Jornal Ponteio

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O crescimento e o desenvolvimento de um bairro: o São Pedro. Opinião de moradores e ex-moradores sobre as mudanças.

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A conexão de ícones da cultura pop com os lugares do cotidiano é o argumento do editorial de fotografia.

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Entrevista especial com os criadores do programa “Não conta lá em casa” incentiva jovens a intervirem localmente.

“era um, era dois, era cem...”

Dom Bosco: cenário da tradição de uma família Jorge, o chefe de toda a família, abre a casa para contar a história de suas vidas e o amor daquelas pessoas pelo bairro onde cresceram, aprenderam e construíram tudo o que possuem.

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Meditação como forma de relaxamento e concentração. Uma professora e praticante dão dicas para utilizar essa ferramenta no seu dia a dia para otimizar o tempo e melhorar a qualidade de vida.

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O “Encontro de compositores de Juiz de Fora” existe há oito anos e reúne os grandes artistas da cidade com novos nomes, trazendo para o bairro São Pedro uma noite agradável e cultural.

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O Cine-Theatro Central está passando por reformas e reestruturação de seus eventos. O Ponteio bateu um papo com os responsáveis culturais pelo teatro mais antigo da cidade.

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“um jornal que escolheu uma forma de informação que é de interesse do leitor de uma forma mais próxima e amigável”

Trânsito gera transtorno no Bairro São Pedro

Alessandra crispim

Carime Elmor

A estudante de jornalismo é beatlemaníaca e louca por velharias, se deixar ela escreve seus textos em uma máquina de... escrever é o que mais ama, desenhar e descobrir novos artistas.

Igor Visentin

Fruto de uma nova era midiática, não possui uma área principal de interesse. É estudante de jornalismo, psicologia, música, filosofia, política e inutilidades.

Stess Panissi

Fotógrafa, guitarrista, estudante de jornalismo e consumidora compulsiva de pães de queijo. Morre de amores pelo sul de Minas, por cachorros, livros e abraços apertados.

tAINAH cuRCIO

Estudante de Jornalismo que só estuda Design. Curiosa de natureza. Tenta tocar guitarra e cantar em uma banda que nunca ensaia. Adora cozinhar loucuras e falar em público.

tHAIZA gRIBEL

Intensa em seus mil projetos, é apaixonada por fotografia, animais e viagens. Vive de olho em boas pautas para produzir, gravar, escrever e se emocionar. Faz questão de ser feliz com quem ama.

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Palavras (ou parágrafos) da diagramação

que um estudante de jornalismo, apaixonado mesmo pelo design, faz quando chega no quinto período da faculdade? Estágio, bolsa, ver séries? Não! A conclusão é que montar um jornal inteiro não estava dentro de nenhuma das opções pensadas. Aprender coisas novas nas aulas, buscar referências nesses sites chiques de gente que realmente sabe o que está fazendo, raciocinar cores, tamanhos, fontes, foi só o início da “jornada” em busca do jornal perfeito. Uma equipe unida, de bom gosto (em especial para cultura), com ideias borbulhando o tempo todo e um enquadramento de público a ser seguido, precisávamos estourar essas borbulhas e adaptá-las a nossa realidade. Colocar a cabeça pra funcionar com cautela e foco pra não fugir do objetivo principal do jornal, sem perder a nossa identidade. Com o tempo as páginas foram ficando prontas, com modificações constantes, fomos nos aperfeiçoando e pensando, também, nas pautas perfeitas. Que pautas! Queríamos falar de música, adaptamos. De cultura, adaptamos também! Conseguimos adaptar até a ideia de uma crônica, pra dentro do nosso público alvo. “Por essa questão foi escolhida a proposta de nosso jornal, sem desmerecer a importância dos jornais que evidenciam problemas nos bairros de nosso público alvo, os moradores de São Pedro e Dom Bosco. O Ponteio é um jornal que escolheu uma forma de informação que é de interesse do leitor, por falar do que acontece em seu bairro e em sua cidade, mas o fala de uma forma mais próxima e amigável”. Segundo Igor Visentin, que conseguiu resumir, melhor que eu, em um parágrafo qual era a nossa proposta. Com muita felicidade e principalmente orgulho, entrego (junto com todos) a versão final do Ponteio, alinhavado com carinho e sem preguiça por cada um de nós.

Abraços, Tainah CUrcio.

#informação

A motoqueira, estudante e musicista reveza seu tempo entre uma matéria jornalística e uma composição musical. Apesar do sufoco, faz de tudo para conciliar suas duas paixões.

