Revista Canção Nova Agosto 2015

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Ano XIII - N潞 176 - Agosto de 2015 - Revista Mensal do S贸cio Evangelizador

clube.cancaonova.com

ISSN 1806-1494

r e v i s t a

o Pai me aColHe, me iNstRui e me CoNsola p. 08

Vida Consagrada


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Revista Canção Nova Agosto 2015


Carta ao leitor

ORAÇÃO, PERSEVERANÇA E AMOR

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gosto é tempo de reflexão. De olharmos nossa vida sob a perspectiva do Reino de Deus. Tenho correspondido ao chamado a uma vida de justiça e amor? Padre Jonas, em sua carta, ressalta a importância da oração e, a partir do evangelho da Transfiguração, nos ensina: a “oração é entrar em Deus, entrar na divindade, na Sua santidade, no esplendor de Sua glória”. Padre Fabrício destaca a necessidade da paciência do agricultor que contrasta com a pressa do consumidor: ser amigo do tempo, cultivando com perseverança para que o fruto apareça. Esta crença inabalável faz lembrar Dom Bosco, que comemoramos neste mês seus 200 anos de nascimento (Ação Jovem). O santo do sorriso acreditava em seus jovens, na mudança através do amor expressado. Portanto, chegamos já a um tripé fundamental para encontrarmos nossa missão: oração, perseverança e amor. A partir daí, podemos dar passos e refletir com a matéria central sobre o Ano da Vida Consagrada. Junto com o Eto repensar a figura dos pais, que têm no Pai das Misericórdias o grande modelo que “me acolhe, me

instrui, me consola e me faz forte na minha fraqueza”. O artigo de Luzia Santiago fala da presença das Novas Comunidades, “um estilo particular de vida adaptado às exigências da sociedade atual, cujo fim apostólico atende às solicitações da Nova Evangelização”. A intenção é que se possa chegar à convicção, à maturidade testemunhada pelo professor Felipe no artigo “O cristão no mundo”: “Não me deixo ser tentado a adaptar-me ao ‘gosto da maioria’, como se a Verdade e o Bem dependessem de plebiscito. Se o sal perder o seu sabor, com que o salgarão?”. Que Maria nos auxilie nesta caminhada. Pois, como disse Dom João Inácio no texto sobre Nossa Senhora da Piedade: “É bom demorar-se ali, ali no colo da Senhora da Piedade. É um colo que embala para a ressurreição, para um começar de novo, com fé e força redobrada”. Boa leitura!

Fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da fjpii: Monsenhor Jonas Abib Diretor Executivo da FJPII: Wellington Silva Jardim Jornalista Responsável: Osvaldo Luiz/MTB 23094 Coordenação: Marelena Ribeiro Assistente de Coordenação: Joel Prado Netto Produção e Assessoria: Lucas Mendes, Mariana Nepomuceno e Gabriela Brombini Revisão Ortográfica: Reinaldo César Direção de Arte: Agência de Publicidade Projeto Gráfico: Maria Alice Figueira Campos e Mariana Bueno Diagramação: Felipe Marcondes M. Alves Designers: Felipe Marcondes M. Alves, Larissa Carvalho, Leonardo Augusto, Maria Alice Figueira Campos e Sebastião Almeida Composição da capa: Felipe Marcondes M. Alves

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Fotografia: Wesley Almeida - Basílica da Transfiguração, Monte Thabor - Terra Santa.

PalavRa do FuNdadoR

a tRaNsFiGuRação tamBém é PaRa NÓs

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ocê pode e precisa ser transfigurado como Jesus transfigurou-se diante dos seus apóstolos. O Senhor vem nos dizer: “Meu filho, estou lhe apresentando uma realidade que talvez você desconhecesse, mas você pode transfigurar-se e Eu preciso que você se transfigure”. Jesus foi para o alto daquele monte para orar e, buscando o Pai, se transfigurou. De modo que quando os apóstolos viram Ele estava esplendoroso, translúcido, a luz como que saía do corpo d’Ele e vinha para fora, Jesus estava todo iluminado, as suas vestes eram de uma alvura incomparável, e Ele era um esplendor só. E, além disso, o Pai fala: “este é o meu Filho muito amado no qual eu coloco toda a minha afeição. Escutai-o”. Meus irmãos, esta é a verdade que o Senhor está nos ensinando, esse é o caminho para nossa transfiguração: a oração. Que não é simplesmente dizermos palavras, repetir fórmulas, mas entrar em Deus, entrar na divindade, na Sua santi-

dade, no esplendor de Sua glória. Na oração usamos de palavras, expressões, gestos - como a liturgia que celebramos -, mas são apenas os meios. O objetivo é vivenciar a verdadeira oração, é entrarmos, penetrarmos, como uma bola de fogo, ficando, de tal maneira, todo “enfogueado”. Dessa forma nos tornamos divinos, sem nos tornarmos deuses, porque seremos sempre criaturas. Mas nós somos divinizados. Essa é a transfiguração da qual Jesus nos fala; Ele nos diz: “Meus filhos, isso é possível, está ao alcance de vocês”. Busquemos isso, pois querendo essa transfiguração, faremos da oração este penetrar fundo na divindade do Senhor. Precisamos ser pessoas de contínua busca, pois o mundo semeia vias para nos afastarmos disso, para acabarmos com as coisas logo, depressa. Dizem que já rezamos o suficiente e que não devemos insistir demais.

