O desenho da quadra: proposta de intervenção no centro de são paulo

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O DESENHO DA QUADRA

proposta de intervenção no centro de São Paulo



O DESENHO DA QUADRA proposta de intervenção no centro de São Paulo


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de S達o Paulo Junho de 2014


Trabalho Final de Graduação

O DESENHO DA QUADRA proposta de intervenção no centro de São Paulo

Camila Guerreiro Reis Orientador: Prof. Dr. Fábio Mariz Gonçalvez


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao professor e também amigo Fábio Mariz, por todas as conversas, orientações, ajudas, incentivos que guiaram não só o TFG, mas todo o percurso pela FAU. Agradeço também aos membros da banca, a professora Alejandra Devecchi, que me recebeu de portas abertas em sua casa, pelas opiniões e sugestões que inspiraram muitas escolhas neste trabalho e o professor Antônio Carlos Barossi, sempre disposto a discutir e opinar sobre o projeto. Aos meus pais, por toda a dedicação e apoio que deram às minhas escolhas, mesmo, às vezes, não entendo o que eu faço ou falo. Ao Eduardo (Bolinha), pelo apoio, carinho, paciência e dedicação, principalmente, durante os meses TFG, mas também por todos estes anos juntos. Aos HFs, JPGs e ARQBRs, por todo o apoio e ajuda durante este ano. Agradeço a todos os amigos que viveram comigo nesses anos de FAU, em especial à Adriana, Alex, Flávia, Júlia e Nuno, pelo incentivo, apoio e ajuda nesse último ano. E à Aline e Luiza que compartilham mais que as angústias de TFG. Obrigada.

Vista Geral do Centro de São Paulo Fonte: Fábio Mariz Gonçalves, 26/02/2012



SUMÁRIO


1. Introdução

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2. Os distritos Sé e República

13

2.1 Deterioração e esvaziamento do Centro de São Paulo 2.2 Localização e deslocamento 2.3 Legislação atual e uso e ocupação do solo 2.4 Caracterização por atividades desenvolvidas

14 17 23 29

3. Adensamento da área central

41

3.1 Proposta de adensamento dos distritos Sé e República 3.2 Proposta de novos equipamentos

42 48

4. Diretrizes gerais para a reocupação do centro

55

5. A escolha da quadra

61

5.1 Motivações para a escolha da quadra 5.2 Edifícios abandonados

62 76

6. O Desenho da quadra

89

6.1 Remoções 6.2 Ocupação da quadra 6.3 Programa 6.4 Projeto 6.5 Térreo 6.6 Cota 750,20 6.7 Cota 787,40

90 104 106 112 114 140 146

7. Considerações finais

161

8. Bibliografia

164



1. INTRODUÇÃO

Vista do Centro de São Paulo da cobertura do Edifício Itália Fonte: Acervo do autor, 29/01/2014


O centro de São Paulo, apesar de conter atividades econômicas relevantes e grande disponibilidade de infraestrutura, sofreu significativo esvaziamento. Sua imagem hoje difundida é a de um espaço degradado, mal cuidado e poluído, com numerosos edifícios abandonados, outros invadidos e um espaço público transformado em um imenso Shopping Center popular a céu aberto com milhares de pessoas que passam diariamente, fazendo seu caminho para o trabalho ou simplesmente transitando entre os terminais de transporte existentes na região. Sua ocupação residencial entrou em crise após a década de 1960, quando as intervenções municipais e estaduais na ampliação do sistema viário da cidade assumiram novo patamar. As novas obras, muitas em desnível, passaram a tratar a região central como mero nó de articulação e passagem. Hoje, os investimentos do poder municipal na melhoria urbana da região central se resumem a programas de zeladoria urbana, à reforma de algumas praças e prédios históricos, à abertura de calçadões, intervenções em edificações públicas, como a reforma do Teatro Municipal, Pinacoteca do Estado, Estação Júlio Prestes, Parque e Estação da Luz, Catedral da Sé, Praça do Patriarca e Centro Cultural Banco do Brasil criando pontos de alta qualidade, mas com poucos desdobramentos sobre o tecido circundante. “A diversidade é natural às grandes cidades”01. O centro de São Paulo, apesar de suas múltiplas funções e atividades, apresenta baixa densidade populacional (107 hab/ha no distrito da Sé e 228 hab/ha no distrito da República) o que faz com que seu tempo de uso e permanência se limite aos dias de semana e aos horários comerciais. Requalificar por meio do projeto de estruturas habitacionais os espaços vazios e subutilizados na Área Central de São Paulo é o objetivo deste trabalho. Considerando que a infraestrutura urbana é um dos itens mais expressivos na realização do custo final da produção habitacional, é importante sublinhar que a localização de empreendimentos desta natureza em áreas centrais acaba por reduzir seu custo final. A rede de infraestrutura urbana existente na área central justifica a intervenção e sugere um incremento da densidade habitacional na área. O projeto buscou restabelecer a leitura do bloco da quadra como um conjunto único, entendendo que a requalificação do centro de São Paulo não deve ser feita de forma isolada, lote a lote ou edifício por edifício.

Vista Rua Conselheiro Crispiniano, centro de São Paulo Fonte: Maria Luiza Itokazu, 05/04/2014

01. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo, Martins Fontes,2000, p.157. 10




2. OS DISTRITOS SÉ E REPÚBLICA

“Do ponto de vista funcional impõem-se uma condição paradoxal às áreas abrangidas pela subprefeitura da Sé e parte da Mooca: ser simultaneamente uma centralidade, relativamente às zonas norte e leste metropolitanas, e uma periferia, relativamente ao bairro de alto padrão do quadrante sudoeste. Essa condição de centralidade periférica no contexto metropolitano define muitas das dinâmicas predominantes na subprefeitura da Sé. Vale dizer que essa condição é fruto de um processo histórico de concentração dos investimentos públicos, especialmente na estruturação do sistema viário, e de concentração jurídica da legislação urbanística de controle do uso e da ocupação do solo urbano”.

Vista da Catedral da Sé Fonte: Fábio Mariz Gonçalves, 26/02/2012

NAKANO, Kazuo; CAMPOS, Cândido Malta; ROLNIK, Raquel. Dinâmicas dos subespaços da área central de São Paulo. In Caminhos para o centro. Estratégias de desenvolvimento para a região central de São Paulo. São Paulo, 2004, p 126-127.


2.1 Deterioração e esvaziamento do Centro de São Paulo

Quando se discute sobre a cidade de São Paulo e o seu processo de crescimento urbano no último século, pode-se destacar duas problemáticas que a caracterizam: o abandono das áreas centrais e o crescimento fragmentado e disperso da cidade. A partir da década de 1980 os bairros centrais perderam população. Os distritos da Sé e República que contavam com 93.964 moradores em 1980, apresentavam somente 67.565 nos anos 2000. Este processo só começou a ser revertido na última década, quando o Censo de 2010 registrou um crescimento populacional de 19% na região, ou seja, os distritos da Sé e República possuem atualmente 80.632 moradores. Número ainda muito inferior se comparado com a década de 1980. Em contraponto, sua periferia cresce extensivamente. Essa dinâmica instalou-se em São Paulo de forma intensa e criou um novo paradoxo urbano: áreas plenamente equipadas de infraestrutura e transporte de massa encontram-se em processo de esvaziamento populacional enquanto são abertos, indiscriminadamente, novos e distantes setores de expansão urbana. Tal situação resultou na subutilização dos recursos disponíveis nas áreas centrais, como infraestrutura, sistema de transporte e estoque imobiliário; no adensamento populacional de baixa renda em áreas não servidas de infraestrutura e distantes dos locais de trabalho e na concentração de atividades econômicas em áreas de especulação imobiliária. A sucessão de intervenções viárias ocorridas n século XX, após balizar a própria construção da centralidade no núcleo histórico e em seguida apoiar a ampliação do centro novo, tornou-se um fator determinante para a sua crise. 14


01. NAKANO, Kazuo; CAMPOS, Cândido Malta; ROLNIK, Raquel. Dinâmicas dos subespaços da área central de São Paulo. In Caminhos para o centro. Estratégias de desenvolvimento para a região central de São Paulo. São Paulo, 2004. p 129-130. 02. MEYER, Regina. A construção da metrópole e a erosão de seu centro. In revista urbs. São Paulo, Associação Viva o Centro, n. 14, ano II, set/out. 1999. p 31. 03. NAKANO, Kazuo; CAMPOS, Cândido Malta; ROLNIK, Raquel. Dinâmicas dos subespaços da área central de São Paulo. In Caminhos para o centro. Estratégias de desenvolvimento para a região central de São Paulo. São Paulo, 2004. p 138.

