r e v i s t a
Ano XIII - Nº 159 - Março de 2014 - Revista Mensal do Sócio Evangelizador
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ISSN 1806-1494
palavra da do Igreja: fundador: Voz do Deus Pastor vê além. Palavra
´ para a liberdade “E que Cristo nos libertou”
Carta ao leitor Campanha da Fraternidade 2014
JUNTOS, A CAMINHO Sem título-1 1
29/07/2013 14:08:11
FUNDADOR DA COMUNIDADE CANÇÃO NOVA: MONSENHOR JONAS ABIB PRESIDENTE DA FJPII: WELLINGTON SILVA JARDIM DIRETOR EXECUTIVO DA FJPII: FILIPE JARDIM JORNALISTA RESPONSÁVEL: OSVALDO LUIZ/MTB 23094 COORDENAÇÃO: THAÍS BRANT DA SILVA RAMOS ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO: VANESSA GOTO E JOEL PRADO PRODUÇÃO E ASSESSORIA: MAURICÉIA SILVA, LUCIANA OLIVEIRA, ARIELI PRADO E MARIANA NEPOMUCENO REVISÃO ORTOGRÁFICA: DYRCE ARAÚJO DIREÇÃO DE ARTE: HOUSE DESIGN PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: MARIANA BUENO DESIGNERS: MARIANA BUENO, ARTUR SANTONI, BIANCA MONTENEGRO, JULIO LORENZO E LEONARDO AUGUSTO CAPA: MARIA ALICE CAMPOS FOTO: ANDRÉIA BRITTA E LARISSA CARVALHO IMAGEM DE QUARTA CAPA: A ANUNCIAÇÃO POR PHILIPPE DE CHAMPAIGNE / ANO: 1644 / LOCALIZAÇÃO: METROPOLITAN MUSEUM, NOVA YORK, EUA Errata: No texto de autoria do Pe. Fabrício, página 14 da edição de fevereiro da Revista Canção Nova, onde está “Lucas 13, 33-36” lê-se “Lucas 11, 33-36”. FALE CONOSCO: Cachoeira Paulista- SP - Brasil Caixa Postal 57 CEP 12630-900 Tel: 55 (12) 3186 2600 www.cancaonova.com revista@cancaonova.com clube.cancaonova.com
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Neste mês de março, a Revista Canção Nova apresenta um itinerário que pode nos ajudar a viver melhor a Quaresma em preparação à Ressurreição de Cristo. Com o objetivo de impulsionar esse desejo de conversão, Monsenhor Jonas Abib aponta que nossos olhos precisam mirar para frente para o alto e sobre a necessidade de uma decisão pessoal: “Queira ser e ver a mudança”, aconselha o fundador da Canção Nova. Neste período quaresmal, a proposta da Campanha da Fraternidade da CNBB sobre o tráfico de seres humanos desperta em nós gestos concretos. “O trabalho escravo e a exploração sexual acontecem muitas vezes ao nosso lado e não damos conta disto. Cristo nos libertou para que sejamos livres”, alerta Padre Roger Araújo. Aliados na caminhada são os santos. Luzia Santiago destaca que o céu é por nós e São José é o nosso provedor. Neste percurso, padre Fabrício Andrade apresenta a Palavra de Deus como instrumento para descobrirmos nossa verdadeira identidade e o lugar que devemos ocupar nos relacionamentos. Na Ação Jovem, diácono Renan Félix pede que sejamos dóceis ao Espírito Santo a fim de sairmos do nosso egoísmo
que nos fecha em nós mesmos e nos voltemos mais a Deus e aos irmãos. Na Palavra da Igreja, a sucessão dos apóstolos: Dom Benedito Beni dos Santos apresenta seu sucessor, o Dom Frei João Inácio Muller, a quem passa o governo pastoral da diocese de Lorena. Que este tempo de purificação nos faça mais irmãos para “conhecer e reconhecer o que há de bom nas outras comunidades e igrejas cristãs”, é o que indica a formação com professor Felipe Aquino. “Que todos sejam um”, o sonho de Jesus também é o título da coluna do presidente da Fundação João Paulo II, Wellington Silva Jardim. Olhando para o futuro com confiança, nosso irmão Eto – como é conhecido - já vislumbra a inauguração do Santuário do Pai das Misericórdias marcada para o dia 05 de dezembro de 2014. Uma ótima leitura e boa preparação para a Páscoa do Senhor! RODRIGO LUIZ DOS SANTOS Comunidade Canção Nova @rodrigosanluiz
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Palavra do fundador
Neste carnaval busque águas limpas Deus nos mostra que o pecado tem início no interior dos nossos corações. No Evangelho de São Marcos, capítulo 7 e versículo 20 – 23, está escrito: “O que sai da pessoa é que a torna impura. Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades; fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todas essas coisas saem de dentro, e são elas que tornam alguém impuro”. Queridos, estejam atentos a esta investida do inimigo, principalmente no período do Carnaval, quando ele quer despertar em nós o desejo de querer e cobiçar tudo, nos fazer corruptos e assim nos tornar uma chaga só. A corrupção vem do profundo do inferno e o inimigo está inclemente para que a partir da cobiça sejamos levados à corrupção e à sexualidade desenfreada. É justamente dessa forma que o mundo quer que vivamos, conforme esta mentalidade, do prazer imediato e inconsequente. Podemos até ser muito da Igreja e trabalhar por ela, mas ainda estamos vivendo neste ritmo mundano. Isso precisa acabar em nossas vidas, e realmente decidirmos viver a Palavra de Deus. Não olhe para o passado, mesmo que tenha sido ontem. Não mudamos o passado, e o Senhor está fazendo e suscitando coisas novas. Nisto devemos colocar o nosso foco. Podemos ver nestes dias como o próprio Espírito Santo está suscitando o “novo” na sua Igreja. Olhe para estes sinais de Deus, porque,