Associação dos moradores do bairro SÃO PEDRO explica os acontecimentos Por: thaiza Gribel

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Moradores e transeuntes reclamam da falta de segurança e organização nas ruas da Cidade Alta Por colaboradora: Lívia hadanny brown

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o bairro São Pedro, Cidade Alta de Juiz de Fora, uma das maiores reclamações dos moradores é a dificuldade de transitar pelas ruas, devido ao excesso de veículos e à falta de segurança gerada pela pressa dos motoristas. Na Presidente Costa e Silva - principal avenida do bairro - a situação é mais caótica. Com poucas faixas no trecho e uma grande distância separando-as, os pedestres necessitam atravessar a rua arriscando uma travessia fora do lugar apropriado. É possível reparar que, além da pequena quantidade de faixas, poucas das existentes ficam próximas aos pontos de ônibus. Este é um dos principais motivos que fazem com que os transeuntes que correm para não perder o horário

do ônibus se aventurem pela rua para chegarem aos seus destinos. Outra queixa realizada pelos moradores é a demora que o excesso de tráfego e a falta de organização causa nas travessias, fazendo com que a espera por uma tentativa de trocar de passeio possa durar em torno de 10 minutos. Os horários de pico são os que mais causam transtorno. Horário de almoço e saída escolar são comentados como os piores momentos para transitar pelas ruas do Bairro São Pedro. Durante o período de aulas da Universidade Federal de Juiz de Fora, a situação do trânsito fica pior. Quando o fluxo não está retido, o movimento de veículos na saída do campus é grande, incomodando não só as pessoas que passam pelo local, mas também os motoristas que reclamam da dificuldade de passagem. Muitas são as preocupações e reclamações dos moradores da

Cidade Alta, que além de retratarem o problema, também tem um tom de cobrança às promessas de melhorias. De acordo com estes moradores, essas promessas foram feitas no ano de 2013 e até agora pouca coisa foi realmente resolvida. Fora prometido um redimensionamento das faixas para aliviar a situação dos pedestres, respeitando os limites exigidos pelo Cotran de distância mínima, e redirecionando-as para os principais pontos que necessitam de uma faixa intermediária. Existe um projeto em avaliação para realizar uma recirculação da área para realização de um binário em algumas ruas com a intenção de organizar o trânsito, mas o projeto ainda está em avaliação. Por ser um local que vem crescendo, com grande movimentação comercial, a situação do trânsito fica mais complicada a cada dia que passa e gera cada vez mais insegurança e insatisfação.

presidente da Associação de Moradores do bairro São Pedro, Wanor Alves, ressalta as transformações que a região vem passando ao longo dos últimos 20 anos, principalmente nas mudanças relativas ao trânsito. “O alto movimento dos carros têm complicado muito a vida dos moradores, principalmente em horários de pico. É preciso pensar em alternativas para isso em conjunto. Estamos lutando para que a construção da BR 440, que cortará boa parte do São Pedro, seja uma via que ligue as ruas do bairro, fazendo o papel de avenida”, declara Wanor. Um dos tópicos destacados pelo presidente nesse período de alterações do perfil do bairro é o aumento das atividades culturais, que movimentam o comércio local. “Os bares cresceram muito, principalmente na região da Avenida Presidente Costa e Silva. É bom porque é dinheiro gasto aqui que pode ser investido aqui também”. Wanor ressalta, ainda, que apesar de muitos moradores serem de famílias tradicionais do São Pedro, novos grupos chegam para fixar residência no bairro a cada mês, visto a proximidade com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a região ter se tornado um pólo econômico da cidade. A Associação realiza reuniões mensais e procura atender pedidos da população desde necessidades mais simples, como demandas para “bocas de lobo”, até situações emergenciais, como, por exemplo, a movimentação perante a Prefeitura de Juiz de Fora para a colocação de semáforos.


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220v: os ligados na tomada

#geral

Meditar: um exercício, um

Rotina pesada com várias atividades para fazer, qual a solução para não pirar?

estilo de vida

Por: TAINAH CURCIO

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onciliar a faculdade com estágio, Empresa Júnior, trabalho, entre outros é uma realidade comum para estudantes universitários e trabalhadores dos dias de hoje. No mundo onde vivemos, as pessoas multitarefas estão sendo cada vez mais valorizadas. Para quem já passou dessa fase, trabalhar cada vez mais visando se adaptar ao mercado atual é a única opção. Com isso, acabamos tendo uma sociedade tensa, onde todos esstão nervosos e correndo a todo momento. Algumas pessoas tiram de letra, outras não. O que é o caso de Aline Coutinho de 23 anos.

A prática milenar que conquista cada vez mais adeptos Por: Igor VISENTIN

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or que não dedicamos meia hora, quinze minutos ou até cinco minutos de nosso tempo, em nossa própria casa e sem pagar nada, apenas para nos focarmos em nós mesmos e relaxarmos nossa mente e corpo? Duvida que isso dê algum resultado? Em 1929, Richard Wilhelm e o renomado psicoterapeuta C.G. Jung publicaram “O Segredo da Flor de Ouro”, que continha a tradução de um velho texto chinês, “Tai I Ging Hua Dsung Dschi”. O livro pode ser facilmente baixado pela internet, e fornece bons conselhos para se começar uma prática autodidata. Já na introdução, “Por que é difícil para o ocidental compreender o oriente”, Jung insere um antigo provérbio chinês que diz: “Se o homem errado usar o meio correto, o

meio correto atuará de modo errado”. Portanto, ao contrário do que estamos acostumados no ocidente, quando falo sobre meditação, não devemos colocar todas as nossas esperanças neste método, mas procurarmos ele em nós mesmos. “Tudo depende do homem e pouco ou nada do método. Este último representa apenas o caminho e a direção escolhidos pelo indivíduo”. “A gente deita, dá uma relaxada, respira, pra tentar meio que isolar o mundo do lado de fora e concentrar, aí depois que a gente já tem uma respiração consciente começamos a nos guiar pra começar nossa prática”. Clarissa Duarte, estudante e praticante de hatha yoga há um ano e dois meses, escolheu este método para ajudar a controlar a ansiedade que qualquer estudante vivencia em época de provas.

