Centro de atendimento á mulheres em situação de risco e violência doméstica

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Centro Universitário Estácio de Santa Catarina Centro Universitário Estácio de Santa Catarina Arquitetura & Urbanismo Docente: Ms. Julia Fiuza Cercal

São José | 2021


Centro Universitário Estácio de Santa Catarina

Fundamentos para o Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo realizado em cumprimento as exigências da Disciplina CCE0909 – Fundamentos para Trabalho Final de Graduação Docente: Ms. Julia Fiuza Cercal


Ninguém segura uma mulher segura - Karol Pinheiro


No inicio da faculdade, parecia que a fase do TCC nunca ia chegar, sempre me questionei se iria conseguir, mas aqui estou e não poderia ser tão feliz com as pessoas que me incentivaram a chegar até aqui. É difícil encontrar palavras suficientes para mostrar todo meu agradecimento á vocês. Vocês são parte de mim e da minha jornada. Aos meus pais, obrigada por acreditarem em mim e terem realizado meu sonho, essa conquista é nossa! Não seria nada sem vocês. As minhas irmãs, agradeço por sempre estarem ao meu lado em todos os momentos, sempre mostrando o caminho que deveria trilhar, vocês são parte fundamental de mim. A minha amiga irmã Gabi, sol da minha lua, não tenho palavras pra dizer o quão sou grata por ter você comigo não só nessa fase, mas estar comigo desde sempre. nos

Ao Matheus, meu amor, obrigada por estar comigo últimos anos crescendo comigo, amo você.

Ao Melhor Grupo, Duda, Kauê, Re e Vê, obrigada por terem passado os últimos cinco anos comigo, sem o suporte de vocês a faculdade não teria graça. Obrigada por cada trabalho juntos, cada cafezinho e cada risada.

Aos meus amigos e parceiros Bea, Lipe e Ké, encontrei em vocês o que faltava para realizar meu sonho, obrigada por serem meus parceiros sempre. Aos professores, agradeço profundamente cada um de vocês por todo o conhecimento passado para mim. Obrigada a todos vocês que contribuíram para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês. Obrigada!



Segundo o Ligue 180 e Disque 100, canais de atendimento mantido pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, no ano de 2020 registrou 105 mil denúncias de violência contra a mulher, a cada cinco minutos uma denúncia foi feita. Esse dado alarmante só nos mostra a realidade de muitas mulheres, a realidade que ninguém deveria ter. No estado de Santa Catarina existem apenas onze abrigos específicos para mulheres vítimas de violência, os mesmos visam oferecer uma moradia temporária a quem precisa se afastar do convívio com o agressor, por muitas vezes ainda existe dependência da vítima com seu agressor, que faz com que o ciclo se inicie novamente. Por isso o presente trabalho tem como intuito realizar estudos necessários para a elaboração de uma proposta de anteprojeto arquitetônico para abrigar mulheres vítimas de qualquer tipo de violência na Grande Florianópolis, Santa Catarina. A proposta arquitetônica parte do objetivo de dar suporte nas áreas: assistência social, médica, jurídica, profissionalizante, contraturno escolar e de acolhimento.

Palavras Chaves: Projeto arquitetônico; Mulher; acolhimento; violência; abrigo; empoderamento feminino.

According to Ligue 180 and Dial 100, service channels maintained by the National Ombudsman for Human Rights, in the year 2020 registered 105 thousand complaints of violence against women, every five minutes a complaint was made. This alarming data only shows us the reality of many women, the reality that no one should have. In the state of Santa Catarina there are only eleven specific shelters for women victims of violence, they aim to offer temporary housing to those who need to get away from living with the aggressor, for many times there is still dependence on the victim with her aggressor, which causes the cycle starts again. For this reason, the present work aims to carry out necessary studies for the elaboration of a proposal for an architectural project to shelter women victims of any type of violence in Greater Florianópolis, Santa Catarina. The architectural proposal is based on the objective of providing support in the following areas: social, medical, legal, professional, school and reception assistance. Key words: Woman; host; violence; shelter; female empowerment.


1.1. Justificativa 1.2. Objetivos gerais 1.3. Objetivos específicos 1.4. Metodologia

2.1. Conquistas feministas através dos séculos no Brasil 2.2. Violência e desigualdade de gênero 2.3. Tipos de violências contra a mulher 2.4. Ciclo da violência 2.5. Perfil da mulher vítima da agressão 2.6. Políticas e legislação de proteção à mulher 2.7. Estatísticas da violência 2.8. Por que as vítimas ficam com seus agressores? 2.9. Arquitetura humanizada como mecanismo de acolhimento

3.1. Estudo de Caso Direto | Associação Maria Rosa, Caçador – Santa Catarina 3.2. Estudo de Caso Indireto | Centro de oportunidades para mulheres, Kayonza –Ruanda 3.3. Estudo de Caso Indireto | Centro comunitário Camburi, Ubatuba- São Paulo

4.1. Referencial Projetual


5.1. Justificativa 5.1.1. A cidade 5.2. Terreno Escolhido 5.2.1 Infraestrutura 5.2.2. Altimetria 5.2.3. Paleta de cores 5.2.4. Malha viária 5.2.5. Plano diretor 5.2.6. Cheios e Vazios 5.2.7. Gabarito 5.2.8. Uso do solo 5.2.9. Massa vegetal 5.2.10. Aspectos bioclimáticos 5.2.11. Estratégias Bioclimáticas

6.1. A proposta 6.2. Usuários 6.3. Conceito 6.4. Partido 6.5. Programa de necessidades e pré-dimensionamento 6.6. Diagrama de fluxos 6.7. Organofluxograma 6.8. Técnicas e materiais construtivos 6.9. Estudo de Volumetria 6.10. Implantação 6.11. Volumetria

7.1. Considerações finais 7.2. Cronograma TGF II 7.3. Bibliografia 7.4. Bibliografia | imagens


“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão importante é a educação. A educação é o poder das mulheres”

Malala

Yousafzai:

garota paquistanesa, é a pessoa mais jovem a ganhar um Prêmio Nobel, por sua luta pelos direitos das mulheres à educação.


1.1. Justificativa 1.2. Objetivos gerais 1.3. Objetivos específicos 1.4. Metodologia


O presente trabalho tem como objetivo caderno de Fundamentação teórica para o Trabalho Final de Graduação TFG, que será abordado no próximo semestre e consiste em elaborar um projeto arquitetônico referente a um centro de atendimento às mulheres em situação de risco e violência na cidade de Florianópolis, Santa Catarina.

A violência é um fenômeno complexo e multicausal, ela atinge todas as pessoas, grupos, instituições e povos, e por todos é produzida. Expressa-se sob formas distintas, cada qual com suas características e especificidades. A literatura tem apontado uma variedade de definições, tipologias e manifestações da violência, mostrando que diferentes áreas do conhecimento se dedicam mais a determinados conceitos (ASSIS, CONSTANTINO & AVANCI, 2010). A violência contra a mulher tem sido estimada pela Organização Mundial da Saúde como responsável por 5 a 20% dos anos de vida saudáveis perdidos em mulheres de 15 a 44 anos (ASSIS, CONSTANTINO & AVANCI, 2010). A partir de uma revisão de estudos, Sá (2011) pontua que no mundo, um em cada cinco dias de absenteísmo no trabalho feminino decorre da violência doméstica, além disso, nos Estados Unidos, um terço das internações de mulheres em unidades de emergência é consequência de agressões sofridas em casa, e, na América Latina, a violência doméstica incide Figura 1 sobre 25% a 50% das mulheres. Fonte: Mapa da Violência, 2015


A violência doméstica é um fenômeno de extrema gravidade, que impede o pleno desenvolvimento social e coloca em risco mais da metade da população do País – as 103,8 milhões de brasileiras contabilizadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013, do IBGE. A sociedade brasileira é marcada pelo poder patriarcal, de modo que as violências praticadas contra mulheres. Apesar de haver uma lei específica sobre a violência contra a mulher, Lei Maria da Penha, ainda há muitas mulheres que têm medo de denunciar os abusos e violência, por motivos diversos.

em situação de vulnerabilidade material, social, física e emocional, devido a um convívio conjugal desequilibrado e opressor.

Ainda sob a influência do domínio machista de pensamento que marcam, encontra-se a discriminação moral a que as mulheres são submetidas ao se separarem ou, mais ainda, ao denunciarem os companheiros, com o agravante de que, quase sempre, essas mulheres não têm um abrigo ou outro lugar para morar, voltando a conviver com o agressor. As leis brasileiras ainda são bastante frágeis nesse sentido, pois, mesmo que o agressor seja preso, em pouco tempo poderá ser solto para responder pelos atos cometidos em liberdade, o que coloca a mulher em uma condição de vulnerabilidade.

Segundo os dados do monitoramento Um Vírus e Duas Guerras, feito por parceria entre sete veículos de jornalismo independente, que visa monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemia, nos primeiros seis meses, desde o início da pandemia da Covid-19, em março, três mulheres foram mortas a cada dia, em crimes motivados pela condição de gênero, que caracteriza feminicídio.

Segundo Brito (1999), em geral, o parceiro agressivo torna-se afetuoso, demonstra arrependimento e pede perdão, mas em pouco tempo volta a agredir. A mulher, fragilizada, acredita que a situação pode ser modificada e, assim, não procura a justiça para formalizar a denúncia e, assim, favorecer um ciclo de espancamento. Esta é a realidade observada no Brasil, em todas as classes sociais, em que algumas não denunciam por medo de lhes faltar o sustento ou mesmo de sofrerem algum ato violento por parte do marido ou companheiro outras por questões morais ou culturais, com receio da discriminação, solidão, sofrimento dos filhos, dentre outras. Porém, o que se observa é que, em todos os casos, a mulher já se encontra

De abril de 2019 a março de 2020, 243 milhões de mulheres e meninas (de 15 a 49 anos) em todo o mundo foram submetidas a violência sexual ou física por um parceiro. Relatório da ONU Mulheres alerta para o aumento dos casos de violência doméstica durante a pandemia de Covid-19 em diversos países, como Argentina, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

Segundo o mesmo levantamento, em Santa Catarina, por exemplo, enquanto os dados apontam uma queda de 14% nos feminicídios em relação ao período entre março e agosto de 2019, o número de homicídios de mulheres catarinenses aumentou 12% em relação ao ano passado. "Há uma resistência em se admitir o feminicídio e, às vezes, ele é catalogado como homicídio. Na maioria dos casos, se for investigar seriamente, chega-se a um feminicídio justamente pela condição de ser mulher“ Renata de Castilho, presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica da OAB-SC.


O número de denúncias à Central de Atendimento à Mulher (número 180) entre março e abril de 2020 foi 27% maior do que no mesmo período de 2019, o que aponta para o aumento da violência doméstica durante a pandemia. Entre 2018 e 2019, o crescimento havia sido de 5,6%, de acordo com o documento Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

No entanto, isso representa uma média de dez mortes violentas por dia de mulheres. O ano de 2019 terminou com 1.326 feminicídios, 1,2% mais do que no ano anterior.

Em outubro de 2020, levantamento realizado pela Revista AzMina mostrou que apenas 7% dos municípios brasileiros tinham delegacia da mulher na sua região: são 400 delegacias especializadas no atendimento à mulher em 374 cidades. Qualquer delegacia pode atender uma mulher em situação de violência, mas as unidades especializadas contam com equipe treinada nessa área.