senão, viveremos num eterno pessimismo. E onde está o ontem? Onde está o ano passado? Já não estão mais. Os nossos olhos precisam mirar para frente, para o alto. Veja o exemplo da corça, ela não bebe água suja, pois sempre busca mais à frente a água limpa, a mais limpa que conseguir. Faça assim também, busque as águas do Senhor! Do Alto, do céu. Não contamine o seu interior pelas “águas sujas” que já passaram. Às vezes, são como “águas de esgoto” que já passaram, mas, infelizmente, fixamo-nos nelas. Não admita mais beber das águas sujas. Seja como a corça. É preciso subir e chegar aos picos, e nesta subida sentiremos ainda mais sede, mas não se permita beber água podre. E onde está a água pura? Nas chagas abertas de Jesus. Água do Espírito, do Sangue da redenção! É triste quando nos viciamos no pessimismo e no pecado, pois assim estamos bebendo “águas putrefatas”. Queira ser e ver a mudança. Se você muda, as coisas mudam. Deixe-se mudar. O Senhor precisa de pessoas que creiam e que confiem no impossível. Este é o tempo da misericórdia como nunca existiu antes. É um tempo privilegiado, pois o Senhor é bondoso e compassivo. MONSENHOR JONAS ABIB Fundador da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/padrejonasabib www.padrejonas.com
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Foto: Deividson Francisco
Palavra da igreja
VOZ DO PASTOR No dia 2 de janeiro, terminou a minha missão como Bispo Diocesano de Lorena e, por quatro meses, Administrador Apostólico. Encontra-se agora à frente da Diocese o meu sucessor Dom João Inácio Müller. O Bispo é o Sucessor dos Apóstolos. Sua missão principal é manter o rebanho na fidelidade à Doutrina dos Apóstolos. Tem ainda, como tarefa, ser o centro da unidade da Igreja Particular (diocese), que é constituída à imagem da Igreja Universal. Os elementos constritivos da Igreja Particular são: o Bispo, Sucessor dos Apóstolos, com o seu presbitério (o conjunto de padres de uma diocese), a pregação do Evangelho, a celebração da Eucaristia e a porção do Povo de Deus, ou seja, todo o Povo de Deus em miniatura. A Diocese de Lorena foi fundada há 77 anos. Teve, até agora, oito Bispos. Dom João Inácio é o 9° Bispo a ocupar a Sede Episcopal de Lorena. Trata-se de um filho de São Francisco, imbuído da espiritualidade franciscana: simplicidade, humildade, pobreza e, sobretudo, grande amor à Igreja. Ele é o novo Pastor que vai cuidar de um rebanho de cerca de 300 mil pessoas espalhadas pelos 14 municípios, 30 paróquias, 3 santuários e dezenas de comunidades. O Clero atinge a cifra de 74 sacerdotes (diocesanos e religiosos). A Diocese possui 28 diáconos permanentes e 38 seminaris-
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tas, incluindo os diocesanos que se preparam para serem colocados a serviço da Comunidade Canção Nova após a ordenação sacerdotal. Esta coluna, cujo título é a Voz do Pastor, será mantida, como desejam seus responsáveis, por mim, Bispo Emérito de Lorena, e por Dom João. Encerro este breve artigo com as palavras que pronunciei no momento de passar o governo pastoral da Diocese ao meu sucessor: “Dom João, eu te entrego, neste momento, o báculo usado pelo primeiro Bispo de Lorena, Dom Francisco Borja do Amaral. É um cajado leve. Com ele deverás guiar o rebanho. Este rebanho não é meu, não é teu. É de Cristo. Foi Ele mesmo que afirmou: Simão Pedro, apascenta os meus cordeiros, apascenta minhas ovelhas. Que o Espírito Santo, Espírito suave e bom, te conduza pelo caminho reto e que possas realizar teus desejos e planos segundo a vontade de Deus! Que a Senhora da Piedade, nossa Padroeira, te ampare como filho querido!”
DOM BENEDITO BENI DOS SANTOS Bispo Emérito de Lorena
Palavra em destaque
Um Amigo Provedor no Céu!
