3/4 Fado

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3/4 O Fado

Nร MERO FEITO A PARTIR DE UMA PARCERIA COM A ESMAE nยบ3// MAR 2012// Portugal



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18 Vozes fadistas

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Um pouco de história

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Porquê ler esta edição

Jorge Alves

Carlos do Carmo

Editorial

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Fado


ALVARO MARTINS CATIA JULIO

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Colaboradores

Pedro Quintas director de arte

António Castanheira director de arte

Pedro Quintas director de arte

Pedro Quintas director de arte

Do Sol, devido ao fato de no município estar localizada a Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar “onde o Sol nasce primeiro nas Américas”. Fundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira capital de estado mais.

Brasil e também a penúltima a ser fundada no país Tundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira capital de estado mais antiga do Brasil e também a penúltima a ser fundada no país no século XVI.

É conhecida como “Porta do Sol”, devido ao fato de no município estar localizada a Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar “onde o Sol nasce primeiro nas Américas”. Tundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira.

Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar “onde o Sol nasce primeiro nas Américas”.Tundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira capital de estado mais antiga do Brasil e também a penúltima a ser fundada no país.

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Fado

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editorial

Saber ouvir

Como é que se Esquece Alguém que se Ama como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa.

Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste.

Ana Alvin e Manuel Alegra

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Fado


palavras precisas

Porque ler esta edição?

CARLOS CARMO “PACABEI DE PROVAR QUE O DESAFIADOR CENÁRIO GLOBALIZADO É CONDIÇÃO NECESSÁRIA E SUFICIENTE DA LÓGICA DA APARÊNCIA , PSICOLOGIA RACIONAL, COSMOLOGIA RACIONAL E, POR FIM, DA TEOLOGIA RACIONAL.”

O espírito dionisíaco da música e poesia nos ensinou que a teoria da irredutibilidade nos obriga à análise das condições epistemológicas e cognitivas exigidas. Por outro lado, um juízo reflexionante do sujeito transcendental possibilita o ato de intenção consciente da fundamentação metafísica das representações. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como o ceticismo sistemático garante a contribuição de um grupo importante na determinação da aparição não-cromática do som em um continuum infinito. Caros amigos, o novo modelo estruturalista aqui preconizado auxilia a preparação e a composição da sensibilia dos não-sentidos. Do mesmo modo, a hegemonia do ambiente político exige a precisão e a definição das novas teorias propostas. Poderia ser sugerido, entretanto, que a literalidade do texto, imanente ao autor, nos obriga a inferir a invalidez das direções preferenciais no sentido do progresso filosófico. A instituição política, a rigor, atende a uma segunda função visando o cálculo proposicional não-quantificado facilita a criação do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades lógico-estruturais. Tendo em vista a extrema limitação dos meios empregados (como Husserl advertiu), a estrutura atual da ideação semântica obstaculiza a apreciação da importância do retorno esperado a longo prazo. Acabei de provar que o desafiador cenário globalizado é condição necessária e suficiente da lógica da aparência, psicologia racional, cosmologia racional e, por fim, da teologia racional. Se estivesse vivo, Foucault diria que a decisão resoluta (Entscholossenheit) é consequência de uma abordagem dogmática a respeito da esfera do virtual, a saber, do pensamento em potência. Ainda assim, existem dúvidas a respeito de como a Aporia como obstáculo cognitivo designa o impulso psíquico cuja fonte está no corpo e cujo objetivo é a satisfação das definições conceituais da matéria.

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Palavras -chave

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Batalha Naval Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 1960 A queda bancária Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa depois.

1960 morre

Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não.

1960 quando

Do Sol, devido ao fato de no município estar localizada a Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar “onde o Sol nasce primeiro nas Américas”.Fundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira capital de estado mais.

batalha naval

Quando alguém morre, quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

cordas vocais

Manifestação 1989 Fotografia de Manuel castro.

Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa. Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está.

cantar roxinol

1960 a queda bancária

cantarolar

Já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem.

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Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está.

Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá.

nota

Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa.

Fado


fado de coimbra

Alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem.

soprar

Já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem.

torre

Quando alguém morre, quando alguém se separa. Quando alguém morre, quando alguém se separa.

copo

Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz.

sapo

Quando alguém morre, Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

1960

Já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se a pessoa de quem se já lá não está? Quando alguém morre, quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se.

janela

Quando alguém morre, quando alguém se separa. Do Sol, devido ao fato de no município estar localizada a Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar “onde o Sol nasce primeiro nas Américas”.Fundada em 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa é a terceira capital de estado mais.

Manifestação 1989 Fotografia de Manuel castro. pág. 13


Um pouco deHistória

UM POUCO DE HISTÓRIA

Fado português 1930-2012

Nascido nos contextos populares da Lisboa oitocentista, o Fado encontrava-se presente nos momentos de convívio e lazer. Manifestando-se de forma espontânea, a sua execução decorria dentro ou fora de portas, nas hortas, nas esperas de touros, nos retiros, nas ruas e vielas, nas tabernas, cafés de camareiras e casas de meia-porta. Evocando temas de emergência urbana, cantando a narrativa do quotidiano, o fado encontra-se, numa primeira fase, vincadamente associado a contextos sociais pautados pela marginalidade e transgressão, em ambientes frequentados por prostitutas, faias, marujos, boleeiros e marialvas.

Fado na prisão Muitas vezes surpreendidos na prisão, os seus actores, os cantadores, são descritos na figura do faia, tipo fadista, rufião de voz áspera e roufenha, ostentando tatuagens, hábil no manejo da navalha de ponta e mola, recorrendo à gíria e ao calão. Esta associação do fado às esferas mais marginais da sociedade ditar-lhe-ia uma vincada rejeição pela parte da intelectualidade portuguesa.

