o rumo dos acontecimentos.
CAPÍTULO 5
"Eu vou gritar!" "Como você gritou antes?" Ela bateu-lhe nas costas por causa de sua resposta irreverente. Ela ouviu o barulho, mas Broc não lhe deu a satisfação de gritar. "Vou continuar gritando até sermos encontrados!" o fardo em seus ombros lhe garantiu. "Oh, moça," ele respondeu calmamente, "meus ouvidos vão lhe agradecer se você não gritar." Seu grito de resposta quase lhe deixou surdo. Ele conseguiu ignorá-lo, mas seus dentes trincaram com o som estridente. Ele estava se sentindo generoso. Eles estavam perto de seu destino sem nenhum sinal de perseguição dos seus companheiros, então ela podia gritar tudo o que ela quisesse. A casa abandonada por Seana — a que ela tinha compartilhado com seu pai bêbado — ficava escondida bem no coração da floresta e se encontrava em completa união com o ambiente natural e ele duvidava que alguém pudesse descobri-los. Seria seguro o suficiente para mantê-la lá até que ele tivesse avaliado melhor a situação. Ela era magra — não tão magra que ele pudesse ver seus ossos, mas ele podia senti-los enquanto ela se contorcia nos seus ombros e ele pensou que talvez alguém devesse alimentá-la melhor. Os punhos dela continuaram a bater em suas costas em sinal de
protesto. Desesperada, ela apertou os dentes em seu ombro, e Broc apertou a perna dela — com força, ele sabia. "Essa não é uma boa idéia, moça," ele aconselhou-a, segurando sua coxa direita mais firme ainda. Ele seria amaldiçoado se ela tirasse um pedaço dele tão facilmente. "Pouco me interessa o que você acha que é uma boa idéia!" ela rebateu, mas ela não o mordeu, e ele afrouxou o aperto em sua perna como recompensa. "Onde você está me levando?" ela perguntou. "Para um lugar seguro." "Seguro! Ah! O único lugar seguro é qualquer lugar longe de você!" E então sua coragem pareceu vacilar, porque ele ouviu sua respiração ofegante. "Oh, Deus — John!" ela gritou e de repente ficou mole e começou a soluçar. ELE FICOU feliz porque ela finalmente parou de lutar, mas ele sentiu que ela estava preocupada com seu irmão. "O pior que ele vai sofrer é de uma dor de cabeça," ele assegurou para ela. Ele tinha desmaiado, pois Broc tinha conseguido bater-lhe de leve apenas para derrubá-lo. Broc sabia com certeza que o rapaz ainda estava respirando quando eles o deixaram. Ele tinha abaixado para sentir sua respiração. Sua irmã simplesmente tinha ficado muito perturbada para notar. "Eu vi que você bateu nele!"
"Sim, moça, você me viu bater nele com a coronha do meu punhal." Eles alcançaram o casebre abandonado de Seana e ele a colocou na frente da porta. Ela levou um momento para recuperar seu equilíbrio. "Chegamos." "Maravilhoso!" ela respondeu e Broc reconheceu medo e raiva em seu tom. Ele a admirava por enfrentá-lo. Ela não era nada parecida com seu irmão maricas. Na verdade, ela tinha mais coragem do que a maioria dos homens que ele conhecia. Suas sobrancelhas se levantaram e ela parecia estar considerando se podia acreditar nele. "Você bateu nele com a coronha do seu punhal?" Broc assentiu com a cabeça, olhando a expressão dela. Muitos cachos do seu cabelo cobre tinham se libertado de sua trança grossa e caídos em desordem sobre seu rosto. Ele os afastou de seu rosto para revelar um nariz rosa, com evidências de lágrimas e olhos de um verde tão gritante que pareciam quase irreais. Ela tinha a aparência de uma moça Highlander (4) — e atitude também. Ela deu de ombros e se afastou dele. "Você tem a minha palavra, ele está bem." Seus olhos estavam vidrados de lágrimas. "Oh, não chore." Ele estendeu a mão para enxugar suas lágrimas, inquieto ao vê-las. Ela deu um tapa em sua mão e virou o rosto. Caramba, mas ele estava feliz que ela tivesse feito isso. Ele quase se esqueceu de si mesmo — quase esqueceu que ela era uma rapariga inglesa impertinente. Mesmo assim ele queria dizerlhe para não se preocupar, que ele não ia machucá-la, mas a língua
dele ficou travada na boca. Em pouco mais de alguns meses, a floresta começou a recuperar o casebre de Seana. Colin tinha proibido sua mulher de voltar a este lugar, onde tanta coisa ruim tinha acontecido para ela. Ele olhou para a moça do canto do olho enquanto ele retirava as heras e plantas que tinham começado a se meter por dentro do batente da porta. Assim que ele conseguiu abrir a porta, ele delicadamente a empurrou para dentro do cairn, mas não antes de ela conseguir lançar-lhe um olhar malévolo. Broc não podia culpá-la, mas ele lhe explicaria assim que eles entrassem e estivessem em segurança. ELE SEGUIU-a para dentro e fechou a porta atrás deles, lançando o quarto nas sombras, mas isso não importava, pois ele conhecia cada canto muito bem e podia se locomover mesmo com a luz escassa. De qualquer maneira, o lugar estava quase vazio agora. Estava úmido e com cheiro de podre e Broc fez uma careta com a cruel lembrança de que o pai de Seana tinha vivido o último ano de sua vida, amontoado em um canto frio e úmido do quarto. Ele não entendia como Seana tinha vivido aqui tanto tempo. Ele entendia menos ainda porque seu da não tinha levantado seu rabo preguiçoso e bêbado e construído uma cabana pequena, mas respeitável, em algum lugar da floresta em vez de viver nas ruínas de um antigo cairn. Mas nada disso era realmente seu problema. O velho agora estava morto, Seana estava confortavelmente e delirantemente feliz com seu marido, e o cairn seria um excelente local para eles se esconderem até Broc poder determinar melhor o
que fazer com a sua mal-humorada bagagem. Ele puxou-a para dentro do quarto. "Você não pode me manter aqui!" ela protestou, indo para longe dele, como se seu toque lhe desse nojo. Ele agarrou-a firmemente, puxando-a de volta. "Confie em mim quando digo que é para seu próprio bem, moça." Não até que ele descobrisse quem era o arqueiro, ele não pretendia libertá-la. Ele não desejava ter sua morte na sua consciência, agora que ele tinha escolhido intervir. Sassenach ou não, ela era uma mulher que precisava de sua proteção, e que tipo de homem ele seria se ele se recusasse a dar-lhe proteção? A mãe dele tinha precisado dele uma vez há muito tempo, e ele tinha falhado com ela. Ele não jogaria fora qualquer oportunidade para se redimir defendendo aqueles que não podiam se proteger. Ele levou a garota para uma das duas cadeiras do quarto e ela se sentou à mesa e, em seguida, ajoelhou-se diante dela para explicar a situação com calma da maneira que ele era capaz. Antes que ele pudesse abrir a boca, ela voou nele. Ele pegou as mãos dela antes que ela pudesse lhe fazer algum dano e empurroua. "Ouça-me!" ele exigiu. "Este lugar cheira a morte!" "Sim, ele cheira," Broc concordou. "Agora me escute," ele comandou mais uma vez, tentando acalmá-la. "Alguém vai nos encontrar!" Ela parecia esperançosa. E com raiva. "E quando nos encontrarem, você vai se arrepender de alguma vez ter colocado a mão em cima de mim, escocês!"
"NÃO." Ele balançou a cabeça. "Ninguém vai encontrar você aqui." Mesmo aqueles que sabiam que Seana tinha vivido aqui não tinham sido capazes de encontrar o lugar com instruções precisas. A moradia estava bem escondida entre o penhasco e a floresta. Assim que ele pudesse ia acender o fogo. O lugar não parecia tão assustador com tochas acesas. "Sim, os meus homens nos encontrarão!" Não, a menos que eles escolhessem ser encontrados, Broc, estava certo. "E se eles não puderem me encontrar, meu pai irá enviar mais homens para ajudar na busca! Eles me encontrarão!" Pareceu para Broc que ela estava tentando convencer a si mesma, mas ele queria dizer-lhe que não havia nenhuma necessidade, se ao menos ela se calasse e ouvisse. "Eles vão procurar em vão," ele disse irritado com a sua persistência. "E o primo do meu pai vai ficar furioso! Ele também vai vasculhar esta terra, e quando ele me encontrar, ele vai cortar as suas mãos por se atrever a me tocar!" Pelo menos agora ele estava conseguindo alguma coisa. "Quem é o seu primo?" ele perguntou. Talvez seu primo pudesse ajudá-los. Se ele pudesse deixá-la aqui no casebre de Seana, a salvo do arqueiro, ele poderia ir procurar o primo em seu nome. "Que bem faria para mim lhe dizer quem ele é? Você vai me libertar uma vez que você saiba? Ou vai pedir resgate?" Ela lutava para libertar suas mãos das suas, mas sem sucesso. Ele segurou-a rápido. As sobrancelhas de Broc se uniram. "Resgate?” Este pensamento não tinha lhe ocorrido.
"Sim, aquela coisa que você pede quando sequestra mulheres inocentes para extorquir dinheiro de vítimas desavisadas!" ela explicou acidamente. "Não me diga que isso nunca passou pela sua mente, escocês!" Ele piscou e olhou para ela e então sorriu de repente. "Não me olhe dessa maneira!" "De que maneira?" "Como se esta idéia tenha acabado de ocorrer para você." Seu sorriso se alargou. "Oh, moça, quanto é que você vale?" Elizabet ofegou ultrajada. Ela queria assegurar-lhe que ninguém pagaria nada por ela. Apesar de sua bravata, ela duvidava que um primo distante que nunca tinha sabido que ela existia e não tinha idéia que ela ia ser atirada para ele como uma bagagem, ia se dar ao trabalho de levantar um dedo para ajudá-la. E ela não estava prestes a desistir de seu escasso dote também, quando era tudo o que ela tinha no mundo. Além disso, mesmo que ela prometesse a seu captor até sua última moeda, ela não tinha nenhuma garantia que ele ia libertá-la. Se este louco desejasse matá-la e jogar seu corpo para os lobos, ninguém ia se importar. E este pensamento a desanimou. ELE BALANÇOU A CABEÇA. "Não tenho intenção de pedir resgate." Elizabet olhou para ele em dúvida, não tendo certeza se devia se sentir aliviada ou com medo com essa revelação. Os olhos dela se ajustaram na escuridão do quarto, e ela tentou avaliar o ambiente. Este lugar cheirava morte. Parecia uma cripta velha, abandonada. "Onde estamos?"
"Em um lugar seguro." Luz. Ela precisava de mais luz para ser capaz de avaliar quais eram as suas chances para escapar. "Tenho medo do escuro," ela mentiu. Ou talvez não fosse uma mentira. Em algum lugar perto de onde ela se sentou, o som de pés correndo trouxe um suspiro aos seus lábios. "Se você prometer se comportar, vou acender uma vela." Elizabet se arrepiou. Desde que ela era uma criança nunca ninguém tinha mandado ela se comportar. Mas ela assentiu com a cabeça de qualquer maneira. "Eu prometo," ela disse a contragosto, mas pensou que uma mentira contada em legítima defesa na verdade não podia ser considerada uma mentira. Deus certamente a perdoaria. A primeira oportunidade que este louco lhe desse, ela pretendia usá-la. Mas ele parecia sentir isso e estava parado entre ela e a porta, sem lhe dar nenhuma oportunidade, e ela o amaldiçoava sob sua respiração. Ela podia ver sua silhueta movendo-se através das sombras como um espectro sinistro. Depois de um momento interminável, a prometida luz apareceu. Elizabet piscou quando olhou para a tocha que ele segurava em sua mão. O olhar dela mudou-se para o rosto dele. O diabo tinha o rosto de um anjo. E tinha sido este rosto que a tinha feito tão vulnerável. Ela tinha erroneamente acreditado que nenhum homem com um rosto como o dele poderia fazer algo tão ignóbil. Bem, ela tinha pensado errado, afinal de contas. Pelo menos com a vela acesa, o quarto não parecia tão assustador. Evidentemente, ele tinha sido usado como a casa de alguém, embora não recentemente. Agora estava cheia de pó e
teias de aranha nos cantos. Qualquer coisa que tivesse feito o lugar parecer aconchegante tinha sido removido, e tudo o que restava era o mínimo essencial. Ela estava sentada em uma mesa pequena, com uma parte do seu topo decepado. Em um canto da sala tinha um pequeno braseiro, e empilhado ao lado alguns tachos e panelas. No outro canto tinha uma palete (5) solitária. Ele foi até o braseiro, o acendeu e depois veio em sua direção, mais uma vez. Ela lançou um olhar de desejo para a porta. "Que lugar é este?" Ele se elevou diante dela, olhou para ela e Elizabet engoliu. "UMA AMIGA MORAVA AQUI. Ela está casada agora e não mora mais aqui." Uma amante, Elizabet se perguntou? Ela lançou-lhe um olhar, uma sobrancelha arqueada. Nenhum homem nunca fazia amizade com uma mulher a não ser para adquirir seus bens, sua riqueza ou seu corpo. "Uma amiga?" ela perguntou em dúvida. Ela não parecia ser capaz de se manter sem irritá-lo, e este simples fato a perturbava. Deus sabia que ela não era uma mulher estúpida. Ela não sabia nada sobre este homem, mas seu instinto a estava confundindo. De alguma forma, embora ele parecesse ameaçador, ela não se sentia ameaçada. Tola conclusão depois que ela tinha testemunhado o abate de seu próprio irmão. "Sim," respondeu ele. "Uma grande amiga." "Hmph!" Então esse era o lugar secreto onde eles se encontravam? A
casa dela? Ele a tinha abandonado aqui para murchar no escuro e no frio? Ela enrugou seu nariz com absoluta aversão. Se assim fosse, esses escoceses tinham muito a aprender sobre como cortejar uma mulher! A mãe dela, pelo menos, tinha sido regada com luxos e banhada em perfumes exóticos. "Se isto é tudo o que você pôde oferecer a pobre mulher, não admira que ela tenha se casado com outra pessoa!" Ele teve a audácia de rir com isso. "Ela não era minha mulher." "Piorou!" Elizabet disse, dando-lhe um olhar funesto para a confissão sem vergonha. Como se esse fato pudesse desculpá-lo! "Não, moça," foi tudo o que ele disse em sua defesa. "Os homens são cães!" ela disse. "Vocês vivem para comer, dormir, lutar como filhos mimados, e vocês colocam chifres nos seus companheiros sem consciência!" Ele franziu a testa para ela, irritando-a com sua atitude indiferente. "Oh, ela é a esposa do meu melhor amigo!" "Desde quando isso parou um homem?" Ela continuou tornando-se indignada agora, pensando nas injustiças que sua mãe tinha sofrido nas mãos de homens como ele. "Vocês pensam que o maldito mundo lhe pertence, e que não é importante os desejos de uma mulher." Ela bateu em seu peito. "Passam ela de mão em mão, sussurrando promessas adoráveis e, na verdade vocês não pretendem honrar nem uma única palavra!" Ele começou a falar novamente, mas Elizabet estava fora de si com o insulto. Ele tinha ferido o irmão dela, a tinha sequestrado contra a vontade dela, e agora ele ousava ficar diante dela falando
casualmente sobre uma mulher que ele não tinha o direito! "Você me interpreta mal, moça." Ele estava irritado com ela. Ela podia dizer pela sua expressão. "SIM, bem, simplesmente porque você possui um galo orgulhoso não significa que você pode deixá-lo cantar em qualquer celeiro!" Ela sabia que era uma coisa chocante para uma mulher dizer, mas ela não ligava. Boas maneiras eram reservadas para as pessoas a quem ela queria impressionar. Ela não se importava com o que este homem pensava dela. "Jesus Cristo!” As bochechas dele ficaram rosadas. "Você nunca fica calada, moça?" "Não!" Elizabet assegurou. "E quando você me matar, eu não vou morrer silenciosamente. Meus gritos irão assombrá-lo até o dia da sua morte!" "Eu não vou lhe matar, moça." Alívio quase a sufocou. "Você não vai?" Ele parecia irritado. "Não!" Ela estreitou os olhos para ele. "Bem... quando você me estuprar, eu vou arrancar os olhos do seu rosto bonito!" Ele ficou ali olhando para ela como se ela fosse perturbada e então balançou a cabeça. "Eu também não vou estuprar você, pelo amor de Deus! E eu não tenho um rosto bonito!" Desta vez, Elizabet não conseguiu impedir a surpresa em seu tom. "Você não vai?" "Não," ele disse com muita certeza. Ocorreu-lhe de repente ficar ofendida — era algo em seu tom que soava como se a própria noção de tocá-la fosse abominável.
Jesus! Ela estava sentada aqui observando seu rosto bonito e seu corpo e sentindo algo por ele, e ele obviamente não sentia a menor atração por ela. O que se passava com ela que ele não a queria? O que se passava com ela que ela queria que ele a quisesse? Querido Deus, não era que ela queria que ele a quisesse, mas ela não queria que ele não a quisesse também. E o diálogo na cabeça dela estava se tornando ilógico. As palavras saíram da boca dela antes que ela pudesse detêlas. "Por que não?"
(4) Highlander - montanhês da Escócia (5) Palete - palavra de origem inglesa (pallet) que significa um estrado de madeira.
CAPÍTULO 6
P
or um instante, Broc não acreditou no que tinha ouvido. Ele olhou vidrado para ela. "O que quer dizer por que não?" Ela pareceu pensar sobre sua pergunta um momento e então resolveu refazer a pergunta. "Então o que você pretende fazer comigo se você não pretende pedir resgate, ou me matar ou me estuprar?" A pergunta dela o divertiu, embora não devesse tê-lo divertido. Broc tentou não rir. O estremecimento de seus ombros delicados disse-lhe que ela estava assustada, mas ela não se acovardava diante dele, e ele somente podia respeitá-la por enfrentá-lo. Ela o olhava como se estivesse exigindo uma explicação, e ele teve uma vontade súbita e ridícula de beijá-la. Quando foi a última vez que ele tinha sequer pensado em beijar uma mulher? Além do carinho que ele sentia por Page, ele não se lembrava quando tinha sido a última vez que ele tinha sentido algum sentimento ou desejo por uma mulher. Ele olhou para ela, tentando negar o pensamento, mas não conseguiu. E como um cavalo selvagem fugindo de um celeiro, o sentimento se recusava a voltar de onde ele tinha vindo. Ele realmente queria muito beijá-la. Ele pousou a vela em cima da mesa e assistiu ao jogo de luz
dourada dançando sobre o corpo dela. Como uma deusa, ela estava parada orgulhosamente diante dele e ele não se lembrava de uma mulher parecer tão deliciosamente exótica, e tão puramente feminina. Ela era alta e magra, mas com as curvas mais perfeitas que ele jamais imaginou colocar as mãos — seio farto que caberia perfeitamente nas palmas das suas mãos, uma cintura minúscula que o fazia ter vontade de segurá-la com seus dedos, quadril delineado e perfeito que provocava a imaginação de um homem, pernas longas que o fazia ansiar senti-las enroladas no seu pescoço. Sua boca ficou seca enquanto ele a admirava. Ele se perguntou que gosto ela teria. Talvez não tão preguiçosa. Ele tentou se lembrar, mas não conseguiu parar de imaginar aqueles lábios doces em cima dos dele, macios e cheios. Eram lábios feitos para amar um homem e ele queria saber o que eles sentiriam vagando pelo corpo dele. Cristo. ELE EMPURROU seus pensamentos lascivos para bem longe, engolindo a sua saliva que neste momento pesava uma tonelada. Obedientemente, ele ignorou a agitação que se apresentava em sua virilidade. "Eu tentei explicar, mas você não me ouve." Ela não disse nada, apenas inclinou a cabeça para ele, e ele assegurou-lhe mais uma vez, "o seu irmão está bem, moça. Você tem minha palavra." Ele podia ver que ela queria acreditar nele. Seus olhos
imploravam que ele estivesse bem. "De verdade eu não fiz nenhum mal para ele." Ela escutava, embora sua expressão ainda fosse duvidosa, e ele ficou agradecido pela oportunidade de finalmente poder lhe explicar. Ele queria ajudar se ele pudesse. "Eu só trouxe você para cá porque eu acreditei que você estava em perigo." Ela levantou seu queixo, desafiando-o. "Pare! Eu vejo como você olha para mim!" Ele ficou tenso com a sua insinuação. "E como eu olho?" Por um instante, ela não falou, apenas olhou para ele. "Com luxúria e você não pode negar!" A raiva invadiu seu corpo. Ele não tinha feito nada a não ser tentar ajudá-la e ela se atrevia a questionar sua honra — ou talvez porque ela falasse a verdade e estivesse olhando para ele agora como se ele fosse de uma classe social abaixo dela. Ele estendeu a mão antes que pudesse parar a si mesmo, tomando-a pelo braço, trazendo-a para perto dele, olhando para seu rosto. "Entendo — porque eu sou um escocês bárbaro, não consigo me controlar, é isso mesmo?" Ele queria que ela sentisse a dureza de seu corpo, queria que ela soubesse que ele estava assim desde o instante que a tinha visto. Ele queria que ela entendesse quanto tempo ele tinha conseguido se conter. "Você é aquele que disse que é um bárbaro que come crianças e usa árvores como palitos de dente, não eu!" Ele apertou-lhe mais firmemente contra ele, querendo que ela entendesse. Ela arqueou uma das suas sobrancelhas. "Nunca conheci nenhum homem que estivesse disposto a negar a tentação. Por que
você deveria ser diferente?" A afirmação feita por ela o fez pensar quantos homens ela já tinha tentado. No entanto, e Deus sabia a verdade, por que deveria ele se importar se ela já tinha ido para cama com metade da Inglaterra? E porque ele devia ser diferente. Fúria confundiu seu pensamento. Ele a atraiu para mais perto dele, e roubou um beijo. A boca dele a machucou, tomando sem pedir e o coração de Elizabet martelou como um tambor contra suas costelas. QUANTO MAIS ELA LUTAVA, com mais força ele a beijava, até que os joelhos dela ficaram totalmente vacilantes e ela quase desabou. Somente quando ela se apegou a ele fracamente ele parou o ataque sobre sua boca. Mas ele não a soltou, e ela ficou grata, porque se ele a tivesse soltado, ela ia cair como uma folha a seus pés. Ele a deixou sem fôlego e sem palavras até para protestar contra seu abraço escandaloso. "É isso que você espera de mim?" O coração de Elizabet batia ferozmente. As palavras não vinham em sua boca. Uma confusão inexplicável a envolvia. Por que ela não estava irritada com as liberdades que ele tinha tomado? E por que o coração dela batia tão descontroladamente em seu peito? Por medo talvez, mas também por outra coisa. Quando ele a soltou e se afastou, não foi inteiramente alívio que ela sentiu. Seus pés vacilaram e ela deu um único passo para trás, alcançando a mesa para se apoiar.
"Deus é minha testemunha, não tenho a intenção de pedir resgate e nem te matar! Também não pretendo abusar de você! Se fosse minha intenção fazê-lo, eu não estaria aqui tentando argumentar com você." De alguma forma, ela conseguiu encontrar sua altivez. "Que perigo eu possivelmente posso estar?" ela perguntou. "Eu viajei com meu irmão e os homens do meu pai. Que razão eles teriam para me prejudicar?" Era uma questão que ela esperava que ele respondesse se quisesse que ela acreditasse nele totalmente. "Como eu posso saber," ele ponderou fitando-a. "Eu somente sei o que eu vi. Eu olhei diretamente para aquele arqueiro, e ele não me viu. Seu olhar estava direcionado para você." Elizabet piscou os olhos. "Que arqueiro? Por que devo acreditar em qualquer palavra que você fala?" Ele falou uma série de xingamentos em frustração. "Aquele que tentou te acertar, moça! Você era o alvo. Não tenho razões para mentir para você!" Elizabet se endireitou, mas não disse nada. Ele não fez mais nenhum avanço, e ela teve a terrível sensação de que ele estava falando a verdade. Nenhum deles disse nem mais uma palavra, somente se entreolharam. Elizabet o estudou, tentando discernir a verdade. A raiva parecia escorrer dele enquanto ela o olhava. "Oh, moça, eu queria apenas a oportunidade de te dizer em particular o que eu vi." O tom dele estava mais calmo agora. "Se você não acredita em mim, deixa para lá." Ele acenou-lhe mostrando a porta. "Vá." Ela levantou ambas as sobrancelhas. "Sério?”
"SIM, mas antes de você ir, lembre-se que eu não fiz nenhum movimento na sua direção na floresta, não até o arqueiro aparecer." Para provar que ele estava dizendo a verdade, ele saiu da sua frente, deixando o caminho liberado para a porta. "Mas se eu fosse você, eu tomaria conta das minhas costas, moça." Elizabet não se mexeu, não parecia ser capaz de levantar seus pés. "Bem, o que você espera?" ele perguntou. "Você é livre para ir embora." Ela apenas olhou para ele. ELE NÃO DEVIA NADA A ELA, Broc disse a si mesmo. Ela não era responsabilidade dele. Se ela desejasse ir, que assim fosse. Ele não a impediria. Ele não podia fazê-la aceitar a ajuda dele — exceto que alguém estava tentando matá-la, e a única coisa que Broc sabia com certeza era que não era ele. Ele esperava que ela ficasse. Se ela deixasse, ele seria a voz dela e a protegeria do perigo. Ela foi em direção à porta e hesitou, embora ela não olhasse para ele. Ele não fez nenhum movimento para impedi-la, mas lhe disse, "eu prometo te ajudar se você decidir ficar." Ainda assim ela hesitou, fitando duramente à porta. Ela olhou por cima do ombro para ele, estreitando os olhos com desconfiança. Broc cruzou os braços, deixando-a decidir. Ele sentiu a força dela, a sua necessidade de estar no controle. Se ele implorasse
para ela ficar, ela ia embora. Se ele tentasse impedi-la, ela ia aguardar uma oportunidade para escapar. Ela devia ficar por sua própria vontade. Seus olhares se encontraram. Ela deu-lhe um olhar estranho, um que ele não conseguiu decifrar, se virou e começou a caminhar lentamente em direção à porta. Ele esperou pacientemente. Ela continuou a andar, mas com passos mais lentos. E então ela parou abruptamente e se virou. "Você realmente não vai deter-me?" Broc abanou a cabeça. "Eu já disse o que eu queria dizer. O resto é com você." Ela se virou novamente e contemplou a porta. Ela estava muito perto dela, e ele teve que se afastar. Ela deu mais um passo em direção a ela. "Eu não tenho dúvida," ele disse para ela, "que alguém está tentando te matar." Ela parou e lançou para ele por cima do ombro um olhar de questionamento. "Como você sabe que não era você que o arqueiro queria alvejar?" "Porque os olhos do homem nunca se encontraram com os meus — nem uma vez — embora eu tenha olhado diretamente para ele. Ele estava observando você e somente você." ELA FRANZIU o rosto como se não pudesse acreditar nele, como se ela não quisesse acreditar, mas o estomago dela sussurrava que esta era a verdade e ela não pudesse negar.
"E você não o viu," ele continuou, "mas a sua flecha atingiu a árvore que estava perto de você. Na verdade, se eu não tivesse empurrado você para o chão, ele teria te acertado. Seu objetivo era você." Ela balançou a cabeça, lutando com a revelação. "Eu-eu não vi nenhuma flecha," ela sustentou. "Oh, moça, eu levaria muito tempo para te mostrar, se ao menos eu tivesse tido tempo. Seu irmão me atacou, e eu tomei a melhor decisão que eu podia." Ela lançou-lhe um olhar ressentido. "Meu irmão estava me defendendo." "Como eu teria feito, se você fosse do meu sangue," ele garantiu. Seus braços permaneceram cruzados. Ele podia ver o instante em que ela começou a acreditar nele, porque os ombros dela caíram, e ela se virou, ponderando as palavras dele. "Jesus," ela exclamou, voltou para a mesa e sentou-se com um olhar confuso. "Eu não consigo entender por que ele deveria me desejar morta," ela disse baixo. ELIZABET TENTOU RECORDAR o incidente claramente. Podia este homem possivelmente estar falando a verdade? Eles estavam conversando de uma maneira inofensiva. E sinceramente, neste momento ela não se sentia nem um pouco ameaçada pela sua presença, apenas irritada que ele estivesse tentando roubar o cachorro dela. "Meu cachorro!" ela disse com um suspiro, pulando da cadeira em sinal de alerta. Ela não tinha sequer pensado em Harpy todo
esse tempo. "Ela vai se perder na floresta!" "Estou certo de que eles vão cuidar dela, moça, mas vou tentar descobrir," ele a tranquilizou. "Eu lhe dou a minha palavra. E eu vou trazê-la para você, se eu puder." Por que ele estava sendo tão bom para ela? Por que ele se importava com o que podia lhe acontecer? Elizabet estava confusa. E a confusão crescia cada vez mais. Ela sentou novamente, seus pensamentos confusos. Seu instinto dizia para confiar nele, embora ela não o conhecesse. Ela mordiscou o lábio, contemplando as possibilidades. Devia ser Tomas. Quem mais poderia querer vê-la morta a não ser ele? Ele também era o único que não estava presente quando John foi derrubado. ELA OLHOU PARA O ESCOCÊS, estudando a sua expressão, tentando ler seus pensamentos. Na verdade, por que ele iria mentir para ela? O que ele ia ganhar? E se ele tinha a intenção de se aproveitar dela, ele nunca teria parado de beijá-la. E para falar a verdade, ele não a tinha machucado. Ele tinha roubado um beijo num momento de raiva e a tinha afastado dele. As bochechas dela queimaram com a lembrança de seu abraço. Ela tinha ficado ciente da reação do corpo dele ao chegar perto dela. Ela não era tão ingênua que não entendesse como o desejo de um homem se manifestava. Ela não ousava nem olhar para ele enquanto seus pensamentos estivessem centrados no que tinha acontecido entre eles. Ele jurou que seu irmão estava ileso, e ela tinha que acreditar nele. Ela queria acreditar nele! Mas por que Tomas queria matá-la? O pai dela não podia ter
nada a ver com isso. Será que Tomas a tinha acompanhado até aqui apenas para matá-la a sangue frio? Nada fazia sentido. Ela não era próxima do pai dela, mas ele era um homem que se sentia terrivelmente mal porque não tinha meios para sustentar todos os seus filhos. E ele podia não ter amado Elizabet, mas ele se preocupava com ela, e ele certamente parecia amar John. Ele tinha se casado com Margaret para encher seus cofres com ouro e reabastecer suas propriedades, mas mesmo assim não teve dinheiro suficiente para sustentar seu filho mais novo e sua filha bastarda. E nem o dote dela era bastante para encontrar um marido adequado — não na Inglaterra. E tinha lhe doído profundamente mandar John junto com ela. Ele tinha feito isso com lágrimas em seus olhos. Ela não podia conceber que seu pai pudesse planejar sua morte. Não. Margaret, então? Mas por quê? Que razão Margaret possivelmente teria para querer vê-la morta? E na verdade, o irmão de Margaret tinha sido muito gentil com ela durante toda a viagem. Ainda assim, este homem de pé diante dela parecia estar lhe dizendo a verdade — pelo menos, a verdade que ele acreditava. E algo sobre o olhar nos olhos dele lhe pedia para confiar nele. "Quem é seu primo? Vou falar com ele em seu nome." A situação toda a deixou vacilante. Jesus, mas Piers não sabia que eles vinham — nem ele sabia quem ela era. John estava com a carta de seu pai, implorando o apoio de Piers. E ela também achava que uma vez que Piers não sabia que eles vinham, ele não podia desejar-lhe nenhum mal. Nem ele era
obrigado a abrigá-los. Ainda assim, parecia que o melhor a fazer era pedir abrigo para Piers. ELA SENTOU-SE NOVAMENTE, a intensidade da situação fazia suas pernas fracas. "Piers de Montgomerie," ela confiou nele e olhou para ele. Ela correu um risco enorme ao confiar nele, e orou a Deus, que ele falasse a verdade. Então, novamente, ela orou que não. Como ela podia suportar se seu pai quisesse matá-la? Ela contou para ele o resto da estória, explicou tudo o que era pertinente, omitindo sua relação exata com Piers. Ele não precisava saber disso. Nem ele precisava saber que Piers não a conhecia. Quando ele tivesse a oportunidade de falar com Piers, esperançosamente John já teria se encontrado com ele, e Piers certamente já teria reconhecido a caligrafia do pai dela. Isso seria o suficiente. A carta que John levava ia deixar claro o resto. Ela explicou sobre a carta que o pai dela tinha escrito e falou dos homens que tinham viajado com ela, ao mesmo tempo rezando que ela tivesse tomado a decisão certa em confiar neste homem. Ele ficou parado diante dela, ouvindo calmamente, calado, apenas acenando enquanto ela falava, e ela sentiu sua sinceridade. "E você não tem nenhuma idéia de quem poderia desejar te ver morta?" ele perguntou. Piscando, Elizabet abanou a cabeça. "Nenhuma. Estes homens receberam ordem do meu pai para nos levar em segurança ao nosso destino." "E Tomas?" Elizabet deu de ombros. "Nunca senti qualquer animosidade
vinda dele." Ele assentiu. "Bem, moça, se você confiar em mim e permanecer aqui em segurança, juro que vou diretamente até Piers e conto tudo o que você me disse." Elizabet franziu o nariz em desgosto. "Aqui?” O lugar lhe dava arrepios. Ela olhou em volta e viu que as sombras tinham se tornado mais profundas. A noite tinha caído. "Não," ela disse. "Eu vou com você." "Eu posso viajar mais rapidamente sozinho e é muito mais seguro para você ficar aqui," ele insistiu. "Prometo retornar imediatamente com ajuda." Elizabet engoliu enquanto estudava seu rosto. Seus olhos azuis estavam tão cheios de compaixão que ela sabia em seu coração, que ele dizia a verdade. Aqueles olhos azuis, quando ele olhava para ela, eram como os olhos de um anjo. Ele era o anjo da guarda dela. O pensamento fez com que ela quase parasse de respirar. "Só vou ficar se você não me trancar aqui dentro." Ele sorriu calorosamente. "Eu nunca pretendi fazer isso, moça. Se você olhar," ele disse sorrindo, "não há nenhuma tranca na porta." Ela gostaria simplesmente de confiar nele, mas o bom senso lhe disse para verificar. Ela foi e viu que ele tinha falado a verdade. Ela se virou e estreitou os olhos para ele. "E me deixar livre também." Ele levantou seu rosto para ela, aparentemente se divertindo por seus ditames. Para mostrar a ela que suas mãos estavam vazias, ele as levantou. "Parece-me que esqueci as correntes."
ELA SUSPIROU PESADAMENTE, sentindo-se cansada de repente. "Muito bem, então. Eu vou ficar aqui, mas se você não voltar em breve, saio daqui e eu mesma vou procurar Piers." Sua sobrancelha arqueou. "Eu não aconselharia a você a sair daqui, moça. Estas matas não são tão pacíficas como parecem, e o caminho é longo e perigoso." "No entanto, eu só permaneço aqui se eu estiver livre para ir embora," Elizabet persistiu. "Não haverá ninguém para lhe impedir." "Muito bem, então eu vou ficar." Com isso resolvido entre eles, ele parou e olhou para ela um longo instante, e então ele estendeu a mão e tirou o cabelo que caía em seu rosto. "Oh," ele disse, "Eu não posso imaginar quem poderia querer machucar essa cabeça adorável." Sua mão continuava no ar perto do seu rosto, sem tocá-la, apesar de estar muito perto, e ela abaixou seu olhar. Suas palavras tanto a emocionavam como a deixavam inquieta. Mas os homens nunca faziam nada sem a promessa de uma recompensa, e pensando como ele iria reclamar a dele, ela preparou-se para desafiá-lo. Nunca nenhum homem tinha falado com ela de uma forma tão quente sem querer algo em troca. Se ele preferisse abandoná-la depois que ela o recusasse, então que assim fosse. Ela iria encontrar seu próprio caminho até Piers. "Há um cobertor no canto," ele a surpreendeu ao dizer. "A noite vai ficar fria." Ela olhou para ele, engolindo a saliva azeda que apareceu em sua boca. Um gigante gentil estava parado diante dela com um sorriso tão amoroso que deixava seu coração apertado. "Vou voltar em breve com Montgomerie," ele prometeu, e então
simplesmente deixou-a sentada à mesa sem dizer mais nada. Ele nem sequer olhou para trás antes de fechar a porta atrás dele. Elizabet franziu os lábios quando olhou para a porta fechada, contemplando seu salvador. O homem a confundia mais do que qualquer pessoa que ela já tinha conhecido. "Certamente ele quer alguma coisa," ela murmurou para si mesma. Mais tarde ele ia tentar reivindicar seu prêmio, ela decidiu. Mais tarde ele iria ofendê-la — quando ele voltasse. Ela não podia acreditar que qualquer homem fosse tão altruísta e não esperasse nada em troca. Ainda assim, nada era precisamente o que ele receberia — além de gratidão e um simples muito obrigado. O amor de Elizabet não estava à venda, e ela não queria um homem na vida dela. A liberdade estava demasiado perto de sua mão.
CAPÍTULO 7
Ele devia ter adivinhado que Montgomerie era o primo dela. Fazia sentido, os dois sendo ingleses, mas podia ter uma maneira mais fácil de lidar com um escocês. Piers tinha a reputação de ser um homem justo, mas ele era um maldito Sassenach, e não tinha mudado simplesmente por ter se casado com uma moça Highlander. Do que ele se lembrava da disputa que Montgomerie tinha tido com os Brodies, Montgomerie era um homem duro, que não tinha compaixão. Conhecido como leão do Rei Henry, havia um boato de que ele tinha um temperamento forte, particularmente quando defendia seu território. Contava-se que foi com a espada na mão que ele reivindicou Meghan Brodie de seus três irmãos e que nenhum deles tinha ousado detê-lo, tão temível era sua ira ao ver que Meghan tinha fugido de sua casa. Ele a tinha roubado, tomado sua virgindade e alegado que ela era sua noiva. Broc conhecia os Brodies o suficiente para saber que nenhum deles temia qualquer homem facilmente. Os três irmãos mais robustos que ele já tinha conhecido. Mas Piers tinha ido preparado para lutar pela mulher que ele amava, e no final eles deixaram-na ir. Piers era um homem formidável, mas Broc sabia que Meghan iria defendê-lo. E se Meghan amava Montgomerie, como Colin dizia que ela amava, Montgomerie devia ser um homem de bom coração,
Sassenach ou não. E Elizabet era carne e sangue de Piers, afinal de contas. Ele não teria que argumentar a sua posição. Montgomerie certamente a acolheria em seu domínio. Oh, mas sua pequena megera era linda... mas certamente não era por isto que ele estava tentando ajudá-la. Era simplesmente a coisa certa a fazer. Só há um ano ele a teria detestado pelo seu sangue Sassenach e na verdade, ele poderia tê-la abandonado ao seu destino, mas tinha acontecido muita coisa para amenizar sua raiva. Ele ainda não confiava nos ingleses, e achava que o Rei David da Escócia era um tolo por se aliar a Henry, porque o inglês seria capaz de fazer qualquer coisa para deixar a Escócia de joelhos. Mas nem Broc podia mais justificar seu ódio cego por eles. Ele desconfiava de homens como Montgomerie, mas ele já não podia desprezá-los simplesmente por causa do seu local de nascimento. E enfim, algo de bom tinha acontecido com a chegada de Piers. Uma paz provisória tinha chegado aos clãs. Já não eram os antigos feudos, como os que existiam entre o MacKinnons e os MacLeans. Já não existia guerra entre os Montgomeries e os Brodies. O casamento tinha trazido união para seus povos. Juntos, os MacLeans, MacKinnons, Brodies e Montgomerie tinham se unido contra o bastardo pai de Page. BROC CHEGOU RAPIDAMENTE À FLORESTA, dizendo a si mesmo que ela estaria segura até o seu regresso. Embora estivesse demasiado escuro para viajar, ele não precisava de muita luz para caminhar por esta mata. Ele conhecia muito bem todo o caminho. Ele ouviu as vozes antes mesmo de vê-los assim que ele
chegou à clareira perto do solar de Montgomerie, e se retirou para a floresta para avaliar a cena antes de continuar. No pátio, dois homens a cavalo estavam parados diante de Montgomerie. Outro homem estava falando com Piers e ao lado deles, estendidos no chão, estavam dois corpos. Amontoados nos degraus ao lado dos recém-casados, Colin e Seana, Broc espiou Meghan, com a mão cobrindo sua boca. Montgomerie segurava em suas mãos um pergaminho, e Broc esperou a reação de Montgomerie. Dois homens estavam mortos, ele percebeu. Ele tinha matado um deles, mas não os dois. John estava vivo quando ele fugiu com Elizabet. Ele tinha a certeza disso. Ele não tinha usado a lâmina no rapaz, só a coronha do seu punhal. Não havia como ele pudesse ter matado o rapaz. Não tinha como. Sua primeira preocupação era Elizabet; ele tinha prometido a ela que seu irmão estava vivo e bem, e que ele apenas ia sofrer uma dor de cabeça. Como ele podia voltar e lhe dizer que ele a tinha enganado? Que na verdade ele tinha matado o irmão dela? Será que ele tinha? Cristo. Se alguém quisesse o mal para Elizabet, então também podia ter matado John. Broc tinha dado ao arqueiro a oportunidade perfeita. Permanecendo escondido na floresta, ele se aproximou do grupo, tentando ouvir a conversa. Mas ele não podia chegar perto o bastante para ouvir o que eles diziam, e ficou frustrado. A quem eles estavam culpando? Bem no fundo, ele sabia.
