ESTAMPAS
3 atêlies que dão vida e cor a tecidos em sp.
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ª edição 15/05/2018
Nestes endereços paulistanos, o destaque são as técnicas artesanais de tingimento e estamparia.
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Sumário Rapport na estamparia.
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Tingimento natural feito nos Andes.
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Estamparia Indiana.
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Estamparia no design de moda.
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Xadrez.
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04 Conheça mais sobre o
design de estamparia.
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3 atêlies que dão vida e cor a tecidos em sp.
Fotografias Bordadas.
Cores.
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Animal Print.
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Florais na decoração.
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Bem vindo ao mundo da estamparia
FARM
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Tecidos Sustentáveis.
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Ajulezos.
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Conheça mais sobre o Design de Estamparia
O
design de estamparia no Brasil vem crescendo e ganhando espaço. O setor têxtil é um dos mais importantes dentre os setores econômicos do país. As marcas de moda e de decoração, são as que mais fazem parte dessa demanda, pois, a maioria delas, apesar de ter uma equipe de criação interna, terceirizam serviços de criação, comprando de estúdios independentes, tanto brasileiros quanto estrangeiros. A criação de uma estampa corrida pode custar de 500 a 2 mil reais, dependendo do número de cores e complexidade de rapport e técnicas aplicadas, assim como o renome do
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estúdio ou artista. Os estúdios brasileiros de criação tem como principais concorrentes os estúdios britânicos e, principalmente os italianos, com o menor preço do mercado. Na criacão de desenhos para estamparia é necessário que se entenda os estilos mais apropriados para cada base e qual coloração funciona melhor para cada tipo de estampa. As estamparias no Brasil possuem equipe de arte, finalização dos arquivos e estampam em digital, sublimação e cílindro. Na estamparia tradicional, cada cílindro estampa uma cor e, é possível fazer em até 12 cores, dependendo do fornecedor.
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C
onheça mais estúdios de design que abrangem design de superfície ou que trabalham diretamente focados nesse nicho de mercado e possuem um processo de criação cada vez mais autônomo. O objetivo comum é despertar o olhar brasileiro para a criação que mistura trabalho manual e técnicas digitais, desenvolvimentos exclusivos baseados em pesquisa e técnicas mistas. A inspiração vem de muitos caminhos, mas o design de superfície, em geral, se baseia em referências locais do Brasil, propondo releituras acercada dos temas e sentimentos que inspiram a moda brasileira. O objetivo é fugir do óbvio. Um dos maiores desafios do profissional de design de superfície é a inovação de linguagens dentro dos temas. Em geral, o público que consome moda brasileira é muito ligado a tropicalidade, folhagens e paisagens. Os florais estão em quase todas as coleções, independ ente do público-alvo das marcas. Os estúdios bus- cam inovar na mistura de estilos e técnicas de rap- port que favoreçam a mo- delagem. Em geral, uma estampa bem rapportada funciona em qualquer apli- cação. Existem vários tipos de rapport: corrido, loca- lizado, falso localizado, barrado, barrado espelhado, sendo que o mais desenvolvido continua sendo o corrido, por conta do aproveitamento do tecido nas meses de corte.
"Design de Superfície Têxtil,
um campo novo no Design muito embora de prática
antiga."
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O trabalho que um designer de superfície desenvolve para uma marca em que trabalha mais de uma coleção, é um exercício de linguagem visual que precisa se conectar ao público-alvo e ao DNA da marca, dentro das particularidades gráficas de cada tema de coleção.
