UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
BIOARQUITETURA
CAMILA RAMOS PROFESSOR ORIENTADOR: LUIS FELIPE XAVIER SÃO CAETANO DO SUL DEZEMBRO, 2022
CAMILA RAMOS PROFESSOR ORIENTADOR: LUIS FELIPE XAVIER SÃO CAETANO DO SUL DEZEMBRO, 2022
Dedico este trabalho primeiramente a Deus que sempre esteve ao meu lado me guiando para traçar bons caminhos que me levaram até o dia de hoje
Aos meus familiares, minha mãe Eliana que me proporcionou a vida e sempre esteve comigo durante toda essa jornada do curso e ao meu pai, Carlos, que durante esses cinco anos de arquitetura sempre esteve por mim e contribuiu para o meu desenvolvimento.
As minhas amigas que hoje já são irmãs do coração, Elen Predolin e Natalia Stellari, que caminharam ao meu lado durante todo esse percurso crucial da minha vida. Por todos os momentos bons, de surtos, orgulho, desespero, euforia e ruins que compartilhamos juntas.
E a todos aqueles que lutam diariamente para a preservação do meio ambiente, seja por meio de pequena atitudes ou dentro de grandes instituições
Ao meu orientador, professor e mestre Luis Felipe Xavier por ter abraçado a ideia do projeto e ter me conduzido neste trabalho, com serenidade e experiência sempre me encorajando nesse percurso
Ao professor coordenador do TFG, Tiago Franco pela orientação e apoio que foram essenciais para o desenvolvimento de todo esse trabalho com todo o suporte, material de referências e estudos de caso, a partir disso o desenvolvimento do projeto fluiu muito melhor
Ao gestor do curso, Enio Moro que desde o início contribuiu de forma crucial para a minha formação.
Ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul pela infraestrutura, corpo docente e colegas que foram fundamentais para minha formação profissional e pessoal.
O objetivo deste estudo é desenvolver um projeto arquitetônico para a construção de um centro cultural sensorial em São Bernardo do Campo que aborde questões atuais com espaços expositivos e a falta de consciência ambiental do público em geral. Para tal, será realizada uma contextualização, seguida de uma análise crítica dos seguintes temas: meio ambiente e consciência ambiental, o estudo da fenomenologia nos espaços internos da arquitetura e design biolífico e tecnologia. De tal forma que no final da pesquisa, com a realização da proposta, seja possível relacionar os tópicos estudados com a situação atual da cidade proposta para o desenvolvimento do projeto, compreendendo melhor como tornar os espaços internos do centro cultural mais dinâmicos, interativos e atrativos para a população em geral.
The goal of this study is to create an architectural design for the construction of a sensory cultural center in So Bernardo do Campo that addresses issues such as exhibition spaces and public environmental awareness in general. To that end, a contextualization will be carried out, followed by a critical analysis of the following topics: the environment and environmental consciousness, the study of phenomena in the internal spaces of architecture and biological design, and technology. As a result, at the end of the research, with the completion of the proposal, it will be possible to relate the topics studied to the current situation of the proposed city for the development of the project, better understanding how to make the internal spaces of the cultural center more dynamic, interactive, and appealing to the general public.
"Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira, que a arquitetura pode mudar a vida das pessoas e que vale a pena tentar ."
zaha hadidConsiderando que passamos 90% de nossas vidas em ambientes fechados, as decisões arquitetônicas são fundamentais para nossa saúde, e a bioarquitetura é uma forma inovadora de aproveitar a harmonia da natureza para criar ambientes onde possamos viver, trabalhar e aprender com maior segurança, melhorando a produtividade e o bem-estar.
O lançamento de um novo projeto com implicações ambientais é sempre um evento significativo. A importância dos centros culturais para as cidades e seus moradores é evidente. O papel que desempenham nas cidades contemporâneas é crucial, não só para promover eventos de arte e cultura, mas também para trazer interesse e vitalidade aos espaços urbanos.
“A contaminação ambiental é uma doença incurável, apenas pode ser previnida ."
CommonerEstudos científicos comprovam que a proximidade com ambientes naturais, plantas e animais faz bem às pessoas, melhora a produtividade, a qualidade do sono e a autoestima e reduz o tempo de cura de pacientes internados.
Por conta desses fatores, identifiquei na bioarquitetura uma oportunidade de criar um projeto para discutir a questão ambiental dentro de um contexto educacional que um centro cultural pode oferecer. Afinal, a arquitetura de um centro cultural ultrapassa as barreiras físicas e técnicas que um edifício comum possui e vai muito além de ser somente um lugar de passeio. A ampliação do projeto com o atrativo de esporte e lazer também será crucial para o crescimento e desenvolvimento da área a área.
Aliado a isso, sempre tive um grande interesse pela natureza e preocupação com as questões do meio ambiente. Nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma série de desastres ambientais que impactam em diversos ecossistemas nativos, dentre eles cabe citar o rompimento da barragem de Mariana, os incêndios ocorridos na Amazônia, e o derramamento de óleo que atingiu a costa brasileira. Esses e outros eventos servem para nos mostrar a negligência do ser humano no tratamento com o meio ambiente, e, da ausência de punições mais severas para as pessoas e empresas responsáveis por esses crimes ambientais no Brasil.
A São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos) realizou um levantamento por meio do seu Observatório de Turismo e Eventos (núcleo de estudos e pesquisas) sobre a quantidade de espaços culturais disponíveis na cidade. O resultado revelou que as zonas norte, leste e sul são as que atualmente abrigam menos espaços culturais (54) e podem receber novos equipamentos. Já as áreas oeste e centro são as que mais concentram esse tipo de espaço (61).
Mapa 2 – Fonte: Plano Municipal de Cultura de São Paulo.
É possível observar claramente a carência de espaços culturais na Zona Sul, e mesmo os que estão sendo planejados, não conseguem cobrir nosso território. Precisamos de mais espaços, e para isso acontecer, precisamos de mais pressão popular. O centro cultural sensorial pode fazer com que o visitante vivencie uma experiência única, fazendo com que o público reflita profundamente sobre um determinado assunto e gerando aprendizados para toda vida.
A partir disso, é de extrema importância obter um núcleo cultural e educativo que seja atrativo para a população e que aproxime o cidadão das
suas áreas verdes e o incentive a zelar pelo seu próprio patrimônio ambiental e natural, reforçando a preservação do meio ambiente.
Não é a tecnologia em si que atrai a população para esses novos espaços e sim as novas possibilidades que essa tecnologia oferece, diferentes formas de trabalhar com as sensações e interagir com o visitante.
O principal objetivo da realização desse projeto é desenvolver um centro cultural sensorial que explore os métodos e tipos mundiais e brasileiros da bioarquitetura, abordando também de forma cronológica a evolução da Mata Atlântica e Represa Billings, realizando ainda uma projeção para o futuro da Terra. No conjunto do projeto como um todo também desenvolver a revitalização da área com espaços de lazer, esporte e de preservação ambiental que destaque a riqueza natural e se torne atrativo ao público.
A ideia é que conheça também materiais e formas mais sustentáveis que não agrida a natureza e consiga enxergar de forma mais dinâmica e próxima a natureza e as consequências geradas pelas atividades humanas nos mais diversos ecossistemas.
Com o projeto os objetivos é de interligar com seu entorno natural, origens e com a pré-existência do local; estudar o potencial de materiais construtivos naturais buscando soluções inteligentes que minimizam o impacto no meio ambiente utilizando as tecnologias atuais através de recursos e meio de transmitir aprendizados educacional, cultural e de lazer.
A biofilia foi usada pela primeira vez pelo psicólogo Erich Fromm em 1964 e depois popularizada nos anos 80 pelo biólogo Edward O. Wilson ao lançar o livro com o nome de Biofilia. A obra em questão explicava a relação e a afinidade inata dos seres humanos com o mundo natural e a sua grandiosa conexão, detectando como a urbanização começou a promover uma forte desconexão com a natureza. (TAKEDA, 2019).
Essa tendência em direção ao design biofílico desapareceu essencialmente com o advento da revolução industrial porque os edifícios e outras estruturas foram planejadas para afirmar o domínio do homem sobre a natureza.
As pessoas começaram a experimentar as consequências desastrosas disso com o passar dos anos. Como resultado, a importância de residir em espaços que priorizem o design biofílico e que facilitem essa conexão com a natureza chamou a atenção de arquitetos individuais, designers de interiores e membros da sociedade em geral.
A aplicação do design bioflico ao projeto pode ser feita de diversas formas. Stephen Kellert, considerado um dos pioneiros do design biofílico, definiu seis componentes e mais de 28 atributos com o objetivo de descrever as várias formas de incorporar experiências biofílicas em um espaço. Os seis componentes do design biológico e algumas de suas características são:
1. Elementos ambientais: água, ar, ventilação natural, plantas, animais, fogo, geologia e paisagem, etc.
2. Formas naturais: arcos, abóbadas e cúpulas, padrões botânicos, conchas e espirais, geomorfologia, etc.
3. Processos + Padrões Naturais: tonalidades padronizadas, espaços delimitados, espaços de transição, fractais, etc.
4. Luz + Espaço: luz natural, luz e sombra, luz filtrada e difusa, luz quente, luz como forma, espelhos d´água, etc.
5. Relação com o local: conexão histórica com o local, conexão ecológica com o local, conexão cultural com o local, ecologia da paisagem, etc.
