UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARQUE LINEAR RIO VERMELHO - LUZIÂNIA,GO ORIENTANDA: CAMILA GHISLENI MORAES ORIENTADORA: TATIANA MAMEDE SALUM CHAER NOVEMBRO 2017 TAGUATINGA, DF
AGRADECIMENTOS “TOTUS TUUS EGO SUM MARIAE ET OMNIA MEA TUA SUNT” A DEUS TODA HONRA E TODA GLÓRIA, AGORA E PARA SEMPRE! Dedico a toda minha familia, amigos, namorado, minha orientadora, Tatiana que com tanta atenção me ajudou e me orientou para que eu pudesse dar o meu melhor, a professora carla que foi solidária comigo e me ajudou com o paisagismo e junto com elas todos os docentes, e a minha saudade o professor paul, que me formaram como pessoa e como profissional. Quero agradecer em especial a Gleicy, a Kalú, minhas companheiras de faculdade e vida, que me socorreram e me ajudaram tanto que eu nem merecia tanto amor; ao João Paulo, meu namorado que me amparou nos momentos mais desesperadores e que foi super paciente comigo nesse período, me sustentando emocionalmente. Não posso esquecer o pessoal do meu trabalho que me ajudou a correr atrás das informações da cidade, seja ligando ou indo nos lugares para que pudesse tirar foto. Todos os agradecimento que pudesse fazer neste momento não seriam capazes de expressar todo o meu amor, minha gratidão e meu carinhos pelos meus pais, Maria Jacinta e Paulo Rene, e minha família, pois se não fosse por eles não conseguiria Sem vocês nada sou!
RESUMO A presente proposta é criar um parque público para a área de fundo de vale do Rio Vermelho, localizado em Luziânia-GO, promovendo a sua proteção e o uso adequado e equilibrado do solo para o benefício do meio ambiente e da cidade por meio de um projeto socioambiental. Hoje o espaço encontra-se sem utilização, e ainda não houve iniciativa por parte da administração da cidade para proteger a vegetação e o leito do córrego, que já sofre com as pressões do crescimento da cidade com despejos de entulhos, lançamentos clandestinos de esgoto e invasões de diversas formas. As Áreas de Proteção Permanentes (APP) de toda a bacia que corta a cidade sofrem descaso e ocupações particulares indevidas enquanto a população não tem acesso e nem pode usufruir de espaços que poderiam significar melhor qualidade urbanística e ambiental para o território. Segundo previsto na legislação ambiental brasileira estas áreas são de extrema importância para a cidade, com funções ambientais vitais como a proteção do solo; proteção dos corpos d’água, evitando as enchentes, poluição e assoreamento dos rios; refúgio para a fauna e a flora, entre outros. A proposta visa integrar à proteção e atividades compatíveis com a fragilidade da área, voltadas para o lazer e interação social. O parque não deve estar limitado apenas às suas áreas verdes, mas por um conjunto harmônico do cenário, que inclui locais destinados para recreação possibilitando a criação de espaços voltados para funções sociais e educativas; áreas de lazer e recreação; convívio social e gerando uma qualidade de vida para a população.
"... à vida em um quadro sem beleza tem uma influência nefasta no equilíbrio psíquico do homem; árvores verdes e gramados têm um efeito repousante para o espírito e desenvolvem no homem o gosto pelo belo. As emoções sentidas ante uma bela paisagem, de linhas bonitas, áreas verdes e água, estão entre as experiências mais fortes e mais enriquecedoras da personalidade." HAUSER, 1965, p. 195
Conteúdo
OBJETIVOS 7 JUSTIFICATIVA 8 REFERENCIAL TEÓRICO 10 CIDADES E RIOS 11 ÁREAS VERDES COMO ESPAÇOS DE USO PÚBLICO 12 LUZIÂNIA 13 DIAGNÓSTICO SOCIOECONOMICO E CULTURAL 17 DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL 18 BACIA HIDROGRÁFICA 18 BIOMA DO CERRADO 20 ASPECTOS LEGAIS 23 DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO 25 ESTRUTURA VIÁRIA E CIRCULAÇÕES 25 USO DO SOLO 29 INFRAESTRUTURA 33 GABARITOS E SKYLINE 34 RELAÇÃO DA CIDADE COM EQUIPAMENTOS E ÁREA DE LAZER 36 ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL 37 PROJETOPROJETO 50 MACROZONEAMENTO GERAL 51 ESTUDO DE EIXOS E CIRCULAÇÕES 52 TIPOLOGIA DE CRICULAÇÕES 54 VIAS 54 PERCURSOS 55 MODIFICAÇÃO DOS PERFIS DAS VIAS 59 PERFIL DAS VIAS PROPOSTOS 60 SETORIZAÇÃO 61 MAPA DA SETORIZAÇÃO 61 SUBCAMINHOS 62 LAZER E ESPORTE DE RAIO LOCAL 63 ESPORTE DE RAIO REGIONAL 64 PRESERVAÇÃO DE ATIVIDADES EXISTENTES 65 CONTEMPLAÇÃO E PERMANÊNCIA 66 CULTURAL 67 SERVIÇOS E ADMINISTRATIVO 68 ESTACIONAMENTOS 69 MAPA DOS EQUIPAMENTOS 70 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS 72 CORTES TOPOGRÁFICOS 73 PAISAGISMO PROPOSTO 76 MAPA DO ZONEAMENTO 77 TIPOS DE VEGETAÇÕES 78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85
OBJETIVOS
O ponto central da proposta é a ideia de unir o parque com a proteção das APPs, que tem como objetivo proporcionar não só uma opção de lazer e cultura integrada com a sociedade, mas também uma forma de conscientização, recuperação e preservação dos recursos ambientais existentes. Criando um modelo que possa ser replicado para as demais áreas, destinando a estas atividades que ajudem no seu desenvolvimento, na sua valorização e na valorização da cidade. Oferecendo para toda a população uma melhor qualidade de vida através de opções de lazer e recreação. ESPECÍFICOS: 1. Desenvolver um plano de uso que leve em consideração a recuperação das Áreas de Proteção Permanente (proposta de desocupação e liberação destes espaços; assim como a destinação de vegetação adequada à Recuperar a vegetação nativa do leito do Rio; 2. Criar áreas de lazer e recreação para o local; 3. Definir sistemas de circulação e acessos que beneficiem toda a cidade, desobstruindo os usos clandestinos e irregulares dos particulares; 4. Implantação de equipamentos públicos, mobiliários e elementos compatíveis com o uso e com a preservação da área.
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JUSTIFICATIVA
A proposta do projeto é criar um parque público para a área de fundo de vale do Rio Vermelho, localizado em Luziânia, promovendo a sua proteção e o uso adequado e equilibrado do solo para o benefício da cidade e da população. Hoje o espaço está previsto pela Lei Municipal de Parcelamento do Solo Urbano nº 2991/2006 como Zona de Uso Misto 2 (ZUM2). As áreas verdes e as APPs inseridas neste zoneamento, e que deveriam ser de proteção do córrego e da mata ciliar, ainda não receberam iniciativa por parte da administração da cidade, como por exemplo a definição de um projeto ou atividade que favorecesse a preservação. Pelo contrário, a área sofre com as pressões do crescimento da cidade, com despejos de entulhos, lançamentos clandestinos de esgoto e invasões de diversas formas. É um grande vazio urbano, sem o uso adequado e que, portanto, sofre com a degradação. A cidade de Luziânia teve um grande crescimento populacional a partir da década de 60, devido a construção de Brasília, e seu planejamento urbano foi bastante ineficaz em dotar a cidade de equipamentos públicos suficientes, principalmente, de áreas para lazer e interação social. As Áreas de Proteção Permanentes (APP) de toda a bacia que cortam a cidade sofrem descaso e ocupações particulares indevidas enquanto a população não tem acessos e nem pode usufruir de espaços que poderiam significar melhor qualidade urbanística e ambiental para o território. Segundo previsto na legislação ambiental brasileira, estas áreas são de extrema importância para a cidade prestando serviços ambientais como a proteção do solo, prevenindo os desastres; proteção dos corpos d'água, evitando as enchentes, poluição e assoreamento dos rios; manutenção da permeabilidade do solo, colaborando com a recarga dos aquíferos e evitando o comprometimento do abastecimento de água; refúgio para a fauna e a flora e atenuando os desiquilíbrios climáticos. Prevenindo assim os problemas tais como inundações, erosões e deslizamentos que assombram as cidades e servindo de proteção para os rios contra os impactos do meio urbano. A importância não é só para o meio urbano físico, mas também para a população possibilitando a criação de espaços voltados para funções sociais e educativas; áreas de lazer e recreação; convívio social; contato com os elementos naturais e uma maior qualidade de vida para o espaço e a população. A possibilidade de contato com esse meio natural gera na população uma maior ligação com as áreas de proteção, despertando o sentido da preservação e uma sensação de pertencimento ao local. De acordo com a Lei Municipal de Luziânia nº 3021/2006, que institui o Código Ambiental Municipal, o poder público tem como obrigação a proteção dessas áreas, bem como a criação de medidas educacionais
que visam incentivar a participação da população nas ações de controle e defesa ambiental. Apesar da existência dessa lei não há uma preocupação por parte do poder público com estas áreas, deixando-as em descaso e entregues às pressões do crescimento urbano. Para esta área também é prevista a sua proteção de acordo com a Lei Municipal do Uso do Solo Nº 2991/2006 vedando qualquer utilização que deteriore a paisagem e a sobrevivência do meio natural como construções ou outras atividades ilícitas citadas anteriormente. O não cumprimento desta lei acaba por lesionar os rios e as suas nascentes, que sofrem com o crescimento exacerbado das cidades, impedindo a sua vazão na época de cheia, ocasionando na época das chuvas inundações e perdas para os residentes. Muitos desses problemas poderiam ser evitados se houvesse cumprimento das leis municipais e federais e fiscalização, assegurando uma melhora na qualidade ambiental e da cidade. Antigamente o significado de proteção era ligado a ideia de tornar essas áreas públicas intocáveis, isolando-as e impedindo o acesso da população, complementa Bueno (2008, p.13) "[...], nem sempre uma faixa de vegetação fechada é funcional e adequada no tecido urbano". Essa medida mitigatória por parte do poder público não impediu que essas áreas sofressem ocupações e tornassem áreas privatizadas deixando a sua essência de áreas públicas. Havia também uma separação entre a cidade e a natureza, onde urbanistas e ambientalistas tinham dificuldade de incluir a cidade na natureza e a natureza na cidade (Polidori, 2004). Atualmente houve um avanço conceitual no sentido de que a convivência entre o meio construído e o natural pode ser benéfica para ambos. Este avanço conceitual revê a ideia que se tinha de áreas intocáveis e de separação entre área de proteção ambiental e meio urbano. Neste novo pensamento Correa et al (2007, p.3) complementa que "O espaço público ao qual se têm acesso e direito, reequilibra em parte, as desigualdades econômicas". Devolve-se a essência dessas áreas e torna-as de livre acesso para a população usufruir. Os conceitos modernos de preservação implicam em mobilizar incentivos para o melhor aproveitamento desses usos através de parques e áreas de lazer voltadas para a melhoria de vida da população. Percebemos este novo modelo de proteção em diferentes países da Europa com a criação de projetos que revitalizam as margens de rios e espaços público vazios, por exemplo, Madrid-Rio, na Espanha, onde ocorreu a volta do rio para a cidade. Também vemos esse novo pensamento em Seul na Coreia do Sul, no Projeto Orla em Brasília, e no Rio de Janeiro no Parque Madureira, onde se tinha um espaço público degradado se configurando como um vazio na cidade e que foi resgatado para a população através de diversos usos de lazer. A "[...] recuperação ambiental associadas à complementação da urbanização - são necessárias para garantir certa equalização da oferta
de 'infraestrutura' e serviços, qualidade de vida e conforto às diferentes classes sociais" (BUENO, 2008, p. 12). Recentemente aconteceu em Brasília essa abertura das áreas de proteção para a população tentando revitaliza-las e torna-las públicas através do Projeto Orla, na área de preservação permanente no Lago Paranoá. A ideia de unir o parque com a proteção destas áreas tem o objetivo de proporcionar não só uma opção de lazer e cultura integrado com a sociedade, mas também uma forma de conscientização, recuperação e preservação dos recursos ambientais existentes. Criando um modelo que possa ser replicado nas demais áreas da cidade, destinando atividades que ajudem no seu desenvolvimento, proteção, na sua valorização e na valorização da cidade. Oferecendo para toda a população uma melhor qualidade de vida através de opções de lazer e recreação. Criando um espaço público em que o cidadão se reconheça como membro de uma comunidade (Correia, Silva e Magnabosco, 2007), resgatando, portanto, a relação da cidade com suas áreas de proteção ambiental e seus recursos hídricos na forma de uso destes espaços sem desconsiderar a proteção e preservação do meio ambiente.
Fig. 1 - APP Córrego Viegas. Fonte: Google Earth.
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JUSTIFICATIVA
Fig. 2 - Poligonal da proposta - Fonte: Produção do autor.
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REFERENCIAL TEÓRICO A importância dos espaços de preservação ambiental e dos espaços de uso público para as cidades.
