Expediente Edição Camila Carrano, Cibele Silva, Lívia Brito
Direção de Arte Camila Carrano, Cibele Silva
Design e Diagramação Camila Carrano
Revisão Lívia Brito
Entrevista Cibele Silva
Publicação Online Filipe Medina
Atendimento ao Leitor: revista@abordodacomunicacao.com.br As opiniões reunidas nesta publicação não representam necessariamente nosso ponto de vista. A revista está publicada na íntegra no www.abordodacomunicacao.com.br
Carta ao Leitor Cibele Silva
Entrevista Gil Giardelli
Os Conflitos e desafios dos profissionais do século XXI Viviane Mansi
A (in)sana e necessária busca pelo paradigma digital Cíntia Carvalho
Relações Públicas e o profissional do século XXI Ludimila Costa
Os profissionais do século XXI e a interatividade digital Thaís Germano
A Organização e seu Ambiente Gabriel Leite
Tecnologia, você está preparado para usar? Danilo Marinho
É Hora de E-voluir
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Natalya Nunes
Tecnologicamente verde e global
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Diego Galofero
O Upload empresarial. Um download funcional! Conectando...! Diego Aragão
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Teoria x Prática no mercado de trabalho Texto em Parceria
Entrevista Tiago Ritter
Parceria Mundo RP O Mundo RP reconhece o bom conteúdo do A Bordo da Comunicação
A Bordo Compareceu Ciclo Inovar Comunicação Eventos
A Bordo Realiza Cobertura 2º Fórum A Bordo da Comunicação
#blogabordoindica E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI Plínio Reis
Feed A Bordo da Comunicação Inteligência competitiva, mídias sociais e profissionais conectados: oportunidades e ameaças Tarcízio Silva
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Carta ao leitor A Era da Informação, da Responsabilidade, da Criatividade e da Maturidade é agora, engloba o novo profissional do século XXI, ou seja, os jovens da geração Y, conhecidos como “os apressadinhos da internet.” Diante deste contexto, como as empresas devem enxergar os jovens profissionais, já que ainda mantêm os princípios do século XX? A terceira edição da revista A Bordo da Comunicação traz a visão de diversos profissionais e estudantes, em relação ao novo e velho mundo. E agora? Como as empresas devem se adequar aos profissionais que não visam bons salários, mas procuram se destacar no mercado de trabalho, serem reconhecidos e estabilizarem a vida com seus EGOs elevados? Essas empresas devem traçar estratégias visando a inovação, investir na área de comunicação e adquirir força na mesma proporção para adequar às perspectivas do novo funcionário. As empresas devem pensar que a Internet causa certa instabilidade. Algumas vezes, os profissionais antigos de casa estagnam jovens que não se prendem às regras e diretrizes. Hoje, os jovens são líderes e querem ser responsáveis pelos seus projetos. Fatos e aspectos complicados de compilar em uma empresa. É onde o profissional de Comunicação entra para alinhar as estratégias da empresa e fazer com que evolua com os profissionais da geração Y, adaptandose à era. É imperativo que as empresas analisem as ameaças e oportunidades ao permanecer no século XXI. As organizações podem ser do século XX, em contrapartida devem saber lidar com empregados do século XXI. Eis o grande desafio.
Cibele Silva, Editora do blog A Bordo da Comunicação
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Entrevista
Gil Giardelli Gil Giardelli é especialista em mídias digitais. CEO da Gaia Creative e professor de MBA e Pós Graduação da ESPM – São Paulo e Brasília. Editor do GilGiardelli.com.br/ blog e escreve para o portal da HSM Não poderíamos deixar de destacar que Gil Giardelli foi um dos grandes incentivadores para a continuidade do blog A Bordo da Comunicação. Já nos deu uma entrevista no blog – O Social da Media , participou no Primero Fórum A Bordo da Web 2.0 Corporativa e mais uma vez está conosco, agora na revista A Bordo, onde o tema geral foi sugerido por ele.
A Bordo da Comunicação: Quais as características principais que poderíamos enumerar como sendo emblemáticas do novo século para as empresas e para os profissionais? Gil: A principal é que jovens ao entrarem no Mercado de trabalho, na maioria das vezes, encontram nas empresas ambientes hierárquicos, pouco conectados, ou seja, avessos à inovação, ao compartilhamento, às premissas da era da inovação e da criatividade coletiva. Por isso, o fenômeno do empreendedorismo digital inclui mentes jovens e talentosas, que preferem construir suas próprias empresas ou trocar multinacionais e altos salários para trabalhar na economia criativa e coletiva com menos benefícios e mais prazer e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Algo que hoje não é harmônico na era industrial. Uma era fantástica, onde não existe mais o maior comendo o menor, e sim o mais lento ficando para trás.
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A Bordo da Comunicação: Atualmente, as poucas empresas que se destacam no mercado estão geralmente estruturadas na inovação, essas são almejadas pelos funcionários desta nova era. Como a empresa pode mudar sua cultura e se adaptar a grandes inovações que sejam atrativas para os nossos pofissionais? Gil: As empresas de destaque nesta nova economia são empresas que já nasceram na era digital, que entendem a meritocracia e a inovação coletiva. Locais onde pessoas são respeitadas pelas ideias que geram riquezas e não apenas seus anos no cargo. Ou seja, uma jovem mente inventiva pode mudar uma cadeia da economia As empresas que ficarão na história do século XX enxergam os jovens aprendizes como meros fazedores de trabalhos insones, como pessoas despreparadas que devem ser servos. Empresas que admitem chefes ditadores, mussolinis de plantão.
“Uma jovem mente inventiva pode mudar uma cadeia da economia”
A Bordo da Comunicação: O profissional do século XXI é um livro para um novo tempo e para as pessoas que desejam ser, cada vez mais, atualizadas e felizes. Qual é a dica que você dá para as empresas saírem do século XX e se adequar ao século XXI? Gil: As empresas dos séculos passados ainda vivem com métodos da era industrial e da economia de produção a vapor, e os jovens profissionais desejam trabalhar na era digital da economia do conhecimento e do compartilhamento de ideias. As empresas do século XX só pensam no lucro e nos P’s de produto, preço, ponto de venda, enquanto os novos profissionais valorizam os novos P’s de Pessoas, Planeta e, por fim, Profit (Lucro). Enxergue esta geração, que o Laboratório do Futuro de Londres nomeou como Os Potencialistas, milhares de pesssoas que não se calam aos assombros da humanidade e criam coletivamente. Percebeu o choque dos mundos?!
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“A revolução é lenta mais irreversível, então não use velhos mapas para descobrir novas terras.”
A Bordo da Comunicação: Não vemos essa diferença somente em empresas, mas também no ensino. Professores com metodologias do século XX e alunos que não se adaptam, pois já estão no século XXI, bem como a política no Brasil, entre tantos outros exemplos. Você acredita que isso tudo está longe de ser mudado? Gil: Vivemos a era do aprendizado durante toda a vida! Pensadores globais pensando na educação personalizada, em um modelo pós-gutemberg. É um mundo fantástico, mas de dualidades, um hiato de gerações, um hiato de séculos. Entretanto, não se esqueça: “Ser Jovem hoje não tem nada a ver com idade e sim como você encara as mudancas.” Mas, o Brasil tem evoluído muito na educação progressista, Fundação Roberto Marinho e suas formas de Paulo Freire, vanguardistas! EAD do Sebrae Nacional capitaneado pela educadora Márcia Matos são alguns dos bons exemplos. A revolução é lenta mais irreversível, então não use velhos mapas para descobrir novas terras.
“As empresas do século XX só pensam no lucro e nos P’s de produto, preço, ponto de venda, enquanto os novos profissionais valorizam os novos P’s de Pessoas, Planeta e, por fim, Profit (Lucro).”
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Os Conflitos e desafios dos profissionais do século XXI
Viviane Mansi É relações públicas, consultora, mãe do Guilherme, professora, esposa do William e gerente de Assuntos Corporativos na indústria farmacêutica MSD. É formada pela Cásper Líbero, pós-graduada pela Fundação Dom Cabral e pela Fundação Getúlio Vargas. Sua atuação está concentrada em comunicação executiva, comunicação interna, responsabilidade social e relacionamento com o governo. É colunista no site www.nosdacomunicacao.com.br e autora do blog www.comunicacaocomfuncionario.blogspot.com t w it t e r : @ m an s iv
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Olá, fulano. Por que você decidiu deixar a empresa, pergunta o chefe, ainda espantadocomadecisão.Porqueeuquero mais, responde o funcionário numa boa, quase levantando os ombros. Mas me diga o quê, pois se é salário, nós podemos rever isso, continua a conversa. Sabe o que é, responde o jovem, eu quero mais. Mais respeito, mais responsabilidade, mais liberdade, mais ‘eu mesmo’. E fica o chefe com aquela cara de quem ainda busca uma explicação razoável e uma resposta mais razoável ainda para um comentário que ele não esperava e para questões, até então inconciliáveis, como responsabilidade e liberdade. Um ex-professor que eu respeito muito, chamado João Baptista Brandão, escreveu sobre isso e ainda tenho anotadas as palavras dele: “Ele (o representante autêntico da geração Y) é muito responsável. Com aquilo pelo qual é responsabilizado. Assim, ele pode sair no meio da tarde de uma quartafeira ‘pesada’ para ficar com a namorada que está febril; ele se sente também responsável por ela. E vai mandar para o chefe, de madrugada, por e-mail, o projeto pelo qual é responsável”. De repente muitos profissionais se deram conta de que há outro jeito de ser produtivo e feliz. Contribuição da geração Y, mas endossada por muitas outras, afinal, todos queremos viver melhor. Os desafios das empresas são muitos e não tenho dúvidas de que todos serão vencidos, afinal, as entidades jurídicas também são feitas de pessoas. Por que demora tanto, então? Meu palpite é porque a engrenagem é pesada, o novo assusta e, no fundo, ninguém quer errar. Tomar decisão sobre pessoas é sempre difícil e não há gestor nesse mundo que ache alguma graça em desligar alguém ou dar feedback negativo, embora às vezes ambas as ações sejam necessárias. Em vez de criticar o sistema ou vitimizar a situação ou as pessoas, o que eu acho mais coerente é tentar resolver a questão de uma forma proativa e articulada. Nos tempos de hoje, inteligência emocional e inteligência social são indispensáveis para melhorar o ambiente de trabalho e até
reivindicar as ações que acreditamos. A inteligência emocional tem a ver com autoconhecimento e com domínio dos próprios sentimentos. A inteligência social significa também atentar para o outro, ter sensibilidade, tato. É alguém que sabe negociar e dialogar (e não discutir!). Eu acompanho alguns blogs e é relativamente comum eu ver comentários – quase sempre anônimos – de pessoas contrárias a determinadas posições e que derramam um sem número de deselegâncias para dizer isso. Fico imaginando essas pessoas no trabalho... Ou em casa. Alguém entra na ‘sala de estar’ de outra pessoa, senta-se sem ser convidado e é mal-educado. No fundo, é o risco que a gente corre de fazer nas empresas, se usamos mal o sistema. De nada adianta protestar pelos meios errados, ‘fazer barulho’ ou tentar se fazer ouvido por meio de burburinho no corredor. O melhor mesmo é dizer como nos sentimos para quem tem condição de resolver o caso. Esse ‘quem’ responde pelo nome de chefe ou, às vezes, pelo nome de recursos humanos. Ah, não acredita no sistema? Temos que lembrar que fazemos parte dele e se ele é assim é porque, de um jeito ou de outro, contribuímos com isso. O outro lado da história é que dialogar dá trabalho. Convencer uma empresa inteira sobre algo que nós acreditamos também dá trabalho. É a hora de desenvolvermos as estratégias como bons intra-empreendedores que somos. Conhecem as regras? 1) Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido - por uma boa causa, é claro, não por má conduta. 2) Evite as ordens que visem interromper seu sonho – não significa ignorá-las, mas buscar formas adequadas de perseguir aquilo que é realmente importante para nós. 3) Execute qualquer tarefa necessária para fazer seu projeto funcionar, a despeito da sua descrição de cargo. Como dizem, idéias não respeitam organogramas.