Se de tal maneira possuímos estas ideias e pensamos que é assim: buscarmos um pouquinho e depois já estamos satisfeitos, nos contentamos com migalhas. Rezamos um pouco e já estamos satisfeitos. Deus nos fala que não é assim: nós precisamos buscar mais porque Ele nos quer dar mais. Queiram mais! Saibam que vocês podem conquistar mais. Querem mais? Busquem mais e aventurem-se nesta busca. Você precisa ir fundo na oração! A gente vai para Deus e se atira na oração sem olhar para nossas necessidades, sem olhar para os nossos problemas. A gente busca a Deus, somente e unicamente a Ele. Quando nos jogamos em Deus, estamos nos jogando no sumo Bem, e n’Ele estão todos os bens, e assim as graças e bênçãos também vêm.

moNseNHoR joNas aBiB fundador da Comunidade Canção nova padrejonas.cancaonova.com twitter.com/padrejonasabib

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PalavRa da iGReja

Fotografia: Wesley Almeida

Nossa seNHoRa da Piedade

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ossa Senhora da Piedade é a Mãe de Jesus assentada ao pé da Cruz, tendo nos braços o seu Divino Filho morto, depois de retirado da cruz. A Mãe da Piedade sempre foi muito procurada pela fé cristã. Ali, os fiéis encontram grande consolo para os seus sofrimentos. Há sintonia entre os sofrimentos da Mãe da Piedade e os nossos sofrimentos. E quem não tem os seus sofrimentos? Eis que o olhar dos filhos encontra compreensão e consolo no coração da Piedosa Mãe, coração cheio de dores, cheio das dores que levaram o seu Filho bendito à morte ultrajante na cruz. Nossa Senhora da Piedade é a Mãe das Dores que entende as dores de seus filhos. É a Mãe das Dores que acolhe em seus braços as dores de cada mãe que sofre, de todo filho sofredor. É a Mãe de Jesus, a Mãe de Deus e Nossa Mãe, experimentada e consumida na dor. É a Mãe da consolação, a Mãe da compaixão, a Mãe do silêncio sofredor, a Mãe solidária com a dor de cada sofredor: é a Mãe que entende o coração que sofre. No colo desta Mãe da Piedade cabe também nossa dor, cabem nossas perdas. Ela tudo segura, tudo carrega e tudo ao Pai apresenta. Nossa Senhora da Piedade, porque toda Ela não é senão compaixão. Compaixão do Filho. Compaixão dos filhos: tornou-se Mãe de todas as pessoas. Em momentos de dor, os filhos podem se achegar ao colo da Mãe da Piedade. Ela acolhe e afaga; consola e entende: ama e compartilha dom joão iNáCio mÜlleR Bispo da diocese de Lorena – SP

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a dor de seus filhos e filhas. É bom demorar-se ali, no colo da Senhora da Piedade. É um colo que embala para a ressurreição, para um começar de novo, com fé e força redobrada. Ela toma nossa dor e oferece da sua fortaleza de Mãe geradora de vida. A Senhora da Piedade é a Mãe das dores. É um título que nós dificilmente daríamos às nossas mães, embora muitas delas tenham sofrido, ou ainda sofram, muito. Mas, em Maria, o sofrimento foi parte de sua vida, vive a ‘compaixão’ com seu Filho, o Homem das dores. O sofrimento de Maria, com e por Jesus, começou muito cedo, desde o mistério da Encarnação, nascimento e vida itinerante de seu Filho Jesus. Mas, especialmente, Maria sofre ao ver seu Filho morrer e, finalmente, quando o recebe sem vida em seu colo. Jesus é entregue à sua Mãe, que recebe em seu colo o Filho morto: inocente e condenado, estraçalhado, feito pedaços e, ainda mais, o coração atravessado pela lança, de onde escorria, ainda, um pouco de sangue e água. Ele já não sofre; a Mãe, porém, sim. Levam Jesus para o sepulcro, sela-se a pedra, e Maria vai para a sua casa, chorando, silenciosa. Mas esta grande mulher de fé, “meditando sobre os acontecimentos que conservara em seu coração” (cf. Lc 2,19), compreende que em breve virá o grande anúncio da Ressurreição. Durante o silêncio do Sábado Santo, ela foi a única que acreditou e esperou. “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45). Ó Senhora da Piedade! Que aprendamos de Vós a compaixão, a solidariedade e a misericórdia, derramando bálsamo nas feridas da humanidade.