Img. Maria por Arnaldo Sousa

Atestando a comunhão de espaços lúdicos entre a aristocracia boémia e as franjas mais desfavorecidas da população lisboeta, a história do fado cristalizou em mito o episódio do envolvimento amoroso do Conde de Vimioso com Maria Severa Onofriana (1820-1846), meretriz consagrada pelos

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seus dotes de cantadeira e que se transformará num dos grandes mitos da História do Fado, referencial agregador da comunidade fadista. Em sucessivas retomas imagéticas e sonoras, a evocação do envolvimento de um aristocrata boémio com a meretriz, cantadeira de fados, perpassará em muitos poemas cantados, e mesmo no cinema, no teatro, ou nas artes visuais, desde logo a partir do romance A Severa, de Júlio Dantas, publicado em 1901 e transportado para a grande tela em 1931, naquele que seria o primeiro filme sonoro português, dirigido por Leitão de Barros.

Fado


Img2.“Quando alguém morre” quando alguém se separa como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa. Img. Museu do Fado “fado marinheiro” pág. 15


“PODEM PÔR-SE PROCESSOS E ACÇÕES DE DESPEJO A QUEM SE TEM NO CORAÇÃO, FAZER OS MAIORES ESCARCÉUS, ENTRAR NAS MAIORES PEIXEIRADAS, MAS NÃO SE PODEM DESPEJAR DE REPENTE.PEIXEIRADAS, MAS NÃO SE PODEM .”

O teatro de revista O Teatro de Revista, género de teatro ligeiro tipicamente lisboeta nascido em 1851, cedo descobrirá as potencialidades do fado que, a partir de 1870 integra os seus quadros musicais, para ali se projectar junto de um público mais alargado. O contexto social e cultural de Lisboa com seus bairros típicos, sua boémia, assume protagonismo absoluto no teatro de revista. Ascendendo aos palcos do teatro o fado animará a revista, estruturando-se novas temáticas e melodias. No teatro de revista, com refrão e orquestrado, o fado será cantado quer por famosas actrizes, quer por fadistas de renome, cantando o seu repertório. Ficariam na história duas formas diferentes de abordar o fado: o fado dançado e estilizado por Francis e o fado falado de João Villaret. Figura central da história do Fado, Hermínia Silva

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consagrou-se nos palcos do teatro nas décadas de 30 e 40 do Século XX, somando os seus inconfundíveis dotes de cantadeira com os de actriz cómica e revisteira. Alargando-se o campo de apropriação do fado a partir do último quartel do séc. XIX, corresponde a esta época a estabilização formal da forma poética da “décima”, quadra glosada em quatro estrofes de dez versos cada, aquela em torno da qual se estruturaria o Fado para mais tarde se desenvolver em torno de outras variantes. Ficariam na história duas formas diferentes de abordar o fado: o fado dançado e estilizado por Francis e o fado falado de João Villaret. Figura central da história do Fado, Hermínia Silva consagrou-se nos palcos do teatro nas décadas.

Fado


Img2.“Quando alguém morre” quando alguém se como.

Consagração popular A partir das primeiras décadas do século XX o fado conhece uma gradual divulgação e consagração popular, através da publicação de periódicos que se consagram ao tema, e da consolidação de novos espaços performativos numa vasta rede de recintos que, numa perspectiva comercial, passava agora a incorporar o Fado na sua programação, fixando elencos privativos que muitas vezes se constituíam em embaixadas ou grupos artísticos para efeitos de digressão. Paralelamente, sedimentava-se a relação do Fado com os palcos teatrais, multiplicando-se as actuações de intérpretes de fado nos quadros musicais da Revista ou das operetas. Com efeito, o aparecimento das companhias de fadistas profissionais a partir da década de 30, veio permitir a promoção de espectáculos, com elencos de grande nomeada e a sua circulação pelos teatros de norte a sul do País, ou mesmo em digressões .

Tal foi o caso do “Grupo Artístico de Fados” com Berta Cardoso (1911-1997), Madalena de Melo (1903-1970), Armando Augusto Freire, (1891-1946) Martinho d’Assunção (1914-1992) e João da Mata e do “Grupo Artístico Propaganda do Fado” com Deonilde Gouveia (1900-1946), Júlio Proença (1901-1970) e Joaquim Campos (1899-1978) ou da “Troupe Guitarra Portugal”, integrada, entre outros, por Ercília Costa (19021985) e Alfredo Marceneiro (1891-1982). Embora os primeiros registos discográficos produzidos em Portugal datem dos alvores do século XX, o mercado nacional era ainda, nesta fase, bastante incipiente, uma vez que a aquisição quer de gramoswfones, quer de discos, acarretava custos bastante elevados.

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A guitarra portuguesa Na história da construção da guitarra portuguesa, inteiramente artesanal, distinguem-se duas famílias de guitarreiros que aperfeiçoaram e transmitiram o seu segredo ao longo de sucessivas gerações. A primeira inicia-se com Álvaro da Silveira e é continuada por Manuel Cardoso e seu filho Óscar Cardoso. A segunda nasce com João Pedro Grácio e mantém-se com João Pedro Grácio Júnior, que se destaca de seis irmãos, e seu filho Gilberto Grácio. O diálogo permanente entre esta oficina e os executantes que a preferiram, como Luís Carlos da Silva, Petrolino, Armando Freire, Artur Paredes, Carlos Paredes, José Nunes, foi fundamental á evolução técnica e acústica do instrumento. De entre os guitarristas, Armando Augusto Freire, também conhecido por Armandinho (1891-1946) foi autor de inúmeros fados e variações, deixando uma escola da qual saíram, entre outros, Jaime Santos, Carvalhinho, Raúl Nery e José Fontes Rocha. De facto, só a estabilização do regime democrático devolveria ao fado o seu espaço próprio a partir de 1976 e, logo no ano seguinte, vinha a lume o álbum Um Homem na Cidade por um dos maiores expoentes da canção urbana de Lisboa, figura central da internacionalização do fado, autor de uma sólida carreira de 45 anos, ao longo da qual tem articulado, como ninguém, a tradição fadista mais legítima, a uma inesgotável capacidade de a recriar.

