Informativo Sou Cidadão nº3

Page 1

SOU CIDADÃO INFORMA

ALUNOS DO PET E OBSERVATÓRIO PARTICIPAM DE MESA REDONDA NO IV SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE

CONSERPRO DISCUTE TECNOLOGIA E GESTÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS JUNTO A TUTOR DO PET TROPA DE ELITE 2 É EXIBIDO NO TERCEIRO CICLO DE CINEMA CORRUPÇÃO FOI O FOCO DO TERCEIRO CICLO DE LEITURA

1

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


Alunos do PET e Observatório participam de mesa redonda no IV Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade Os alunos do PET e do Observatório participaram da mesa temática que teve como tema Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade: Políticas e Indicadores, parte da programação do IV Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pela Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (ESOCITE.BR). O Simpósio foi realizado na cidade de Curitiba entre os dias 09 e 11 de novembro e a Mesa Temática aconteceu no Auditório da UTFPR. Mediados pelo Prof. Christian Luiz da Silva, participaram da mesa os professores André Tosi Furtado (UNICAMP), Thales Novaes de Andrade (UFSCAR) e João Carlos da Cunha (UFPR). Cada qual teve cerca de 20 minutos para expor suas ideias sobre os temas propostos, e no final das três apresentações o público presente pôde interagir com os professores através de perguntas e comentários. Confira a seguir a síntese dos aspectos levantados por cada professor. André Tosi Furtado – UNICAMP: Tecnologia e Sociedade – Novos caminhos para as políticas de inovação. O professor iniciou sua palestra com uma introdução sobre o tema sustentabilidade, o qual teve início a partir dos anos 60, através da conscientização ambiental, e sempre esteve fortemente ligado à Ecologia. Desde este período, a crise do limite, por afirmar que os recursos naturais (renováveis ou não) irão esgotar e que cada vez mais aumenta a quantidade de

2

poluição resultante das atividades humanas, traz diversas preocupações com relação ao meio ambiente. Nos anos 80, o problema da poluição ambiental agravou-se mais ainda, causando, dentre outros problemas, uma alteração preocupante no clima global – o aquecimento global. Como solução para os problemas levantados, Furtado propôs a alteração da trajetória do cenário atual, utilizando as tecnologias e um conjunto de medidas que envolvem novas fontes de energia, eficiência energética, sequestro e captura de carbono, entre outros. As políticas de inovação precisam ser repensadas, adotando um perfil de difusão e adoção de novas tecnologias. Não basta que estas atuem em um único plano, mas sim que se complementem entre diferentes intervenções. O professor finalizou destacando a importância do planejamento para que possamos evoluir e adaptar-nos às evoluções tecnológicas do presente e ao mesmo tempo olhar para o futuro, atividade essencial na busca pela sustentabilidade. Thales Novaes de Andrade – UFSCAR: Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade. Devido ao fato do professor Furtado ter feito uma introdução ao tema anteriormente, Andrade poupou alguns termos introdutórios, destacando apenas que a origem do desenvolvimento sustentável deu-se no campo ambiental, porém recentemente tem ido além: mercados e empresas precisam ser cada vez mais sustentáveis. Desta forma, políticas públicas devem buscar a sustentabilidade. O desafio que nos é colocado consiste em construir um ambiente social,

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


econômico e político que ampare o desenvolvimento sustentável no médio e longo prazo. Neste ambiente, ciência e tecnologia são fundamentais, pois oferecem força produtiva, capacidade organizacional e valores culturais. Entretanto, é importante pensar ciência e tecnologia ecologicamente, considerando estratégias de sustentabilidade ao mesmo tempo em que se adere às diversidades tecnológicas. João Carlos da Cunha – UFPR: Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade. O professor Cunha manteve um foco mais empresarial em sua palestra. Iniciou explicando a diferença entre dois tipos de inovação: a radical, na qual ocorrem mudanças de paradigmas e a incremental, onde ocorrem apenas adições àquilo que já se tem. As melhores empresas em termos de desenvolvimento sustentável têm sido

aquelas que realizam os dois tipos de inovações, e é este o perfil de empresa que pode salvar o planeta, afirma Cunha. As inovações podem ocorrer sem sustentabilidade, porém a sustentabilidade não ocorre sem inovações. A ideia agora é aplicar um novo modelo de curso de administração que já é utilizado em diversos países na Universidade Federal do Paraná. O professor justificou afirmando que atualmente as organizações necessitam de uma visão sistêmica, pois os serviços e produtos que cada empresa oferece não são apenas para o público alvo, mas sim para a sociedade como um todo: consumidores, empregados, fornecedores e proprietários. Assim, o objetivo é formar profissionais que possuam visão mais ampla, sejam cosmopolitas, utilizem toda informação que possuem, tenham capacidade para trabalhar em equipe, entre outras qualidades. Por Andressa da Cunha