Palavra em destaque

A

Deus continua suscitar coisas novas a pioneira no país. Foi fundada em 1978 por Monsenhor Jonas Abib que, com seu ardor apostólico, carismático, sua vivência, tem passado aos membros a razão de ser do carisma da nossa Comunidade: a experiência com o amor de Deus, o anúncio de Jesus Cristo e a vida nova que Ele nos oferece. Conforme descritas por João Paulo II, a originalidade destas Novas Comunidades consiste no fato de se tratar de grupos compostos de homens e mulheres, clérigos e leigos, casados e solteiros, que seguem um estilo particular

Pentecostes, na Praça São Pedro. Na ocasião, afirmou que os Movimentos e as Novas Comunidades são a resposta suscitada pelo Espírito Santo para o nosso tempo. “O Espírito não cessa de assistir a Igreja distribuindo novos carismas a homens e mulheres do nosso tempo, para que deem vida a instituições adequadas aos desafios de hoje”, afirma João Paulo II na Exortação Apostólica Vida Consagrada. “Ide pelo mundo inteiro” (Mc 16,15) foi a ordem de Jesus aos seus discípulos. Mais do que nunca, a humanidade inteira

Fotografia : Larissa Carvalho

gosto é lembrado como o mês das vocações. Por isso, gostaria de refletir aqui sobre a vocação das Novas Comunidades. Sua vivência expressa a alegria do Evangelho e uma maneira nova de entrega a Deus em sintonia com todas as vocações na Igreja. Neste ano dedicado à Vida Consagrada, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao mundo na qual reconhece que cada forma de vida consagrada nasceu do chamado do Espírito para seguir a Cristo, segundo o ensinamento do Evangelho.

Da esquerda para a direita Padre Reinaldo Cazumba, membro da Com. Canção Nova / Guilherme Zapparoli, jovem solteiro e membro da Com. Canção Nova / Marlúcia Carvalho, celibatária e membro da Com. Canção Nova / Frederico e Edilma de Oliveira membros da Com. Canção Nova, com seus filhos Francesco Sávio e Maria de Fátima.

Novas comunidades são um novo tipo de vida comunitária que tem como fonte o Movimento da Renovação Carismática e que constituem novas formas de vida na Igreja. São realidades crescentes em todo o mundo. No Brasil, cerca de 700 novas comunidades estão comprometidas com a Nova Evangelização e o testemunho cristão como as primeiras comunidades cristãs. A Canção Nova é

de vida adaptado às exigências da sociedade atual, cujo fim apostólico atende as solicitações da Nova Evangelização. Tais experiências foram favorecidas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) que pedia uma Igreja inserida no mundo, capaz de responder aos desafios de seu tempo. Em 1998, João Paulo II convocou representantes das Novas Comunidades e Movimentos para uma vigília de

aguarda esse anúncio. As Novas Comunidades surgem como esperança, uma resposta ao sopro do Espírito Santo para os nossos tempos. Maria, primeira discípula de seu Filho, Mãe da Igreja, rogai por nós! LUZIA SANTIAGO Cofundadora da Comunidade Canção Nova twitter.com/luziasantiago luziasantiago.cancaonova.com

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admiNistRação e vida

Fotografia: Larissa Carvalho

o Pai me aColHe, me iNstRui e me CoNsola

Meus amigos,

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gosto é o mês em que nos lembramos de nossos pais, nossos avós, daquele professor que, de certa forma, foi um pai em nossas vidas e, por que não, daquele padre que também fez, muitas vezes, o papel de pai nos aconselhando, nos acolhendo? Mas, hoje, a lembrança que já está gravada em meu coração e em minha mente é a figura do “pai misericordioso” do mosaico do Santuário do Pai das Misericórdias. Muitas vezes, sou a figura daquele filho pródigo que volta correndo para o abraço do Pai! Mesmo estando cheio de preocupação, às vezes, com o coração ferido e fechado em mim mesmo, o Pai me acolhe, me instrui, me consola e me faz forte na minha fraqueza. Outras vezes, me coloco no lu-

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gar do pai. O pai que oferece seus braços aos filhos. Você sabe, graças a Deus, tenho dois filhos biológicos e muitos outros que considero também filhos, aqui na comunidade Canção Nova. São mais que irmãos de comunidade, são como se fossem meus filhos. O ouvir, o abraço, a presença, o trabalho, a oração... Caminhamos sempre muito próximos aqui na comunidade! E qual é a chave de toda educação, de todo amor do pai para com o filho? Nós, pais, devemos refletir sobre quem somos, como deveríamos ter sido e o que ainda vamos ser diante de nossos filhos. Aí está a chave! Um pai não quer que os filhos cometam os mesmos erros que cometeu, por exemplo. E um “filho sábio atende a instrução do pai”, como diz o versículo 1, em Provér-

bios 13. Peçamos ao Pai das Misericórdias que possamos ser compreensíveis, amáveis, misericordiosos e atenciosos com nossos filhos. Pra você que é um pai que ajuda a Canção Nova, um pai sócio-evangelizador, que o bom Deus lhe dê a graça de rezar junto do seu filho. E o meu muito obrigado por nos ajudar a manter essa Obra de evangelização. Com meu carinho paterno, Eto

WelliNGtoN silva jaRdim Cofundador da Comunidade Canção nova twitter.com/etocn eto.cancaonova.com