4) Encontre pessoas para ajudá-lo – e só as encontraremos se tivermos uma visão de futuro atraente, convincente, bem comunicada. 5) Siga sua intuição a respeito das pessoas que escolher e trabalhe somente com as melhores. As melhores pessoas são aquelas que se respeitam, que respeitam os outros, que estão convictas e engajadas no mesmo propósito que você. Nada tem a ver com aquela que tem o melhor desempenho, a melhor nota. 6) Trabalhe de forma clandestina o máximo que puder – a publicidade aciona o mecanismo de imunidade da corporação. Bem, tendo estudado comunicação, eu diria que só a publicidade mal feita aciona a imunidade da organização. Tenha um bom plano de relações públicas e está tudo certo! 7) Nunca aposte em uma corrida a menos que esteja correndo nela. Faz sentido, certo? Não é a tal coerência que tanto buscamos? 8) Lembre-se que é mais fácil pedir perdão do que pedir permissão. Dar o exemplo de como algo pode ser melhor é a forma mais eficiente de convencer outro alguém disso. 9) Seja leal às suas metas, mas realista quanto às maneiras de atingi-las. Mudança de cultura leva tempo. Há coisas que não são imediatas, mas valem a pena investir o nosso escasso e precioso tempo. 10) Honre seus patrocinadores. Significa dividir e comemorar os ganhos com aquelas pessoas que nos ajudaram a mudar o jeito de fazer as coisas, que tornam a nossa jornada na empresa mais prazerosa e feliz.
“Em vez de criticar o sistema ou vitimizar a situação ou as pessoas, o que eu acho mais coerente é tentar resolver a questão de uma forma proativa e articulada.’
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A (in)sana e necessária busca pelo paradigma digital
C ínti a C a r va lho Professora-Pesquisadora da Universidade Feevale (Novo Hamburgo, RS), onde é líder do projeto de pesquisa “Comunicação Corporativa em tempos de conteúdo gerado pelo consumidor: desafios e tendências”, financiado pelo CNPq. Na mesma instituição, coordena o MBA Internacional em Comunicação Estratégica e Branding. Bacharel em Comunicação Social - Habilitação em Relações Públicas, Mestre e Doutora em Ciências da Comunicação pela PUCRS.
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Vivemos numa época de transformações e incertezas, inseridos em tempos “insanos”, onde as mutações estão ocorrendo num ritmo acelerado, como nunca antes foi visto, e revelando uma singular paisagem mundial onde os contornos econômicos e sócio-culturais criam novos paradigmas em todas as áreas do conhecimento humano. Uma era emoldurada pela informação e pelo conhecimento que, além de alavancar o desenvolvimento da humanidade, revolucionou os conceitos de valor agregado, transformando-se em um fator econômico. Assim, novos mercados, serviços, empregos e empresas estão surgindo e a tecnologia da informação e a comunicação interferem significativamente no ciclo informativo, tanto do ponto de vista dos processos, como das atividades, da gestão ou dos custos. Com essas rápidas e drásticas mutações tecnológicas e dos procedimentos de processamento de produção, é necessário que o mundo corporativo demonstre sinais de vitalidade e ressurja das cinzas - tal como a Fênix - para fazer frente ao desafio oriundo da preocupação com a sobrevivência organizacional, de maneira a buscar uma nova forma de ser e atuar no contexto empresarial. Este é, sem dúvida, um importante momento histórico onde as tecnologias de informação e comunicação recriam novos conceitos para espaço e tempo. Se antes o tempo era linear e o espaço algo que devia ser explorado (tinha forma, volume, distância etc), hoje impera o imediatismo, a compressão do tempoespaço; o espaço é desterritorializado pelas redes telemáticas que ditam, simultaneamente, novos parâmetros de tempo.
A luta que se faz hoje é pelo presenteísmo, visto que não se sabe o que será do amanhã. Não se trata, no entanto, de uma visão catastrófica do mundo, mas, antes, um olhar sobre as transformações que nos afligem. Tais transformações ocorrem em movimento e, como tal, suas explicações também devem ser dadas em movimentos – que perpassam a complexidade, o caos, a incerteza, a descontinuidade, a desterritorialização, a fractalidade etc – inaugurando novos campos de pensamento, novas formas de ver, comunicar, agir, estar no mundo, manifestar-se culturalmente, e até mesmo educar. Nesse sentido, entendemos que a informação passou a desempenhar um papel de vital importância na configuração dos negócios e, por esse motivo, sofremos forte impacto se tentarmos romper com o pensamento análogo - no qual uma empresa só existe se tiver um espaço físico definido na sociedade e se possuir uma estrutura que sirva de referência física para os clientes e para seus membros -, e tentarmos nos engajar ao paradigma digital, que implica abandonar o controle e o processamento das ações via papel, além do controle do fluxo de informações nas organizações via sistema de filtragem.
“Captar e compreender as grandes tendências que estão se delineando para o futuro é tão vital para as organizações quanto gerenciar os problemas do dia-adia.” que uma ruptura com o conceito de canais de informação - que regiam o modelo anterior - e o início de uma caminhada para a empresa digital, assumindo todos os riscos e vantagens desta nova concepção, ainda levará um tempo a acontecer, até que as organizações deixem de resistir e passem por uma completa reformulação cultural, bem como pela aceitação de que terão de abandonar determinados modelos mentais que foram bem sucedidos em certos períodos de sua história mas que, na atualidade, são limitadores deste processo de revisão e adoção ao paradigma digital emergente.
Grande parte disto ocorre porque a maioria dos gestores e de seus colaboradores não sabe ainda como lidar com um cenário onde as informações não existem mais apenas em um formato, que podem ser guardadas em gavetas ou colocadas em arquivos. Estes funcionários ainda não tem consciência plena do Como podemos perceber, o cenário que fazer para gerenciar seu tempo vigente exige uma concepção se tiverem que se autogerenciar e estrutural revisada; uma radical trabalhar em casa, por exemplo. transformação na forma de operar e conviver com a tecnologia digital Não podemos, porém, ignorar que disponível. Nessa linha, vemos as organizações que cresceram e a necessidade das empresas amadureceram no estado análogo repensarem seus rumos e sua e que se habituaram a pensar em forma de se relacionar interna e termos de espaço físico, pessoas externamente. circulando, escritórios, reuniões, entre outros fatores, ainda pensam que esta é uma realidade difícil de À guisa destas considerações, temos aceitação; uma dificuldade que não
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 se concentra somente no campo daqueles que detêm o poder, mas que também faz parte das preocupações de funcionários de todos os níveis. Desta forma, destacamos o quanto as transformações culturais influenciam as organizações na forma de exercer o poder e gerir pessoas. É imperativo, portanto, que as organizações reconheçam e compreendam os impactos deste processo mutacional para se estabelecerrelaçõesequilibradasentre o progresso tecnológico e os contatos interpessoais que se desenvolvem em seus limites. Criar novas formas de se comunicar e negociar é a única maneira para a valorização real do seu capital humano. Nestas condições, uma gestão mais participativa favorecerá o trabalho em equipe e a criatividade e, consequentemente, a
produção do conhecimento. Para potencializar as competências interculturais, a comunicação organizacional deve estar preparada para enfrentar, no âmbito interno, desafios como acesso à tecnologia e à informação, gestão da propriedade intelectual e gestão da mudança e da filosofia organizacional. No contexto externo, por outro lado, as organizações, especialmente as que já atuam no espaço virtual, tem cada vez mais seus processos impactados pela relação com os clientes, por meio da interatividade direta e indireta de informações e conhecimento.
mudou a forma de divulgar e tratar as informações e também está construindo novas maneiras de fazer comunicação.Osusuárioscomunicamse de formas multidimensionais na rede virtual através da tecnologia de interação em tempo real com qualquer lugar do planeta. Tudo isso exige uma nova comunicação, mais alinhada com os negócios, ativa e inovadora, e mais conectada com as demandas da sociedade. O crescimento acentuado das redes sociais é um exemplo evidente dessa transformação da comunicação na era digital.
Captar e compreender as grandes tendências que estão se delineando Diante desta realidade, temos que para o futuro é tão vital para as os avanços tecnológicos criaram organizações quanto gerenciar os novas ferramentas que alteram problemas do dia-a-dia. A organização profundamente a forma dos dirigida sem o olho no amanhã corre o indivíduos se relacionarem; a Internet risco de ser apanhada de surpresa por transformações, muitas vezes sem ter como reagir de forma eficaz. Tudo está mudando (e muita coisa já mudou!) a nossa volta, inclusive nós mesmos. Vivemos em busca de referenciais compatíveis com os rumos e valores de uma nova sociedade. Para arremate final, esperamos que as explanações aqui retratadas não sejam tomadas como verdades universais. Parece-nos mais sensato tomá-las, inicialmente, como ponto de partida e como base para reflexões, debates e discussões. 1 Pautados em LIMA, Frederico. A sociedade Digital. RJ: Qualitymark, 2000.
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Relações Públicas e o profissional do século XXI
Ludim ila C o s t a Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas pela Faculdade Sul-Americana (Goiânia, 2009) e pós-graduanda em Docência Universitária na Universidade Salgado de Oliveira. Possui experiência em Comunicação desde 2000, quando iniciou seus trabalhos com propaganda,eventos e marketing promocional. Em 2008 atuou como estagiária de Relações Públicas na Superintendência Regional de Marketing e Comunicação da Caixa Econômica Federal e permaneceu por um ano, até sua formação. Desde junho de 2009 exerce a função de Relações Públicas na Assessoria de Comunicação da Companhia de Distritos Industriais - Goiasindustrial, onde as principais atividades são: comunicação institucional e interna e assessoria de imprensa. Delegada de Relações Públicas do Conrerp da 6ª região.
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Vivemos em um mundo de constantes transformações, onde a ordem é estarmos sempre conectados às novidades que a globalização nos proporciona e adaptar-nos a elas para não ficarmos para trás. Isso acontece em todos os momentos da nossa vida, seja em casa, no trabalho, durante os estudos, na convivência com as pessoas e na sociedade em geral que, de uma forma ou de outra, nos afeta. No que diz respeito às relações públicas não é diferente. Esta prática que surgiu nos primórdios da humanidade, foi sistematizada no século XIX, profissionalizou-se no Brasil no início do século XX e atualmente acompanha as novas tendências no que diz respeito à comunicação e tecnologias. Antigamente, falava-se em relações públicas como uma atividade afim, que não fazia parte do planejamento estratégico das empresas. Com a mudança da economia e do posicionamento dos públicos, que passaram a perceber sua importância na tomada de decisões das empresas, estas passaram a se preocupar mais com seus relacionamentos internos e externos e sentiram a necessidade de se reposicionar, investindo em comunicação para alavancar seus negócios. Asmudançasfrenéticasdociberespaço fazem com que a necessidade de inovação e investimento em comunicação aumente gradativamente e as relações públicas ganham força na mesma proporção. Porém, não adianta nossa profissão ser tão importante se não existem profissionais preparados para exercêla. Os RPs de hoje, além de serem primordiais para a empresa, ocupando status de gerência e diretoria, estão revolucionando seus valores e suas políticas, atuando como agentes mobilizadores e transformadores. Por isso mesmo, ao contrário do que
muitos pensam, não basta ter um diploma e sair por aí se dizendo ser relações públicas, é necessário ter um perfil ético, estrategista, inovador e perspicaz.
“Inovação na websocial exige fundamentalmente escuta digital estratégica, séria e metódica.”
Ética acima de tudo A organização que possui um profissional qualificado está um passo a frente, mas de nada adianta se ele não for ético. O profissional de Relações Públicas deve sempre adotar condutas éticas e transparentes, pois atua na organização como um agente de mudanças, que se relaciona e conduz relacionamentos entre todos osdepartamentosdeumaorganização e o público externo. Além disso, está ligado diretamente à imagem, algo muito delicado de se tratar.
4. Profissional de Relações Públicas deve empenhar-se para criar estruturas e canais de comunicação que favoreçam o diálogo e a livre circulação de informações.