Shanti, sua professora, explica resumidamente o que é a hatha yoga e a yoga de uma forma geral. “O yoga é uma ciência, como se fosse uma ciência da alma, porque ela pega a parte física, que é o hatha yoga, e dentro dessa parte física nós temos o que a gente chama de asanas, que são as posturas. Todas essas posturas são pra harmonizar o que a gente chama de prana, que é a energia do corpo, a energia vital. Então cada asana faz com que esse prana como que corresse harmonicamente por dentro da pessoa. O grande objetivo de uma aula de hatha yoga é que no final você medite, que você tenha um corpo que não tenha dores e que você consiga sentar de forma confortável pra meditar, ou entrar em um relaxamento. O hatha yoga é um yoga físico, mas que não perde aquela pegada de dar um pulo pra espiritualidade de cada um”.

Conhecimento para vencer o preconceito racial Em relatório do IBGE, negros e pardos representam 51% da população brasileira

Por: Thaiza Gribel

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ia 20 de novembro de 1695 morria Zumbi dos Palmares, líder negro que se tornou símbolo da resistência escrava durante o período colonial brasileiro. Depois de tantos anos de conflitos, em 2003 a data foi instituída por lei nacional para relembrar a luta social dos escravos, através do “Dia Nacional da Consciência Negra”. O que fazer para erradicar o preconceito em uma sociedade miscigenada entre afrodescendentes, índios e europeus? Uma alternativa é debater a valorização da cultura negra com os jovens, a fim de que construam um futuro que

respeite a diversidade. Para o presidente da Casa de Cultura Evaílton Vivela, Jefferson da Silva, conhecido como “Negro Bússola”, o caminho para a transformação social é através da conscientização. “Estamos vivendo um momento no qual o ser humano, independente da sua etnia, precisa refletir sobre o que está fazendo com o seu semelhante. Educação, informação e cultura devem andar juntas para uma política mais eficaz, não temos a colaborar só em novembro”, ressalta. Aproveitando a data, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) inaugurou a Diretoria de Ações Afirmativas para acolher as demandas de grupos de menor visibili-

dade dentro da instituição, como o de cotistas, de pessoas com deficiência e que envolvam discussões de gênero, sexualidade e raça. Entre os grupos presentes na universidade que debatem as tradições negras, estão as mulheres do “Candaces”, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e o Kizomba Namata. “Visibilidade implica conhecer o comportamento dos grupos e suas necessidades, saber o que eles podem trazer para a diversidade dentro da UFJF e como isso se reproduz na sociedade. Essa é uma forma de ampliar a discussão e conhecer outras vertentes”, reflete a Diretora de Ações Afirmativas, Maria Elisabete Oliveira.

Ícones tipográficos estampam muros de Juiz de Fora Por: stess panissi

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ntes de Johannes Gutenberg, os livros eram escritos a mão. O inventor criou os primeiros meios de impressão gráfica e foi um dos responsáveis pela Revolução da Imprensa. Recentemente, ele ganhou uma homenagem bem original. Em um muro da Rua Santo Antônio, artistas ilustraram sua silhueta formada por palavras emaranhadas, os caligramas. A atividade faz parte do projeto de intervenção urbana “Tipo no Muro”, criado pelo “Coletivo Tipo Assim”. O grupo surgiu no começo de 2014 como um trabalho de conclusão de período em uma matéria do curso de Design da Faculdade Estácio de Sá. A equipe decidiu dar continuidade ao projeto para aproximar a sociedade da tipografia e mostrar que ela pode oferecer muito mais do que boa legibilidade. Além de Gutenberg, outros ícones da história tipográfica, como o francês Claude Garamond,

também ganharam espaço pela cidade. Há sempre a possibilidade de passar 8 horas pintando um muro e, mesmo com autorização dos proprietários, no dia seguinte ele estar todo riscado. Mas ainda assim o grupo se arrisca, porque as ruas são um lugar muito acessível, e desta forma a população pode ter um contato mais fácil com os tipos. “Quando nós escolhemos as ruas como tela para este projeto, estávamos cientes dos riscos e confesso que ficamos surpresos com o respeito que a sociedade e os próprios pichadores estão tendo com a nossa arte.” Afirma Carol Andrade, integrante do Coletivo. O grupo pretende lançar novos projetos em 2015, promover oficinas, palestras e debates. O objetivo é compartilhar conhecimento e fazer com que Juiz de Fora se apaixone pela tipografia. Há inúmeras histórias para contar e muito muros ainda estão por vir.