IV Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade

3

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


Conserpro discute Tecnologia e Gestão de Serviços Públicos junto a tutor do Pet O professor Christian Luiz da Silva, tutor do Pet e coordenador do Observatório, foi convidado a participar de uma mesa redonda durante o “Congresso Serpro de Tecnologia e Gestão de Serviços Públicos”, realizado dia 24 de novembro a partir das 9h30 no Auditório do Serpro (O Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa pública que presta serviços em Tecnologia da Informação e Comunicações para o setor público. Anteriormente à mesa redonda, foram realizados seminários sobre vários temas, com profissionais de diversas áreas. O primeiro foi ministrado por Edmeire Pereira, do Decigi da UFPR, que conta com 7 anos de experiência em atividades de gestão da inovação. O tema da palestra foi “Inovação e Cooperação entre os agentes estratégico” no painel de Processos Inovativos de Governo. A palestrante explicou as vantagens de se ter um Núcleo de Inovação e Tecnologia (NIT), além de colocar questões sobre como inovação e desenvolvimento sustentável podem ser levados para o nível estratégico das empresas. Para a palestrante, “discutir inovação tecnológica é discutir a política industrial que o país deseja e precisa, assim como a sua política de ciência e tecnologia”. Edmeire acredita que ambas devem estar articuladas em cooperação permanente, para proporcionar a transformação de ideias em valor, criando diferenciação e conquistando novos mercados. Após Edmeire, a palestrante Fabiana contou a experiência da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná)

4

com o projeto “Cidades Inovadoras”, o qual uniu os setores industrias mais produtivos do estado (como Biotecnologia, Energia, Indústria Alimentar e Tecnologia de Informação) para o planejamento estratégico que integrasse inovação e sustentabilidade. Os setores produtivos das cidades, junto à administração pública, empenharamse em planejar como utilizar as potencialidades para situar a cidade e o estado num estágio de desenvolvimento diferenciado, através da articulação de atores, o que foi muito bem sucedido. Em seguida, o presidente do Serpro comentou que o principal elemento da inovação é o ambiente, o qual deve ter uma estrutura gerencial formada para a abertura a cooperação, que rege a maioria de atividades de inovação. Enfatizou a importância do planejamento prévio, do trabalho em equipe e da abertura à inovação, e colocou que, muitas vezes, deve-se arriscar para obter sucesso. A Prof.ª Sandra tratou da importância de mudança da gestão pública a partir da gestão por processos, envolvendo não somente uma nova prática organizacional, como também um novo comportamento dos servidores públicos. Prof. Christian discutiu sobre o desafio da administração pública em um processo de governança, que desenvolve uma relação de governo de coordenação e congregação dos agentes, como sociedade e empresas, no desenvolvimento e alcance de objetivos coletivos. Isso demanda uma nova

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


postura não somente da administração pública, mas também da própria sociedade por incluí-la e responsabilizála no processo decisório e de acompanhamento dos interesses coletivos. A gestão por processo favorece este tipo de coordenação entre diferentes agentes porque organiza a forma e as etapas de consecução a partir dos objetivos almejados, mas demanda novos canais de comunicação e interação entre a sociedade e os governos. Dr. Renato trouxe as experiências de aprimoramento da gestão pública a

partir das informações recebidas por canais de comunicação, como o 156, que justamente aproxima sociedade e governo e permite um melhor direcionamento da gestão dos recursos públicos. Contudo, o desafio, como proposto como síntese da mesa, está no amadurecimento da democracia e na compreensão que a sociedade é coresponsável do processo de gestão e avaliação do uso dos recursos públicos em um processo de governança pública, retratado pela gestão de processos.