A Bíblia foi escrita para você

cada mês, por meio da Revista Canção Nova, eu e você temos a oportunidade de meditar a Palavra de Deus que é sempre viva e dinâmica. Quando acolhemos essa Palavra em nossos corações, os frutos sempre são produzidos, primeiro por graça de Deus e depois pelo desejo de correspondência a essa iniciativa de amor e paciência de Deus para com cada um de nós! Vamos, neste mês, meditar o evangelho de Marcos 12,41-44. A leitura orante precisa de silêncio, atenção, coração aberto e nosso compromisso de concretizar na vida a mensagem do Evangelho. Você não está dispensado da leitura do Evangelho! Pegue a sua bíblia e, antes de continuar a ler esse texto, tenha seu contato pessoal com a Sagrada Escritura. Agora que você já leu o texto do evangelho, podemos juntos tentar refletir alguns aspectos, não todos, desse trecho que tomamos de São Marcos. A parábola contada por Jesus diz sobre uma figueira que foi plantada numa vinha. Mesmo que esteja rodeada pela vinha, a natureza da figueira é produzir figos e não uvas. A figueira era única em meio a toda a vinha, mas isso não podia mudar sua “identidade natural”, ela permanecia uma figueira que devia produzir figos. Muitas vezes, nós deixamos que a grande maioria à nossa volta “deforme” nossa identidade, passamos a buscar ser como a maioria e traímos nossa verdadeira identidade. Quando o homem se dirige até a figueira à procura de figos, claro, ele não os encontra. Por três anos, ele buscou esses frutos e nada encontrou. Aí decide cortar a figueira acreditando

Fotografia: Larissa Carvalho

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Consumidores ou Agricultores: a decisão é sua!

que ela ocupa inutilmente aquela terra. Parece que era o fim daquela figueira, condenada por não dar os frutos esperados. Mas o “agricultor” busca defender a figueira e pede ao dono da vinha que lhe dê o prazo e se compromete a cultivar e adubar aquela árvore, por mais um ano, renovando sua esperança de que ela venha a dar frutos. Eu e você, muitas vezes, já fizemos o papel desse senhor que vai buscar os frutos e exige encontrá-los. Entretanto, hoje, quero convidar-lhe a olhar para a figura do agricultor, que tem a coragem de se dispor a mais um ano de cultivo, “cavando em volta e pondo adubo”, cheio de esperança de que

os frutos viriam. É muito mais fácil sermos os “consumidores” dos frutos e, assim, passamos a exigi-los de todos chegando até a irritação quando não os encontramos. Isso acontece em muitos relacionamentos e em muitas realidades das nossas vidas. O grande desafio é passarmos de uma postura de simples “consumidores” para comprometidos “agricultores”, que se lançam com esperança e disposição para o trabalho, sabendo que, com um pouco de paciência, os frutos poderão, sim, se tornar realidade. Será que hoje na sua vida não existem pessoas e realidades que precisam de mais uma chance, de mais um pouco de tempo, antes que você resolva acabar com tudo? Você está sendo desafiado, desafiada, a assumir a postura de um “agricultor da esperança”, cavar mais fundo em direção às raízes e colocar ali um adubo que fortalecerá cada situação que você vive. Fazendo a sua parte, você ainda precisará esperar com paciência o passar do tempo, para que possamos experimentar os frutos. Afinal, o bom agricultor sabe que precisa ser amigo do tempo! Antes de tomar a decisão de cortar, eliminar ou destruir alguma realidade ou pessoas da sua vida, aprenda com o paciente agricultor do Evangelho, pois sempre há esperança de que os frutos podem aparecer, mas você vai precisar se comprometer a ser mais cultivador do que um exigente consumidor. Pense nisso, reze com isso.

PE. FABRÍCIO ANDRADE Formador Geral da Comunidade Canção Nova twitter.com/pefabriciocn

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matéRia esPeCial

Consagrados para com

ue seria da Igreja sem São Bento e São Basílio, sem Q Santo Agostinho e São Bernardo,

sem São Francisco e São Domingos, sem Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila, sem Santa Ângela Merícia e São Vicente de Paulo? E a lista tornar-se-ia quase infinita, até São João Bosco e a Beata Teresa de Calcutá”. Este é o trecho da carta que o Papa Francisco escreveu por ocasião do Ano da Vida Consagrada, data que vai de 14 de novembro de 2014 a 2 de fevereiro de 2016. De fato, como o próprio Pontífice recorda: “Sem este sinal concreto (os grandes santos e consagrados que fizeram a história do cristianismo), a caridade que anima a Igreja inteira correria o risco de se resfriar, o paradoxo salvífico do Evangelho de se atenuar, o “sal” da fé de se diluir num mundo em fase de secularização”. É certo que cada um de nós, pelo batismo, é chamado a ser consagrado! No entanto, há quem tenha uma vocação mais específica: a vida religiosa, propriamente dita! Movidas pelo próprio Deus, algumas pessoas são chamadas a, como diz a Palavra, “deixar casa, irmãos, pai, mãe e terras por causa do Evangelho”. UM GRANDE MOSAICO Podemos dizer que nos cinco continentes é possível contemplar um verdadeiro mosaico religioso no qual cada “pedrinha” tem seu valor! Os últimos dados da Igreja apontam que hoje existem quase 120 mil sacerdotes e 700 mil religiosas em todo o mundo! Ao caminhar em Roma, nas proximidades do Vaticano, onde a maioria das congregações tem uma casa, nos deparamos com uma infinidade de “estilos” religiosos! Ao ver tantas cores e 10