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CIDADES E RIOS
O surgimento das cidades em muito se deve à proximidade da água. A história urbana pode ser traçada tendo como eixos as formas de apropriação das dinâmicas hídricas. A trajetória das relações entre cidades e corpos ‘d’agua’ reflete, assim, os ciclos históricos da relação entre homem e natureza. (BAPTISTA; CARDOSO. 2013 p. 126 apud MELLO, 2008)
“A disponibilidade de água constituía sempre um dos principais fatores para o estabelecimento definitivo e a localização específica de povoamentos humanos.” (Coy, 2013). Esta proximidade era necessária para a sobrevivência da população e para usufruírem dos diversos benefícios e funções da água como a de hidratação, irrigação, comunicação, transporte e abastecimento da cidade. Além desses benefícios, os rios e córregos, se bem tratados, são vistos como marcos na cidade e lugares de contemplação e lazer. Com o crescimento das cidades os rios acabam por sofrerem as consequências de impactos no seu curso e na sua qualidade. Nas épocas remotas da história, o desenvolvimento das cidades dependia do rio, já que este era um importante meio de comunicação entre as cidades e um importante elemento de defesa. Porém os rios nem sempre foram tratados de acordo com a sua importância. A visão da população para com os rios nas cidades sempre foi inconstante e influenciada pelo papel que desempenhavam nas cidades. Ás vezes eram tidos como preciosidades e ás vezes eram tratados com descaso. Foi a partir da década de 1970, primeiramente na Conferência de Estocolmo, que se iniciaram os movimentos internacionais de alerta mais contundente do tema ambiental e a mudança no pensamento urbanístico. Vários países adotaram legislações ambientais mais rigorosas com o intuito de preservar os recursos naturais, sobretudo nas cidades. Mais tarde, a Conferência das Nações Unidas, em 1992, ocorrida no Rio de Janeiro, a ECO 92, trouxe uma divulgação maior dos problemas ambientais urbanos buscando despertar a conscientização da população. Neste período ficou mais clara a importância das “faixas marginais aos cursos d’água, que passam a ter reconhecidos seus valores funcionais, sanitários, sociais e ambientais de forma integrada no meio urbano. “ (Bueno, 2008, p.13). Através dessa mudança começou a ser divulgada a necessidade de descanalizar, despoluir e revitalizar os rios e córregos urbanos contemplando assim uma boa vivência da sociedade com seu meio natural. “Há, portanto, uma tendência de resgate dos sistemas fluviais como agentes de ‘unificação’ socioespacial, eixos de
desenvolvimento urbanístico e de investimento imobiliário.” (BAPTISTA; CARDOSO, 2013, p. 137). A proteção destas áreas de fundos de vales e corpos hídricos, assim como das áreas verdes e da criação de parques, no Brasil, ainda estão muito mais restritas a legislação do que ocorrem na prática. Numa visão mais atual, nestas áreas podem ser atribuídas atividades ao lazer público e bem-estar da população, exceto quando essas atividades agredirem a fauna e a flora, tal como a qualidade das águas. Desta forma estas áreas de preservação dos córregos e rios são áreas de potencial uso para a população podendo serem utilizadas para o lazer, descanso, esporte, além do grande valor paisagístico gerado por essas áreas. Criando nelas um lugar para contemplação e para o lazer da população. Percebe-se então que “as áreas verdes urbanas são-universalmente avaliadas como locais de recreação, refúgio de vida selvagem e ingrediente essencial para uma cidade habitável.” (Jim e Chen 2003, apud Bernini; Martin, p.65)
Fig. 3 - Antes e Depois da revitalização no Rio Cheonggyecheon, Coréia do Sul. Fonte: site Mis Arquitetura
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ÁREAS VERDES COMO ESPAÇOS DE USO PÚBLICO
Na resolução do CONAMA Nº 369/2006, no Art. 8º, § 1º, considera-se áreas verdes como “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”. Segundo o Ministério do Meio Ambiente baseado nesta resolução do CONAMA: As áreas verdes urbanas são consideradas como o conjunto de áreas ‘intra-urbanas’ que apresentam cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira (gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Essas áreas verdes estão presentes numa enorme variedade de situações: em áreas públicas; em áreas de preservação permanente (APP); nos canteiros centrais; nas praças, parques, florestas e unidades de conservação (UC) urbanas; nos jardins institucionais; e nos terrenos públicos não edificados.
Neste sentido percebemos que as áreas verdes, não são apenas parques ou praças, mas todo o local onde o uso do solo se torna permeável cumprindo as funções de lazer, estética e ecológica (Nucci 2008 apud BERNINI; MARTIN, 2011) formando uma relação da cidade com a natureza e com a população. Essa amplitude das áreas verdes podemos perceber com Daltoé, Cattoni, Loch (2004 apud BERNINI; MARTIN, 2011, p. 66), que identificaram para essas áreas outros seis significados que abrangem desde as áreas verdes do sistema viário, como os canteiros permeáveis menores; grandes áreas verdes públicas, possuindo grande valor social para a cidade, e até mesmo aos vazios urbanos. Essa grande abrangência citada por eles nos mostra que essas áreas são de permanente presença nas nossas cidades, sejam elas privadas ou públicas (Nogueira e Wantuelfer 2002), e de extrema importância por que mantém uma boa relação da cidade com o seu meio natural. Ajudando também na questão de serem necessárias para a qualidade do ar, na questão psicossocial da população, ajudando a aliviar o estresse do dia a dia e nos livrando da monotonia e dos transtornos das cidades, além de possibilitar a integração da população com a natureza, como acrescenta Gomes (2005 apud BERNINI; MARTIN, 2011, p. 64) e Nucci (2008 apud BERNINI; MARTIN, 2011, p. 64). Porém nem sempre essas áreas verdes são vistas com essa importância, principalmente até o séc. XIX essas áreas eram vistas no Brasil como uma volta ao meio rural, o qual antigamente se procurava tanto uma fuga (GOMES, 2003). Essa concepção de áreas verdes por
parte da população sempre esteve em constante mutação1. O que acarretou em partes essa perda da importância no séc. XIX dessas áreas verdes foi o grande crescimento populacional das cidades sem vistoria no planejamento e a falta de conscientização da população. Essa negação gerou um desequilíbrio na relação da cidade com a população e consequentemente com o meio natural. Estas áreas desocupadas eram consideradas como um desperdício de espaço, geradoras de despesas e manutenção. Cabe salientar que a importância dessas áreas traz principalmente para a população uma qualidade de vida melhor, como o alívio do estresse, impulsionando a população a ter uma vida física mais ativa, além de ajudar na relação social. Ocasionam também um equilíbrio ambiental, ajudando na purificação do ar, amenizando a temperatura local, reconectando a população com o meio natural, a fauna e a flora, redução da poluição sonora e regulam a velocidade do vento, além de todos os benefícios já mencionados. Se faz necessária em todas as cidades uma distribuição mais igualitária dessas áreas verdes na malha urbana atendendo desde o centro até as periferias (Gomes, 2003). Claro que esses fatores só são de igual valor se naquela área verde houver um bom planejamento urbano e paisagístico para a população local. Devemos lembrar que para que estas áreas sejam efetivadas e assumam as suas funções, a população deve começar a percebe-las não como elemento decorativo, mas algo essencial para a qualidade de vida (Gomes). Eckbo (1977) apud Gomes (2003, p.22-23) complementa que “[...]A árvore representa um indicador da saúde urbana (...). Uma forma humana e sensata de planejamento urbano deveria considerar as árvores como parâmetro da vida das pessoas na cidade.” E o que se observa na prática é que estas áreas não são ainda adequadamente distribuídas pelo espaço urbano, se concentram em áreas mais valorizadas da cidade e não propiciam o acesso de toda a população de forma equilibrada. Algumas ainda estão sem uso e se constituem em vazios urbanos em áreas isoladas e sem acesso. Também se observa uma grande carência, nas cidades brasileiras, por espaços públicos destinados a lazer, interação social, entretenimento, saúde e cultura. O espaço público sempre atuou em diversas funções e finalidades. “No plural, o termo “espaços públicos” compreende os lugares urbanos 1 No período imperial no Rio de Janeiro utilizou-se da ideia de recompor a floresta da tijuca para a proteção dos mananciais de água doce (Santos ,2004). Percebemos que já nessa época se teve essa percepção da importância das áreas verdes ao redor dos mananciais para a proteção e manutenção destes. Na proposta de Maia e Passos para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro notamos já uma preocupação com a proteção das áreas verdes e das águas, que no seu desenho observamos uma forte presença de espaços livres arborizados.
que, em conjunto com infraestruturas e equipamentos coletivos, dão suporte à vida em comum: ruas, avenidas, praças, parques (Castro,2013).” Numa escala mais reduzida vemos esses espaços públicos como as praças, que seriam uma minimização destes espaços se compararmos com a cidade, porém não menos inferior. De acordo com Correa, Silva e Magnabosco, as praças, os parques e as ruas são consideradas como um prolongamento e um complemento das casas, principalmente dos mais desfavorecidos, que vêem estes lugares como o seu quintal e seu jardim. Os espaços públicos começaram a perder o seu potencial para áreas de lazer e de proteção nas cidades. Sendo excluídos da vida dos cidadãos, se tornando enormes vazios urbanos sem utilização e sem qualquer planejamento. Porém com a revalorização desses espaços que está acontecendo em diversos países, devido à carência das cidades por espaços públicos de qualidade no tecido urbano e a necessidade de dar usos a estes locais que se encontram muitas vezes no cerne da malha urbana. Observa-se que esses espaços públicos estão voltando à sua importância e a serem recuperados nas cidades. Criando para eles um planejamento urbano e paisagístico que possam valorizar estes locais e oferecer aos cidadãos da cidade, melhor qualidade de vida, além da recuperação das áreas de preservação. Esses lugares muitas vezes se tornam locais de atração turística, se bem cuidados, como é o exemplo do Central Park de Nova York, que deu uma nova cara e uma nova percepção de como o espaço público deve funcionar e conviver com a cidade, mesmo estando em um meio extremamente urbanizado. A área do projeto proposto em Luziânia se configura no centro do tecido urbano, onde se encontra esse vazio sem utilização, em processo de degradação, invasão, cuja cidade carece desses espaços de lazer e de preservação, que conscientizem e mobilizem a população a respeitar e a cuidar destes espaços. Assim, criando na população um vínculo com essas áreas. Substitui-se a visão de espaços urbanos vazios e sem atividades pelos espaços de usos e funções voltados para retomada de vitalidade nesses locais.
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LUZIÂNIA DIAGNÓSTICO SOCIOECONOMICO E CULTURAL DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL ASPECTOS LEGAIS DIAGNÓSTICO DO MEIO CONSTRUÍDO ANÁLISE POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL AVALIAÇÃO DA COBERTIRA DO SOLO : MAPEAMENTO DO SOLO. 13
LUZIÂNIA
Fig. 4 - Localização da Cidade de Luziânia. Fonte: Produção do autor.
Luziânia fica localizada em Goiás, na região Centro-oeste do Brasil, a 196 km de Goiânia e a 58km do Sul de Brasília. Por essa proximidade a cidade faz parte do entorno do Distrito Federal. A construção de Brasília deu à Luziânia um grande aumento populacional e econômico, fortificando o crescimento da cidade e sua expansão. Apesar de ficar perto da capital do país, Luziânia ainda possui características de cidade do interior.