Figura 2 Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) – Estudio multipaís de la OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer (OMS, 2002)

Os casos de feminicídio cresceram 22,2% entre março e abril de 2020, se somadas as ocorrências em 12 estados do país, em relação a igual período de 2019. Os dados fazem parte do documento Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Nos meses de março e abril, o número de feminicídios subiu de 117 para 143. O anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que, em 2019, houve 3.730 homicídios de mulheres no Brasil, 3,5% menos do que em 2018.

Figura 3 Fonte: Feminicídios registrados no Brasil de Maio a Agosto 2020 Infografia: Fernando Alvarus


Diante da problemática apresentada, a pesquisa tem como objetivo compilar dados e analisá-los para que possa ser produzido um projeto arquitetônico que auxilie mulheres vítimas de violência na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. Onde, através de uma arquitetura humanitária, visando à mulher ser o foco e assim alcançará o objetivos de ajudá-las de forma eficiente a superar seus traumas e trazer de volta sua auto estima, através de assistencialismos jurídico, social, médico e profissionalizante, a fim de desvincular totalmente a vítima do seu agressor.

• Levantar os fatores socioculturais relacionados à violência contra a mulher; • Pesquisar as políticas públicas e as ações do Estado que tratam esta questão; • Definir e caracterizar quem são as pessoas que atendem ao perfil dos programas para entender e traçar o perfil do público para qual o projeto se destinará; • Pesquisar projetos arquitetônicos de referência ao tema proposto; • Elaborar o programa de necessidades e o dimensionamento da edificação; • Lançar organograma, zoneamento e volumetria inicial. . Para o desenvolvimento deste trabalho será realizada uma visita in loco ao Centro de atendimento de apoio a mulheres - Associação Maria Rosa, localizada na cidade de Caçador, Santa Catarina, sendo referência de abrigo para a região do meio-oeste catarinense. Além da pesquisa em campo, pesquisas bibliográficas, consultando: livros, teses, monografias, reportagens de jornais e revistas, páginas da internet que tratam sobre a temática.


“ Conhecia também uma violência praticada de forma quase invisível, que é o preconceito contra as mulheres, desrespeito que abre caminho para atos mais severos e graves contra nós. “

Maria da Penha

Passou maior parte de sua vida em campanha para proteger os direitos das mulheres que sofrem violência domestica, seu trabalho levou á criação da Lei Maria da Penha que ajudou milhões de mulheres no Brasil, desde 2006.


2.1. Conquistas feministas através dos séculos no Brasil 2.2. Violência e desigualdade de gênero 2.3. Tipos de violências contra a mulher 2.4. Ciclo da violência 2.5. Perfil da mulher vítima da agressão 2.6. Políticas e legislação de proteção à mulher 2.7. Estatísticas da violência 2.8. Por que as vítimas ficam com seus agressores? 2.9. Arquitetura humanizada como mecanismo de acolhimento


Nesse capitulo será abordado temáticas em relação a violência contra a mulher causadas, e também como a arquitetura pode ser um fator de ajuda nestes casos.

e as consequências

Uma projeção feita pelo Fórum Econômico Mundial em 2018 mostra que serão necessários mais de dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho. Em outros segmentos, como educação, saúde e na política, as desigualdades entre homens e mulheres precisarão de 108 anos para chegarem ao fim.

A luta das mulheres por equidade e respeito na sociedade data de séculos atrás. Desde as bruxas perseguidas na idade média, até as sufragistas que foram às ruas para conquistar o direito ao voto, é impossível separar os períodos importantes da humanidade das conquistas feministas que acompanharam o passar dos anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou seus esforços contra essa forma de violência, na década de 50, com a criação da Comissão de Status da Mulher que formulou entre os anos de 1949 e 1962 uma série de tratados baseados em provisões da Carta das Nações Unidas — que afirma expressamente os direitos iguais entre homens e mulheres e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que declara que todos os direitos e liberdades humanos devem ser aplicados igualmente a homens e mulheres, sem distinção de qualquer natureza.

O combate à estrutura patriarcal que hoje está em alta nas discussões, escancara a demora do processo até que mulheres tivessem liberdade para falar abertamente sobre suas vontades, necessidades e escolhas.

Lei do ventre Livre

1827 Meninas são liberadas a frequentar a escola

1871

1879 Mulheres conquistam o direito de ir a faculdade

É criado o Estatuto da Mulher Casada |

O primeiro partido politico feminino criado

1910

Mulheres casadas não precisam de autorização para trabalhar

1932 Mulheres conquistam o direito do voto

1962

1974 Mulheres conquistam o direito de possuir cartão de crédito


Figura 4 Marcha de grupos pela liberação feminina em Washington, nos EUA, em 1970 (Foto: Leffler, Warren K.)

1977

“Falta da virgindade” deixa de ser crime

Criada a primeira Delegacia da Mulher

Lei do Divorcio é aprovada

1979 Mulheres garantem o direito à pratica do futebol

1985

1988 Constituição brasileira passa a considerar as mulheres como iguais aos homens

2002

A Lei do Feminicídio foi sancionada

2006 A Lei Maria da Penha foi sancionada

2015

2018 A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime


O termo gênero é comumente utilizado nas ciências sociais e humanas para enfatizar o caráter cultural das diferenças existentes entre homens e mulheres. O conceito de gênero se desenvolve em um quadro marcado por intelectuais e militantes feministas, em especial as feministas norte-americanas e inglesas que se apropriaram do termo gênero, pioneiramente utilizado pelo psicanalista Robert Stoller (1924-1991) em intervenção no Congresso Psicanalítico Internacional em Estocolmo (1963), para marcar a distinção entre natureza e cultura. Apresentado por ele como “identidade de gênero” Tal conceituação é proposta para superar o determinismo biológico relacionado ao uso do termo sexo ou diferenciação sexual e destacar a construção social das identidades de homens e mulheres. Esse novo conceito propicia uma desnaturalização e desconstrução de definições e papéis referentes ao masculino e ao feminino e possibilita a introdução de compreensões das dinâmicas relacionais entre eles (Conceição, 2009; Scott, 1990 ;Torrão, 2005). Machado (1998) ressalta que a análise de gênero instaurou um novo paradigma metodológico a partir de três pilares fundamentais: a ruptura com o essencialismo biológico; o privilégio metodológico às relações de gênero em contraposição às categorias substancialização de homem e mulher; e a afirmação da transversalidade de gênero nas demais áreas do social. Gênero passa, assim, a ser compreendido como uma categoria de análise com estatuto teórico e epistêmico e caráter estruturante da sociedade (Saffioti, 1999a; Scott, 1990; Segato, 2011).


A desigualdade de gênero constitui uma das grandes contradições da sociedade que se mantém ao longo da história da civilização e tem colocado as mulheres em um lugar social de subordinação. Essa desigualdade tem como uma de suas extremas formas de manifestação a violência contra as mulheres, que é resultado de uma assimetria de poder que se traduz em relações de força e dominação. Desse modo, a violência baseada no gênero tem se constituído em um fenômeno social que influencia sobremaneira o modo de viver, adoecer e morrer das mulheres. Uma perspectiva histórico-política sobre os direitos humanos, assim, destaca o caráter histórico das lutas e conquistas compreendendo a lei como produto de reivindicações e negociações da comunidade e/ou do Estado. Nesse sentido, o caráter ético dos direitos humanos passa a ser o alicerce de questões que exigem legitimação social, ratificação jurídica e releituras sobre emancipação e autonomia (Maluschke et al., 2004; Segato, 2006).

A questão das mulheres em nossa sociedade ilustra bem esse movimento de inquietação, expansão e ressignificação de direitos. Por muito tempo, as mulheres não foram incorporadas aos discursos jurídicos e sociais por não terem acesso aos direitos como sujeitos e cidadãs. A história das reivindicações feministas evidencia as diversas lutas necessárias para a garantia de direitos civis, políticos e sociais (Bandeira & Melo, 2010; Costa, 2007). Como resultado, é possível hoje afirmarmos que as mulheres estão sujeitas a direitos e que a violação delas se configura como violência.

Figura 5 Fonte: FALE SEM MEDO - A violência doméstica e suas várias formas.

“Não é a violência que cria a cultura, mas é a cultura que define o que é violência. Ela é que vai aceitar violências em maior ou menor grau a depender do ponto em que nós estejamos enquanto sociedade humana, do ponto de compreensão do que seja a prática violenta ou não.” Luiza Bairros, doutora em Sociologia pela Universidade de Michigan e ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).


É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Violência Patrimonial

Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas

.

necessidades

Violência Psicológica

Violência Sexual

Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.

Violência Moral

Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

Violência Física

Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na Lei Maria da Penha − Capítulo II, art. 7º, incisos I, II, III, IV e V.

É considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise de gradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.


A psicóloga americana Lenore Walker, a partir de um estudo em que ouviu 1500 mulheres em situação de violência doméstica, percebeu que tal violência apresentava um padrão, que denominou "Ciclo de Violência". De acordo com tal modelo, a violência entre homens e mulheres em suas relações afetivas e íntimas apresenta três fases: •Acumulação da tensão; •Explosão; •Lua-de-mel.

A primeira parte desse ciclo é o momento em que o agressor demonstra irritação com assuntos irrelevantes, tem acessos de raiva constantes, faz ameaças à companheira e a humilha. Na maioria das vezes, a vítima nega os acontecimentos e passa a se culpar pelo comportamento do agressor, mas a tensão continua aumentando. A segunda fase é chamada de “explosão”. É quando o agressor perde o controle e materializa a tensão da primeira fase, violentando a mulher. É nesse momento que muitas mulheres tentam buscar ajuda, seja com apoio de familiares ou denunciando o caso. Já a terceira fase, mais conhecida como “lua de mel”, é o momento em que o companheiro demonstra arrependimento, promete que a agressão não irá se repetir e busca a reconciliação. Geralmente, torna-se mais carinhoso e muda algumas atitudes, o que pressiona as mulheres a se manterem no relacionamento, em especial, quando o casal tem filhos. É por isso que muitas não conseguem quebrar esse ciclo. Essas fases são chamadas de ciclo da violência doméstica justamente por que, depois de algum momento, a tensão sempre volta e, assim, o ciclo se repete, pode durar anos, muitas vezes sem obedecer à ordem das fases. A consequência mais drástica do ciclo é quando termina com o feminicídio, que é o assassinato da vítima

Figura 6 Fonte: Governo de Santa Catarina

“A violação dos direitos humanos das mulheres atravessa gerações e fronteiras geográficas e ignora diferenças de níveis de desenvolvimento socioeconômico. A violência está mais presente do que se imagina em diversas relações e acontece cotidianamente.” Jacira Vieira de Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.