Foto: Andréia Britta
Se fizermos uma leitura de nossa história de vida, encontraremos a presença de muitos amigos do Céu, que nos formam e encorajam: os santos que nos acompanham em nossa trajetória. Eu tenho entre meus livros diários a vida de alguns santos. Um deles é o de Santa Teresa D’ Ávila. Em uma de suas partilhas, ela testemunha o benefício na sua vida da intercessão de São José: “Vendo-me tão tolhida com tão pouca idade, e por não valerem os médicos da terra, resolvi recorrer ao céu para que me cure. Tomei por advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me a ele. Vi com clareza que esse pai fez mais do que podia pedir, tanto dessa necessidade de saúde como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma. Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os grandes favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado
santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção. As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhe prestou. Quem não encontra mestre que ensine a rezar, tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho. Pois ele mostrou quem é ao fazer que eu me levantasse, andasse, e não mais ficasse paralítica”. Pelo mês de março ser dedicado a São José, especialmente o dia dezenove, eu quis nesta carta registrar, a exemplo de Santa Teresa, a eficácia da sua intercessão. Ao iniciarmos a Canção Nova, um grande amigo, Dom Davi, bispo de Santos, visitou-nos e trouxe uma imagem de São José nas mãos; ao nos cumprimentar, perguntou onde era a sala do nosso financeiro. Nós o levamos ao local, e ele nos disse: Consagremos a Providência da Canção Nova ao Patrono da Sagrada Família, que nunca lhe deixou faltar nada, para que ele seja o provedor dessa missão de evangelizar. Nós experimentamos a graça sobrenatural a cada mês na campanha do Projeto Dai-me almas. Um milagre aos nossos olhos! O Céu é por nós, e São José é o nosso provedor. Nas causas da nossa vida digamos com fé: São José, valei-nos! LUZIA SANTIAGO Cofundadora da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/luziasantiago www.luziasantiago.com
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Administração e vida
Foto: Andréia Britta
Que todos sejam um!
Esta aspiração de Cristo acontece respeitando a nossa liberdade. Não pode servir de pretexto para uma imposição que queira forçar a uma unidade disciplinar para todos os homens, quando cada um possui uma consciência pela qual Cristo deu a vida. O Filho do homem não veio ao mundo para julgar, mas para salvar. Com isso, não nos dá o direito de recriminar as ovelhas perdidas, pois também são seus filhos. Só não acreditamos na boa fé dos outros, porque a nossa fé é uma fé fraca, sem forças. Nunca podemos esquecer que um homem sem fé é uma pessoa totalmente sem liberdade, tolerância e amor. Sabemos também que, quando temos nosso encontro pessoal com Cristo, enchemos-nos da Fé, pois o Espírito Santo nos preenche! Quando começamos a nos esvaziar dessa Fé nos distanciamos de Deus. O primeiro sintoma que sentimos é a distância em nossas orações. A falta da Palavra de Deus é o esvaziamento do nosso interior. Talvez você não consiga rezar porque se sente vazio e porque seu interior começou a preencher esta lacuna com mágoas. Perceba que você já não está mais de pé, está se arrastando como um escravo. O homem de pé é aquele, cujo espírito é inteiramente livre, comanda a sen08 Revista Canção Nova MARÇO 2014
sibilidade e o corpo. Veja que sua vida é uma missão ordenada por Deus e deves cumprir com a máxima diligência. A tua vida deve ser para a Glória de Deus, para a santificação de tua alma e para o bem do próximo. Que todos sejam um! Querido irmão, já estamos no primeiro trimestre do ano de 2014, passou tão rápido e estamos na reta final do término do Santuário do Pai das Misericórdias. Temos que nos lançar na Fé, pois estamos naquele momento que uma coisa puxa a outra - quero dizer, duas, três ou mais etapas sendo realizadas ao mesmo tempo. Também chegou sua hora, além de colaborar com o seu boleto mensal nos ajude com o boleto do calendário, pois será de muita ajuda. No Hosana Brasil deste ano, acontece a inauguração dessa obra começada e acabada com a sua preciosa ajuda todos estes anos. Deus te abençoe Acredito em você! Seu irmão
WELLINGTON SILVA JARDIM Cofundador da Comunidade Canção Nova e administrador www.twitter.com/etocn blog.cancaonova.com/eto
Matéria especial A Igreja do Brasil realiza há 40 anos a Campanha da Fraternidade (CF). Durante o período da Quaresma, a proposta procura unir a espiritualidade de conversão e a penitência deste tempo litúrgico em preparação para a Páscoa às realidades sociais e carências humanitárias que exigem um maior comprometimento da nossa fé cristã. Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe como tema “Fraternidade e tráfico humano” e como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A sugestão nasceu de entidades ligadas à Pastoral da Mobilidade Humana e de grupos que trabalham para combater o trabalho escravo. Após um longo aprofundamento sobre o assunto, chegou-se à conclusão de que se trata de uma grave chaga social que afeta o mundo e representa um dos mais sérios problemas humanitários do nosso país. De acordo com Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), são consideradas vítimas do tráfico humano pessoas aprisionadas pelo trabalho escravo e a exploração sexual. Em 2012, pelo menos 20,9 milhões foram vítimas deste crime. No Brasil pelo menos 2,5 milhões de pessoas são vítimas deste aliciamento envolvendo crianças, jovens e adultos. Geralmente, as vítimas são pessoas frágeis e inocentes que sonham com uma vida melhor, com a chance de sobrevivência ou com uma vida mais digna. São envolvidas em falsas promessas ou simplesmente levadas à força sem qualquer oportunidade de outra escolha. Tortura psicológica, constantes ameaças, falta de perspectivas ou de qualquer proteção dos órgãos de segurança fazem destas pessoas presas fáceis dos aliciadores. A Campanha da Fraternidade de 2014 chega numa boa hora em nosso país. O Brasil é palco de importantes eventos internacionais como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. A realização desses eventos aumenta a oferta e a procura pelo turismo sexual. Denúncias de trabalho escravo e exploração sexual, sobretudo de menores, fazem parte das manchetes dos nossos jornais quase de forma cotidiana. No Congresso Nacional, uma Comissão Parlamentar procura denunciar quem promove esta prática criminosa. A Igreja Católica pretende se unir a outras entidades para denunciar esta prática criminosa e chamar a atenção de nossa sociedade para um mal social que muitas vezes nós fechamos nossos olhos. Segundo o Cardeal Cláudio Hummes, a Igreja e toda a sociedade precisam unir forças para coibir esta prática vergonhosa. As iniciativas devem vir desde a mobilização de grupos a pressões junto aos órgãos públicos competentes. “O objetivo central da Campanha da Fraternidade será identificar as práticas de tráfico humano, em suas vá10
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Fraternidade e
“É para a liberdade que Cr
No Brasil pelo menos 2,5 milhõ aliciamento envolvendo c
rias formas, manifestações e denunciá-las às autoridades constituídas, como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando “...mobilizando cristão cristãos, pessoas de boa vontade, sociedade tade, sociedade organiz organizada para erradimal endêmico, com vistas car este mal endêmico, com vistas ao resgate da filhos e filhas vida dos filhos e filhas de Deus”, afirma Dom Dom Cláud Cláudio Hummes. No entendimento do Cardeal, a Igreja precisa ser também a mãe que cuida dos seus filhos feridos e machucados, dando atenção, cuidado, proteção e buscando meio de recuperação para as vítimas desta brutalidade humana. O Papa Francisco, desde o início do seu pontificado, tem sido uma voz de denúncia e de clamor pelas vítimas
Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)
ões de pessoas são vítimas deste crianças, jovens e adultos.
do tráfico humano no mundo todo. Francisco já fez vários pronunciamentos e chamou a atenção da sociedade para que não se cale diante destas os, pessoas de boa von- atrocidades com os filhos e filhas de Deus. “O tráfico zada para erradicar este s ao resgate da vida dos de pessoas é uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que s de Deus.” se dizem civilizadas”, exortou o Pontífice durante uma dio Hummes. audiência aos responsáveis do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes da Santa Sé em maio de 2013. O Papa condenou o tráfico de seres humanos, que considerou uma “vergonha”. Disse ainda que “exploradores e clientes deveriam fazer um sério exame de consciência diante de si e diante de Deus”. O Documento de Aparecida afirma que “o tráfico humano
Fotos: Andréia Britta
tráfico humano
é uma das questões sociais mais graves da atualidade” (cf. Celam, Documento de Aparecida, 7ª. Edição, 2008, n.73). No Texto Base da Campanha da Fraternidade deste ano, a CNNB traça as causas do tráfico humano e quem são os rostos de quem sofre esta exploração. Ao mesmo tempo, a Igreja procura denunciar estruturas e situações causadoras do tráfico humano e reivindicar dos poderes públicos, políticas e meios para reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano e na vida familiar e social. Além das vítimas de exploração no trabalho e de caráter sexual, a Igreja aponta o drama do tráfico para a extração de órgãos e o tráfico de crianças e adolescentes para adoção. Outro ponto importante no texto elaborado pela CNBB é a chamada de atenção para o enfrentamento ao tráfico humano e o compromisso da Igreja Católica no Brasil de estar ao lado das vítimas e, ao mesmo tempo, ser um canal de denúncia para não permitir a proliferação desta prática em nosso país. A integrante do Setor Pastoral da Mobilidade humana da CNBB e diretora do Instituto de Migrações e Direitos humanos (IMHD), Irmã Rosita Milesi, destaca que, mesmo com a escassez de estatísticas exatas sobre este tema e com o pouco envolvimento dos órgãos públicos e da sociedade nesta causa, nós, como Igreja, precisamos nos colocar ao lado das vítimas. “Aqui, novamente, o chamado a estarmos ao lado das vítimas para reerguê-las e curá-las, para denunciar estas violações e para demandar o poder constituído a tomar medidas de enfrentamento a este crime e a implementar políticas públicas de assistência às pessoas escravizadas”, afirma a religiosa. A Campanha da Fraternidade deste ano se une aos trabalhos de organizações, associações e entidades no Brasil e no mundo que combatem este crime e procura levar apoio e ajuda às vítimas de toda espécie de tráfico humano. Cada um de nós é chamado a se envolver nesta causa social e combater esta perversidade humana. Não se iniba em denunciar qualquer suspeita deste crime perto de você. Ao mesmo tempo, não deixe de ajudar entidades que trabalham por esta nobre causa. O trabalho escravo e a exploração sexual acontecem muitas vezes ao nosso lado e não damos conta disto. Cristo nos libertou para que sejamos livres. Trabalhemos pela liberdade das vítimas desta opressão!