“As políticas de intervenção implantadas durante a República Velha favoreceram a concentração de atividades terciárias de prestígio no centro histórico. Após 1930, com a afirmação do sistema viário rádio perimetral do Plano de Avenidas, uma primeira leva de grandes obras viárias permitiu a abertura do tecido urbano à circulação do automóvel, por meio das avenidas radiais e do perímetro de irradiação, expandindo o núcleo original com ênfase na região do Centro Novo” 01. Contudo, a partir de 1965 as intervenções no sistema viário assumiram novas escalas. Ambiciosas obras viárias com objetivo de criar grandes estruturas de vias arteriais e expressas, buscando significativas melhorias da acessibilidade para o automóvel, trataram o centro da cidade como um grande nó de articulação e passagem dessa grande estrutura. “A conjugação do início das obras do trecho da via expressa leste-oeste sobre a Avenida São João, o Elevado Costa e Silva, com a inauguração da nova Praça Roosevelt, marcam o primeiro grande ataque aos espaços públicos do centro, tendo como premissa, ou justificativa, as graves questões de circulação viária”02. Com a inauguração das linhas do metrô, começando pela norte-sul (entre 1974-1978) e pela leste-oeste (entre 1979 e 1988), que se cruzam na Sé, a área central, que já concentrava os pontos finais das linhas radiais dos ônibus, passou a ser um grande terminal modal, em que parte do fluxo de pessoas que transitam hoje por suas ruas percorrem o eixo centro velho-centro novo, do Terminal Dom Pedro II á República. Isso contribuiu para a alteração do perfil do usuário do centro, que se tornou ponto de comércio e serviço de caráter popular com forte presença de camelôs. “A macro e micro organização do sistema de transporte coletivo condiciona os fluxos de pedestres no cetro histórico e induz à ocupação da economia informal nos espaços públicos. Isso por sua vez, acentua a fuga das camadas dominantes e a desvalorização imobiliária, realimentando o processo”03. Por outro lado, os investimentos do poder municipal na melhoria urbana da região central tem se resumido a programas de zeladoria urbana, à reforma de algumas praças e prédios históricos, à abertura de calçadões, criando pontos de alta qualidade, mas com pouco desdobramento sobre o tecido circundante. Apesar de todo seu processo de deterioração, a área central apresenta grande oferta de trabalho, comércio e serviços para a 15


população. Ou seja, seu esvaziamento foi em relação ao número de moradores. As mudanças ocorridas, ocasionadas majoritariamente pelas obras viárias, causaram a fuga da classe média e alta para outras regiões da cidade de São Paulo, principalmente, para o setor sudoeste da cidade. A diminuição do valor dos aluguéis possibilitou o acesso da região central pela classe mais baixa. Porém, esse acesso poderia ser muito maior caso existissem políticas públicas mais incisivas que incentivassem a reocupação da região central. O centro de São Paulo, hoje, é um local que apresenta elevado número de imóveis abandonados e um número ainda maior de lotes urbanos subutilizados com um cenário que varia ao longo do dia: de extremamente ocupado e movimentado durante o horário comercial à vazio no período da noite e nos fins de semana.

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2.2 Localização e deslocamento

“A ausência de uma política global de desenvolvimento urbano para a metrópole paulistana transformou as obras públicas viárias na principal solução para os problemas da urbanização e modernização do território”01 Nos anos 1950 e 1960 quando a concepção rodoviarista ganhou força no urbanismo paulistano e as vias expressas invadiram a cidade de São Paulo. A incorporação dos elementos urbanos exigidos pelo processo de metropolização incidiu de forma direta sobre a região central de São Paulo. No mapa onde se destaca a principais vias expressas da cidade de São Paulo pode-se observar que a região central, não passa de uma rotatória, que estabelece as principais conexões entre a Região Metropolitana de São Paulo e a cidade de São Paulo. Em relação à rede de transporte pública, a área central como um todo á altamente servida. A rede de metrô e a rede da CPTM sobrepõem-se, oferecendo excelente mobilidade para os moradores da área. Além disso, na região, estão localizados três dos principais terminais de ônibus da cidade o que faz com que a região concentre praticamente todos os fluxos gerados por este modal.

01. MEYER, Regina; GROSTEIN, Marta Dora; BIDERMAN, Ciro. São Paulo Metrópole. São Paulo: EDUSP, 2004, p 84. 17


[MAPA 01] A região central na escala Metropolitana

Vias Expressas.

sem escala

Parque D. Pedro II: Planos e Projetos/ Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, São Paulo Urbanismo; FAUUSPFUPAM, Laboratório de Urbanismo (LUME), UNA arquitetos, H+F + Metrópole Arquitetos, São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2012,p16. 18

Corredores de ônibus

Transporte sobre trilhos


[MAPA 02] Os distritos Sé e República e seus bairros vizinhos

Bom Retiro

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Santa Cecília Brás

Consolação

Cambuci

Bela Vista Liberdade sem escala

República Sé Mapa elaborado pela autora com base no MDC 19


[MAPA 03] Viário Estruturador

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Principais Vias de Conexão

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados da Prefeitura Municipal de São Paulo e da SPTrans. 20

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[MAPA 04] Transporte Público

Terminais de Ônibus Terminal Princesa Isabel

Ponto de Ônibus

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Faixa exclusiva para ônibus

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Linha Amarela do metrô Terminal Pq. Dom Pedro II

Linha CPTM Estação de Metrô Estação CPTM Quadra selecionada

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1000

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e Município em Mapas, Série Pôster: Panorama – 4. Prefeitura de São Paulo. 21



2.3 Legislação atual e uso e ocupação do solo

Vista aérea do Terminal Bandeira Fonte: Fábio Mariz Gonçalves, 26/02/2012

A partir da análise do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e da localização dos distritos da Sé a da República no mesmo, foi possível compreender as diretrizes estabelecidas para a área em relação ao plano para a cidade. Verificou-se que a maior parte dos dois distritos está inserida na Zona de Centralidade Polar-b, ou seja, que prevê adensamento para a área. Além disso, estão delimitadas duas áreas de ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) onde se pretende incentivar a criação de habitação de interesse social. Pode-se verificar também, a existência de diversas áreas e edifícios classificados como ZEPEC (Zona Especial de Preservação Cultural) o que evidencia a importância histórica da região (ver mapa 06, Edifícios Tombados, p26). Os dois distritos encontram-se inseridos, também, no perímetro da Operação Urbana Centro, que regula o conjunto de intervenções que poderá ser realizado no seu perímetro com vista a melhorar, sob os aspectos urbanístico e ambiental, a área central da cidade de São Paulo. Apresenta-se abaixo os principais objetivos da Operação Urbana Centro, extraídos da página web da Prefeitura de São Paulo. “A Operação Urbana Centro tem por objetivos específicos: I. Implementar obras de melhoria urbana na área delimitada pelo perímetro da Operação Urbana Centro; II. Melhorar, na área objeto da Operação Urbana Centro, a qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e usuários permanentes, promovendo a valorização a paisagem urbana e a melhoria da infraestrutura e da sua qualidade ambiental; III. Incentivar o aproveitamento adequado dos imóveis, 23


considerada a infraestrutura instalada; IV. Incentivar a preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental urbano; V. Ampliar e articular os espaços de uso público; VI. Iniciar um processo de melhoria das condições urbanas e da qualidade de vida da área central da cidade, especialmente dos moradores de habitações subnormais; VII. Reforçar a diversificação de usos na área central da cidade, incentivando o uso habitacional e atividades culturais e de lazer; VIII. Melhorar as condições de acessibilidade à área central da cidade; IX. Incentivar a vitalidade cultural e a animação a área central da cidade; X. Incentivar a localização de órgãos da administração pública dos três níveis de governo na área central da cidade.”01 Não é possível deixar de comentar sobre a revisão do Plano Diretor do Município de São Paulo, que classificou o centro de São Paulo como uma Macroárea de Estruturação Metropolitana. O novo Plano Diretor tem como um dos seus objetivos a renovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo com o objetivo de renovar e diversificar as formas de uso e ocupação do solo em direção a uma cidade mais equilibrada dos pontos de vista urbanísticos, social, ambiental e econômica. Para tanto, foram delimitadas Macroáreas de Estruturação Metropolitana que se trata de eixos com grandes potencialidades de transformação urbana, econômica e ambiental. Dessa forma, verifica-se que a preocupação com o incentivo à produção de moradia, à preservação do patrimônio histórico, ao aproveitamento dos imóveis ociosos e a integração dos espaços públicos se colocam como diretrizes comuns entre o atual Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, a Operação Urbana Centro e a Revisão do Plano Diretor Estratégico.