Aline é estudante do curso de Filosofia na UFJF, é professora de um cursinho de inglês, que toma quase o dia todo, e ainda tem tempo para tocar em duas bandas. Para ela, o grande segredo e dividir o tempo, se programando e cumprindo com o cronograma previsto. “Correr contra o relógio é o meu pior inimigo, por isso eu prefiro nunca adiar as coisas”, conta. Já Thales Gonçalves, de 23 anos, além de estudar Psicologia também na federal, faz parte da Empresa Júnior do Curso e ainda faz trabalhos voluntários e cuida da avó nos fins de semana. Segundo ele, o grande segredo é priorizar: colocar em foco o que é mais importante

para aquele momento. O estudante ainda cita que, apesar de ter muita coisa pra fazer, nunca deixa de dar atenção para os amigos em datas especiais, por exemplo. Para quem trabalha o dia todo, a internet vem como auxílio, afirma Geraldo Oliveira, vendedor de 47 anos que viaja durante toda a semana e precisa passar os pedidos pela web. “A internet veio como um avanço, mas ainda assim é muita coisa, preciso usar minha agenda com afinco para me organizar. Todos os dias a noite, faço uma lista de onde vou e do que preciso fazer no próximo dia, senão esqueço mesmo”, relata.

ENCONTRO DE COMPOSITORES REÚNE GERAÇÕES DE ARTISTAS DE JUIZ DE FORA

Há oito anos o Projeto promove o trabalho autoral de artistas da região Por: Alessandra crispim

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ma vez por mês o Encontro de Compositores comanda a noite de segunda feira em Juiz de Fora. Artistas de todos os estilos musicais apresentam suas composições, trocam experiências e enriquecem o cenário cultural da Cidade. Conheça um pouco mais sobre este projeto que há oito anos mobiliza e revela nomes importantes da nossa música regional. A proposta do Encontro surgiu entre amigos. O cantor e Compositor Edson Leão, um dos fundadores do projeto, conta que o número de músicas que cada um compunha era muito alto. A partir disso tiveram a ideia de unir vários compositores para compartilharem músicas autorais, trocarem experiências e que fosse aberto ao público. A primeira sede do Encontro foi o MAMM – Museu de Arte Murilo Mendes, em 2006. Com o caráter didático, promovendo palestras e debates, a iniciativa foi importante para

o núcleo artístico da cidade, principalmente para os músicos iniciantes, como o cantor e compositor Gilbert Sales: “Foi em novembro de 2006, num domingo à tarde no MAMM... Se bem me recordo, a primeira música que apresentei, foi “Doce manhã”. Essa participação teve grande relevância na época, pois, ainda era músico amador, mas já compunha...”. Após algumas edições realizadas no museu, o projeto migrou para o Bar Cai & Pira onde é realizado até hoje, em São Pedro. Os encontros passaram a ser nas “2 ª segunda feira” de cada mês. O processo de apresentação era simples: cada compositor apresentava duas músicas por vez e a inscrição era feita durante o evento. Atualmente, as organizadoras são Juliana Stanzani e Laura Januzzi. Após as apresentações, os compositores têm a oportunidade de trocarem experiências, em uma grande roda de violão. Músicos de estilos diferentes, gerações distintas, falando a mesma língua. O momento é

de total intercâmbio musical. “Promissora” é a palavra da cantora, compositora e produtora cultural Juliana Stanzani referindo-se ao cenário atual do Encontro. Com início às 20h, o projeto está revelando novos compositores de Juiz de Fora, em todos os estilos musicais, o que prova o tamanho da diversidade Cultural presente na cidade.


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CAPA

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pONTEIO. 07 A casa é o retrato de pessoas que levam uma vida com fé. A religião está estampada nos santinhos e orações presos à geladeira. Mais de 20 troféus comprovam o amor pelo futebol. A televisão está ligada na novela e a cozinha cheira a jantar que logo vai ser servido. Cada um dos filhos e sobrinhos tem sua casa, uma juntinha à outra, deixando aquele espaço aconchegante parecer um só, onde a família se reúne durante a semana para festejar e ter momentos de espiritualidade. Samba e pagode são frequentes no terraço da Iracema “Mamãe, quando queria, fazia samba até com lata”, ela afirma. É uma família de músicos. Eles formaram um grupo que canta e toca constantemente em casamentos, aniversários, cerimônias religiosas e festas de 15 anos. São os responsáveis pela música da missa de final de ano da Igreja Imaculada Conceição. Nessa ocasião, mais de 50 pessoas da família colocam roupas brancas e formam um coral. Ao longo do ano, a moçada participa das rodas de pagode tocando violão e cavaquinho. Toda essa tradição da música veio com a Terezinha de Jesus, mãe de Gabriel, que é o cantor da família. Segundo eles, o som dos tambores e pandeiros foi aparecendo naturalmente após os treinos de futebol. Tudo o que a família construiu e aprendeu está no Dom Bosco. Logo que se casou, Gabriel mudou de bairro, mas rapidamente voltou porque sentiu falta daquele dia-a-dia que se assemelha ao de uma