Agir de maneira ética não é apenas cumprir o Código e a legislação, mas, também, considerar a ética “na transmissão dos valores culturais e morais que formam os alicerces da vida social e das filosofias e políticas Para quem não sabe, existe o Código de comunicação”, como afirma de Ética das Relações Públicas, Kunsch (1997, p. 140). Infelizmente, publicado no site do Conselho Federal poucos levam esse tópico a sério. de Relações Públicas – CONFERP , O estrategista cujos princípios fundamentais são: 1. Somente pode intitular-se profissional de Relações Públicas e, nesta qualidade, exercer a profissão no Brasil, a pessoa física ou jurídica legalmente credenciada nos termos da Lei em vigor;
Os profissionais de Relações Públicas do século XXI devem ocupar o posto de estrategista e adotar uma nova postura, trabalhando de maneira sinérgica, inclusive com outras áreas profissionais, fazendo valer a tal “comunicação integrada” que tanto ouvimos falar e até estudamos.
2. Profissional de Relações Públicas baseia seu trabalho no respeito aos princípios da “Declaração Universal É estratégico quem, primeiramente, conhece bem a empresa onde dos Direitos do Homem”; está atuando para solucionar seus 3. Profissional de Relações Públicas, problemas com precisão e elaborar em seu trabalho individual ou em projetos de comunicação eficazes. O sua equipe, procurará sempre estrategista tem uma visão macro das desenvolver o sentido de sua situações e se atém a detalhes, não responsabilidade profissional, deixa nada passar despercebido, pois através do aperfeiçoamento de seus o mínimo pode ser muito e o barato conhecimentos e procedimentos pode sair caro em muitos casos. éticos, pela melhoria constante de sua competência científica e técnica e no O profissional com esse perfil efetivo compromisso com a sociedade pesquisa e planeja de acordo com as necessidades da empresa, utiliza as brasileira;
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 técnicas e ferramentas adequadas para cada tipo de ação, estabelece parcerias, integra departamentos e está sempre conectado com as novas tendências, como a era digital que está tomando conta das casas, das empresas e dos demais ambientes por onde andamos. Inovar sempre O RP moderno está sempre inovando, revendo paradigmas, quebrando tabus. Pare e pense o que seríamos de nós comunicadores se estivéssemos até hoje no jornalzinho para informar, no cartãozinho de aniversário para estreitar relacionamentos e na ligação de pós-venda para fidelizar os clientes?
Na era da comunicação digital, o profissional de Relações Públicas deve estar bem preparado, pois as ferramentas possuem linguagens e características que exigem especialização e um razoável grau de conhecimento. “É preciso conhecer suas especificidades adaptando-se às características do público-alvo que se quer atingir”, como diz a colega Carolina Terra. A perspicácia faz parte do perfil do profissional de RP do século XXI, pois é preciso ter o “feeling”, saber como aproveitar as oportunidades que surgem em prol do seu sucesso e do êxito de seus projetos, assim como saber criar oportunidades para se destacar e levar a sua empresa junto, ou vice-versa.
Não basta exercer bem sua função e não saber se realmente está gerando bons resultados. O profissional deve sempre avaliar suas atitudes, sua postura,suasmetodologiasdetrabalho e seu grau de (re) conhecimento. Isso pode ser medido com pesquisas no ambiente de trabalho, através de clipping (essa técnica não vale apenas para empresas) e até mesmo uma simples pesquisa em sites de busca, como o google, basta digitar seu nome e/ou o nome da empresa onde atua. Outras técnicas são válidas, basta ter criatividade. O século XXI ainda promete muitas surpresas e nós, comunicadores, devemos estar preparados para não ficarmos defasados e perdermos espaço para profissionais de outras áreas, o que acontece constantemente em muitos Estados do nosso país. As relações públicas estão crescendo e devemos crescer junto para nos tornarmos sempre profissionais melhores e mais capazes de revolucionar a nossa classe, dando o verdadeiro exemplo de que os profissionais de RP são os mais apropriados para solucionar os problemas comunicacionais das empresas e trabalhar em prol de uma imagem excelente.
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Os profissionais do século XXI e a interatividade digital
Thaís Ge r ma n o É profissional de relações públicas e especialista em gestão de negócios. No mercado há mais de 10 anos, gerencia a Oito Comunicação Estratégica e docente dos cursos de Marketing e Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas da Faat Faculdades (Atibaia). t w it t e r : @ t h ais ger ma no
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010
“A discussão deve estar em torno da capacidade de adaptação, flexibilidade e aceitação de uma forma de convivência que um contribua com o outro constantemente. “ Diversos aspectos poderiam conduzir uma reflexão entre a relação empresas do século XX e os profissionais do século XXI, alguns mais rasos e outros mais profundos. Mas, qualquer um deles vai convergir num ponto comum que pode ser o centro do tema ponderado aqui e o que realmente importa disso tudo, já que não é a primeira vez que o mundo dos negócios vive essa situação. Certo? Outrosnegóciosjáviveramessatransição secular e essa adaptação entre cultura organizacional, postura mercadológica e perfil dos seus funcionários. Então, qual é a diferença desta vez, que mereça uma reflexão a respeito? A tal da interatividade digital e o que se chama geração Y. Em outros tempos, empresários tinham que lidar com essa relação de uma maneira muito fácil, até mesmo tranquila, afinal não havia a mesma tecnologia empregada nem a liberdade, participação ou mesmo importância atribuída ao funcionário que ali trabalhava ou à sua opinião ou à postura dentro e fora da empresa. A questão era segundo o tradicional “manda quem pode, obedece quem tem juízo” – o que ainda se vê bastante em pleno ano de 2010, infelizmente, acredite.
interações dentro dela – o que significa em nível mundial -, em que todos são agentes, portanto, cada palavra, opinião e atitude têm relevância e algum nível de impacto, o que passa a fazer diferença positiva ou negativamente. E isso não é ruim, pelo contrário, é ótimo, porque soma, agrega mais experiências, mais olhares de um mesmo fato, objeto, produto ou empresa. Torna cenários mais próximos, reais e até críticos para as empresas e seus profissionais no que concerne imagem e reputação, por exemplo. Como a participação ativa das pessoas na Internet só tende a aumentar, consequentemente, a Internet cresce também, ampliando fatos, colocando em cada pequeno comentário ou acontecimento uma lente de aumento global, promovendo uma ampliação que permitirá diversas interpretações e novas preocupações, por isso essa adequação é tema da agenda da empresa e do profissional. E mais, essa situação demanda profissionais apropriados que tenham a expertise mais apropriada para conduzir esse momento com todo o cuidado, estratégia e segurança, que circunstâncias empresariais delicadas solicitam – uma oportunidade interessante e riquíssima para relações públicas, a propósito.
entre si de modo positivo e lucrativo para ambos. Sim, aí está a chave dessa questão corporativa ou sociológica, talvez, que é positiva e agregadora, desde que empresa e profissional entendam que deve existir, obrigatoriamente, essa atitude focada em soma e que ambos os lados se moldarão para poderem coexistir e prosperar. Obviamente haverá conflito, contraposição, mas também devem ser vistos como oportunidades de entendimento, chances de conhecimento do outro e encontrar a partir do diálogo e da pré-disposição a boa vontade mútua à mediação para o melhor modo de perpetuar negócios prosperamente e construir carreiras profissionais valiosas.
No meio dessa reflexão está o que se chama de geração Y, que seria a geração de profissionais que já se formam em tempos de interatividade digital, ou seja, pleno domínio “desse mundo”. Ainda assim, com essa vantagem da tal geração, a discussão O grande ponto que deve estar na deve estar em torno da capacidade de agenda dos empresários, gestores e adaptação, flexibilidade e aceitação também dos profissionais é que essa de uma forma de convivência adaptação, que não é novidade, será que um contribua com o outro “apenas” brutalmente ampliada, constantemente. E ai não importa a porque hoje existe Internet e uma geração, mas o interesse da empresa infinidade de possibilidades de e do profissional compartilhar e trocar
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A Organização e seu ambiente
Gabr i e l L e i t e Publicitário, Pós-graduando em Marketing Digital e CEO da Mentes Digitais. Já participou de diversas campanhas em mídias sociais e trabalha com projetos ligados a internet há mais de dez anos. . O Gabriel possui um conhecimento global no universo do marketing digital e se destaca no planejamento estratégico digital e gerenciamento de campanhas em mídias sociais. Já palestrou e participou de diversos cursos no segmento de marketing digital em todo Brasil e trabalha com internet há mais de dez anos. t w it t e r : @ G a br i e L e ite
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Uma organização é um conjunto de meios que tem como característica produzir e oferecer produtos e/ ou serviços com o objetivo de satisfazer as necessidades e desejos de consumidores. Para isso se faz necessário a união de diversas atividades como: material humano, matéria prima, energia e tecnologia. São os fatores que juntos desenvolvem produtos ou formam os serviços oferecidos pelas organizações ou empresas aos consumidores. Toda organização deve ter como prioridade o planejamento estratégico ou um plano de negócios. Faz-se necessário definir o quanto antes a sua missão, objetivos, conceitos, metodologia de trabalho e perspectivas de lucro. Saber quem é, para onde vai e quais os melhores caminhos e decisões a se tomar. Toda empresa precisa de um investidor, peça responsável por capitalizar a empresa, organizando a estrutura física, material e equipe de funcionários, para a obtenção de lucro. É necessário haver um capital de giro a fim de gerar uma movimentação financeira da empresa no mercado. É claro que há um risco, mas o verdadeiro empreendedor deve ter como uma das principais características, a coragem. Aliado ao investidor, existem os colaboradores que desempenham as suas funções com base em todos os ideais da empresa e seus respectivos salários. Em paralelo, existem os financiadores como bancos, que em caso de empréstimos recebem em longo prazo o recurso emprestado com os juros determinados. Por fim, os fornecedores que oferecem os insumos necessários para que a empresa funcione, seja através de serviços ou produtos fornecidos ao mercado.
organizações do século XXI. Como exemplo, podemos citar o Ambiente. O Ambiente é uma eterna mutação, de mudanças internas e externas, conceituais e práticas. Consideram-se dois pontos: O Ritmo das Mudanças e A Qualidade das mudanças. Uma das principais qualidades das empresas de hoje é desenvolver internamente uma função voltada à adaptação. Na natureza sobrevivem não os maiores ou os mais fortes, mas aqueles que têm maior capacidade de adaptação, já dizia Charles Darwin.
“Deixemos de lado o conceito “empresa – cliente” e caminhemos a uma filosofia “de pessoa pra pessoa”, onde não existem mais consumidores da marca e sim “amigos da marca”, onde não existam mais empregados, nem funcionários e sim colaboradores e mobilizadores da marca. ” Cada setor da atividade econômica tem sua dinâmica própria. Alguns se caracterizam por uma maior estabilidade e outros, pela volatilidade. Empresas como: Americanas, Magazine Luiza, Siciliano, Livraria Cultura, Ponto Frio e Colombo, enxergaram a força da Internet e procuraram se adaptar. Hoje, são na Internet tão fortes quanto no meio tradicional. É fundamental que as estratégias de ambas estejam bem alinhadas tanto no ambiente on-line quanto off-line, integradas em um modelo crossmedia.
É necessário que toda empresa esteja Vários aspectos são fundamentais adaptada ao que vem acontecendo para a continuidade e sucesso das em seu mercado, trabalhar em um
filtro a fim de afunilar tudo que é feito de novo e de bom no mercado para que se possa antecipar e trabalhar a questão da inovação mercadológica a seu favor. Muitas vezes as variáveis escolhidas não são as mais relevantes, mas aquelas que estão disponíveis. Procure estar sempre “antenado”. O mercado vive e é necessário “vivê-lo”, de forma pró ativa e participativa. É interessante observar que quanto menor o empreendimento, mais capacidade de adaptação ele necessita ter para se destacar e manter-se no mercado. Comoaspessoas,asempresastambém sofrem desgastes com o tempo e é necessária uma manutenção para que não atrapalhe a produtividade da mesma. Para isso, é sugerido que se crie um ambiente mais flexível e alegre, com base na criatividade. É fundamental que se conheça o ambiente ao qual se trabalha. Para entender melhor o ambiente nas organizações, através de elementos que afetam todos os participantes, é usado a análise PEST com os seguintes tópicos a serem estudados: Fatores Políticos, Econômicos, Sócio-culturais e Tecnológicos. A partir daí se desmembra através da: Política de distribuição de renda, regulamentação das atividades econômicas, barreiras alfandegárias, subsídios, incentivos, taxas de juros, inflação, desemprego, taxa de crescimento, religião, atitude com relação ao trabalho, diferenças de comportamento entre sexos, aspectos étnicos, consciência sobre direitos do consumidor e ambientais, diferenciais intra e inter regionais, possibilidade de oferecer produtos mais inovadores, novas formas de comercialização e distribuição disponível, novas formas de comunicação com o mercado. Enfim, a Análise PEST, por meio da seleção adequada das variáveis mais
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 relevantes para o negócio, pode abrir janelas de oportunidades antes não vistas. Hoje, devemos, além de produzir produtos e serviços, produzir clientes. O talento precisa existir numa dimensão muito mais ampla do que nas empresas simplesmente eficientes. É preciso humanizar as relações empresariais, tendo o sentimento como base. Deixemos de lado o conceito “empresa – cliente” e caminhemos a uma filosofia “de pessoa pra pessoa”, onde não existem mais consumidores da marca e sim “amigos da marca”, onde não existam mais empregados, nem funcionários e sim colaboradores e mobilizadores
da marca.
e em algumas vezes até mais que a própria empresa. Quando o destaque é positivo, as pessoas associam a imagem daquela pessoa à marca, e isso é maravilhoso, humaniza a comunicação.