Isto não era nada bom para ele. Eles iriam se unir, ele percebeu. Eles estavam todos juntos numa aliança? Um milhão de perguntas martelava o cérebro dele. Montgomerie terminou de ler o pergaminho e o enrolou com força, deixando evidente a sua fúria. Ele deixou uma mão cair, fechando o punho com raiva. Broc se aproximou um pouco mais, seu coração martelando no peito quando Montgomerie falou bruscamente com os homens montados diante dele. Um deles deu uma explicação que Broc não pode ouvir direito — apenas partes. "Veio do nada," ele ouviu. E então, "nos pegou desprevenidos... roubou Elizabet... matou John e Edmund." O olhar de Broc foi mais uma vez para os corpos deitados no chão.
MENTIROSOS! Ele se moveu para mais perto, tão perto quanto ele podia para não ser descoberto. "Peguem o meu cavalo!" Montgomerie gritou, num tom cheio de raiva. "Reúna os homens, rápido! Encontrem-me perto dos estábulos!" Ele girou em direção a mansão enquanto seus homens se dispersavam para cumprir as suas ordens, deixando o grupo de viagem de Elizabet aguardando seu retorno. Quando ele foi embora, eles conversaram em tons baixos, embora a esta distância, fosse impossível ouvir o que eles diziam. "Vou reunir os meus homens e procurar nos bosques do lado
norte," Colin anunciou e depois se virou para beijar mulher. Ele falou algo baixinho no ouvido dela, e então Meghan estendeu a mão e abraçou sua cunhada. As duas se abraçaram enquanto Colin se virou e deixou as duas olhando para ele das escadas. O que diabos ele ia fazer sobre Elizabet? Broc não mais se sentia confiante sobre ir até Piers. Ele mal conhecia o homem, e Piers não o conhecia. Porque ele ficaria do lado de Broc quando era a palavra de Broc contra a palavra de três dos seus próprios compatriotas — um deles parente da própria Elizabet. Procurando pelo arqueiro, Broc olhou mais de perto, tentando decifrar seus rostos, mas ele mal podia ver mais do que suas silhuetas contra as tochas acesas por trás deles. Ele reconheceu Piers por causa de sua estatura e voz. Ele era um dos poucos homens que era tão alto quanto Broc. Ele devia falar com Colin? Se ele fizesse isso, ele seria forçado a entregar Elizabet para Piers. Ele tinha a certeza de que Colin falaria com ele para fazer isso, E ao fazê-lo, ele colocaria Elizabet mais uma vez em perigo. Ele não podia esperar que Colin mantesse sua lealdade em um assunto tão sério. Ele podia iniciar uma batalha sangrenta entre Piers e os irmãos de Meghan. E por este motivo ele não podia levar Elizabet para Iain também. A última coisa que ele queria fazer era forçar seu próprio laird a tomar uma posição contra Montgomerie. Isso não era problema de Iain. Cristo e maldição. Não era dele também, mas quais eram as opções que ele tinha? Nenhuma era o que parecia, exceto retornar para Elizabet e contar-lhe o que tinha acontecido. Só que seu irmão estava morto, e Broc não podia provar que
não tinha sido pela sua mão. Os cavaleiros estavam começando a se dispersar agora, e ele não queria levá-los até Elizabet, então ele achou melhor ir embora. Amaldiçoando-se pela bagunça na qual ele tinha conseguido se envolver, ele se virou e fugiu para a floresta. Não ousou olhar para trás, ele correu cegamente pela floresta, na escuridão, confiando no instinto para guiá-lo. A ÚNICA COISA que ele sabia com certeza. Não era mais possível deixá-la sozinha. Independentemente de escolher deixá-la ir, a culpa pela morte do irmão dela cairia em cima de Broc, e a paz que tinha caído sobre os clãs MacKinnon, Brodie e Montgomerie não existiria mais. Sem dúvida, seu laird ficaria do lado dele, assim como Colin. Piers podia amar sua esposa, mas Elizabet e seu irmão John eram da sua carne e sangue, e ele certamente ficaria do lado deles. A menos que Broc pudesse provar quem era o assassino de John, seu próprio clã seria forçado a pegar em armas contra Montgomerie — e talvez até Colin pudesse ficar contra o marido de sua irmã. Broc não suportaria ter o sangue de seus parentes em suas mãos, mas ele também não podia em sã consciência simplesmente entregar Elizabet a seu assassino. Sem mencionar o fato que Elizabet provavelmente o chamaria de assassino do irmão dela, junto com seu grupo Sassenach, e onde isso o levaria? Quando ele alcançou o casebre, ele estava relutante e encharcado de suor. Ele caiu de joelhos para recuperar o fôlego. O que diabos ele deveria dizer para ela quando a enfrentasse?
A confiança que ela tinha dele era frágil, na melhor das hipóteses. Não importava como ele olhasse para a situação, ele seria condenado de qualquer maneira. Oh, mas que bela teia de aranha ele tinha se enfiado. Fazia com que um homem quisesse nunca ter saído da cama.
CAPÍTULO 8
O
correu a Elizabet, somente depois que ele tinha saído, que ela nem sabia o nome dele. Ficando impaciente pelo seu retorno, ela passeou pelo casebre, tentando não notar o odor de ranço que vinha com a umidade da sala. Ela fez uma careta de nojo enquanto caminhava através de uma teia e tentava ficar livre. Que tipo de mulher viveu num lugar como este? Era a casa da sua amiga? Pela sua experiência homens e mulheres não podiam ser amigos. Ela não podia evitar e se perguntava quão próximos eles tinham sido — seu escocês e essa mulher que tinha se casado com o melhor amigo dele. Eles tinham sido amantes? Provavelmente! Ela apertou suas mãos nas costas e continuou a andar, considerando a escassez de móveis na sala. Elizabet nunca realmente tinha possuído nada que fosse realmente dela, mas ela nunca tinha ficado sem as necessidades mais básicas. Na verdade, ela tinha sempre vivido cercada de luxo porque os amantes de sua mãe tinham sido generosos. Ela colocou sua mão na cintura agarrando o crucifixo em sua mão, acariciando-o a procura de conforto. A mulher que tinha vivido aqui provavelmente tinha alguns dentes faltando, ou seu Bom Samaritano Escocês a teria
reivindicado como mais do que sua amiga. Provavelmente a tinha usado até que outra pessoa estivesse disposta a tirá-la das mãos dele. O vento soprava na sala através de rachaduras nas paredes e no teto. A chama da vela voava ameaçando sair. Elizabet se abraçou para se aquecer. Ela procurou no quarto um cobertor, encontrou um, e jogou sobre os ombros dela. Estava surrado e o odor era de bebida fermentada, entrando por todas as fibras do material. Aparentemente, a mulher era também uma bêbada! Então, novamente — seu olhar avaliou o quarto minúsculo — se ela fosse forçada a viver em um lugar como este, ela poderia ser levada a beber, também. De qualquer forma, esses escoceses tinham fama de serem parciais com a sua cerveja. Eles eram todos bárbaros, cada um deles, as mulheres e as crianças também. No entanto, todos eles compartilhavam algo mais valioso do que qualquer posse material que Elizabet podia ansiar. Liberdade. ELIZABET OUVIU FALAR MUITO sobre a maneira como eles viviam. Até as mulheres pareciam gostar de ter domínio sobre suas vidas. Elas se casavam quando queriam e se fosse de sua vontade. E seus filhos viviam livres. Os homens amavam suas noivas e casavam-se não por obrigação, mas por amor. Eles não tinham necessidade de manter uma amante ao seu lado. Suas amantes eram suas esposas. Por mais que Elizabet amasse sua mãe, suas simpatias sempre estavam ao lado das esposas dos homens que a visitavam. E ela nunca esperava casar se isso significasse que seu marido iria gastar
seus sentimentos com mulheres como a sua mãe e deixá-la apodrecer sozinha em casa, como um troféu esquecido sobre uma prateleira. Ela preferia ficar sozinha. Exceto... não agora. Finalmente! Ela ouviu um barulho na porta e correu para abrila. Estava negro do lado de fora, o céu escuro como breu a noite sem lua. Não havia ninguém lá fora, ela puxou a porta fechando-a, trêmula, não por causa do frio. A antecipação do retorno de Broc a mantinha acordada. A preocupação com o irmão a fazia caminhar pelo pequeno quarto. O que fazia o coração dela bater tão rapidamente? Seus dedos foram até seus lábios, lembrando o beijo... Ele a tinha beijado com raiva, embora não a tivesse machucado. Mas ele tinha tomado liberdades que ela nunca tinha permitido a qualquer homem. E agora ela não podia esquecer o calor da sua boca em seus lábios. Cada vez que se lembrava, seu coração batia mais rápido dentro de seu peito. Com tudo o que tinha acontecido naquela tarde — o arqueiro, o irmão dela — a única coisa que continuava a voltar na sua mente era o momento em que ele a tinha tomado em seus braços. O que estava errado com ela? Ela tentou focar nos assuntos importantes. Há quanto tempo ele já tinha ido? Parecia uma eternidade. O que tinha dito Piers? Eles deviam estar muito perto do feudo de Montgomerie, e seu anjo da guarda — que é como ela pensava nele — parecia conhecer Piers bem o suficiente. Bem, um inglês com propriedades na
Escócia provavelmente não era muito amado. Ela sabia que os escoceses possivelmente não deviam gostar da presença de Montgomerie aqui. Nem devia lhes agradar saber que ele tinha recebido as terras das mãos do Rei David. Ou que ele era mais um que tinha sido favorecido pelo Rei Henry. Ele estava tentando lhe dar uma lição, ou seria alguma coisa mais? Calor penetrou em seu rosto quando ela se lembrou de sua excitação. E mesmo assim ele não fez mal a ela. Por Deus, ela desejava que ele se apressasse. A NOITE PARECIA ESTAR FICANDO cada vez mais fria, e, enquanto a vela ficava menor, as sombras ficavam cada vez maiores. Envolvendo o cobertor mais firmemente sobre os ombros, ela sentou-se novamente à mesa para esperar, ansiosa para ouvir notícias do seu irmão. E se ele não voltasse? Talvez ela mesma devesse ir ao encontro de Piers? Ela se sentia totalmente impotente esperando aqui neste lugar. Nunca tinha havido alguém para defendê-la — nunca — nem mesmo quando ela era criança. A mãe dela estava sempre ocupada demais com seus próprios assuntos, e se Elizabet quisesse alguma coisa, ela tinha que conseguir sozinha. A espera a estava deixando louca! Onde o diabo ele estava? Ficando cada vez mais impaciente para se manter sentada, ela se levantou e correu para a porta mais uma vez, abrindo-a na esperança de ver alguém. A última coisa que ela esperava encontrar era seu salvador ali de pé, apoiando-se com uma mão
sobre o batente, encarando seus pés, como se ele tivesse apenas uma preocupação no mundo. Ela gritou de surpresa. Ele rugiu assustado. "O que você está fazendo aqui?" Ele parou e virou-se para enfrentá-la, estreitando os olhos para ela. "Colhendo flores," ele respondeu. Elizabet estreitou os olhos dela. Ele estava sozinho. Uma coisa não tinha ido bem pelo olhar em seu rosto. "Há quanto tempo você está aí?" Ela exigiu saber. "Não faz muito tempo." Ela abriu mais a porta, permitindo-lhe a entrada, e ele passou por ela sem olhar em seus olhos. Elizabet esperou ele se explicar. Santa Maria, Piers a tinha repudiado? Ela entrou em pânico. O que ela faria se ele virasse as costas para ela? "Ele não estava lá." O coração dela vibrou. "Piers?” "Sim." Ele se virou para finalmente enfrentá-la, e Elizabet sentiu seus joelhos moles por causa de seu olhar. Nunca na vida dela ela tinha visto olhos de um azul tão vívido. "Ele foi para Edimburgo e não vai voltar por alguns dias." Desviando o olhar, Elizabet foi até a mesa e afundou-se na cadeira, considerando a notícia. Quando ela encontrou seu olhar novamente, ele estava olhando para ela, seus olhos azuis a avaliando. "VOCÊ NÃO ESPERA que eu fique aqui até que ele retorne. Meu
irmão vai se preocupar." Embora John fosse mais velho, Elizabet sentia-se responsável por ele. Ele recebeu sua declaração num silêncio absoluto. BROC TINHA DECIDIDO que o melhor a fazer era lhe dizer a verdade, porque ele não sabia mentir. Mas olhando para ela agora, não sabia como dizer-lhe que seu irmão estava morto. Ele tentou falar, mas simplesmente as palavras não saíam de sua boca. "Ele deve saber o que aconteceu aqui. Tenho que lhe dizer," ela insistiu, aumentando sua culpa. Ele sabia em seu coração que não tinha matado o homem, mas ele sabia que ela ia achar que ele tinha. E se ela pensasse que ele tinha assassinado seu irmão, não tinha como ela ficar de vontade própria com ele. Sua vida estava em perigo. Ele não podia contar a verdade. Por um instante, ele temia ter falado seus pensamentos em voz alta. Ela saltou da cadeira. "Você disse que meu irmão saiu ileso!" Ele balançou a cabeça, amaldiçoando a mentira. "Ele está bem, moça, mas ele estava cercado." Isso era verdade. "Eu não podia falar com ele." Ela olhou para ele com esperança. "Mas ele está bem?" Broc engoliu. "Sim, ele parece não estar sentindo dor." Era uma meia verdade, pelo menos. Ela se sentou novamente, sua mão indo para o peito dela como se ela estivesse aliviada. Broc tentou não perceber o caminho que os dedos dela tão suavemente iluminavam a curva dos seus seios. Quando tinha sido a última vez que ele tinha acariciado o peito macio de uma mulher? Quando tinha sido a última vez que ele tinha sentido falta deste carinho?
Ele tinha feito uma promessa a si mesmo a muitos anos de dedicar sua vida ao seu clã, e renegar sua própria gratificação. Embora em algumas ocasiões ele tivesse se esquecido — ele não era nenhum santo — que sua lealdade e sua vida pertenciam aos MacKinnons. Ele devia tudo a Iain. Não sobrava nada dele que ele pudesse dar para alguém. Broc pegou a cadeira em frente a ela, olhando para seu rosto enquanto ela pensava. Ela o fez querer coisas que ele nunca tinha ousado pensar. "E agora?" Era uma pergunta muito boa. Ela parecia tão desolada, tão vulnerável, e ele jurou protegê-la a todo custo. Ele não sabia por que se sentia responsável por ela, mas desde o momento que tinha visto Elizabet sozinha na floresta, ele tinha se sentido atraído por ela. Ela precisava dele e ele se recusava a abandoná-la. "ELIZABET..." Ele se inclinou para frente. "Eu sei que você não gosta da idéia de ficar neste lugar, mas eu te dou a minha palavra que você aqui ficará segura." Isso lhe daria tempo para descobrir o que fazer. Suas sobrancelhas se inclinaram. "Eu não sei..." "Se você desejar, eu fico com você, mas você deve confiar em mim!" ele implorou. Ela olhou para a mesa, obviamente amedrontada. "Oh, moça, se eu quisesse te fazer algum mal," ele tentou fazêla raciocinar, "eu a teria deixado permanecer aqui sozinha enquanto fui falar com Montgomerie?"
Ela pareceu pensar um momento e então balançou a cabeça. "Não," ele afirmou. "Eu não teria deixado. E eu te juro que vi um arqueiro, e ele estava vestido com as mesmas cores que o resto do seu grupo. Alguém quer te matar." Ela balançou a cabeça, negando seu testemunho, embora ele sentisse bem no fundo que ela acreditava nele. Ela nunca teria ficado aqui esperando por ele se fosse o contrário. "Talvez ele estivesse tentando me defender?" "Havia alguma necessidade de te defender quando estávamos apenas conversando?" Novamente ela abanou a cabeça. "Eu simplesmente não consigo entender por que ele deveria me desejar morta." Parecia para Broc que ela sabia quem poderia ser o arqueiro. "Eu não era o objeto de sua atenção," Broc insistiu, tentando fazê-la acreditar. Suas sobrancelhas se encontraram. "Mas ele foi gentil comigo e com meu irmão durante toda a viagem." "Sim, bem... dizem que você ganha mais moscas com mel." Os ombros dela caíram. Ela olhou para ele, os olhos cheios de indecisão. "Quanto tempo vai demorar até Piers voltar?" Broc precisava de tempo, tempo para expor o arqueiro. "Três, talvez quatro dias," ele disse para ela, dando de ombros. "Doce Jesus! Tanto tempo?" Todas as mentiras pareciam vir mais facilmente. "Foi o que sua esposa disse." Ela piscou surpresa e, em seguida, inclinou a cabeça com essa revelação. "Piers tem uma mulher?" "Meghan," ele disse. "Ele se casou com ela a pouco mais de dois meses."
Ela olhou para baixo e depois levantou os olhos novamente. Ele colocou seu coração em seus olhos e queria que ela visse isso. "Eu não vou te decepcionar, Elizabet. Você tem a minha palavra." "Muito bem," ela admitiu, finalmente, "Eu vou ficar. Com uma condição. Você deve procurar meu irmão e dizer-lhe onde estou. E traga ele até aqui se você puder." Broc engoliu sua culpa, acenando que estava de acordo. "Eu vou fazer isso amanhã de manhã." Isso dava somente uma única noite para Broc — não era bastante tempo — mas ele não tinha escolha.
CAPÍTULO 9
S
eu anjo da guarda ficou com ela, deu o cobertor e a palete para ela e dormiu no chão do outro lado da sala. Jesus, mas ela nunca tinha ficado mais consciente da presença de um homem em toda a sua vida. Ela podia ouvir cada respiração, sabia cada vez que ele se mexia em seu sono. Ou ele estava acordado? Eles tinham apagado as velas uma hora atrás, mas ela não tinha conseguido fechar os olhos. Toda vez que ela fechava, ela via seu irmão estendido sobre o chão da floresta. Desde a sua volta, ele não tinha se aproximado dela, mantendo distância, como se ela estivesse amaldiçoada com uma doença terrível. Ela começou a pensar que ele sentia repulsa por ela, exceto que quando ele olhava para ela, ela não via nem um pingo de repulsa. Ela via o mesmo olhar que ele tinha lhe dado antes... antes dele a ter beijado. Ela estava tão certa de que ele esperaria receber pelos problemas que ele estava enfrentando. E ela tinha hesitado em ficar sozinha com ele por medo, mas ele a tratou com muito respeito e bondade. Sim, ela acreditava nele e ele não parecia ser um homem que podia mentir. Nem ela podia pensar numa única razão para ele mentir para simplesmente ficar sozinha com ela quando na verdade eles estavam sozinhos desde o momento que ele a encontrou na
floresta. Jesus, mas como ele podia dormir tão pacificamente quando ela ainda estava acordada? Acima dela, raios de luar entravam através do telhado como pequenos pontos prateados. Pequenos insetos voadores mergulhavam e dançavam na réstia de luz. Elizabet os assistia com um sentido de agitação crescente. Ele tinha prometido procurar seu irmão logo de manhã. Provavelmente ele estava antecipando um rápido fim a esta provação. Afinal, isso não era problema dele. Era dela. E ela ainda não sabia o nome dele. Ela não sabia por que ela simplesmente não tinha perguntado, exceto que de alguma forma parecia muito pessoal. Eles eram apenas amigos. "Você está dormindo?" ela sussurrou antes que pudesse parar a si mesma. Não houve resposta. ELA FALOU MAIS ALTO. "Ei, você está dormindo?" Ainda não teve resposta. "Bem, claro que você está!" ela murmurou para si mesma e não conseguia explicar a súbita sensação de decepção que ela sentiu ao descobrir. "Jesus!" Por que ela deveria se importar se a sua presença não era o suficiente para mantê-lo acordado. Por que ela se sentia tão irritada por ele estar dormindo tão tranquilo no seu canto quando ela não podia dormir?
Ela chutou o cobertor para seus pés. Ela só não conseguia dormir, e estava mais frio do que ela podia se lembrar em sua vida. E ela não conseguia entender como ele podia dormir tão tranquilamente! Ele devia ser feito de pedra! Por causa do frio seus dedos das mãos e dos pés tinham adormecido há muito tempo. E seus dentes estavam rangendo. Ela levantou as cobertas e enrolou as pernas tentando afastar o frio. "Você nunca se preocupou em me dizer seu nome!" ela sibilou para a escuridão. "Você nunca se preocupou em perguntar," ele respondeu de uma só vez. O coração dela sacudiu ao som de sua voz. "Eu... hum... pensei que você estava dormindo." BROC SORRIU PARA SI MESMO. Era tão óbvio. "Assim, parecia." Por Deus, como ele podia dormir sabendo que ela estava tão perto? Sem dúvida, ela era a mulher mais linda que ele já tinha visto em sua vida, Sassenach ou não e não importava que ele tentasse não vê-la como uma mulher, ele não conseguia suprimir as imagens que apareciam assombrando seus sonhos. Mas ele não queria que ela soubesse que ele estava acordado, porque era mais fácil negar seu desejo se ele não tivesse que falar com ela e ouvir sua voz — se ele não tivesse que olhar para o seu rosto à luz de velas e se perguntar quantos outros homens tinham fitado aqueles lindos olhos verdes. Ele estava se tornando obcecado com diferentes pensamentos sobre ela. "Eles me chamam de Broc Ceannfhionn." "Broc... Ceannfhionn," ela repetiu e ficou em silêncio um
momento, como se estivesse pensando em seu nome. "Isso significa Broc o loiro." "Bem, isso faz sentido." Broc fez uma careta na escuridão. Era uma coisa boa ser honesto? Ele se perguntava. Será que ela o achava tão bonito como ele a achava? Seu rosto queimava com este pensamento. “Fale-me sobre você, Broc Ceannfhionn." Broc não estava acostumado a ter esse tipo de conversa, particularmente com moças inglesas bem-nascidas — e ele não se sentia nada confortável falando de si mesmo. "BEM, vamos ver... Eu não tenho mais pulgas," ele disse e esperou que ela apreciasse esse fato. Graças a Page, ele já não andava coçando a cabeça como um animal sarnento. Ele tinha amado muito Merry, mas as pulgas era algo que fazia com que ele não sentisse falta dela. Ele pensou que a ouviu rindo, mas foi um som tão suave que ele não podia ter certeza. Ele não a culpou por rir. Que idiota ele devia parecer. Ficar frente a frente com uma mulher com quem ele queria ir para a cama, e de repente se tornar um imbecil. "Bem... Não tenho pulgas também," ela respondeu com um tom ligeiramente divertido, e ele entendeu que ela o estava zombando. Ele sentiu suas bochechas ficarem mais quente, mas sorriu. Garota safada. Ele queria saber tudo sobre ela. Quem era o pai dela? Quem era a mãe dela? Quanto tempo ela ia permanecer na Escócia? Ela estava apaixonada por algum homem de sorte? Ela tinha vindo para
se casar? O pai dela tinha enviado ela para Piers para que ele lhe arrumasse um bom casamento? Broc estremeceu com esse pensamento. Ele esperava que não. Nenhum deles falou durante algum tempo, e o casebre ficou silencioso a não ser pelo ranger dos dentes de Elizabet. Broc continuou deitado, ansiando pelo som de sua voz, seu corpo duro de desejo. E ele a desejava. Sim. E quanto mais ele tentasse negar, mais ficaria faminto pelo sabor de sua carne, mais sede ele teria do doce néctar da sua boca. Ele estava feliz pela escuridão que escondia as provas do seu desejo. Se ele tivesse um cobertor, ele facilmente ergueria uma tenda grande o suficiente para caber os dois embaixo. Os dentes dela continuaram a ranger de frio. "Você está com frio, moça?" Sua voz era grossa e cheia de luxúria, ele sabia, mas esperava que ela não notasse. "Nunca imaginei que uma noite de verão pudesse ser tão fria!" Ele riu de sua queixa. "São os ventos nas Highlands. (6)" "Eu acredito." Mais uma vez o silêncio caiu entre eles. Broc queria saber o que dizer. Ele não queria deixá-la ir dormir ainda. Ele queria saber mais. Onde ela tinha crescido? E qual era a cor preferida dela? Ela salvou-lhe o esforço de encontrar uma conversa apropriada. "Quão bem você conhece Piers?" "Não muito bem." "Entendo." Ela ficou em silêncio novamente. Nunca as palmas das mãos de Broc tinham suado tanto nem quando Meghan falava com ele, tão linda que ela era. O que estava errado com ele? "Então... então...
você veio para a Escócia para se casar?" ele perguntou muito mais diretamente do que ele pretendia. "EU?” Ele ouviu que ela tinha se virado na palete, e ele tentou imaginar como ela devia estar deitada lá no escuro. "Oh, não!" Ele quase suspirou de alívio. "Meu pai pensou que seria melhor a gente ficar com Piers porque ele tem muitos filhos e ele não pode sustentar todos nós." Sua revelação deixou-o com inveja. Ele sempre se perguntou como seria ter irmãos. Na verdade, ele teve uma irmãzinha, mas ele mal se recordava dela. Ela tinha morrido quando os ingleses invadiram sua aldeia — nos braços de sua mãe — morta pelos assassinos bastardos. Erin era o nome dela. Quantos anos ela teria agora? Deu-lhe uma pontada de culpa por que ele não se lembrava. Ele tinha sete anos quando veio morar com os MacKinnons. Sua irmã talvez tivesse dois anos na época da sua morte. E já tinha se passado quase vinte e três anos desde que ele tinha vindo para Chreagach Mhor. Ele resolveu parar de pensar no passado e não decepcionar Elizabet. Exceto que ele já tinha decepcionado. Seu irmão estava morto. "Vamos descobrir quem é o arqueiro, moça. Não tenha medo. Eu não vou permitir que lhe façam mal." Desta vez, ele viu seu silêncio com preocupação. Ele pode ouvir na voz dela quando ela falou novamente. "Espero que meu irmão não esteja em perigo." A mentira pesava fortemente nos ombros dele. "Estou certo de que ele vai ficar bem." Deus o ajudasse para não contar-lhe a
verdade. Isso o assombraria mais tarde, ele sabia, mas não podia evitar. Por muito tempo... nenhum deles falou. Os sons da noite enchiam seus ouvidos. O perfume dela ia direto para as narinas dele — doce e quente. "Você deve estar com frio," ela disse depois de um tempo. Seu coração bateu um pouco mais rápido. "Um pouco." "Você gostaria... de ficar com o cobertor?" ela o surpreendeu. “Eu tenho a palete. É justo você ficar com o cobertor." Broc emudeceu com o seu gesto. Desde que sua mãe tinha morrido ninguém jamais se preocupava se ele tinha comido, ou se estava com frio, ou se tinha um lugar macio e seguro para reclinar a cabeça. Desde pequeno, ele sempre teve que se preocupar com ele mesmo. Esta inglesa se preocupar com o seu conforto — e mais, ela se oferecer para aliviar seu sofrimento às suas próprias custas — o tocou mais do que ele gostaria de admitir. A garganta dele ficou seca. "Não." Suas intenções não eram inteiramente nobres quando ele sugeriu, "podíamos compartilhálo?" Ele fez uma careta, esperando que ela ficasse irritada com a proposta, mas ela o surpreendeu, dizendo, "Está frio..." O coração do Broc começou a bater mais rápido. Talvez, para o bem dela, ele devia ter recusado, mas ela prometeu aquecê-lo de uma forma que ele nunca tinha sido aquecido antes e ele não podia negar-se ao doce prazer de ter seu corpo quente ao lado dele.
(6) Highlands - รกrea montanhosa na Escรณcia, moradia dos Highlanders.
CAPÍTULO 10
E
lizabet ouviu-o levantar-se e apertou seus olhos fechados, ouvindo os passos enquanto ele se aproximava. Ele parou abruptamente ao seu lado, olhando para ela e seu coração começou a bater descontroladamente contra seu peito. A respiração dela vinha com dificuldade enquanto ela esperava que ele falasse. Na verdade, ela esperava que ele se deitasse com ela, confortasse ela com a sua presença, mas realmente não esperava que ele fizesse alguma coisa mais. Desde o seu regresso do solar de Montgomerie ele não tinha feito o menor avanço em sua direção, e ele mesmo tinha se deitado bem longe dela. Suas ações a confundiam. Num minuto ele estava falando para ela que ela era bonita, beijando-a apaixonadamente, e no outro parecia relutante mesmo em olhar para ela. E agora ele estava na escuridão perto dela... esperando o que? "Você tem certeza, moça?" Jesus, mas ela não tinha certeza de nada. Só que agora que ele estava de pé diante dela, ela não podia mandá-lo embora. Uma voz no fundo do seu ser soou um alarme, mas ela estrangulou o som. Ela engoliu e disse, "Sim." Ela levantou o cobertor e a garganta dela subitamente ficou muito seca para ela conseguir falar. Seu coração batia ferozmente
quando ele se deitou ao lado dela, e ela permaneceu em silêncio. Ele pegou as cobertas, colocando sobre os dois, e o choque do seu toque foi físico. Ela nunca tinha se deitado com algum homem, nem mesmo para aliviar o frio. Ele parecia tão grande, tão sólido. Seu calor permeou todo o seu corpo no mesmo instante, e o frio da noite foi esquecido enquanto ela estava deitada ao seu lado tremendo. Sem dizer uma palavra, ele a atraiu para perto dele, envolvendo-a em seus braços. "Você está tremendo," ele disse. Elizabet assentiu em resposta. "F-frio," ela mentiu. Ele se aninhou mais confortavelmente contra ela, levantando a mão para a sua nuca na tentativa de colocar os dedos em seu cabelo. Sua trança o impediu. "Oh, moça, como você pode dormir com seu cabelo preso assim?" "Eu-eu estou acostumada." "Eu aposto que você dormiria melhor com seu cabelo solto." ELE NÃO PEDIU permissão para desfazer sua trança, mas seus dedos desataram as fitas soltando os cachos. Elizabet não conseguiu encontrar sua voz para protestar enquanto os dedos dele trabalhavam habilmente para remover cada elo. Quando as fitas finalmente ficaram livres, seus dedos começaram a desfazer sua trança. Elizabet fechou os olhos, tentando frear as batidas irregulares do seu coração. "Tão suave" ele sussurrou contra a sua testa, e o calor dos seus lábios aumentou seus arrepios. A memória do beijo dele encheu
seu corpo de calor. Que Deus a ajudasse, ela queria beijá-lo novamente. Ela queria isso mais do que qualquer coisa que já tinha desejado em sua vida. Elizabet enterrou seu rosto contra o peito dele, suas bochechas queimando enquanto os dedos dele vasculhavam seu cabelo, alisando seus cachos. Todo o seu corpo ganhou vida. Cada polegada de sua carne vibrou com consciência. Ele a abraçou, apertando-a suavemente. Ninguém jamais a tinha tocado com tanta ternura. Nenhum homem jamais a tinha abraçado tão intimamente. O calor do seu corpo fez queimar sua carne e a doçura de seus toques enviava arrepios de prazer pela sua espinha. Beije-me, ela implorou silenciosamente. ERA tudo o que Broc desejava fazer para seduzi-la enquanto ela estava deitada. Ele queria — Oh, Deus, ele queria. Ela estava pressionada tão firmemente contra seu corpo e ela estava tremendo. Ela estava com medo? Ela estava simplesmente com frio? O corpo dele não parecia se importar. O sangue subiu através de suas partes baixas, endurecendo-o totalmente. Ele queria beijá-la, desejava a sua boca. Desde o momento em que ele a tinha beijado mais cedo, o sabor dela estava agarrado aos seus sentidos. Como um bêbado buscando cerveja, ele inclinou-se para beber de sua boca, febril com o gosto dela. Seus dedos se fecharam sobre a sua nuca, e ele abaixou sua boca até seus lábios, rezando que ela
o recebesse. No instante em que sua boca se aproximou da dela, ele se encheu de felicidade. O gosto dela era como o paraíso na terra. Suas mãos pentearam seus cabelos de seda. Seu corpo palpitava com desejo. Quando alguma vez em sua vida ele tinha precisado de uma mulher tão desesperadamente? O próprio Deus não poderia tê-lo afastado dela naquele instante, porque ele estava totalmente intoxicado pelo sabor dela. Elizabet gemeu, e ele respondeu ao seu grito suave com o mais profundo gemido de prazer. CERTAMENTE, ela tinha morrido e ido para o céu. O choque de seu beijo fez seus sentidos vacilarem. Ele beijava-a suavemente, acariciando sua boca com seus lábios úmidos, quentes, e ela gemia de prazer e em protesto. Alguma parte a avisou para protestar... agora... antes que ela lhe desse demais — antes que ele fosse longe demais. Mas seu beijo era muito insistente, e seu coração batia ferozmente. Seus braços a seguravam mais firmes contra a sua boca. As pernas entrelaçadas com as dela, pressionando sua dureza contra ela, e ela ergueu seu corpo instintivamente, buscando sua excitação. Ela estava jogando um jogo perigoso, ela sabia, mas ela não podia pensar em parar. O corpo dela estava lhe traindo. Ela não era diferente de sua mãe? Não, ela não era.
Ela já não tinha mais frio, mas estava febrilmente quente. Suas mãos começaram a acariciar seu corpo, mostrando tanta ternura que tudo o que ela podia fazer era gemer em êxtase. E então, quando ela pensou que seu coração não poderia bater mais rápido, sua língua começou a acariciar seus lábios, umedecendo-os. "Abra para mim," ele implorou. Elizabet engoliu e fez como ele ordenou, permitindo-lhe a entrada. A língua dele entrou no mesmo instante em que ela separou os lábios dela. "Seu sabor é doce," ele sussurrou em sua boca e gemeu. "Tão doce..." Elizabet agarrou-se a ele, ondulando suavemente sob ele, seus sentidos entorpecidos em uma febre de luxúria. Ele pressionou-se contra ela, atendendo a cada impulso suave do corpo dela. As mãos dele foram para o seu quadril, para as suas coxas, agarraram a bainha do seu vestido levantando-o. O coração de Elizabet parou dentro de seu peito. "Abra para mim," ele disse mais uma vez, pressionando-se suavemente contra o interior da sua coxa, e Elizabet fez o que ele pediu, incapaz de resistir. Ele colocou sua mão no seu lugar mais privado, manuseando delicadamente a sua feminilidade. Seu dedo deslizou sobre a umidade, como se ele soubesse precisamente como provocá-la. E enquanto isso ele a beijava sem parar, compartilhando a sua respiração. Foi o momento mais incrível de sua vida. E de repente ele deslizou um dedo dentro de seu corpo e congelou. Ela sentiu seu coração de trovão contra o peito, mas a névoa de prazer teve que se dissipar para que ela compreendesse o que ele tinha feito — o que ele estava fazendo — o que ela tinha
permitido. Que Deus a ajudasse, mas só naquele instante ela encontrou a vontade para resistir. EM PÂNICO, ela o empurrou e ele rolou para longe dela. Ela lutou para sair de seus braços, lutando para se afastar. Ele não se mexeu, apenas ficou deitado em silêncio, olhando para ela na escuridão. Por Deus, ela não estava certa de quem ela estava mais brava, se era com Broc ou com ela mesma. Ele era um homem, afinal de contas e ela não podia esperar nada menos dele, mas ela devia ter pensado melhor antes de convidá-lo para vir com ela para a coberta. O que estava errado com ela? Ela era, na verdade, não muito melhor que a mãe dela! O que ela tinha feito? "Você não é diferente do resto!" ela disse com raiva e vergonha. Quando ele não fez nenhum avanço na direção dela, ela se sentou num canto, as lágrimas enchendo seus olhos. Agora ele estava com o cobertor e com a palete, mas ela não se importava. Bem feito por ela ser uma boba tola. E como ela tinha chegado perto! E como facilmente ela quase lhe deu seu bem mais precioso! Ela engoliu convulsivamente, a vergonha envolvendo todo o seu corpo. Ele não disse mais nada, nem se mudou. E ele deve ter caído no sono logo em seguida, porque ela ouviu sua respiração de onde ela estava sentada. Ela só conseguiu pegar no sono de madrugada.
BROC ESCUTOU seu choro e se amaldiçoou. De alguma forma, ela conseguiu dormir, apesar do frio, apesar de sua tristeza, e Broc colocou o cobertor sobre ela, dobrando-o suavemente sobre seu corpo esbelto. Ela dormiu, ignorando suas gentilezas. E apesar de sua culpa, ele conseguiu adormecer também. Pela manhã, ele a deixou ainda dormindo e correu para Chreagach Mhor. Iain gostaria de saber onde ele estava. Alguma parte dele se sentia obrigado a contar para seu laird tudo. Iain tinha sempre ficado do lado dele. Mas aí morava o dilema. Como ele poderia viver consigo mesmo se ele decepcionasse alguém? Ele não sabia como resolver isto. Ele não sabia o que fazer. A aldeia abaixo de Chreagach Mhor estava agora despertando. Ele podia ouvir os risos da sua pequena prima em algum lugar na distância e um cão latindo, também. Os sons familiares o deixavam melancólico, porque ele sabia que não era Merry a quem Constance estava assediando esta manhã. "Onde diabos você se meteu?" o primo dele, Cameron, lhe perguntou correndo para recebê-lo. Cameron enfrentou Broc, e a julgar pelo olhar ansioso no rosto dele, ele estava animado por algo que ele estava prestes a compartilhar. "Dormi no Colin," Broc mentiu, e seu rosto ficou vermelho. Ele não era um bom mentiroso, mas ultimamente ele não parecia ter escolha. Ele ainda não tinha decidido se contaria ou não para Iain, mas Cameron não era o tipo de manter confidências, e seu primo era a última pessoa que Broc podia confiar.