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RAPPORT NA ESTAMPARIA
Projeto Rapport - Valéria Boeelter
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A
estamparia a metro corrido é tecnologia de ponta como a estamparia digital. necessário haver a noção específica da O segredo do rapport está no encaixe entre os composição e organização do desenmódulos. O módulo é a menor parte do padão ho, porque no desenvolvimento do que contém todos os componentes visuais, design têxtil para repetição de modo contínuo, como: motivos, linhas, cores, texturas, espaços. E os encaixes devem ser calculados de modo que o padão é um repetição ordenada deste módunão sejam distinguidos no estampado ao lonlo. Mas no padrão com rapport, o módulo tem go do tecido, configurando um padrão. Para mais um componente decisivo que fica sempre a ela- boração do desenho é essencial saber meio escondido: o encaixe. Este módulo especomo trabalhar o rapport (palavra em frânces) cial, tem que ser projetado de maneira que o que significa encaixe ou relação e na estamparia complemento de um lado seja repetido no lado pode ser definido como módulo de repetição. oposto, para que, quando posicionados lado a Estampados em listras, xadrez e flores miúdas lado, os módulos se encaixem formando motivos são exemplos de motivos tradicionalmente inteiros. Já no padrão continuo os módulos usados em estamparia, onde o projese entrelaçam, as emendas desapareto do rapport tem um compromecem, o desenho original fica esconRapport é um tipo timento técnico com o processo dido e não se pode identificar de gravação da matriz de imum começo ou fim. Esse tipo de especial de repetição, de pressão e com a qualidade do padrão também é conhecido um módulo de encaixes, material têxtil. Tendo em vista como Seamless Tile. Outro tipo as novas tecnologias do setor é o Allover, nesse padrão os projetados para de estamparia, pode-se dizer motivos são espalhados, rotacalcançar um resultado que, muitas vezes, a pertinência ionados e refletidos de maneira destes padrões nos lançamentos que não pode dizer se o padrão específico. de coleções de estampos nada está de cabeça para cima ou para mais é do que a repetição de cópias baixo. Popularzado pelo famoso adaptadas aos caprihos da moda. Ao se artista holandês M. C. Escher, o padrão com pensar num projeto de criação e produção de es- fechamento, também conhecido como clausura tampados é importante o conhecimento sobre as ou figura e fundo (nas leis da Gestalt), acontece caaracterísticas dos materiais têxteis e corantes quando os módulos se encaixam de tal maneira adequados às técnicas, processos e equipamenque o desenho inicial da origem a novos desentos utilizados na estamparia têxtil. Com o desen- hos. Sistema de repetiçã não alinhado, nesse sitevolvimento da tecnologia química e têxtil, cada ma define a regra que deve ser seguida para a vez mais há espaço para a inovação em design criação do padrão. Ele consiste basicamente em na estamparia. A prática na composição do rapum Grid formado por células dentro das quais os port passa a não ser mais tão limitada, em razão módulos são posicionados. Mesmo que contradas muitas possibilidades de trabalhar as formas dizendo as explicações tradicionais tem gente e cores na criação do desenho, ao se usar uma arrisca dizer que rapport seria a harmonia.
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Reportagem de Lucía Andrea Vinatea Barberena.
Descubra como o tingimento natural é feito nos Andes.
L
ucía Andrea Vinatea Barberena, designer, antropóloga e empresária de moda. Conta como foi sua experiência quando trabalhou quase um ano em Cusco, no Peru, junto à comunidades andinas nativas que produzem têxteis finíssimos com fibras de alpaca, lhama e ovelha. Nesse processo são empregados conhcecimentos ancestrais no que se diz respeito aos padrões geométricos, aos teares e claro, ao tingimento. Plantas verdes: à primeira vista todas as plantas são verdes. Kinsakucho, molle, eucalipto, chilca... Mas é na panela que a mágica acontece. As senhoras andinas, conhecidas como mamachas, dominam as técnicas de tingimento e produzem uma gama infinita de cores, desde as mais vibrantes até os tons pastéis. Cada planta tem diferentes propriedades. De algumas, são utilizadas as folhas, de outras, o talo e de outras, a raiz. Por vezes, até mesmo líquens e insetos (cochonilha) entram na equação. Existe, inclusive, uma raiz saponácea, que é usada para lavra as fibras. É algo incrível de se ver: faz até espuma, igual sbão de verdade. Para fixar as cores, nada mais, nada menos do que xixi de homens menores de 15 anos - Habemus xixi- mas por que? Simples, a urina masculina possui maior concentração de ácido
úrico, que funciona perfeitamente na hora de fixar a cor nas fibras. E deve ser de menores de 15 anos porque os mais velhos consomem álcool, que bagunça todo o PH do xixi e, em consequência, pode atrapalhar na fixação das cores. Para quem quiser conhecer de perto o processo de tingimento na cidade de Chinchero, próxima a Cusco, existem vários centros têxteis onde são feitas demontrações ao vivo da tecelagem andina. É possível adquirir lãs tingidas naturalmente e também peças têxteis já acabadas.
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Foto do acervo pessoal de LĂşcia.