Um dos pontos mais importantes para compreender a violência doméstica e familiar é reconhecer que não existem perfis de vítimas e agressores e nem padrões absolutos de comportamento. Noémia Carvalho (2010, p. 26) constatou: as diferentes investigações são controversas e apontam para a não existência de um perfil psicológico ou sócio-cultural pré-existente nas mulheres agredidas (Sprenkle, 1992). Também se pode concluir que os estudos não confirmam diferenças significativas entre mulheres vítimas de violência e as que não são (Costa & Duarte, 2000), nem do ponto de vista da personalidade prévia, nem em nenhum outro contexto . A violência doméstica não escolhe idade, classe social, raça/cor ou escolaridade, não importa se a mulher é rica ou pobre, branca ou negra, jovem ou idosa, com deficiência, lésbica, indígena, vivendo no campo ou na cidade, não importa a religião ou escolaridade. Toda mulher pode sofrer violência, uma vez que, no Brasil, e em outros países do mundo, o processo social, histórico e cultural naturalizou definições das identidades do masculino e do feminino que, carregadas de desigualdades, contribuem para que as mulheres estejam mais expostas a violência. “A violação dos direitos humanos das mulheres atravessa gerações e fronteiras geográficas e ignora diferenças de níveis de desenvolvimento socioeconômico. A violência está mais presente do que se imagina em diversas relações e acontece cotidianamente.”

Jacira Vieira de Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.


Segundo o Mapa da Violência, encontrou 531 normas legislativas nos 26 Estados e no Distrito Federal que tratam de violência contra mulheres, violência sexual, violência doméstica ou violência contra pessoas LGBT+. A prevenção da violência, por meio da educação ou da reabilitação de autores de violência, é tema de atenção de apenas 143 delas, ou 27% do total. Medidas que tratam de serviços e atendimento a vítimas de violência ou que dispõem sobre a implementação de programas ou órgãos estatais de combate à violência se sobressaem nos Estados, equivalente a 56% das normas mapeadas. O Rio de Janeiro se destacou como o Estado com maior número de normas sobre o tema (47), seguido pela Paraíba (40) e pelo Rio Grande do Sul (36).

Na ponta do ranking estão Acre (9), Roraima (5) e Tocantins, com apenas 4 leis que tratam de violência de gênero, segundo o levantamento. A norma mais recente no Tocantins sobre o tema é a lei n. 3.442/2019, que entrou em vigor em 11 de abril de 2019 e criou a Semana Estadual Maria da Penha nas Escolas. A lei propõe “estimular reflexões e debates sobre o combate à violência contra a mulher e o respeito aos direitos humanos” e instruir os alunos das escolas da rede estadual sobre a lei federal n. 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica contra mulheres.

Legislação similar à lei n. 3.442/2019 do Tocantins, que trata da prevenção da violência contra mulheres por meio da educação, aparece em outros seis Estados: Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

O Brasil conta com a terceira melhor lei do mundo no combate à violência doméstica, atrás apenas de Espanha e Chile, segundo a Organização das Nações Unidas: a Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006). A Lei Maria da Penha determinou de forma definitiva que a violência doméstica contra a mulher é crime e requer respostas eficazes do Estado e um pacto de não tolerância por toda a sociedade, apontando a verdadeira dimensão desta grave violação dos direitos humanos das mulheres. Quando ainda não existia a Lei Maria da Penha, a abordagem jurídica dos casos de violência doméstica era baseada na Lei nº 9.099/1995, que minimizava o problema,

Segundo especialistas, propondo punições alternativas para os agressores, como a doação de cestas básicas. A Lei nº 11.340 introduziu ainda uma ferramenta importante que possibilita a intervenção do Estado em uma situação de violência de modo quase imediato, na busca de proteger a vida da mulher: as chamadas medidas protetivas de urgência.


“Em primeiro lugar, as mulheres só podem ter acesso à Justiça se tiverem conhecimento dos seus direitos. E isso é fundamental para o segundo ponto essencial nesse enfrentamento: a denúncia, pois sem denúncia não há crime. A mulher tem que denunciar e, ao mesmo tempo, ter a garantia de que este ato vai ter um impacto na situação de agressão sofrida por ela. E aí chegamos a um terceiro ponto muito importante, que é a quebra da impunidade por meio do Estado presente.” Eleonora Meniccuci, ex-ministra chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência


Segundo o Fórum de segurança de 2019: A Lei Nº 13.104 (BRASIL, 2015), também conhecida como a Lei do Feminicídio, foi importante na conscientização sobre como milhares de brasileiras morriam por violência doméstica ou pela simples condição de serem mulheres. O Brasil ocupava, em 2016, o 5° lugar no ranking mundial de Feminicídio de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2016). Segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2019), os feminicídios correspondem a 29,6% dos homicídios dolosos de mulheres em 2018, tendo um aumento de 62,7% desde que a Lei entrou em vigor até o ano em questão. Legislações como a Lei do Feminicídio e a Lei Maria da Penha (BRASIL, 2006), destinada à proteção da mulher contra a violência doméstica e familiar, foram também utilizadas como instrumentos importantes para a conscientização da população sobre a violência contra a mulher e suas proporções na sociedade atual, o que contribuiu para a visibilidade das políticas de assistência voltadas para as vítimas e os programas de prevenção.

1.206 vítimas

Ápice da mortalidade se da aos

30 anos

28,2% entre 20 e 29 anos 29,8% entre 30 e 39 anos Crescimento de

4%

18,5% entre 40 e 49 anos

61% são negras

Um registo a cada

2 minutos 263.067

88,8%

Em dos casos o autor dou o companheiro ou ex companheiro

Casos de lesão corporal dolosa

Fonte: Análise produzida a partir dos micro dados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social, elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Editado pela autora


A lei Maria da Penha fez com que aumentasse as denúncias de violência contra a mulher. Porém mesmo com uma taxa maior de denúncias, uma pesquisa realizada pelo projeto Via Lilás do estado do Rio de Janeiro em 2015, analisou a amostra de 28.375 mulheres revelando que 71% das mulheres sofreram algum tipo de violência e não denunciaram seus agressores (KNOPLOCH, 2016). O fato de haver uma relação de violência contra a mulher e afetividade entre agressor e vítima, pode estar relacionado ao sentimento de posse culturalmente entranhado na sociedade como herança histórica, pois a mulher era subjugada ao seu marido inclusive na jurisdição. Esse sentimento de posse é sustentado pela cultura influenciando a mídia de forma a romantizar tal posse (PEREZ, 2015). A maioria dos agressores de crimes passionais não possuem registros criminais, tendo características de um cidadão trabalhador ou atencioso para com seus filhos. Dessa forma, são vistos pela Instituição legais como um improvável culpado, simplesmente por não haver antecedentes criminais ou por estar inserido em uma posição de prestígio da sociedade (PEREZ, 2015).

Essa visão deturpada e romantizada do crime que é perpetrada pelas próprias instituições encarregadas de defender os direitos das mulheres, acaba sendo um fator que constrange e gera a insegurança da vítima para querer denunciar o crime. Outro motivo para a mulher em uma relação afetiva não denunciar seu parceiro, está relacionado à dependência financeira. Segundo Mizuno, Fraid, Cassab (2010, p, 18) “quanto mais frágil, mais desprotegida e sem recursos é a mulher, mais dependente se apresenta do marido”.

Outro motivo para a mulher em uma relação afetiva não denunciar seu parceiro, está relacionado à dependência financeira. Segundo Mizuno, Fraid, Cassab (2010, p, 18) “quanto mais frágil, mais desprotegida e sem recursos é a mulher, mais dependente se apresenta do marido”.


Sendo que as vítimas muitas vezes não denunciam a agressão do companheiro por faltar recursos financeiros e por estar inserida em uma relação de dependência afetiva. A dificuldade da vítima em se sustentar e sustentar os filhos faz com que ela se mantenha na relação sem manifestar o que é sofrido. Também é importante notar que há a dificuldade da mulher que sofre a agressão conseguir entrar no mercado de trabalho, já que muitas vezes a mulher nunca exerceu uma atividade econômica e , portanto, depende financeiramente do marido para sobreviver.

Figura 7 Fonte: Governo Federal

Lins (2017) aponta que através da análise funcional do comportamento podemos entender a dependência emocional das mulheres nos relacionamentos violentos e sua diferença com o sentimento de amor. A dependência emocional é caracterizada por reforço negativo, pois leva em consideração o medo que a mulher tem de perder o afeto do seu parceiro, enquanto o amor configura-se em reforço positivo, pois acrescenta-se a afetividade, afirmando que quando duas pessoas ficam juntas por hábitos ou dependências emocionais elas tendem a desencadear um ódio inconsciente uma

pela outra, o que provoca cada vez mais o aumento de uma relação disfuncional e até mesmo o aumento das agressões. Damasceno (2018) comenta que é necessário entendermos o que a dependência emocional para compreendermos o porquê as mulheres ainda permanecem na relação, de acordo com a autora a dependência vai além do amor, a pessoa para se sentir bem precisa da presença do outro seja ele parceiro, namorado ou marido, é como se ela se anulasse e só conseguisse viver se existir o outro para lhe dar suporte. Os principais fatores que podem ser identificados na relação de dependência é a tristeza, a incapacidade de viver sozinha, a mulher não tem vida própria, todos os seus afazeres tem que girar em torno do companheiro, não consegue viver sem ele, tem a idealização de que algum dia ele irá mudar.


Arquitetura humanizada como mecanismo de acolhimento A criação de uma equipe de atendimento multidisciplinar se configura na Rede de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres. A Rede nada mais é do que a atuação estruturada dos diversos serviços de apoio e atendimento à mulher em situação de violência. Acredita-se que “o enfrentamento do problema exige políticas públicas e só se efetivará quando houver o encadeamento de ações multidisciplinares” (TELES, 2006, p. 58). Entende-se por rede de atendimento a atuação articulada entre as instituições/serviços governamentais, não governamentais e a comunidade, com vistas à ampliação e melhoria da qualidade do atendimento, à identificação e encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência e ao desenvolvimento de estratégias de prevenção (BRASIL, 2007, apud FONSECA, 2015, p. 34- 35).

A Rede de Atendimento, ou Rede de Enfrentamento, é constituída por serviços especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e serviços não-especializados. Os serviços especializados são aqueles de suporte exclusivo à vítima, tais como Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Juizados, Abrigos, Casas de Acolhimento, Defensorias Especializadas, Central de Atendimento Ligue 180. Os serviços nãoespecializados, por sua vez, compreendem unidades de saúde, hospitais, maternidades, IML, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), outras delegacias (VASCONCELOS, 2016, p. 16).

A estrutura da Rede, “cuja finalidade é superar a desarticulação e segmentação dos atendimentos voltados às mulheres” (VASCONCELOS, 2016, p. 99), estabelece uma relação de assistência integral e multidisciplinar às vítimas de violência doméstica e familiar.

Existe, na Psicologia Ambiental, um conceito denominado reciprocidade: ao mesmo tempo que o indivíduo age sobre o ambiente, modificando-o, o ambiente age sobre o indivíduo. O que gera impacto no ser humano, é a relação que ele estabelece com o aspecto físico do ambiente, a partir de dois fatores: o espaço físico em si e como é percebido, e a dimensão temporal, que se relaciona diretamente com o ciclo de vida da pessoa (MOSER, 1998, p.121). Segundo TOLEDO (2008, p.24), a arquitetura pode ser entendida como um gesto médico por si só por meio da humanização do espaço. A humanização do espaço consiste em torná-lo, através de elementos materiais. apropriado para o bem estar humano (DIAS, 2006, p.341) A arquitetura humanizada é um nicho que se encontra dentro dos estudos voltados à psicologia ambiental. Este campo do conhecimento explora a relação do ser humano com os espaços físicos no qual ele está inserido. “Gifford (2002) conceitua que a psicologia ambiental estuda a transação entre os indivíduos e seus ambientes físicos. Nessas transações, os indivíduos mudam o ambiente e seu comportamento é moldado pelo ambiente” (MATAI; MATAI, 2008, p. 25 apud MARTINS, 2017, p. 50). Os espaços nos quais uma mulher pode ser condicionada até conseguir atendimento eficaz seja em uma delegacia (que em muitos casos não são especializadas), centro de acolhimento entre outros; podem ser desagradáveis, fazendo com que a mesma continue vivenciando situações estressantes. Considera-se também, um processo doloroso, uma vez que a vítima é afastada de sua realidade (família, filhos, amigos) alterando hábitos e rotinas (MARTINS, 2017).