"NO COLIN! Oh, homem! Na sua noite de núpcias, Broc?" Ele parou por um instante, olhando para Broc, como se achasse ele louco. Broc continuou andando, olhando seu primo aborrecido. "Jesus Cristo! Eu não disse que dormi na cama dele, Cameron!" Seu mau humor não amorteceu o humor de Cameron. Ele olhou para Broc, mais uma vez e tentou colocar um sorriso no rosto de Broc. "Sim, bem, então quem manteve você quente?" Ele balançou sua cabeça. Broc arqueou uma sobrancelha para o seu primo. "Isso” ele disse, "não é da sua conta." "Droga, Broc! Não fale comigo como se eu fosse uma criança pequena! Sou velho o suficiente para ir para a cama com a minha própria mulher, será que você não sabe." "Você é." "Enfim," Cameron continuou, "Fico feliz em ver que você colocou suas atenções em outros lugares, porque eu vi como você olha para Page FitzSimon." Broc o interrompeu abruptamente, dando um olhar de aviso para seu primo. O próprio pensamento de dormir com a esposa de Iain embrulhou o estômago de Broc. "Nunca mais fale assim sobre a esposa do seu laird! Eu mesmo corto fora a sua língua se Iain não cortar!" O sorriso de Cameron murchou. "Droga," ele disse. "Você está parecendo um pateta azedo e mal humorado!" Broc começou a andar em direção a casa de armazenamento, com a intenção de pegar alguns suprimentos e ir embora. Elizabet provavelmente ia acordar em breve, e ele não queria assustá-la com sua ausência.
Então, novamente ela poderia desejar nunca mais vê-lo depois da noite passada. Cameron levantou as mãos e o seguiu. "Que bicho entrou no seu rabo e morreu? Eu nunca tinha te visto tão ranzinza!" Broc lançou para seu primo um olhar fulminante. "Se o meu temperamento é azedo, é porque o meu paradeiro é minha preocupação, Cameron, e não seu. Não se esqueça nunca disso." "Oh, Deus! Esqueça! Eu não sei o que aconteceu com você esta manhã, mas você está tão rabugento como um bêbado sem uísque!" "Não dormi bem," explicou Broc. E era verdade. Sua consciência não permitiu. Cameron abriu a boca para falar novamente, mas depois de mais um olhar de Broc, ele obviamente pensou melhor. Fechou-a novamente. Broc esperava reunir seus suprimentos e ir embora antes que alguém reparasse nele. Parecia que não ia ser o caso. Constance o viu e veio na direção dele, gritando seu nome. PARA ELA, ele conseguiu dar um sorriso brilhante. Sua prima era uma criança alegre que nunca ficava mais de cinco minutos sem um sorriso em seus lábios. "Broc! Broc!" ela gritou e posicionou os braços bem abertos. Broc inclinou-se para pegá-la. "Pestinha!" ele exclamou enquanto ela se atirava em seus braços. Ela riu, e ele despenteou o cabelo dela, levantando-a no ar. "Você ouviu as novidades?" Cameron perguntou. "Novidades?”
"Dois ingleses foram mortos na floresta perto de Chreagach Mhor." O estômago de Broc embrulhou, mas ele fingiu indiferença. "Bem feito para os bastardos por estarem onde não deviam!" Constance abraçou seu pescoço e de repente o soltou. "Abaixeme!" Ela exigiu. "Um deles era parente do Montgomerie," acrescentou Cameron. "Montgomerie está furioso. Ele veio aqui hoje de manhã." Broc fingiu sorrir por causa de Constance. "Eu quero descer!" ela gritou, e ele a colocou no chão de uma vez, batendo-lhe na cabeça. Ela saiu correndo para brincar. "Comporte-se!" ele gritou para ela. "Nós vamos ter que prendê-la um dia, eu acho," Broc comentou. "Aparentemente uma mulher desapareceu, também," Cameron continuou. "Montgomerie e os irmãos de Meghan estão procurando juntos pela mulher. Piers não vai descansar até que o vilão seja levado à justiça." Broc começou a andar, fingindo apenas um interesse casual. "Eles sabem quem os matou?" "Não. Não sabem," revelou a seu primo. "Mas eles alegam que foi um gigante." Broc revirou os olhos. "Sim! Dizem que ele tinha braços tão grandes como suas coxas e um pescoço tão grande como uma árvore!" Broc olhou para os seus braços e então de volta para o seu primo. Ele era um homem grande, mas não tão grande. Ele lançou um olhar duvidoso para o primo. "E ele solta fumaça pelas narinas e seus dentes são longos e afiados como punhais?"
"É o que eles estão dizendo," Cameron assegurou-lhe. Broc abanou a cabeça. "Sassenachs idiotas." Cameron riu. "Esta é a maldita verdade!" ele concordou. "De qualquer forma, eles já colocaram cada clã dentro do limite de dez léguas, armados atrás dele." Broc cerrou os dentes. "E o que Iain disse sobre tudo isso?" “Ele disse que apoiará Montgomerie — ele não vai permitir que qualquer homem coloque em perigo a aliança formada entre os clãs. Ele disse que a aliança é muito preciosa." E realmente era. Durante toda a sua vida Iain tinha tentado fechar este pacto. Broc jamais pediria a ele para colocá-lo em risco. Não seria certo. "Eu não posso culpá-lo," ele disse e suspirou. "NEM EU," Cameron concordou, soando mais maduro naquele instante do que Broc jamais tinha testemunhado. " Sassenach ou não, parece que Montgomerie está aqui para ficar, e Iain disse que cabe a todos nós apoiá-lo." Broc parou e virou-se para seu primo, parecendo vê-lo pela primeira vez. O rapaz estava amadurecendo, Broc estava feliz por vê-lo se tornar um homem. Ele estendeu a mão, e bateu no seu ombro. Cameron sorriu para Broc, e os dois compartilharam um momento de intimidade familiar. "De qualquer forma, acho que Iain deseja falar com você." Era a última coisa que Broc desejava ouvir. Ele ainda não podia encará-lo. Iain saberia que ele estava mentindo e ele não poderia contar-lhe a verdade. "Diga que eu vou vê-lo mais tarde."
Cameron piscou surpreso com a resposta de Broc. Ele nunca havia se recusado a se encontrar com Iain antes. Ele começou a andar de novo para o local de armazenamento e não parou, recusando-se a olhar para trás para os olhos de Cameron. Ele não queria dar explicações e não queria que lhe fizessem perguntas. Ele não queria mentir mais do que ele precisava. Cameron não o seguiu, mas perguntou. "Aonde você vai?" Broc não respondeu. Ele continuou andando, deixando Cameron parado olhando para ele. IAIN MACKINNON LEVANTOU-SE e colocou as mãos na cintura. Sua esposa levantou-se da mesa também para se juntar a ele. Ele e Page tinham permanecido na mesa muito tempo após ouvirem a notícia que eles tinham acabado de receber. E ele não podia acreditar no que Cameron estava lhe contando. Ele estreitou os olhos para o jovem, descrente de seus ouvidos. "Você está me dizendo que ele chegou e partiu novamente?" Cameron assentiu com a cabeça, sua expressão apologética. "E você disse a ele que eu queria falar com ele?" "Sim, senhor, foi o que eu fiz." IAIN SABIA que ele ainda se sentia culpado sobre o seu relacionamento com o lunático pai de Page. E bem que ele devia. Por pouco sua irmã Constance não tinha sido assassinada pelo louco, além dele ter colocado a vida de Page em perigo — para não mencionar a morte de Merry, o pobre cão de Broc. Por Deus, não teve um olho seco na aldeia com a visão de Broc enterrando seu amado companheiro. Se Cameron soubesse o que era bom para
ele, ele pisaria com cautela durante um bom tempo. "Ele disse que viria falar com você mais tarde," o jovem adicionou desconfortavelmente. Iain não sabia o que dizer. Ele não podia imaginar que circunstâncias tinham deixado Broc tão preocupado que ele pudesse negar para Iain alguns momentos do seu tempo. Ele não estava com raiva, mas ele queria falar com Broc sobre os assassinatos para ver se ele sabia de alguma coisa. "Eu suponho que tudo o que ele está fazendo é de suma importância. Eu vou falar com ele quando ele voltar. Obrigado pela mensagem, Cameron". Cameron se virou para ir embora, e Iain virou-se para sua esposa. Suas sobrancelhas estavam fechadas mostrando preocupação, e ela parecia estar pensando sobre o assunto — e ele esperava que não fosse a mesma coisa que ele estava pensando. A descrição que tinham dado sobre o assassino combinava com Broc, em parte, mas Iain tinha descartado a possibilidade. A matança tinha sido muito brutal e muito a sangue frio para ter sido cometida por Broc Ceannfhionn. Eles afirmaram que o homem tinha atacado o grupo sem ter sido provocado, saltando em cima da mulher com uma faca, ameaçando cortar impiedosamente sua garganta como ele tinha cortado a do irmão dela. Assim que Cameron tinha saído, e eles ficaram sozinhos, Page abriu a boca para falar, mas não conseguiu dizer nada. Iain sentiu que ele sabia o que ela estava pensando. "Estou certo de que ele está apenas preocupado," ele assegurou-lhe. A mulher assentiu com a cabeça, embora sua expressão
permanecesse cheia de preocupação. "Sim, estou certa, também." Ele a segurou pelos ombros firmemente, tentando tranqüilizála. "Há pouco com o que se preocupar, esposa. Broc não é o homem que eles estão procurando." "Mas Montgomerie jurou cortar a garganta do homem..." Iain assentiu. "E eu não posso culpá-lo. O assassino merece um julgamento igual ao crime que ele cometeu." "E se o assassino for um dos nossos? O que vamos fazer?" Iain suspirou pesadamente. "Então, na verdade, serei forçado a entregá-lo para Montgomerie," ele disse com pesar. "Não posso arriscar a paz dos nossos clãs — nem mesmo por Broc." PAGE ASSENTIU COM A CABEÇA, mas desviou o olhar dela. "Sim, bem... Estou certa de que Broc não teve nada a ver com isso, de qualquer maneira." Iain inclinou e a beijou na bochecha, não queria preocupá-la. "Assim como eu," ele concordou. Sua gentil esposa tinha se apegado a Broc. Ele sabia que ela ia se preocupar até que a verdadeira identidade do assassino fosse descoberta. Assim como ele. Nenhum homem entre eles era mais amado do que Broc Ceannfhionn. Na verdade, Broc nunca tinha colocado seus próprios interesses acima do clã, e apesar de Page e Broc não terem começado sua amizade com alegria, Broc tinha sido o primeiro a ficar do lado de Page quando seus homens a tinham desprezado. Até o dia que ele morresse, Iain seria grato a Broc para isso. Sua mulher olhou para ele, seus lindos olhos suplicando. "O que você pretende dizer para Montgomerie?" Ela se preocupou
esperando por sua resposta. "Por agora, nada," ele tranquilizou-a e piscou, esperando deixála à vontade, e ele a ouviu suspirar. As linhas de preocupação desapareceram de sua testa. Ela sorriu e levantou-se sobre a ponta dos pés para beijá-lo ternamente sobre o queixo. Um arrepio correu pela sua espinha, como acontecia sempre que ela o tocava. "Eu já disse que te amo, Iain MacKinnon?" "Sim, minha amada esposa." Ele apertou-a suavemente, e seu corpo se agitou. "Broc ficará bem," ele disse. "Quanto a mim..." Ele puxou o braço dela e ela acenou em direção as escadas. “Acho que preciso de um minuto do seu tempo." Ela riu. "Você está cada dia mais insaciável," ela disse, mas foi a primeira a correr para as escadas. "O último a chegar ao quarto vai ter que ficar por baixo!" Iain deixou-a ir em frente. De qualquer maneira ambos ganhariam, ele sabia, enquanto ele demorava a subir as escadas para olhar para o seu pequeno derrière (7) subindo as escadas. Que ele fosse amaldiçoado se ele não gostasse de ficar por baixo! Deixe-a pensar que ela era a vencedora.
(7) derrière - nádegas
CAPÍTULO 11
A
poeira dançava nos raios de sol filtrados através do telhado caindo aos pedaços. Antes mesmo de procurá-lo, Elizabet sabia que Broc não estava mais lá. De alguma forma, mesmo em silêncio sua presença enchia o ambiente, e sua ausência deixava um rastro de tristeza maior que a morte. Ele deve ter ido falar com o irmão dela, assim como ele havia prometido. Ela estava feliz porque ela não tinha que enfrentá-lo esta manhã. Ontem à noite, ela estava com raiva dele, mas a verdade é que ela tinha convidado seu entusiasmo, seu ardor. Não importava como ela olhasse para o que tinha acontecido, a culpa era dela própria. Se ela não o tivesse convidado a compartilhar seu cobertor, ele nunca a teria beijado em primeiro lugar. Ela praticamente tinha se jogado em seus braços, e as bochechas dela ficaram vermelhas com a lembrança. E agora ele tinha saído, e ela não o culparia se ele nunca mais voltasse. Jesus, o que ela faria se agora ele se recusasse a ajudá-la? E se fosse verdade que Tomas queria vê-la morta? Quem lutaria a favor dela a não ser Broc? Quem acreditaria nela? De repente, tudo tinha se tornado tão complicado. Levantando-se, ela afastou o sono de todos os seus membros, deixando o cobertor cair no chão. Seu olhar foi direto para o pano
surrado que estava amontoado a seus pés. Ele tinha devolvido a manta para ela ontem. O gesto a deixou emocionada, embora ela tenha dito a si mesma que não. Ela se inclinou para recuperá-lo e o dobrou colocando-o sobre a palete e depois foi até a porta, e a abriu com um pouco de cautela. O dia estava ensolarado e bonito e uma brisa suave despenteou seu cabelo assim que ela saiu para a luz do sol. Ela deixou a porta fechar atrás dela. Que mal podia acontecer se ela saísse por um momento? Ela não tinha intenção de ir longe. A floresta estava cheia de vida. Ela podia ouvir os pássaros cantando nas árvores e animais correndo enquanto ela passava por eles. Aqui fora, com o sol brilhando sobre ela, nada parecia tão terrível. Quando ele voltasse, ela iria enfrentar Broc como uma mulher e não se esconder como uma criança. O que aconteceu estava feito, e não havia maneira de cancelar suas ações. NEM ELA DESEJAVA, se ela pudesse ser honesta consigo mesma. Naqueles momentos com Broc... ela tinha se sentido mais viva do que jamais tinha se sentido em toda a sua vida. Na verdade, esta manhã, tudo parecia mais brilhante, mais vívido. Seus sentidos estavam mais aguçados e o coração dela batia com mais vigor. Ela tomou uma respiração profunda e saboreou um momento de doce pureza. Esta terra era selvagem, mas muito bonita. Ela dificilmente poderia culpar os escoceses por defendê-la tão ferozmente. Ela parou e virou-se para reconsiderar o casebre com olhos diferentes.
Era uma habitação simples, e sua dona devia ter sido uma pessoa simples. Ao contrário das mulheres com quem ela tinha crescido na corte, esta mulher tinha vivido inteiramente sem luxos. Não havia nenhuma cama extravagante para ela deitar sua cabeça à noite. Não tinha cozinha, nem corredores para alguém se perder por eles, nem jardins para se plantar alguma coisa. Mas ela tinha sido livre — completamente e totalmente livre! Ela tinha sido feliz? Broc a tinha visitado muitas vezes? Eles se amavam? Quem era este homem com quem ela tinha se casado ao invés de Broc? A cabeça dela estava cheia de perguntas. Era mais fácil não pensar sobre o arqueiro. Ela não queria achar que ele fosse Tomas. Não queria pensar que sua madrasta a queria morta. O que ela tinha feito para despertar a fúria da mulher? Certamente Broc devia estar enganado. Ele tinha entendido mal a intenção do arqueiro, era tudo. Tomas tinha tentado apenas defendê-la — a verdade tinha que ser esta. Ela tentou se lembrar precisamente dos acontecimentos do dia anterior. O irmão de sua madrasta não estava entre os homens de seu pai — não quando John tinha caído e Broc a tinha levado embora. Então, onde ele teria estado? E por que ele não tinha se mostrado? O que ele teria a ganhar com a morte dela? A questão a atormentava. Broc retornaria em breve com novidades. Entretanto, ela tinha que cuidar de algumas necessidades menores. Ele não iria sentir falta dela no curto tempo em que ela estivesse fora.
BROC ESPERAVA ENCONTRAR Elizabet ainda deitada. Em vez disso, quando ele voltou viu que ela tinha saído. Ele tentou não entrar em pânico — para o bem dela, não dele próprio. Ele sabia que estavam procurando por ela. E se o arqueiro a encontrasse primeiro? Ele prometeu que nada aconteceria com ela, e ele não tinha intenção de falhar com ela agora. Ele saiu da cabana, e chamou o nome dela freneticamente. Por Deus, se encontrassem ela primeiro, e se eles descobrissem seu envolvimento, os clãs entrariam em guerra novamente. E Broc seria o homem responsável por iniciá-la. Era assim que ele pagava as suas dívidas para com Iain? Iniciando uma guerra de sangue pior do que a briga entre os MacLeans e os MacKinnons? "Elizabet!" ele chamou, correndo pela floresta. E então ele a viu escondida atrás de um arbusto. A cabeça dela apareceu rapidamente, e depois sumiu de novo. Ela estava se escondendo dele. Ela obviamente não queria que ele a encontrasse. Isso era ruim. Ele tinha a intenção de arrastá-la de volta para a cabana onde ela estaria a salvo. Ele correu e mergulhou atrás dela, determinado a pegá-la. Ele realmente não esperava o que aconteceu depois. De alguma forma, ela levantou o braço dele e torceu seu corpo no ar como uma guerreira. Atordoado e confuso, ele caiu de costas com um baque. "Droga," ele disse e gemeu. Elizabet ficou parada, braços na cintura olhando para ele. "O que você estava fazendo?" Ele deu-lhe um olhar de orgulho ferido. "Isso doeu," ele protestou.
ELE TINHA MERECIDO. Elizabet levantou uma sobrancelha para ele, impassível com seu descontentamento infantil. "Eu ouvi na primeira vez que você me chamou," ela assegurou-lhe. "Não lhe ocorreu que podia haver uma razão para eu não responder imediatamente?" A confusão dele lentamente transformou-se em compreensão, e seu olhar se dirigiu para o lugar onde ela estava parada e depois para trás dela. De repente ele pareceu perceber o que ele tinha interrompido, e seus olhos se arregalaram. Suas bochechas começaram a ficar vermelhas, e ele rolou para o lado gemendo de dor. "Bem feito!" Ele devia estar tão mortificado quanto ela! "Estou bem," ele disse, rolando para trás em sua direção, segurando o braço dele, e olhando timidamente para ela. Como ele ousava olhar tão acossado quando ela tinha todo o direito de castigá-lo! "É que... Eu vi que você tinha sumido," ele explicou, estremecendo quando tentou levantar-se. "Eu sou uma prisioneira naquele casebre? Eu não posso resolver meus assuntos quando preciso?" ELE APENAS OLHOU PARA ELA, piscando, mas não respondeu. "Bem?" ela insistiu contrariada consigo mesma por notar, mais uma vez, a cor dos olhos dele — o mais profundo azul que ela já tinha visto. "Eu sou sua prisioneira?" Ela exigiu saber. "Não," ele respondeu um pouco de má vontade, segurando o olhar dela. Uma estranha luz brilhava no fundo dos seus olhos.
Admiração, por ventura? "Eu apenas fiquei preocupado, moça." "Sim, bem, eu tenho tomado conta de mim mesma desde o dia que eu nasci," ela informou-o. "Certamente consigo cuidar de mim, enquanto for preciso —" Ele sorriu de repente. "Você foi mijar?” O rosto de Elizabet se aqueceu. Ele não tinha que falar de uma maneira tão grosseira. "Deixe-me ver o teu braço!" Ela exigiu, mudando de assunto. Ele mostrou para ela sem questionar, embora sorrindo. Foi um erro. "Ouch!" ele disse quando ela o segurou. Ela não sentia nem um pouco de pena dele! E ela não sabia como remover sua túnica. Ela queria ter a certeza de que ele não tinha se machucado. "Tire seu... vestido," ela ordenou. Ele encolheu os ombros indo para longe dela. "Oh, não é um vestido moça e eu estou bem." "Claro que está, porque você é um homem e você é invencível," Elizabet argumentou. "Agora, tire isso, por favor." Quando ele não fez rapidamente o que ela mandou, ela resolveu o problema com suas próprias mãos, puxando-lhe o vestuário. Após uma inspeção, era quase como se ele estivesse enrolado em um pedaço de pano de lã, e ela ficou frustrada. Certamente tinha que haver alguma maneira de remover apenas a parte de cima da roupa dele. "As pessoas nunca ouviram falar de agulha e linha?" Ele deu-lhe um olhar mais profundo e mais uma vez tentou encolher os ombros e se afastar dela. "Eu não quero que você tire a minha roupa. Nós não somos pessoas que saem por aí mostrando
nossos rabos para moças estranhas." As bochechas de Elizabet se aqueceram. "Não somos mais estranhos depois da noite passada," ela lhe lembrou. "Lamento discordar," ele disse, seus olhos estreitando. "Nunca conheci nenhuma mulher mais estranha do que você. Um minuto, você gosta de mim, confia em mim, no outro você me despreza e quer quebrar meu braço!" As sobrancelhas de Elizabet colidiram. "Eu nunca disse que confiava em você." "Não," ele concordou. "Você não disse." E ele voltou seu olhar ferido para ela. "Eu só queria ter a certeza de que você não está ferido." ELE OLHOU PARA ELA. E então, de repente seus lábios se curvaram em um sorriso. "Muito bem, então..." Ele começou a tirar a roupa, observando-a atentamente, os músculos em seus braços enrijecendo. Com apenas alguns puxões nos lugares certos, as dobras do pano caíram, expondo-o completamente. Por um instante, Elizabet simplesmente ficou parada, os olhos arregalados. Jesus Cristo, cada parte dele era enorme. Seus ombros eram enormes e lindamente esculpidos — como uma majestosa estátua romana. O peito dele parecia tão sólido como uma pedra. Seus quadris eram delgados e suas pernas tão musculosas que ela só podia olhá-las com reverência. Cicatrizes brancas finas cobriam seu corpo — a mais proeminente ficava numa linha diagonal no seu peito. Ele era um homem feito para a guerra, não havia dúvida.
O olhar dela caiu para suas partes masculinas, destacadas, como elas eram. Ela ofegou suavemente por sua própria ousadia, impacientemente acenando com uma mão, o rosto dela tão quente como o inferno devia ser. "Você está bem! Pode se vestir agora!" Ele riu de volta. "Mas você nem olhou meu braço ainda," ele protestou. Por Deus, ela tinha olhado mais do que o suficiente! Ela podia ouvir a nota de diversão em sua voz, e ela não gostou. "Eu vou olhar para ele mais tarde!" ela jurou. Outra risada. Santa Maria, ela tentava erradicar da sua memória a imagem da sua masculinidade, mas a lembrança brincava com ela, retornando em vislumbres para fazer seu coração bater mais rápido. "Da próxima vez, respeite a minha privacidade!" ela disse, sem se virar. "Você me assustou —" "Mijou fora do lugar?" Elizabet engasgou com o ultraje, voltando-se para enfrentá-lo, seus olhos chocados com sua crueza. "Você não tem educação!" "Eu nunca disse que tinha," ele respondeu, lançando suas próprias palavras de volta para ela. "Eu sou um bárbaro escocês, você se lembra? Nós somos rudes." A culpa encheu seu ser. "Tudo isso podia ter sido evitado se você simplesmente tivesse me respondido," ele falou para ela. "Eu teria respondido assim que acabasse —" "De mijar"? Elizabet jogou suas mãos para cima. "Ah! Não tenho que ouvir isso!"
Ele continuou a repreendê-la enquanto ela se afastava, "eu pensei que você pudesse estar em perigo e não podia me responder. Eu estava apenas tentando ajudar." "Bem, eu não estava em perigo, como você pode ver!" Exceto que molhei meus sapatos! Ela mexeu os dedos dela, horrorizada com a descoberta de que ela realmente tinha molhado seus sapatos. A UMIDADE nos pés renovou sua ira. Ela o ouviu rir suavemente. "Eu não acho isso nada divertido, garanto-lhe!" ela disse. "O que posso dizer?" ele raciocinou. "Sou um homem. Eu estou sempre me divertindo." Elizabet não tinha nenhuma resposta para isso. Como ele podia ficar tão alegre quando ela estava de mau humor? Se ela não tivesse testemunhado em primeira mão sua fúria ontem à tarde, ela nunca teria acreditado que ele fosse capaz de ficar com raiva. Era aquela alegria eterna nos olhos dele que o fazia parecer tão inofensivo. Ela não precisava olhar para saber que ele estava olhando para ela. Ela começou a andar na direção de onde ela tinha vindo contemplando sua estranha reação a este homem. Porque o coração dela batia tão rápido quando ele olhava para ela? E por que ela estava tão brava com ele, apesar do fato de que ele só estava tentando ajudar? E daí que ele a tinha beijado. Ele a deixou em paz ontem à noite quando ela pediu, e ela não podia culpá-lo por supor que ela estava disposta quando ela o tinha descaradamente convidado para os braços dela.
Ele era uma ameaça para ela de alguma forma; ele deixava seu sentimento vulnerável. Porque alguma coisa a fazia ansiar por mais do que a vida solitária de uma solteirona. Ela decidiu que era melhor ignorar os sentimentos que ele provocava nela. Ela queria a liberdade dela. Ela não precisava de um homem para dizer-lhe como e quando ela deveria viver a sua vida. “Você está indo para o lado errado," ele declarou, e o som de sua voz fez seu coração saltar. Elizabet virou para olhar para ele, parecendo afobada. Ele estava fazendo de novo — tornando-a tonta, atrapalhando seus pensamentos com um simples olhar. Ela estudou o bosque, em seguida, virou-se para encontrar o seu olhar divertido. "Tem certeza?" Ele assentiu. "Eu conheço essa mata muito bem, Elizabet." O som íntimo de seu nome em seus lábios fez sua respiração parar. Jesus, o que importava se ele falava o nome dela tão gentilmente que a fazia pensar em um sussurro de um amante? Não pense nele dessa maneira, ela ordenou a si mesma. Mas como ela podia evitar estando na sua presença? ERA como fechar os olhos para a luz do dia e fingir que o sol não estava brilhando ainda que ele estivesse batendo em cima de sua cabeça. Ela ouviu seus passos parar, então ela também parou e virou-se para enfrentá-lo. Seu rosto estava fechado como se estivesse com dor. Ela
resistiu ao impulso de correr para ele. Era bom saber que seu braço estava doendo. Talvez da próxima vez ele pensasse duas vezes antes de saltar pelos arbustos e pegá-la desprevenida. Ela colocou as mãos na cintura. "O que está errado agora?" "'É só isso... bem..." Ele balançou a cabeça. "Nada, ele disse. Não é nada." Elizabet girou para longe dele e andou mais rápido, ciente de que ele a seguia, amaldiçoando-o suavemente sob sua respiração.
CAPÍTULO 12
B
roc estava tendo dificuldade para dizer-lhe que a saia dela estava presa atrás, na cintura. Ela estava tendo um pequeno ataque de nervos e ele não sabia como ela ficaria quando ele lhe contasse isso. Então, ele manteve sua boca fechada. Por causa dela, ele esperava que a saia caísse e cobrisse seu pequeno traseiro deliciosamente empinado, mas isso não aconteceu, e ele se perguntou se ela não sentia que algo estava diferente na sua parte traseira. Ele manteve seu ritmo andando atrás dela, tentando manter seu ardor arrefecido, mas não era fácil, quando ele ficava imaginando ela parando e se dobrando para pegar algo no chão. Que visão linda seria. Por Deus, ele sempre teve um fraco por bundas femininas, e esta era provavelmente a bunda mais linda que ele jamais tinha visto. Suas mãos doíam com desejo de apertar delicadamente aquelas nádegas firmes. O que ele não daria para tê-las em suas mãos enquanto ela o montasse. Apesar da impressão inicial que Broc teve dela, estava claro o suficiente que ela nunca tinha visto um homem sem roupa antes de Broc. Ele era bem dotado, com certeza, mas nem por isso ele merecia o olhar de admiração absoluta que ele viu no rosto dela. E ele podia ter ficado lisonjeado, na verdade, mas seu orgulho foi moderado pelo conhecimento de que ela era apenas uma moça
inocente, o que fez ele se sentir ainda mais responsável por ela. Na verdade, se ele fosse um cavalheiro e não um bárbaro como ela dizia, ele provavelmente não estaria olhando para aquele delicioso derrière, mas ele simplesmente não conseguia desviar seu olhar. Oh, mas ela tinha a marca de nascença mais linda no lado esquerdo, como uma pequena meia-lua. Estava pouco coberta por seu vestido, e ele continuou olhando e todo o seu corpo se apertou enquanto ele observava o delicado balanço de seus quadris. Ela não era uma moça frágil, também. Ele admirava a forma como ela o tinha jogado no chão com tão pouco esforço. Será que ele achava que ela fosse insignificante simplesmente porque era inglesa? Este tinha sido seu primeiro erro. Seu segundo erro foi não lhe contar mais cedo que seu doce bumbum estava lhe causando um desconforto extremo. Sua garganta estava ficando mais e mais ressecada. Seus lábios estavam tão secos como lama cozida. Todo o seu corpo cantava cheio de saudade. Será que o cabelo em suas partes íntimas era tão escuro como o cabelo dela? Oh, se ela apenas se inclinasse, ele saberia. O próprio pensamento dela se inclinando o fazia ficar tonto. ELE ERA APENAS UM HOMEM, ele raciocinou, e sua parte traseira era tentadora além da razão. Ele tentou manter o silêncio, não querendo constrangê-la, mas suas partes inferiores começaram a queimar. Mas suas nádegas firmes mexiam com ele ao ponto de atormentá-lo e sua respiração
se acelerava a cada passo que ela dava até que ficou quase doloroso para ele respirar. A autopreservação finalmente falou mais alta, porque ele ia enlouquecer de desejo, se ela não cobrisse sua bundinha deliciosa. "Não se preocupe," ele disse. "Prometo nunca contar para ninguém sobre a pequena pinta lindinha que você tem." Ela girou para enfrentá-lo. "Que pinta?” Ele piscou para ela. "Essa adorável meia lua na sua nádega esquerda." Ela engasgou em voz alta, suas mãos instintivamente foram para a sua bunda. Quando percebeu que ela estava exposta, ela gritou alarmada e se esforçou para tirar o vestido preso na sua cintura. As bochechas dela se inflamaram, mas ela não disse nada. Broc não pode suprimir seu sorriso. Apesar do fogo que ardia abaixo de sua cintura, seu bom humor estava mais do que restaurado. Seus ombros se sacudiram com riso. As bonitas bochechas dela estavam tão vermelhas que pareciam pintadas. Ela não olhava para ele agora, mas meramente trabalhava ferozmente para desembaraçar a bainha do vestido. "Por que você não me disse?" ela falou depois de um momento. "Eu te avisei." "Hmph!" ela disse, ainda trabalhando febrilmente para desembaraçar a bainha. Ela deve ter ficado presa porque ela tinha levantado o vestido, e quando ele a interrompeu, ela apenas não notou. Ele a tinha feito ficar furiosa. Elizabet o amaldiçoou suavemente sob sua respiração. Frustrada, ela soltou o cinto, repuxando seu vestido para baixo. Ela o soltou de uma vez, colocou o cinto de novo, e suas bochechas queimavam.
Ela estava tão preocupada com seus pensamentos e com a raiva dela que ela nem tinha notado! "Eu tenho uma pequena marca na minha mama direita, também," ela revelou, fingindo uma indiferença que não sentia. "Gostaria de ver isso, também?" Quando ela se atreveu a olhar para cima, ele estava sorrindo. O malandro! "Eu estaria disposto a vê-la,” ele respondeu, seus olhos se enrugando levemente nos cantos. Elizabet ficou olhando para ele, sem saber o que dizer em seguida. Os olhos dela se encheram de água. Isso era demais para suportar. Seu irmão e, em seguida, Tomas — e onde estava Harpy? Ele devia ter sentido sua aflição. "Não fique triste, moça. Eu posso lhe mostrar a minha bunda, se isso fizer você se sentir melhor?" ELE ESTAVA BRINCANDO, ela sabia. Ele se preocupava com os sentimentos dela, ela percebeu. E estava claro pelo rubor em suas bochechas, que ele ter visto sua bunda o tinha desconcertado. Sua ira desvaneceu-se em sua expressão, apesar de ela não ter se permitido sorrir. Ela não queria sorrir, mas na verdade, como poderia ela ficar com raiva quando ele tinha somente enchido seus olhos? Outro homem podia ter enchido suas mãos também. Elizabet na verdade nunca tinha conhecido um homem como ele. Ele a confundia mais a cada momento que ela passava com ele. Mesmo assim, ela não se importava em continuar a perturbá-lo. Ela deu um sorriso. "Sim," Ela desafiou. "Mostre-me, então." Ele deu-lhe um sorriso torto e coçou a cabeça. "Você quer ver a
minha bunda?" Elizabet pensou que talvez ele tivesse se arrependido da oferta que tinha feito. Que pena. Ela assentiu com a cabeça de qualquer maneira. Ele riu. "Muito bem," ele disse e virou as costas para ela. Ele ficou parado por um momento, e então com a mão ele levantou o seu vestuário, mostrando sua bunda. Elizabet não se conteve. Ela começou a rir, apesar do riso não ter feito com que ele se cobrisse. Ele esperou pacientemente ela parar de rir. "Você agora se sente melhor?" ele perguntou depois de um momento. Ele flexionou as nádegas e então as liberou e Elizabet deu uma risada com mais força. A mão dela cobria sua boca em um horror absoluto, embora ela não tenha virado o rosto. Jesus, mas era uma bela bunda. Elizabet ria sem rodeios. "Oh, soa como se você esteja se sentindo melhor!" "Sim," ela respondeu assim que pode. "Sinto-me melhor!" Ele deixou cair sua túnica e virou-se, as bochechas em chamas, embora seus olhos revelassem apenas alegria. Seu gesto a aqueceu. Ela fez uma careta para ele, confusa. "Por que você é sempre tão bom comigo quando eu não lhe dei nada além de tristeza?" Ele apenas olhou para ela. "É seu hábito se portar como um cavalheiro para cada mulher que encontra?" Broc continuou a encará-la, considerando a sua pergunta. Na verdade, não era. Mas era seu hábito proteger aqueles a quem ele
amava. MESMO COM PAGE, embora o pai dela tivesse rejeitado-a, ele se sentiu compelido a protegê-la —, mas não no início. Na verdade, ele tinha que proteger Iain e afastá-la dele. Page teve que provar seu caráter para ele antes que ele a aceitasse. Até então, ele só queria simplesmente libertá-la para que ela pudesse achar o caminho para onde quer que ela desejasse ir — não importava para ele, desde que ela não fosse uma ameaça para seus parentes. Então porque ele se sentia obrigado a proteger Elizabet quando ela tinha o potencial para devastar não apenas seu próprio clã, mas a paz dos outros clãs. Ele não tinha resposta para essa pergunta. "Não," ele disse finalmente. "Então porque você está me ajudando?" Ele lhe deu um olhar aguçado. "Eu não posso deixar o homem atirar em você, moça." Ele queria de repente segurá-la em seus braços suavemente. Ele queria dizer-lhe que tudo ficaria bem. Ele queria beijá-la. Cristo, será que ele estava verdadeiramente colocando todo o seu clã em perigo por causa de seus desejos mais básicos? Será que ele faria o mesmo se Elizabet fosse homem — um homem Sassenach? Com certeza não. Perturbado por suas próprias perguntas, ele franziu a testa para ela e disse, "na próxima vez talvez eu deixe." Ela piscou, e suas sobrancelhas uniram-se em uma careta — obviamente não era o que ela queria ouvir. Não era realmente o que ele queria dizer, também, mas era
tarde demais para retirar suas palavras estúpidas. "Bem, não preciso de sua ajuda," ela assegurou-lhe e se virou para ir. Sem mais uma palavra, ela correu pelo caminho à frente dela, e ele a seguiu, resmungando para si mesmo, "Mulher maldita!" Por Deus, era muito mais fácil ter um cão. O HUMOR de Piers estava azedo, para dizer o mínimo. Eles tinham revistado todo o perímetro de sua propriedade e não tinham encontrado nenhum sinal da filha do seu primo. Por hoje eles tinham suspendido as buscas, mas o bem-estar dela pesava fortemente sobre a sua mente. Maldita hora que ele tinha se envolvido nesta situação! "Por que diabo Geoffrey mandou seus filhos sem falar comigo primeiro?" ele perguntou para Tomas. Tomas deu de ombros enquanto desmontava do cavalo e entregava as rédeas para um cavalariço. "Ele não é o homem mais brilhante," Tomas observou. Isso era verdade, Piers concordou apesar de ele ter ficado irritado por Tomas ter dito isso. Geoffrey tinha tido, na verdade, oportunidade para crescer, mas tinha escolhido contar com o dote de sua esposa para apoiá-lo. E agora ele tinha se casado com outra pessoa. Afinal, quem era esta mulher? Piers sentia que era culpa dela que estes jovens tivessem sido postos em perigo. Geoffrey certamente não hesitou em jogar seus filhos para fora de sua casa. Piers não gostava desta nova noiva — muito menos do seu irmão emissário. Ele ficou olhando o homem especulativamente enquanto andavam pelo corredor. Havia algo sobre o rapaz que ele não
conseguia engolir — seus maneirismos, talvez. Sua arrogância era ofensiva, e sua falta de emoção pela morte de John era muito suspeita — para não mencionar que sua raiva sobre o desaparecimento de Elizabet, parecia de uma alguma forma artificial e vazia. Elizabet. Pobre garota. Embora ele não tenha pedido para ser seu tutor, Piers se sentiria responsável se algo acontecesse com ela. Ele não sentia nenhuma culpa sobre a morte de John. Ele podia pelo menos tê-los recebido na fronteira e ter lhes dado seguranças para a viagem — se ao menos ele soubesse que eles estavam a caminho. Por Deus, será que seu primo não sabia que estas terras ainda estavam cheias de conflitos? Estes eram tempos perigosos mesmo para os clãs nativos, particularmente para um forasteiro. Será que Geoffrey não sabia que esta tinha sido a razão pela qual Piers tinha sido mandado para cá em primeiro lugar? Era seu objetivo entender estas pessoas, e se tornar amigo delas, se possível, e uni-las com a Inglaterra pela força se fosse necessário — um dever que ele não mais se sentia inteiramente comprometido. Estes Highlanders haviam conquistado seu respeito. Eles eram um povo ferozmente leal, que protegiam os membros dos seus clãs sem reserva. Ele tinha conseguido algum tipo de paz entre eles menos por suas habilidades de luta, pelo qual ele tinha sido escolhido inicialmente, e mais por uma questão de intervenção de Deus. Ele tinha caído de amor com a mulher mais bonita de toda a Escócia. E ela tinha uma das famílias mais influentes da Escócia. "Se Elizabet não for encontrada, Geoffrey não descansará até que a morte dela seja vingada!" Tomas declarou pomposamente. Eles entraram no salão, e Meghan correu em direção a eles, sua
expressão cheia de preocupação. Quando ela chegou perto de Piers, ele abraçou-a e inclinou-se para beijá-la. "Nós não encontramos nada," ele disse, ignorando a arrogância de Tomas. Com o braço sobre o ombro de Meghan, ele se virou para olhar para Tomas. "O que faz você pensar que Elizabet está morta?" Ele pareceu ficar assustado com a pergunta, perplexo até. "John está morto," ele respondeu, como se isso fosse um presságio. PIERS ASSENTIU SOBRIAMENTE. John estava, de fato, morto — pobrezinho. O buraco na garganta dele era maior do que o Canal da Mancha. Quem o tinha cortado não queria que ele sobrevivesse de maneira nenhuma A voz de Meghan estava inquieta. "Eu não posso acreditar que alguém aqui da terra poderia querer matar uma mulher indefesa!" Pareceu a Piers que Tomas zombou em resposta. "Você é uma dama tão inocente! Há homens aqui que cortariam a garganta de Elizabet tão prontamente como qualquer outro homem" Meghan deu um olhar para Piers. "Para falar a verdade," Tomas continuou, "antes de partir da Inglaterra, o corpo de uma jovem foi descoberto na floresta perto das terras de Geoffrey, seu corpo quebrado e profanado, descartada após ter sido impiedosamente usada." "Que horror!” Meghan exclamou. "A língua dela tinha sido cortada para que ela não pudesse pedir ajuda." Meghan engasgou. "Sim, é verdade!" Tomas declarou, observando-a. Ele estava deixando-a aflita e Piers pensou que ele podia estar
gostando. "Isso é o bastante," disse Piers, abraçando sua esposa. Ele sorriu tolerante para o homem. Se não fosse por Geoffrey, ele podia fazê-lo dormir no celeiro. A cada momento que passava ele gostava cada vez menos do homem. "Se você nos desculpar." Piers disse. "É claro," Tomas falou, e sem mais uma palavra Piers levou sua esposa para longe de seu visitante indesejado. "Você está apertando o meu braço!" Meghan queixou-se. Piers a soltou, sem saber que a estava machucando. "Me desculpe, minha querida." "O que está errado?" Piers passou a mão no cabelo dela, enquanto eles caminhavam, amando a sensação sedosa. "Nada, meu amor. Foi um dia angustiante." Ela assentiu com a cabeça, compreensiva, e estendeu a mão para segurar a mão dele, lançando um olhar para trás. "Eu acho que eu não gosto muito daquele homem," ela confessou num sussurro quando eles estavam longe o suficiente. Ele puxou-a em direção a escada que levava ao quarto deles, querendo um pouco de privacidade antes da refeição da noite. "Oh, você parece cansado," ela disse, voltando-se para abraçálo ao pé da escada. Piers a segurou. "Eu estou" ele admitiu. "Cansado e confuso." Ela apertou seu braço, para consolá-lo. "Geoffrey realmente achou que eu iria negá-lo? Ele realmente pensou que eu me recusaria a receber seus filhos? Não entendo por que ele não me informou da vinda deles para que eu pudesse dar-lhes seguranças para a viagem."