01. Prefeitura Municipal de São Paulo. Operação Urbana Centro. http://www. prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ desenvolvimento_urbano/sp_urbanismo/ operacoes_urbanas/centro/ 24


[MAPA 05] Zoneamento

Zona de Centralidade Polar - b

Lrg. do Paiçandu Praça da República

Zona Mista de Alta Densidade - a

Vd. Santa Efigênia Praça da Sé

Praça Roosevelt

Zona de Centralidade Polar - a Pq. Dom Pedro II

Parques e Áreas Municipais Zona Especial de Preservação Cultural Zona Especial de Preservação Cultural (imóveis) Zona Especial de Interesse Social (imóveis) Zona Especial de Interesse Social Quadra selecionada

0 100

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados da Prefeitura Municipal de São Paulo. 25


[MAPA 06] Edifícios Tombados

Edifícios tombados Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) e do Condephaat. 26

Vista da Praça Roosevelt Fonte: Acervo do autor, 27/05/2014


Através de uma análise mais precisa do uso do predominante do solo por quadra, verifica-se a caracterização mista das atividades desenvolvidas na região. Comércio e serviços são os usos que mais se destacam, principalmente no distrito da Sé. Já no distrito da República, pode-se notar grande quantidade de quadras com uso “residencial + comércio e serviços” o que podemos interpretar como a existência de diversas edificações de uso misto, com térreo comercial e residências nos andares superiores, tipologia bastante presente na área central de São Paulo. A falta de espaços públicos verdes é outra coisa que se destaca na região. Com exceção da Praça Roosevelt, que foi recentemente remodelada, a região não oferece espaços públicos verdes de qualidade.


[MAPA 07] Uso Predominante do Solo

Comércio e Serviços Residencial + Comércio/Serviços Sem predominância Residencial Vertical Médio/Alto Padrão Equipamentos Públicos Comércio/Serviços + Industrial Armazéns Residencial Vertical de Baixo Padrão Garagens Escolas Área Municipal Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados Uso do Solo Predominante 2005, Município em Mapas, Série Pôster: Panorama – 6. Prefeitura de São Paulo. 28


2.4 Caracterização por atividades desenvolvidas

Através da análise espacial das atividades atualmente desenvolvidas nos Distritos da Sé e da República, pretende-se estabelecer uma caracterização mais profunda do centro de São Paulo. Compreendendo um pouco mais de sua dinâmica, bem como suas carências de uso e ocupação. Foram escolhidos alguns tipos de atividades como objeto de estudo para a realização dos mapas que ilustram as principais ocupações dos distritos, sendo possível fazer a comparação dos mesmos com os distritos vizinhos. Além dos mapas que mostram a localização dos equipamentos educacionais, esportivos, de saúde, serviços e lazer e cultura, foi realizado um mapa que destaca os edifícios que atualmente estão abandonados, e outro mapa em que foram destacados os lotes vazios urbanos e os lotes subutilizados dos dois distritos. Em síntese, pode-se chegar a uma primeira conclusão a partir da análise dos seguintes mapas: o centro de São Paulo, apesar de apresentar grande participação nas atividades comerciais, prestação de serviços e lazer e cultura, apresenta uma imensa área ociosa que poderia ser utilizada como fonte de espaço para o adensamento das moradias da área em questão, ao se tratar de uma área com infraestrutura já consolidada.

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[MAPA 08] Equipamentos: Educação

Ensino Superior Escola Estadual Ensino Fundamental (Escolas Municipais) Ensino Infantil (Escolas Municipais) MOVA Escolas Particulares Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e do site www.educacao. sp.gov.br. 30


[MAPA 09] Equipamentos: Esporte

Academia de Ginรกstica Particular Clube Privado CDC Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e do site Infocidade (infocidade.prefeitura.sp.gov.br) 31


[MAPA 10] Equipamentos: Saúde

Laboratório UBS Centro Especializado Hospital Público Hospital Privado Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e do site Infocidade (infocidade.prefeitura.sp.gov.br) 32


No mapa em que se destacam as instituições de ensino podese notar que a maior parte delas se localiza no perímetro dos dois distritos. Dentro dos mesmos a concentração maior é de instituições de ensino superior. Já no mapa em que se destacam os equipamentos esportivos, percebe-se que tanto os distritos analisados quantos os distritos vizinhos oferecem pouquíssimas opções para os seus moradores e usuários, soma-se a isso a pouca oferta de espaços livres de qualidade na região. É notável também o grande déficit de equipamentos de saúde. Os hospitais encontram-se no perímetro dos distritos, já as unidades básicas de saúde são poucas e insuficientes para atender toda a população residente na área central. Os próximos mapas destacam os principais serviços da região e os locais destinados ao lazer e a cultura. Em relação aos serviços, pode-se dizer que junto com o comércio é o uso que mais predomina nos dois distritos e encontra-se distribuído de forma relativamente homogenia pela área. Os equipamentos destinados ao lazer e a cultura também são bastante predominantes, principalmente em relação aos bairros vizinhos, porém percebe-se que a distribuição dos mesmos acorre de forma desigual nos dois distritos.

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[MAPA 11] Equipamentos: Serviços

Assistência Social Agência Bancária Centro Comercial Correio Edifício Governamental Hotel Loja de Departamento Telecentro Polícia Poupatempo Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e do site Infocidade (infocidade.prefeitura.sp.gov.br) 34


[MAPA 12] Equipamentos: Lazer e Cultura

Teatro Feira Cultural Cinema Centro Cultural Casa de Show SESC Biblioteca Museu Oficina Cultural Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps e do site Infocidade (infocidade.prefeitura.sp.gov.br) 35


Os seguintes mapas destacam os edifícios dos distritos Sé e República que, atualmente, se encontram abandonados bem como os lotes urbanos que se encontram vazios ou subutilizados. Podese notar, a partir da análise dos mesmos, que uma grande área do centro (72,3ha) subutiliza seu potencial construtivo. Como já foi dito anteriormente, estes espaços ociosos poderiam ser utilizados como fonte de espaço para o adensamento das moradias da área em questão, ao se tratar de uma área com infraestrutura já consolidada. Este aumento de densidade permitiria a diminuição do avanço da mancha urbana e poderia, ainda, representar uma diminuição da necessidade de deslocamentos diários, aproximando a população de seu local de trabalho e diminuindo as deseconomias causadas pelos congestionamentos.

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[MAPA 13] Edifícios Abandonados

Edifícios abandonados Quadra selecionada

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do livro Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. 37


[MAPA 14] Lotes Urbanos Vazios e Subutilizados

Lotes urbanos vazios Lotes Subutilizados Quadra selecionada

Entende-se por lo lote subutilizados os lotes que apresentam Coeficiente de Aproveitamento inferior a 2.

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Street View e Google Earth. 38

Vista edifĂ­cio Wilton Paes, Abandonado Fonte: Maria Luiza Itokazu, 05/04/2014




3. ADENSAMENTO DA ÁREA CENTRAL

“Se no período diurno milhões de pessoas usufruem das estruturas existentes, no período noturno, as mesmas são ociosas. Sem população fixa, sem vida noturna, sem segurança, torna-se território vazio, um não lugar.”

Vista da Rua 25 de Março Fonte: Maria Luiza Itokazu, 16/06/2012

PUNTONI, Alvaro. A cidade como ponto de partida. A ideia do projeto. In revista urbs. São Paulo, Associação Viva o Centro, ano III, set/out 2000. p 39.


3.1 Proposta de adensamento dos distritos Sé e República

O crescimento exagerado da periferia de São Paulo levou a um processo de ocupação do solo extensivo e dispendioso. Há um debate atual sobre a sustentabilidade desse modelo. Discutem-se as deseconomias causadas pelos congestionamentos, o processo de deterioração e abandono por que passam os centros urbanos e a desigualdade sócio espacial concretizada por esse modelo de desenvolvimento urbano. A concentração de emprego, de atividades e funções relacionadas ao setor terciário no centro da cidade demanda grandes somas de investimentos em infraestrutura, arruamento, gestão de tráfego e fornecimento de energia para um consumo ocioso, já que a utilização efetiva se da somente durante o período da jornada de trabalho. A exaustão de espaço adequado para expansão urbana nesta última década, associada a um constante processo de congestionamento (provocado pela necessidade de longos deslocamentos diários), faz com que seja necessária a incorporação de setores urbanos de baixa utilização com capacidade de receber o futuro acréscimo populacional vegetativo. “Esta diretriz é reforçada pelas novas políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, que se orientam segundo o paradigma da cidade compacta, com aumento das densidades demográficas, intensificação do uso do solo e redução dos deslocamentos diários, (aproximando a população do seu local de trabalho)”01. Altas densidades podem garantir a maximização dos investimentos públicos, incluindo infraestrutura, serviços e transporte, permitem a utilização eficiente da quantidade de terra disponível. Além de ser bastante significativa para o desempenho 42

01. Projeto Nova Luz. Projeto Urbanístico Específico (PUE). Subproduto 5.1: PUE Consolidado, São Paulo, julho de 2011, p 10.


econômico da cidade: uma alta densidade populacional significa alta acessibilidade tanto para o setor empresarial e de negócios quanto para os trabalhadores e para o próprio mercado imobiliário. Este trabalho deve ser encarado como uma tentativa de consolidar um novo padrão de expansão urbana. Sendo um de seus conceitos básicos a melhor utilização do solo dos Distritos da Sé e da República. Hoje, a região concentra uma população residente com densidade demográfica bruta equivalente à 171,5 hab/ha (o distrito da Sé com 107,5 hab/ha e o distrito da Republica com 228 hab/ha). O projeto pretende aumentar a densidade dos dois distritos chegando a no mínimo 400 hab/ha, garantindo a manutenção dos habitantes existentes e permitindo a entrada de novos moradores, criando uma região com perfis socioeconômicos variados a partir da produção de habitação para diferentes segmentos de renda. Para tanto, primeiramente, foram levantados os lotes urbanos vazios, os lotes urbanos subutilizados e os edifícios abandonados nos dois distritos (mapa 16, Terrenos subutilizados, p45). Entenda-se por lotes urbanos vazios aqueles que não apresentam construções e que muitas vezes são utilizados como estacionamentos e por lotes urbanos subutilizados todos os lotes que apresentam coeficiente de aproveitamento menor que o coeficiente de aproveitamento básico (Coeficiente de Aproveitamento básico para Zona de Centralidade Polar-b = 2). Para o levantamento dos edifícios abandonados foi utilizado o livro “Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo” realizado por Fábio Mariz Gonçalves e publicado pela Fundação para Pesquisa Ambiental em 2009. Posteriormente foram feitos os cálculos de quanto seria o aumento populacional na área (mapa 17, p 47) e, por último, já com os novos dados populacionais foi realizada a proposta de novos equipamentos necessários para absorver esse aumento populacional (mapas 18, p 52).