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CARIMBOS VARIADOS. Os carimbos são feitos de madeira e a possibilidade de desenhos é quse infinita, já que eles se complementam.
Para quem não sabe, a Índia é o berço da arte em estamparia. Desde a antiguidade o povo da região domina técnicas de tingimento e hoje em dia a indústria têxtil é a segunda maior atividade econômica do país. Algodão, linho e seda são os principais tecidos produzidos, marcados por cores intensas e exuberantes. Uma das técnicas mais utilizadas por lá é o block printing. Block printing é uma técnica de imprimir desenhos usando blocos de madeira teca esculpida à mão, como um carimbo ou uma xilogravura. A tradição data do século 12 e é forte no Rajastão, onde cada centro desenvolveu seus próprios métodos e estilos.
ESTAMPARIA INDIANA A tinta é feita de lama engrossada com goma, argila e pó de ardósia e a tintura é natural, extraída de plantas e minerais: o vermelho, por exemplo, vem da cana-de-açúcar, e o azul, da folha de índigo. Durante o processo, o tecido é esticado sobre uma mesa e os artesãos carimbam os desenhos com os blocos molhados em tinta, fazendo uma sequência ininterrupta com habilidade e precisão para não se notar as emendas. O tecido é submetido a uma lavagem especial para fazer a cor aparecer e depois as peças ficam secando ao sol – é aquela famosa imagem dos terraços repletos de tecidos estirados para secagem. Depois de secos, os tecidos são novamente
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lavados e passados a ferro, para assim fixar a cor de vez. Tradição passada de pai para filho, o saber cresce e se mantém dentro das famílias. Apesar das alternativas modernas, essa estamparia artesanal continua valorizada, graciosa e única.
Foto: Grey Magazine
A importância da estamparia para o design de moda
Fica difícil pensar o design de moda sem a estampa. A não ser que faça parte do conceito da marca ou de determinada coleção, a estampa é Uma linha premium, prezar pela qualparte essencial do design de moda e idade são diferenciais que já sobreso que mais confere personalidade a sairão a empresa em relação aos conum produto. Trazem valor agregado correntes estrangeiros. A estamparia à marca. Algumas marcas de moda, também é fator de diferenciação, e, na como a Farm no Brasil e os euroverdade, o mais rapidamente percebipeus Stella Jean, Duro Olowu e Mary do pelo consumidor de moda (antes Katrantzou, por exemplo, têm como da qualidade, da padronagem…). Um elemento-chave a estamparia. Qual é design de estampas que agradem o verdadeiro valor da estamparia na em cheio ao seu público dificilmente hora de agregar valor a um produto? deixará espaço para o produto chinês, A resposta é bem simples: investir em massificado. As tendências de moda design estratégico. Qual é o verdaentram aqui como elemento também deiro valor da estamparia na hora de estratégico. Para agradar aos gostos agregar valor a um produto? A respos- do público, além de estudá-lo bem, é ta é bem simples: investir em design preciso realizar a pesquisa de tendênestratégico. cias para saber o que o consumidor vai desejar daqui a uma, duas, três estações. 13
A estamparia é uma das formas mais literais e mais fáceis de comunicar ao público que determinada tendência está sendo utilizada, através das cores e do desenho do rapport. O tema da coleção também é facilmente transmitido pela estamparia, coisa que, em elementos mais sutis, como a silhueta, a cartela de cores ou detalhes como aviamentos e aplicações nem sempre quem está comprando capta de fato o que a equipe de design quis dizer naquela coleção. Competir com produtos nacionais e importados, agregar valor ao produto de moda, agradar e transmitir a mensagem ao público da marca.
3 ATÊLIES QUE DÃO VIDA E COR A TECIDOS EM SP Nestes endereços paulistanos, o destaque são as técnicas artesanais de tingimento e estamparia.
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Com muita luz natural, o ateliê concentra as coleções elaboradas por ela. Entre os processos, destacam-se o shibori (método japonês que utiliza dobras ou amarrações) e a ecoprint (impressão por pigmentos de flores, cascas e folhas). Adepta do movimento slow-fashion, a designer aplica apenas extratos e pigmentos vegetais em suas peças. Cada coleção exibe tons e métodos de estamparia previamente definidos.