ELA COLOCOU a cabeça em seu peito, abraçando-o. "Eu não sei, meu querido." Suas mortes pesariam fortemente sobre seus ombros. Ele tinha que encontrar Elizabet, não importava se ele tivesse que ir até Edimburgo ou além. Como ele poderia dizer para Geoffrey que seus dois filhos mais jovens tinham perecido antes mesmo de chegarem ao seu domínio? Piers se lembrou do garoto John, na sua juventude. O rosto não tinha mudado muito, e vê-lo morto tinha devastado seu coração. Quando menino John vivia seguindo Piers, cheio de admiração no rosto dele, com temor em sua voz e com o desejo forte de ganhar a aprovação de seu pai. Ele suspirou pesadamente. "Você organizou o funeral para esta noite?" Meghan olhou para ele, os olhos cheios de compaixão. "Amanhã. Meu irmão Gavin vai vir para dizer umas palavras." Piers assentiu com a cabeça. Ele não se importava pessoalmente se seria um funeral abençoado ou não, mas certamente Geoffrey gostaria. Ele abaixou-se para tocar o rosto da mulher e não se conteve. Ele pegou o rosto dela em suas mãos e se inclinou para beijá-la. "Obrigado," ele sussurrou. "Pelo quê?” Ele sorriu suavemente para ela, querendo que ela percebesse o quão grato ele era pelo seu amor. "Por entrar na minha vida." Ela retornou o sorriso e estendeu a mão para tocar seus lábios. "Oh, marido, hoje à noite você vai me xingar quando você ver o
que eu fiz com a capela." Piers deu um olhar para ela. "Que capela?" Ela sorriu para ele e em seguida, virou-se para subir as escadas. "A que construímos para Gavin," ela disse, mas não se virou para olhá-lo. Ela correu na frente dele. Piers correu atrás dela. "O que você quer dizer? A capela que construímos para Gavin?" Ela não se virou, continuando a subir as escadas. "Meghan!" ele trovejou. "Nós não construímos nenhuma capela para Gavin!" Ela tirou o cabelo do rosto dela quando chegou ao topo da escada e olhou para ele, sorrindo. "Ah, mas nós construímos! Ia ser uma surpresa!" Por Deus, ele realmente não queria ter de ouvir os sermões do irmão dela, toda vez que ele se virasse! "Pense em quanta alegria ele vai ter," ela suplicou. "Ele não tem ninguém, Piers. Ele agora deve estar tão sozinho desde que Colin e Leith se casaram!" Piers revirou os olhos. "Você está bravo, meu amor? Eu estava esperando para te contar, mas acho que esta é a melhor hora. Vai ser perfeito para o funeral de John, você não acha?" Ele ficou lá, balançando a cabeça, pensando em todas as mentiras que ele teria que dizer a fim de perder os sermões do irmão dela. Se seus atos passados não tinham lhe dado um lugar aconchegante no inferno, seus futuros atos certamente lhe dariam! ELA ESTAVA OLHANDO para ele todo cabisbaixo.
Como ele podia estar zangado com ela? "Droga, mulher!" ele exclamou e começou a subir as escadas atrás dela. "Eu vou me acabar no seu rabo delicioso!" Ela deu um grito e correu na direção do quarto, e Piers sorriu para si mesmo quando ouviu sua risadinha e a porta batendo atrás dela. Ele nunca tocaria nela com raiva, ela sabia, e a porta nunca iria ficar bloqueada para ele. Nenhum homem digno jamais faria mal a uma mulher. Mas verdade fosse dita, ele não podia esperar para pôr as mãos na bunda deliciosa da sua esposa. Seria o único ponto positivo deste dia escuro. Malditos Geoffrey e Tomas, malditos.
CAPÍTULO 13
E
lizabet tinha lhe dado problema desde o primeiro momento em que ela o tinha encontrado. Claro, ele lamentaria a ter ajudado. Ela estava se comportando como uma daquelas senhoras petulantes da corte que esperavam que simplesmente todos os seus desejos fossem satisfeitos. "Peço desculpa," Elizabet falou assim que eles alcançaram o casebre, percebendo que ele ainda a estava seguindo e que ele realmente não tinha que ajudá-la, mas lá estava ele. "Pelo quê?" "Por tudo o que você fez por mim." "Oh, moça, eu não fiz nada mais do que qualquer homem faria." Talvez fosse verdade, mas Elizabet nunca tinha conhecido esse tipo de homem. Nem mesmo seu pai a tinha ajudado. Para falar a verdade ele era gentil, mas ele certamente nunca tinha se sacrificado para o bem dela. E quando ela se tornara um fardo, ele a tinha mandado embora. Desconfortável com os sentimentos que ela estava sentindo, ela evitou olhar para ele, olhando para baixo, para as suas mãos. Mãos grandes. Mãos suaves. A visão delas fez sua respiração acelerar. Essas mãos a tinham tocado tão intimamente. Elas a tinham acariciado onde nenhum homem jamais tinha ousado... e ele parou
quando ela pediu. "O que foi Elizabet?" Ela acenou com a cabeça, sua garganta tremendo. "Nada... é que simplesmente nunca ninguém me defendeu antes — exceto meu irmão John," ela completou. "Apesar disto ter lhe causado sofrimento com os meus outros irmãos." Broc franziu a testa. "Eu não entendo. Porque lhe causou sofrimento?" "Bem... Eu só os conheci quando já era crescida." Ela lançoulhe um olhar ansioso. "Minha mãe era a concubina — amante do meu pai. Ela me criou sozinha e na verdade só conheci meu pai poucos anos atrás. Ele me acolheu depois que ela morreu." Ele ficou calado por um longo momento e então falou, "eu entendo o que é ser sozinho." E de alguma forma, enquanto ela olhava para os olhos dele, ela entendeu que ele entendia. Almas gêmeas. BROC NUNCA TINHA FALADO com ninguém de sua situação, nem para Colin, que era seu melhor amigo, ou até mesmo para Iain, que era como seu irmão. Ela olhou para ele, com o coração em seus olhos, e ele de repente sentiu vontade de pegá-la em seus braços, abraçá-la, e confortá-la. Ele reconheceu algo nela, algo que falava com sua alma, algo que lhe dizia que eles eram muito parecidos. Não era algo palpável, mas havia algo entre eles, ele podia sentir. "Você tem irmãos ou irmãs?"
Broc abanou a cabeça. "Nem mãe nem pai. Foram todos assassinados." Por seu povo, ele quase acrescentou. "Quando eu ainda era um garoto." Sua raiva ressurgiu apenas por falar, mas ele se lembrou que ela não era responsável pelas mortes. E o olhar que ela lhe deu amoleceu sua raiva, tão profunda era a compaixão que ele viu nos olhos dela. Ainda assim ele não podia falar disto, nem mesmo com ela. "Foi há muito tempo," ele disse. "E tenho uma boa família e muitos amigos." Ele teve sorte, ele disse a si mesmo. Muitos não tinham nem isso. A voz da velha Alma sussurrou em seu ouvido: Você deve encontrar uma boa mulher para amar e lhe dar crianças fortes e com saúde. Deixe que o sangue do teu pai viva muito tempo em suas veias e nas veias dos seus filhos! Você é o último do clã MacEanraig, rapaz. Ele encarou Elizabet, seu coração martelando. Ela desviou o olhar. "Você tem uma esposa?" ela perguntou, soando abatida com a mera possibilidade de ele dizer que sim. Broc piscou com a pergunta. "Não." Ela ergueu o olhar, com um sorriso escondido nos olhos dela, e de alguma forma, sua expressão esperançosa levantou o humor dele. "Mas durante todo o período que tive meu cão nunca tive uma cama fria." "Cão!" "Sim, bem, quem precisa de uma maldita esposa quando pode ter um cão de caça, certo?" Ele piscou para ela. Ela riu baixinho e o som enviou um arrepio inesperado através do corpo dele. Cristo, mas ela era adorável — mais e mais adorável a cada instante que passava,
Ela arqueou uma sobrancelha e levantou uma mão para sua trança grossa, brincando nervosamente com ela, seu sorriso brilhando. Ele desejou que ela a desfizesse novamente para que ele pudesse ver seu cabelo solto à luz do dia. Ontem à noite ele o tinha sentido tão macio em suas mãos. Sua boca tinha provado ser tão doce. Ele encontrou-se sedento com vontade de beber de novo de sua boca. "MAS VOCÊ DEVE TER UMA MULHER?" "Não," ele lhe assegurou-. "E não há nenhum cão, mas você tem um, ele sugeriu, levantando as sobrancelhas. "Agora eu sei o que você quer de mim," ela disse e riu baixinho, olhando para o crucifixo que ela usava, sua expressão de repente melancólica. "O que foi moça?" Sorriso dela se transformou em melancolia. "É bom rir — faz muito, muito tempo," ela confessou. "Eu sentia falta de rir." Com quem mais ela tinha compartilhado esse belo sorriso? Broc queria saber. Ele pensou nas possibilidades. Ele não queria que seu coração pertencesse a mais ninguém. Ela tocou na sua trança e olhou como se estivesse perdida em uma lembrança e ele queria que aquele olhar fosse para ele. Sim, ele queria que sua mulher desejasse seu corpo, mas ele não tinha percebido o quanto ele desejava um olhar gentil, amoroso até que viu isso nos olhos de Elizabet. Ela começou a mexer na sua trança, puxando a fita dourada, e o material brilhante era um lembrete para ele de que ela não era para ele. Ela tinha nascido para uma vida de riquezas e luxos,
enquanto ele tinha sido criado para viver da terra. O que ele tinha para dar a ela? Nada. Seu pai tinha sido chefe de seu clã, mas todos os seus parentes agora estavam mortos e enterrados. Ele não tinha nenhuma propriedade para compartilhar, nem, na verdade, o direito de oferecer abrigo. Ele estava se arriscando para ajudá-la — muita coisa que não era dele. A culpa o martirizava. Ainda assim, ele não estava pronto para ir embora. Antes que pudesse parar, ele estendeu a mão e pegou seu crucifixo, trazendo-a mais perto. Elizabet ofegou em surpresa. "De quem é essa lembrança que vejo em seus olhos?" ele exigiu saber. Por um instante, ela não respondeu, e ele pensou que ela se recusaria a responder. Ele puxou o crucifixo. "M-minha mãe," ela finalmente disse. A mão dela se apoderou do crucifixo mais firmemente. "Era dela. Ela o usava sempre." Alívio invadiu sua alma. Ele queria beijá-la, desejava a sua boca, mas a lembrança do que tinha acontecido entre eles na noite anterior — a maneira que ela tinha reagido às suas investidas — o manteve longe. O CORAÇÃO de Elizabet vibrou com a intensidade do seu olhar. Ele não fez mais nenhum avanço, apenas ficou olhando para ela, puxando suavemente o crucifixo.
Alguma parte dela orava para que ele a beijasse agora. Outra parte dela gritava de medo querendo que ele se afastasse. Medo de perder sua liberdade. Medo de perder o coração dela. Ela se lembrou a maneira que a mãe dela tinha chorado amargamente quando estava sozinha, com o coração partido, enquanto seus amantes estavam em casa com suas esposas. A castidade, a mãe dela tinha afirmado era a única coisa que se interpunha entre Elizabet e ter o destino igual ao dela. Ele olhou para o crucifixo e depois voltou para os olhos dela. "Foi um presente para minha mãe... ela me deu antes de morrer." Ele continuou a olhar para ela, seus olhos brilhando estranhamente. "Lindo" ele disse baixinho. Elizabet sentiu suas pernas moles. Ela engoliu convulsivamente quando ele puxou mais uma vez o crucifixo, com um pouco mais de determinação. Ela segurou a respiração. "Alguém já te falou como você é bonita?" O corpo inteiro de Elizabet se arrepiou com as suas palavras. Ela acenou com a cabeça, o coração batendo mais furiosamente, os lábios dela ficando mais ressequidos enquanto ele continuava a olhar nos olhos dela. Ela molhou os lábios com a língua, observando sua expressão atentamente. Seus olhos não paravam de olhar parava ela. Ele puxou um pouco mais o crucifixo, atraindo-a para ele, e Elizabet viu que ela não tinha vontade de resistir. Se ele a beijasse, ela não se afastaria. Ela engoliu convulsivamente.
Que Deus a perdoasse por seus maus pensamentos... na verdade, ela era pior do que sua mãe, porque ela era uma devassa sem causa. A mãe dela, pelo menos, tinha sido capaz de trabalhar pelos melhores interesses de sua filha. Sua mão caiu sobre a coxa dele, e ela estava consciente de sua nudez sob sua veste. Ele levantou uma mão para sua nuca, emaranhando os dedos delicadamente em seus cabelos e arrepios percorreu toda a sua coluna vertebral. "Nós temos que ir," ela propôs, tentando encontrar alguma razão entre a insanidade de seus pensamentos. "Temos que ir?" ele perguntou para ela, sua voz rouca. Elizabet estremeceu suavemente. JESUS, ele era alto e forte e sua pele parecia tão suave e ao mesmo tempo tão forte. Ela queria mais do que qualquer coisa tocar seu rosto. Ela queria beijá-lo de novo, queria sentir o peso delicioso dele caindo contra ela. Ele viu os olhos dela, seus olhos com desejo, e Elizabet não era tão ingênua que não entendesse seus pensamentos. "É um crucifixo lindo," ele murmurou e se dobrou para ficar mais perto dela, deixando menor a distância entre suas bocas. Parecia para Elizabet que ele estava tão perto... parecia tão abençoadamente perto... mas mesmo assim muito, muito longe. Ela nunca teria coragem de levantar seu pescoço, para tocar os lábios dele. Ela nunca podia ser tão ousada e ela beijar um homem. Mas, doce Maria, ela queria muito. Naquele instante, não havia nada mais que ela ansiasse.
Outra vez ela engoliu seco. "Minha m-mãe nunca pediu qualquer desculpas por ser quem era," ela disse, tentando encontrar uma conversa apropriada, embora sua garganta estivesse muito seca para falar. Ela estava divagando, ela percebeu, mas não podia evitar. "Ela fazia o que lhe dava prazer e escolheu viver frugalmente para que pudesse deixar tudo para mim. Eu nunca percebi o quanto ela desistiu por mim. Sinto falta dela desesperadamente." Ela podia sentir o calor da sua respiração em seu rosto; seus lábios estavam tão perto. "Ela te deixou um dote?" "Sim," Elizabet disse e sorriu quando acrescentou, "embora não seja compensação suficiente para um homem suportar minha língua rebelde." Seus olhos pareciam brilhar com a sua brincadeira de autocensura. "Você é uma moça difícil," ele concordou e se inclinou um pouco mais perto. Elizabet fechou os olhos, rezando pelo toque de seus lábios. Deus, ela queria esse beijo desesperadamente. E então de repente seus olhos se abriram. De repente ela entendeu o que Tomas ganharia com a morte dela. "Meu dote!" Ele piscou para ela, confuso com sua explosão. "O quê?” "Jesus! Por que eu não entendi mais cedo! Meu dote!" ela declarou. "Ele está atrás do meu dote!" Ele estreitou os olhos para ela. "Veja, meu pai insistiu que eu o trouxesse para dar para Piers para que ele pudesse usá-lo para tentar um casamento melhor para mim. Só Tomas, John e eu sabíamos disso — mas é o suficiente para matar um homem," ela acrescentou rapidamente. "Alguns homens matariam por um pedaço de alimento, moça.
Quanto você estava carregando e onde está o dote agora?" "UMA PEQUENA BOLSA cheia de jóias e moedas," Elizabet revelou. "John estava guardando ela para mim." Ele ficou pensando no que ela tinha acabado de revelar, e suas sobrancelhas se fecharam quando ele perguntou. "Você está me dizendo que a bolsa estava com John?" Algo como medo apareceu no tom da sua voz e no seu olhar. Ela assentiu com a cabeça. E se Tomas pretendesse se livrar de ambos? E se ele já tivesse se livrado de John? "Ah, Deus... Broc... você tem certeza de que meu irmão está bem?" Ele não respondeu. O coração de Elizabet pareceu parar com o impasse. Ele evitou seus olhos por um breve instante, em seguida, disselhe com certeza absoluta. "A última vez que vi seu irmão, Elizabet, ele estava em perigo de ter não mais do que uma dor de cabeça. Digo a você, que ele estava bem." Elizabet franziu a testa. "Você deve ir até ele, Broc – peça para ele vir se encontrar comigo, então posso dizer a ele do que suspeitamos! Não suporto pensar que algo pode acontecer com ele, antes que nós possamos falar com Piers!" Sua mandíbula se apertou, e ele pareceu ficar perturbado com o pedido dela. "Por favor"! Elizabet suplicou, pensando que talvez ele não quisesse deixá-la desprotegida. "Eu juro que vou me manter longe de problemas — e prometo esperar lá dentro e não me arriscar! Eu te dou a minha palavra!" Ele estendeu a mão e tocou suavemente sua bochecha com um
dedo, assustando-a com o toque macio. A respiração de Elizabet parou com a ternura do gesto. Por um longo instante, ele manteve o olhar nela, calado, e naquele instante, ela pensou que podia ver seu coração em seus olhos. Ninguém jamais tinha olhado para ela dessa maneira — de uma maneira tão sincera e tão cheia de preocupação genuína. Ela confiava nele. De verdade. E esta verdade trouxe lágrimas aos olhos dela. Ela sabia, sem dúvida, que ele só queria ajudá-la, e seu coração inchou com gratidão. As palavras estavam presas na sua garganta. Não havia nada que ela pudesse dizer que pudesse revelar sua apreciação. Mas havia algo que ela podia fazer.
CAPÍTULO 14
A
mentira estava se tornando sua cruz — e a cada mentira que ele falava, outro prego era cravado profundamente em sua alma. O olhar nos olhos dela, a confiança que ela tinha colocado nele, pesava sobre seus ombros agora. Ele não podia esconder a verdade dela para sempre. Ele sabia disso. Em breve ela teria que saber, mas ele queria ter certeza de que ela já não estaria em perigo quando ele a deixasse ir. Ela iria detestá-lo, ele pensou. Assim que as palavras saíssem de seus lábios, ela nunca mais olharia para ele desta maneira e ele temia esse momento mais do que qualquer coisa que ele já tinha temido em sua vida. O que ele ia fazer agora? Ela queria que ele falasse com o irmão dela, e o trouxesse até ela. Como é que ele ia inventar outra mentira sem Elizabet descobrir a verdade? E onde diabos ele deveria ir agora? Certamente não até Piers. Mas ele precisava confiar em alguém. Não Iain — ele não podia envolver Iain. Não Colin — ele não podia colocar Colin numa posição insustentável. Nem Seana — ele não podia pedir-lhe para mentir para o seu novo marido. Cristo, nunca na vida ele tinha se sentido tão sozinho. Se ele confiasse em Iain, Iain iria ficar do lado dele, mas
insistiria que ele entregasse Elizabet para Piers. Broc não podia simplesmente entregá-la a seu assassino. Seria a palavra de Broc contra a de Tomas, e quem iria acreditar nele? Elizabet não iria acreditar nele. Por Deus, essa era a única coisa que importava agora. Por agora, Elizabet estava segura o suficiente no casebre. Ninguém podia dizer nada para ela, contanto que ninguém soubesse onde ela estava. Ele só precisava ter certeza de que Seana não ia tropeçar nela. E com isso em mente, ele decidiu fazer uma visita aos recém-casados. "VOCÊ TEM consciência de que não tivemos nem cinco minutos sozinhos depois do nosso casamento?" Colin Mac Brodie queixou-se a sua esposa, quando eles estavam finalmente no quarto com as portas fechadas. Era a primeira vez de Seana no quarto de Colin — seus aposentos — uma vez que ela tinha permanecido com Meghan até as suas núpcias e eles tinham passado sua primeira noite no solar de Montgomerie. Hoje, pela primeira vez, Colin a tinha trazido para casa, e ela olhou curiosamente para o quarto onde ele sempre tinha vivido examinando tudo o que ele tinha escolhido para decorar seu aposento — uma cama elaborada, que fez suas sobrancelhas se levantarem. Era óbvia a importância que ele dava a esta peça de mobília, pois ela era ricamente esculpida e tão polida que chegava a brilhar — era de uma madeira resistente para suportar o encontro mais apaixonado. Ela lançou-lhe um olhar de relance, e ele pareceu entender precisamente o que ela estava pensando. "Eu nunca trouxe nenhuma mulher aqui," ele assegurou-lhe. Eu
mandei construir essa cama para você e para mim. "Verdade?” Ela olhou para ele, um tanto surpresa e emocionada com o gesto. "É o meu presente de casamento para você," ele falou e sorriu aquele sorriso brilhante que ela adorava. Só o marido podia conseguir parecer tão travesso e tão inocente ao mesmo tempo. Ele veio por trás dela, enquanto ela estava correndo os dedos sobre os cobertores macios que cobriam a cama gigante feita de carvalho. "Minha linda mulher," ele sussurrou no ouvido dela. "É adorável." "Você é adorável," ele respondeu, abraçando-a firmemente. Como uma criança pequena abraçando seu brinquedo favorito, ele a apertou e a embalou suavemente. Mas então suas mãos se moveram para os seios dela, e ele os apertou suavemente, respirando feliz em apreço. Seana riu do seu gesto brincalhão. "Oh, eu amo seu corpo, mulher!" E ela amava o corpo dele, e ela chegou perto dele fazendo um carinho amoroso onde ela sabia que ele ficaria muito grato. "Garota malvada!" "Eu pretendo remover todas as memórias de todas as mulheres de sua mente, Colin Mac Brodie!" Ele riu da ameaça dela e passou sua língua suavemente em sua nuca. "Que mulheres?" ele murmurou, e ela se virou para enfrentálo. Ela arqueou uma sobrancelha. "Você sabe muito bem de que mulheres nós estamos falando." "Você é a única mulher para mim, esposa." Seana deu-lhe um olhar tímido, desfrutando de suas atenções. Ela sabia que ele falava a verdade, mas ela queria ouvir da sua
boca novamente — e novamente. "A ÚNICA MULHER?" Ele a beijou novamente, fechando os olhos. "Sim, meu amor." "E não existem quaisquer outras mulheres ainda na sua mente?” "Hmm..." Ele abriu seus olhos de repente, "Bem, talvez apenas uma." Seana engasgou com a sua resposta sincera. "Patife!" Ele riu e a empurrou para a cama macia e, em seguida, saltou sobre ela, fixando-a embaixo dele. Seana o empurrou. "Larga-me, marido!" Ele sorriu para ela. "Você me fez uma pergunta honesta, minha querida, então você obtém uma resposta honesta." Seana estreitou os olhos para ele, sem achar a mínima graça no que ele dizia. "Quem?" Ela exigiu saber. Ele inclinou a cabeça para ela e empurrou sua pélvis contra ela, provocando-a. "Você realmente quer saber?" Seana olhou para ele. "Sim!" Ele abriu a boca para falar, e ela levantou um dedo para impedi-lo de falar. "Não!" Rindo, ele a agarrou pela cintura e a rolou para que ela se sentasse em cima dele. "Rapariga tola! Por Deus, a única mulher que eu tenho em minha mente é a prima de Piers." Seana suspirou de alívio. "Oh!" Ela deu-lhe uma bela careta. "Você sabe muito bem o que eu quis dizer." O olhar dele ficou sóbrio então e ele colocou sua mão sobre a nuca dela. "Acredite em mim quando lhe digo Seana, deste
momento em diante, nenhuma mulher existe para mim, a não ser você." Ela beijou-o novamente, suspirando com contentamento. "Eu te amo Colin." "Eu sei," ele respondeu com um sorriso malandro e Seana pode apenas sorrir com a sua resposta arrogante. Seu marido era absolutamente intolerável, mas ela o amava ferozmente — amava tudo sobre ele, do seu sorriso perverso até a sua arrogância descarada. Ela se jogou na cama ao lado dele, olhando para o teto. Eles tinham procurado novamente todo o dia, mas não tinham encontrado nenhum sinal da mulher. Todo mundo tinha ficado chocado com o rapto, e todos os clãs tinham se unido no esforço para encontrar a garota. Era uma visão reconfortante ver, Montgomerie cavalgando ao lado dos Brodies, e dos MacKinnons, também. "Você vai procurar novamente amanhã?" Ele deslizou uma mão embaixo das costas dela e deitou-se ao seu lado olhando para o teto também. Ele suspirou, e ela entendeu seus sentimentos. Se fosse Seana que estivesse desaparecida, ela gostaria de pensar que todo mundo faria o mesmo por ela. "Sim, nós vamos procurar novamente amanhã." Ele se virou para segurá-la mais perto. "Não sei o que faria se perdesse você." SEANA ESTENDEU a mão para tirar o cabelo do rosto dele. Era o rosto mais bonito que ela já tinha visto em um homem, e ela não se cansava de olhar para ele. "Você nunca vai me perder," ela prometeu. "Seana," ele disse, soando angustiado com a possibilidade.
"Levei uma vida inteira para encontrar você de novo e eu juro que eu nunca vou deixar ninguém te machucar." Ela sorriu para ele, esperando que ele pudesse ver o amor nos olhos dela. "Eu sei, meu querido." Algo bateu duas vezes contra a janela, o som parecendo uma pedra pequena sendo jogada contra a janela, e chamou a atenção dos dois. Colin olhou para a janela com os olhos apertados. "O que diabo foi isso?" Seana lançou um olhar cauteloso para a janela. "Malditos gatos!" ela disse para o marido, evidentemente achando que podia ser os gatos do pai dela. "Juro que eles parecem saber precisamente à hora certa para aparecer. Se eu não os conhecesse eu pensaria que a presença deles é de propósito!" Ela olhou para ele. "Colin," ela disse, "gatos não jogam pedras!" Ele saiu da cama. "Você está certa, esposa." Ele estava na metade do caminho para a janela quando ouviu a batida mais uma vez. "Esperei o dia todo por este momento. Quem está lá fora é melhor ter um bom motivo para bater na nossa janela!" Seana sorriu para seu uso da palavra "nossa" e o viu abrindo as persianas com raiva. Ela sentiu pena de quem estava do lado de fora. Por um instante, ela se preocupou que talvez pudesse ser uma das suas antigas amantes, apesar de suas garantias de que ele nunca tinha trazido nenhuma delas para sua própria cama. De qualquer maneira, nenhuma delas seria desrespeitosa, não na segunda noite após o seu casamento, e ela tinha toda a fé que se alguma delas não se desse ao respeito, seu marido iria endireitar as coisas. Colin olhou para baixo para o pátio, inclinando-se sobre o
peitoril da janela para tentar ver melhor na escuridão. Ela sabia que ele ia começar a xingar quem estava jogando as pedras. "Maldito bastardo filho da puta!" Colin gritou. "Eu não te vi durante o dia quando seu rabo era necessário, e agora você aparece quando estou prestes a desfrutar de minha esposa!" O rosto do Seana ficou vermelho. Era apenas Broc, mas mesmo assim ela ficou com vergonha dele. Homens eram brutos, e estes dois juntos eram insuportáveis. Há muito tempo, ela havia se resignado a isso. "O que diabos você quer?" Colin bradou para ele. "Eu não percebi como era tarde," Broc gritou pedindo desculpas. Seu tom parecia muito sombrio, e Seana sabia que alguma coisa devia estar errada. "ACHEI que você tivesse tido tempo mais do que suficiente com Seana, seu maldito infiel e eu queria lhe perguntar sobre os esforços das buscas." "Eu nunca vou ter tempo suficiente com minha esposa," Colin garantiu, e essas palavras trouxeram um sorriso aos lábios de Seana. "Encontre para você uma boa mulher e pare de dormir com cães sarnentos, então você vai entender o que estou dizendo." Seana podia ouvir a risada rouca de Broc através da janela, mas era uma risada tensa e sem o seu fervor habitual. Ela se perguntava o que tinha trazido ele aqui tão tarde. "Oh, mas este foi um golpe cruel," Broc proclamou: "como eu não tenho mais cachorro nenhum, nenhuma mulher e já não tenho mais amigo desde que ele se foi e achou para ele uma esposa!"
"Maldito, desgraçado! Se você viesse aqui quando o sol estivesse alto no céu, eu não seria tão desagradável!" "Você é sempre intratável," argumentou Broc. Seana se levantou da cama, ajustando suas saias, dando para seu marido um olhar quente. Ela ainda não conseguia acreditar que ele era o marido dela agora. "Eu vou ver se Alison tem cerveja para vocês." Colin virou-se e piscou para ela. "Eu te amo, minha garotinha malvada." Um sorriso apareceu nos cantos de sua boca. "Eu sei." Ele riu e então apontou um dedo para ela em acusação e disse, "Não pense que você vai voltar e vai para cama sem mim, mulher. Eu pretendo fazer você ficar bem pertinho de mim, ao meu lado." "Quem, eu?" ela perguntou sem modéstia e levantou a saia dela divertidamente, provocando-o com o vislumbre do que ele não podia ter naquele instante. "Nunca!" ela proclamou, e correu para a porta, rindo, quando ele deu um passo em sua direção. "Bruxa malvada," ele murmurou e virou-se novamente para a janela quando ela saiu do quarto. "Vou te encontrar aí embaixo em um maldito segundo!" ele disse a seu amigo. "Para te estrangular com minhas próprias mãos!"
CAPÍTULO 15
Colin sabia que algo estava errado. Não era do feitio de Broc aparecer e jogar pedras em sua janela. Na verdade, nenhum deles tinha feito algo semelhante desde que ambos eram crianças. Ele correu para baixo e abriu a porta, permitindo a entrada de Broc. Ele parecia cansado e apreensivo, quase como se ele estivesse arrependido de sua visita. "Seana foi pegar cerveja. Então me diga rapidamente, o que traz você aqui tão tarde, meu amigo?" Broc raspou as botas sobre a soleira antes de entrar, deixando para trás um rastro grande de lama. "Ouvi rumores no meu regresso... sobre a bruxa Sassenach desaparecida. Eu vim para ver o que você sabe." Broc fechou a porta atrás dele, e Colin liderou o caminho pelo corredor, falando enquanto eles andavam. "Não sei muita coisa," ele disse. "É uma prima distante de Piers, mas parece que ele não sabia que ela viesse para cá. Ele está furioso, dela ter atravessado a fronteira sem uma escolta adequada." A raiva contida na voz do Broc era inconfundível. "Eu, também, me pergunto por que diabos enviaram uma maldita mulher sozinha e desprotegida!" Colin levantou suas sobrancelhas com a sua declaração fervorosa. "Aparentemente seu pai temia que Montgomerie recusasse o pedido para ela ficar sob sua tutela e não desejava dar
a Piers essa oportunidade. Ele mandou a garota junto com seu irmão, escoltados por seu cunhado mais três homens na esperança de que ele ao vê-la não fosse capaz de mandá-la embora. Venha, sente-se," comandou seu amigo. Broc hesitou, e Colin virou-se para enfrentá-lo. "A Seana vai tentar acabar com o meu traseiro?" Colin riu com genuíno bom humor. "Agora é que você pergunta?" Ele estendeu a mão e deu um tapa nas costas de Broc. "Entre e fique um pouco." Sem mais uma palavra, ele liderou o caminho para a mesa, sentou-se e ofereceu a Broc uma cadeira ao seu lado. "Então como é vida de casado?" O sorriso de Colin se alargou. "Ainda não sei — graças a amigos mal-educados." Broc pareceu ficar chateado com esse comentário. "Eu só estava brincando," Colin garantiu-lhe. Broc assentiu com a cabeça. Não era do feitio dele ser tão sisudo, e Colin inclinou-se na cadeira dele, descansando os cotovelos sobre a mesa, enquanto estudava seu amigo. "EU NÃO TERIA VINDO —" "O que está acontecendo, Broc?" "Eu não posso dizer precisamente, e é melhor você não me perguntar." Colin deu-lhe um olhar sóbrio. "Eu entendo." Broc não tinha a intenção de revelar nada apesar de confiar em Colin. Mesmo assim, considerando que sua irmã era casada com Montgomerie, ele não desejava colocar seu melhor amigo numa
posição estranha de saber mais do que ele deveria. As sobrancelhas de Colin se fecharam. "Oh, eu conheço você tempo suficiente para saber que você precisa algo de mim para que você fique fazendo rodeios. O que está acontecendo?" As coisas não estavam acontecendo como Broc desejava, mas Colin tinha razão. Então Broc foi direto ao ponto. "O que você sabe do irmão?" ele perguntou, olhando para aporta, certificando-se de que ninguém estava no corredor enquanto eles conversavam. Por um instante, a expressão de Colin permaneceu pensativa. E então ele disse. "Há pelo menos duas testemunhas que afirmam que um gigante de cabelo claro" — seus olhos se estreitaram enquanto ele olhava para Broc mais de perto, obviamente chegando à conclusão do porque ele evitava seus olhos, "eles dizem que eles foram atacados por um dos nossos." Broc permaneceu calado sob a análise cuidadosa de Colin e ainda conseguiu dar um sorriso. "Gigante, hein?" "Sim." O tom de Colin permanecia sóbrio. "Eles alegam que ele os confrontou sem nenhum tipo de provocação, matou dois homens, um deles o meio-irmão da mulher e então levou a garota e fugiu com sua faca pressionada na garganta dela." Broc tinha pouco respeito por mentirosos e menos ainda por covardes que inventavam coisas tentando defender seus companheiros. O tom dele estava cheio de desprezo quando ele falou. "Você está me dizendo que foram duas testemunhas?" Ele levantou uma sobrancelha. "Dois homens contra um?" "Contra um gigante," Colin lembrou-lhe. "E ele ameaçou matála se o seguissem." "Malditos bastardos covardes!" "Sim," Colin concordou e pareceu de repente pensativo.
"Se ela fosse minha senhora, eu teria arrancado fora a língua desse homem," Broc disse. "Ele nunca teria tido a chance de colocar uma faca na garganta dela!" A raiva subia através do corpo dele. Ele retorcia os dedos e olhava para o chão, tentando se recompor. Apesar de ter tido o impulso mais irresistível de se defender, de dizer para Colin porque ele tinha agido dessa maneira, mas não era do melhor interesse de ninguém ele confessar — não para Colin, não para Seana, nem para ele próprio e com certeza não para Elizabet. O que diabo ele ia fazer? NESTE INSTANTE, ele sentiu o peso da sua decepção abraçando seu ser. Era quase tão pesada quanto a sua obrigação para com Elizabet. Ele balançou a cabeça, apertando sua mandíbula em tormento. Nunca na vida ele tinha se encontrado tão dividido. Tudo era sempre tão claro para ele — o certo era certo, o errado era errado e sua lealdade era unicamente para com seu clã. Desta vez, ele não podia nem tentar ter a certeza de que amanhã tudo seria melhor. Não importava a escolha que ele fizesse alguém inocente estava prestes a sofrer. Por Deus, se ele pudesse sacrificar a si mesmo e mais ninguém, ele faria sem hesitação. Mas não era o caso. Se ele se entregasse, ele colocaria Elizabet em perigo. Afinal, quem poderia protegê-la e quem poderia acreditar nele? Certamente não Piers contra a palavra de duas testemunhas. Nem mesmo Elizabet, porque ele tinha mentido para ela sobre seu
irmão. Se ele revelasse a verdade para Colin, então Colin seria forçado a trair sua irmã ou seu melhor amigo. Se ele pedisse segredo para Seana, ele estaria pedindo para ela destruir a confiança que seu marido tinha nela. Se ele contasse para Iain, ele obrigaria a Iain a ficar do lado dele contra todos os outros clãs da região — e Iain iria fazer isso por ele, mas Broc não podia permitir isso. Não importava como ele olhasse para o que estava acontecendo, ele se sentia completamente sozinho. E a única coisa que ele sabia com certeza era que ele nunca se perdoaria se ele permitisse que qualquer mal acontecesse a Elizabet. Ela confiava nele... como Colin... e como Iain. O tom de Colin era grave quando ele falou. "Há alguma coisa que você deseja compartilhar comigo, Broc?" Broc abanou a cabeça, seu estomago se embrulhando. Ele nem conseguia olhar nos olhos de Colin. "Só preciso de tempo," ele disse, e essa afirmação simples explicou totalmente para Colin tudo o que Broc podia dizer. Silêncio caiu entre eles — um silêncio longo e impenetrável. Colin parecia entender precisamente o que Broc não podia dizer. Quando Broc olhou novamente nos olhos do seu amigo, eles estavam sombrios e angustiados. Seana entrou no quarto, carregando uma bandeja com bebidas para os três. Junto com a cerveja, ela trouxe pão e queijo para comer. Com um sorriso reconfortante para o marido e outro para Broc, ela colocou a bandeja sobre a mesa. Nenhum deles falou nada, o clima entre eles era melancólico. Ela colocou as mãos nos quadris. "Os dois parecem que foram condenados à morte! O que pode estar tão errado?"