A empresa que tem a mentalidade de que os funcionários não devem aparecer mais que a empresa está precisando com urgência se adaptar. Os funcionários são as empresas. Acredito que é preciso mais do Espero que tenha sido construtivo que nunca investir ao máximo para você leitor. Vamos conversar! na qualificação e no bem estar Beijo, me segue @GabrieLeite. do profissional no ambiente de trabalho. O Google, por exemplo, faz isso há anos, considero um grande exemplo visionário organizacional. E o segredo é este, é fundamental se apaixonar pelo seu trabalho e amar a sua empresa. O colaborador que tem esse pensamento e qualificação acaba naturalmente se destacando
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Tecnologia, você está preparado para usar?
Danilo Marinho Estudante do 7º semestre de Relações Públicas da Escola superior de Relações Públicas de Pernambuco. Atualmente trabalha realizando oficina de ‘Música e Comunicação’. Também mediador do blog Clube do RP.
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 No portal da SERPRO encontrei a seguinte afirmativa: “A tecnologia da informação é essencial a qualquer sociedade do mundo e, independentemente de qual seja o seu padrão de uso nas diferentes atividades profissionais, ela estará presente em todas.” Aparentemente fatalista, a declaração parece elevar a tecnologia como elemento fundamental para o sucesso e desenvolvimento dos cidadãos na sociedade moderna, ou seja, sociedade digital ou 2.0. Nesse sentido, entra em questão a iniciativa pública e privada na constituição de políticas públicas que garantam o crescimento social, político, econômico e cultural da coletividade. A definição dos papeis entre as instituições pública, privada e/ ou acadêmica é determinante para o sucesso desses novos processos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que a população brasileira, só em 2002, aumentou o consumo nos produtos de aparelhos eletrônicos em 68,3 %, isto é, mais da metade da atividade de venda de material eletrônico e de comunicação. A representação simbólica desses dados talvez não consiga mensurar outra questão ligada diretamente ao consumo e utilização de recursos tecnológicos, quando traçamos uma relação entre indivíduo e tecnologia. Ela se torna muito mais estreita e íntima do que possamos imaginar. O que você faria se estivesse com um MP3 player indo para a faculdade ou ao seu trabalho dentro de um transporte coletivo? A resposta não está tão distante assim. Basta pegar o primeiro coletivo e esperar. Em uma viagem que pode parecer simples, as coisas podem mudar radicalmente. É recorrente encontramos jovens ouvindo suas músicas preferidas no volume máximo dos seus aparelhos, interferindo na viagem dos outros passageiros. Não é de agora que os novos instrumentos tecnológicos são alvo de estudo, quando se fala de comportamento e atu-
alidade. Experiências como as de Scott Campbell, estudante americano de 13 anos, ratificam a dificuldade de relacionamento entre jovens e a tecnologia. Nessa experiência, a revista BBC Magazine propôs ao garoto trocar seu iPhone por um Walkman de 1979, durante uma semana. O resultado... “essa caixa monstruosa” definiu o garoto se referido ao aparelho.
atividades cotidianas: os idosos. Conforme pesquisa Ibope eRatings, levantada em janeiro de 2002, 1,5% dos 6,3 milhões de usuários da Internet no Brasil têm mais de 65 anos. Nos Estados Unidos, esses dados são ainda maiores, representando 7,01% dos 80 milhões de usuários da Internet.
Outro caso clássico, os jogadores do San- De fato, um novo mundo se constos Futebol Clube que disponibilizaram titui como desafiador. As novas um vídeo na Internet onde denigrem a tecnologias assumem a ponta nas relações humanas e determinam o modelo de postura a serem ado“As novas tecnologias tado pela sociedade atual. A reassumem a ponta nas lação entre homem e máquina é relações humanas e bem frágil, na medida em que os determinam o modelo de indivíduos usam mais do que o necessário ou ultrapassam a fronteipostura a serem adotado ra do bom senso, ética e respeito. pela sociedade atual.” Aliás, esse é o grande ponto. Até que ponto é possível usar a tecimagem de um torcedor. E ainda, o caso nologia a nosso favor? Bem, cabe da estudante Geisy, da Universidade de aqui aquela velha máxima: beba Brasília. Todos esses acontecimentos re- com moderação ou, neste caso, tratam a mudança de hábito e de cultura, use com moderação. demonstrando também certa fragilidade diante de tantos recursos. Foi o que comprovou Ana Maria Nicolau no artigo Impacto psicológicos do uso de celulares: uma pesquisa exploratória com jovens brasileiros, publicado no portal Scielo. Os resultados apresentaram alterações na rotina dos jovens. Algumas simples, outras mais preocupantes, como a do entrevistado pela pesquisadora, Bruno Batista. No artigo, ela comenta: “Ando com ele pra cima e pra baixo, onde eu tiver, eu tô com o celular, no banheiro eu tô com o celular. Pode ligar que vai me achar e eu não desligo para dormir.” Essas alterações sociais também atingem uma parcela da população que está começando a descobrir a tecnologia como um novo instrumento de auxílio em suas
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É Hora de E-voluir
Natalya Nunes Estudante do 6º semestre de Publicidade e Propaganda na UNISA, ainda não trabalha na área de comunicação, mas pretende seguir a carreira de redatora publicitária
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“É preciso pensar de maneira global para conseguir um crescimento local.” As empresas exigem cada vez mais de seus profissionais, querem colaboradores dedicados, instruídos, assertivos, organizados, competentes e com todos os adjetivos positivos presentes no dicionário. Atualmente, as facilidades para formar profissionais, como financiamentos estudantis e cursos à distância, já não são empecilhos. Entretanto, o que acontece quando toda a preparação feita ao longo de uma vida de estudos é desperdiçada por empresas que não sabem conduzir seu profissional para o crescimento da organização? Por que ainda existem empresas que têm espelhos nas paredes ao invés de janelas? As empresas devem se preocupar mais com o que acontece fora dela. É claro que a comunicação interna é importante, diria até que ela é algo vital para o sucesso de uma organização, porém, para a plenitude do sucesso, fatores externos tam-
bém devem ser levados em conta. Há questões econômicas, políticas e sociais a serem observadas e hoje, mais do que nunca, existem as questões ambientais. O século XXI, até o momento, tem como ponto forte o avanço tecnológico que contribuí para todos os outros fatores citados anteriormente. A tecnologia, além de facilitar a comunicação, também atua como aliada à ideia de sustentabilidade, já que a internet colabora – e muito – para a diminuição do consumo de papel. É evidente que a inclusão digital é algo cada vez mais presente em todas as classes. As profissões estão informatizadas, mas, ainda assim, há empresas que não se renderam totalmente à Era Digital. É impossível uma empresa sobreviver sem ter ao menos traços dessa era, mas, para conseguir algo além da sobrevivência, precisam acreditar no potencial que o mundo virtual possui. A necessidade de estar conectada ao mundo é tão importante quanto ao se comunicar com seus próprios colaboradores. É preciso pensar de maneira global para conseguir um crescimento local.
O Século XX foi marcado pela Revolução Industrial e o Século XXI, pela Revolução Tecnológica e, assim como as empresas se adequaram ao modo industrial de produção, também devem se adaptar às tecnologias digitais, afinal, seu público já está totalmente imerso nesse mundo e, é preciso enxergar com os olhos do cliente para fazer um produto que o agrade. É preciso ter contato direto para saber quais as suas percepções sobre o produto ou serviço que está oferecendo e, não existe nada melhor para tornar isto mais fácil do que a internet. Podemos afirmar que os profissionais evoluem mais rápido do que as empresas, pois é mais fácil mudar o comportamento de uma parte do que de um todo. Para entrar totalmente nesta Era de Revolução Tecnológica, as empresas devem ter em mente que não estão atirando no escuro ao investir neste tipo de comunicação, independente de qual seja seu público, ele estará familiarizado com as novas mídias. É muito melhor interagir com uma empresa do que ter uma comunicação passiva.
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Aqui o aluno ensina A revista A Bordo da Comunicação propõe com este espaço dar voz ao aluno. Divulgaremos artigos escritos por alunos das faculdades nacionais, de acordo com o tema de cada edição. O A Bordo da Comunicação foi desenvolvido por alunos e agora somos uma mescla de profissionais e estudantes. O lema é que todos têm a ensinar, por este motivo abrimos este espaço e se você estudante de comunicação quiser participar, entre em contato conosco pelo email: contato@abordodacomunicacao.com.br
Edição #4 Tema: O valor das Relações Públicas Padrão Caracteres: 3.000 até 5.000 Descrição: 340 a 440 caracteres Foto em alta resolução do autor
Deadline : 12 de novembro Os textos serão selecionados conforme o tema da revista e devidamente revisado pela equipe do A Bordo da Comunicação
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Tecnologicamente verde e global
Diego Galofero É aluno do 6º semestre de Relações Públicas na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).
Espaço Aluno
Atualmente é estagiário na Divisão de Comunicação Social da Assembleia Legislativa de São Paulo.
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Ao ser questionado sobre - “E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI” - cheguei à seguinte conclusão: Para falar do presente é sempre bom relembrar o passado, não se pode caminhar para frente esquecendo por onde já se andou, então vamos a alguns fatos. A Revolução Industrial teve seu início na Inglaterra no final do século XVIII, mas se espalhou pelo mundo a partir do século XIX. Esta revolução constitui-se de um enumerado de mudanças tecnológicas que causou transformações no sistema de produção e no âmbito social e econômico. Chega ao fim a era agrícola, as máquinas substituem o trabalho humano que no período feudal era baseado em produções artesanais e com isso aumentava a produtividade e o acúmulo de capital. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente, apesar de algumas tentativas frustradas para se livrar dele. Os países que conseguiram tal desvinculação acabaram obtendo dificuldades tanto no âmbito social como no econômico. O caso da pequena ilha na América Central, Cuba com seu regime político socialista pósrevolução de 1959, que foi aliada da ex-União Soviética no período da Guerra Fria e hoje objetos como pasta de dente, sabonete e até papel higiênico são produtos em escassez como embargo constituído pelos Estados Unidos. A questão do embargo é tão atual, que depois de quatro anos sem falar no plenário por problemas de saúde, Fidel Castro em seu discurso que durou 11 minutos no último dia 06/08, que entre outras coisas falou de uma possível guerra nuclear, citou o embargo econômico como algo prejudicial ao seu país.