Img. Mafalda Arnout

aproximação ao fado de cantores de outras áreas como José Mário Branco, Sérgio Godinho, António Variações ou Paulo de Carvalho. Já nos anos 90 o fado consagrar-se-ia, definitivamente nos circuitos da World Music internacional com Mísia e Cristina Branco, respectivamente no circuito francês e na Holanda. Também nos anos 90, um outro nome que se destaca no panorama do Fado é Camané, com grande consagração. Desde a década de 90 e já no dealbar do século surge uma nova geração de talentosos intérpretes como Mafalda Arnauth, Katia Guerreiro, Maria Ana Bobone, Joana Amendoeira, Ana Moura, Ana Sofia Varela, Pedro Moutinho, Helder Moutinho, Gonçalo Salgueiro, António Zambujo, Miguel Capucho, Rodrigo Costa Félix, Patrícia Rodrigues, ou Raquel Tavares. No circuito internacional porém, Mariza assume protagonismo absoluto, desenhando um percurso fulgurante, ao longo do qual tem legitimamente colhido sucessivos prémios na categoria de World Music.

Nova geração Encerrando-se gradualmente o debate ideológico em torno do fado, será sobretudo a partir da década de 1980 que terá lugar o reconhecimento do lugar central do fado consenso, no quadro do património musical português, assistindo-se a um renovado interesse do mercado pela canção urbana de Lisboa, como o atestam a atenção crescente da indústria discográfica, através, nomeadamente de reedições de registos gravados, a gradual integração do fado nos circuitos dos festejos populares, à escala regional, o aparecimento progressivo de uma nova geração de intérpretes, ou ainda a 1/4

Fado


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18 vozes Alcídia Rodrigues 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Fado

Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente. Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


1912-1960

fadistas Alain Oulman 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente.Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


Alcídia Rodrigues 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente.Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


1960-1990

Carlos Paredes 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente.Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


Alcídia Rodrigues 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente.Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


1960-1990

Alcídia Rodrigues 1912-2007

Filha de Luzia da Silva, costureira, e Manuel Augusto Rodrigues, marceneiro, Alcídia Rodrigues Gameiro foi a mais nova de cinco irmãos, nascendo em Lisboa, no bairro de Alcântara, no dia 20 de Fevereiro de 1912. Em 1914, em virtude das dificuldades financeiras que a sua família vive, Alcídia parte as Caldas da Rainha onde é acolhida por outra família. Neste local e junto da família de acolhimento Alcídia viveu até aos oito anos de idade. Nesta cidade era frequente acompanhar a mãe adoptiva aos “bailaricos”, facto esse que nos relata: “tudo quanto elas cantavam, eu ia para ao pé delas e aprendia os versos todos e depois ia para a minha mãe adoptiva e cantava.” Despertava então, para a jovem Alcídia, o gosto pela música e pela sua interpretação.

Amália Rodrigues 1920-1999

Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou “Amália, Gostava de Ser Quem Era”, uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano.Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.

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Carlos Paredes 1925-2004

Carlos Paredes nasce em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho de Artur Paredes, neto de Gonçalo Paredes e sobrinho-neto de Manuel Rodrigues Paredes, é herdeiro de uma vasta tradição familiar onde a guitarra esteve sempre presente. Com o pai Carlos Paredes aprendeu as primeiras posições de mão na guitarra e, por brincadeira, começou com cerca de 9 anos a acompanhar o pai. Mais tarde, já com 14 anos, apresenta-se em parceria com Artur Paredes num programa semanal, da autoria deste, na Emissora nacional. Por volta de 1934 a família instala-se em Lisboa. Carlos Paredes aprende a ler e conclui a instrução primária no Jardim-escola João de Deus e, depois, frequenta o Liceu Passos Manuel.


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Fado


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Eco do fado na pintura portuguesa

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Património da Humanidade

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O fado e os jovens de hoje

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Marisa

Jorge Alves Sara Alves

Carlos do Carmo

Luísa Luz

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mariza

Mariza, “a cantadeira de fados” como se intitula, encerrou com chave de ouro as comemorações do Dia do Município, 20 de Agosto. A Albufeira

ofereceu a sua inconfundível voz e extraordinária presença, que a tornaram na “embaixadora da música portuguesa”.

POR: CRISTINA MENDES FOTOGRAFIA: JOÃO NUTELA Depois de “Fado em Mim” (2002), “Fado Curvo” (2003) e “Transparente” (2005), surge “Terra”, o quarto disco de originais da artista. Uma “viagem” pelos destinos que tem percorrido e que servem de inspiração às suas singulares interpretações. Até porque para Mariza “o fado é um sentimento e não propriamente uma música”. A única portuguesa a integrar os concertos do Live 8 e a primeira a ser nomeada para um Grammy Latino, a diva do fado encantou, uma vez mais, os milhares de espectadores presentes em Albufeira. É a terceira vez que a Mariza actua em Albufeira. “Festas do Pescador 2002” e Noites de Fado “Albufeira 2005” já a tinham trazido ao Concelho. Que recordações guarda desses concertos? Guardo boas recordações, de um público muito misto, entre portugueses e estrangeiros, alguns que me ouvem pela primeira vez, mas sempre muito carinhoso, já um pouco habituado a assistir a este tipo de festival que acontece sempre no verão. São espectadores que gostam de música e que procuram o divertimento, pois esta é uma época de férias, em que as pessoas vêm muitas vezes à descoberta e acabam por encontrar um concerto completamente diferente do que estavam à espera, já que não é propriamente para andarem a dançar nem para fazerem um baile, é algo diferente. Este espectáculo tem como fio condutor o seu novo trabalho “Terra”, um disco que a Mariza descreve com “orgânico”. Fale-nos um pouco do cariz desse trabalho… “Terra” é um disco que resultou de sete anos de viagens, em que procurei compilar todas as influências e experiências que vivi nesses anos e colocá-las num CD.