Ela olhou de um para o outro, esperando por uma explicação. Colin "Broc não vai ficar," Colin falou para ela, levantando-se do seu lugar na mesa. "Ele apenas veio nos cumprimentar." Seana piscou surpresa. "Mas ele apenas chegou!" BROC LEVANTOU-SE para ir embora. Ele entendeu o que Colin dizia a ele sem falar uma palavra. Anos de amizade tinham lhes dado uma mente similar. Ele não queria que Seana se envolvesse. Ele e Colin compartilharam um olhar, e então Colin começou a pegar o pão e o queijo da bandeja. Enquanto Seana não estava vendo, ele colocou os alimentos dentro de um guardanapo, embrulhou ordenadamente, então foi para o outro lado da mesa para ficar ao lado de sua esposa. "Está tarde, Seana," Broc explicou. "Eu simplesmente não tive oportunidade de falar com vocês depois do casamento e queria desejar-lhes felicidades." Seana sorriu, mas ele podia ver que ela não estava acreditando nele, porque ela lançou um olhar perplexo para o marido dela. Ela se virou novamente para Broc. "Eu tenho muito a te agradecer, Broc. Se não fosse por você, eu nunca teria encontrado Colin." Broc adiantou-se para abraçá-la às pressas. "Você me dá muito crédito, moça." Ele se inclinou para dar um beijo casto no alto da bochecha dela. "Vocês dois sempre souberam onde estava o outro; vocês simplesmente tiveram que redescobrir um ao outro novamente, e vocês fizeram isso tudo por vocês mesmos." Seana deu-lhe um olhar morno. "Bem, obrigada mesmo assim. Não imagina o quanto sua amizade sempre significou para mim." Broc piscou para ela. Ele entendia muito mais do que ela podia
perceber, desde o primeiro instante, quando ela tinha olhado para ele tão reverentemente depois que ele tinha secado suas lágrimas quando ela era ainda uma criança. Todos os dias que ela olhava para ele, ele tinha visto gratidão nos olhos dela. E tinha sido a gratidão que quase a tinha convencido que ela devia se tornar sua esposa. Ele viu tudo isso e muito mais em seu rosto doce, e ele nunca tinha reconhecido essa afeição como amor, e ele não desejava que ela sentisse que lhe devia alguma coisa, e não queria que Seana passasse toda a sua vida tentando pagar-lhe por uma simples gentileza. Ele não tinha feito nada mais do que aliviar os sentimentos feridos de uma menininha. "E a sua para mim," ele disse para ela, com os olhos cheios de lágrimas. Ele não sabia por que, mas o momento significou para ele muito mais do que ele poderia imaginar. Ele então se virou para Colin. Por Deus, neste instante ele se sentia como uma moça chorosa. "Desculpe-me," ele falou. "Pelo quê?" Seana perguntou-lhe, obviamente confusa pelo seu discurso fragmentado. "Por nada,” Colin respondeu de uma só vez, e então Broc adicionou, "nós nos conhecemos há muito tempo, meu amigo." Broc colocou as mãos na cintura, preparando-se para ir embora. "Sim, é verdade." Seana olhou-os ainda com mais curiosidade sem dizer nada. Broc estava ciente de seu interesse. Ela era esperta, ele sabia, e ele não queria que ela entendesse o que eles estavam falando. Ainda assim ele tinha que perguntar, "Você voltou na cabana, Seana?" Ele tentou parecer casual.
"NÃO," ela respondeu e suspirou. "Eu não voltei. Traz muitas lembranças ainda." Broc assentiu com a cabeça, compreendendo. Totalmente aliviado. "Eu sei o que você quer dizer, moça. Talvez seja melhor para você ficar longe de lá por um tempo." Ele deu uma olhada para Colin, sabendo que seu amigo iria entender o que ele estava tentando dizer. As sobrancelhas de Seana se fecharam. "Talvez seja melhor." Ela levantou o queixo quando se virou para olhar para o marido com os olhos apertados. Colin deslizou um braço ao redor de seus ombros. "Ela não tem motivos para retornar para lá." Seana não disse nada, apenas estendeu a mão para agarrar a mão do marido e estudou os dois. Broc então assentiu com a cabeça e se virou para ir. "Espero voltar a ver vocês dois o mais rápido possível." "E eu a você," Colin respondeu. O tom de Seana estava cheio de preocupação. "Cuidado, Broc," ela disse, tentando agarrar-lhe pelo braço. Ele se virou e piscou para ela. "Não se preocupe, eu já estou crescido, moça. Não se preocupe." "Oh e Broc," Colin o chamou. Em resposta, Broc levantou seu queixo. "Nós vamos continuar a procurar a mulher novamente amanhã se você quiser se juntar a nós." Por um instante, Broc ficou aturdido com a sugestão. Ele estava momentaneamente inseguro se Colin realmente tinha entendido o que ele tinha falado. "Talvez eu vá,” ele cedeu, mas olhou para seu amigo com olhos pensativos.
Colin olhou direto para os olhos dele. "Acredito que amanhã eles pretendem usar o cão dela." Broc franziu a testa. "O cão dela?” Colin deu-lhe um olhar significativo. "Sim, alguém sugeriu que talvez pelo cheiro o cão consiga encontrar sua dona mais rápido do que os nossos olhos." Broc pensou sobre a informação. "Isso faz muito sentido," ele disse com um aceno de compreensão. "Quem sugeriu isso é um bastardo astuto." Colin assentiu sobriamente. "Eu sugeri." Broc sorriu-lhe. "Eu imaginei." Colin sorriu de volta. "Nós vamos sair ao meio-dia, eu acho... se você puder se juntar a nós." O tempo todo, Seana os olhava, a expressão dela ficando cada vez mais curiosa. Broc achou que era melhor ir embora antes que inadvertidamente ele falasse alguma coisa que não devesse. Ele já tinha envolvido Colin, mais do que ele tinha intenção, muito mais do que sua consciência permitia. Ele estava cheio de culpa. BROC VIROU-SE PARA IR, e Colin seguiu-o, deixando Seana pensativa olhando para os dois. "Te devo uma," Colin murmurou para Broc. "Você não me deve nada," Broc garantiu-lhe, sem se virar. Eles caminharam até a porta. "Sim, mas eu devo," Colin argumentou assim que eles chegaram do lado de fora. E então acrescentou: "você salvou a minha vida uma vez, Broc." "Eu fiz nada que não teria feito por qualquer amigo."
Colin assentiu com a cabeça. "Eu não tenho nenhuma noção do que aconteceu, mas eu conheço você meu amigo, e eu te conheço muito bem para achar que você poderia atacar uma rapariga inocente." Os ombros de Broc ficaram tensos. "Eu nunca faria isso." "Eu sei," Colin falou. "Mas eu não posso prometer nada mais do que um pouco de tempo." Broc parou abruptamente e virou-se para enfrentá-lo, seu estomago vibrando. "Eu não te pedi nem mesmo isso, Colin." Colin bateu-lhe no braço. "Você não precisa pedir." Ele entregou para Broc o guardanapo com a comida. "Não diga mais nada. Quanto menos eu souber, melhor. Vá." "Obrigado, Colin." "Eu sei que você faria o mesmo por mim" foi tudo o que Colin disse. Broc se virou uma última vez antes de ir. "Sem dúvida." "Oh e a propósito," Colin adicionou. Broc deu-lhe um olhar, mas continuou andando. "Eu sei onde você pode encontrar um cão solitário hoje à noite." Broc virou-se para enfrentá-lo, mas continuou andando — em direção a floresta. Ele segurou o alimento para Elizabet firmemente em sua mão, para que ele não derramasse. "Nos estábulos do Montgomerie," Colin disse. "Isso é... se você sentir saudades de Merry." Broc engoliu sua resposta, tão grandes eram as suas emoções. Ele não podia falar nem para agradecer Colin. Nenhum homem jamais tinha sido abençoado com um amigo mais fiel e verdadeiro — e ele retribuiu-lhe colocando-o em perigo. Sem dizer uma palavra, ele se virou novamente e entrou pela floresta.
CAPÍTULO 16
"O que foi que aconteceu aqui?" Seana perguntou ao marido quando ele voltou para o salão, batendo a porta atrás dele. Ele foi até ela e colocou o braço sobre seus ombros, o maxilar tenso enquanto ele a levava em direção a escada. "Nada, meu amor... Não se preocupe." "Não parecia nada com o Broc que eu conheço," ela comentou, esperando que ele explicasse o que tinha acontecido. Mas ela conhecia Colin bem o suficiente para saber que ele nunca revelaria o que Broc tinha vindo dizer-lhe. Ela respeitava sua fidelidade, mas ficava magoada por ele não compartilhar com ela. Chegaram às escadas. "Estou cansado," foi tudo o que ele disse. Seana levantou a saia e subiu as escadas. "Foi um longo dia!" "Sim," ele concordou, "e amanhã deverá ser também." Ela chegou ao topo das escadas para encontrar a mulher do seu cunhado de pé, com uma vela na mão. "Eu ouvi vozes," Alison disse, "e Leith adormeceu rápido. Eu não queria acordá-lo." "Era apenas Broc," Colin assegurou-lhe, "veio perguntar sobre os esforços na busca da mulher desaparecida." "Espero que eles encontrem a pobre garota em breve!" Alison declarou. "Assim como eu," Colin respondeu, acariciando-a desajeitadamente no ombro. "Volte a dormir, Alison. Está tudo
bem." Alison deu um sorriso para Seana. "Seja bem-vinda," ela disse com um entusiasmo genuíno — como podia ser esperado tão tarde na noite. Seana estendeu-se para abraçar sua nova irmã, tomando cuidado com a chama da vela, agradecendo a recepção calorosa. "Obrigada, querida Alison." "Será um prazer compartilhar esta casa com você. Não hesite em se sentir como se estivesse em sua própria casa," Alison disse, e Colin apertou seu ombro ligeiramente em resposta. "Eu te agradeço, Alison," Seana respondeu. Alison ainda estava no corredor, olhando com desconfiança para Colin, e Seana compreendeu. Ainda havia muito a ser dito. Virandose para Colin, Seana sussurrou, "Vai me esperar no quarto, meu amor." Colin não discutiu. Ele assentiu, com seus pensamentos bem longe. Inclinou-se para beijá-la na bochecha e entrou no seu quarto, fechando a porta para lhes dar privacidade. ALISON SORRIU TIMIDAMENTE. "Às vezes sinto que ele ainda me odeia," ela disse bem baixinho. Não era segredo para ninguém que Alison no passado tinha gostado de Colin e que ele a tinha rejeitado. Considerando que ela e Alison agora compartilhavam a mesma casa, porque elas tinham se casado com irmãos, Seana se preocupava que talvez o relacionamento entre elas pudesse ficar tenso, mas quando ela olhou para o doce rosto de Alison, ela viu que tinha se preocupado à toa. Havia algo sobre Alison que fazia que qualquer pessoa
desejasse colocar os braços sobre seus ombros e protegê-la do mundo. Leith, o irmão mais velho de Colin e laird, tinha feito isso, e todo mundo tinha especulado que seu casamento tivesse nascido da piedade. Mas Seana sabia que não. Embora ela nunca tivesse sido amiga de Alison, ela estava inteiramente ciente do coração amável que ela possuía. Leith era um homem de sorte. Se Colin ficava desconfortável na presença de Alison, Seana compreendia melhor do que ninguém a razão. Ele uma vez tinha tratado Seana da mesma maneira que ele tinha tratado Alison, mas Seana tinha superado seu defeito e Alison não. Então ela resolveu que de alguma forma ia encontrar uma maneira de fazer com que Colin olhasse além dos olhos estrábicos de Alison. "Ele não te odeia,” Seana disse, acariciando o cabelo brilhante de Alison. Ela decidiu que honestidade seria a melhor tática a ser usada entre elas. "Ele é apenas um turrão, quando se trata das imperfeições de uma pessoa." Alison ofegou em surpresa e riu nervosamente, lançando um olhar cuidadoso sobre a porta fechada. Não era segredo para ninguém que Seana no passado tinha uma perna mais fraca e Colin tinha ficado com repulsa desta fraqueza. Seana piscou para Alison, indicando sua perna com um aceno de sua mão. "Mas como você pode ver, ainda há esperança para ele." Alison colocou uma mão sobre sua boca e deu uma risadinha tranquila. "Nós vamos conseguir mudá-lo," Seana garantiu para sua nova amiga. "Oh! Seria tão maravilhoso sermos uma grande família feliz todos nós juntos!"
"Com certeza vamos ser." Só de pensar nisso Seana se encheu de alegria. Quando ela estava crescendo, ela nunca tinha tido ninguém a não ser o pai dela. E agora, de repente, ela tinha uma melhor amiga em Meghan e uma irmã em Alison. E Colin... Ela olhou ansiosamente para a porta. Ele a fazia mais feliz do que alguém jamais tinha feito. "Vejo você amanhã," Seana prometeu. Alison assentiu com a cabeça. "Oh, sim!" "Belos sonhos, então." "Boa noite," Alison respondeu e se virou para ir embora. VOLTANDO-SE para a porta do seu quarto, Seana parou um instante para dizer uma oração de agradecimento e em seguida, empurrou a porta para encontrar seu marido, de pé na janela, olhando para fora. "Esta é sua casa também," ele lhe assegurou, confundindo o significado da Alison. Ela caminhou até ele e colocou seus braços sobre ele, abraçando-o carinhosamente enquanto ficava na ponta dos pés para beijar seus lábios. "Eu sei Colin. Alison é maravilhosa, e eu sei que vou amá-la como se ela fosse minha irmã." "Sim, mas tenha a certeza de que esta mansão é tanto sua como é —" Ela colocou um dedo em seus lábios. "Quietinho" ela exigiu. "Por que não testamos nossa nova cama antes que alguém mais tenha a chance de bater à nossa porta?" Ela não precisou falar de novo. Levantando sua sobrancelha, Colin a levantou em seus braços e
carregou-a para a cama. ELIZABET ESTAVA SENTADA À MESA, seu rosto perto da chama da vela, tentando terminar de costurar a túnica que ela estava fazendo. Ela trabalhou o dia todo no vestuário, pegando o pano macio da túnica que ela usava debaixo do vestido. Ela pensou inicialmente, em cozinhar para ele, usando os suprimentos que ele tinha trazido, mas eles agora tinham acabado, e ela tinha ficado desesperada para encontrar um presente apropriado para mostrar o seu apreço por tudo o que ele estava fazendo por ela. Mas então ela se lembrou da agulha e da linha que ela sempre levava na bainha do seu vestido para costurar após ele ser lavado, e ela começou a costurar uma túnica que ele ficaria orgulhoso de vestir. Neste momento, ela usava apenas sua combinação, que tinha um decote um pouco mais revelador, mas ela não podia evitar. Estava quente, e ela estava completamente envolvida com seu trabalho. Na verdade, ela nunca tinha visto nenhuma peça de vestuário mais fina nem com o Rei Henry. Broc ficaria esplêndido nesta túnica. PISCANDO EM EXAUSTÃO, ela costurou o último ponto e cortou a linha com os dentes, deixando de lado a agulha. Mais tarde, ela ia colocá-la de volta na bainha do seu vestido. No momento, ela estava muito cansada até para se mover. Ela empurrou a vela para longe dela e levantou a túnica para inspecioná-la, satisfeita com o que tinha acabado de fazer. Ela esperava que coubesse nele — ele era um homem tão grande!
Ele era lindo, ela pensou melancolicamente. Ela quase temia o encontro com Piers, porque isso significaria que ela não poderia mais permanecer aqui com Broc. A pequena cabana já não parecia um lugar tão terrível, e a idéia de deixá-la a fazia de alguma forma ficar triste. Ela quase se arrependia de ter pedido para ele trazer John até ela. Uma vez que o irmão dela soubesse onde ela estava, não seria uma tarefa simples convencêlo que ela deveria permanecer com Broc, pelo menos até que eles estivessem prontos a provar que Tomas era um ladrão assassino. O irmão dela ia protestar por causa do decoro. Ela sabia que não ia parecer certo para um marido em potencial. Isso poderia manchar sua reputação sem chance de reparação. Mas ela não podia pensar nisso agora. Ela bocejou e, em seguida, dobrou o pano, colocando-o em cima da mesa. E então ela abaixou a cabeça sobre os braços e fechou os olhos. Broc tomaria conta de tudo, ela estava certa. Ela se sentia segura aos seus cuidados. John certamente entenderia... por que ela devia permanecer... com Broc. Ela estendeu sonolenta sua mão sobre a túnica macia e dormiu tentando imaginar a cara de Broc quando ela mostrasse a roupa para ele. ELE TINHA que se livrar do cão antes do amanhecer. Tomas sentou-se para ouvir a conversa da mesa, tentando não ficar enfadado com o show de afeto entre Montgomerie e sua esposa. A mulher não era mais do que uma cabra das montanhas, e ele a tratava como se ela fosse a própria rainha da Inglaterra. Ele tinha sérias dúvidas sobre a lealdade de Piers. O modo como ele
queria satisfazer sua esposa e os parentes dela, e ele estava se comportando mais como um camponês escocês do que como um servo da coroa britânica. Ele ficaria arrasado se ele tivesse que entregar a bolsa de Elizabet para que Piers pudesse desperdiçá-la com sua adorável esposa. Por Deus, ele merecia o dinheiro! Apesar de ser uma quantia pequena, ele com certeza não tinha matado dois homens só para perder agora o dinheiro. A irmã dele certamente iria sustentá-lo, mas ele particularmente não queria ter que implorar por cada moeda que ele precisasse. A herança de Elizabet serviria para ele até que o marido de Margaret os favorecesse com sua morte. Ele realmente não queria que a moça fosse encontrada. Ninguém a não ser ele, John e Elizabet estava ciente da bolsa que John carregava, e ninguém sabia que havia uma carta destinada a Piers. Mesmo que ele quisesse mudar as coisas agora, ele não podia. Elizabet seria capaz de revelar muito mais do que ele poderia permitir. Mais tarde, quando todos tivessem ido para a cama, ele se livraria do cachorro. "Tomas?" perguntou sua anfitriã, tirando-o do seu devaneio. Até agora, eles tinham rudemente o excluído de sua conversa, discutindo assuntos que não lhe interessavam. A mesa inteira virou-se para olhar para ele. Como seu marido, os homens pareciam bêbados por cada palavra que Meghan dizia. "Você não está com fome?" ela perguntou e inclinou sua linda cabeça. Para comer as vísceras de uma ovelha? Tomas levantou suas sobrancelhas quando ele olhou para baixo, para a comida, tentando não mostrar sua repulsa pela comida no
prato dele. Ele tomou um gole de sua cerveja antes de responder. "Encontro-me cansado é tudo, minha senhora." "É compreensível," ela admitiu graciosamente. "Foi um dia cansativo para todos." Por um instante, Tomas pensou que ela podia liberá-lo da mesa como faria com um filho grosseiro. Isso o deixou com uma sensação de azedume na barriga e ele de repente já não queria a companhia deles — nem mesmo para beber cerveja. Assim que ele tomasse conta de alguns detalhes inacabados, ele pretendia ficar longe deste lugar de uma vez por todas. Ele se levantou da mesa abruptamente, afastando sua cadeira rudemente. "Se vocês me permitem, vou me retirar," ele disse pedindo licença para ir para o quarto. "Acredito que é melhor eu me retirar para os meus aposentos." "Bons sonhos" Meghan disse com um sorriso. Vadia. Ele podia ver o alívio em seus olhos expressivos. "Vamos nos encontrar amanhã bem cedo," Piers falou. Bastardo arrogante. Tomas mal podia esperar o dia de ir embora para parar de receber ordens desses bastardos pomposos. ELE SE CURVOU LIGEIRAMENTE com uma raiva mal contida, moderando sua indignação. "Até amanhã,” ele disse e deixou-os, sentindo que todos olhavam para ele. Quanto mais cedo ele fosse embora daqui, melhor. Ele desejava que aquele maldito bastardo escocês que tinha levado Elizabet pudesse colocá-la no lugar dela, estuprasse seu corpo até o bagaço, cortasse a garganta dela e deixasse seu corpo
largado para que alguĂŠm o encontrasse. Assim ele poderia deixar a EscĂłcia em paz.
CAPÍTULO 17
V
indo diretamente da casa de Colin para a de Montgomerie, Broc ficou olhando escondido na pequena capela, que estava parcialmente construída. A capela era provavelmente uma doação para o ministério de Gavin, e tinha sido um gesto generoso da parte de Meghan, embora Broc soubesse que sem dúvida Colin iria amaldiçoá-la por isso. Nem Leith, nem Colin incentivavam os sermões do seu irmão mais novo, e a menos que Piers tivesse gosto para auto tortura — e Broc achava que ele não tinha — ele também não ia gostar. A capela estava quase completa. Faltava apenas parte do telhado e uma porta, mas o interior tinha sido limpo e preparado para o funeral de John. Seu corpo permanecia descansando num esquife atrás do altar. Ele já devia ter sido enterrado, mas Broc estava certo de que em respeito à Elizabet, porque eles esperavam encontrá-la antes de colocá-lo para descansar. Mas eles não podiam esperar muito mais tempo. A culpa o martirizava, embora ele resolutamente a colocasse à parte, com foco na tarefa que tinha em mãos. Vestindo um roupão que ele encontrou perto do altar, ele deixou a capela e foi até os estábulos. Devia ser um dos mantos de Gavin, ele pensou, enquanto ajustava o comprimento porque Gavin era muito menor do que ele. Mas a capa cobria seu rosto bastante bem, e isso era tudo o que o preocupava no momento.
Ele não desejava se encontrar cara a cara com Tomas ou qualquer um de seus outros dois lacaios. Ainda que ninguém parecesse saber que era Broc que eles procuravam — salvo, talvez, Colin — mas ele tinha a certeza de que os ingleses o reconheceriam se eles o vissem novamente. Lançando um último olhar para a pequena capela, ele admirou sua arquitetura modesta e se perguntou como Elizabet ficaria no dia de seu casamento com o cabelo solto e uma coroa de flores no topo da sua cabeça. Era óbvio que ela estava acostumada a coisas mais finas do que Broc possuía. Ainda assim, ele gostava de pensar que seria capaz de fazê-la feliz se ele tentasse — se ela o quisesse. Era a primeira vez em sua vida que ele tinha considerado se amarrar a uma mulher. Ele não tinha nenhuma propriedade no nome dele, nenhuma mansão, nenhum clã próprio, não tinha dinheiro. Tudo o que ele tinha era seu coração e seu corpo e uma pequena casa com muito pouco luxo — uma cama, uma cadeira, uma mesa e um cobertor. Tudo o que ele já tinha ganhado ele tinha dado aos outros, pois suas necessidades eram simples. Agora ele se encontrava querendo mais. O que uma mulher como Elizabet poderia desejar de um homem como ele? ELA ERA linda e atrevida e inteligente — e ele se perguntou o que ela estaria fazendo agora. Ele se preocupava que alguém pudesse pegá-lo e ela ficaria sozinha sem ninguém para ajudá-la. Ele temia ser descoberto, mas não era por causa dele mesmo. Era por causa dela — e pela honra do clã MacKinnon. Mas antes de qualquer coisa: Broc estava convencido, após as
revelações que ela fez para ele, que era Tomás quem queria ela morta. O que ele não sabia era se Tomas estava agindo sozinho ou se ele tinha a ajuda dos outros dois homens. Ele não podia se permitir a ser apanhado. E ele também não podia permitir que o cão permanecesse com eles. A sugestão de Colin tinha sido engenhosa e Broc não tinha dúvida de que o animal pudesse encontrar sua dona, se ele tivesse oportunidade. Mas ele não ia lhe dar essa oportunidade. Elizabet teria mais do que prazer de ter de volta seu amigo de quatro patas. Ele só precisava roubar o animal dos estábulos sem ninguém vê-lo — uma tarefa bem fácil. Ele ouviu vozes dentro dos estábulos. Mantendo-se nas sombras, ele olhou para dentro, tentando ver os ocupantes. Sussurros, baixos e íntimos, chegaram a seus ouvidos, mas ele não conseguia ouvir o que as pessoas falavam. Ele ouviu uma risadinha — muito feminina — e uma resposta baixa e rouca — amantes? Eles deviam ter colocado um guarda, mas Broc não podia ver o homem. Talvez ele tenha recebido uma visita amorosa e eles estavam abrigados em uma das baias? Em qualquer caso, não lhe dizia respeito. Tudo o que importava era o cão. Deslizando silenciosamente para dentro, ele andou na ponta dos pés, levemente, tentando não alertar os outros ocupantes. As vozes ficaram mais altas quanto mais ele entrava, e ele viu que os dois estavam na última baia, onde havia uma única lanterna pendurada no alto em cima de um poste. Ignorando a brincadeira dos amantes, ele verificou cada baia, movendo-se tão rapidamente quanto era capaz, sem perturbá-los. Como Colin tinha dito, ele encontrou o cão amarrado a uma estaca dentro da terceira baia que ele olhou. Em ambos os lados,
os cavalos batiam seus cascos e pareciam inquietos. Estremecendo com seus protestos, ele abriu a baia, surpreendendo o cão que estava dormindo. Broc tirou a capa de uma só vez, deixando o animal vê-lo. Ele levantou as orelhas, alerta, mas manteve-se calado, olhando para ele. Broc achou que talvez ele o tivesse reconhecido, e estava correto. Ele estendeu a mão, e o cão deu um passo em direção a ele, cheirando a palma da sua mão. Em silêncio ele falou com o cão, estendendo-se para acariciar seu pescoço. O animal relaxou um pouco trêmulo, enquanto Broc fazia carinho nele. Ele começou a cheirar as pernas dele, depois o guardanapo que ele tinha colocado no seu cinto e em seguida as roupas de Broc, provavelmente sentindo o cheiro da sua dona. Gemeu baixinho, olhando para ele, erguendo a cabeça como se quisesse fazer uma pergunta. BROC TENTOU SOSSEGAR O ANIMAL, mas ele gemia cada vez mais alto. Ele segurou a respiração, esperando que os namorados não ouvissem. "Maldito vira-lata!" exclamou o homem. Broc sufocou um gemido. "Vou vê-lo.” "Não," a mulher gemia em protesto. E ela deve ter conseguido convencê-lo, porque Broc não ouviu o rapaz se levantar. "Já alimentei o estúpido animal," raciocinou o homem. "Não consigo imaginar o que ele ainda pode querer." "É um vira-lata bobo," declarou a mulher, sua voz ficando mais dengosa "e se você me deixar, eu vou chorar mais alto do que ele!" Obviamente o homem riu, divertido. "Eu gosto quando você
chora," ele falou para ela. Broc revirou os olhos. Os dois riram juntos e evidentemente retornaram aos seus prazeres, porque Broc não ouviu ninguém se aproximar. Ele pensou que ouviu seus lábios se encontrarem e tentou não pensar em Elizabet — como seria beijá-la novamente. Ela tinha os lábios mais macios do mundo, carnudos e sensuais. Rapariga provocante. Broc levantou o capuz tampando sua cabeça, se preparando para ir embora. Ele desamarrou a corda da estaca com uma mão e acariciou o animal com a outra. Agora ele tinha que tirar o maldito animal dos estábulos sem alertar qualquer pessoa... Ele abriu a porta e olhou para fora, então saiu quando teve a certeza de que estava tudo calmo. Ele levou o cão para fora, fechando a porta com cuidado e então correu. Uma vez no pátio, ele se dirigiu para o prado, grato pela noite sem lua. A distância era de pelo menos dois furlongs (8) até ele chegar à floresta e ele correu desejando seu santuário, murmurando elogios para o animal. Ele a chamou pelo nome, e ela o seguiu alegremente, abanando a cauda. Foi somente quando ele estava perto da borda da floresta que ele ouviu o soar de trombetas. Ele olhou por cima do ombro, esperando estar sendo perseguido e congelou onde estava. O estábulo tinha de repente irrompido em chamas. Da fogueira saiu um garanhão correndo, sua crina em chamas. A visão daquele cenário dantesco visto mesmo à distância, deixou Broc de joelhos. Ele não sabia se os gritos vinham daqueles que estavam dentro
do estábulo ou daqueles que estavam correndo na direção do inferno. Seu estomago se torceu sem saber a verdade. Ele rezou para o casal que estava dentro da baia e ficou dividido entre querer voltar e ajudar e fugir do local antes que ele fosse descoberto. Ele tentou se lembrar se ele tinha inadvertidamente causado o incêndio e ficou absolutamente certo de que não tinha. Não havia nenhuma vela no estábulo, ou tochas, exceto na baia onde os amantes estavam. Certamente eles tinham visto o fogo e tinham fugido por segurança, apesar de seu coração estar doendo por causa dos animais que estavam lá dentro. OS GRITOS se intensificaram a medida que o fogo crescia mais feroz. Silhuetas corriam sobre no meio do caos. Pegando a coleira Broc deu uma última olhada para o estábulo e correu para a floresta, puxando o cão atrás dele. Ele correu tão rápido quanto o animal podia acompanhá-lo, arrastando-o em seu rastro. Ele correu, pensando em Elizabet, porque se não o fizesse — se ele por um instante se esquecesse do que estava em jogo — ele iria se virar e voltar para ajudar. "Eu vi a flecha voar," Baldwin informou para Piers. "Com meus próprios olhos!" Piers sabia que Baldwin não mentiria. O homem estava com ele há muito tempo. Pedindo sua esposa para permanecer dentro de casa, ele se virou e saiu, voando na direção do caos da noite. Quem diabo tinha motivos para queimar seus estábulos? Mas alguém teve — não tinha nenhum mistério quanto a isso. Uma flecha ardente, atirada para o ar certamente não era um acidente!
"Quem estava lá dentro?" Piers perguntou para Baldwin. "Ninguém, Piers! Ninguém, porém o jovem David e sua namorada estavam lá dentro quando começou. A garota conseguiu sair ilesa. David ficou para abrir as baias e sofreu queimaduras graves por causa disso, ele está fora de perigo, mas com muita dor." Piers fez uma careta. "Rapaz corajoso." "Sim, devemos a ele a nossa gratidão." "Quero que ele seja recompensado por seus esforços." Baldwin assentiu com a cabeça. "Ele salvou pelo menos cinco cavalos. Dois não tiveram tanta sorte..." Ele hesitou. "O seu foi um deles." Uma explosão de maldições se irrompeu da boca de Piers. "Por Deus, se eu descobrir o culpado, eu juro vou cortar os braços e as pernas dele e depois enforcá-lo na árvore mais próxima para alimentar os abutres!" Baldwin estremeceu. Piers parou em frente ao estábulo e ficou olhando para o prédio em chamas. Seus homens corriam, tentando em vão apagar as chamas. Eles não estavam equipados para conter incêndios. O poço era longe demais, e o abastecimento de água insuficiente. A melhor coisa a fazer era deixar o fogo se extinguir. Graças a Deus os estábulos tinham sido construídos longe do solar e longe da floresta. Ele tinha a intenção de construir um novo estábulo, mas ele não podia fazer isso neste momento. E ainda assim ele não podia evitar. Ele não podia fazer um novo estábulo sem antes fazer habitação para seus homens. Os cavalos teriam que ser colocados no campo, as cercas teriam que ser reforçadas, mas como o tempo ainda estava bom, ele não estava tão preocupado com os animais.
Caramba, quem era o responsável! "MEU DEUS!" uma voz gritou à distância. "O que diabo aconteceu aqui?" Era Tomas. Sua chegada não podia ter sido mais mal cronometrada. Ou uma chegada na hora perfeita, dependendo de como se olhava. Piers deu ao homem um olhar rancoroso, se perguntando onde diabo ele tinha cavalgado tão tarde da noite. Sorte dele ele estar com seu cavalo — ou apenas oportunidade. "Eu pensei que você ia se recolher – porque estava cansado," ele disse para o homem com uma animosidade mal contida. Havia algo nefasto sobre o seu hóspede, algo que ele tinha percebido desde o primeiro instante que seus olhos caíram em cima dele. Se não tivesse havido duas malditas testemunhas para confirmar a história, Piers podia tê-lo chamado de mentiroso na cara dele. "Não estava cansado, então pensei em procurar um pouco mais por Elizabet." "Conveniente," Piers respondeu acidamente, cerrando os dentes. Ele silenciosamente solicitou ao homem manter distância, porque ele estava prestes a arrancar a língua dele de sua garganta. "Muito conveniente se você me perguntar," Baldwin disse baixo ao lado dele. Tomas parecia ignorar o bárbaro. "Sinto-me responsável," ele disse com tristeza fingida. Piers se virou para olhar para ele, pensando se era uma confissão para o incêndio.
Mas enquanto ele desmontava ao lado deles, ele acrescentou, "o pai dela colocou-a sob meus cuidados e eu sinto que falhei com ele." Piers ainda estava olhando para ele. O homem virou-se para olhar os estábulos que ardiam no fogo, desviando o olhar dele. "O que aconteceu aqui? Alguém deixou cair uma tocha no feno? Sodomitas descuidados!" Ele cuspiu no chão. "Não." Piers falou, de alguma forma certo de que Tomas sabia muito mais sobre o incêndio do que ele estava disposto a admitir. "Parece que alguém botou fogo em tudo." Tomas, se virou para olhar para Piers, sua expressão marcada com a mesma falta de emoção, que ele tinha apresentado no caso da morte de John. Sem consciência. Nenhuma preocupação. Nada além de uma expressão vazia. "Então, você estava preocupado com Elizabet?" Piers perguntou. Maldito mentiroso! "Sim." Tomas respondeu e se virou novamente para olhar para o inferno. "E o cachorro?" ele perguntou sem se virar novamente para Piers. Sua voz estava dissonante. Piers apenas olhou para o homem, uma semente de suspeita começando a se enraizar. BALDWIN SOLTOU uma sequência de maldições e blasfêmias. "Deus! O cão!" ele disse, dando um soco no ar de raiva. "Esquecemos do maldito cachorro!"
"Que pena," Tomas respondeu e continuou a olhar fixamente para as chamas. Piers piscou os olhos em resposta. Ele olhou na direção que o homem tinha vindo, tentando avaliar a distância que uma flecha podia voar. Ele virou-se então para Baldwin e perguntou-lhe: "De qual direção veio à flecha?" Baldwin continuava xingando sobre a perda do cão. "Daquele lado," ele disse, indicando a direção de onde Tomas tinha vindo. Piers deu outro olhar para Tomas. O homem ainda estava olhando para as chamas, mas Piers estava bem ciente de que a atenção de Tomas estava dirigida para ele. Nesse instante, ele sabia sem sombra de dúvida, que Tomas era o responsável pelo incêndio, e Piers ia conseguir provar. Sem mais uma palavra, ele girou sobre seu calcanhar e deixou Baldwin para lidar com o fogo, porque se ele tivesse que permanecer na presença de Tomas mais um instante, ele ia agarrar o homem pela garganta e arrancar sua língua mentirosa.
(8) Furlong - é uma unidade de comprimento do sistema imperial de medidas. O nome completo da unidade é surveyor furlong, e equivale a 201,168 metros
CAPÍTULO 18
B
roc estava sem fôlego quando alcançou o casebre. A culpa o dilacerava por ter deixado a cena do incêndio sem tentar ajudar. As imagens e os sons ainda o atormentavam. Gritos e mais gritos enchiam seus ouvidos. As chamas do fogo ainda bailavam nos olhos dele. Eram amigos que ele tinha abandonado. Ele devia ter ajudado a apagar o fogo. Ele devia ter ajudado, mas não tinha se atrevido. Ele empurrou a porta do casebre. "Elizabet?" O aposento estava escuro exceto pela luz de uma única vela que estava em cima da mesa. Ela estava dormindo, com sua cabeça descansando sobre a mesa, seu cabelo fluindo para baixo como um rio de seda cor de cobre. Sorrindo ao vê-la, ele se ajoelhou para desamarrar a coleira de Harpy. O cão abanou a cauda com ansiedade, olhando para ele e Broc sentiu como apreciação. Ele acariciou o animal carinhosamente, grato por tê-lo tirado do estábulo antes do incêndio. Ele ainda não podia compreender como o fogo tinha começado. A tocha estava colocada num local bastante elevado para que os amantes descuidados pudessem ter feito isso. Era possível que a tocha tivesse simplesmente caído de seu gancho, mas o cabo que a segurava parecia seguro o suficiente. Ele estava relutante em deixar Harpy ir até ela. Ele não queria
acordá-la. Enquanto dormia, ela parecia um anjo, sua pele estava translúcida por causa da luz da chama. Ele ficou olhando para ela enquanto podia, sentindo prazer neste momento. O nariz dela era delicado e refinado, sua face alta e suavemente modelada como uma escultura. Suas sobrancelhas eram escuras e bem arqueadas. Seu olhar era exótico e encantador. Mais adorável do que qualquer coisa que ele já tinha visto na vida dele. E aquele cabelo — como ele adoraria colocar seus dedos nesta juba gloriosa! Com um suspiro e um último carinho atrás das orelhas do animal, ele soltou o cachorro. Na mesma hora Harpy foi em direção de Elizabet, a cauda abanando alegremente e Broc não pode suprimir sua risada quando Elizabet acordou assustada. Seus ombros sacudiam com alegria. Ela gritou e quase caiu da cadeira. Por alguns minutos ela ficou confusa ao perceber quem a havia despertado. "Harpy!" ela exclamou quando percebeu que era seu cachorro, e ela abriu seus braços dando-lhe boas-vindas. BROC RIU, momentaneamente distraído dos horrores da noite. Como ele não podia sorrir ao ver os dois juntos? A donzela altiva tinha ido embora; de joelhos, estava uma menina cheia de alegria por causa do retorno de seu estimado bichinho de estimação. Ela abraçou o animal ferozmente, deixandoo lambê-la na testa. Ela riu com alegria e enterrou seu rosto contra o seu pelo.
Broc sentou-se paralisado, sentindo uma sensação de intimidade com ela. Ele a observava, seu coração se sentindo estranhamente elevado pela visão dos dois juntos. O vestido dela parecia diferente, a cor tinha se desvanecido debaixo de uma camada de poeira. O cabelo dela estava solto e bagunçado como ele jamais tinha visto — oh, mas de qualquer forma ela estava adorável. Sua cor era brilhante mesmo nas sombras do quarto. Os cachos cobre caíam e brilhavam onde quer que a luz da vela brilhasse. Seu sorriso estava radiante, iluminando o quarto mais do que qualquer tocha. Ele viu que a amava nesse instante. "Você a encontrou!" ela disse, olhando para ele. Broc engoliu suas palavras, não conseguia dizer nada. Ele assentiu. Ela sorriu para ele, e seus joelhos ameaçaram derrubá-lo. "Onde ela estava?" "Ela estava amarrada a um poste no estábulo de Montgomerie." O tom dela estava animado agora. "Você viu meu irmão!" Por Deus, ele não queria mentir, mas sentiu-se compelido a continuar a farsa. Ele forçou um aceno de cabeça, se sentindo inferior como jamais tinha se sentido em toda a sua vida. Ele disse a si mesmo que não era totalmente mentira. Afinal, ele tinha visto o corpo de John. "O que ele disse?" Ele não podia levar a mentira assim tão longe. Ele balançou a cabeça. "Eu sei que prometi, mas eu não falei com ele, moça." Ele moderou a mentira com um pouco de verdade. "Houve um incêndio. E tudo o que eu pude fazer foi pegar o cachorro e sair."
"Fogo?” "Sim." Ele evitou seu olhar por um instante para recuperar a compostura. "Parece que alguém ateou fogo nos estábulos," ele disse e seu estomago se torceu com nojo dele mesmo. "Piers deve estar furioso!" Broc assentiu com a cabeça. Ele esperava que ninguém o tivesse visto. Todas as circunstâncias estavam contra ele. Tudo pelo o que ele tinha trabalhado, tudo o que ele tinha conseguido, a confiança que ele tinha construído, os amigos que ele tinha ganhado, tudo estava desmoronando diante de seus olhos. No espaço de poucos dias, tudo parecia ter se tornado muito cruel. "O QUE VOCÊ fez enquanto estive fora?" ele perguntou, se sentindo cansado de repente. Elizabet acariciou o cão, sorrindo docemente para ele. "Cumpri a minha promessa." "Promessa?” Ela deu um sorriso tímido. "Fiquei longe de problemas." Ele ficou feliz de ver que pelo menos um deles tinha ficado. Broc sorriu para ela, admirando-a com seu cão. "Cachorro sortudo," ele disse baixo. Ela levantou a cabeça. "O que você disse?" Ele sorriu para ela. "Eu disse que Harpy é um bom cachorro." ELIZABET ESTAVA certa de que ele não tinha dito isso. Ela deu-lhe um olhar curioso. Verdade fosse dita, ela estava quase aliviada por ele não ter
ainda falado com John. A verdade era... ela não estava pronta para deixar Broc. Ela evitou olhar para ele, com medo de que ele pudesse ler seus pensamentos. "Então," ela perguntou, tentando determinar quanto tempo eles ainda tinham juntos, "você conseguiu saber quando Piers volta?" "Em breve," ele assegurou-lhe. Havia algo em seu comportamento quando ele falou de John e de Piers que a aborreceu, mas ela não conseguiu ver o que era. "Há algo de errado?" Ele balançou a cabeça. "Não, moça, estou apenas cansado, é tudo." Seus olhares se encontraram, seus olhos azuis sobre ela com uma expressão que acelerou a respiração dela. "Eu fiz outra coisa, enquanto você estava fora," ela revelou, dando-lhe um sorriso tímido. Ela se levantou e caminhou até a mesa. Ele a observou com curiosidade. Ela levantou um pano vermelho brilhante dobrado ordenadamente e segurou-o nas mãos dela. "Este é um presente para você," ela revelou. "Um presente?” Sua perplexidade estava fixada em seus olhos. "Para mim?" Elizabet sorriu. "Sim." Ela entregou-lhe a roupa. Ele aceitou, embora um pouco incerto, dando-lhe um olhar interrogativo. Ele nem olhou para o presente, apenas olhou para ela como se estivesse em choque, os braços estendidos com a roupa em suas mãos.