antiga vila onde todos se conhecem. O vínculo com os vizinhos é o traço mais marcante. “Se algum barulho estranho vier de uma residência, os vizinhos já chegam para proteger e entender o que está acontecendo”, explica Jorge. Os moradores do Dom Bosco estão todos conectados. A mãe de Gabriel teve 23 netos, a maioria homem. Com muita conversa e companheirismo, eles conseguem manter a garotada dentro dessa harmonia familiar, sem dispersar para outros caminhos e sempre contando com o apoio um do outro. Pelo fato de estarem morando perto, a rela-

policiais e passou a ser lido em notícias sobre especulação imobiliária. Era costume das crianças jogarem bola na rua, mas o cenário mudou e foi alterando o modo de viver no bairro. “O que mais modificou foi o campo de futebol que nos foi tirado. A gente só tinha essa área de convivência. A cidade reclama do índice de drogas e o bairro é marginalizado, mas a comunidade não tem nenhum espaço de lazer, nenhuma praça, nada. Com a construção do shopping, nós perdemos nosso campo e isso foi uma agressão muito forte para toda a comunidade do Dom Bosco”, explica Gabriel. Iracema faz outra observação acerca da mudança dos costumes do bairro, “antigamente tinha muita festa de rua, agora já não tem mais espaço, não podemos fechar a rua, porque virou rota de ônibus”. Essa é a segunda vez que os moradores perdem seu lugar para alguma obra privada, já que anteriormente, o campo era onde existe hoje o Hospital Monte Sinai. Por participar ativamente nas lutas do bairro, Gabriel Lopes afirma que já há uma verba para a construção de uma nova praça que terá quadras para incentivar o esporte. Contudo, faz um alerta dizendo que é importante pensar em uma estrutura de segurança para que as crianças não sejam privadas de poder participar desse convívio. Ao tocar no assunto da criminalidade, o morador defende que não há casos de assassinatos no bairro. “Não tem bandido no Dom Bosco”, Gabriel

“Antigamente tinha muita festa de rua, agora já não tem mais espaço, não podemos fechar a rua, porque virou rota de ônibus”.

De forma bem humorada uma das famílias mais tradicionais do bairro Dom Bosco de Juiz de Fora conta sua história para o Ponteio. Uma casa junta à outra ocupa o espaço de quase um quarteirão do bairro e representa a união dessa família de mais de 60 pessoas.

gratidão por viver

no dom bosco Por: carime elmor

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ra um, era dois, era cem e vieram pra me perguntar: Ô você, de onde vai de onde vem? Diga logo o que tem pra contar. Jorge Paulo dos Santos começa contando que não saberia viver em outro lugar, mora no Dom Bosco faz 70 anos e lá conheceu todas as pessoas que ama. Seu sobrinho, Gabriel Lopes, mora no bairro desde seu primeiro dia de vida e isso já faz 53 anos. Ele abre a roda da conversa se apresentando como músico e confessa, “se eu acertar na loteria vou construir uma big casa no meu bairro, mas não largo esse lugar”. Iracema Salomé Lopes, tia de Gabriel, nasceu na casa ao lado onde hoje mora o sobrinho com sua esposa e seus filhos. Desde que nasceu, há 66 anos, Iracema vive a cultura local. Se perguntar quantos existem nessa enorme família, é difícil encontrar uma resposta precisa, são muitos mantendo a tradição ao longo das gerações.

ção de tios, tias, avôs e avós é muito aberta. Tio Jorge e Tia Iracema comentam que nunca houve uma discussão que afastasse os parentes e que semanalmente rezam o terço com a presença de todos. Gabriel ainda sorri dizendo que ao contrário de brigas, o que a família faz é muita festa. O bairro é muito bem localizado por estar perto do Shopping Independência, do Hospital Monte Sinai e da Universidade Federal de Juiz de Fora e, por isso, o trânsito está cada dia mais intenso. Com esse crescimento, foi a primeira vez que o lugar Dom Bosco - saiu das páginas

afirma com convicção. Jorge diz que faz mais de 5 anos desde a última ocorrência. O que persiste, segundo eles, são pequenos furtos cometidos por usuários de droga e isso acaba gerando uma imagem negativa e estereotipada do bairro como um todo. Com um olhar atento para algumas problemáticas que os cercam, Iracema fala de dois grupos que realizam trabalhos junto à comunidade. O Grupo Espírita Semente acolhe as crianças e seus pais, principalmente aquelas famílias mais carentes. Dentro da organização trabalham psicólogas que buscam conversar e desenvolver projetos com os moradores. Existe também a ABAN (Associação dos Amigos), foi lá que a Iracema e suas irmãs aprenderam a fazer tricô. Essa organização tem a preocupação de ensinar para as

pessoas assistidas que elas podem aprender diversas técnicas e ganhar a vida com essas atividades. Mesmo com apoio de ONGs e a localização central, os três fazem críticas à educação e saúde do Dom Bosco. Antigamente todos eram alunos da Escola Estadual Dom Orione, porém neste espaço não há mais colégio. Atualmente só existe o Grupo Álvaro Braga, uma escola que vai até a 4ª série do ensino fundamental. Com o tempo, os adolescentes precisam estudar em instituições de ensino fora do bairro. Os médicos são poucos, é impossível atender a todos. Existe um Conselho de Saúde do bairro que vem lutando por melhorias e, de acordo com Jorge, o Monte Sinai está apoiando a construção de um posto de saúde para atender a comunidade.

o time da família

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nze de Ouro é o time de futebol formado só por membros da família. Com mais de 20 troféus expostos dentro de casa, eles comemoram por terem recebido da prefeitura de Juiz de Fora, neste ano, o prêmio de time de futebol mais antigo do bairro. Tudo começou com o avô de Gabriel Lopes. Depois, seus pais e tios dominaram a bola. Com o tempo, os torneios da cidade passaram a ser competidos por Gabriel, seus irmãos e seus primos. Mesmo após muito passe de bola, o Onze de Ouro continua existindo junto aos filhos e sobrinhos da família Lopes.


