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FUNDADO EM 1875

Segunda-feira

NILTON FUKUDA/ESTADÃO

l Sem barreira

Haras dá vagas a filhos de funcionários e democratiza equitação. ESPORTES / PÁG. A15

JULIO MESQUITA (1862 - 1927)

Caderno2

DIRETO DA FONTE

Poeta assumido Em novo CD, Otto se diz finalmente seguro com a própria escrita

Sophie Charlotte No ar em Os Dias Eram Assim, atriz concilia vida de mãe e atuação na TV. CADERNO2 / PÁG. C2 NICOLE HEINIGER/ESTADÃO

Câmara quer mudar delação premiada e prisão preventiva Novo Código de Processo Penal também pode alterar condução coercitiva Deputados discutem mudanças nas regras de delação premiada, prisão preventiva e condução coercitiva. Também estudam revogar o entendimento de que penas podem começar a ser cumpridas após condenação em segunda instância. O debate vem sendo feito na comissão especial que discute o no-

estadão.com.br

24 DE JULHO DE 2017 R$ 4,00 ANO 138 Nº 45205 EDIÇÃO DE 23H30

vo Código de Processo Penal (CPP) e atinge medidas que viraram pilares da Lava Jato. A expectativa é de que o relator, João Campos (PRB-GO), entregue seu parecer em agosto. Com isso, o projeto pode ser votado até outubro no plenário da Câmara. Atualmente, a delação premiada é regulada pela lei de orga-

nizações criminosas, de 2013. No atual código, a prisão preventiva não tem duração determinada e a condução coercitiva não prevê punição em caso de uso abusivo. A reforma do CPP ficou esquecida na Câmara até 2016, quando foi desengavetada pelo então presidente, Eduardo Cunha. POLÍTICA / PÁG. A4

Perfil l Vicente Cândido (PT) RELATOR DA REFORMA POLÍTICA

DE CARTOLA DA CBF A PAI DE EMENDA PRÓ-LULA

R

elator da reforma política, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) ganhou destaque aoincluir noprojeto emenda que ajudaria o ex-presidente Lula. Diretor de Relações Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol, cargo pelo qual recebe R$ 35 mil mensais (que se somam aos R$ 33,7 mil do salário da Câmara), ele é um dos líderes da bancada da bola, integra lobby pró-jogo e defende anistia a caixa 2. POLÍTICA / PÁG. A6

Programas de demissão nas estatais atingem 77% do alvo Com orçamento apertado e despesas de pessoal cada vez maiores, o governo federal desligou 50.364 funcionários das estatais nos últimos anos com programas de demissão voluntária e aposentadoria incentivada. O número – levantado a partir de dados do Ministério do Planejamento e das próprias estatais – representa 77% do público-alvo. O governo comemora o resultado. Os desligamentos já representam 9,6% do total de empregados das empresas federais e devem crescer ao longo do ano, já que há ainda vários programas em aberto, como os da Dataprev e da Eletrobrás. ECONOMIA / PÁG. B3

DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Donos de cães ignoram lei em SP

Negócios

‘Eleição é chance de corrigirmos a rota’, diz Setubal

Cães da raça staffordshire bull terrier, “parente” do pitbull, brincam sem focinheira no cachorródromo do Parque da Aclimação. Lei estadual de 2003 determina que raças mais ferozes devem andar em locais públicos com coleira, guia curta, enforcador e focinheira. Na semana passada, criança foi atacada no Parque Buenos Aires. METRÓPOLE /

l Presidente da Itaúsa, Alfredo

Setubal vê recuperação lenta da economia e acredita que as eleições de 2018 vão definir o rumo do País. A holding tem cerca de R$ 3 bilhões para investir, mas não quer entrar em setores regulados pelo governo. ECONOMIA / PÁG. B1

Cida Damasco Mercados ainda resistem à crise política, mas área fiscal expõe governo sob pressão. ECONOMIA / PÁG. B4

Lúcia Guimarães Casa Branca tem facções que recorrem ao vazamento para atrair atenção do patrão. CADERNO2 / PÁG. C6

PÁG. A13

CHRISTOPHE SIMON/AFP

Esportes

Corinthians abre 9 pontos

Crescem denúncias de maus-tratos em clínicas psiquiátricas A cada três dias, uma denúncia de maus-tratos é recebida pelo Ministério dos Direitos Humanos. Em 2016, foram 143 queixas de violações em manicômios, hospitais psiquiátricos ou casas de saúde, um aumento de 48,9% em relação a 2015. METRÓPOLE / PÁG. A11

O Corinthians venceu o Fluminense por 1 a 0 no Rio e chegou aos 40 pontos no Brasileiro. O Palmeiras também ganhou: fez 2 a 0 no Sport em Pernambuco. No Pacaembu, o Santos bateu o Bahia por 3 a 0. PÁG. A14

NOTAS & INFORMAÇÕES

A miséria da esquerda

O

s intelectuais petistas começam a admitir em voz alta: a esquerda – como eles a entendem – é totalmente dependente de Lula para existir como força eleitoral. PÁG. A3

Trabalho inconcluso PÁG. A3

Tempo em SP

26° Máx. 11° Mín.

WALDIR PERES H 1951 = 2017 l Goleiro do São Paulo por 11 tempo-

radas e titular da seleção brasileira na Copa de 1982, ídolo tricolor morreu de enfarte aos 66 anos. PÁG. A15

Com Cielo, prata no revezamento

Equipe brasileira do 4x100 metros livre conquista 2º lugar no Mundial da Hungria e quebra jejum de 17 anos sem pódio. PÁG. A16

Maduro ameaça prender 33 juízes INTERNACIONAL / PÁG. A9

Esta publicação é impressa em papel certificado FSC® garantia de manejo florestal responsável, pela S. A. O Estado de S. Paulo


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

PRODUZIDO POR

Tudo o que você precisa saber antes de começar a correria da vida A GOL resumiu as principais notícias de política, economia e entretenimento para que não falte tempo nem assunto no seu dia #NOVAGOL. NOVOS TEMPOS NO AR. POLÍTICA Comissão especial. Relator João Campos (PRB-GO) deve entregar seu parecer em agosto

Novo Código Penal pode rever delação e preventiva

LUIS MACEDO/AGENCIA CAMARA

No debate sobre o novo Código de Processo Penal (CPP) na Câmara, deputados discutem mudanças nas regras de delações premiadas, prisão preventiva e condução coercitiva, além da revogação do entendimento de que as penas podem começar a ser cumpridas após a condenação em segunda instância (pág. A4)

COLUNA DO ESTADÃO

Partidos vão priorizar candidatos competitivos Com dinheiro escasso para bancar as campanhas de 2018 e sem poder contar com financiamento privado, os partidos serão obrigados a ser muito mais seletivos na hora de definir em quais candidatos colocarão recursos (pág. A4)

METRÓPOLE - REPORTAGEM ESPECIAL

Aumentam denúncias em hospitais psiquiátricos Além da conta. Petrobrás conseguiu superar a meta de cortes prevista em seu PDV

FÁBIO MOTTA

EPITACIO PESSOA/ESTADÃO

Em 2016, houve um registro de violação de direitos humanos a cada três dias no País (pág. A11)

Improviso. Pacientes foram para quadra após clínica fechar

ECONOMIA

PDVs atingem 77% do alvo nas estatais Governo conseguiu desligar 50.364 funcionários das estatais nos últimos anos com programas de demissão voluntária e aposentadoria incentivada (pág. B3)

ECONOMIA

Neto e Azevedo, da AZ Quest, esperam atrair público jovem para ‘fundos sociais’

Marketing digital entra na mira das Consultorias

ECONOMIA

Contratação. Moliterno (E) entrou para o time de Faleiro para reforçar atuação da Accenture em marketing digital

CADERNO 2 - MÚSICA

Poeta Assumido Com novo disco ‘Ottomatopeia’, Otto se diz enfim seguro com a própria escrita, no amor e na fossa (pág. C1)

METRÓPOLE - SÃO PAULO

Dane DeHaan e Cara. ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’

CADERNO 2 - CINEMA

Cara Delevingne, das passarelas às telas Para a modelo e atriz, a transição não foi nada fácil, mas o resultado de sua dedicação pode ser visto em ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’ (pág. C3)

ESPORTE - NATAÇÃO

Paulistano ignora lei de focinheira para cães

Com Cielo, prata no revezamento

Criança foi atacada por pitbull no Parque Buenos Aires na última quinta-feira (pág. A13)

Equipe brasileira do 4x100 metros livre conquista 2º lugar no Mundial da Hungria e quebra jejum de 17 anos sem pódio (pág. A16)

Zona sul. No Parque da Aclimação, um staffordshire bull terrier circula sem coleira ou focinheira pelo ‘cachorródromo’

AFP PHOTO/CHRISTOPHE SIMON

DANIEL TEIXEIRA

Corretora lança ‘fundo de fundos’ em que parte da receita é destinada a projetos que promovem mudanças sociais (pág. B8)

NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Fundos de investimento com impacto social miram pequeno investidor

DIVULGAÇÃO

No vale das sombras. Ao cantar o luto de uma separação devastadora, tornava a dor universal

FELIPE RAU/ESTADÃO

AMANDA PEROBELLI

Empresas de gestão estratégica ‘roubam’ profissionais do setor publicitário para ofertar serviços para marcas (pág. B10)

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão com patrocínio da GOL.

É nossa! Brasileiros fizeram ótima prova


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SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

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A2 Espaço aberto %HermesFileInfo:A-2:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Publicado desde 1875

Américo de Campos (1875-1884) Francisco Rangel Pestana (1875-1890)

Ensino médio, múltiplas portas

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JOSÉ RENATO NALINI

DENIS LERRER ROSENFIELD

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Como não há progresso por salto, e obrigatório é o percurso das etapas essenciais à recuperação do tempo perdido, a urgência impõe reflexão consistente da parte de toda a inteligência brasileira. Reitere-se o mantra adotado a partir do meu contato pessoal com o ensino público paulista: a educação é direito de todos, prodigalizado na cornucópia de bens da vida assegurados pela Constituição cidadã de 1988. Mas esse direito de todos não é obrigação exclusiva do Estado. É dever compartilhado com a família e com a sociedade. Explícita a opção fundante do artigo 205 da Carta política. O Estado de São Paulo investe cerca de 30% de seu orçamento – 30% do orçamento do Estado-membro considerado o

O mergulho na vida digital impõe formas de instigar a curiosidade intelectual do jovem mais poderoso em termos econômicos em todo o Brasil – na escola pública. Ainda assim, os resultados poderiam e devem ser melhores se houver aproximação familiar e da sociedade e seu autêntico interesse em aperfeiçoar a formação das novas gerações. O primeiro objetivo é tornar a escola sedutora. Atraente. Interessante. Por que a geração “nem-nem” persiste em sua opção pelo nada? Não estuda porque a escola é desinteressante e aborrecida. Não trabalha porque não encontra algo que o satisfaça como indivíduo desperto para o mundo novo. O “mundo maravilha” de algumas excelentes campanhas publicitárias, em confronto com o “mundo vazio” da vida real. O mergulho irreversível na vida digital impõe a adoção de todas as fórmulas para instigar a curiosidade intelectual do jovem. Não é substituir pela máquina, pela tecnologia, aquilo que está condicionado a um impulso vital: a vontade de conhecer. Mas é servir-se das possibilidades abertas por esta profunda mutação para alicerçar uma busca mais consciente e direcionada do conhecimento. Nunca houve tanta possibilidade de acessar a sabedoria amealhada pelo ser humano neste sofrido planeta. Afirma-se que a

José Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1988) Julio de Mesquita Neto (1948-1996) Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1997) Ruy Mesquita (1947-2013)

Parlamentarismo e importação de ideias

] l

m dos raros consensos no universo educacional é o de que o chamado ensino médio precisa ser urgentemente revisitado. As crianças assimilam um currículo de cuja elaboração, naturalmente, não participaram, mas o jovem não aceita a transmissão de conhecimento na modalidade presente. São 13 disciplinas ou mais, em compartimentos estanques. Não há diálogo entre elas. Mas o principal defeito do sistema é o seu quase total alheamento da realidade. Não se consegue mostrar ao aluno que o acervo de informações ministrado em sala de aula tenha utilidade prática para uma vida futura muito diferente. Menos ainda interessá-lo a memorizar dados disponíveis em qualquer “móbile”. Ingressou-se numa nova era: a crescente conectividade das tecnologias de comunicação e informação, a inteligência artificial, a internet das coisas, a robótica, a nanotecnologia. Mas as aulas continuam idênticas às de várias décadas passadas. Há quem diga que, em termos de escola, fazemos o mesmo há séculos. Até iniciativas saudáveis, como a adoção de um currículo mínimo, esbarram na inércia. O padrão é replicado ano a ano e insiste-se na produção exclusiva de material em papel, quando a inserção no mundo virtual permitiria explorar potencialidades hoje apenas pressentidas. Só que o jovem tem a nítida percepção de que o sistema está equivocado. A resposta é a fuga da escola. A evasão no ensino médio é preocupante. Classes ociosas ou semivazias e barzinhos e baladas repletos de jovens que mostram estar ali por não encontrarem nas aulas a resposta para os desafios de hoje e, principalmente, do amanhã. Quando se constata que a indústria brasileira não se preparou para a quarta revolução industrial, continua a produzir insumos, maquinário e ferramentas para um tipo de empresa que já não existe, pode-se compreender a dimensão do drama. O cardápio de profissões que a escola oferece ao jovem não existirá dentro em pouco. Enquanto isso, o que ele deverá fazer para subsistir com dignidade ainda não tem sequer nome.

Julio Mesquita (1885-1927) Julio de Mesquita Filho (1915-1969) Francisco Mesquita (1915-1969) Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)

cada 18 meses dobra a quantidade de informações disponíveis. Há um tesouro incalculável a permitir que o nosso jovem – bem orientado, mas a partir de sua determinação – seja um sábio muito mais completo do que qualquer figura legendária da História Universal. Todos são chamados a implementar uma nova tática para despertar o interesse da mocidade pelo estudo. A família é motor insubstituível. Mãe que participa da vida escolar do filho é um fator de aceleração no processo permanente de absorção do domínio de qualquer assunto. A proximidade familiar da escola alicerça os seus sólidos fundamentos de centro de irradiação de tudo o que é bom para converter a sociedade numa comunidade de interesses sadios. A sociedade tem papel relevante. Empresas, bancos, entidades, organizações não governamentais, comércio e serviços, igrejas, clubes, associações e pessoas físicas com vontade de mudar o Brasil. Todos são chamados a pensar e a agir. Oferecer oportunidades ao jovem estudante. Propiciar-lhe, se ele estiver no ensino regular, um turno extra com atividades práticas. Incentivá-lo a pensar como se enxerga daqui a 20 anos. O que fará de sua vida? Quais as opções que gostaria que fossem oferecidas para o seu porvir? Há muito a ser feito. Algo já se faz, mas é preciso mais. Pois a messe é grande. É urgente a multiplicação de obreiros. Acaso o convite do constituinte se mostre insuficiente a motivar consciências ainda empedernidas, que fique a advertência de que a alternativa – deixar as coisas como estão – é nefasta. Quando os bons não fazem a sua parte, o mal cuida de ocupar esse vácuo. Há sinais de que ele pode avançar, até porque se apropriou de virtudes que o bem negligenciou. Disciplina, esforço, sacrifício, hierarquia, obediência, pontualidade, assiduidade, tudo isso a serviço de causas alimentadas por aquilo que não deveria existir na cogitação dos humanos. Paradoxo para as criaturas que se consideram a única espécie racional com morada nesta Terra. ] SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

olta e meia, imerso em crises, o País vê-se confrontado com propostas de reforma política voltadas para a implementação do parlamentarismo. É como se, por um passe de mágica, todos os problemas fossem suscetíveis de equacionamento simples, com base na mera troca de sistema de governo. O problema é que as instituições parlamentaristas funcionam muito bem no âmbito dos princípios ou em seus países de origem. Mas não necessariamente quando transplantadas para países com tradições e História distintas. A questão, muito bem analisada na obra de Oliveira Vianna, consiste na refração das ideias e no deslocamento das instituições. Teria sentido simplesmente importar um sistema de governo? Seria ele “importável”? As ideias ganham, nesse processo, outro significado, a despeito de guardarem a aparência de sua significação anterior. Os “importadores” podem até ter a melhor das intenções, mas seus efeitos podem não corresponder ao que foi projetado. Operando em outro contexto institucional e conforme outra História, produzem-se consequências que não se verificariam em seus países de origem. A depender do modo de utilização das ideias, elas podem vir a produzir grandes deslocamentos políticos. Como pode uma ideia constitucional vingar em países de tradição totalmente diferente? De que valem comparações se elas não levarem em conta o contexto histórico de implementação dessas ideias? Há uma certa tendência na política brasileira de opção por grandes transformações, em vez de mudanças graduais que observem os vários contextos particulares de sua concretização. O parlamentarismo pressupõe partidos políticos organizados, com doutrina própria, que disputem a opinião pública segundo as suas concepções; procurem conhecê-la e persuadi-la do bem fundado em seus projetos. Não devem ser meros agregados de pessoas e interesses, mas ter um propósito válido para toda a coletividade. Ora, observamos na cena política brasileira um forte componente fisiológico, e mesmo de

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corrupção, que faz a representação política ser falseada, ou seja, submetida a trocas dos mais diferentes tipos para que propostas coletivas sejam aprovadas. A aprovação de reformas passa por negociações que nada têm de republicanas, embora sejam de interesse nacional. Imagine-se, num sistema parlamentarista, o não atendimento desse tipo de demanda. Ele não repercutiria somente na não aprovação de um projeto, mas produziria um voto de desconfiança, podendo levar à queda do Gabinete de governo. Dado o caráter inorgânico dos partidos políticos brasileiros, poderíamos ter vários primeiros-ministros no transcurso do ano. De nada adiantam grandes ideias se não vierem acompanhadas de medidas básicas que seriam de muita valia para um melhor regime republicano. Pense-se, por exemplo, que um novo governante deveria, por sua vez, substituir os milhares de cargos comissionados, criando total balbúrdia na administração pública. Aliás, necessita o País de tal número de cargos? É evidente que a inexistência de cláusula de barreira para a criação de partidos políticos é um poderoso estímulo à fragmentação partidária, tornando difícil qualquer organização. A observação histórica mostra que, tanto em sistemas de gover-

Como pode vingar um sistema representativo sem partidos dignos desse nome? no presidencialistas como parlamentaristas, poucos partidos fortes são de natureza a produzir estabilidade governamental. Tampouco são favorecidas as instituições se essa pletora de partidos for organizada sob a forma de eleições proporcionais e, dependendo da aliança, o voto num partido redundar na escolha de outro. A proibição de coligações partidárias seria um poderoso instrumento de depuração do sistema político, produzindo um mínimo de organicidade. Haveria coincidência entre a representação política e a partidária. Agora, na contramão de qualquer depuração, estamos vendo nascer propostas de financiamento público de eleições estimadas em mais de R$ 5 bilhões.

Num país em séria crise econômica não deixa de ser um escárnio. Tome-se o caso da França. As perdas dos socialistas e republicanos, por suas derrotas legislativas, são estimadas em torno de poucas dezenas de milhões de reais, já feita a conversão. O partido de Emmanuel Macron ganhou em torno de 80 milhões. Os patamares, comparativamente, são para nós muito baixos. No Brasil fala-se de bilhões de reais como se fosse apenas o necessário, da mesma forma que a nossa corrupção é de país rico, sempre calculada em bilhões. Partidos deveriam ser financiados, enquanto entidades privadas, por seus membros e simpatizantes. Deveriam fazer um esforço de coleta de doações, permitidas a pessoas físicas pela nova legislação. Considerando que não há nenhuma organicidade partidária, parte-se agora, dada a proibição da contribuição empresarial, para o financiamento público, que é originário de impostos. Tirar-se-ia do orçamento da saúde, da educação ou da habitação, por exemplo, para financiar os partidos. Hoje se sabe, graças à Lava Jato, que os recursos de empresas só aparentemente eram privados; na verdade, eram resultado da corrupção, do desvio de recursos públicos. Graças a esse esquema político perverso, os espetáculos políticos midiáticos puderam ser realizados. A opinião pública, despreparada, comprou a mensagem que lhe foi oferecida. A política tornou-se assunto de marqueteiros, mercadores de imagens pagos a peso de ouro. Oliveira Vianna, em seu célebre livro o Ocaso do Império, assinala que no Segundo Reinado os partidos se haviam tornado “simples agregados de clãs organizados para a exploração em comum das vantagens do Poder”. Ou, ainda: “Os programas que ostentavam eram, na verdade, simples rótulos, sem outra significação que a de rótulos”. Parece que está falando dos dias de hoje. Como pode vingar um sistema representativo sem partidos dignos desse nome? ] PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR

Fórum dos Leitores FORO DE SÃO PAULO Esquerda sem máscara

Grande dia político: a esquerda brasileira arranca completamente a sua máscara democrática! No Foro São Paulo, PT e PCdoB assinam formalmente seu apoio ao regime venezuelano de Nicolás Maduro, endossando conscientemente todos os crimes diários, pessoais, contra os cidadãos e a caçada sistemática, desde a inauguração do chavismo, aos direitos humanos, à expressão do pensamento, à comunhão civilizada entre as nações. Comemoremos: podemos também agora assumir plenamente nosso repúdio aos intelectuais, verdadeiros ou pseudo, que insistem em veicular os gastos chavões ideológicos, como os da “luta pela democracia”, “por um mundo melhor”, “pela liberdade”, etc. A quem conseguem ainda enganar? Não há dúvida possível, na esquerda brasileira dita “iluminista”, na Venezuela, na

Coreia do Norte, em Cuba e nos demais países da facção predominam sem disfarce os mesmos princípios fascistas que criaram Hitler, Mussolini, Stalin e outros tantos ditadores. CECILIA PRADA, jornalista e escritora amaralprada@uol.com.br Campinas

Superando a ficção

Simplesmente surreal o apoio que partidos da esquerda brasileira, como PT, PCdoB e PDT, seguem dando ao regime de Maduro, mesmo vendo seu governo assassinar nas ruas, desde abril, mais de cem manifestantes, cujo único delito foi protestar pelo restabelecimento da ordem democrática em seu país. Alheia ao destino de quem faz da simples ida ao supermercado uma verdadeira aventura e infensa à repressão brutal imposta ao povo pelas tropas e milícias bolivarianas, a vanguarda do atraso

nacional, liderada pelo PT, malgrado todos os fatos expostos diariamente na mídia, vê-se motivada a discursar em defesa de um regime que subjugou o Poder Judiciário e chegou a dominar o Legislativo, escancarando o mais cruel totalitarismo, aprofundando a crise e empurrando a Venezuela em direção ao mais negro abismo – apesar de o país ser detentor das maiores reservas petrolíferas globais. É inacreditável a “competência” que os socialistas, em todos os cantos do mundo, têm para destruir nações, mesmo as mais bem aquinhoadas pela mãe natureza. Há 50 anos (30/5/1967) o festejado escritor Gabriel García Márquez lançava o primoroso clássico do realismo fantástico Cem Anos de Solidão. Passado esse meio século, a realidade nua e crua do nosso sofrido continente parece superar, e muito, a ficção do Nobel colombiano. SILVIO NATAL silvionatal49@gmail.com São Paulo

A maior das vergonhas

Cristalina confissão

A maior vergonha que políticos brasileiros já protagonizaram só podia vir dessa esquerda. Sabemos que não foi a primeira nem será a última, mas apoiar publicamente o regime do ditador assassino Nicolás Maduro ganhou de lavada. Graças a Deus, é uma minoria. Mas 2018 está chegando e a resposta será dada nas urnas. E viva a democracia!

O documento subscrito em favor da inquestionável ditadura do companheiro Maduro é uma cristalina confissão do regime político que o PT e o PCdoB sonham em implantar no Brasil.

ALBERTO RAMON RIOS alberto.rios@gmail.com Cotia

Caminho do asilo

Ao vivo e em cores

Se PT, PDT e PCdoB tiverem um mínimo de decência e respeito a seus eleitores, devem, em rede nacional de TV, declinar seu apoio a Nicolás Maduro e a essa farsa de anti-imperialismo. ARNALDO RAVACCI arnaldoravacci05@gmail.com Sorocaba

ABEL PIRES RODRIGUES abel@knn.com.br Rio de Janeiro

O discurso no Foro de São Paulo da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendendo “apoio e solidariedade” ao governo do ditador Maduro sabendo da situação precária da Venezuela, nos leva a concluir que a senadora petista já está preparando seu caminho e do companheiro Lula para um possível pedido de asilo ao governo venezuelano, alegando “perseguição política” no Brasil, onde ambos estão denunciados por corrupção y otras

cositas más. Aliás, falando em corrupção, o déficit das contas federais é de R$ 139 bilhões. O ministro Henrique Meirelles vem de aumentar o imposto da gasolina para que o povo contribua e esse valor não seja ultrapassado. Não pode ser mera coincidência que esse déficit seja praticamente igual ao valor da roubalheira de R$ 144 bilhões, por ano, que o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, menciona em seu livro Luta Contra a Corrupção, à página 41. VALDY CALLADO valdypinto@hotmail.com São Paulo

AUMENTO DE IMPOSTOS O pato

Legado direto do lulopetismo, que destruiu as contas públicas, quem tem que pagar o pato são Lula e Dilma Rousseff. LUCIANO HARARY lharary@hotmail.com São Paulo


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Diretor Presidente: Francisco Mesquita Neto

Opinião

Conselho de Administração

Editor Responsável: Antonio Carlos Pereira

Presidente

Membros

Roberto Crissiuma Mesquita

Fernando C. Mesquita, Fernão Lara Mesquita, Francisco Mesquita Neto, Getulio Luiz de Alencar e Júlio César Mesquita

Notas e Informações A3

Diretor de Jornalismo: João Fábio Caminoto Diretor da Sucursal de Brasília: Marcelo Beraba

estadão.com.br

Diretor de Mercado Anunciante: Flavio Pestana Diretora Jurídica: Mariana Uemura Sampaio Diretor de Tecnologia: Nelson Garzeri

A versão na Internet de O Estado de S. Paulo

Notas & Informações

A miséria da esquerda Os intelectuais petistas começam a admitir em voz alta aquilo que seus colegas militantes apenas murmuravam aqui e ali: a esquerda – como eles a entendem – é totalmente dependente de Lula da Silva para existir como força eleitoral. Sem o demiurgo petista e suas bravatas demagógicas, reconhecem esses amuados ativistas, os partidos do dito “campo popular” dificilmente serão capazes de comover os eleitores com seu discurso estatizante, baseado na puída tese marxista da luta de classes. Ou alguém acredita que Dilma Rousseff, que se julga herdeira de Leonel Brizola e seu esquerdismo terceiromundista, teria sido eleita e reeleita presidente da República não fosse seu padrinho? “Impedir o PT de ter um candida-

to competitivo a um ano do pleito equivale a banir a esquerda da vida política”, sentenciou o professor de História da USP e autor do livro História do PT, Lincoln Secco, em recente entrevista ao Estado. Segundo Secco, “a esquerda não tem plano B sem o Lula”. Mais do que isso: o professor petista considera que, “sem apoio do Lula, nenhum candidato da esquerda se viabiliza”. O professor Secco não está sozinho nessa avaliação. A sentença do juiz federal Sérgio Moro que condenou Lula a mais de nove anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro teve o condão de fazer com que outros militantes manifestassem sua preocupação com o futuro eleitoral da esquerda, depois de mais de uma década de bonança petista. Para essa turma, é preciso começar a encarar a vida sem Lula na cédula de votação em 2018. O mais curioso desse diagnósti-

co é que Lula da Silva jamais foi de esquerda. Sua carreira como líder sindical e depois como político se notabilizou pelo oportunismo desbragado. “Eu nunca fui um esquerdista”, disse o chefão petista em 2006, quando era presidente, buscava a reeleição e tinha de convencer o mercado de que nada mudaria na condução prudente da política econômica. Já quando precisa insuflar a militância esquerdista, Lula não tem dúvida em bradar, como fez no mais recente congresso do PT, que é necessário fazer “a esquerda voltar a governar o País”. Cabe aos ingênuos escolher em qual Lula se deve acreditar. Diante da perspectiva muito concreta de passar os próximos anos na cadeia, Lula da Silva parece ter intuído que o melhor a fazer no momento é travestir-se de esquerdista, vociferando palavras de ordem contra o capital, a imprensa e a classe mé-

Nova crise do FAT nfrentando a pior crise desde que foi criado em 1990 para assegurar benefícios como o seguro-desemprego e o abono salarial, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não poderá mais contar com o apoio que teve até agora do Tesouro Nacional. “Dado o esforço de ajuste fiscal, a cada ano ficará mais difícil para que o Tesouro complemente os recursos do FAT”, diz a nota técnica do governo encaminhada ao deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), relator da Medida Provisória (MP) 777, que muda a taxa de juros que baliza os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Elaborada pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, pelo Banco Central e pelo BNDES, a nota justifica a mudança da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente utilizada pelo banco de fomento, pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que com o tempo se aproximará dos rendimentos das Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B). A mudança reduzirá os subsídios implícitos nas operações do BNDES e assegurará melhor remuneração para os recursos do FAT utilizados pelo banco. Mas o ganho não será suficiente para cobrir o rombo. A crise do FAT foi agravada pela irresponsável política do governo Dilma Rousseff de desordenada redução dos tribu-

E

tos sobre a folha salarial, o que reduziu suas receitas originais, enquanto os gastos continuaram a crescer. A paralisia da economia, por sua vez, reduziu a capacidade financeira do Tesouro Nacional, que diz não ter mais recursos para cobrir todas as necessidades do FAT. O governo estima em R$ 15 bilhões por ano o aumento da remuneração que o FAT terá quando a TLP estiver equiparada às taxas do mercado. Mas esse valor, a ser alcançado dentro de alguns anos, será insuficiente para evitar o agravamento dos problemas financeiros do fundo. A necessidade de aporte de recursos do Tesouro para cobrir a diferença entre as receitas e as despesas do FAT neste ano foi estimada há alguns meses em R$ 16,2 bilhões pelo Ministério do Trabalho. O valor já foi revisto para R$ 18 bilhões, 44% maior do que o rombo de 2016 (de R$ 12,5 bilhões). O orçamento para 2018 aprovado pelo Conselho Deliberativo (Codefat) prevê a necessidade de repasses de R$ 20,6 bilhões do Tesouro. O FAT deve gastar neste ano R$ 43,8 bilhões com o segurodesemprego aos trabalhadores demitidos sem justa causa e R$ 17,1 bilhões com o abono salarial. Esses gastos cresceram continuamente, mesmo quando o desemprego diminuía, por causa do aumento real do salário mínimo. O aumento do desemprego fez crescer a lista de beneficiados, o que aumentou os gastos do FAT. O fundo obtém 70% de suas

LUIZ HENRIQUE PENCHIARI lpenchiari@gmail.com Vinhedo

Higher Education. Nessa classificação, que analisa as universidades mais prestigiadas da América Latina, o Brasil tem 18 entre as 50 melhores, todavia registra uma redução de cinco instituições em relação ao ano passado. Isso é muito preocupante, notadamente porque o Chile, com uma população numericamente inferior à da Grande São Paulo, classificou 15 universidades.

Sacrifícios

LUIZ ANTÔNIO ALVES DE SOUZA zam@uol.com.br São Paulo

Ao cidadão só resta a redução do seu bem-estar. E os políticos, já estão andando de ônibus?

EM SÃO PAULO Campo de Marte

Contabilidade criativa

Ao ver as notícias do aumento da gasolina para tapar o rombo federal, lembrei-me com saudade do Arno Augustin. Ele sempre tinha uma carta na manga pra sumir com esses déficits.

OTTFRIED KELBERT okelbert@outlook.com Capão Bonito

EDUCAÇÃO Unicamp passa USP

A USP acabou de ser superada pela Unicamp no ranking da tradicional revista britânica Times

Entendo que as partes podem acordar em fazer o parque municipal, o museu, manter o Parque da FAB, instituição de alta tecnologia e que gera empregos para os jovens da cidade, e uma área para o Aeroclube de São Paulo. SEVERINO JOSÉ DA SILVA silva.pretti@gmail.com São Paulo

dia, de modo a eletrizar os tolos que ainda se dispõem a defendê-lo, a despeito de todas as evidências. Sua intenção é óbvia: transformar seu julgamento em um caso político, como se sua condenação judicial, acompanhada de carradas de provas, fosse uma ação da “direita”, interessada em destruir as chances eleitorais da “esquerda”. Essa encenação para engambelar esquerdistas bocós conta com a participação ativa da cúpula do PT, ciente, é claro, do risco de ver o partido encolher drasticamente nas próximas eleições caso Lula não possa concorrer. No mais recente encontro do Foro de São Paulo – o notório convescote de partidos esquerdistas da América Latina que acabam de se reunir em Manágua –, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que “a direita reacionária e golpista não descansa” em seu intento de “destruir

o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018”. Segundo a petista, “mais do que nunca necessitamos de um governo de esquerda de volta ao nosso país”. No mesmo discurso, sem ruborizar, a senadora aproveitou para se solidarizar com as ditaduras da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua. A estratégia petista de vincular o destino de Lula ao da esquerda – não só brasileira, mas latino-americana – parece estar funcionando bem, a julgar pelo lamento dos esquerdistas que já se consideram órfãos do chefão petista. Isso só comprova a miséria do pensamento dito “progressista” no País. Afinal, se essa esquerda, para existir, depende de um rematado demagogo condenado por corrupção, então é mesmo o caso de considerá-la moralmente extinta.

Trabalho inconcluso receitas dos recolhimentos do PIS e do Pasep. A desoneração da folha decidida pelo governo Dilma reduziu o montante arrecadado com essas contribuições. Parte da receita é retida pelo Tesouro desde 1994, primeiro pelo antigo Fundo Social de Emergência, depois por meio da Desvinculação de Receitas da União, a DRU. O Ministério do Trabalho estima que, com a aplicação desses mecanismos, o fundo deixou de receber R$ 194,5 bilhões entre 2003 e 2016. A Constituição determina que o FAT deve destinar 40% de sua receita do PIS e do Pasep para o BNDES, que aplica esses recursos em programas de desenvolvimento econômico. A remuneração desse empréstimo – que passará a ser baseada na nova TLP – é outra fonte de receita do fundo. As disponibilidades financeiras aplicadas em títulos do Tesouro completam a receita do fundo. O quadro financeiro do FAT e os estreitos limites da política fiscal do governo – que para cumprir a meta deste ano se viu compelido a aumentar impostos e a ampliar os cortes de despesas – sugerem que, para alcançar seu equilíbrio ou reduzir seu rombo, o FAT tem poucos e difíceis caminhos. Ou cobra antecipadamente a devolução de recursos repassados ao BNDES – reduzindo a capacidade do banco de fomento – ou reduz o valor da DRU ou usa parte de seu patrimônio. A nova taxa de juros do BNDES apenas aliviará seus problemas.

“Só para saber: já começou a vaquinha para garantir o sustento da jararaca?”

o longo dos quase três anos e meio de duração, a Operação Lava Jato produziu expressivos resultados no combate à impunidade. Perduram, no entanto, muitas frentes de trabalho que foram iniciadas, mas não finalizadas. Segundo reportagem do Estado, a Lava Jato tem 244 inquéritos e procedimentos abertos e 40 ações penais em andamento na Justiça Federal de Curitiba. Terminar com urgência esse trabalho é uma prioridade, seja para que os eventuais crimes praticados não fiquem impunes, seja porque o País não pode ficar em compasso de espera, com sua normalidade econômica, política e social pendente de uma operação de investigação que parece não ter fim. Não é conluio com a impunidade dizer que a Lava Jato tem de ter um fim. Terminar a tarefa começada é condição necessária de todo trabalho bem feito. Depois da Lava Jato, é óbvio que a Polícia Federal e o Ministério Público continuarão, esse é seu dever, investigando denúncias e eventuais escândalos de corrupção. Mas não há motivo para a Operação Lava Jato perdurar indefinidamente. Em regra, prolongar as investigações colabora com a impunidade, e não o contrário. Por exemplo, 1 dos 244 inquéritos ainda abertos é o que investiga a compra pela Petrobrás da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Trata-se de um caso bem conhecido – sabe-se quem

A

“O PT devia catar os cacos que sobraram, fundar um novo partido com os membros não implicados e parar de tentar esconder o sol com peneira” LUIGI VERCESI / BOTUCATU, SOBRE A CONDENAÇÃO DO CHEFE POR CORRUPÇÃO luigiapvercesi@gmail.com

VOCÊ NO ESTADÃO.COM.BR COMENTÁRIOS NO PORTAL E NO FACEBOOK

Ex-goleiro Waldir Peres morre em SP

4.106

Ídolo do São Paulo e defensor da seleção na Copa do Mundo de 1982, ex-atleta sofreu um enfarte l “Mais um que se vai deixando um pedaço da infância para trás. Ídolos não morrem, perpetuam-se no que somos.” RICARDO SODRÉ

l “Não foi ídolo da torcida tricolor, ele sempre será ídolo da nação são-paulina! Descanse em paz, mestre.” JEFERSON BARBOSA

HÁ 2.855 DIAS

POR DECISÃO JUDICIAL, O ESTADO ESTÁ SOB CENSURA. ENTENDA O CASO: WWW.ESTADAO.COM.BR /CENSURA

ex-presidente tentava esconder sob o manto de seu carisma e de sua popularidade. Ou seja, faz bem ao País combater a impunidade, especialmente dos poderosos. Esse bom e nobre motivo não é razão, porém, para condenar o País à paralisia, que é o que vem ocorrendo. Quem deve ser condenado são os criminosos, e não todos os brasileiros indistintamente. Além disso, é de justiça distinguir entre a Lava Jato que investiga dentro de suas competências institucionais e o comportamento de alguns de seus membros. Vazamentos ilegais e espetáculos policialescos produzem efeitos tão deletérios como a corrupção, já que são sintoma de arbitrariedade, de indiferença ao que determina a lei – doença, por sinal, que equivale ao aparelhamento do Estado promovido pelos petistas –, e geram deletérias consequências econômicas, políticas e sociais para a população. Do jeito que algumas investigações são conduzidas, o País é punido duas vezes – pela corrupção que alguns praticam e pelas investigações intermináveis que outros conduzem. É preciso, portanto, que as operações da Lava Jato cheguem o quanto antes a seu término. Elas não podem ser consideradas, como parece que estão sendo por alguns membros da força-tarefa, um fim em si mesmas. A conclusão dos inquéritos e processos abertos será uma eloquente manifestação de respeito à lei e ao interesse público.

Av. Engenheiro Caetano Álvares, 55 CEP 02598-900 São Paulo - SP Tel.: (11) 3856-2122

TEMA DO DIA ARLETE PACHECO / ITANHAÉM, SOBRE O POBRE MILIONÁRIO arlpach@uol.com.br

comprou, quem autorizou o negócio e qual foi o dano causado. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a compra da refinaria americana gerou um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobrás. O que ainda falta para o encaminhamento final do inquérito? Também há inquéritos não finalizados envolvendo denúncias de suborno em contratos de plataformas para exploração de petróleo no pré-sal, relativos à empresa Sete Brasil, e em contratos de comunicação e marketing da Petrobrás. São assuntos importantes demais, envolvendo grandes quantias de dinheiro, para que os ritos judiciais não tenham fim. Há, porém, um motivo ainda mais importante que a luta contra a impunidade a recomendar o urgente término dos inquéritos e processos da Lava Jato. É a normalização da vida do País. Uma coisa é a investigação diligente. Outra é transformar a vida nacional numa novela sem fim de casos de corrupção, denúncias, delações e subornos. Esse terrorismo psicológico prejudica o ambiente de trabalho, afasta investimentos, solapa a democracia, tanto quanto o crime impune. A Lava Jato foi e continua sendo um poderoso instrumento de investigação, que revelou grandes esquemas de corrupção praticados por políticos, funcionários públicos e empreiteiros. A esse respeito é luminosa a sentença do juiz Sérgio Moro que condenou o sr. Lula da Silva, revelando crimes que o

Redação: 6º andar Fax: (11) 3856-2940 E-mail: forum@estadao.com O Estado reserva-se o direito de selecionar e resumir as cartas. Correspondência sem identificação (nome, RG, endereço e telefone) será desconsiderada. Central de atendimento ao assinante Capital e Regiões Metropolitanas: 4003-5323 Demais localidades: 0800-014-77-20 www.assinante.estadao.com.br/faleconosco Central de atendimento ao leitor: Fale com a redação: 3856-2122 falecom.estado@estadao.com Classificados por telefone: 3855-2001 Vendas de assinaturas: Capital: 3950-9000 Demais localidades: 0800-014-9000 Vendas Corporativas: 3856-2917 Central de atendimento às agências de publicidade: 3856-2531 – cia@estadao.com Preços venda avulsa: SP: R$ 4,00 (segunda a sábado) e R$ 6,00 (domingo). RJ, MG, PR, SC e DF: R$ 4,50 (segunda a sábado) e R$ 7,00 (domingo). ES, RS, GO, MT e MS: R$ 6,50 (segunda a sábado) e R$ 8,50 (domingo). BA, SE, PE, TO e AL: R$ 7,50 (segunda a sábado) e R$ 9,50 (domingo). AM, RR, CE, MA, PI, RN, PA, PB, AC e RO: R$ 8,00 (segunda a sábado) e R$ 10,00 (domingo) Preços assinaturas: De segunda a domingo – SP e Grande São Paulo – R$ 102,90/mês. Demais localidades e condições sob consulta.

l “Tricampeão paulista e campeão brasileiro em 1977 pelo Tricolor. Honrou o manto nas 617 partidas que defendeu.”

Carga tributária federal: 3,65%.

LUCAS TENÓRIO ARRUDA

PUBLICAÇÃO DA S.A. O ESTADO DE S. PAULO


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Política COLUNA DO ESTADÃO

ANDREZA MATAIS MARCELO DE MORAES COLUNADOESTADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Partidos vão priorizar candidatos competitivos

C

om dinheiro escasso para bancar as campanhas de 2018 e sem poder contar com financiamento privado, os partidos serão obrigados a ser muito mais seletivos na hora de definir em quais candidatos colocarão recursos. Segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, principal nome do PSD, a tendência será seguida por todas as legendas. “Não tem como ser diferente. A partir de agora, campanhas mais competitivas serão a prioridade. Ninguém vai ter dinheiro para apostar em candidaturas sem chances.”