Desta maneira, a arquitetura humanizada se volta principalmente aos espaços hospitalares e/ou àqueles que são direcionados às pessoas em estado de vulnerabilidade, como idosos, crianças e às mulheres vítimas de violência. Este nicho da arquitetura surge com o intuito de amenizar as trocas negativas do usuário com o meio no qual este está inserido (MARTINS, 2017). Entende-se que os estudos da área, direcionam-se às etapas de projeto e planejamento dos espaços, principalmente no que tange às estratégias projetuais para a produção de ambientes onde o usuário é o centro, assim como afirma Ornstein (2005, p. 159): Em concordância a isso, existem inúmeros condicionantes ambientais que podem servir como auxílio nas etapas de projeto, a fim de estruturar espaços mais humanos. Kalache e Dos Santos (2014) mencionam que a cura ou o bemestar de pacientes (em ambientes hospitalares) devem ocorrer a partir de lugares arejados, com iluminação adequada e com ruídos baixos. Já para Dobbert (2010), o bem-estar do ser humano nos espaços construídos pode ser dividido a partir de duas frentes de estudo e planejamento: o conforto ambiental e o climático. Assim, traz como variáveis:

Para Corbella e Yannas (2016), por exemplo, nos climas tropicais úmidos, os recursos projetuais para alcançar um bom nível de conforto são: • controlar os ganhos de calor com a entrada da energia solar no ambiente a partir das aberturas; • promover a iluminação natural, com o uso de aberturas que permitam a entrada da mesma sem a passagem da radiação solar direta; • controlar ruídos a partir de elementos que dificultem sua transmissão; • dissipar a energia térmica do interior do edifício, baseado em estratégias de ventilação (boa disposição das aberturas, ventilação noturna e inércia térmica); • remover a umidade em excesso; • promover o movimento do ar. Outro fator fundamental atrelado à humanização dos espaços é o contato dos indivíduos com a natureza. Vasconcelos (2004) sugere que os elementos naturais (água, vegetação, flores, árvores) encorajam a recuperação de pacientes, auxilia na diminuição do estresse, nervosismo e tristeza, além de provocar sentimentos positivos, prender a atenção e bloquear pensamentos pessimistas.


“Nunca permita que a imaginação limitada dos outros limite você.”

Mae Carol Jemison

é uma médica, engenheira e ex-astronauta estadunidense. Foi a primeira mulher negra a ir para o espaço, quando serviu como especialista de missão a bordo do ônibus espacial Endeavour.


3.1. Estudo de Caso Direto | Associação Maria Rosa , Caçador – Santa Catarina 3.2. Estudo de Caso Indireto | Centro de oportunidades para mulheres, Kayonza –Ruanda 3.3. Estudo de Caso Indireto | Centro comunitário Camburi, Ubatuba- São Paulo


Este capitulo abordará os projetos aos quais foram referencia para a elaboração da Casa da Mulher na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. Sendo de grande importância na construção do programa de necessidades, nas alternativas de tornar o espaço humanizado e no entendimento de como é realizado o funcionamento nos locais de apoios .

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Figura 9 Fonte: Google Earth Edição da autora

Caçador | Santa Catarina

Inserido em um entorno imediato predominantemente por residências de 1 a 2 pavimentos e áreas verdes.

: Emerson Schmidt Figura 8 Fonte: Acervo da autora

2019

A principal missão da AMAR é acolher e abrigar mulheres que sofrem violência de qualquer gênero e enfrentam dificuldades sociais, sendo que cada caso é encaminhado à Delegacia da Proteção à Mulher, ao Fórum, ao Conselho Tutelar, ao Caps, aos hospitais municipais e aos Programas Sociais correspondentes. Por isso, conta com a participação de profissionais, tais como psicólogos e assistentes sociais, que prestam auxílio à associação.


A visita in loco a associação ocorreu na cidade de Caçador, Santa Catarina, a associação Maria Rosa - AMAR presta atendimento multidisciplinar e integral de qualidade às mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência, e as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Além de atender a cidade sede, é um dos principais centros de acolhimento para a região do meio-oeste catarinense. Fundada em 2000 a Associação é administrada pela própria diretoria executiva e recebe auxílio dos órgãos associados. É mantida por intermédio de promoções realizadas pelos membros integrantes, o que permite convênios, doações e a arrecadação de fundos .

Os últimos dados divulgados pela instituição contam com mais de 2000 famílias acolhidas nesses anos. Contam com dezessete funcionários, entre eles assistentes sociais, psicólogas, médicas e entre outros cargos que são fundamentais para o funcionamento do local. AMAR possui quarenta e três voluntários que trabalham arduamente para a continuação da associação. No ano de 2019, juntamente com a Prefeitura Municipal de Caçador e empresas da cidade, a AMAR conseguiu construir uma nova sede que atende às necessidades dos usuários, antes disso a sede era em uma casa alugada que não contava com um sistema amplo de segurança, como há neste novo local. O novo ambiente dispõe de quartos, sala de recreação para crianças, cozinha completa, sala de reuniões, sala de artesanato, lavanderia, banheiros, sala de TV e sala de acolhimento.

As Casas Abrigo oferecem moradia protegida e atendimento integral a mulheres em risco de morte iminente em razão da violência doméstica. Oferecem atendimento psicológico, social, jurídico, encaminhamento para atividades profissionalizantes, programas de geração de renda, além de acompanhamento pedagógico para crianças, que podem acompanhar suas mães mediante autorização da Justiça. É um serviço de caráter sigiloso e temporário. Figura 10 Fonte: Google Earth Edição da autora

O único acesso a edificação se dá pela rua Guanabra. Por se tratar de um abrigo sigiloso por questões de segurança, todo o terreno é cercado por murros e possui vigilância privada.

Segundo a psicóloga responsável pela AMAR Franciele, na associação a vitima pode ser encaminhada da seguinte forma:

O vento predominante é proveniente do quadrante Nordeste, neste caso atinge a área administrativa do bloco.

Os quartos ficam oposto e são beneficiados com o sol da tarde, permitindo assim no inverno, por se tratar de uma região com frio rigoroso, essa área fique mais aquecida. Figura 11: Fonte: Edição da autora


ACESSO

Cir. Abrigadas Cir. Administrativo Cir. Funcionários Área Privada

Circulação Área Serviço ACESSO

Área convívio Administrativo Figura 12 Fonte: Acervo Associação Maria Rosa - AMAR Edição da autora


A casa tem um funcionamento bem simples e divido em seus setores. Na área privativa, encontramos cinco dormitórios, três banheiros de uso coletivo. Normalmente cada família fica em um quarto, mas dependendo do numero de abrigadas os quartos podem ser dividos. As áreas de convivo encontram-se a sala de estar, jantar e espaço kids/área de estudo para as crianças.

Figura 13 | Dormitório Fonte: Acervo da autora

Figura 14 | Sala de reunião | artesanato Fonte: Acervo da autora

Figura 16 | Área de estudos Fonte: Acervo da autora

Figura 17 | Administrativo Fonte: Acervo da autora

Figura 15 | Recepção Fonte: Acervo da autora

Figura 18 | Sala de estar Fonte: Acervo da autora

Os serviços localizam-se aos fundos da casa, é onde fica a cozinha, lavanderia e deposito. No abrigo, esse setor é comandado pelas funcionarias, porem contam com a ajuda e auxilio das abrigadas. Já o setor administrativo fica na parte frontal da casa, para melhor recepção daquelas que chegam. Possui uma separação dessa área para o restante da casa, através de portas de segurança e circulação. Além do serviço administrativo, próximo á área privada, encontra-se um dormitório que é exclusivo para funcionárias e voluntarias para que as abrigadas possam contar 24 horas por dia.

• Apesar de toda a segurança, as vitimas que são abrigadas, acabam ficando limitadas, reféns da segurança; • Quartos não ficam restritos apenas uma família;

• Zonemento e fluxograma da casa bem definido; • Áreas de convivo com pessoas que passaram pela mesma situação, ajuda a superar o trauma causado; • Áreas como a cozinha, ficam de livre acesso as moradoras.


:

Figura 20 Fonte: Google Earth Edição da autora

Kayonza | Ruanda

Inserido em um entorno imediato predominantemente por uma área rural

: Sharon Davis Design 2200 m² 2013

Figura 19 Fonte: Sharon Davis Design | Foto: Elizabeth Felicella

“ O Centro de Oportunidade para a Mulher capacita 300 mulheres por ano a transcender um legado de conflito. Como projetistas, isto nos capacitou para criar uma ética global de colaboração - que está remodelando rapidamente a nossa prática. Na vida e nas histórias dessas mulheres, descobrimos os motivos inspirados localmente para uma arquitetura globalmente ressonante de otimismo.” –Sharon Davis Design


Figura 21 Fonte: Sharon Davis Design | Foto: Elizabeth Felicella

Em um terreno de dois hectares em Ruanda, o país mais populoso da África, o Centro de Oportunidade para Mulheres está capacitando uma pequena comunidade. A uma hora da capital ruandesa de Kigali, Kayonza é como grande parte desta nação devastada por conflitos: um lugar com poucos meios, mas muito promissora. Neste ambiente semi-rural, as mulheres se dedicam a pequenas propriedades de subsistência, buscando água fresca, e provendo lenha como combustível. O projeto realizado por Sharon Davis Design no distrito de Kayonza, Ruanda tem como objetivo de dinamizar a economia agrícola de subsistência de uma pequena comunidade através do empoderamento feminino.

No espaço é possível receber até 300 mulheres para terem aulas e eventos onde aprendem atividades que geram renda, como a criação de animais e técnicas de processamento que podem sustentar as cooperativas de alimentos. Para trazer a ideia de segurança para a comunidade, o escritório trouxe o conceito de aldeia vernacular como principio de organização . Concebidos em colaboração com Women for Women International uma organização humanitária que ajuda mulheres sobreviventes de guerra a reconstruírem suas vidas - esta pequena aldeia transforma a aglomeração urbana e a agricultura de subsistência com uma agenda de arquitetura para criar oportunidades econômicas, reconstruir

infra-estrutura social, e restaurar o patrimônio Africano. O projeto também inclui uma fazenda demonstrativa que ajuda as mulheres a produzir e comercializar os seus próprios bens. Esta Iniciativa Comercial Integrada a Agricultura ensina mulheres a produzir a renda a partir da terra através de técnicas orgânicas voltadas para a produção comercial. Nos currais e salas de aula compactas, de fácil manutenção, as mulheres aprendem a criar porcos, vacas, cabras e coelhos, além de métodos de armazenamento e de processamento de alimentos que podem ser utilizados para comandar suas próprias cooperativas de alimentos de forma rentável.