Renata Weber Rodrigues

Da esq: Renato Rodrigues, Gilberto Paganotto, Sandra Klosovski e Christian Silva

5

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


Tropa de Elite 2 é exibido no terceiro Ciclo de Cinema No dia 23 de novembro foi realizada a terceira edição do Ciclo de Cinema, cuja temática abordada foi a corrupção e teve Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro como filme exibido. O filme, do ano de 2010 e dirigido por José Padilha, baseia-se em fatos muito semelhantes aos da vida real, expondo a forma pela qual o sistema se reinventa e descobre como lucrar sem o intermédio do tráfico, aliando o Estado às milícias, revelando outras faces da corrupção. Os participantes do Ciclo apresentaram uma postura reflexiva a respeito do filme, da corrupção e da realidade vivida em nosso país. Foram pontuadas

relações com o texto lido no ciclo de leitura, “Sereníssima República” de Machado de Assis, onde também se percebe que o sistema se altera, é transformado, mas as possibilidades de favorecimento pessoal não deixam de existir, apenas se reconfiguram. Durante a discussão sobre o enredo do filme, ficou evidente o sentimento de impotência dos participantes com relação à imagem realista e dura de nossa sociedade, afligida pela violência e pela corrupção, em suas mais variadas formas.

Por Ticiane Pietro

III Ciclo de Cinema

6

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


Corrupção foi o foco do terceiro Ciclo de Leitura

No dia 22 de Novembro de 2011, foi realizada a III edição do Ciclo de Leitura, que teve como objetivo discutir um texto literário que abordasse o assunto corrupção. O texto lido, e posteriormente discutido, foi o conto de Machado de Assis, de título A Sereníssima República – alusão, proposital, à Sereníssima República de Veneza. A história contada é de um senhor, que ao descobrir a língua de uma espécie de aranhas, percebe que elas têm pensamentos e raciocínio tão complexos quanto os humanos, e, portanto teriam direito a uma organização democrática, escolhendo seus representantes. Esse senhor funda então a Sereníssima República das aranhas, partindo do modelo democrático de Veneza que consistia em por os nomes dos candidatos em bolas dentro de um saco e retirar uma delas. O candidato cujo

nome estivesse na bola retirada, se tornava então o representante da República. Nesse sistema havia as aranhas responsáveis por fazerem o saco eleitoral, a aranha responsável por inscrever os candidatos, a aranha responsável por retirar a bola do saco... Um sistema eleitoral completo. A evolução dessa história se dá com as aranhas corrompendo o sistema, criando invalidades, corrigindo-as, criando falsidades, corrigindo-as... Um ciclo vicioso. Fica claro que, por mais simples que o sistema seja, é passível de corrupção. Não são as falhas que criam possibilidades, são os atores do sistema que criam as possibilidades de corrupção. Corromper é opção.

Por Ticiane Pietro

7

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


EQUIPE TÉCNICA; Prof. Dr. Christian Luiz da Silva (coordenador) – Tutor Bolsista PET/ MEC

Bolsistas PET/ MEC: Gabriela Pelissari Machado – Graduanda em Tecnologia em Radiologia – UTFPR Juliana Nami Fugii – Graduanda em Comunicação Institucional – UTFPR Renata Weber Rodrigues – Graduanda em Comunicação Institucional – UTFPR Juliane Takeda Yones – Graduanda Bacharelado Administração – UTFPR Leticia Sayuri Kumegawa – Graduanda em Comunicação Institucional – UTFPR Marta Chaves Vasconcelos – Graduanda em Bacharelado em Administração – UTFPR Taciany Campos de Lima – Graduanda em Bacharelado em Administração – UTFPR

Bolsistas PROEXT: Andressa Caroline da Cunha – Graduanda em Sistemas de Informação – UTFPR Conrado Gabriel S. A. de Moraes – Graduando em Engenharia Elétrica – UTFPR Marlon Garcia Silva – Graduando em Bacharelado em Design – UTFPR Ticiane de Farias Pietro – Graduanda em Bacharelado em Design – UTFPR

Colaboradora: Camila Porto de Camargo

FINANCIAMENTO: Programa de Educação Tutorial (PET) – Ministério da Educação Proext 2010 – Programa de Extensão: projeto “Observatório Socioeconômico de Políticas Públicas e Inclusão Produtiva”

APOIO: Programa de Pós-graduação em Planejamento e Governança Pública (PGP – UTFPR) Programa de Pós-graduação em Tecnologia (PPGTE – UTFPR) Departamento de Gestão e Economia (DAGEE - UTFPR)

www.soucidadão.com 8

Sou Cidadão – Informativo nº3 – Dezembro de 2011


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.