» Planos. Kassab já decidiu que vai disputar as próximas eleições. Ainda avalia se concorrerá ao governo de São Paulo ou ao Senado. No limite, aceita ser vice do senador José Serra (PSDB), se ele tentar voltar ao Palácio dos Bandeirantes. » Próximos capítulos. Longe de terminar, a divergência interna no PSDB ganhou outro episódio. Agora, o partido rachou na decisão sobre quem deverá substituir Aécio Neves no comando da legenda. » O vento mudou. Já não é consenso a manutenção do senador Tasso Jereissati (CE) no posto. Um forte movimento, que inclui importantes tucanos de São Paulo, quer ver o governador de Goiás, Marconi Perillo, à frente do PSDB. » À espera. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) vai designar o líder do DEM, Efraim Filho, para relatar o fim do foro privilegiado para autoridades na Câmara. » Topa tudo. A aliados, Michel Temer começou a admitir que aceita mais alterações no texto da reforma da Previdência para que ela seja votada na Câmara. » Bate cabeça. O problema é que não há consenso nem mesmo sobre as possíveis mudanças a serem feitas. » Não arredo o pé. A quem liga para saber se vai desistir de apresentar a “Emenda Lula”, Vicente Cândido (PT-SP) diz que “prefere manter a coragem de assumir a autoria do que ter a covardia de recuar”.

» Duelo. Na Bahia, por exemplo, a possível disputa entre o governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), deflagrou uma batalha para mostrar quem realiza mais. » Vitrines. Costa cunhou o “Correria 300”, visitando 300 cidades durante seu mandato. Neto lançou o “Salvador Investe”, plano que promete investimentos de R$3 bilhões. FACEBOOK RENAN CALHEIROS

» CLICK. Em ritmo de pré-campanha, o senador Renan Calheiros e seu filho, o governador Renan Filho, participam da entrega de tratores em Messias (AL). » O retorno. Destituído da presidência do diretório do PSB no Mato Grosso por votar a favor da reforma trabalhista, o deputado Fábio Garcia conseguiu liminar para voltar ao cargo. » Exceções. Ao afastar Garcia, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, entregou o diretório a Valtenir Pereira. Detalhe: ele também votou pela reforma trabalhista na Câmara. » Nova missão. Diogo Thomson assumiu a Superintendência-Geral do Cade. Cuidará de casos importantes, como o do cartel do metrô paulista. COM NAIRA TRINDADE

» Apetite. Se os presidenciáveis começam a colocar seus blocos na rua, candidatos a governos estaduais estão mais acelerados.

» SINAIS PARTICULARES.

KLEBER SALES/ESTADÃO

Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações

PRONTO, FALEI!

Vicente Cândido O ‘cartola’ da CBF que relata a reforma política na Câmara. Pág. A6

Congresso. Comissão da Câmara discute mudanças na regra da colaboração premiada e prazo de até 180 dias para a prisão provisória, medidas consideradas pilares da Lava Jato

Novo Código Penal pode rever delação e preventiva LUIS MACEDO/AGENCIA CAMARA-10/11/2015

Isadora Peron / BRASÍLIA

No debate sobre o novo Código de Processo Penal (CPP) na Câmara, deputados discutem mudanças nas regras de delação premiada, prisão preventiva e condução coercitiva, além da revogação do entendimento de que as penas podem começar a ser cumpridas após a condenação em segunda instância. As medidas, que em parte se tornaram pilares da Operação Lava Jato, costumam ser alvo de críticas dos parlamentares. O Ministério Público Federal atribui à colaboração premiada importância significativa para o sucesso da operação e considera que ações para rever os acordos têm por objetivo enfraquecer as investigações. Atualmente, o instrumento é regulado pela lei que trata de organizações criminosas, de 2013. Dos artigos que constam no atual código, a prisão preventiva não tem duração determinada e a condução coercitiva não prevê punição em caso de uso considerado abusivo. Pelo cronograma estabelecido pela comissão especial que discute o tema, o relator João Campos (PRB-GO) deve entregar o seu parecer ainda em agosto. Com isso, o projeto pode ser votado até outubro no plenário da Câmara. O texto final será resultado de outros cinco relatórios parciais já apresentados. A reforma no CPP, que é de 1941, teve início no Senado e foi aprovada em 2010. Na Câmara, ficou esquecida até o ano passado e foi desengavetada durante a presidência do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo da Lava Jato. O peemedebista teve a prisão preventiva decretada em outubro de 2016 e está atualmente em Curitiba. Presidente da comissão que discute o CPP na Casa, o deputado Danilo Forte (PSB-CE) tem defendido alterações nos acordos de delações premiadas e na aplicação da condução coercitiva. Esses pontos estão em discussão, mas ainda não foram sistematizados em um relatório. Forte discorda do fato de uma pessoa presa poder fechar acordos de delação premiada e defende que hoje há um poder excessivo concentrado nas mãos dos procuradores. Para ele, o juiz deveria acompanhar toda a negociação entre o Ministério Público e o delator, e não apenas ter acesso ao acordo no final do processo. Aliado de Temer, ele faz críticas ao acordo fechado com os irmãos Joesley e Wesley Batista e diz que o perdão da pena concedido a eles pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi excessivo. Forte também considera que é preciso prever punições para quem desrespeitar as regras da condução coercitiva, que deve ser colocada em prática somen-

Comissão especial. Relator João Campos (PRB-GO) deve entregar seu parecer em agosto te se uma pessoa se negar a prestar depoimento. Prisões. Um dos relatórios par-

ciais já apresentados trata sobre a questão das prisões preventivas. Elaborado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) com a ajuda de advogados, juristas e professores de Direito, o texto propõe que haja um prazo de duração. Apesar de alguns integrantes da comissão defenderem um tempo menor, o deputado manteve a proposta inicialmente aprovada pelos senadores em 2010, que estabelece que esse tipo de prisão pode durar no máximo 180 dias. No texto, Teixeira sugere também que o novo CPP deixe explícito que o instrumento “jamais” possa ser utilizado como “forma de antecipação da pena” e afirma que o “clamor público não justifica, por si só, a decretação da prisão preventiva”. O relatório prevê ainda a “proteção da imagem do preso” e a punição das autoridades que deixarem uma pessoa ser fotografada ou filmada pela imprensa durante o momento em que é levada à cadeia. “Não se está, aqui, a regular ou restringir a atividade jornalística. Longe disso. Antes, busca-se responsabilizar as autoridades”, diz o texto. Em outra frente, o relatório também modifica o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal em relação à aplicação de penas após a condenação em segunda instância. Para Teixeira, isso só deveria acontecer após o chamado trânsito em julgado, isto é, após se esgotar todos os recursos. Esses pontos, no entanto, não são consenso entre os membros da comissão. Para João Campos, que também foi relator da lei das organizações criminosas, que disciplinou a delação premiada, não há porque incluir mudanças relativas às delações premiadas no texto novo do Código de Processo Penal. “É uma lei recente, de 2013, e o instituto da delação premiada vem dando certo”, disse.

l

Condução

]

Para o presidente da comissão que discute o novo Código de Processo Penal (CPP), Danilo Forte (PSBCE), a condução coercitiva “virou uma pré-punição”, causando constrangimento a “pessoas que não se negariam a ir prestar esclarecimentos”.

ANÁLISE: Rogério Taffarello

Sob vigilância

A

colaboração premiada está prevista em lei e à disposição para ser usada tanto por investigadores quanto por investigados, no último caso como meio de defesa. Porém, trata-se de instrumento ainda novo e que tem gerado questionamentos na prática forense, hoje ressonantes no Congresso. O Brasil apresenta índices de prisões preventivas superiores à média das sociedades civilizadas, o que, por si só, já deveria preocupar magistrados e legisladores. A isso se soma o fato de que, em um Estado de Direito, deve merecer especial reflexão a possibilidade de que se decretem prisões para constranger investigados a delatar. Diante disso, debate-se a simplista proibição de o preso provisório pactuar acordo de colaboração. A inaceitabilidade da ideia salta aos olhos de imediato: como vedar o uso de meio de defesa justamente àqueles em situação mais gravosa? A injustiça seria flagrante. Solução intermediária estaria na soltura – atendidos requisitos e precedida de manifestação de interesse do Ministério Público – do candidato a colaborador durante as negociações, para que decida se firmará o acordo sob menor vulnerabilidade psicológica. Mas a real solução do problema supõe a necessidade de juízes e promotores abandonarem o uso desmedido de prisões processuais. Nisso o Legislativo pode ser muito útil, melhor delineando os requisitos da prisão preventiva e lhe impondo prazo de duração, temas presentes nos estudos para o Projeto de Código de Processo Penal. A nota negativa fica por conta do fato, inegável, de que muitos congressistas hoje se movem a delimitar a aplicação da delação somente por receio de serem atingidos por investigações, e não por genuíno espírito republicano. Isso pode gerar a aprovação de leis indesejadas, impondo à sociedade civil, aos órgãos de controle e ao eleitorado vigiar de perto os debates legislativos sobre a matéria. ] ADVOGADO, MESTRE EM DIREITO PENAL PELA USP

DISCUSSÕES

COMO É

COMO FICARIA

Delação premiada

É regulamentada por lei (12.850) de 2013. O Ministério Público negocia com os delatores. O juiz só homologa o acordo.

Presidente da comissão quer que colaboração premiada seja acompanhada pelo juiz responsável desde o início.

Prisão Preventiva

É regulamentada pelo artigo 312 do CPP. Prevê a prisão provisória para a garantia da ordem pública e econômica e por conveniência da instrução criminal. Não determina a duração.

Relatório parcial determina um prazo máximo 180 dias de duração da prisão preventiva. Texto diz que instrumento jamais será utilizado para “antecipação da pena”.

Prisão após a segunda instância

Atualmente, a jurisprudência definida pelo STF permite a prisão após condenação confirmada em segunda instância.

Relatório de Paulo Teixeira (PT-SP) prevê que execução penal tenha início após o trânsito em julgado.

É regulamentada pelo artigo 260 do CPP. Pode ser usada “se o acusado não atender à intimação para o interrogatório”.

Deputados querem estabelecer punições para casos de abuso na condução coercitiva.

Deltan Dallagnol Procurador da República

“Desviam R$ 200 bilhões por ano em corrupção, deixam de aprovar medidas anticorrupção e agora querem colocar a conta disso tudo no nosso bolso.”

Condução Coercitiva


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O ESTADO DE S. PAULO

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Política A5


A6 Política %HermesFileInfo:A-6:20170724:

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PERFIL Vicente Cândido, Deputado federal (PT-SP) e relator da reforma política

‘Cartola’ da CBF e a favor de cassinos no País DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-11/11/2014

Relator da reforma política é visto por colegas como ‘pragmático’ e ‘bem relacionado’ com governistas no Congresso Pedro Venceslau Valmar Hupsel Filho

Em fevereiro do ano passado, os principais líderes sindicais do PT se reuniram em São Paulo para organizar a defesa política da presidente Dilma Rousseff e denunciar “o golpe” que, segundo eles, estaria sendo tramado por seu vice, Michel Temer. Apesar do clima exaltado, um dos oradores presentes, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) causou espanto ao pedir a palavra para defender a legalização dos cassinos no Brasil. Após a fala, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. O episódio ilustra bem o perfil do petista escolhido por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para assumir relatoria da reforma política. Há alguns dias, Cândido ganhou destaque no noticiário nacional após o Estado revelar que ele incluiu no projeto uma emenda que impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. Ou seja: sob medida para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se articula para disputar o Planalto em 2018. “Lula nem sabia (da emenda). Ficou sabendo pelo Estado. Não achei relevante”, disse o deputado. Integrante do Campo Majoritário petista, Cândido, porém, é classificado pelos colegas do Congresso como alguém “pragmático” e “bem relacionado” com o campo governista. Em parte, um estranho no ninho petista. “Ele foi escolhido relator devido ao trânsito que tem com os partidos conservadores”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que foi companheiro de Cândido nos tempos que era do PT. Cartola. Diretor de Relações Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cargo pelo qual recebe um salário de R$ 35 mil mensais (que se somam aos R$ 33,7 mil do salário de parlamentar), Cândido é também um dos líderes da chamada “bancada da bola”.

Atuação. Vicente Cândido (PT), relator da reforma política na Câmara, integra ‘lobby’ da legalização do jogo e protagonizou defesa de uma anistia ao caixa 2 Até o ano passado o petista era sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, em um escritório de advocacia. O dado curioso é que a sociedade começou em 2007, quando Cândido se formou em direito. No mesmo ano ele foi nomeado vicepresidente regional do ABC na Federação Paulista de Futebol, então dirigida por Del Nero. Em tempo: depois da graduação, o deputado fez uma pós em direito tributário no Instituto de Direito Público (IDP), onde foi orientando do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas porque Del Nero convidaria um recém formado para ser seu sócio? “Fiz estágio antes. Eu já trabalhava com matéria tributária no Parlamento e tinha muita relação criada”, afirmou o deputado ao Estado. Segundo o petista, a sociedade com Del Nero terminou para que os negócios não fossem prejudicados. O presidente da CBF é investigado pelo FBI (equivalente à Polícia Federal dos Esta-

dos Unidos) por suspeita de receber propina em negociações envolvendo direitos de TV. “O meu nome estar junto do dele nessa conjuntura política atrapalhava o escritório. Nossos nomes caíam em matérias sensíveis na mão de juízes. Não valia a pena. Sugeri que ele saísse também”, disse. Procurado por meio de sua assessoria, Del Nero disse que não iria se manifestar. O salto político de Cândido ocorreu em 2010, quando ele se elegeu deputado federal. Dois anos depois assumiu a relatoria da Lei Geral da Copa do Mundo no Brasil. Nessa função, assumiu a mediação envolvendo delicadas e tensas negociações para o torneio no País. Cândido, por exemplo, alterou o Estatuto do Torcedor para permitir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, como queria a Fifa. A partir daí, ampliou seu trânsito com parlamentares de diferentes agremiações partidárias. Atualmente, o leque de atuação de Cândido na Câmara é amplo. Integra o “lobby” da le-

VIDAL CAVALCANTE/ESTADÃO-4/6/1998

Câmara Municipal. Com José Eduardo Cardozo, em 1998

galização do jogo, protagoniza a defesa de anistia ao caixa 2 e foi um dos idealizadores da campanha de Maia à Presidência da Casa. “A relatoria da reforma política foi um dos pontos que negociei com Rodrigo Maia para arrumar votos para ele no mandato tampão. Em troca, ele precisaria dar espaço para o bloco de oposição. Então ele deu relatoria para o PT e disse: ‘Vai você, que tem uma relação mais ampla’. No segundo turno arrumei uns 32 votos no PT para o Maia do total de 58”, contou o petista (mais informações na pág. A8). “Ele não foi escolhido por isso, mas de fato foi um dos primeiros deputados a defender meu nome. É meu amigo”, disse Maia ao Estado. Bens. O patrimônio declarado por Vicente Cândido à Justiça Eleitoral aumentou nove vezes nos últimos nove anos (já descontada a inflação do período). Em 2006, o então candidato a deputado federal declarou possuir pouco mais de R$ 170 mil. O bem de maior valor, na

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Indicação

“A relatoria da reforma política é um dos pontos que negociei com Maia para arrumar votos para ele no mandato tampão.” Vicente Cândido (PT-SP) RELATOR DA REFORMA POLÍTICA

“De fato foi um dos primeiros a defender meu nome. É meu amigo.” Rodrigo Maia (DEM-RJ) PRESIDENTE DA CÂMARA

ocasião, era um apartamento na Vila Andrade, que ele declarou por R$ 148 mil. Quatro anos depois, seu patrimônio declarado já havia mais que triplicado nominalmente. Em 2010, Cândido declarou possuir R$ 522,9 mil em bens. Nesta declaração, ele informa um aumento do que dispunha em espécie: R$ 292,7 mil em contas correntes. Quatro anos antes havia declarado ter pouco mais de R$ 11 mil em espécie. Na prestação de contas da campanha de 2014, o patrimô-

KATHIA TAMANAHA/ESTADÃO-19/7/1999

Centro. Agenda na Praça Ramos de Azevedo, em 1999

nio declarado de Cândido saltou para R$ 2,12 milhões. Racionais. Cândido já se arriscou como empreendedor. Foi dono de padaria na periferia de São Paulo, vendida recentemente. Aos 58 anos e nascido em Vargem Alegre, Minas Gerais, ele chegou à capital paulista em 1970, ainda criança. Sua militância política começou nos grupos de juventude da Igreja Católica na Zona Sul de São Paulo. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (19891993), foi administrador regional do Campo Limpo e presidente do PT paulistano – sempre alinhado ao Campo Majoritário. Na juventude, foi criado junto com os integrantes da banda Racionais Mc’s, que fizeram comícios para ele em 1994. No começo da carreira era um político radical, mas foi mudando de perfil. Hoje se orgulha de ser próximo de João Doria, prefeito de São Paulo (PSDB), do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, claro, de Lula. / COLABOROU MARIANNA HOLANDA CLEBER BONATO/ESTADÃO-19/8/2000

Periferia. Comitê de Cândido em Parelheiros (SP), em 2000

PONTOS-CHAVE

As propostas polêmicas da reforma política

l Projetos

l Fundo Eleitoral

l Distritão

l ‘Emenda Lula’

Dois projetos tramitam no Congresso: o de Vicente Cândido (PTSP) e outro no Senado, de Romero Jucá (PMDB-RR). A ideia é apresentar uma proposta unificada.

É um ponto de consenso na reforma entre o Senado e a Câmara. A proposta de Vicente Cândido prevê fundo com recursos públicos de R$ 3,5 bilhões para 2018.

Com a medida, só os deputados mais votados seriam eleitos. Hoje há o fenômeno dos ‘puxadores de votos’, levando à Casa candidatos com poucos votos.

Após Moro condenar Lula e deixá-lo inelegível, Cândido acrescentou na reforma artigos para proibir a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. RAFAEL ARBEX / ESTADÃO-21/07/2017

Joesley afirma que ‘renasceu’ após delação BRASÍLIA

O empresário Joesley Batista, da JBS, afirmou em artigo publicado ontem no jornal Folha de S.Paulo, que a multa de R$ 10,3

bilhões estipulada no acordo de leniência assinado pela empresa “pagará com sobra possíveis danos à sociedade brasileira” causados por suas revelações. Joesley se tornou delator após gravar conversa com o presidente Michel Temer em abril. Inicialmente, o Ministério Público Federal exigia R$ 11,1 bilhões para fechar o acordo, enquanto a empresa oferecia R$ 1 bilhão. A leniência permite à empresa se livrar de eventuais me-

didas judiciais, como ações por improbidade administrativa. O texto assinado por Joesley diz que 17 de maio, quando o teor da delação veio à tona, foi a data do seu “renascimento”. “Sentime um novo ser humano.” O delator disse ainda que decidiu escrever o artigo para “acabar com mentiras e folclores”. O conteúdo da delação premiada da JBS, que traz relatos de ilícitos envolvendo quase dois mil políticos, acirrou a cri-

se política no País e resultou, até agora, em uma denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. O peemedebista é investigado por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa. No artigo, o empresário ainda diz que após a delação se refugiou em uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos – que não revela qual –, “para proteger a integridade física” da sua família.

DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Reunião em SP Michel Temer recebeu ontem Henrique Meirelles, Paulo Skaf (foto), Delfim Netto e o advogado Antonio Mariz.


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Política A7


A8 Política %HermesFileInfo:A-8:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Grupo fiel ao presidente da Câmara tem correligionários e claque de novos aliados Isadora Peron / BRASÍLIA

Primeiro na linha sucessória da Presidência da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mantém um núcleo duro de aliados formado por antigos correligionários e uma claque de deputados que se aproximou dele após assumir o comando da Casa, em julho de 2016. Caso chegue à Presidência, após um eventual afastamento de Michel Temer do cargo, esse grupo deve ter influência sobre o governo e pode vir a ocupar cargos importantes na Esplanada dos Ministérios. Dos antigos aliados, todos do seu partido, destacam-se o ministro da Educação, Mendonça Filho, o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), o atual líder da legenda na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), além dos deputados Pauderney Avelino (AM) e José Carlos Aleluia (BA). O prefeito de Salvador, ACM Neto, também é figura próxima do presidente da Câmara. ACM Neto costuma ir a Brasília quase todas as semanas para se reunir com Maia e outros integrantes do DEM. Na quarta-feira passada

desembarcou na capital federal para tentar apaziguar os ânimos entre Maia e Temer, depois de o presidente convidar para o PMDB parlamentares do PSB que estudam migrar para o DEM. Entre os nomes que passaram a gravitar mais recentemente em torno de Maia estão os deputados de primeiro mandato Alexandre Baldy (PodemosGO) e Fernando Monteiro (PPPE). A convivência entre eles extrapola assuntos políticos. Os três formaram um grupo informal de corrida e suas mulheres também se encontram. Baldy se aproximou de Maia porque o cunhado é amigo de longa data do deputado fluminense. No dia da votação da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o Podemos, partido de Baldy, decidiu substituir o único integrante titular da legenda na CCJ para garantir o voto contra Temer. Monteiro é sobrinho de José Múcio, atual ministro do Tribunal de Contas da União, que já foi filiado ao antigo PFL. Maia também mantém boa relação com nomes da oposição, como Vicente Cândido (PTSP) e Orlando Silva (PCdoB-

l Núcleo de apoio ao presidente da Câmara é formado por correligionários no Congresso e no governo; prefeito de Salvador, ACM Neto, também é próximo

Efraim Filho.

Mendonça Filho.

José Agripino Maia.

Deputado eleito pela Paraíba é líder do DEM na Câmara

Atual ministro da Educação, é aliado antigo de Maia

Senador pelo RN, é presidente do DEM

Compromisso. Pauderney Avelino.

José Carlos Aleluia.

Deputado pelo Estado do Amazonas

Deputado pelo DEM da Bahia

SP). Ao primeiro, entregou a cobiçada relatoria da comissão sobre Reforma Política. Ao deputado do PCdoB, cumpriu a promessa de enterrar a CPI contra União Nacional dos Estudantes (UNE) caso chegasse à presidência da Câmara. Este ano, conseguiu o apoio do partido para disputar a reeleição ao cargo. Pai. Outra figura de extrema

importância na vida política de Maia é o pai, o ex-prefeito e atual vereador do Rio César Maia (DEM), o grande articulador da carreira do filho. Foi na esteira do pai que Maia se elegeu a primeira vez deputado em 1998, pelo antigo PFL, e hoje já acumula

ANO XXIII - Nº 375 - Segunda-feira, 24 de julho de 2017

Boletim Semanal Sciesp

Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo Odil Baur de Sá - Presidente do Sciesp Alexandre Tirelli - Chanceler Produção Gráfica: Publicidade Archote www.sciesp.org.br Sede Capital Rua Pamplona, 1200 - Jd. Paulista - São Paulo / SP - 01405-906 11 3889-6299 - Capital e Grande São Paulo - 0800 17 6817 Demais Localidades.

cinco mandatos na Câmara. Em 2002, foi César Maia quem coordenou a campanha do filho à Prefeitura do Rio, com resultado pífio de 2,9% dos votos. Ao Estado, César Maia evitou falar sobre o futuro político do filho. Disse que ele, “a princípio”, deve concorrer mais uma vez à Câmara. Minimizou o distanciamento entre o filho e Temer e disse que a desconfiança do governo em relação ao democrata deve ser “coisa do terceiro escalão”. Entre as qualidades que destaca em Maia está a “capacidade de ouvir, capacidade de articular e confiabilidade nos compromissos assumidos” Essas características também

Para aliados, Rodrigo Maia se notabiliza por cumprir compromissos

foram listadas por outros aliados. “Maia se caracterizou, nos últimos meses, como alguém que tem serenidade na tomada de decisões, capacidade de diálogo e cumpriu os compromissos que assumiu”, disse Efraim. O fato de o presidente da Câmara hoje ter uma vida política l

Elogios

“Maia se caracterizou, nos últimos meses, como alguém que tem serenidade na tomada de decisões, capacidade de diálogo.” Efraim Filho (PB) LÍDER DO DEM NA CÂMARA

PERFIL Mariangeles Ibarra Maia, mãe do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

A mãe chilena que cobrou lealdade do filho a Michel Temer TASSO MARCELO/ESTADÃO-26/12/2008

UNIVERSIDADE - Portas Abertas para o Sucesso A UNISciesp - Universidade Corporativa dos Corretores de Imóveis esta com matriculas abertas para a certificação profissional de “Especialistas em Consultoria Imobiliária - ECI” . O programa de educação permanente, instituído havia 15 anos, já certificou centenas de corretores de imóveis de reconhecido sucesso no segmento, resultado do destaque alcançado e a excelência na prestação dos serviços de intermediação imobiliária. Atualmente a certificação ECI, que

Casal. Mariangeles ao lado do marido, Cesar Maia, quando ele era prefeito do Rio de Janeiro

está em sua “XXVIII” edição, conta com uma grade interdisciplinar de 10 saberes(cursos) específicos, desenvolvidos por renomadas personalidades do setor, com aproximadamente 350 horas/aula de duração. A grande novidade são os novos temas disponibilizados no “portfóliu” da UNISciesp, agora os participantes poderão, além das disciplinas obrigatórias, completar o seu currículo com as matérias eletivas de acordo com o seu perfil de atuação profissional.

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Os cursos são presenciais e acontecem na sede da UNISciesp, localizada na Rua Pamplona, 1200, Jardim Paulista/São Paulo, faca a sua matricula através do telefone (11) 3889 6299, ou pelo unisciesp@sciesp.org.br. Vagas LIMITADAS.

AVISO SOBRE ATUALIZAÇÃO CADASTRAL Os corretores de imóveis devem manter seus dados cadastrais atualizados conforme a Nota Técnica SRT/Ministério do Trabalho e Emprego nº 201/2009. Ao se recadastrar esses profissionais da categoria se manterão informados e legalmente habilitados para exercerem a profissão. Para atualizar suas informações junto ao Sindicato acesse www.sciesp.org.br ou ligue (11) 3889 58 99 ramal 534.

própria em relação ao pai não passa despercebido. “Ele chegou aqui como o filho de César Maia, e hoje César Maia é pai de Rodrigo Maia”, disse Monteiro. A possibilidade de Maia assumir o Palácio do Planalto afastou o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) do núcleo político do presidente da Câmara. Antigo aliado de Temer, Moreira é padrasto da mulher de Maia e trabalhou para que o então deputado chegasse à presidência da Casa. No momento em que a crise com Temer se agravou, o presidente da Câmara esclareceu: “O ministro Moreira Franco não é meu sogro, ele é casado com a minha sogra".

Constança Rezende / RIO

Mariangeles Ibarra Maia foi além de qualquer atitude padrão de uma mãe preocupada. A chilena enviou uma mensagem ao seu filho, presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandando-o “não conspirar” contra o presidente Michel Temer, de quem é o sucessor direto. O aviso foi enviado em meio a acusações de que Maia poderia estar articulando secretamente para substituir o peemedebista no cargo. As notícias sobre a “conspiração” causaram mal-estar entre os dois. “Você me ensinou que eu tenho de ser leal, e assim eu sou”, teria escrito o parlamentar do DEM quase cinquentão – ele tem 47 anos – à mãe zelosa. Em entrevista à GloboNews na terça-feira passada, o presidente da Câmara contou ter mostrado a mensagem materna a Temer, como garantia de sua fidelidade. Quem conhece Mariangeles não se surpreendeu com o estilo – agora tornado público – de mãezona rigorosa com o filho crescido. Fontes ouvidas pelo Estado disseram que ela é con-

siderada muito protetora, que preza sempre pela união familiar. No Brasil, Mariangeles tem a companhia da irmã, Carmen Ibarra, que também se casou no Chile com um brasileiro. Casada com o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) desde o início dos anos 1970, ela é considerada mulher de forte personalidade, mas discreta e avessa a aparições. Deu algumas raras declarações públicas na presidência de Obra Social da prefeitura. O cargo, por tradição, é ocupado por mulheres dos prefeitos, como hoje é de Sylvia Hodge Crivella – casada com o prefeito Marcelo Crivella (PRB). César Maia foi prefeito do Rio por três mandatos (no período entre 1993 e 2009). Mariangeles teve como atribuições organizar ações para pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade. Também discursou em nome do marido durante inaugurações de projetos ligados à saúde pública. Um dos seus orgulhos, obras no Morro Dona Marta, na zona sul do Rio, viraram objeto de discórdia com o sucessor de Maia, Eduardo Paes (PMDB). Ela considerou que o ex-prefeito não deu continuidade às rea-

lizações do marido. Mariangeles já demonstrara irritação com o peemedebista, sucessor de Cesar Maia, por críticas que fez ao seu padrinho político, durante a campanha de 2008. Origens. Hoje vereador no Rio,

Cesar Maia contou que conheceu Mariangeles durante seu exílio no Chile. Ele decidiu deixar o Brasil depois de ter sido preso pelos militares – na época, militava em uma organização de esquerda originada do PCB. No Chile, Mariangeles deu à luz aos gêmeos Rodrigo e Daniela, em 1970. Mais tarde, voltaram todos para o Brasil, ainda durante o regime militar. Depois, foi a vez da família de Mariangeles se exilar no Brasil, após o golpe de Augusto Pinochet, em 1973. O presidente da Câmara foi procurado pelo Estado para falar sobre sua mãe, mas não deu resposta. Mariangeles também foi procurada para uma entrevista, por meio de seu marido, mas não respondeu. Questionado sobre a discrição de sua mulher, Cesar Maia disse que “como chilena, prefere acompanhar a política sem intervir diretamente”./ COLABOROU WILSON TOSTA

ANDRE DUSEK/ESTADÃO-9/9/2015

Base de ‘núcleo duro’ de Maia é do DEM

MAIA E OS DEMOCRATAS


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Internacional

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EUA Trump não deve vetar sanções à Rússia, diz Casa Branca. Pág. A10

Tensão. Líder bolivariano reage à nomeação de magistrados feita pela Assembleia Nacional e ignora pressão internacional para cancelar a Assembleia Constituinte do domingo; oposição convoca greve de 48 horas e promete ocupar Caracas antes da votação

Maduro ameaça prender juízes e MUD amplia atos contra Constituinte CARACAS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou ontem que os 33 magistrados nomeados na sexta-feira pelo Parlamento para substituir os juízes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) serão “presos um a um” e terão os bens e contas bancárias congelados. O chavista também voltou a ignorar a pressão internacional para desistir da eleição no próximo domingo dos membros da Assembleia Constituinte. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) prometeu ampliar os protestos para impedir a Constituinte durante a semana, que incluirão uma greve de 48 horas a partir de quarta-feira e “a tomada de Caracas, na sexta-feira, com venezuelanos marchando de várias cidades rumo à capital. “Esses que foram nomeados, usurpadores que andam por aí, todos serão presos, um a um. Todos vão presos e todos terão congelados os bens, as contas e tudo mais, e ninguém vai defen-

dê-los”, afirmou o líder bolivariano durante seu programa semanal na televisão pública. Um destes magistrados, Ángel Zerpa, foi detido no sábado por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), em operação que foi qualificada como “terrorismo de Estado” pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, que acusa os juízes do TSJ de serem o braço judiciário do governo. A oposição venezuelana aprovou na sexta-feira as designações de novos magistrados semanas depois de a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz – chavista que rompeu com o atual governo –, tentar impugnar sem sucesso as nomeações de 33 juízes que agora ocupam as cadeiras do TSJ por supostas irregularidades em seu processo de eleição. Esses magistrados do Supremo foram designados pelo Parlamento quando o órgão ainda era controlado pelo chavismo em um processo relâmpago concluído em poucos dias, logo após a vitória opositora nas eleições legislativas de 2015 e antes que a

PALACIO DE MIRAFLORES/EFE

OFENSIVA OPOSITORA l Governo paralelo Na sexta-feira, a maioria opositora do Parlamento nomeou um Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) paralelo ao que está atualmente em exercício e é acusado de servir ao governo. A medida foi a primeira do que dizem ser a formação de um governo de unidade nacional l Greve geral Caracas e outras cidades do país participaram de uma paralisação nacional de 24 horas na semana passada. O processo terminou com 2 mortos e 367 detidos. Uma nova greve geral, agora por 48 horas, foi convocada para quarta e quinta-feira

Retórica. Maduro participa de programa na TV estatal e critica opositores e Estados Unidos nova maioria tomasse posse. Maduro também exigiu que a oposição respeite a eleição dos membros da Assembleia Constituinte, marcada para domingo, e garantiu que o processo será realizado apesar da ameaça

de sanções dos EUA. “A direita imperial acredita que pode dar ordens para a Venezuela. Aqui, apenas o povo dá ordens”, disse o presidente. “Exijo que a oposição tenha um pouquinho de honra e respeite

o direito do povo de votar livremente, sem violência.” Maduro reiterou que o governo e as Forças Armadas vão garantir a eleição dos 545 membros da Constituinte / EFE, AFP e

l Plebiscito Mais de 7 milhões de venezuelanos votaram no dia 16 em consulta não oficial contra a realização da Constituinte. O resultado apontou que 98,4% dos participantes rejeitam a iniciativa de Maduro

REUTERS

]

CENÁRIO: Anthony Faiola / THE WASHINGTON POST

Sanções dividem até inimigos do chavismo

U

m embargo ao petróleo atingiria o governo de Nicolás Maduro no ponto mais sensível: seu bolso. À medida que a crise em Caracas se intensifica, essa opção está cada vez mais próxima de ser adotada. Na Venezuela, contudo, mesmo alguns inimigos de Maduro se mostram caute-

losos, alertando que um embargo implica sérios riscos. Para eles, a medida pode fazer com que os EUA indiretamente acabem apoiando um presidente com tendências autoritárias que odeia os americanos. E as mesmas vendas de petróleo também vêm ajudando a sofredora população venezuelana. O governo usa a moeda forte proveniente das suas vendas de petróleo para financiar as importações de alimentos e remédios, que hoje estão em falta. Mas outros analisam a situação de modo

diferente: com o embargo Maduro terá quem culpar. Uma das grandes razões pelas quais a oposição está confiando nas ruas é que as pessoas culpam a corrupção e a má administração pela escassez de alimentos e a alta inflação. Se os americanos aprovarem um embargo, Maduro terá rapidamente um bode expiatório. Carlos Vecchio, estrategista político do partido de oposição Voluntad Popular, encontrou-se recentemente com autoridades americanas e propôs várias alternativas. En-

tre elas, se destacam a ideia de publicar os nomes de membros corruptos do governo; bloquear a venda de dívida venezuelana e outras transações no sistema financeiro americano sem aprovação do Legislativo; e proibir empresas americanas de se envolverem em projetos conjuntos no setor petrolífero venezuelano sem aprovação dos deputados. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

] É JORNALISTA

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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

MOISÉS NAÍM

E-MAIL: MNaim@ceip.org

Trump, não salve Maduro

O

presidente americano, Donald Trump, e seu governo estão analisando a possibilidade de proibir a importação de petróleo venezuelano pelos Estados Unidos. Segundo a Casa Branca e outras autoridades da administração e também do Congresso, a medida sufocaria a economia venezuelana e acarretaria a queda do regime de Nicolás Maduro. Não tenho tanta certeza. Acho que ela irá fortalecer o governo do chavista, enfraquecer a oposição e agravar a crise humanitária que vem devastando os venezuelanos. Trump anunciou que estabelecerá sanções econômicas severas ao país se Maduro levar adiante sua ideia de convocar uma Assembleia

Constituinte. As mais de 500 pessoas a serem eleitas num processo administrado e trapaceado pelo regime terão a missão de reescrever a Constituição. A preocupação, que tem fundamento, é que o objetivo de Maduro e seus parceiros cubanos será usar esta nova Constituição – cuja redação e aprovação eles controlariam – para criar instituições e adotar políticas econômicas como as que reinam em Cuba. Por outro lado, mais de sete milhões de venezuelanos que responderam a uma consulta organizada pela oposição manifestaram seu repúdio a essa Constituinte. Trump prometeu adotar sanções mais severas do que as que já vigoram. A política adotada por Barack Obama e mantida até agora é identificar os corruptos, traficantes, os que infringem

os direitos humanos e outros criminosos que ocupam altos postos no governo da Venezuela e nas suas forças armadas e estabelecer duras sanções para esses indivíduos. Mas para alguns círculos em Washington e dentro da oposição venezuelana isso é insuficiente. Daí a proposta de proibir a importação de petróleo venezuelano pelos EUA. Esta é uma má ideia, por três razões. Em primeiro lugar, a experiência histórica em matéria de sanções nos ensinou que bloqueios ou embargos econômicos quase nunca alcançam seu obje-

Sanção ao petróleo da Venezuela apenas confirmaria a retórica bolivariana tivo. Trazem mais sofrimento para a população, mas não afetam o governo e as elites que o apoiam. O caso de Cuba é o melhor exemplo. Em 1962 os Estados Unidos determinaram um bloqueio econômico cuja finalidade era derrubar o governo dos irmãos Castro. O único efeito desse bloqueio foi dar ao regime uma desculpa para explicar a catástrofe crônica que se abateu so-

bre a ilha. E há mais exemplos. O que levou o Irã à mesa de negociações que culminaram em um acordo que freou seu programa nuclear não foram as sanções econômicas impostas há décadas, mas novas e sofisticadas medidas que atingiram funcionários do alto escalão do governo, seus parceiros e seu sistema financeiro. Vladimir Putin não se queixa muito das sanções gerais estabelecidas contra a Rússia, mas das que atingem especificamente as finanças dos seus colaboradores e amigos oligarcas. A segunda razão é que o bloqueio do petróleo é desnecessário. Seus terríveis efeitos já foram provocados por Maduro. A economia venezuelana entrou em colapso e continua em queda livre. As reservas do Banco Central somam menos de US$ 10 bilhões de dólares, uma fração do que deveriam ser. A maior parte dos alimentos, insumos para sua produção ou remédios precisa ser importada mediante pagamento à vista em moeda forte, uma vez que quase ninguém fornece crédito ao governo venezuelano. A trágica realidade é que não existem dólares suficientes para importar o necessário para ali-

mentar adequadamente os cidadãos ou fornecer os medicamentos que precisam. E esta tragédia foi criada por Chávez, Maduro e seus aliados cubanos. Apenas eles. Sem ajuda de Washington. E a terceira razão é esta. Os responsáveis pela tragédia venezuelana são evidentes. O mundo já percebeu que os venezuelanos sofrem por culpa da oligarquia chavista que governa o país há 18 anos sob a tutela de Havana. Um bloqueio do petróleo por Trump seria uma maravilhosa e oportuna tábua de salvação política para Maduro. O presidente americano seria apresentado como o responsável pela fome. Maduro vem denunciando a “guerra econômica declarada pelo império contra a Venezuela” como a causa dos males do país. O bloqueio apenas confirmaria suas alegações. Não adote essa medida, presidente Trump. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

] É ESCRITOR VENEZUELANO E MEMBRO DO CARNEGIE ENDOWMENT EM WASHINGTON

JONATHAN ERNST/REUTERS

Trump deve aceitar sanções à Rússia Democratas e republicanos negociam lei no Congresso para punir o Kremlin WASHINGTON

A Casa Branca sugeriu ontem que o presidente americano, Donald Trump, acatará uma nova lei que estabelece sanções contra a Rússia e não usará seus poderes para vetar a legislação, numa reviravolta surpreendente depois de uma revolta geral no Congresso por parlamentares dos dois partidos que desconfiam da sua aproximação com Moscou e desejam coibi-lo. Líderes do Congresso declararam no sábado ter chegado a um acordo sobre uma nova lei punindo a Rússia por sua interferência na eleição presidencial do ano passado e suas agressões contra países vizinhos, apesar das objeções levantadas pelo governo Trump, que afirma que a medida viola os poderes do presidente de comandar a política externa do país. A nova secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah San-

ders, afirmou que algumas retificações no projeto de lei bastarão para pôr fim às inquietações do presidente. “O governo concorda que é preciso ser duro com a Rússia, e especialmente implementar essas sanções”, declarou à rede ABC. “O projeto original foi mal escrito, mas vamos trabalhar com a Câmara e o Senado e fazer as mudanças necessárias, dando nosso apoio à nova lei.” Mas parece reinar alguma confusão entre os assessores do presidente. Anthony Scaramucci, o novo diretor de comunicações da Casa Branca, disse em outro programa que o presidente não decidiu ainda se aprova a medida. “É preciso perguntar ao presidente Trump’, afirmou ele à CNN. “Esse é meu segundo ou terceiro dia no cargo. Acho que ele logo formalizará sua decisão. Ele não se decidiu ainda a respeito”. Sua explicação talvez apenas indique que Scaramucci ainda

Pressionado. Assessores da Casa Branca avaliam que investigação sobre Rússia tornaria veto a sanções desastroso

Novo diretor de comunicação quer ‘parar vazamentos’ ções da Casa Branca, Anthony Scaramucci, prometeu ontem combater os vazamentos não autorizados, que há meses são manchetes, em sua maioria, des-

favoráveis ao presidente Donald Trump. “É Washington, então será impossível impedir todos eles, mas acho que o que está acontecendo agora é um alto nível de falta de profissionalismo”, disse Scaramucci a um programa da Fox News, acrescentando que, se necessário, “tomará ações dramáticas para parar os vazamentos”. Em comentário a outro progra-

ma de notícias, ele prometeu demitir aqueles que falarem com a mídia sem autorização. “Se eles quiserem continuar na equipe terão que parar de fazer vazamentos”, declarou à CBS. Desde que tomou posse em janeiro, Trump tem sido atingido por vários vazamentos de informação, revelando brigas internas, problemas de coordenação e conversas privadas. / AFP

não está totalmente enfronhado nos assuntos que envolvem sua nova função, como ele próprio sugeriu. Funcionários da Casa Branca afirmaram em particular não ver nenhuma alter-

nativa politicamente viável para o presidente senão assinar a lei. Na realidade, apesar de as mudanças tornarem a medida mais palatável para a Casa Branca,

elas seriam principalmente uma maneira de salvar as aparências, com Trump recuando de um confronto em que seguramente será vencido quando o projeto for debatido na Câma-

trição. “Eles (os detectores de metal) permanecerão. Os assassinos nunca nos dirão como perseguir assassinos”, disse o ministro israelense do Desenvolvimento Regional, Tzachi Hanegbi, à rádio do Exército. “Se eles (os palestinos) não querem entrar na mesquita, então que não entrem na mesquita.” Indignados com o que consideram uma violação de delicados acordos que já duram décadas no terceiro local mais sagrado para o Islã, muitos palestinos se recusam a passar pelos detectores, organizando orações nas ruas e, frequentemente, protestos violentos. Na manhã de ontem, um míssil foi lançado contra Israel da Faixa de Gaza, mas atingiu uma área aberta, sem causar danos, disse o Exército do país. “Se Israel quer que a coordenação de segurança seja retomada, eles precisam retirar essas medidas”, disse o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em um discurso. “Eles devem saber que eventualmente perderão, pois temos feito da manutenção da segurança nosso dever solene, no nosso lado e no deles.” / REUTERS

Nove imigrantes morrem em travessia para os EUA

l O novo diretor de Comunica-

Israel estuda aliviar controle de metais na Mesquita de Al-Aqsa MAHMOUD ILLEAN/AP

Após uma semana de protestos, ministro diz que sistema poderia ser substituído por câmeras com detector facial TEL-AVIV

Israel sugeriu ontem aliviar o controle com detectores de metal na Mesquita de Al-Aqsa, após uma semana de tensão e protestos de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém. Os dispositivos foram instalados após dois policiais terem sido mortos em 14 de julho. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se reuniria com seu gabinete de segurança, que está dividido, para avaliar alternativas. O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, alertou para o potencial da volatilidade em larga escala, especialmente na Cisjordânia, depois de a Autoridade Palestina se negar a colaborar com o país, em virtude do controle de seguran-

Revolta. Palestinos rezam do lado de fora de mesquita ça em Al-Aqsa. Erdan disse que Israel pode eventualmente retirar os detectores de metal para muçulmanos que entrem na Esplanada das Mesquitas, mediante o reforço de policiais nas entradas e a inclusão de câmeras de vigilância com tecnologia de reconhecimento facial. “Há, afinal, muitos fiéis que a polícia conhece, que frequentam o local regularmente, pes-

ra. O Senado aprovou a versão original da lei por 97 votos contra 2 e republicanos e democratas esperam que a medida seja aprovada por maioria na Câmara. Além de poder ser anulado pelo Congresso, a Casa Branca admite que o veto seria politicamente desastroso para Trump. A posição do presidente agora é insustentável em virtude das investigações sobre conluio da sua equipe com a Rússia durante a eleição. Membros do governo afirmam que Trump corroborou todas as sanções impostas à Rússia nos últimos três anos, e observam que ele nada fez nos primeiros meses de governo para suspender as sanções. / NYT

soas muito idosas e por aí em diante e isso recomenda que evitemos passar essas pessoas pelos detectores de metal”, disse Erdan à rádio do Exército, sugerindo que apenas pessoas com potencial para causar problemas seriam sujeitas a escaneamento extra. Qualquer arranjo substituto ainda não está pronto, ele acrescentou. Outros membros do gabinete, no entanto, defendem a res-

Corpos foram achados em caminhão na cidade de San Antonio, no Texas, próximo à fronteira com o México SAN ANTONIO, EUA

Nove pessoas morreram e 28 ficaram feridas no interior de um caminhão que fazia a travessia do México para os Estados Unidos. Eles estavam presos no veículo, estacionado em um centro comercial de San Antonio, perto da fronteira com o México, informaram as autoridades. Os feridos, vinte deles em estado grave, foram levados a sete hospitais da região, disse o chefe de polícia de San Antonio, William McManus, e o responsável do Corpo de Bombeiros, Charles Hood. Segundo McManus, o motorista do caminhão foi preso. O alerta foi dado por um funcionário do Walmart, o supermercado em frente ao qual o caminhão estava estacionado. Uma das pessoas no caminhão

pediu água a esse funcionário. O homem ajudou o imigrante e depois chamou a polícia, que encontrou oito pessoas mortas na parte traseira do veículo, disse o delegado, que qualificou o caso de “tragédia terrível”. Segundo McManus, as câmeras de seguranças mostram que vários veículos ajudaram a socorrer as pessoas que estavam dentro do caminhão sem ar condicionado. “Estamos investigando se trata-se de um delito de tráfico de pessoas”, acrescentou a polícia, que notificou o caso aos serviços de imigração. San Antonio fica a poucas horas de carro da fronteira com o México. O clima na região está seco e bem quente. Este não foi, segundo a Polícia, um caso isolado. “Isso ocorre com frequência durante a noite”, disse McManus. Migrantes, principalmente provenientes do México e da América Central, cruzam clandestinamente a fronteira americana todos os dias. No trajeto são levados por traficantes de pessoas conhecidos como “coiotes”. / AFP


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Metrópole

Vida na cidade Lei que prevê focinheira em cães é ignorada em São Paulo. Pág. A13

Reportagem especial ]

NA WEB Cobertura. Acompanhe notícias e reportagens de temas de saúde. estadao.com.br/e/saude

Enclausurados EPITACIO PESSOA/ESTADÃO

Improviso. Pacientes foram para quadra após clínica fechar.