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Visitas Ilustres Por: stess panissi

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á imaginou como seria ouvir algumas histórias do Forrest Gump enquanto espera o ônibus para ir para casa? Encontrar a Marilyn Monroe no Centro Comercial? Ou topar com Ringo, George, John e Paul atravessando a faixa de pedestres da Rua José Lourenço Kelmer? Quem sabe se

juntar ao Gene Kelly e cantar um pouco na chuva em frente ao Subway, e depois dar de cara com o casal da famosa foto de Alfred Eisenstaedt no portão da Universidade? As fotomontagens trazem situações inusitadas de algumas personalidades fazendo uma breve visita no bairro São Pedro.

#fotografia

pONTEIO. 09 O filme “Singing In the Rain” ocupa a primeira colocação na Lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos e fez ficar na memória a cena de Gene Kelly cantando na chuva. O musical foi dirigido por ele e Stanley Donen, e oferece um retrato alegre de Hollywood, com as três estrelas retratando artistas apanhados na transição do cinema mudo para “talkies”.

CANTANDO NA CHUVA

fOrREST GUMP

O beijo

A fotografia intitulada “O Beijo” foi tirada no dia 14 de agosto de 1945 por Alfred Eisenstaedt. Neste dia, os letreiros da Times Square anunciaram o fim da Segunda Guerra Mundial e as pessoas foram para as ruas comemorar. A enfermeira da foto declarou tempos depois que eles não eram um casal, e que o marinheiro que ela sequer conhecia a surpreendeu com um beijo.

A cena clássica de Marilyn Monroe e seu vestido esvoaçante faz parte do filme “O Pecado Mora ao Lado”, dirigido por Billy Wilder e lançado em 1956. Ao sair do cinema com Richard Sherman, a loira aproveita a ventilação do metrô para se refrescar e deixa o homem atordoado, já que é casado e não consegue lidar com os desejos que vem à cabeça.

Marilyn monroe

Um ponto de ônibus é o cenário principal onde o personagem com QI abaixo da média e boas intenções conta para estranhos passagens de sua vida. O filme “Forrest Gump: o Contador de Histórias” foi dirigido por Robert Zemeckis, lançado em 1994 e ganhou 6 Oscars.

tHE BEATLES

A famosa foto de Iain Macmillan estampada na capa do 12º álbum dos Beatles foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road, em 1969. Assim como o disco, a icônica rua de Londres que o quarteto atravessou leva o mesmo nome do estúdio. A sessão de fotos durou apenas dez minutos, porque John só queria “tirar a foto e sair logo dali, já que deveriam estar gravando o disco e não posando pra fotos idiotas”. Há quem diga também que na imagem há vários indícios de que Paul McCartney morreu e foi substituído por um sósia.


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Por: Thaiza Gribel

A realidade de quem é vítima dos destinos mais polêmicos do mundo

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entrevista

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Três amigos gravam programa de TV valorizando histórias de superação nas regiões de maior instabilidade do planeta e incentivam os jovens a agir localmente

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les já conheceram de perto as histórias de quem vive no Afeganistão, China, Coréia do Norte, Jerusalém, Israel, Tunísia, Malvinas, Mianmar, Somália, Japão, Cuba, Rússia, Haiti, Irã, Kosovo, Sérvia e já completaram dezenas de passaportes. Mas o que cada país tem em comum? André Fran, jornalista, e Felipe UFO, economista, mostram no programa “Não Conta Lá Em Casa”, do canal Multishow, que em todos os locais vivem pessoas que lutam para construir uma sociedade tolerante e culturalmente em paz. Com o novato Michel Coeli, cineasta, xx, já está no ar a sétima temporada do NCLC que retrata, entre outros locais, um vulcão em erupção na Islândia. O instinto aventureiro dos amigos é evidente pela curiosidade de ir além dos pontos turísticos. A escolha por regiões historicamente conflituosas não é apenas para documentar, com os próprios olhos, o clima de constante tensão. O propósito do programa é de aproximar os cidadãos das câmeras e dar voz para a real situação que eles enfrentam ao pedir caronas e fazer amizades. Com isso, a equipe apresen-

ta o cotidiano de quem foi oprimido pelas guerras e instabilidades políticas e desenvolve um modelo original que mistura pequenos documentários, reality show e jornalismo. Durante a entrevista para a Ponteio, André e UFO brincam ao lembrarem dos momentos de nervosismo em Bagdá e censura total na Coréia do Norte. Quando o assunto é o impacto do programa na geração mais nova, com acesso restrito a culturas pouco divulgadas na mídia, eles dão o recado: é preciso que os jovens utilizem dos meios de comunicação para mostrarem a realidade como ela é e, assim, serem agentes da mudança ao quebrarem preconceitos e expressarem livremente sua criatividade e tradições. As reflexões propostas são para questões aplicáveis a qualquer região em conflito, independente se estão a quilômetros de distância ou se deparam com um problema local. O que os cidadãos pensam, onde a cultura se encaixa nesse contexto opressor e principalmente, como as pessoas que vivem esse dilema lidam com a situação, são as principais perguntas exploradas pelo trio.