PE. ROGER ARAUJO Comunidade Canção Nova
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+ Vida
DEPRESSÃO E MENOPAUSA
Foto: Andréia Britta
Como se não bastasse esse divisor de águas na vida da mulher, a menopausa muitas vezes é acompanhada de depressão. Infelizmente nenhuma de nós escapará da menopausa que é o final do período fértil da mulher marcado pela interrupção durante 12 meses seguidos da menstruação. Com ela ocorrem alterações hormonais, bioquímicas e emocionais que podem ocasionar uma variedade enorme de sintomas. Nessa fase da vida da mulher há uma diminuição do estrógeno, hormônio feminino responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, dos pelos pubianos, do aumento do seio, libido sexual. Na maioria das mulheres
a menopausa ocorre entre os 45-55 anos e uma irregularidade menstrual já pode ser um dos sinais de que estão ocorrendo modificações hormonais no seu corpo. É o famoso climatério. Os hormônios sexuais estão diretamente relacionados a função psíquica, de modo que o bem estar emocional também depende da manutenção do equilíbrio desses hormônios. Esse fato, em parte explica a ocorrência de depressão em mulheres na menopausa, embora nessa fase da vida, existam fatores emocionais importantes que concorrem também para o início desse transtorno afetivo. A vulnerabilidade de humor e a labilidade emocional quase sempre presente nas mulheres menopausadas podem desencadear grandes problemas no relacionamento social e familiar, podendo deixar marcas definitivas. Desse modo, é muito importante conhecer o que acontece com as mulheres nessa fase, para que todos aqueles que convivem com essas pessoas, em casa, no trabalho ou na vida comunitária e mesmo as próprias mulheres possam estar cientes da situação e juntos possam ultrapassar esses maus momentos sem deixar cicatrizes nos relacionamentos. A parada da menstrução é entendida por algumas mulheres como perda da feminilidade, pois a experiência constante e cíclica do sangramento uterino é para muitas dotada de muito simbolismo. A crença de que esta velha ocasiona redução da qualidade de vida. A autoestima é abalada quando as mudanças são percebida no cotidiano, ou seja, ao se olhar no espelho reconhece as marcas do tempo, uma ameaça a sua imagem corporal. A sexualidade também é vista como tabu pela perda do libido e pelas alterações do órgão sexual feminino que pela falta do estrógeno fica ressecado, tornando o ato sexual doloroso e sem prazer. A receita de hoje é uma dica: o livro Depressão - um sinal de esperança, do Dr. Roque Marcos Savioli, vocês poderão adquirir aqui pelo Departamento Davi (12) 3186.2600 e assim saber mais detalhes sobre a denominada doença do século XXI.
DRA GISELA SAVIOLI Nutricionista clínica, escritora blog.cancaonova.com/maissaude twitter.com/giselasavioli www.giselasavioli.com.br
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A Bíblia foi escrita para você
O contato com a Palavra de Deus nos ajuda a reconhecermos cada vez mais a nossa verdadeira identidade. A Palavra desse mês está no evangelho de João 1,19-28, tenha agora contato com o texto, leia direto na sua Bíblia em seguida medite um pouco, se coloque no lugar de João Batista, faça um instante de silêncio e escute Deus falar com você! João está sendo pressionado para que diga quem ele é, por três vezes nesse trecho ele é interrogado. João começa respondendo por aquilo que ele não é. Nós também podemos saber e deixar claro para todos aquilo que não somos, mas isso não basta para se fazer conhecido. Então uma quarta pergunta é feita a João: “que dizes de ti mesmo?”, aqui a pergunta é muito direta e exige de João uma resposta clara e objetiva, ele diz; “Eu sou a voz de quem grita no deserto: endireitai o caminho para o Senhor”. João fala da sua identidade a partir de sua relação com Jesus Cristo, João é o precursor, aquele que vem na frente de Jesus para preparar o caminho, chamando o povo à conversão. Em nenhum momento João se deixa confundir com o Messias, ele sabe quem é e quem ele não é. Muitas das confusões e problemas que temos nos relacionamentos dentro de casa, no trabalho e em uma paroquia, vem da confusão de várias pessoas que convivem e desempenham diferentes funções, entretanto na maioria das vezes elas não sabem definir quem são na verdade. Acabam exigindo que os outros lhe apresente sua própria identidade a partir de elogios, críticas e comparações. Isso gera maus entendidos e muita competição. Quando não sabemos dizer quem nós somos, buscamos essa identidade nas coisas e nas pessoas, nos títulos e cargos. Sem falar nas inúmeras vezes que acabamos nos machucando com as inevitáveis comparações com os outros, o que sempre gera complexos de inferioridade. João Batista tinha clareza de quem ele era, iluminado pela identidade de Jesus Cristo, o Messias. João logo depois vai dizer num outro momento, “é necessário que Ele cresça, e eu diminua” (Jo 3,30), João não sai perdendo porque dá lugar à Jesus, mas ocupa somente o seu lugar e sua identidade. São inúmeros os exemplos que podemos dar de competição e verdadeiras disputas entre pessoas, para se imporem e vencerem uns aos outros; num casal, entre amigos, colegas de trabalho. Os transtornos nos relacionamentos quase sempre são originados na ignorância que trazemos a respeito de nossa verdadeira identidade e do determinado lugar que devemos ocupar. Brigas entre sogra e nora, pais e filhos, 14
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Fotos: Andréia Britta
Que dizes de ti mesmo?