É a quinta cidade mais populosa do estado de Goiás com 196.864 mil habitantes1, ficando atrás de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis, e um dos maiores municípios em extensão do estado de Goiás com 3.961,099 km²2. Também é uma das cidades mais antigas do estado de Goiás tendo a sua fundação em 1746, e preservando até hoje uma parte da sua história nas suas casas e na sua cultura. A cidade é dividida em dois núcleos urbanos, o centro da cidade e os seus arredores, e o distrito do Jardim Ingá, que tenta a separação com a cidade, assim como fizeram os municípios de Valparaiso de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama e Cidade Ocidental, a partir de 19643. A cidade teve seu início no período colonial, em 1746, devido a exploração de minérios no Brasil. Nesse período vários bandeirantes paulistas saíam à procura de ouro nos rios, e foi em um desses casos que o bandeirante Antônio Bueno de Azevedo, ao parar para descansar encontrou pepitas de ouro no Córrego Viegas. A partir desse momento começou a origem do Arraial de Santa Luzia, que mais tarde vai receber o nome de Luziânia, e que teve seu crescimento e sua origem nas margens desse córrego. Esse fato atraiu muita gente para a região que obteve um enorme crescimento e no período de um ano atingiu uma população de 10 mil habitantes. Com o fim das explorações houve uma parada no seu crescimento populacional e seus moradores foram para as zonas rurais, que se tornaram a sua principal forma de economia, porém essa economia se modificou. Hoje se tem o comércio e a indústria como as principais formas geradoras de emprego e de economia. Em 1960 com a construção de Brasília, Luziânia começa o seu período de maior crescimento populacional. Atualmente a cidade se encontra com aproximadamente 200 mil habitantes, sendo a 5º cidade mais populosa do estado de Goiás. Porém de acordo com as estimativas do IBGE de 2014 podemos notar que Luziânia começou a estagnar no seu crescimento. Apesar da estagnação do seu crescimento populacional Luziânia possui um comércio de serviços efervescente e que se tornou a sua principal forma de economia, responsável por 34,81% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade. As outras formas de economia são a indústria e depois a agricultura com respectivamente 31,06% e 8,05%do PIB4. Por 1 Dados retirados do IBGE. Disponível em: < http://cod.ibge.gov.br/6K2>. Acessado em 18 mar. 2017 2 Dados retirados do IBGE. Disponível em: < http://cod.ibge.gov.br/6K2>. Acessado em 18 mar. 2017 3 Dado retirado do IBGE. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ goias/luziania.pdf>. Acessado em 23 mai. 2017 4 Dados retirados do IBGE. Disponível em: < http://cod.ibge.gov.br/PXP>. Acessado em 20 abr. 2017
mais que na cidade haja um forte apelo ao comércio, uma boa parte da sua população usa a cidade como dormitório, já que a oferta de melhores empregos acontece em Brasília e nas regiões administrativas. A cidade é atendida pela BR-040, que origina as duas principais entradas da cidade e que é a principal ligação da cidade com as cidades limítrofes, como Valparaiso do Goiás, Cidade Ocidental, Novo Gama e Santo Antônio do Descoberto, além de ser a via que liga Luziânia ao Distrito Federal e seu entorno. Também se tem a entrada pela GO-010 que conecta a cidade com Vianópolis, Goiânia, Anápolis e outras cidades do estado de Goiás. A área de estudo faz parte do núcleo urbano do centro da cidade, localizada no Bairro Vila Juracy com 76 ha. O bairro Vila Juracy fica próximo à Av. Alfredo Nasser que é um dos principais acessos da cidade, possuindo um dos principais centros comerciais e ligando a BR-040 à cidade. A área confronta com os Bairros Parque JK, Setor Mandú II e o Bairro do Rosário, que abriga o centro histórico e cultural da cidade. Para início do estudo a área foi definida pela sua importância ecológica, sendo que esta abriga o Rio vermelho, as Áreas de proteção permanente (APP), áreas de recarga hídrica e uma unidade de conservação, que é caracterizada como Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com 10 ha que é pertencente a Zona de Proteção ambiental. As delimitações para a poligonal foram determinadas para que englobasse toda essa gama de importância ecológica. Para isso foram utilizadas as vias que estão próximas à área e que interligadas formam uma poligonal, respeitando as que já existem, sem que haja a necessidade de criação de vias, salvo algumas partes em que serão criados trechos para a ligação das vias. As vias existentes deverão ser melhoradas para que haja uma infraestrutura e adequação às normas de acessibilidade, visando uma melhor qualidade do usuário do parque.
Fig. 5 - Dados Populacionais da cidade de Luziânia. Fonte: Produção do autor, com base nos dados do IBGE.
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MAPA GERAL DA CIDADE
Fig. 6 - Mapa da cidade de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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MAPA DA ÁREA DE ESTUDO
Fig. 7 - Mapa da área de estudo. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO SOCIOECONOMICO E CULTURAL
Fig. 9 - Foto da folia de rua em Luziânia. Fonte: site Goiás Turismo
Fig. 8 - Downhill urbano em Luziânia. Fonte: Flickr
De acordo com o IBGE de 2010, a população da cidade de Luziânia é caracterizada como jovem, sendo que a partir da faixa etária entre 15 e 19 anos começa a ocorrer uma queda na pirâmide populacional da cidade. A maior parte da população é do sexo masculino, porém a partir da faixa etária de 25 anos ocorre uma inversão, onde a população a partir daí é caracterizada em grande maioria por pessoas do sexo feminino. Hoje a população está mais ativa na cidade do que a alguns anos atrás, isso pode ser analisado devido à grande quantidade de pessoas que usam as praças, os ginásios e até mesmo as ruas para praticarem atividade ao ar livre, como as caminhadas, o futebol, as competições de Downhill, andar de skate, o likebike que está difundindo na cidade, além dos outros tipos de atividades como o vôlei, o handball, o basquete, o tênis e outras atividades esportistas. O tradicionalismo fica por conta da religião, que é uma característica muito forte da cidade e das familias tradicionais. As festas mais tradicionais da cidade são a Festa do Divino Espirito Santo e a Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, mas temos também os leilões, o fogaréu, as festas Juninas dos colégios, as festas religiosas e a Expoagro que é voltada para a agricultura e pecuária. Esses momentos são uma expressão forte da tradição da cidade e são momentos de encontro e de lazer para a população. Outra forma de encontro que percebemos na cidade e que se tornam uma grande característica e cultura na cidade, são as feiras que acontecem nos finais de semana, onde se vende comida, vestuários, utensílios domésticos e outras coisas.
Fig. 10 - Procissão do Fogaréu em Cidade de Goiás. Fonte: site Viagem e Turismo
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DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL BACIA HIDROGRÁFICA
Fig. 11 - Localização da Bacia hidrográfica do Paraná. Fonte: Brasil das Águas.
A Bacia Hidrográfica do Paraná segundo o Planejamento Nacional de Recursos Hídricos (2005) representa a terceira maior bacia do país com 879.860 km², ocupando 10,3% do território nacional. É a bacia mais populosa, mais povoada com 62,1 hab./km² e a mais urbanizada com 90,5%, o que nos explica a grande pressão sobre os recursos hídricos sofridos por essa bacia e a grande redução e preocupação sobre as águas potáveis. Além disso essa Bacia é a responsável pela produção de mais de 60% da energia elétrica no Brasil e é nela que se encontra o Sistema do Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do planeta. . A Bacia do Paraná abrange 6 estados mais o Distrito Federal e é subdividida em outras seis unidades hidrográficas entre elas a Bacia do Parnaíba que é a segunda maior unidade hidrografia da Bacia do Paraná, que engloba os estados de Mato Grosso do Sul (3,4), Minas Gerais (31,7%), Distrito federal (1,6%) e Goiás (63,3%)1. Esta bacia ainda é subdividida em outras 7 bacias entre elas a Bacia do Corumbá que é onde se encontra os rios Corumbá, Piracanjuba, Paranaíba e o rio São Bartolomeu do DF. É nesta Bacia do Corumbá que se encontra a cidade de Luziânia. O Corpo Hídrico da cidade é composto pelo Rio Vermelho e seus afluentes que são os Córregos Viegas, Maravilhava, Pantanal e Mandú. Todos eles desembocam no Rio Vermelho que consequentemente deságua no Rio Corumbá. Os Córregos Viegas e Maravilha estão localizados no centro da cidade, as suas nascentes e os seus cursos d’água se encontram em um meio altamente urbanizado. As áreas de Proteção desses córregos sofrem com despejos de lixos e esgotos, desmoronamentos, invasões dos lotes e a falta de proteção vegetal. Os córregos Pantanal e Mandú estão localizados em locais mais afastados do centro, porém estão sofrendo os mesmos descasos dos Córregos Viegas e Maravilha. Estes descasos não estão acontecendo apenas nos córregos, consequentemente o Rio Vermelho também está sofrendo com esses descasos da população.
O PROBLEMA DO CRESCIMENTO URBANO E A PRESSÃO SOBRE A BACIA
da Bacia Hidrográfica do Paraná. Nesta Bacia se encontra os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e o Distrito Federal, que juntos equivalem a 30% da população brasileira. Segundo a Agencia Nacional de Água (ANA) "O crescimento de grandes centros urbanos, como São Paulo, Curitiba e Campinas, em rios de cabeceira, tem gerado uma grande pressão sobre os recursos hídricos. Isso ocorre porque, ao mesmo tempo em que aumentam as demandas, diminui a disponibilidade de água devido à contaminação por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana. "
A ANA ainda complementa que essa região possui a maior demanda por recursos hídricos do país com 31%. Este grande cenário citado acima não acontece apenas nessa Bacia, mas em todas as outras do pais, onde a demanda aumenta, porém, os cuidados com a preservação e a saúde dos rios diminui. Em Luziania esse cenário não é diferente. O grande crescimento populacional gerou uma necessidade na oferta dos terrenos, criando uma crise habitacional. Essa crise fez com a população de baixa renda procurasse áreas irregulares e de baixo custo. Muitas vezes essas áreas eram as extremidades dos córregos que eram áreas sem regularização e com condições precárias, além das áreas de proteção ambiental. Esse acontecimento fez com que houvesse um grande movimento de ocupação nas margens do Rio Vermelho e seus afluentes, acarretando impermeabilizaçoes nas margens, o que gerou impactos ambientais e problemas para a cidade. Luziânia já começou a colher os frutos dessas invasões e impermeabilizações. Cada vez mais a cidade sofre com enchentes, além dos desmatamentos e contaminação das áreas de proteção ambiental. O crescimento urbano sem fiscalização levou as pessoas a ocuparem áreas que são proibidas por Lei de serem impermeabilizadas. Em algumas partes da cidade já se torna impossível ver os cursos dos córregos e do rio. Sendo que em várias partes ele já foi canalizado.
No início o crescimento de Luziânia foi norteado pelo Córrego Viegas que era o sustento da população. Este córrego é um dos afluentes do Rio Vermelho que faz parte da Unidade Hidrográfica do Paranaíba e 1 Dados tirados do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba. Disponível em: <http:// www.cbhparanaiba.org.br/a-bacia/principais-caracteristicas>. Acessado em 15 abr. 2017
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DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL MAPA DOS RIOS E CÓRREGOS DE LUZIÂNIA
Fig. 12 - Mapa dos Rios e Córregos de Luziânia. Fonte: Produção do autor.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL BIOMA DO CERRADO
Conforme o MMA o cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul ocupando 22% do território brasileiro, sendo dividido entre os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, DF, Bahia, Piauí, Rondônia, Paraná, e São Paulo. É no cerrado que se encontram as nascentes das três maiores bacias hidrográficas, resultando em um grande potencial aquífero e favorecendo a biodiversidade de sua fauna e sua flora. A sua flora tem grande capacidade medicinal e diversas espécies "podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, [...] (MMA)." O que nos sugere um grande potencial para preservar a vegetação nativa nos leitos dos rios e criarmos parques que possam recuperar o cerrado degradado. O MMA também nos mostra que o cerrado, depois da mata atlântica, é o bioma que mais sofreu e sofre com a ocupação humana. O World Wide Foundation aponta que 45,4% da sua vegetação nativa já foi destruída. Este Bioma também apresenta a menor porcentagem de áreas destinadas a proteção ambiental, fazendo com que este corra sérios riscos de entrar em extinção. O cerrado é composto por três diferentes tipos de formação: a florestal, que são as matas ciliares e de galerias existentes nos rios e córregos; as formações campestres que são de predomínio as herbáceas e arbustos; e a formação savânica que são árvores e arbustos espalhados sobre as gramíneas. Luziânia é composta totalmente pelo cerrado na formação savânica. Essa se faz presente ao longo do perímetro da cidade em descampados e reservas ambientais. Dentro da cidade não possui reservas ambientais. Há em alguns lugares fora do perímetro urbano a formação florestal principalmente perto do rio corumbá, porém essa formação está sendo destruída para dar lugar às pastagens que são muito recorrentes na região. Dentro do perímetro urbano a formação das matas ciliares se faz quase que inexistente, sendo que o pouco que resta é tomado pelo mato crescente na região e destruído pelas invasões. Na poligonal de estudos encontramos a presença de vegetação nativa do cerrado, com predominância de arbustos e forrações. A falta de cuidado com as vegetações nativas nas APP, fizeram com que houvesse um crescimento de mato, esmagando a vegetação nativa, além de incidirem em um aumento no despejo de lixo, por se assemelhar a áreas abandonadas. Contendo uma massa arbórea presente em toda a extensão dos córregos e rios, em algumas partes há uma necessidade de recuperação da vegetação nativa, e em outras há a necessidade de conservação e preservação da vegetação, já está sofrendo com as invasões e degradações. A cidade necessita da implementação de mais arborização, já que o
ano todo o clima predominante é quente e seco, como é a característica do clima nessa região, para o melhor conforto térmico dos usuários, principalmente nas áreas mais movimentadas, como a Rua do Comércio. Na cidade, assim como no entorno o sol incide forte durante todo o ano, tendo variação de temperatura mais brusca durante o inverno. A noite a temperatura cai e durante o dia a temperatura sobe. Como a até é em partes descampada, e sem barreiras significativas ao redor dela, o sol vai incidir o dia todo sobre a área, necessitando de medidas mitigatória para a temperatura ficar confortável durante todo o dia na área, além de medidas que aumentem a umidade do ar, já que esta região sofre com a baixa umidade em maior parte do ano.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO NATURAL MAPA DA VEGETAÇÃO DE LUZIÂNIA
Fig. 13 - Mapa da vegetação de Luziânia. Fonte: Produção do autor.
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MAPA TOPOGRÁFICO
No geral a cidade tem uma topografia acidentada. As partes mais acentuadas estão presentes ao longo de todo o percurso dos rios e córregos. Esse motivo faz com que as contruções tenham que se adaptar à topografia inclinada perto desses córregos e rios. O parque fica dentro de um vale, necessitando de um cuidado especial para que não haja gandes movimentações de terra na implantação dos equipamentos. Estes serão implantados levando em consideração a topografia, sempre optando por loca-los em locais onde haja uma topografia plana.