Educação focada na criatividade e aprendizagem individualizada

Ponteio: Como cada programa tem uma temática diferente, o que vocês fazem questão que o público perceba? André: Algumas coisas. O objetivo principal é conhecer lugares que as pessoas, às vezes, não conhecem ou conhecem da maneira errada aqui no Brasil, principalmente o público jovem, que não tem contato com o factual por uma série de motivos. Questões de interesses econômicos ou culturais afetam, mas a gente gosta de mostrar de uma maneira original e interessante para esse público, da maneira como é realmente. É para a galera que está a fim de consumir jornalismo, estilo “hard news”, mas não naquele formato tradicional. Acabamos fazendo um jornalismo que traz o interesse da pessoa para algumas questões fundamentais. UFO: A maneira que a gente faz o programa é que traz toda a diferença, pois a gente tenta mostrar a realidade das pessoas que estão vivendo naquele local. A gente nunca se coloca como jornalistas ou autoridades, sempre chegamos com visto de turista e tentamos viver a realidade do local, a causa, ver o problema e como pessoas inseridas naquilo, não apenas como observadores. Esse momento que a gente consegue contato e relacionamento com a própria população acho que é uma maneira muito mais verdadeira. Às vezes é difícil, a gente chegou no Afeganistão e perguntaram “o que vocês estão fazendo aqui?”, a gente disse “turismo”, aí o guarda “tá bom, conta a verdade!” (risos) Ponteio: Como vocês se envolvem na cultura do local, vocês já conseguiram desmistificar preconceitos sobre determinado país? André: No início, muita gente achava que a ideia era conhecer lugares perigosos, em conflito, mas não é isso. Nosso interesse é justamente desmistificar e distinguir. Acho que a gente conseguiu cumprir essa função de desmistificar e mostrar que a impressão que as pessoas tinham do lugar não era exatamente igual ao que eles realmente são. A gente passou perigo, um ou outro, mesmo assim por erro de cálculo nosso. Existe muito mais semelhança e proximidade com culturas diferentes e pela maneira que elas são tão mal retratadas aqui, fica bem mais interessante o nosso trabalho. UFO: Um caso clássico é o caso do Irã. Obviamente, a gente já tinha feito um trabalho anterior de pesquisa, a gente sabia que lá não era aquela imagem que a mídia e o Ociente passavam. Quando a gente chegou comprovamos que era um lugar maravilhoso e seguro. Ponteio: Com a experiência que vocês tem em região de conflito, o que vocês falariam para motivar as pessoas que querem enfrentar os problemas que acontecem localmente? André: De repente, a gente via pessoas em situações muito mais caóticas, miseráveis, violentas e opressivas do que a gente vê por

A Escola Municipal Presidente Tancredo Neves, localizada no bairro São Pedro, é um exemplo de como os esforços em educação e conhecimento para atender as demandas individuais dos adolescentes, indo além do ensino regular, auxiliam na formação de cidadãos conscientes. O incentivo a criatividade é umas das prioridades da escola, que há mais de três décadas tira os jovens da rua e os insere em atividades culturais durante o contraturno das aulas. Entre as ações da instituição que mudam a realidade dos alunos, estão os projetos de reciclagem, mú-

sica, dança e reforço escolar, além da capoeira praticada em uma quadra adaptada para deficientes físicos. Os alunos também produzem um jornal que tem o objetivo de divulgar as notícias e opiniões dos adolescentes acerca de assuntos ligados a escola e ao bairro. A fotografia entra na rotina dos meninos com o projeto “É Nóis”, em que os recursos audiovisuais são utilizados para a reflexão e bate-papo sobre temas atuais. O incentivo dos educadores para a formação diferenciada dos jovens os possibilita enxergarem novas perspectivas de vida.

ONG incentiva famílias a mudarem de vida através da reinserção profissional Por: IGOR VISENTIN aqui e isso poderia torná-las incapazes de se movimentar para transformar aquela realidade, mas que conseguem fazer realmente a diferença. Outra coisa também é a questão da internet como meio de disseminação da informação. Pessoas de dentro do quarto conseguem mudar a realidade de milhares de pessoas, seja expondo aquela questão ou até conseguindo influenciar em debates que acontecem do outro lado do mundo. Ponteio: E vocês acham que o programa tem um teor educacional para os jovens? André: Claro. O formato que a gente criou é bem original. As perguntas que a gente tem e o interesse em conhecer é verdadeiro, é uma coisa que é nossa. A gente realmente é amigo de longa data. Uma coisa que a gente gosta muito de passar é essa informalidade, esse interesse natural. Isso acaba se relacionando muito mais com quem está assistindo. As pessoas acabam acumulando um monte de informação, algo que ela já leu, já ouviu na sala de aula, mas com o programa ela acaba absorvendo porque é passado de uma maneira muito melhor. Ponteio: Chegar com um jeitinho brasileiro, com um sorriso amigo, fica mais fácil? UFO: Com certeza, principalmente com passaporte brasileiro, é uma coisa que facilita muito. No Iraque, eu me lembro de um “check point” em que o pessoal estava apontando a arma para a gente, aí eu mostrei o passaporte do Brasil e o guarda nos tirou do carro, deu abraço, beijo. Isso às vezes ajuda.