L
eka Oliveira: mergulho azul. As tintas vegetais, extraídas de folhas, sementes ou raízes de plantas, se transformam em verdadeiros blends de cores nas mãos da designer têxtil Leka Oliveira, do Studio InBlue-Brazil. “Produzo cada extrato que uso nos tingimentos”, conta. Diversas técnicas da estamparia tradicional entram em ação para colorir tecidos naturais, como a seda, o linho e o algodão orgânico. O azul índigo vegetal, pigmento que surge com a fermentação de folhas de espécies conhecidas como anileiras, encanta a designer: “É uma cor única”.
À esquerda, nuances de azul índigo vegetal, pigmento extraído de plantas pela designer têxtil Leka Oliveira, do estúdio InBlueBrazil. À direita, uma mistura de azuis cobre os fios tingidos e os tecidos estampados no ateliê da designer.
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T
atiana Polo: inspiração oriental. As referências que levaram a arquiteta e designer têxtil ao universo dos tecidos e tingimentos naturais vieram de família. A mãe, boliviana, apresentou a riqueza das tramas e cores de sua terra. O pai, arquiteto, deu espaço para a filha brincar de criar na prancheta. Até que um dia, arquiteta formada, ela foi estudar na província onde nasceu seu avô, no Japão. “Lá estava eu. Aprendendo o yuzen zomê, a arte de pintura em quimonos, e aperfeiçoando as técnicas do shibori, o tingimento manual com dobras e amarras nos tecidos”, conta.
Neste espaço, a designer têxtil trabalha na criação de novas cores e no teste de estampas.
Tatiana se aventura por diversos processos manuais, como o estêncil, o batik (sucessivos tingimentos com máscaras de cera no tecido), as ecoprints (ou impressões botânicas) e o shibori. Para ela, manipular as espécies e extrair as cores, curtindo e respeitando cada etapa do processo, da superfície lisa até o resultado final, é o que torna esse trabalho fascinante.
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F
lavia Aranha: natureza estampada. Especializada em tingimento natural e impressão botânica, técnica que transfere o pigmento de fores, folhas e cascas de plantas para os tecidos, a estilista Flavia Aranha gosta de brincar com nuances suaves e terrosas sobre fbras orgânicas, sempre confeccionadas artesanalmente. Os tons vermelhos conquistados por meio do crajiru, espécie amazônica de uso medicinal, e da serragem do pau-brasil, vinda da produção de arcos de violino no Espírito Santo, são sua paixão. “A potência dessas cores, quando surgem no tecido, é impressionante”, diz.
A luz natural atravessa as grandes aberturas e invade o espaço com pé-direito elevado e tesouras à mostra, onde funciona o ateliê de Flavia Aranha.
Em seu ateliê, Flavia pesquisa e testa novos tons para colorir tecidos produzidos com fibras naturais, como a de bananeira, a seda e o algodão fado na roca. Na técnica, flores de macela, rosas, folhas e cascas de cebola são dispostas com cuidado sobre o tecido. Em seguida, ele é delicadamente enrolado e exposto à fervura. Flavia também desenvolve peças em parceria com artesãos de diferentes regiões do Brasil.
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FOTOGRAFIAS DE ARTISTAS E ÍCONES BORDADAS
A
ntigas fotografias em preto e branco ganham vida nas mãos da artista têxtil Victoria Villasana, nascida em 1982 em Guadalajara, no México. Depois de estudar design em seu país, Victoria passou mais de uma década em Londres. Ela conta que desde sempre foi interessada em observar as diferentes culturas e o espírito humano, levando em consideração como as pessoas se relacionam entre si em um mundo fragmentado e pós-digital.
POR VICTORIA VILLASANA
Frida Kahlo.
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MENSAGENS POSITIVAS, CORES, PADRÕES, SURREALISMO, MUDANÇA, MULTICULTURALISMO, INTEGRAÇÃO, CONEXÃO CULTURAL E HUMANA.
