A arte da multifuncionalidade

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A arte da multifuncionalidade

Houve um tempo em que não existia televisão, rádio, telefone, mp3 e muito menos internet. O máximo que poderíamos fazer era mandar uma carta para alguém, porém o tempo que levaria para chegar até o destinatário era uma verdadeira incógnita. Só que o mundo está sempre em desenvolvimento e, hoje em dia, temos acesso a muitas informações. No entanto, o mais surpreendente é o fato de termos tudo isso num único aparelho. Que maravilha a arte da multifuncionalidade, não é mesmo? Também houve um tempo em que não existiam vários tipos de mulheres na sociedade, apenas as típicas mulheres “donas de casa”. Elas eram aquelas que cozinhavam para a família, que limpavam a casa, que lavavam e dobravam as roupas do marido, que arrumavam a bagunça das crianças e que não saíam desacompanhadas de casa. Afinal de contas, onde já se viu uma mulher de família andando sozinha pela rua correndo o risco de ser cortejada por outros homens? Elas não discutiam, não brigavam, não desobedeciam ao marido, não votavam e não trabalhavam. Além disso, elas também costuravam e bordavam. Como eu disse antes: eram típicas donas de casa! Sua imagem era sempre associada ao lar e à família. Elas eram mulheres ingênuas, indefesas, submissas e boazinhas demais. E todos nós temos consciência disso, pois é um fato que está presente na nossa rotina, refletido em piadinhas que, infelizmente, nós mulheres ouvimos até hoje e, diga-se de passagem, estamos cansadas de ouvir: “mulher tem que esquentar a barriga no fogão ou esfriar no tanque de lavar roupa”. Agora tente pensar em uma mulher, uma única mulher que - nos dias de hoje não saia de casa sem a companhia do marido e perceberá que ela não existe. Isso porque as mulheres também evoluíram, tornando-se mais fortes, espertas e, principalmente, independentes. Todos os dias, nos deparamos com vários tipos de mulheres: a mulher trabalhadora, a mulher de família, a mulher dona de casa, a mulher festeira, a mulher estudiosa, a mulher gasolina, a mulher chuteira e por aí vai. De boazinhas elas não têm nada! Também brigam, falam mal, contestam e discutem. Além disso, também votam, trabalham, moram sozinhas e se sustentam com o próprio dinheiro. Se antigamente as mulheres eram programadas para limpar, cozinhar, lavar e guardar, hoje em dia elas são programadas para fazer tudo isso e muito mais. A mulher do século XI é tão multifuncional quanto essas impressoras que imprimem, fazem cópias e digitalizam imagens.


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