Cenários do segundo semestre de 2014 e os pisos estaduais XXIII Encontro da Fetessesc “O que o Brasil tem de melhor é o seu povo”
Cenário econômico 2014
Divórcio entre indicadores econômicos e a percepção da sociedade Tese da estagflação Análises vêm contaminadas pelas eleições Debate sobre políticas fiscais e monetárias Reforma tributária Debate sobre Política de Valorização do Salário Mínimo
estagnação da economia
Retração de 0,6% do PIB do segundo trimestre de 2014, em conjunto com a revisão do dado do primeiro trimestre (que saiu de crescimento de 0,2% para queda de 0,2%) Teoricamente está caracterizada a “recessão técnica” PIB caiu devido à retração de 1,5% no setor industrial e de 0,5% no setor de serviços Único setor a apresentar avanço foi a agropecuária, com 0,2% no período
Estagnação da economia
Pela ótica do gasto, o resultado decorreu de uma queda de 5,3% na formação bruta de capital fixo (investimentos) e de 0,7% no consumo da administração pública Consumo das famílias apresentou alta de 0,3% e o saldo comercial teve elevação de 0,7%. Com este resultado, o crescimento acumulado em quatro trimestres se aproxima de 1,4%, abaixo dos 2,5% de crescimento registrados ao longo de 2013
Dados do PIB no segundo trimestre
A revisão do PIB do primeiro trimestre para o campo negativo não era consenso entre os analistas Sua ocorrência alimentou aqueles que argumentam que o Brasil atravessa uma recessão É a discussão sobre “recessão técnica” (dois trimestres consecutivos em recessão) Quem defende que já está analisa a economia no curto prazo (como o caso típico do mercado financeiro) e não para aqueles que buscam compreender o processo mais geral que atravessa a economia brasileira
Dados do PIB no segundo trimestre
A desaceleração econômica tem causas conjunturais (crise argentina, incertezas eleitorais e a seca do início do ano) e estruturais (como taxa de juros, câmbio valorizado, e a crise internacional)
Recuperação a partir de julho
Economia brasileira cresceu 1,50 por cento em julho sobre o mês anterior, indicou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) Melhor resultado em seis anos e acima do esperado Atividade pode ter começado o terceiro trimestre em recuperação Melhor resultado desde junho de 2008, quando a expansão foi de 3,32% antes do auge da crise internacional
O país não está em recessão
Reversão destas tendências tem que ser pensada em um prazo mais longo Depende da recuperação da economia internacional, da retomada da confiança empresarial, e dos efeitos da seca nos meses vindouros O Brasil tem fundamentos macroeconômicos sólidos e instituições capazes de assegurar estabilidade financeira e capacidade de resposta a choques
O país não está em recessão
As políticas sociais, por si só, garantem uma base de sustentação, o que afasta a possibilidade de uma recessão forte É certo que neste ano não iremos crescer quase nada
Segundo estudo do banco mundial divulgado no dia 10 de setembro (na Austrália)
Brasil e a África do Sul conseguiram a reverter a situação generalizada de desemprego que ceifou 60 milhões de vagas em todo o mundo a partir da crise de 2008
Há um aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20 e Brasil e África do Sul são um dos poucos a reverter essa situação dizendo que o país teve melhor desempenho do que os países desenvolvidos do G20
Será preciso criar 600 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo até 2030 apenas para lidar com o aumento da população
Estudo do banco mundial divulgado no dia 10 de setembro (na Austrália)
O Banco Mundial ressalta que o crescimento global deve manter-se abaixo da tendência os mercados laborais forem restringindo o consumo e o investimento O Brasil gerou 101 mil empregos em agosto último
Distribuição dos reajustes salariais e valor do aumento real médio, em comparação com o INPC-IBGE Brasil, 2008-2014
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE – Sistema de Acompanhamento de Salários Obs.: dados referentes aos reajustes salariais de 340 unidades de negociação
Cenário econômico 2014
Mercado financeiro enquanto “banco central paralelo” e vendedor de pessimismo (“crises de confiança”) Exemplo: Carta do Santander aos clientes com rendas mensais acima de R$10 mil intitulada “Você e seu dinheiro” orientando-os a não votarem na Dilma Juros está no centro do debate Valorização Cambial A questão do “rentismo”
Bilhões de razões para a irritação dos “rentistas” Em 2002 governo federal transferiu 14,2% do PIB aos ricos detentores da dívida pública (que equivalia a quase dois terços do PIB) Atualmente, a "Dívida Líquida do Setor Público" representa um terço do PIB e o governo paga na forma de juros o equivalente a 5% do PIB (verdadeira fortuna)
Porque os rentistas estão inconformados dado que escl
Quem levou R$ 570 bilhões de reais em 2002 como juro da dívida pública, recebeu R$ 248 bilhões no ano passado A economia de R$ 322 bilhões na despesa com ricos foi direcionada para: investimento em infraestrutura urbana (portos, aeroportos, estradas, saneamento) e para o gasto social (valorização do salário mínimo, Bolsa Família, programa Minha Casa, Minha Vida) Esta elite rentista tem “bilhões” de razões para querer mudar de governo
Porque os rentistas querem mudar de governo
R$ 200 bilhões é o gasto médio do país na rubrica de juros pagos aos rentistas da dívida pública (nas três esferas da federação) nos últimos anos Representa uns 5% do PIB. É mais de dez vezes o custo do Bolsa Família (que beneficia 55 milhões de brasileiros) É quatro vezes o que custaria a implantação da tarifa zero no transporte coletivo das grandes cidades brasileiras
Porque os rentistas querem mudar de governoblema
É dezoito vezes mais o que o programa ‘Mais Médicos’ deve investir até final de 2014 Com o dinheiro destinado ao rentismo em um ano daria para fazer 18 vezes o Mais Médicos. Hoje o Mais Médicos já atende cerca de 50 milhões de brasileiros
Reclamam, mas...Lucros do Itaú no segundo trimestre
R$ 4,899 bilhões de lucro líquido, valor 36,7% superior ao do mesmo trimestre de 2013 Razões do aumento do lucro: aumento das margens de ganho nos empréstimos (por causa dos maiores juros) E queda na inadimplência, que implicou provisões menores para perdas com calote Ué, mas a economia não ira explodir neste ano?
