Presidente da Federasul defende o voto distrital

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Diego da Rosa/GES

ABC Nº 815 - R$ 1,75

DOMINGO

ELAS COMANDAM

RS, 10/7/2011

JORNAL NH - DIÁRIO DE CANOAS - JORNAL VS - JORNAL DE GRAMADO

Fatima Daudt comanda a ACI-NH/CB/EV e Simone Leite assume a presidência da Cics em Canoas.

Veja o trajeto da Romaria do Padre Reus PÁGINA 8

PÁGINAS 6 E 7

INTER

COPA AMÉRICA

ACIDENTES

Dois mortos

TÃO RUIM QUANTO ELES...

Motorista foi socorrido em Sapiranga depois de ficar preso às ferragens (foto) em acidente que matou Ivan Civa, filho de um vereador. Em Rolante, um condutor morreu após perder o controle da moto. Página 13

Colorado cai diante do Vasco Ontem à noite, o Inter de Guiñazu sofreu sua primeira derrota fora de casa. A equipe perdeu de 2 a 0 para o Vasco de Felipe (foto). Página 30 Alexandre Lops/Inter

Agência Efe

Diego da Rosa/GES

PÁGINAS 9, 10 E 11

CAIROLI

A favor do voto distrital

GRÊMIO

Jogo para sair do sufoco

O presidente da Federasul, José Cairoli, explica porque defende o voto distrital. Página 3

Divulgação

Mais uma vez a seleção brasileira decepcionou na Copa América. Assim como os anfitriões argentinos, a equipe de Mano Menezes segue sem vencer. Ontem, no empate por 2 a 2 com o Paraguai, a zaga

entregou dois gols e Neymar não produziu nada. O Brasil achou um gol, com Fred, no final do jogo. A Venezuela lidera a chave B, com brasileiros e paraguaios empatados em segundo. Páginas 28 e 29

Em seu segundo jogo no comando do Grêmio, Julinho Camargo estreia no Olímpico sob pressão. Precisa vencer para se afastar da zona de rebaixamento. Página 30

NO VÔLEI, ESTAMOS NA FINAL. PÁGINA 32 / NA DAVIS, AVANÇAMOS À REPESCAGEM. PÁGINA 31


ESTADO

Presidente da Federasul defende o voto distrital

ELEIÇÕES

Primeiro turno será no dia 7 de outubro

Embora seja um tema que ainda não ocupou o devido espaço nas pautas do Congresso, o voto distrital vem sendo colocado em discussão por diferentes personalidades de peso para a política e a economia do Rio Grande do Sul. É o caso de José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), uma das entidades mais respeitadas no Estado. Em entrevista concedida na última semana ao ABC Domingo, Cairoli se declara a favor do voto distrital. E vai mais longe. Para ele, a questão fundamental não é se o modelo distrital deve ser puro (cada distrito elege um parlamentar pelo voto majoritário, como nos Estados Unidos e na França) ou misto (sistema que elege ao mesmo tempo parlamentares distritais pelo voto majoritário e parlamentares não distritais, como ocorre na Alemanha). O importante, segundo Cairoli, é que o sistema vigente de eleição mude. REPRESENTATIVIDADE O presidente da Federasul faz coro com os demais defensores do voto distrital, apontando as mazelas que assolam a política brasileira, especialmente no período eleitoral: o custo cada vez mais elevado das campanhas, as dificuldades de se fiscalizar irregularidades, entre outras questões. Cairoli também está preocupado com a necessidade de aproximar o eleito do eleitor, coisa que o atual sistema dificulta. Como o candidato a deputado busca votos em todo o Estado, ele acaba pulverizando sua representatividade. Nas últimas semanas, o ABC Domingo está defendendo abertamente a mudança do modelo de eleição para deputados (federais e estaduais) e vereadores. E vem encontrando o apoio de empresários e figuras políticas, como parlamentares e inclusive prefeitos da região. O mais importante é que o tema transcende as barreiras partidárias e ideológicas. A proposta do voto distrital atrai o interesse de integrantes de partidos tanto da direita quanto da esquerda. Logo a seguir, a íntegra da entrevista de José Cairoli.