“As mentes empreendedoras entendem que o mais importante da empresa não é a tecnologia ou instalação, e sim o ser humano, é preciso focar seus projetos para um planeta saudável. “ todos os aspectos e situações, falar mais do que um idioma, manter-se antenado na evolução da Internet e desenvolver a consciência sustentável, pois a crença que o homem alimentou durante séculos que os recursos naturais seriam eternosjáfoirefutada.Sersustentável é “qualquer empreendimento humano deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito” (site Planeta Sustentável)
mediada pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas – desalojadas – de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes identidades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma escolha. Foi a difusão do consumismo, seja como realidade, seja como sonho, que contribuiu para esse efeito de “supermercado cultural” (HALL, 2006, p.75)
Nós últimos anos, os três setores ampliaram a discussão sobre o papel e a responsabilidade socioambiental das empresas. O desenvolvimento sustentável Catástrofes ambientais, tsunamis, está embasado no fato de que chuvas torrenciais e ácidas, o crescimento econômico, as aquecimento global, El Ninõ, La Ninã, atividades e os investimentos “inverno de 40º graus e o verão de devem estar diretamente 20º” aumento de emissão de gás integrados com o meio ambiente, carbônico, aumento do buraco da aproveitando as melhores camada de ozônio, conscientização alternativas e preservando e banalização do tema a qualidade ambiental. sustentabilidade, países de maior capital poluem sem se preocupar. O Um documentário canadense malogro ambiental revela a face mais produzido em 2003, com o título suja do capitalismo. Na era chamada de The Corporation, traz questões pós-moderna, onde indivíduos éticas e sociais de grandes têm relações fragmentadas, os empresas. O filme reúne diversas valores sociais estão em constante entrevistas com pessoas influentes mutação e o consumismo que tem no mundo corporativo, pensadores o propósito de maquiar a solidão, como o cineasta Michael Moore. juntamente com a angústia sentida O documentário faz um paralelo pelo o homem atual. Stuart sobre as responsabilidades de um Hall discorre em sua obra sobre ser humano e uma corporação que o processo de transformação por suas regras só possuem um social na identidade das pessoas: tipo de responsabilidade, gerar O profissional do século XXI deve lucro. Entre os muitos assuntos “Quanto mais a vida social se torna ter uma mentalidade global sobre discutidos, o filme também mostra
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 uma ponta de esperança de que ainda podem existir empresas que buscam ser 100% sustentáveis. Possível? No primeiro debate dos presidenciáveis na TV Band, Plínio de Arruda Sampaio do PSOL chamou de Ecocapitalista a candidata Marina Silva do PV, pois ela só defendia o meio ambiente até o ponto que não incomodasse na questão financeira. Será que é uma hipocrisia dela? Será que algumas empresas do século XXI utilizam do mesmo discurso para ficar mais atraente aos olhos de seus públicos? No Brasil a empresa Natura, fundada em 1969 por Antônio Luiz Seabra, é exemplo de uma empresa preocupada com bem estar do meio ambiente. Em 1983 foi à primeira empresa a introduzir refis em seus produtos, já em 2007 começou a fornecer produtos com gás carbono neutros, visando à
diminuição do gás que é um dos discurso na Agenda 21 brasileira maiores responsáveis pelo efeito a expressão desenvolvimento estufa. Também se mostrou a frente sustentável é contraditória, pois das demais quando criou para seus o substantivo desenvolvimento clientes uma tabela ambiental remonta ao capitalismo selvagem que apresenta dados técnicos em onde a competição é a única suas embalagens. Para a Natura lei e já o adjetivo sustentável desenvolvimento sustentável aparece como cooperação, é uma questão de essência. equilíbrio. Desenvolvimento Sustentável é bonito no papel e O termo desenvolvimento às vezes funciona em algumas sustentável surgiu no cenário organizações, mas não soluciona mundial quando foi citado por as catástrofes que o mundo Robert Allen, em um artigo de vivencia, pois o sistema capitalista título: “Como Salvar o Mundo” é um dos grandes responsáveis em 1980, mas foi no relatório pela degradação ambiental. “Nosso Futuro Comum” divulgado Empresas que seguem a filosofia em 1987, que o termo tornou-se do século passado já têm seu global. Infelizmente para algumas caminho pré-determinado, o corporações esse termo já virou fracasso e a falência. O método modismo e vem perdendo sua de administração autoritária credibilidade para companhias que já é defasado, e todos já se o utiliza como uma forma apenas deram conta disso. As mentes de lucrar e propagar uma imagem empreendedoras entendem que o irreal de “bom moço”. Para o mais importante da empresa não pensador Leonardo Boff em um é a tecnologia ou instalação, e sim o ser humano, é preciso focar seus projetos para um planeta saudável. No século XXI devemos pensar em novas alternativas de vida, porque se continuarmos como estamos o mundo não agüenta. Novas tecnologias, ideologias políticas e especializações não terão valia ao colaborador, já que “empregado” é termo de empresas do século XX. Onde utilizarão toda estas habilidades? “Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário” José Saramago
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O Upload empresarial. Um download funcional! ...conectando...!
Diego Aragão
Espaço Aluno
Estudante do 7º período do curso de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propagando da Universidade de Uberaba (Uniube) em Uberaba/MG. Trabalha no meio Audiovisual como Diretor de cenas, Diretor de Fotografia e Cinegrafista. Teve participações no meio cinematográfico e foi finalista em festivais importantes de comunicação, como o Prêmio Tubal Siqueira 2010 e o Expocom. Responsabilidade Social, é a sua palavra de ordem.
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Bem-vindo ao fantástico ou, talvez, “abominável mundo da internet”. Um lugar que é desvendado a cada download e upload feito por um emaranhado de pessoas que se conectam a esta rede.
destaque na rede mundial de computadores, é necessário investimento. O que para algumas empresas pode ser sinônimo de desperdício de dinheiro.
“Como ferramenta de trabalho de uma sociedade que domina o mercado, a Internet deixou de ser um simples meio de comunicação. Ela é capaz de servir como fonte de conhecimento, interatividade, contato, dinheiro e, principalmente, ENTRETENIMENTO.”
Organizações acostumadas ao Como ferramenta de trabalho mundo conservador dos negócios de uma sociedade que domina o passam por dificuldades para mercado, a Internet deixou de ser se adaptar a essa realidade e um simples meio de comunicação. levantam questões do tipo: Ela é capaz de servir como fonte Como posso inserir minha de conhecimento, interatividade, empresa em um meio inseguro, contato, dinheiro e, principalmente, que não tenho controle? É daí ENTRETENIMENTO. Este último é que pode surgir a necessidade, o que mais assusta os empresários como aconteceu para muitas de internautas, dispostos a que, só agora, estão colocando empresas que acreditaram neste deixar bem claro seus gostos, em prática o verbo conectar. potente meio de comunicação. suas escolhas, intimidades, necessidades, estilos, posições Os novos profissionais já estão com A liberdade de expressão realmente políticas, religiões, para que suas telinhas ligadas a cem por assusta, e passa esta insegurança todos possam ver. Ou seja, estão hora, junto à evolução tecnológica. na mente dos empresários. dispostos a transparecer todos os Seja em casa, no colégio, no Mas, não estar inserido neste seus requisitos de personalidades, trabalho, na fazenda, onde quer meio por bem é estar inserido para mostrar ao mundo que que seja e tenha energia, a gloriosa por mal. É quase trabalhar às estão ali e podem se expressar. poderá estar prontinha para ser cegas. E ter controle sobre este conectada, via cabo ou satélite. meio depende de disposição. É por esse motivo que entra em tela novamente uma das A mídia adolescente que chama a Apenas ter um site institucional principais características da atenção de boa parte da sociedade ou promocional pode não Internet, o entretenimento. Este brasileira pelo leque de atrativos de suprir as necessidades de vida é o responsável por alimentar as comunicação é fundamental para o de uma empresa na Internet, necessidades desta “sociedade desenvolvimento de uma sociedade por dois pontos: primeiro, o internauta”. Mas, é também, o e que já foi feito por meios mais público interno de cada empresa responsável por dar alguns sustos escassos, como telefone, caneta, provavelmente já está navegando à empresários que estão entrando papel e correio. Na internet, todos e, consequentemente, levando no meio das redes sociais só agora, podem estar em comunicação o nome da organização a vários por não entenderem que para lidar constante, não importa o lugar e lugares dentro da rede. Em com este tipo de público é preciso a distância. Nela se encontra um segundo lugar, a Internet é ter e dar atenção individual. universo imenso de informação. um prato cheio para qualquer empresa, pois o público-alvo de O que se discute ultimamente é a A Internet permite todo o mundo quase todas está conectado e necessidade de uma adequação viver em tempo real. E quem talvez se expressando bem ou para uma nova área que se está inserido nessa realidade, mal em relação a outras marcas. forma entre os departamentos dificilmente demonstra interesse de RP e Marketing Empresarial de abandonar. Por esse motivo, As empresas precisam de alguma das empresas, para lidar com empresários estão voltando os forma saber o que se passa redes sociais, como o Orkut, olhares para o mundo virtual. a respeito de si mesmas, por Twitter, Facebook, Formspring, Lugar onde é preciso ser inovador questões de imagem, marketing. dentre outros, quando passa e criativo para brilhar no meio a ser uma necessidade préde tantos. Mas, para conseguir As redes sociais são conglomerados determinada, de acordo com os w w w . a b o r d o d a c o m u n i c a c a o . c o m . b r
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Ilustração: @_leo_freitas
pontos analisados anteriormente. Segundo o Blog “A quinta Onda”, escrito pelo comunicólogo Mauro Segura, atual líder de Marketing e Comunicação da IBM Brasil: Se a empresa busca uma transformação na cultura organizacional, a introdução de ferramentas sociais nas empresas pode fazer parte de um projeto maior, onde atividades de maior colaboração e compartilhamento de conhecimento devem estar no centro das atenções. As áreas de Recursos Humanos e Comunicação têm papel fundamental nesta transformação, enquanto que os executivos e o corpo gerencial da empresa devem liderar esta jornada. Mauro também deixa claro, que é importante para quem vai entrar nesta jornada ter paciência, cautela e objetivos transparentes quanto ao projeto de rede social dentro das empresas, pois tudo é uma questão de adaptação ao meio, uma fase de aprendizado. Em seu blog está uma série de dicas bem elaboradas que são de grande valor às empresas interessadas em saber como lidar com um projeto de rede social, e indica algumas ações para dar os primeiro passos. Concretizando a realidade do assunto, o site da Ciab FEBRABAN 2010 , uma organização de interesse nas áreas financeiras do mundo, cita: Uma pesquisa do Ibope, em parceria com a
consultoria WIN (Worldwide Independent Network of Market Research), divulgada dia 23 de julho, revela que o Brasil ocupa a décima posição entre os países que mais acessam mídias sociais, com 87% dos internautas acessando esse tipo de rede. O estudo entrevistou mais de 28 mil pessoas em 27 países. Em uma das revistas da organização, ficam claras as abordagens por grandes empresas sobre a importância do relacionamento com o consumidor pelos novos meios de comunicação. É a nova realidade! A emissora Band Triângulo, que já está inserida em redes sociais da internet, cita os benefícios que estes meios propõem de acordo às necessidades da empresa: O nosso grande desafio diário na Band Triângulo é a regionalização da notícia. Estamos em cerca de 100 municípios e não é nossa intenção polarizar a cobertura jornalística apenas em cidades como Uberlândia e Uberaba. A nossa intenção é dar a Ibiá a notícia de Ibiá, por exemplo, ou dar a notícia de Uberaba que interessa realmente a mais cidades. O Twitter e, nesse caso, a Internet em si, colabora para que as pessoas saibam com mais agilidade que as notícias das suas cidades estarão na TV. É uma nova forma de se inserir no cotidiano dos nossos telespectadores. A interatividade é o maior resultado de tudo isso. (Josuá Barroso – Editor de jornalismo online)
Segundo alguns comunicólogos, para uma empresa identificar a necessidade de se inserir em redes sociais, é importante analisar o seu público-alvo (interno e externo), e observar onde ele está inserido. Logo após, fazer testes para sentir como vai ser o procedimento para este caminho. Mauro Segura, explica em seu blog que, começar com uma rede social interna como, por exemplo, um blog interno para a empresa, pode ser um ótimo passo, porém é necessário deixar sempre bem claro para os funcionários, o propósito do projeto e, consequentemente, criar cargos para que movimentem o canal de comunicação. Posteriormente, o intuito é que os próximos passos, quanto à inserção da empresa em uma rede social externa e a disposição para interagir com os internautas, passam a ser realmente uma escolha bem analisada. Com objetivos claros, público certo, conhecimento e flexibilidade para lidar com todas as possíveis surpresas da Internet, facilita quando se tem uma equipe bem informada e um grupo de supervisores qualificados. Não é preciso ter medo da “selva on-line”, mas sim, curiosidade. Logo, ficará fácil de entender que o “abominável mundo da Internet” nada mais é do que uma boa extensão para os negócios, “on-line”.
O mercado está inserindo novos modelos de profissionais no meio comercial, e a novidade é de um público que já utiliza a Internet como ferramenta de trabalho. As empresas devem ficar atentas a este fato.