O debate sobre o banco central independente
Independência do Banco Central garante um poder fora de todo controle democrático, aos bancos e ao sistema financeiro Banco central pode desconsiderar o projeto do governo eleito Dirigentes têm mandato por tempo determinado, com a soberania intocável de um ministro do Supremo Tribunal Federal Eles vão decidir sobre taxa de juros e política monetária, portanto sobre o emprego, o salário, a renda
O debate sobre o banco central independente
A autonomia do Banco Central Europeu foi um instrumento indispensável para que o sistema financeiro saísse preservado da crise de 2008 na Europa População enfrenta uma recessão prolongada, que o mundo não conhecia desde 1929 No centro da crise, encontra-se o Banco Central Europeu, que é independente dos eleitores dos paísesmembros e funciona como um colegiado autônomo
O debate sobre o banco central independente
Enquanto milhões de europeus amargam o desemprego, o corte nos gastos públicos e em investimentos, o BCE continua praticando uma política contrária ao crescimento O argumento do BCE neste período tem sido o cuidado com a alta da inflação, que nunca chegou a 1% A política se reduziu a um faz-de-conta incapaz de interferir no núcleo de decisões econômicas, dominado pela troika, constituída pelo BCE, pelo FMI e pela Comissão Europeia
Opções do Brasil
Entre 2008 e 2013, o Brasil obteve a criação de 11 milhões de empregos formais. No mesmo período o mundo registrou a destruição de 62 milhões de postos de trabalho. O Brasil vai conseguindo – como poucos países no mundo – reduzir a pobreza e a bárbara desigualdade de renda Nas economias que seguem as orientações do receituário neoliberal, o quadro tem sido o de rebaixamento dos direitos sociais e do trabalho, em meio ao maior desemprego, pobreza e concentração de renda
Pressupostos de algumas propostas alternativas à política econômica atual
Combate à inflação deveria ocorrer através da elevação drástica da taxa de juros e valorização cambial
Terapia de choque (tarifaço de combustíveis, energia elétrica,etc.)
Corte nos gastos públicos (suspensão dos concursos, arrocho salarial no funcionalismo, menos recursos para as áreas sociais, menor investimento público) Em síntese: a recessão como meio de contenção do tamanho do mercado de trabalho, provocando aumento do desemprego e o rebaixamento do nível de remuneração
Contenção dos reajustes do salário mínimo
Já vimos esse filme
Esse filme já passou nos anos 1990 no Brasil, quando a base da pirâmide social foi a que pagou pelo custo do ajuste econômico, sem sucesso sustentável no tempo O país hoje se reinventa, apostando em projeto de desenvolvimento melhor para o conjunto do seu povo, não obstante as contradições que apresenta A compreensão deste momento constitui tarefa substancial de todos aqueles que acreditam que o Brasil pode e merece muito mais, não menos (apud Márcio Pochmann).
Conjunto de propostas da CNI
42 estudos com propostas. São milhares de páginas e alto grau de detalhamento
Ampla reforma tributária
Mudança na política de reajuste do salário mínimo, atrelando os ganhos ao aumento da produtividade
Mudanças na legislação trabalhista
A questão tributária é a mais destacada no rol de estudos (unificação tributos, desoneração tributária completa de investimentos e exportações, reduzir custo tributário, etc.)