Fig. 14 - Mapa da topografia de Luziânia. Fonte: Produção do autor.
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ASPECTOS LEGAIS
A cidade de Luziânia é regida pelo Plano Diretor além das leis federais e municipais que são utilizadas como base para varias leis que regem o município. O Plano Diretor é instituído pela Lei nº 2987/2006, que abrange "toda a dinâmica da vida social e comunitária do Município e de seus habitantes, em todas as suas dimensões, no meio rural e urbano, com a finalidade de obter a melhoria da qualidade de vida da população" (Lei 2987/2006, p.1). É no Plano Diretor que vamos encontrar as diretrizes do planejamento urbano da cidade. Entre essas diretrizes encontramos, o ordenamento da ocupação do solo e suas divisões, além de todos os instrumentos urbanísticos básicos Do parâmetro urbanístico disposto no Plano Diretor a cidade é organizada segundo a Lei nº2991/2006, que determina o parcelamento do solo, os usos e ocupações, a hierarquização das vias, e o zoneamento da cidade. O Zoneamento da cidade fica dividido conforme as seguintes zonas: - Zonas de Uso Misto (ZUM): as Zum são divididas em três categorias Zona de Uso Misto 1 (ZUM 1): corresponde as áreas onde são permitidos os todos os usos urbanos, porém são vedados os usos de comércio de grande porte e usos institucionais, com áreas superiores a 2.000 m² e quando estes gerarem grande impacto ao meio ambiente. Zonas de Uso Misto 2 (ZUM 2): são permitidos todos os usos urbanos exceto quando estes forem usos econômicos poluentes. Zona de Uso Misto 3 (ZUM 3) - são permitidos todos os usos urbanos, porém sempre de acordo com as leis urbanísticas e as normas ambientais. -Zonas de Desenvolvimento Urbano (ZDU): corresponde as áreas que são aptas para usos diversificados, sempre visando a criação de novas áreas de acordo com as leis que regem a cidade. -Zonas de Interesse Social (ZEIS): tem a finalidade de garantir a função social da cidade, visando diminuir as desigualdades sociais e proporcionar uma melhor qualidade de vida. Sendo voltada, principalmente para a criação de áreas voltadas para a população de baixa renda. Para essas áreas são vedados os usos econômicos e institucionais de maior porte, sendo estes superiores a 600m². - Zonas de Interesse de Preservação Histórica e Cultural (ZIPHC): essa zona corresponde a área histórica da cidade, situada na rua do rosário. Para essa área se vê a necessidade de preservação, proteção e/ou conservação. Nesta área são previstos os mesmos usos da Zona de Uso Misto 2, sendo vedado qualquer uso econômico e institucional poluentes. -Zonas Especiais de Interesse Paisagístico e Ambiental (ZEIPA):
corresponde as áreas do entorno imediato das microbacias, sendo permitido os usos urbanos residenciais, econômicos e institucionais, desde que sejam compatíveis com as diretrizes da zona. São vedados os usos que impliquem a degradação do meio ambiente. -Zonas de Proteção Ambiental (ZPA): corresponde as áreas que precisam de proteção, preservação e conservação. Essas áreas não são parceláveis e não são permitidas nelas qualquer atividade que modifiquem a paisagem ou o meio ambiente. Porém serão permitidas atividades econômicas desenvolvidas por população carente se respeitadas pelas leis municipais. São correspondentes a essas zonas as áreas que possuem as formações vegetais nativas do cerrado; as encostas com declividade superior a 45º; áreas que abriguem animais ou vegetais ameaçados em extinção; as áreas que servem de pouso, alimentação e acasalamento dos animais; sítios arqueológicos em geral; e as nascentes e cursos d'agua. (Lei Municipal de Luziânia nº 2991/2006) -Zonas de Industria e Comércio (ZIC): são áreas urbanas voltadas para o uso econômico, prestação de serviços e industrial de grande e médio porte, sendo vedado qualquer uso que gere uma grande circulação de pedestres, como uso mistos e residenciais. - Zonas Especiais de Operações Urbanas (ZEOU): são áreas limítrofes ao perímetro urbano e que possuem um grande vazio urbano, por sua localização. - Zonas de Urbanização Especial (ZUE): são áreas de ocupação suburbana, resultantes de processo de parcelamento, usos e ocupações clandestinas ou irregulares, localizados fora do perímetro urbanos. Apesar de possuir diversas zonas a cidade é dividida apenas pelas zonas ZUM 1,2 e 3; ZIPHC; ZPA; e a ZIC. Na parte central da cidade, onde está feita a analise, encontramos apenas as 3 primeiras zonas descritas acima. Outra legislação que importa para este tema é o Código Ambiental Municipal, instituído pela Lei nº3021/2006, em que o poder público municipal fica responsável pela proteção, conservação e manutenção; da fauna e da flora; das áreas de preservação permanentes (APP); das unidades de conservação, assim como a obrigação de gerar iniciativas para conscientização da população à preservação do meio ambiente como um todo e torná-lo ecologicamente equilibrado. Estas são regulamentadas pela Lei nº 2991/2006 que vai discorrer sobre as principais caraterísticas e vetos que correspondem as áreas que necessitam de proteção. Dentre os objetivos disposto no Código Ambiental Municipal é assegurado a necessidade de preservar as áreas protegidas do Município e criar outras necessárias ao equilíbrio ecológico e ao bem-estar da
população, com ênfase para as áreas de mananciais, recuperando corpos hídricos poluídos ou assoreados e sua mata ciliar;(Lei nº 3021/2006, p.5) pela Política Municipal de Meio Ambiente.
Segundo o Código Ambiental Municipal, citado anteriormente, são deveres do poder público: § 3º - Nas Áreas de Proteção Permanente. APP´s aos Mananciais não será permitida a instalação de novas indústrias, devendo as já existentes ser incentivadas a transferir-se para outros locais. § 4º - A recuperação das faixas de mata ciliar, consideradas pelo Código Florestal Federal como áreas de preservação permanente, bem como a despoluição e descontaminação dos corpos hídricos, nas Áreas de Proteção aos Mananciais, deve ser objeto de programa prioritário
As unidades de conservação criadas no município podem ser definidas em 10 categorias, sendo uma delas; Parque Natural Municipal, com a finalidade de preservar os atributos excepcionais da natureza conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com atividades de pesquisa científica, educação ambiental e recreação; (Lei nº 3021/2006, p.11). O Código Ambiental Florestal, Lei nº 3021/2006, considera como as áreas de preservação permanentes: I. as florestas, cerrado e demais formas de vegetação natural definidas como tal pela legislação federal, estadual e municipal; II. a cobertura vegetal que contribui para a estabilidade das encostas sujeita a erosão e ao deslizamento; III. as nascentes, as matas ciliares e as faixas marginais de proteção das águas superficiais; IV. as áreas que abriguem exemplares raros, ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas que servem de pouso, abrigo ou reprodução de espécies migratórias; V. as demais áreas declaradas por lei.
A poligonal de estudo fica dentro da ZUM 2, tendo em seu centro uma unidade de conservação criada pela Lei Municipal nº 2433/2001 e pelos Decretos nº310/2015 e nº322/2015, que regulamentam a área como propriedade pública, suas delimitações e sua categoria como unidade de 23
ASPECTOS LEGAIS MAPA DO PLANO DIRETOR DE LUZIÂNIA
conservação pertencente a ZPA. Segundo o Relatório de Parecer Técnico Ambiental do Decreto nº322/2015 a unidade de conservação pertencente a poligonal de estudo não possui cobertura vegetal apropriada por se tratar de uma área que contém APP, áreas de recargas hídricas e área com nascentes. Apesar da poligonal, segundo o plano diretor não estar enquadrada nas Zonas de Proteção Ambiental, a proteção se faz necessária já que dentro dessa área encontramos diversas APPs que seguem o curso do Rio Vermelho que atravessa a área, gerando assim um grande interesse ambiental e podendo se enquadrar nos itens II e III do código florestal citado anteriormente.
Fig. 15 - Mapa do Plano Diretor de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO ESTRUTURA VIÁRIA E CIRCULAÇÕES
De acordo com a lei do uso do solo a hierarquização da cidade é dividida em Vias Regionais, Arteriais, Coletoras e Locais, sendo estes presentes respectivamente na cidade através da BR-040, GO-010; Av. Alfredo Nasser, Av. Dr. Nélio Rolim e a Av. Sara Kubitschek; as Av. Miguel Reale, Av. João Teixeira entre outras avenidas espalhadas pela cidade; e as demais ruas, como a Rua do Rosário, Rua do Comércio, Rua Coronel Antônio Carneiro, entre outras. Segundo a Lei Municipal nº 2991/2006 as vias regionais são vias de ligação interurbanas e regionais; as vias arteriais são as vias de maior importância e devem assegurar a fluidez do trânsito; as vias coletoras distribuem e coletam o trânsito para as vias arteriais; as vias locais são utilizadas para o acesso direto para os diversos usos na cidade. A malha viária da cidade é bem diversificada, na parte mais antiga da cidade a malha não segue uma ordem linear, sendo composta por traços mais orgânicos, porém nos loteamentos mais recentes já se encontra uma malha mais linear e geométrica. As vias são de inclinação suave e moderada, porém em algumas partes encontramos um relevo mais acidentado, como por exemplo na Rua do Rosário, que gera uma inclinação mais acentuada na via. Em toda a cidade percebe-se uma necessidade de reforma nas vias e calçadas, que sofrem principalmente na época da chuva, com buracos e destruição do cimento e do asfalto. Isso dificulta muito a livre circulação do pedestre, e gera um enorme desconforto para quem anda de carro. Há também uma necessidade de implantação de calçadas mais acessíveis e com larguras padronizadas, já que nas calçadas existentes não há um nível uniforme, pois são construídas pelos moradores para saciar a sua necessidade, devido ao descuido e falta de fiscalização do poder público. Muitas calçadas são invadidas por comércios que colocam mesas, cadeiras e até churrasquinhos nas calçadas. Impedindo a passagem do usuário, levando o usuário a utilizar a rua como local de passagem. Esse problema acarreta um conflito nas ruas, e um perigo para o usuário. As Av. Alfredo Nasser, Av. Dr. Nélio Rolim e a Av. Sara Kubitschek são as principais avenidas, caracterizadas pelo Plano Diretor como vias arteriais, e que hierarquizam o sistema viário da cidade, interligando toda a cidade e seus centros comerciais. Nestas Avenidas passam o transporte coletivo e é onde se tem as principais paradas de ônibus que circulam na cidade e que levam a população para as demais cidades do entorno e para Brasília. Pela falta de infraestrutura e investimentos adequados os ônibus não adentram no interior da cidade. Estes circulam apenas nas avenidas e ruas com maior interesse comercial e movimento. A falta de infraestrutura adequada para que o transporte público atenda a todos os interesses da população faz com que os principais
meios de locomoção na cidade sejam os carros, as motos ou as bicicletas. Apesar da população utilizar a bicicleta como um meio de locomoção e de ser previsto no Plano Diretor da cidade, na Lei nº 2987 Art. 58 a implantação de ciclovias, a cidade não tem infraestrutura adequada e nem é composta por ciclovias. A cidade ainda possui características de cidade do interior e essa característica pode ser vista tanto pelo uso da bicicleta e de algumas carroças vistas na cidade como pelo grande apego cultural e um forte tradicionalismo passado de geração em geração nas famílias mais antigas da cidade. Na poligonal do projeto as vias que dão acesso a ela são vias de caráter local, são elas as Ruas 22A, Santa Rita de Cassia, 27, 38, 34A, 04 e a Av. Assis Chateaubriand, que leva ao estádio. O principal acesso para a poligonal é pela Av. Assis Chateaubriand que a corta assim como as ruas 19 e 34A. A poligonal tem como um dos seus limites a Av. Miguel Reale, porém na situação atual está não dá acesso à área, por causa do mato que tomou conta das suas margens, e do relevo acidentado. Apesar de ser considerada pelo nome Avenida, a Av. Assis Chateaubriand, possui características de via local. Porém se houvesse investimento na Avenida e na Rua 34A, estas seriam de grande importância já que ligariam o Bairro do Rosário ao Bairro Parque JK, fazendo essa conexão até a Av. Miguel Reale. Percebe-se uma falta de ligação da poligonal com a cidade por estar localizada em fundos de lotes, o que a torna uma área de difícil acesso visual e físico. A percepção da área também é prejudicada pelo relevo, já que o rio vermelho se encontra na parte mais baixa da cidade, fazendo com que suma na visão da população e se esconda atrás das casas e sobrados, que são a principal tipologia arquitetônica da cidade.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DA HIERARQUIA VIÁRIA DE LUZIÂNIA
Fig. 16 - Mapa do Sistema Viário de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DAS PARADAS DE ÔNIBUS DE LUZIÂNIA
Fig. 17 - Mapa das paradas de ônibus de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DA POLIGONAL COM AS VIAS E BAIRROS
Fig. 18 - Mapa da poligonal com vias e bairros adjacentes. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO USO DO SOLO
Os usos presentes na cidade são diversificados sendo que a sua maioria é residencial unifamiliar e usos mistos, principalmente nas vias mais movimentadas. A forte presença de uso misto na cidade se deve principalmente pelo Plano Diretor possibilitar essa flexibilidade nos usos, sendo a maior parte da cidade pertencente ao ZUM2. Outro fator que ajuda na disseminação do uso misto é o fato do comércio local ser uma das principais economias da cidade, como já foi citado anteriormente. Devido a possibilidade de uso misto previsto pelo Plano Diretor para a maioria dos lotes, acarretando um grande incentivo a presença do comércio na cidade. Luziânia atualmente possui três principais centros de comércio , um ao longo da Av. Alfredo Nasser que se encontra logo na entrada da cidade, que na sua maioria é composto de oficinas e comércio de médio porte, o segundo comércio se encontra nas Rua Dr. Antônio Carneiro e na Rua do Comércio que ficam localizados na parte mais antiga e no centro da cidade, sendo comércios mais locais, e o terceiro comércio é presente ao longo da Av. Dr. Nélio Rolim e da Av. Sara Kubitschek que fica na entrada secundária da cidade, sendo comércio de médio e pequeno porte. Embora a cidade tenha potencial, quando se trata do comércio local, ainda é necessário o deslocamento até regiões administrativas do DF para se ter acesso a maior diversidade de serviços. Gerando uma carência em comércios de grande porte, como os atacados. As edificações de uso institucionais estão localizadas espaçadamente na cidade, sendo mais presente no centro da cidade. As escolas da cidade são quase todas de ensino Fundamental e Médio, tendo apenas a UEG de ensino superior público, e a UNIDESC de ensino presencial, a UNOPAR e a UPIS, com ensinos a distância. A falta de faculdade e universidades na cidade faz com que haja, novamente uma necessidade de locomoção da população até o DF. A cidade possui 1 Hospital Regional, 1 UPA e diversos Posto de Atendimento Médico, porém poucos estão funcionando adequadamente. A cidade apesar de ser bastante adensada ainda possui vazios urbanos próximos às APPs e a área de estudo que necessitam de um cuidado especial e de usos que conservem e preservem-nas, evitando assim as invasões e o despejo de lixos. A vizinhança ocupada da poligonal de estudo é formada basicamente por casas unifamiliares. O comércio mais próximo está presente na parte sudoeste e sul da poligonal, variando entre pequeno e médio porte, como o Hotel e lojas de serviços que se localizam na Av. Alfredo Nasser. Na redondeza da nossa poligonal e em toda a cidade encontramos poucos equipamentos urbanos, sendo insuficientes para atender toda a população. Isso acarreta uma carência por parte da população para
essas áreas de lazer e equipamentos urbanos, gerando uma necessidade de implantação. Esse problema é visto não só na área de estudo, mas na cidade como um todo, já que a maioria dos equipamentos que temos estão localizados mais no centro da cidade, deixando parte da população sem atendimento, o que ocasiona uma necessidade de grande locomoção.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DO USO DO SOLO DE LUZIÂNIA
Fig. 19 - Mapa do Uso do Solo de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DAS VIAS DO COMÉRCIO
Fig. 20 - - Mapa do Plano Diretor de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DOS EQUIPAMENTOS URBANOS DE LUZIÂNIA
Fig. 21 - Mapa dos Equipamento Urbanos de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO INFRAESTRUTURA
Fig. 22 - Foto da Av. Assis Chateaubriand. Fonte: Foto tirada pelo autor.