6. Relação humana com a natureza: segurança e proteção, afeto e apego, atração e beleza, etc.
Em suma, o design biofílico vai muito além de adicionar plantas ao ambiente com carência de vida (TAKEDA, 2019). É evidente que elas são fontes de conexão imediata com a natureza e ainda funcionam como um filtro natural do ar, no entanto, biofílico é muito mais amplo (RANGEL, 2018).De acordo com Boni (2019), Kellert e Calabrese, no livro The Practice of Biophilic Design, dividem o design biofílico em três grandes pilares: (i) a experiência direta com a natureza; (ii) a experiência indireta com a natureza; (ii) e a experiência de espaço lugar
EXPERIÊNCIA DIRETA DA NATUREZA
Luz Ar Agua Plantas Animais Clima Paisagens Naturais e Ecossistemas Fogo
EXPERIÊNCIA INDIRETA D A NATUREZA
Imagens da Natureza Materiais Naturais Cores Naturais Simulação Natural de Luz e Ar Formas Naturais Evocando a Natureza Riqueza de Informações
Idade, Mudança e Ação do Tempo Geometrias Naturais Biomimética
FONTE: Acervo Pessoal da Autora
Prospecção e Refugio Organização e Complexidade
Integração das partes como um todo Espaços de Transição Mobilidade e orientação Vínculos Culturais e Ecológicos com o Local
A experiência direta com a natureza diz respeito ao uso dos materiais na sua forma primária, tais, como:
➢ Curso d’água – traz tranquilidade aos sentidos, auxiliando no bem-estar e, consequentemente, estimulando a produtividade (BONI, 2019);
➢ Ventilação natural – o conforto térmico do ambiente pode ser alcançado com uma circulação de ar natural eficiente, sendo de suma importância para o conforto humano e aumento da produtividade (BONI, 2019);
➢ Iluminação natural – o ciclo biológico humano tem um melhor equilíbrio quando recebe luz solar, em outras palavras, a noção das horas do dia com base na luz do sol e na sombra. Oque é importante é que, com essa percepção, o nosso corpo produz a melatonina, hormônio responsável pelo relaxamento. Quando a iluminação é artificial, o corpo não difere as mudanças no horário, logo, o cérebro não é informado que o anoitecer se aproxima e deixa de produzir esse hormônio, ocasionando esgotamento físico, mental e dificuldades em adormecer (RANGEL, 2018);
➢ Clima – o ar fresco que entra pela janela aberta, o barulho da chuva e o canto dos pássaros conectam o ser humano ao clima e favorecem a relação humano e natureza (RANGEL, 2018);
➢ Paisagens naturais – locais fechados nos dão a sensação de segurança, em contrapartida, contemplar o horizonte transmite, além do sentimento de segurança, confortabilidade e amplitude (RANGEL, 2018).
A experiência indireta com a natureza está associada ao uso de imagens da natureza, simulação da iluminação e ventilação natural, além da associação decores, de formas e de texturas naturais, aguçando o sentido intelectual e emocional (BONI, 2019).
A experiência de espaço e lugar, no campo do design biofílico, assume o papel de criar refúgios, levando em consideração o apelo sentimental com o local e sensação de completa interação com o lugar e com as pessoas que a circundam (BONI, 2019).Dito de outro modo, “ o lugar é a segurança, e o espaço a liberdade [...]” (TUAN, 1983, p.3).
Apesar de a frase ser nova, a inclusão de elementos naturais em ambientes construídos não é novidade. Quando insinuamos a presença de vegetação, água, iluminação natural abundante, vistas de áreas verdes e até quebra-cabeças com temática paisagística, utiliza-se o termo “biofilia”. Há milênios é possível reconhecer ornamentos relacionados à vegetação e temas de animais e plantas na arquitetura de várias partes do mundo.
O governo francês, que tem lutado contra os níveis de poluição atmosférica, aprovou uma lei que exige telhados verdes ou painéis solares em prédios comerciais. É importante notar que a política sustentável está se expandindo por lá.
Outro caso interessante é em Cingapura, onde os moradores locais podem acessar parques conectados por passagens elevadas, graças a um projeto arquitetônico muito interessante. São cerca de 200 km entre o campo e a cidade.
Em São Paulo, houve uma iniciativa da prefeitura que possibilitou a instalação de um jardim vertical no corredor Norte-Sul e teve avanços significativos na lei de compensação ambiental. Outro exemplo é a cidade do México, que instalou mais de 60.000m2 de jardins verticais pelos viadutos da cidade.
“No início, a biofilia restringia-se ao green building corporativo, centros de saúde e escolas. Hoje já falamos nisso para casas, especialmente agora que passamos mais tempo nelas”, afirma Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil.
Em São Paulo, a incorporadora Idea!Zarvos prevê lançar o Floresta, empreendimento residencial de oito pavimentos na Vila Ipojuca, com fachada biofílica e paisagismo inspirado na Mata Atlântica assinado por Rodrigo Oliveira. “Entre as duas torres, haverá um grande jardim sensorial, que traz memórias afetivas do interior e promove uma imersão na natureza. Esse tipo de jardim naturalista, intuitivo e meio desordenado é tendência mundial”, afirma o paisagista. “Pensamos em gerar conforto também para o bairro, com uma fachada atraente e que respeita a baixa densidade da região e o clima bucólico, de poder andar na rua e ter espaços de encontro com mais verde”, afirma Otavio Zarvos, sócio fundador da empresa.
Timothy Beatley , autor do livro, "Biophilic Cities: Integrating Nature Into Urban Design and Planning", o projeto biofílico tem aumentado nos últimos anos, particularmente nos edifícios que buscam integrar características naturais, como luz, ventilação e vegetação; no entanto, ainda estamos só no começo da canalização dos esforços nessa tendência nos grandes centros urbanos.
FONTE: Idea!Zarvos FONTE: Idea!ZarvosÉ necessário enfatizar que esse conflito entre o homem e a natureza existe desde o início da civilização humana e das primeiras civilizações.
Isso só se agravou com o advento da Primeira Revolução Industrial na metade do século XIII, quando ocorreu um grande desenvolvimento tecnológico impulsionado pela invenção da máquina a vapor, que transformou as formas de produção e consumo da época, provocando um crescimento desenfreado das cidades e consequentemente o aumento da exploração de recursos naturais como fonte de matéria-prima, algo que gerou problemas como a poluição atmosférica, aumento na produção de lixo e a contaminação do solo e da agua. (EQUIPE JOYCE).
Somente a partir do século XX, na década de 70, se começa a discutir a questão dos problemas ambientais e a produção como forma de degradação ambiental, isso se deu durante a Conferência de Estocolmo em 1972, que visava a conscientização da sociedade sobre os danos no meio ambiente. Nesse contexto em 1987 ocorre a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Comissão Bruntland que teve como frutos a produção de um relatório intitulado “ Nosso Futuro Comum” onde apareceu pela primeira vez o conceito de desenvolvimento sustentável, almejando um equilíbrio que conciliasse a questão do crescimento econômico e as necessidades da população com a proteção ambiental, preservando o meio natural para as gerações futuras, com a finalidade de que elas também possam ter recursos e condições para o seu desenvolvimento. (EQUIPE ECYCLE).
Conforme estipula o artigo 225 da Constituição Federal, defender e proteger o meio ambiente é um "dever de todos", o que significa que vários agentes, incluindo governo, setor público, sociedade civil e cidadãos, têm competência para agir nessa capacidade
A educação ambiental surge como uma solução. Embora o Brasil tenha algumas das melhores leis ambientais do mundo, existe uma lacuna entre a validade e aplicação das normas ambientais e sua implementação
Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia ressaltante das atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população ; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. (CMPA, 1986).
Embora as cidades não ocupem uma área muito grande da superfície terrestre – apenas de 1% a 5% do planeta – elas alteram radicalmente a natureza dos rios, das florestas e dos campos naturais e cultivados, assim como da atmosfera e dos oceanos, devido aos ambientes extensos de entrada e saída que demandam, os quais geralmente sofrem com a poluição e degradação resultantes dessa alteração (ODUM, 1988). Os diversos tipos de poluição – como, ar, agua ou solo, por sua vez, três consequências negativas para sua população, pois podem destruir fontes de alimentos, contaminar a agua e influenciar na incidência de doenças. De modo similar , comunidades aquáticas e terrestres também são afetadas por elementos tóxicos, sejam decorrentes de dejetos industriais e esgotos lançados em rios e mares; ou devido à dispersão atmosférica de poluentes. Isto sem contar os riscos de mudanças climáticas devido ao efeito-estufa (PRIMACK, RODRIGUES, 2001, APUE SEED/PR, EducaçãoAmbiental, 2008, p.59).
FONTE: Imazon – 19/09/2022
Figura 4 – Desmatamento de floresta em Rondonia para benefício do agronegócio (Fonte: Vinicius Mendonça / Ibama – 28/08/2019)
Segundo dados da cartilha IPAM Amazônia, a Floresta Amazônica representa um quarto das florestas tropicais do mundo, desempenhando um papel crucial na manutenção de serviços ecológicos, como a qualidade do solo, a disponibilidade de água limpa e a preservação da biodiversidade. Ela sustenta milhões de pessoas, incluindo numerosos povos indígenas e comunidades tradicionais, além de fornecer habitat para cerca de metade da biodiversidade mundial.
. A maior parte de seu patrimônio se encontra no Brasil, conferindo ao país riquezas ambiental, cultural e econômica. Segundo a organização não governamental, The Nature Conservancy, cerca de 20% da floresta da Amazônia brasileira já desapareceram, em boa medida por causa da expansão inadequada do agronegócio, da extração de madeira e da infra estrutura.
Na ausência de uma cultura ecológica regionalmente específica, a degradação ambiental sem preocupação com as gerações futuras decorre da falta de concordância entre políticas de crescimento econômico e políticas de preservação ambiental. Isso resulta em uma cultura ecológica localizada e limitada que não leva em conta a interconexão dos sistemas ambientais afetados. Desta forma, corre-se o risco de se perder no âmbito das potencialidades do território:
A – Patrimônio biológico e cultural;
B – Recurso natural de extravismo e turístico;
C
– Fonte de proteínas e nutrientes.
