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no Observatório de La Silla do ESO
natureza das fontes de ondas gravitacionais e determinar a sua localização exata. A utilização da luz visível também permite obter observações detalhadas dos processos que ocorrem nestas fusões, tais como a formação de elementos pesados, como ouro e platina.
No entanto, e até à data, só foi detectada apenas uma contraparte visível de uma fonte de ondas gravitacionais. Para além disso, mesmo os detectores de ondas gravitacionais mais avançados, como o LIGO ou o Virgo, não conseguem identificar com precisão as suas fontes; na melhor das hipóteses, conseguem limitar a localização de uma fonte a uma área correspondente a aproximadamente 400 luas cheias no céu. O BlackGEM irá observar rapidamente regiões desta ordem de grandeza com uma resolução suficientemente alta para se conseguir localizar consistentemente fontes de ondas gravitacionais através da radiação visível que emitem.
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Os três telescópios que constituem o BlackGEM foram construídos por um consórcio de universidades: Universidade de Radboud e Escola de Investigação Astronómica dos Países Baixos, nos Países Baixos, e KU Leuven, na Bélgica. Os telescópios têm 65 centímetros de diâmetro e podem observar diferentes áreas do céu em simultâneo; a colaboração tem como objetivo expandir o conjunto para 15 telescópios, melhorando assim a sua cobertura de varrimento. O BlackGEM está colocado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, o que faz dele a primeira rede do género existente no hemisfério sul.
“Apesar do modesto espelho primário de 65 centímetros, conseguimos observar tão profundamente como alguns telescópios com espelhos muito maiores, isto porque tiramos o máximo partido das excelentes condições de observação em La Silla”, diz Groot. Quando o BlackGEM identifica com precisão uma fonte de ondas gravitacionais, telescópios maiores, como por exemplo o Very Large Telescope do ESO ou o futuro Extremely Large Telescope do ESO, poderão efectuar observações detalhadas de seguimento, o que ajudará a compreender melhor estes eventos tão extremos do Universo.
Para além de procurar as contrapartes ópticas das ondas gravitacionais, o BlackGEM fará também rastreios do céu meridional. As suas operações são totalmente automatizadas, o que significa que a rede pode rapidamente encontrar e observar eventos astronómicos “transitórios”, os quais aparecem subitamente e desaparecem muito depressa. Isto dará aos astrónomos uma visão mais aprofundada de fenómenos astronómicos de curta duração, tais como supernovas, as enormes explosões que marcam o fim da vida de estrelas massivas.
“Graças ao BlackGEM, La Silla tem agora o potencial de se tornar um importante contribuidor para a investigação de objetos transientes”, diz Ivo Saviane, director do Observatório de La Silla do ESO. “Esperamos que este projeto contribua com muitos resultados notáveis, o que ajudará certamente a expandir o alcance do local, tanto para a comunidade científica como para o público em geral.”