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FEUC realiza “Seis conversas sobre/para a Paz”
“Se queres a paz, prepara a paz”. É com este espírito que a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) leva a cabo um ciclo de “Seis Conversas sobre/para a Paz”. A curadoria da iniciativa está a cargo de José Manuel Pureza, docente da FEUC, e nela intervêm Daniel Oliveira, Rita Rato, Francisco Ferreira, Cândida Pinto, Cristina Roldão e José Tolentino Mendonça.
Além do silêncio das armas, a justiça social, a justiça ecológica, a justiça com a diversidade, a justiça com a memória histórica e a tensão entre a utopia da paz e a sua realização prática serão os temas das seis conversas. Esse entendimento amplo da paz e o compromisso com a sua afirmação concreta tem marcado, há muitos anos, a investigação e o ensino desenvolvidos na FEUC, em especial no domínio científico das Relações Internacionais.
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Num momento em que a guerra na Europa se junta às guerras que há tanto tempo marcam outras geografias, impõe-se contrapor aos discursos de legitimação da guerra e de conformação com ela uma reflexão séria e profunda sobre os diferentes registos da paz. À universidade exige-se muito mais que uma explicação competente das guerras, exige-se a produção de um pensamento robusto sobre a paz, sobre as suas diferentes dimensões e sobre os instrumentos para a sua concretização.
A FEUC assume essa responsabilidade. Daí o “sobre / para” do título: esta é uma iniciativa que pretende não apenas discutir a paz, mas, mais que isso, tornar essa discussão num instrumento de quem se empe- nha nas lutas pela paz e por todas as suas dimensões.
A primeira Conversa sobre/ para a Paz – “A paz faz-se de justiça social” – é dinamizada por Daniel Oliveira (jornalista) e decorre na sala Keynes da FEUC, dia 8, pelas 18h00.
Hoje assinala-se o Dia Mundial do Mágico
Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeão” no Porto)
Anualmente, a 31 de Janeiro, assinala-se o Dia Mundial do Mágico. A efeméride surge em homenagem àquele que é considerado o Santo Padroeiro destes profissionais: São João Bosco. Em entrevista ao “Campeão das Províncias”, o mágico Daniel Guedes sublinha que a magia existe para lá da técnica e que a comunicação é fundamental para chegar ao coração do público. Campeão das Províncias [CP]: Mais do que truques ou técnicas, qual é o maior segredo da magia?
Daniel Guedes [DG]: Talvez a comunicação. A envolvência na história que se quer contar talvez seja o prato principal de um espectáculo de magia. No fundo, tentar criar uma atmosfera mágica, de forma a que o público se envolva nesse espírito de magia que se quer ter.
[CP]: O que é que faz um bom mágico?
[DG]: A paixão, porque esta é uma Arte muito trabalhosa. A paixão torna mais fácil as horas necessárias de ensaios, treino e prática. Qualquer pessoa pode ser mágica. Umas precisam de treinar mais e outras menos, mas sem essa grande paixão ninguém chega lá.
[CP]: Quando soube que era o caminho da magia o que queria trilhar?
[DG]: Deveria ter cerca de 8 anos. Sempre que aparecia algo sobre magia na televisão, eu ficava colado ao ecrã. Reparando nisso, os meus pais ofereceram-me uma caixa de magia da Disney, - que tenho até hoje -, e esse presente tornou-se o meu principal brinquedo. Aos 10 anos, fiz o meu primeiro espectáculo. Em paralelo com a escola, frequentava um instituto de línguas e, numa das festas de fim de ano, eu decidi fazer magia. Essa foi a primeira vez que actuei para pessoas desconhecidas. Por volta dos 15 anos, vi um espectáculo ao vivo e foi aí que se deu o “click”. Mais do que a natural curiosidade de perceber como é que aquilo era feito, eu lembro-me perfeitamente de ter pensado “eu quero fazer isto para poder fazer sentir aos outros o que eu estou a sentir neste momento”. Desde então, procurei formação de uma forma mais séria e este é o meu trabalho a tempo inteiro desde 2008.
[CP]: Nunca lhe passou pela cabeça seguir outro caminho?
[DG]: Chegou a passar. Em paralelo com a magia, continuei a estudar. Sou licenciado em Matemática Aplicada à Tecnologia e trabalhei nessa área. No entanto, como não estava totalmente identificado com a realidade do meu último emprego, decidi fazer uma tentativa mais séria no ilusionismo e optei por dedicar-me a esta Arte a tempo inteiro.
[CP]: Foi precisa magia para alcançar este sonho?
[DG]: Mais do que magia, foi precisa persistência, paixão e vontade de continuar a tentar. No momento do espectáculo, é fundamental dar o melhor que se sabe e o que se pode. O que posso dar tem de ser sempre, no mínimo, “muito bom”. Somos sempre tão bons quanto o último espectáculo que apresentamos.
[CP]: Esta ainda é uma profissão pouco valorizada no nosso país?
[DG]: Poderia dizer que sim, mas não acho que seja apenas na área da magia. Penso que é um pouco transversal às Artes no geral. Ainda me perguntam se só faço magia. Há essa desvalorização da parte de algumas pessoas mas, hoje em dia, é algo que não me incomoda.
[CP]: Nesse sentido, qual é a importância de se assinalar o Dia Mundial do Mágico?
[DG]: É o dia de S. João Bosco, o patrono dos ilusionistas que faleceu a 31 de Janeiro de 1888. Ele próprio era ilusionista amador e, após ser canonizado, foi proposto ao Papa João Paulo II ser o Santo Padroeiro dos Ilusionistas, o que acabou por ser aceite. Penso que este é um dia importantíssimo, porque dá atenção à nossa Arte.
[CP]: A 31 de Janeiro de 2021, realizava um espectáculo de 52 horas de magia non-stop. Este ano, há alguma coisa preparada na cartola?
[DG]: Em 2019, estive 52 horas a fazer magia no Hospital de São José, em Lisboa. Tenho a ideia de, eventualmente, voltar a fazer esse evento num outro hospital. O plano principal para 2023 é estrear um espectáculo novo. A magia divide-se em duas grandes áreas: a magia de palco e a magia de proximidade.
A segunda é uma vertente da qual eu gosto muito, portanto, a ideia será percorrer o país com um espectáculo neste formato intitulado “Sem distanciamento”. Além disso, dia 25 de fevereiro, vou estar no Mar Shopping, em Matosinhos, com o meu espectáculo de palco “Quimera 3600”. A entrada será livre.
[CP]: Há quem acredite que a magia acaba quando se desvendam os truques. A magia existe para lá da técnica?
[DG]: A magia tem de existir para lá da técnica. O ilusionista sofre com isso, porque tem de treinar a técnica ao ponto desta não ser vista. A técnica é secundária num espectáculo. Claro que tem de ser bem feita para o público não perceber o segredo, mas a apresentação e a forma como o ilusionista comunica é ainda mais importante. Eu diria que o mágico é 10% de ilusionista e 90% de actor.
[CP]: O que é que traz magia à sua vida?
[DG]: Em primeiro lugar, o próprio palco é o local onde eu me sinto mais feliz. Depois, vou buscar magia e inspiração à família, aos amigos, a ver um bom filme/série. Também gosto de ir assistir a espectáculos ao vivo seja do que for, porque é onde me vou inspirar.