Assim, se tornou conhecida por seus conceitos e sua arte de rua ao trazer feminilidade, e ao mesmo tempo rebeldia, através de imagens transculturais. A artista usa técnicas de bordado tradicionais e mistura fantásticas aplicações em linhas, cores, frases de efeitos e retratos vintage em suas obras. Artistas e celebridades, personalidades políticas, músicos, atores e atrizes, todos ganham pontos de destaque em cores brilhantes, sem esquecer do redor dos olhos. Victoria conta que isso traz uma sensação de empoderamento quando ela retrata ícones feministas como a cantora Nina Simone e a artista
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Frida Kahlo. Victoria Villasana também leva seus trabalhos para as ruas e cria desde intervenções com fios híbridos, cartazes e até murais inteiros. O dinamismo em seu trabalho deriva da maneira como o fio é deixado nas obras sem cortes, abaixo dos quadros. Para ela, isso traz uma estética surreal e reflete a aceitação de transitoriedade e da imperfeição. Agora, residente no México, Victoria Villasana tem peças exibidas em exposições e instalações públicas em todo o mundo.
“As intervenções com os fios coloridos transmitem força, mas também uma sensação de vulnerabilidade compartilhada que pode ser experimentada dependendo do estado de espírito projetada pelo visualizador” – diz Victoria Villasana.
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Xadrez é tendência do inverno 2018
XADREZ VICHY
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X
XADREZ TARTAN
adrez é uma estampa
da moda sem gênero. VICHY: A
super clássica, tem
estampa conhecida como a famo-
seus altos e baix-
sa toalha de piqui-nique, usado
os, mas no inverno
principalmente nas cores Preto e
deste ano virá muito mais forte.
branco, vermelho e branco e azul
Existem várias padronagens de xa-
e branco. PIED DE POULE: É sem
drez. TARTAN: O Tartan é um pa-
dúvida uma estampa super de-
drão geométrico, geralmente a cor
mocrática também, combina com
predominante é o vermelho e com
looks descolados ou mais formais.
quadrados em tamanhos médios
Sua tradução é “pé de galinha”, ex-
e grandes. Pode ser composto de
atamente por ter esse desenho tão
de linhas diferentes e cores varia-
peculiar, geralmente sua cor é P&B
das, mas o clássico é o vermelho.
(preto & branco). BUFFALO CHECK:
PRINCIPE DE GALES: O príncipe
Ao contrário do vichy a cor de
de Gales é sem dúvida o hit do
fundo do buffalo check é o preto.
momento, riscas irregulares que
Todas as peças vão ter sua versão
foram o xadrez, saiu do guarda
em xadrez, camisas, blazers, saias,
roupa masculino e invadiu o closet
blusas, cachecóis, calças… Então
feminino, com a forte tendência
pode apostar sem erro.
XADREZ PRINCÍPE DE GALES
XADREZ PIED DE POULE
XADREZ BUFFALO CHECK
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ter reflexos acinzentados enquanto
tamente aquele look tão pensado,
a outra com o cabelo da mesma cor
pois deixa a aparência abatida, res-
possui reflexos dourados. Reparar
salta imperfeições na pele, olheiras
nesses detalhes é fundamental.
e rugas. A teoria da coloração pes-
É por isso também que, ao se ex-
soal surgiu quando o pintor suíço
por ao sol, algumas pessoas ficam
Johannes Itten percebeu que seus
rosadas, enquanto outras ficam
alunos repetiam as cores pessoais
douradas. Para um resultado pre-
em suas pinturas. A partir daí ele
ciso, você precisará de um profis-
desenvolveu uma teoria de que as
sional devidamente treinado que
cores das roupas de uma pessoa de-
analisará (em luz natural, para não
veriam se repetir e, assim, valorizar
alterar sua coloração) até a pele da
sua coloração. Partindo disso, vários
parte interna do braço e fará testes
métodos surgiram com o passar dos
com amostras de tecidos. Primeiro
anos. O mais antigo e utilizado é o
ele vai identificar se o tom é quente
da estilista Suzzane Caygill, que or-
(primavera e outono), ou frio (verão
ganizou as cores em quatro grupos
e inverno) para depois verificar se as
básicos, de acordo com as estações
cores são intensas e saturadas (out-
do ano. É um assunto um pouco
ono e inverno), ou suaves (primavera
complexo, que exige treinamento,
e verão). As estações do ano não fo-
mas elimina aquela ideia errônea de
ram usadas aleatóriamente. Suzanne
que preto fica bem em todo mun-
organizou os grupos dessa forma
do (Não fica!), cores quentes, como
porque percebeu que as característi-
o dourado, ficam bem em peles
cas de cores de cada estação do ano
negras, loiras ficam bem de rosa, e
representam um tipo de pessoa/
por aí… Balela! As pessoas podem
cartela:
usar quase todas as cores, desde
- Na primavera, as cores são quentes
que sua temperatura (quente ou
e suaves, quase que se misturando
fria), sua intensidade (brilhante ou
entre si.