Fig. 23 - Foto da Rua 34A e da Av. Assis Chateaubriand. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 24 - Postes presentes na Av. Assis Chateaubriand. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 25 - Foto da Rua 22. Fonte: Foto tirada pelo autor
Essa carência da cidade em condições básicas de urbanismo também é vista na infraestrutura. Boa parte da cidade não é atendida pelo sistema de esgoto, iluminação, calçadas adequadas para o pedestre, asfalto, entre outros direitos básicos do cidadão. Na cidade quase 80% possui atendimento de água. O Centro, onde começou a criação da cidade, é atendida pelo Rio Palmital, só que este não possui reservatório. As outras partes da cidade são atendidas por poços artesianos. Em algumas partes como o Jardim Ingá, e os bairros criados recentemente e mais afastados do aglomerado da cidade, há uma precariedade no asfalto e na iluminação, não se adequando ao resto da cidade. Os Bairros Parque Estrela D'Álva, Mandú, São Caetano, Bairro Santa Luzia, Vila Santa Luzia, Setor Leste e Centro, possuem esgoto tratado, sendo 20%1 da cidade; o resto da cidade não é atendido, sendo necessária a criação de fossas particulares nas casas. Mesmo no centro da cidade a infraestrutura é falha e precária. As calçadas são esburacadas e destruídas, impedindo a livre circulação do pedestre e não tendo acessibilidade. Muitos dos comerciantes e proprietários acabam invadindo as calçadas tornando-as de uso particular e não mais de uso público. Em outros locais elas são inexistentes, ou pequenas, fazendo com que os pedestres migrem para a rua. Na Poligonal de estudo a situação não é diferente, a falta de iluminação torna a área perigosa durante a noite, e durante o dia a falta de equipamentos urbanos, como bancos, postes, faz com que a área seja quase desértica. A pouca movimentação que se tem da área é dada a Av. Assis Chateaubriand que faz a ligação de dois bairros, facilitando a locomoção dos moradores. As vias presentes dentro da poligonal de estudo são em sua maioria vias em terra, tendo apenas o caminho dentro da área e sendo desprovidas de iluminação e sinalização. A única via asfaltada é a Av. Assis Chateaubriand que apesar de ser asfaltada a via está sem sinalização, sem calçadas e com iluminação apenas de um dos lados da via. Esse cenário também é visto nas vias que rodeiam a área. Fazendo que em uma visão geral a noite a área seja perigosa. Dentro da poligonal não se encontra rede de esgoto ou de água encanada, porém nos bairros que rodeiam a área, todos tem água tratada e esgoto, podendo assim fazer a conexão e atender a área com esgoto e água tratada.
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Dados coletados da Divisão de Obras Públicas de Luziânia.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO GABARITOS E SKYLINE
Fig. 26 - Foto do Skyline da cidade. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 27 - Foto do Skyline da cidade. Fonte: Foto tirada pelo autor
A cidade é composta por gabaritos de diversas alturas sendo predominante os usos residenciais e mistos de até 3 pavimentos. Em algumas partes da cidade encontramos prédios residenciais acima de 4 pavimentos e 1 prédio de uso misto com 24 pavimentos. No geral, o gabarito da cidade é baixo, se compararmos com os gabaritos atuais. Respeitando assim a escala humana e mantendo a fácil percepção e clareza do local. A constância do skyline na cidade e o gabarito baixo são quebrados por alguns prédios, como o Prédio Luziânia Shopping, gerando um desconforto visual na cidade. Apesar do gabarito baixo na cidade possibilitar ao usuário uma visão clara do seu entorno, a cidade é de difícil locomoção pela precariedade da sinalização, dificultando a localização do pedestre em relação a cidade. A falta de marcos urbanos como referências ao longo da cidade também ajuda a dificultar a percepção do usuário. Os pontos de referências que se tem são o Balão da Santa, a igreja do Rosário, a Igreja Matriz, o Ginásio de esporte e a praça das Três Bicas. A falta de referências e sensação de insegurança que a percepção do local como um todo traz para o usuário, também é perceptível na nossa poligonal de estudo que possui um único marco, o estádio Serra do Lago, dificultando a memória fotográfica do local.
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO MAPA DO GABARITO DE ALTURA
Fig. 28 - Mapa do Gabarito de Altura de Luziânia. Fonte: Produção do Autor
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DIAGNÓSTICO DO MEIO CONTRUÍDO RELAÇÃO DA CIDADE COM EQUIPAMENTOS E ÁREA DE LAZER
Fig. 29 - Praça das Três Bicas. Fonte: site LuzianiaTur
A cidade de Luziânia não dispõe de parques ou jardins urbanos em maiores proporções. O que temos na cidade são praças e ginásios de esportes distribuídos ao longo do seu território que servem como local de reunião, lazer e práticas esportivas para a população. Luziânia atualmente encontra-se com algumas praças públicas, porém poucas distribuídas ao longo de toda a cidade. A maioria dessas praças se encontram no centro da cidade. Em uma análise geral essas praças são modulares, com PECs e parquinhos, porém essa modulação depende do padrão socioeconômicos de onde estão inseridas, "uma vez que as mais equipadas e arborizadas praças 'localizam-se' em bairros ocupados pela população de alto poder aquisitivo, enquanto que nos bairros populares e de periferia é notória a ausência de praças e, consequentemente de arborização" (GOMES,2001 apud GOMES; SOARES, 2003, p.23). A maior praça que se tem em Luziânia fica no centro da cidade, a praça das três bicas, e é composta por um parquinho para as crianças, PEC, dois lagos e um viveiro, além de mesas e bancos para a população. Nesta praça também temos um marco cultural que é o mural onde se conta, através de imagens em azulejos, a história da cidade. Ali também se encontra a praça das três bicas, onde temos um viveiro de pássaros e uma nascente. As praças e equipamentos destinados ao lazer da cidade de Luziânia traduzem bem o que Gomes (2003) diz de várias praças brasileiras. Ele apresenta que algumas praças são dotadas de equipamento para o lazer, porém são desprovidas de arborização, o que ocasiona uma negação da população pelo desconforto térmico de utilizar essas praças. Ocasionando um vazio nestas áreas em determinados horários. Além das praças Luziânia tem alguns ginásios de esporte, as feiras, e o aeroporto que é muito usado para corridas e atividades físicas. O maior e mais equipado ginásio de esportes se encontra no centro da cidade com quadras de vôlei, tênis, campo de futebol, parquinho, quadras poliesportivas, uma pista para caminhada, um ginásio e pouca arborização. Nos últimos anos a prefeitura tem investido em pistas de corridas nos canteiros centrais das grandes avenidas. Algumas das avenidas são compostas de uma boa arborização e com isso acabam por serem bastantes utilizadas, porém outras não são compostas por uma boa arborização o que gera desconforto térmico para a utilização da pista de corrida.
Fig. 30 - Ginásio de Esportes. Fonte: Benilton Sampaio
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Quando analisamos a visão serial percebemos, como já mencionado, a falta de marcos e pontos nodais em toda a área de estudo. Essa falta gera problemas de legibilidade e de orientação na região, o registro mental da cidade e da área fica comprometido. Existe uma homogeneização dos aspectos construídos, há pouca diversificação de características em toda a área. Um fato que ajuda na localização no caminhar da área, é o estádio Serra do Lago que acaba sendo uma referência e um marco na área, ajudando o observador na sua localização.
Fig. 31 - Visão Serial da Poligonal. Fonte: Produção do autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Fig. 32 - Indicação da 1ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 33 - Visão Serial nº 1, Av. Assis Chateaubriand. Fonte: Foto tirada pelo autor
Em um primeiro momento quando adentramos na área pela Av. Assis Chateaubriand, percebe-se um fechamento dos dois lados pela vegetação. Criando uma barreira visual e física, já que você não consegue ver e nem adentrar na área. Nas partes em que há uma possibilidade de abertura visual pela mata, ainda ocorre uma barreira física, já que a topografia acidentada não deixa adentrarmos nessa parte da área.
Fig. 34 - Visão Serial nº 1, margens da Av. Assis Chateaubriand e do Rio vermelho. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Fig. 35 - Indicação da 2ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 36 - Visão Serial nº 2, Av. Assis Chateaubriand. Fonte: Foto tirada pelo autor
No ponto nº 2 e no nº 3, vemos um direcionamento sendo gerado pela Av. Assis Chateaubriand. Também já conseguimos perceber a área devido a possibilidade da abertura física e visual, permitindo que o usuário adentre na área e contemple a paisagem e o skyline da cidade. Neste ponto também conseguimos visualizar o lago e cruzar a área. A via que faz esse cruzamento encontra-se rompida devida às fortes chuvas e ao elevado nível que o lago conseguiu alcançar no começo do presente ano. Vemos então a demarcação clara até onde a água conseguiu chegar, colocando como essa área é de prioridade para a expansão do lago, na época da chuva.