Que temas escolheu para esta noite? O conceito do espectáculo é sempre movível, ou seja, seleccionei temas para esta noite que se baseiam fundamentalmente neste disco “Terra”, passando também pelos meus outros discos mas, ao mesmo tempo, se me apetecer trocar os temas no decorrer de um concerto, posso fazê-lo.

Actualmente o Fado é cantado por centenas de novas vozes, fadistas que tal como a Mariza, conferiram ao tradicional género musical novas sonoridades. Sente-se a impulsionadora desta nova geração de jovens fadistas? Não, muito sinceramente não estou muito atenta ao trabalho das outras pessoas, não por desrespeito ou egoísmo, mas pela falta de tempo. Gostaria de poder assistir a mais concertos e estar atenta para poder formar uma opinião do que está a acontecer, mas a minha agenda não me permite. O meu mundo gira muito à

volta dos meus concertos e, quando tenho tempo, dos meus livros e dvd’s. Passo muito tempo em minha casa ou na de amigos, formando um circulo muito fechado, que acaba por ser também uma espécie de protecção.

A Mariza é uma das vozes portuguesas mais internacionais, levando o Fado além fronteiras. Existe algum país em que mais lhe agrade actuar, onde sente que tem maior receptividade? Todos eles são tão carinhosos que é difícil falar de um em particular, seria um bocadinho maldoso da minha parte se o fizesse, pois todos eles me tratam muito bem. Mas, a título de exemplo, há pouco tempo deparei-me com uma agradável surpresa numa visita que fiz à Finlândia para promover este disco “Terra”. O trabalho tinha saído naquele país 3 dias antes de eu chegar e, quando lá cheguei, já era 2º lugar do top, o que é muito bom.

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Amália Rodrigues contribuiu para aproximar a juventude do fado.

“Até quando faleceu D. Amália foi importante. Principalmente para esta faixa etária mais jovem, que não dava tanta importância ao fado e ao papel que ele presta à cultura e ao país”.

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O fado e os O fado e os jovens de hoje! velhos de ontem! POR: CRISTINA MENDES FOTOGRAFIA: JOÃO NUTELA

recortes nas paredes

Quando o espaço lá dentro não chega, ficam à porta, à espera de que alguém saia para poderem tomar o seu lugar. A romaria de apreciadores, maioritariamente Pegou num antigo armazém de queijos e charcutaria composta por portugueses, muitos jovens, e alguns es- que abastecia os restaurantes do bairro e transformoutrangeiros a viver em Portugal, é a prova de que o fado -o no seu espaço. Não fez grandes mudanças. “O meu está vivo e se recomenda. objectivo era fazer mesmo uma tasca”. Limitou-se a pendurar nas paredes alguns recortes de jornais, notícias sobre fadistas, a maioria de publicações já extinBasta um passeio a pé pelas ruelas de um dos bairros mais típicos da capital, ponto de passagem obrigatória tas. Hoje, já lá estão recortes que falam da sua tasca e para quem gosta da vida da noite, para ver que a canção fotografias de fadistas e de gente conhecida que por ali passa. nacional continua a ter muitos aficionados. E engana-se quem pensa que são só turistas estrangeiros. Se isso é sobretudo verdade nas casas de fado, nas poucas “Entra aqui de tudo novos, velhos, pretos e brancos. tascas típicas que resistem ao passar dos anos são de Tanto vem o que dorme ali no Chiado e canta o fado, Portugal os que querem apreciar o talento de fadistas e como a Mariza e o Camané”, garante, mostrando, guitarristas. orgulhoso, uma fotografia assinada da fadista. “Eu não convido ninguém. Só os músicos. Quem quiser cantar aparece”. “Há noites em que chegam a ser 30. Foi em 1994 que Francisco Gonçalves, natural de Nem metade consegue”, diz. Amarante e a viver no Bairro Alto desde 1972, abriu a “Tasca do Chico”. Trabalhava na “Adega Mesquita”, conhecido restaurante e casa de fados do bairro, e começou a aperceber-se de que as tascas típicas estavam a fechar para dar lugar aos bares. “Era com pena que via isso”. Com o “bichinho do fado”, Chico decidiu aventurar-se e criar o seu próprio negócio, reservando duas noites por semana para o fado vadio. pág. 33


“Estou a meter água” Chico garante que nunca gastou “um tostão em publicidade” e que a fama da casa - que já lhe granjeou várias reportagens, inclusivamente na televisão inglesa BBC - tem passado de boca em boca. Justificação “As pessoas sabem que aqui, mesmo que cantem mal, levam palmas”. Foi o que aconteceu ao senhor Reinado, 82 anos, presença assídua na tasca. Sentado na mesa dos músicos, aguardou pacientemente a sua vez de cantar. Mora na Rua de S. Bento e, sempre que a voz o deixa, aparece para um ou dois fadinhos. “Gosto da casa, do ambiente”, diz, explicando que nasceu na Mouraria e, desde pequeno, se habituou a acompanhar o pai aos fados. “É da minha infância”. Desta vez, a voz atraiçoou-o. “Vocês desculpem-me, estou a meter água”, confessou ao público, que, ainda assim, o brindou com muitas palmas. Sentados numa das poucas mesas de madeira estão Irina, uma russa de 29 anos, e Ivan, de 22, economista, ambos a viver em Lisboa. Bebem cerveja, depois mudam para sangria. Na mesa, hiperconcentrado na música, está Dean, croata. Os três amigos juntam-se frequentemente ali e até já conseguem trautear algumas letras. Garante que a tasca “é a melhor casa de fados de Lisboa. Os melhores guitarristas estão aqui”.