esposo e esposa poderiam ser superadas se cada um fosse conhecedor de quem realmente é e respeitasse os limites existentes entre essas relações. Todos conhecemos aquela frase popular que diz; ‘a nossa liberdade termina, onde começa a do outro’, entretanto não colocamos isso em prática, porque muitas vezes apesar do tempo vivido, não fomos crescendo no conhecimento e na posse madura de quem somos realmente. Assim como João, eu é você somos o tempo todo pressionado pelo mundo e pelas pessoas para dizermos com nossa vida quem somos e quem não somos. À luz de Cristo podemos reconhecer nossa identidade e saber dizer aos outros e à nós mesmos quem somos nós. Pense um pouco e responda pra você essa pergunta: que dizes de ti mesmo? PE. FABRÍCIO ANDRADE Comunidade Canção Nova Twitter: pefabriciocn Facebook: Fabricio Andrade blog.cancaonova.com/padrefabricio
Ação jovem
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Quaresma: deixe-se conduzir pelo Espírito
Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, nós começamos um novo caminho quaresmal, um caminho que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte. A Quaresma é um tempo de conversão, tempo para mudarmos a rota do nosso coração, saindo do nosso egoísmo, que nos fecha em nós mesmos, e nos voltando em direção ao amor a Deus e aos nossos irmãos. Assim como Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto (cf. Mt 4,1), esse tempo litúrgico quer nos colocar numa atitude de revisão concreta de vida, onde, através da oração, do jejum e do exercício da caridade, nós nos tornaremos sensíveis ao apelo desse mesmo Espírito que quer nos levar ao deserto para nos falar ao coração (cf. Os 2,14). A oração deve nos lançar em Deus, no Seu amor incondicional por cada um de nós, que nos ama como somos, mas não quer nos deixar como estamos. Ele quer nos fazer melhores, mais livres, mas felizes. Contudo, só com um coração orante, em diálogo constante com o grande Amigo, será capaz de escutar a Sua voz e de acolher a Sua vontade. A prática do jejum quer nos devolver o equilíbrio. Muitas vezes, com a correria de nossas vidas, os desequilíbrios vão nos tomando ao ponto de não controlarmos mais nada e vivermos a partir dos nossos desejos e impulsos mais instintivos. Os Santos Padres da Igreja já ensinavam que quem não consegue controlar a boca,
não controla mais nada em sua vida. O jejum é a arma eficaz para dizer às nossas vontades mais primitivas que elas possuem um lugar em nossa vida e não o controle dela. O exercício da caridade nos faz lembrar que, para além de nós, de nossas vidas, dos nossos problemas, existem os irmãos, as suas vidas e as suas necessidades. Numa sociedade individualista, o exercício da caridade nos faz ir além de nós mesmos, superando as nossas indiferenças e indo ao encontro do outro não só para dar a ele algo material, mas antes de tudo para dar algo de nós mesmos, de nossas vidas, dos nossos corações. Se nos dedicarmos, durante esses quarenta dias de retomada, a viver as práticas quaresmais de forma coerente, assídua e concreta poderemos – ao fim desse tempo – celebrar a Páscoa do Senhor de maneira totalmente renovada. Sendo assim, queremos deixar uma sugestão para a Quaresma deste ano: acrescente na sua vida ao invés de retirar. Como assim? Dê mais tempo do seu dia para Deus, mesmo que seja pouco, mas dê mais. Ao invés de somente deixar de comer coisas, coma aquelas de que você não gosta tanto ou até mesmo aquelas que você deveria comer – até por ordem médica – e não o faz. Mas também, ao invés de somente dar esmola aos pobres, dê de você a eles. Mas também acrescente o perdão, o amor, a solidariedade, a paciência e tantas outras virtudes em sua vida. Deixe-se conduzir pelo Espírito Santo e viva a sua Quaresma de um modo novo, para que na Páscoa, ao cantar o “aleluia”, você possa ser verdadeiramente um homem novo, uma mulher nova. Deus abençoe! Seu irmão, DIÁC. RENAN FÉLIX @renancn renan@geracaophn.com
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Formação
Encontro Ecumênico histórica, e reconhecer juntos, com sinceridade e objetividade, os erros cometidos. O Concílio diz que «a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica”, mas reconhece que «fora da sua comunidade visível, se encontram muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica». João Paulo II lembrou que não se trata, no ecumenismo, “de modificar o depósito da fé, de mudar o significado dos dogmas, de banir deles palavras essenciais, de adaptar a verdade aos gostos de uma época, de eliminar certos artigos do Credo com o falso pretexto de que hoje já não se compreendem. A unidade querida por Deus só se pode realizar na adesão comum ao conteúdo integral da fé revelada. Em matéria de fé, a cedência está em contradição com Deus, que é a Verdade”. É a unidade na Verdade. Então, ecumenismo não é juntar todas as Igrejas em uma só, como quem faz sopa no liquidificador; deixar de crer o que ensina a Igreja “para viver em paz com os outros”. Não é irenismo; isto é, fazer unidade “a qualquer preço”. No ecumenismo é preciso conhecer e reconhecer o que há de bom nas outras comunidades e igrejas cristãs; manter um bom diálogo; evitar ataques mútuos; colaborar com os irmãos separados em tudo que ajuda o Reino de Deus; e orar pela Unidade na verdade.