AUMENTAM DENÚNCIAS EM CLÍNICAS PSIQUIÁTRICAS Em 2016, houve um registro de violação de direitos humanos a cada três dias no País Luiz Fernando Toledo Fabiana Cambricoli

buso sexual, restrição alimentar, castigos, trabalho forçado, cárcere privado e até agressões com luvas de boxe e eletrochoque. Essa é a extensa lista de maustratos relatada pelos pacientes da comunidade terapêutica Ibanez Lattanzio, em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo. O fechamento do local, na semana passada, mostra que, mesmo após a reforma psiquiátrica no País, há 16 anos, pacientes com transtornos mentais seguem sendo vítimas de negligência e crueldade em centros médicos que deveriam tratá-los. Números inéditos de um relató-

A

rio do Ministério dos Direitos Humanos comprovam que o caso de Araçoiaba da Serra não é exceção. A cada três dias, uma denúncia de maus-tratos em unidades psiquiátricas é recebida pela pasta. Em 2016, foram 143 queixas de violações ocorridas em manicômios, hospitais psiquiátricos ou casas de saúde feitas ao Disque 100. O aumento é de 48,9% em relação a 2015, quando 96 casos do tipo foram relatados. A unidade Ibanez Lattanzio, entidade privada que atua como comunidade terapêutica (serviço de acolhimento e tratamento de usuários de drogas), foi interditada após denúncias de irregularidades chegarem ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE) e da Vigilância Sanitária municipal. No aspecto da higiene, a Prefeitura encontrou o local sujo, sem ventilação e com mau cheiro. O MPE entrou na Justiça

contra a clínica ao descobrir que o local realizava internações forçadas de pacientes, o que contraria a legislação das comunidades terapêuticas, cuja previsão é de só entrarem pacientes dependentes químicos que concordam com o tratamento. “Era um grande depósito de gente. Tinha dependentes químicos graves, jovens que vivem de clínica em clínica, idosos com histórico de alcoolismo ou simplesmente início de demência e até pacientes com outros problemas psil

Justiça

Contrariando leis federais, juízes têm prolongado a internação compulsória psiquiátrica, mesmo após a alta médica. A reportagem identificou centenas de casos em pelo menos 15 Estados.

quiátricos”, relatou ao Estado uma agente de saúde que já visitou o local e pediu anonimato. “Eles ficavam internados por anos. A família pedia a internação, contratava um serviço de resgate que praticamente sequestrava o paciente na própria casa e o levava para a clínica. Um médico da própria unidade dava o atestado para a pessoa ficar internada contra a vontade.” No último dia 14, a Justiça determinou, a pedido do MPE, o fechamento da ala das internações forçadas. Cerca de 80 internos foram soltos em massa, saíram a pé e tomaram o rumo da cidade, caminhando pela Rodovia Raposo Tavares. Parte deles ainda está desaparecida e o MPE pediu à Justiça que a entidade seja multada em R$ 1 mil por paciente não localizado ao dia. Alguns dias depois, a Vigilância Sanitária fechou todos os espaços do cen-

ENTIDADES NÃO TÊM PROTOCOLO COMUM Oito em cada 10 grupos têm igrejas como responsáveis; medicamentos já chegam a 55% das comunidades, segundo estudo do Ipea

O

caráter predominantemente religioso e o não seguimento de protocolos médicos são os principais fatores que levam comunidades terapêuticas e outras unidades de saúde psiquiátricas a adotarem práticas indevidas contra seus pacientes, segundo Ed Otsuka, coordenador do núcleo de saúde do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP). “A dependência química é vista como falha de caráter que pode ser reparada por meio da fé, e não como uma doença complexa. Nesse contexto, a maioria obriga os pacientes

a certos tipos de trabalho e cultos.” Ele ressalta que esse tipo de estabelecimento tem ganhado espaço no País pela falta de investimento em políticas públicas. “Os governos não fortalecem as redes próprias de atenção à saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) e repassam cada vez mais verba para essas unidades privadas”, destaca. Estudo deste ano do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, de 2 mil comunidades terapêuticas do País, 82,2% são ligadas a alguma religião. A espiritualidade é a principal prática terapêutica (95,6%), mas 55% aplicam remédios nos internos. Alguns dos centros que recebem dependentes químicos não são regulamentados como comunidade terapêutica. Na última semana, o Estado revelou que houve 14 mortes em um mês entre abrigados de um sítio em Jarinu, no interior paulista, da Missão Belém, ligada à Igreja Católica. A unidade rece-

A11

FELIPE RAU/ESTADÃO

tro e levou cerca de 200 pacientes para um ginásio municipal, de onde eles foram sendo retirados aos poucos por familiares. Foi após a interdição total que a Prefeitura recebeu as denúncias de maus-tratos, como agressões e abuso sexual. A Prefeitura disse que irá encaminhar as queixas ao MPE. Uma estudante de Direito de 23 anos, que ficou internada por sete meses na instituição em 2014, relatou ao Estado trauma com o tratamento. “Faço terapia até hoje. Havia punições até com murros e água gelada. Os ‘disciplinas’ (outros pacientes) é que aplicavam o castigo.” Ela diz ter entrado em depressão após sair da clínica. “Muitas vezes ficávamos abandonados”, conta ela, que foi internada por causa do vício em cocaína. A comunidade afirma que os pacientes saíram “por vontade própria” e que o centro “não teve como impedir a evasão dos mesmos”. No mesmo município, outros 12 centros de internação passam por fiscalização do MPE. “Sabemos que algumas não têm sequer alvará de funcionamento”, diz a promotora Maria Aparecida Castanho. Em nota, a clínica afirmou que a interdição foi uma medida “açodada” e que a ordem judicial determinava a interdição só da ala de internação voluntária. “A clínica entende que houve falta de cuidado na atitude dos envolvidos no processo para com os pacientes em tratamento que foram levados para a cidade de Araçoiaba da Serra sem suas refeições e sem medicamentos.” O advogado do centro terapêutico, Anésio Lima, negou os maus-tratos e prepara medidas judiciais para “restabelecer a verdade dos fatos”. Já a prefeitura disse que vai pedir ressarcimento dos custos que teve para atender internos retirados da clínica. Outros casos. Assim como a Ibanez Lattanzio, outras comunidades terapêuticas do Estado têm sido denunciadas por maus-tratos. Relatório do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, finalizado em 2016, revela violações de direitos humanos em 40 estabelecimentos do tipo espalhados por 28 cidades. A partir de inspeções e relatos de pacientes, o conselho descobriu nas unidades problemas como trabalho forçado, hipermedicalização, más condições de higiene, castigos físicos, retirada de pertences pessoais e restrição de contato com famílias. Em Goiás, uma comunidade terapêutica de Corumbaíba foi interditada em fevereiro após investigação do Ministério Público. O local – cujo nome não foi informado – é alvo de denúncia por cárcere privado, ao manter internados à força, além de descumprir regras de higiene. Para Marcos Garcia, psicólogo da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), as práticas adotadas em algumas dessas unidades se comparam às dos manicômios. /COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

be, principalmente, usuários de drogas que querem largar o vício. Embora ofereça assistência e moradia a dependentes químicos, ação que caracteriza uma comunidade terapêutica, o fundador da missão, padre Giampietro Carraro, diz que os sítios não são comunidade nem abrigo, mas “família para quem não tem” e que faz trabalho “que caberia aos órgãos públicos”, sem receber dos governos. Governo. O Ministério da Saúde

Jarinu. Em um mês, 14 abrigados de sítio da Missão Belém morreram

disse, em nota, que há 2.455 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no País, onde se recebe atendimento de saúde mental próximo da família com assistência multiprofissional. O total de CAPS cresceu 832% desde 2001. O Estado solicitou entrevista à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, responsável por contratos com comunidades terapêuticas, mas a pasta disse não ser possível atender ao pedido na semana passada. /L.F.T. E F.C.


A12 Metrópole %HermesFileInfo:A-12:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

ATELIER O'R

Barueri planeja criar seu ‘piscinão de Ramos’ Prefeitura prevê inaugurar atração já em 2018; afluente do Rio Tietê, completamente poluído, precisa ser recuperado para abastecer lago Fabio Leite

ONDE FICA BARUERI

Av. Antônio Furlan

Av. Marco Parque Antônio Furlan

RIO TIETÊ

RIO

TIE

R. Alberto José da Motta

Av. Marco

A 715 metros do nível do mar, a várzea do Rio Tietê deve ganhar, no ano que vem, uma praia artificial inspirada no piscinão de Ramos, inaugurado em 2001 no Rio. Um ambicioso projeto recém-anunciado pela prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo, prevê a construção de um parque de 170 mil m², com um piscinão para até 50 mil banhistas por dia e um museu da água. A ideia é ter 10 mil m² de espelho d'água cercado de areia, a 7 minutos da Rodovia Castelo Branco e a 35 km do centro da capital. A versão carioca tem 25 mil m². Segundo a prefeitura, o futuro piscinão de Barueri será abastecido pelo Córrego Cachoeira, afluente do Rio Tietê completamente contaminado hoje e que será despoluído. “É uma área verde que estava abandonada e começou a ser invadida. O parque será uma referência turística e ambiental da região”, afirma o secretário de

Av. Marginal Esquerda R. Aracaju Estrada dos Romeiros N

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

Meio Ambiente de Barueri, Marco Antônio de Oliveira, conhecido como Bidú. O custo estimado é de R$ 49,8 milhões. Apesar da crise econômica do País, a prefeitura afir-

ma ter recursos suficientes para tocar o projeto sozinha, mas vai procurar parceiros privados e públicos, como a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp), que trata a água e coleta o esgoto no município. A expectativa é de que o parque e o piscinão sejam abertos ao público em maio de 2018, com entrada gratuita. A gestão será da própria prefeitura, que espera manter o espaço com a receita obtida com o locação de lojas em uma praça de alimentação que terá no local. O projeto da praia está sendo desenvolvido pela mesma empresa que fez o piscinão de Ramos e detém a patente do modelo e da técnica de limpeza do rio por flotação, como já ocorre nos lagos dos parques Ibirapuera e da Aclimação, na zona sul de São Paulo, e na Lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais de Belo Horizonte. “O tratamento será ainda mais sofisticado. Vamos limpar o Córrego Cachoeira e seus sete afluentes dentro do parque pa-

Projeto. Ideia é ter espelho d'água cercado de areia com capacidade para 50 mil banhistas ra que as pessoas possam ter contato direto com a água sem nenhum risco. Toda água será reutilizada para irrigação dentro do próprio parque. E, se a prefeitura quiser, poderá esvaziar o piscinão no inverno para realizar outras atividades”, afirma o engenheiro João Carlos Gomes de Oliveira, presidente da DT Engenharia. Tecnologia. O futuro parque, que se chamará Antônio Furlan, nome do pai do atual prefeito da cidade, Rubens Furlan (PSDB), tem a promessa de ser autossustentável, em relação à água e à energia. Além do pisci-

não e do museu, que tem previsão de ser inaugurado em junho de 2019, é planejada uma série de atrações educativas, esportivas e de entretenimento. “Todo o conteúdo do parque relaciona lazer e entretenimento de uma forma educativa e tecnológica, de modo a acelerar consciência ambiental e educacional da comunidade”, explica a arquiteta Patricia O'Reilly, responsável pelo projeto do parque e do museu, cuja arquitetura foi inspirada no formato da água. Será possível, por exemplo, chegar ao museu da água navegando pelos 960 metros do córrego que corta o parque

Sem gestão terceirizada, praia artificial do Rio vive crise Constança Rezende / RIO

Dezesseis anos após a inauguração, o piscinão de Ramos vive uma crise. O projeto de fazer uma “praia no subúrbio”, do então governador do Rio, Anthony Garotinho (hoje no PR) não tem mais a administração terceirizada, e a Guarda Municipal não patrulha a região – inse-

gura e aos cuidados exclusivos da Polícia Militar. A areia, contaminada por coliformes, é imprópria para uso, por causa da constante presença de cães no local. Frequentadores também reclamam da sujeira na terra e até de lodo na água marinha tratada em que se banham. Nem sempre foi assim. O piscinão custou R$ 18 milhões, pa-

gos pela Petrobrás por meio de termo de colaboração com o Estado. Era uma compensação pelo vazamento de mais de um milhão de litros de óleo nas águas da Baía da Guanabara, meses antes, pela estatal. O sambista Dicró, morto em 2012, estrelou anúncio do Estado convidando para a inauguração, ao som de seu samba. “Do-

mingo de sol/advinha para onde nós vamos/aluguei um caminhão/vou levar minha sogra na praia de Ramos”, cantou. A ideia de usar dinheiro de uma compensação ambiental para criar um equipamento de lazer foi questionada. O governo defendeu, alegando que as praias da Baía de Guanabara, nas proximidades, estavam po-

luídas. A promessa de lazer em área carente, com ciclovia, quadras de esporte e água limpa, trocada a cada quatro dias, lotou o local, que teve frequência de mais de 50 mil nos sábados ou domingos ensolarados. A atração apareceu em novelas, ganhou festas de réveillon e até inspirou, na época, iniciativa semelhante em São Gonçalo, na

Previsão do Tempo

Loterias

Predomínio de sol e tempo firme. Sem chuva. Dia começa frio e com formação de nevoeiro.

MEGA-SENA (Nº 1.951) 14 - 16 - 19 - 21 - 33 - 55 SENA (ACUMULOU) .............R$ 78.481.864,51 QUINA (209)....................................R$ 26.220,25 QUADRA (13.551)..................................R$ 577,71 QUINA (Nº 4.436) 02 - 27 - 33 - 75 - 78 QUINA (2)....................................R$ 1.575.233,25 QUADRA (94).....................................R$ 5.099,67 TERNO (6.647)......................................R$ 108,44 TIMEMANIA (Nº 1.060) 04 - 24 - 28 - 34 - 40 - 41 - 66 TIME DO CORAÇÃO: YPIRANGA/AP 7 ACERTOS (ACUMULOU)........R$ 622.996,42 6 ACERTOS (3)................................R$ 23.083,48

HOJE: MANHÃ

TARDE

NOITE

75%

QUARTA

QUINTA

26°

16°

VOLUME DE CHUVA: 0MM UMIDADE RELATIVA: 26%

12° 27°

11° 26°

11° 25°

ACIMA DE 32° VOTUPORANGA 15°/31°

28° 24°

FRANCA 14°/26°

S. J. DO RIO PRETO 16°/29°

RIBEIRÃO PRETO 12°/31°

ARAÇATUBA 15°/28°

19°

ADAMANTINA 16°/29°

ABAIXO DE 19°

SEXTA

10° 24°

MARÍLIA 12°/24°

N

SO

L SE

1,0m

1,4

3h14

1,4

9h36

0,1

10h07

0,1

16h02

1,5

16h32

1,4

QUALIDADE DO AR FICA RUIM

21h59

0,4

22h31

0,4

Uma massa de ar seco predomina sobre a grande São Paulo ao longo da semana, piorando a qualidade do ar na região.

QUARTA, 26

QUINTA, 27

3h46

1,3

4h18

1,3

10h36

0,2

11h00

0,2

17h01

1,2

17h28

1,1

23h03

0,4

23h34

0,5

30.JUL

15H12

NOVA

23.JUL

22H16

POENTE 17H41

-1

21°/33°

24°/33°

ATENAS

6

24°/32°

C. DO JORDÃO 3°/19° S. J. DOS CAMPOS 12°/28°

SÃO PAULO 11°/26°

UBATUBA 16°/26° GUARUJÁ 15°/26°

Massa de ar seco

CANANEIA 13°/25°

2h42

12H23

CRESCENTE

BELÉM

IGUAPE 12°/25°

TERÇA, 25

06H47

07.AGO

ASSUNÇÃO

SANTOS 15°/26°

S

SEGUNDA, 24

14.AGO

CHEIA

22°/28°

CAMPINAS 12°/28°

ITAPEVA 7°/21°

MINGUANTE

6H45

ARACAJU

NE

16 NÓS

NASCENTE

CAPITAIS

BAURU 13°/25°

ITAPETININGA 9°/22° SOROCABA 9°/23°

LUA: NOVA

A massa de ar seco continua atuando sobre a capital e a umidade relativa do ar fica baixa.

OURINHOS 14°/28°

TÁBUADASMARÉS: PORTODESANTOS

SOL

PRÓXIMOSDIAS:

SÃO CARLOS 10°/27°

PIRACICABA 13°/29°

NO

11° 24°

ARARAQUARA 11°/28°

PRESIDENTE PRUDENTE 15°/28°

O

SÁBADO

53%

26%

11°

TERÇA

CAPITAL

MÍN./MÁX.

MUNDO

FUSO MÍN.MÁX

BELOHORIZONTE

10°/24°

BARCELONA

5

23°/31°

BOAVISTA

23°/30°

BERLIM

5

17°/26° 13°/19°

BRASÍLIA

11°/26°

BRUXELAS

5

CAMPOGRANDE

19°/30°

BUENOSAIRES

0

13°/17°

CUIABÁ

18°/36°

CARACAS

-1

19°/26°

CURITIBA

10°/23°

CHICAGO

-2

21°/30°

FLORIANÓPOLIS

15°/25°

ESTOCOLMO

5

10°/22°

FORTALEZA

24°/31°

GENEBRA

5

12°/22°

GOIÂNIA

15°/31°

JOHANNESBURGO 5

JOÃOPESSOA

21°/27°

LIMA

4°/19°

-2

18°/22°

MACAPÁ

24°/34°

LISBOA

4

18°/30°

MACEIÓ

21°/26°

LONDRES

4

13°/18°

MANAUS

23°/33°

LOSANGELES

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21°/28°

NATAL

21°/30°

MADRI

5

21°/33°

PALMAS

20°/36°

MÉXICO

-3

11°/21°

PORTOALEGRE

13°/28°

MIAMI

-1 26°/36°

PORTOVELHO

22°/34°

MONTEVIDÉU

0

14°/18°

RECIFE

21°/29°

MOSCOU

6

12°/22°

RIOBRANCO

18°/34°

NOVAYORK

-1 22°/30°

RIODEJANEIRO

14°/28°

PARIS

5

11°/21°

SALVADOR

22°/27°

ROMA

5

24°/27°

SÃOLUÍS

24°/34°

SANTIAGO

0

8°/16°

TERESINA

21°/34°

SYDNEY

13

8°/20°

VITÓRIA

17°/26°

TEL-AVIV

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25°/32°

TÓQUIO

12 28°/34°

TORONTO

-1

WASHINGTON

-1 26°/34°

www.climatempo.com.br

18°/27°

em um barco elétrico, ou visualizar projeções holográficas espalhadas pelo local por meio da tecnologia de realidade virtual. Outra atração prevista no parque – que deve ter ainda um campo de futebol de várzea e pistas de skate – é uma árvore solar com wifi e energia livres para os visitantes.

NA WEB Cobertura. Veja mais notícias sobre São Paulo. estadao.com.br/e/saopaulo

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região metropolitana. Em meio à grave crise financeira no Rio, há dificuldades para a prefeitura gerir o espaço, em seu primeiro ano de administração. Segundo a assessoria do prefeito Marcelo Crivella (PRB), o contrato com a empresa terceirizada que cuidava do piscinão terminou no fim de 2016, quando acabou a gestão Eduardo Paes (PMDB). Desde então, o processo de escolha de uma empresa substituta “está em processamento”.

DUPLA-SENA (Nº 1.671) 1º SORTEIO: 07 - 23 - 25 - 31 - 33 - 36 SENA (ACUMULOU) .................R$ 504.031,01 QUINA (12).........................................R$ 4.036,32 QUADRA (599).........................................R$ 92,41 2º SORTEIO: 16 - 20 - 26 - 33 - 38 - 47 SENA (ACUMULOU) .................R$ 504.031,01 QUINA (11).........................................R$ 3.962,94 QUADRA (613).........................................R$ 90,30 FEDERAL (Nº 5.199) 1º PRÊMIO - 19.841 .................R$ 700.000,00 2º PRÊMIO - 79.293....................R$ 36.000,00 3º PRÊMIO - 85.074 ..................R$ 30.000,00 4º PRÊMIO - 66.891 ....................R$ 24.700,00 5º PRÊMIO - 70.053 ...................R$ 20.146,00

São Paulo Reclama INTERNET

Leitor reclama de falha em pacote de banda larga Reclamação de Marcos Archina Weigt: “Meu pacote de banda

larga não funciona.” Resposta da Net: “Fizemos o ajuste no pacote contratado.” E-MAIL SPRECLAMA@ ESTADAO.COM

Há um século GREVE EM SANTOS

O movimento grevista está hoje circumscrito ás classes das construcções civis e trabalhadores de café dos armazens

geraes. A Internacional ainda hoje, esteve sem operarios nos seus armazens. www.estadao.com.br/acervo

Correções Lula e a Constituição. Diferentemente do publicado na reportagem “O emaranhado de lobbies e interesses da Carta de 1988" (Política, A8, 23/07), Lula e seu grupo não se negaram a assinar a Constituição. Eles

votaram contra o texto e, inicialmente, se negaram a assinar a Carta. Depois, por interferência de Ulysses Guimarães, concordaram em subscrever a Constituição. CORRECOES@ESTADAO.COM.

Falecimentos

PARA PUBLICAR ANÚNCIO FÚNEBRE: BALCÃO IGUATEMI – SHOPPING IGUATEMI 1A - 04, TEL. 3815-3523 / FAX 3814-0120 – ATENDIMENTO DE 2ª A SÁBADO, DAS 10 ÀS 22 HORAS, E AOS DOMINGOS, DAS 14 ÀS 20 HORAS. BALCÃO LIMÃO – AV. PROF. CELESTINO BOURROUL, 100, TEL. 3856-2139 / FAX 3856-2852 – ATENDIMENTO DE 2ª A 6ª DAS 9 ÀS 19 HORAS. SÓ SERÃO PUBLICADAS NOTÍCIAS DE FALECIMENTO/MISSA ENCAMINHADAS PELO E-MAIL FALECIMENTOS@ESTADAO.COM, COM NOME DO REMETENTE, ENDEREÇO, RG E TELEFONE, OU PARA A REDAÇÃO NO FAX 3856-2560

Guitla Rosset Halpern – Aos 95 anos. Filha de Moszek Rosset e Ryfka Rosset. Deixa os filhos: Silvio, Elfrida, Miriam netos e bisnetos. O enterro foi realizado no Cemitério Israelita do Butantã.

Creusa De Araujo Marcondes Dia 21, aos 94 anos. Era casada com Raul Marcondes De Oliveira . Deixa os filhos Elza, Vera E André (In Memorian). O enterro foi realizado no Cemitério da Paz.

A Família de

MARIA HENRIQUETA GUIMARÃES NUNES PEREIRA agradece as manifestações de carinho recebidas pelo seu falecimento e convida para a Missa de 7º dia, a ser realizada no dia 25 de Julho, Terça-feira, às 12 horas, na Paróquia São José, à Rua Dinamarca, 32 - Jd Europa.

Orlando Rodrigues Panca – Dia 19, aos 62 anos. Filha de Mario Panca e Josefa Rodrigues Panca. Era casado com Maria De Lourdes De Almeida Panca. Deixa os filhos Antonio, Simone e Alexandre. O enter-

ro foi realizado no Cemitério da Paz. MISSAS Elza Godoy Araia – Hoje, às 18h15, na Igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompeia, na Av. Pompeia, 1.250, Vila Pompeia (7º dia)

O esposo, Antonio Elias Tuma Farah (Tony), seus filhos: Luiz Antonio (Lô), Yara, Vânia e Sandra, nora Vera, genro Zeca, netos, bisnetos e irmã Regina Noschese Skaf, da amada

Mariza Noschese Farah agradecem o carinho recebido e convidam para a missa de 7º dia, a ser celebrada hoje, 24/07, às 19h30 na Paróquia Assunção de Nossa Senhora, Al. Lorena, 665, São Paulo.

Mariza Noschese Farah – Hoje, ás 19h30, na Paróquia Assunção de Nossa Senhora, Al. Lorena, 665, São Paulo-SP. (7º dia) Álvaro da Costa Carvalho – Hoje, às 12 horas, na Igreja São Jo-

sé, na R. Dinamarca 32, Jd. Europa (7º dia). Antonio Di Franco (Toy) – Dia 26 de julho, às 11 h na Igreja de São José, rua Dinamarca, 32, Jardim Europa (7º dia).

A esposa, filhos, netos e bisnetos comunicam o falecimento do QUERIDO

HÉLIO FERRAZ DA CUNHA Aos 91 anos de idade, ocorrido ontem, 23/07/2017, na cidade de Montevidéu, Uruguai, onde será cremado.


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Metrópole A13 DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Paulistano ignora lei de focinheira para cães Criança foi atacada por pitbull no Parque Buenos Aires na última quinta-feira Luiz Fernando Toledo Renata Okumura

Tomás, de 11 anos, estava com a mãe, a irmã e uma amiga no Parque Buenos Aires, em Higienópolis, na região central de São Paulo, na última quinta-feira. De repente, foi atacado no peito por um pitbull, que estava sem focinheira. Apesar do susto, a criança está bem. Embora uma lei estadual exija o uso da focinheira para algumas raças, incluindo o pitbull, esses cães circulam livremente pelos parques da cidade. “A gente estava perto dos equipamentos de ginástica. Como de costume, fiquei próxima às crianças que estavam brincando. Foi muito rápido. Não vi direito o que aconteceu. De repente, minha filha gritou que o cachorro havia mordido o Tomás. E não é que meu filho foi brincar com o cachorro. Se o tivesse visto por perto, sairia do local”, conta a mãe, a produtora Nina Braga Nunes, de 43 anos. A sorte é que a criança conseguiu empurrar o cão, que não travou os dentes. O dono do cachorro não prestou socorro e lo-

No exterior, pitbull está em listas de raças proibidas l Nos Estados Unidos, existem normas locais com variadas restrições à circulação de cães considerados perigosos, principalmente em locais públicos. Em Denver, no Colorado, e em Miami, na Flórida, por exemplo, os pitbulls, dentre outras raças, foram completamente banidos. Quem desrespeitar a lei está sujeito a multas. Pitbulls, mostram pesquisas,

go foi embora. “Apenas pediu desculpas. A região do peito do meu filho ficou roxa e há dois furos dos dentes, mas superficiais.” Na hora do ataque, disse, não havia seguranças por perto. Ela foi orientada a dar vacinas contra tétano e raiva e também imunoglobulina, por precaução, já que o dono não deu informações sobre o animal. “Não vamos parar de ir ao parque. Eu me preocupo muito até porque também corro ali”, disse ela, que tem uma cadela da raça Galgo Italiano. “Meus filhos adoram a Mel. Tenho por causa deles”, afirmou ela, irmã do ator Gabriel Braga Nunes. A lei estadual, de 2003, determina que algumas raças consideradas mais ferozes, como pitbull e rottweiler (veja mais ao lado) devem andar, obrigatoriamente, com coleira, guia curta de condução, enforcador e focinheiras em locais públicos. Denúncias do tipo são compartilhadas na página do Facebook Aumigos do Parque Buenos Aires, que reúne moradores do bairro. “Ninguém respeita (a lei). Dizem que o cão é dócil e fica por isso mesmo”, reclamou Renata Bonília, professora de

são responsáveis por cerca de sete em cada dez ataques de cachorros. O rottweiler está em segundo na lista de raças mais violentas. Em 2015, segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, mais de 28 mil pessoas passaram por procedimentos reparatórios nos Estados Unidos por causa de mordidas caninas. Em Portugal, uma lei de 2003 prevê que animais perigosos ou potencialmente perigosos devem sair nas ruas com focinheira e coleira de corda curta. Também foram criados cadastros locais de animais que representem algum risco às pessoas.

Zona sul. No Parque da Aclimação, um staffordshire bull terrier circula sem coleira ou focinheira pelo ‘cachorródromo’

O QUE DIZ A LEI ESTADUAL l Raças

Cães das raças pitbull, mastim napolitano, rottweiler; american stafforshire terrier, além de “raças derivadas ou variações de qualquer das raças indicadas”, devem seguir normas de circulação em áreas públicas.

Estratégia de Doria é aumentar interesse de investidor estrangeiro nos editais de terminais de ônibus e bilhete único Bruno Ribeiro ENVIADO ESPECIAL / PEQUIM

Para atrair mais a atenção de investidores estrangeiros, a Prefeitura de São Paulo planeja lançar ao mesmo período as três grandes concessões de transporte público: a operação dos terminais de ônibus, das linhas e do sistema de pagamento do bilhete único. Até agora, os processos vinham sendo tratados de forma independente, com cronogramas separados. Segundo o prefeito João Doria (PSDB), em visita à China, a estratégia é atender ao “grande apetite” de investidores árabes e asiáticos no setor. Doria tem hoje reuniões no Banco da China e no banco de desenvolvimento local. A ideia é preparar terreno para negócios futuros em duas das três concessões: terminais e bilhete único. “Fundos soberanos árabes tomam as decisões pelos investimentos, mas na China os fundos financiam investimentos das demais

Bilhete único. Ideia é que tecnologia seja modernizada empresas”, diz. Desde a última revisão do Plano Diretor da cidade, em 2014, terrenos que abrigam terminais de ônibus têm o potencial construtivo aumentado. Empresas dispostas a zelar pela manutenção das plataformas de embarque, e investir para melhorálas, poderão usar o potencial extra para fazer shoppings, hotéis, universidades e até salas comerciais. Dividida em lotes, é uma das oportunidades de negócio que Doria mostrará hoje. A concessão do bilhete único também requer investimento inicial pesado, uma vez que a ideia é mudar a tecnologia.

l Punição e denúncia

Cães dessas raças devem andar com coleira, uma guia curta de

O dono do cão pode receber multa, a ser definida pelo agente de vigilância sanitária. Denúncias podem ser feitas pelos cidadãos ao órgão de vigilância sanitária.

40 anos, que frequenta o local. Ela conta que seu poodle Scooby, de 15, já foi mordido. “Tive de levar ao veterinário.” No Parque Villa Lobos, na zona oeste, frequentadores temem ataques. A aposentada Concei-

ção Lombardi, de 67 anos, não tira os olhos dos bisnetos, de 7 e 6 anos. “Temos medo. Até já fui mordida por um cachorro.” Muitos donos, porém, consideram a norma desnecessária. O staffordshire bull terrier Chi-

l Regras

Já a Dinamarca tem uma das regras mais restritivas do mundo sobre o assunto, que vem sendo ajustada desde a década de 1990. Pelo menos 13 raças são vedadas no país – e também qualquer cão resultado de mestiçagem entre elas. Na lista, estão o pitbull, o buldogue americano e o fila brasileiro. Nos casos em que há dúvida sobre a raça, as autoridades pedem ao dono que prove a origem. Se um de raça vedada atacar uma pessoa ou outro animal, policiais devem sacrificá-lo. A norma teve forte resistência de grupos defensores desses cães.

Concessões do transporte público serão lançadas em conjunto JOSE PATRICIO/ESTADÃO-22/05/2013

condução (de até dois metros), enforcador e focinheira em centros de compras, eventos, passeatas ou locais de acesso público, como parques e praças.

“Queremos atrair empresas que farão o pagamento no celular”, diz Doria. A tecnologia de pagamento por aproximação, a NFC, que vêm se popularizando no mundo, ainda não emplacou no Brasil. No lugar do cartão de crédito, as transações financeiras são validadas pelo celular, e isso vale para o bilhete único ou qualquer outra compra. O sistema em que circulam cerca de R$ 7 bilhões ao ano – o da frota de ônibus – pode ser visto como porta de entrada para o mercado brasileiro. Prazo. A data exata para o lan-

çamento do pacote ainda não foi anunciada. Das três concessões, há mais urgência na da operação das linhas, que hoje funcionam sob termos acordados 15 anos atrás com as empresas e que, em muitas áreas, só funcionam por contratos emergenciais, tidos como mais caros. Doria, porém, diz não esperar que o interesse estrangeiro pelo investimento na infraestrutura do setor se repita na concessão das linhas, que serão voltadas a empresários brasileiros. O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA PREFEITURA DE XANGAI

co Maromba brinca livremente com crianças no ‘cachorródromo’ do Parque Municipal da Aclimação, na zona sul. Coleira, só para ir embora. Focinheira? Nem pensar. “Não sou a favor, o dono é que tem de ter noção do comportamento do cachorro e estar sempre perto”, disse o bailarino Erik Fernandes, de 31 anos, dono de Chico e outros dois da mesma raça, que ele leva para passear. Para Fernandes, seus cães não precisam de focinheira, apesar de serem de raça “parente” do pitbull (considerada menos perigosa), caso em que a lei também prevê o uso. “Há preconceito grande com algumas raças que não são necessariamente agressivas. Tudo depende da criação. O Chico já foi mordido por um (da raça) border collie, muito usado em comerciais, mas para esses não

há obrigatoriedade de nada.” Segundo a veterinária Sheila Tonietti, a lei tem lacunas. “A focinheira não é garantia de que as pessoas estão protegidas. E fica difícil determinar o que é derivação de uma raça e o que não é. Como provar isso?” Governo. A Secretaria Munici-

pal do Verde e do Meio Ambiente informou que seguranças foram ao Buenos Aires assim que souberam do ataque. Segundo a pasta, o pitbull está entre as raças de focinheira obrigatória, há placas indicativas nos parques e os funcionários fiscalizam. Se preciso, eles acionam a Guarda Civil. Já a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, responsável pelo Villa Lobos, disse que os parques onde se permitem cães têm avisos, além da fiscalização de seguranças.

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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Esportes

O Melhor da TV l 9h Inter de MIlão x Lyon Amistoso, Esporte Interativo l 9h45 Mundial de Esportes Aquáticos Polo aquático, feminino, SporTV 2

l 15h30 Mundial de Esportes Aquáticos Polo Aquático, feminino, SporTV 2 l 16h Flamengo x Palmeiras Taça Belo Horizonte, sub-17, SporTV

l 20h Atlético-MG x São Paulo

l 12h30 Mundial de Esportes Aquáticos

l 20h São Paulo x Grêmio

l 21h Cardinals x Colorado Rookies

Natação, finais, SporTV 2

Campeonato Brasileiro, SporTV e PPV

Beisebol, MLB, ESPN +

Taça Belo Horizonte, sub-17, SporTV 2 l 21h Remo x ASA

Brasileiro, Série C, Esporte Interativo

Campeonato Brasileiro

Tite vê Corinthians voltar aos trilhos Com o técnico da seleção brasileira nas tribunas do Maracanã, líder bate o Fluminense sem sustos e consegue vencer depois de dois empates seguidos FABIO MOTTA/ESTADÃO

Raphael Ramos

Sob os olhares de Tite, que acompanhou a partida das tribunas do Maracanã ao lado do filho e auxiliar Matheus Bacchi, o Corinthians de Fábio Carille jogou diante do Fluminense como nos melhores momentos do período que era comandado pelo atual técnico da seleção brasileira: foi extremamente seguro na defesa e eficiente no ataque. Assim, nem precisou jogar muito para garantir a vitória por 1 a 0. Com o resultado de ontem, o Corinthians chegou aos 40 pontos e abriu nove de vantagem para o segundo colocado do Campeonato Brasileiro, o Grêmio, que tem um jogo a menos – enfrenta o São Paulo, no Morumbi, hoje. O time alcançou a marca de 30 jogos de invencibilidade na temporada. No Nacional, o Corinthians igualou o recorde de 16 rodadas sem derrota do Flamengo de 2011. A vitória também foi importante para o moral do time. A equipe vinha de dois empates (contra Atlético-PR e Avaí), parecia ter perdido o fôlego e, para piorar, ficará por pelo menos um mês sem o meia Jadson e o zagueiro Pablo, lesionados. Além de ver um time compacto e muito bem organizado em campo, Tite assistiu a mais uma atuação de destaque de Cássio. Sobretudo nos minutos finais do jogo, quando o Fluminense ensaiou uma pressão no Corinthians, o goleiro soube segurar o ímpeto do adversário. No próximo mês, Tite vai convocar a seleção brasileira para os jogos contra Equador (dia 31 de agosto em Porto Alegre) e Colômbia (dia 5 de setembro em Barranquilla), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O Brasil já está classificado para o Mundial da Rússia e o treinador

São Paulo tenta deixar zona da degola

Líder e invicto. Romero e Rodriguinho correm para comemorar o gol da vitória no Rio com Giovanni Augusto e Balbuena

FLUMINENSE 0 CORINTHIANS 1 16ª RODADA DO BRASILEIRÃO

Gol: Balbuena, aos 4 minutos do 2ºT. FLUMINENSE: Júlio César; Renato (Mateus Norton), Frazan, Henrique e Léo; Orejuela, Marlon Freitas (Matheus Alessandro) e Wendel; Gustavo Scarpa, Richarlison e Henrique Dourado (Peu). T: Abel Braga. CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Balbuena e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon, Giovanni Augusto (Pedrinho), Rodriguinho (Camacho) e Romero (Clayson); Jô. T: Fábio Carille. Juiz: Rafael Traci (PR). Amarelos: Rodriguinho, Léo, Balbuena e Frazan. Público: 21.105 pagantes (R$ 654.360). Local: Maracanã, no Rio.

deve utilizar as duas partidas para fazer alguns testes e observar novos jogadores. Uma das novidades da lista de Tite deve ser justamente Cássio. Após engatar uma sequência de bons jogos pelo Corinthians no Brasileiro, ele entrou no radar de Tite e o preparador de goleiros da seleção, Taffarel, inclusive, foi ao CT do Parque Ecológico acompanhar um dia de trabalho de Cássio. “No final do jogo, o Fluminense se atirou ao ataque, mas a nossa defesa conseguiu se manter bem organizada, todo mundo marcou, e não fomos vazados. Foi uma vitória importante. Em dois jogos fora de casa conquistamos quatro pontos”, come-

morou Cássio. Outros jogadores do Corinthians que podem aparecer na próxima convocação de Tite são o lateral-direito Fagner e o meia Rodriguinho, que tiveram atuação discreta ontem. Ambos participaram dos amistosos contra Argentina e Austrália, mês passado, em Melbourne O primeiro tempo foi morno, com raríssimas chances de gol – todas desperdiçadas pelos atacantes. O Corinthians apostava nas jogadas pela esquerda, com Guilherme Arana e Romero, mas insistia nas bolas aéreas. O time ainda teve um pênalti não marcado aos 33 minutos. Após cobrança de escanteio de Giovanni Augusto, Jô foi puxa-

do pela camisa por Léo, mas o juiz ignorou o lance. A história do jogo mudou aos quatro minutos do segundo tempo, quando o Corinthians abriu o placar. Em nova cobrança de escanteio de Giovanni Augusto, Balbuena subiu mais alto do que Henrique e cabeceou firme para o fundo do gol, sem defesa para Júlio César. Com o Corinthians em vantagem, o Fluminense se viu obrigado a sair mais para o ataque e, assim, ofereceu espaço para os contragolpes. A partida ficou mais aberta, mas os atacantes dos dois times pecaram nas finalizações. Melhor para o Corinthians, que soube controlar a posse de bola até o apito final.