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Teoria x Prática no mercado de trabalho
Texto em Parceria: Gabriela Nascimento, aluna do 6º semestre de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo. Atualmente, trabalha em eventos institucionais nacionais ou internacionais da mesma Universidade. Mayara Algaba Santos é aluna do 6º semestre do curso de Relações Públicas na Universidade Metodista de São Paulo. Atualmente trabalha no departamento de Merchandising e Patrocínios da Reed Exhibitions Alcantara Machado.
Renan Pereira Santana, aluno do VI Semestre do Curso de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo. Atualmente estagia na Coordenadoria de Atendimento a Comunidade no Metrô de São Paulo.
Espaço Aluno
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 As faculdades são a primeira opção na busca por conhecimento teórico que permita a realização de atividades práticas, e que se aproximem da realidade do mercado de trabalho. Porém, nos primeiros anos o questionamento dos alunos referente à carga teórica proposta no curso é frequente. As matérias como, por exemplo, sociologia, filosofia e história da comunicação são conteúdos que permitem mais reflexão. Entretanto, tratando-se de um curso de comunicação, os alunos não veem à hora de colocar em prática os conhecimentos adquiridos. Para Stella Wilderom, que iniciou suas atividades de relações públicas na empresa júnior da ECA/USP e se formou no ano de 2005, o ideal é equilibrar a teoria e a prática a “contar com uma formação sólida em áreas como lingüística, semiótica, psicologia e sociologia, balancear com teorias mais novas como mídias sociais, web 2.0, ambiente colaborativo etc. Além da base sólida
de conhecimento, também devem entrar no currículo matérias mão na massa como pesquisa, criação de textos, noções de design gráfico, gestão. Graças a este equilíbrio, Wilderom afirma que um profissional alcança êxito no âmbito acadêmico e no mercado porque adquiriu embasamento, conhecimento e elementos de suporte à área. Hoje, aos 29 anos, depois das experiências entre a teoria e a prática, é Gerente de Marketing da BlackBerry, fabricante de smartphones. Já para Fabiana Emendabili, de 27 anos, formada pela FAAP em Relações Públicas em 2007, “a faculdade é o conhecimento que te mune de informações e teorias que serão aplicadas na vida profissional. Há semelhanças, a teoria é a base, ou seja, estrutura a prática, um exemplo é a execução do jornal interno. Atualmente Fabiana é Relações Públicas do Consórcio Via Amarela, onde começou como estagiária
ainda durante a graduação. Compreende-se também que a teoria é essencial para a formação da opinião de um profissional. É o que acredita Tatiana de Lima, de 25 anos, formada em Relações Públicas pela Cásper Líbero. Tatiana desenvolveu um projeto de comunicação com uma empresa real no quarto ano da faculdade, e foi por ele que conquistou o seu atual emprego de Analista deComunicação no Hospital do Coração. “Aproveitei os anos de estágio para conhecer e aprender ao máximo” Outra consideração, feita por Tatiana, é em relação às práticas de estágios durante a graduação. Ela acredita que apesar do trabalho do estagiário ser muito operacional, garante experiência e crescimento profissional que são dependentes dos esforços e dedicação pessoal de cada um.
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Entrevista
Tiago Ritter Tiago Ritter é CEO da W3haus, agência de comunicação interativa que possui escritórios em Porto Alegre, São Paulo e Londres. Foi professor da PUC/RS. Tratamos o tema, nesta 3ª Edição da Revista – “E agora? Empresas do século XX, funcionários do século XXI”; e como disse Gil Giardelli na primeira entrevista, as empresas que se destacam no século XXI nasceram no século XXI e inovam sempre. E para mostrar que isso é possível, Tiago Ritter vem nos falar um pouco sobre a inovadora Agência W3haus.
A Bordo da Comunicação: Você se formou em Jornalismo, foi professor da graduação e pós graduação da PUC/RS, e em 2000, com mais três sócios, fundou a agência Interativa W3haus. Você pode nos contar como construiu sua carreria e como trouxe inovações para a W3haus? Tiago: Bastante dedicação e um pouco de sorte. Sempre me interessei em novidades. Sempre gostei de fuçar em “coisas tecnológicas”. Quando tinha oito anos eu programava os vídeos cassetes (quem tem menos de 20 anos pode procurar na Wikipédia o que é) para gravar a novela das oito quando meus pais saiam para jantar. Dez anos depois, senti-me desafiado pela Internet. Fuçava vários sites, salas de bate papo,jornaison-line,Louvrevirtual.Atéqueumdiaresolvientendercomoaquelesconteúdosiampararlá. Munido de um “HTML for Dummies” e de uma conexão discada fui atrás de tutoriais de HTML, de design e de publicação de conteúdos. Quando me dei conta era um webdesigner clássico dos meados dos anos 90. Fazia de tudo um pouco e me interessava um pouco por tudo. Com colegas, surgiu a oportunidade de trabalhar num estúdio de criação de sites corporativos, o Studioweb, que pertencia ao ZAZ (atual Terra Networks). Lá conheci meus sócios e co-fundadores da W3haus Alessandro e Rodrigo Cauduro e Chico Baldini. Como cada um era de uma área (TI, Arquietura e Artes Plásticas) os sites passavam pelas mãos dos quatro, sempre. Ficamos amigos, começamos a nos encontrar fora do horário de trabalho para jogar sinuca e, quando nos demos conta, combinamos de abrir uma empresa. Assim, com 20 anos de idade, só com estágios no currículo, tornei-me empresário. w w w . a b o r d o d a c o m u n i c a c a o . c o m . b r
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A Bordo da Comunicação: O tema da nossa revista é “E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI”. Procuramos uma empresa que se encaixasse mais no perfil do século XXI e que entendesse o funcionário. A W3haus se encaixa neste conceito, pelas nossas pesquisas. Você pode nos explicar como conseguiram conquistar essa interatividade e aproximação com o funcionário? Tiago: A gente quis fazer uma típica empresa, na qual gostaríamos de trabalhar. Como nenhum dos sócios tinha experiência gerencial ou administrativa, isto foi feito totalmente no feeling. A empresa começou pequena e foi crescendo organicamente, facilitando a aproximação com a equipe. Sempre fiz questão de conhecer as pessoas que fazem parte da equipe, não só o nome, mas o que gostam, como se divertem, que time torcem (é bom que sejam gremistas!). Isso ajuda muito para a adaptação das pessoas ao ambiente e também na hora de distribuir os projetos, para escolher quem tem o perfil mais adequado para cada trabalho.
A Bordo da Comunicação: A W3haus trabalha com “Pessoas inquietas”, assim como diz o slogan de vocês. Trazendo para o conceito do funcionário, acredita que é mais dificil de liderar jovens que hoje determinam seu próprio ritmo de trabalho? Tiago: Pelascaracterísticasdomercadodecomunicação digital, sempre tivemos muitos jovens na equipe. Muitas vezes me enxergo na rebeldia e ansiedade deles. É um eterno desafio conseguir liderar esse povo, por isso tentamos criar um espaço em que eles curtam passar o dia e consigam trabalhar com diversão.
“Trabalhar com tecnologia é estar sempre preparado para aprender, mudar e não ser apegado.”
A Bordo da Comunicação: A agência é interativa. Planejam, criam na perspectiva que o cliente necessita, sem medo algum de mergulhar em tendências. Como é mudar o formato a cada cliente? Como adequar e conduzir uma equipe de uma agência interativa? Tiago: A W3haus sempre teve, desde a sua origem, essa constante mutação. Trabalhar com tecnologia é estar sempre preparado para aprender, mudar e não ser apegado. O que serve hoje, talvez seja lixo daqui seis meses, um ano. Surgimos assim e nos mantemos assim. Fácil não é, principalmente com a equipe crescendo constantemente (hoje são 90 pessoas). Mas, ajuda a manter a sensação de que estamos sempre fazendo uma coisa nova o que é motivação à equipe, inclusive aos sócios.
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A Bordo da Comunicação: Vocês estão sempre inovando, criaram o primeiro outdoor com wi-fi em Porto Alegre. Essa ação mostra realmente que vocês se adaptam a qualquer meio, até levar o tradicional para o digital. Você acredita que os jovens funcionários da W3haus se motivam a trabalharem com vocês pela praticidade em inovar? Tiago: Com certeza! A irreverência, a inovação e ser do bem são características da agência. Faz com que as pessoas se identifiquem e queiram se juntar ao time. Não é à toa que temos gente do país inteiro trabalhando na agênciavaloriza questões como relacionamento, diálogo e transparência.
“São as pessoas que fazem a empresa. É tão clichê quanto verdadeiro.”
A Bordo da Comunicação: Mais uma ação da W3haus que nos chamou a atenção foi a “Twittando com a W3haus” , vocês ouviram os funcionários com um modo atual de fazer uma discussão. Qual a importância de ouvir tão abertamente ideias de funcionários, em diversos temas? Tiago: Sempre funcionamos assim, nem sei dizer como seria de outra maneira. São as pessoas que fazem a empresa. É tão clichê quanto verdadeiro.
ABordodaComunicação: Sabemos que os funcionários do século XXI não estão atrás somente de bons salários, mas também de respeito, responsabilidade, liberdade. Como a W3haus segurar seus talentos dentro destes aspectos? Tiago: Sem dúvida o salário não é o único fator considerado por essa geração na hora de optar por um emprego. Nossa estrutura é bastante horizontalizada, que permite às pessoas contribuírem ativamente nos processos e também terem acesso a quem decide. É isso, e mais tudo o que escrevi sobre o ambiente, os tipos de projetos, tipo de pessoas que estão aqui, que nos ajuda a manter essas mentes inquietas, dedicadas e competentes que ajudam a construir a W3haus.
Clique aqui e conheça mais sobre a W3haus.
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Parceria com o Portal RP O Mundo RP reconhece o bom conteúdo do A Bordo da Comunicação No dia 12 de julho divulgamos a parceria com o portal Mundo RP. Os colaboradores do A Bordo da Comunicação produzem conteúdos inéditos para o blog, sem plágio. Por este motivo, o gerenciador do portal Mundo RP Rodrigo Cogo fez a proposta de divulgar e premiar um dos nossos marinheiros. Foi uma maneira de reconhecimento do trabalho do A Bordo. E esse reconhecimento para nós vai muito além do respaldo financeiro, é um simples gesto que têm um valor especial nas relações pessoais e profissionais. Nos últimos dias, vimos muitos tuittes informando que “tal post foi plagiado”. Um exemplo que aconteceu recentemente foi com o Caio Costa, editor do @blogcitário. Descobriu que um blogueiro plagiava seus posts e tuittou sua indignação e comentou o post plagiado. Vejam aqui e aqui .
texto todo. “No primeiro caso, geralmente ignoro. infelizmente é mais comum do que devia, e não vou ficar chamando a atenção de todos esses casos. São trechos óbvios, porque de repente você sente uma mudança no estilo de escrever da pessoa, é assim que normalmente percebo o plágio, pois dá para ver que aquele pedaço é diferente do resto”. E no segundo caso, “os textos que são quase todos plagiados eu normalmente entro em contato especificamente com a pessoa, em particular, e chamo a atenção sugerindo a indicação da fonte”, diz Pedro. Rodrigo Cogo, que tem o Portal Mundo RP no ar há anos, considera o plágio aos seus como uma “homenagem” ao trabalho original. “Mas vejo mesmo como uma apropriação indevida diferente, é claro, da situação de publicar algo indicando que foi Infelizmente não são só plágios obtido num dado espaço prévio”, de postagem sem fontes, mas diz Cogo. também alguns blogueiros que ‘tentam’ produzir conteúdo com O reconhecimento ao bom matérias terceiras, sem citar a conteúdo, sem plágios do blog fonte. A Bordo da Comunicação é É o que Relata Pedro Souza, devido ao comprometimento editor da Rede de Relacionamento da equipe e da busca de boas Horizonte RP e responsável pelas fontes e elaboração de conteúdo, publicações dos “Melhores Posts ao contrário de plagiados que de Relações Públicas da Semana”. “não tem competência de criar Pedro diz que, quando está lendo o próprio material, então busca os posts para fazer a seleção dos a inteligência alheia e se propala Melhores Posts de RP, encontra ‘autor’ dela”, finaliza Cogo. basicamente dois tipos de plágio, em trechos específicos ou o Em forma de agradecimento ao
Rodrigo Cogo pelo reconhecimento, divulgamos também na revista A Bordo da Comunicação a parceria que premiou uma de nossas colaboradoras: Camila Carrano.