Fotos: Andréia Britta
Jesus, na hora da sua Paixão, pediu «que todos sejam um» (Jo 17, 21). A divisão no cristianismo é a sua grande chaga; o pior inimigo do Reino de Deus; por isso a Igreja católica sempre lutou para superá-la, sobretudo a partir do Concilio Vaticano II (1963-65). O papa João Paulo II, em 1995, escreveu a célebre Encíclica “Ut unum sint!” (Que todos sejam um!) renovando o apelo à unidade dos cristãos. João XXIII disse que «é muito mais forte aquilo que nos une do que quanto nos divide». Em 1994, na Via Sacra no Coliseu, João Paulo II disse que “unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz. A Cruz! A corrente anticristã propõe-se dissipar o seu valor, esvaziá-la do seu significado, ... dizem que o homem é um ser meramente terreno, que deve viver como se Deus não existisse”. São enormes os desafios para se chegar a unidade dos cristãos, tendo em vista os erros, os ódios e as guerras de religião do passado entre católicos e protestantes, mas os papas pedem o esforço para, “com a ajuda de Deus, abater os muros de divisão e desconfiança, superar obstáculos e preconceitos. O encontro ecumênico deve fundar-se na conversão dos corações e na oração, com a necessária purificação da memória
PROF. FELIPE AQUINO Escritor e apresentador na TV Canção Nova blog.cancaonova.com/felipeaquino
Revista Canção Nova MARÇO 2014
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Reflexão Violência contra as mulheres: fruto do sistema capitalista? Bem no início da primavera, quando as flores desabrocham numa explosão de vida, que eu chamo de um maravilhoso escândalo que grita aos nossos ouvidos quem Deus é, pois é lindo ver os desabrochar da vida na primavera. Pois é: foi bem neste começo de primavera que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) anunciou em todos os jornais do país que, diferentemente das flores, as mulheres estão perdendo a vida de maneira assustadora. Segundo a pesquisa, a cada hora e meia por dia, uma mulher morre violentada, por violência masculina no Brasil, sendo 31% na faixa etária de 29 a 30 anos, 51% com baixa escolaridade, 61% negras (no caso do Nordeste). Essas mortes envolvem o uso de armas de fogo, instrumento perfurante, cortante ou contundente e enforcamento. Essa realidade nos faz perguntar: por que tanta violência e por que as mulheres? A bem da verdade, a violência aumenta a cada dia em todos os setores da sociedade. A reflexão deve ir para além do fato em si. Pensemos o contexto sócio-cultural em que vivemos. O discurso cultural que nos alimenta a cada dia nos diz que temos que adquirir coisas para ser feliz. Ele não nos ajuda a entender que a vida é finita. O que a publicidade clama é que para ser feliz preciso ter o carro da melhor marca, a mulher mais bonita, o sapato mais caro, comer do bom e do melhor porque, afinal de contas, um dia vamos morrer, então por que não satisfazer este prazer de comer e tomar a venenosa coca-cola de todos os dias?