Suas formas circulares irradiam para fora, a partir de salas de aula mais íntimas no centro do local até um espaço comunitário, mercado da fazenda, e o domínio cívico adiante. Estruturas circulares do centro são desenhadas segundo o Palácio do histórico de King, no sul da Ruanda, cujas moradias de woven-reed faziam parte de uma tradição indígena que a região tinha, mas foi perdida. As paredes de tijolos perfurados arredondados que permitem a refrigeração passiva e proteção solar, mantendo uma sensação de privacidade.

A implantação é composta por 17 pavilhões cujos agrupamentos geram a sensação de comunidade e pertencimento aos ocupantes. Erguidos em tijolo de barro, os edifícios convergem para uma praça convidativa, acessível ao público, onde os estudantes vendem alimentos, tecidos, cestas e outros produtos feitos no local. A água potável é recolhida dos telhados ondulados dos pavilhões, enquanto a vegetação plantada em duas das estruturas proporciona aos seus interiores um isolamento extra.

O projeto visa conceitos como : Escala; Segurança; Comunidade; Crescimento; Privacidade e Clareza.

Figura 24 Fonte: Sharon Davis Design|

• Fica em uma área remota da cidade;

• Estimula a autonomia e liberdade das mulheres;

• Sentimento de comunidade e pertencimento;

Figura 22 Fonte: Sharon Davis Design | Foto: Elizabeth Felicella

• Projeto com sustentáveis; Figura 23 Fonte: Sharon Davis Design

materiais


: Cru ! Architects 175 m² 2018

Figura 26 Fonte: Google Earth Edição da autora

:

Parque Estadual da Serra do Mar Ubatuba | São Paulo Inserido a poucos metros da praia, seu entorno é composto por pequenos comércios e algumas residências majoritariamente de apenas um pavimento e uma grande área de Mata Atlântica.

Figura 25 Fonte: Cru! Architects| Foto: Nelson Kon

A premissa era unir a arquitetura com o contexto histórico, emoldurados em belas edificações de bambu e terra. Para que tudo saísse conforme o desejado, os profissionais contaram com a ajuda e a participação das famílias que residem no local. A obra também teve o apoio do Instituto Florestal e da Prefeitura de Ubatuba.


O Centro Comunitário de Camburi é um edifício por e para a comunidade local de baixa renda de Camburi, construído como um projeto de desenvolvimento social.

A comunidade optou primeiramente pela fundação do edifício administrativo, que era apenas um espaço para reuniões. Os anos seguiram e este setor ganhou uma escola de surf e música, uma sala de informática, uma biblioteca, um pátio para a pré-escola, um compartimento para armazenamento dos instrumentos de construção e pranchas de surf e o escritório da associação, onde são realizados vários eventos.

Para o projeto, três requisitos principais foram apresentados pela associação local de Cambury: • Fornecer um espaço comunitário para manter reuniões, atividades escolares ou outros eventos, além de várias salas separadas para classes e espaços para armazenar material; • Formar uma percepção geográfico do bairro;

de

centro

• Integrar o edifício dentro da paisagem circundante e a escola existente localizada no mesmo terreno.

Depois de um tempo, em 2016, as famílias desejaram construir uma padaria e uma cozinha comunitária – o intuito era empregar as mulheres da aldeia e oferecer o cardápio local da comunidade para moradores e visitantes. Figura 27 Fonte: Cru! Architects| Foto: Nelson Kon

Figura 28 Fonte: Cru! Architects

O Centro Comunitário Cambury foi projetado para ser totalmente ecológico. Sua estrutura se resume em aproximadamente 500 toras de bambu, cerca 1.300 garrafas PET, taipa e adobe – técnica construtiva que molda o tijolo cru em formas de madeira, a partir das quais o bloco de terra é seco ao sol, sem que haja a queima do material.


O centro é orientado na direção do mar para aproveitar o vento principal. Elevando o teto e evitando paredes perpendiculares que podem bloquear o fluxo de ar no interior do edifício, o fluxo de ventilação é ideal. Em condições quentes e úmidas maiores velocidades de vento tem um efeito positivo sobre o bem-estar fisiológico, bem como psicológico. A altura do edifício auxilia o efeito ‘bouyoncy’; o ar fluirá conforme o mais quente sobe através do edifício e escapa no topo. Por isso, o projeto prevê abrir suas laterais. O ar quente ascendente reduz a pressão na base do edifício, puxando o ar mais frio quando há uma falta de fluxo de ar natural ou ar estagnado. Além disso, a força do vento é um fator-chave no projeto. Para poder ter contraventamento adequado, a triangulação da construção necessária deve ser bem estudada e executada com bastante atenção. O uso de quatro colunas, com a cinta transversal em ambas as treliças laterais é suficiente para agir como contraventamento. Figura 29 Fonte: Google Earth Edição da autora

• Espaço reduzido;

• Estimula a autonomia e economia da comunidade • Sentimento de pertencimento; • Projeto com materiais sustentáveis e de origem local.

Figura 30 Fonte: Cru! Architects Figura 31 Fonte: Cru! Architects| Foto: Nelson Kon


“Nada é absoluto. Tudo muda, tudo se move, tudo gira, tudo voa e desaparece.”

Frida Kahlo

deixou um consistente legado cultural para o mundo inteiro, não só nas artes plásticas mas também na literatura, nos filmes e na moda, além de outros tipos de influência. Por abordar essas questões, frequentemente fez com que muitas mulheres, de todas as partes do mundo, identificassem-se com suas dores, desprazeres e decepções, chamando a atenção inclusive de movimentos feministas atuais.


4.1. Referencial Projetual


Neste capitulo será abordados estudos de referências análogas ao tema em estudo. Objetivando a contribuição nas decisões de projeto.

Materialidade

CONCRETO + MADEIRA + FILTRO CERAMICO + BRISE SOLEIL O uso dos materiais como concreto e madeira trazem o aspecto moderno e acolhedor para a edificação.

Filtro cerâmico possibilita resolver o problema do excesso de luz e calor e também facilita o uso da ventilação cruzada no prédio.

Além do uso estético os brises de madeira, são usados para diminuir a entrada de luz solar no interior de um ambiente, evitando o calor e alta claridade e ajudam a compor a fachada de forma dinâmica.

Figura 32 Fonte: Viva Decora

Figura 33 Fonte: Santiago Vives Arquitecte| Edifico Montecarlo

Figura 34 Fonte: José Cubilla | Edifício São Francisco


Volumetria e Estrutura PASSARELAS + HORIZONTALIDADE

Figura 35 Fonte: Archdaily – Tortona complexo multiuso Foto: Matteo Danesin

Passarelas permitem a livre circulação entre blocos, facilitando o acesso ao usuário.

Figura 37 Fonte: Archdaily – 2º Lugar no concurso CODHAB-DF Foto: Matteo Danesin

O complexo é, constituída por um bloco retangular e é marcada pela horizontalidade e pela fluidez entre os espaços Figura 36 Fonte: Archdaily – Tortona complexo multiuso Foto: Matteo Danesin


Implantação

Implantação | Atmosfera A disposição dos blocos facilita a criação dos pátios internos

PÁTIOS INTERNOS

Figura 38 Fonte: Archdaily – Revitalização do bairro histórico de Riga Foto: Schmidt Hammer Lassen Architects

Figura 39 Fonte: Archdaily – Complexo de Uso Misto Gare Maritime Foto: Neutelings Riedijk Architects + Bureau Bouwtechniek

Pátios oferecem uma conexão entre os usuários, trazendo assim o uso e o sentimento de pertencimento aquele espaço

Figura 37 Fonte: Frank Locker

Figura 40 Fonte: Archdaily – Complexo de Uso Misto Gare Maritime Foto: Neutelings Riedijk Architects + Bureau Bouwtechniek


Implantação Entorno Nos cruzamentos de uma avenida principal com uma rua menor existem riscos podem expor os grupos mais vulneráveis da, ou seja, pedestres e ciclistas.

Paisagismo Destaque para os elementos compositivos do paisagismo – caminhos a serem explorados- bancos orgânicos. Chama atenção o também a disposição dos elementos, dando continuidade ao parque que foi concebido para criar novos espaços públicos de qualidade no centro da cidade Figura 44 Fonte: Archdaily – concurso para a nova sala de concertos de Kosovo

Figura 42 Fonte: Archdaily – Parque Linear Elevado Hyperlane Foto:ASPECT Studios

Figura 41 Fonte: Archdaily Foto: Nacto

Figura 43 Fonte: Archdaily – Parque Linear Elevado Hyperlane Foto:ASPECT Studios


Organizacional | Programático A Casa da Mulher Brasileira, uma das ações previstas no Programa “Mulher: Viver sem Violência”, é um espaço de acolhimento e atendimento humanizado e tem por objetivo geral prestar assistência integral e humanizada às mulheres em situação de violência, facilitando o acesso destas aos serviços especializados e garantindo condições para o enfrentamento da violência, o empoderamento e a autonomia econômica das Figura 45 Fonte: Programa mulher, usuárias. viver sem violência A Casa da Mulher Brasileira possui uma estrutura que acompanha as diversas etapas pelas quais as mulheres passam a enfrentar de forma integral a violência. Para tanto, inclui em um mesmo espaço serviços das diferentes áreas envolvidas no atendimento, tais como:

Figura 47 Fonte: Programa mulher, viver sem violência

Para a criação das Casas da Mulher Brasileira, foi elaborado um projeto arquitetônico padronizado, concebido para contemplar as seguintes premissas: • Integração espacial dos serviços dentro da Casa, de modo a facilitar a articulação entre as Figura 46 Fonte: Programa mulher, diferentes ações e ofertar o atendimento e acolhimento integral às mulheres em situação de viver sem violência violência; • Espaço aconchegante e seguro para ofertar acolhimento e atendimento humanizado; • Redução de custos, em conformidade com os princípios da eficiência e da economicidade na Administração Pública; • Unidade visual e arquitetônica da Casa em todas as capitais, de maneira a constituí-la como Figura 47 uma referência para as mulheres em situação Fonte: Programa mulher, de viverviolência. sem violência


Visando facilitar a circulação nos espaços da Casa, os blocos estão identificados por cor: •

lilás- atendimento psicossocial e brinquedoteca;

• vermelho - Promotoria Especializada do Ministério Público, Defensoria Pública e Promoção da Autonomia Econômica; • laranja- Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; • Azul e Verde- Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam); • bege: apoio, onde fica a Central de Transportes, o alojamento de passagem e o bloco amarelo, onde fica toda a área administrativa da Casa. •

Figura 48 Fonte: Programa mulher, viver sem violência

Figura 49 Fonte: Programa mulher, viver sem violência


Dandara dos Palmares Contribuiu com toda a construção da sociedade de Palmares, e para sua organização socioeconômica, política e familiar. Sempre perseguindo o ideal de liberdade, Dandara não tinha limites quando o que estava em jogo era a segurança do quilombo. Ela defendia que a paz em troca de terras no Vale do Cacau, que era a proposta do governo português, seria um passo para a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão. Suicidou-se depois de presa, em seis de fevereiro de 1694, para não voltar à condição de escravizada.


