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Liga assinala Dia Mundial do Cancro alertando para a importância de cuidados mais justos

ALiga Portuguesa Contra o Cancro assinala o Dia Mundial do Cancro (4 de Fevereiro), com uma mensagem clara de que é necessário o doente oncológico ter acesso a cuidados mais justos, independentemente do seu local de origem, da sua idade ou rendimento.

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento da doença oncológica, a LPCC vem alertar para as barreiras socioeconómicas, geográficas e mesmo a idade do doente oncológico. São obstáculos que ainda persistem e que resultam em agravamento da doença.

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“Sabemos que o acesso à cirurgia oncológica se degradou nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia, com cada vez mais intervenções a ultrapassarem os tempos máximos de resposta garantidos. Também as assimetrias geográficas se acentuaram, trazendo maiores dificuldades para os doentes que estão longe dos Centros de Referenciação Hospitalar. É urgente divulgar a mensagem e proporcionar um acesso equitativo a tratamentos e cuidados de saúde. Ninguém pode ficar para trás neste combate”, avança o presidente da direcção da LPCC, Eng.º Francisco Cavaleiro de Ferreira.

“Sabemos que no acesso a rastreios oncológicos para os cancros da mama, do colo do útero e do cólon e reto, «não foram atingidos os objectivos de cobertura geográfica e populacional» previstos para 2020 (de acordo com relatório do Tribunal de Contas)”.

A LPCC defende que é importante e urgente que se verifique uma reorganização do sistema nacional de saúde em defesa do doente e uma maior aposta em programas de prevenção, detecção precoce e tratamento do cancro em Portugal. Sobretudo, é importante uma reorganização dos Cuidados de Saúde Primários focada nos diagnósticos e na referenciação do doente com cancro.

Ao mesmo tempo, a Liga Portuguesa Contra o Cancro defende que acções na área da prevenção primária e secundária, para além da aposta na Investigação, permitirão evitar milhões de mortes por cancro, constituindo as principais linhas de actuação da Liga, sem esquecer o apoio directo aos doentes oncológicos e seus cuidadores.

27 por cento das mortes por cancro atribuem-se ao consumo de álcool e tabaco e 30 a 50 por cento dos cancros podem ser prevenidos A LPCC reforça a importância de adopção de estilos de vida saudável como forma de prevenir a doença oncológica e apela ainda à população para que se una em torno deste objectivo comum: mobilizar-nos para que o doente consiga ter acesso a cuidados mais justos.

A LPCC junta-se à União Internacional de Controlo do Cancro (UICC), da qual a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) é full member desde 1983, e alerta para a importância da equidade no acesso aos rastreios.

Prevalência da doença oncológica

Morrem anualmente cerca de 10 milhões de pessoas no mundo com doença oncológica, o equivalente à população de Portugal. Os especialistas estimam que, se nada for feito, em 2030 as mortes por cancro atinjam 13 milhões de pessoas.

A LPCC estima que o cancro matou 30.168 pessoas em Portugal em 2020, número que tenderá a crescer nos próximos anos face aos atrasos do diagnóstico e tratamento, sendo que o grande impacto nas mortes por cancro deverá sentir-se dentro de um a cinco anos.

De acordo com dados do Globocan, o cancro é a 2.ª causa de morte mais frequente em Portugal, com 60 467 mil novos casos em 2020. O cancro colorretal é o mais frequente em Portugal, com 10.501 novos casos. De seguida surgem o cancro da mama (7.041), próstata (6 759) e pulmão (5 415). Os números mais recentes da incidência são de 2020.

Quinze magistrados, funcionários e inspectores timorenses iniciam na próxima semana na Universidade de Coimbra um curso de especialização em criminalidade económica e financeira, no âmbito de um programa luso-europeu.

O curso, que decorre até final deste mês, dirige-se a magistrados do Ministério Público e a elementos da Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC), da Comissão Anticorrupção (CAC) e da Inspecção Geral do Estado (IGE).

Trata-se de uma iniciativa no âmbito da parceria para a melhoria da Prestação de Serviços através da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas reforçada em Timor-Leste (PFMO), projecto co-financiado pela União Europeia e pelo Camões-Instituto de Cooperação e da Língua, entidade de implementação.

Ao intervir na cerimónia, em Díli, que marcou o início da formação, o embaixador da UE, Marc Fiedrich, sublinhou o apoio europeu ao reforço das instituições do Estado timorense e a sua importância.

“Instituições fortes, com pessoas mais capacitadas e com melhores condições para o desempenho das suas funções são um factor essencial para o progresso e desenvolvimento sustentável dos povos e das nações”, disse.

A acção de formação pretende reforçar a capacitação dos agentes timorenses em matérias de criminalidade económico e financeira das instituições do Estado, com um curso “especialmente desenhado tendo em conta a legislação e as instituições” do país, disse.

Fiedrich destacou a participação da Universidade de Coimbra e o compromisso “com as causas da educação e formação de excelência, mas também com o humanismo, os valores da justiça, do direito e da democracia”.

O director da PCIC, Vicente Fernandes e Brito, saudou o apoio luso-europeu e a importância do reforço de capacidades para melhorar “a eficácia e adequação da sua intervenção nas áreas da sua competência, designadamente na detecção, prevenção, investigação e combate à criminalidade económico-financeira”.

“Esta forma de criminalidade e os novos desafios que colocam à sociedade obrigam a permanente actualização de estruturas policiais e judiciais, como meios técnicos e humanos para recolha, tratamento e análise de informação que é sangue que irriga e alimenta a investigação criminal”, disse.

“A criminalidade económico-financeira hoje em dia representa o paradigma da delinquência onde o Ministério Público e a Polícia se vêm obrigado a conduzir e realizar, concomitantemente, duas investigações, altamente complexas ou seja, a investigação tendente ao apuramento da responsabilidade criminal do agente do crime, e a investigação tendente à detecção e localização do produto do crime e só assim é que disponha à obtenção de resultados satisfatórias no combate à criminalidade económico-financeira”, afirmou.

O procurador-geral timorense, Alfonso Lopez, destacou a importância do continuado reforço das capacidades dos recursos humanos timorenses nesta área, considerando que a realização da formação em Portugal “facilita um melhor domínio da língua portuguesa por parte dos formandos”.

“Nem todos os operadores judiciários dominam convenientemente a língua portuguesa, o que naturalmente não facilita a apreensão do sentido das normas e respectiva aplicação”, disse.

O director-geral de investigação do CAC, José de Araújo Verdial, salientou que este tipo de formação “constitui um contributo valioso para a concretização do interesse público de uma gestão transparente, justa, da boa governação, visando o desenvolvimento sustentável” do país.

O curso vai ser leccionado por docentes da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrados, sendo repartido por 20 módulos, num total de 60 horas de formação, com a duração de três semanas, tendo como objectivos potenciar o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes nas áreas de “criminalidade económico-financeira, investigação criminal, corrupção e cibercriminalidade, cooperação judiciária internacional, entre outros”.

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