Ela nos diz que, para sermos felizes, devemos ter um corpo malhado, ser jovens, ricos e bonitos. Mas a natureza, que tem o seu curso natural, faz seu caminho e daí envelhecemos, ficamos “feios”, adoecemos, na maioria das vezes, as nossas condições físicas e econômicas não nos possibilitam ter tudo o que a publicidade nos impõe. E daí? Se envelheço, não posso ter sucesso, ser bonito e, se não sou bonito, como serei feliz? Penso que todo esse aparato cultural leva o ser humano a um desgaste psicológico, a uma frustração tão grande que termina na violência que se concretiza nos mais vulneráveis da sociedade: as mulheres, as crianças, os negros, os pobres, os jovens. A sociedade não nos prepara para morrer, para a frustração e perda. Como Igreja, temos uma força muito grande e, se queremos, podemos usar a Verdade do Evangelho que Deus nos legou para amparar essas vítimas e prevenir para que outros casos aconteçam. E mais. Acima de tudo, que cada um busque no seu cotidiano aceitar que nossa vida é passageira, que a felicidade está para além das coisas deste mundo e o próprio Jesus já nos alertava há dois mil anos a respeito. São João é imperativo na sua carta: se não amo meu irmão que vejo, como posso amar a Deus, que não vejo? O que significa isso? Que o amor a Deus só é possível se eu amar o meu irmão. O caminho para amar a Deus é o outro. Deus queira que nossas mulheres possam ser assim respeitadas, queridas e amadas, porque são reflexo do amor de Deus no meio de nós.
LITURGIA
Irmã Rosa Maria Martins, mscs - Assessora Executiva da CRB Nacional para a Comunicação
Tg 5,13-20 Is 49,14-15 1Pd 1,3-9 1Pd 1,10-16 Joel 2,12-18
Dia 01 – Sábado Sl 140(141)
Mc 10,13-16
Dia 02 – Domingo Sl 61(62) 1Cor 4,1-5
Mt 6,24-34
Dia 03– Segunda-feira Sl 110(111) Mc 10,17-27 Dia 04– Terça-feira Sl 97(98) Dia 05 – Quarta-feira Sl 50(51)
Março 2014
Is 58,9b-14
Jn 3,1-10
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Mt 5,20-26
Dt 4,1.5-9
Dia 26 – Quarta-feira Sl 147(147B) Mt 5,17-19
Dt 26,16-19
Dia 15– Sábado Sl 118(119)
Mt 5,43-48
Jr 7,23-28
Dia 27 – Quinta-feira Sl 94(95) Lc 11,14-23
Os 14,2-10
Dia 28 –Sexta-feira Sl 80(81) Mc 12,28b-34
Dn 9,4b-10
Lc 9,22-25
Lc 5,27-32 Mt 4,1-11
Dia 10 – Segunda-feira Lv 19,1-2.11-18 Sl 18(19) Mt 25,31-46 Is 55,10-11
Dia 14 – Sexta-feira Sl 129(130)
Mt 6,1-6.16-18
Dia 09 – Domingo Gn 2,7-9; 3,1-7 Sl 50(51) Rm 5,12.17-19
Dia 11– Terça-feira Sl 33(34)
Ez 18,21-28
Gn 12,1-4a
Dia 07 – Sexta-feira Sl 50(51) Mt 9,14-15 Dia 08 – Sábado Sl 85(86)
Mt 7,7-12
Mc 10,28-31
Dia 06 – Quinta-feira Dt 30,15-20 Sl 1,1-2.3.4.6 (R. Sl 39,5a) Is 58,1-9a
Dia 13 – Quinta-feira Est 14,1.3-5.12-14 Sl 137(138)
Mt 6,7-15
Dia 12 - Quarta-feira Sl 50(51) Lc 11,29-32
Is 1,10.16-20
Dia 16 – Domingo Sl 32(33) 2Tm 1,8b-10 Dia 17– Segunda-feira Sl78(79) Dia 18– Terça-feira Sl 49(50)
Mt 17,1-9 Lc 6,36-38 Mt 23,1-12
Dia 19 – Quarta-feira 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 Sl 88(89) Mt 1,16.18-21.24a Jr 17,5-10
Dia 20 – Quinta-feira Sl 1,1-2.3.4.6
Lc 16,19-31
Dia 21 – Sexta-feira Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 Sl 104(105) Mt 21,33-43.45-46 Dia 22 – Sábado Mq 7,14-15.18-20 Sl 102(103) Ex 17,3-7 2Rs 5,1-15a
Dia 23 – Domingo Sl 94(95) Rm 5,1-2.5-8
Lc 15,1-3.11-32
Dia 25 – Terça-feira Is 7,10-14;8,10 Sl 39(40) Lc 1,26-38
Os 6,1-6
Dia 29 – Sábado Sl 50(51)
Jo 9,1-41
Dia 31 – Segunda-feira Is 65,17-21 Sl 29(30) Jo 4,43-54
DATAS ESPECIAIS 05 – Cinzas 08 – Dia internacional da Mulher 09 – 1º Domingo da Quaresma 19 – São José
Jo 4,5-42
Dia 24– Segunda-feira Sl 41(42) Lc 4,24-30
22 – Dia Mundial da Água 25 – Anunciação do Senhor 1ª leitura
Revista Canção Nova MARÇO 2014
Lc 18,9-14
Dia 30 – Domingo 1Sm 16,1b.6-7.10-13a Sl 22(23) Ef 5,8-14
2ª leitura
Salmo
Evangelho
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A Anunciação por Philippe de Champaigne