Os fadistas sucedem-se uns atrás dos outros, apenas com breves paragens para descanso dos músicos. João Roque, “mestre de cerimónias” e também fadista, conhece-lhes as caras e chama-os quando chega a sua vez. “Com barulho não há fados! Agora escolham”, grita para o público, a quem não se cansa de mandar calar. Se na tasca houver caras conhecidas do mundo do fado nesta noite eram Pedro Moutinho, irmão de Camané, e Gonçalo Salgueiro, uma das novas vozes do fado também são desafiados. Nessa noite, a viola está entregue a Chico Borges e a guitarra portuguesa a José Manuel Duarte. Ambos concordam que o ambiente da tasca nada tem a ver com o das casas de fado. “É mais familiar, completamente informal”, diz José Duarte, salientando que há muitos jovens que ali vão “porque sabem que podem cantar, sem reparos”. Diz que para cantar fado, mais do que voz, “é preciso ter alma” e “saber contar uma história”. Chico Borges diz que a “Tasca do Chico deve ser das casas menos formais que existem” e considera que ali se está “mais perto da raiz do fado”. “Até para nós se torna mais engraçado assim”, atesta, explicando que é preciso saber lidar com o imprevisto para poder acompanhar os que sabem e os que não sabem cantar. “Aqui toca-se em cima da hora e do momento”.

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“Entra aqui de tudo novos, velhos, pretos e brancos. Tanto vem o que dorme ali no Chiado e canta o fado, como a Mariza e o Camané”,

Velas fazem ambiente Basta dar meia dúzia de passos, cruzar a esquina e virar para a Rua da Barroca para encontrar um outro ambiente de fado. No restaurante “O Faia” - casa aberta desde 1947 e inicialmente propriedade de Lucília do Carmo, mãe de Carlos do Carmo, que o explorou até 1980 - os imprevistos raramente acontecem. O fado, “servido” a partir das 21.30 horas, de segunda a sábado, está entregue a profissionais. A casa tem um grupo de quatro fadistas residentes, que asseguram o espectáculo. As suas fotografias estão expostas à entrada e, sempre que um deles não está presente, a moldura é retirada. Uma questão de seriedade e de respeito para com os clientes, explica Pedro Ramos, gerente do restaurante. Dar máxima prioridade à gastronomia e apresentar fado de qualidade são as preocupações dos proprietários do “Faia”, que é principalmente procurado por turistas estrangeiros. Cerca de 60% a 70% do total de clientes, que o descobrem através de roteiros e de pesquisas na Internet. Ainda assim, Pedro Ramos orgulha-se de ser “uma das casas que mais trabalham com portugueses”. “É sinal de que as casas de fado não são só para turistas e que, afinal, não se come mal no fado”, diz, admitindo que “durante alguns anos isso teve alguma verdade”. “Acho que se está a retomar o bom caminho”. O ambiente é de requinte. À entrada, os clientes são recebidos com um aperto de mão e entregam os casacos, que são guardados no bengaleiro. Depois, são encaminhados para a sala, onde comem à luz de velas e com serviço esmerado. À hora certa, músicos e fadistas sobem ao palco, vestidos a rigor.


Amália chamou os jovens Pedro Ramos diz que os clientes portugueses são “fixos” e que “os jovens vão vindo cada vez mais”. Sendo ele jovem, não tem dúvidas em afirmar que a morte de Amália Rodrigues contribuiu para aproximar a juventude do fado. “Até quando faleceu D. Amália foi importante. Principalmente para esta faixa etária mais jovem, que não dava tanta importância ao fado e ao papel que ele presta à cultura e ao país”. Ir ao “Faia” ouvir fado não é, contudo, barato. Em média, 45 a 50 euros por pessoa, diz Pedro. Para os que não queiram jantar, a casa criou um outro preço, que permite assistir ao espectáculo e tomar uma bebida 17,50 euros. Também há pessoas que, tendo jantado noutros sítios, optam por ir ali comer a sobremesa, enquanto assistem ao espectáculo. A existência de um público diversificado e a coexistência das tradicionais casas de fado com as tascas de fado vadio são a prova de que a canção nacional está de boa saúde. Já diz a letra “Enquanto houver Portugal e um coração de mulher, nunca o fado há-de acabar”.

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POR: OLGA TIGRE ILUSTRAÇÕES: PAULO ZEBRA

Património da Humanidade

Promovido a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO no passado dia 28 de Novembro de 2011 o fado faz agora parte da longa lista de bens imateriais juntamente com o flamenco, tango entre outros. Apesar disto a pergunta permanece, “o que é afinal o fado?” Já muitos responderam a esta pergunta nestes últimos dias, mas o que pensam as camadas mais jovens da sociedade em relação a este assunto? Para muitos não agrada, a outros passa despercebido e para outros consegue ser uma paixão.


Começando pelo próprio nome, fado provem do latim fatum, que significa destino. O aparecimento do fado situa-se algures no século XIX, não havendo registos do mesmo antes desse século. Pensa-se que os primeiros fados teriam sido dado a conhecer através dos marinheiros e as suas cantigas que ficaram conhecidas como “Fado de Marinheiro” , este deu mais tarde origem ao “Fado Corrido” e por sua vez ao “Fado Cotovia”, para além destes géneros de fado foram surgindo outros como por exemplo o “Fado Castiço”, “Fado Lopes”, “Fado Vadio”, “Fado Marialva” , “Fado Mouraria” entre outros. Estima-se que existam cerca de 20 géneros de fado diferentes hoje em dia. Quanto ao seu lugar de nascimento tem-se por berço a cidade de Lisboa, primordialmente nas tabernas. Uma vez que o fado aparece numa época onde reina o movimento romântico, não era senão de esperar que este partilhasse de algumas das suas características. Tão depressa actuava como uma canção triste e melancólica como podia servir para levantar a moral numa época de grande instabilidade social, é então sem dúvida a música do povo. Embora considerada pelos mais favorecidos como rude, boémia e herética, para os menos favorecidos o fado era uma maneira de exprimir a insatisfação e tristeza pela sua condição de vida, pelo seu destino. Ao mesmo tempo que surgia o fado em Lisboa, quase ao mesmo tempo aparecia na cidade de Coimbra um género de fado, levado pelos estudantes da capital, que ficaria conhecido como “Fado de Coimbra”. A particularidade deste é a de ter como pessoa central, os estudantes universitários. Os temas principais prendiam-se com o amor de estudante, o amor pela cidade entre outros temas relacionados com a condição do homem. Durante a ditadura de Salazar estas músicas começavam a evocar poetas contemporâneos como forma de resistência contra o regime.