opaca) e valores (clara ou escura), se
- No verão, a suavidade continua,
integrem às cores de sua pele, olhos
mas os tons são azulados e frios.
e cabelos. Duas pessoas podem ter
- No outono, as cores são mais inten-
pele, olhos e cabelos da mesma cor
sas e quentes - o marrom e o laranja
e ainda assim possuirem cartelas de
predominam.
cores diferentes. Por exemplo, uma
- No inverno, as cores são frias e
pessoa com cabelos castanhos pode
bem definidas, também saturadas.
ores
A cor errada pode estragar comple-
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Provavelmente, as cores de mais de uma cartela ficarão bem em você, a diferença é que uma ficará boa e a outra perfeita. Além disso, as cores de cada cartela combinam entre si, facilitando na hora de escolher o que usar. Para se ter uma pequena ideia, me usei como exemplo. Não peguei a foto de alguma celebridade porque eu já sei a minha cartela (estou apenas demonstrando, não analisando), além disso essa não é uma avaliação que se faça através de fotos, principalmente no computador cuja configuração pode alterar o resultado. O cabelo foi colocado para trás porque, apesar do tom estar bem próximo ao natural, é tingido. Também estou sem maquiagem. Montei cada cartela em cima da mesma foto. Reparem como nas versões com cartelas quentes (outono e primavera) minha cor fica alterada e a aparência levemente abatida, com olheiras ressaltadas (principalmente na foto do outono), enquanto no verão a cor fica boa, mas a baixa intensidade das cores me "apaga". Já a cartela de inverno deixa minha aparência saudável e mais corada. Se falta a oportunidade de consultar um profissional para descobrir exatamente quais as cores caem melhor, comece a prestar atenção se a cor escolhida altera a sua coloração pessoal, ressalta rugas, manchas e olheiras ou se deixa a aparência mais descansada e jovial e com os traços mais marcados. Além disso, veja se a intensidade da cor está de acordo com a intensidade da sua pele, piscando devagar em frente ao espelho e reparando se o que aparece primeiro ao abrir os olhos é a cor, você, ou se o conjunto está harmonioso. Se você quiser usar alguma cor que não fica bem em você porque está na moda, ou algo do gênero, use em acessórios, como bolsas e sapatos, ou na parte de baixo da roupa, por exemplo, que ficarão longe do rosto.
"Cartela de cores que mais combinam com a sua pele" 25
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O ANIMAL PRINT É UMA TENDÊNCIA QUE SE REPETE EM TODAS AS COLEÇÕES HÁ MUITOS ANOS. SUA VERSATILIDADE É FANTÁSTICA E VALE A PENA INVESTIR EM UMA (OU DIVERSAS!) PEÇAS NESSA PADRONAGEM, MANTENDO SEU GUARDA-ROUPAS ATUAL E LINDÍSSIMO. E, CLARO, O ANIMAL PRINT É SUPER DEMOCRÁTICO, FICANDO MUITO BEM EM TODOS OS TIPOS DE CORPOS. NÃO TENHA MEDO DE USAR! VALE LEMBRAR QUE NOSSOS ANCESTRAIS USAVAM PELES DE ANIMAIS PARA SE AQUECER E, DESDE SEMPRE, AMAMOS ESSE TIPO DE ESTAMPA, QUE ALÉM DE SER ECOLOGICAMENTE CORRETA (POIS SÃO SÓ ESTAMPAS, PRESERVANDO A VIDA DE MILHARES DE ANIMAIS) AINDA VALORIZA QUALQUER VISUAL, DO BEM CASUAL ATÉ O MAIS CHIC.
é o bicho! animal print, a tendência que nunca sai de moda 27
3FLOR DIFERE NA DE ''Explosão cromática" Apesar de serem normalmente associadas à dec-
oração romântica, a estampa floral pode assumir uma personalidade extremamente contemporânea. No caso do papel de parede usado nesta sala, obra da artista Kristjana S. Williams, folhagens, flamingos e borboletas entram em cena para deixar tudo mais interessante. Outro truque de estilo digno de nota é a repetição sobre o mesmo tema: a almofada traz os mesmos desenhos vistos na parede.