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formas de hábitos e véus, vislumbramos a beleza da Igreja através da diversidade dos carismas. Um verdadeiro “mundo” diante do qual a Igreja está atenta! “Papa Francisco sente muito de perto a vida consagrada e ele quer que ela vá na direção que o Evangelho pede. Ele é muito concreto. Ele quer vida evangélica na vida consagrada”, afirmou em entrevista à nossa equipe o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz. O QUE A IGREJA ESPERA DOS CONSAGRADOS? Dom João nos explica que, com o Concílio Vaticano II, ficou claro que os consagrados são parte da Igreja e também parte do povo de Deus como um todo e menciona o documento Perfectae Caristatis – texto até hoje muito atual, em que os padres conciliares fazem aos consagrados três convites es-

peciais: 1) Serem discípulos de Jesus e viver o Evangelho; 2) Voltarem-se aos aspectos mais essenciais, autênticos e profundos dos fundadores, de forma a seguir o carisma com fidelidade; 3) Olharem para a cultura atual porque é preciso que o carisma fale para o homem e às mulheres dos dias de hoje.


m alegria, evangelizar!

AMOR E COMUNHÃO X CULTURA DO INDIVIDUALISMO A estes convites, o cardeal acrescenta um item: “o amor”. “É necessário fixar o olhar na Santíssima Trindade que traz para nós aquilo que é o centro da vida do cristianismo: o amor. Deus é amor e a Igreja também é amor”. Em cada tempo Deus suscita formas de vida consagrada que vão ao encontro das necessidades de seu povo! Dentro da diversidade, porém, encontramos tesouros e uma necessidade: viver a co-

munhão! Como diz o salmo 132: “Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos”. Dom João assinala: “O carisma não vive sozinho, ele vive inserido na Igreja e todo carisma que se isola morre, desaparece, sai do equilíbrio. E nós precisamos sempre ter essa atenção de viver dentro da comunidade. Quem nos dá essa garantia são o Papa e os bispos e nós precisamos disso”. Nas congregações e comunidades, a comunhão começa dentro de casa. É vivida, primeiro entre os membros para, depois, transbordar no relacionamento com o povo e com a própria Igreja! Centrada em Deus e no próximo, torna-se um grande exemplo para a sociedade atual na qual a cultura do egoísmo e do individualismo está tão evidente.

cristãos a viverem a fé com alegria. E isso é contagiante! Como já dizia o Papa Emérito Bento XVI e tem afirmado o atual Pontífice: “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”. Na Encíclica, o Papa dirigese aos leigos e aos consagrados! Diante disso, Dom João considera que o testemunho do Evangelho, por si mesmo, desperta o crescimento da Igreja. “Quando não testemunhamos, ao contrário, afastamos as pessoas”, considera. São Bento e São Basílio, Santo Agostinho e São Bernardo, São Francisco e São Domingos, Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila, Santa Ângela Merícia e São Vicente de Paulo contagiaram o mundo com sua consagração. Da mesma forma, São João Bosco, a Beata Teresa de Calcutá e tantos santos que poderia mencionar. Eles viveram a alegria do Evangelho que enche o coração e a vida inteira daqueles que têm um encontro com Jesus. Uma proposta que se estende aos consagrados dos dias atuais! Que o Ano da Vida Consagrada seja, portanto, como pede o Sucessor de Pedro, ocasião para gritar ao mundo com força e testemunhar com alegria a santidade e a vitalidade presente na maioria daqueles que foram (e são) chamados a seguir Cristo na vida consagrada!

CONTÁGIO O Papa Francisco escreveu a Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho” na qual convida os

daNusa silva do ReGo Comunidade Canção nova frente de Missão de Roma twitter.com/danusacn Jornalista Revista Canção Nova Agosto 2015

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COMPORTAMENTO ALIMENTAR DOS HOMENS

Fotografia: Larissa Carvalho

uando me pediram para escrever o artigo deste mês sobre o comportamento alimentar do homem é claro que fui fazer uma pesquisa na literatura científica, pois sempre escrevo baseada em evidências. Não foi surpresa encontrar a informação de que enquanto as mulheres comem mais frutas, verduras e legumes, o time masculino consome mais carnes, alimentos ricos em gordura e sal. Entretanto, esse padrão alimentar pode variar de acordo com a faixa etária, renda, cultura e escolaridade, mas de um churrasco no domingo dificilmente escapam. Quer no restaurante ou reunindo amigos e familiares, essa iguaria é, indiscutivelmente, a preferida. Mas esse gosto pelo churrasco remonta à época de nossos antepassados, que eram caçadores e cuja atividade pertencia exclusivamente ao homem: prover a família de alimento. A mulher ficava protegida em alguma caverna cuidando da prole e conforme foram evoluindo passaram a cuidar (além dos filhos) da agricultura e da criação. O tempo foi passando, mas essa herança permanece nas entranhas masculinas. Justamente por comer mais carne e menos legumes, verduras e frutas, essa alimentação é rica em gordura saturada, extremamente pró-inflamatória levando a diversas complicações de saúde como a própria obesidade que é a mãe hospedeira de diversas doenças como o desenvolvimento da resistência a insulina, gordura no fígado, a famosa esteatose hepática não alcoólica, diabetes tipo 2, pressão alta, entre outras, e inclusive o câncer, prin-