Fig. 37 - Visão Serial nº 2. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Nesta visão, como já mencionado, conseguimos adentrar na área e chegar ao lago. Também conseguimos perceber a falta de cuidados com a área e a área que o lago ocupa nas cheias. Fig. 38 - Indicação da 3ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 38 - Visão Serial nº 3. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 39 - Visão Serial nº 3. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
O ponto 4 fica localizado na área destinada ao estádio, e é o ponto mais alto da nossa poligonal. Esse ponto possibilita contemplar a área e a cidade como um todo, podendo ser proposto um lugar de contemplação, já que visualiza o nascer e o pôr do sol. Nesse ponto também temos o espaço designado ao estacionamento do estádio. Fig. 40 - Indicação da 4ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 41 - Visão Serial nº 4. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 42 - Visão Serial nº 4. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Nesta parte já conseguimos visualizar as áreas antropizadas que sofrem com as invasões e as degradações. A maioria das casas que fazem parte das invasões, são chácaras de classe baixa a média baixa, com grandes lotes, criação de animais soltos e com arborização nos lotes. As casas são cercadas com cercas e algumas com muros, o que gera uma barreira física dentro da área, e tem seus fundos de lotes voltados para a poligonal. As ruas que dão acesso a nossa área por essa parte, são ruas sem asfalto, com pouca iluminação, sendo que a maioria da iluminação provida na área que quebra a escuridão é provida pelas poucas casas existentes, sem infraestrutura adequada, e ruas sem separação de faixas, sinalização apropriada ou acessibilidade de pedestres. Fig. 43 - Indicação da 5ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 44 - Visão Serial nº 5. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 45 - Visão Serial nº 5. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Quando se chega na Av. Miguel Reale a via volta a ser asfaltada, porém ainda continua sem iluminação e calçadas. A avenida corta o Rio Vermelho, o qual não se tem acesso por esta área, já que o mato se tornou uma barreira física e em alguns trechos uma barreira visual. Nesta parte também não se consegue visualizar a área e nem o entorno por conta do mato. Fig. 46 - Indicação da 6ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 47 - Visão Serial nº 6. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 48 - Visão Serial nº 6. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL Entre o ponto 6, visto anteriormente, e o 7 há diversas invasões de chácaras, porém estas são delimitadas por muros, fazendo uma barreira física e visual, e indicando um fechamento dos dois lados, pois essa área se encontra em um lugar mais adensado do que a os itens anteriores. Em todos os outros pontos, com exceção do primeiro, houve a perda do estádio como um marco, dificultando a localização do usuário na área. É a falta de acessos para se adentrar na área, sendo que a partir desse ponto o estádio retornou como um marco e como uma indicação de sentido para o usuário. Também voltou a perceber visualmente a área como um todo, com a ajuda da topografia. Percebe-se então que a área é bastante acidentada, se caracterizando como um vale, já que a parte do rio fica na parte mais baixa da cidade. Fig. 49 - Indicação da 7ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 50 - Visão Serial nº7. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 51 - Visão Serial nº 7. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
As ruas 22A e 22 que dão acesso às áreas não são asfaltadas e pouco iluminadas. Fig. 52 - Indicação da 8ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 53 - Visão Serial nº 8. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 54- Visão Serial nº 8. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL
Neste ponto pode-se perceber a proximidade da área com o centro comercial que fica na Av. Alfredo Nasser, favorecendo a chegada dos usuários na área, e demonstrando o grande potencial que esta área tem dentro da cidade. Observa-se que boa parte já não tem a vegetação nativa, sendo propícia como na foto acima, a grandes descampados que se tornem invasões ou lixões. Nessa parte a massa construída ao redor da área começa a aumentar, já que fica localizada em um dos centros comerciais. Tendo as casas como barreiras físicas, porém devido ao relevo, ainda estar em uma parte alta, não há barreira visual para a área. Fig. 55 - Indicação da 9ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 56 - Visão Serial nº 9. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 57 - Visão Serial nº 9. Fonte: Foto tirada pelo autor
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ANÁLISE DA POLIGONAL POR MEIO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A VISÃO SERIAL Nesta parte da análise já percebemos uma maior quantidade nas invasões, já que as casas estão bem próximas do Rio, não respeitando a faixa das APPs. Também temos uma barreira física na área, já que esta fica localizada nos fundos dos lotes, se tornando área privatizada, como já foi mencionado. Em um contexto geral, percebemos que na área a massa construída é inferior à massa do meio natural, porém a área está sofrendo serias consequências da ação do homem, se tornando uma área degradada, e sofrendo cada vez mais com as invasões que não param de acontecer. Há também uma falta de acesso para a área, já que este só existe nos pontos analisados nº 2, 7, 8 e 9, demonstrando uma necessidade de criação de acessos que tragam a área para o contexto urbano. Existem várias possibilidades de acessos, além das ruas já citadas. Estas necessitam de uma adequação
a infraestrutura, fazendo com que o usuário não necessite de um lugar específico para adentrar na área do parque, deixando o parque mais permeável e mais visível. Também há a necessidade de criação de mais marcos urbanos para facilitar a localização do usuário, mesmo que ele nunca tenha ido ao local. Gerando neste usuário uma memória visual. O parque também necessita de um cuidado com algumas áreas que estão expostas a degradação, como o lago e o percurso do Rio. Tendo um cuidado maior com a vegetação nativa e a necessidade de replante na área.
Fig. 58 - Indicação da 10ª percepção da área. Fonte: Produção do autor
Fig. 59 - Visão Serial nº 10. Fonte: Foto tirada pelo autor
Fig. 60- Visão Serial nº 10. Fonte: Foto tirada pelo autor
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AVALIAÇÃO DA COBERTURA DE SOLO: MAPEAMENTO
Fig. 61 - Mapa da cobertura do solo atual. Fonte: Foto tirada pelo autor
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AVALIAÇÃO DA COBERTURA DE SOLO: MAPEAMENTO
O mapeamento do tipo de cobertura do solo foi feito com base na imagem da poligonal, obtida através de foto de satélite. Para o estudo as áreas foram marcadas em 5 diferentes características, são elas: - Água: são as áreas onde há maior incidência da água no solo, como por exemplo a represa que foi feita na área com a água do Rio Vermelho. - Área Verde: são as áreas que possuem uma cobertura arbórea mais abundante e uma quantidade maior de mata nativa do cerrado. -Área do Estádio: foi considerada a área construída do edifício e sua implantação, o estacionamento e toda a área que circunda o estádio possibilitando a entrada e saída do local. -Área Degradada: são as áreas que sofrem com a devastação da vegetação, com despejo de entulho, com o solo descoberto e que sofreram com as escavações de mineração. -Área Antropizada: são aquelas onde houve a modificação através da atuação do homem, como as invasões e as áreas que de alguma forma sofreram com a atuação do homem no meio. A leitura por meio do mapeamento da cobertura do solo permite criar bases para a futura setorização do parque, observando os espaços que são capazes de receber as atividades do parque e aqueles que demonstram a necessidade de recomposição e preservação. Assim como a partir das análises procedidas é possível sistematizar os principais problemas identificados e possíveis diretrizes para os princípios de uma setorização. Observa-se a necessidade de uma intervenção não só urbanística, mas também paisagística, devido ao fato de que a área necessita de uma cobertura vegetal maior e parte de reposição, para proteger seu solo e os seus recursos hídricos, já que esta fica localizada em uma área que consta com grande parte de APPs e a unidade de conservação, como visto no diagnóstico.
PROBLEMAS
DIRETRIZES
Falta de marco urbano
Criar novos marcos, sobretudo acessos, para que a localização do usuário do futuro parque possa ser facilitada e mais clara, possibilitando melhor orientação, identificação e assim promover melhor registro mental da imagem do lugar. O parque em si pode trazer um novo significado a cidade, como marco visual positivo e como referencial simbólico de uso público e preservação ambiental
Invasões
Delimitar a área do parque através das vias, criando a separação dos fundos dos lotes para a área preservada, evitando novas invasões. Considerar a remoção dos lotes que estão invadindo as APPs decretadas por lei.
Falta de cobertura vegetal
Rever o replantio das espécies nativas do cerrado, possibilitando uma maior cobertura no solo, criando um local agradável para a permanência do usuário na área. Recriando os pontos onde necessita de uma vegetação mais densa ou de recomposição.
Falta de atividades na área
Criar novas atividades para a área, fazendo com que essa seja valorizada no contexto urbano e traga opção de uso e interação social para a cidade. As atividades devem ser tanto para o dia quanto para a noite, fazendo com que aconteça diversas atividades que atraiam variados perfis dos usuários na cidade.
Falta de acessos para a área Evitar a apropriação exclusiva de lotes privados, como as divisas das propriedades que hoje delimitam o parque. Ou, seja, democratizar o acesso de todos ao parque por meio de uma via pública de delimitação. Criar novos acessos que integrem melhor o meio urbano com a área, fazendo com que ela deixe de passar despercebida ao olhar do usuário. Vias existentes Equipamentos urbanos
Melhorar as vias existentes, principalmente com acessibilidade e travessia segura, já que estas não possuem asfalto e nem infraestrutura adequada. e
mobiliários Fazer uma distribuição mais igualitária dos postes na área, trazendo iluminação adequada. Inserir novos mobiliários e equipamentos urbanos na área, como os bancos, lixeiras entre outros, para melhorar a permanência do usuário na área.
Despejo de entulho nas mar- Criar mecanismos de proteção para as margens do Rio Vermelho evitando o assoreamento e o despejo de entulhos nas gens do Rio suas margens, com replantio e preservação da mata existente.
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PROJETO MACROZONEAMENTO GERAL ESTUDO DE EIXOS E CIRCULAÇÕES TIPOLOGIAS DE CIRCULAÇÕES SETORIZAÇÃO PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ-DIMENSIONAMENTO PAISAGISMO PROPOSTO 50
MACROZONEAMENTO GERAL
Área antropizada
Área degradada
Área verde
Lago
Fig. 62 Mapa do solo atual. Fonte: produção do autor
O macrozoneamento proposto foi pensado tendo com base na cobertura do solo já existente, uma vez que serão previstas e mantidas as coberturas, adequando-as à nova realidade da área. As áreas de usos e atividades, e as áreaa de preservação e manutenção correspondem às áreas antropizadas e degradadas descritas no mapa da cobertura do solo atual. Sendo previsto para elas o replantio da vegetação e a adequação do solo para as suas finalidades e atividades. As áreas de usos e atividades serão complementadas com as atividades recreativas e esportivas e seus respectivos equipamentos, com a finalidade de trazer usos mais diversificados para que possa atender a todas as demandas. Nas partes onde estas se encontram dentro das APP’s será feito a recomposição da mata ciliar, para que a mesma se adeque à finalidade de proteção dos rios e seus leitos, fazendo com que estas sejam identificadas como áreas de preservação ambiental e recomposição da mata ciliar. As áreas de preservação ambiental e recomposição da mata ciliar irão corresponder às áreas verdes, recompondo nelas a vegetação nativa e a mata ciliar do cerrado, fazendo com que as APPs sejam respeitadas e protegidas, com usos que ajudem na sua preservação. O Lago existente foi remodelado através da junção de todos os pequenos lagos e nascentes que estão presentes perto dele. Criando um grande lago e ajudando a amenizar a umidade do ar.
Área para usos e atividades
Área de preservação e manutenção
Área de recomposição da mata ciliar
Lago
Fig. 63 Mapa do Macrozoneamento geral. Fonte: produção do autor
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ESTUDO DE EIXOS E CIRCULAÇÕES
O acesso à área do parque foi organizado de maneira a permitir que o usuário o acesse de qualquer lugar em que esteja. Criando uma permeabilidade física e visual que facilite com que o parque se conecte com o seu entorno de maneira mais harmoniosa, e que se torne o prolongamento das casas. As circulações dentro da área foram pensadas para que o usuário pudesse atravessar sem que houvesse a necessidade de dar a volta no parque todo, como acontece atualmente. Os caminhos foram criados de acordo com o resultado dos eixos que ocorreram com a ligação das vias do entorno, dando continuidade ao trajeto. Além disso para a implantação dos caminhos foram levados em consideração o local onde a topografia favorecesse e onde haveria a melhor possibilidade de conforto para o usuário, evitando assim que se crie caminhos íngremes. Aonde ocorre o entroncamento com o rio e onde há um desconforto ao usuário, foram criadas pontes. O resultado foi cruzamentos com linhas levemente sinuosas e com conforto ao usuário, dando uma característica ao desenho do parque. Alguns caminhos deram origem aos percursos e outros foram mantidos como caminhos de cruzamento e de acesso para a parte interna, alcançando 2 metros de largura e garantindo a permeabilidade através da implantação do piso intertravado.
Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 64 Mapa dos Eixos e Circulações. Fonte: produção do autor
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TIPOLIGIA DE CIRCULAÇÕES DETALHE DAS PONTES PROPOSTAS
Fig. 65 Detalhe das pontes propostas. Fonte: produção do autor
Fig. 66 Mapa do parque. Fonte: produção do autor
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TIPOLOGIA DE CRICULAÇÕES VIAS
Foram criadas novas vias para definir e delimitar o parque evitando assim que os fundos de lotes não tenham divisões físicas e nenhuma barreira com áreas de preservação que podem acarretar no futuro novas invasões. As vias existentes serão remodeladas, reestruturadas, redimensionadas, mantendo o seu caráter local, já que prevalece no entorno o uso do solo residencial não ocorrendo a necessidade de modificação da mesma, respeitando assim o uso e adaptando-as ao parque, com calçadas mais largas e equipamentos urbanos, facilitando o caminhar do usuário tanto no parque quanto no entorno. Devido à falta de unidade entre as vias que contornam o parque optou-se por uni-las e torna-las uma única via, chamada de Av. Contorno. Melhorando a infraestrutura, já que algumas não eram asfaltadas e não possuíam iluminação adequada trazendo certa insegurança nestes percursos. A Av. Chateaubriand que adentra no parque foi mantida e melhorada, sendo ligada com a Rua 34 que foi mantida para conservar a entrada dos jogadores no estádio. A Av. Chateaubriand é o único meio de se atravessar o parque de carro, além de ser o único acesso para a administração do parque. A Av. Contorno, a Av. Chateaubriand e a Rua 34, foram remodeladas, sendo mantidas as vias de mão dupla e o seu caráter de via local como já foi citado, fazendo com que essas vias sejam vias de baixa velocidade gerando uma segurança e um cuidado maior para os pedestres, evitando possíveis acidentes. As vias terão largura de 7 metros; canteiros laterais de 1 metro, para que possa ser implantado os equipamentos como os postes, lixeiras, árvores e as placas de sinalizações; calçadas com piso intertravado de 3 metros, fazendo a ligação e a transição entre a cidade e o parque. Houve também a implantação de faixas de pedestres localizadas perto das zonas de atividades, facilitando a travessia do usuário e melhorando a segurança. Em alguns pontos do parque os estacionamentos foram implantados de maneira estratégica de acordo com os acessos e as atividades, também houve a implantação de postes e calçadas, melhorando a locomoção, não só para os usuários do parque mas para todos os moradores das adjacências do parque.