5.1. Justificativa

5.1.1. A cidade

5.2. Terreno Escolhido

5.2.1 Infraestrutura 5.2.2. Altimetria 5.2.3. Paleta de cores 5.2.4. Malha viária 5.2.5. Plano diretor 5.2.6. Cheios e Vazios 5.2.7. Gabarito 5.2.8. Uso do solo 5.2.9. Massa vegetal 5.2.10. Aspectos bioclimáticos 5.2.11. Estratégias Bioclimáticas


Neste capitulo será apresentado os estudos acerca do terreno escolhidos, suas problemáticas, questões legislativas e as soluções adotadas para o melhor uso da edificação.

Florianópolis, cidade brasileira capital do Estado de Santa Catarina, conhecida também como "Ilha da Magia". Situa-se no litoral catarinense, e conta com uma parte insular (ilha de Santa Catarina) e outra parte continental incorporado à cidade em 1927, com a construção da ponte pênsil Hercílio.

De acordo com estimativa do IBGE de 2020, a população estimada é de 508 826 habitaantes. A densidade de população era de 623,6 habitantes por quilômetro quadrado. Possui um clima subtropical úmido, que se caracteriza pela alternância de verões e invernos, e farta distribuição anual de chuvas. Isto em conjunto com suas 42 praias, contribuiu para que ela se tornarse a capital turística do mercosul, pois possui um intenso movimento turístico durante todo o verão, principalmente com argentinos, gaúchos e paulistas.

Com a chegada do novo coronavírus, muitas instituições que atendem às mulheres vítimas de violência doméstica paralisaram os atendimentos por não saberem como proceder. A quantidade de locais de atendimento à mulher em situação de vulnerabilidade no estado. Dos 296 municípios catarinenses, apenas 35 possuem delegacias especializadas à mulher (DPCAMI), de acordo com IBGE de 2018. Somente duas cidades possuem centros de referências específicos às vítimas do sexo feminino, o CREMV, uma em Florianópolis e outra na cidade de Dionísio Cerqueira. Em outras 65 cidades, a assistência fica por conta dos Centros de Referências em Assistência Social (CRAS) que também estão funcionando em meio período. Atualmente, os horários de atendimento nestes locais estão reduzidos e não funcionam aos finais de semana. Já as delegacias estão abertas 24 horas por dia. A pequena quantidade de casas-abrigo que servem de moradia temporária para essas mulheres também é um empecilho. Atualmente, existem apenas dez nos municípios de Balneário Camboriú, Caçador, Itajaí, São José, Blumenau, Chapecó, Florianópolis, Joinville, Lages e São Bento do Sul. De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, a taxa de ocupação nesses locais no mês de abril de 2021, estava em 46,7%.

MUNICIPIOS COM SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA MULHERES: CREMV 0,7% CRAS 22% NENHUM 62,02%

Figura 50 Dados: IBGE| SSPSC| SDSSC

DPCAMI 11,08% ABRIGO 3,04%


Na cidade de Florianópolis, • Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Palhoça e São José os equipamentos Rua Coronel Américo, 725 - Barreiros | São José de auxilio as mulheres são: Os equipamentos indicados, não são de uso exclusivo para mulheres em situação • 6ª Delegacia de Proteção à de violência. Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital - DPCAMI Rua Delminda da Silveira, 811 – A falta de equipamento adequado Agronômica | Florianópolis pode dificultar a vitima de sentir confiança • Centro de Referência de no Estado e assim não realizar a denuncia e Atendimento às Mulheres em continuar no ciclo de violência domestica. Situação de Violência - CREMV Rua Rui Barbosa, 811 (fundos da De acordo com o portal da Promenor e ao lado da 6º Delegacia segurança publica de Santa Catarina, os de Polícia da Capital. Agronômica | números da violência contra a mulher em Florianópolis 2017, ultimo ano completo do levantamento, • Coordenadoria Municipal de na cidade de Florianópolis chegam a mais Política para Mulheres de 52 mil mulheres vitimas de crimes Rua Tenente Silveira, 60 - Centro | como: ameaça; calunia; dano; difamação; Florianópolis estupro; tentativa de estupro; tentativa de • Conselho Estadual dos Direitos homicídio e lesão corporal dolosa. da Mulher de Santa Catarina Avenida Mauro Ramos, 722 - Centro | Florianópolis • Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso DPCAMI Rua Monza, 484 - Bairro Pagani | Palhoça • Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Rua João Batista Réus, s/n - Caminho Novo | Palhoça • Delegacia de Proteção da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso DPCAMI Rua Adhemar da Silva, 1135 - Bairro Kobrasol | São José

Figura 51 Fonte: Portal de Segurança Pública de SC Edição da autora

Figura 52 Fonte: Google Earth Edição da autora


A parte continental passou a fazer parte do distrito Florianópolis em 1833. Representando 3% da área total capital, a região continental de Florianópolis possui quilômetros quadrados, com uma população de cerca 100.000 pessoas.

de da 12,1 de

O terreno escolhido fica no bairro Estreito, por ser umas das principais formas de acesso á Ilha de Florianópolis e também fica próximo a equipamentos que serviriam de suporte para o complexo.

Figura 55 Acervo da autora

Figura 56 Acervo da autora

Figura 53 Fonte: Google Earth Edição da autora

Figura 54 Fonte: Google Earth Edição da autora

Figura 57 Acervo da autora


A região escolhida possui uma grande variedade de equipamentos urbanos que seriam de uso fundamental para a Casa abrigo, como o centro de Saúde, Delegacia de Polícia, CRAS entre outros. A proximidade dos mesmos, facilita para um atendimento rápido e eficiente.

O terreno apresenta-se com configuração plana em quase sua totalidade no eixo longitudinal, com uma variações de níveis de até 1m.

Centro de saúde Balneário CRAS

Fórum Distrital do Continente

Delegacia de Polícia

Beira mar Continental Garagem empresa Biguaçu

Estádio Figueirense

Praça Nossa Senhora de Fátima Terreno Escolhido Figura 58 Fonte: Google Earth

Céu Céu Figura 60 Acervo da autora

Figura 61 Acervo da autora

Céu Vegetação Vegetação

Figura 59 Fonte: Geoprocessamento

Árvores Figura 62 Acervo da autora

A paleta de cores do local em estudo se destaca pelas edificações em seu entorno, bem como as cores da natureza presentes na praça Nossa Senhora de Fátima.

Figura 63 Acervo da autora

Árvores Árvores Edifícios Edifícios Asfalto

Figura 64 Acervo da autora

Figura 65 Acervo da autora

Asfalto


Principais distâncias A área em estudo localizase próxima as vias mais importantes do bairro Estreito, Rua Fúlvio Aducci e Rua Gen. Liberato Bitencourt, essas vias concentram boa parte do trânsito de acesso e saída da Ilha de Florianópolis assim como funcionam como passagem para a cidade de São José e para a BR-101.

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01

03

Figura 66 Fonte: Google Earth Dados: Geoprocessamento Edição da autora

Legenda Vias Arteriais Vias Coletoras Vias Subcoletoras

Em seu entorno imediato existem 4 pontos de ônibus, as linhas que abastecem essa região é bem variada e são atendidos pelo Consorcio Fênix e empresa Biguaçu.

A região possui tráfego intenso de carros, motos e ônibus durante a semana. Os horários de picos estão fortemente relacionado a ida dos trabalhadores para seus trabalhos, o que seria pela parte da manhã até as 9 horas. Após isso, das 12 ás 14 horas o trânsito se intensifica novamente. No fim da tarde, das 18 ás 20 horas novamente se repete. Nos finais de semana, como podemos perceber nas fotos, o fluxo de carros cai consideravelmente.

• Ticen - 6 minutos • CRAS Jardim Atlântico - 4 minutos

• UPA Continente - 6 minutos • Conselho Municipal dos Direitos da Mulher | Palhoça – 14 minutos • Fórum Distrital do Continente – 5 minutos • Conselho Municipal dos Direitos da Mulher | São José – 8 minutos • Centro de Referência de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência 14 minutos

01

02

Figura 67 Acervo da autora

Figura 68 Acervo da autora

03

Figura 69 Acervo da autora

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Figura 70 Acervo da autora


O terreno fica em uma área AMC- Área Mista central, e seu entorno é majoritariamente igual, com algumas exceções de AVL- Área verde de lazer, onde está localizada a Praça Nossa Senhora de Fatima, referência para o bairro. Em algumas regiões se mesclam ARM – Área residencial mista e também ACI- Área comunitária/institucional.

AMC

AMC

AMC AVL

AMC

AMC AMC AMC AMC AMC ARM

AMC ACI ARM

Legenda AMC – Área mista Central AVL – Área verde de lazer ARM – Área residencial mista ACI – Área comunitária/ Institucional

AMC

Figura 71 Fonte: Google Earth Dados: Geoprocessamento Edição da autora

De acordo com o com Art.23 da LEI Nº 16/1993 - Áreas Mistas são aquelas que concentram além de residências, atividades complementares às funções urbanas e que fortalecem a agregação da comunidade e produção, tais como comércio e serviços, lazer, recreação e serviços públicos. Com base nas informações retiradas na tabela de zoneamento como a classificação do uso, zonas e índices de ocupação, foi desenvolvida uma tabela apenas com os dados da área escolhida para melhor compreensão:

Descrição

Limite

Número máximo de pavimentos

6

Índice de aproveitamento

3,36

Taxa de ocupação

50%

Testada mínima

15 Dados: Geoprocessamento Edição da autora


Figura 72 Fonte: Google Earth Edição da autora

Legenda Edificações existentes Vazios urbanos

O terreno em análise se localiza em uma região já consolidada. O vazio logo a frente do lote, se trata da Praça Nossa Senhora de Fátima, que após sua revitalização tem sido de grande uso pelos morados, já as demais áreas vazias mostrados no estudo, se tratam de espaços que hoje funcionam estacionamentos.

Figura 73 Fonte: Google Earth Edição da autora

Legenda 1-2 pavimentos

3-4 pavimentos 5-6 pavimentos +6 pavimentos

De acordo com o levantamento, podemos perceber que as construções existentes, são em sua maioria de até 2 pavimentos, porém chama a atenção alguns prédios que passam de 6 pavimentos, ao sul do sítio de estudo.


Figura 74 Fonte: Google Earth Edição da autora

Legenda Residencial Serviço Comércio Misto

O uso do solo na região é diversificado, o predomínio é de residências principalmente a sudeste do terreno. Também possuí comércios, prédios de uso misto e serviços variados distribuídos em seu entorno.

Figura 75 Fonte: Google Earth Edição da autora

Legenda Vegetação rasteira Vegetação alta

Na região, podemos perceber que não existe muitas áreas de vegetação. Alguns locais possuem apenas uma vegetação rasteira, sem árvores para sombreamento.


Com a inserção da carta solar de Florianópolis no terreno de estudo. Podemos fazer algumas considerações que serão essenciais na elaboração do projeto. Em relação ao sol, podemos destacar que a fachada Leste seria a mais adequada para abrigar os quartos do abrigo, já que é nessa orientação que o sol nasce e portanto as temperaturas são mais amenas pois os raios solares são menos intensos. A orientação norte das janelas é boa para o inverno e verão, por permitir a entrada de radiação solar direta nos períodos mais frios e impedir a radiação direta nos períodos quentes de verão., portanto nessa fachada ficarão os espaços de convívio e os pátios internos, afim do melhor aproveitamento solar. Orientação oeste recebe grande intensidade de radiação solar, sendo sujeita ao pico de radiação. Para minimizar a incidência solar, a utilização de Brises verticais serão fundamentais na edificação. A fachada Sul é a mais deficiente de incidência solas, portanto será locado espaços de baixa permanência como banheiros, circulações e acessos.