cipalmente de intestino, pois toda essa gordura em contato com as células intestinais precisam ser emulsificadas pelos ácidos biliares, que se em constante contato com elas passam a ser um agente agressor. Atualmente, graças as insistentes esposas preocupadas com a saúde de seus maridos, vem aumentando o consumo de saladas, legumes e frutas. O problema do churrasco é que o contato do sangue que se desprende da carne e cai no carvão, faz subir uma fumaça cheia de componentes cancerígenos. Mas os grelhados também trazem problemas principalmente para quem prepara e respira aquela fumaça. O fígado é nosso órgão que procura a todo custo eliminar esse tipo de substâncias do nosso corpo. Por isso, a importância no dia do churrasco iniciar a refeição com uma belíssima e suculenta salada cheia de fitoquímicos que darão o esforço necessário para o fígado dar conta do recado. Outra dica está na página 110 do livro “Alimente Bem Suas Emoções” (Ed. Loyola), que traz a família dos repolhos e couves, verdadeiros aliados à saúde do fígado. Fora isso segue abaixo minha receita favorita de Sal de Ervas que, além de deliciosa, fará com que seu marido diminua o consumo do sal habitual e suas repercussões negativas. Sal de Ervas: 50g de sal comum; 50g de orégano sequinho desidratado; 50g de alecrim sequinho desidratado; 50g de gergelim branco tostado. Bata tudo no liquidificador e guarde na geladeira. Use no lugar do sal habitual. Seus pratos ficarão muito mais saudáveis, gostosos e funcionais.

DRA GiSELA SAVioLi Nutricionista clínica, escritora blog.cancaonova.com/maissaude twitter.com/giselasavioli

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ação jovem

Em 16 de agosto, completam-se 200 anos do nascimento do fundador da família Salesiana: dom Bosco, proclamado Pai e Mestre da Juventude. ão João Bosco, cujo bicentenário de nascimento celebramos em 16 de agosto, foi o fundador de um amplo movimento em favor da educação e da evangelização da juventude: a Família Salesiana, que hoje conta com 30 grupos e congregações, presentes nos cinco continentes. Entre estes grupos está também um movimento que, inspirado nos ensinamentos de Dom Bosco, nasceu aqui no Brasil: a Comunidade Canção Nova, fundada em 1978 pelo monsenhor Jonas Abib e admitida oficialmente na Família Salesiana em 2009. Em todo o mundo estão sendo realizadas ações para comemorar o bicentenário de Dom Bosco. Esta celebração, entretanto, vai além da festa: é um momento para mostrar a atualidade de Dom Bosco, de sua proposta educativa, de sua dedicação à juventude. Em agosto de 2014, na abertura do ano do bicentenário, o Reitor-mor dos Salesianos, padre Ángel Fernández Artime, enfatizou: “Este bicentenário quer ser, para todos nós, e em todo o mundo salesiano, não tanto um tempo de festejos sem qualquer transcendência, mas uma ocasião preciosa que nos é oferecida para contemplar o passado com gratidão, o presente com confiança, e sonhar o futuro da missão evangelizadora e educativa de nossa Família Salesiana”. Mas quem foi afinal Dom Bosco e qual o legado que ele nos deixou? João Belchior Bosco nasceu em Castelnuovo d’Asti, na Itália, no dia 16 de agosto de 1815. Perdeu o pai muito cedo e sua família enfrentou grandes dificuldades. Aos 9 anos, teve seu primeiro sonho profético, no qual Nossa Senhora lhe mostrava o caminho da conversa e da mansidão para apaziguar os Pe. Nivaldo luiz PessiNatti sdB(salesianos de dom Bosco) diretor do Boletim salesiano - Brasil

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arruaceiros e domar as feras. Deste sonho, intuiu que deveria se dedicar à educação da juventude, mas de uma maneira diferente: sendo para os jovens um pai e um amigo. Ordenado sacerdote em 1841, escolheu como lema: “Da mihi animas cetera tolle” (Gn 14, 21), que poderia ser traduzido como “Dai-me almas e ficai com o resto”. Iniciou o trabalho junto aos jovens mais pobres, com o Oratório, um espaço que ele mesmo definia como “casa que acolhe, paróquia que evangeliza, escola que encaminha para a vida e pátio para se encontrarem como amigos e viverem com alegria”. Dom Bosco organizou um sistema educativo que presumia ser melhor educar do que reprimir e que depositava toda confiança na capacidade e no “bem” existente em cada jovem. Ele dedicou “até o seu último suspiro” aos jovens, e faleceu em 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 2 de junho de 1929 e canonizado em 1º de abril de 1934. No centenário de sua morte, o Papa João Paulo II o proclamou Pai e Mestre da Juventude. Hoje, os filhos e filhas espirituais de Dom Bosco - cada grupo, movimento ou instituto à sua maneira - continuam a sua missão, e se colocam, a cada dia, “com os jovens e para os jovens”. PAPO ABERTO COM JESUS FREI ELIA VELLA

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“Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados.” PAPA FRANCISCO SER UM EVANGELIZADOR É ACEITAR ESTE DESAFIO.