Palmeiras resolve no primeiro tempo Bruno Henrique foi o destaque da vitória sobre o Sport em dia de recorde de público na Arena Pernambuco Dani Arruda ESPECIAL PARA O ESTADO

O cenário não era favorável ao Palmeiras: a boa campanha do Sport, a previsão (e confirmação) de um grande público na Arena Pernambuco e vários desfalques por conta de contusão ou suspensão. Nada disso, porém, foi capaz de parar o atual campeão brasileiro. O time de Cuca precisou apenas da primeira etapa para vencer o Sport por 2 a 0, e conquistar sua terceira

vitória como visitante no Campeonato Brasileiro. O Palmeiras soma agora 26 pontos e subiu para a quinta colocação, deixando o Sport estacionado com 24 pontos, na sexta posição. Bruno Henrique foi o destaque do jogo. Ainda no primeiro tempo, ele abriu o placar, de cabeça, após cobrança de escanteio. “O Egídio já havia cobrado dois escanteios curtos, na primeira trave. Quando ele cobrou, eu me antecipei e consegui encobrir o goleiro”, explicou. No segundo gol, já nos acréscimos, Bruno Henrique roubou a bola no campo de defesa, avançou e fez belo lançamento para Keno tocar rasteiro na saída de Agenor. Cuca teve problemas para es-

SPORT 0 PALMEIRAS 2 16ª RODADA DO BRASILEIRÃO

DIEGO NIGRO/JC IMAGEM

Nos acréscimos. Keno fez o segundo gol do Palmeiras calar o time titular. Não pôde contar com Willian e Mina (machucados), Tchê Tchê, Michel Bastos, Dudu e Borja (suspensos); além Guerra e Felipe Melo

(poupados). Quem imaginou que isso seria motivo para desorganização e erros se enganou. O Palmeiras marcou forte, neutralizou o Sport e não des-

Gols: Bruno Henrique, aos 33, e Keno, aos 47 minutos do 1º tempo. SPORT: Agenor; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Sander (Rogério); Patrick, Rithely (Thallyson), Everton Felipe (Thomás), Mena e Diego Souza; André. Técnico: Vanderlei Luxemburgo. PALMEIRAS: Jailson; Mayke, Luan, Juninho e Egídio; Thiago Santos, Bruno Henrique e Jean (Zé Roberto); Erik (Raphael Veiga), Deyverson e Keno (Roger Guedes). Técnico: Cuca. Juiz: Eduardo Tomaz de A. Valadão (GO). Amarelos: André, Diego Souza e Rithely; Juninho, Jailson, Raphael Veiga e Keno. Público: 42.025 torcedores. Local: Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata (PE).

perdiçou as oportunidades que conseguiu criar. “Nosso elenco é forte. Trocamos muitas peças e o time rendeu. A sequência de jogos é grande, você precisa tro-

tem muito o que aprender para se tornar um jogador de fato fundamental para a equipe. “Ele foi decisivo. Mas foi um dos piores em campo’’, analisou Levir. “Participou dos três gols, foi oportunista. O Bruno decide porque tem competência física e técnica também. Mas precisa aprender muita coisa ainda, assim como aconteceu com o Neymar quando foi para a Espanha.’’ No Barcelona, Neymar tornou-se mais objetivo e adquiriu

ES P

E CLU RT

BAHIA

O Santos venceu o Bahia por 3 a 0 ontem, no jogo matinal da rodada. Os três gols, que reconduziram o time ao terceiro lugar no Brasileiro com 30 pontos, foram marcados por Bruno Henrique. Então, o atacante foi coberto de elogios por Levir Culpi, certo? Errado. Ele foi considerado pelo treinador um dos piores jogadores em campo. Levir não deixou de reconhecer os méritos e a importância de Bruno Henrique ontem. Mas entende que o atacante ainda

O

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Bruno Henrique faz três e sai criticado por Levir

SANTOS 3 BAHIA 0 16ª RODADA DO BRASILEIRÃO

Gols: Bruno Henrique, aos 28 e 45 do 1º tempo; e aos 30 minutos do 2º tempo. SANTOS: Vanderlei; Daniel Guedes, David Braz, Fabián Noguera e Jean Mota; Yuri, Vecchio (Rafael Longuine) e Lucas Lima; Bruno Henrique, Kayke (Thiago Ribeiro) e Copete (Alison). Técnico: Levir Culpi. BAHIA: Jean; Eduardo (Éder), Lucas Fonseca, Tiago e Matheus Reis; Juninho, Renê Júnior, Vinícius, Zé Rafael e Allione (Júnior Brumado); João Paulo (Mendoza). Técnico: Jorginho. Juiz: Wagner do Nascimento Magalhães Amarelos: Daniel Guedes e Eduardo. Público: 35.769 pagantes. Renda: R$ 1.262.430,00. Local: Pacaembu, em São Paulo (SP).

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º

Corinthians Grêmio Santos Flamengo Palmeiras Sport Botafogo Vasco Cruzeiro Ponte Preta Chapecoense Fluminense Atlético-MG Bahia Coritiba Atlético-PR Avaí São Paulo Vitória Atlético-GO

PG J V

E D SG

40 31 30 28 26 24 24 23 22 21 21 21 20 19 19 17 17 15 12 9

4 0 19 1 4 14 3 4 8 7 2 11 2 6 6 3 6 4 6 4 3 2 7 -5 4 6 2 3 7 -2 3 7 -6 6 5 0 5 6 -2 4 7 1 4 7 -5 5 7 -8 5 7 -8 3 8 -3 3 10 -13 3 11 -16

16 12 15 10 16 9 16 7 16 8 16 7 16 6 16 7 16 6 16 6 16 6 16 5 16 5 16 5 16 5 16 4 16 4 15 4 16 3 16 2

SÃO PAULO GRÊMIO 16ª RODADA DO BRASILEIRÃO

SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Bruno, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros, Jonatan Gomes, Cueva e Lucas Fernandes (Marcinho); Pratto. Técnico: Dorival Junior. GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Kannemann e Cortez; Michel, Ramiro, Arthur, Fernandinho e Pedro Rocha; Luan. Técnico: Renato Gaúcho. Juiz: Ricardo Marques Ribeiro (MG). Local: Morumbi. Horário: 20h. Transmissão: SporTV e PPV. Ao vivo: estadao.com.br/spfcvivo

car peças. Se tem jogador de alto nível para reposição, o nível do time é elevado”, elogiou Bruno Henrique. O discurso sobre a qualidade do elenco também foi ressaltado por Cuca. “Todos que jogaram têm condição de ser titular. Todos jogaram muito bem. O leque se abre. É bom dar oportunidades a jogadores que não vinham tendo chance para mostrar o potencial que mostraram”, analisou o treinador. A melhor chance do Sport no jogo aconteceu no segundo tempo, quando Diego Souza acertou o travessão de Jailson, após cobrança de falta. A vitória marcou o melhor público da Arena Pernambuco em jogos de clubes: 42.025 torcedores. O recorde do estádio é de 45.010 pagantes no jogo entre Brasil e Uruguai (2 a 2), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no ano passado. 16ª RODADA

CLASSIFICAÇÃO

mais consciência tática, entre outras virtudes. Para a torcida que lotou o Pacaembu – mais de 35 mil presentes –, no entanto, Bruno Henrique deixou o campo no herói. Ele marcou dois gols na primeira etapa, o primeiro aproveitando rebote do goleiro Jean e o segundo ao concluir livre após ótima jogada de Lucas Limas, e fechou o placar na etapa final, após pegar uma sobra da bola disputada por Noguera e tocar com categoria na saída de Jean. Bem no Brasileiro, o Santos terá missão espinhosa na quarta-feira, pela Copa do Brasil. Recebe o Flamengo na Vila Belmiro e precisa reverter o placar adverso de 2 a 0 do primeiro jogo.

Depois de vencer o Vasco por 1 a 0 e encerrar uma série de nove jogos sem vitória, o São Paulo ensaia o próximo passo da reação, hoje, às 20h, diante do Grêmio, novamente no Morumbi. A equipe busca a segunda vitória seguida, sequência que só foi conquistada dois meses atrás, quando superou Avaí e Palmeiras. Se vencer, a equipe sai da zona de rebaixamento, onde se encontra desde a 11.ª rodada. Para o técnico Dorival Júnior, virar o turno fora da zona da degola é importante do ponto de vista emocional. Um dos problemas que o treinador identificou em seus primeiros jogos como substituto de Ceni foi o peso psicológico das últimas posições. A única dúvida na escalação é a escolha do substituto de Wellington Nem, fora por causa de dores no ombro direito. Dorival testou Marcinho e Lucas Fernandes. O primeiro tem mais chances. / GONÇALO JUNIOR

n Libertadores n Sul-Americana n Zona do Rebaixamento

Sábado Vitória 1 x 2 Chapecoense Flamengo 2 x 1 Coritiba Ontem Santos Fluminense Avaí Sport Atlético-MG Atlético-PR Atlético-GO Hoje 20h

São Paulo

3x0 0x1 1x0 0x2 1x2 0x2 1x1 x

Bahia Corinthians Cruzeiro Palmeiras Vasco Ponte Preta Botafogo Grêmio

17ª RODADA Sábado (29/7) 16h Botafogo 19h Palmeiras Domingo (30/7) 11h Chapecoense 16h Corinthians 16h Coritiba 16h Ponte Preta 16h Bahia 19h Grêmio 19h Cruzeiro Segunda (31/7) 20h Vasco

x São Paulo x Avaí x x x x x x x

Atlético-GO Flamengo Atlético-MG Fluminense Sport Santos Vitória

x

Atlético-PR


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Esportes A15

WALDIR PERES H 1951 = 2017

Ídolo tricolor morre aos 66 anos Goleiro do São Paulo por 11 temporadas e titular da seleção brasileira na Copa de 1982 sofreu um enfarte em Mogi Mirim Morreu ontem, aos 66 anos, Waldir Peres, um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro. O ídolo do São Paulo e da Ponte Preta sofreu um enfarte enquanto participava de um almoço festivo com seus familiares, em Mogi Mirim, no interior de São Paulo. Waldir Peres foi titular da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1982, considerada, por muitos, o melhor ti-

me que o Brasil já formou em um Mundial, sob o comando de Telê Santana. Jogou ao lado de grandes craques como Falcão, Zico e Sócrates. Nascido em Garça, interior de São Paulo, em 2 de janeiro de 1951, ele foi revelado pela Ponte Preta nos anos 1970. Chegou ao São Paulo em 1973 em uma negociação que envolveu também o volante Chicão. É o segundo jogador com mais jogos pelo clube, com 617 partidas. Só perde para Rogério Ceni, com 1.237. Pelo time do Morumbi, foi campeão brasileiro de 1977, numa decisão histórica contra Atlético-MG no Mineirão. O jogo terminou 0 a 0 e o título foi decidido nas cobranças de pê-

naltis. Os atleticanos chutaram para fora três cobranças. Waldir Peres é recordista de partidas disputadas pelo São Paulo no Campeonato Paulista com 343 jogos. Também é o goleiro com o maior número de jogos sem sofrer gols no Estadual: 153. Pela seleção brasileira, Waldir disputou três Copas (1974, 1978 e 1982). Ficou na reserva nas duas primeiras e foi titular no Mundial da Espanha, quando o técnico Telê Santana optou por ele e não convocou Emerson Leão. Além disso, foi tricampeão paulista (1975, 1980 e 1981). O goleiro ainda defendeu América-RJ, Guarani, Corinthians,

ACERVO ESTADÃO

Portuguesa, Santa Cruz e novamente Ponte Preta em 1989, quando encerrou a carreira. Waldir Peres também trabalhou como técnico, comandando 20 times entre 1991 e 2013, com destaque para clubes do interior de São Paulo, como São Bento, Inter de Limeira, Ferroviária e Araçatuba. Atuou ainda como comentarista esportivo. Homenagem. Companheiro de Waldir Peres durante a Copa de 1982, o ex-lateral Júnior, hoje comentarista, falou sobre a morte do colega durante a transmissão do jogo entre Fluminense e Corinthians na TV Globo, ontem, pelo Campeonato Brasileiro. “Waldir Peres foi ‘parcei-

Luto. Waldir se destacava pela técnica apurada

raço’, uma figura ímpar. É o segundo companheiro daquele time de 82 que perdemos. O primeiro foi o Magrão (Sócrates, falecido em 2011)”, lembrou. A morte de Waldir Peres foi destaque na imprensa esportiva internacional. O jornal francês L’Equipe lembrou que o brasileiro ficou famoso por sofrer um gol a “impressionantes 30 metros” de distância em chute de Andrei Bal na vitória por 2 a 1 do Brasil sobre a União Soviética na Copa de 1982. Já o espanhol Marca ressaltou que ele atuou por 11 anos no São Paulo. “Foi o segundo futebolista que mais partidas disputou pela equipe tricolor paulista, atrás de Rogério Ceni.”

Hipismo FOTOS: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Novos talentos. Pedro Henrique e Mickaelly Alves na escola

Haras quebra barreiras ao abrir as portas Centro democratiza as aulas de equitação e muda perfil dos novos campeões em uma modalidade de elite Gonçalo Junior

Celine não brinca muito de boneca porque prefere os cavalos. Seus pais trabalham e vivem no Centro Hípico Haras Jahú, em Vargem Grande, interior de São Paulo. Ela ficou doida para montar depois que viu as crianças na escola de equitação do local. Sua vez chegou quando ganhou uma das vagas dadas aos filhos dos trabalhadores. Valdirene Oliveira Souza, mãe de Celine e auxiliar de limpeza no haras, conta que não teria condições financeiras de matricular a filha no curso. Os pacotes giram em torno de R$ 500. É puxado para eles – o marido Roberto Nere dos Santos, o Betinho, é tratador de animais. Celine Oliveira Santos está aproveitando a chance. No ano passado, ganhou o Campeonato Brasileiro de Adestramento na categoria pônei. Foi

a sua primeira competição desde que começou a aprender. Por causa da conquista, ela foi uma das homenageadas no Prêmio Hipismo Brasil 2016, na Hípica Paulista. Os bons resultados continuam no Campeonato de Salto Iniciante da Regional Metropolitana, da Federação Paulista de Hipismo. Ela e outros dois filhos de funcionários do haras, o Pedro e a Clara, estão entre os dez melhores competidores. Como são muito miudinhos, eles competem com pôneis na categoria 40 cm, essa altura dos obstáculos, que podem chegar até 90 cm para os iniciantes. Celine monta o Algodão Doce; Pedro compete com o Brigadeiro – os cavalos são da escola. De um total de 50 alunos da escola do haras, oito não pagam. Não existe distinção. Ninguém sabe quem é filho de um tratador e quem não é. O curso traz uma mensagem clara de democratização do hipismo. Esse movimento de inclusão vai além da iniciativa do haras, que já dura vários anos – os administradores perderam a conta de quando foi a primeira turma. A própria Federação Paulista criou neste ano o Paulistão,

torneio com todas as categorias disputando o mesmo concurso ao longo de três semanas. Foi uma iniciativa bem-sucedida para atrair mais participantes. Além disso, um grupo de apoiadores financia a participação das crianças nas provas, uma espécie de padrinhos. Esse grupo não gosta de aparecer – o Estado tentou contato com alguns representantes –, sem sucesso. Afirmam que a ideia é apenas “dar oportunidades para todos”. Montar é caro. Vagno Lorenzo, pai do Pedro, conta que um cavalo mais baratinho custa entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Na semana passada, ele estava em Brasília depois de percorrer mil quilômetros de caminhão para cuidar dos sete animais que competiram no Campeonato Brasileiro de Salto. “Tenho muito orgulho do Pedro”, diz o tratador. Entre transporte, inscrição,

sets a 1, com parciais de 25/20, 25/13, 18/25 e 25/18, ontem, em Cuiabá, pela última rodada da primeira fase do Grand Prix. O bom resultado garantiu a equipe do técnico José Roberto Guimarães na fase final da competição, que será disputada na China, a partir de 2 de agosto. Depois de um início complicado no Grand Prix, a reformulada seleção brasileira chegou pressionada aos três últimos jo-

gos da fase classificatória. E ganhou os três, encerrando a primeira fase com seis triunfos e três derrotas. Ontem, diante de uma seleção norte-americana já classificada, a equipe soube se impor e venceu os dois sets iniciais com extrema tranquilidade. Depois, deixou o ritmo cair no terceiro set, mas retomou o controle da partida e sacramentou a vitória com certa tranquilidade.

Orgulho. A campeã Celine Santos e Valdirene, sua mãe

Vôlei

Brasil avança à fase final do Grand Prix CUIABÁ

A seleção brasileira feminina de vôlei afastou a pressão e superou os Estados Unidos por 3

MODALIDADE CARA

500

reais

é o valor médio do curso de equitação. Um cavalo mais simples vale entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.

diária do tratador, baia do cavalo e o quarto de sela, o investimento de cada padrinho pode chegar até a R$ 1.000 por prova. Pedro Henrique já tem o seu. Cristina Badocco, administradora do local, explica que o objetivo do projeto é usar o esporte como instrumento educacional. O desempenho escolar é pré-requisito para montar. “É mais que um projeto, é uma filosofia, um conceito. O esporte transforma a vida das pessoas e pode abrir muitas portas”, diz. A motivação da administra-

dora vem também de uma história pessoal ligada ao esporte. Ela é mãe de duas atletas da seleção brasileira de polo aquático, Tess e Amanda Oliveira, que participaram da Olimpíada do Rio. Foi a primeira vez que o Brasil disputou a modalidade numa Olimpíada. “Conheço bem as dificuldades que os atletas enfrentam para progredir”, conta. Para a professora do curso, Tati Rodrigues, a formação de cavaleiros olímpicos não é o primeiro objetivo das aulas mais inclusivas. A ideia é promover o crescimento pessoal, melhorando as partes motora, intelectual e psicológica. Os bons resultados são consequência da dedicação, disciplina e, claro, do talento. “Queremos formar crianças melhores. Com autoconfiança e autoestima, elas percebem que podem ir longe.” Joselma Bispo conseguiu ir além. Viveu no haras na infância, pois seu pai, Israel, era auxiliar de serviços gerais – está lá até hoje. É praticamente a mesma história do Pedro e da Celine. A diferença é que ela saiu do haras, não quis saber de cavalo e formou-se em Pedagogia. Anos atrás, voltou a morar com os pais. Joselma conta que sua filha, Mickaelly Alves, de 8 anos, adora de cavalos e já entrou nas aulas. A equitação serviu para duas coisas na vida de Mickaelly. A primeira foi superar a ausência do pai. “Ela dizia que nunca ia poder fazer na vida sem pai.” O outro ganho foi um sonho: ser amazona, palavra que ela nem sabia o que era antes de virar aluna de equitação.

Federação inova e cria ‘Paulistão’ A Federação Paulista de Hipismo mudou o formato do torneio estadual neste ano e criou o seu “Paulistão”. Todas as categorias, envolvendo iniciantes, amadores e de alta performance, competiram em um mesmo concurso ao longo de três semanas. Foram 2.510 inscrições e 880 conjuntos saltando nas pistas de areia e grama do Clube Hípico de Santo Amaro entre os dias 22 de junho a 9 de julho. Os objetivos do novo formato de disputa foram reunir toda a cadeia, dos competidores aos patrocinadores, e aumentar o interesse das pessoas pelo esporte, criando o principal evento do calendário hípico do Estado de São Paulo. “Foi uma experiência bem-sucedida que deverá ser mantida. Foram torneios emocionantes”, avalia Gabriel Khoury, presidente da federação paulista. O número de inscritos no salto iniciante, uma das categorias da base do hipismo, triplicou, passando de 80 para 240 em relação a 2016. “O fomento à base é prioridade”, diz Khoury. Na categoria mirim, o vencedor foi Philip Greenless, de 14 anos, e Premiere Avignon Z, que comprovaram a ótima fase. Ambos vêm de vitória nas seletivas para os Jogos Olímpicos da Juventude, para atletas entre 14 e 17 anos, que serão disputados em outubro, na Argentina. Interação. Outro destaque foi

a interação dos jovens cavaleiros e amazonas e os seus ídolos. Nesse contexto, a disputa na categoria sênior envolveu até campeões olímpicos. Entre os concorrentes estavam Doda Miranda, dono de duas medalhas de bronze por equipes (Atlanta/1996 e Sidney/2000); Artemus de Almeida, prata no Concurso Completo de Equitação por equipes no Pan (Winnipeg/1999); Francisco Mesquita Musa, tetracampeão brasileiro e José Roberto Reynoso Filho, que esteve em Londres/2012. O campeão foi Artemus de Almeida, da Sociedade Hípica de Ribeirão Preto, ao lado da Premix Una Bella 9 HV. / G. Jr.

NA WEB Vídeo. Filhos de tratadores falam das aulas. estadao.com.br/e/novohipismo

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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

MAURO CEZAR PEREIRA

E-MAIL: MAURO.CEZAR@ESTADAO.COM INSTAGRAM: @maurocezar000 TWITTER: @maurocezarespn

Sem paixão pela bola

O

desdém pela bola tem caracterizado o futebol do País, o que se amplifica quando a liderança fica com quem frequentemente tem menos a “pelota”. Dos primeiros 150 jogos do Brasileiro, 37 terminaram empatados, e, nos demais 113, exatos 70 tiveram como vencedores times com menos posse, aponta o Footstats. No 1 a 0 sobre o Fluminense, ontem, no Maracanã, o Corinthians chegou a seu oitavo jogo com menor tempo tendo a “redonda’’ nos pés em 16 aparições. Em casa os corintianos a tiveram mais do que os oponentes diante de

Atlético-PR, Botafogo, Cruzeiro, São Paulo, Santos e Chapecoense. Apenas contra Ponte Preta e Bahia o tempo com a bola foi menor em Itaquera. Fora, só superou os adversários neste quesito ao visitar Coritiba e Avaí. E não venceu. Palmeiras, Grêmio, Vasco e até Vitória e Atlético-GO acumularam mais posse nos confrontos com a equipe de Fábio Carille atuando longe de casa. A obsessão pelo “balão de couro” virou “febre” quando o Barcelona de Pep Guardiola chegou ao auge, seguindo o raciocínio de Johan Cruyff: “Se você mantém a bola, o adversário não a tem’’. A lógica? Ficando com ela, uma

equipe pode construir jogadas, fazer os gols. O adversário não. Mas há times que controlam partidas com postura inversa. Como? Se defendendo bem a ponto de o rival trocar passes estéreis, nada produtivos. E aí, o pouco tempo com a “criança” nos pés pode ser o bastante para vencer. Há jogos nos quais o Corinthians é assim, como na visita ao Palmeiras. Teve 39% e venceu por 2 a 0 em apenas

Mas a grande quantidade de triunfos dos times com menor posse aponta uma tendência no futebol praticado no Brasil, onde os arremessos laterais insistentemente disparados na direção da área inimiga viraram moda. Situação na qual se abre mão do “esférico” para que os times briguem por ela no alto. Quem está no ataque faz isso sonhando com as migalhas, com a sobra da disputa. E as equipes insistem na primitiva jogada, mesmo com risível índice de aproveitamento nesse tipo de lance. Times abrem mão da bola por não saberem o que com ela fazer quando a têm por muito tempo. Em tese é mais fácil se entrincheirar, apostar na velocidade e nos espaços que costumam ser generosos contra quem se posiciona no ataque e com mais posse. Há diferentes maneiras de se jogar bola. Mas num país que sempre foi berço, um celeiro de gente talentosa, não deixa de ser estranho tantos times sem apego, sem paixão pela “gorduchinha”.

É o quinto Brasileirão seguido com times que têm menos a bola vencendo mais partidas duas finalizações certas. Em suma, deixou a “maricota” com os rivais, se defendeu de maneira eficaz, não cedeu espaços, e quando no ataque foi cirúrgico. Um time capaz de vencer com ela por mais ou por menos tempo do que o adversário, e que não se constrange quando opta por se fechar, cedendo-a sem traumas.

O PROJETO VERDE

2 a 0 no time de Luxemburgo Não encarar o Sport na Ilha do Retiro costuma ser interessante para os visitantes. Na Arena Pernambuco, o campeão brasileiro teve menor posse de bola, finalizou menos, mas mostrou precisão para definir a vitória no primeiro tempo. Rápidas transições deram ao Palmeiras três de seus quatro últimos gols. Foi como Keno decidiu o cotejo. O SANTOS EM CASA

No Pacaembu, 3 a 0 no Bahia A maior parte da torcida vive na região metropolitana de São Paulo. Mera questão matemática. A população é mais de dez vezes maior que a da Baixada Santista. Na ensolarada manhã de domingo, 35.769 pessoas foram ao estádio. E, com ingressos acessíveis, o Santos é opção até para quem apenas deseja ver futebol.

Fotos meramente ilustrativas.

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Espanhóis temem fuga de Teixeira Os procuradores brasileiros vão solicitar hoje detalhes do processo que corre na Espanha contra o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. Eles irão propor que o caso seja integralmente transferido para o Brasil para que Teixeira seja julgado no País. Entre os procuradores espanhóis, há pressa em compartilhar os detalhes sobre o caso e em tentar pelo menos colher um depoimento do brasileiro. Eles temem um eventual risco de fuga de Teixeira do Brasil para os Estados Unidos. Se houver algum acordo de delação premiada envolvendo o dirigente e a Justiça americana, ele poderia prever a ida dele para os EUA, com garantias de que não seria extraditado ao Brasil e muito menos para a Espanha. Na quarta-feira, uma reunião entre procuradores espanhóis e brasileiros poderá determinar os detalhes da cooperação entre os dois países. / JAMIL CHADE

Glauco de Pierri

O último dia de competição do Mundial de Atletismo Paralímpico de 2017 não foi tão bom para o Brasil – foi o único dia em que não conquistou nenhum pódio. O País terminou com 21 medalhas – 8 de ouro, 7 de prata e 6 de bronze. Mesmo assim, a avaliação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi boa. “O balanço que fazemos da participação dos atletas do Brasil é bastante positivo. Foi uma performance extremamente importante e nos mostrou que estamos no caminho certo, porque visamos sobretudo um preparo para os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Estou bastante satisfeito e entendo que, em algumas situações, nós já vemos evolução e, em outras, vimos que precisamos tomar ações para desenvolver a modalidade”, disse Mizael Conrado, presidente do comitê. Mizael, que é cego e foi paraatleta do futebol de 5, está no começo de seu primeiro mandato à frente do CPB. “Estabelecemos uma estratégia diferente para este início do ciclo. Criamos índices extremamente fortes e desafiadores e todos os atletas que vieram a Londres tinham, ao menos, a terceira marca do ranking mundial, o que os colocava em posição de ganhar medalhas. Este evento norteará o início deste ciclo e a participação até Tóquio”, completou. A partir de agora, o Brasil passa a programar sua participação no Mundial de Natação Paralímpica, de 30 de setembro a 7 de outubro, no México. O maior nome da delegação – e do esporte paralímpico no País em todos os tempos –, o nadador Daniel Dias, estará na competição.

Corrupção

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O zagueiro Piqué garantiu ontem que Neymar não vai trocar o Barcelona pelo Paris SaintGermain. Ele postou em sua conta no Instagram uma foto ao lado do brasileiro, com uma mensagem otimista: “Ele fica’’, escreveu o jogador. Messi e Luizito Suárez também teriam conversado com Neymar tentando demovê-lo da ideia de sair. As especulações da imprensa sobre o futuro do craque continuaram ontem. O jornal Sport, de Barcelona, publicou que o contrato com o PSG já foi revisado pelos advogados de Neymar e que “só falta assinar’’.

Mundial de Esportes Aquáticos ALBERTO ESTÉVEZ/EFE

Com Cesar Cielo, País é prata no revezamento Em disputa bastante acirrada com os EUA, equipe obtém o segundo lugar e encerra jejum de 17 anos sem pódio BUDAPESTE

A equipe brasileira masculina do revezamento 4x100 metros livre quebrou um longo período de ostracismo ontem. O quarteto formado por Cesar Cielo, Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos conquistou a medalha de prata no Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, Hungria – os Esta-

dos Unidos ganharam o ouro. Com isso, o Brasil pôs fim a 17 anos sem pódio em provas de revezamento em piscina olímpica disputadas em competições de alto nível. Além de garantir a prata, o tempo de 3min10s34 da final representa o novo recorde sulamericano, derrubando uma marca que pertencia à era dos trajes tecnológicos. “É até inexplicável, é difícil falar. Estou emocionado. Para mim, pessoalmente, é uma grande conquista. Estou treinando há apenas cinco meses e nadei uma prova que não treinei direito, porque estou focado nos 50 metros”, disse Cielo, que retor-

na a uma grande competição depois de não se classificar aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, ao SporTV. “Eles são os caras. Esses aqui são os caras.’’ Por não ter se preparado para a prova, Cielo admitiu que sentiu um certo receio de participar, mas deu tudo certo. A prova foi bastante disputada e decidida nos metros finais. Os norte-americanos acabaram levando a melhor, com o tempo de 3min10s06. Um pouco mais atrás vieram os húngaros (3min11s99), que completaram o pódio. O segundo lugar também foi muito festejado por Bruno Fratus, que caiu na água logo de-

É nossa! Brasileiros fizeram ótima prova e subiram ao pódio pois de Cesar Cielo, fechando o revezamento para a equipe brasileira. “Desde hoje (ontem) cedo estou falando para eles: vamos colocar o Brasil de volta em um lugar de onde ele nunca deveria ter saído, no pódio, entre os três melhores do mundo’’, comemorou. Na final, Gabriel Santos não teve um início tão forte e termi-

nou em terceiro – fez o tempo de 48s30 –, atrás da Hungria. Mas Chierighini apertou o ritmo e encerrou a segunda passagem, que completou em 46s85, na vice-liderança. Cielo foi à piscina e diminuiu a desvantagem para os norte-americanos ao fazer seus 100 metros em 48s01. Na última passagem, Fratus se aproximou ainda mais, mas não

conseguiu ultrapassá-los, apesar do excelente tempo de 47s18. O desempenho abre a perspectiva de a natação brasileira dar início a uma nova fase, depois de não conquistar nenhuma medalha no Jogos Olímpicos do Rio-2016. O último pódio de um revezamento brasileiro em competições de ponta antes do de ontem em Budapeste foi ganho na Olimpíada de Sydney, em 2000, também no 4 x 100 metros estilo livre, com a equipe composta por Gustavo Borges, Fernando Scherer, Edvaldo Valério e Carlos Jayme. O time ficou com a medalha de bronze nos Jogos disputados na Austrália. Em Mundiais de piscina longa, a ausência brasileira no pódio era ainda maior. Vinha desde 1994, quando Borges, Scherer, Teófilo Ferreira e André Teixeira também ficaram com o bronze na disputa que foi realizada na Itália.


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INCLUI CLASSIFICADOS

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

E&N

O ESTADO DE S. PAULO

Piratas na Amazônia

Finanças pessoais

Custo com segurança vai para os fretes

Fundos de impacto social miram pequeno investidor

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ECONOMIA & NEGÓCIOS

ENTTREVISTA Alfredo Setubal, presidente da holding Itaúsa

‘Eleição é a chance de corrigirmos a rota’ WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário vê uma recuperação lenta da economia e diz que as eleições de 2018 vão definir o rumo do País

QUEM É ] Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com curso de especialização no Insead (França), o presidente da holding Itaúsa é também um dos maiores incentivadores culturais do País. Setubal é investidor na pessoa física da editora Todavia e também fez aporte na startup Domo.

Mônica Scaramuzzo Ricardo Grinbaum

Um dos maiores conglomerados do País, a Itaúsa, holding de investimentos do Itaú Unibanco, está em busca de novos negócios. Depois de adquirir uma participação minoritária no gasoduto NTS, que pertencia à Petrobrás, em parceria com a gestora canadense Brookfield, a Itaúsa anunciou, no último dia 12, a compra da Alpargatas em sociedade com o Cambuhy, braço de investimentos da família Moreira Salles, também sócia do banco. Alfredo Setubal, presidente da holding, diz que a companhia tem cerca de R$ 3 bilhões para investir, mas não quer entrar em setores regulados pelo governo. Setubal reconhece que o momento atual é de cautela e vê uma lenta recuperação da economia. “A eleição de 2018 é crucial para definir a rota do País.” A seguir, os principais trechos da entrevista. l A aquisição da Alpargatas sinaliza uma mudança nos investimentos da Itaúsa?

Há algum tempo estávamos pensando em como diminuir a dependência do banco da receita total da Itaúsa e revendo o nosso portfólio de investimento. O banco representa hoje cerca de 94% do total (antes era 97,7%). A ideia é reduzir a 90%. Vamos zerar nossa participação na Itautec (de tecnologia) entre o fim de 2018 e início de 2019. Chegamos a ter 30% da companhia e hoje temos 11%. Essa fatia vai ser vendida à Oki Brasil (controlador) e vamos olhar outros ativos. l Quais negócios que a Itaúsa está procurando?

Contratamos a McKinsey no ano passado, que começou a olhar setores da economia em que poderíamos fazer investimento. Já fizemos dois importantes movimentos. Um na NTS, gasoduto da Petrobrás, em consórcio com a Brookfield, e agora com a Alpargatas, em parceria com o Cambuhy, que já tinha analisado esse ativo antes de a Camargo Corrêa vendêlo à J&F, da família Batista. l E essas negociações foram feitas com os irmãos Batista?

Foi com o Wesley. Foi um processo rápido e fomos bem assessorados. Fizemos um contrato que nos protege bastante em função da leniência. l Quanto a Itaúsa está disposta a investir?

Para o banco representar 90% do total dos nossos investimentos, teríamos entre R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões para investir em outros negócios. Já fizemos a aquisição da NTS e da Alpargatas, que somam cerca de R$ 3,5 bilhões. Sobraram entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões para novas oportunidades. Estávamos avaliando a BR Distribuidora, da Petrobrás, mas desistimos após a companhia optar pela abertura de capital. Queremos negócios que tenham fluxo de caixa, liderança e uma marca forte, como é o caso das Havaianas. Buscamos empresas que possam ter me-

A eleição de 2018 é crucial. l Quem o sr. vê como liderança?

Tem o João Doria, o Geraldo Alckmin. Antonio Carlos Magalhães Neto pode ser um bom nome para uma composição de chapa, com perfil mais liberal, de centro. Álvaro Dias é um nome de centro-esquerda. Tem nomes possíveis. Se vão emplacar eleitoralmente, é outra questão. A eleição de 2018 é uma oportunidade grande de corrigir essa rota. Se o Brasil quiser estar entre os países desenvolvidos, precisará de uma geração de novos governantes.

Novos investimentos. Alfredo Setubal diz que Itaúsa busca empresas que tenham marca forte e boa rentabilidade lhoria operacional, de gestão e retorno. A conjunção disso tudo não são muitas alternativas. l Algum setor específico?

Não queremos setor regulado, como concessões e energia, com o governo interferindo em preço. A gente não quer controlar nada diretamente. Preferimos ter parceiros que possam também participar da gestão. Queremos estar no grupo de controle, com acordo de acionistas. O setor de serviços e consumo pode ser interessante. l Já estão olhando outras empresas para investir?

Desde o ano passado, bancos de investimento e fundos de private equity começaram a bater na nossa porta. Nem tudo casa com o que a gente quer, com a rentabilidade que a gente espera. O custo de capital no Brasil é muito alto. A Itaúsa está muito concentrada no banco, que tem rentabilidade de 20% a 23% ao ano. No setor industrial, esses retornos são mais difíceis de serem alcançados. Mas, com esses dois investimentos, a gente tem retorno bem próximo ao do banco. l Procuram negócios com esse perfil de rentabilidade?

Não faz sentido procurar negócio que dilua essa rentabilidade da Itaúsa. Somos uma companhia aberta. Procuramos negócios que gerem certa diversificação, mas que não prejudiquem resultados. l Pretendem continuar investidos na Duratex e Elekeiroz?

Sim. A Duratex é uma empresa muito tradicional, mas passa por dificuldades de resultado, uma vez que o setor de construção não está bem. Não pensamos em nenhum desinvestimentos. Na Elekeiroz (química), a mesma coisa. A gente tem feito uma agenda interna muito intensa para melhorar a parte operacional das companhias nos próximos semestres. l Há planos de investimentos fora do País?

No caso da Itaúsa, não. Serão investimentos apenas no Brasil. No caso do banco, por questões regulatórias, é impossível fazer investimentos aqui. Já compramos o Citi e uma participação na XP Investimentos. O banco tem crescido no exterior. Foi o caso do Corpbanca, no Chile. Dependendo da oportunidade, há possibilidade de crescer na América Latina. Mas não estamos procurando nada neste momento.

l Como o sr. vê os impactos da atual turbulência política na economia?

As vendas vinham se recuperando ao longo dos últimos meses, mas depois da delação (dos irmãos Batista em maio), deu uma parada em junho. Em julho, vejo a demanda retomando um pouco na Duratex, que é o nosso termômetro industrial. Os setores mais afetados com queda de juros podem ter uma melhoria.

mas, como a da Previdência.

não reagiu da maneira que se esperava, mesmo com a queda de juros, ficou inevitável o aumento de imposto. A receita do governo não cresce. Não é o melhor caminho, mas me parece que não tem o que fazer.

l O governo anunciou aumento de imposto. Havia muita resistência dos empresários em relação a isso. O pato voltou para a rua...

À medida em que a economia

l O sr. trabalha com um cenário de recuperação lenta?

Sim. Mas, com tantas delações, fica difícil julgar o que pode acontecer ou não. De qualquer foram, gerou insegurança. Teremos as eleições no ano que vem, mas ainda não temos candidatos. Há algumas indicações, como o Lula, mais à esquerda; e Jair Bolsonaro, mais à direita. Então, esperamos um candidato no centro. Mas não sabemos quem. Ninguém ainda se posicionou, com capacidade de aglutinar. l Qual sua expectativa de crescimento do PIB?

O banco trabalha com 2,7% para o ano que vem. Eu pessoalmente acho que vai ser menos do que isso. O nosso trabalho na área industrial aqui é continuar fazendo a lição de casa. É um cenário ruim. Se analisarmos o Brasil desde 2014, o PIB caiu quase 10%. Não adianta os políticos quererem culpar a crise internacional para justificar a nossa recessão. Não tem influência externa nesta crise. Temos sido muitos cautelosos nos investimentos, tanto industrial quanto no banco.

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l Em sua avaliação, Michel Temer chega ao fim do mandato?

Chega, mas é difícil saber. Cada dia tem uma novidade. Acho que o Temer tem um governo de propostas. Uma parte das reformas ele já fez. Se a gente olhar o que ele fez em um ano em termos de reforma, modernização, não foi pouca coisa. É claro que ele ficou mais enfraquecido depois das delações, mas até hoje não se cristalizou uma pessoa que possa substituí-lo. l O Rodrigo Maia tem sido apontado como possível sucessor.

Rodrigo Maia tem sido o nome que caminha para ser um consenso. Mas precisaria ter um problema ainda maior para o governo Temer cair. O cenário ideal seria de continuidade para evitar uma nova crise. É preciso dar continuidade às refor-

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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

coluna do

CAMILA TURTELLI CLARICE COUTO GUSTAVO PORTO E-MAIL: COLUNA.BROADCASTAGRO@ESTADAO.COM

Iraquiano investe no Brasil para exportar bois vivos

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Brasil vai ajudar o Iraque a recompor seu rebanho bovino, dizimado pelo Estado Islâmico. O rebanho era de 2,5 milhões de cabeças, mas 70% desapareceram por causa de ações do grupo extremista. O empresário Hayder Majeed Hameed, dono do Hameedan Group, que tem foco no mercado de proteína animal, esteve no País para negociar com três empresas o embarque de cinco mil cabeças de bovinos por mês, pelo porto de Barcarena, no Pará. “Da experiência que tivemos com o gado do mundo inteiro, o brasileiro foi o que conseguiu se adequar ao clima iraquiano”, disse Hameed à coluna. O primeiro navio parte em setembro. Hammeed ainda pretende comprar uma propriedade no Pará, com capacidade para 10 mil cabeças, para atender sua demanda no Iraque. NIELS ANDREAS/ESTADÃO–23/6/2006

sionalização, de olho nos fundos e companhias estrangeiras interessadas no agronegócio brasileiro. Se há cinco anos estas revendas eram majoritariamente familiares, hoje 50% delas têm ou estão em vias de contar com “balanço auditado, governança corporativa e plano de sucessão”, disse o presidente da Associação Nacional dos Distribuidores (Andav), Henrique Mazotini. Há três anos, eram apenas 25%. “Elas precisam estar preparadas porque a concorrência vai aumentar.”

» Pulverizado. O setor de revendas reúne cerca de 6 mil empresas no Brasil e o interesse por elas vem crescendo entre os estrangeiros. A paranaense Belagrícola foi recentemente comprada pela chinesa Dakang, que já tinha levado a matogrossense Fiagril em 2016. Fontes do mercado dizem que o setor caminha para o modelo norte-americano de distribuição de insumos: concentrado e formado por grandes potências regionais e nacionais.

CONCENTRAÇÃO

Bem adaptado. A raça nelore está entre as procuradas pelo Iraque

“Em 5 anos muita coisa mudará no setor brasileiro de insumos” Henrique Mazotini,

» Reconstrução. O vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque, Jalal Jamel Chaya, contou que o governo iraquiano está investindo US$ 400 milhões para recuperar a agropecuária nos próximos cinco anos. Para a pecuária de corte e de leite, a ideia é assentar pequenos proprietários em áreas recuperadas, como Mossul.

» Mapa das terras. A INTL FCStone preparou um estudo inédito sobre o potencial de valorização de terras brasileiras até 2030. O trabalho é focado na produção de soja e de milho e combina análise de solo e clima, mapeamento de armazéns e projetos logísticos com dados públicos e privados. A logística é apontada como fator chave para a valorização de uma área.

» Parceria recente. Brasil e Iraque abriram o mercado para gado vivo em 2015. A exportação cresceu 9% no primeiro semestre deste ano, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, com um total de 12.540 cabeças. O interesse dos iraquianos é pela raça nelore pura e a cruzada com a angus, e vacas leiteiras girolando.