ELA EMPURROU o presente para ele, com medo de que ele fosse recusá-lo. "Experimenta." Ele engoliu e Elizabet podia ver o bolo em sua garganta. "Nunca ninguém me deu um presente antes," ele disse parecendo atordoado. Elizabet arqueou uma sobrancelha para ele. "Experimenta," ela pediu novamente. Ele assentiu em silêncio, dando pela primeira vez atenção para a túnica que estava em suas mãos. Ele a virou, a examinou, admirando sua obra. Elizabet se aqueceu com orgulho. Ele colocou-a em cima da mesa para melhor examiná-la e reverentemente passou seus dedos pelos pontos precisos. Seu olhar ficou mais brilhante de repente, quando ele percebeu de onde tinha vindo o material. "Oh, moça, você não precisava estragar seu vestido para mim." Elizabet sorriu. "Eu certamente ficarei insultada se você achar que arruinou meu vestido!" O tom da mãe dela penetrou em sua voz. "Agora, experimente a túnica!” Ele sorriu e disse, "Você é uma mulher mandona!" Ela piscou o olho. "Eu me tornei mandona.” Um sorriso estranho apareceu nos olhos dele enquanto a olhava. Seu coração começou a bater um pouco mais rápido com a expressão em seu rosto. Seus olhos cintilavam à luz da vela. "Então você deseja que eu experimente?" Seus lábios ligeiramente se curvaram nos cantos, e Elizabet assentiu com a cabeça. Ela engoliu convulsivamente. Sim, ela queria ver como a túnica
se ajustaria em seu corpo, queria ver como ficariam seus músculos contra o pano, e ela queria muito isso. Nunca na vida ela tinha ficado mais fascinada pelo corpo de um homem. Ele a observava como se tentando ler seus pensamentos, e ela endireitou os ombros, levantando o queixo, desafiando-o. "Vamos," ela disse. BROC OLHOU A EXPRESSÃO DELA. Por Deus, ela não sabia o que ele estava com medo de revelar. A mera presença dela o tentava além da razão, e agora ela estava lhe pedindo para tirar sua roupa e mover a única barreira que o fazia continuar a ser civilizado. Debaixo de sua roupa, seu corpo estava rígido e pronto. Ele a queria mais do que ele jamais quis algo ou alguém em sua vida. ATÉ AGORA, negar suas necessidades físicas tinha sido um esforço bastante fácil, mas o que ele queria dela era muito mais do que simples alívio. Sua alma gritava para possuí-la, seu corpo ansiava para ser tocado por ela. Ele queria estar dentro dela — dar prazer a ela — ouvi-la sussurrar o nome dele enquanto ele derramasse sua semente em seu ventre. Ele queria que ela carregasse seus bebês, queria compartilhar a cama com ela, queria trazer presentes para ela e vê-la sorrir com alegria, como ela tinha feito momentos antes. Ninguém mais poderia satisfazê-lo. Ele soube assim que olhou para ela. Mas ele queria que ela quisesse.
Se ela viesse até ele, ele iria amá-la até seu último suspiro. Ele não tinha sido abençoado com uma língua suave, como a de Colin. Ele dizia o que sentia e sentia o que ele dizia. "Se você quer me ver usando esta túnica, moça, você terá que me despir você mesma." Ele lançou o desafio... e estendeu a túnica para ela pegar. Ele era um homem de sangue quente, ele não era uma pedra fria e insensível, e ele já tinha se controlado bastante. Se ela tirasse dele sua única defesa contra ela, suas roupas, ele não ia ser responsabilizado pelo que acontecesse depois. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, mas ela não disse nada para recusá-lo, apenas ficou olhando. Quando ela não pegou a túnica, ele pensou que ela podia estar ofendida, mas então ela se atreveu a dar um passo à frente. Ela tirou a túnica de suas mãos, acenando a cabeça. Um tremor de antecipação passou pelo corpo dele. Cristo, ele esperava que ela entendesse onde ela estava se metendo. Se ela o tocasse, se ela desarmasse sua armadura do seu corpo, ele não ia fugir. Ela esticou a mão e ele agarrou o pulso dela, mantendo-a longe dele. O corpo dele tremeu. "Você tem certeza, moça?" A pergunta tinha muito mais significado do que as simples palavras implicavam. A mão dela era muito pequena perto da dele, mas era suave e delicada. Era uma prova de seu nascimento nobre. Era certo que estas mãos nunca tinham visto um único dia duro de trabalho, enquanto a mãe dele tinha trabalhado na terra para cada pedaço de comida que ela tinha colocado na boca dela, do seu marido e dos seus filhos. Era só mais um lembrete que Elizabet não era para
ele... e ainda assim, ele não podia resistir. "Sim," ela disse e pareceu engasgar com sua resposta. Um sorriso apareceu no canto de sua boca. Ele puxou-a mais perto, não querendo nada mais naquele instante do que beijá-la.
CAPÍTULO 19
A
respiração de Elizabet acelerou por causa da força de seu ardor. Ele se inclinou para beijá-la — ela não resistiu, não queria. Seu coração batia mais rápido quando ele pegou-a em seus braços, envolvendo seus dedos no cabelo dela. "Você é tão linda," ele sussurrou. "Muito linda..." Ela ficou mole com seu abraço. "Eu quero você, Elizabet..." Ninguém nunca tinha dito tal coisa para ela. O choque de ouvir seu apelo deixou-a momentaneamente muda. Ela se agarrou a ele descaradamente, o coração dela batendo impiedosamente contra o peito dela. Ele beijou os lábios dela, seus lábios eram suaves e persistentes... cheios de fome... Santa Maria, não era como nada que ela jamais tinha sonhado. Ela já tinha visto amantes se abraçarem assim e depois sumirem para algum lugar onde ninguém pudesse espiá-los. E ela tinha secretamente tido inveja, imaginando qual devia ser a sensação de pertencer a alguém — saber que os braços que a abraçavam queriam. Ela viu como os homens usavam e descartavam sua mãe facilmente e jurou para Deus que ela jamais se prenderia a palavras suaves sussurradas contra seu ouvido. E ainda assim aqui estava ela disposta a receber o que ele
desse para ela. Suas pernas tremiam, ameaçando-a a desmaiar aos pés dele. "Broc," ela implorou, agarrando-se a ele desesperadamente, mas ele apenas a beijou mais insistentemente. Ela estava com medo de abrir seu coração. Com medo de querer. Com medo de ter esperança. Os homens sempre faziam o que era melhor para eles — pegavam tudo que podiam e sem pensar muito jogavam fora o que sobrava. A mãe dela tinha morrido sozinha, abandonada e esgotada. Só Elizabet estava ao lado dela. "Seja minha esposa," ele murmurou contra seus lábios. O coração de Elizabet quase pulou para fora de seu peito, com o inesperado pedido. "Não!" ela respondeu de uma só vez, virando o rosto de seus beijos ardentes. Seus lábios ansiavam por ela, suas palavras queimaram profundamente o coração dela. A possibilidade de que ele realmente não queria dizer o que tinha dito a assustava mais do que ela podia ter imaginado. SUA MÃE A TINHA DEIXADO SOZINHA, não importava que não tivesse sido sua escolha fazê-lo. O pai dela tinha mandado ela embora num piscar de olhos. Piers poderia negá-la, também. Por que esse homem deveria querê-la quando seu pai não a quis? "Você não pode desejar casar comigo!" Toda vez que ela ousara esperar ter m lugar para chamar de seu, uma família para abraçá-la, ela era abandonada. "Sim, moça, eu posso." ele jurou. Quando ela tentou lhe dar as
costas, as mãos dele pegaram seu rosto, forçando-a delicadamente a olhar nos olhos dele. "Olhe para mim!" Ela podia sentir o seu desejo e tinha a certeza de que ele era tão grande quanto o dela, mas ela não podia se permitir a ter esperança! "Quero que você seja minha, Elizabet." O pai dela uma vez tinha dito a mesma coisa para a mãe dela, mas isso não significava nada. Ele tinha abandonado as duas, voltado para a sua esposa e filhos — como era o seu dever. E ainda assim... apesar de sua determinação de não sentir nada apesar de sua proposta, uma pequena brasa de esperança inflamou-se dentro dela. Ele a segurou mais perto, olhando nos olhos dela, quando disse, "nunca tive este desejo na minha vida até que te conheci, Elizabet." O coração do Elizabet se alegrou com as suas palavras. Ela queria acreditar nele. Quando ela não estava com ele, tudo o que ela queria era vêlo. A cada ponto que ela costurou esta tarde, ela ansiava por seu regresso. Ele beijou novamente os seus lábios e a cabeça dela caiu para trás, querendo mais, mas ele parou novamente. "Eu sei que não tenho o direito de perguntar, mas se você me permitir... cuidarei de você para sempre, Elizabet. Nada de ruim jamais acontecerá para você. "Deus é minha testemunha, que eu nunca vou deixar você," ele jurou. "E você vai viver da melhor maneira que eu possa fornecer e vai morrer bem velhinha em sua cama.” Um sorriso melancólico penetrou em seus olhos. "Será que você
pode se casar com um bárbaro escocês?" Lágrimas jorravam nos olhos dela. Ela acenou com a cabeça para negá-lo. "Você não é um bárbaro, homem tolo! Você é o homem mais gentil que eu já conheci." Ele deu-lhe uma piscadela brincalhona. "Sim, mas você mesma disse," ele a lembrou, beijou sua testa, e inesperadamente lambeu a lágrima que rolava no seu rosto. A respiração de Elizabet parou com a intimidade do gesto. "Eu acredito em cada palavra que sai da sua linda boca," ele jurou, enquanto se inclinava para lhe dar outro beijo. ELIZABET NADA PODIA FAZER A NÃO SER SE AGARRAR A ELE. Ela queria seus beijos, precisava do seu abraço mais do que qualquer coisa que ela alguma vez precisou em sua vida. Ele passou seus dedos pelo cabelo dela, sua expressão cheia de ardor. "Eu gostaria que você usasse seu cabelo sempre assim," ele falou. Jesus, naquele instante, Elizabet teria feito qualquer coisa que ele pedisse, bastava ele continuar a beijá-la. Será que ela podia ousar querer isso? Às vezes as coisas mais bonitas vinham das circunstâncias mais horrendas, uma vez a mãe dela tinha dito isso para ela. Poderia ser verdade? Ele olhava para ela com adoração, acariciando seu cabelo, e ela estava se derretendo em seus braços. "Ele brilha a luz de velas," ele disse. "Calado," ela exigiu e ficou na ponta dos pés, deixando a cabeça cair para trás em súplica. Ela não se importava. Ela queria
seus beijos. "Beije-me outra vez," ela lhe implorou. Ela não precisou pedir duas vezes. BROC PEGOU sua boca com um gemido indefeso. Não lhe escapou que ela ainda não tinha lhe respondido a sua pergunta, mas isso não importava agora. Como um bêbado atraído para a bebida, ele se dobrou para prová-la mais uma vez, divertindo-se com a doce suavidade de seus lábios. Se ela recusasse sua oferta de casamento, que assim fosse, mas ele não era forte o suficiente para afastar tudo o que ela estava disposta a lhe dar. Antes dela, ele era como um mendigo sempre com sua mão estendida. Ele queria o coração dela, mas se contentaria com o corpo dela. Ele queria seu amor, mas se contentaria com a sua paixão. Ele a queria para sempre, mas ele ia aproveitar o momento. "Abra a boca," ele sussurrou. Ele queria seu interior. Ela separou seus lábios, e o corpo dele tremeu em resposta. Ela não tinha noção do que ela estava fazendo para ele ou como ele estava se sentindo febril. Ela não poderia saber. Anos de abstinência o tinha deixado fraco para ela. As mãos dela agarraram os ombros dele em súplica, e ele entendeu melhor do que ela, o que ela ansiava. Ele também queria. Seu corpo endureceu totalmente. Tinha passado muito tempo. Ele a queria demais. SEDENTO PELO SEU GOSTO, ele esticou a língua entre os lábios
dela, saboreando as profundezas sedosas da boca dela. Ela gemeu baixinho, e aprofundou o beijo, abraçando-o com cobiça. O cheiro dela o estava deixando louco. O sabor da boca dela o tinha intoxicado. Sem dizer uma palavra, ele levantou-a em seus braços, sem parar de beijá-la e carregou-a para a palete no canto da sala. Ele não queria dar a ela a oportunidade de recusá-lo, mas ele não queria magoá-la. Se ela o negasse, que assim fosse, mas ele sentia um enorme desespero para se unir a ela, diferente de tudo que já tinha sentido em sua vida. Amanhã podia ser tarde demais. Ele não queria pensar sobre as consequências agora, nem na ameaça que pairava sobre os dois. Nem queria pensar sobre o que ela faria quando ela descobrisse que seu irmão estava morto. Não importava que sua morte não tivesse sido pelas mãos de Broc. Ele temia que ela fosse culpá-lo, uma vez que ela descobrisse a verdade. Mas ele não ia pensar nisso agora. Ele apenas queria senti-la por dentro. Ele queria se enterrar profundamente dentro dela, derramar sua semente em seu ventre. Ele deitou-a suavemente na palete, ainda a beijando. ELIZABET SE AGARROU A ELE, com medo de que ele a deixasse. As mãos dela foram para o pescoço dele, segurando-o com rapidez. Ela estava se afogando no seu ardor, mas tinha medo de respirar, com medo de perder o momento. Ela nunca tinha sentido tanta fome pelo abraço de um homem. Era como se seu beijo tivesse despertado algum desejo dormente e se ele se atrevesse a parar,
ela ficaria insatisfeita. Somente depois que ele se afastou dela, olhando para seu rosto, ela se tornou plenamente consciente de onde ela estava deitada. Ele pairava sobre ela, a observando-a atentamente, os olhos brilhando com alguma emoção sem nome. Ela engoliu convulsivamente, sua mão deslizou do pescoço para o seu peito nu, o coração batendo tão ferozmente que ela pensou que ia explodir. Como seda quente, seus músculos dançavam sob a palma da mão dela. Divertindo-se com a sensação de sua pele, sua mão deslizou para abaixo da faixa que caía sobre seu peito apenas para descobrir um tufo de cabelo fino, o que a fez ansiar meter os dedos para acariciar. Ele era um banquete para os olhos dela... para as mãos... para os seus sentidos... Ele apertou a mão dele sobre a dela e levou-a até a faixa. "Termine o que começou," ele sussurrou. Por um instante, ela não entendeu o que ele queria, mas então ele pegou a mão dela, forçando-a a levantar seu vestido. ELIZABET OLHOU NOS SEUS OLHOS, seu coração agora martelando insistentemente. Ela entendeu o que ele queria dela e ela queria dar para ele tudo o que ele quisesse — ela realmente queria. Mas ela estava com medo. E ela não tinha idéia de como remover a peça de roupa que ele estava vestido. Ela a puxou, então hesitou, e ele sorriu em aprovação. "É assim," ele disse, enquanto sua mão mudava-se para o cinto dele para abri-lo, olhando para ela, com um olhar intenso. Somente seu olhar a fazia tremer.
Ele soltou o cinto e o colocou de lado. Enquanto ela estava antecipando o que estava para acontecer, todo o seu corpo começou a doer, e a ficar quente. "Você sabe o que eu quero, moça?" Elizabet assentiu com a cabeça, seu corpo tremendo um pouco. Ele hesitou e então perguntou: "Você quer que eu pare?" Ela balançou a cabeça, absolutamente certa de que não era o que ela queria. Jesus, mas se ele a deixasse agora, ela pensou que pudesse morrer. Ela queria que ele mostrasse para ela tudo o que ele tinha falado, queria que ele a quisesse, queria que ele a amasse. Nenhum homem tinha conseguido atravessar as suas defesas e fazê-la sentir as coisas que ele a fazia sentir. Seus dedos tremiam quando ela agarrou a faixa, e seu coração batia como um tambor. Elizabet puxou a faixa, mas não conseguiu tirar a roupa dele. Mas ela sabia como despir-se. Tomando uma respiração profunda, para ter coragem, ela deixou sua mão cair nos laços abaixo dos seus seios. Sem a combinação, tudo o que ela precisava fazer era puxar o vestido e se revelar para ele. Esse gesto descarado era para lhe dizer o que ele precisava saber. O olhar dele seguiu a mão dela, e a expressão mostrou decepção por um breve instante até que ela agarrou seu vestido. Ela apertou-o firmemente, suas unhas investigando o vestuário aveludado até que ela podia senti-los como garras contra a palma da sua mão. Ele engoliu. Ela podia ver o bolo que tinha se formado em sua garganta e, em seguida, o sumiço, e ela se deliciou ao ver o poder que ela de repente parecia ter sobre ele.
Os seios dela se arquearam na direção dele, por sua própria vontade, seu corpo respondia de uma forma instintiva. Ele nem sequer piscou, mas parecia estar esperando ansiosamente para ver o que ela faria em seguida. Com um suave suspiro, ela colocou o vestido de lado, observando de perto a expressão dele. Ele respirou fundo quando ela se revelou para ele, e ela sorriu timidamente. COMO SE PRECISASSE SE RECOMPOR, ele fechou os olhos e engoliu seco. Quando ele os abriu novamente, seu rosto estava corado e seu desejo estampado claramente nas suas feições. Mas ele não se moveu para tocá-la. Encorajada pelo olhar no seu rosto, ela se atreveu a colocar seu peito em sua mão, e ela começou a acariciá-lo lentamente, enquanto observava, tentando-o para tocá-la, suplicando-lhe sem palavras. "Oh, moça," ele disse e rosnou baixinho, estendendo-se para cobrir a mão dela com a sua, juntando-se a carícia erótica da carne dela. Seu toque a encorajou ainda mais, e ela sorriu, e ele gemeu suavemente enquanto suas mãos em conjunto acariciavam seu corpo. Ele empurrou sua mão de repente, expondo-se para os olhos dele mais uma vez. "Lindo," ele sussurrou e dobrou-se para colocar a língua dele no seu mamilo, puxando-o suavemente em sua boca. Elizabet ofegou em prazer, sua mão caindo desamparada ao seu lado enquanto ele mamava seu seio. A expressão dele fazia seus sentidos tremerem. Seu rosto, iluminado por uma luz dourada, era ainda mais bonito naquele momento, do que ela jamais poderia ter
imaginado. Nenhum artista poderia ter pintado a intensidade dessa expressão. Nenhum pincel poderia revelar o brilho no seu cabelo. Nenhuma palavra poderia expressar a paixão retratada no rosto dele. Uma mão em concha no seu peito, enquanto ele a mamava com olhos fechados, parecendo querer sugar todo o seu corpo. Ela não podia fazer nada além de olhar... e clamar em prazer.
CAPÍTULO 20
B
roc nunca quis agradar a uma mulher mais do que ele agora ansiava em satisfazê-la. Ele queria possuir seu corpo e sua alma. Ela era a coisa mais bonita que já tinha entrado em sua vida, e ele não queria pensar em como seria voltar para uma vida sem ela. Se fosse apenas por esta noite, ele queria imaginar que ela era dele... seria dele até que ele desse seu último suspiro. Ele mamou seus belos seios, imaginando seus futuros bairns sendo nutridos por eles. Ele morreria um homem feliz, se ele pudesse abraçá-la todas as noites o resto de seus dias. Ele faria qualquer coisa para agradá-la, nunca deixaria que nenhum mal a alcançasse, e sempre faria muitos carinhos nela. Seu coração quase tinha estourado, quando ela se mostrou a ele tão ingenuamente e então arqueou seus seios sedutoramente em direção aos seus lábios famintos. Ele abriu seu vestido enquanto a mamava, querendo dar-lhe tempo para se opor. Se ela fosse negá-lo; ele queria ouvir agora, antes que fosse tarde demais. Ele queria que ela conhecesse seus desejos, queria que ela visse o que ela tinha feito com ele — o que ela continuava a fazer-lhe com o simples som de sua voz... com um mero olhar... O cheiro da sua pele estava deixando-o louco. Seu corpo estava duro, com fome.
Ele admirou o festim que ela estava oferecendo, ainda voraz com desejo e olhou para seu rosto corado. Os olhos dela estavam fechados, os seios dela arqueados para cima, silenciosamente implorando por mais. Seus mamilos estavam escuros, molhados e brilhantes de seus beijos, e a sua boca estava entreaberta querendo mais, querendo mais o sabor de sua doce carne com o gosto de ambrosia. Cristo, ela era linda. Quando ele estava totalmente nu, ela abriu os olhos e ofegou enquanto seus olhos se fixaram sobre seu pênis totalmente ereto. Por um instante, ele pensou que ela fosse gritar com medo. Seus lábios se separaram, mas nenhum som veio deles. Ele arqueou uma sobrancelha para ela. "O pequeno jovem gostaria de um pouco de atenção," ele disse. Pequeno jovem não era a descrição correta. FOI a vez de Elizabet levantar as sobrancelhas. Sorrindo timidamente, ela se esticou para agarrar a bainha do seu vestido. E dando uma respiração profunda, ela o tirou pela cabeça. Ela não teve que pedir sua ajuda. O vestido foi arrancado e jogado de lado mais rápido do que ela teve tempo de pensar em pedir ajuda. "Cristo você é linda, mulher!" E ele também era, mas ela não conseguia falar para dizer isso para ele. O calor do seu olhar deixava-a desarmada. Seus olhos azuis ardiam com desejo, vasculhando o comprimento do seu corpo, persistindo no seu peito e mais abaixo... Sua respiração e sua garganta de repente estavam muito secas
para ela conseguir falar. Seus mamilos estavam duros, e seu corpo tremia. Sem mais uma palavra, ele estendeu a mão para tocar com o dedo aquele lugar íntimo entre as coxas dela. Ela quase gritou com o calor chocante de seu dedo. Ele se inclinou para pegar sua boca, em seguida deslizou a língua entre os lábios dela. Ao mesmo tempo, ele escorregou um dedo entre os lábios da parte de baixo. A sensação a deixou tonta, e ele a pegou em seus braços, beijando-a apaixonadamente... tocando-lhe suavemente... pressionando seu dedo cada vez mais fundo. "Meu Deus!" ela gritou sem fôlego. Seu coração pulou com mais força a cada carícia. Ele puxou-a para mais perto e aprofundou o beijo, mergulhando sua língua mais profundamente, explorando sua boca com uma intensidade que a deixou fraca. "Dê-me sua língua," ele exigiu. "Me prove." Ela fez o que ele pediu, seus olhos fechando-se em prazer. Broc segurou seu pênis com a mão, acariciando-a com a ponta dele, divertindo-se com a umidade dele por causa dela. Naquele instante, enquanto ele se colocava entre seus lábios úmidos, doces, ele fez com que a tensão do corpo dela ansiasse o corpo dele além da loucura. Era tudo o que ele precisava para se empurrar para dentro dela. Mas ele encontrou sua virgindade, e ele queria que sua primeira vez fosse prazerosa. Ele a queria molhada... e desejando... queria colocá-la sobre a palete e beber o néctar de seu corpo. Ela estava mole em seus braços, oferecendo-se sem reservas, presenteando-lhe com o mais glorioso prêmio já concedido a um homem. Gemendo com desejo, ele a colocou sobre a palete, beijando
seus lábios até que eles estavam tão molhados e inchados como sua flor. Ela não protestou, e suas mãos encontraram seus seios por sua própria vontade. Ela se arqueou, e seu corpo tremeu em resposta. Cristo, não era fácil se conter. Já fazia tanto tempo. ELE MORDISCOU SEUS SEIOS, em seguida, se dirigiu para a curva suave de sua barriga, seu coração martelando com antecipação. O corpo dele pareceu se fragmentar ao provar seu corpo, seu coração se contraiu dolorosamente quando ela arqueou seu corpo, oferecendo-lhe um banquete magnífico. O sabor dela não era nada como ele havia imaginado, seu cheiro era como um doce pólen. Ele a provou febrilmente, sugando o botão do seu desejo, puxando suavemente para a sua boca seus mamilos. Ela gritou, levantando as pernas dela sobre seus ombros, e ele jurou para Deus que ele ia morrer ali mesmo onde estava deitado. "Você... tem o gosto..." ele se forçou a ir para longe da doce recompensa, substituindo seus lábios pelos seus dedos, enquanto ele mordiscava e beijava fazendo seu caminho de volta para a boca. "... tão bom," ele terminou, oferecendo-lhe a língua. Seu corpo estremeceu violentamente quando ele pegou sua língua e colocou-a em sua boca. Foi um convite muito perverso e estranho, mas Elizabet estava também com muito desejo para protestar contra a oferta dele. Ela sugou a língua dele, provando-se nos seus lábios... na sua boca... enquanto os dedos dele dançavam no seu corpo a dança mais erótica que ela já tinha conhecido.
Cada nervo no corpo dela se sentia mais vivo com o seu toque, cada respiração que ela dava fazia seu corpo tremer, e a cada tremor ela sentia um arrepio de êxtase. Ela se sentia totalmente indefesa sob o ataque desta sensação. Mesmo se ela soubesse o que fazer em troca, ela não teria o bom senso de fazê-lo, tão alheia ela estava. "Abre as pernas para mim, meu amor..." Gemendo baixinho, Elizabet fez o que ele pediu, abrindo suas pernas, para que seus dedos pudessem dançar melhor dentro dela. Ela estava novamente ofegando suavemente, seu coração aos solavancos a cada toque da sua mão. Seus beijos eram arrebatadores, suas carícias chocantes, mas ela estava descaradamente encantada a cada deslize de seus dedos. Ele levantou a mão de repente para as suas bocas e pressionou os dedos molhados entre seus lábios, lambendo-os com lascívia. Ela ficou chocada por um instante, e então se juntou a ele, o coração dela batendo ferozmente. As pernas dela estavam abertas por sua própria vontade, buscando algo, embora ela não soubesse o que. E então de repente ela sentiu a pressão entre suas pernas, e ela gritou, arqueando seu corpo instintivamente, grudando-se alegremente ao seu corpo. O grito dele foi irregular contra a orelha dela. O corpo dele estremeceu em resposta, e ele rosnou, segurando-a mais perto. A dor foi mínima, e o som do prazer dele só fez aumentar o prazer dela própria. ENVOLVENDO seus braços sobre o pescoço dele, ela moveu seu corpo, mexendo-se sob ele, precisando que ele fosse mais profundo... e mais profundo... mais profundo.
Algo dentro de sua barriga ficou mais sensível, numa intensidade tão grande que seu coração quase parou de bater. A cada carícia do corpo dele dentro dela, intensificava-se o prazer que ela sentia. E então o tempo pareceu ter parado por um instante interminável, e ela sentiu o clímax do seu corpo. A consciência dela se desfez em mil pedaços brilhantes nesse instante glorioso, e ela gritou, tremendo em júbilo. Ele respondeu ao seu clímax fazendo com que seu corpo fosse ainda mais fundo dentro dela, e ela pode sentir sua pulsação contra seu coração. Ela gritou para ele, seu corpo novamente em convulsões. Ele colocou uma mão em suas costas e a rolou para o lado, arrastando-a com ele, até que ela ficou por cima dele. O corpo dela ainda pulsava com prazer, retirando dele até a última gota de sua semente. O som de gemidos penetrou a consciência dela. Ela olhou para Harpy, que estava sentada olhando para eles, ansiosa, a expressão dela cheia de curiosidade. De alguma forma, saber que o cão da mãe tinha testemunhado cada exibição do sexo deixou seu rosto quente. Harpy inclinou a cabeça, olhando seus corpos nus, entrelaçados. "Oh, Deus!" ela exclamou. Seu rosto corando de mortificação, ela enterrou a cabeça dela contra o pescoço do Broc. Ele riu suavemente, o som da risada dele totalmente saciado e relaxado. Ele colocou a mão na sua nuca, massageando-a suavemente. "Da próxima vez, nós vamos colocar o cão lá fora," ele prometeu e beijou-a suavemente no rosto, e a abraçou docemente.
Elizabet nunca se sentira mais querida do que ela se sentia naquele momento. Seu coração parecia estar tão grande, que ela pensou que talvez não fosse caber dentro de seu peito. Ela não se arrependia de nada. De nada mesmo. Ela dormiu com o rosto no ombro de Broc enquanto ele acariciava suas costas e penteava seu cabelo com os seus dedos. Vagamente, ela ficou ciente de que Harpy deu um último gemido e depois se deitou ao lado deles, relaxada, e assim como Elizabet, foi dormir. "Vou fazer tudo certo, Elizabet," ela pensou que o ouviu sussurrar, mas ela estava muito saciada para perguntar o que precisamente ele queria dizer, e então o corpo dela flutuou num bem-aventurado estado de sono.
CAPÍTULO 21
A
manhã amanheceu sobre cinzas pretas. O estábulo tinha queimado até o chão. As barracas atrás dele estavam em parte arruinadas. Seria preciso trabalho duro para restaurá-los e dinheiro que Piers não tinha
para gastar. "Nós ajudaremos no que pudermos," Leith garantiu. Piers assentiu com a cabeça em apreciação. Ele estava fazendo progressos na construção de uma amizade com os irmãos de Meghan — mais com Colin do que com Leith, mas Leith era provavelmente o mais digno dos três. Gavin era virtuoso, mas cego por sua piedade, e Colin tinha estado, até se casar com Seana, muito preocupado com seus prazeres pessoais. Mas Piers se sentia mais próximo de Colin. Ele era o mais amável e o mais genuíno dos irmãos Brodie. E havia esperança para o homem, porque Seana o tinha feito ficar de joelhos por amor a ela. Ficou claro para todos que ele amava sua mulher. "Pode contar comigo, também," Gavin falou. "Agradeço a oferta," ele disse para os dois irmãos. Era a segunda vez que Leith pedia para seus homens ajudarem Piers numa reconstrução. A primeira vez tinha sido para reparar a sua cerca. Ele estava começando a ter um sentimento de culpa. Um dia, ele ia retribuir o favor. Ele só esperava pelos dois que não fosse breve.
Colin estava ao lado dele, considerando o prédio devastado com os olhos apertados. Era óbvio que ele estava perdido em pensamentos, porque ele não estava consciente da conversa ao redor. Seana veio por trás, envolvendo seus braços sobre a sua cintura, e ele só tomou conhecimento dela quando ela deitou a cabeça sobre os seus ombros. Ele olhou por cima do ombro para ela, e ela sorriu cheia de amor. "Meghan contou-me o que aconteceu". Colin assentiu com a cabeça. Ela virou-se então para Piers e disse, "Sinto muito". "Não é sua culpa, Seana. Cadê a Meghan?" Vendo a intimidade entre Colin e Seana o fez ansiar por sua esposa. "Cuidando de David. O rapaz é um jovem valente." Piers assentiu com a cabeça. "Sim, ele é." "Você têm noção de quem ateou o fogo?" PIERS ESTAVA feliz porque Tomas não estava agora na sua presença. Ele dificilmente acusaria o homem sem provas, mas ele confiava em suas entranhas, e elas lhe diziam que o homem era mau. "Nenhuma idéia," ele respondeu e teve que cerrar seus dentes para não compartilhar suas suspeitas. Colin encontrou seu olhar, seus olhos azuis totalmente perdidos em seus pensamentos. Sem dizer uma palavra, Colin se virou novamente para olhar para as ruínas, e Piers repreendeu a si mesmo. Cristo, ele estava começando a ver conspiração em cada olhar. Mas ele sentia que Colin sabia algo que ele não estava dizendo.
Ainda assim, ele não estava preparado para enfrentá-lo uma vez que a paz que eles tinham estabelecido era tão recente. Meghan nunca o perdoaria se ele atirasse acusações a qualquer um dos seus irmãos sem ter evidências para apoiar suas acusações. Colin era um bom homem. Se houvesse alguma coisa que ele tivesse para revelar, ele viria até Piers por sua própria vontade. Piers contava com isso. Entretanto, ele tinha colocado dois guardas para vigiarem Tomas à distância, porque ele estava certo de que Tomas estava de alguma forma no centro de tudo o que tinha acontecido. Sua chegada parecia ter precipitado tudo. "Eu não estou me sentindo muito bem," Seana disse de repente. O marido virou em sua direção. "Acho que talvez seja melhor eu voltar para casa." "De jeito nenhum!" ele grasniu. "Você não vai a qualquer lugar sozinha!" "Não precisamos de você no momento," Piers assegurou para Colin. "Leve-a para casa se ela deseja ir." Teimosamente, ele balançou a cabeça. "é meu dever permanecer aqui e se eu preciso ficar, ela fica também!" Ela levantou o queixo. "Não seja bobo, Colin!" ela o repreendeu. "Não é tão longe para eu ir caminhando, e certamente não é como se eu nunca tivesse andado sozinha nestes bosques por toda a minha vida! Você acha que alguns dias após o nosso casamento eu de repente virei uma inválida?" Ele franziu a testa com a sua censura, mas pareceu considerar as palavras dela. "Eu ficarei bem," ela assegurou, o tom dela não deixando nenhuma dúvida quanto a força de sua determinação. Piers sorriu
em apreciação, totalmente satisfeito por ele não ser o único homem a ser atormentado por mulheres voluntariosas, problemáticas. A expressão de Colin manteve-se preocupada, seus medos ainda latentes, mas estava clara na postura de Seana que ela não ia voltar atrás. A expressão dela continuava a desafiá-lo. Colin arqueou uma sobrancelha para ela e deu um sorriso, obviamente acreditando que tinha encontrado uma restrição. "Com uma condição..." ELA LEVANTOU SUA TESTA. "E qual seria a condição, marido?" "Que você vá a cavalo e não a pé." O pedido momentaneamente a surpreendeu, e ele apenas sorriu para ela. "Leve a minha montaria," ele lhe ofereceu, um pouco mais seguro de si. Piers podia ter lhe avisado para não ser muito arrogante. Essa tática nunca funcionava com Meghan. Por um instante, Seana ficou calada, e então ela respondeu mais determinada do que nunca, "Muito bem, marido." Ela sorriu para ele, retornando o seu sorriso. "Vou cavalgando." "Bom Cristo Seana!" Colin explodiu. "Você nem mesmo gosta de cavalos!" Ela piscou para ele. "Acho que agora é uma boa hora para aprender a gostar deles. Você não acha?" E com isso, ela se virou para ir, e Colin foi atrás dela, tentando em vão dissuadi-la de ir embora. Gavin olhou para o seu irmão mais velho, com as sobrancelhas levantadas, e Leith lançou um olhar para Piers. Os três juntos
deram uma risada. "Isso é o que dá escolher a carne sobre o espírito," Gavin repreendeu os dois. Leith ignorou sua repreensão. "Ela não parece doente para mim," ele comentou. Na verdade, ela não parecia doente para Piers, também, mas ele não disse nada, pois não era da sua competência comentar. Ele já tinha o suficiente para se preocupar com a sua própria esposa — para não mencionar o desaparecimento de Elizabet, a morte de John e um estábulo que tinha sido sabotado — e se ele não reparasse os barracões esta tarde, seus homens iriam dormir na porta do seu quarto. Só uma coisa fez seu temperamento mais azedo do que a presença de Tomas na casa dele, e era a perspectiva de passar seu tempo privado com Meghan além de trinta e três pares de orelhas na sua porta. "Vamos ao trabalho," ele sugeriu. Colin poderia muito bem lidar com seus próprios assuntos sem platéia. BROC POUCO TINHA DORMIDO. Ele não fechou os olhos até que a vela se apagou. Ele não atreveu a se mover, para que ela não despertasse e pudesse deixálo. Tudo parecia um sonho tão requintado, e se ele estava sonhando, ele realmente não queria acordar. Harpy tinha outras idéias. O cão enterrou seu nariz molhado na orelha dele. O choque desse gesto o assustou. O animal pareceu sorrir para ele, satisfeito com a reação.
"Cão voluntarioso!" ELIZABET SE ESTICOU em cima dele, dando um lindo sorriso para o seu cão beligerante. "O que você está fazendo com Broc, cão tolo?" ela perguntou como se esperasse uma resposta e então bocejou lindamente. "Ela está competindo pela sua atenção," disse Broc, sorrindo. Elizabet alcançou seu rosto e deu-lhe um beijo suave sobre os lábios e o coração dele inchou de alegria com este gesto. Broc colocou-a ao lado dele e rolou em cima dela, acariciando sua testa, admirando a perfeição sedosa do rosto dela. Ela fechou os olhos e seus cílios se colocaram amavelmente sobre suas bochechas. Ele se inclinou para beijá-la reverentemente nos lábios, quase não acreditando a completude que sentia em seus braços. "Beije-me outra vez," ela exigiu sonolenta, envolvendo seus braços sobre o pescoço dele. Broc não precisava ouvir duas vezes. Com um rugido de prazer, ele apertou sua boca na dela, e ela respondeu entrelaçando suas pernas em torno dele. Ele fez amor com ela, com todo seu coração e alma, sabendo que muito em breve ele teria que ir embora.
CAPÍTULO 22
"Eu tenho algo para te mostrar," Broc disse, levando Elizabet ao longo do pântano. Ainda era cedo e ele sabia que Piers e seus homens somente recomeçariam as buscas após o incêndio estar sob controle e eles determinarem como ele tinha começado. Isso lhe trouxe um pequeno alívio, e onde ele ia levá-la, não havia muita chance deles serem descobertos de qualquer maneira. Ele queria compartilhar algo com Elizabet que ele nunca tinha compartilhado com outro ser humano — nem mesmo com o primo dele, Cameron. Muito perto de onde ele tinha enterrado seu cão Merry, ele tinha erguido um cairn para sua família — e em cima dele, ele tinha gravado os nomes, e marcado o ano que tinham falecido. Embora seus ossos estivessem descansando a léguas de distância, este era seu monumento privado para uma vida que ele tinha abandonado e um povo cuja linha acabaria com a sua própria morte... a menos que ele trouxesse um filho ao mundo. Neste país escarpado, cheio de penhascos, havia incontáveis cairns que pontilhavam a paisagem, mas a maioria não tinha sido construída pelas mãos de um menino de sete anos de idade. "Aonde vamos?" ela perguntou. Harpy latiu em seus calcanhares. "A um lugar sagrado," ele disse simplesmente. Alcançaram o ponto antes que o sol de meio-dia dia aparecesse
bem no alto e as sombras dançavam longas e finas ao longo da encosta. Eles vieram até o cairn, com suas pedras amontoadas uma sobre a outra com carinho. Broc tinha tomado muito cuidado para não roubar os cairns dos outros, porque profanar os túmulos dos mortos não trazia boa sorte para os vivos. "O que é isto?" Elizabet perguntou. Por um momento, Broc simplesmente ficou ali, não tendo certeza por onde começar ou porque ele a tinha trazido a este lugar para começar. De alguma forma, era como se ele estivesse trazendo ela para a casa dele para conhecer sua mãe... exceto que sua mãe não tinha mais olhos para ver ou braços para abraçar. "Eu construí quando eu era ainda uma criança," ele disse. "Para mim este é o túmulo dos meus pais, mas ele encontra-se vazio." Ele olhou para ela de uma maneira significativa. "Eu sou o último de minha tribo." "Mas eu pensei que..." Ele balançou a cabeça. "Os MacKinnons me acolheram quando eu era um garoto, embora na verdade nós façamos parte da mesma linhagem que se iniciou com o primeiro Rei da Escócia." A EXPRESSÃO dela era de uma pessoa maravilhada. "Meu Deus, você construiu? Quanto tempo levou?" "Muitos anos, cada momento que eu podia roubar das minhas tarefas." "E você nunca disse para ninguém?" Broc abanou a cabeça. "O que é um cairn no meio de tantos outros."
