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Cantanhede apoia candidatura do calcário de Ançã a Património Mundial

munidade e conta com a parceria estratégica do Município de Cantanhede e do Museu da Pedra”, referiu o autarca.

Pedro Cardoso entende ainda que outros factores podem convergir para a atribuição do “selo” da Unesco, nomeadamente a presença de muito património arquitectónico e escultórico já reconhecido como património da humanidade, e a perspectiva de concretização do projecto Geoparque Atlântico e respectiva integração na Rede Mundial de Geoparques.

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OMunicípio de Cantanhede congratula-se com a candidatura do calcário de Ançã à designação de Pedra Património Mundial, cujo processo está a ser conduzido pelo Centro de Geociências da Universidade de Coimbra. Ao intervir na reunião camarária desta quarta-feira, o vice-presidente Pedro Cardoso, que tutela a área da Cultura, deu conta que a candidatura académica desenvolvida pelo Centro de Geociências visa o reconhecimento internacional desta pedra “ornamental” enquanto recurso geológico com utilização generalizada na cultura humana, tem a coordenação da prestigiada académica Helena Henriques, professora e investigadora, que tem colaborado em importantes pro- jectos com interesse para o concelho e que “conta com a parceria incontornável do Município de Cantanhede, total disponibilidade do Museu da Pedra, assim como da Junta de Freguesia, cujo trabalho de envolvimento da comunidade já começou”.

“Congratulamo-nos com esta candidatura e, numa primeira fase, com o reconhecimento científico pela prestigiada Universidade de Coimbra, através do Centro de Geociências. Não temos a mínima dúvida do êxito desta candidatura, pois além de reunir os requisitos necessários, apresenta uma inquestionável qualidade científica, cuja chancela do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra é da maior relevância, envolve toda a co-

Recorde-se que o extraordinário património paleontológico que as pedreiras de Ançã encerram, o valor histórico, artístico e sociológico decorrente da exploração e utilização desse calcário ao longo de vários séculos, a importância desta pedra no período áureo da escultura e arquitectura, como é exemplo da renascença coimbrã que tinha a famosa “pedra de Ançã” como matéria prima por excelência, já tinha merecido por parte do Município de Cantanhede a criação, em 2001, do Museu da Pedra, que, entre muitos outros prémios, foi galardoado em 2006 com o Prémio Geoconservação, que distingue as autarquias que se destacam na implementação de estratégias de conservação e valorização do património geológico do seu território.

Aapresentação pública do projecto “Quiaios, um lugar de histórias”, promovido pela Junta de Freguesia de Quiaios, decorreu na sexta-feira (17). A iniciativa tem como propósito criar condições e ferramentas, facilmente entendíveis, que possibilitem contar as histórias do território e das suas pessoas, dos seus patrimónios e identidades, que se traduzam em experiências sensoriais diferenciadoras.

O projecto, financiado pelo PDR2020, prevê ainda a recuperação e refuncionalização do palheiro típico construído em madeira de pinho, em 2006, na Praia de Quiaios, convertendo-o num centro interpretativo que sirva de “porta de entrada” para exploração do território e do seu património. O edifício que, numa das alas reconstitui uma casa típica de pescadores, irá acolher uma nova exposição permanente com conteúdos multimédia. A eficiência energética e a instalação de dispositivos de segurança também estão contempladas na candidatura aprovada. Numa perspectiva evolutiva, o presidente da Junta de Freguesia de Quiaios, Ricardo Santos, focou o potencial daquele espaço no acolhimento aos visitantes do futuro Geoparque do Atlântico.

A produção de conteúdos, cientificamente validados e adaptados aos suportes de comunicação online e offline, é uma das apostas. A compilação do conhecimento já existente nas áreas do património natural, edificado e gastronómico e a recolha da dimensão imaterial do saber, “preservando as vozes que materializam a tradição oral”, estará a cargo da antropóloga Frederica Jordão. A investigadora, presente na sessão de apresentação, sublinhou a “importância do envolvimento da comunidade” para o sucesso deste e “de qualquer projecto de dinamização cultural. São as pessoas do território que melhor o conhecem. O objectivo é activar esse conhecimento para a criação de novas experiências exploratórias do património local”.

Ricardo Santos anunciou ainda que o projecto contempla a criação de uma nova marca identitária para a Freguesia de Quiaios, o desenvolvimento de uma plataforma web, que disporá de “recursos interactivos para uma melhor experiência de visitação e de exploração”, e a identificação do património edificado. “Será colocada sinalética com possibilidade de acesso a informação mais detalhada, através da leitura de um QR Code”, informou o autarca.

Converter as histórias das pessoas e do património em programas de experiências históricas, culturais e gastronómicas, que envolvam a comunidade e atraiam visitantes, é o objectivo último da Junta de Freguesia de Quiaios.

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