Atualmente, é possível observar que existe uma adaptação do antigo sistema de consumo para um novo modelo sustentável, tanto em esferas de políticas públicas e relações internacionais como também na educação ambiental e prática cidadã. Porém, nos últimos anos é possível observar uma tendência mundial à retrocessos ambientais, que segundo matéria da BBC News Brasil 2018, vem sendo liderada pelo Estados Unidos e pelo Brasil. Ainda segundo essa matéria é possível afirmar que nos últimos anos a Amazônia teve uma perda de aproximadamente 90 mil quilômetros quadrados de proteção principalmente por conta de mudanças na legislação brasileira e pela construção de obras de infra estrutura e barragens de energia elétrica.
Esses afrouxamentos recentes nas legislações de proteção ambiental acabam resultando em uma menor preocupação de pessoas e empresas com as consequências que seriam geradas pela prática de crimes ambientais
Recentemente ainda pudemos presenciar grandes catástrofes ambientais no nosso país. Dentre elas, em 2015, ocorreu o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, que pode ser considerado um dos maiores desastres ambientais brasileiros e que mesmo após 7 anos ainda não é possível verificar um grande avanço na recuperação ambiental nas áreas afetadas pela tragédia.
No início de 2019, ocorreu o rompimento de outra barragem da Vale, desta vez de Brumadinho que deixou cerca de 252 mortos e ocasionou a perda de cerca de 125 hectares de floresta (G1,2019). Ainda segundo um relatório produzido pela Agencia Nacional de Mineração foi concluído que “a Vale tinha
FONTE: Leo Malafaia / AFP
FONTE: Antônio Cruz/Agência Brasil
informações sobre problemas na barragem meses antes do rompimento e que omitiu esses dados das autoridades que regulam o setor.”(G1,2019). Cabe lembra também que no município de Barão de Cocais, também em Minas Gerais, os cidadãos permanecem com medo devido ao possível risco do rompimento de uma outra barragem da Vale que em caso de colapso atingiria as áreas urbanas da cidade em aproximadamente 1 hora. (UOL,2019).
No ano de 2019 vivenciou-se duas catástrofes de ampla repercussão na mídia nacional e internacional. Os incêndios que ocorreram na Amazônia e o derramamento de óleo nas praias do nordeste, que já pode ser considerado “ o maior episódio de vazamento de óleo no Brasil em termos de extensão, o desastre ambiental que atingiu pelo menos 139 pontos nos nove Estados do Nordeste pode causar impacto na saúde humana, ainda que em escala pequena, quando comparada aos danos ao ecossistema local.” (ESTADO,2019).
Com base nestes recentes acontecimentos, deveriam ser cobradas pela população ações do poder publico com a finalidade de melhorar a apuração desses fatos e penalização dos infratores responsáveis por essas verdadeiras tragédias ambientais, mas para isso, primeiramente, deveria ser feito uma espécie de programa de educação ambiental, para que o cidadão brasileiro valorizasse mais suas riquezas naturais e soubesse que certos desastres como estes que vem acontecendo apresentam danos irremediáveis a fauna e flora local.
FONTE: World Resources Institute – 25/05/2019
FONTE: Thiago de Jesus / Arte – 23/06/2022
A fenomenologia nasceu como corrente da psicologia, que buscava investigar as percepções que um ambiente ou objeto pode causar no ser humano. Analisando a etimologia da palavra fenomenologia constatou-se que ela parte da união de duas palavras gregas, phainómenon que significa “ aquilo que se manifesta” e logia que pode ser traduzida como estudo, resultando então, no estudo daquilo que se manifesta. (MICHAELIS,2019) Segundo o filósofo alemão Edmund Husserl, fundador dos estudos da Fenomenologia, a mesma consiste na procura de entender melhor como os fenômenos, os ambientes, cores e determinados aspectos geram diferentes sensações e percepções no ser humano, e analisar respectivamente quais fatores que influenciam nessa significação e análise fenomenológica, que geralmente envolvem o contexto histórico de um determinado local, seus aspectos culturais, sociais e a vivência pessoal do usuário. Este conceito está relacionado com a arquitetura quando um edifício deixa de ser apenas uma estrutura e passa a funcionar como meio de comunicação e gerador de fenómenos fenomenológicos, tanto pela sua qualidade estética e relação com a envolvente como pela percepção e participação na obra arquitetônica afinal:
“É evidente que toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente pelos nossos olhos , ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, a nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço de identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si” (PALLASMA,2009, p.39).
Portanto, a importância desse conceito dentro da arquitetura se deve principalmente ao fato de poder trabalhar com as sensações dos usuários que adentram o edifício , ou seja, transformando a experiência do indivíduo na edificação em algo positivo, tanto por meio da disposição dos espaços como também pelas cores e materiais utilizados. Em síntese, o arquiteto é o criador e emissor de mensagens, já que por meio do projeto as elabora, e o receptor que , no caso, é o público que usa o edifício, percebe as mensagens através de seu respectivo uso. (PIGNATARI, 2004, p.155). No entanto, a forma como o usuário interpreta a mensagem pode variar porque outros fatores são levados em consideração além da percepção que o usuário tem do edifício.
“A imaginação e a fantasia são estimuladas pela luz fraca e pelas sombras. Para que possamos pensar com clareza, a precisão da visão tem de ser reprimida, pois as ideias viajam longe quando nosso olhar fica distraído e não focado. A luz forte e homogênea paralisa a imaginação do mesmo modo que a homogeneização do espaço enfraquece a experiência da vida humana e arrasa o senso de lugar.” (PALLASMA,1996, p.44).
Na arquitetura contemporânea, podemos perceber que o problema de como criar uma boa arquitetura que proporcione uma boa relação entre o edifício, seu entorno e o espectador, sem parecer ter sido construído apenas por sua estética arquitetônica na cidade, mas vai muito além disso e tem significado e identidade com o local de inserção, está se tornando cada vez mais evidente. Este aspecto do significado da arquitetura e sua relação com o meio ambiente está sendo investigado em vários projetos. Esses projetos frequentemente se inspiram na história e nos costumes culturais de uma cidade, bairro ou país e examinam como usar determinados materiais, estruturas, formas e arranjos internos para estabelecer essa conexão com o usuário. Isso também pode ocorrer de outras formas, como, por exemplo, trabalhar com a arquitetura e os aspectos topográficos do terreno para fazer com que a edificação se integre à topografia e interaja com a vegetação e a paisagem porque:
“Quando se ignora a influência que a arquitetura possui nesse quesito ou simplesmente quer-se forçar algo aos usuários, a edificação fracassa como causadora de fenômenos. Nos últimos tempos é possível observar cada vez mais uma falta de humanismo na arquitetura e urbanismo, que pode muito bem ser entendido como uma consequência de negligência dos arquitetos e projetistas com os sentidos dos usuários, gerando um desequilíbrio de nosso sistema sensorial”. (PALLASMAA, 1996, p.17).
Atendendo a estes factos, não se deve descurar a aplicação da fenomenologia na arquitetura, mas sim encará-la como uma oportunidade para o arquiteto surpreender o utilizador e criar um vínculo de identificação e pertença com a obra. Isso torna ainda mais necessário em uma tipologia de edificação como um centro cultural, cujo objetivo principal é evocar legitimamente as emoções, experiências e conhecimentos aprendidos do usuário para provocar a reflexão sobre determinado assunto ou questão exposta. Afinal, a arquitetura e seus espaços têm um impacto diário e indireto em nossas percepções, por isso é responsabilidade do arquiteto priorizar sempre as experiências positivas de seus clientes. Isso ocorre porque a boa arquitetura se concentra quando interage, se comunica e é reconhecida e elogiada pela população local e pelo meio ambiente.
Figura 8 - Termas de Vals,Suiça FONTE: Felipe CamusComumente associada e vagamente restrita ao campo da tecnologia da informação (seja em nível físico, como visto na figura do computador, ou virtual, como visto nas possibilidades da Internet), a tecnologia é denominada em grego como tecnólogos , formado por téchn, entendendo o conceito de arte e habilidade, entrelaçado no indo-europeu *teks-, por meio da construção (da mesma forma, esse núcleo determina, por exemplo, o termo arquitetura), portanto, a tecnologia é o canal pelo qual conhecimento e ferramentas divergem para criar algo útil e prático. Indiretamente, o indivíduo é símbolo da tecnologia, demonstrando o conhecimento como seu maior valor; porém, para que suas ideias se tornem realidade, ele precisa de elementos que lhe permitam projetá-las. Com o advento de novas tecnologias a vida se tornou mais dinâmicas e interativas, exatamente o oposto das que são apresentadas nesses equipamentos nos dias de hoje. “ Nos EUA a ideia de “museu dinâmico” ensejou tais transformações já nas décadas de quarenta e cinquenta, antecedendo, portanto, o movimento na Europa, marco foi a criação em Paris, no início da década de setenta, do Centro Nacional de Arte e Cultura Pompidou, misto de museu e centro cultural” (JULIAO, 2006, p.27 apud SUANO, p. 54-60). Após isso, continuaram se adaptando e enfrentando as diversas transformações que ocorreram durante o século XX até chegarmos nos dias atuais, onde com advento da globalização e das diversas tecnologias, vivemos em uma era da informação, na qual a nossa sociedade imediatista e comunicativa precisa trocar informações constantemente. (MARTINS, BARACHO, BARBOSA, 2016).
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Figura 10 - Centro Nacional de Arte e Cultura Pompidou França FONTE: flickr Manolo Blanco Figura 12 – Museu do Louvre Roman_slavik/Getty Images Figura 11 -Pavilhão do Brasil - Expo Dubai 2020Como afirmado, vivemos hoje em uma sociedade altamente conectada e moderna, onde os tradicionais centros de cultura e conhecimento começam a dar lugar a novos centros e eventos que apresentam atividades diversificadas com novas tecnologias e possibilitam uma melhor interação com o visitante.