Estima-se que existam cerca de 20 géneros de fado diferentes hoje em dia. Quanto ao seu lugar de nascimento tem-se por berço a cidade de Lisboa, primordialmente nas tabernas.


Estima-se que existam cerca de 20 géneros de fado diferentes hoje em dia. Quanto ao seu lugar de nascimento tem-se por berço a cidade de Lisboa, primordialmente nas tabernas.

Mas num presente onde abundam e proliferam géneros musicais põe-se a pergunta de onde se encontra o fado e como é ele visto pelas gerações mais jovens. Vítor Miranda,20 anos, estudante na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro dá-nos a sua visão sobre o fado na juventude actual. “As gerações mais jovens cada vez mais começam a apreciar o fado” responde Vítor quando questionado sobre qual a posição do fado nas camadas mais jovens da sociedade. O hoje em dia. Quanto ao seu lugar de nascisurgimento de cada vez mais projectos inova- mento tem-se por berço a cidade de Lisboa, dores em redor do fado, como por exemplo os primordialmente nas tabernas. Uma vez Deolinda, têm vindo cada vez mais a aumenque o fado aparece numa época onde reina tar o número de ouvintes nas camadas mais o movimento romântico, não era senão de jovens. Desta forma mantêm-se viva uma das esperar que este partilhasse de algumas das mais antigas e mais belas tradições musisuas características. cais de Portugal. Pensa-se que os primeiros fados teriam sido dado a conhecer através dos Tão depressa actuava como uma canção triste marinheiros e as suas cantigas que ficaram e melancólica como podia servir para levantar conhecidas como “Fado de Marinheiro” , este a moral numa época de grande instabilidade deu mais tarde origem ao “Fado Corrido” e social, é então sem dúvida a música do povo. por sua vez ao “Fado Cotovia”, para além Embora considerada pelos mais favorecidos destes géneros de fado foram surgindo outros como rude, boémia e herética, para os menos como por exemplo o “Fado Castiço”, “Fado favorecidos o fado era uma maneira de expriLopes”, “Fado Vadio”, “Fado Marialva”, “Fado mir a insatisfação e tristeza pela sua condiMouraria” entre outros. Estima-se que exisção de vida, pelo seu destino. tam cerca de 20 géneros de fado diferentes pág. 41


Ecos do fado na pintura portuguesa As exposições temáticas, toda a gente sabe, têm um pinturas, desenhos, fotografias, esculturas e um vídeo, problema. Com a pressa de reunirem obras represensem recear relações e confrontos inesperados, furtatativas, escorregam com facilidade para a ilustração, -se com estilo aos limites e aos enganos deste tipo de mais ou menos oficial, do assunto em causa. Ou seja, exposição. O inevitável “O Fado” de José Malhoa tem contam a história como a conhecemos, sem surpresas direito às duas versões (a de 1909 e 1910), bem como ou enredos alternativos. Não é o caso de “Ecos do Fado a vários estudos. E não faltam aguarelas, de artistas na Arte Portuguesa XIX-XXI”, comissariada por Sara menos consagrados, que mostram o bom povo portuPereira, directora do Museu do Fado, que pode ser visi- guês entretido nas suas tradições, de acordo com a tada no Pátio da Galé, no Terreiro de Paço. Composta de propaganda do Estado Novo.

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Stuarte Carvalhais, Fado, 1989 Museu do Fado, Lisboa

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Stuarte Carvalhais, Fado, 1989 Museu do Fado, Lisboa

NA PรกGINA SEGUINTE

Amadeo de Sousa Cardoso, Fado, 1970 Museu do Fado, Lisboa

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Stuarte Carvalhais, Fado, 1989 Museu do Fado, Lisboa



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Stuarte Carvalhais, Fado, 1989 Museu do Fado, Lisboa

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ESTA PรกGINA

Stuarte Carvalhais, Fado, 1989 Museu do Fado, Lisboa

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Stuarte Carvalhais, Fado, 1989

O diabo da lembranรงa, 1994 Museu do Fado, Lisboa

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Web

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Eventos

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Livros

pág 43

Discografía

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Esmai ( polítecnico do Porto)

Sara Alves Carlos do Carmo

O fado sem Fronteiras

pág 46

André Matos

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Web

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Eventos

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Livros

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Discografía

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Esmai ( polítecnico do Porto)

Sara Alves Carlos do Carmo

O fado sem Fronteiras

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André Matos

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O fado quebra fronteiras, é o manifesto da alma lusa que mais conquista povos de todas as culturas pelo mundo fora.