Avenida Contorno Avenida Assis Chateaubriand Rua 34
Fig. 67 Mapa das vias. Fonte: produção do autor
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TIPOLOGIAS DE CIRCULAÇÕES PERCURSOS
No perímetro de todo o parque houve a implantação de pistas de cooper e ciclovia, criando a possibilidade do usuário criar seu próprio caminho e começar de onde estiver. Além disso criou-se a opção de 4 tipos de percurso com diferentes distâncias, sendo eles o 1º percurso curto ao redor do lago, o 2º médio, o 3º intermediário e o 4º externo de perímetro, que serão descritos posteriormente. Devido aos cruzamentos dos percursos e deles se complementarem, é criada uma opção onde o usuário pode optar pelo percurso mais adequado considerando as suas limitações pessoais. Cada percurso, possui a pista de cooper com 4 metros de largura; um canteiro central com 1,5 metros para a implantação de equipamentos urbanos, como lixeiras e postes, além da vegetação que acompanha todos os percursos e caminhos; e a ciclovia com 2,4 metros.
Ciclovia Pista de cooper Calçada
Fig. 68 Mapa da tipologia de circulações. Fonte: produção do autor
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TIPOLOGIAS DE CIRCULAÇÕES PERCURSOS PERCURSO 1
Fig. 69 Mapa da tipologia de circulações - Percurso 1. Fonte: produção do autor
O primeiro percurso (P1) é o leve e o menor com 1,51 km, ele circunda todo o lago, sendo uma boa opção para as crianças, para contemplação e para iniciantes de caminhadas e práticas esportivas.
PERCURSO 2
Fig. 70 Mapa da tipologia de circulações - Percurso 2. Fonte: produção do autor
O segundo (P2) é um pouco maior que o primeiro com 1,91 km, sendo o médio.
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TIPOLOGIAS DE CIRCULAÇÕES PERCURSOS PERCURSO 3
Fig. 71 Mapa da tipologia de circulações - Percurso 3. Fonte: produção do autor
O 3º percurso(P3) é com 2,18 km, que alcança mais as atividades do parque.
PERCURSO 4
Fig. 72 Mapa da tipologia de circulações - Percurso 4. Fonte: produção do autor
O último percurso (P4) é o maior que pega quase todo o perímetro do parque com 4,56 km, sendo um percurso para as pessoas que já tem hábito e o preparo físico necessário para a caminhada e corrida de maior duração.
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TIPOLOGIAS DE CIRCULAÇÕES PERCURSOS
Onde acontece os cruzamentos entre as ciclovias e as pistas de cooper dentro dos percursos houve a necessidade de criar faixas, promovendo a continuidade e a segurança do pedestre. Em todos os casos procurou-se priorizar as pistas de cooper promovendo assim uma hierarquia dentro do parque, já que estas são mais vulneráveis em relação as ciclovias, mantendo assim sempre a preferência para o pedestre. Para melhor sinalizar esses cruzamentos e criar uma atenção maior por parte dos usuários, sejam eles pedestres ou ciclistas, optou-se por aumentar o canteiro e separar as vias, criando assim perspectivas variadas e estimulantes ao usuário e quebrando a uniformidade do percurso.
Ciclovia Pista de cooper
Fig. 73 Detalha do encontro dos percursos - Tipo 1
Fig. 74 Detalha do encontro dos percursos - Tipo 2
Fig. 75 Mapa do Macrozoneamento geral. Fonte: produção do autor
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TIPOLOGIA DE CIRCULAÇÕES MODIFICAÇÃO DOS PERFIS DAS VIAS RUA 04
AV. CONTORNO
Fig. 76 Rua 04, antes da proposta. Fonte: produção do autor
4.00
1.50
2.40
3.00
1.00
7.00
1.00
2.00
Fig. 77 Av. Contorno. Fonte: produção do autor
AV. CHATEAUBRIAND
AV. ASSIS CHATEAUBRIAND
Fig. 78 perfil viário existente na Av. Chateaubriand. Fonte: produção do autor
2.00
1.00
7.00
Fig. 79 Proposta para a Av. Chateabriand. Fonte: produção do autor
1.00
3.00
2.40
1.50
4.00
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TIPOLOGIA DE CIRCULAÇÕES PERFIL DAS VIAS PROPOSTOS
RUA 34
2.00
PERCURSOS
7.00
2.00
1.00
2.00
Fig. 80 Proposta para a Rua 34. Fonte: produção do autor
4.00
1.50
2.40
Fig. 81 Proposta dos percursos. Fonte: produção do autor
A rua 34 hoje, está sem delimitações e não é asfaltada, sendo assim a proposta para ela é a criação das delimitações da via e das calçadas.
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SETORIZAÇÃO MAPA DA SETORIZAÇÃO
A distribuição dos caminhos, percursos e eixos de circulação pelo terreno, gerou áreas e pequenos setores onde foram destinadas as atividades. Estas foram distribuídas de acordo com os estudos de raios de distâncias que levaram em consideração a proximidade com o uso do solo da região. As atividades foram divididas em; espaços de lazer e esporte de raio local; preservação das atividades existentes; espaços de serviços e administrativo; culturais; contemplação e espaços de esporte de raio regional. Os equipamentos foram distribuídos perto das vias levando em consideração a topografia, a sua proximidade com as casas, e para facilitar a chegada do usuário, fazendo com que o urbano se una ao parque e aproximando as pessoas com o meio natural. Além disso eles ajudam na transição da densidade arbórea, e a diferenciar os macrozoneamentos. Outro fato importante para a locação dos equipamentos no local, foi a ideia de implantá-los em pontos estratégicos onde, de acordo com a convergência das ruas que cria um ponto em comum de chegada dos usuários, tentando ao máximo respeitar o raio de interesse de 350 m (5 minutos de caminhada) até o próximo equipamento. No espaço residual decorrente da intersecção dos raios de interesse locou-se os equipamentos de uso individual, afim de evitar a saturação de equipamentos de mesma função e uso coletivo. Para o raio de interesse citado acima foi levado em consideração o percurso que uma pessoa pode fazer sem se cansar, mantendo uma proximidade com as casas, sem que os moradores tenham que percorrer longos trajetos até alcançar os equipamentos. Lazer e esporte de raio local Esporte de raio regional Preservação de atividades existentes Contemplação e permanência Cultural Serviços e Administrativo Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar Estacionamento
Fig. 82 Mapa da setorização. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO SUBCAMINHOS
Através da distribuição das atividades houve a necessidade de se criar novos caminhos que ligassem e conduzissem o usuário aos equipamentos da área. Esses novos caminhos foram desenhados com largura de 3 metros e de piso intertravado, possibilitando maior permeabilidade no solo. As suas formas e linhas foram implantadas de acordo com a topografia criando e respeitando a mesma sinuosidade dos eixos e caminhos de acesso.
Lazer e esporte de raio local Esporte de raio regional Preservação de atividades existentes Contemplação e permanência Cultural Serviços e Administrativo Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar Estacionamento
Fig. 83 Mapa dos Subcaminhos. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO LAZER E ESPORTE DE RAIO LOCAL
Os equipamentos pertencentes ao lazer e esporte de raio local são equipamentos com atividades diversificadas e que foram locados devido à sua proximidade com as casas e o uso residencial, dando preferências aos pontos comuns de chegada dos usuários citados acima, evitando que tenham que andar longas distâncias até os equipamentos. São estes os parquinhos, as quadras de vôlei, as quadras poliesportivas, quadras tênis e as academias ao ar livre. Cada equipamento foi locado onde a topografia já facilitava a implantação, sem que precisasse adequar um ao outro. Nos locais onde não foi possível os equipamentos foram locados de maneira a evitar o deslocamento de terra desnecessário. Além disso também houve a preocupação com a insolação solar, já que para as quadras de esporte a melhor orientação é a norte e sul, evitando assim que o sol comprometa o uso deste espaço. Os parquinhos foram implantados preferencialmente nas áreas internas do parque, afim de proporcionar maior segurança às crianças em suas atividades. As academias ao ar livre foram locadas perto das pistas de cooper e ciclovias facilitando a sua utilização, procurando não distanciar as áreas de parquinho e de academias. Todos os outros espaços foram locados a partir dos espaços de lazer e esporte de raio local. Criando assim pequenos zoneamentos de atividades ao longo de todo o parque e que serão identificadas pelas cores propostas no paisagismo. Quadra de tênis Quadra de Vôlei de areia Quadra poliesportiva Parquinho Academia ao ar livre Lazer e esporte de raio local Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 84 Mapa da setorização - Lazer e esporte de raio local. Fonte: produção do autor
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SETORIZÇÃO ESPORTE DE RAIO REGIONAL
O espaço de esporte de raio regional, foi locado levando em consideração a proximidade dele com a Av. Alfredo Nasser, permitindo que o usuário de qualquer localidade da cidade tenha um fácil acesso a área, e também pelo uso do solo das quadras vizinhas possuírem de uso misto, já que se trata de uma atividade específica e mais arrojada. Esse espaço tem como atividade a pista de skate e patins, que é popular e de uso considerável em relação à quantidade de jovens adeptos do skate e patins na cidade. A pista possui 1 mil m², sendo dividida entre a pista de street e a bownl.
Pista de Skate Esporte de raio regional Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 85 Mapa da setorização - Esporte de raio regioal. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO PRESERVAÇÃO DE ATIVIDADES EXISTENTES
Algumas atividades que já existem no local foram preservadas, como o estádio e o espaço destinado ao circo. Apesar do circo não ter um local fixo legalmente, estes se fixam na área do parque que confronta a Av. Alfredo Nasser. Para que pudesse manter a identidade dessas atividades e dos locais, essas áreas foram preservadas, e no caso do circo readequada para que pudesse atender com conforto a sua atividade. Além do circo, essa área foi também destinada às feiras que são recorrentes na cidade.
Feira Circo Estádio Preservação de atividades existentes Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 86 Mapa da setorização -Preservação das atividades existentes. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO CONTEMPLAÇÃO E PERMANÊNCIA
As áreas que remetem ao usuário à contemplação e à preservação do local, foram destinadas às atividades de piquenique, o mirante, o lago, o pomar, os deques, e outras atividades que podem ser desenvolvidas pelo usuário e que promovem a preservação e a contemplação. Além disso essas áreas também desempenham a função de transição das áreas esportivas para as áreas de preservação. Fazendo com que o usuário perceba essa transição. Para a locação das áreas foi determinante a paisagem do local, fazendo com que haja uma ligação maior com a natureza. A locação do mirante teve como principal partido a topografia. Para isso eles foram locados nos dois pontos mais altos do parque, que são perto do estádio, aproveitando assim a elevação de terra já existente. Nesses mirantes serão locados espaços para que a pessoa possa contemplar e apreciar o skyline da cidade, sem que haja qualquer obstáculo à visão do usuário. O pomar foi locado para que fique perto da área do piquenique favorecendo a união das atividades e trazendo um movimento maior para a área, além de ficar perto da área de preservação fazendo com que a fauna também utilize o pomar para a sua alimentação. Piquinique Mirante Pomar Área de permanência Bosque Deque Contemplação e permanência Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 87 Mapa da setorização- Contemplação e Permanência. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO CULTURAL
Os equipamentos culturais implantados foram o anfiteatro e o museu. Para a implantação do anfiteatro foi determinante a topografia e optou-se por loca-lo perto do circo e das feiras facilitando o acesso do usuário, tanto do pedestre quanto do carro, além de ajudar a fazer a transição das atividades. Esta mesma preocupação que se teve foi com relação ao museu, que além de fazer essa transição, também traz um movimento maior para a área interna do parque sem deixar que esse movimento atrapalhe na preservação. Outro fator foi a questão da contemplação da paisagem, por ser um edifício mais alto e por estar mais próximo ao lago, é possível se contemplar o lago junto com a exposição trazendo a paisagem para dentro do museu.
Anfiteatro Museu Cultural Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 88 Mapa da setorização - Cultural. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO SERVIÇOS E ADMINISTRATIVO
Em todos os zoneamentos houve a inserção dos serviços, como quiosques, banheiros, bebedouros, postos de brigadistas e policiais para complementar as atividades e trazer conforto e segurança ao usuário. Foi criado um bloco com quiosques e banheiros e outro com os postos de brigadistas e policiais, estes foram locados de modo que ficassem o mais visível possível e de fácil locomoção em caso de alguma ocorrência. Os banheiro e quiosques ficaram locados de modo que pudessem ser de fácil acesso a todos que irão utiliza-los e para que a distância entre ele e os equipamentos se igualassem. Além desses serviços temos a administração que foi locada no centro do parque, perto da Av. Chateaubriand, facilitando o acesso dos usuários do parque a administração e um controle maior por parte dos funcionários sobre parque, facilitando no processo de na manutenção e na fiscalização. Com base no estudo feito no parque da cidade, o administrativo possui; secretária, sala do diretor, departamento de eventos, sala do meio ambiente, RH, refeitório, sala de reunião, sala do administrativo, depósito e manutenção, banheiros, copa, sala de descanso, vestiário e o acervo.