Em relação aos ventos, podemos destacar a forte ocorrência de ventos norte e nordeste que são presentes de forma constante recorrentes no ano todo. O vento sul, apesar de ser o mais conhecido pelos moradores, ele não é o mais recorrente. Ele trás fortes ventos e baixas temperaturas, por isso acaba sendo o mais perceptível na região.

Figura 76 Fonte: Sol-ar

Figura 77 Fonte: Google Earth Edição da autora

Os ruídos gerados pelas ruas Rua Fúlvio Aducci e Rua Gen. Liberato Bitencourt, está fortemente ligado ao comercio da região. Por se tratar de ruas de extrema importância para o bairro Estreito, durante a semana estas ruas são fontes de ruídos constantes devido ao seu alto trafego de carros, mudando esse fator nos finais de semana. A praça Nossa Senhora de Fátima, após sua requalificação passou ser um ponto de uso constante dos moradores e por isso também passou ser um gerador de ruídos a ser levado em consideração para o estudo.


De acordo com o Manual de Eficiência Energética desenvolvido pelo Labeee | UFSC, o zoneamento bioclimático de Florianópolis é o subtropical. Neste clima, a temperatura média é de 18 ºC. Há chuvas pouco intensas. No inverno a temperatura pode chegar a 0 ºC e é esperada a formação de geadas e, em algumas regiões, até mesmo nevadas, em especial em regiões elevadas. O verão nas regiões atingidas pelo clima subtropical é quente e bastante úmido, podendo ultrapassar os 30 ºC durante o dia. Já outono e primavera apresentam temperaturas médias entre 12 ºC e 18 ºC.

Características do clima subtropical

• Grandes variações de temperatura entre inverno e verão; • Verões quentes e úmidos; • Inverno seco; • Não possui a estação seca; Essas características podem ser vistas no levantamento do Projeteee/Labeee UFSC, que nos mostra o quanto estamos em condições de conforto térmico, segundo esse estudo:

De acordo com a ABNT NBR projeto 02:135.07/2013 que trata do desempenho térmico de edificações. Florianópolis insere-se na zona bioclimática 3. Portanto deverão ser observadas as seguintes estratégias a fim de garantir o desempenho térmico satisfatório da edificação:

Tabela 7 - Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 3 Aberturas para ventilação

Sombreamento das aberturas

Médias

Permitir sol durante o inverno

desconforto térmico por frio

17% do ano em conforto térmico

Vedações externas

Cobertura: Leve isolada

Tabela 9 - Estratégias de condicionamento térmico passivo para a Zona Bioclimática 3

Estação

Estratégias de condicionamento térmico passivo

Verão

J) Ventilação cruzada

40% do ano em

desconforto térmico por calor

Tabela 8 - Tipos de vedações externas para a Zona Bioclimática 3

Parede: Leve refletora

Condições de conforto

43% do ano em

Figura 78 Fonte: ABNT NBR projeto 02:135.07/2013

Inverno

B) Aquecimento solar da edificação C) Vedações internas pesadas (inércia térmica)


“Coragem clama por coragem em todos os lugares, e sua voz não pode ser negada.”

Millicent Garrett Fawcett Foi a líder por 50 anos do movimento feminino na Inglaterra . Desde o início de sua carreira, ela teve que lutar contra a oposição masculina quase unânime aos direitos políticos das mulheres. Ela também foi fundadora do Newnham College, uma das primeiras faculdades universitárias inglesas para mulheres.


6.1. A proposta 6.2. Usuários 6.3. Conceito 6.4. Partido 6.5. Programa de necessidades e pré-dimensionamento 6.6. Diagrama de fluxos 6.7. Organofluxograma 6.8. Técnicas e materiais construtivos 6.9. Estudo de Volumetria 6.10. Implantação 6.11. Volumetria


No presente capítulo será abordado a etapa final de estudo, com as devidas diretrizes para elaboração da proposta arquitetônica de um centro de atendimento á mulheres em situação de risco e violência doméstica.

Trata-se de um Centro de atendimento á mulheres vitimas da violência domestica, localizado no bairro Estreito em Florianópolis. Conforme mostrado nos estudos anteriores, a região da Grande Florianópolis tem se mostrado de forma violenta para as mulheres, índices de violência e feminicídio não param de aumentar a cada ano. Devido a isso, o projeto visa atender as vitimas através de uma arquitetura humanizada aliando a propostas que unem o tratamento psicológico e físico auxiliando na reinserção social e dando assim apoio e estrutura necessárias para que o ciclo da violência seja quebrado. Dessa formas, as mulheres e suas famílias possam seguir a vida de forma empoderada e com o mínimo de sequelas dos traumas sofridos.

A Casa Abrigo oferta o serviço de acolhimento institucional para mulheres vítimas de violência doméstica, familiar ou nas relações íntimas de afeto com risco de morte, bem como de seus dependentes.


Não faz tanto tempo, vivíamos em um universo dominado praticamente por homens. Qualquer referência à figura feminina era algo impensável. Direito ao voto, ao divórcio e ao trabalho, sem a permissão masculina, também não faziam parte da realidade da mulher. Contudo, mudanças discretas permitiram que algumas alcançassem posições de destaque no mercado de trabalho e na sociedade.

- O uso do concreto para representar a força da mulher;

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje e aos poucos o “sexo frágil” tomou seu lugar que é de direito e tem mostrado a força interna da que carrega em si .

- Brises móveis ao longo das fachadas, trazendo movimento e fazendo relação direta com o movimento dos usuários ao longos dos eixos de conexão do terreno;

A força feminina está em cada mulher que se expõe e se posiciona através de denúncia e transparência para evitar outras situações similares. Por isso o conceito está baseado nessa força, que através dela as vítimas podem se unir e fazer trocas de experiências com um único objetivo: reconstruir suas vidas, minimizar os seus traumas e recuperar sua dignidade .

- Os pátios oferecem uma conexão entre os usuários, representando a união feminina e seus convívio; - Uso de grandes aberturas, permitindo assim uma relação interior e exterior;

- Uso de pilotis para devolver o nível térreo ao espaço público, gerando assim a sensação de pertencimento e segurança; - Uso do vidro permitindo a entrada de luz nos espaços internos compartilhados.


Espaço

O programa foi desenvolvido a partir de um percurso desejado para que a mulher em situação de violência possa, ao buscar por ajuda, conseguir cessar essas condições por meio do seu empoderamento.

Quebra do ciclo

Ciclo de abusos

Psicológico Social

Busca por ajuda

Justiça

Autonomia e Autoestima

Recuperação

Empoderamento Elaboração da Autora, 2021

Como forma de auxiliar o desenvolvimento do projeto e sua espacialização dividiu-se o edifício em quatro setores que abrangem todas as funções e sigam a lógica do percurso de empoderamento.

Recuperação

Gestão

Empoderamento

Quantidade de usuárias

Quantidade de funcionárias

Espaços de Gestão | Programa de Necessidades Reunião Coordenação DEAM Sala Técnica Alojamento Plantonistas Banheiros/vestiários Copa/Cozinha DML Almoxarifado Monitoramento

Espaço

Administração e serviços 16 12 12 10 14 5 4 4 12

Área (m²) minima necessária

. . . . . . . . .

1 . . . . 1 1 . 2

Quantidade de usuárias

Quantidade de funcionárias

Espaços de Alojamento | Programa de Necessidades Estar alojamento Apartamento Tipo 1 Apartamento Tipo 2 Apartamento Tipo 3

Assistência

Área (m²) minima necessária

Apartamento Tipo 4 | individual Alojamento passagem individual Banheiro Copa/cozinha Lavanderia Salão Multiuso

Alojamentos 90 58

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

13

1

.

12 40 30 30

1 . . .

. 1 1 .

58 87 37

Elaboração da Autora, 2021 Elaboração da Autora, 2021


Espaço

Área (m²) minima necessária

Quantidade de usuárias

Quantidade de funcionárias

Espaços de Empoderamento | Programa de Necessidades Serviços de promoção e autonomia Salão de Beleza | Escola

48 (1,5m²/pessoa)

30

2

Sala multiuso

20 (1 m²/pessoa)

18

2

Cozinha| Escola

48 (1,5m²/pessoa)

30

2

Orientaçã de trabalho e renda

12

5

1

Cultura 51 (3m²/pessoa) 20

15

2

15

1

Espaço kids

20 (1 m²/pessoa)

18

2

Creche

20 (1 m²/pessoa)

18

2

Sanitários Briquedoteca

20 30

. 18

. 2

Espaço

Área (m²) minima necessária

Ateliê Informática

Quantidade de usuárias

Quantidade de funcionárias

Espaços de assistência | Programa de Necessidades Recepção, acolhimento e triagem Recepção 30 35 1 Acolhimento e espera 30 35 2 Triagem 15 35 2 Sanitário 20 . . Apoio psicossocial Atentimento em grupo 22 10 1 Terapia ocupacional 22 10 1 Atentimento individual 9 9 1 Assistentes sociais 9 . 3 Psicólogas 12 . 3 Sanitário 20 . . Delegacia Especializada da mulher Recepção 1 10 Elaboração da Autora, 12 2021

Terapia ocupacional 22 10 1 Atentimento individual 9 9 1 Área9(m²) Quantidade Quantidade Assistentes sociais . 3 Espaço minima necessária de usuárias de funcionárias Psicólogas 12 . 3 Sanitário de assistência 20 | Programa de . Necessidades Espaços . Delegacia mulher Recepção,Especializada acolhimento da e triagem Recepção 1 10 12 Recepção 30 35 1 Espera vítima 1 12 12 Acolhimento e espera 30 35 2 Espera agressor 1 12 12 Triagem 15 35 2 Atendimento individual . 9. Sanitário 20 .. Registro ocorrência 2 psicossocial . 12 Apoio Cartório 2 2 12 Atentimento em grupo 22 10 1 Sala advogado 1 1 9 Terapia ocupacional 22 10 1 Investigação 3 . 12 Atentimento individual 9 9 1 2 .. Investigação 12 Assistentes sociais 9 3 Comunicação 2 12 Psicólogas 12 .. 3 Reconhecimento . .. 20 Sanitário 20 . Delegada 1 12 Delegacia 1Especializada da mulher Eq. Proteção/armamento . Recepção 1 10 12 3,5 Espera provisória vítima 1 12 Detenção 2 12 20 Espera agressor 1 12 Depoimento 1 12 Atendimento individual . . Sanitário 20 9. Registro ocorrência 2 . Juizado especializado em violência doméstica e familiar contra mulheres 12 2 2 Sala Cartório de audiência 35 4 12 3 Elaboração da Autora, 2021 Sala advogado 1 1 Gabinete do Juiz 20 9 1 Investigação 3 . Arquivo 4 12 . 2 . Apoio Juiz 12 Investigação 12 3 Comunicação 2 . Sanitário 20 12 . Reconhecimento . . Defensoria Pública 20 Delegada 1 1. Defensora 12 12 1 Procuradora 12 . 1 Eq. Proteção/armamento 1 3,5 Apoio Procurador 12 . 3 Detenção provisória 1 2 20 Apoio Defensoria 12 3 Depoimento 1 1. 12 Sanitário 20 . .. Sanitário 20 . Juizado especializado em violência doméstica e familiar contra mulheres Sala de audiência 35 4 3 Gabinete do Juiz 20 1 1 Arquivo 4 . . Apoio Juiz 12 . 3 Sanitário 20 . . Defensoria Pública Defensora 12 . 1


Após elaborar o programa de necessidades, criou-se o diagrama que representa a interação entre as atividades do Centro de Acolhimento.