43


[MAPA 15] Representação gráfica da densidade demográfica atual

Área total dos distritos Sé e República: 470ha Número de habitantes totais nos distritos Sé e República: 80.632 Densidade demográfica atual: 171,5 hab/ha

0 100

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Mapa elaborado pela autora com base no MDC 44


[MAPA 16] Terrenos Subutilizados

Lotes Urbanos vazios (LUV) Lotes Urbanos Subutilizados (LUS) Edifícios abandonados (EA) Quadra selecionada

Área total LUV: 291.108 m2 Área total LUS: 373.024 m2 Área total EA: 59.440 m2

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500

1000

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps, Google Street View e do livro Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. 45


Para a realização do cálculo do acréscimo populacional, primeiramente somou-se toda a área da região central que se encontra subutilizada. Sendo 291.108m2 de lotes urbanos vazios, 373.024m2 de lotes urbanos subutilizados e 59.440m2 de edifícios abandonados (para o cálculo foram consideradas apenas as projeções dos edifícios abandonados), totalizando 723.572m2 de área subutilizada nos distritos da Sé e da República. Decidiu-se que 60% da área subutilizada seria destinada ao uso habitacional (434.143,2m2), 15% ao uso comercial (108.535,8m2), 17% para serviços (123.007,2m2) e 8% ao uso institucional (57.885,8m2). Vale destacar que essas porcentagens foram estabelecidas a partir da análise de outros projetos urbanos como, por exemplo, o Projeto da Nova Luz, que também tinham como objetivo o adensamento populacional. Entende-se que um aumento populacional passa a exigir que o local (mesmo já equipado com infraestrutura) possua serviços e equipamentos suficientes para atender a todos os novos e aos antigos moradores, por isso a conta do acréscimo populacional não foi feita com 100% da área subutilizada destinada a produção de novas unidades habitacionais. Optou-se também por utilizar o máximo coeficiente de aproveitamento permitido na região que é igual a 6 devido a Operação Urbana Centro. Intende-se que para um cálculo mais preciso, seria necessária uma análise quadra a quadra, com propostas individuais para cada uma, porém este não é o objeto de estudo deste trabalho. Realizando a conta do acréscimo habitacional com o CA igual a 6 e subtraindo do total da área obtida 15% destinado à circulação e 12% destinado ao uso do térreo pelo comércio, pensando que todos os edifícios habitacionais serão de uso misto chega-se a um total de 2.214.130m2 de área destinada ao uso residencial. Estabeleceu-se 60m2 como sendo um tamanho médio dos apartamentos, totalizando, assim, 36.902 novas unidades habitacionais. Segundo o IBGE cada família possui em média 3,15 pessoas. Totaliza-se, então, 116.242 novos moradores que somados ao número de pessoas que vivem nos dois distritos atualmente (80.632 moradores) obtém-se uma densidade demográfica bruta igual a 418 hab/ha.

46


[MAPA 17] Representação gráfica da densidade demográfica alcançável

723.572 m2 subutilizados 60% uso habitacional: 434.143,2 m2 15% uso comercial: 108.535,8 m2 8% uso institucional: 57.885,8 m2 17% serviços: 123.007,2 m2 CA : 6 A Total para construção: 2.604.858 m2 Descontando térreo comercial e 15% de circulação sobram: 2.214.130 m2 A apto : 60 m2 Totaliza-se 36.902 novos apartamentos e 116.242 novos moradores (3,15 pessoas/família, segundo o IBGE) Densidade bruta alcançada : 418 hab/ha

0 100

500

1000

Mapa elaborado pela autora com base no MDC 47


3.2 Proposta de novos equipamentos

A proposta do conjunto de novos equipamentos sociais teve por base a soma da população atual residente na região nas suas diversas faixas etárias com a projeção sobre a população futura que a região pode chegar a ter. Segundo os cálculos realizados a nova densidade demográfica dos distritos da Sé e da República passaria a ser 418 hab/ha, ou seja, um acréscimo de 116.242 habitantes. A região que hoje apresenta 80.632 residentes passaria a ter 196.874. Para a realização do cálculo dos equipamentos necessários considerou-se uma população total de 200.000 habitantes. Após a análise dos mapas em que se destacam os equipamentos existentes na região central e em seu entorno próximo, notou-se que a região precisaria principalmente de novos equipamentos destinados ao ensino (como creches, escolas de ensino fundamental e escolas de ensino médio), à saúde (como UBS e centros de Atenção aos idosos) e equipamentos de inclusão social com áreas destinadas ao esporte lazer e cultura. Segue abaixo o cálculo realizado para cada equipamento proposto, com os números finais de equipamentos necessários e as áreas destinadas a cada um deles. Segundo o último censo realizado, 4,60% da população que hoje reside no centro está na faixa de 0 a 4 anos. Hoje, a região já apresenta, aproximadamente, 3.580 crianças nessa faixa etária, e com o aumento populacional esse número pode chegar a 9.210. Para isso serão necessárias 18 novas creches. Para o dimensionamento das quantidades e dimensões dessas novas creches foram utilizados, principalmente, os dados da 48


Fundação de Desenvolvimento de Ensino (FDE), o Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (PROINFÂNCIA) e como principal referência o Plano Urbanístico realizado para a região da Nova Luz. De acordo com o PROINFÂNCIA, cada creche deve atender a um número de 100 a 180 crianças por turno. Seguindo este critério foi possível propor a distribuição de 160 alunos por turno/creche e, consequentemente, definir o número de creches para a área. Cada creche será dotada de sete salas de atividades com 52m2 de superfície, totalizando 364m2. Soma-se a esta área as unidades administrativas e de vivência específicas do programa e a circulação (30%), obtém-se um total de aproximadamente 815m2 Foi considerado, também, que nos locais onde as creches forem implantadas os terrenos devem apresentar uma margem de 50% de área livre sobre a área construída. Logo, cada terreno deve apresentar aproximadamente 1200m2 no caso de uma construção térrea ou 600m2 caso apresente dois andares, totalizando, aproximadamente, 13.500m2 de superfície de terreno destinados à construção das novas creches. Estas deverão ser implantadas, preferencialmente, nos miolos de quadras com uso residencial ou em edifícios tombados que permitam o seu uso. Na faixa etária entre 5 e 14 anos, a população estimada é de 7.360 crianças o que corresponde a um percentual de 10.17% da população segundo o Censo de 2010 e passará a 20.340 em função do incremento populacional. Utilizando o mesmo conceito de simulação de área das creches para as Escolas de Ensino Fundamental, tem-se que 12.980 novos alunos devem ser atendidos na região. Destes, 6220 estão na faixa etária de 5 a 9 (48%) e 6760 alunos na faixa etária de 10 a 14 anos (52%). A partir desses números foi possível simular o número de novas escolas necessárias. Estimando que cada escola terá um total de 30 salas de aulas, serão necessárias 15 novas escolas de ensino fundamental. Somando a área das salas de aulas, secretarias, circulação e lazer chega-se a um total de 4.250m2 de área construída. Considerando que este equipamento poderá funcionar em um edifício com mais de um pavimento, propõem-se a construção em terrenos que tenham, aproximadamente, 1100m2, totalizando 16.500m2 de superfície de terreno destinados à construção das novas escolas de ensino fundamental. A mesma conta foi realizada para a faixa etária de 15 a 19 anos. 49