Administração Banheiros Posto de Brigadista Posto de socorrista Quiosque Serviços e Administrativos Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar
Fig. 89 Mapa da setorização - Serviços. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO ESTACIONAMENTOS
Houve a criação de alguns estacionamentos ao redor do parque, paralelos a Avenida, tendo o cuidado de não criar bolsões que ocupem muito espaço permeável. A solução que se encontrou foi a criação de estacionamentos rentes a via e alguns estacionamentos maiores localizados perto dos usos com maior intensidade, como nas áreas de usos e atividades e equipamento que aglomerem maior quantidade de pessoas. Esses estacionamentos maiores foram criados com duas fileiras de carro em 30°, cada vaga tem a largura de 2,5 metros e o comprimento de 5,14 metros, sendo intercalados por espaços que permitem o plantio de árvores, para a arborização do local. No total foram distribuídas 441 vagas em todo o terreno. O estacionamento do estádio foi preservado, porém adaptando as melhorias necessárias, como a implantação de delimitações e calçadas, asfalto e o plantio de arborização.
Estacionamento Área para usos e atividades Área de preservação e manutenção Área de recomposição da mata ciliar Estacionamento
Fig. 90 Mapa da setorização - Estacionamentos. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO MAPA DOS EQUIPAMENTOS
A locação dos equipamentos gerou alguns espaços vagos dentro das pequenas áreas que os subcaminhos delimitaram. Com a intenção de criar uma maior acessibilidade do usuário aos equipamentos, implantou-se ao redor deles o piso intertravado, fazendo sempre uma ligação com os subcaminhos, facilitando a conexão e guiando o usuário na transição entre os equipamentos. Para que não se pavimentasse por inteira toda as zonas de atividades, foram feitos recortes nesses espaços de modo a não distanciar muito do meio natural, e que não houvesse um aumento e um desconforto térmico gerado através da insolação direta do sol ao piso, além de criar pequenos espaços para que as pessoas possam se refrescar na sombra das árvores e ter o contato com o meio. Nos parquinhos e nas academias ao ar livre, optou-se por manter o solo na grama, principalmente no parquinho para que as crianças pudessem manter o contato com natureza, e protegendo-as nas suas brincadeiras e no seu desenvolvimento.
Fig. 91 Mapa dos equipamentos. Fonte: produção do autor
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SETORIZAÇÃO DETALHE DA IMPLANTAÇÃO
Na imagem ao lado, percebemos como os equipamentos foram locados no terreno levando em consideração a topografia e as questões já citadas anteriormente, e como estes conversam entre si através dos caminhos e da pavimentação implantadas. Onde não foi possível esta perfeita união entre a topografia e o equipamento, se fez a menor movimentação da topografia como visto na quadra de Tênis.
Fig. 93 Mapa dos equipamentos. Fonte: produção do autor Fig. 92 Mapa da zona roxa. Fonte: produção do autor
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PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS
LAZER E ESPORTE LOCAL
PRESERVAÇÃO DE ATIVIDADES EXISTENTES
CULTURAL
Quadra poliesportiva
27 x 16 m
Estádio
Anfiteatro
120 m²
Quadra de Tênis
34 x 15 m
Feira/Circo
Museu
1.200 m²
Quadra de Vôlei de areia
16 x 8 m
CONTEMPLAÇÃO E PERMANÊNCIA
SERVIÇOS E ADMINISTRATIVO
Mirante
Administração
Academia ao ar livre Parquinho
ESPORTE DE RAIO REGIONAL Pista de Skate e Patins
1.000 m²
Piquinique Área de permanência Deque Pomar Bosque
Secretária Sala do diretor Departamento de eventor Sala do meio ambiente Recursos Humanos Refeitório Sala do administrativo Depósito e manutenção Banheiros e vestiários Sala de descanso e copa Acervo
240 m²
Banheiro
35 m²
Quiosque
40 m²
Posto de Brigadista e Socorrista 40 m² 72
CORTES TOPOGRÁFICOS
Fig. 94 Corte AA. Fonte: produção do autor
MIRANTE
ADMINISTRAÇÃO
RIO
ANFITEATRO QUADRA DE TÊNIS
CORTE A 73
CORTES
Fig. 95 Corte BB. Fonte: produção do autor
RIO
ÁREA DE PERMANÊNCIA LAGO
RIO
MIRANTE
CORTE B 74
CORTES
Fig. 96 Corte CC. Fonte: produção do autor
RIO
PEC´S
RIO LAGO
PARQUINHO
CORTE C 75
PAISAGISMO PROPOSTO
O projeto de paisagismo levou em consideração a proposta inicial do macrozoneamento, utilizando da transição das vegetações mais espaçadas até as vegetações mais densas, presentes nas áreas de recomposição da mata ciliar. Ao longo de todo o terreno foram criados alguns aglomerados de árvores, para favorecer um sombreamento na área, possibilitando a permanência do usuário ao longo de todo o parque. Nas áreas onde são destinados os usos de preservação e manutenção foram intercaladas entre vegetações heterogêneas arbóreas e arbustivas, criando um espaço de maior permeabilidade visual e mantendo a escala humana do local, sem deixar que haja um sombreamento agradável para quem passeia pelo parque. Em alguns locais deu-se preferência à uma vegetação mais homogênea, criando um espaço de beleza e contemplação, como foi o caso do bosque dos flamboyants perto do lago, trazendo para aquele local uma atividade que o preserve e dê movimento para a área interna do parque, além de tornar um local de visitação e um marco. Em todo o perímetro do parque foi previsto a plantação de herbáceas do cerrado e criando a possibilidade através de alguns vazios na área a propagação das espécies através dos animais. Ao longo dos percursos e das calçadas foram distribuídas e intercaladas com o mobiliário urbanos árvores nativas e exóticas de médio e grande porte, sendo uma delas o pau-ferro, pau de pombo, sombreiro, ipê verde, jacarandá do cerrado entre outras. Para a definição de cada zona e a sua distinção foi utilizado o paisagismo como principal diretriz, optando por usar a vegetação nativa do cerrado, sem deixar de trazer espécies que se adaptaram muito bem ao clima da região.
Vegetação mais espaçada Vegetação mais densa Recomposição da mata ciliar
Fig. 97 Mapa do Macrozoneamento geral. Fonte: produção do autor
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PAISAGISMO PROPOSTO MAPA DO ZONEAMENTO
Cada Zona de atividade recebeu o nome de uma cor predominante na floração das suas árvores, por exemplo temos as zonas roxas, rosas, amarelas, brancas e laranjas. Sabendo que as florações ocorrem em determinadas épocas do ano optou-se por diversificar as espécies e de se criar um painel para que facilite a localização do usuário no parque. Outro fator que facilita localização nas épocas em que não ocorrem a floração é a memória fotográfica que é criada a partir de um espaço que possui uma identidade visual definida. Nas zonas de atividades foram criadas alamedas com espécies de coloração intensa e de característica da flora local, como os Ipês e as Paineiras. Houve também a preocupação com o bem-estar não só do usuário, mas também do acompanhante, já que estas zonas possuem atividades que geram plateias no local. Pensando nessa permanência agradável e sem desconforto térmico, optou-se por espalhar as árvores ao redor das quadras, de maneira que estas fizessem sombras agradáveis nos mobiliários urbanos, como os bancos, e nos recortes dos subcaminhos. Nestes espaços as árvores foram plantadas dentro de manilhas, evitando assim alguns incidentes com as raízes e com as calçadas. No perímetro das árvores foi previsto pisos permeáveis através de protetores em formato de grelhas que foram implantadas ao redor dos troncos fazendo com que haja permeabilidade no solo. Nos outros equipamentos foram espalhadas as espécies arbóreas de maneira que não atrapalhassem na execução das atividades. Nas zonas também houve a implantação de forrações como a pileia aluminio, Liríope, vedelia e haster, nos recortes dos subcaminhos para que pudesse guiar o usuário pelos caminhos, criando também uma barreira física que delimite a área disponível para as atividades determinadas no o local. No pomar foram utilizadas árvores frutíferas do cerrado intercalando com árvores conhecidas e desconhecidas por parte da população, aumentando assim o conhecimento para algumas espécies que estão entrando em extinção, fazendo com que as pessoas tenham interesse em conhecer, procurar e apreciar mais o cerrado e as suas espécies.
Fig. 98 Mapa do zoneamento do paisagismo proposto. Fonte: produção do autor
Zona roxa
Bosque do Flamboyant
Zona rosa
Pomar
Zona amarela
Vegetação mais espaçada
Zona laranja
Vegetação mais densa
Zona branca
Recomposição da mata ciliar
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PAISAGISMO PROPOSTO TIPOS DE VEGETAÇÕES
Fig. 99 Mapa do paisagismo proposto. Fonte: produção do autor
Pata-de-vaca Sombreiro Maria Preta Murici-macho Jatobá-do-Cerrado Copaíba Aroeira Jacarandá-do-cerrado Pau ferro
Bauhinia monandra Clitoria Fairchildiana Blepharocalyx salicifolius Heteropterys byrsonimifolia Hymenaea stigonocarpa Copaifera langsdorfii Myracrodruon urundeuva Dalbergia miscolobium Caesalpinia leiostachya
6 metros 15 metros
Ipê-Branco Paineira Branca Sucupira Branca Cagaita
Tabebuia roseoalba Ceiba galziovi Pterodon emarginatus Eugênia dysenterica
15 metros 20 metros
Floração Floração Floração Floração
Pau-terrinha Qualea parvilhora Baru Dipteryx alata Pau-de-formiga-vermelho Triplaris brasiliana
6 metros 20 metros
Floração out.-jan. Floração out.-dez. Floração mar.-jul.
Flamboyant
Delonix regia
15 metros
Floração set.-fev.
Pata-de-vaca-rosa Quaresmeira Ipê rosa
Bauhinia variegata Tibouchina granulosa Tabebuia rosea
12 metros 12 metros 20 metros
Floração ao longo do ano Floração fev.-abril/ago.-nov. Floração jan.-set.
Ipê-amarelo-do-cerrado Caraíba Chuva de ouro
Tabebuia ochracea Tabebuia aurea Cassia fistula
18 metros
Floração ago.-out. Floração jun.-set. Floração set.-jan.
Ipê-roxo Ipê-roxo-de-sete-folhas Cega-machado
Tabebuia impetiginosa 35 metros Tabebuia heptaphylla 35 metros Physocalymma sacaberrimum 25 metros
Floração maio-jul. Floração jun.-set. Floração ago.-nov.
Pequizeiro Pitangueira Amoreira-preta Abacateiro Araticum-do-cerrado Cagaiteira Cajueiro Jabuticabeiro
Caryocar brasiliense Eugenia uniflora Morus nigra Persea americana Annona crassiflora Eugenia dysenterica Anacardium occidentale Plinia trunciflora
Frutificação Frutificação Frutificação Frutificação Frutificação Frutificação Frutificação Frutificação
12 metros
12 metros 12 metros 20 metros
15 metros
jun.-set. mar.-jun. jul.-out. ago.-set.
nov.-fev. out.-jan. ao longo do ano dez.-março out.-abril nas primeiras chuvas set.-jan. set.-jan.
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PAISAGISMO PROPOSTO DETALHAMENTO DA ZONA ROXA
Forrações
Piléia-aluminio Liríope Vedelia Áster
Fig. 101 Mapa do parque. Fonte: produção do autor Fig. 100 Detalhamento da zona roxa. Fonte: produção do autor
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ALAMEDA DA ZONA ROXA
Fig. 104 Imagem da Alameda da Zona roxa Fonte: produção do autor
Fig. 105 Mapa da zona roxa. Fonte: produção do autor
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ZONA LARANJA
Fig. 106. Imagem da Zona roxa Fonte: produção do autor
Fig. 107 Mapa da zona roxa. Fonte: produção do autor
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PAISAGISMO PROPOSTO DETALHAMENTO DO POMAR E PIQUINIQUE
Fig. 103 Mapa do parque. Fonte: produção do autor Fig. 102 Detalhamento pomar Fonte: produção do autor
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ÁREA DO PIQUINIQUE E ORLA DO LAGO
Fig. 108 Imagem área do piquinique e orla do lago. Fonte: produção do autor
Fig. 109 Área de permanência e pomar Fonte: produção do autor
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POMAR
Fig. 110 Imagem do Pomar Fonte: produção do autor
Fig. 111 Área de permanência e pomar Fonte: produção do autor
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MAPA DO PARQUE COMPLETO
Lazer e esporte de raio local
Preservação de atividades existentes
Cultural
Área para usos e atividades
Área de recomposição da mata ciliar
Esporte de raio regional
Contemplação e permanência
Serviços e Administrativo
Área de preservação e manutenção
Estacionamento
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MAPA DO PARQUE COMPLETO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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