POR: OLGA TIGRE ILUSTRAÇÕES: PAULO ZEBRA

O fado quebra fronteiras O manifesto da alma lusa que mais conquista povos de todas as culturas pelo mundo fora. Desta vez são os ‘nuestros hermanos’ que se rendem à expressão musical da alma lusa e que, num dos seus principais jornais diários o “El Mundo” destacam duas das novas vozes do nosso fado. O mote para o artigo destacado é a presença de António Zambujo e Carminho na 8.ª Mostra que decorre entre os meses de Outubro e Novembro em Espanha. Os fadistas vão marcar presença no evento que conta com demonstrações musicais, cinematográficas, artísticas, académicas e gastronómicas que estão a acontecer em 13 cidades espanholas e que contam com a presença de figuras portuguesas reconhecidas nas respectivas áreas. De acordo com o diário espanhol, os dois fadistas são a prova da vitalidade do género musical que segundo Fernando Pessoa «formou a alma portuguesa quando ela não existia e desejava tudo sem ter força para desejá-lo» Em comum, Carminho e António têm o facto de «quererem ser eles mesmos» e de contribuírem para transformar «o fado de ontem, no fado de sempre». Sobre António Zambujo destacam a sua carreira com quatro discos gravados, o prémio Amália Rodrigues - o

Nobel do Fado - e as origens alentejanas de um fadista que, como escreve o jornalista espanhol, «é dono do seu próprio lamento». ‘Tó Zé’, como é conhecido no mundo do fado, estará em Espanha para a Mostra de Madrid e daí seguirá para dois concertos, quinta-feira em Barcelona e sexta em Valência. No site do jornal espanhol foram colocados dois vídeos dos fadistas. De Carminho figura o videoclip de um dos fados mais ‘castiços’ e conhecidos da jovem fadista: A Bia da Mouraria. Os fados que canta «transportam o ruído das ruas da sua Lisboa natal» e «sabem ao sal das lágrimas» de uma fadista que, sendo filha de fadista e filha de Lisboa, de outra forma não poderia ser. Na memória dos portugueses os fados da Severa e da Mariquinhas, do Timpanas e das Tranquitanas contam histórias de tempos idos. O ‘fado novo’ fala das coisas dos dias de hoje e reaproxima os portugueses deste «lamento musical da alma do povo português». Os fadistas vão marcar presença no evento que conta com demonstrações musicais, cinematográficas, artísticas, académicas e gastronómicas que estão a acontecer em 13 cidades espanholas e que contam com a presença de figuras portuguesas reconhecidas nas respectivas áreas. Nomeada pelo ex-presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, embaixadora da candidatura do fado a património da UNESCO, Mariza defendeu que «um povo só é conhecido pela sua cultura» e, caso esta distinção seja atribuída, «talvez nós portugueses possamos ter um orgulho maior naquilo que somos, principalmente nesta fase tão cinzenta que vivemos».

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Elas não saem de lá Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguetar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar.

No resto do Mundo Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguetar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está Como é que se Esquece Alguém que se Ama?

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Mini biografía Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não -está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguetar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar sim.

Fado


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ESMAE

INSTITUTO POLITร CNICO DO PORTO

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DIA ABERTO FEP

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) dá início hoje à 10.ª edição do Dia. Iniciativa dirigida aos estudantes do ensino básicos e secundário, que até sexta-feira deverá receber cerca de 670 estudantes, acompanhados por 45 professores e 100 voluntários. A iniciativa tem como objetivo aproximar a FEP das escolas dando a conhecer os cursos oferecidos pela instituição, as respetivas saídas profissionais e os serviços e instalações da faculdade. “Estes dias em que os estudantes do ensino básico e secundário contactam com a FEP têm-se revelado fundamentais para a tomada de decisão vocacional. Acredito que esta iniciativa é crucial para facilitar a integração de alguns destes estudantes aquando do seu ingresso na faculdade”, salienta o diretor da FEP, João Proença.

FEP INTERNACIONAL CASE TEAM

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) dá início hoje à 10.ª edição do Dia Aberto. Iniciativa dirigida aos estudantes do ensino básicos e secundário A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) dá início hoje à 10.ª edição do Dia Aberto, iniciativa dirigida aos estudantes do ensino básicos e secundário, que até sexta-feira deverá receber cerca de 670 estudantes, acompanhados por 45 profesDar ênfase aprendizagem independente dentro sores e 100 à voluntários. A iniciativa tem como obje-do contexto do trabalho de grupo. Integrar o processo prático com a tivo aproximar a FEP das escolas dando a conhecer crítica teórica. os cursos oferecidos pela instituição, as respetivas saídas profissionais e os serviços e instalações da em se que os estudantes Afaculdade. convicção“Estes de que dias o teatro aprende fazendo,do ouensiseja, que a no básico eentre secundário contactam com aeFEP têm-se articulação o conhecimento teórico o prático deve ser uma revelado fundamentais para a tomada de decisão preocupação permanente, desde logo articulada com o saber estar Acredito que esta iniciativa é crucial para evocacional. ser no teatro; facilitar integração deéalguns destes estudantes A noçãoade que o teatro uma arte colectiva, em que as questões aquandodecorrentes do seu ingresso na faculdade”, salienta o práticas implicam uma particular atenção na articudiretor dadiferentes FEP, Joãocompetências Proença. lação das e no desenvolvimento do perfil Acredito quede esta iniciativa é crucial parao facilitar a profi ssional cada especialidade. Aliás, que distingue o ensino integração de alguns destes estudantes aquando do artístico do ensino meramente técnico reside na aprendizagem seu ingresso nafundamentos faculdade”, salienta o diretor da FEP, consistente dos e conceitos teóricos, estéticos e plásJoão que, Proença. ticos com o texto, ligam as formas e as atitudes que a técnica serve.