A população estimada é de 4.400 adolescentes o que corresponde a um percentual de 6,00% da população residente nos distritos e passará para 12.000. Utilizando a mesma base de cálculo que foi utilizada para as Escolas de Ensino Fundamental, tem-se que sete novas escolas de Ensino Médio com 30 salas de aulas cada serão necessárias para suprir o aumento populacional. Considerando que este equipamento também poderá funcionar em um edifício com mais de um pavimento, propõem-se a construção das mesmas em terrenos com 1100m2, totalizando 7700m2 de superfície de terreno. Ainda pensando na população de jovens e adolescentes (entre 15 e 20 anos) propõe-se a construção de uma nova ETEC, localizada no edifício Wilton Paes de Almeida, que hoje se encontra em estado de abandono, localizado na quadra escolhida para a realização do projeto. Para o cálculo da quantidade de e tamanho das novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Levou-se em consideração o “Manual de Estruturas Físicas das Unidades Básicas de Saúde” publicado pelo Ministério da Saúde em 2008. Uma Unidade Básica de Saúde que possua cinco 5 ESF (Equipes de Saúde da Família) com uma área total igual a 650m2 consegue fazer a cobertura de até 20 mil pessoas. Levando em consideração os equipamentos de saúde que já existem na região central, determinouse que serão necessárias seis novas unidades Básicas de Saúde. Totalizando 3.900m2 de superfície de terreno destinadas à construção de UBS. Segundo o censo de 2010, 12,05% da população que hoje vive nos distritos da Sé e da República possuem mais de 60 anos, totalizando 10.226 idosos, com o aumento populacional esse número pode chegar 23.710. Frente a esses números propõe-se que sejam construídos cinco Centros de Atenção ao Idoso com Residência Temporária. Como base para a realização dos cálculos foi utilizado o manual sobre as “Normas de Padrões e Funcionamento para Serviços e Programas de Atenção à Pessoa Idosa” publicado pelo Ministério da Previdência Social. Cada um dos Centros de Atenção ao Idoso terá residências para 100 idosos e Centro de Convivência que atenda até 200 idosos. Com área total igual a 2000m2. Cada terreno deve apresentar aproximadamente 1000m2 considerando que as construções terão pelo menos dois andares. Totalizando 5.000m2 de superfície de terreno. Por último, foram propostos dois Equipamentos de Inclusão 50


Social que apresentam áreas destinadas ao esporte e lazer, com bibliotecas, cinema, teatro quadras esportivas, piscina, etc. Destinou-se uma área de, aproximadamente, 7.000 m2 para cada um dos equipamentos, pensando que serão equipamentos mais verticais e que poderão ser construídos utilizando os edifícios abandonados da região central. Os mapas abaixo mostram como ficaria a região central com esses novos equipamentos propostos. O mapa 18 mostra a distribuição dos equipamentos com as suas respectivas áreas, já o mapa 19 mostra como ficaria o panorama final da região central somando os equipamentos já existentes com os propostos.

51


[MAPA 18] Proposta de novos Equipamentos para os Distritos Sé e República

Ensino Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio ETEC UBS Residência e Centro de Atendimento para Idosos Equipamento de Inclusão Social Quadra selecionada

0 100

500

1000

Mapa elaborado pela autora com base no MDC 52


[MAPA 19] Panorama Final dos Distritos Sé e República

Teatro Feira Cultural Cinema Centro Cultural Casa de Show SESC Biblioteca Museu Oficina Cultural Ensino Superior Escola Estadual Ensino Fundamental (Escolas Municipais) Ensino Infantil (Escolas Municipais) MOVA Escolas Particulares Residência e Centro de Atendimento para Idosos Laboratório UBS Centro Especializado Hospital Público

0 100

500

1000

Hospital Privado Quadra selecionada

Mapa elaborado pela autora com base no MDC 53



4. DIRETRIZES GERAIS PARA A REOCUPAÇÃO DO CENTRO

Vista Largo São Bento, Maracatu, FAUUSP Fonte: Aline Elisabeth Bronkhorst, 21/02/2014


Considerando toda a complexidade da região central, sentiu-se a necessidade de definir diretrizes gerais para que a sua reocupação seja feita de forma coerente e adequada, possibilitando o aumento da densidade populacional, da diversidade urbana e melhorias dos espaços públicos. Criando, assim, uma unidade paisagística no contexto urbano o que fortalece e qualifica a malha urbana já existente. Reforçar a malha urbana existente significa manter seu traçado original e recompor o desenho e volumetria das quadras. Para que isso ocorra, as novas edificações deverão: - Ser construídas no alinhamento das calçadas, evitando recuos frontais e laterais, permitindo, assim, a criação de uma fachada única e linear associada à calçada; - Respeitar e complementar a arquitetura já existente, sendo ela tombada ou não, levando em conta suas alturas, volumes e aberturas e evitando a criação de novas empenas cegas. - Todas as novas construções devem apresentar um pé-direito mínimo de 4 a 6 metros no andar térreo, o que o possibilita o uso comercial com grandes aberturas para a rua ou a instalação de atividades atrativas de público e a criação de fachadas ativas. - Implantação de pátios internos nas quadras, privados de acesso franco ou privados de acesso restrito, que constituam espaços de lazer e permanência dos usuários, ou serem rotas alternativas para o pedestre. - Os pátios deverão ter escala e dimensões apropriadas, de acordo com o desenho específico de cada quadra. - Os acessos aos pátios deverão ocorrer por meio de uma interrupção no plano de fachadas dos edifícios ou por passagens estabelecidas nos próprios edifícios. - Os edifícios deverão ter fachadas que se abram tanto para as ruas e calçadas quanto para os pátios. Seguem abaixo algumas fotos que ilustram as principais diretrizes.

56


Exemplos de edifícios construídos no alinhamento da calçada com térreo comercial e fachadas ativas

Rua do casco antigo de Barcelona, Espanha Fonte: Eduardo da Mata, 05/01/2012

Rua em Paris, França Fonte: Acervo do autor, 19/03/2012 57


Exemplos de pĂĄtios de acesso franco

Estocolmo, SuĂŠcia Fonte: Acervo do autor, 14/07/2012

Plaza Reial, Barcelona, Espanha Fonte: Eduardo da Mata, 07/01/2012 58


Exemplos de pรกtios privados de acesso privado

8 House, Copenhagem, Dinamarca Fonte: Acervo do autor, 14/07/2012

The Barbican, Londres, Inglaterra Fonte: Acervo do autor, 02/05/2012 59



5. A ESCOLHA DA QUADRA

Vista รกrea da quadra escolhida tirada da cobertura da Galeria Olido. Acervo do autor, 12/11/2013


5.1 Motivações para a escolha da quadra

A escolha da quadra para a realização do projeto foi motivada, principalmente, pela sua localização e características. Encontra-se localizada entre avenidas de importante conexão com a cidade de São Paulo. A Avenida Rio Branco, com o corredor de ônibus “Inajar-Rio Branco-Centro”, conecta-se diretamente com a zona norte de São Paulo. Por este corredor circulam cerca de 30 linhas municipais e quatro linhas intermunicipais da EMTU. A Avenida Ipiranga, que faz parte da Rótula Central que é um sistema de trânsito que prevê mão única de direção para veículos na região central, por ele passam 84 linhas de ônibus municipais transportando mais 603 mil passageiros por dia útil. Além disso, a quadra encontra-se localizada a aproximadamente 600 metros da Estação República do metrô, por onde passam as linhas amarela e vermelha e a 700 metros da estação São Bento do metrô, por onde passa a linha azul. Ainda em relação a sua localização, a quadra em questão encontra-se situada entre o Largo do Paissandu e o Largo Santa Efigênia, que são dois espaços públicos importantes na configuração e história da cidade de São Paulo que, hoje, se encontram desestruturados como espaços públicos e desarticulados entre si e o restante da cidade. Em relação ao Uso e Ocupação do Solo, percebe-se que o uso destinado ao comércio e serviços predomina. De um lado, a região apresenta grande movimento durante o dia estimulado, principalmente, pelo comércio especializado em eletrônicos na Rua Santa Efigênia. E, por outro lado, o elevado número de edifícios abandonados e a falta de edifícios residenciais faz com que o local 62


fique completamente abandonado e deserto durante a noite. Percebe-se, também, que a região está rodeada por edifícios tombados o que reforça ainda mais a importância histórica da mesma. A seguir serão apresentados os mapas de evolução histórica da cidade de São Paulo, onde é possível observar as mudanças ocorridas na quadra e em todo seu entorno próximo. E, posteriormente, os mapas de localização, mobilidade, gabarito, uso do solo edifícios tombados e edifícios abandonados, que auxiliaram em toda a análise de compreensão da área de projeto.

63


[MAPA 20] Planta da cidade de São Paulo 1881

Quadra selecionada

0

100

500

Coleção IV centenário | Planta da cidade de São Paulo 1881 64


[MAPA 21] Planta da Capital do Estado de São Paulo 1890

Quadra selecionada

0

100

500

Coleção IV centenário | Planta da Capital do Estado de São Paulo 1890. 65


[MAPA 22] Sara Brasil 1930

Quadra selecionada

0

100

500

Mapa Topográfico do Município de São Paulo executado pela empresa Sara Brasil em 1930, folha 37. 66


[MAPA 23] Gegran, 1970

Quadra selecionada

0

100

500

Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Economia e Planejamento, Sistema Cartográfico Metropolitano da Grande São Paulo 67


[MAPA 24] Foto aĂŠrea, 2010

Quadra selecionada

0

100

Google Earth 68

500


[MAPA 25] Localização

Quadra selecionada

íb rL pe Av .C

ás

Sã Av.