» Fronteira de valor. O norte de Mato Grosso, o sul do Pará e regiões do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) são as melhores áreas para aquisição de terras, segundo o estudo, e devem se beneficiar de projetos logísticos em andamento nos portos do Arco Norte. FELIPE RAU/ESTADÃO–21/9/2011

» Mais árabes. O Mubadala, fundo soberano de investimentos de Abu Dhabi, também está de olho no agronegócio brasileiro. Com US$ 122,4 bilhões em aportes no mundo, o fundo tem interesse em soja, algodão e pecuária e estuda investir US$ 50 milhões para colocar o pé no setor na América Latina. No Brasil, os investimentos do Mubadala somam US$ 2 bilhões em petróleo, química e energia.

» Prontas para o mercado. Distribuidoras de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas do Brasil estão passando por processo de profis-

PRESIDENTE DA ANDAV

» Tamanho é documento. A Octavio Café lança até setembro cafés especiais para serem moídos em casa em embalagens de 250 gramas. Úbion Terra, diretor executivo da O’Coffeee, empresa do grupo que cultiva o grão, conta que o consumidor está mais exigente. Ele explica que a máxima que vale para vinhos - aberta a garrafa o produto deve ser consumido - vale para café. Após aberto, o café se oxida e perde qualidade. » Reação. O agronegócio nacional está ressabiado com a perspectiva de que o consumo per capita de alimentos não acompanhará o crescimento da população, como apontou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Em dez anos poderemos ter um ciclo de baixa dos preços”, disse o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. A Abag vai discutir o assunto no Congresso Brasileiro do Agronegócio, que será realizado em São Paulo, no mês de agosto. COLABORARAM CRISTIAN FAVARO E LETICIA

Primeira Pessoa

● As

Elbson Quadros, vice-presidente da SITA

Melhores 0

Na semana

Em 1 mês

Indusval PN

54,72%

64,00%

Vulcabras ON

54,71%

107,83%

25,00%

BTG Pactual UNT

‘Aeroportos com avaliação excepcional focam no consumidor’

14,04%

18,78%

Triunfo Part ON

23,56%

A

Duratex ON

-6,39%

-3,54%

Alpargatas PN

-5,56%

15,87%

BRF SA ON

-5,17%

-10,62%

pesar de adotarem tecnologias de ponta no check-in e até mesmo em áreas de imigração, os aeroportos brasileiros estão atrasados no uso de tecnologias que facilitam a gestão dos terminais e garantem um atendimento personalizado ao passageiro, avalia Elbson Quadros, vice-presidente da SITA, multinacional de tecnologia criada por companhias aéreas para atender o setor. Em países cujos aeroportos são mais avançados tecnologicamente, as conexões são mais rápidas e os consumidores, mais satisfeitos, diz.

CSN ON

-5,15%

20,23%

l Qual o nível de desenvolvimento tecno-

9,88%

Springs ON

14,14%

Piores OI ON

-8,68%

4,99%

lógico dos aeroportos brasileiros em comparação com o restante do mundo? EMPRESAS COM VOLUME DIÁRIO DE NEGOCIAÇÃO SUPERIOR A R$ 1 MILHÃO NO ÚLTIMO DIA DA SEMANA FONTE: BROADCAST

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

Populismo à espreita ] l

LUIS EDUARDO ASSIS

É

preciso ver o Brasil com as lentes do Dr. Pangloss para acreditar que o debate eleitoral em 2018 não será caracterizado pela retórica populista. O texto de referência sobre o populismo econômico continua sendo o livro organizado por R. Dornbush e S. Edwards (The Macroeconomics of Populism in Latin America, 1991), para o qual o atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, contribuiu com um capítulo particularmente interessante (60 Years of Populism in Brazil). Na época, indagava-se por que as economias latinoamericanas repetiam ciclos que começavam com a expansão fiscal e terminavam com a desvalorização cambial e hiperinflação. As coisas mudaram muito desde então. Mas não há dúvida de que o populismo está em voga novamente, e não só na América Latina. Artigo recente do analista de investimentos Ray Dalio (Populism: The Phenomenon, Bridgewater, março de 2017) propõe um índice para medir o populismo e conclui que a adesão a este ideário é hoje a mais alta desde o tempo de Mussolini, Hitler e Franco. O economista Dani Rodrik também revisitou o tema recentemente (Populism and the Economics of Globalization, NBER, junho de 2017) e defende a tese de que o irrompimento do populismo, na sua versão corrente, tem a ver com as consequências da redução das barreiras ao comércio internacional e à livre movimentação de capitais. É difícil dizer que o Brasil faça parte da mesma onda populista que vemos hoje na Europa e nos Estados Unidos. Mas, em comum com os casos clássicos, o populismo que nos ronda tem rejeição à classe política, o apego a soluções fáceis, a crença no poder ilimitado do Estado e o viés de atribuir aos outros a causa de nossas mazelas. O fato é que os elementos para um discurso populista em 2018 estão colocados. Arrastamo-nos para sair, tropegamente, da pior recessão de que se tem notícia. É certo que o desemprego ainda será alto em 2018. O governo tem como meta fiscal o maior déficit primário de todos os tempos – e ainda assim enfrenta dificuldades para não superar o número anunciado. Se há pelo menos o alento de

que a recessão ajudou a derrubar o IPCA, o mesmo não pode ser dito sobre o ajuste fiscal. A relação dívida/PIB vai continuar subindo e pode bater em 80% no final do próximo ano. A recessão reduz a arrecadação de impostos, o que induz o governo a sucessivos cortes de despesas, deteriorando ainda mais a qualidade dos serviços públicos. Como tratar deste tema na campanha eleitoral? Propondo o fim dos subsídios e desonerações? Ou o aumento de impostos, já que a carga tributária vem caindo desde 2012? Discutindo a desvinculação das aposentadorias do salário mínimo, uma vez que não será possível fazer mais do que uma corruptela da reforma da Previdência? Deixando claro que o ajuste vai exigir novos sacrifícios? Explicando que só o combate à corrupção e à ineficiência não resolve o déficit fiscal? Vamos convir que é diminuta a chance de êxito de um candidato que prometa sangue, suor e lágrimas, justamente quando os eleitores acreditam que já deram tudo isso e esperam pela recompensa. Mais tentador é enveredar por outra seara.

O que ronda o País rejeita a classe política, crê no poder ilimitado do Estado e acusa os outros por suas mazelas Por que não ressuscitar a discussão sobre o “caráter financeiro” da dívida pública e tabelar os juros? Quem sabe uma auditoria da dívida interna? Por que não expandir os gastos públicos para sair da recessão, já que, se houver crescimento, a arrecadação também aumenta? Por que quimioterapia, se podemos usar florais de Bach? No livro de Voltaire, Dr. Pangloss justificava seu otimismo patológico dizendo que sempre estamos, por definição, no melhor entre todos os mundos possíveis. Ser otimista hoje significa confiar na sabedoria do eleitor brasileiro e acreditar que ele rejeitará falsas soluções, ainda que a alternativa seja mais difícil e custosa. Este seria o melhor dos mundos. Mas há outros possíveis. ] ECONOMISTA. FOI DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA DO BANCO CENTRAL E PROFESSOR DA PUC-SP E FGV-SP. EMAIL: LUISEDUARDOASSIS@GMAIL.COM

PAKULSKI

O Mapa da Bolsa ações que mais subiram e as que mais caíram na semana de 7 a 14 de Julho

Opinião

Há três áreas de tecnologia voltada a

aeroportos. Uma é para o fluxo do passageiro. Nessa área, no Brasil, os aeroportos, principalmente os privados, já fizeram alguns investimentos: check-in em totem, entrada na área de segurança e passagem pela imigração com portão automático. Na gestão da operação aeroportuária, que é a parte por trás do aeroporto, vejo um ‘gap’ significativo no País. As operações são complexas, em tempo real, para fazer, por exemplo, a movimentação da aeronave de um portão para outro. E a tecnologia pode otimizar esse processo. A terceira área é tratar o passageiro de forma personalizada: usar o dispositivo móvel do passageiro e sensores no aeroporto para interagir com ele, dar informações sobre voos e lojas que possam interessá-lo. No Brasil, começamos agora a ver um interesse por parte dos aeroportos. No exterior, o aeroporto de Miami fez um investimento grande nessa área e tem sido pioneiro. l Além do de Miami, quais aeroportos são mais avançados?

Os de Viena (na Áus-

tria) e de Zurique (na Suíça) têm recebido muito investimento. Esses aeroportos competem para atrair voos de conexão e querem diminuir o tempo que o passageiro gasta na conexão. Em Viena, o tempo médio caiu de 45 para 25 minutos com a automatização de todo o fluxo do passageiro, considerando do momento em que faz o check-in até o embarque. O de Zurique é reconhecido como o melhor da Europa. Aeroportos com avaliação excepcional, em geral, focam na experiência do passageiro. l Quais são as novas tecnologias que podem mudar o setor?

No fluxo do passageiro, ainda há uma ineficiência na entrega da bagagem e hoje há máquinas que permitem ao passageiro despachar a mala de forma automática, reduzindo as filas. Um segundo gargalo é a identificação do passageiro, e a biometria é uma tecnologia madura quee resolve o problema de ter de identificar o passageiro em todas as etapas./LUCIANA DYNIEWICZ PAULO RODRIGUES/SITA


%HermesFileInfo:B-3:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Economia B3

PDVs atingem 77% do alvo nas estatais Governo conseguiu desligar 50.364 funcionários nos últimos anos com programas de demissão voluntária e aposentadoria incentivada FABIO MOTTA/ESTADÃO-10/11/2016

Lorenna Rodrigues Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA

● Número de servidores que foram desligados em 2015, 2016 e 2017 EMPRESA

ALVO

Petrobrás

ADESÃO

12.000

EM PORCENTAGEM

15.000

125,00

2.218

2.646

119,30

16.100

14.285

88,73

Correios

8.200

6.000

73,17

Conab

1.670

1.114

66,71

Infraero Banco do Brasil

15.799

9.749

61,71

Comp. de Pesq. e Recursos Minerais

469

254

54,16

Banco da Amazônia

622

246

39,55

Casa da Moeda

414

150

36,23

Dataprev

223

79

35,43

4.373

830

18,98

108

11

10,19

CEF

Serpro BB Tecnologia

2.644

0

0

Eletrobrás - CGTEE

264

0

0

Banco do Nordeste*

2.100

0

0

65.314

50.364

77,11

Eletrobrás*

Total

*AINDA EM ANDAMENTO/NÃO DIVULGOU ADESÃO PARCIAL

Além da conta. Petrobrás conseguiu superar a meta de cortes prevista em seu PDV l

Positivo

“É o que estávamos esperando. Um plano de PDV que realiza 50% é completamente bem sucedido. Esse é um dos elementos para sanear as contas das estatais” Fernando Soares SECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO E GOVERNANÇA DAS EMPRESAS ESTATAIS

INSS. A meta da companhia é a adesão de 2.500 servidores. Um segundo plano deverá ser aberto até o início do próximo ano, voltado para o pessoal administrativo, com meta de adesão de 2.700 funcionários. A Petrobrás foi a empresa que mais reduziu seu quadro de funcionários, com a adesão de 15 mil empregados aos dois pro-

gramas de PDV da empresa, superando com folga a meta de 12 mil. Com isso, a estatal, que é a quarta maior em número de servidores, reduziu o correspondente a 30% dos funcionários que tem hoje, 49.385 segundo o Planejamento. Em 2014, esse número chegava a quase 57 mil. “Com os dois programas, a Petrobrás prevê um retorno financeiro de R$ 18,9 bilhões até 2021 frente a um investimento de R$ 3,7 bilhões”, respondeu a companhia. Por lei, a Petrobrás não precisa de autorização do Ministério do Planejamento para lançar PDVs. Segunda estatal em número de servidores, o Banco do Brasil também foi o segundo que mais diminuiu o tamanho de seu corpo funcional. Foram 14.285 trabalhadores desligados em dois programas autorizados em 2015 e

EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS INTERESSADOS, COM PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, expedido nos autos do PROC. Nº 100218506.2016.8.26.0625. O MM. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, do Foro de Taubaté, Estado de São Paulo, Dr. Paulo Roberto da Silva, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a todos quantos o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possam, notadamente a TERCEIROS INTERESSADOS NA LIDE que a CONCESSIONARIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S/A - ECOPISTAS autorizada pelo Decreto Estadual nº 60.234, de 13 de março de 2014, que declarou de utilidade pública imóveis necessários às obras de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto -SP-070- Trecho Taubaté I SP-125, Municípios e Comarcas de Caçapava e Taubaté, com área total de 1.117.245,88m², move uma Desapropriação - Desapropriação contra o requerido, Fernandes Meira Consultoria e Assessoria de Negócios Ltda e interessados Teresinha Francisca Dantas, Michael Lucas Ribeiro, Idelson Souza Borges e José Nardy Ramos, objetivando a imissão na posse, neste processo, de uma área total de 6.977,90 m², objeto da matrícula 4.590, sendo o imóvel localizado situada à Rodovia Oswaldo Cruz, nº 4.900 (Altura do Km 5+400m - SP -125), Bairro Chácara São Félix, Município de Taubaté, SP, assim descrita: “A área desapropriada tem início no ponto 1, com coordenada UTM N=7447153,397505 E=444140,960197. Deste ponto inicial, segue em linha reta azimute 22º52’14”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 23,14m, até chegar ao ponto 2; do ponto 2, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 24º52’50”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 19,15m, até chegar ao ponto 3; do ponto 3, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 22º45’50”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 23,48m, até chegar ao ponto 4; do ponto 4, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 22º42’37”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 9,95m, até chegar ao ponto 5; do ponto 5, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 21º28’16”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 36,41m, até chegar ao ponto 6; do ponto 6, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 26º06’38”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Alessio Lourenço de Lima , numa distância de 33,18m, até chegar ao ponto 7; do ponto 7, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 84º03’20”,acompanhando o limite da faixa de domínio existente, confrontando com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) , numa distância de 6,58m, até chegar ao ponto 8; do ponto 8, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 93º52’16”,acompanhando o limite da faixa de domínio existente, confrontando com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP125) , numa distância de 19,92m, até chegar ao ponto 9; do ponto 9, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 104º00’47”, acompanhando o limite da faixa de domínio existente, confrontando com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) , numa distância de 19,81m, até chegar ao ponto 10; do ponto 10, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 114º43’56”, acompanhando o limite da faixa de domínio existente, confrontando com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) , numa distância de 20,64m, até chegar ao ponto 11; do ponto 11, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 113º42’15”, acompanhando o limite da faixa de domínio existente, confrontando com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) , numa distância de 16,57m, até chegar ao ponto 12; do ponto 12, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 226º16’48”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 35,89m, até chegar ao ponto 13; do ponto 13, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 224º35’46”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 33,79m, até chegar ao ponto 14; do ponto 14, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 225º23’50”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 7,14m, até chegar ao ponto 15; do ponto 15, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 229º41’38”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 20,13m, até chegar ao ponto 16; do ponto 16, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 234º41’49”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 21,07m, até chegar ao ponto 17; do ponto 17, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 237º09’48”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 17,69m, até chegar ao ponto 18; do ponto 18, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 237º05’42”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 29,63m, até chegar ao ponto 19; do ponto 19, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 233º38’04”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva , numa distância de 12,95m, até chegar ao ponto inicial, perfazendo a área de 6977 metros quadrados e 90 decímetros quadrados”. A decisão de folhas 238/239 condicionou a imissão provisória da autora na posse ao depósito do valor de R$ 805.594,72 (oitocentos e cinco mil, quinhentos e noventa e quatro reais e setenta e dois centavos), valor alcançado na perícia judicial provisória, a título de indenização pela área exproprianda. A imissão na posse do imóvel foi efetivada em 05 de junho de 2017, conforme auto de depósito e imissão na posse constante de folhas 434. Assim, pelo presente edital, expedido nos termos do artigo 34, do Dec. Lei nº 3.365/41, cientifica a terceiros, eventuais interessados, incertos e desconhecidos, para, querendo, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Órgão Oficial, apresentem impugnação que tiverem ou se habilitem ao pedido de levantamento. E, para que chegue ao conhecimento de todos, é expedido o presente edital que será afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de Taubaté, aos 19 de junho de 2017.

AVISO DE LICITAÇÃO Pregão Eletrônico nº 042/2017 - UASG 200100 Processo nº 1.00.000.003101/2017-33 Registro de Preços A Procuradoria Geral da República torna público que será realizada às 10h00 horas do dia 3 de agosto de 2017, no site www.comprasnet.gov.br, a sessão pública do pregão suprarreferenciado para Registro de Preço para aquisição de materiais de manutenção dos sistemas elétricos do edifício-sede da Procuradoria Geral da República e seus anexos. A cópia do Edital poderá ser obtida pela empresa interessada no endereço eletrônico acima mencionado ou no site www.transparencia.mpf.mp.br. PAULO VICTOR TEIXEIRA DA FONSECA Coordenador de Licitações e Disputas Eletrônicas - CLDE/SA

2016, número que corresponde a 89% do público-alvo. O enxugamento representa 14% do total de funcionários do banco hoje. A Caixa desligou 9.749 servidores em dois PDVs, 62% da meta. O número corresponde a 10% do efetivo atual da caixa. O segundo PDV, no entanto, só foi aberto neste mês e vai até agosto. O banco estatal espera a adesão de 5.480 funcionários. Os Correios, empresa que tem a maior folha de pagamentos, tiveram a adesão cerca de 6 mil funcionários, de uma meta de 8.200 (74%). O total representa pouco mais de 5% do quadro da empresa. A empresa abriu um Plano de Desligamento Incentivado (PDI) em fevereiro de 2017. Depois, o período de adesão foi reaberto por duas vezes, em maio e junho. Porcentualmente, a Infraero

FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ESTATAIS

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

foi a estatal com maior número de desligados. Foram 2.646, acima da meta de 2.218 (119%). Já o programa do BB Tecnologia teve o pior desempenho, com a adesão de apenas 11 servidores ante a meta de 108 (10%). Os benefícios para quem aderir aos programas de desligamentos voluntários variam de acordo com a empresa. São oferecidas desde vantagens como o adiantamento de remunerações e pagamentos de indenizações por até 35 anos até valores em dinheiro. Também são dados outros benefícios como manutenção do plano de saúde.

rios nessas empresas caiu 5% desde 2015. Foram reduzidos 3% dos empregados com mais de 56 anos e 5% daqueles com mais de 26 anos de empresa. “Essa redução decorreu, em sua quase totalidade, de programas de desligamento voluntário que visam adequar a força de trabalho à estratégia empresarial”, afirma o texto. Atualmente, o País tem 151 empresas estatais, sendo 48 com controle direto da União e 18 dependentes do reforço orçamentário do Tesouro Nacional.

NA WEB Enxugamento. De acordo com

o último Boletim das Empresas Estatais Federais, divulgado pelo Planejamento no fim de junho com dados do primeiro trimestre, o número de funcioná-

PDV. Caixa espera a adesão de mais de 5 mil estadao.com.br/e/trabalho

6

EDF

Com o orçamento apertado e despesas de pessoal cada vez mais pesadas, o governo federal desligou 50.364 funcionários das estatais nos últimos anos com programas de demissão voluntária e aposentadoria incentivada. O levantamento foi feito pelo Estadão/Broadcast com dados do Planejamento e das próprias estatais. O número representa 77% do público-alvo dos programas autorizados pela Pasta nos últimos três anos, definido pelos servidores que atendem as condições de ingressar nos planos. O porcentual é comemorado pelo governo. A estimativa oficial era de que, com 100% de adesão, a economia seria de R$ 7 bilhões por ano – sem contar a Petrobrás. O Planejamento não divulgou os dados da redução de gastos efetiva. “É o que estávamos esperando. Um plano de PDV que realiza 50% é completamente bem sucedido. Esse é um dos elementos para sanear as contas das estatais”, disse o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, Fernando Soares. Os desligamentos representam 9,6% do total de funcionários das estatais federais atualmente. Desde 2014, o número de servidores nessas empresas vem caindo, depois de anos de crescimento. No primeiro trimestre de 2017, o total chegou a 523.087, uma redução de 2% ante igual período de 2016. O número de desligados deverá crescer ao longo do ano já que diversos programas ainda estão em aberto, como os da Dataprev e Eletrobrás. A estatal do setor elétrico tem aberto um Programa de Aposentadoria Extraordinária (PAE), para empregados em condições de se aposentar ou já aposentados pelo

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SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

CIDA DAMASCO

E-MAIL: CIDA.DAMASCO@GMAIL.COM CIDA DAMASCO ESCREVE ÀS SEGUNDAS-FEIRAS

Agora colou?

N

a contramão do andamento da crise até recentemente, muitos analistas passavam metade do seu tempo rastreando sinais de que a economia brasileira descolou da política. E a outra metade atribuindo ao Congresso e aos lobbies corporativos grande parte dos males que têm acentuado a fragilidade do quadro fiscal, cada vez mais visível na prestação dos serviços públicos. Na quinta-feira, um segundo após o anúncio do aumento dos impostos sobre combustíveis, já pipocavam as avaliações de que a culpa por essa decisão da equipe econômica cabia principalmente aos aumentos fora de hora concedidos a servidores públicos e à redução de receitas, com a mudança feita no

Congresso no programa de refinanciamento de dívidas tributárias, o Refis. Pergunta obrigatória: se isso não configura uma relação estreita entre política e economia, o que configuraria? Os adeptos da tese do descolamento costumam se referir ao comportamento dos mercados, como se eles representassem o conjunto da economia. A leitura é simples. Se a crise política se arrasta e, mesmo assim, as bolsas não desabam e o dólar não dispara, estaria provado que a economia segue o próprio caminho. Será? Melhor olhar para os interesses específicos dos investidores e o cenário lá fora para encontrar outras razões que não sejam apenas a confiança na retomada, embora mais lenta, e na prioridade às reformas, ainda que minguadas, além de outras repetidas por aí.

CÂMARA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PERUÍBE AVISO DE LICITAÇÃO Acha-se aberto na Câmara Municipal da Estância Balneária de Peruíbe o PREGÃO PRESENCIAL Nº 02/2017 – PROCESSO Nº 160/2017 - TIPO MENOR PREÇO POR ITEM. OBJETO: Aquisição de gasolina comum e álcool etílico hidratado combustível comum, pelo período de 12 meses. ENCERRAMENTO (entrega dos envelopes e credenciamento): das 08h30m às 10h00m do dia 07/08/2017 - SESSÃO DE ABERTURA: dia 07/08/2017, às 10:30 horas. O Edital Completo e Anexos será disponibilizado para consulta ou para aquisição gratuita, mediante apresentação de mídia gravável (CD-r, pendrive, etc.), no setor administrativo da Câmara Municipal, localizado à Rua Nilo Soares Ferreira nº 37, Centro, Peruíbe/SP, por solicitação à comissão de licitações através do email: licitacao@camaraperuibe.sp.gov.br e disponibilizado no site: www.camaraperuibe.sp.gov.br. CÂMARA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PERUIBE, EM 21 DE JULHO DE 2017. RODRIGO SILVA PEREIRA – PRESIDENTE.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Claro que esses componentes não devem ser desprezados, mas talvez se juntem a outros tão ou mais decisivos. É o caso da liquidez global e da perspectiva de manutenção dos juros nos EUA. Para completar o quadro, é o caso dos juros no Brasil – em trajetória de baixa, é verdade, mas ainda generosos para os investidores. Caso a alta de impostos não faça o Banco Central pôr de novo o pé no freio, a expectativa é que a taxa Selic caia mais um ponto porcentual na reunião do Copom desta semana, para 9,25%.

Mercados ainda resistem à crise política, mas área fiscal expõe governo sob pressão Olhando para fora do circuito estreito dos mercados, a união economia/política parece ainda mais clara. Nesse sentido, é exemplar a armadilha em que se colocou o governo para garantir a meta fiscal fixada para o ano, de um déficit de R$ 139 bilhões, numa conjuntura perversa que combina frustração das projeções de arrecadação e de gastos. Na sexta-feira, foi reduzida a previ-

são oficial de receitas para este ano em R$ 5,8 bilhões e elevada a estimativa de despesas em R$ 4,6 bilhões. As receitas ordinárias não crescem como o esperado, já que a retomada da economia se mostra frágil. As extraordinárias, sobre as quais se assenta a programação fiscal, também não entram nos cofres como o desejado – em muitos casos, porque o Congresso atropela as decisões do Executivo. A reoneração da folha de pagamento de 50 setores, por exemplo, foi adiada para 2018 e, com isso, R$ 3,9 bilhões deixarão de reforçar a arrecadação deste ano. No caso do Refis, o relator fez alterações na proposta inicial e, se elas vingarem, em vez de R$ 13 bilhões, no máximo R$ 500 milhões pingarão em 2017. O governo ainda conta com o fato de que o prazo de adesão ao programa termina antes da MP perder a validade e, portanto, continuará a valer o que foi combinado antes das mudanças. Mas o que escancarou, mesmo, a “dominância política” nos últimos dias foi a questão das despesas. É reconhecido que há pouco a se fazer nesse quesito, uma vez que itens como Previdência e

EDITAL CONVOCATÓRIO - ASSEMBLÉIA GERAL DIA 31 DE JULHO 2017 O PRESIDENTE DO SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE SANTANA DE PARNAIBA, PARNAIBA, no uso de suas atribuições e prerrogativas estatutárias conforme disposição do Artigo 24 do Estatuto Social Vigente, convoca todos os Associados do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santana de Parnaíba, para participarem da Assembléia Geral a ser realizada na Sede do Sindicato, sito Rua Andre Fernande,104 - Centro Histórico - Santana de Parnaíba, no dia 31 de Julho de 2017 às 17:30 horas em primeira convocação e às 18:30 horas com qualquer número de associados presentes a mesma por maioria simples, com a seguinte ordem do dia: Apreciação e Aprovação da proposta orçamentária para o período Maio/2017 à Abril/2018. Santana de Parnaíba, 24 de Julho de 2017. Antonio Florencio Neto - Presidente EDITAL CONVOCATÓRIO - ASSEMBLÉIA GERAL DIA 31 DE JULHO 2017 O PRESIDENTE DO SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE SANTANA DE PARNAIBA, PARNAIBA, no uso de suas atribuições e prerrogativas estatutárias conforme disposição dos Artigos 19 ao 24 do Estatuto Social Vigente, convoca todos os Associados do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santana de Parnaíba, para participarem da Assembléia Geral a ser realizada na Sede do Sindicato, sito Rua Andre Fernande,104 - Centro Histórico - Santana de Parnaíba, no dia 31 de Julho de 2017 às 16:00 horas em primeira convocação e às 17:00 horas com qualquer número de associados presentes a mesma por maioria simples, com a seguinte ordem do dia: Apreciação e Aprovação do Relatório de Atividades, Balanço Financeiro e Patrimonial referente ao Ano de 2016. Santana de Parnaíba, 24 de Julho de 2017. Antonio Florencio Neto - Presidente

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - 15ª REGIÃO COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB SUPERINTENDÊNCIA DE LOGÍSTICA OPERACIONAL

AVISO DE PREGÃO DE FRETE Nº 147/2017 OBJETO: Contratação de serviços de transporte para a remoção de 12.929.520 kg de milho em grãos, do Estado de MT para os Estados do AM, CE, DF, PE e RN. MODALIDADE DA CONTRATAÇÃO: Sistema de Pregão Eletrônico da CONAB DATA: 31/07/2017, às 9h00 (Horário de Brasília). REGULAMENTO E INFORMAÇÕES: Conab/Matriz - telefone (0xx61) 3312-6216, Superintendências Regionais, Bolsas de Mercadorias, ou ainda, no site www.conab.gov.br. ANDRÉ VINAGRE SILVA Superintendência de Logística Operacional Superintendente

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES

REPUBLICAÇÃO CONCORRÊNCIA Nº 01/2017 Objeto: O objeto da presente concorrência é a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de comunicação corporativa, para realização de assessoria em planejamento de comunicação, no relacionamento com a imprensa, na produção de conteúdo multimídia e em relações públicas, a serem realizados em território nacional, conforme especificações constantes do Projeto Básico do Edital – ANEXO I. Edital Disponível: a partir de 24/07/2017, de 08:30h às 12h e de 14h às 17:30h. Endereço: Esplanada dos Ministérios, 4º andar, Sala 492, Brasília – DF. Sites: www.mct.gov.br. Abertura das Propostas: 11/09/2017, às 09:00h. Paulo Bernardes H. de Mendonça Chefe da Divisão de Compras e Instrução Processual

EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS INTERESSADOS, COM PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, expedido nos autos do PROC. Nº 1000800-57.2015.8.26.0625. O MM. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, do Foro de Taubaté, Estado de São Paulo, Dr. Paulo Roberto da Silva, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a todos quantos o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possam, notadamente a TERCEIROS INTERESSADOS NA LIDE que a CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S/A - ECOPISTAS autorizada pelo Decreto Estadual nº 60.234, de 13 de março de 2014, que declarou de utilidade pública imóveis necessários às obras de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto -SP-070Trecho Taubaté I SP-125, Municípios e Comarcas de Caçapava e Taubaté, com área total de 1.117.245,88m², move uma Desapropriação - Desapropriação por Utilidade Pública / DL 3.365/1941 contra os requeridos, Claudio Roberto dos Santos, Amarílis Costa Maximino dos Santos, José Adalberto Félix, Deusa de Oliveira Félix e interessado Amilton Alves França, objetivando a imissão na posse, neste processo, de uma área total de 315,83 m², objeto da matrícula 58.436, sendo o imóvel localizado situada na Rua 01, s/nº (Loteamento Rural Empreagri), bairro Barreiro, Município de Taubaté - SP, Estrada de Servidão, assim descrita: “A área desapropriada tem início no ponto 1, com coordenada UTM N=7446208,575698 E=440558,719463. Deste ponto inicial, segue em linha reta azimute 69º21’51”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 15,79m, até chegar ao ponto 2; do ponto 2, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 59º47’48”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 13,05m, até chegar ao ponto 3; do ponto 3, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 71º32’41”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 0,86m, até chegar ao ponto 4; do ponto 4, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 160º19’04”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com a Rua 01, numa distância de 22,6m, até chegar ao ponto 5; do ponto 5, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 284º37’20”,acompanhando a linha de divisa, confrontando com Reinaldo Cardoso Filho e outros, numa distância de 25,53m, até chegar ao ponto 6; do ponto 6, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 283º57’53”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Reinaldo Cardoso Filho e outros, numa distância de 10,08m, até chegar ao ponto inicial, perfazendo a área de 315 metros quadrados e 83 decímetros quadrados”. A decisão de folhas 96/98 condicionou a imissão provisória da autora na posse ao depósito do valor de R$ 76.000,00 (setenta e seis mil reais), valor alcançado na perícia judicial provisória, a título de indenização pela área exproprianda. A imissão na posse do imóvel foi efetivada em 11 de junho de 2015, conforme auto de depósito e imissão na posse constante de folhas 138. Assim, pelo presente edital, expedido nos termos do artigo 34, do Dec. Lei nº 3.365/41, cientifica a terceiros, eventuais interessados, incertos e desconhecidos, para, querendo, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Órgão Oficial, apresentem impugnação que tiverem ou se habilitem ao pedido de levantamento. E, para que chegue ao conhecimento de todos, é expedido o presente edital que será afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de Taubaté, aos 19 de junho de 2017. EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS INTERESSADOS, COM PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, expedido nos autos do PROC. Nº 1000603-68.2016.8.26.0625. O MM. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, do Foro de Taubaté, Estado de São Paulo, Dr. Paulo Roberto da Silva, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a todos quantos o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possam, notadamente a TERCEIROS INTERESSADOS NA LIDE que a CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S/A - ECOPISTAS autorizada pelo Decreto Estadual nº 60.234, de 13 de março de 2014, que declarou de utilidade pública imóveis necessários às obras de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto -SP-070Trecho Taubaté I SP-125, Municípios e Comarcas de Caçapava e Taubaté, com área total de 1.117.245,88m², move uma Desapropriação - Desapropriação contra os requeridos, Luciana Cursino e Luis Carlos Minari, objetivando a imissão na posse, neste processo, de uma área total de 4.031,93 m², objeto da matrícula 102,045, sendo o imóvel localizado situada na Estrada de Servidão, 5.668, Sítio Nossa Senhora das Graças, bairro Cataguá, Município de Taubaté, SP, assim descrita: “A área desapropriada tem início no ponto 1, com coordenada UTM N=7446944,123985 E=443836,962677. Deste ponto inicial, segue em linha reta azimute 56º32’48”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 8,71m, até chegar ao ponto 2; do ponto 2, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 55º18’06”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 15,19m, até chegar ao ponto 3; do ponto 3, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 54º30’39”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 14,8m, até chegar ao ponto 4; do ponto 4, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 176º38’53”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Benedito Donizeti dos Santos e s/m , numa distância de 116,09m, até chegar ao ponto 5; do ponto 5, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 239º19’29”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 15,24m, até chegar ao ponto 6; do ponto 6, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 240º40’56”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 15,56m, até chegar ao ponto 7; do ponto 7, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 241º51’39”, acompanhando o limite da faixa de domínio proposta, confrontando com a área remanescente, numa distância de 11,18m, até chegar ao ponto 8; do ponto 8, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 359º55’05”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com José Claudinei de Campos e s/m , numa distância de 18m, até chegar ao ponto 9; do ponto 9, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 359º54’14”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com José Claudinei de Campos e s/m , numa distância de 11,31m, até chegar ao ponto 10; do ponto 10, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 357º37’21”,acompanhando a linha de divisa, confrontando com José Claudinei de Campos e s/m , numa distância de 31,27m, até chegar ao ponto 11; do ponto 11, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 359º09’53”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com José Claudinei de Campos e s/m , numa distância de 48,57m, até chegar ao ponto 12; do ponto 12, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 359º54’34”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com José Claudinei de Campos e s/m , numa distância de 5,4m, até chegar ao ponto inicial, perfazendo a área de 4031 metros quadrados e 93 decímetros quadrado”. A decisão de folhas 148/149 condicionou a imissão provisória da autora na posse ao depósito do valor de R$ 344.907,00 (trezentos e quarenta e quatro mil, novecentos e sete reais), valor alcançado na perícia judicial provisória, a título de indenização pela área exproprianda. A imissão na posse do imóvel foi efetivada em 01 de novembro de 2016, conforme auto de depósito e imissão na posse constante de folhas 207. Assim, pelo presente edital, expedido nos termos do artigo 34, do Dec. Lei nº 3.365/41, cientifica a terceiros, eventuais interessados, incertos e desconhecidos, para, querendo, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Órgão Oficial, apresentem impugnação que tiverem ou se habilitem ao pedido de levantamento. E, para que chegue ao conhecimento de todos, é expedido o presente edital que será afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de Taubaté, aos 08 de junho de 2017.

AVISO DE LICITAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICO PROC. 236/2017-2 - Objeto: Registro de Preços para eventual execução de manutenções civis nos prédios que abrigam as Unidades de 1ª e 2ª instâncias deste E. Tribunal. Envio das Propostas: até as 10h e Início da Disputa de Preços às 11h, do dia 03/08/17, no site www.licitacoes-e.com.br. Edital e Informações: Coord. Licitações, 12 às 18h, fone 19-3232-8519, à Rua Dr. Quirino, 1080, 5º andar, Centro, Campinas - SP e no site acima. Ana Carolina dos Santos Ramos - Assistente de Licitações

COMUNICADO A Coop. de Eletrificação e Desenvolvimento da Região Itu-Mairinque, Permissionária para prestação dos serviços de distribuição de Energia Elétrica, CNPJ: 50.235.449/0001-07, com sede à Rod. Castelo Branco, km 68,5, Bairro Dona Catarina, Município de Mairinque/SP, comunica a todos os interessados que está estabelecendo com a VIANET TELECOMUNICAÇÕES e INTERNET LTDA, CNPJ: 05.884.946/0001-81, com sede à Av. Itália, 728 , Bairro Jd. São Vicente, Município de Itupeva/SP, o compartilhamento de infraestrutura (poste), na área de permissão dos municípios de Alumínio, Araçariguama, Cabreúva, Itu, Mairinque, São Roque e Sorocaba. As condições gerais de compartilhamento são: 1 – O compartilhamento da infraestrutura dar-se-á pela instalação de cabos, fios, suportes e demais equipamentos necessários ao desenvolvimento exclusivo de serviços públicos de telecomunicações de interesse coletivo; 2 – Não é permitido que terceiros compartilhem o uso da infraestrutura. EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS INTERESSADOS, COM PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, expedido nos autos do PROC. Nº 1002177-29.2016.8.26.0625. O MM. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, do Foro de Taubaté, Estado de São Paulo, Dr. Paulo Roberto da Silva, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a todos quantos o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possam, notadamente a TERCEIROS INTERESSADOS NA LIDE que a CONCESSIONARIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S/A - ECOPISTAS autorizada pelo Decreto Estadual nº 60.234, de 13 de março de 2014, que declarou de utilidade pública imóveis necessários às obras de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto -SP-070Trecho Taubaté I SP-125, Municípios e Comarcas de Caçapava e Taubaté, com área total de 1.117.245,88m², move uma Desapropriação - Desapropriação contra o requerido, Fernandez Meira Consultoria e Assessoria de Negócios LTDA, tendo como interessado, Altamar José de Campos e Jaqueline Alves Correa de Campos, objetivando a imissão na posse, neste processo, de uma área total de 1.647,89 m², está inserida em imóvel maior, objeto da matrícula 4.590 do SRIA local, sendo o imóvel localizado situada na Estrada Particular, nº 5.000, bairro Cataguá, Município de Taubaté, SP, assim descrita: “A área desapropriada Tem início no ponto 1, com coordenada UTM N=7447127,124229 E=444256,787422. Deste ponto inicial, segue em linha reta azimute 52º30’45”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com a Estrada de terra, numa distância de 61,45m, até chegar ao ponto 2; do ponto 2, onde deflete a esquerda, segue em linha reta azimute 51º54’57”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com a Estrada de terra, numa distância de 43,16m, até chegar ao ponto 3;do ponto 3, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 162º21’38”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com a Estrada de terra, numa distância de 18,19m, até chegar ao ponto 4; do ponto 4, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 233º17’43”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com a Estrada de terra, numa distância de 100m, até chegar ao ponto 5; do ponto 5, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 326º40’49”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva e outros, numa distância de 10,11m, até chegar ao ponto 6; do ponto 6, onde deflete a direita, segue em linha reta azimute 331º27’13”, acompanhando a linha de divisa, confrontando com Maria do Socorro Silva e outros, numa distância de 5,28m, até chegar ao ponto inicial, perfazendo a área de 1647 metros quadrados e 89 decímetros quadrados. “ A decisão de folhas 163/164 condicionou a imissão provisória da autora na posse ao depósito do valor de R$ 245.700,00 (duzentos e quarenta e cinco mil e setecentos reais), valor alcançado na perícia judicial provisória, a título de indenização pela área exproprianda. A imissão na posse do imóvel foi efetivada em 27 de outubro de 2016, conforme auto de depósito e imissão na posse constante de folhas 285. Assim, pelo presente edital, expedido nos termos do artigo 34, do Dec. Lei nº 3.365/41, cientifica a terceiros, eventuais interessados, incertos e desconhecidos, para, querendo, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Órgão Oficial, apresentem impugnação que tiverem ou se habilitem ao pedido de levantamento. E, para que chegue ao conhecimento de todos, é expedido o presente edital que será afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de Taubaté, aos 17 de maio de 2017.