O fato é que não só a tecnologia em si que gera o interesse da população, mas o meio como ela pode ser utilizada para gerar uma melhor comunicação entre o conteúdo e o visitante se aproveitando de recursos que possibilitam uma melhor interação entre objeto e usuário, resultando assim em novos ambientes expositivos que usam de diversos artifícios como sons, imagens, e ou vídeos combinados a objetos expostos. Ao utilizar esses estímulos sensoriais alinhados com a tecnologia de forma planejada, o espaço oferece um efeito significativo na percepção e memória do público, o fazendo refletir sobre o conteúdo apresentado proporcionando uma comunicação extremamente eficiente. (SABINO, 2011, p.202).
De certa forma isso só tende a aumentar devido a revolução tecnológica que estamos vivendo, outro exemplo a ser citado de outra tipologia que sofreu transformações ´ por conta dessa nova era tecnológica foram as bibliotecas, que abraçaram a tecnologia e a gestão de recursos de informação e “passaram por grandes transformações, deixando de ser locais vazios de público, guardiões de coleções de livros obsoletos, para se tornarem novamente locais frequentados e necessários.” (BLOISE,2011, p.47 apud MARCHIORLI,1997, p.30).
O SESC Interlagos foi projetado pelo escritório escritório Botti Rubin Arquitetos e inaugurado em 1975, como uma das unidades campestres do SESC de São Paulo. É uma construção pioneira de preservação ambiental em São Paulo, com a permanência de vegetação nativa , às margens da Represa
É a principal referência para esse projeto por trazer as características de preservação ambiental, também se encontrar as margens da represa como o caso desse lote e trazer esse aspecto de ambiente natural composto de lazer, esporte, cultura e educação. O estudo desse SESC também foi fundamental para a definição do programa de necessidades como um todo.
A unidade do SESC Itaquera tem projeto arquitetônico de Eduardo de Castro Mello e Cláudio Cianciarullo. São 350.000 m2 de área total, onde ficam 55 quiosques de comida, espaço de leitura, ginásio poliesportivo coberto, parque aquático, campo de futebol, quadras de tênis, consultórios odontológicos e auditório, além de um galpão cultural e áreas de exposição.
A referência de equipamento público voltado para lazer, esporte e cultura foi essencial para a elaboração da revitalização da área e o desenvolvimento do programa de necessidades do projeto.
O edifício do Sesc em Santo André, na Grande São Paulo, foi projetado pelos arquitetos Tito Lívio Frascino, Vasco de Mello, Fernando Pires, Arthur Delgado, Alexandre Stefani e Maria Antonieta Natal. O complexo cultural e de lazer tem área construída superior a 31 mil metros quadrados e, com implantação horizontal, ocupa o eixo maior do terreno de 18,6 mil metros quadrados.
O uso como referência projetual foi em busca de uma junção e ampliação de espaços entre o foyer e comedoria como ocorre no SESC.
➢ Museu do Amanhã – Rio de Janeiro
• Referência de iluminação e tecnologia
➢ Centre Pompidou Metz - França
• Referência de iluminação e amplitude de espaços
FONTE: Reprodução•
• Referência de setorização e aproveitamento de espaço
Ocorrendo naturalmente em cerca de 15% do território nacional, o Domnio ou Bioma Mata Atlântica abrange a totalidade ou partes de 17 estados brasileiros, do Rio Grande do Norte a Santa Catarina. Claro, isso foi antes de sua exploração e destruição. Atualmente, existem apenas 12,4% da Mata Atlântica original no Brasil. Ou seja, destruímos mais de 85% do material original. Aproximadamente 72% de todos os brasileiros vivem nesta região a partir de hoje. Com a Floresta Amazônica como sua única rival, Nossa Mata Atlântica Brasileira é a segunda maior e mais diversa floresta tropical da América do Sul. As características climáticas, juntamente com as características relevantes, se encarregam de estabelecer as condições necessárias para toda essa diversidade biológica. A Floresta contém um número significativo de espécies endêmicas, tornando-se um dos hotspots de biodiversidade do mundo. Em São Bernardo do Campo encontramos a Floresta Ombrófila Densa, um ecossistema que faz parte do Bioma da Mata Atlântica. Esta floresta possui vegetação composta essencialmente por árvores e é característica de regiões tropicais de temperatura elevada e altos índices de chuvas sem períodos secos (temperatura média de 25°C e 0 a 60 dias secos por ano) (SMA/IF, 2005). A quantidade de chuva e umidade que experimentamos aqui são essenciais para manter toda a floresta em flor. Ao mesmo tempo, a continuidade dessa vegetação é necessária para manter a relativa tranquilidade e as temperaturas confortáveis da região. Nossa Floresta é categorizada como secundária. Isso significa que em algum momento de nossa história, a esteira nativa da comunidade já havia sido completamente destruída, e uma nova esteira nativa surgiu ali com características semelhantes à esteira original. É muito intrincado e rico em biodiversidade, apresentando variações relacionadas à altitude, ou seja, nosso reino floral pode apresentar pequenas variações dependendo do local de um
evento. Como resultado, de acordo com o Inventário Floral do Estado, o Ártico se divide aqui em duas categorias de acordo com a altitude sendo a segunda categoria a mais extensa:
➢ Floresta ou Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana: 40 a 500 metros.
➢ Floresta ou Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Montana: 500 a 1500 metros.
O município tem 43% de seu território coberto por matas nativas, que estão dispersas em áreas menores que denominamos "fragmentos de vegetação" e ambas as áreas florestais (Florestas Ombrófilas Densas Montana e SubMontana) juntas. Esses fragmentos são essenciais para a preservação da biodiversidade da área e estão localizados em uma área expressiva que está integrada ao PESM e compõe a Reserva da Biosfera do Cinturo Verde da Cidade de São Paulo (RBCV) e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA).
Além da vasta área de mata do município, áreas de reflorestamento, áreas urbanizadas com árvores e vegetação de várzea contribuem para a cobertura vegetal de São Bernardo do Campo; podemos levar em consideração também as chácaras e hortifrugranjeiros, que fazem parte da Reserva da Biosfera. São funções básicas de uma reserva da biosfera:
➢ Conservação da Biodiversidade do Ecossistema.
➢ Promoção do desenvolvimento sustentável em suas áreas de abrangência.
➢ Pesquisa científica, educação e monitoramento permanente.
São três áreas protegidas por lei que fazem parte do Cinturão da Mata Atlântica e Reserva da Biosfera do Cinturão Verde em São Bernardo do Campo (RBCV): PESM (Decreto 10.251, de 30/08/77, 13.313, 06/03/79),Parque Estadual Águas da Billings (Decreto nº 63.324, de 29 de março de 2018) e Área Tombada da Serra do Mar (Resolução 40, de 06/06/85).
Figura 22 – Parque Natural Municipal (PNM) Estoril Virgilio Figura 23 - PE Águas da Billings.
Figura 24 - Vale da Serra do Mar com vista para Simionato
Cubatão.
FONTE: Oscar Jupiracy, PMSBC (SECOM), Luciana Nascimento (SMA), 2014 a 2018 .
FONTE:: Ricardo Cassin, Omar Matsumoto e Nilson Sandré
Essas áreas são designadas como “zona núcleo” e “zona de amortização e conectividade” da RBCV. Em 2013, o Parque Natural Municipal Virgílio Simonato (Estoril) foi agregado ao SNUC, que é regido pela Lei Federal 9.985 de 2000 e inclui também a Reserva da Biosfera. Os três parques são Unidades de Conservação e Proteção Integral. Como resultado, embora São Bernardo do Campo pareça ser um município urbanizado, mais de 80% do território municipal é protegido por leis ambientais, com extensas áreas protegidas que podem um dia se sobrepor.
FONTE: PMSBC, 2020
Segundo os dados do Atlas que podemos conferir na tabela, praticamente a metade do território do município de São Bernardo do Campo (43%) encontra-se recoberta por vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e o município lidera o quadro de porcentagem de área remanescente de Mata Atlântica no ABCD. Contudo, estudos mais detalhados, realizados pela Prefeitura de São Bernardo no ano de 2011, evidenciaram que a cobertura vegetal nativa ocupava cerca de 55% do território municipal, considerando como cobertura vegetal nativa as categorias de vegetação
➢ Mata – “Vegetação constituída por árvores de porte superior a 5m, cujas copas se toquem (no tipo mais denso) ou propiciem uma cobertura de pelo menos 40% (nos tipos mais abertos). No caso de formações secundárias, não completamente evoluídas, o porte das árvores pode ser inferior a 5m, tendo estes elementos, porém, apenas um tronco (árvores e não arbustos)” (EMPLASA, 2006, p.4);
➢ Capoeira – “Vegetação secundária que sucede à derrubada das florestas, constituída sobretudo por indivíduos lenhosos de segundo crescimento e por espécies espontâneas que invadem as áreas devastadas, apresentando porte arbustivo a arbóreo, porém com árvores finas e compactada mente dispostas” (EMPLASA, 2006, p.4);
➢ Vegetação de Várzea – “Vegetação de composição variável que sofre influência dos rios e córregos, estando sujeitas a inundações nos períodos de chuvas intensas. As áreas de matas e capoeiras presentes nos terrenos sujeitos a inundação não devem ser incluídas nesta classe” (EMPLASA, 2006, p.4).
A partir da classificação realizada pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, foi possível obter informações a respeito da cobertura vegetal nativa por bairro, gerando um gráfico bem interessante. Observando o mapa da cobertura vegetal que vimos no início e analisando o gráfico ao lado, com as taxas de cobertura vegetal por bairro, podemos notar que ainda temos extensas áreas vegetadas, sobretudo em bairros como Alto da Serra, Curucutu, Capivari, Zanzalá e outros.
São Bernardo tem muito potencial, e muitas pessoas procuram atividades ao ar livre como pesca, triatlos, corridas de aventura, ciclismo e tudo mais que envolve estar na natureza. Com isso, a cidade passou a contar com três roteiros de ecoturismo: o Caminho do Sal, os Caminhos do Capivary e a Rota Márcia Prado, que liga São Paulo ao litoral passando por São Bernardo do Campo.