Teatro no Esmai

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Fado


Música O Curso do Departamento de Música da ESMAE confere a Licenciatura em Música (1º Ciclo da nova estrutura curricular, conforme a Declaração de Bolonha), nas variantes. A duração da licenciatura é de 3 anos (6 semestres), o que perfaz um total de 180 créditos ECTS (30 créditos por cada semestre). Os Planos de Estudos contemplam várias Áreas artístico-científicas: Prática Artística Musical, Estudos Musicais, Estudos Sócio Culturais, Produção e Tecnologias da Música, Tecnologias. Os estudantes usufruem do Programa de Intercâmbio ERASMUS, ao abrigo do qual podem frequentar outros estabelecimentos europeus de ensino superior, com os quais a ESMAE tem protocolos, por um período determinado. A escola dispõe de salas destinadas às turmas (unidades curriculares teóricas) e ao ensino individual (instrumento) ou em pequenos grupos (música de câmara), equipadas com instrumentos de qualidade. Devido

à abertura permanente, os alunos têm possibilidade de estudarem na escola, conforme um sistema de reserva de salas para o trabalho individual ou de grupo. A biblioteca oferece um grande leque de escolha a nível de livros, partituras, CDs, etc. Os alunos da variante de PTM dispõem de equipamentos do mais alto nível tecnológico. Os trabalhos conjuntos dos alunos da variante de com os das outras variantes permitem a realização de gravações de concertos, audições e de outros eventos musicais. A Orquestra Sinfónica Sinfonietta tem uma rica actividade de concertos, desenvolvida em vários pontos do país e contando com a colaboração de conceituados maestros convidados. Outros agrupamentos representativos são: Coro, Coro de câmara, Coro-Jazz, Orquestra de música antiga, Orquestra de Jazz, Orquestra de saxofones, Grupo de música contemporânea. Várias actividades extra-lectivas são organizadas durante o ano lectivo e nas férias: concursos, cursos, seminários, palestra, etc. O Concurso Helena Sá e Costa, já com uma boa tradição, todos os anos seleccionam os solistas da Sinfonietta.

img2. fotografia de Paulo Santo em Flickr pág. 61


Departamento de Artes da Imagem A formação ministrada nos cursos do DAI, complementa-se através de ligações nacionais e internacionais, com instituições e entidades de caráter académico, assim como organizações públicas e privadas da sociedade civil.. O curso de TCM assenta numa visão contemporânea e interdisciplinar da Multimédia. Fundindo várias áreas—num cruzamento que incluí arte, tecnologia, comunicação e cultura—, como a música, o teatro, o cinema e o audiovisual, numa plataforma de comunicação diferenciadora e inovadora, capaz de produzir, veicular e transmitir conteúdos e mensagens a partir de diferentes aplicações, plataformas e suportes. Orienta-se, claramente, numa dimensão artística, criativa e de inovação tecnológica e persegue uma filosofia de conhecimento transversal, promovida pelas várias disciplinas que compõem o curso. Os alunos desenvolvem competências conceptuais, técnicas e artísticas específicas, explorando e experimentando novas plataformas de comunicação e novas tecnologias de interação. O MCA desenvolve competências teóricas e práticas ao nível da pesquisa, da conceptualização, da criação artística e da prática de projeto, nas áreas de especialização da Fotografia e Cinema Documental e da Produção e Realização Audiovisual.

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O MCA configura-se em dois momentos: um primeiro, de caráter fundamentalmente teórico e prático, onde se promovem metodologias e processos de reflexão e desenvolvem práticas especializadas; um segundo, que se materializa pela concepção, realização e produção de projetos de caráter profissionalizante, mas fundamentados, objectivados e propostos através da investigação, reflexão teórica e manifestação artística. O curso de TCAV tem como objetivo formar profissionais com qualificação superior no âmbito da comunicação audiovisual, promovendo o desenvolvimento de competências e o uso eficaz de conceitos teórico-práticos e técnico-artísticos relevantes. A teoria e prática na utilização de ferramentas audiovisuais são encaradas do ponto de vista criativo e estético, promovendo a criação conceptual e metodológica nos seguintes domínios das artes da imagem: vídeo, fotografia, cinema, som, iluminação, design e computação.

Fado


Laboratório de Acústica Musical O Laboratório de Acústica Musical (LAM) da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto foi criado em 1996 e tem desenvolvido a sua actividade na realização de investigação científica nas áreas da Acústica Musical e da Acústica Arquitectónica. Actualmente o LAM faz parte integrante da Unidade de Investigação da ESMAE.

img1. fotografia de Paulo Santo em Flickr. img2. fotografia de Filipe Castro em Flickr.

• Compreensão do comportamento físico dos instrumentos musicais; • Caracterização dos níveis sonoros dos instrumentos musicais e estudo dos meios de protecção e prevenção auditiva de músicos e profissionais do áudio; Investigação e desenvolvimento de novos instrumentos musicais; • Estudo das características acústicas de salas de espectáculo e estúdios de gravação; • Modelação física de instrumentos musicais friccionados (cordofones e idiofones) com base em métodos modais (em colaboração com o Instituto Tecnológico e Nuclear); • Caracterização de salas de espectáculo em Portugal, através da medição de parâmetros de acústica interna;

• Modelação física do acoplamento vibratório entre a corda e o corpo dos cordofones (em colaboração com o Instituto Tecnológico e Nuclear); Caracterização em tubo de impedância de materiais absorventes sonoros para diversas aplicações; • Análise experimental e modelação física de fenómenos indesejáveis à execução musical, como a Nota do Lobo, bem como dos mecanismos para a sua eliminação (em colaboração com o Instituto Tecnológico e Nuclear); pág. 63


Discografia

Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

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Fado


Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MIO AMOR 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

Amália Rodrigues MEU AMOR É MARINHEIRO 1989

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Nova geração

Alcídia Rodrigues

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Eventos Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Estação Porto

Comercio paralelo

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Matosinhos

Matosinhos

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Onde? No coliseu do Porto Quando? Dia 9 Abril O que?

Estação Porto

Comercio paralelo

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

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Nova geração

Alcídia Rodrigues

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Livros Mario Seixas

Mario Seixas

Estação Porto

Estação Porto

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

Rui Campos

Rui Campos

Matosinhos

Matosinhos

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo. Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES).

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo. Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES).

Mario Seixas

Mario Seixas

Estação Porto

Estação Porto

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

A Estação Porto traz nesta semana três dias de atividades com diversos artistas e entrada gratuita. Na programação, os projetos Workshow, com Velho Scotch (ES) e Eskimo (RJ), e Porto MPB, com Edivan Freitas (ES). Coletivo Femenina para a realização do Festival de Mulheres e Meninas Artistas do Espírito Santo.

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