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE Convocação Edital de convocação de cinco Audiências Públicas sobre o EIA/RIMA do empreendimento “Projeto Verde Atlântico Energias”, de responsabilidade de Gastrading Comercializadora de Energias S/A. O Conselho Estadual do Meio Ambiente, convoca cinco audiências públicas sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente - EIA/RIMA do empreendimento “Projeto Verde Atlântico Energias”, de responsabilidade de Gastrading Comercializadora de Energias S/A (Processo IMPACTO 015/2016). A primeira se realizará no dia 07-082017, às 17 horas, na Associação Comercial e Industrial de Cubatão, Rua Bahia, 171, Vila Paulista, Cubatão/SP. A segunda se realizará no dia 08-08-2017, às 17 horas, no Palácio das Artes, Avenida Presidente Costa e Silva, 1600, Boqueirão, Praia Grande/SP. A terceira se realizará no dia 09-08-2017, às 17 horas, na Câmara Municipal de Itanhaém, Rua João Mariano Ferreira, 229, Vila São Paulo, Itanhaém/SP. A quarta se realizará no dia 16-08-2017, às 17 horas, na Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Avenida São Paulo, 2146, Centro, Mongaguá/SP. A quinta se realizará no dia 17 de agosto, às 17 horas, no Auditório Afinidades, Avenida Padre Anchieta, 4.973, Balneário Três Marias, Peruíbe/SP. Informa que cópia do EIA/ RIMA estará à disposição dos interessados, para consulta, no período de 10 de julho a 17-08-2017, de segunda a sexta-feira (exceto feriado), nos seguintes locais e horários: CUBATÃO - CIESP - Cubatão, Praça Getúlio Vargas, 20, Vila Couto, Centro, Cubatão/SP, das 8h às 17h; PRAIA GRANDE - Associação Comercial, Rua Espírito Santo, 782, Boqueirão, Praia Grande/SP, das 8h às 17h; ITANHAÉM - Associação Comercial, Avenida Presidente Vargas, 757, Centro, Itanhaém/SP, das 8h às 17h; MONGAGUÁ - Prefeitura Municipal de Mongaguá, Avenida Getúlio Vargas, 67 - Centro, Mongaguá/SP, das 8h30 às 16h30; PERUÍBE - Rodoviária de Peruíbe, Avenida 24 de dezembro, 650, Centro, Peruíbe/SP, das 8h às 17h; Faculdade de Peruíbe, Avenida Darcy Fonseca, 530, Bairro dos Prados, Peruíbe/SP, das 14h às 17h, do dia 10 a 31 de julho e, no mesmo local, das 14h às 20h30, do dia 1º a 17 de agosto de 2.017; SANTOS - PRODESAN - Progresso e Desenvolvimento de Santos, Praça dos Expedicionários, 10, Gonzaga, Santos/SP, das 8h às 12h e das 14h às 18h; SÃO VICENTE - Associação Comercial de São Vicente, Rua Jacob Emmerich, 1238, Parque Bitaru, São Vicente/ SP, das 8h às 17h. Para quem dispõe de equipamento e programa compatíveis, cópia eletrônica pode ser encontrada no sítio da Cetesb: http:// licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br/eia-rima. Ano 2016 - Processo IMPACTO 015.

pagamento de pessoal deixam pouco espaço para outros tipos de gastos. Mas isso não impediu que, nos dias que antecederam a votação da autorização para abertura de processo contra Temer, na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, o governo destravasse perto de R$ 2 bilhões em emendas de parlamentares. Já estava na conta, argumentam técnicos. É inerente ao presidencialismo de coalização, dizem teóricos da política. Não há, porém, quem convença a opinião pública de que é justo liberar emendas e aumentar impostos que vão atingir direta e indiretamente os consumidores. Ou que faz sentido, logo em seguida, decretar um bloqueio de gastos de R$ 5,9 bilhões. É mais ou menos como antecipar o pagamento de mesada para os filhos e, poucos dias depois, segurar o dinheiro para o lanche na escola. Ou o chefe da família não sabe planejar suas despesas ou não tem força para enfrentar a pressão dos filhos. ] É JORNALISTA

COMUNICADO DE EXTRAVIO INFOMASG INFORMATICA LTDA - ME, CNPJ 02.889.563/0001-08, Inscrição Municipal: 1387, Rua Dona Clotilde, nº 115 - Jardim Obelisco - CEP 08.563-740 - Poá - SP, declara o extravio das Notas Fiscais 001 à 250, AIDF: 1009/2004. (22.24.25/07/2017)

Edital de Citação. Prazo 30 dias. Proc. Digital 1013461-63.2015.8.26.0562. O Dr. Dario Gayoso Júnior, Juiz de Direito da 8ª Vara Cível da Comarca de Santos/SP. Faz Saber a Godofredo de Faria (CPF: 578.374.308-91), e Caetana Barros Fontes de Faria (que assina também como Caetana Barros Fontes) (CPF: 160.724.058-00), que Dalva Pinto Baarini, lhes ajuizou a ação de Adjudicação Compulsória (rito Ordinário), objetivando a adjudicação do imóvel situado na Av. Presidente Wilson, nº 153/155, Apto nº 21, tipo B , localizado no 2º pavimento do Edifício Marajoara, Santos, objeto da matricula nº 37.919 do 3º CRI/Santos/ SP, adquirido pela requerente. através do Escritura de Cessão e Transferência de Direitos de Promessa de Venda e Compra do Imóvel Quitado, eis que não houve outorga de escritura definitiva. Encontrando-se os requeridos em lugar incerto e não sabido, foi deferida a citação por edital, para que em 15 dias, a fluir após o prazo de 30 dias, ofereçam resposta, sob pena de presumirem-se como verdadeiros os fatos alegados. Não sendo contestada a ação, os réus serão considerados revéis, caso em que será nomeado curador especial. Será o presente, afixado e publicado. Santos, 19/06/17.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO CENTRAL DE COMPRAS Processo Administrativo n°: 16/10/17.389 Interessado: Secretaria Municipal de Transportes Assunto: Concorrência nº 03/2017 Objeto: Concessão onerosa de serviço público de fornecimento, implantação, remoção, reposição, remanejamento, manutenção, conservação e limpeza da infraestrutura de mobilidade urbana dos pontos de parada de ônibus para embarque e desembarque de passageiros do Município de Campinas, através da exploração da comunicação publicitária, em regime de exclusividade. COMUNICADO DE ALTERAÇÃO DA CONCORRÊNCIA Nº 03/2017 O Município de Campinas, por intermédio da Comissão Permanente de Licitação, comunica que ALTEROU as seguintes datas e horários para os procedimentos que seguem: Entrega dos envelopes: até 02/08/17 às 10h. Sessão Pública de abertura: 02/08/17 às 10h. Ficam mantidas todas as demais condições do Edital da Concorrência nº 03/2017 e seus anexos. Esclarecimentos adicionais pelos telefones (19) 2116-0303, 2116-0678 e 2116-8401. Campinas, 21 de julho 2017. Comissão Permanente de Licitações

AVISO DE LICITAÇÃO O Serviço Social do Comércio – Administração Regional no Estado de São Paulo, nos termos da Resolução nº 1.252/2012, de 06 de junho de 2012, publicada na Seção III do Diário Oficial da União - Edição nº 144 de 26/07/2012, torna pública a abertura das seguintes licitações: MODALIDADE: Pregão Eletrônico Objetos: PE-S 233/2017 – Serviços de pré-impressão, impressão e fornecimento de peças gráficas para diversas Unidades. Abertura: dia 03/08/2017 às 10h30. PE-S 234/2017 – Serviços de jardinagem e paisagismo para a Unidade Pinheiros. Abertura: dia 04/08/2017 às 10h30. Consulta e aquisição dos Editais: disponíveis no endereço eletrônico sescsp.org.br mediante breve inscrição para obtenção de senha de acesso.

Magiklz Cyrela Astúrias Empreendimentos Imobiliários Ltda. Edital de Convocação: Assembleia de Patrimônio de Afetação

Convidamos você para participar de uma importante assembleia que diz respeito ao seu Living Wish, conforme abaixo: Data: 31/07/2017 - segunda-feira. Local: Auditório do edifício comercial Faria Lima Square. Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.600, Itaim Bibi - CEP: 04538-132, São Paulo. Horário: 16h30 (a primeira convocação será nesse horário, com a presença de pelo menos a metade dos proprietários, ou às 17h 17h,, em segunda convocação, com qualquer número de presentes). Estacionamento: gratuito. Ordem do dia: • Apresentação do patrimônio de afetação; • Eleição dos membros da Comissão de Representantes; • Os membros eleitos receberão trimestralmente demonstrativos de obra e balancete contábil relativo ao patrimônio de afetação. Se você não puder comparecer, procuradores representantes poderão participar, desde que de posse de documentos e poderes específicos com reconhecimento de firma. Atenciosamente, Living.

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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Economia B5


B6 Economia %HermesFileInfo:B-6:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Reportagem especial ] Perigo nos rios

NA WEB Fotos. Saiba como ocorrem ataques de piratas nos rios da Amazônia estadao.com.br/e/amazonia

POLICIA CIVIL

“piratas amazônicos” ficam mais ousados, a companhia também renova seu “portfólio” – agora, está usando drones para monitorar cargas. Em busca de segurança, no entanto, as empresas têm procurado o serviço de cabotagem, que representa quase 90% do transporte de mercadorias de valor agregado da Zona Franca de Manaus. Segundo Eduardo Carvalho, presidente do Sindicato dos Armadores do Pará (Sindarpa), isso tem tirado algumas empresas de transporte fluvial comum de circulação. “Apesar de a cabotagem ser mais lenta, ela é mais segura. O contêiner sai da fábrica e chega ao destino final com mais segurança do que o caminhão em cima da balsa e depois por estrada”, diz Claudomiro Carvalho Filho, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma). O delegado Geraldo Pimenta Neto, superintendente regional da Polícia Civil de Marajó Ocidental, no município de Breves, afirma que os casos de roubo de carga na região têm diminuído com a vigilância privada e a intensificação do monitoramento pelo Grupamento Fluvial de Segurança Pública no Pará (GFLU), formado pelas polícias civil e militar e pelo Corpo de Bombeiros. À frente das operações da polícia civil em dez municípios na região das Ilhas de Marajó desde dezembro, o delegado disse que com o aumento do policiamento, os piratas migraram para roubos a residências e estabelecimentos nas margens dos rios, sobretudo em busca de óleo diesel.

Vigilância oficial e privada. Empresas são obrigadas a contar com vigias fardaos nas embarcações para tentar conter os ataques dos piratas Seguro. Outro problema é a dificul-

CUSTO COM OS PIRATAS VAI DIRETO PARA O FRETE Além de arcar com prejuízo com roubo de cargas, empresas que atuam na Amazônia também têm gastos milionários com a contratação de serviços privados de vigilância

gas na região, a Transportes Bertolini (TBL) gasta cerca de R$ 4 milhões por ano com o serviço para proteger cargas de eletrônicos da Zona Franca de Manaus no trajeto de Belém a Santarém. “É um problema muito sério na Amazônia. No Estreito de Breves (canal fluvial de acesso ao Arquipélago do Marajó), até mataram um comandante”, diz Irani Bertolini, dono da TBL e presidente da Fetramaz, entidade que reúne as empresas de transporte na Região Amazônica. Dois profissionais fardados e armados viajam a bordo nos comboios e trabalham em regime de revezamento, fazendo uma ronda nas embarcações. Nos trechos de maior incidência de ataques piratas, ambos ficam em alerta.

Ao todo, 40 profissionais prestam serviço para a TBL. Antes da contratação do serviço, em 2015, a empresa havia sido alvo de seis ataques de piratas que resultaram em prejuízo de R$ 500 mil, sobretudo com roubo de combustível. Os piratas chegam em barcos menores e velozes e atacam de surpresa. “É a linha vermelha da Amazônia. O risco é iminente”, diz Ricardo Bonatelli, gerente de navegação da TBL. Após a empresa contratar os serviços de escolta armada, no entanto, os ataques cessaram. A companhia de vigilância Prosegur teve alta de 30% na demanda por seus serviços de 2016 para cá, principalmente no Amazonas e no Pará, segundo o diretor Bruno Jouan. À medida que os

TRAVESSIA CLANDESTINA E LEGAL, LADO A LADO

cresce cada vez mais. Eles estão vendo que é bom um negócio porque não trazemos passageiros de lá, só levamos”, reclama Oscar Daniel Milán Franco, administrador da travessia e dono da Aquavia, uma das seis empresas que operam no trecho. Ele diz ter denunciado o caso a autoridades, sem retorno. Mesmo na travessia oficial, a fiscalização é frágil. O Estado cruzou a fronteira em junho e o scanner do posto da Receita Federal, destruído na enchente de 2015 e reinaugurado em maio, não estava funcionando. Autoridades reconhecem dificuldades para fiscalizar os 364 km de fronteira fluvial com a Bolívia. Adalberto Tokarski, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, afirma que a agência tem fiscalizado a área oficial. Mondardo Júnior, superintendente da Receita na 2.ª Região Fiscal, afirma que o órgão tem feito operações regulares para coibir o contrabando, que resultaram em apreensões de R$ 800 mil em mercadorias no primeiro semestre. Por meio de nota, a Marinha informou que recebeu denúncias sobre a travessia ilegal e que a Agência Fluvial de Guajará-Mirim tem feito inspeções no local, com a Polícia Federal e a Receita. “Desde então, não foram recebidas outras denúncias”. / K.M.

Karla Mendes ESPECIAL PARA O ESTADO / PORTO VELHO

conta dos ataques de piratas a embarcações de transporte de carga na Amazônia é bem maior que o prejuízo de R$ 100 milhões estimado com o roubo de mercadorias. Para evitar e se proteger dos criminosos, empresas de transporte têm reportado um custo adicional de milhões de reais por ano com a contratação de empresas de vigilância e escolta armada. A conta, essencial para a proteção das cargas, é repassada ao frete e, mais adiante, ao consumidor. Uma das líderes no setor de car-

A

KARLA MENDES/ESTADÃO - 10/6/2017

Ligação. Barco de transporte de passageiros do Brasil para a Bolívia GUAJARÁ-MIRIM e GUAYARAMERÍN, BOLÍVIA

O

transporte pirata de cargas e passageiros é outra ameaça à economia da Amazônia. Na fronteira de Rondônia com Bolívia, entre as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerín, um porto ile-

gal funciona em um barranco a poucos metros da travessia oficial. Passageiros, gasolina e até drogas e armas são trazidos de forma clandestina para o lado brasileiro. Empresários que operam na travessia oficial queixam-se que o transporte ilegal derrubou em 40% o movimento de passageiros. “A concorrência ilegal

l

Impacto financeiro

30%

foi a alta na demanda pelos serviços de vigilância da empresa Prosegur desde o ano passado

R$ 4 milhões

é o investimento anual da TBL, de transporte de mercadorias, com serviços privados de segurança

40

é o total de funcionários terceirizados de segurança na TBL

DESMOBILIZAÇÃO DAS FARC AUMENTA RISCO

O

tráfico de drogas é um componente explosivo para o aumento da pirataria e violência na Amazônia. O trecho do Rio Solimões entre as cidades de Coari e Tefé, no Amazonas, dominado por piratas, é o mais violento entre os rios da Amazônia, por causa dos carregamentos de drogas que vêm da Colômbia e do Peru. “Eles ficam na espreita para ver os traficantes com droga, assaltam esses traficantes, matam para não deixar vestígio nenhum, pegam a droga e vendem para os adversários”, revela Mauro Sposito, delegado de Polícia Federal aposentado, especializado em crime organizado, e assessor da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. Quando não têm droga, as embarcações têm que pagar um ‘pedágio’ de 2 mil litros de combustível. “Marinha, Polícia Federal e Forças Armadas apreendem droga o tempo todo… Os traficantes passaram a descer mais armados para proteger a carga”, afirma Sergio Fontes, secretário de Se-

dade de se fazer o seguro de cargas. “Ninguém consegue fazer seguro de roubo de carga na Amazônia. Quando a seguradora aceita, o preço é impagável”, afirma Carvalho. Procurada, a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) informou não ter dados sobre essa situação de seguros na Amazônia. Outra consequência é o fracionamento da carga em várias embarcações – o que também pesa no frete. “São custos que atentam contra o desenvolvimento da Amazônia”, afirma Getulio Bezerra Santos, coordenador do Programa de Segurança das Operações de Transporte de Cargas e Prevenção ao Delito (Proteger), da Confederação Nacional do Transporte. A meta é construir uma base de dados sobre pirataria pelos boletins de ocorrência, criando um sistema interligado de dados. Adalberto Tokarski, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, afirma que os ataques piratas preocupam o órgão regulador. “É algo bastante complexo e já estive conversando com algumas instituições, incluindo a Polícia Federal e a Marinha, para ver qual é a solução para desmantelar e inibir essas ações.” Um dos principais entraves para coibir esse crime é a jurisdição dos órgãos de segurança, pois algumas áreas são de competência de órgãos estaduais e outras, de entidades federais. “É necessário criar ações coordenadas de inteligência”, defende Tokarski.

gurança Pública do Amazonas. Várias operações da Polícia Militar, em conjunto com o sindicato dos armadores, também têm sido feitas para tentar conter os ataques no trecho. Para fiscalizar as embarcações que navegam pelo Solimões, foi instituída a Base Anzol, que funciona 24 horas por dia na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, para tentar conter crimes como o narcotráfico internacional, contrabando e a violência na região. Também tem sido feita a compra de material bélico para aumentar o patrulhamento na área. No entanto, Fontes teme que a desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) aumente o nível de violência na região. “A polícia colombiana já encontrou vários locais cavados na terra com armamento, droga e dinheiro. Nosso medo é ter cada vez mais mercenários das Farc protegendo droga e o nível de enfrentamento aumentar”. Segundo Fontes, o Alto Solimões está cada vez mais perigoso. “O Exército teve combates com traficantes na fronteira. Quando começam a enfrentar o Exército, é porque a coisa está bem perigosa.” / K.M.


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Economia B7 MĂ RCIO FERNANDES/ESTADĂƒO-6/11/2015

Samarco não retoma operaçþes neste ano Empresa ainda depende de licenças para voltar a operar após a tragÊdia ambiental Mariana Durão / RIO

A retomada das operaçþes da Samarco Mineração em 2017 estĂĄ descartada. A empresa, joint venture da Vale e da BHP Billiton, confirmou ao ‘EstadĂŁo/Broadcast’ que a partir do momento em que obtiver a licença ambiental para o uso da cava de Alegria Sul depĂłsito de rejeitos ainda levarĂĄ de cinco a seis meses fazendo obras de adequação da estrutura. Como o aval das autoridades ambientais ainda estĂĄ pendente, nĂŁo haverĂĄ tempo hĂĄbil para a retomada este ano. O EstadĂŁo/Broadcast apurou que na melhor das hipĂłteses a volta das atividades da pelotizadora ocorrerĂĄ no fim de 2018. A empresa diz que nĂŁo pode precisar uma data, mas informou que quando isso ocorrer, a operação nĂŁo voltarĂĄ a funcionar a plena carga. O rompimento da barragem de FundĂŁo, que deixou o municĂ­pio de Mariana e adjacĂŞncias cobertos de lama, completarĂĄ dois anos em novembro. Desde entĂŁo a produção na unidade estĂĄ paralisada. Em abril o entĂŁo presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou em teleconferĂŞncia sobre

os resultados da mineradora que continuava acreditando que a operação da Samarco seria retomada no segundo semestre deste ano. Para a retomada da Samarco são necessårias duas licenças ambientais: a da cava de Alegria Sul e o Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) das estruturas existentes no complexo de Germano, em Mariana. O uso da cava Ê considerado pela Samarco uma solução mais segura para a disposição de rejeitos, assim como seu empilhamento após a filtragem e seu aproveitamento na fabricação de outros produtos. A empresa pretende deixar de lado as barragens. O processo de licenciamento ambiental de Alegria Sul jå estå em curso e teve audiências públicas realizadas em dezembro do ano passado nas cidades de Ouro Preto e Mariana. Em outubro de 2016 a Samarco teve todas as licenças do complexo de Germano suspensas. AtÊ então, elas estavam apenas embargadas. Por conta disso, a empresa foi convocada a realizar tambÊm o licenciamento corretivo das estruturas existentes no complexo. A revisão de todas as licenças foi solicitado pelo Estado de Minas, mas a

Lama e destruiçao. Rompimento da barragem da Samarco arrasou o subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG)

PARA LEMBRAR Em 5 de novembro de 2015 o rompimento de uma barragem de rejeitos da Samarco Mineração, sociedade entre Vale e BHP Billiton, matou 19 pessoas e espalhou um mar de lama ao longo de 650 Km de extensão. O impacto do rompimento da barragem, entre a Usina HidrelÊtrica Risoleta Neves e o município de Regência (ES), se concentrou nos rios. Muni-

cípios como Governador Valadares (MG), e Colatina (ES) ficaram sem ågua. Os rejeitos de mineração seguiram pelo Rio Doce e chegaram atÊ o mar, danificando o ecossistema. Em março de 2106 , a Samarco, a BHP e a Vale firmaram um acordo com a União e os estados de Minas e Espírito Santo, para o pagamento de R$ 20 bilhþes como compensação por danos sociais, ambientais e eco-

nĂ´micos provocados pelo desastre. Em novembro de 2016, apĂłs denĂşncia d0 MinistĂŠrio PĂşblico Federal (MPF), a Justiça de Minas Gerais abriu ação contra 21 integrantes da cĂşpula da Samarco e representantes da Vale e da BHP Billiton por homicĂ­dio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de cometer o crime. A Samarco refuta as acusaçþes.

Samarco ainda nĂŁo entregou sequer o estudo de impacto ambiental Ă Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentĂĄvel (Semad).

presa capta ågua, desde 2014, para parte de seu processo produtivo. Sem o sinal verde do município não hå como viabilizar o abastecimento e a produção. Para dar início ao licenciamento operacional corretivo, a Samarco precisa apresentar cartas de conformidade dos municípios da sua årea de influência direta. De acordo com a empresa, as

prefeituras de Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e MatipĂł jĂĄ concederam as respectivas cartas. A exceção ĂŠ Santa BĂĄrbara. “Embora nĂŁo haja qualquer alteração no sistema de captação, que jĂĄ operava com todas as licenças e outorgas necessĂĄrias, a Prefeitura de Santa BĂĄrbara precisa declarar se o empreendimento estĂĄ, ou nĂŁo, de acordo com a Lei

Entrave. O maior entrave no caso do complexo de Germano ĂŠ a falta de um acordo com a prefeitura de Santa BĂĄrbara, Minas Gerais, municĂ­pio que a em-

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Vicente de Paulo Albuquerque Costa Filho, Leiloeiro Ofi cial inscrito na JUCEMA sob nº 12/96, faz saber, atravÊs do presente Edital, que devidamente autorizado pelo Banco Bradesco S/A., inscrito no CNPJ sob nº 60.746.948/0001-12, promoverå a venda em Leilão (1º ou 2º) do imóvel abaixo descrito, nas datas, hora e local infra citados, na forma da Lei 9.514/97. Local da realização dos leilþes presencias e on-line: Escritório do Leiloeiro, situado na, BR 135, KM-7, N 5 - D. Industrial, maracanã, São Luís-MA. Localização do imóvel: Itu-SP. Parque Residencial Mayard. Rua Bento Arruda, 125 (lts. 22 e 23 da Qd. 10). Casa. à reas totais: terr. 500,00m² e constr. 278,78m². Matr. 73.568 do RI local. Obs.: Ocupada. (AF). 1º Leilão:02/08/2017, às 14h. Lance mínimo: R$ 680.000,00. 2º Leilão: 09/08/2017, às 14h. Lance mínimo: R$ 408.000,00 (caso não seja arrematado no 1º leilão).Condição de pagamento: à vista, mais comissão de 5% ao Leiloeiro. Da participação on-line: O interessado deverå efetuar o cadastramento prÊvio perante o Leiloeiro, com atÊ 1 hora de antecedência ao evento. Os interessados devem consultar as condiçþes de pagamento e venda dos imóveis disponíveis nos sites: www.bradesco.com.br e www.leilaovip.com.br. Para mais informaçþes - tel.: 0800 717 8888 ou 11-30935252. Vicente de Paulo Albuquerque Costa Filho - Leiloeiro Ofi cial JUCEMA nº 12/96

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COMUNICADO

Informamos que os formulĂĄrios em branco para emissĂŁo de Conhecimentos de Transporte da empresa: ETC LUNE TRANSPORTE DE CARGAS LTDA EPP, CNPJ 01.320. 716/0001-39 e IE 114.661.158112, do NÂş 102411 ao 104500, foram descartados.

COMUNICADO A PRAÇA A empresa Fabriteck Construçþes Ltda, localizada na Rua Cantagalo, nÂş 74, conjunto 408, Vila Gomes Cardim, na cidade da Capital de SĂŁo Paulo, comunica que esta sendo alvo de estelionatĂĄrios e que nĂŁo se responsabiliza por qualquer operação comercial realizada sem as devidas cautelas. Outrossim, comunica que as providencias legais jĂĄ foram adotadas, de forma que possam evitar maiores prejuĂ­zos. Por fim, caso alguĂŠm tenha informaçþes que possa contribuir com a elucidação da situação mencionada, favor entrar em contato pelo e-mail.: contato@fabriteck.com.br ou acesse o nosso site: www.fabriteck.com.br

COMUNICADO A PRAÇA Vivali Editora EletrĂ´nica LTDA, CNPJ : 03.417.491/0001-69 e CCM: 3.409.695-7, com endereço registrado na Rua: CotoxĂł n° 299, mezanino, Perdizes, SĂŁo Paulo, SP, comunica o extravio do livro modelo 57 registro de recebimento de impressos fiscais e termos de ocorrĂŞncia devidamente registrado na prefeitura no municĂ­pio de SĂŁo Paulo.

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Municipal de Uso e Ocupação do Soloâ€?, explica o presidente da Samarco, Roberto Carvalho, em artigo publicado no site da companhia em maio. No dia 30 de junho, entretanto, o municĂ­pio publicou um documento em que afirma que o empreendimento da Samarco ĂŠ nĂŁo-conforme Ă ĂĄrea de recuperação ambiental de Santa BĂĄrbara. Um estudo da TendĂŞncias afirma que a continuidade da paralisação da Samarco pĂľe em risco 20 mil vagas diretas e indiretas de emprego em 2017. Pelos cĂĄlculos da consultoria, o atraso na retomada das atividades da empresa implica na perda de R$ 4,4 bilhĂľes de faturamento direto e indireto na cadeia de produção da companhia este ano – valor correspondente a 1% do PIB mineiro -, e na perda de R$ 989 milhĂľes em arrecadação para o governo. Desde janeiro os contratos de 800 empregados da Samarco estĂŁo suspensos, em regime de layoff, com previsĂŁo de tĂŠrmino em 31 de outubro.

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FINANÇAS PESSOAIS

Fundos de investimento com impacto social miram pequeno investidor AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO

Corretora lança ‘fundo de fundos’ em que parte da receita é destinada a projetos que promovem mudanças sociais Jéssica Alves

A busca por experiências que vão além da simples compra de um bem ou serviço, e provoquem alguma mudança na sociedade, chegou ao mundo dos investimentos. Mais do que tirar o dinheiro da poupança e colocá-lo no Tesouro Direto ou em um CDB, aplicações mais conhecidas do brasileiro, é possível investir em produtos que vão direcionar parte da receita para empresas ou projetos de cunho social. “Não é caridade. É lucro com propósito”, defende Alexandre Azevedo, chefe da área de investimentos em impacto social da AZ Quest, primeira no Brasil a criar uma área voltada para investimentos de varejo com cunho social. O primeiro produto da área é o Fundo AZ Quest Azimut Impacto, que tem como público-alvo o pequeno investidor, com perfil mais conservador. O fundo investe em fundos tradicionais da gestora compostos por títulos de emissões bancárias, debêntures, juros, moeda e ações tanto no mercado doméstico quanto internacional.

Alvo. Neto e Azevedo, da AZ Quest, esperam atrair público jovem para ‘fundos sociais’ fundo é classificado como multimercado, mas com volatilidade baixa, retorno de 105% do CDI e prazo de resgate de cinco dias. Apesar de o investidor não estar envolvido nos riscos dos negócios de impacto, por não aplicar diretamente em uma empresa ou projeto da área, Walter Maciel Neto, CEO da Az Quest, entende que convencer as pessoas a “sair do CDB e optar por um investimento como esse, que proporciona mais do que rentabilidade, será um processo de convencimento, de gastar a sola do sapato”. Ele explica que o tema enfrenta vários obstáculos, inclusive regulatórios. Hoje, a única aplicação existente para investi-

Nessa aplicação, o investidor final fica com toda a rentabilidade e o viés de impacto é garantido pela gestora, que abre mão de 30% de sua taxa de administração líquida para direcionar esses recursos para aceleradoras e incubadoras de negócios de impacto social, que podem estar ligadas a educação, saúde, finanças e outras causas sociais. Os projetos que vão receber os 30% da gestora serão definidos pelo conselho da área, formado majoritariamente por profissionais ligados a negócios de impacto social. O fundo foi lançado a mercado na última semana e tem aporte inicial de R$ 1 mil e taxa de administração de 1% ao ano. O

NA WEB

estadao.com.br/e/fgts

6 AÇÕES

‘Lucro social’ existe? O Global Impact Investing Network (GIIN) classifica os investimentos de impacto como aqueles feitos em empresas, organizações e fundos com a intenção de causar impacto social e ambiental ao lado de um retorno financeiro. No Brasil, o assunto ganhou maior relevância após a divulgação das recomendações da Força Tarefa de Finanças Sociais para facilitar a conexão entre a oferta de capital e os negócios de impacto. Entre as principais características do investimento de impacto social estão a intenção do investidor, o retorno e a gama de opções de ativos que podem se utilizar desse modelo. Além de mostrar que o mercado financeiro não precisa existir só para o lucro, o objetivo desse tipo de investimento, segundo o GINN, é desafiar a noção de que as questões sociais e ambientais devem ser abordadas apenas por doações filantrópicas, apesar de se complementarem, como acredita Daniel Izzo, cofundador da Vox Capital, primeira empresa de investimentos de impacto social no Brasil.

l Braskem PNA subiu

NO ANO (%)

-1,15 -1,22 -0,53 -0,38 0,29

7,40 7,53 12,78 12,30 11,35

BOLSAS INTERNACIONAIS

BRASKEM PNA

DOW JONES NASDAQ FRANKFURT TÓQUIO LONDRES

7,56%

37,50 35,50 14/JUN

BRASKEM PNA CYRELA REALT ON LOCALIZA ON RUMO S.A. ON SABESP ON

R$ 38,85 21

-0,27 1,19 -3,10 -0,09 1,01

18,66 18,66 6,61 5,16 4,34

MAIORES ALTAS EM 12 MESES

BRASKEM PNA GERDAU MET PN BRADESPAR PN VALE PNA USIMINAS PNA

7,56 5,65 4,72 3,75 3,67 Var. (%)

MAIORES BAIXAS NA SEMANA

NA SEMANA % NO ANO %

41,50

39,50

Var. (%)

MAIORES ALTAS NA SEMANA NA SEMANA (%)

IBOVESPA IBX (50 AÇÕES MAIS NEGOCIADAS) IGC (GOVERNANÇA CORPORATIVA) ITAG (TAG ALONG DIFERENCIADO) IEE (ENERGIA ELÉTRICA)

mais de 7% na semana, mesmo após cair 2,5% na sexta. O papel reagiu à notícia sobre a negociação de um novo acordo de acionistas proposto pela Petrobras para a Odebrecht. Os analistas esperam uma melhora na governança.

mento direto, sem passar pela gestora e outros intermediários, é o FIP (Fundo de Investimento em Participação). Os FIPs têm como público-alvo apenas os investidores profissionais, que possuem mais de R$ 10 milhões investidos. Esse tipo de produto, porém, se “democratizou” sobretudo pela demanda dos mais jovens. A procura por investimentos de impacto têm surgido no mundo principalmente pela geração dos chamados millenials. Pesquisa do Bank of America (BofA) com investidores de maior renda mostra que 52% dos millenials (pessoas entre 21 e 36 anos) mostram maior interesse de investir em impacto, enquan-

BRF SA ON SID NACIONAL ON ULTRAPAR ON MARFRIG ON VALE PNA

119,07 110,4 110,3 96,96 80,66

MAIORES BAIXAS EM 12 MESES

-5,17 -5,15 -4,33 -4,3 -3,92

Var. (%)

JBS ON SID NACIONAL ON BRF SA ON LOJAS AMERIC PN COPEL PNB

Var. (%)

-33,91 -31,76 -27,4 -18,37 -16,8

FUNDOS MÊS (%)

DIA (%)

3,31 2,58 0,77 0,71

0,32 0,29 0,04 0,04

MÊS (%)

DIA (%)

4,61 3,61 3,59 3,57

0,33 0,22 0,23 0,23

CSHG JURO REAL MASTER RENDA FIXA* CSHG JURO REAL CURTO MASTER RF F* BNP PARIBAS GUARANTAS FI RF PREV* BNP PARIBAS RF FI RENDA FIXA*

ANO

PL (R$ MILHÕES)

6,61 6,88 5,77 6,46

é possível investir com viés de impacto social por meio de plataformas eletrônicas de investimento participativo – o “crowdfunding” de investimento, ou “equity crowdfunding” –, que também levantam capital para startups de impacto social. A Broota é uma dessas plataformas. Algumas aplicações começam a partir de R$ 2,5 mil, mas o investimento é de risco. A Broota também é uma empresa com garantia do Sistema B, que certifica empresas que criam produtos e serviços voltados para resolver problemas socioambientais. A única empresa brasileira listada em Bolsa que está no Sistema B é a Natura. O Itaú também possui um portfólio de fundos de caráter socioambiental, que direcionam recursos para ações de empresas com boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. RANKING DA SEMANA

PRINCIPAIS ÍNDICES DA BOVESPA

MAIORES POR RENTABILIDADE

PARA ENTENDER

Outras alternativas. Também

Galeria. O que é possível ou não no FGTS

Renda Fixa Dur. Baixa Grau Invest.

to na geração X (entre 37 e 52 anos) esse número cai para 37%, e nos baby boomers (entre 53 e 72 anos), 29%. A pesquisa também revela que quatro em cada dez acreditam que as empresas com impacto positivo também desfrutam de um melhor desempenho financeiro. Para garantir que um investimento é de impacto, Sérgio Lazzarini, professor do Insper, aconselha o investidor a perguntar ao fundo ou empresa quais parâmetros são adotados como baliza. Alguns fundos utilizam mecanismos padronizados de certificação, como o GIIRS e o selo do Sistema B, explica Lazzarini. Outros montam indicadores customizados de impacto para o seu negócio e podem passar ao investidor um relatório sobre o desempenho das empresas com base nesses indicadores.

COTA (R$)

406,08 131,34 013,82 174,68

003,29 002,02 442,53 1.404,36

Renda Fixa Indexados

Renda Fixa Dur. Baixa Grau Invest. MAIORES POR PATRIMÔNIO

MÊS (%)

SPECIAL RF REFERENCIADO DI FI* BRAM FI RENDA FIXA REF DI CORAL* BRADESCO FI RF REF DI PERFORMANC* BB TOP DI RF REFERENCIADO DI LP *

0,58 0,59 0,57 0,55

DIA (%)

0,04 0,04 0,04 0,04

ANO

6,42 6,51 6,19 6,41

PL (R$ MILHÕES)

96.346,02 59.122,89 55.348,94 43.252,67

COTA (R$)

206,69 001,68 024,02 016,93

OURO

Petróleo BRENT

3.162

12.880

3.151

12.840

3.133,31

3.140

12.800

($/Grama)

3.129

12.760

3.118

12.720

14/JUL

21

12.738 (Pontos)

14/JUL

2,09

1

Euro Comercial

1,73

1 Índice Commodity BBG

DJ Asia/Pacífico

1,38

1

Tít Público - ANBIMA

1,12

1

CDI

1

IHFA(Fundos)ANBIMA 0,66

1

Índice Dow Jones

1

Ouro (US$)

1 1

1

0,6

1

Ibovespa

-1,15

0,34

1

Dólar Comercial

-1,34

0,05

1

S&P Europa 350

-1,78

Debêntures - ANBIMA

Poupança

0

1

Petróleo BRENT

-2,43

-0,27

1

CDB Médio 30 dias

-2,66

Renda Fixa Indexados

MAIORES POR RENTABILIDADE

BB PREVIDENCIARIO RF IDKA 20 TIT* BB PREVIDENCIARIO RF IMA B5 FI* WESTERN ASSET PREV INFLATION PLU* ITAU VERSO K RF FI*

ANO

PL (R$ MILHÕES)

9,78 8,88 9,36 9,16

COTA (R$)

046,95 1.875,14 074,65 781,66

001,55 002,20 3.653,50 020,22

Multimercados Livre

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

FI CAIXA BRASIL IRF M 1 TP RF* BB IRF M 1 FI DE RENDA FIXA* BB PREVIDENCIARIO RF IRF M1 TIT * FI CAIXA BRASIL IMA B 5 TP RF LP*

0,68 0,70 0,70 1,63

DIA (%)

0,07 0,07 0,07 0,25

ANO

6,87 6,90 6,85 7,11

PL (R$ MILHÕES)

14.052,20 11.111,77 10.743,39 6.006,88

COTA (R$)

002,13 002,09 002,23 002,31

Multimercados Livre

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

DIA (%)

17,75 17,74 15,79 8,60

1,13 1,13 -0,44 0,69

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

DIA (%)

ALASKA BLACK MASTER FI ACOES BDR* ALASKA BLACK FIC FI ACOES II BDR* ALASKA BLACK FIC FI ACOES BDR * HIX CAPITAL SPO III FI ACOES*

24,80 23,63 22,47 22,14

1,12 0,99 0,97 -0,25

OAK FI MULTIMERCADO* MAPLE FICFI MULTIMERCADO* VR1 - FI MULTI CREDITO PRIVADO* FFIE FI MULT CRED PRIV*

ANO

PL (R$ MILHÕES)

-15,13 -15,22 25,28 6,77

COTA (R$)

113,09 113,11 102,21 3.323,16

000,02 000,02 000,54 001,90

Fundos de Ações Livre

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

FI MULT CRED PRIV CENTRAIS SICRE* SAFRA GALILEO FC FI MULT* CAIXA FI JUPITER MULT CRED PRIV * SAFRA GALILEO PB FC FI MULT*

0,55 2,96 0,54 2,47

DIA (%)

0,04 0,67 0,04 0,66

ANO

6,47 7,17 6,30 2,47

PL (R$ MILHÕES)

10.142,68 5.075,94 4.018,43 3.650,54

COTA (R$)

003,99 392,63 001,71 392,61

Fundos de Ações Livre ANO

PL (R$ MILHÕES)

37,23 21,98 31,22 47,36

COTA (R$)

379,58 023,15 349,64 024,95

002,91 001,22 002,03 002,18

Previdência Renda Fixa

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

SPX FALCON MASTER FI ACOES* DYNAMO COUGAR FIA* ATMOS MASTER FI DE ACOES* GERACAO FUTURO L PAR FIA*

2,98 2,49 2,88 8,55

DIA (%)

0,17 0,32 0,12 -0,37

ANO

PL (R$ MILHÕES)

10,58 14,71 9,41 3,50

3.252,32 2.961,23 2.399,27 1.762,51

COTA (R$)

002,34 702,12 487,45 049,62

Previdência Renda Fixa

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

DIA (%)

4,78 4,36 3,65 3,59

0,34 0,27 0,17 0,24

SAFRA PREV BOA ESPERANCA FI RF P* PRIVATE FIC FI RF JURO REAL NTN * SANTANDER FI PREV NTN-B 2035 REN* ICATU SEG APOSENTARIA INFLACAO R*

ANO

PL (R$ MILHÕES)

9,74 9,34 9,27 9,25

COTA (R$)

013,86 007,01 065,97 045,20

137,74 001,20 011,17 3.578,52

* ESSES FUNDOS INDICAM A COTA DE ABERTURA DE ONTEM, MAS OS DADOS SOBRE RENTABILIDADE E PATRIMÔNIO LÍQUIDO REFEREM-SE AO DIA

MAIORES POR RENTABILIDADE

MÊS (%)

BRASILPREV TOP TPF FI RF* BRASILPREV RT FIX II FICFI RF* BRASILPREV RT FIX VI FICFI RF* CAIXA FI PREVINVEST RF GESTAO*

0,58 0,85 0,86 0,75

DIA (%)

0,04 0,07 0,07 0,05

ANO

6,46 6,09 6,24 6,75

PL (R$ MILHÕES)

92.701,81 45.174,58 41.467,52 39.228,55

COTA (R$)

003,75 007,54 002,98 003,82

* FONTE: ANBIMA

ENTENDA:

Renda Fixa Dur. Baixa Grau Invest. – Investe, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos. Renda Fixa Indexados – Segue as variações de indicadores de referência do mercado de renda fixa. Multimercados Livre – Não possui obrigatoriamente o compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica. Ações Livre – Não acompanha índices de ações e não se volta a setor específico. Previdência Renda Fixa – Buscam retorno por meio de investimentos em Renda Fixa admitindo-se estratégias em risco de juros e índices de preços.

l Mercado futuro

CÂMBIO

DI de 1 Dia (Contr. = R$ 100.000.,00; cotação = Taxa) Venc.

C.Ab. C.Neg.

Mín.

Máx.

Ajuste Var.%

Ago/17 865.344

15

09,72 09,74 99.742,76 -0,65

505.555

59

09,30 09,31 98.947,05 -0,33

Set/17

Dólar Comercial (Contr. = US$ 50.000,00; cotação = R$/US$1.000,00) Venc.

C. Ab. C.Neg.

Mín.

Máx.

Ajuste Var.%

Ago/17 637.00229.568 3117,003150,50 3.144,02 0,66 Set/17

25.751

05 3146,00 3152,50 3.164,09 -0,25

Ibovespa (Contr. = cotação futura x R$1,00; cotação = pontos de índice)

Venc.

Máx.

Ajuste Var.%

Ago/17 246.306 7.147 65.010 65.575 12.505 04 65.900 66.050 Out/17

65.085 -0,47 65.915 -0,32

C. Ab. C.Neg.

Mín.

Açúcar - NY EM CENTS POR LIBRA-PESO Venc.

C. Neg. Mín.

Máx.

Ajuste Var.%

Out/17 424.975 48.092 14,28

C. Ab.

14,69

14,40

-0,07

MOEDA

Venc.

C. Ab.

C. Neg. Mín.

Máx.

Ajuste Var.%

Set/17 57.240 16.543 138,35 140,35 140,10

1,12

C. Ab.

C. Neg. Mín.

Máx.

Soja - Chicago EM US$ POR BUSHEL Alíquota

Parcela a deduzir

– Isento Até 1.903,98 De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Deduções: R$ 189,59 por dependente; pensão alimentícia integral; contribuição ao INSS. Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.903,98 no benefício recebido da previdência.

Taxa de juros Selic: Para pagamento da 4ª e a 1ª, 2ª e 3ª em atraso até 31/7 os juros da Taxa Selic são de 2,74%.

INSS Tabela para empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso Salário de contribuição

Até 1.659,38 De 1.659,39 a 2.765,66 De 2.765,67 a 5.531,31

Índice

Maio

Junho

INPC (IBGE) IGP-M (FGV) IGP-DI (FGV) IPC (FIPE) IPCA (IBGE) FIPEZAP- SP (FIPE)

0,36 -0,93 -0,51 -0,05 0,31 0,03

-0,30 -0,67 -0,96 0,05 -0,23 -0,03

No ano 12 Meses

1,12 -1,95 -2,58 0,99 1,18 0,65

2,56 -0,78 -1,51 2,47 3,00 0,78

Reajuste do aluguel (Julho) IGP-M (FGV) IGP-DI (FGV) IPC-FIPE

0,9922 0,9849 1,0247

IPCA (IBGE) INPC (IBGE) ICV-DIEESE

1,0300 1,0256 1,0216

Linha de Crédito Juros no Comércio Cartão de Crédito CDC - bancos - financiamento de automóveis Empréstimo Pessoal Bancos Empréstimo Pessoal Financeiras

8% 9% 11%

Salário mínimo (2017)

R$ 937,00

Taxa de juros% ao mês ao ano 5,72 94,93 13,25 345,10 2,20

29,84

4,41

67,84

8,07

153,78

Cheque Especial Instituição

OBS.: Multiplique o valor do aluguel pelo fator Alíquota

Venc.

Taxa de Juros Pessoa Física (Abril)

Inflação (%)

CEF Bradesco Banco do Brasil Itaú/Unibanco Santander (Brasil)

Taxa de juros% ao mês ao ano 12,62 316,47 11,99 289,22 12,16 296,38 12,69 319,37 15,04 437,45

TR

8/7 a 8/8 9/7 a 9/7 10/7 a 10/8 11/7 a 11/8 12/7 a 12/8 13/7 a 13/8 14/7 a 14/8 15/7 a 15/8 16/7 a 16/8 17/7 a 17/8 18/7 a 18/8 19/7 a 19/8 20/7 a 20/8

C. Ab.

Ago/17 76.919

POUPANÇA TBF

POUP

VENDA SEMANA

(R$) 3,1424 3,2830 3,6435 3,8070 3,3009 0,1804 4,0539 0,0281 0,0048 0,0528 0,4619 2,4736 2,4917 0,4021

(%) -1,35 -1,41 -0,28 0,00 -0,12 -4,60 -2,84 -0,74 -1,11 -2,20 -1,91 -0,76 -1,14 -2,21

FONTE: * COTAÇÃO AE / ** COTAÇÃO BC

Conversão 1 Euro/ 1 Libra/ US$ 1/NY Europa Londres

Ajuste Var.%

Set/17 545.663 130.249 378,50 391,00 379,75 -2,88

Imposto de Renda na fonte

(R$) 3,1419 3,1330 3,6416 3,6000 3,2999 0,1800 4,0519 0,0281 0,0048 0,0528 0,4618 2,4706 2,4904 0,4020

Café - NY EM CENTS POR LIBRA-PESO

Venc.

