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SÍNDROME DA CABANA

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DE LÁ PRA CÁ

DE LÁ PRA CÁ

Entenda o distúrbio psicológico desencadeado pelo isolamento social que gera pavor ao sair de casa

Mais de 400 dias, 10 mil horas e 600 a tentativa de volta às aulas, ao trabalho e ao mil minutos. Essa é a média de tempo convívio social”, explica a neuropsicóloga, psique os brasileiros já conviveram com cóloga clínica e mestre em psicanálise, Leninha o isolamento social por conta da pandemia da Wagner.

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Covid-19. O medo e angustia são sentimentos De acordo com a especialista, a síndrome surge recorrentes durantes os dias confinados em da necessidade de se adaptar de forma rápida casa para prevenir a infecção pelo coronaví- a novas realidades. “Como a pandemia foi um rus. Neste cenário, a Síndrome da Cabana é ineditismo na vida de todos nós, quem já tinha um dos problemas protagonistas que amea- uma certa predisposição para abrir esse quaçam o bem-estar da população, em que as- dro se encontrou em um ambiente desafiador sumir compromissos fora de casa se torna um por suportar tanta pressão psicológica. Diante verdadeiro fardo. “Não é uma doença, mas do cenário pandêmico e da necessidade de se Fotos: Divulgação um estado natural humano, uma ansiedade provocada após longos períodos de confinamento ou isolamento social. Voltar a conviver e socializar sem o controle da situação vira um desafio. Muitos estão experienciando isso com afastar para impedir o avanço da contaminação, todos nós sofremos algum dano colateral. A Síndrome da Cabana encontrou o momento propício para deflagrar seus sintomas em quem estava já vulnerável emocionalmente”, explica.

O termo

Relacionada diretamente ao isolamento social por longo período, a Síndrome da Cabana foi descrita por volta de 1900, quando algumas pessoas faziam viagens a lugares remotos para caçar e acabavam permanecendo sozinhas por muito tempo. Ao retornar para o convívio social, sentiam dificuldade em retomar a rotina e desenvolviam uma fobia ao ter que se relacionar com o outro.

Sintomas

A psicóloga conta que os sintomas da Síndrome da Cabana são parecidos com os da Síndrome do Pânico. A diferença fundamental é que no pânico, o indivíduo só se sente seguro quando isolado. E na Síndrome da Cabana é justamente o isolamento por muito tempo que causa o desconforto e sentimento de angústia ao precisar retomar atividades de convívio. “Essa sensação se desdobra em outros sintomas. Quando a pessoa fica por muito tempo sozinha e apresenta esses sintomas, está na hora de procurar ajuda profissional”, completa Leninha.

CONHEÇA OS SINTOMAS DA SÍNDROME DA CABANA

- Sentimento de angústia; - Perda ou ganho de apetite; - Inquietação; - Falta de motivação; - Irritabilidade; - Dificuldade de concentração; - Dificuldade para dormir ou excesso de sono; - Desconfiança das pessoas; - Tristeza persistente; - Taquicardia; - Sudorese; - Tontura; - Falta de ar.

Recomece!

Segundo a especialista, o momento é transitório e passa. “A vida segue, se reinventando sempre. Somos humanos com habilidade mental e inteligência. Use a criatividade a serviço da sua inteligência e recomece. Um dia de cada vez”, finaliza Leninha Wagner. Por isso:

- Busque por ajuda profissional; - Reconheça que não temos controle sobre tudo; - Tire uma lição do que vivemos até aqui. Se por um lado nos distanciamos fisicamente, fortalecemos vínculos que se tor- Leninha naram amparo e refúgio; Wagner - Estabeleça rotina: o cérebro gosta de repetição para performar melhor; - Identifique suas prioridades e cumpra roteiro de pequenas metas diárias; - Saiba que dias bons passam e ruins também passarão; - As emoções positivas são sempre muitos discretas. Mas as negativas causam barulho interno e clamam por soluções imediatas. Busque pela paz interior, não tome atitudes por impulso. Entre em contato com suas emoções negativas, elas têm uma dimensão curativa.

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