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Câmara de Coimbra sem acesso a relatórios de exploração do Estádio pela Académica
Miguel Ribeiro, salientou que ainda não terminou o seu primeiro ano de mandato (foi eleito em junho de 2022), realçando que o relatório da sua gestão será emitido em Junho.
Sobre os relatórios em falta de anteriores Direcções, Miguel Ribeiro referiu que terá de ser feito um levantamento dos documentos em falta.
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“Não tinha conhecimento dos relatórios em falta, mas faremos o levantamento dessa informação”, disse à agência Lusa o dirigente da Académica.
AAcadémica, que explora o Estádio Cidade de Coimbra, está em falta com os relatórios de exploração dos últimos três anos, admitiu à agência Lusa a Câmara Municipal, que diz que já pediu os documentos em falta.
O acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra, assinado em Julho de 2004 entre a Câmara Municipal e a Associação Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol (AAC/ OAF), determinava que aquele clube de futebol, atualmente a militar no terceiro escalão nacional, deveria fornecer anualmente “elementos necessários à fiscalização do cumprimento do contrato, incluindo o relatório e conta de exploração”.
A agência Lusa pediu acesso aos relatórios de exploração dos últimos três anos daquele Estádio, ao que a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) afirmou que “continua a aguardar que a AAC/OAF entregue os respetivos relatórios”.
Questionada sobre quantos relatórios estarão em falta, fonte oficial da Câmara de Coimbra apenas acrescentou que já foram pedidos “os relatórios em falta” à Académica, sem esclarecer se o incumprimento é apenas dos últimos três anos ou se de há mais tempo.
De acordo com o acordo de utilização entre as duas partes, a obstrução “à fiscalização da boa execução do contrato” é vista como uma violação grave, que poderá levar a resolução do direito de utilização do Estádio e até à possibilidade de uma indemnização.
Contactado pela Lusa, o presidente da AAC/OAF,
Em resposta escrita à Lusa, a Câmara de Coimbra, liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós,Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt), voltou a reafirmar a vontade de trabalhar numa revisão do acordo de exploração do estádio, “que terá de estar pronto até Junho de 2023”.
O contrato, com quase 20 anos, “terá de ser necessariamente actualizado, adequando-se ao contexto actual”, acrescentou, escusando-se a referir que tipo de alterações poderão surgir nessa revisão.
Miguel Ribeiro salienta que o clube está “em plena sintonia com a Câmara”, visto que o contrato nunca foi revisto, sendo necessário “rever uma ou outra situação”.
“Estamos em conversações para avançarmos para essas negociações, mas ainda não as iniciámos. A Académica precisa de uma revisão para melhorar o contrato”, frisou o presidente da AAC/OAF.
O contrato, assinado pelo então presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação (PSD), foi renovado em 2014 e em 2019 (já com o Executivo liderado por Manuel Machado, do PS).
O contrato prevê que a Académica fique com a receita de bilheteira de todos os eventos que tenham lugar no Estádio Cidade de Coimbra, exploração publicitária ou dos arrendamentos dos espaços presentes naquela infra-estrutura, ficando responsável pela manutenção e reparação do equipamento e por todos os gastos relativos à sua utilização.
O Estádio Cidade de Coimbra, construído aquando da realização do Euro 2004, custou cerca de 50 milhões de euros ao Município.