Eu, Camila Carrano, assim como os demais integrantes, sou o exemplo que plágio aqui no A Bordo da Comunicação não existe. Fui contemplada na parceria do Mundo RP com o A Bordo, e em nome de todos os colaboradores agradeço ao Rodrigo Cogo. Recebi o livro “Pós Humanismo – As relações entre o humano e a técnica na época das redes”, e fico muito feliz pelo reconhecimento. Aproveito o momento para agradecer a oportunidade de ter entrado na equipe, desde o início de janeiro de 2010. Com o início das minhas atividades no blog pude entrar em contato com diversos profissionais da área e ainda sou colunista semanal do Blog Ponto e Marketing e uma das principais editoras de conteúdo do Blog Mídia Boom.
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O A Bordo da Comunicação incentiva a prática da propagação da informação. Além de elaborarmos fóruns para discussão e disseminação da informação, participamos de eventos para agregarmos valores e transmitirmos o que anda acontecendo no mundo da Web e da Comunicação. Neste sentido, compartilhamos com vocês um dos eventos que estivemos presentes, o Congresso Mega Brasil. A cobertura destes eventos foi realizada pelo twitter do A Bordo
CICLO INOVAR COMUNICAÇÃO Inovação Sustentável É simples dissertar sobre a Sustentabilidade por quem é interessado, entretanto as ações positivas das pessoas que podem fazer a diferença ainda são ausentes na sociedade atual. O Ciclo Inovar evidenciou um dos assuntos que é a “bola da vez” neste século. Estamos falando de INOVAÇÃO, COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE; são três itens, mas todos interligados em um único tema: FUTURO. Talvez muitos considerem falar sobre o Futuro clichê, quando relacionado ao que normalmente é falado na maioria dos eventos, mas no Ciclo Inovar foi discutido e transmitido uma nova visão sobre como devemos agir e pensar para que nas próximas décadas tudo seja mais sustentável. Como ponto de partida, tivemos as palavras de Lala Deheinzelin, especialista em economia criativa, desenvolvimento sustentável e futuro, também CEO da Enthusiamos Cultural. Ela nos explica dois conceitos diferentes, e que nem tudo é tão novo assim. Deheinzelin fala sobre Economia Criativa e Futuros Desejáveis, co-
menta um pouco sobre como era a mensuração dos resultados nos anos anteriores onde, em tese, tudo era mais simples, pois procurávamos colocar na balança do sucesso apenas o tangível, o concreto, aquilo que conseguíamos ver ou tocar e, tendo como base o pensamento do tangível, já como algo ultrapassado, é onde surge a Economia Criativa, consolidada como a grande estratégia de desenvolvimento sustentável do século XXI. Nesta nova linha econômica, fatores intangíveis são colocados como elementos fundamentais para a evolução positiva do mundo, Deheinzelin afirma que uma migração da gestão de valores é necessária, na qual seja possível exercitar nossa mente, para que a prática da mudança de paradigmas se torne algo habitual e comum. Inovação é aprendizado contínuo, darmo-nos conta de que estamos vivendo, estarmos sensíveis às mudanças e o que podemos fazer para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. É correto dizer que ligamos muitos fios importantes, mas desligamos e desgastamos outros que são
também importantes, os intangíveis que compõem a vida, deixando para trás possibilidades de um convívio mais saudável entre os indivíduos que formam a sociedade. Precisamos enxergar um novo possível, estimular pessoas para que percebam novas chances, novos caminhos e que nem sempre grandes resultados são alcançados apenas através das grandes iniciativas, pois uma pequena, mas inovadora atitude pode servir de exemplo para muitos, e se espalhar nessa nova onda de redes de relacionamentos que estamos inseridos. Se de um lado, criamos os processos de “insustentabilidade”, devemos ter a plena ciência de que vivemos num ambiente finito e devemos perceber que as boas mudanças ocorrem quando estamos de bem com si próprios. Não é fácil, mas pode ser mais simples. A conquista de espaços levou a perda de tempo. Perdemos muitos sentidos, perdemos a qualidade do desfrute da vida, criamos uma infinidade de escolhas que são de difícil alcance, em outras palavras, criamos ações em esca-
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 las desumanas, mas com respostas humanas. A sustentabilidade age como principal motor da inovação, contribuindo de maneira considerável para que o novo seja visto através de um lado mais verde. É interessante refletirmos que nem sempre a inovação é algo novo, pode ser uma variação do que já existe, com isso arrisca-se criar uma nova palavra para definir este termo, ou seja, inovar a partir do velho, trabalharmos com processos de “envelhação”
e pararmos de pensar que é apenas aquilo que ainda não existe ou nunca foi pensando antes por alguém. É a salvação dos nossos problemas, pois desta forma estaríamos adquirindo uma neopatia, que é definida como uma doença pelo novo. A capacidade de enxergar o atual de formas distintas é uma excelente habilidade, diretamente relacionada ao grau de sensibilidade das pessoas para o que acontece lá fora, ou melhor, aqui fora. Precisamos saber as polaridades das
coisas sem eliminá-las de modo singular, mas sim incluí-las, ou seja, trabalhar na conectividade das tarefas, fazendo “isto e aquilo” ao invés de fazer “isto ou aquilo”. É preciso sustentar a vida. Somos todos irmãos neste imenso sistema de “multividas”. Representando o A Bordo participou do Ciclo Inovar a colaboradora Aline Derenzi. O texto de cobertura foi elaborado pelo Stevan Spiandorim
PróXXima Pocket O evento PróXXIma Pocket é fechado, realizado pelo Grupo M&M. Recebemos um convite para participar do evento com o tema: Engajei, gostei e recomendo. Com os palestrantes Rodrigo Terra, head de activation, digital e consumer insights da Nokia, e Renato Ramos, gerente de marketing interativo da TAM. Ouvir o que acontece nos bastidores destas empresas e participar do bate-papo foi de grande valor. Agradecemos ao grupo M&M e a equipe da Agência Ideal pelo convite
Fazemos cobertura de todos os eventos, via twitter, até via stream, a equipe do A Bordo da Comunicação espalhada em todo o Brasil, caso tenha interesse que um colaborador A Bordo esteja em seu evento fazendo a cobertura, entre em contato conosco pelo email - contato@abordodacomunicacao.com.br
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Cobertura do Fórum
A Bordo da diversidade estratégica nas organizações No último dia 19 de agosto, o A Bordo da Comunicação realizou o segundo fórum, cujo tema foi “A Bordo da Diversidade Estratégica nas Organizações”. O fórum propiciou um ambiente de compartilhamento sobre a diversidade estratégica nas organizações, no qual os participantes puderam compreender como a cultura e a heterogeneidade, entre todos os elementos que compõem a identidade de uma organização, são importantes e pertinentes em todas as ações estratégicas. Contextualizando a sequência do fórum, a Professora Doutora Maria Aparecida Ferrari palestra sobre a importância do tema e afirma que a diversidade inicia nas organizações com bons tratamentos, salários, oportunidades e tudo o que for possível oferecer aos funcionários. Deixa a reflexão: “Se a maioria é formada por mulheres que estudam Relações Públicas, por que os cargos de chefia ainda são dos homens?” Em seguida, a Professora Ferrari transfere a palavra à Marta Dourado, sócia-diretora da Fundamento, que fala sobre Comunicação e Gênero. Dourado debate sobre a Ética da Modernidade nas Empresas, a igualdade, a diferença e a comunicação interna e externa. Nesse contexto, explica sobre o Pacto Global - Princípios de Direitos
Humanos - tornado público em 1948, e que em 1976 virou lei para todos os países da ONU, o qual tornou os aspectos de respeito, proteção, liberdade, entre muitos outros, igualitários.
este motivo, a IBM adquiriu uma postura cultural de diversidade e flexibilidade, criando um ambiente sadio para a empresa e para os colaboradores.
Além de explicar todo o processo de Cultura e Diversidade na IBM, Cleber trouxe algumas curiosidades, como: “A IBM foi a primeira empresa a contratar um deficiente, em 1914”. Por fim, a palestrante Gládis Eboli que trabalhou no GreenPeace e no Instituto Ethos, explica a diversidade destes Grupos de Ativismos. Eboli inicia falando do GreenPeace. Foi fundado por um grupo de amigos comunicadores indignados com os testes nucleares. Hoje, a comunicação do GreenPeace no Brasil é extremamente estratégica e alinhada com a comunicação global. Gládis traz alguns vídeos Você acha isso certo ou errado? Mudanças climáticas. Tem noção do quanto a diversidade está tomando conta do mundo? A palestrante, em seguida, fala do #reflexão Instituto Ethos. O planejamento do Instituto Ethos: Trabalhar Na sequência, Cleber Neumann futuramente com políticas Ribeiro, gerente da IBM, palestra públicas. Infelizmente, sua gestão sobre a diversidade naquela não prioriza a comunicação. organização. Gládis diz que a equipe do Ethos Neumann explica que a é multidisciplinar. A diversidade diversidade não é apenas raça ou sempre está presente. cor, mas cultural: países, Estados, Depois de todas as explicações empresas, raças, opções sexuais, deficiências... E diz que fica difícil mudar a cultura das pessoas de forma tão brusca, pois os indivíduos se sentem acuados e perdem o foco e produtividade. Por
Cada organização é única e tem sua própria cultura, diz Marta Dourado. É preciso lidar com essas visões e valores diferentes. A diversidade não é apenas incluir homens e mulheres; é necessário tratá-los como iguais e inserir os que são diferentes culturalmente e bons no que fazem, sem preconceito. Os colaboradores devem estar cientes da cultura da empresa. A palestrante explicou todos os tópicos e ainda trouxe dados como: “Google afirmou que pagará mais aos homossexuais, pois estes têm mais descontos do que os heterossexuais no imposto de renda.”
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 sobre o tema e uma gama de boas informações, o fórum ficou ainda mais rico com a mesa-redonda, quando os marujos da plateia tiraram todas as dúvidas; foram bem participativos. Para finalizar, foi proposta à plateia: os primeiros 15 participantes que nos encaminharem um artigo sobre o tema irão ganhar um livro da editora Saraiva, uma das patrocinadoras do fórum. Faremos uma edição especial da Revista A Bordo com os textos, já que este foi o primeiro fórum com este tema no mundo – palavras da professora Ferrari. Logo, temos que dar continuidade. Agradecemos a todos que nos apoiaram na divulgação: Oras Blog Blog dos Alunos da Metô Versátil RP ABRP/SP ProXXIma Abracom Nós da Comunicação Blog do Villela Midia Boom O evento foi muito positivo. A professora Maria Aparecida Ferrari afirmou que esse foi o primeiro evento no mundo, cujo tema é uma das pesquisas dela com o professores James Grunig e Fábio França.
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#blogabordoindica O A Bordo indica alguns twitters que postam bons conteúdos e para provar que eles não escrevem bem somente em 140 caracteres, Plínio Reis abre as indicações colocando sua opinião sobre o tema geral a Revista
E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI Profissional de Marketing e Blogueiro. Trabalha no Sebrae/ES, além de organizar eventos mobilizadores sobre novas mídias, assim como o TwicontroES. Fundador do Tecnocrata Digital, blog de Marketing Digital e Cibercultura.