SUAS CONTAS

COMPRA

Dólar comercial* Dólar turismo* Euro comercial* Euro turismo* Franco suíço*W* Peso argentino** Libra esterlina** Iene** Peso chileno** Rublo** Yuan** Dólar australiano** Dólar canadense** Dólar Hong Kong**

Milho - Chicago EM DÓLARES POR BUSHEL

Base de cálculo (R$)

21

C. Neg. Mín.

38.641

1.001,75

Máx.

Ajuste Var.%

1.013,25 1.014,25 -0,39

Dólar americano Euro Franco suíço Libra esterlina Iene

1,000 0,858 0,946 0,770 111,157

1,1662 1,0000 1,1034 0,8975 129,6300

1,2995 1,1143 1,2295 1,0000 144,4150

R$ 1/ Brasil

0,3183 0,2730 0,3012 0,2450 35,3870

AS MOEDAS NA VERTICAL:VALOR DE COMPRA SOBRE AS DEMAIS FONTE: IDC

Poup. SELIC

0,0415 0,7018 0,5417 0,5417 0,0650 0,7354 0,5653 0,5653 0,0681 0,7386 0,5684 0,5684 0,0517 0,7220 0,5520 0,5520 0,0813 0,7518 0,5817 0,5817 0,0556 0,7160 0,5559 0,5559 0,0431 0,7034 0,5433 0,5433 0,0270 0,6872 0,5271 0,5271 0,0497 0,7200 0,5499 0,5499 0,0647 0,7351 0,5650 0,5650 0,0880 0,7586 0,5884 0,5884 0,0713 0,7418 0,5717 0,5717 0,0501 0,7204 0,5504 0,5504

TESOURO DIRETO * VENCIMENTO ANO (%)

TESOURO IPCA COM JUROS SEMESTRAIS

15/08/2026 15/05/2035 15/08/2050 TESOURO IPCA 15/08/2024 15/05/2035 15/05/2045 TESOURO PRE FIXADO 01/01/2027 TESOURO SELIC 01/03/2023 * TÍTULOS A VENDA

5,09 5,21 5,27 5,04 5,27 5,27 10,01 0,01

R$

3.265,74 3.300,63 3.414,14 2.118,58 1.203,58 721,18 1.007,34 8.970,50

ENTENDA: Nota do Tesouro Nacional Série B (Tesouro IPCA c/ Juros Semestrais) - paga variação do ipca e juros fixados na compra (prefixado). Os juros são pagos todo o semestre. (Tesouro IPCA) Principal - paga a variação do IPCA e juro prefixado. O juro e o principal são pagos no vencimento. Letra do Tesouro Nacional (Tesouro Prefixado) Juro prefixado com recebimento semestral. Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) - Rentabilidade definida, acrescida de juro prefixado. Juros semestrais. Letra Financeira do Tesouro (LFT) - Rentabilidade da selic e resgate no vencimento.


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Economia B9

FINANÇAS PESSOAIS

Queda dos juros faz investidor buscar opções mais arrojadas Procura pelo Certificado de Operações Estruturadas, produto sofisticado e seguro, tem aumentado Ricardo Rossetto

Com uma perspectiva de ganhos cada vez menores na renda fixa por conta da queda na taxa básica de juros, especialistas recomendam diversificar a carteira para assegurar uma boa rentabilidade. Uma das opções disponíveis no mercado que tem ganhado espaço no portfólio dos bancos e corretoras é o Certificado de Operações Estruturadas (COE). A vantagem do produto é a possibilidade de combinar, em uma única aplicação, segurança de um investimento em renda fixa com ganhos mais expressivos possibilitados pela renda variável. O investimento funciona como uma cesta de diferentes produtos, de títulos de renda fixa a derivativos, e segue um objetivo específico, como, por exemplo, proteção contra a alta do dólar ou da inflação. A “blindagem” contra o risco na comparação com outras modalidades vem da garantia, na maioria dos COEs, do valor nominal do investimento. “O COE é uma opção segura que ‘trava’ as eventuais perdas, garantindo pelo menos o valor inicial investido”, explica Fábio Zenaro, superintendente de produtos da B3. Ao permitir montar várias opções conjugadas, o COE diminui o valor total do investimento e unifica a tributação, que segue o regime da renda fixa. Com isso, explica Eduardo Contani, especialista em finanças da Fecap, o produto se torna um atrativo para aquele investidor com pouco conhecimento da dinâmica do mercado de capitais.

DESLANCHANDO ● Investimento em COEs cresce com queda da Selic

61%

DOS ATIVOS USAVAM INFLAÇÃO E JUROS COMO ÍNDICE DE REFERÊNCIA

Estoque nos últimos 12 meses EM BILHÕES DE REAIS 10,00

9,60

9,20 9,20

8,80

8,40

8,00

JUN 2016

JAN 2017

JUN

Estoque dos grandes bancos (estimativa de mercado) BRADESCO

ITAÚ

SANTANDER

R$ 900 milhões

R$ 4,5 bilhões

R$ 1,4 bilhões

Ibovespa, dólar e taxa de juros*

Ibovespa, inflação e dólar*

Ibovespa, inflação e S&P 500*

*Ativos ou indexadores mais escolhidos pelos bancos para oferecer rentabilidade ao COE FONTE: B3 E MERCADO

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

PRESTE ATENÇÃO

Entenda como funciona o COE

1.

Bancos. Desde o início da

ções financeiras são obrigadas a realizar uma análise detalhada do apetite ao risco de cada investidor.

Rentabilidade. O investi-

dor aposta na alta ou na baixa de ativos, como índices de ações e de câmbio. Se o cenário se concretizar no vencimento do título, a rentabilidade é garantida.

3.

é um produto que também prevê perda de dinheiro. Por isso, as institui-

Liquidez. É importante conhecer bem o banco ou corretora que emite o título antes de comprá-lo, uma vez que ele não é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Em caso de falência da instituição financeira, o investidor pode perder todo o dinheiro que aplicou em COE.

Emitidos pelos bancos desde 2014, o COE inicialmente era um título voltado para o público de alta renda, acostumado com investimentos sofisticados. Com a regulamentação da

oferta pública, em fevereiro de 2016, as corretoras passaram a disseminar o produto para a sua base de clientes, baixando o tíquete de entrada e investindo em educação financeira.

2.

Apetite ao risco. O COE

A XP Investimentos, que pulou de 10 mil clientes posicionados em COE para 30 mil nos últimos seis meses, aposta que o instrumento se tornará, até o início de 2018, um dos principais produtos da carteira de seus clientes. “Estamos investindo em educação financeira. No nosso aplicativo, temos vídeos que explicam como determinada estratégia rentabiliza o investimento”, explica Vitor Mansur, responsável pela mesa de produtos estruturados da XP. Na Guide Investimentos, a maior parte dos COEs aposta na valorização de empresas e índices de ações no exterior, como Bolsa da Alemanha, Facebook, Tesla e Netflix. De acordo com o gerente de renda fixa da Guide, Bruno Carvalho, ao oferecer essas opções, a corretora chegou a 763 clientes no investimento em julho, um crescimento de 1.000% em relação a janeiro deste ano. “Treinamos nossos assessores para atrair cada vez mais aquele cliente que quer aplicar no exterior sem risco cambial e com capital protegido.” comercialização, o Itaú detém a maior fatia do mercado de COEs. Hoje, seu estoque é de cerca de R$ 4,5 bilhões, ou 45% do total de R$ 9,2 bilhões que estão distribuídos no varejo, de acordo com dados da B3. Para Eric Altafim, diretor de produtos do Itaú BBA, o COE deve crescer cerca de 15% até o fim do ano. No Bradesco, o diretor de Tesouraria, Paulo Waack, prevê que, se a Selic chegar ao patamar de 8% em dezembro, conforme prevê o mercado, é possível que haja um novo “boom” de procura pelo COE. “Conforme os clientes observarem que suas carteiras têm rendimentos menores, acreditamos em um crescimento substancial desse mercado.”

PERGUNTE AO FÁBIO GALLO. ENVIE SUA PERGUNTA. ELAS SERÃO PUBLICADAS ÀS SEGUNDAS SEUDINHEIRO.ESTADO@ESTADAO.COM

Seu Dinheiro

Entenda como é calculada a Taxa Referencial l O saldo de minha poupança

em maio, ante o saldo em abril, foi remunerado em 0,5%, sem haver crédito referente à Taxa Referencial. Ela pode ser zero?

Sim, devido à fórmula para seu cálculo. A TR (taxa referencial de juros) foi criada no Plano Collor II e é uma taxa básica que serve de referência dos juros praticados no mês vigente, que não reflita a inflação do mês anterior. O seu cálculo tem como base a média ponderada das taxas de juros pagas diariamente pelos CDBs prefixados emitidos pelos 30 maiores bancos do País – taxas relacionadas indiretamente à Selic. O Banco Central faz uma pesquisa diária com os bancos e apura a média dos CDBs calculando uma taxa denominada Taxa Básica Financeira (TBF). Com base na TBF, é calculado o Redutor (R = a+b x TBF), sendo ‘a’ um valor fixo igual a 1,005 e ‘b’ variável conforme o nível da TBF. Apurado o R, é calculada a TR (TR = 100 x {(1+TBF ÷R)-1]). Esse resultado não pode ser negativo, mas pode ser zero. Pela fórmula de cálculo, podemos perceber que, se a Selic sobre, a TR também sobe. No entanto, é fácil verificar que, devido ao redutor, a TR sempre fica bem abaixo da Selic. No caso de abril, a TR foi zero – assim, o cálculo de seu banco está certo. l Compensa deixar aplicações

em PGBL e VGBL, com tributação regressiva, por dez anos, quando pagarei de imposto apenas 10%, mas com taxa de administração de 1,5%?

A taxa de administração de 1,5% é boa para planos de previdência privada. Assim, pode-se dizer que é uma boa alternativa. O desempenho do plano como um todo é que responderá se compensa ou não esse investimento. Mas, somente o custo do plano não responde plenamente se esse investimento é melhor

que outras alternativas. Para responder de maneira objetiva, devemos verificar as demais condições do plano e se elas são adequadas ao contratante. A primeira decisão é em relação ao tipo de plano. O PGBL é mais adequado para aqueles que declaram no modelo completo e contribuem com o INSS. Com essas condições, poderá haver a dedução de até 12% da renda tributável. Já o VGBL é mais adequado para quem declara no modelo simplificado ou não pode usar da dedução, por não atender às regras ou por ter alcançado o limite. O regime de tributação para quem pode investir com prazos mais longos é o regressivo, porque a alíquota cai a 10% para as contribuições com mais de dez anos. A taxa de administração para planos de previdência no varejo está próxima de 3% ao ano. Essas taxas são mais baixas quando o aporte inicial é mais alto ou o volume aplicado é de R$ 300 mil para cima. Mas, os fundos de previdência usualmente cobram outras taxas, como a taxa de carregamento – que, a cada aporte, cobra uma porcentagem do valor investido. Por exemplo: se você investe R$ 100 num fundo com taxa de carregamento de 1,5%, somente R$ 98,50 serão efetivamente aplicados. Há bancos que não cobram essa taxa; mas, de qualquer maneira, deve-se ficar atento a esse custo e negociá-lo no momento do investimento. Os custos dos planos de previdência no Brasil são altos de maneira geral, e isso é algo a que devemos estar atentos. É muito importante, também, a forma de contratação em relação às condições de resgate e benefícios a serem recebidos. Para a resposta efetiva se determinado plano “compensa”, devemos analisar todas as condições anteriores e mais o seu desempenho. Caso o plano tenha custos altos e baixo retorno em relação a outros planos de mesmo grau de risco, deve-se buscar alternativas melhores no mercado e usar da portabilidade para transferir a outro plano.

Artigo

É hora de rever o rumo A crise não pode ser obstáculo para que o setor de seguros se repense: há mudanças radicais demais atingindo todo o planeta neste momento ] l

ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

I

ndependentemente da crise que assola o Brasil e que insiste em não ir embora, o mundo passa por transformações importantes que não podem ficar fora do radar dos executivos. Seguro não é exceção. Os administradores das empresas do setor e os corretores de seguros precisam estar antenados. Não há mais espaço para achar que como era antigamente continuará valendo por muito tempo. Não vai acontecer. As mudanças são radicais demais e atingem todo o planeta, nu-

ma velocidade inimaginável poucos anos atrás. A globalização é mais do que real. É avassaladora. Tentar ir contra é o mesmo que imaginar que se para um caminhão betoneira na banguela com uma pisadinha no breque. Muito do que está acontecendo é inédito. Não que não tenha acontecido na história do planeta, mas é novo na história do homem. E os impactos diretos são tremendos. A ordem de grandeza envolvida nos diferentes riscos que vão se impondo atinge os trilhões de dólares. E se espalha por uma enorme teia composta por fatores que vão desde o aumento da expectativa de vida até novos eventos catastróficos, decorrentes das mudanças climáticas, como furacões e tornados no Brasil, incêndios florestais na Europa, etc. Além deles, as incertezas políticas não acontecem apenas porque alguns malucos comandam a Coreia do Norte ou a Venezuela. A situação é muito mais grave quando se vê o que Donald Trump está fazendo com os Estados Unidos, para ficar apenas na nação mais poderosa do planeta.

A ameaça cibernética deixou de ser ameaça para se transformar numa arma de chantagem, com bloqueios de redes substituindo os antigos piratas, mas visando exatamente a mesma coisa: o resgate, um pagamento para que o sistema volte a operar. No Brasil, enquanto o universo da imprensa é sacudido o dia inteiro por

Não dá mais para continuar com os seguros de hoje. Mas o que oferecer no lugar? Essa resposta não pode ser adiada novos escândalos, novas denúncias, novas manobras, nem sempre éticas ou corretas, para não dizer invariavelmente tendentes a apresentar os fatos sob óticas nem sempre focadas no interesse nacional, outros fenômenos que merecem nossa atenção vão acontecendo e afetando a vida de milhões de pessoas, sempre para pior. As chuvas fora de época que inundam o sul e o sudeste causam prejuízos milionários. A seca que corre solta há anos no nordeste encarece a conta de

energia. Os atrasos e superfaturamentos na maioria das obras públicas aumenta a conta do custo Brasil. As estradas em estado lastimável comprometem o escoamento da safra agrícola. A recessão criada pela incompetência, corrupção e visão míope da maioria de nossos homens públicos derrubou a capacidade industrial da nação. Arrebentou com milhares de empresas de todos os ramos. Inviabilizou o setor imobiliário. Jogou a nação na maior crise moral de sua história. Não é verdade que o Congresso Nacional é algo diferente. Os deputados e senadores são um retrato da sociedade. E o mesmo vale para os magistrados, promotores e procuradores. Eles não são E.T.’s caídos do céu. Ao contrário, são fruto da mesma árvore que nos obriga a ter um ensino deficiente, uma saúde precária e uma das piores seguranças públicas do mundo. É neste cenário que os executivos do setor de seguros precisam navegar. Mas se o quadro é ruim para quem vive de analisar riscos e vender seguros, há um outro lado muito interessante. É

verdade, nas crises é possível encontrar caminhos novos, oportunidades, etc. Mas é possível ir ainda muito mais longe. Num momento como este, onde uma série de fatores humanos e naturais modifica completamente a cara do mundo, é possível se reposicionar. É possível se reinventar. Redesenhar o negócio. Definir novos objetos. Implantar novos valores. Repensar a forma de atuação em todos os níveis. Agora não tem como acelerar as turbinas. A economia não oferece campo para ações desta natureza. Mas, para quem tem capacidade de análise, o momento é perfeito para definir o que fazer depois da crise. Não dá mais para continuar com os seguros de hoje. Mas o que oferecer no seu lugar? Esta resposta não pode ser adiada. ] ANTONIO PENTEADO MENDONÇA É SÓCIO DE PENTEADO MENDONÇA E CHAR ADVOCACIA E SECRETÁRIO-GERAL DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS


B10 Economia %HermesFileInfo:B-10:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

MÍDIA&MKT NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Marketing digital entra na mira das consultorias Empresas de gestão estratégica ‘roubam’ profissionais do setor publicitário para ofertar serviços para marcas Luciana Dyniewicz

Nomes conhecidos do mercado de propaganda estão migrando de área. Profissionais acostumados com os holofotes da mídia, publicitários começam a atuar sob o regime de discrição das consultorias, em uma mudança que indica a recente tendência de concorrência entre os setores de propaganda e empresas de gestão. Uma das migrações que mais repercutiram neste ano foi a de Eco Moliterno, até fevereiro vice-presidente de criação da agência Africa e agora chefe criativo da Accenture Interactive, braço da consultoria Accenture especializado em marketing digital. Moliterno não foi a única contratação recente do mercado publicitário feita pela Accenture. A consultoria tirou ainda Eduardo Bicudo do comando da agência Wunderman, onde ele estava havia 14 anos, e Cristiano Muniz do Grupo ABC de Comunicação. As contratações feitas pela Accenture resumem o avan-

ço das consultorias sobre o mercado de agências, uma tendência que deu os primeiros sinais no exterior há cerca de cinco anos e só ganhou força no Brasil agora. “Nosso projeto não é competir com a agência tradicional”, pondera Flaviano Faleiro, diretor da Accenture Digital, área à qual está subordinada a Accenture Interactive. “A agência tradicional chega na hora do ‘briefing’, nós entramos no desenho da estratégia.” Marketing. A atuação na área de marketing na consultoria ocorre principalmente em ambientes digitais, mas, se o cliente necessitar de uma criação para circular em meios tradicionais, Faleiro diz que não recusará o trabalho. Para Moliterno, vários empecilhos que aparecem no trabalho de uma agência podem ser superados mais facilmente em uma consultoria. “Na agência, quando recebia o ‘briefing’, eu questionava o nome do produto ou o design, mas já não dava para mudar (a estratégia). Agora, (na consultoria), participamos do processo completo”, explica. “Na agência, você participa só da última temporada da série. Na consultoria, é a série inteira”, brinca. A EY (antiga Ernst & Young) também vai pelo caminho da Accenture e já soma cem pessoas na área de marketing digital e de análise de dados (que ofere-

Contratação. Moliterno (E) entrou para o time de Faleiro para reforçar atuação da Accenture em marketing digital

Agências também querem atuar em aconselhamento estão avançando pelo mercado publicitário, o mesmo acontece no sentido contrário. A Ogilvy Brasil anunciou, no início de junho, que está trazendo ao País a OgilvyRED, focada em consultoria estratégica e que existe em outros países desde 2011. No ano passado, o grupo Dentsu Aegis havia tomado uma iniciativa nessa área, ao adquirir a consultoria brasileira Cosin.

Segundo o presidente do grupo Ogilvy no Brasil, Fernando Musa, o projeto da empresa não é montar uma equipe enorme de consultores, mas criar uma “célula” que possa se conectar com a rede de profissionais da Ogilvy em outros países e trazer soluções. A OgilvyRED poderá, por exemplo, desenvolver um novo canal de vendas para uma companhia, explica o publicitário. Musa diz acreditar na existência de espaço para consultorias e agências conviverem. “Cada uma terá de aprender o que ainda não sabe. As agências são mais fortes que as consultoras na entrega e na criatividade.” / L.D.

ce informações para os profissionais de publicidade). De acordo com Fabrício Cardoso, líder de digital da EY, o serviço de marketing não é visto apenas como um complemento para a consultoria, mas como uma alavanca de crescimento da empresa.

Cardoso conta que a entrada das consultorias no mundo da publicidade decorre das pressões que os diretores de marketing das companhias enfrentam para apresentar resultados. “Eles estão ligados ao negócio da empresa como um todo, não apenas à comunicação.

l Assim como as consultorias

Cigarro volta a ‘protagonizar’ cenas de filmes THE NEW YORK TIMES

Representações ou sugestões do uso de tabaco em filmes de sucesso aumentaram 72% de 2010 a 2016, de acordo com relatório publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos . O aumento foi particularmente expressivo entre os filmes de classificação indicativa de 16 anos com maior bilheteria, os quais registraram um aumento de 90% na exibição de cenas com cigarro. Mas os pesquisadores observam com especial preocupação os filmes de classificação indicativa 13 anos, que tive-

ram um aumento de 43%. Segundo eles, esse dado é preocupante porque há fortes evidências de que filmes que mostram personagens fumando podem levar ao tabagismo juvenil. Para atenuar esse problema, a Motion Picture Association of America (MPAA) deveria aumentar para 16 anos a classificação indicativa de qualquer filme com cenas de cigarro, dizem os pesquisadores. “É preciso implementar um padrão em todo o setor, proibindo cigarros em todos os filmes livres para crianças”, disse, em comunicado, Stanton Glantz, professor da Universidade da Califórnia, diretor do Centro

de Pesquisa e Educação em Controle do Tabaco e um dos autores do relatório. Ele e dois dos outros quatro autores do estudo receberam recursos da Truth Initiative, um grupo antitabagista. Apesar do aumento das representações do uso de tabaco nos filmes, o tabagismo entre adolescentes está caindo, graças a esforços na área da saúde pública. Chris Ortman, porta-voz da Motion Picture Association of America, defendeu o sistema de classificações que fornece aos pais orientação sobre o conteúdo dos filmes. Mas a organização não comentou o aumento das imagens de tabaco. “Este sis-

tema sobreviveu à passagem do tempo porque foi mudando junto com as sensibilidades dos pais americanos”, disse Ortman em comunicado. “Elementos como violência e uso de drogas são continuamente reavaliados por meio de pesquisas, para refletir as preocupações contemporâl

Nas telas

72%

foi a elevação no número de cenas com tabaco no cinema americano entre 2010 e 2016; em filmes para maiores de 16 anos, alta chegou a 90%

Teaser

E as consultorias viram isso como uma oportunidade, já que elas também estão conectadas com todos os processos de um negócio.” Do começo ao fim. Um dos trabalhos que a EY desenvolveu, por exemplo, foi toda a estratégia de um produto online para uma seguradora, desde a concepção do produto que seria vendido 100% de forma digital, passando pela construção do ecommerce até o plano de mídia em plataformas digitais. “O marketing digital é um dos pilares dessa transformação, que envolve ainda processos como estratégia, operação e segurança”, destaca Cardoso. Na McKinsey, uma das mais conhecidas consultorias de gestão estratégica do mundo, também é possível verificar os investimentos em marketing por meio de uma recente contratação. Neste mês, a companhia levou para sua equipe Marcelo Tripoli, que deixou a agência REF+ para assumir a vice-presidência de marketing digital da

neas e ajudar os pais a fazerem escolhas para a família.” Em 2007, a associação começou a considerar as imagens de cigarro em suas classificações. No fim das contas, a maioria dos filmes com cenas de cigarro recebe classificação indicativa 16 anos, disse Ortman. Briga. Os resultados do relatório sugerem que os avanços na redução das cenas de cigarro no cinema se estagnaram. De 2005 a 2010, as representações de tabaco em filmes de classificação livre ou a partir de 13 anos diminuíram, mas depois se estabilizaram. Hoje, é raro ver personagens fumando em filmes de classificação livre, mas esse tipo de cena aumentou em filmes para audiências acima de 13 anos. Embora as representações

consultoria. Para Tripoli, as mudanças de comportamento do consumidor, que hoje é completamente conectado ao mundo digital, transformaram também as expectativas em relação ao marketing. “A proposta de valor é mais ampla agora. Não basta ir para a internet e falar: ‘sou a companhia X’.” Tripoli dá o exemplo das companhias aéreas, que, durante uma jornada, têm vários momentos de contato com o consumidor em que podem reforçar a marca por meio de serviços. “O conceito de comunicação como uma mensagem na forma tradicional é passado”, destaca Tripoli. Marina Cigarini, sócia da prática digital da McKinsey, porém, ressalta que a empresa não substituirá totalmente uma agência tradicional, já que não fará, por exemplo, a compra de mídia nem a parte de criação de campanhas publicitárias.

do uso de tabaco estejam crescendo, esse aumento ocorre em uma pequena porção dos filmes: de 2010 a 2016, a parcela de filmes de grande bilheteria com cenas de cigarro foi 41% a 45%. Em outras palavras, a crescente representação do uso de tabaco se concentra em uma parcela menor de filmes. A seu favor, pode-se dizer que os principais estúdios de cinema implementaram políticas que provavelmente ajudaram a reduzir pela metade o número de ocorrências de tabaco nos filmes de 2005 a 2010, disseram os pesquisadores. Mas, com o recuo na tendência, eles dizem que é preciso redobrar os esforços antitabaco. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Making Of

FESTIVAL

CÁPSULAS

GRUPO SAMSONITE

MODA

Saraiva promoverá troca de livros na Flip Para a edição deste ano da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), a Saraiva vai distribuir “Ninhos de Livros” – pequenas bibliotecas colaborativas em formato de casa de passarinho, iguais aos que já existem em São Paulo. A rede vai abastecer as casinhas com livros de autores homenageados nesta edição e em anos anteriores da Flip. A ideia é que os visitantes não apenas peguem livros, mas também deixem obras nos espaços, promovendo a troca entre amantes da literatura. A Saraiva também vai distribuir cartazes no estilo “lambe-lambe” ilustrados com obras de Lima Barreto, autor homenageado de 2017.

Nespresso revela origem de seus cafés no Brasil

American Tourister terá quiosques próprios A Samsonite decidiu abrir 15 quiosques da marca American Tourister. O produto é uma alternativa mais barata às malas e bolsas da “marca-mãe”, com preços entre 15% e 30% mais baratos. A abertura dos quiosques foi motivada pelo bom desempenho da American Tourister dentro das unidades da Samsonite.

American Eagle lança opção de hijab ‘fashion’

A Nespresso criou uma plataforma de conteúdo que vai mostrar a origem de seus cafés. A ação, assinada pela agência VML e produzida pela Big Bonsai, acompanhou a visita de três consumidores às famílias da cidade de Carmo (MG) para mostrar os cuidados na produção do café. A viagem dos três clientes Nespresso será contada em fotos e filmes que serão veiculados nas redes sociais da companhia ao longo dos próximos três meses.

TEM VOLTA

Itaipava promove embalagens retornáveis Ao som de músicas do conjunto de pagode Raça Negra, que fizeram sucesso nos anos 1990, a marca de cerveja Itaipava, do grupo Petrópolis, colocou no ar no último fim de semana uma campanha para suas embalagens retornáveis de 300 ml, 600 ml e 1 litro.

A rede americana American Eagle se juntou às concorrentes que adicionaram o hijab à sua linha de confecções. A companhia lançou uma campanha, feita pela agência Laird+Partners, que mostra a modelo Halima Aden usando uma versão em jeans do hijab. A supermodelo muçulmana também usou as roupas da American Eagle em seu próprio canal no You Tube. Empresas como Nike e Uniqlo já fizeram ações semelhantes anteriormente.

Camaro faz saltos radicais para celebrar 50 anos Para comemorar os 50 anos do Camaro, a Chevrolet coloca nas redes sociais dois vídeos em que o veículo executa saltos radicais. Em um deles, o carro apaga uma vela de aniversário gigante após atravessar uma plataforma em alta velocidade. No outro, o Camaro salta de cima de um caminhão em movi-

mento para outro. Para realizar a manobra, o veículo acelerou de zero a 100 km/h em 4,2 segundos. Criados pela Commonwealth/McCann e produzidos pela Volcano Hotmind, os filmes foram gravados em São Paulo, na base aérea do Campo de Marte, com 18 câmeras. Também participou do trabalho uma equipe de dublês americanos, liderada por Mike Ryan, que já trabalhou em filmes como Velozes e Furiosos, Homens de Preto e Exterminador do Futuro. FOTOS GM/MCCANN

Alta velocidade. Vídeos foram gravados em São Paulo


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017 ANO XXXI – Nº 10629

Ute Lemper de volta ao Brasil

Caderno2

Cantora alemã traz seu rico repertório a festival em Ilhabela Pág. C6

FELIPE RAU/ESTADÃO

Poeta o d i m assu Com novo disco ‘Ottomatopeia’, Otto se diz enfim seguro com a própria escrita, no amor e na fossa

Pedro Antunes

Todo dia ele faz (quase) tudo sempre igual. É o que garante Otto, o músico pernambucano de 49 anos, pelo menos. Acorda pela manhã, tenha tido sonhos intranquilos ou não, publica uma selfie no Instagram e, na legenda, coloca alguns de seus versos, pensamentos ou pequenos textos. “São poemas, uns ‘shots”, brinca. “Sempre fui mau aluno na escola, agora as pessoas me chamam de poeta.” Os Bee Gees cantam ao fundo. Uma TV exibe o registro de uma apresentação do trio ao vivo, lançada em DVD. Alguma música melosa ecoa pela loja do Museu da Imagem e o Som, o MIS, enquanto Otto derruba dois sachês de açúcar no café expresso e o bebe rápido, em poucas goladas. São pouco depois das 11h de uma quarta-feira inexplicavelmente congelante e Otto está desperto, visivelmente animado para falar de Ottomatopeia, o sexto álbum de estúdio, que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira, 28. Há 5 anos, ele não passava por esse processo de divulgação de um disco. Seu quinto trabalho, The Moon 1111, saiu num já longínquo ano de 2012. “É, agora começou oficialmente”, ele diz, ao empresário e à assessora de imprensa, antes de posar para as fotos para o Estado. Nesse tempo, Otto se transformou. Há dois anos, estreou uma turnê chamada Otto Recupera, na qual ele e sua banda, chamada Jambro Band, revisitavam canções de seus discos

No vale das sombras. Ao cantar o luto de uma separação devastadora, tornava a dor universal

pouco tocadas nos shows anteriores. Dirigiu o espetáculo sozinho, sem o parceiro constante, o baterista e produtor Pupillo. Definiu repertório e até o figurino – era algo mais roqueiro, com roupas pretas e inspiração no post punk de The Cure e Smiths. “Olha como minha ideia já mudou? Era algo mais roqueiro ali”, avalia Otto. “Mas é interessante como isso muda. Essa ideia tem tanto tempo já. Agora, eu penso em fazer outra coisa. Era um som mais concentrado e agora eu quero expandir. Eu acho que esse disco merece isso. Tem uma sonoridade diferente, uma musicalidade que nunca tive. Quero que as pessoas me escutem mais. Eu nunca me senti assim tão contente”, ele avalia. Com Otto Recupera, o músico se manteve trabalhando enquanto preparava o novo disco e reunia novas canções. “Para um artista independente, sobreviver cinco anos sem lançar um disco, é um feito e tanto”, diz Duda Vieira, empresário de Otto, sentado do outro lado da mesa. Otto se diverte com a afirmação. “Aqui, fazemos tudo na raça”, diz, ao terminar o café. Essa euforia pode ter uma relação direta com a escrita. Desde o lançamento de Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, 2009, sua forma de escrever vem desenvolvendo uma característica cada vez mais própria. Naquele disco, Otto cantava o luto de uma separação devastadora que havia passado – e, ao interpretá-la, tornava a dor universal, fácil de compreender.

Do álbum, músicas como Crua e Seis Minutos são constantemente pedidas em seus shows. Na execução da segunda, dona de versos tal qual “E você me falou de uma casa pequena / Com uma varanda, chamando as crianças pra jantar / Isso é para morrer”, há quem vá às lágrimas. Vieira lembra também da quantidade de imagens que eles recebem com os versos de Otto estampando cartazes e lambelambes pelas cidades. “E até para morrer, você tem que existir”, também da já citada Seis Minutos, é um dos favoritos dos fãs. “Eu já comecei a minha carreira em boas mãos”, lembra Otto, sobre a tutela de Apollo 9 no início de carreira. Desde a época, Otto passou a ser acompanhado por Pupillo, baterista da Nação Zumbi e considerado um dos melhores produtores do País. “Tanto eu quanto quem trabalha comigo evoluímos muito desde o começo, com Samba Pra Burro (álbum de 1998). “É uma geração inteira que vem se

OTTO ‘Ottomatopeia’ Press pass/ No hay duda; Plataformas digitais

aperfeiçoando”, ele conclui. Ottomatopeia é o sexto álbum de uma carreira solo prestes a completar 20 anos. Foi gravado em três estúdios diferentes, dois em São Paulo (no Red Bull Station, no centro da cidade, e o de Pupillo) e no Rio (no espaço comandado por Kassin). “Eu precisei desse tempo (5 anos entre o lançamento de The Moon 1111 e o novo trabalho) para entender o que estava se passando no País”, ele explica. “Nesses cinco anos, muita coisa aconteceu, estive interpretando isso. Esse é um disco que fala sobre o Brasil contemporâneo, que fala de tortura, de dor, mesmo que de uma forma romantizada.” Otto sempre citou referências para seus discos nascidas além da música. Certa Manhã... vinha de questões existencialistas de Franz Kafka, The Moon 1111 nasceu inspirado nas lentes do cineasta francês François Truffaut em filmes como Fahrenheit 451 e O Homem Que Amava as Mulheres. Desta vez, em Ottomatopeia, nome nascido a partir da brincadeira criada por um amigo sérvio de Otto durante uma passagem por Nova York, nasce da instabilidade política do País nos últimos anos e das imagens do fotógrafo japonês Araki Nobuyoshi, cuja obra incluía cenas eróticas de amor e bontage. Ao lado de Otto, no disco, está o que ele considera ser uma “seleção”: Pupillo (na bateria), Alberto Continentino (no baixo), Guilherme Monteiro (nas guitarras), Bactéria (nos teclados),

Esse é um disco que fala sobre o Brasil de agora, que fala de tortura, de dor, mesmo que de uma forma romantizada”

Bruno Giorgi (nas guitarras, backing vocals e outros instrumentos). Quase todas as canções são assinadas por Otto e Pupillo. Entre as exceções está a bela Dengosa, uma balada melancólica criada em parceria com Zé Renato. De Roberta Miranda (essa mesma!), Otto regravou Vem Cá, Meu Dengo – a própria Roberta também gravou a faixa. Ottomatopeia se assemelha, em muitos aspectos, mais a Certa Manhã do que ao disco mais recente, de 2012. Seu centro gravitacional, mais uma vez, está no amor – e no desamor e suas desilusões. Não existem mais os fantasmas que perseguiam a alma do cantor naquele 2009, quando ele passava por um processo de separação. Otto apenas percebeu que sabe escrever sobre corações partidos. Com o exercício diário de publicar textos no Instagram, sua escrita corre mais solta do que nunca. “É como eu falo: casar todo mundo casa, difícil é separar. Quando algum amigo me conta que se separou, eu dou os parabéns”, Otto fala, percebe o silêncio gerado pelas suas palavras. “Mas é por que quero dizer que o pior já passou”, explica. E todos ao seu redor riem. “Canto sobre cair, mas também sobre levantar e seguir adiante.” OTTO Sesc Pompeia. Teatro. R. Clélia, 93, Pompeia, tel. 3871-7700. Sáb. (5/8) às 21h, e dom. (6/8) às 18h. R$ 9 a R$ 30

VERSOS PARA SAIR OU CURTIR A FOSSA COM OTTO “Dias de janeiro calor demais Dias de janeiro Olha como faz Esquentam, É tão bom estar no mar Amo você, amo você Talvez não seja o certo Amo você demais”

“É melhor se queimar Que viver na solidão Esse giro, esse amor Essa cachaça Esse cheiro de morte Eu respiro forte Eu desmaio, eu amo demais”

“Quando eu saí Da tua vida Bati a porta Saí morrendo De medo Do desejo Do desejo De ficar”

“Não precisa falar Nem saber de mim E até pra morrer Você tem que existir Nasceram flores num canto de um quarto escuro Mas eu te juro, são flores de um longo inverno”

“E pensar que sonhar era só viver E pensar que amar era só se perder E hoje, a cidade chove E chora Hoje eu só queria um dia claro como o que passou”

“Eu soprei os versos Eu soprei da vida as tuas aventuras E agradeço ao senhor A distância entre nós Quando não havia nada Quando me senti no fundo mais profundo”

‘Dias de Janeiro’ (2001)

‘Histórias de Fogo’ (2003)

‘O Leite’ (2009)

’6 Minutos’ (2009)

‘Dia Claro’ (2012)

‘Soprei’ (2017)


C2 Caderno 2 %HermesFileInfo:C-2:20170724:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Editor-assistente

DIRETO DA FONTE SONIA RACY

Gabriel Manzano gabriel.manzanofilho@estadao.com

Colaboração Marcela Paes marcela.paes@estadao.com Paula Reverbel paula.reverbel@estadao.com Sofia Patsch sofia.patsch@estadao.com

Blog: estadão.com.br/diretodafonte Facebook: facebook.com/SoniaRacyEstadao Instagram: @colunadiretodafonte

Encontros Sophie Charlotte

‘Ninguém tem que concordar com o que falo fora do meu trabalho. Mas tenho esse direito’ Atriz defende seu espaço como cidadã e diz como concilia cuidar de bebê e atuar na TV “As definições de plenitude nho essa coisa de ‘eu preciso conforam atualizadas”, diz uma quistar, preciso ser, o bonde vai das produtoras do ensaio fo- passar’. Graças a Deus não é só tográfico de moda ao ver assim. A minha volta foi maraSophie Charlotte posando vilhosa. Eu amo o que eu faço, para um dos retratos. O ven- mas estava muito apaixonada tilador na frente da atriz faz pelo Otto. Me dedicar a essa com que seu vestido e os ca- novela também exigia uma cerbelos fiquem esvoaçantes. ta vontade de voltar a trabaAlheia aos elogios, ela sorri lhar. Mas depois me deu essa para a câmera no último cli- alegria de sair de casa e ir pro que. “Vou subir pra ir ao ba- set, de conseguir focar bem e nheiro, gente. Rapidinho”, estar com a cabeça onde eu esexplica. Cerca de um ano e tou. Ficar no trabalho pensanmeio após ter dado à luz a do em casa e em casa pensanOtto, seu primeiro filho, do no trabalho não dá certo. Sophie já voltou ao trabalho com força total. Além da l Mas como você faz para concicampanha que fotografa pa- liar o ritmo de gravações com o ra a Bobstore, a atriz está no tempo com seu filho? ar desde abril como protago- O ritmo não é igual ao de uma nista da supersérie Os Dias novela das nove. Tem meia hoEram Assim. ra a menos, não passa às quar“Amo o que faço, mas es- tas nem aos sábados, então estava muito agarrada ao Ot- sas coisas ajudam. É um ritmo to. Me dedicar a essa novela intenso? É. Mas, fora o trabaexigiu uma certa vontade de lho, meu foco tem sido ele. E trabalhar de novo. Mas de- ele também está num momenpois me deu essa alegria de to de descobertas. Já tem nosair de casa e ir pro set, de vos amigos, eu tenho uma rede estar com a cabeça onde es- de apoio grande. tou. Ficar no trabalho pensando em casa, e em casa l O parto dele foi humanizado. pensando no trabalho, não Como foi essa experiência? Faria dá certo”, afirma à repórter de novo? Marcela Paes. Claro! Foi incrível. Na verdade O folhetim é ambientado eu tive que abrir minha cabeça nos anos 60, 70 e 80 e tem o tempo todo e pensar: cara, tucomo pano de fundo o Bra- do bem. E se precisar de uma sil do regime militar. Para a intervenção médica? Eu não tiatriz – que aderiu com o ma- nha planejado o parto domicirido, Daniel de liar assim que eu Oliveira, à gre- ‘NÃO TENHO engravidei. Esse ve geral em prodesejo foi se fortatesto contra as ESSA COISA DE lecendo por um reformas traba- ‘EU PRECISO SER, processo de emlhista e previ- CONQUISTAR’ poderamento denciária –, meu e do meu corexistem similaridades entre po sobre o processo do nascio período que vivemos ago- mento, de conhecer mais sora e alguns eventos mostra- bre isso, de trazer o protagonisdos na novela. “Por um lado mo desse ato pra mim e não é: caramba, temos fôlego, passar isso pra um médico. Alprecisamos ter fôlego para guma coisa me dizia que ia dar realmente ir às ruas e lutar tudo certo e que seria da mepelo que a gente acredita. lhor maneira possível. Por outro lado, é difícil enxergar que em tão pouco l Como sua família reagiu? tempo tanta coisa aconte- Eu não contei. Pra minha mãe ceu e de novo vamos viver e pra minha sogra eu só disse nesse lugar de ter que exigir que ia tentar um parto humaniuma coisa que poderia ser zado. Foi tudo o que eu disse. mais simples”, conta. A se- Mesmo quando entrei em traguir, os principais trechos balho de parto, não avisei ninda entrevista. guém. Essa expectativa não ia me ajudar. Eu preferi que fosse mais privado e concentrado l Muitas mães têm dificuldana coisa mais importante. Às de na volta ao trabalho, com vezes até por amor mesmo. As medo de serem substituídas. pessoas criam uma expectatiIsso aconteceu com você? Claro, essas coisas passam va e tensionam, né? pela cabeça. Você de repente está em uma gravação de- l Agora fala-se muito sobre o pois de estar em casa em lado real de ser mãe. Houve aluma rede com um nenê e gum problema no início? seu mundo se resume basi- Ninguém te prepara muito pacamente a se doar pro seu fi- ra a maternidade. É uma expelho, o que é incrível. Não te- riência muito pessoal. Por um

Sem Intervalo

LUCIANA PREZIA

l Você e o Daniel aderiram à greve geral em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Acha que esse posicionamento é importante?

Eu, como cidadã, tenho meu posicionamento muito claro. Achei importante, um direito, e aderi. É simples assim. Todo mundo que não se sente confortável com a situação dessas reformas propostas tem esse direito de se manifestar. Eu simplesmente fiz uso dele. l É mais difícil para o ator se posicionar politicamente?

lado, existe uma propaganda da felicidade nas redes sociais que acaba fazendo você acreditar que o gramado do vizinho é bem mais verde. E isso é uma loucura. A gente não aprende a se relacionar. O conhecimento é muito pequeno. Então fui atrás da informação e o fato é que, com ela, tudo fica mais leve. Você começa a pesquisar nos sites de maternidade e entre as mães que se apoiam... Claro, não é fácil. No início é um choque de adaptação e de realidade. Acordar muitas vezes. Você não ter um sono é constante. Um recém-nascido muda tudo na sua rotina. Tudo muda. Os hormônios entram em colapso. Eu senti que minha preparação no meio de tudo foi importante. l Eu li uma frase sua segundo a qual quatro meses de licença maternidade são muito pouco.

Verdade, depois eu cheguei a outras conclusões também. Precisa existir uma licença pa-

ternidade porque senão a gente nunca vai conseguir equiparar os salários. Realmente, a licença maternidade... é pouco. Então você pedir pras mulheres amamentarem exclusivamente até seis meses e a licença servir pra menos do que isso é incongruente. Não faz sentido. Tem uma certa responsabilidade. Mas é uma máquina que não quer parar e não quer deixar as mulheres fora do mercado por esse tempo, sendo que todo mundo nasceu de alguém e hoje eu sei da importância desses primeiros meses e dos primeiros anos na vida de uma criança. l Você falou sobre empoderamento. Se considera feminista?