''Jantar tropical e vintage" O clima despojado das casas de praia ao redor do mundo ganha nostalgia nesta sala de jantar graças ao papel de parede desenhado por Matthew Williamson para Osbourne&Little (representada no Brasil pela Orlean). Os coqueiros e matas em tons amarelados trazem o frescor da natureza e se tornam mais marcantes ao serem combinados com o tecido avermelhado do banco.
"Botânica em preto e branco" Outra forma de usar os florais sem cair no lugar comum é apostar em padronagens mais leves, como a usada no ambiente acima, que reproduz dezenhos naturalistas. Neste caso, a cor foi deslocada para a porta, que assumiu um ousado verde néon. O resultado é impactante!
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Por ser um tipo de decoração que exala beleza, vida e tranquilidade, você pode criar lindas composições florais em qualquer ambiente da casa, das áreas externas às internas.
RAIS ENTES Q ECORAÇÃO uando as flores da primavera chegam, elas trazem consigo um clima leve e multicolorido. Por que não, então, adotar tais características na decoração da casa? Além de trazer para os ambientes internos o frescor das plantas, uma boa tática para aproveitar a energia da estação é apostar em estampas nas decorações, seja sob a forma de papéis de parede, almofadas, tecidos ou objetos decorativos, todos com temas orgânicos. A decoração floral se encaixa em qualquer tipo de ambiente. Seja para dar um toque natural à composição, criar um clima romântico, inspirar o dia a dia, transmitir tranquilidade ou oferecer elegância ao ambiente, o uso de flores ou estampas florais na decoração é sempre uma boa opção. Muitas vezes, com a rotina corrida, deixamos de estar em contato com a natureza e sentimos a necessidade de um ambiente que reflita a beleza natural do campo. Por isso é tão importante chegarmos em casa e nos depararmos com pequenos detalhes florais que não só deixam tudo mais bonito, como também exalam boas energias.
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Borogodó carioca: o fenômeno da Farm
A
FARM. Ao vivo, a cores e toda estampada, não é de hoje que o rio serve de inspiração pra arte. A natureza, a temperatura, as cores… tudo aqui parece que já foi criado em forma de poesia e a FARM sempre quis transformar esse clima em moda, mas como? da forma mais natural, contemporânea e autêntica possível. A gente nasceu num pequeno estande numa feira de moda. esse estande virou uma loja e depois uma rede de lojas que conquistou uma cidade, e mais outra cidade, estados e até outros
países. uau! aquele nosso cantinho se tornou a marca da garota carioca e, quem diria, deu origem a um estilo de vida inspirador. A carioca é nosso ponto de partida e nosso ponto final porque é exatamente assim que a a gente acredita que a beleza deve ser: uma continuação feliz e vibrante das nossas meninas, uma tradução ao vivo, a cores e toda estampada de suas almas. Em bom carioquês, a FARM é menos salto alto e mais pé na areia. menos maquiagem e mais bronzeado. menos chapinha e mais cabelo secando ao vento depois de um mergulho no mar.
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menos espelho e mais olho no olho, menos relógio e mais nosso próprio tempo! Num processo natural e bem orgânico, o marcello bastos e a katia barros conseguiram traduzir, como ninguém, quem é a garota carioca, inspiração pra toda vida!