@pliniomkt Plinio Reis web: http://tecnocratadigital.com.br
Muito se fala nos novos profissionais que chegam ao mercado, mas há pouco empenho das empresas em oferecer suporte necessário para estes jovens. Pensamos que são os jovens que perdem com isso, porém a realidade é outra. Eles perdem sim, enquanto “suportam” essa situação, ao trabalharem em empresas engessadas com gestão antiquada, logo saem e
abrem o seu próprio negócio.
empresa não possuir estes jovens inovadores, torna a O que as empresas perdem? situação um tanto difícil quando o cliente exigir um produto ou Jovens empreendedores e serviço diferenciado. bons comunicadores são concorrentes ferozes para De acordo com o Sebrae, as grandes empresas tradicionais. estatísticas de empreendedores oportunidade são Talvez não interfiram tanto por no market share da empresa, seis vezes maior do que empreendedores por porém afetam drasticamente os o mercado competitivo com necessidade. Sendo assim, produtos de qualidade. Se a se um jovem tenta inovar no
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 seu ambiente de trabalho e é vetado por seus superiores possivelmente se tornarão concorrentes. Aqui se encontra um perigo, pois em um mercado cada vez mais dinâmico que exige constantes atualizações de gestão, novos equipamentos tecnológicos e projetos mais criativos, ter um concorrente potencialmente inovador coloca em risco a sua posição na empresa. Claro que cada área tem o seu avanço, algumas são mais pioneiras do que outras. Gosto de citar o caso Bill Gates e Steve Jobs, que na década de oitenta eram dois jovens empreendedores que para as empresas não possuíam muito valor, porém hoje enxergamos a importância deles. Eles amadureceram, e como é comum se acomodaram, atualmente vemos empreendedores como os jovens do Google esquentando as cabeças dos veteranos com produtos novos. Uma situação que aconteceu com eles anos atrás está se repetindo, no entanto os mais jovens estão vencendo. O que as empresas ganham com esses talentos? Empresas que sabem aproveitar o potencial desses jovens ganham profissionais capacitados em inovação, com ótima percepção social, ou seja, percebem mais facilmente como satisfazer os clientes internos e externos. Sentemse mais engajados no ofício e não no emprego, fazem apenas o que gostam e isso aumenta muito os resultados quando bem posicionados.
A revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios cita que, para os jovens da Geração Y questões como barreiras geográficas, diferenças etárias ou socioeconômicas não possuem importância. Parte disso devido ao avanço tecnológico e consciência social que evoluiu muito. Então, não se surpreenda se aparecer um jovem do outro lado do mundo que compreendeu a necessidade do cliente melhor do que as empresas da região e agora vende para eles. Raul da Silva, diretor da RCS Consultores, afirmou em publicação, na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, que os jovens têm mais ousadia, estão sempre dispostos a experimentar e começam do zero quantas vezes forem necessárias. Diante deste cenário, é importante engajá-los, mesmo que tenham que rever certas metodologias de gestão da empresa. Estão no mercado
de trabalho e trouxeram muita coisa interessante como ferramentas que eram consideradas diversão, hoje são ferramentas de muito potencial e que resultam em investimentos à empresa. Para estimulá-los não é preciso muito, entretanto poucas empresas estão dispostas a iniciar uma gestão mais horizontal e humanitária. Bonificações financeiras não possuem tanto valor. Os jovens da década de 80, ou seja, da Geração X já cantavam “Comida” com Arnaldo Antunes: A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade. Se naquela época já pensavam assim, hoje em dia este conceito está cada dia mais presente. É válido refletir sobre esses aspectos, nem sempre o diretor ou gerente possui a razão e estes jovens gostam de ser ouvidos e valorizados quando acreditam que estão certos, e a empresa só tem a ganhar.
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#blogabordoindica Literatura e Jornalismo Cultural @revistabula Revista Bula web: http://www.revistabula.com/
Brasileiro, designer, ilustrador, músico e muito afim de compartilhar e fazer novas amizades. @designinabox Tiago Pimentel web: http://www.designinabox.nu/
Ideias, dicas e notícias sobre meio ambiente, responsabilidade social, negócios sustentáveis, educação, cidadania e muito mais. @psustentavel Planeta Sustentável web: http://www.planetasustentavel.com.br/
A MestreSEO é referência em Otimização de Sites (SEO) no Brasil @mestreseo MestreSEO web: http://www.mestreseo.com.br/
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 Publicidade, Marketing, Design, Comportamento, Tecnologia, Novas mídias, Web e tudo de legal que surge na Net! @comunicadores Comunicadores web: http://www.comunicadores.info/
Célula Criativa. Publicidade, marketing e design trabalhando juntos para gerenciar a sua marca. @globulo Glóbulo web: http://www.globulo.com.br/
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Aqui indicamos blogs e portais que “FEEDelizamos, dentro do mundo da Comunicação
Inteligência competitiva, mídias sociais e profissionais conectados: oportunidades e ameaças Por Tarcízio Silva
O blog da PaperCliQ é um espaço no qual a equipe desta agência digital publica notícias, análises e comentários sobre as diversas áreas de atuação.
PaperCliq http://papercliq.com.br/blog/ @papercliq
Informação. Essa é a grande moeda corrente do mundo contemporâneo. As novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se centrais a cada dia como locais de fluxo de dados e dinheiro, ambiente privilegiado de sociabilidade e, até, como grande assunto do dia a dia. Internet, mídias sociais e dispositivos móveis são também muito debatidos, discutidos e decompostos por especialistas de todos os tipos.
Tarcízio Silva é sócio-diretor da PaperCliQ – Comunicação e Estratégia Digital. Cursa mestrado na linha de Cibercultura na Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. Formado em Comunicação com habilitação em Produção Cultural. Também faz parte do Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade.
Comunicadores,analistas,psicólogos, desenvolvedores, programadores, produtores culturais, advogados e juristas... Hoje as TIC envolvem e chamam a atenção de praticamente toda e qualquer categoria profissional urbana. Nesse contexto, faz poucos meses, uma notícia surpreendeu um pouco os debatedores e usuários de mídias sociais. A Microsoft, e não a amada
Apple, pontuou como empresa líder em conexões na internet. Se o Windows é odiado e xingado a cada segundo, a metodologia da NetProspex leva em conta o uso dos funcionários das grandes empresas americanas. A empresa de Bill Gates ficou à frente de eBay, Amazon, Disney e Google. Mas o que isso significa? Em primeiro lugar que, se existe uma
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E-agora? Empresas do século XX, profissionais do século XXI - Setembro 2010 cultura corporativa motivadora e saudável, estes funcionários exercem um papel fundamental na imagem da empresa. Porém, entre outros fatores envolvidos nessa presença dos funcionários nos ambientes online e mídias sociais, está a possibilidade de coleta de informações sensíveis às estratégias e ambiente competitivo das empresas. A ABRAIC, Associação Brasileira de Inteligência Competitiva, define inteligência competitiva como um “processo que abarca etapas de coleta e busca ética de dados, informes e informações formais e informais (tanto do macroambiente como do ambiente competitivo e interno da empresa), análise de forma filtrada e integrada e respectiva disseminação.” Agora pense sobre as informações públicas e semi-públicas que ficam disponíveis quando um funcionário de uma empresa utiliza plenamente as mídias sociais. E, se a empresa utiliza a estratégia (necessária e eficiente) de incentivar produção de conteúdo da expertise dos usuários, a quantidade de informações é ainda maior. Cargo, relações, intensidade das relações, interesses profissionais, blogs que lê, vídeos que assiste, podcasts que ouve, terminologias, estados de humor, satisfação com as tarefas etc. A lista é quase infindável. A partir da percepção de que este grande volume de informações pode ficar disponível online, as empresas podem agir para avaliar movimentações das outras. O que aquele stakeholder interno está fazendo na rede? Quais são seus laços? A quem ele dá follow friday? Qual o novo amigo que fez no último evento setorial? Que novo tema está presente em suas últimas
postagens? As empresas podem ser do século XX. Existem setores que não se transformam tão rapidamente quanto outros, mas são poucos os setores de profissionais qualificados que não são também usuários de novas tecnologias da comunicação. Profissionais do Século XXI. Para que as organizações aproveitem de forma integrada e sem riscos os seus recursos humanos, é preciso entender o ambiente online como fonte de pesquisa de concorrentes, clientes e profissionais. Inteligência Competitiva envolve a coleta, armazenamento e análise de informações relevantes para a empresa. Observar os profissionais conectados dos concorrentes pode servir para a redação de produtos de inteligência, como alertas, relatórios e análises preditivas. Algumas das técnicas já utilizadas hoje na comunicação através das mídias sociais já podem ser utilizadas em um sistema interno de inteligência competitiva. Cool Hunting: a busca por novas tendências na criação e reutilização de produtos e serviços e seu contexto cultural pode associar-se às técnicas de inteligência competitiva. Cool Hunting também envolve a análise e indicação de oportunidades. E, nada melhor pra identificar oportunidades do que saber o que os concorrentes também avaliam como oportunidades. Ou, ainda melhor, descobrir que uma oportunidade real que você conhece não foi ainda percebida pelos concorrentes.
os usuários que escrevem e opinam sobre os assuntos mais relevantes para sua empresa e produto? Identificar estes usuários e adicionar informações complementares pode permitir comparar, por exemplo, conversações gerais com conversações especializadas e, ainda, comparar o substrato das conversações, no qual diferentes empresas estão envolvidas. Análise de Redes Sociais: ainda pouco utilizado no contexto da comunicação externa, a análise da estrutura e tipo das relações entre as pessoas de determinado grupo pode trazer informações muito valiosas. Aplicar isto, através de LinkedIn, Twitter e, talvez ainda mais valiosamente, ao Facebook e sites de redes sociais, pode permitir que o analista de inteligência competitiva entenda como ocorrem os fluxos simbólicos, fluxos de capital e as hierarquias reais de poder nas empresas concorrentes. A lista pode se estender bastante. O que quero aqui é mostrar como os profissionais conectados do século XXI são importantes tanto para suas empresas quanto para os concorrentes. Estabelecer processos de capacitação, educação e valorização nas mídias sociais é imperativo. Também sugiro que comecemos a dar mais atenção a disciplinas correlatas, como Inteligência Competitiva, para avançar o debate sobre comunicação digital. O debate – e a observação – continua pelas mídias sociais.
Monitoramento de Mídias Sociais: o que as pessoas em geral falam sobre as palavras-chaves do setor? E quem são estas pessoas? Quais
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Midia8 www.blogmidia8.com @midia8
O Blog Mídia8! nasceu em 2007, a partir de um projeto acadêmico da faculdade. Inicialmente desenvolvido como produto final de uma disciplina que envolvia comunicação digital e técnicasonline de produção. Atualmente, o Mídia8! foca exclusivamente o mundo da comunicação, particularmente o digimundo e todos os seus adjetivos modernos, como o design, a assessoria de imprensa, a comunicação empresarial, as redes e mídias sociais. Seu intuito é reunir, produzir e compartilhar informações que tragam à tona temas delicados, estudados, revisados, inéditos e que impactem direta ou indiretamente a comunicação como um todo. Cada vez mais profissionalizado, o Blog Mídia8! pretende caminhar como um projeto de website, porém com todas as características que transformam a plataforma blog um sucesso: facilidade, compartilhamento e gratuidade nos usos de suas ferramentas.
Blog do Villella www.blogdovillela.com/
@blogdovillela
O Blog do Villela nasceu em março de 2010 e desde lá vem tratando maciçamente de mídias sociais e marketing digital sob um olhar mais profissional. Participando, aprendendo, engajando e fomentando, o blog defende e acredita imensamente neste fenômeno de colaboratividade on-line, com compartilhamento de informação e conhecimento fluindo pelas redes sociais, resultando em interatividade e inovação.Blog do Villela. Seu! Nosso!
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Guanabara www.guanabara.info/ @guanabara
O Guanabara.info é a principal fonte de notícias e conteúdos relacionados ao mundo da Tecnologia. Com o GuanaCast, podcast eleito duas vezes como o melhor podcast de tecnologia, o professor Gustavo Guanabara se mantém junto de seus leitores e ouvintes.
Choco La Design chocoladesign.com
@chocoladesign
A ideia do Choco La Design surgiu do interesse em prestar auxílio a novos designers ou pessoas que tem interesse, mas não têm onde buscar informações para o seu grau de conhecimento. Foi pensando em criar uma rede decontatos e informações que o ChocoLa foi criado. A proposta do Choco La Design é mostrar o quanto a mente pode ser criativa quando buscamos no nosso intelecto o que já conhecemos, tornando assim o ato da criação mais gostoso de se fazer. É o desejo de entrar em um estado de incubação criativa, o momento em que a mente passa a trabalhar fazendo conexões com coisas que vemos em nosso cotidiano e são absorvidas, porém não temos ideia de que podem ser usadas no momento da criação. Falamos sobre design, tipografia, motion design, criatividade, ilustração, dicas para quem está no início ou até já tem anos de mercado, entre outras informações pertinentes para o momento criativo.
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