Secretaria de Gestão Ambiental, SGA, 2011
Embora São Bernardo tenha inúmeras medidas legais de proteção ambiental em vigor e a comunidade tenha uma grande demanda por crescimento econômico sustentável, ainda há muita pressão sobre as áreas de vegetação que são protegidas. Em comparação com o período 1993-2002, a taxa de redução da cobertura vegetal aumentou de 0,027% para 0,093% entre 2002 e 2011, refletindo a pressão que a cobertura vegetal sofre em decorrência da instalação de outros usos, seja por um aumento na habitação, a construção de projetos de grande escala ou outros fatores.
Uma cobertura vegetal saudável fornece uma variedade de serviços ecológicos e é crucial tanto para a vida animal na Terra quanto, mais importante, para um alto padrão de vida. Além de proteger as áreas protegidas, a arborização urbana também tem importantes efeitos estéticos sobre a população, como redução do ruído, regulação da temperatura, redução do impacto das águas pluviais, melhoria da qualidade do ar, proteção da fauna contra o vento, entre outros..
A fundação da Vila de Santo André da Borda do Campo pelo português João Ramalho e seu sogro Tibiriçá é creditada como o início da cidade em 1553. O primeiro núcleo populacional em território brasileiro fora do litoral foi A Vila. A Fazenda de São Bernardo, fundada pelos monges beneditinos em 1717 e origem da moderna ocupação da cidade, deu origem ao nome do município. São Bernardo do Campo é um município brasileiro localizado no entorno do estado de São Paulo. Pertence à Zona Sudeste da Grande São Paulo de acordo com a Lei Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011, e, em decorrência, o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado do Plano Regional Metropolitano de São Paulo (PDUI), bem como o Região do Grande ABC.
A área total do município é de 409,532 km² e sua população de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021, é de 849 874 habitantes, o que resulta em uma densidade demográfica de 2 075,2 hab/km². De acordo com dados de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de São Bernardo do Campo tem o 16.º maior produto interno bruto (PIB) entre as cidades brasileiras, com 42,7 bilhões de reais, ou 0,71% do PIB brasileiro.
.FONTE: Reprodução
Figura 25 - Capela de 1881 e a atual Igreja de Santo Antônio. Bairro Batistini.1978.
FONTE: Centro de Memória de São Bernardo do Campo
“A formação do Bairro Batistini se deu a partir de uma área que integrou a chamada Linha Colonial Galvão Bueno, aberta em 1887. A linha era um dos setores rurais do Núcleo Colonial São Bernardo instalado pelo governo imperial brasileiro na então chamada Freguesia de São Bernardo, com a finalidade de receber imigrantes europeus interessados em se dedicar a atividades predominantemente agrícolas, através da exploração de pequenos lotes de terras. A denominação do bairro é uma referência aos Batistini, uma das primeiras famílias italianas a se instalarem no local e responsável pela construção de sua primeira capela, dedicada a Santo Antônio, também no ano de 1887. O prédio original da ermida resistiu até o início da década de 80 e situava-se ao lado do templo que atualmente sedia a Paróquia Santo Antônio “ . (Cf. Médici, Ademir. São Bernardo, Seus Bairros, Sua Gente. PMSBC. 1981. p.67-70). “Em 1897, segundo um censo realizado pelo governo estadual, nos 20 lotes da Linha Galvão Bueno que se situavam no Bairro Batistini viviam 85 pessoas. Desse total, 26 indivíduos levavam o sobrenome Batistini,
outros 19 eram da família Demarchi, e o restante se dividia entre membros das famílias Marcusi, Dal Molin, Morassi, Damo, Couto e Fernandes. Estas duas últimas eram as únicas formadas exclusivamente por brasileiros. As demais eram famílias de origem italiana, abrigando um total de 42 italianos natos, e 25 crianças nascidas no Brasil “ . (Cf. Livro de Matrícula dos Colonos – Núcleo Colonial de São Bernardo/Sede. Inspetoria Geral de Terras, Colonização, Imigração do Estado de São Paulo. (1877/1892). Acervo: Arquivo do Estado de São Paulo ; Vertamatti, Rodolfo. Imigração em São Bernardo - Família Marson. Vol. 1. São Paulo: 2006. p. 83). “Possuindo uma vegetação abundante, o lugar ficou caracterizado por muito tempo pela produção e comércio do carvão vegetal, além, é claro, da fabricação do vinho, típica atividade dos italianos e das primeiras gerações de seus descendentes aqui fixados. O mais antigo registro de atividade carvoeira no bairro remonta ao primeiro semestre de 1893, quando Agostino Batistini e Gregório Morassi pagaram 10000 réis de impostos à Câmara Municipal, referentes ao direito de exercício da atividade durante aquele ano. Contudo, alguns poucos estabelecimentos comerciais já funcionavam na região nos últimos anos do século XIX, como os pertencentes a Giacomo Batistini e Luiz Rizzardi” . (Cf. Câmara Municipal de São Bernardo. Livro do Imposto sobre Indústrias e Profissões.1893. p.6 e p.69) . “Na década de 1930, o comércio continuava muito escasso na área, contando a região, em 1931, com menos de cinco estabelecimentos, entre eles o armazém de secos e molhados de João Capassi “.(Cf. Câmara Municipal de São Bernardo. Livro do Imposto de Indústria e Profissão.1931. p. 58. Acervo: Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa). Como corta quase totalmente o bairro, a Estrada Galvão Bueno tem sido historicamente a rota mais significativa do bairro Batistini, atraindo muitos de seus estabelecimentos comerciais para suas margens. Sendo essencialmente uma continuação da Av. Maria Servidei Demarchi, a Estrada Galvão Bueno ingressou na famosa "Rota dos Restaurantes" ou "Rota do Frango com Polenta" na década de 1960, após a abertura do Restaurante Santo Antônio, fundado pelo também enólogoAlexandre Batistini.
“Na década de 1970 foi construída a Rodovia dos Imigrantes, a qual deixou marcas importantes na geografia e na economia da região, sendo, ao menos em parte, responsável pela atração de importantes indústrias para o local. No final da década, o Batistini contava com um respeitável parque industrial, que incluía empresas como a Acrilex, a Alpina Equipamentos Industriais, Celanese, Lamar, Hurner, Abraçatec e a Máquinas Miotto, as quais empregaram centenas de trabalhadores e, em alguns casos, encontra-se na região até hoje “.(CF. Barbosa, Newton Ataliba Madsen. Jornal Folha de São Bernardo. 09/12/1978. Suplemento Especial. p.10. e 12).
“Surgiram, principalmente da década de 70 em diante, vários loteamentos irregulares, caracterizados por habitações precárias que chegaram a abrigar uma grande parcela da população do bairro. Em 1989, por exemplo, dos 13,4 mil habitantes do local, 6,4 mil ainda residiam em favelas “.(Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo. Secretaria de Planejamento e Economia. Departamento de Estatística. População Sem Favela/População total segundo os Bairros. 1989). “Na época, estas dificuldades se refletiam no seus baixíssimos índices de pavimentação e também de cobertura da rede de água e esgoto “.(Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo. Secretaria de Planejamento e Economia. Departamento de Estatística. Banco de Dados, Dados sobre o Bairro Batistini. 1990. p.19). “Apesar disto, a presença de alguns equipamentos urbanos havia aumentado. Em 1990, as estatísticas municipais indicavam um grande crescimento da rede escolar, ocorrido na década anterior. O Batistini contava então com cinco escolas públicas de ensino fundamental, as quais contemplavam 3187 alunos. Para crianças com até 6 anos, existiam duas creches e uma escola, totalizando 604 atendidos”. ( Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo. Secretaria de Planejamento e Economia. Departamento de Estatística. Banco de Dados, Dados sobre o Bairro Batistini. 1990. p.17).
A infraestrutura urbana do bairro Batistini cresceu nas décadas seguintes, assim como sua população, que quase quadruplicou entre 1980 e 2010, chegando a quase 28 milhões de pessoas.
“No início dos anos 70, o bairro tinha menos de 4 mil habitantes e ainda era classificado como rural pela administração pública municipal. Nesta época, vários loteamentos já haviam surgido no interior de seu território: Jardim da Represa, originalmente pertencente à família de Carlos Faletti, datado de 1954, com 996 lotes, seria efetivamente ocupado muitos anos depois; Parque Uiriçaba (1955); Jardim Skaff (1958); Parque Los Angeles, surgido em 1959 com 300 lotes; Real Park (1968). A ocupação efetiva destas áreas foi lenta e, por volta de 1980, a população do bairro atingia a cifra de apenas 6763 habitantes “ . (Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo. Secretaria de Planejamento e Economia. Departamento de Estatística. População Sem Favela/População total segundo os Bairros. 1980).
“O perfil do bairro transformou-se, a reboque da industrialização e do intenso crescimento demográfico ocorrido em São Bernardo. Situado distante da região central da cidade, com uma considerável parcela em zona de mananciais, o bairro acabava por atrair famílias mais pobres, sem condições financeiras de adquirir propriedades em áreas mais valorizadas”.( Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo. Secretaria de Planejamento e Economia. Departamento de Estatística. População Sem Favela/População total segundo os Bairros. 1989.)
A última grande alteração no espaço geográfico da região ocorreu em 2010, com a inauguração do trecho sul do Rodoanel Mario Covas.
Após a realização de um panorama geral e histórico da região, analisou–se cuidadosamente qual seria a melhor área para a instalação da proposta. Depois de muita pesquisa e estudos o local que acabou sendo escolhido um terreno descampado as margens da Represa Billings no bairro Jardim da Represa (Batistini). O terreno escolhido está estrategicamente situado em um ponto intermediário entre os bairros Parque Los Angeles, Jardim Pinheiros e Jardim Las Palmas, sendo um dos principais públicos alvos do projeto.