"Mas este foi construído com o seu suor. Diga-me... o que está escrito lá na pedra?" Broc adiantou-se para a grande pedra que bloqueava a entrada, satisfeito por ver que permanecia intacta. "Está escrito, Elsa, o nome da minha mãe e Fiona, o nome da minha irmã. E aquele," ele disse, correndo os dedos reverentemente sobre as gravações antigas, "é o nome do meu pai. Seu nome era Kenneth como o primeiro filho de Alpin." Elizabet passou seus dedos sobre as gravações... marcas que tinham levado anos para Broc gravar. Com uma pedra na mão, ele tinha cortado esses nomes por longas horas, moldando-as com pensamentos de vingança, até que o rosto de sua família há muito tempo já tinha se desvanecido da sua memória. "E quanto a isso?" ela perguntou. "O que diz?" Broc engoliu, despreparado para a emoção que ele sentia simplesmente por estar neste lugar — o dilúvio de sentimento que ele tinha negado desde o dia que pela primeira vez ele tinha empunhado a espada de seu pai — a espada que ele ainda carregava em sua cintura. “Cnuic `is uillt `is Ailpeinich” Ela olhou para ele, curiosamente. "O que isso quer dizer?" "Montes e córregos e MacAlpin — quer dizer, um não existe sem o outro, e é o sangue de MacAlpin que corre nas veias de todas as tribos desta colina... um dia talvez nas veias dos meus filhos." Ela não podia saber o quanto este momento significava para ele. "Eu nunca pensei em trazer alguém aqui," Ele admitiu, dandolhe um olhar significativo. "Nunca nem mesmo pensei em ter um filho. Eu tinha muito medo de abrir meu coração por que eu não queria morrer de tristeza em perder tudo outra vez."
"E agora?" Broc engoliu. "Eu agora percebi que me sinto vivo... com você..." Ele não a conhecia há muito tempo, mas isso não importava. Ele tinha passado a vida toda sem ela e sabia que ele estava se sentindo diferente de tudo o que já tinha conhecido. Ele nunca tinha conhecido uma mulher em toda a sua vida que tinha lhe dado esperança. Ele queria protegê-la, amá-la e mantê-la. "SEJA MINHA ESPOSA, Elizabet," ele disse segurando-a pela mão. Ele de repente queria isso mais do que tudo na vida, e ele queria que ela olhasse nos seus olhos e soubesse que ele realmente sentia cada palavra que ele falava, "Nós não precisamos dizer nossos votos diante de um padre para torná-lo verdadeiro e eu vou mantêla segura e tratá-la bem." Ela ficou diante dele, olhando lindamente desnorteada, e ele tomou seu rosto em suas mãos e beijou-a com todo o sentimento que ele podia reunir. Ele queria que ela sentisse sua alma, queria que ela se sentisse envolvida em adoração. "Case comigo", ele insistiu. "Vamos insuflar uma nova vida no nome dos MacEanraig— deixe que nossos filhos e filhas nos enterrem aqui juntos onde o sol se põe. Os lábios dela se separaram para falar e ele prendeu sua respiração. "Diga que sim," ele ordenou para ela, "e eu sempre vou protegê-la e mantê-la — e embora eu não tenha riquezas nem uma mansão grande, nada vai lhe faltar."
Elizabet estremeceu com o calor da sua respiração contra o rosto dela. Ela esperava que ele fizesse o que outros homens fariam — tirar sua virgindade e depois esquecer suas promessas adoráveis. Os sonhos dela tinham sido de liberdade... mas em seus braços, o pensamento do matrimônio não parecia mais uma sentença, mais sim uma bela promessa. "Eu lhe dou a minha palavra de me casar com você corretamente, mais tarde e farei meu melhor para te fazer feliz." Ele não tinha dito que a amava, mas amor só existe nos contos dos trovadores... Ele esperou que ela respondesse. Claramente este lugar significava algo para ele e ele a tinha trazido aqui e desnudado seu coração, oferecendo mais do que ela jamais tinha sonhado que qualquer homem faria. O irmão dela acharia que ela estava louca, ela sabia. E ainda assim... se ela estava de fato louca, então que assim fosse. Ela não conseguia pensar em nada que a pudesse fazer mais feliz do que ficar todas as noites nos braços de Broc. Ela assentiu com a cabeça. Ele pegou a mão dela, olhando para o seu rosto, os olhos azuis dele tão sinceros do que qualquer um que ela jamais tinha visto. "Em nome do meu sangue, juro pelo meu coração, eu juro te amar e te respeitar até a morte." O coração de Elizabet se encheu cheio com suas palavras e os olhos com lágrimas. O momento era mais doce na sua simplicidade, do que qualquer cerimônia possivelmente já podia ter sido. Ela engoliu e em troca, disse "Eu lhe dou meu coração... e juro te amar e te respeitar até o dia que eu morrer."
ELE SE INCLINOU para beijar seus lábios, sussurrando suavemente contra eles, "eu... Broc Ceannfhionn... o último dos MacEanraig... te aceito, Elizabet, como minha esposa deste dia em diante." Ela suspirou. "E eu, Elizabet, te aceito como meu marido, deste dia em diante." Ele sorriu para ela, então, e eles se olharam, sentindo-se um pouco estranhos. "E agora?" Elizabet perguntou. "Agora," ele disse com um sorriso, "Eu vou beijar minha noiva!" SEANA INSTOU o cavalo de Colin em um trote. Ela estava certa que havia algo errado com Broc, e ela estava prestes a descobrir o que era. Se ela pudesse, ela certamente ajudaria. Ela lhe devia muito por tudo o que ele tinha feito para ela. Ela tinha deixado o marido reconstruindo o estábulo e as barracas com seus irmãos e Piers. Juntamente com seus homens, ela não tinha dúvidas de que eles iriam restaurar o estábulo em pouco tempo. Mas o dia seria longo, e a busca por Elizabet seria adiada até o dia seguinte — o que significava que o irmão dela iria ser enterrado sem ela. Não havia como eles pudessem esperar mais um dia. Mas talvez eles não tivessem, porque ela tinha uma suspeita onde a moça poderia estar. Tinha sido muito estranho Broc aparecer tão tarde da noite, e lhe perguntar se ela já tinha visitado o casebre que ela tinha compartilhado com seu da. Dada a descrição do captor da menina, não precisaria ser um gênio para supor que Broc a tinha levado para lá. A questão era por que. Ela não acreditou nem por um instante que Broc prejudicaria a
pobre garota. Nem ela acreditava que Broc tivesse matado o irmão de Elizabet. Algo não estava certo. Broc nunca faria mal a alguém, a menos em legítima defesa. Mas alguma coisa tinha acontecido, e Seana ia perguntar-lhe diretamente olhando para a cara dele antes que outra pessoa foi ferida. Ela estava quase certa de que Colin suspeitava que Broc fosse o responsável pelo sequestro da garota, e ele estava sofrendo o suficiente por manter silêncio. Ela sabia que seu marido se sentia dilacerado. Ele amava Broc como um irmão, mas ele tinha que honrar o marido de Meghan. Ela não queria aumentar seus fardos. Era melhor ele não descobrir onde ela tinha ido. ELA PENSOU em desmontar quando estava longe o suficiente, mas decidiu que era melhor não fazer. Ela precisava de todo o tempo que ela conseguisse. Não demoraria muito antes de Colin começasse a procurá-la. Se ele por acaso fosse para casa e visse que ela não tinha voltado, ele saberia imediatamente onde ela tinha ido. E Jesus, ela não queria ver sua ira tão cedo em seu casamento. Quanto mais cedo ela enfrentasse Broc... e voltasse para casa, seria o melhor para todos os envolvidos. DE ALGUMA FORMA, Broc tinha que endireitar as coisas. Ele deixou o casebre e Elizabet com Harpy sob o pretexto de ir buscar comida. Com a barriga roncando, ela não lhe questionou. Ele a beijou na porta se despedindo e a deixou rapidamente, confiante de que ela estaria segura lá. Ele percebeu que não podiam continuar como estavam.
Ele não tinha matado John, mas ele não sabia como prová-lo neste momento. O melhor a fazer era levar Elizabet para longe deste lugar, até que ele pudesse pensar numa maneira de provar sua inocência — se ela viesse com ele. Havia mais em jogo aqui do que o seu relacionamento com Elizabet ou até mesmo sua própria vida. A paz tão duramente conquistada entre os clãs corria perigo e podia ser destruída. Ele pretendia falar com Iain para ver como o seu laird iria aconselhá-lo. Ele respeitava a opinião de Iain e sabia ele nunca iria lhe dar conselhos errados. Ele era seu último recurso. Se ele permanecesse, e Tomas o acusasse, os clãs ficariam divididos. Se ele fosse embora, de preferência com Elizabet, ele poderia de alguma forma convencê-la que ele não era responsável pela morte de John, e se ela o perdoasse por ter mentido para ela, talvez houvesse esperança de felicidade para os dois. Após os votos, nesta manhã, ele sabia onde devia ir. Ele a levaria aonde ele tinha nascido, onde sua mãe e seu pai tinham morrido. Talvez a velha Alma ainda estivesse viva. Fazer Elizabet ir era outra questão inteiramente diferente. Ela era muito perspicaz para permitir que ele continuasse colocando-a de lado. Mais cedo ou mais tarde, ela ia marchar até o salão de Piers e exigir todas as respostas que ele não estava dando a ela. E de repente ele tinha muito a perder. Ele podia perder Elizabet. IAIN SABERIA O QUE FAZER, ele achava. Pelo menos ele daria um conselho honesto para Broc, com os interesses mais importantes do clã, em seu coração.
No fundo do seu coração, Broc não acreditava que Colin fosse traí-lo, mas a amizade deles tinha ficado extremamente tensa, ele sentiu, simplesmente pela sua aparição na casa de Colin. E tinha ficado claro para Broc naquela noite que embora Colin sentisse lealdade por Broc, sua família — Seana e Meghan — era a sua maior prioridade. Se apenas houvesse alguma maneira de provar que Tomas ainda estava com a bolsa de dinheiro e que ele pretendia mantê-la. Se apenas Broc pudesse provar que Tomas estava disposto a matar pelo dinheiro. Mas Broc não podia provar nada. Ele tinha que confiar exclusivamente na autoridade da sua palavra. Ele tinha que confiar no simples fato de que seus amigos e parentes o conheciam bem e sabiam que ele não mentia. Por Deus, ele nunca mentiu um dia em sua vida. Até agora. A verdade repugnante era que se ele confrontasse o bastardo sem rodeios, Tomas precisaria apenas dizer que com a bolsa até Elizabet ser encontrada. Afinal de contas, se Elizabet fosse encontrada morta, o dinheiro seria devolvido ao pai dela, não para Piers. Era a palavra do filho da puta contra a dele. E o cerne de tudo era o medo de que Elizabet não fosse acreditar nele. E por que ela acreditaria? Ele mentiu para ela. Ele orou a Deus para que Iain soubesse o que fazer, porque suas escolhas eram poucas, e ele não queria perdê-la agora quando ele tinha acabado de encontrá-la. Ele faria qualquer coisa para mantê-la segura.
Qualquer coisa. Ela era sua prioridade. Ela era sua esposa. Nada era mais importante do que ela — nem mesmo a sua lealdade para com Iain MacKinnon. Ele tinha se ligado a Elizabet, e se ela escolhesse acreditar nele ou não, ele honraria os votos que eles tinham falado até o dia que ele finalmente fechasse seus olhos. ELE NÃO TINHA USADO AINDA sua túnica nova, mas Elizabet sabia que provavelmente não era a coisa mais sábia a fazer. Se Tomas visse Broc usando o tecido rico, vermelho, ele saberia imediatamente como encontrá-la. ELA DOBROU a túnica ordenadamente e colocou-a sobre a mesa, amorosamente, alisando as rugas da veste. Quando eles se casassem novamente com os homens como testemunhas, ele poderia usá-la. Ela sorriu para o ridículo da situação que ela estava vivendo. Ela estava tão feliz como uma mulher poderia estar considerando que ela estava sendo perseguida por um assassino frio e presa em um casebre sujo — mas ela estava, de fato, muito feliz. Broc consertaria tudo, ela estava certa. Suspirando, ela se inclinou sobre a mesa e olhou para a palete, que eles tinham compartilhado. Ele tinha tocado seu corpo com tanta malícia, mas seus beijos carinhosos tinham feito tudo parecer tão certo e tão puro. E os seus votos foram tão românticos. Certamente, ela nunca tinha imaginado que aconteceria com ela — e com o homem
aparentemente mais prático que alguma vez ela tinha conhecido. Mas o casamento dela era certamente o tipo de coisa, que os sonhos e as lendas eram feitos. Ela não precisava desposá-lo diante de um altar. Sua comunhão tinha sido de coração. E o testemunho deles tinha sido a única testemunha que realmente importava... Um sorriso irônico apareceu em seus lábios. Ela tinha que se lembrar de agradecer a Tomas por tentar matá-la. Se não fosse por ele, Broc nunca a teria raptado, e ela não estaria tão abençoadamente feliz agora. Ela estava quase certa de que não era essa a sua intenção. A primeira coisa que ela ia fazer era perguntar ao seu pai e a Margaret se eles tinham qualquer conhecimento das ações de Tomas. Se ele estava tão fraco que ainda não conseguisse ver o coração negro da sua mulher, que assim fosse. Elizabet não precisava dele. Ele não tinha feito parte de sua infância, e ela não precisava dele para fazer parte da vida dela agora. A melhor coisa que ele tinha feito por ela foi mandá-la embora com o seu dote intacto, e por isso ela estava grata. Ela olhou para o chão, espiando um pacote sob a cadeira e se inclinou para pegá-lo. Tinha que pertencer a Broc, porque ele não estava lá no dia anterior. Ele devia ter caído. Ela o colocou sobre a mesa, se perguntando sobre o seu conteúdo, e então, curiosa, ela o pegou mais uma vez e o abriu. O sorriso deixou seu rosto quando ela abriu o guardanapo e examinou seu conteúdo. Comida. Queijo duro. Pão. Nada que pudesse estragar. Ela lançou um olhar para a porta, se perguntando se ele tinha esquecido que tinha trazido isso. Por que ele tinha saído para procurar comida quando eles já tinham alguma coisa
que eles podiam compartilhar? Não era um banquete, mas certamente faria com que eles atravessassem a manhã sem fome. Ela acreditava que ele tinha esquecido. ELA OUVIU um barulho na porta e pensou que talvez ele tivesse se lembrado. Ela colocou a comida sobre a mesa e correu para a porta, parando quando viu uma mulher jovem. Elizabet ficou surpresa com a visão dela. Por um momento, nenhuma das duas falou, tão atordoadas elas estavam com a visão uma da outra. E então a mulher sorriu. "Meu nome é Seana." Elizabet assentiu com a cabeça. "Eu costumava morar aqui." A infame Seana. Ela era linda e Elizabet sentiu ciúme, apesar dela perceber que era bobagem. Os gentis olhos verdes da mulher a estudavam. E ocorreu para Elizabet que ela deveria ficar preocupada. A última coisa que ela precisava era Seana voltar para o marido e revelar seu esconderijo. Ela respirou profundamente e disse, "meu nome é Elizabet." As sobrancelhas da mulher se levantaram ligeiramente, e ela acenou com a cabeça, como se ela não estivesse totalmente surpresa com a revelação. Ela olhou o quarto, como se à espera de encontrar outra pessoa, e então seu olhar voltou para Elizabet. "Espero que nos perdoe por usar sua casa," Elizabet falou. As sobrancelhas de Seana se levantaram. "Nós?” Elizabet assentiu com a cabeça. "Broc... e eu."
"Ele está aqui?" ela perguntou um pouco hesitante. "Não neste momento,” respondeu Elizabet. "Ele foi tentar arrumar... comida" Seana assentiu com a cabeça. "E você está sozinha?" Elizabet sorriu. "Não completamente... Eu tenho o meu cão." "Eu entendo." Mas o rosto dela dizia outra coisa. "Então você não está sendo mantida aqui contra a sua vontade?" ela perguntou para Elizabet. "Não! Claro que não!" Houve um silêncio. "Broc foi gentil o suficiente para me ajudar," Elizabet assegurou-lhe, não gostando da expressão no rosto de Seana. A expressão lhe deixava inquieta e de alguma forma defensiva. Seana assentiu com a cabeça. "Na verdade este é o nosso Broc." "É uma longa história," Elizabet disse, "Embora eu suponha que devemos lhe dar uma explicação, uma vez que estamos usando a sua casa." Seana não disse nada, apenas olhou para ela, e Elizabet sentiuse compelida a contar sobre Tomás, sua tentativa de matá-la, sua necessidade de se esconder dele, até que a verdade pudesse ser descoberta. Assim que Elizabet terminou sua estória, as duas estavam sentadas na mesa. SEANA ESTENDEU a mão para segurar a mão dela, assustando-a com o gesto. "E o seu irmão?" ela perguntou para Elizabet. Elizabet deu de ombros. "Ele ainda não sabe onde eu estou. Broc não teve a oportunidade de falar com ele, embora ele tenha
falado com a mulher de Piers." Seana franziu a testa. "Meghan?" "Sim. Você não gosta dela?" Seana sorriu e assegurou-lhe, "não, eu a amo." Elizabet retornou o sorriso, sentindo como se talvez ela tivesse encontrado uma amiga. "Presumo que ela não sabe que você está aqui, também?" "Broc achou melhor falar diretamente com Piers e Piers, ainda não voltou." Seana de repente levou a mão na testa, como se ela estivesse angustiada com a estória que Elizabet estava lhe contando. A expressão dela era uma mistura de confusão e raiva. A raiva Elizabet não entendia muito bem. "Quem lhe disse que Piers está fora?" ela perguntou, soando de repente envergonhada. "Broc, claro. Meghan disse que Piers tinham ido para Edimburgo, mas que ele voltaria breve." A voz de Seana estava dissonante quando ela respondeu, "Foi ela quem disse isso?" A testa de Elizabet estava franzida em confusão. "Sim." Doce Jesus, ela não tinha idéia do que ela tinha dito para provocar a ira repentina da mulher. O tom do Seana mudou de preocupação para petulância, e ela decidiu que a mulher era temperamental. Bem, ela podia ser petulante o quanto ela desejasse. Tudo o que importava para Elizabet era que ela mantivesse a confiança dela. "Você não vai contar a ninguém onde estamos, ou você vai?" Seana não respondeu por um momento, e então ela balançou a cabeça. "Não vou contar."
Elizabet suspirou de alívio. "Obrigada!" A testa de Seana permaneceu franzida. "Não tem porque agradecer," ela disse impaciente, e seu tom de voz estava desconcertante. Havia mais do que amizade entre os dois? Ela estava obviamente descontente com Elizabet e Elizabet não tinha noção do por que. Ela estava prestes a perguntar, mas a porta se abriu e Broc entrou. Elizabet estava tão feliz em vê-lo que saltou da mesa e correu na direção dele, jogando seus braços sobre o pescoço dele. Ele abraçou-a e, em seguida, afastou-a suavemente antes de virar seu olhar em direção a Seana. Elizabet sentiu que eles eram amigos íntimos por causa do olhar que eles compartilharam.
CAPÍTULO 23
Ocopo tinha transbordado. Seana se levantou da mesa, seu queixo se levantou em desafio. Ela deu a Broc um olhar diferente de todos o que ela já tinha lhe dado antes — como se de repente ela não o achasse melhor do que um verme. Broc não disse nada em sua defesa. O que ele podia dizer? "Eu gostaria de falar com você sozinho," Seana solicitou, o tom dela cheio de indignação. Elizabet deu-lhe um olhar. Ele respirou fundo e pediu para ela desculpá-los e então acenou para Seana para acompanhá-lo para fora do casebre. Elizabet o soltou obviamente confusa pela solicitação. Ele virou-se para a porta, abrindo-a para Seana e então deu um único olhar para trás para Elizabet antes de fechá-la. O rosto dela estava cheio de preocupação. "O que você está fazendo?" Seana disse, quando eles estavam a sós e longe da porta para que Elizabet não os ouvisse. Broc franziu a testa, seu peito pesado com o tormento. "Suponho que você está sabendo de tudo." "Sim!" Seana gritou. "Ela me contou tudo! E você mentiu para aquela pobre garota!" Ele assentiu, sem ter como se desculpar. "Por quê?" Ela perguntou para ele. "Este não é o Broc que eu
conheço e amo! Eu nunca vi você mentir para alguém desde que nos conhecemos!" Broc encolheu os ombros, olhando para o chão. "Por que você mentiu para ela?" Ele sabia precisamente o que ela estava falando. Ele balançou a cabeça, olhando em seus olhos, seus olhos ardendo com as lágrimas, que ele se recusava a lançar. "Eu não sei," ele confessou. "No começo não era uma mentira. Eu não o matei, Seana." Os olhos dela diziam para ele que ela queria acreditar nele, mas ela não sabia no que acreditar. "Eu não o matei," Broc repetiu mais firme. "Eu não o matei e se você não acredita no que eu digo então quem diabo vai acreditar?" Era como se Broc estivesse implorando. "Eu acredito em você," ela admitiu. "Mas ainda assim você mentiu para ela, Broc, e ela merece saber que seu irmão está morto. Ela merece assistir ao enterro dele." ELE BALANÇOU A CABEÇA. "Eu não posso deixá-la ir." Seana estreitou os olhos para ele. "Você a ama, Broc?" Não havia nenhuma dúvida em sua mente. "Sim." "Então me escute bem, Broc Ceannfhionn. Se você não contar a verdade para ela, você certamente vai perdê-la!" Ela apontou irada para o casebre. "Se fosse eu lá dentro e você não pudesse ser honesto comigo e falar a verdade, juro por Deus que eu iria deixálo e nunca olharia para trás!" Ele sabia que ela o estava aconselhando bem, mas ele não podia colocar Elizabet em perigo — não importava o que significasse para ele. Ele não podia permitir que Tomas a
prejudicasse. "Se eu deixá-la ir," ele raciocinou, tentando fazê-la entender, "então eu vou colocá-la em risco!" "Confie em seus amigos," ela disse. Ela não estava sendo razoável. "E se eu tivesse contado a Colin sobre isso, o que você acha que ele teria feito?" Ela olhou para ele, endireitando os ombros, recusando-se a ceder. "Não tenho idéia," ela admitiu, "mas eu sei que ele nunca te trairia. Você salvou sua vida, Broc. Ele nunca deixaria você ser machucado — e certamente não contra a palavra de algum conspirador inglês!" "Não," ele cedeu, "mas ele se sente tão chateado como você se sente agora e eu não poderia fazer isso com ele." "Você já fez isso com ele, seu maldito tolo!" Broc, sabia que ela estava falando com raiva. As mãos dela voaram para as ancas. "Você acha que ele é tão estúpido que já não descobriu tudo?" Broc quase engasgou com a culpa. O conflito já tinha começado, e ele mesmo não tinha se revelado a Piers. Mas ele não se arrependia de ter ajudado Elizabet. Se tivesse que fazer tudo de novo, ele faria o mesmo. "Confie em seus amigos," Seana implorou-lhe. Esticou a mão para tocá-lo no braço, apelando para ele. "Você compreende tudo o que está em risco, Seana?" Ela assentiu com a cabeça. "Se eu confessar para Piers, será a palavra de três Sassenach contra a minha. Em quem você acha que ele vai acreditar?" "Eu vou ficar do seu lado, Broc! Colin vai ficar do seu lado, também! Eu não tenho nenhuma dúvida. E você acha que Iain simplesmente vai te entregar para ser punido por algo que você não fez?"
"Vai acontecer sangue ruim entre os clãs," ele disse, teimosamente, encolhendo os ombros. "Iain sugeriu que eu pegue Elizabet e vá embora com ela até que tudo esteja resolvido, e acho que talvez esta seja a coisa certa a fazer!" SEANA ABANOU A CABEÇA. "EU NÃO CONCORDO!" "Isso não lhe diz respeito!" ele disse para ela. "Você deve ficar fora disso, Seana! Eu não pedi para você interferir, e seu marido não vai apreciar sua intromissão!" Ele tentou moderar sua raiva, mas ele se sentia preso, sem escolhas. "O que você acha que ele diria se soubesse que você está aqui?" Seu rosto aparentava ameaça, e ela parecia surpreendida. "Você devia ter permanecido onde você pertence — na cama de Colin — melhor você cuidar dos seus próprios assuntos, mulher!" Ela piscou com suas palavras, dando um passo para trás, parecendo magoada pelo seu ataque. Os olhos dela ficaram avermelhados e vítreos, e seus lábios tremiam quando ela falou. "Eu vim por causa de um rapaz que conheci. Você se lembra dele? Ele veio até mim quando outros riam de mim e me chamavam de nomes por causa da minha perna ruim. Ele me defendeu, repreendendo todos eles." Ela estava falando dele, da infância deles, e sua garganta estava seca com vergonha. Uma lágrima rolou em sua face, e ela falou com emoção e muito carinho. "Ele veio até mim e me levantou e me colocou no colo e enxugou minhas lágrimas. E ele me prometeu sua amizade e jurou que ele estaria sempre do meu lado quando eu precisasse dele. Sempre."
Broc engoliu, e seus olhos estavam nublados de água. "Você se lembra dele?" ela perguntou novamente, engasgada com suas lágrimas. "Aquele garoto sabia o certo do errado, Broc, e eu vim por causa dele. Você entende?" Ele não conseguiu responder. Tinha um bolo na sua garganta e ele não conseguia falar. Os olhos dele queimavam. Ela então se afastou dele e foi para o cavalo que tinha deixado amarrado a uma árvore próxima. Ela desatou o cavalo sem dizer uma palavra e montou com alguma dificuldade. Ele teria adiantado para ajudá-la, mas ele sabia que com certeza ela se recusaria. Ele conhecia Seana, conhecia seu orgulho. Quando ela já estava montada, ela se virou para ele. Ela instou a montaria para mais perto dele e olhou para ele, a expressão dela doída. "Se você ama aquela mulher, você vai dizer a verdade para ela, Broc. E você deve dizer antes de hoje à noite para que ela possa assistir ao funeral do irmão." Broc não disse nada, apenas olhou para o outro lado, seu interior ardendo. "Diga adeus por mim, por favor. Eu não vou voltar lá e encarála com mentiras!" Ele olhou para ela, teimosamente mantendo silêncio, mas sabendo que no fundo ela estava falando a verdade. Ele sabia que era o que ela acreditava com todo seu coração. "Ela é bela e doce e parece adorá-lo. Se você lhe disser a verdade, ela pode te perdoar." Ele tinha medo de desejar isso. "Mas se você não contar, Broc, tenho certeza de que você irá perdê-la." E com essa última advertência ela o deixou considerando as
palavras dela.
CAPÍTULO 24
Seana estava certa. Ele estava em perigo de perder Elizabet e que Deus o ajudasse, ela tinha se tornado a coisa mais importante do mundo para ele. Sem ela, nada mais importava. Sua única chance de mantê-la era ir até Piers e lhe revelar tudo o que tinha acontecido. Ele tinha que contar com Piers para protegê-la. Ele não se importava com o que poderia acontecer com ele, se Elizabet o perdoasse. O orgulho que se danasse, ele iria implorar por sua misericórdia e rezar para que ela encontrasse dentro de seu coração como perdoá-lo por suas mentiras. Ele a amava muito. Ela não lhe perguntou o que ele e Seana tinham conversado, e ele estava feliz, porque ele não estava pronto para contar nada para ela. Ele podia enfrentar homens nas batalhas, mas ele se acovardava ao pensar em ter sua inimizade. Ele pegou a túnica que ela tinha colocado em cima da mesa e ficou examinando seu trabalho. Era lindo, perfeito, os pontos limpos e precisos. Ela usou a fita dourada do cabelo para enfeitar as mangas, o decote e a bainha. Era a roupa mais fina do que qualquer outra que ele tinha já possuído antes. Ele só esperava que coubesse nele, porque ele odiaria decepcioná-la mais do que ele já tinha decepcionado. Ele colocou a túnica de volta na mesa e se virou para olhar para ela. Ela estava
parada perto da porta, olhando para fora. Faltava uma hora para o pôr do sol. Só mais uma hora antes de tudo mudar. Ela parecia tão adorável, com seu longo cabelo brilhante caído nas costas, que por alguns minutos ele ficou sem fôlego. Esta poderia ser a última vez que ele ficaria sozinho com ela. Ele orou para que isso não acontecesse, mas ele não era estúpido. Ele sabia que assim que ela descobrisse a verdade, ela talvez nunca o perdoasse. Seu coração doía em tormento, ele foi até onde ela estava e a abraçou pela cintura. Ele colocou sua cabeça em cima da dela, adorando a sensação de tê-la em seus braços. Ela olhou para ele, colocando seu rosto na sua face. "Você parece angustiado," ela disse, sua expressão cheia de preocupação — e talvez um pouco magoada, pois ele não confiava nela. Mas ela saberia tudo em breve. "Não é nada, moça," ele mentiu uma última vez. Mas seria a última vez. E ele ia fazer amor com ela pela última vez e esperava que ela visse em seu coração amor — que ela sentisse o coração dele batendo contra o dela própria e batendo por ela. ELE PUXOU-a de volta para o casebre, fechando a porta por trás deles. Ela se aninhou em seu abraço, e ele se inclinou para beijá-la, desesperado pelo sabor dos seus lábios. Ele mordiscou-os avidamente. Enfiando a mão no seu cabelo sedoso, e levantou o rosto dela. "Faça amor comigo," ele implorou.
Elizabet olhou para ele, seu coração batendo acelerado contra seu peito. Ela tocou o rosto dele com reverência, acariciou-o, amando-o. "Você nunca vai ter que me pedir." Será que ele não sabia? Será que ele não tinha entendido? O corpo dela ansiava pelo dele a cada instante que eles estavam juntos. Seu coração ansiava pelo seu toque e suas carícias. Ele estava distante e pensativo, desde a visita de Seana, e ela tinha medo de que ele tivesse se arrependido de seus votos. Havia algo entre os dois, ela suspeitava, mas ele tinha ficado com ela e isso era tudo o que importava. Sua respiração acelerou quando ele se inclinou para beijar seus lábios, e o coração dela bateu animadamente quando seus braços a abraçaram. Suas mãos grandes e quentes acariciaram seu corpo, tocando-a em todos os lugares, mais uma vez despertando seus sentidos. Ele fez uma pausa na sua coxa, acariciando-a suavemente, sua respiração soando irregular no ouvido dela. Elizabet fechou os olhos em total alegria quando ele se inclinou ainda mais para levantar a bainha do seu vestido, e tudo que ela pode fazer foi se agarrar ao pescoço dele como apoio enquanto as mãos dele deslizavam por baixo do vestido dela. Ele beijou sua boca, degustando-a como ela sabia que ele faria em outro lugar... escorregadio e quente. E então ele se mudou para o pescoço, mordendo-o delicadamente, beijando-o e que Deus tivesse piedade de sua alma, mas ela não queria que ele nunca mais parasse! Ele colocou o rosto em seu peito, beijando e lambendo o vale dos seus seios. A paixão mal contida em cada toque a deixou ofegante e excitada e afogada no desejo.
Ele a levantou sem uma palavra carregou-a para a mesa, colocando-a deitada. Seus olhos não a deixaram enquanto ele a puxava de volta para ele. A respiração de Elizabet quase parou quando ele levantou seu vestido revelando sua nudez. Uma coisa era se revelar na escuridão, com uma única vela acesa na noite escura e outra coisa inteiramente diferente era ficar desnuda à luz do dia, quando nada ficava escondido de seus olhos. A intensidade de sua expressão e olhar tirou totalmente seu fôlego. Ele olhou para ela, seu peito arfando com desejo, e seu corpo tenso. Ela engoliu e se abriu, querendo que ele viesse para dentro dela. Ela pertencia a ele. Ele pertencia a ela. E ELA NÃO QUERIA SEGREDOS ENTRE eles, não queria barreiras, não queria vergonha. Ele puxou uma respiração e falou, "Tão bonita." Com movimentos rápidos, ele desfez-se de seu traje e caiu de joelhos diante dela, gloriosamente nua, para beber de seu corpo. Elizabet arqueou suas costas, ansiosamente antecipando o toque de sua língua. Estava quente e sedosa quando finalmente chegou, e ela gemeu de desejo. Ele a rodou avidamente, provandoa, beijando-a, e enquanto ele a amava, o sabor dela nos lábios dele a fez chorar de puro prazer. Ela estremeceu de alegria à medida que calor inundava seu corpo e ele gemia com o sabor dela. Ele ficou parado, olhando para
ela, seus olhos escuros com paixão. Ainda tremendo com o seu clímax, ela se abriu para ele, e ele segurou seu membro em sua mão, empurrando-o para o corpo dela. Sua cabeça caiu para trás e ele gritou de prazer quando entrou nela. Ele fez amor com ela até que ela teve um segundo orgasmo e então um terceiro, até que ela pensou que ele não ia parar, até que ela tremeu sob ele uma última vez, chorando de alegria. E então ele deu um impulso final, violento e estremeceu com sua própria libertação. "Eu te amo," ele gritou. "Me desculpe... Me desculpe..." Ela pensou que ele queria dizer que lamentava por tê-la machucado, mas ele não a tinha machucado. Ela abraçou a cabeça dele em seu peito, tranquilizando-o, acariciando seu cabelo com seus dedos, murmurando suavemente palavras de amor para ele. "Está tudo bem," ela sussurrou, acariciando o cabelo caído em seu rosto úmido de suor. "Tudo vai ficar bem." NADA IA FICAR BEM. Broc vestiu-se com a túnica que Elizabet tinha feito para ele, satisfeito por ver que o tamanho estava perfeito. Depois ele enrolou sua manta, rezando para que ela acreditasse nele. "Traga o cão," ele se dirigiu a ela, com seu coração dolorosamente apertado. "Aonde vamos?" ela perguntou quando ele a pegou pela mão e levou-a para fora da cabana. "Falar com Piers," ele respondeu, seu tom monótono. Ele tentou falar o resto, mas não conseguia fazer com que as palavras passassem por seus lábios. A expressão no rosto dela era de surpresa. "Ele voltou de
Edimburgo?” "SIM", ele respondeu simplesmente e ficou em silêncio segurando a mão dela. Harpy, com a cauda abanando, mantinha o ritmo ao lado dela. "Entendo," ela disse num tom baixo e deve ter sentido o tumulto que parecia estar acontecendo dentro dele, porque ela de repente parecia angustiada. Ele pensou que ela podia estar com medo. "Não vou deixar nada acontecer com você," ele prometeu. "Não tenha medo, Elizabet." Ela assentiu com a cabeça, e ele gentilmente apertou a mão dela. Que Deus o ajudasse, mas ele não sabia como contar para ela. Parecia que não tinha um momento certo. Ele não tinha a intenção de esperar até chegarem à mansão de Piers para dar a notícia a ela, mas no silêncio em que eles iam, o caminho pareceu demasiado curto, e antes que ele percebesse, eles tinham chegado. Estava quase escuro agora, e os restos queimados do estábulo pareciam uma ferida aberta na terra. Todos estavam reunidos no campo perto da pequena capela. "Parece um funeral," ela comentou, olhando para ele. O coração dele bateu dolorosamente, ele puxou-a para mais perto dele, sem ousar olhar para ela. Eles chegaram à igreja antes da cerimônia começar. Diante dela apenas uma cruz branca em cima da manta com as cores dos Brodie envolvia um corpo. Que Deus o perdoasse, mas neste instante, ele quase desejava
que fosse ele deitado ali. Como ele ia encará-la? A cada passo que ele dava, suas pernas pareciam que iam vacilar. "Perdoa-me," ele lhe implorou. Elizabet estava começando a sentir que algo terrível estava acontecendo. O rosto de Broc estava pálido, sua expressão cheia de arrependimento. E ela se sentia abraçada por confusão. Ela parou e virou-se para enfrentá-lo. "Perdoar-te... pelo quê?" Ele não olhava para ela. Ele tentou, mas não conseguiu olhar nos olhos dela. Ele se virou para olhar para as pessoas que estavam na celebração, sua garganta tremendo. Ele balançou a cabeça e disse apenas uma palavra, "John." A clareza retornou com esse único enunciado. Ela virou-se para a multidão à distância. "Não!" ela exclamou, o coração dela batendo mais rápido. Ele permaneceu em silêncio, e ela largou a mão dele. "Diga-me que não é verdade!" Ela exigiu dele. Ele não falava nada, sem olhar para ela. ELA VOOU PARA ELE, batendo-lhe no peito. Harpy começou a latir. "Não!" ela gritou. Ela virou-se e começou a correr em direção onde estavam as pessoas, gritando o nome do irmão dela. Harpy correu atrás dela, latindo nos seus calcanhares. À distância, a música acabou, e ela correu às cegas em direção à multidão reunida, que se virou para enfrentá-la, observando sua
chegada. Ela sentia como se fosse desmaiar. Não podia ser verdade. Deus, por favor, me diga que não é verdade! Ela pediu e começou a chorar. Ele não podia estar morto. Mas ele estava. Tomas a viu e veio caminhando na direção dela, seu olhar sombrio e assustador, mas ela não tinha medo. Ele não se atreveria a tocá-la na frente de tantas pessoas. "Elizabet!" ele gritou, soando aliviado ao vê-la. "Meu Deus, onde você esteve?" Ela passou por ele, empurrando os braços dele para longe dela enquanto ela tropeçava através da multidão, e encontrou o olhar de Seana. A expressão da mulher estava cheia de pena, e Elizabet gritou de dor quando ela começou a compreender. A visão dela estava borrada por causa das lágrimas. Rostos começavam a se derreter diante de seus olhos. "Elizabet!" gritou um dos homens do seu pai. Ela reconheceu a voz, mas não viu seu rosto. Ela caiu de joelhos ao lado do buraco no chão. Ao lado dela, um homem esperava com a pá para colocar terra na cova aberta. Uma raiva cega saiu das profundezas dela, e ela o empurrou para longe. "John!" ela chorou, olhando para o buraco negro. Ele já estava metade coberto de terra. Alguém veio para frente e tentou consolá-la. Alguém veio e a colocou de pé. Ela se sentiu tonta de repente. Tudo se desvaneceu como se fosse um sonho terrível. A última coisa que ela viu antes da escuridão que caiu sobre ela foi o rosto de Broc enquanto ele vinha em sua direção.
CAPÍTULO 25
Elizabet se sentou chorando na mesa de Montgomerie. Seana e Meghan estavam ao lado dela, ambas tentando acalmá-la. "Se ela quiser ir para casa, é seu direito," Tomas disse em sua defesa. Piers permanecia inflexível. "Seu pai mandou-a para mim, e eu não vou mandá-la embora num momento de aflição!" Piers estava sentado na frente dela, assistindo Tomas andando irritado em volta da mesa, mas ela estava chorando muito profundamente sem poder expressar seus desejos. Que tola ela tinha sido! Como ela podia ter acreditado em Broc? O que se passava com ela para se atirar nos braços do primeiro homem que mostrou afeição por ela. Colin e seus irmãos tinham levado Broc, gritando e xingando, e eles o deixaram ir embora. Eles tiveram que imobilizá-lo e falaram com ele em um tom baixo. Elizabet soube que ele tinha concordado em sair, apenas se Piers prometesse que Elizabet não seria deixada sozinha aos cuidados de Tomas. Mas não era seu direito pedir uma coisa dessas. Ela o tinha repudiado como seu marido. Seus votos não tinham sido falados diante de Deus. Não importava que em seu coração ela sentisse até a última
palavra. Ela sempre iria sofrer pela lembrança dolorosa de seu breve tempo juntos. Ela queria tanto acreditar nele. "Você não acredita naquele escocês idiota!" Tomas, gritou com raiva. "Não sei no que acreditar," disse Piers. O rosto de Tomas mostrava todo o ódio que ele estava sentindo. Elizabet olhou para cima e viu seu rosto vermelho de raiva. "Você tem duas testemunhas, que juram que viram aquele maldito selvagem matar John diante dos seus olhos. Você vai chamar os dois de mentirosos, Montgomerie?" A expressão de Piers congelou. "Não chamei nenhum homem de mentiroso," ele disse batendo os dedos sem descanso em cima da mesa. "Sim, você chamou!" Tomas argumentou. Piers ficou calado. "Piers," Meghan o chamou. ELE OLHOU PARA SUA MULHER, seus olhos escuros com raiva, mal contendo seu temperamento. "Se você acredita mais no diabo escocês ao invés de dois dos seus compatriotas tementes a Deus, então você os chamou de mentirosos!" Piers inclinou sua cabeça para trás, obviamente tentando se controlar, mas Elizabet queria que Tomas vencesse esse argumento. Ele estava certo. Como eles podiam acreditar em Broc, quando duas testemunhas o viram matar seu irmão a sangue frio? Broc tinha mentido para ela.