Eu sou mulher, então dizer que eu não sou feminista é muito louco. Mas eu fiquei mais atenta com a maternidade, e despertei mesmo. A minha relação com o feminismo, as minhas questões com o mundo atual, as questões de uma mulher negra, que é dife-

GABRIEL PERLINE GABRIEL. PERLINE@ESTADAO.COM ADRIANA DEL RÉ ADRIANA. DELRE@ESTADAO.COM

X

uxa estreia hoje, 24, a segunda temporada do Dancing Brasil, na Record TV, mas de olho no futuro: ela quer retomar o trabalho com o público infantil. À coluna, a apresentadora disse que foi abordada por canais da TV paga e que, juntamente com sua equipe, tem analisado as possibilidades e desenvolvido, ainda de maneira embrionária, um projeto para se reconectar aos seus ‘baixinhos’. “Tudo tem que ser no meu tempo pequeno. Tenho me dedicado muito ao Dancing”, disse.

Destaques “E se eu soubesse que era a última vez que eu falaria com a minha mãe, as coisas que eu faria – as coisas que eu teria dito a ela” Príncipe Harry, EM OUR MOTHER DIANA: HER LIFE AND LEGACY, DOCUMENTÁRIO QUE A HBO E A ITV PREPARAM EM HOMENAGEM AOS 20 ANOS DA MORTE DA PRINCESA DIANA

16,7 pontos marcou A Fórmula, da Globo, na quinta, 20, melhor resultado desde a estreia

rente de uma mulher trans, que é diferente de uma mulher sem acesso, de outra classe social. É preciso que haja empatia e que os problemas delas sejam meus problemas também. l Já sentiu alguma desigualdade

no trabalho por ser mulher?

Olha, comigo não. Pelo menos não me recordo de uma maneira tão forte. Talvez tenha ocorrido e eu tenha levado por uma questão de idade, por ser muito nova. Eu nunca tive problema com hierarquia e nunca confundi as coisas, porque as vezes as pessoas também confundem. Saber distinguir o que é hierárquico, profissional e o que é machismo. Então isso não posso dizer que eu tenha vivido porque eu não encararia assim. Mas você olha e, principalmente perifericamente, descobre a questão. Então eu que estou no foco, no meio da cena, recebendo a atenção, não passo por isso. Mas às vezes, quem está em volta passa. En-

Quando eu gravo uma novela e entro na casa das pessoas, estou lidando com gente que tem criações, valores e percepções de mundo diferentes das minhas. E quando me coloco como cidadã tem muita gente que mistura e não consegue separar aquela história que eu estou contando da pessoa que eu sou. Ninguém tem que concordar com o que eu quero dizer fora do meu trabalho. Mas tenho que me garantir esse direito. Em segundo lugar, por estar fazendo esse trabalho, me incomoda ter que responder com 100% de certeza e correção e limpa com relação a tudo porque tem tanta gente me vendo. Tento me manter humana o suficiente para poder dar uma opinião e depois mudar essa opinião. l A série que você está fazendo tem uma carga política e histórica grande. Como você vê a situação do País hoje?

Eu acho que é uma coincidência muito louca. A gente gravou comício das Diretas Já de 1984 na mesma época que está rolando essa movimentação pelas diretas. Dá uma sensação meio dúbia. Por um lado é: caramba, temos fôlego, precisamos ter fôlego pra realmente ir às ruas e lutar pelo que a gente acredita. Pelo outro lado, é difícil enxergar que em tão pouco tempo tanta coisa aconteceu e de novo vamos ter que exigir uma coisa que poderia ser mais simples. Acho que é meio por aí. A gente tem esse entusiasmo de contar a história e a esperança daquela época. Há necessidade de lembrar disso.

A COLUNA É PUBLICADA ÀS SEGUNDAS, QUARTAS E SEXTAS

RENATO ROCHA MIRANDA/TV GLOBO

Xuxa prepara atração infantil para a TV paga

tão tem meninas que vêm do sul do País pra fazer figuração, etc… São questões que a gente tem que rever – mas que não são restritas ao meu meio.

Nova trama de época Johnny Massaro está no elenco de Filhos da Pátria, disponível na Globo Play a partir de 3 de agosto – e estreia na TV em 19 de setembro. Ele vive Geraldinho, inconsequente, virgem e analfabeto. Filho primogênito de Geraldo (Alexandre Nero) e Maria Teresa (Fernanda Torres) tenta se dar bem a todo custo.

A Força do Querer tem sido responsável por reerguer a faixa das 21h. Na quinta, 20, fechou com 39,4 pontos. Suas antecessoras só conseguiram se aproximar dos 40 pontos em suas retas finais. Fernanda Lima voltou a dar indícios, e com razão, de insatisfação com os jurados do reality PopStar, da Globo. Ontem, 23, ela deu bronca em Toni Garrido por ‘esquecer’ de registrar seu voto. Na semana passada, havia se irritado com o excesso de bajulação por parte dos avaliadores. A Record promoveu um evento para lançar as novidades de sua programação para os próximos meses, no Rio, e

Yudi Tamashiro foi bastante assediado. Não pelos jornalistas presentes, mas pelas atrizes adolescentes do elenco da novela Belaventura. Mary Help assina a caracterização de Filhos da Pátria, série que a Globo estreia em setembro. A transição econômica dos protagonistas ficará evidente na conta bancária e também em suas aparências. Na primeira fase, mais pobre, Geraldo (Alexandre Nero) terá a barba malfeita e o cabelo oleoso. Maria Teresa (Fernanda Torres), sem condições de ostentar muitos adereços, compra joias assim que melhora sua condição de vida. Também na fase mais rica, ela adotará penteados mais altos e imponentes.


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Cinema

Cara Delevingne, das passarelas às telas Para a modelo e atriz, a transição não foi nada fácil, mas o resultado de sua dedicação pode ser visto em ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’ A britânica Cara Delevingne é uma das modelos mais requisitadas do mundo, mas seu primeiro e verdadeiro amor sempre foi a interpretação. No entanto, a transição das passarelas para as telonas não foi nada simples e demandou muito trabalho e persistência. Delevingne, de 24 anos, ganhou milhões de dólares desfilando nas passarelas de Londres, Paris e Milão para marcas como Burberry e Chanel, e tem incontáveis capas nas revistas Vogue e Grazia. Sua ascensão no cinema começou em Anna Karenina (2012) junto com Keira Knightley, e teve seu ápice com o drama adolescente Cidades de Papel e o sucesso de bilheteria Esquadrão Suicida. Seu filme mais recente, Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, de Luc Besson, estreia no dia 10 de agosto no Brasil. Para Delevingne, a transição da passarela para as telonas não foi tão simples quanto parece. O mesmo acontece com ex-atletas e celebridades que, por seu rosto conhecido, conseguem os testes, mas ao mesmo tempo têm que trabalhar dobrado para serem levados a sério. Há dois anos, em um programa nos EUA para promover Cidades de Papel, teve que responder a perguntas duvidosas, como se tinha lido o romance de John Green, que inspirou o filme. Não só leu como também escreveu seu próprio romance, que logo deve ser publicado. “Sempre existirão pessoas assim. É só outra oportunidade para me manter firme e mostrar que trabalho duro e estou disposta a provar para quem me subestima que estão equivocados.” Voz de muita força nas redes sociais, com 40 milhões de se-

VIKRAM GOUNASSEGARIN-STX ENTERTAINMENT

Dane DeHaan e Cara. ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’ guidores no Instagram, Delevingne foi elogiada por servir de apoio a muitos adolescentes que lutam com suas emoções, falando abertamente de sua bissexualidade e sua batalha contra a depressão quando tinha apenas 15 anos. “Sou abençoada por ser uma influência forte para crianças e adolescentes. Essa sempre foi uma meta, servir de modelo para que possam ver como consegui realizar cada um dos meus sonhos com trabalho duro e determinação”, contou. Talento. Quando fez a seleção para Laureline, o diretor Luc Besson pensou imediatamente em Delevingne como a atriz que poderia mostrar o espírito de empoderamento da personagem valente que combate o crime junto a Valerian. “Ela se tornou modelo por acidente, porque um agente a viu e disse que ela poderia fazer boas fotos. Mas ela não estava pronta para isso. Cara teve sucesso porque é simpática, mas é uma atriz nata, me surpreendeu. Acredito

que esse é o começo de uma longa carreira”, contou Besson. A crítica define a personagem Laureline como um paradoxo: uma mulher intrépida, independente, que, apesar disso, define sua felicidade por meio de seu sucesso buscando o amor. “Isso é o que amo sobre a vida em geral, as dicotomias”, afirmou Delevingne. “Claro que quero ser uma mulher que pode cuidar de si mesma e ser completamente independente, mas também entendo que, ao final do dia, todo mundo quer ir para casa e ter alguém que o ame e se preocupe com você, e vice-versa, e chegar algum dia a ter uma família”, confessou. Laureline, contou a atriz, prova que o romance não é esse jogo sem nenhum ganho para as mulheres, que têm que enfrentar a vida familiar e a carreira. “Eu me identifico com ela nesse sentido e, claro, sou forte e independente e todas essas coisas, mas no final do dia sou uma romântica incurável”, declarou. “Muita gente nega, mas não somos todos assim?”

Caderno 2 C3


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

KIKO HUESCA/EFE

HUMOR

MÚSICA

CINEMA

Cartaz do 44º Salão de Piracicaba é de Luiz Gê

Curso de trilha sonora com Livio Tragtenberg

Platino consagra Sonia Braga e ‘O Cidadão Ilustre’

Com convidados internacionais como o caricaturista francês Jean Mulatier e os cartunistas Arthuro Kemchs, do México, e Zuleta, da Colômbia, será aberto no dia 26 de agosto o 44.º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, que vai até 12 de outubro. O cartaz desta edição do salão foi criado pelo cartunista Luiz Gê, e o do Salãozinho do Humor, que está no seu 15.º ano, pelo desenhista Mauricio de Sousa. Para as crianças, estão programadas várias atividades, como a oficina gráfica do artista Bruno Honda, especializado na criação de desenhos em material reciclado. Entre as novidades para es-

Autor da trilha de diversos filmes, como Um Céu de Estrelas (1996) e Hoje (2011), de Tata Amaral, Brava Gente Brasileira (2000), de Lúcia Murat, e Contra Todos (2004), de Roberto Moreira, o compositor, escritor, produtor musical e diretor de espetáculos multimídia Livio Tragtenberg vai promover uma oficina de criação de trilhas sonoras para teatro, cinema e dança. O curso será realizado de terça-feira, 25, até sexta, dia 28, das 19h às 21h, na Casa Guilherme de Almeida. A atividade destaca os elementos de concepção, formatação, produção e realização de uma trilha sonora, seja ela pa-

ta edição está também a criação da 1.º Feira do Livro de Humor Gráfico e Quadrinhos, que começa em setembro e vai incluir lançamento de livros, sessões de autógrafos e palestras. O salão oferece ainda 15 exposições, o evento Risadaria, maratona de shows de humor que ocorrem nos teatros da cidade, além de uma Feira Gastronômica. Os inscritos para o concurso de cartuns, caricaturas, charges e tiras de quadrinhos vão concorrer a 10 prêmios no total de R$ 55 mil. O Salão Internacional de Humor de Piracicaba é realizado no Engenho Central (Av. Maurice Allain, 454).

QUIROGA OSCAR@QUIROGA.NET

ra teatro, cinema, dança, vídeo ou multimídia. Com exemplos sonoros, visuais, de textos e a realização de trilhas nos encontros, os participantes vão aprender a metodologia para organizar a própria narrativa sonora. Tragtenberg é também diretor musical de várias espetáculos de teatro e de vídeo e dança e sua trajetória, seus métodos e suas obras estão em seu livro Música de Cena (Editora Perspectiva). A Casa Guilherme de Almeida fica na Rua Cardoso de Almeida, 1.943; telefones 3673-1883 e 3672-1391. www.casa guilhermedealmeida.org.br.

Sonia Braga foi eleita a melhor atriz na sexta edição do Prêmio Platino, o Oscar do cinema ibero-americano, em cerimônia realizada em Madri no sábado, 22. Logo após ser anunciada, Sonia conversou com a imprensa internacional e afirmou que guarda com carinho e orgulho a experiência com Aquarius. “É o filme mais importante que já fiz”, disse. A atriz brasileira já havia recebido o Prêmio de Honra em cerimônia de 2014. Durante a conversa, a atriz também ressaltou o preconceito que existe contra o cinema latino e voltou a falar sobre a crise no Brasil. “A situação brasileira é algo que não se pode compreender”, afirmou. Aquarius

ÁRIES 21-3 a 20-4

CÂNCER 21-6 a 21-7

LIBRA 23-9 a 22-10

Há negociações em andamento que merecem toda sua atenção, pois, não será suficiente você obter o que deseja, é preciso se envolver nas negociações para que o preço seja justo também. Essa parte é um pouco mais árdua.

Está tudo bem, por isso, tente não complicar o cenário com suas suspeitas, as quais podem até ter fundamento, mas não devem pesar demais nesta parte do caminho. Investigue, mas não faça disso o tema principal do momento.

Organizar os recursos humanos para que as pessoas se entendam, pelo menos temporariamente, eis um cenário que é raro acontecer e que, por isso, merece ser aproveitado com intensidade enquanto dura. Toque em frente.

TOURO 21-4 a 20-5

LEÃO 22-7 a 22-8

É legítimo que você desenvolva todos os esforços necessários para conduzir as coisas ao objetivo ansiado, porém, quanto mais força você fizer, maiores serão os recursos que precisarão ser investidos. Melhor economizar.

Melhor você tomar as decisões e assumir responsabilidades do que ficar esperando que as pessoas resolvam seus dilemas. Até parece que elas amam ficar questionando coisas que já foram discutidas, isso é perda de tempo.

Prêmio. Gala foi marcada por reivindicações políticas conta a história de uma jornalista que trava uma batalha contra uma construtora no Recife, que quer obrigá-la a sair do prédio onde mora. A premiação também consagrou Pedro Almodóvar como melhor diretor, pelo filme Julieta, e a produção hispano-argentina O Cidadão Ilustre ganhou o troféu de melhor filme. / COM AGÊNCIAS

CAPRICÓRNIO 22-12 a 20-1

Tome as atitudes que normalmente você temeria tomar, pois, trariam resultados radicais e exporiam suas verdadeiras intenções. Chega um momento em que se torna fundamental agir da forma mais honesta possível.

Justificativas tolas Data estelar: Vênus e Saturno em oposição, Mercúrio e Urano em trígono

E

m vez de questionar os compromissos que tua má vontade olha com desprezo, te esclarece se o cumprimento desses produzirá benefícios e facilitará tudo para as pessoas com que te relacionas, sejam elas próximas ou distantes, conhecidas ou anônimas. Se assim for, tua má vontade é uma adversária que precisas combater, pois, te induz imaginar que sejas uma alma injustiçada que tem de prestar serviço ao mundo sem receber nada em troca. Na verdade, enquanto formulas essas hipóteses tolas tentas justificar antecipadamente que esse será o comportamento que adotarás, que te tornarás mais um na legião de incautos que se convence de ter nascido apenas para pegar algo do mundo e nada dar em troca. Se essa fosse a verdade e um princípio universal, o mundo, te digo, sequer existiria.

Quadrinhos Frank & Ernest Bob Thaves

GÊMEOS 21-5 a 20-6

É desnecessário continuar ruminando contradições, pois, de certa forma sua alma já sabe o que quer e como obtê-lo. Por isso, só falta você entrar em ação e apostar suas fichas no processo mágico que é a própria vida.

ESCORPIÃO 23-10 a 21-11

AQUÁRIO 21-1 a 19-2

Mire com firmeza o objetivo ansiado e se dedique a fazer tudo que de prático estiver envolvido na eventual conquista desse. Opiniões discordantes surgirão de todos os lados, com potencial de distrair você. Atenção.

VIRGEM 23-8 a 22-9

Que se faça a vontade alheia e não a sua! À primeira vista esse cenário parecerá negativo a você, porém, se tiver presença de espírito para não reagir, perceberá que as coisas se tornam favoráveis em pouco tempo.

SAGITÁRIO 22-11 a 21-12

PEIXES 20-2 a 20-3

A despeito de nada estar do seu agrado, mesmo assim se torna necessário colocar mãos à obra e, enquanto se dedicar às tarefas, ir arrumando tudo para que o cenário se aproxime mais dos seus anseios e ideais.

Muitos questionamentos serão levantados, mas este é um momento em que não se pode esperar tempo demais para tomar alguma atitude. Por isso, deixe de lado o jogo das argumentações e tente se orientar pela intuição.

Nesta parte do caminho as circunstâncias se tornaram maiores do que sua capacidade de dominá-las e, por isso, quanto menos força você fizer para mudar qualquer coisa que o valha, mais fácil será andar por aqui.

Cruzadas & Sudoku

Na web:

JOGUE AS CRUZADAS

JOGUE O SUDOKU

http://estadao.com.br/e/cruzadas

http://estadao.com.br/e/sudoku

www.coquetel.com.br Distúrbio de alterações do humor (Psiq.) Que anula (contrato)

© Revistas COQUETEL

Conceito Carro econômico da Inglaterra subjacente à doutrina Emprestar racial nazista

Local para Ministro da Educareparo de ção do Governo navios Dilma (2014) Romance machadiano

Sintonizador de rádios antigos

Cada item arrolado no inventário

Não imitativas; verdadeiras Nuno Gama, estilista português

Minduim Charles M. Schulz

Pedra do anel do pedagogo

Apetrecho do aprendiz de natação

B O

I

A

Liame; atilho Interjeição gaúcha

Medida do microondas (símbolo) Escolhe por meio de sufrágio

Coche de duas rodas

Pac-(?), clássico dos videogames

Significado do “A” de RAF

Estado do monte Caburaí (sigla) Campos de futebol (bras.) Árvore nacional da Finlândia

Roll-(?), técnica de depilação

Cidadeestado da Caldeia (Ant.)

Entidade folclórica Perito (fig.) Paz (?): período que antecedeu à 1ª Guerra Mundial Esforço fora do comum

O melhor de Calvin Bill Watterson Praça (abrev.) Vida, em inglês

Grão-(?), o braço direito do sultão

BANCO

A vitamina da defesa imunológica Parte central de uma planta (Bot.) Sigla do Furacão do Paraná (fut.)

Reunião noturna com fins literários

A maior “inimiga” da chapinha Charlie, no alfabeto fonético

Examinei (o texto) 0,001 kg (símbolo)

Estanca o sangue Triste, em inglês

2/on. 3/air — man — sad. 4/lida — life — mini — sege.

Recruta Zero Mort Walker

Alta (?): tensão de cercas elétricas Cipó (Bot.) Ary Fontoura, ator Processo industrial de caráter ecológico

Peça de viadutos Prefixo: contra

8

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5 6 8 1 7 4 3 9 2

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Bem pensado

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1

7 6 3

3 2 5 7 6 1 8 4 9

Turma da Mônica Mauricio de Sousa

2

5 1 6

6 1 4 9 5 8 7 2 3

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8 9 3

T R A N S T B O G R

SOLUÇÕES

J O R I O I C A S L I E B A H L E G E M A N S R R S A C I I Q A R A U R E CA P M A G U A D L I A G E M

Nível Fácil

5 2 9

“Nunca tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida” Freud


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

Caderno 2 C5

Cinema Estreia CALIFORNIA FILMES

]

CRÍTICA: Luiz Zanin Oricchio JJJJJ BOM

Filme faz graça com inversão de papéis e conflito de gerações

P

Noémie Saglio e a crise do mercado de trabalho Diretora de ‘Tal Mãe, Tal Filha’ fala sobre o estigma muito real de só fazer filmes de ‘mulherzinhas’ Luiz Carlos Merten

Noémie Saglio e Camille Cottin são naturalmente engraçadas, quando juntas. As duas estiveram no Brasil, em junho, integrando a delegação francesa no Festival Varilux. Fizeram trapalhadas dignas de... Quem?... no palco do Odeon, no Rio, ao apresentar Tal Mãe, Tal Filha. Humor verbal, gestual. Noémie escreve e dirige, Camille interpreta. “Ela escreve para mim”, contou Camille. E Noémie – “Camille sou eu diante da câmera. Temos um entendimento que independe das palavras. Às vezes, sinto que a cena não está rendendo e peço a Camille para improvisar. Ela me surpreende fazendo sempre justamente o que não estou conseguindo verbalizar.” Há dois anos, outro filme de Noémie Saglio trouxe o ator

Pio Marmaï a outro Festival Varilux. Beijei Uma Garota. A cura gay! Pio, casado com homem, acorda na cama com uma garota. Sua vida sofre um revertério e, a despeito dos pais – que preferem o ‘marido’, e do próprio companheiro –, ele vai adiante com a ligação hétero. Tal Mãe, Tal Filha é agora sobre mãe e filha que engravidam ao mesmo tempo. Camille e Juliette Binoche. Noémie conta, ou melhor, reclama. “Você deve estar acostumado a ouvir mulheres reclamando do mercado de trabalho.” Com certeza. As atrizes queixam-se da ausência de bons papéis para mulheres maduras e da diferença salarial – atores, em geral, ganham mais. E Noémie – “Eu não apenas ganho menos como existem colegas que nem me consideram diretora. Eu e

minhas comediazinhas. Não me levam a sério. Gostaria de dirigir um filme de carro, de porrada, mas na França isso é impraticável. Sou uma ‘diretora’, entre aspas, de mulherzinhas.” Noémie queria fazer um filme sobre diferenças geracionais e inversão de papéis. Que melhor história que mãe e filha grávidas? “Não temos muita diferença de idade, Camille e eu, então, pertencemos à mesma geração. Somos filhas das mulheres libertárias que viveram a revolução dos anos 1960. Sexo, drogas e rock’n’roll. Nós, pelo contrário, somos filhas da hecatombe. Crescemos ouvindo que o mundo ia piorar, não teria solução, que a competitividade seria imensa no mercado e as mulheres, discriminadas. Bem, aconteceu, não?”

Tal Mãe, Tal Filha nasceu para refletir esse estado do mundo. A inversão de papéis – mamãe, que sempre foi hippie, não mudou nada com a idade. Continua meio inconsequente, ao contrário da filha, que leva adiante a gravidez das duas. É uma história autobiográfica? – “Ah, não”, diz a diretora. “É pessoal porque sempre me aproprio do que sinto e observo nos outros e em mim mesma, mas Juliette (Binoche) não é calcada em minha mãe. O pai, eu até diria que tem alguns elementos do meu.” Camille Cottin fala de sua personagem – “Gosto de fazer humor por causa disso. As mulheres de minha geração são muito estressadas. Essa coisa de competir para se afirmar no universo masculino esgota qualquer uma. Ao fazer humor, podemos brincar com tudo isso. Criticar desde dentro. É muito libertador.” E Juliette Binoche, como entrou no projeto? “Simples, precisava de uma mulher madura que fosse sexy. Imediatamente, pensamos, Camille eu, em Juliette. Liguei para sua agente, para ver se lhe interessaria fazer uma comédia? Ela justamente disse que Juliette andava reclamando que só lhe ofereciam personagens de dramas. E aí aconteceu de ela fazer duas comédias – meu filme e o de Bruno Dumont, Ma Loute/Mistério na Costa Chanel. Juliette é ótima, divertida, a antiestrela. Mas na França fui criticada pela pouca diferença de idade entre as personagens. Sinto por quem não gostou. Estou muito feliz com minhas atrizes.”

Filmes na TV

Controle na mão UNITED ARTISTS

DVD A JOVEM RAINHA Suécia, 2015. Dir. de Aki Kaurismaki. Mares. R$ 39,90

‘Christine’

Luiz Carlos Merten

Arcade Fire: Live

Ágil no Gatilho

BIS/21h

TOP GUN. (BRASIL, 1955.) DIR. DE RAY NAZARRO, COM STERLING HAYDEN, WILLIAM BISHOP, KARIN BOOTH.

CANAL BRASIL, 2H35. REPRIS, COL., 86 MIN.

Streaming TERROR

Ray quem? Nazarro, o rei dos faroestes de pequeno orçamento

Tem gente que não tem a menor noção de um diretor como Ray Nazarro, mas ele foi, talvez, o rei dos westerns B de Hollywood. Esse é exemplar. Sterling Hayden volta à pequena cidade para enterrar a mãe e desconfia do homem que domina o lugar. William Bishop instalou o reinado do terror e, para complicar, é casado com a mulher que Hayden amava. Repare na data, 1955. O macarthismo ainda era recente e o western de Nazarro é daqueles que, como Johnny Guitar, também com Hayden, dão conta da América profunda que, com sua isenção, permitiu aquele avanço da direita num dos mais sinistros ataques da história à democracia norte-americana. Como western, o filme é econômico, direto, muito bem feito. E tem o título, Top Gun, o gatilho mais ágil. Exatamente 30 anos depois, Tom Cruise estrelou seu filme de mesmo nome, mas aí era uma história de pilotos, nos ares.

Avril e Mado. Camille Cottin e Juliette Binoche

roduções francesas “de arte” têm chegado com boa frequência ao Brasil. Chegam também as comédias. Algumas “viajam” melhor que outras. Caso clássico é o de Os Visitantes (Les Visiteurs) que, nos anos 1990, foi o maior sucesso dos cinemas franceses e, lançada no Brasil, não fez bilheteria sequer para pagar os cartazes de publicidade. Tal Mãe, Tal Filha pode ter melhor destino. Afinal, o tema é mais universalizável. Como o título indica, fala do relacionamento entre gerações e como ele se dá de maneira às vezes muito complicada. Além disso, Tal Mãe, Tal Filha tem como protagonista Juliette Binoche, uma grife. Ela faz Mado, uma daquelas mães modernésimas e um tanto aluadas, que ficaram com a cabeça sintonizada em valores meio hippies para desespero dos filhos, que, nesses casos, costumam ser bem mais caretas. É o que acontece com Avril (Camille Cottin), filha de Mado, uma mulher de seus 30 anos, superestressada, com carreira profissional e vida pessoal estáveis. Elas moram juntas desde que Mado se separou do marido e pai de Avril, Marc (Lambert Wilson). A mãe é sustentada pela filha, pois não tem como se manter. A mãe é moderna como uma adolescente, a filha é conservadora como uma senhora de idade. Como se vê, a comédia de Noémie Saglio trabalha com essa inversão de estereótipos, que pretende ser inesperada e, portanto, engraçada. E, de fato, essa lógica dos papéis trocados produz sacadas interessantes. Passado o primeiro efeito de surpresa, o filme se torna previsível. Mas, dentro do que tem de rotineiro, para além dos dotes cômicos de Binoche e do resto do elenco, há algumas questões que passam pela história e não podem deixar de ser citadas. Entre elas a sexualidade, a maternidade, o aborto, etc. Temas que, apesar da evolução da sociedade, ainda provocam controvérsia. Por exemplo, é sabido que apesar da maior tolerância com assuntos sexuais, existem ainda vários tabus. Entre eles, o do sexo em pessoas de mais idade. Ora, na história, Mado está longe de ser uma pessoa de terceira idade. Mas, para a filha, já deveria estar acomodada há muito tempo. A coisa piora ainda mais quando se trata de uma gravidez tardia e a maneira e circunstâncias em que ela se deu. Em termos da dramaturgia, o filme não deixa de expor incoerências e contradições que existem em torno desses assuntos. Para além da eventual graça da história, esses temas (ainda) polêmicos são tratados de maneira moderna e progressista pela diretora. Ninguém espere grandes exercícios estéticos nesse tipo de produto. Foram feitos para divertir e, portanto, mantêm-se no âmbito do rotineiro. Tal Mãe, Tal Filha tem bom ritmo e, isso sim, é vital para o gênero. Acompanha-se bem toda a história e, mesmo quando percebemos que não estamos diante de algo muito original, continuamos presos. Seja pelo talento do elenco (Binoche, mais uma vez), seja porque, dentro de suas limitações, o roteiro é competente.

Adaptado de um livro de Stephen King, Christine conta a história de uma estudante que restaura um carro que se transforma em uma máquina mortífera. ‘PGM: Dallas’ Lifetime/22h

Sterling Hayden. Ás do gatilho num western de subtexto político VEJA TAMBÉM

Louco por Cinema

Trindade Violenta

(BRASIL, 1994.) DIR. DE ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA, COM NUNO LEAL MAIA, EDUARDO CONDE, ROBERTO BONFIM, JAIRO MATTOS.

THREE VIOLENT PEOPLE. (EUA, 1956.) DIR. DE RUDOLPH MATE, COM CHARLTON HESTON, ANNE BAXTER, TOM TRYON.

A mais bela metáfora sobre a loucura que é fazer cinema no País. Nuno Leal Maia ocupa instituto psiquiátrico e faz pacientes reféns para poder concluir filme inacabado.

Após a Guerra Civil, Heston tem de lidar com a mulher, ex-prostituta, e o irmão que o culpa por haver perdido o braço. Western competente, senão memorável. O elenco ajuda.

C. BRASIL, 13H30. REPR., COLORIDO, 100 MIN.

TEL. CULT, 22 H. REPR., COLORIDO, 100 MIN.

‘Snowfall’ (Estreia) Fox P.2/22h

NETFLIX, 1983, 110 MIN.

SUSPENSE

‘Na Próxima, Acerto o Coração’ Na França, um serial killer que mata apenas mulheres está amedrontando a população. O que ninguém sabe, no entanto, é que ele é um policial encarregado de investigar os crimes que ele mesmo cometeu. TELECINE PLAY, 2014, 108 MIN.

AÇÃO

‘Continuação’ (Doc) Curta!/22h45

‘Velocidade Máxima’ Keanu Reeves e Sandra Bullock tentam controlar um ônibus que precisa manter velocidade para bomba não explodir. ITUNES, 1994, 116 MIN.

Matheus Mans

O cinema contou muitas vezes a história de Cristina, da Suécia. Criada como homem, a rainha enfrentou resistência a seu projeto de modernizar o país e ao fato de ter amante mulher. Mika Kaurismaki é o diretor e no elenco estão Malin Buska, Sarah Gadon, Michael Nyqvist.

Crianças AVENTURA

Os Goonies Quatro garotos unem-se para buscar tesouro de pirata. O elenco juvenil (Sean Astin, Josh Brolin), o diretor Richard Donner, a trilha, tudo serve à história (de Steven Spielberg). HBO FAMILY, 20 H. COLORIDO, 115 MIN.

Na web. Acompanhe a cobertura cultural do ‘Caderno 2’ na internet estadao.com.br/cultura


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O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017

LÚCIA GUIMARÃES

E-MAIL: LUCIA.GUIMARAES@ESTADAO.COM LÚCIA GUIMARÃES ESCREVE ÀS SEGUNDAS-FEIRAS

Glossário de 2017

J

á se vão três anos desde que esta coluna prestou o último serviço semântico para o leitor manter as palavras certas na ponta da língua. A era Obama nos deu um presidenteescritor. Hoje vivemos sob o Anderson Silva do vernáculo. Não sobra substantivo, advérbio, artigo ou conjunção de pé quando o executivochefe entra no ringue. Perdão – a palavra está há dias nas manchetes e nos tuítes do homem cuja caneta tem o poder irrestrito de assinar perdões presidenciais. Esse tipo de perdão não é o que eu dispensava quando flagrava minha adolescente chegan-

do em casa três horas depois do toque de recolher materno. Está previsto na Constituição e se aplica a casos especiais, em que o presidente age como juiz, interferindo em favor de alguém acusado de crime. Mas estamos em território desconhecido. O perdão sugerido envolveria gente como o primeiro filho, o primeiro genro, o general Michael Flynn, defenestrado como assessor de segurança nacional, e até o homem segurando a caneta. Isso mesmo, o presidente se declarou capaz de perdoar a si mesmo. É algo que a Constituição não previu, não proibiu, mas nunca aconteceu. E por que esse festival de leniência sem acusação? Porque a investiga-

ção especial do conselheiro Robert Mueller sobre a interferência russa na eleição está puxando outro fio da meada, o da trilha de dinheiro, esta mais fácil de provocar alarme entre os visados do que a tarefa de provar colusão com a Rússia para prejudicar a campanha democrata. Nepotismo – Não existe mais. Assim como o dinossauro T-Rex não pode ser encontrado no zoológico de Washington, o nepotismo foi considerado extinto quando o presidente eleito empregou a primeira filha, o primeiro genro,

A Casa Branca tem facções que recorrem ao vazamento para atrair atenção do patrão despachou o primogênito para confabular com o serviço secreto russo e só marca compromissos em propriedades que levam seu nome e são administradas por seus dois Lulinhas (inserir o emoji de piscadela aqui). Drenar o pântano – A expressão, que

alude ao terreno onde a capital foi construída, era um dos slogans da campanha. Assim como herança maldita, cunhada pelo meliante João Santana, não quer dizer nada. Drenar o pântano seria secar a capital das influências de plutocratas, especialmente de Wall Street, que pagava por palestras da Hillary. Seria mas não é, já que nada menos de sete assessores vindos de Wall Street estão firmemente instalados no círculo íntimo do presidente defendendo primeiro, é claro, o seu pirão. Hillary Clinton – Esqueçam a candidata, senadora e ex-secretária de Estado. A nêmese indestrutível ocupa um latifúndio no consciente do homem que a derrotou no Colégio Eleitoral, mas teve menos 3 milhões de votos populares. Todo dia, Hillary dá a volta ao mundo nos tuítes presidenciais que a descrevem como responsável por tudo de que o tuiteiro chefe é acusado (googlar também “projeção” e “Freud”). Ganhando – substitui “perdendo”, como em não conseguir aprovar uma só legislação em seis meses de governo, ape-

sar de o mesmo partido controlar o Legislativo e o Executivo Distração – Quando membros do gabinete e assessores especiais não conseguem se lembrar de encontros com espiões russos ou do detalhe irrelevante, no caso do primeiro genro, que deve US$ 1 bilhão a diversos credores quiçá interessados em obter vantagens do governo federal. Vazamento – Não há bombeiro que dê conta de tapar os canos da Casa Branca. O vazamento de informações, uma tradição do relacionamento da imprensa com o poder, virou uma forma de comunicação, não com 300 milhões, mas com um só americano, o que se senta no Salão Oval, tuitando e assistindo aos vazamentos pela TV. Mais dividida do que a antiga Iugoslávia, essa Casa Branca tem facções que recorrem ao vazamento para atrair atenção do patrão. Que os céus nos acudam – Mesmo significado, urgência multiplicada exponencialmente.

Música MIRNA MODOLO

Ute Lemper retorna com sua versatilidade ENTREVISTA UTE LEMPER CANTORA ALEMÃ

Ubiratan Brasil

Versatilidade é a marca da cantora alemã Ute Lemper – de clássicos como Kurt Weil a contemporâneos como Nick Cave, ela navega com uma voz cristalina e uma presença marcante. É o que poderá conferir o público que for ao festival Vermelhos, que começa dia 3 de agosto, em Ilhabela. Ute falou sobre sua carreira ao Estado. l Por que essa identificação tão forte com a obra de Kurt Weil?

As músicas de Kurt Weil constituem meu repertório de raiz. Minha formação original como

artista. Foi durante a Guerra Fria, início dos anos 1980 em Berlim, que eu, pela primeira vez, me defini como uma jovem alemã do pós-guerra e uma artista com o desejo histórico e político de enfrentar o passado e o presente na Alemanha. Havia muita coisa com a qual minha geração se defrontava e foi através da música e das letras de Brecht e de Weil que encontrei meu caminho. Músicas expressionistas, sentimentais e também jocosas inusitadas no teatro e na música alemã. l A música de Weil é com fre-

quência descrita como de cabaré e você é rotulada como uma cantora de cabaré.

Rótulos não são interessantes uma vez que variam de país para país. Somente nos EUA, eles me qualificam como cantora de cabaré. Mas não importa. Na ver-

acesse sescsp.org.br

NAS FÉRIAS...

l Liza Minnelli foi marcante no

filme Cabaret, mas você fez algo diferente. O que pode dizer sobre as músicas de Kander/Ebb?

dade, minhas músicas, composições e repertório foram criados a partir da experiência de muitas culturas. Fugi de todas essas categorias à medida que minha jornada me conduziu a muitos gêneros de teatro e música.

Cabaret foi há muito tempo. Em 1987, em Paris. E, no caso de Kander e Ebb, é Chicago, em 1997, em Londres e em Nova York, na Broadway. Ambos são musicais fantásticos. Adorei o estilo de Bob Fosse em Chicago. É um musical com o estilo poderoso e sexy de Cabaré, que refletia a personalidade poderosa, emancipada e andrógina da república de Weimar, na Alemanha.

l Seu repertório inclui músicas de protestos e de Kander, Ebb e Sondheim e também compositores contemporâneos como Nick Cave, Tom Waits e Elvis Costello. Como pode ser tão versátil?

Não apresento tudo isso ao mesmo tempo. Você está falando de 35 anos de carreira e aventuras. Tudo teve seu tempo, mas tudo ainda vive em mim hoje e ainda me lanço a essas diferentes aventuras. O mais importante é que todas essas experiências fazem parte de mim. Eu as incorporo no meu mundo, meus gostos, minha vida e estilo. Dou vida a

siga sescsp

Atividades recreativas, passeios, espetáculos e brincadeiras para todos. Em todas as unidades

l Em seu repertório, há Neruda,

tango e a obra de Paulo Coelho. De onde vieram tais descobertas?

Ute. De Kurt Weil a Piazzolla

ingressos online a partir de terça, 15h30 ingressos bilheterias a partir de quarta, 17h30

São projetos que me são caros. Surgem com a vida e as coincidências, colaborações e se tornam realidade graças à minha fé e total dedicação. São os grandes momentos na vida em que você se envolve com alguma coisa e faz com que ela se torne real, não importam os obstáculos porque não se trata

de um produto comercial. l A propósito, como o público reage a essa mistura de Jacques Brel, Weil e Piazzolla?

É uma poesia compatível, plena de poesia existencialista das cidades grandes cruéis e famintas, em que as pessoas buscam sentido e prazer em meio à dependência e ao abandono. l Você buscou deliberadamente assumir esse papel de mediadora entre os mundos?

Sou uma cidadã do mundo e sou parte das muitas culturas que carrego dentro de mim como artista e como pessoa, mas também me afasto de tudo isso e fico no meu próprio universo, onde observo as características do mundo exterior. Apenas coloco minha vida como mulher nesse mundo atual e minha musicalidade nas histórias, que são universais, não dependem necessariamente de uma identidade nacional, são histórias de vida, perda, solidão, amor e corações feridos em um mundo complicado e cruel com alguns momentos de transparência. É uma história universal.

prefira o transporte público sescsp.org.br/transportepublico

DANÇA

MÚSICA

Muá: Servidão Humana

Instrumental Sesc Brasil

Concepção e direção: Daniel Barra. Pinheiros Dias 25 e 26. Ter. e qua., 20h30.

CINEMA

elas na minha versão. Na verdade, esses diferentes tipos de música se fundem com meu temperamento.

sesctv.org.br/aovivo oiTV canal 128

EXPOSIÇÕES EM CARTAZ

Fabio Gouvea Quinteto Lançamento do álbum Método do Acaso. Consolação Dia 24. Seg., 19h.

TEATRO Movimento Violão

Paulo Inda Violonista apresenta repertório de 5 séculos. Bom Retiro Dia 26. Qua., 21h.

NU (Naked Universe) e Érica Música eletrônica experimental. Pinheiros Dia 26. Qua., 20h30.

PAQUIDERME

FÉRIAS FORA DO SOFÁ (EM CIMA DA PISCINA) A Invenção de Hugo Cabret

Jamaica Abaixo de Zero

Direção: Martin Scorsese (EUA, 2011) Belenzinho Dia 25. Ter., 19h30.

Direção: Jon Turteltaub (EUA, 1993) Belenzinho Dia 26. Qua., 19h30.

Happy Feet

A Era do Gelo

Direção: George Miller e Judy Morris (EUA, 2006) Belenzinho Dia 27. Qui., 19h30.

Direção: Chris Wedge e Carlos Saldanha (EUA, 2002) Belenzinho Dia 28. Sex., 19h30.

MÚSICA

TEATRO

Centro de Música

Pop!

América Latina: Ritmos e Influências Workshop com Yamandu Costa. Dia 27. Qui., 19h30. Consolação

O espetáculo reinventa o movimento Pop Art dentro do univero infantil. Com a Cia. Noz. Dia 26. Qua., 14h. Carmo

Direção: Johana Albuquerque. Com Daniel Alvim. Consolação Dia 24. Seg., 20h.

Duo de cantoras misturam neo-soul, hip-hop e música espiritual. Pompeia Dias 27 e 28. Qui. e sex., 21h30.

Ocupação visual com produções de quadrinhos de artistas brasileiros e internacionais. Coordenação e editoria: Laerte, Angeli e Rafael Coutinho. Ter. a dom. Ipiranga

Exposição sobre o processo de criação de autores de livros ilustrados. Curadoria: Fernando Vilela, Odilon Moraes e Stela Barbieri. Ter. a dom. Santo André

HOSPEDEIRA Direção: Georgette Fadel. Com Johana Albuquerque. Dia 25. Ter., 20h. Consolação

JOÃO BOSCO Repertório do show 4 Discos por João. Santo Amaro Dia 27. Qui., 21h.

ESPORTE E ATIVIDADES FÍSICAS

CINEMA

12ª edição do Festival com participação de filmes de 17 países e exibição de quase 100 títulos. Programação completa em sescsp.org.br/cinesesc De 27/7 a 2/8. Cinesesc

3

De|Generadas : Feminismos em Pauta

Feminismo na Internet Palestra com Nátaly Neri. Dia 27. Qui., 19h30. Santana

Armazém do Brasil: Memórias do Comércio – Zona Cerealista A exposição conta a história do Brás e da Zona Cerealista, por meio das memórias dos imigrantes e da urbanização e desenvolvimento econômico da cidade. Realizada em parceria com o Museu da Pessoa. Qua. a dom. Parque D. Pedro II

A Renovação do Basquete Brasileiro: Como está a Formação de Nossos Atletas? Bate-papo com Eduardo Agra, Cesar Guidetti e Fábio Antonio. Dia 25. Ter., 20h. Consolação

SESCTV AÇÕES PARA CIDADANIA

Qua. a dom., 9h às 17h

BAIACU

Linhas de História: O Livro Ilustrado em 7 Autores

Festival de Cinema Latino Americano

PARQUES

Oshun (EUA)

Imani Winds (EUA) Concerto do quinteto de sopros norte-americano gravado durante o Festival SESC de Música de Câmara. Direção geral: Daniela Cucchiarelli. Dia 26. Qua., 22h.

GAÚCHOS E GAUCHOS – BRASIL, ARGENTINA E URUGUAI Exposição sobre a tradição e a cultura gaúcha e suas dimensões registradas no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina por meio de diferentes linguagens artísticas como música, teatro, literatura e artes visuais. Qua. a dom. Interlagos


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