Legenda Fluxo Funcionários Fluxo mulheres

Elaboração da Autora, 2021




PILARES | concreto armado De concreto armado, serão locados recuados da fachada, de forma a tornar a fachada livre, solução que implica diretamente na estética do edifício, que deve passar a sensação de fluidez através de suas fachadas. O pilar de concreto armado tem uma elevada resistência, suportando grandes cargas.

LAJES | nervurada

Figura 78

FACHADA LIVRE | transparência Brise é um elemento que protege o interior de um ambiente da incidência da luz solar. Além de proteger um ambiente de fortes raios solares, o brise também garante que quem está do lado de dentro de uma edificação consiga ter uma boa visão do lado de fora.

Afim de atender a necessidade dos grandes vãos gerados pelo uso de pilotis e a redução de carga, serão usadas lajes nervuradas. Por ser uma laje de maior resistência e com menor peso próprio acaba por exercer um menor esforço nos demais elementos estruturais. O uso dessas lajes permite uma maior flexibilidade em plantas, colaborando para maiores customizações das mesmas.

Figura 80

MADEIRA | brises O uso da fachada livre faz relação direta com sensação de força interna que o projeto quer passar. O sentimento de fluência na fachada é um aspecto fundamental na estética do edifício, tornando-o mais harmônico e convidativo.

Figura 79

Figura 81


Para chegar na volumetria, foram feitos estudos para encontrar a melhor solução para os problemas apresentados até aqui.

Bloco assistência| Justiça Bloco Empoderamento e recuperação

Bloco assistência| Psicossocial

Lançamento da volumetria desejada pensando na criação dos pátios internos.

Uso de pilotis para devolver o nível térreo ao espaço público, gerando assim a sensação de pertencimento e segurança e assim permitindo que os fluxos continuem de forma orgânica.

Setorização dos blocos pensando na sua funcionalidade.

Criação de um átrio no Bloco justiça, para trazer a luz natural para dentro do edifício e auxiliar na ventilação. No Bloco empoderamento, o escalonamento dos blocos superiores para gerar espaço de terraço como mais um ambiente de vivência compartilhada.


A setorização e o zoneamento prévio foi elaborado com base no programa de necessidades e no organofluxograma.

Bloco Apoio Psicossocial

Bloco Justiça Bloco Empoderamento




“A única coisa que separa mulheres negras de qualquer pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papeis que não existem. Então esse [prêmio] vai para todos os escritores, para as pessoas incríveis que redefiniram o que significa ser bonita, ser sexy, ser protagonista, o que significa ser negra.”

Viola Davis Primeira mulher negra a vencer o prêmio de Melhor Atriz para Série de Drama (por How To Get Away With Murder), vencedora de Oscar e Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (por Um Limite entre Nós) estrela consagrada do cinema e da TV, Viola Davis luta pelo espaço das mulheres negras.


7.1. Considerações finais 7.2. Cronograma TGF II 7.3. Bibliografia 7.4. Bibliografia | imagens


Apesar de termos conseguido conquistar muitas pautas que são essenciais na vida de qualquer mulher hoje, infelizmente a violência contra a mulher é uma realidade de muitas, não só no Brasil mas como no mundo todo. É dever de todos na sociedade por um fim nisso. Após a análise dos dados levantados, percebeuse que os números, ao invés de diminuírem tendem a aumentar consideravelmente ao longo dos anos e a falta e equipamentos que ajudem as vítimas a passar por esse processo e seguir em frente. Então, baseado nos estudos abordados concluise que é de suma importância a criação de um Centro de Atendimento à mulheres vítimas de violência, onde as mulheres que passem por uma trauma como este, possam encontrar um local de apoio e seguro e que dê todo o suporte necessário. Através de pré-lançamentos, indagações e produções textuais conclui-se esse primeiro ciclo, antecedendo um processo que continuará com o projeto arquitetônico e paisagístico no Trabalho Final de Graduação II.


Etapa Resgate FTFG Plantas Implantação Corte Volumetria Fachadas Detalhamento Renders Textos e esquemas Driagramação Prancha Revisão Geral Pré banca Entrega Final Apresentação

1 x x

Julho 2 3 4 x x x x x x

5

1

Agosto 2 3 4

x x

x

x

x x x

x x

5

Setembro 1 2 3 4 5

x x

x x

x

x

x

1

Outubro 2 3 4

5

1

x

x

x

Novembro 2 3 4

5

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x x


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Figura 1: POLITIZE. Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas | Politize! Disponível em: <https://www.politize.com.br/direitos-da-mulher-avancos-e-retrocessos/>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 2: Violência doméstica e familiar - Dossiê Violência contra as Mulheres. Disponível em: <https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violenciadomestica-e-familiar-contra-as-mulheres/>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 21 : A EQUIPA. Centro de oportunidades para mulheres: Sharon Davis Design. Disponível em: <http://thesanzala.com/2018/06/29/centro-deoportunidades-para-mulheres-sharon-davis-design/>. Acesso em: 27 maio. 2021. Figura 22: EQUIPA. Centro de oportunidades para mulheres: Sharon Davis Design. Disponível em: <http://thesanzala.com/2018/06/29/centro-deoportunidades-para-mulheres-sharon-davis-design/>. Acesso em: 27 maio. 2021. Figura 23: Centro de Oportunidade para Mulheres / Sharon Davis Design. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-158650/centro-deoportunidade-para-mulheres-slash-sharon-davis-design>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 3: MARIA TERESA CRUZ. Mapa-Brasil-Feminicidio-20Estados-AfterSET2020 (1). Disponível em: <https://ponte.org/um-virus-e-duas-guerrasuma-mulher-e-morta-a-cada-nove-horas-durante-a-pandemia-nobrasil/mapa-brasil-feminicidio-20estados-after-set2020-1/>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 24: Centro de Oportunidade para Mulheres / Sharon Davis Design. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-158650/centro-deoportunidade-para-mulheres-slash-sharon-davis-design>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 4: A construção da desigualdade de gênero - Hysteria. Disponível em: <https://hysteria.etc.br/ler/construcao-da-desigualdade-de-genero/>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 25: Centro Comunitário Camburi / CRU! Architects. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 5 : Fonte: FALE SEM MEDO - A violência doméstica e suas várias formas. Disponível em: <http://www.fundosocialelas.org/falesemmedo/noticia/a-violenciadomestica-e-suas-varias-formas/15916/>. Acesso em: 3 maio. 2021.

Figura 27: Centro Comunitário Camburi / CRU! Architects. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 6: Fonte: Governo de Santa Catarina Disponível em: <https://twitter.com/GovSC/status/1134206046891905027>. Acesso em: 11 maio. 2021.

Figura 28: Centro Comunitário Camburi / CRU! Architects. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 7: Use a voz para combater a violência contra as Mulheres e divulgar o canal de denúncia 180, com vídeo da dupla Simone e Simaria. Disponível em: <https://reflexoesparatodos.blogspot.com/2019/11/violenciamulher.html>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 19: A EQUIPA. Centro de oportunidades para mulheres: Sharon Davis Design. Disponível em: <http://thesanzala.com/2018/06/29/centro-deoportunidades-para-mulheres-sharon-davis-design/>. Acesso em: 27 maio. 2021.

Figura 30: Centro Comunitário Camburi / CRU! Architects. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects>. Acesso em: 27 maio. 2021. Figura 31: Centro Comunitário Camburi / CRU! Architects. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects>. Acesso em: 27 maio. 2021.


Figura 32: METADATA.TITLEPAGE. Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/foto/206046/varandas-com-brise-movelde-madeira-e-piso-claro>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 43: Parque Linear Elevado Hyperlane / ASPECT Studios. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/953238/parque-linear-elevado-hyperlaneaspect-studios>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 33 : Santiago Vives arquitecte, José Hevia · Edificio Montecarlo. Disponível em: <https://divisare.com/projects/148510-Santiago-Vivesarquitecte-Edificio-Montecarlo>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 44: ANDREEA CUTIERU. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/960785/kengo-kuma-vence-concursopara-a-nova-sala-de-concertos-dekosovo?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 28 maio. 2021.

Figura 34: José Cubilla, FEDERICO CAIROLI · Edificio San Francisco. Disponível em: <https://divisare.com/projects/395266-jose-cubilla-federico-cairoliedificio-san-francisco>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 45: PROGRAMA MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA DIRETRIZES GERAIS E PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO. Disponível em: <http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/CasadaMulherBra sileira_DiretrizesGeraiseProtocolosdeAtendimento.pdf>.

Figura 35 : Tortona 37 Multi-Purpose Complex / Matteo Thun & Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/423376/tortona-37-multipurpose-complex-matteo-thun-and-partners>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 36: Tortona 37 Multi-Purpose Complex / Matteo Thun & Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/423376/tortona-37-multipurpose-complex-matteo-thun-and-partners>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 37: Esta es la nueva propuesta para diseñar los colegios públicos de Bogotá. Disponível em: <https://www.vice.com/es/article/wd3v59/colegiosdistritales-educacion-bogota-arquitectura>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 38, 39 e 40: NIALL PATRICK WALSH. Schmidt Hammer Lassen é selecionado em concurso para revitalização do bairro histórico de Riga. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/891319/schmidt-hammerlassen-e-selecionado-em-concurso-para-revitalizacao-do-bairro-historicode-riga?ad_medium=gallery>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 41 : CONSTANZA MARTÍNEZ GAETE. 5 propostas de cruzamentos mais seguros para diferentes modais de transporte. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/784622/5-propostas-de-interseccoesmais-seguras-para-diversos-modos-de-mobilidade?ad_medium=gallery>. Acesso em: 26 maio. 2021. Figura 42: Parque Linear Elevado Hyperlane / ASPECT Studios. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/953238/parque-linear-elevado-hyperlaneaspect-studios>. Acesso em: 26 maio. 2021.

Figura 46: PROGRAMA MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA DIRETRIZES GERAIS E PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO. [s.l.] , [s.d.]. Disponível em: <http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/CasadaMulherBra sileira_DiretrizesGeraiseProtocolosdeAtendimento.pdf>. Figura 47: PROGRAMA MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA DIRETRIZES GERAIS E PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO. Disponível em: <http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/CasadaMulherBra sileira_DiretrizesGeraiseProtocolosdeAtendimento.pdf>. Figura 48: PROGRAMA MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA DIRETRIZES GERAIS E PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO. Disponível em: <http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/CasadaMulherBra sileira_DiretrizesGeraiseProtocolosdeAtendimento.pdf>. Figura 49: PROGRAMA MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA DIRETRIZES GERAIS E PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO. Disponível em: <http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/CasadaMulherBra sileira_DiretrizesGeraiseProtocolosdeAtendimento.pdf>. Figura 50: ESPECIAL PARA A PONTE. Cinco mulheres sofrem violência doméstica a cada hora em SC. Disponível em: <https://ponte.org/cincomulheres-sofrem-violencia-domestica-a-cada-hora-em-sc/>. Acesso em: 8 jun. 2021.




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