CAIROLI: modelo distrital possibilita maior fiscalização do mandato e tende a reduzir custos da campanha

Este é um modelo que agrega vantagens Na semana que passou, o presidente da Federasul, José Cairoli, manifestou seu apoio à implantação do voto distrital. Em entrevista respondida por e-mail ao ABC Domingo, o empresário explica, entre outras coisas, porque acredita que o modelo do voto distrital – seja ele puro ou misto – é a maneira mais eficiente para qualificar a eleição de parlamentares no Brasil. Qual a opinião do senhor sobre o voto distrital? Por quê? José Cairoli - Sou a favor, porque aproxima os eleitores dos seus representantes, possibilita a maior fiscalização do mandato, e com isso diminui a corrupção. Além disso, a medida tende a reduzir os custos das campanhas eleitorais. Se o senhor é a favor do voto distrital, prefere qual modelo: o distrital puro ou o distrital misto? Cairoli - Me parece que o sistema distrital misto provoca menos distorções entre a votação das urnas e a composição do Legislativo. Seria preferível. Mas o mais importante é migrarmos para o sistema distrital. Há quem diga que o sistema distrital poderia comprometer a unidade territorial ou colocaria as grandes questões

nacionais em segundo plano, pois os deputados federais teriam um comportamento mais “paroquial”. O que o senhor pensa disso? Cairoli - Isso já existe hoje, com as emendas parlamentares individuais para suas bases regionais. Essas emendas precisam acabar. Se fosse adotado o voto distrital, o senhor tem alguma ideia de qual seria o melhor critério para divisão de distritos? Como ele poderia funcionar? Cairoli - É preciso haver um critério de proporcionalidade segundo o eleitorado. Várias pequenas cidades podem compor um distrito, uma grande cidade pode ter mais de um distrito.... O importante é haver equilíbrio no número de eleitores de cada distrito. Quais vantagens o senhor percebe no sistema distrital? Cairoli - Maior proximidade do eleitor, maior fiscalização dos mandatos, menos corrupção, eleições menos caras. Quais desvantagens, na opinião do senhor, que o sistema distrital traria? Cairoli - Comparado com o que temos hoje, ele fundamentalmente agrega vantagens.

SAIBA MAIS O voto distrital é um sistema no qual cada Estado da federação é dividido em distritos com quantidade determinada de eleitores. O candidato ao Legislativo (deputado federal, deputado estadual) só concorre em um único distrito. O sistema é majoritário: vence quem tiver o maior número de votos. Para se criar os distritos, cada Estado pode ser dividido conforme a sua representação na Câmara Federal, seguindo os critérios de igualdade populacional (ou de eleitores), continuidade territorial e integração geoeconômica dos municípios. O modelo distrital pode ser aplicado para a eleição de vereadores de um município. Neste caso, a cidade é dividida em quantos distritos forem necessários: o número de vereadores na câmara. Entre as vantagens, o voto distrital cria um vínculo mais forte entre o eleitor e o eleito, que passa a representar uma região específica. E, por conta disso, a campanha eleitoral fica mais barata.

O primeiro turno das eleições municipais do ano que vem será realizado no dia 7 de outubro e o segundo, no dia 28 de outubro. As datas foram publicadas e oficializadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Diário da Justiça Eletrônico. As eleições do ano que vem definirão a escolha de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em 5.566 municípios. O calendário foi aprovado em plenário pelos ministros do TSE no último dia 28 de junho. A convenção dos partidos para a escolha dos candidatos deve ocorrer entre 10 e 30 de junho do ano que vem, conforme normalmente prevê o calendário eleitoral. Escolhido, o candidato deve ser registrado até de 5 julho. O calendário do TSE informa, ainda, que as legendas têm até um ano antes do primeiro turno, portanto até o dia 7 de outubro de 2011, para obter registro no TSE. Essa também é a data-limite para filiação de quem pretende concorrer em 2012. Um dia após o registro do candidato, estará liberada a propaganda eleitoral, como comícios e propaganda gratuita na Internet. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV começa no dia 21 de agosto e se encerra em 4 de outubro. Nas cidades onde houver necessidade de segundo turno, a propaganda estará liberada no dia 8 de outubro, mas em rádio e TV apenas a partir do dia 13, e se estende até o dia 26, dois dias antes do pleito. Além disso, o calendário determina que os candidatos devem apresentar a primeira prestação de contas dos recursos recebidos no dia 6 de agosto. A segunda parcial deve ser feita até 6 de setembro.

COLUNA Excepcionalmente neste domingo não será publicada a coluna de João Carlos Terlera

Domingo, 10.7.2011 / ABC DOMINGO

Federasul/Divulgação

EDUARDO ANDREJEW

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