Para a FARM, não tem tempo feio: é verão o ano inteiro!”. Esta frase, retirada do site de uma das mais bem sucedidas lojas femininas do Rio de Janeiro, sintetiza o que se espera do “carioca típico”, ou seja, uma predisposição “natural” para expor seu corpo, sua beleza e sua alma aos olhos do outro. 31
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Tecidos Sustentáveis
LENPUR
A indústria têxtil mundial está entre as que mais poluem e criam desperdício no mundo. Por isso, a sustentabilidade vem se tornando um caminho para a busca de alternativas mais eficientes para um destino mais consciente da moda. Com avanços tecnológicos da atualidade, as opções de tecidos e fibras inovadoras e com menor impacto ambiental e social estão aumentando gradativamente. Uma gama muito maior de produtos feitos a partir de processos mais sustentáveis chama a atenção pela originalidade e oportunidade de despertar a criatividade dos designers. Além dos já famosos algodão orgânico, o bambu (ainda controverso) e o hemp (cânhamo), a tendência do futuro dos tecidos vem sendo a utilização de refugos de alimentos, plantas e reciclagem de tecidos desgastados. Confira algumas amostras da mais nova onda de inovação voltada à indústria têxtil, com foco no reaproveitamento:
C
railar - fibra de linho. Com toque quase idêntico ao algodão, esta fibra de linho reduz drasticamente o uso de produtos químicos e de água. Por sua similaridade, ajuda a evitar o ciclo de dano ambiental que o plantio do algodão tradicional faz. Econyl – Redes de Pesca. É um tecido reciclado, que utiliza 100% dos resíduos das redes de pesca feitas de nylon. A inovação tem sido desde que o poliéster reciclado se tornou disponível há anos atrás. Entre os seus apoiadores está o surfista (e agora estilista) Kelly Slater, que usa o tecido em sua marca Outerknown. S.Cafe – Borras de Café. Original de Taiwan, é uma nova fibra que recicla as borras do café. Aparentemente, o café tem propriedades para mascarar os odores naturais do corpo, sem deixar cheiro nas roupas. Diz-se que as borras de café requerem menos energia no processo de fabricar a fibra do tecido, tornando-se uma alternativa mais sustentável. Grandes nomes como
North Face, Puma e Timberland já estão usando o tecido, assim como empresas como Starbucks são alguns dos fornecedores. EcoCircle – PET a base de plantas. Criado pela empresa Teijin, é feito de PET e à base de plantas. A fibra contém 30% da cana, que substitui 30% do óleo necessário para o poliéster tradicional. Além de tudo, o tecido tem um sistema de reciclagem, em circuito fechado, ao final da sua vida útil. A automobilística Nissan foi uma das primeiras empresas a usar o tecido para o estofamento do seu modelo elétrico Nissan Leaf, em 2014. Lenpur. Este tecido biodegradável, feito a partir da árvore do pinheiro branco, é considerado superior devido a sua suavidade, sua capacidade de absorção e capacidade de liberar a umidade. Além disso, sua capacidade de sustentar uma gama térmica mais elevada o mantém fresco no verão e quente no inverno. O fio de Lenpur é usado em roupas, jeans, roupas íntimas, meias e acessórios para casa.
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ECONYL
S .C
AF E
CR AI L
AR
Azulejos estampados Roubam cena nas cozinhas modernas.
O revestimento é o que chama a atenção nas cozinhas abaixo. Confira cerâmicas e porcelanatos cheios de charme
Contrastando com os demais elementos, o trecho acima da bancada foi coberto com azulejos coloridos (kit Terra, com peças de 15,4 x 15, 4 cm dos modelos Raiz, Quadrante e Molde).
Projeto do arquiteto Glaucio Gonçalves.
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Os porcelanatos inspirados em ladrilhos hidráulicos são a marca registrada do apê. Da Portobello, as peças de 20 x 20 cm integram a linha Rio Retrô. A parede do jantar foi coberta com o mesmo laminado amadeirado dos armários da cozinha. Projeto da arquiteta Suellen Volpert.
A ilha com cooktop driblou o aperto na hora de cozinhar. A moradora se apaixonou por esses azulejos estampados, e fez questão de deixá-los em destaque na cozinha (modelo Pax, da Pavão Revestimentos). Projeto de Elen Saravalli.
Quase dá para sentir o cheiro do mar e o calor do sol na cozinha da Casa da Praia, assinada pela designer Marina Linhares para a Casa Cor São Paulo 2017. O clima é reforçado pela graciosidade da estampa de pássaros nos azulejos Blu Acqua, da Decortiles, que formam bela parceria com as pastilhas brancas Sixties, do mesmo fabricante – em formato hexagonal, elas encantam com seu ar retrô.
Designer Marina Linhares.
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Serigrafia: Necessários ROLINHO DE MADEIRA
IMPRESSORA
TELA DE SEDA
LUZ DE EXPOSIÇÃO UV
FRASCO DE TINTA PRETA E BRANCA
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MINI BALDE DE EMULSÃO
TINTA
ESPONJA
REMOVEDOR
CARTÕES DE LIMPEZA
FITA ADESIVA
LÂMPADA DE LUZ AMARELA PARA QUARTO ESCURO 39