➢ Carência de edificações ligado a lazer e cultura educacional;
➢ Altas áreas de acesso à contato com a natureza;
➢ Espaço e bairros próximos de muita cultura histórica;
➢ Área de manancial.
➢ Inexistência de locais apropriados para interação com o meio ambiente;
➢ Insegurança noturna;
➢ Sem acesso para veículos coletivos ou ligação com bairros vizinhos.
A área do lote é aproximadamente 382.961,24m² , contando com a edificação de um sitio de moradores locais que existe hoje no local. Um dos partido projetual adotado foi de manter a edificação existente, adequando os espaços ocupados com o projeto e minimizando o impacto causado no ambiente por uma demolição. A partir disso definiu-se os parâmetros de uso e ocupação do solo a serem usados no projeto.
➢ Conservação da mata florestal natural existente;
➢ Melhora da identificação do patrimônio cultural e natural como parte da sociedade;
➢ Espaços aberto de integração e amenizadores de impactos ambientais negativos.
➢ Perda da identificação com o entorno natural;
➢ Falta de consciência ambiental;
➢ Aumento da poluição urbana;
➢ Perda de representividade.
O local possui um declive moderado para os fundos com pouca vegetação e acesso para a represa Billings. Sua localização é estrategicamente com fácil acesso ao Porto de Santos e as principais rodovias do Estado às margens do Rodoanel sentido Rod. dos Bandeirantes próximo ao trevo com a Rodovia dos Imigrantes. Acesso local pelo Jardim Represa com estudos junto a DERSA para acesso direto pelo Rodoanel
Um aspecto interessante que o terreno apresenta, é o fato de possuir uma rua que passa por baixo do Rodoanel Mario Covas interligando com o terreno proposto. Apesar de não possuir uma ligação direta existente com os bairros vizinhos, a área tem um grande potencial para propor novos meios de circulação viária, além de contato abundante com a natureza e vista pra represa.
➢ Perímetro do Terreno: 3.233,02 m ➢ Área do Terreno: 382.961,24m² ➢ Topografia: 32 m de desnível Macrozoneamento: MPRM - Macrozona de Proteção e Recuperação do Manancial Zoneamento: ZUD 2 - Zona de Uso Diversificado 2 Elementos de Referência: Áreas de setores censitários urbanos ➢ C.A.: 2,0
FONTE: Acervo Pessoal da Autora
Analisando o relevo, é possível afirmar que o terreno se encontra em uma região alta perante seu entorno, gerando ótimos pontos de visão, tanto para a área da represa e parte urbana dos bairros vizinhos como para o Rodoanel Mario Covas , algo que também pretende ser explorado por meios visuais e do percurso a ser realizado pelo visitante.
Quanto aos aspectos hidrográficos, além das margens da Represa dando para a área de intervenção, ainda tem uma nascente existente que passa pelo meio da área e a proposta de Incluir nascentes artificiais ao projeto.
A ligação viária que se tem hoje em relação ao terreno pode se dar pelos meios de
Analisando a trajetória solar, percebeu-se que pela ausência de entorno imediato edificado a cobertura receberia incidência solar na maior parte do dia, possibilitando então a instalação de placas solares para a geração de energia.
A finalidade deste projeto é reforçar os valores naturais e paisagísticos da área, que são marcados pela significativa quantidade de espaço verde e pela presença da Represa Billings como limite do lote. Um ponto de encontro com um ambiente floral e uma vista. O projeto, como ação territorial, busca ter o menor impacto negativo na área, fortalecendo o potencial dessas áreas naturais por meio do reflorestamento de áreas já degradadas e da colocação do Centro Cultural Sensorial em local estratégico. Ao utilizar esta implantação voltada para o mundo natural, o usuário tem a oportunidade de realizar uma educação ambiental sensorial e interativa, atuando como um espelho que facilita o desenvolvimento de atividades educativas e a interpretação do ambiente utilizando o contexto natural além de objetos arquitetonicamente significativos.
A ideia de um espaço mais aberto e libertado que sirva de porta de entrada afirma a atividade humana como guardiã do patrimônio natural do ambiente, como a vegetação e o rio, e do patrimônio edificado, como um centro cultural que fomenta o sentido de comunidade e identidade. De acordo com Jan Gehl, um aumento na qualidade do ambiente externo estimula, em especial, as atividades opcionais. Sendo essas formadas por condições de permanência ao ar livre, oferecimento de qualidade visual , mobiliário e proteção do clima, por exemplo. Segundo o autor, o aumento no nível de atividades é, portanto, um convite ao
FONTE: Acervo Pessoal da Autora SUC – CENTRO CULTURAL SENSORIAL MEIO AMBIENTE, ESPORTE E LAZER INFORMAÇÃO REFLEXÃO CONHECIMENTOaumento das atividades sociais. Logo, evidencia a ação do encontro, complementando o espaço como de acontecimentos.
As opções do projeto para as rotas de diversão que partem da praça em conjunto com a ciclofaixa que circunda todo o terreno ao longo da rota principal serve como área de encontro do público e boas-vindas ao projeto. O conceito de local de observação, entretenimento e permanência – e também de reflexão sobre a vida da cidade – é, assim, formado pela intercalação de áreas abertas e arborizadas com calçadas de 3 metros de largura e espaços de interação de uso livre, potencializando a relação entre o ambiente natural e o construído. Um local de chegada que promove o acesso e a educação interativa, bem como a consciência ambiental. Então começa o partido de pertencimento. O envolvimento da comunidade desenvolve-se através da partilha do espaço, da sua utilização comunitária, observação e experimentação. Um local de respeito ao meio ambiente e às identidades dos ambientes é proporcionado como resultado de um programa participativo e de interações diretas com o meio ambiente.
O Centro Cultural Sensorial busca atuar como marcador visual da área por meio de dinâmicas espaciais no diálogo entre o patrimônio natural e o construído. O diálogo é aparente no uso topográfico, destacando a variação nos níveis do solo durante a instalação e proporcionando vistas únicas da paisagem. Esse diálogo natural construído também é perceptível na ponte que guia o público do espaço de lazer ao SUC e durante o percurso do Centro Cultural na variação de coberturas entre os ambientes e na variedade de espaços abertos e fechados, criando contrastes
FONTE: Acervo Pessoal da Autora
não apenas na estética do objeto arquitetônico, mas também na percepção do usuário durante a movimentação do SUC pelos ambientes, fortalecendo a relação com o mundo exterior e o mundo natural. Para evitar dominar o meio externo, o objeto arquitetônico fornece sua própria interação com ele por meio de uma arquitetura topográfica, assim tendo a sensação de estar dentro e fora do prédio ao mesmo tempo.
Por fim, através de um fluxo que interliga o usuário ao ambiente desde a entrada no território, que o guia num percurso em direção ao núcleo cultural interagindo com à área verde e a represa. O SUC atua como instrumento de comunicação, de troca de experiências entre o natural e o construído. A fim de convergir a arquitetura de topografia com o pertencimento da comunidade, faz-se necessário atender a todos por meio da acessibilidade.
Após isso constatou-se que ao acrescentar esses espaços públicos seria necessário a inclusão de meios de circulação que se interliguem diretamente com o terreno visto que o acesso atualmente não é muito seguro e bem estruturado. A partir do terreno e da edificação existente, decidiu-se primeiro revitalizar a área para atrair o público, preencher parcialmente a lacuna na rede de transporte da região, integrar o equipamento público do Centro Cultural Sensorial e preservar a parte florestal nativa existente. Justamente por isso desenvolveu-se uma rua com ciclovia e um calçadão afim de manter um fluxo de automóveis desacelerado, e também meio de conecções com os bairros vizinhos por pontes e barcos, botes ou balsa.
Por se tratar de um ambiente sensorial educacional, cultural e de lazer o Centro Cultural tem como demanda, toda e qualquer pessoa interessada em conhecimentos históricos e culturais da região, questões ambientais e de preservação. Seja ela estudante, profissional ou apenas admiradores em busca de novas experiências e atualidades
É de extrema importância que o local seja atrativo para a população trazendo exibições multimídia e interativas condizentes com o panorama atual, e que aproxime o cidadão das suas áreas verdes e o incentive a zelar pelo seu próprio patrimônio ambiental e natural, reforçando a preservação do meio ambiente.
Com base nos estudos de casos do SESCs e registros geográficos urbanos coletados fornecido pelo material da prefeitura de São Bernardo do Campo sobre a população da região foi feita a elaboração de um estudo estimado da demanda de uso do Centro Cultural Sensorial. Como pode se observar no gráfico estima que o maior índice de aproveitamento será por jovens e crianças, principalmente pela déficit de equipamentos públicos como os que o projeto propõe pelo bairro.
Após vencer um concurso internacional em 2018, o escritório norueguês Snøhetta e a ECADI foram contratados para projetar uma nova biblioteca em Pequim. Apelidado de "floresta do conhecimento", o equipamento define novos padrões para projetos de biblioteca tradicionais, empregando tecnologia de ponta e materiais de origem local. (ARCHDAILY,2022).
Baseando o projeto nas ideias de abertura e inclusão, o escritório projetou a biblioteca tendo em mente um espaço de aprendizado, troca de informações e discussões, celebrando a rica história da ciência e arte do país. Esses conceitos são enfatizados por um grande espaço comum no centro do equipamento. (ARCHDAILY,2022).
FONTE: Cortesia de Plomp/Snøhetta
A característica mais singular do projeto é uma cobertura formada por elementos que fazem lembrar copas de árvores, oferecendo aos visitantes a possibilidade de ler em meio à floresta. Sob esta cobertura lúdica, o programa se organiza a partir de um eixo de circulação linear central. A fachada transparente do edifício, por sua vez, torna públicas as interações que ocorrem dentro do prédio, convidando aqueles que estão do lado de fora a entrar. (ARCHDAILY,2022).