50

Sa

lom

ão

ta Vid. San

rio

ap.

do

aC

Rua

Ru

Sem iná

Lgo do Paiçandu

Efigênia

Lgo Sta. Ifigênia

Rua Antônio de Godói

0 10

er o

Rua Santa Efigênia

Av. Rio Branco

oJ

oão

Rua do Boticário

Av. Ipiranga

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps. 69


[MAPA 26] Mobilidade e transporte público

Ponto de ônibus Indicação de sentido das ruas Ruas por onde passam os ônibus

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Maps. 70


[MAPA 27] Gabarito da quadra e entorno

Menos que 2 pavimentos Entre 2 e 3 pavimentos Entre 3 e 5 pavimentos Entre 5 e 8 pavimentos Entre 8 e 14 pavimentos Mais que 14 pavimentos

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Street View.

Maquete eletr么nica da quadra e seu entrono pr贸ximo. 71



[MAPA 28] Uso do Solo | pavimento Térreo

Comércio e Serviços Institucional Residencial Edifícios com térreo abandonado Áreas Livres

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Street View e Google Earth. 73


[MAPA 29] Uso do Solo | pavimentos Superiores

Comércio e Serviços Institucional Residencial Edifícios com térreo abandonado Áreas Livres

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Google Street View e Google Earth. 74


[MAPA 30] Edif铆cios Tombados

Edif铆cios tombados

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do Departamento do Patrim么nio Hist贸rico (DPH) e do Condephaat. 75


5.2 Edifícios abandonados

O seguinte mapa mostra quais edifícios da quadra selecionada e de seu entorno próximo encontram-se abandonados. É possível observar que na quadra escolhida para a realização do projeto existem seis edifícios abandonados. A partir da análise individual de cada um dos edifícios, optou-se pela incorporação de quatro deles ao projeto (1, 2, 3 e 6) por serem edifícios com potencial construtivo elevado e alguns deles com valor histórico também. Suas respetivas plantas, cortes e elevações foram obtidas a partir de um pedido realizado ao Acervo Histórico Municipal. Seguem abaixo os desenhos dos edifícios abandonados incorporados ao projeto no seu estado atual.

76


[MAPA 31] Edifícios Abandonados

Edifícios abandonados

2 3 4 5 1

0 10

50

6

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do livro Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. 77


Edifícios Abandonados Readaptados 1. Edifício Wilton Paes de Almeida Rua Antônio Godói 23, 27, 33 (esquina com Av. Rio Branco) Ano da construção: 1961 Projeto: Roger Zmekhol Uso anterior: Sede da empresa CVB | Polícia Federal

Planta pavimento térreo

Planta mezanino

Planta 1° pavimento

Planta tipo do 2° ao

Vista atual do Edifício Wilton Paes de Almeida Fonte: Acervo do autor, 10/10/2013

0

5

10

Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. Vol. 2, executado por Fábio Mariz Gonçalves, identificação 30 78

25


o 20째 pavimentos Corte transversal

Vista Av. Rio Branco 79


Edifícios Abandonados Readaptados 2. Palacete Martins Costa Av. Ipiranga1064 (esquina com Av. Rio Branco) Ano da construção: Início século XX Uso anterior: Residencial

Planta porão

Planta pavimento térreo

Planta pavimento tipo

Planta cobertura

Vista atual do Palacete Martins Costa Fonte: Acervo do autor, 10/10/2013

0

5

10

Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. Vol. 2, executado por Fábio Mariz Gonçalves, identificação 44. 80

25


Corte longitudinal

Corte transversal

Vista Av. Ipiranga

Vista Av. Rio Branco

81


Edifícios Abandonados Readaptados 3. Edifício Aquário Rua Santa Efigênia 73,75 Ano da construção: 1980 Uso anterior: Salas de escritório Planta subsolo

Planta pavimento térreo

Vista atual do Edifício Aquário Fonte: Acervo do autor, 10/10/2013

0

5

10

Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. Vol. 2, executado por Fábio Mariz Gonçalves, identificação 52. 82

25 Planta pavimento tipo


Corte longitudinal

Vista Rua Sta EfigĂŞnia

83


Edifícios Abandonados Readaptados 6. Edifício sem nome Rua Antônio Godói 83,95 (esquina com Lgo. Santa Ifigênia) Ano da construção: 1982 Uso anterior: A obra encontra-se embargada, porém previa-se o uso de escritório nos andares superiores.

Planta 1° e 2° subsolos

Vista aatual do edifício Fonte: Acervo do autor, 10/10/2013

0

5

10

Estudo para implantação de unidades habitacionais no Centro de São Paulo. Vol. 2, executado por Fábio Mariz Gonçalves, identificação 49. 84

25

Planta pavimento térreo


Planta tipo do 1째 ao 7째 pavimentos

Planta tipo do 8째 ao 18째 pavimentos 85


Corte longitudinal

86

Corte transversal




6. O DESENHO DA QUADRA

Vista da quadra tirada da Galeria do Rock Acervo do autor, 23/09/2013 Vista aĂŠrea de Barcelona Acervo do autor, 22/10/2011


6.1 Remoções

Em busca de se entender os tipos de atividades e usos que ocorrem em cada edificação e de reconhecer quais são os elementos estruturadores existentes na quadra, foram realizados as elevações das quatro ruas do conjunto urbano com auxílio do levantamento fotográfico realizado nas visitas feitas ao local e do Google Street View. A partir da análise das fachadas junto com o desenho da divisão atual dos lotes foi possível estudar cada um dos lotes de forma individual e compreender as diferenças históricas entre os edifícios e a relação ou a falta dela entre os mesmo e, assim, decidir quais deles deveriam permanecer ou não na quadra. Foram feitas as contas de Taxa de Ocupação e Coeficiente de Aproveitamento de cada um dos lotes, identificando, assim, aqueles que apresentam o CA menor ou igual a dois, coeficiente básico da região, segundo a Lei de Zoneamento do Município de São Paulo. Decidiu-se pela remoção de todos os edifícios que apresentavam o CA menor ou igual a dois. Sendo alguns deles edifícios que apresentam suas fachadas tombadas. Optou-se, então, pela incorporação dessas fachadas ao conjunto de novos edifícios que configurariam a quadra. Para o respiro do metro, propõe-se que ele seja um respiro pisoteável como os da Avenida Paulista.

90


[MAPA 32] Divisão atual dos lotes

15 14

13

12

11

16

10 9 8

17

7

18

6

19

5

20

4

21

3

22

2

23

24

1. A lote = 2.145m2 TO = 1 2. A lote = 495m2 TO = 0,8 3. A lote = 492m2 TO = 0.9 4. A lote = 542m2 TO=0,7 5. A lote = 780m2 TO = 1 6. A lote = 596m2 TO = 0,9 7. A lote = 990m2 TO = 0,5 8. A lote = 1125m2 TO = 0,9 9. A lote = 167m2 TO = 0,8 10. A lote = 176m2 TO = 1 11. A lote = 295m2 TO = 0,7 12. A lote = 726m2 TO = 0,75 13. Respiro do metro 14. A lote= 385m2 TO = 0,9 15. A lote = 385 m2 TO = 0,9 16. A lote = 1040m2 TO = 1 17. A lote = 1100m2 TO = 0,9 18. A lote = 525m2 TO = 1 19. A lote = 485m2 TO = 0,9 20. A lote = 1270m2 TO = 1 21. A lote = 925m2 TO = 0,9 22. Igreja Luterana 23. A lote = 670m2 TO = 1 24. A lote = 640m2 TO = 1

CA = 7,75 CA = 2,2 CA = 2,0 CA = 2,0 CA = 2,1 CA = 2,0 CA = 5,5 CA = 8,25 CA = 10,3 CA = 5 CA = 6,5 CA = 7 CA = 18 CA = 2,1 CA = 5,6 CA = 2,0 CA = 1,4 CA = 2,0 CA = 2,0 CA = 1,5 CA = 25 CA = 13,5

1 TO médio = 0,89 CA médio = 6,15

0 10

50

100

Mapa elaborado pela autora com base no MDC e dados do SQL da quadra. 91


Av. Ipiranga

16.Edifício abandonado

Fachada Av. Rio Branco Esc. 1:500

0

5

10

25

17.Agência bancária

18.Comércio


o

23.Edif铆cio abandonado Rua Ant么nio de God贸i

19.Com茅rcio

20.Estacionamento

21.Hotel

22.Igreja Luterana


14.Comércio + E

Rua Santa Efigênia

11.Comércio + Escritórios

Fachada Av. Ipiranga Esc. 1:500

0

5

10

12.Comércio + Residência

25

13.Respiro do metrô


Escritórios

Av. Rio Branco

15.Comércio + Residência

16.Edifício abandonado


Rua Antônio de Godói

1.Edifício abandonado

2.Edifício abandonado

3.Comércio

Fachada R. Sta Efigênia Esc. 1:500

0

5

10

25

4.Comércio + Residência

5.Edifício Abandonado

7.Co

6.Comér


omércio + Residência

rcio

Av. Ipiranga

8.Edifício abandonado

9.Comércio + Escritórios

11.Comércio + Escritórios

10.Comércio + Escritórios


23.Edifício abandonado

Av. Rio Branco

Fachada Rua A. de Godói 0 Esc. 1:500

5

24.Comércio + Residência

10

25


a

1.Edifício abandonado

Rua Santa Efigênia



[MAPA 33] Mapa de demolições propostas

Demolições propostas

0 10

50

Mapa elaborado pela autora com base no MDC

100 Maquete eletrônica com a vista atual da quadra. 101



[MAPA 34] Terreno final de projeto

Área para execução do projeto = 9.430m2 Edifícios abandonados incorporados ao projeto = 4.510m2 Fachadas tombadas de edifícios demolidos incorporadas ao projeto