Nasc.:

CEP:

Est. Civil: Telefone

Sexo: F Nº:

Correspondência

Operadora de Celular:

Celular

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F

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M

)

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Local e data

Revista Canção Nova Agosto 2015

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Fotografia: Wesley Almeida

FoRmação

J

o CRistão No muNdo

esus disse que o cristão deve ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” (cf. Mt 5,13.14), então, procuro viver isso. O mundo vive nas trevas do pecado, que Jesus veio para eliminar e nos devolver a luz divina. Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1, 29)! Ele veio para “arrancar o pecado do mundo”, através do qual Satanás domina o homem, o acorrenta, o destrói e o lança nas trevas; pois, “o salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Dois reinos se digladiam, o da luz e o das trevas. São Paulo pergunta: “Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Que acordo entre Cristo e Belial?” (2 Cor 6,14-15). Procuro lembrar-me sempre disso. Assim como a Lua reflete sobre a Terra a luz do Sol, o cristão é aquele que sobre a humanidade reflete a luz de Cristo; sem medo das trevas. “Não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte” (Mt 5,14). Quero ser eu também uma pequenina lua a refletir a luz de Cristo para quem eu posso. Nada é mais importante.

Tenho procurado em toda a minha vida, com a graça de Deus, desde os meus 20 anos, quando conheci Monsenhor Jonas, pregar a doutrina de Cristo como a Igreja pede. Deus abriu-me muitas portas para evangelizar: rádio, televisão e eventos da Canção Nova, além de pregações, cursos, aulas, livros, CDs e DVDs pelo mundo afora. Há 23 anos, ensino o Catecismo da Igreja na Canção Nova aos pré-discípulos e discípulos que se preparam para entrar na comunidade; e isto para mim é uma das mais importantes missões que Deus me deu. Sei da minha responsabilidade diante de Deus e das pessoas, por isso, procuro viver uma vida espiritual, com missa diária, terço, vida sacramental, devoção à Virgem Maria, de modo a superar as tentações do mundo e as minhas misérias. Peço sempre que rezem por mim. Assim como o sal conserva o alimento, procuro, com a graça de Deus, guardar a Verdade e o Bem. O Papa Francisco disse em Sarajevo

que “o religioso mundano não serve”. Considero-me um religioso, hoje viúvo, após 40 anos de casamento. Sou pai de 5 filhos e 11 netos, e vivo no meu “eremitério”. Não me deixo ser tentado a adaptar-me ao “gosto da maioria”, como se a Verdade e o Bem dependessem de plebiscito. “Se o sal perder o seu sabor, com que o salgarão?” (Mt 5, 13). Sei que se eu falhar na fidelidade à mensagem do Evangelho deixarei uma lacuna. Trabalho para renovar a sociedade, comunicando-lhe os valores de Deus. A presença de um cristão fiel estimula os irmãos a se converterem. Bento XVI disse que hoje devemos estar preparados para enfrentar o “martírio da ridicularização”. Mais do que nunca, nos tempos atuais, em que tanto se fala de corrupção e imoralidade, é hora dos cristãos sanearem o mundo com a luz de Cristo. PRoF. FeliPe aquiNo Escritor e apresentador da Tv Canção nova blog.cancaonova.com/felipeaquino

Revista Canção Nova Agosto 2015

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testemuNHo lituRGia data

dia 03 segunda-feira dia 04 terça-feira

Sl 66(67)

Mt 14,1-12 Ef 4,17. 20-24

Jo 6,24-35

Ex 16,2-4.12-15

Sl 77(78)

nm 11,4b-15

Sl 80(81)

Mt 14,13-21

nm 12, 1-13

Sl 50(51)

Mt 14, 22-26

dia 05 quarta-feira

nm 13,1-2.2514,1.26-30.34-35

Sl(105)106

Mt 15,21-28

dia 06 quinta-feira

dn 7,9-10.13-14

Sl 96(97)

Mc 9,2-10

dia 07 sexta-feira

dt 4,32-40

Sl 76(77)

Mt 16,24-28

dia 08 sábado

Mt17,14-20

dt 6,4-13

Sl 17(18)

dia 09 domingo

1Rs 19,4-8

Sl 33(34)

dia 10 segunda-feira

2Cor 9,6-10

Sl 111(112)

Jo 12,24-26

dia 11 terça-feira

Ef 4,30-5,2

Jo 6,41-51

dt 31,1-8

dt 32

Mt 18,1-5.10.12-14

dia 12 quarta-feira

dt 34,1-12

Sl 65(66)

Mt 18,15-20

dia 13 quinta-feira

Js 3,7-10a.11. 13-17

Sl 113(114)

Mt18,21-19,1

dia 14 sexta-feira

Js 24,1-13

Sl 135(136)

Mt 19,3,12

dia 15 sábado

Js 24,14-29

Sl 15(16)

dia 16 domingo

Mt 19,13-15

Ap 11,19a, 12,1.3-6a.10ab

Sl 44(45)

dia 17 segunda-feira

Jz 2,11-19

Sl 105(106)