FONTE: Cortesia de Plomp/Snøhetta
Cada coluna em forma de árvore é também um componente estrutural de alta tecnologia que controla a climatização interior, iluminação, conforto acústico e reciclagem da água da chuva, além de contar com painéis fotovoltaicos para a geração de energia elétrica. (ARCHDAILY,2022).
As obras estão em andamento desde 2018 e têm conclusão prevista para este ano. (ARCHDAILY,2022).
O meu principal interesse com essa referência foi a integração do objeto construído com o seu entorno, o camuflando e integrando com o ambiente e se tornando convidativo ao público pelo o seu aspecto físico e elementos construtivos que gera a transparência de quem estar fora ver tudo que acontece por dentro e vice versa, fora os vários recurso apresentados e seus elementos construtivos que imitam aspectos ambientais naturais da região.
Abertura no futuro em Milão: o escritório biofílico, um lugar para trabalhar em simbiose com a natureza, imerso na visão criativa de Kengo Kuma. Um impressionante projeto de vanguarda iniciado pela plataforma independente Europa Risorse, com abertura prevista para 2024 na antiga área de Rizzoli no Parco Lambro, para reimaginar o espaço em escala humana na era pós-Covid. Financiado por um fundo gerido por PineBridge Benson Elliot, o impressionante projeto Welcome, feeling at work será construído em Milão, na antiga zona de Rizzoli, e será uma autêntica revolução do espaço de trabalho. Concebido como um lugar em escala humana, para se tornar mais consciente do ambiente natural, contando com as mais sofisticadas inovações tecnológicas e digitais – bem como medidas eficazes de proteção contra futuras pandemias – a instalação foi organizada como uma cidadela verde : um auditório, escritórios, espaços de co-working, restaurantes, supermercados e lojas são cercados por uma praça repleta de vegetação, pátios ao ar livre, hortas, jardins floridos, estufas e terraços como extensões dos interiores. Com o objetivo de criar um dos edifícios mais sustentáveis do mundo.
FONTE: Cortesia de Kengo Kuma and Associates
O que me chamou a atenção nesse projeto como referência é a proposta de uma cidade perfeita e acessível que representa a visão da cidade do futuro: construída com total sensibilidade ao meio ambiente, utilizando materiais de baixa emissão de CO2, a estrutura do edifício utiliza três materiais em conjunto, especificamente madeira para as fundações e alumínio e mogno para o exterior. estabelecendo uma nova visão para a arquitetura verde que está constantemente em diálogo com a tradição.
FONTE: Cortesia de Kengo Kuma and Associates FONTE: Cortesia de Kengo Kuma and Associates FONTE: Cortesia de Kengo Kuma and Associates FONTE: Cortesia de Kengo Kuma and AssociatesO edifício de 44.517 metros quadrados oferece aos visitantes a oportunidade de explorar o mundo natural através da exibição de mais de 10.000 artefatos de todos os sete continentes. O edifício inclui espaços de exposição, um teatro 4D, um jardim de exposições ao ar livre e um átrio de 30 metros de altura que recebe os visitantes com luz natural abundante filtrada através de uma parede de vidro inspirada na estrutura celular de plantas e animais. (ARCHDAILY,2015).
A forma e a organização da construção foi inspirada no escudo do molusco, uma das mais puras formas geométricas encontradas na natureza. Os elementos naturais são retratados através das fachadas do edifício, incluindo a parede central que representa a estrutura celular das plantas e dos animais, a parede viva leste significando a vegetação da Terra, e o muro de pedra norte sugerindo o movimento das placas tectônicas e paredes de canyons erodidos por rios. (ARCHDAILY,2015).
FONTE: James and Connor SteinkampÉ um edifício bioclimático na medida em que responde ao sol, usando uma pele inteligente que maximiza a luz do dia e minimiza o ganho solar. O tanque oval no pátio fornece o arrefecimento por evaporação, enquanto a temperatura do edifício é regulada com um sistema geotérmico, que utiliza energia da terra para aquecimento e resfriamento. A água pluvial é coletada da cobertura jardim e armazenada na lagoa, juntamente com as águas cinzas recicladas. Todos os componentes energéticos do museu fazem parte de exposições que explicam sua história. (ARCHDAILY,2015).
O que me chama a atenção desse projeto é o uso dos aspectos biomiméticos e os métodos sustentáveis trabalhados no projeto. Além disso a transparência do lugar e alguns espaços transmitem ao público a sensação do conforto do ambiente natural, relaxante e saudável.
FONTE: James and Connor Steinkamp FONTE: James and Connor SteinkampAs primeiras áreas a serem definidas foram justamente as que correspondem a exposição permanente do SUC (Centro Cultural Sensorial), um dos primeiros conceitos estabelecidos foi o de explorar um percurso bem definido que conduz o usuário até chegar em um ponto final de contemplação e reflexão. Esse trajeto por sua vez foi dividido em três atmosferas principais: passado, presente e futuro.
Na área correspondente ao passado, partiu-se do setor 1 (Ambiente Natural) e Setor 2 (Impactos Ambientais) onde o usuário poderá acompanhar o desenvolvimento da terra, meio ambiente e animais sendo conduzido até o presente por meio da cronologia do tempo nos espaços expositivos. No presente sinalizado como setor 3 (Biomas Terrestres e Aquáticos ) os ambientes serão divididos em biomas terrestres estrangeiros, brasileiros e aquáticos possibilitando a experiência de observar o que possuímos no mundo atual em relação a fauna e flora. Por fim temos o espaço de reflexão sobre o futuro no setor 4 (Alternativas e Aprendizados) com o intuito de demonstrar soluções e despertar um novo pensamento sustentável, além de informar e desenvolver práticas sustentáveis Após definir-se o percurso do SUC e suas áreas principais de exposição permanente, determinou-se outras áreas que poderiam complementar essa edificação enriquecendo mais ainda a experiência do usuário, como:
➢Áreas de exposição temporária adequadas para receber tanto exposições imersivas como convencionais;
➢Espaços lúdicos de imersão onde seria possível uma interação do visitante com projeções ou hologramas de todos os tipos relacionados com a temática do meio ambiente;
➢Midiateca, onde seria possível realizar pesquisas tanto em um acervo físico como digital sobre a temática da bioarquitetura;
➢Auditório e cineteatro para apresentações palestras, espetáculos ou eventos relacionados com o tema da biodiversidade ou cultura histórica nacional;
➢Espaço de atividades criativas com contexto sustentável e abordagem ambiental, com exposição dos trabalhos feitos pelos usuários;
➢Salas multiuso para uso de visitas escolares ou outras atividades;
➢Espaço de exposição temporária e feiras para artistas locais, nacionais e internacionais para exposição com temática de cunho ambiental ou de importância cultura;
➢Restaurante;
➢Loja temática;
Além dessas áreas culturais, definiu-se também outras áreas mais específicas para o funcionamento do SUC como: a área dos funcionários, segurança, vestiários, refeitório, odontologia, áreas técnicas, espaços de serviço e infraestrutura, espaço de acervo e pesquisa, fab lab, estufas e jardins sensoriais, administração e diretoria.
O acesso ao SUC também conta com estacionamentos para veículos de passeio de pequeno a grande porte, vagas especiais de deficientes, idosos e gestantes, vagas para veículos de carga e descarga, pátio aberto para estacionamentos de food trucks e diversos bicicletários espalhados por toda a extensão do projeto.