0 10

50

Mapa elaborado pela autora com base no MDC

100 Maquete eletrônica com a vista da quadra após as demolições propostas. 103


6.2 Ocupação da quadra

Após a definição de quais seriam os edifícios que permaneceriam na quadra e quais seriam demolidos, iniciou-se os primeiros estudos de ocupação e reordenamento da mesma a partir da aplicação das diretrizes gerais já explicadas neste trabalho. Os esboços iniciais concentraram a ocupação nas margens da quadra, com os novos edifícios alinhados à calçada, configurando um grande pátio entre eles. Percebeu-se que a dimensão do pátio estava um pouco desproporcional em relação às dimensões dos edifícios. Além disso, faltava à quadra alguma estrutura capaz de fazer a conexão entre os espaços gerados. Então, optou-se pela construção de um edifício no miolo da quadra, que em seu térreo possuísse algum equipamento público e seus andares superiores fossem de uso residencial com aberturas para os dois lados. Dessa forma, o miolo da quadra foi dividido em três espaços de caráter distintos, que juntos compõem a unidade da quadra.

104


Estudos iniciais de ocupação da quadra

Pátio central desproporcional em relação aos edifícios da quadra.

0 10

50

O edifício posicionado no miolo da quadra possibilita a configuração de três espaços de caráter distintos.

100 105


6.3 Programa

Para a concepção da nova articulação do espaço estudado, fez-se uma reflexão acerca de qual programa poderia ser implantado na área, na tentativa de apropriar-se das potencialidades e suprir as necessidades existentes. Duas análises em escalas diferentes foram levadas em consideração na escolha do programa para a quadra. A primeira se deu no âmbito urbano decorrente de todas as análises realizadas sobre os dois distritos somadas à proposta de adensamento que, por sua vez, impõe a necessidade de novas moradias e de novos equipamentos públicos no centro. A segunda se deu em uma escala mais aproximada da quadra escolhida a partir da análise de seu entorno aproximado e de cada um dos edifícios que atualmente a configuram e suas singularidades. O projeto desenvolvido buscou estabelecer quais eram as novas relações tanto espaciais como de uso entre os novos espaços públicos e privados com o seu entorno. A proposta de intervenção coloca-se como uma resposta à vocação multifuncional da região, buscando melhorar suas condições. Procurou-se criar uma articulação urbana que sirva como local de descanso, passagem, espera, lazer, entretenimento, compra; pensando tanto no público que hoje em dia já frequenta a região devido ao intenso comércio na Rua Santa Efigênia, quanto nos novos usuários que surgirão com o acréscimo de moradias. Ao se pensar em uma nova configuração para a quadra em questão não se pode deixar de considerar que a mesma está inserida em uma área com altíssimo potencial construtivo, com coeficiente de aproveitamento igual a 6 (estabelecido pela Operação Urbana Centro). Dessa forma, o projeto tenta orientar como o desenvolvimento imobiliário poderia acontecer de forma a trazer maior densidade e maiores relações com o conjunto urbano existente. 106

Comércio Escritório Residencial Unidade Básica de Saúde ETEC Bicicletário público


107


Av. Rio Branco

765,67 762,52 759,37 756,22 753,07 749,92

744,70

Corte AA Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Santa EfigĂŞnia

788,80 785,65 782,50 779,35 776,20 773,05 769,90 766,75 763,60 760,45 757,30 754,15 751,00

789,25 786,20 783,15 780,20 777,15 774,10 771,05 768,00 764,95 761,90 758,85 755,80 752,75 749,70

747,85 744,00 740,80


Como é possível observar na vista onde se destacam os usos destinados a cada um dos novos edifícios projetados no conjunto urbano, os usos destinados à habitação e à novos escritórios são os mais abundantes, Sendo 37% do total da área construída destinados ao primeiro e 39% destinados ao segundo. Apesar do uso habitacional não ter sido o mais predominante, a proposta de adensamento da quadra foi alcançada. No total foram projetadas 228 novas unidades habitacionais, o que corresponde a 718 novos moradores. Desconsiderando os edifícios da quadra que já apresentavam uso residencial, a densidade final alcançada é igual a 410 hab/ha. Os apartamentos projetados são bem diversificados entre si com áreas que variam desde 30m2 até 120m2, garantindo que famílias diversas, de diferentes classes sociais possam viver no local. Optou-se, durante a realização do projeto, por não construir novos subsolos e nem por construir edifícios garagens, uma vez que a região já é bastante atendida pelo transporte público existente. Porém, foram redesenhadas as garagens que já existiam em dois edifícios abandonados. As vagas foram divididas, chegando a um total de 175 vagas, que serão destinadas ao uso residencial. Dessa forma, quase todos os apartamentos terão pelo menos uma vaga de carro. Em relação aos demais usos propostos, 7% da área construía foi destina ao comércio e 17% aos equipamentos públicos propostos (UBS, bicicletário e ETEC). A Taxa de Ocupação final da quadra ficou igual a 0,68 e o seu Coeficiente de aproveitamento final igual a 6,4. Observando os números destes mesmos dados anteriores ao projeto (TO= 0,89 e CA=6,15), pode-se concluir que a reorganização dos edifícios na quadra, quase não modificou sua área total construída, porém deu a ela um novo caráter com novos espaços que ampliam e qualificam não só a quadra estudada como todo o seu entorno.

110


111


6.4 Projeto

Implantação geral

0

O projeto foi concebido a partir do desejo de estabelecer novos e espaços e novas relações entre eles, entendendo a quadra como um corpo único e não segmentado pela individualidade de cada edifício ou lote. As novas edificações pensadas foram feitas de forma a se relacionarem não só umas com as outras, mas também com as empenas e edifícios já existentes que permaneceram na quadra. Procurou-se fazer uma releitura das galerias comerciais que já existente no centro de São Paulo, permitindo ao usuário realizar os mais variados percursos sendo eles para conexões ou passeios, o que intensifica e qualifica os novos espaços criados.

112

10

50



6.5 Térreo

Planta com usos andar térreo

Comércio Escritório Residencial Unidade Básica de Saúde ETEC

O desenho do térreo procurou intensificar e afirmar o caráter comercial do centro de São Paulo. As galerias comerciais indicam não só um percurso alternativo de travessia da quadra, mas também estabelecem as ligações e conexões entre a rua/calçada e os pátios internos. O equipamento público posicionado no miolo da quadra (UBS) assume um papel de extrema importância, uma vez que, além de dividir o térreo em três espaços de caráter distintos (um pátio de acesso franco, um de acesso privado e um pequeno pátio localizado na parte de trás da igreja que estabelece uma profunda relação com a mesma) ele serve como elemento atrativo de novos usuários ao local, intensificando ainda mais sua diversidade. O mesmo acontece com a ETEC e o bicicletário público. As calçadas também foram pensadas de forma a trazer mais qualidade ao espaço. Nas avenidas Rio Branco e Ipiranga elas já são suficientemente largas, a mudança se deu ao delimitar uma faixa de dois metros como sendo uma faixa destinada ao mobiliário urbano, ou seja, postes de iluminação pública, lixeiras, canteiros, bancos, bancas de jornal, parklets, etc. A Rua Santa Efigênia, apesar de ser uma rua com tráfego intenso de pedestres devido ao comércio especializado em eletrônicos, possui uma calçada muito estreita. Atualmente são duas faixas destinadas à passagem de carro e o estacionamento é permitido dos dois lados da rua. Decidiu-se pela ampliação da calçada a partir da proibição do estacionamento. A Rua Antônio de Godói é a rua que apresenta menor fluxo de veículos e contraditoriamente a menor calçada também. A fim de qualificá-la propõe-se a criação de uma rua compartilhada, com canteiros centrais que hora sejam ocupados por mobiliário urbano, hora apropriados pelo comércio local. 114