Na cara dela ele tinha mentido para ela. Ela queria ir para casa. Se o pai dela não permitisse que ela permanecesse na casa dele, então ela pegaria seu dote e ia se retirar para um convento. E lá ela poderia passar o resto de sua vida. Ela já não queria abrir seu coração de novo! Ela não queria se casar com ninguém! Ela não queria acreditar nas mentiras de qualquer homem! Nem ela sabia apreciar estes dois homens pomposos discutindo sobre ela como se ela não estivesse presente. Sua vontade não contava para nada? "Eu quero ir para casa," ela disse suavemente. Os dois homens se viraram para olhar para ela. "Elizabet," Seana protestou. Elizabet deu de ombros, lançando-lhe um olhar ferido. Seana não tinha mentido para ela, mas tinha permitido que Elizabet continuasse a acreditar em algo que não era verdade. Ela podia ter falado e ter evitado que Elizabet fizesse papel de boba. Seana devia ter achado ela muito tola. Só de pensar nisso fez os olhos dela se encherem de água. Seu coração doía dolorosamente. Ela não queria pousar os olhos naquele homem novamente. Quanto mais cedo ela deixasse esse lugar, ela se sentiria melhor. Ela olhou para Piers enfrentando-o. "Gostaria de ir para casa!" ela repetiu veementemente. Ele balançou a cabeça, teimosamente recusando. "Não posso permitir isso, Elizabet." Elizabet alinhou seus ombros, desafiando-o. Ela não se importava quem ele era. Ele não tinha o direito de tomar decisões
por ela. "Você não pode permitir isso?" A expressão dele permaneceu inflexível. Ele não disse nada, recusando-se a cair numa armadilha, mas Elizabet não ia aceitar o seu decreto tão facilmente. Esta era a vida dela. "SUA LEALDADE É TÃO PERVERSA, meu senhor, que você manteria sua promessa para um mentiroso sobre sua obrigação de sua própria carne e sangue?" "Você está extrapolando, Elizabet," ele disse, embora seu tom de voz fosse gentil. "Não, meu senhor! Você é quem está!" ela rebateu sem estar disposta a ceder. "Esta é a minha vida e a minha decisão, e eu gostaria de ir para casa!" Lágrimas saiam dos seus olhos. Ela não podia detê-las. "Se você não permitir que ela volte comigo," Tomas interrompeu, seus lábioa, curvando-se em um sorriso, "tenha certeza de que vou dizer para Geoffrey que você acreditou na palavra de um bastardo escocês e não na palavra de sua filha e de duas testemunhas. Esse homem matou seu filho, e você se recusa até mesmo a puni-lo por seu crime. O mínimo que você pode fazer é deixar essa pobre garota ir para casa, de volta para o pai dela. Ela já foi por demais torturada." Piers suspirou. Estava claro que ele não queria deixá-la ir, mas Elizabet estava determinada. Ele ignorou o ultimato de Tomas e disse-lhe, "você tem certeza que é seu desejo voltar para casa, Elizabet?"
Elizabet assentiu com a cabeça, grata porque ele estava considerando seu pedido. "Não posso ficar aqui," ela assegurou-lhe e começou a soluçar. "Não posso ficar!" ela gritou e deixou a mesa. Se ela não deixasse a presença deles, ela iria se desonrar de tanto chorar. Ela correu para a escada, chorando, desesperada para ficar longe de tantos olhos. "Partiremos em uma hora," ela ouviu Tomas dizer para Piers enquanto ela corria pelas escadas. "Prepare-se, Elizabet!" ele gritou para ela. Broc estava sentado no salão da casa de Colin, rodeado pelos três irmãos. Eles o tinham convencido a deixar Elizabet aos cuidados de Piers, mas ele estava com medo que ele a deixasse ir com Tomas. Ele enterrou o rosto nas mãos, tentando bloquear de sua memória a imagem do rosto acusador de Elizabet. Seu coração estava repleto de dor. E ele ficava vendo a dor na expressão dela, quando ela se virou do túmulo do seu irmão para enfrentá-lo. Ela tinha desmaiado depois, e ele a tinha levantado e levado para o salão de Piers. Tomas, o bastardo, exigiu sua prisão imediata, e a tiraram dos seus braços. Enquanto ele vivesse, ele nunca esqueceria o olhar de traição em seu rosto. Ele tinha prometido não decepcioná-la, e ele tinha feito muito pior do que isso. Ele tinha mentido para ela e muito mais... ele a tinha deixado nas mãos de Tomas. Ele o tinha reconhecido, na mesma hora, como o arqueiro na floresta. Não havia dúvida na mente do Broc que Tomas queria o mal dela. Mas ele não tinha sido capaz de convencer ninguém, não
quando Tomas e todos os seus lacaios apontaram seus dedos para ele o acusando. Ele ia matar o filha da puta com as próprias mãos! Ele se levantou pronto para a batalha. "Eu tenho que voltar!" ele disse. "Eu não posso deixá-la com ele! Será que vocês não entendem?" TODOS OS TRÊS deles ficaram no seu caminho: Leith, Colin e Gavin, prontos para impedi-lo se eles tivessem. "Nós acreditamos em você," Leith garantiu-lhe, "mas é a palavra de três contra um, Broc. O que você acha que podemos fazer?" "Se você voltar lá, você vai forçar Piers a tomar uma atitude," explicou Gavin. "Seja paciente," disse Colin. "Piers deu a palavra dele que não permitirá que Elizabet vá embora e ele não vai voltar atrás com sua palavra. Ele pode ser um Sassenach, mas ele é um homem honrado." Broc bateu com o punho sobre a mesa. "Vocês honestamente acreditam que ele vai ficar contra seus parentes e compatriotas para manter sua palavra?" Leith tentou argumentar. "Eu só sei Broc, se você voltar contra a vontade dele, nós não vamos mais poder ficar do teu lado." "Ouça o que Leith está dizendo," Colin exigiu dele. Eles o tinham colocado preso atrás de uma mesa. Ele se sentia como um leão enjaulado, selvagem e furioso, desesperado para estar ao lado do Elizabet. Que bem fazia para ele saber que seus amigos acreditavam
nele, e mesmo assim ele não podia proteger a mulher que ele amava? A fúria fervia dentro dele fazendo que sua visão ficasse negra. Maldição, ninguém ia impedi-lo de fazer o que ele sabia que devia fazer. "Ela é minha mulher!" ele rugiu e chutou a mesa diante dele com toda sua força. Seu enorme peso derrubou a mesa, deixando o caminho livre para ele sair. Ele correu em direção à porta. Só Colin foi rápido o suficiente para bloquear a saída dele. "Se você sabe o que é bom para você," ele disse para Colin, "você vai mover sua maldita carcaça para longe do meu caminho!" Seus punhos estavam cerrados e relaxados ao lado do seu corpo. Colin se arrumou para brigar com ele, apesar de Broc ser muito maior que ele. Leith e Gavin foram rapidamente para o lado dele. Broc olhou nos olhos do seu melhor amigo e simplesmente disse, "e se fosse Seana?" Eles se entreolharam, por um instante, Colin não respondeu. Sua mandíbula estava apertada com a indecisão. Ele piscou os olhos e então levantou as mãos para Leith e Gavin se afastarem. "Eu não posso te ajudar," ele disse para Broc, seu tom veemente. "Eu não pedi para você me ajudar!" Broc rebateu pronto para sair, mas ele não queria ter nenhuma desavença com Colin. "Saiba que se você sair você vai colocar eu e meus irmãos em risco," ele disse para Broc, e então, sem mais uma palavra, ele saiu da frente de Broc, olhando para seus irmãos em um aviso para não interferirem. Elizabet era tudo que importava no momento.
Rezando para que nĂŁo fosse tarde demais, ele saiu pela porta.
CAPÍTULO 26
Tomas estava num dilema. Ele não podia permitir que Elizabet retornasse para Geoffrey, mas não ia ser uma tarefa fácil se livrar dela agora. Tê-la à sua disposição era metade da batalha, e ele estava satisfeito, a moça teve coragem suficiente para enfrentar Montgomerie — de outra maneira, o bastardo arrogante nunca a teria deixado ir. Ainda assim, ele simplesmente não podia matá-la. Ele tinha que fazê-lo de um modo que a suspeita caísse sobre seus dois companheiros. Eles eram estúpidos, mas eram leais a Geoffrey, então ele não ousou abordá-los. Eles cavalgavam na frente dele, Elizabet a seu lado, seu humor sombrio e os olhos vermelhos do seu choro incessante. Que ele fosse amaldiçoado se ele desistisse de sua bolsa. Ele merecia mantê-la. Era dele agora. Como aquele maldito crucifixo que ela usava como um troféu ao redor da sua cintura. Ele o olhou com cobiça, seu olhar atraído para o cinto que ela usava. O objeto do seu desejo estava pressionado em sua mão. Ela o segurava como se fosse um talismã que pudesse afastar sua dor. O olhar de Margaret quando ela viu a jóia pela primeira vez tinha sido lamentável. Ela sabia que ele ia roubar a bugiganga da
caixa de jóias. Embora ela nunca tenha falado sobre isso, ele sabia que ela sabia. Ainda assim, o olhar nos olhos dela quando ela o viu na cintura de Elizabet e entendeu que tinha sido o pagamento a uma puta por seus prazeres tinham virado seu estomago. Ele entendeu porque isso a aborreceu. Ele seria um presente para Margaret... o gesto de um amante, não de um irmão. Elizabet estoicamente andava ao seu lado, calada, seu olhar distante, e ele sabia que ela estava pensando naquele maldito escocês. Garota estúpida. Ela pensou que o pior já tinha acontecido. Bem, ele ia dar-lhe algo melhor para chorar. Ela achava que a vida dela tinha acabado sem ele? Bem, ele tinha novidades para ela. Ela não ia precisar entregar seu dote na tesouraria de um convento. BROC NÃO TINHA ESCOLHA A NÃO SER se apropriar de um dos cavalos de Montgomerie, que estava no campo pastando. Piers ia ficar bravo quando descobrisse que um cavalo tinha sumido, mas Broc não se importava. Piers tinha quebrado sua palavra. Ele tinha olhado para Broc diretamente no rosto e tinha lhe jurado que ele não ia deixar Elizabet nas mãos de Tomas. Em seguida, ele a deixara ir, abandonando-a a mercê desse desgraçado. Ele tinha medo que fosse tarde demais. Ele nunca iria se perdoar se algo acontecesse a ela. Elizabet era tudo o que importava para ele.
CAPÍTULO 27
P
arecia que o coração de Elizabet tinha sido arrancado do seu peito. Agora no seu lugar ela sentia um grande buraco, um grande vazio, e muita tristeza e dor. Ela nunca ousara esperar que fosse encontrar um amor e ia viver com ele feliz para sempre, mas tinha sido uma cruel ironia do destino ela ser insultada com um vislumbre de amor e então sua chance de ser feliz ter sido arrebatada dela. Ela não conseguia ver como ela poderia ser feliz novamente — não depois de Broc. Ela se sentia tão amada em seus braços, tão feliz, tão cheia de esperança... Agora ela só se sentia uma tola. Nunca mais ela ia se permitir a acreditar nas palavras doces e nas suaves carícias de um homem. Ela nunca mais seria tão estúpida para colocar sua confiança em qualquer homem. Na verdade, se qualquer homem ousasse olhar para ela, ela iria amaldiçoá-lo e mandá-lo para o inferno onde ele pertencia. Os homens eram patifes infiéis, que se preocupavam apenas com seus próprios prazeres egoístas. Ela não queria se lembrar da devoção com que ele tinha venerado o corpo dela ou a maneira que ele tinha feito amor com ela. Ela desejava poder apagar todas as lembranças, porque se ela continuasse a se lembrar apenas a faria sofrer por algo que ela
nunca poderia ter. E Tomas... ela já não o via da mesma maneira. Havia algo em seu comportamento que agora parecia sinistro. Seus outros dois companheiros eram homens decentes, e ela confiava em suas palavras. Se não fosse pelo testemunho deles, ela nunca teria acreditado na palavra de Tomas contra a de Broc. E o pior de tudo foi que ela, também, tinha testemunhado tudo — exceto que ela tinha sido muito enredada por Broc para confiar em seus próprios olhos. Ela tinha lhe permitido convencê-la com escassos piscar dos seus olhos azuis e algumas garantias vazias. E no final ela viu que ele não era nada além de um mentiroso — e ela era uma tola, porque ela ainda queria acreditar nele. Ela lançou um olhar irritado para Tomas, desejando que ele se mantivesse longe dela. Se ela tinha que sofrer com sua presença a cada instante de sua jornada para casa, ela pensou, ela ia gritar. Ele era como a sombra dela agora, sem nunca deixar o lado dela. Não importava que os outros dois tivessem dado o testemunho de sua inocência, ela não podia evitar e continuava a se sentir pouco à vontade em sua companhia. "VOCÊ FEZ A ESCOLHA CERTA, ELIZABET." Ela assentiu com a cabeça, não desejando neste instante nenhum tipo de conversa. "Você fez a única escolha possível para homenagear seu irmão." O coração de Elizabet doeu com a lembrança. John merecia muito mais do que ser enterrado em uma terra estrangeira por um bando de estranhos que não se importavam com ele ou em buscar justiça ou verdade.
"Estou apenas feliz porque você teve a sorte de escapar," Tomas persistiu. Na verdade ela não tinha fugido. Broc tinha descaradamente levado-a até lá — depois de terem caminhado pela floresta — sem qualquer aviso do que ela ia encontrar. Por isso, também, ela nunca o perdoaria. Embora isso pouco importasse, porque ele não se importava como ela se sentia. Se ele se importasse, ele teria pelo menos a honrado falando a verdade. Vergonha manteve sua boca fechada. Fúria a manteve longe do choro. "Ele é um homem perigoso, Elizabet!" Tomas disse. Ela lançou um olhar de desdém para Tomas. "Você não precisa me dizer o que eu já sei!" Doce Jesus, ela estava começando a acreditar que todos os homens tinham sido colocados no mundo para infligirem sofrimentos e dor de cabeça! Vá embora! Ela lhe implorou silenciosamente. "Qualquer um que pode cortar a garganta de um homem com tanta selvageria e deixá-lo para ser atacado por animais selvagens deve ser pendurado por suas entranhas!" Bílis subiu na sua garganta com sua exclamação. "Tanto sangue!" ele disse, balançando a cabeça. “Pobre John. Foi um lance de sorte você não ter visto," ele assegurou para ela. O coração dela balançou, e ela se endireitou na sela, de repente, percebendo o que ele tinha dito. A garganta de John não tinha sido cortada. Nem tinha havido qualquer sangue. Ela se lembrava claramente, porque ela tinha procurado por uma ferida e não tinha encontrado nem uma única gota de sangue
ou qualquer sinal de ferimento. Quando Broc tinha lhe dito que ele tinha apenas batido na cabeça dele com a coronha de seu punhal, ela tinha acreditado nele porque, na verdade, ela não tinha visto qualquer tipo de ferida. Ela olhou para Tomas, tentando determinar se ela o tinha ouvido corretamente ou não. Ele não estava olhando para ela. Seu olhar estava fixado em outro lugar. ELA OLHOU, procurando seus companheiros e descobriu que eles não estavam à vista. Só ela e Tomas. Ela andava tão ocupada se castigando pelos seus erros que não tinha ficado ciente dos arredores. Seu coração começou a bater mais rápido enquanto ela esmagava as rédeas em suas mãos. "Onde estão os outros?" ela perguntou casualmente para Tomas. Ele lançou-lhe um olhar, arqueando uma sobrancelha. "Cavalgando na nossa frente. Considerando que na última vez nós conseguimos nos perder, eu sugeri que seria melhor termos certeza que estamos viajando pelo caminho certo." "Boa idéia," Elizabet observou, tentando parecer indiferente, embora ela na verdade estivesse preocupada. "Todo mundo está ansioso para passar pela fronteira," ele explicou, "e eu queria ter a certeza de que nós viajaríamos com rapidez. Esta terra está cheia de selvagens sujos," ele disse. Elizabet assentiu com a cabeça, disposta a abrandar seu coração. Ela virou seu olhar em direção ao horizonte. A terra era plana e poucas árvores obstruíam o cenário, mas não havia sinal dos outros dois. Ela engoliu convulsivamente, dizendo-se para se
manter calma. Ela lançou para Tomas um olhar velado, tentando determinar se ele sentia sua apreensão. Ele tinha um sorriso plácido e parecia não se importar com nada. Ela não carregava nenhuma arma, nem mesmo um punhal. O olhar dela caiu para o volume que pairava sobre a montaria dele. Ele estava com a sua besta (9), que ele costumava usar para caçar suas refeições. A barriga dela vibrou com a súbita compreensão. Broc afirmou que tinha visto um arqueiro na floresta. Ele não andava com espada, mas tinha uma espada pendurada sobre seu cavalo. Sua adaga, ele mantinha na cintura; era a única arma que ele carregava perto do seu corpo. Ela estava começando a sentir uma sensação horrível na barriga dela. Oh, Deus... e se Broc tivesse razão? Como ela podia ter certeza de quem estava dizendo a verdade? Ela respirou profundamente e se atreveu a falar, "Eu quis perguntar... mas esqueci... sobre a bolsa..." Seu batimento cardíaco se acelerou. "Bolsa?" ele disse, soando perplexo. Sua sobrancelha se levantou quando ele olhou para ela. "Meu dote," ela lhe lembrou. "Você se lembrou de pegar do corpo de John? Ele estava com ela, pelo que me lembro." "A bolsa!" ele exclamou como se estivesse tentando se lembrar. "Não." Ele balançou a cabeça sobriamente. "Temo que tenha sido roubada pelo maldito escocês," ele disse. Elizabet levantou suas sobrancelhas e virou-se, sua respiração acelerada.
ERA a única coisa que ela tinha absoluta certeza. Broc, não tinha roubado a bolsa. Ele não tinha tido tempo. Ele nem mesmo sabia que ela existia. Medo apertou seu coração. Seu coração martelava. Ela tentou falar, mas não conseguiu. O estômago dela embrulhou violentamente, e de repente sentiu como se estivesse doente fisicamente e incontrolavelmente. Ela ficou tonta e com medo de cair de sua montaria. Broc tinha lhe contado a verdade desde o início. E agora ela sabia disso, e sabia com tanta certeza que quase se sentia sufocada. E ela estava sozinha com este louco sem nenhuma arma para se proteger. Ela fechou os olhos, tentando recompor-se, se forçando a limpar seus pensamentos e reprimindo a necessidade extrema de virar sua montaria e voar de volta para Broc. Jesus... Ela disse uma prece silenciosa, implorando a ajuda de Deus e pedindo perdão a Broc. Era verdade que ele não tinha contado sobre o irmão dela, mas ele tinha falado a verdade sobre todo o resto. Piers tinha tentado impedi-la de ir, mas ela tinha sido teimosa e obstinada em sua raiva. Ela não tinha percebido quanto tempo ela tinha ficado calada, até que Tomas comentou sobre o seu silêncio. Ela balançou a cabeça. "Estou cansada," ela mentiu. "Temos um longo caminho a percorrer," ele respondeu. Seu estômago embrulhou. Ela tinha que se afastar dele de alguma maneira. Ela apertou
ainda mais as rédeas nas mãos dela. Não havia tempo melhor que o presente. Quanto mais eles cavalgavam, mais longe eles estariam de alguém que pudesse ajudá-la, e menor seria sua chance de sobrevivência. Ela engoliu o medo dela e disse, rindo nervosamente, "Eu acho que devo lhe pedir uma trégua." Ela freou seu cavalo. "Preciso de alguns momentos de privacidade". Ele franziu a testa para ela. "Algo errado?" "Não," ela mentiu. "Nada errado." Ele freou também, e ela lhe lançou um olhar tímido e disse: "É apenas que eu tenho que cuidar de meus assuntos pessoais." A sobrancelha dele arqueou. "Não pode esperar?" Ela balançou a cabeça fervorosamente. "Não." Sua carranca se aprofundou, e ele lhe deu um olhar ansioso. "Muito bem, então." Ele olhou em volta, como se estivesse estudando os arredores. Não havia árvores nas imediações, nenhum lugar onde se esconder, que servisse para seu benefício. Ele não podia esperar que ela se agachasse diante dele. "HÁ uma pequena colina à distância," ele disse para ela. "Porque você não vai e faz o que precisa. Eu vou cavalgar devagar, e quando eu encontrá-la, você já terá terminado." Ela olhou para ele com desespero. Ela não queria andar na frente dele, mas parecia que ela não tinha escolha. Ela não queria lançar suspeita sobre ela mesma. Se ela conseguisse se distanciar o suficiente dele, então ela teria uma chance e poderia se virar e cavalgar de volta para longe dele o suficiente que ele não pudesse vê-la.
Ela assentiu com a cabeça, ansiosa para ficar longe dele. "Muito bem," ela concordou. "Farei isso.” E ela deu-lhe um aceno e colocou sua montaria a meio galope. Ela não ousou virar para olhar seu rosto, com medo que ele pudesse antecipar suas intenções. Ela andava mais rápido, grata por não ouvir os cascos do cavalo dele nas suas costas. Por favor, Deus, ela rezou, me deixe ficar longe dele. "Broc," ela sussurrou e tentou imaginar o rosto dele, tentando retirar sua coragem para ela.
(9) Besta - uma arma com a aparência de uma espingarda, com um arco de flechas acoplado no lado oposto da coronha, acionada por gatilho, que projeta dardos similares a flechas, porém mais curtos
CAPÍTULO 28
Tomas a viu partir, seu estomago queimando. Ele tinha começado a pensar que talvez ele não tivesse que matá-la. Ele não desejava se tornar suspeito. Ele tinha o dinheiro, e por agora isso era o suficiente. Quem poderia, afinal de contas, provar que Broc não tinha realmente levado a bolsa? Mas algo sobre o jeito dela tinha mudado. Ela tinha ficado calada muito tempo. Ele disse algo para despertar suas suspeitas? O jeito como ela se afastou deixou-o de cabelo em pé. "Elizabet!" ele a chamou. Ela não parou. "Maldita puta!" ele exclamou, cheio de fúria. Ele bateu com o calcanhar da bota na sua montaria e voou atrás dela. Elizabet lançou um olhar sobre o ombro, vendo que seus piores medos podiam se tornar realidade, e o coração dela voou para a garganta. Ela instigou a montaria para ir mais rápido. Tão logo ela chegou à colina, e Tomas já não podia mais vê-la tão claramente, ela girou o cavalo dando uma volta ao redor. Quando ele percebesse, ela esperava que fosse tarde demais. Ela se inclinou no cavalo, correndo contra o tempo, ela sabia. Ela não ousava se voltar e olhar por cima do ombro de novo. Orando a Deus para que ela se afastasse dele, ela correu com toda sua força. Ela fechou os olhos e fez o cavalo correr em todo o seu
potencial, sentindo o vento no rosto dela e pedindo a Deus que o animal não se cansasse muito rapidamente. Quando ela abriu os olhos novamente, ela teve que piscar duas vezes por causa do que ela viu. No começo, era apenas uma mancha escura no horizonte que crescia a cada passo do seu cavalo. Quando ela percebeu o que era, ela quase gritou de alegria. Era Broc. Ele cavalgava em sua direção num corcel preto, parecendo um glorioso leão com sua juba espessa dourada dançando no ar. Ele era inconfundível com a túnica vermelha rica que ela tinha costurado para ele. A visão roubou sua respiração. À medida que o som de trovão dos cascos do seu cavalo chegava mais perto, ela começou a chorar de alegria. Deus misericordioso! Ela diminuiu a marcha de sua montaria quando ela se aproximou dele, sem saber o que fazer. Mas ele não parou. "Eu te amo!" ele gritou quando passou por ela, seus olhos azuis brilhando para ela apenas por um breve instante. Ele passou trovejando por ela indo em direção ao outro cavaleiro que se aproximava. ELIZABET VIROU sua montaria prestes a ver seu marido, seu coração de leão, desembainhando sua espada imensa em um movimento rápido que a impressionou. Tarde demais, Tomas se atrapalhou com a bolsa onde estava a sua besta. "Morra, seu bastardo desgraçado!" Broc gritou, enquanto ele se preparava para a batalha.
Acabou antes de começar. Elizabet colocou suas mãos sobre os olhos para afastar o medo. Mas desta vez, não tinha erro quem tinha levado o golpe de morte. Tomas caiu no chão, enrolado nas rédeas. Seu cavalo sem cavaleiro relinchou, Tomas gritou de terror, ficando de joelhos. Com a espada ainda na mão, Broc virou sua montaria e passou pelo corpo mole de Tomas. Ele lançou um simples olhar e então guardou sua espada enquanto seu olhar se voltou para Elizabet. O coração dela disparou. Ela desmontou para esperá-lo, ansiosa para segurá-lo, ansiosa para dizer-lhe que o amava, que o adorava, que queria ter seus filhos. "Desculpe-me!" ela disse enquanto ele se aproximava. Ele saltou do cavalo fazendo com que ela perdesse a sua respiração enquanto ele a pegava em seus braços. Seu rosto e sua túnica estavam salpicados de sangue, mas ela não se importava. Era o rosto mais belo que ela já tinha visto, e ela nunca mais queria ficar longe dele novamente. Ela acariciou seu rosto, ficando na ponta dos pés para beijar sua boca. "Eu te amo, muito!" ela declarou. "Oh, Deus... você pode me perdoar?" ela perguntou, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ele segurou-a firmemente, seu coração batendo ferozmente contra os seios dela. "Só se você prometer que nunca mais vai me deixar!" "Nunca!" ela jurou. "Nunca mais, meu amor!" Ele a beijou em seguida tão apaixonadamente que roubou a sua respiração. Ela fechou os olhos e segurou seu rosto nas mãos dela, divertindo-se com a força dos seus braços.
"Meu lindo leão", ela declarou, passando as mãos pelo seu cabelo dourado. Ela suspirou satisfeita e sorriu, seu coração cheio de alegria. "Não acredito que você veio até aqui para me salvar!" "Não, moça," ele respondeu com um sorriso torto, "Eu vim só para lhe dizer que você se esqueceu do seu maldito cão." Harpy! Elizabet engasgou-se em estado de choque. "Oh, meu Deus!" Sua mão voou para a boca. Ela tinha ficado tão perturbada, que não tinha se lembrado do pobre cão da mãe dela. "Cadê ela?" Ela perguntou. Ele piscou para ela. "Onde você a deixou — mastigando as botas de Montgomerie." Elizabet sufocou uma risada. Ele a levantou de repente, deu-lhe um beijo na testa, em seguida, caminhou até o cavalo dela, colocou-a sem a menor cerimônia na sela. "Vamos para casa, esposa," ele disse, soando de repente irascível. "Sim, marido," ela concordou, sorrindo para ele enquanto se inclinava para segurar as rédeas. "Vamos para casa."
EPILOGUE
O
som do latido do cão chamou a atenção de Elizabet. Ela conhecia aquele latido. Um sorriso veio aos seus lábios. Pesada com uma criança na barriga, ela se levantou desajeitadamente. "Constance," ela disse, "tome conta do bebê para mim, querida." Ela não precisou pedir duas vezes. Constance com treze anos de idade estava encantada com as crianças, ela as idolatrava. A pequena prima de Broc estava florescendo e se tornando uma encantadora jovem mulher com o cabelo tão dourado como o cabelo de seu marido e os olhos do mesmo tom de azul como do irmão Cameron. "Oh, sim!" Constance, exclamou, e pulou da cama onde Maggie de dois anos, tagarelava alegremente para o teto. Ela estava fazendo cócegas nos pés da criança. Elizabet não podia evitar, mas rir do entusiasmo de Constance. "Olá, Griffin!" Constance falou para o bebê. "Olá!" Ela se aproximou da criança, fazendo caretas, e Griffin com três anos batia alegremente seus pezinhos na banheira de água. Ele deu uma risadinha quando ela levantou o vestido dela e entrou na banheira junto com ele. Elizabet riu e olhou para o céu, maravilhada com o curso que sua vida tinha tomado. Quem diria que depois de crescer sozinha, sem irmãos, sem
pais, ela terminaria com dois cães, três filhos, mais outro a caminho e uma filha adotiva tão doce que fazia seu coração inchar com alegria. "Ele adora ficar pelado," Constance observou, sorrindo para seu filho sem vergonha. "Assim como outra pessoa que eu conheço," Broc asseguroulhe, quando entrou pela porta. Ele estava na porta, vendo sua ninhada. "Tio Broc!" Constance, exclamou. "Da! Da!" Griffin, gritou com alegria e continuou a dançar na banheira, espirrando água por todo lado. Elizabet virou-se para o marido. O coração dela ainda acelerava sempre que o via. Mesmo após todos estes anos, o mero som de sua voz ainda tirava o seu fôlego. Ele levantou uma sobrancelha, dando um aceno para Elizabet e voltou-se para Constance, assegurando-lhe, "É a verdade. Segurei sua bunda nua nos meus braços muitas vezes, moça. Eu pensei que você ia crescer pelada." "TIO BROC!" Constance protestou, fazendo uma careta. "Isso é tão nojento!" "Sim, mas é a verdade, Constance. Pergunte para a sua tia Elizabet." "Ou pergunte para Page," Elizabet sugeriu, cumprimentando o marido na porta, "ela te perseguiu muito mais do que eu." "Eu mão acredito em você!" Constance, exclamou. Mas ela sabia que era verdade, porque ela não podia suprimir um sorriso culpado.
Broc assentiu com a cabeça, "Oh, moça, eu acho que você só começou a usar roupa aos vinte anos," ele comentou. Constance revirou os olhos, rindo do seu exagero. "Eu tenho apenas treze!" ela declarou. Elizabet sufocou uma risada e olhou para o marido. "E onde está Suisan?" ela perguntou. Ele envolveu seus braços ao seu redor, virando-a para que ele pudesse abraçá-la e colocar suas mãos sobre a barriga dela. "Suisan está lá fora andando no cão," ele revelou. Suisan era sua filha mais velha, sua primogênita, concebida no dia dos seus votos. Ela era a alegria do pai dela, e o pai claramente era a alegria dela. Ela alegava querer crescer para ser igual ao seu da. E com sete amos, ela preferia empunhar paus como espadas e galopar sobre sobre as costas dos cães velhos e cansados do que ficar pendurada nas saias da mãe dela. O marido olhou de relance para Maggie deitada em cima da cama e sussurrou no ouvido do Elizabet, "têm noção como seus filhos são lindos?" Ela lançou-lhe um olhar de reprovação. "Eles não são seus, também?" Ele piscou para ela. "Só quando eles estão rindo," ele lhe disse. "Quando eles estão chorando, são seus." Ela revirou os olhos e bateu-lhe sobre a coxa. "Você é incorrigível!" Ele a abraçou, beijando-a na bochecha. "Oh, mulher, por ventura você tem idéia de quanto eu te amo?" Elizabet suspirou satisfeita e inclinou-se sobre o peito do marido, saboreando a força tranquila de seus braços. Ela sorriu. "Não tanto quanto eu te amo!"
Ele apertou-lhe suavemente, rosnando baixo. "Lamento discordar, mulher!" ele disse. "Veja quantas crianças que eu te dei!" "Eu os aborreço!" ela lhe lembrou. Ele apertou-lhe suavemente. "Sim, bem, eu vejo quando você os alimenta!" ele respondeu, competindo com ela. "Você certamente não faz isso!" Elizabet argumentou. "Você fecha seus olhos!" Ele teve a coragem de lhe dar um olhar magoado por causa da sua acusação. "Oh," ele protestou, beijando-a na orelha. "Só porque não posso suportar vê-la sofrendo, mulher." ELIZABET RIU. Isso era verdade. Ele não tinha sido capaz de suportar os gritos dela, embora ele tivesse ameaçado matar a parteira, se ela não permitisse que ele permanecesse dentro de casa. Apesar de seu protesto que era inconveniente, ele tinha ficado sentado no chão do quarto com a mão sobre os olhos. A lembrança a fazia sorrir. "E o que você vai fazer desta vez?" ela perguntou, acariciando sua barriga. "Não vou sair do seu lado," ele jurou. "Mesmo que você me amaldiçoe em cada respiração." Elizabet riu. "Eu jamais faria isso!" Ele deu um suspiro. "Ah, mas você fez. Você me disse que você preferiria que eu fosse um sodomita e que se eu ousasse tocá-lo novamente você iria me embrulhar no meu —" Elizabet mandou ele se calar antes que ele pudesse acabar a frase em voz alta diante dos filhos. Constance, por um lado, estava ouvindo com interesse as suas brincadeiras.
Ele se inclinou para descansar seu queixo sobre o ombro dela acariciando sua barriga. "Nenhum arrependimento?” Ela balançou a cabeça com certeza. "Nenhum." "Estou feliz," ele sussurrou, e o calor da sua respiração no ouvido dela mandou um calafrio pela sua espinha. "Eu sou um homem muito, muito feliz," ele declarou. E pensar que ela podia nunca ter sabido como era maravilhoso fazer parte de uma família. Elizabet brilhava por causa de seu afeto. Sempre que ela achava que ela pudesse perdê-lo, ela se entristecia. Mas assim que tais pensamentos ousavam entrar em sua mente, tudo o que ela precisava fazer era olhar para os rostos de seus filhos ou pensar no suave calor da sua casa, e todos os pensamentos melancólicos instantaneamente eram banidos. Com o dote dela eles construíram uma casinha bonita e embora ela não estivesse cercada de luxos, a mesa sempre estava carregada de alimentos e sua casa cheia de risos e de amigos. E ela era abençoada com o maior presente de todos — amor. Que maior recompensa na vida era maior do que essa? A porta se abriu de repente Harpy entrou com Suisan. Suisan correu imediatamente para a cama, pulando em cima dela fazendo cócegas na barriga da irmã. Harpy foi até Elizabet, abanando a cauda cansadamente, sem dúvida grata pelo descanso. Elizabet acariciou-lhe carinhosamente e silenciosamente agradeceu-lhe por levá-la até Broc. Ela lançou outra oração de gratidão para o céu. Afinal, se o marido não tivesse tentado roubar o cão da mãe dela, ela não estaria aqui agora com seus braços amorosos ao seu redor.
Graças a Deus por cães desobedientes.
HIGHLAND FIRE Quer passar mais tempo com Broc Ceannfhionn? De todos os meus personagens, Broc Ceannfhionn parece ser o mais amado. Se você não está completamente pronta para deixar Broc ir embora da sua vida, continue lendo para saber mais sobre a minha nova série dos meus Guardiões da Pedra Sagrada, começando com Highland Fire... Amaldiçoada pelo povo de Aidan no seu nascimento, por causa dos pecados do seu pai, Lìleas MacLaren é a única mulher que Aidan acredita ser imune... oferecida em casamento como pretexto para a paz, ela é também a única mulher que pode trair o segredo do seu clã. Rica em história e tradição, com um toque de magia, Highland Fire traz uma lenda para a vida real em uma nova série sobre as Highlands escrita por Tanya Anne Crosby, consagrada autora de best-seller do New York Times .
DICIONÁRIO GAÉLICO Abaixo estão incluídas algumas palavras e frases que usei em todos os livros da minha série escocesa. Costumo usar o site learngaelic.net como fonte, e só por diversão, você pode tentar este tradutor escocês: www.scotranslate.com Am Monadh Ruadh: Cairngorms, literalmente as colinas vermelhas, distinguindo-as da Am Monadh Liath, as Colinas cinzentas. Aurochs: gado selvagem, atualmente extinto Bairn: bebê Bampot: idiota Bean sìth (banshee): demônio ou diabo (feminino) da morte (personagem folclórico irlandês) Ben: nome dado na Escócia a uma montanha alta ou o pico de uma montanha Bliaut: túnica comprida usada por homem ou mulher do século XI ao XIII Bhràthair: irmão Bràthair-cèile: cunhado Breacan: abreviação de breacan-um-feileadh, ou grande kilt Bhrìghde: irmã de Cailleach Bheur Bodachan Sabhaill: uma fada maliciosa Brollachans: fantasma Cailleach Bheur: a mãe azul do inverno Cairn: pilha de pedras, muitas vezes, construída como um memorial ou sobre o túmulo de alguém Caoineag the Weeper: o espírito banshee que assombrava os lagos e as cachoeiras. Dizia-se que se podia ouvi-lo se lamentando antes da morte de alguém de um clã Chreagach Mhor: grandes montanhas Chreagach Mhor: grandes montanhas Clach-na-cinneamhain: pedra do destino Claidheamh-mor: espada escocesa (claymore) Clipe: informante Corries: montanhas, ou colinas Crannóg: antiga habitação de madeira usada como casa, construída sobre a água de um lago ou pântano na Escócia Drogue: droga
Dwale: bebida feita de beladona, muitas vezes usada como anestesia Fashious: problemático, desordeiro Gaol: cadeia Geamhradh: inverno Guarderobe/ garderobe: como era chamada a privada na época Medieval Keek stane: uma pedra mágica ou uma bola de cristal Ken: saber, conhecer Leabhar: livro Loch: lago Mac na h-Alba: filho da Escócia Minny: mãe Muckle: grande Pawky: ter senso de humor Pechts: Picts - conhecido como 'Picti' pelos romanos, em latim significa 'os pintados' tribos que constituíam o maior reino na Escócia na Idade das Trevas Quintain: equipamento para treinamento usado para justas, muitas vezes no formato de uma pessoa Reiver: assaltante na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra Righ Art: o Grande Rei e o Chefe dos Chefes Sassenach: termo (escocês) ofensivo se referindo a uma pessoa inglesa Sùilean gorm: olhos azuis Scotia: Escócia, também conhecida como Alba Sìol Ailpín: família formada por sete clãs escoceses capazes de traçar sua descendência desde Ailpín, pai de Cinéad mac Alpín, Rei dos Picts, que a tradição escocesa considera o primeiro Rei da Escócia. Tailard: um estrangeiro, um inimigo ou um inglês Sluag: Deus do submundo Siùrsach: prostituta Targe: escudo circular usado para defesa The Mounth: cadeia de montanhas no extremo sul de Strathdee no nordeste da Escócia; também conhecida como Monadh. As colinas são conhecidas como Monadh Liath e Monadh Ruadh, que significam a Montanha Cinza e a Montanha Vermelha. Trews: calças de tartan (tartan: pano de lã tecido com listras de diferentes cores e larguras, usado principalmente pelos Highlanders escoceses, cada clã, tendo seu próprio desenho)
Uisge-beatha: uísque, literalmente significa água da vida Vin aigre: vinagre ou vinho azedo Woad: corante azul extraído da planta woad
SOBRE A AUTORA Os romances de Tanya Anne Crosby fizeram parte de inúmeras listas de best-sellers, incluindo a dos jornais The New York Times e USA Today. Mais conhecida por escrever histórias carregadas com emoção e humor e preenchidas por personagens imperfeitos, seus romances têm conquistado elogios de leitores e de críticos. Ela mora com o marido, dois cães e dois gatos temperamentais na parte norte de Michigan. Per maggiori informazioni: @tanyaannecrosby tanyaannecrosby www.tanyaannecrosby.com tanya@tanyaannecrosby.com