A partir da definição dessas áreas principais, formulou-se o programa de necessidades com a lotação e metragem necessária para cada um dos espaços, resultando na tabela abaixo:
Central de Atendimento 1 4 8 - 45 Direção 1 3 4 - 15 Escritório 1 - 2 - 100 Reuniões 1 - 18 - 20 Arquivo 1 1 6 - 20 Copa 1 - 10 - 14 Depósito/ Almoxarifado 1 3 - - 40 Sanitários 1 - - - 18,2 DML 1 - - - 10 282,2
Central de gás 1 2 - 14 14 Central elétrica 1 2 - 14 14 Central técnica 1 2 - 14 14 Reservatório 2 5 - 14 28 Controle 1 - - 14 14 Manutenção 1 3 - 21 21 Resíduos (ATT) 1 2 - 50 50 Depósito 1 - - 18 18
Área Privada
Enfermari a 1 2 10 - 60
Copa 1 - 10 - 14 Depósito 1 - 2 - 18 Vestiário 1 - - - 29,9 Sala de Comunica ção
1 7 - - 40 Vestiários Funcionár ios
1 - - - 29,9 Sala dos Funcionár ios
1 - 9 - 60 Sala de Descanso/ Copa Funcionár ios
1 - 9 - 50 Depósito/ Almoxarif ado
1 2 - - 18 Controle 1 2 - - 14 DML 1 - - - 14 Recepção 2 4 8 25 50 Cafeteria/ estoque/ câmaras
1 3 7 - 40 Loja 1 2 16 - 40 Sanitários 2 - - 15 30 Segurança 1 2 - - 12
519,8
Pistas de Skate 2 3 20 800 1600 Quadra Esportiva 16 4 50 800 128000 Área de Lutas 4 8 288 144 576 Sala de Ginástica 2 2 26 90 180 Sala de Dança 2 2 26 90 180 Depósito 2 2 - 50 100 Vestiários 1 - - - 40 Sanitários 1 - - - 40 130716 GRUPO ESPORTE
Área Infantil 8 - 38 150 1200 Espaço de Convívio Coberta 1 - 250 - 1750 Área de Convívio Descoberta 1 - 500 - 50000 Anfiteatro 1 20 50 - 2590 Área de Churrasqueiras 100 20 400 - 31072,06 Salão (temático) 1 5 - - 500 Caixa 1 2 - - 14 Cozinha 1 5 - - 105 Despensa 1 - - - 28 Câmaras Frias 2 - - 14 28 Administração 1 2 - - 14 Depósito 1 - 1 - 18 Resíduos 1 - - - 14 Vestiários 1 - - - 100 Sanitários 1 - - - 29,9
87463
Exposição Temporária 1 2 150 - 1050 Setor 1: Ambiente Natural 1 3 40 - 1400 Setor 2: Impactos Ambientais 1 3 40 - 1400 Setor 3: Biomas Terrestres e Aquáticos 1 3 100 - 3500 Setor 4: Alternativas e Aprendizados 1 3 40 - 1400 Foyer/ refeitório 1 2 - - 215 Bilheteria 1 - - - 16 Palco 1 25 - - 175 Platéia 1 2 319 - 175 Sala Projeção 1 2 - - 14 Sala de som 1 - - - 14 Camarim 4 - 4 100 400 Depósito 1 - - - 36 Sanitários 1 - - - 18,2 9813,2
Sala de Apoio as Oficinas 4 2 17 30 120 Salas Multiusos 2 2 26 90 180 Oficina de Linguas Originarias 2 2 40 30 60 Fab Lab 1 2 6 60 60 Recepção 1 3 8 16,5 16,5 Guarda Volumes 1 2 - 40 40 Biblioteca 1 3 43 300 300 Leitura por Faixa Etária 3 4 86 200 600 Multimídia por Faixa Etária 3 4 86 200 600
Multiplo Uso 2 2 57 200 400 Ateliers 2 4 26 90 180 Auditório 1 2 214 150 150 Depósito 2 - 2 15 30 Sanitários 1 - - 18,2 18,2 2754,7
Estufas/ Mini jardim botânico 3 2 20 250 750 Jardim Sensorial 2 2 20 250 500 Depósito 1 3 - 90 180 Sanitários 1 - - - 18,2 Oficinas Sustentáveis 1 4 30 - 120
❖ Setor 1: Ambiente Natural – Visa mostrar a importância do meio ambiente, bem com o desenvolvimento e contexto local da mata Atlântica. Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
❖ Setor 2: Impactos Ambientais – Visa mostrar os principais impactos ambientais causados pelo ser humano na Mata Atlântica (poluição dos rios, desmatamento, queimadas, exploração dos animais e extrativismo ilegal. Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
❖ Setor 3: Biomas Terrestres e Aquáticos – Intuito de demonstrar soluções e despertar um novo pensamento sustentável, além de informar e desenvolver práticas sustentáveis. Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
❖ Setor 4: Alternativas e Aprendizados – Intuito de demonstrar soluções e despertar um novo pensamento sustentável, além de informar e desenvolver práticas sustentáveis.Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
➢ Videoinstalação: mostra áudio visual através de painéis dispostos pelo ambiente nas paredes e piso com temática dos riachos e represas e sua vida aquática. Atua no aspecto sensitivo da visão e audição.
➢ Videoinstalação: mostra áudio visual através de painéis dispostos pelo piso com simulação da temática cheia e vazante dos riachos e represas. Atua no aspecto sensitivo da visão e audição.
➢ Instalação: Cascata de água direcionada para o entorno contemplativo do rio e da área verde, simbolizando as chuvas da Mata Atlântica. Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
➢ Espaço de interação e observação: Amplificador de sons da natureza em área livre do terreno. Atua no aspecto sensitivo da visão, do olfato do tato e da audição.
➢ Espaço de Interação: Lago com composição de materiais recicláveis , no qual a cascata recai. Atua no aspecto sensitivo da visão e tato.
➢ Área de Simulação: espaço de vivência do extrativismo animal ilegal com experiência de interação multimídia de realidade aumentada e virtual. Atua no aspecto sensitivo da visão, do tato e da audição.
➢ Videoinstalação: espaço audiovisual com experiência de interação multimídia, através de um tronco de árvore mostrando as datas cujas árvores participou na história humana até o seu corte. Histórias essas demonstradas visualmente pelo espaço da sala. Atua no aspecto sensitivo da visão, do tato e da audição.
➢ Videoinstalação: 360° de painéis em experiência de interação multimídia demonstrando as queimadas na Amazônia.Atua no aspecto sensitivo da visão e da audição.
➢ Instalação: materiais de plástico e outros simbolizando o lixo descartado nos rios, formando uma travessia, um labirinto que o usuário deve tentar chegar até o final. Simbolizando o percurso que animais tentam fazer no seu habitat natural. Atua no aspecto sensitivo da visão e do tato.
➢ Sala informativa: mostra os principais impactos ambientais que a região sofre, por meio de textos e imagens. Atua no aspecto sensitivo da visão.
➢ Instalação: materiais recicláveis expostos artisticamente pelo espaço de exposição. Atua no aspecto sensitivo da visão e do tato.
➢ Área recreativa: espaço adulto e infantil feito a partir de materiais reutilizados para recreação e interação. Atua no aspecto sensitivo da visão e do tato.
➢ Espaço de relaxamento e exposição informativa: mostra de projetos ambientais locais, nacionais e mundiais e alternativas sustentáveis. Atua no aspecto sensitivo da visão e do tato.
➢ Oficina de atividades criativas: com contexto sustentável e abordagem ambiental com exposição dos trabalhos feitos pelos usuários.Atua no aspecto sensitivo da visão e do tato.
A partir da definição das áreas por meio do programa de necessidades e dos primeiros estudos de croqui, estabeleceu-se que os espaços relacionado a lazer e esporte iriam compor espalhadamente por toda a extensão livre do lote enquanto os outros espaços se concentrariam no edifício do Centro Cultural Sensorial.
No pavimento térreo ficou definido que estariam localizadas os espaços de exposição permanente.
No primeiro pavimento se encontrariam as áreas semipúblicas servindo de espaço de transição entre as áreas públicas como: loja, restaurante, café, oficinas, midiateca, exposição permanente e cineteatro; e também as áreas privativas de administração.
No segundo pavimento conta apenas com uma parte de extensão da midiateca.
No quarto pavimento se encontrariam localizadas as áreas semipúblicas como espaço de exposição temporária e privativa como: a parte técnica do cineteatro, áreas técnicas e dos funcionários.
Para a estruturação do SUC adotou-se um sistema misto de madeira, concreto, estrutura metálica e superadobe. Nas paredes internas que compõe e dividem os ambientes utilizou-se do sistema conhecido como superadobe também denominado de terra ensacada, que basicamente, é uma técnica construtiva bastante simples que se utiliza de basicamente dois elementos: solo argiloso e sacos de polipropileno e que possibilitam estruturas que suportam grandes vãos sem o auxilio de abundantes peças com pequenas dimensões. Nas partes de subdivisões de setores internos foi usado estrutura de madeira móvel, possibilitando assim em algumas áreas a ampliação dos espaços. Já nas fundações adotou-se o uso de concreto armado fazendo a sustentação sobre pilotis. Em espaços de
Para a estruturação do SUC adotou-se um sistema misto de madeira, concreto, estrutura metálica e superadobe. Nas paredes internas que compõe e dividem os ambientes utilizou-se do sistema conhecido como superadobe também denominado de terra ensacada, que basicamente, é uma técnica construtiva bastante simples que se utiliza de basicamente dois elementos: solo argiloso e sacos de polipropileno e que possibilitam estruturas que suportam grandes vãos sem o auxilio de abundantes peças com pequenas dimensões. Nas partes de subdivisões de setores internos foi usado estrutura de madeira móvel, possibilitando assim em algumas áreas a ampliação dos espaços. Já nas fundações adotou-se o uso de concreto armado fazendo a sustentação sobre pilotis.
1. Midiateca (continuação)
2. Cineteatro (continuação)
CORTE E PLANTA – NOVA VIA DE ACESSO AO PROJETO
CORTE ESPAÇOS DE ESPORTE E LAZER
De acordo com os estudos realizados constatei que é extremamente importante para um arquiteto que ele produza edificações no sentido de equilibrar essa relação entre as necessidades da sociedade e a urbanização das grandes cidades, sem impor o que o ele acredita ser melhor para seus usuários ou para a cidade mas analisar caso a caso de forma única e especifica para resolver da melhor forma possível uma arquitetura.
Afinal, os espaços que os arquitetos e urbanistas projetam diariamente afetam a vida de milhares de pessoas, sendo eles desde ambientes de trabalho até as residências pessoais de cada um, e por mais que não pareça, elas influenciam diariamente nas nossas sensações, percepções do espaço e sensação de pertencimento com um determinado local.
O conjunto do desenvolvimento projetual com os bens gerados naturalmente só tem a agregar também no próprio bem estar dos usuários , dos aprendizados construtivos e a consciência a preservação da natureza.
Plano diretor de São Bernardo do Campo https://diariodotransporte.com.br/2010/12/12/riacho-grande-um-distrito-que-se-tornou-industrial-urbano-e-de-prestacao-de-servicos-sem-ter-deixado-a-carade-rural/
O gradiente de permissividade e restrição à ocupação (GPRO) como alternativa para o distrito do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo - SP.pdf
Plano Municipal de Cultura de São Paulo. https://www.archdaily.com.br/br/974657/snohetta-projeta-uma-floresta-do-conhecimento-em-pequim https://www.archdaily.com.br/br/958625/edificio-biofilico-de-kengo-kuma-em-milao-comeca-a-ser-construido https://www.archdaily.com.br/br/766284/museu-de-historia-natural-de-xangai-perkins-plus-will https://perkinswill.com/project/museu-de-historia-natural-de-xangai/?lang=pt-br
https://www.verticalgarden.com.br/post/arquitetura-biofilica-entenda-os-conceitos-aplicados-nas-cidades-residencias-e-corporacoes https://www.vivadecora.com.br/pro/design-biofilico/ Luana-Fernandes-de-Sousa-TCC.pdf
DESIGN BIOFÍLICO APLICADO AO ESPAÇO CONSTRUÍDO E O IMPACTO NO ASPECTO MENTAL E FÍSICO DO INDIVÍDUO. PDF https://etimologia.com.br/tecnologia/ Centro de Memória de São Bernardo