Bicicletário público

Esc. 1:1000

0

10

20

50


Rua Santa Efig锚nia

Av. Rio Branco

Av. Ipiranga

Rua Ant么nio de God贸i

Largo Santa Efig锚nia


745,23

744,71

743,89

Av. Ipiranga

744,00

745,00

745,00

743,81 744,00 744,70

744,00

Av. Rio Branco

743,70 743,70 743,52 744,20

Rua Santa Efig锚nia

743,70

743,18

743,70

743,70 743,70 743,70

745,05

745,30

742,67

742,50

743,10 742,50

742,50

742,88

Rua Ant么nio de God贸i

Planta Pavimento T茅rreo | Esc. 1/500 0

5

10

25

742,35

742,11



Planta e corte tĂ­picos das Av. Ipiranga e Av. Rio Branco

4,00m

2,00m

11,50m

2,50m

11,50m

2,00m 4,00m

0 118

2,5

5

10



Planta e corte t铆picos Rua Ant么nio de God贸i

4,70m

4,00m

3,00m

6,00m

0 120

2,5

5

10



Av. Rio Branco

765,67 762,52 759,37 756,22 753,07 749,92

744,20

Corte BB Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Santa EfigĂŞnia

788,80 785,65 782,50 779,35 776,20 773,05 769,90 766,75 763,60

764,15

760,45

761,02

757,30

757,87

754,15

754,72

751,00

751,57

747,85 743,70

748,42

743,50


A partir da análise da planta de cheios e vazios do andar térreo, foi possível identificar os principais eixos de conexões estabelecidos na quadra. Com eles pode-se, não só compreender quais seriam os percursos realizados pelos pedestres, como também estabelecer as principais diferenças entre os três pátios. O pátio de número um é um pátio privado de acesso franco. Por ele passam três dos principais eixos estabelecidos: dois transversais, um que conecta a Avenida Rio Branco com a Rua Santa Efigênia e o outro a Avenida Rio Branco com a UBS. E, o último, que é o único eixo longitudinal que existe na quadra, estabelece uma ligação direta entra a Avenida Ipiranga e a Rua Antônio de Godói, passando pela ETEC. Neste pátio, os espaços permeáveis junto com as árvores não só delimitam os principais caminhos existentes como também o dividem em dois espaços distintos. Um deles mais relacionado com o térreo comercial do edifício localizado na Av. Rio Branco, permitindo a apropriação do pátio pelas lojas e restaurantes do edifício. O outro, mais relacionado com a UBS, garante o bem estar dos usuários que aguardam para serem atendidos. O pátio de número dois é um pátio privado de uso restrito, configura o espaço condominial dos edifícios residenciais localizados na Rua Santa Efigênia e do edifício localizado no miolo da quadra. Foi divido em quatro grandes ambientes: uma quadra poliesportiva, uma área mais destinada à recreação infantil, um local de estar e uma superfície multifuncional, que foi posicionada em uma cota um pouco mais alta, configurando uma grande escadaria/ arquibancada que olha e se relaciona com os demais espaços do pátio. Por último, o pátio de número três que também é um pátio privado de acesso franco. A escadaria/arquibancada que se localiza em quase todo seu perímetro, além de resolver o problema de nível que existe, configura um espaço de lazer e estar que se relaciona diretamente com a Igreja Luterana, qualificando-a.

124

Planta cheios e vazios andar térreo

Principais conexões estabelecidas

Esc. 1:1000

0

10

20

50


1 2

3

125




entrada edif. residencial 745,00

acesso à galeria comercial que conecta a Av. Ipiranga ao pátio 745,00

conexão com a Rua Santa Efigênia

acesso da Av. Rio Branco aos escritórios ou ao pátio 744,70

743,70 acesso edif. residencial

acesso da Av. Rio Branco ao pátio 744,20 entrada UBS 743,70

entrada de serviços UBS 743,70 entrada edif. residencial 743,70 acesso da Av. Rio Branco aos escritórios ou ao pátio 743,70

conexão com o pátio da Igreja Luterana

Ampliação do pátio de acesso franco 0

5

10

15



Rua Ant么nio de God贸i

Corte EE Esc. 1:500

0

5

10

25


Av. Ipiranga

766,19 763,00 759,31 756,12 752,93 749,74

745,00


744,00 galeria comercial

743,70 entrada edif residencial

acesso escritórios 743,70 salão de festas 743,70

743,37 entrada edif residencial

743,70 entrada edif residencial 743,01 entrada edif residencial

745,05

Ampliação do pátio privado 0

5

10

15



Av. Ipiranga

762,80 759,65 756,50 753,45 750,30 747,15 744,00

Corte GG Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Ant么nio de God贸i

794,50 791,90 789,30 786,70 784,10 781,50 778,90 776,30 773,70 771,10 768,50 765,90 763,30 760,70 758,10 755,50 752,90 750,30 747,70

739,90 737,30


entrada edif. residencial 743,70

acesso da Av. Rio Branco aos escritórios ou ao pátio 743,70

conexão com o pátio de acesso franco

743,70

745,30

742,50

conexão da Av. Rio Branco com a Rua Sta Efigênia 743,10

acesso edif. galeria

742,50 Acesso ETEC 742,65

Ampliação do pátio Igreja luterana 0

5

10

15



Av. Rio Branco

Corte DD Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Santa EfigĂŞnia

794,50 791,90 789,30 786,70 784,10 781,50 778,90 776,30 773,70 771,10 768,50 765,90 763,30 760,70 758,10 755,50 752,90 750,30 747,70

742,50 739,90 737,30


6.6 Cota 750,20

Planta com usos cota 750,20

Escritório Residencial ETEC Bicicletário público

A seguinte planta mostra como se desenvolveram os programas de cada edifício numa cota logo acima do térreo. Como mostra a planta por divisão de uso, começam a aparecer as primeiras unidades habitacionais projetas. O uso comercial limitou-se ao térreo, sendo assim, o uso dos andares superiores é caracterizado ou pelo uso residencial ou por escritórios. Ao propor mais de uma função principal aos edifícios, é possível garantir que os espaços de articulação propostos no térreo sejam utilizados por uma densidade alta de pessoas em diversos períodos ao longo do dia, gerando diversidade e garantindo a vida dos mesmos.

140

Esc. 1:1000

0

10

20

50


Rua Santa Efig锚nia

Av. Rio Branco

Av. Ipiranga

Rua Ant么nio de God贸i

Largo Santa Efig锚nia


Av. Rio Branco

Rua Santa Efig锚nia

Av. Ipiranga

Rua Ant么nio de God贸i

Planta Cota 750,20 | Esc. 1/500 0

5

10

25



Av. Ipiranga

788,59 785,44 782,29 779,14 775,99 772,84 769,69 765,49 762,34 759,19 756,04 752,89 749,74

745,00

Corte FF Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Ant么nio de God贸i

769,90 766,75 763,60 760,45 757,30 754,15 751,00 747,85 743,70


6.7 Cota 787,40

Planta com usos cota 787,40

Escritório Residencial ETEC

A seguinte planta busca destacar quais são os edifícios mais altos do projeto, o uso dado aos mesmos e como acontece sua articulação com os edifícios restantes.

Esc. 1:1000

0

146

10

20

50


Rua Santa Efig锚nia

Av. Rio Branco

Av. Ipiranga

Rua Ant么nio de God贸i

Largo Santa Efig锚nia


Av. Rio Branco

Rua Santa Efig锚nia

Av. Ipiranga

Rua Ant么nio de God贸i

Planta Cota 787,40 | Esc. 1/500 0

5

10

25



Rua Santa EfigĂŞnia

764,25 761,10 757,95 754,80 751,65 748,50

743,00

Corte CC Esc. 1:500

0

5

10

25


Av. Rio Branco

765,67 762,52 759,37 756,22 753,07 749,92

743,70


Av. Ipiranga

Fachada Av. Rio Branco Esc. 1:500

0

5

10

25


Rua Ant么nio de God贸i


Rua Santa EfigĂŞnia

Fachada Av. Ipiranga Esc. 1:500

0

5

10

25


Av. Rio Branco


Rua Ant么nio de God贸i

Fachada Rua Sta Efig锚nia Esc. 1:500 0

5

10

25


Av. Ipiranga





7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Bloco de carnaval em Pinheiros Fonte: Aline Elisabeth Bronkhorst, 01/03/2014


Ao fim de todo o trabalho, acredito que o mérito alcançado não se concentra na proposta de projeto, mas sim em toda a metodologia que me guiou até ela. O projeto numa quadra específica do centro de São Paulo coloca-se como um exemplo de possível articulação urbana que poderia ocorrer na região. É importante destacar que o percurso do trabalho teve seu rumo alterado à medida que foi sendo elaborado. Inicialmente, minha intensão era trabalhar apenas com edifícios abandonados do centro de São Paulo e realizar uma proposta projetual visando unicamente a requalificação do edifício. No entanto, a partir dos estudos iniciais sobre a região central, notei que o centro de São Paulo apresenta muitas outras questões e problemas que vão além dos edifícios abandonados. Busquei, a partir do desenho da quadra, o estabelecimento de uma nova configuração que atenda à demanda construtiva do local, mas que, ao mesmo tempo, respeite e garanta a sobrevivência do conjunto urbano e que proporcione novos espaços de estar e convívio para a população. E termino a Faculdade com o desejo que os espaços públicos de São Paulo sejam ocupados diariamente, não apenas em dias de festa.

162


163


BIBLIOGRAFIA

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

Junho de 2014

Camila Guerreiro Reis


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