Mt 19,16-22

dia 18 terça-feira

Jz 6,11-24a

Sl 84(85)

Mt 19,23-30

Jz 9,6-15

Sl 20(21)

Mt 20,1-16a

dia 20 quinta-feira

Jz 11,29-39a

Sl 39(40)

Mt 22,1-14

dia 21 sexta-feira

Rt 1,1.3-6.14b16.22

Sl 145(146)

Mt 22,34-40 Lc 1,26-38

dia 19 quarta-feira

dia 22 sábado

1Cor 15, 20-27a

Lc 1,39-56

Is 9,1-6

Sl 112(113)

dia 23 domingo

Js 24,1-2a.1517.18b

Sl 33(34)

dia 24 segunda-feira

Ap 21,9b-14

Sl 144(145)

Jo 1,45-51

dia 25 terça-feira

1Ts 2,1-8

Sl 138(139)

Mt 23,23-26

dia 26 quarta-feira

1Ts 2,9-13

Sl 138(139)

Mt 23,27-32

dia 27 quinta-feira

1Ts 3,7-13

Sl 89(90)

Mt 24,42-51

dia 28 sexta-feira

1Ts 4,1-8

Sl 96(97)

Mt 25,1-13

dia 29 sábado

Jr 1,17-19

Sl 70(71)

dia 30 domingo

dt 4,1-2.6-8

dia 31 segunda-feira

1Ts 4,13-18

1ª leitura

Sl 14(15)

Ef 5,21-32

Sl 95(96)

2ª leitura

Jo 6,60-69

Mc 6,17-29 Tg1,1718.21b-22.27

Mc 7,1-8.14-15. 21-23 Lc 4,16-30

Salmo

Evangelho

datas esPeCiais eNilsoN maRtiNs Comunidade Canção nova frente de Missão de São José dos Campos-SP

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Revista Canção Nova Agosto 2015

08 - natividade de nossa Senhora 14 - Exaltação da Santa Cruz 15 - nossa Senhora das dores 21 - São Mateus, apóstolo e evangelista

Festas em memória da Bem aventurada virgem maria e santos anjos

Lv 25,1.8-17

dia 02 domingo

27 - dia nacional da Bíblia 29 - São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arcanjos

mártires da igreja

dia01 sábado

ofícios e missas do tempo Comum

E

u me chamo Enilson, sou casado e, há 9 anos, missionário na comunidade Canção Nova. Foi no Ceará, meu estado natal, que muito cedo conheci Monsenhor Jonas Abib e a comunidade, por meio de encontros de oração promovidos pela Renovação Carismática Católica, como o “Queremos Deus” e através das fitas K7 ‘Boa Semente’, que minha mãe tinha. Nesta época, ainda menino, tinha acabado de fazer a primeira eucaristia. Frequentava a Igreja acompanhando minha mãe no grupo de oração. Com o tempo, acabei participando por conta própria, fascinado pela animação e as músicas que se cantavam no grupo. Somente depois descobriria que eram músicas do Monsenhor e de membros da Canção Nova, que estão entre os pioneiros da música católica no contexto da Renovação Carismática. Mais tarde, após um tempo de esfriamento na fé, já mais jovem seria novamente alcançado pela Canção Nova num encontro de oração para músicos, com pregações de Dunga. Diria que, apesar de praticamente toda a minha adolescência ter frequentado a Igreja e grupos de jovens, foi neste momento que realmente aconteceu o meu encontro pessoal com Cristo. Anos depois, entraria para a comunidade Canção Nova, onde aprenderia a ser mais de Deus e de oração, e onde vivo nas mãos da Divina Providência. Sinal disso foi quando, há uns três anos, estando em visita à minha família, fui atropelado e me machuquei bastante. Um tempo difícil em que acabei ficando de “molho”, uma parte na casa dos meus pais, e outra parte já de volta à comunidade, precisando fazer cirurgia, fisioterapia, enfim, um bom período de recuperação. Isso me fez questionar: “Senhor, por que eu?” Era como que ouvisse de Deus: “E por que, não, você?” Vivemos as mesmas situações que qualquer pessoa comum viveria, mas somos convidados a viver cada situação com fé e esperança, com Deus. São alegrias, conquistas, mas lágrimas, também! Não somos “protegidos” porque entregamos nossa vida, somos escolhidos por Deus, mas vivemos no mundo junto com os outros podendo testemunhar a ação de Deus em nossas vidas. Poderia até dizer que esta foi uma situação pequena em meio a tantas situações de milhares de pessoas, porém pude vivê-la em comunidade, vivê-la em Deus.


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“Nossa Senhora Desatadora dos Nós” Ó Senhora minha, sois a minha única consolação dada por Deus, a fortaleza das minhas débeis forças, a riqueza das minhas misérias, a liberdade, com Cristo, das minhas cadeias. Ouve minha súplica. Guarda-me, guia-me, protege-me, ó seguro refúgio! Maria, Desatadora dos Nós, roga por mim.

Pintura de Johann Schmidtner, Capela de St. Peter am Perlach, em Augsburgo na Alemanha, ano 1700

Oração a


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