permitir a redução do limite de uma hora para repouso ou alimentação por meio de acordo ou convenção coletiva
Concessão de férias coletivas em até três períodos anuais
Autorização para trabalho aos domingos e feriados para todos os setores
Reforma na Previdência Social
Comparativo do Reajuste do Salário Mínimo na regra atual com a regra proposta Regra atual pela CNI (PIB per capita) Regra CNI Data de reajuste
Salário Mínimo (Regra atual)
abr/03 R$ mai/04 R$ mai/05 R$ abr/06 R$ abr/07 R$ mar/08 R$ fev/09 R$ jan/10 R$ jan/11 R$ jan/12 R$ jan/13 R$ jan/14 R$ Acumulado Elaboração: Dieese
240,00 260,00 300,00 350,00 380,00 415,00 465,00 510,00 545,00 622,00 678,00 724,00 -
Reajuste Regra atual (%) (arredondado) 8,33 15,38 16,67 8,57 9,21 12,05 9,68 6,86 14,13 9,00 6,78 116,66
INPC (%) [ano anterior] 7,06 6,61 3,21 3,30 4,98 5,92 3,45 6,47 6,08 6,20 5,54 58,82
PIB (%) [dois anos anteriores] 2,7 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 0,6 7,5 2,7 0,9 39,7
Salário Mínimo (Regra CNI) R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
240,00 259,82 276,48 297,24 312,70 336,71 373,15 401,32 420,86 473,81 511,71 540,57 -
Reajuste Regra CNI (%) (não arredondado) 8,26 6,41 7,51 5,20 7,68 10,82 7,55 4,87 12,58 8,00 5,64 84,52
INPC (%) [ano anterior] 7,06 6,61 3,21 3,30 4,98 5,92 3,45 6,47 6,08 6,20 5,54 58,82
PIB Per capita (%) [dois anos anteriores] 1,2 -0,2 4,3 1,9 2,7 4,9 4,1 -1,6 6,5 1,8 0,1 25,7
Evolução do PIB do Brasil
*Última estimativa Bacen – Relatório Focus Fonte: IBGE Elaboração: DIEESE
Variação real anual do PIB (em %) Países selecionados, 2013
Inflação Acumulada 12 meses por data-base INPC/IBGE e Projeção 2014
Fonte: IBGE, Bacen
BALANÇA COMERCIAL (FOB) em US$ milhões
* 1º quadrimestre de 2014 Fonte: Ipeadata. Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) Elaboração: DIEESE
Taxa Selic – fixada pelo COPOM (em % a.a)
MERCADO DE TRABALHO
Evolução do Emprego e Renda
Taxa de desemprego – Brasil e Regiþes Metropolitanas
Evolução do Salário Mínimo Real Brasil, maio 2005 – janeiro 2014 Base: Maio/2005=100
Evolução do Emprego, Massa Salarial Real e Remuneração Média Real¹dos Trabalhadores Formais Brasil, 2005 a 2012
Crescimento de Empregos Formais - Brasil - 2002 a 2013 (em milhões) Crescimento 70,7% no período 5,9% média anual
28.67 29.54
31.41
33.24
35.15
37.61
39.44
41.21
44.07
48.95 47.46 46.31
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: MTE. (Elaboração: Dieese – Subseção na Fetiesc)
eração Média dos Ocupados Formais e do Salário Mínimo Nacional - Brasil - 2002 a 201 2400 2250 2100 1950 1800 1650 1500 1350 Aumento Real 1200 32,7% no período 1050 2,7% médio anual 900 750 600 450 300 150 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Vl Médio Remun Dez (R$ de Dez/2013)
Aumento Real 81,5% no período 6,8% médio anual
2010
2011 2012 2013
Vl SM Dez (R$ de Dez/2013)
Fonte: MTE. (Elaboração: Dieese – Subseção na Fetiesc)
Crescimento de Empregos Formais - Brasil - 2002 a 2013 (em milhões) Jovens: Crescimento 54,3% no período 4,5% média anual
28.67
29.54
10.5
10.74
31.41
11.51
33.24
12.13
35.15
12.75
37.61
13.65
39.44
14.22
41.21
14.6
44.07
15.54
46.31
47.46
48.95
16.06
16.05
16.2
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Geral
Jovens (15 a 29 anos)
Fonte: RAIS/MTE. (Elaboração: Dieese – Subseção na Fetiesc)
Crescimento de Empregos Formais - Santa Catarina - 2002 a 2013 (em milhões)
Jovens: Crescimento 59,8% no período 5,0% média anual
1.24 1.29
0.52 0.55
1.41 1.49
0.6
1.6
1.7
1.78 1.84
0.75 0.63 0.67 0.71 0.74
1.97 2.06
0.8
2.1
2.21
0.81 0.81 0.84
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Jovens (15 a 29 anos)
Geral
Fonte: RAIS/MTE. (Elaboração: Dieese – Subseção na Fetiesc)
ção da Remuneração Média dos Ocupados Formais - Santa Catarina - 2002 a 2013 (R$ de Dez/2 2100 1800 1500 1200 900 600
Aumento Real 41,5% no período 3,5% média anual
300 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Vl Médio Remun Dez (R$ de Dez/2013)
Fonte: MTE. (Elaboração: Dieese – Subseção na Fetiesc)