Você conhece a ABAN (Associação dos Amigos)? Fundada em 1997 no bairro Dom Bosco, a entidade sem fins lucrativos promove ações de combate à pobreza na região e em outros locais socialmente vulneráveis. A ABAN promove ações nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, prevenção às drogas, juventude e empregabilidade. O projeto “Irmãos Pequeninos” acolhe famílias carentes, promovendo oficinas para a descoberta de dons e, com isso, a retomada da vida profissional, recuperando a autoestima desses

grupos. Outro projeto, o “Amigas da Saúde”, incentiva ações preventivas nas comunidades, capacitando moradores para técnicas de saúde e atividades educativas que promovam uma vida saudável. Ainda tem o projeto “Filhos Pródigos”, que organiza grupos de prevenção às drogas em escolas, igrejas e espaços públicos, além de criar locais que acompanham usuários de drogas.

Quer ser voluntário? Basta se inscrever no site da ABAN (http://www. aban.org.br/) ou mande um email para marcia@ aban.org.br.

“A gente nunca se coloca como jornalistas ou como autoridades, sempre chegamos com visto de turista e tentamos viver a realidade do local, entender a causa, ver o problema e como as pessoas estão inseridas naquilo, não apenas como observadores.” Felipe UFO


pONTEIO.

Jornal universitário faculdade de Comunicação universidade Federal de JUIZ DE FORA DEZEMBRO DE 2014

12 ponteio.

Por: IGOR VISENTIN

Cine-Theatro Central

revela novidades em bate papo Lelei Faini e André Xandó falam sobre a história, os projetos e o futuro do maior teatro da cidade

#cultura

L

elei começa a conversa: “o centro de fizeram ao teatro” explica André Xandó. Juiz de Fora virou um shopping a céu A fase foi ainda agravada pela decadência aberto. As pessoas dizem que as gale- das grandes salas de cinema na época, que rias são interligadas umas nas outras. Eu me passaram a ser menores e mais tecnológilembro de que quando eu cheguei em Juiz cas. A crise só foi superada na década de 90, de Fora eu me perdi no centro, é muito en- quando o Cine-Theatro entrou como parte graçado”. Ele e André Xandó, dupla respon- do patrimônio da Universidade Federal de sável pela direção do teatro, falaram para o Juiz de Fora (UFJF), e uma grande restauraPonteio em uma tarde de sexta-feira. ção foi realizada, recuperando a autoestima Novamente Faini, que se revelava o mais do teatro na alma do cidadão juiz-forano. extrovertido de nós três na sala, emendava A terceira fase, que começou nos anos 90 uma curiosidade interessante: segundo ele, e que permanece até hoje, está indo cada vez o Central teria a sua frente construída para melhor. “Hoje a gente tem em média 150 mil a rua São João e os fundos para a rua Hal- espectadores frequentando o Theatro por feld. Mas durante a construção, perceberam ano em espetáculos teatrais, musicais, paque essa não era a melhor escolha. “Viraram lestras, seminários e eventos das mais divera entrada do teatro depois do teatro estar sas naturezas” diz Xandó. construído! Se você observar lá fora, tem Mas o que o Central guarda para o futuuma estruturazinha de uma sacada, o fundo ro? Xandó responde. “A gente tá no meio do teatro é bonito também. Ele é tão bonito de uma obra de manutenção da restauração quanto a entrada”, ressalta o diretor. do teatro. Uma obra de seis meses que está Em seus 85 anos de existência, o Cine- fazendo todo o retoque de pintura do teatro -Thatro Central, diz Xanpor dentro e por fora. dó, passou por três fases. “Pra você ver a quanti- Fora isso, a gente vai Na primeira, que durou restaurar também o desde a inauguração até dade de coisas né, é even- piso do foyer aqui na os anos 60, a população o to, formatura, reforma, entrada e da escadaria visitava em bom número, visita guiada, projeto que principal também”. marcando uma fase muiFaini revela tamto rica. “Grandes estrelas tem que entrar em janeiro, bém ao menos dois da França e da Inglater- e tudo ao mesmo tempo, projetos esperados ra na época, que fizeram não é brincadeira não!” para 2015. O primeifilmes na Broadway e em ro visará estimular os Hollywood pro mundo espetáculos infantis, inteiro, estreavam espetáculos em Juiz de que serão realizados aos domingos e a preFora” adiciona nostalgicamente Faini, ape- ço popular, se o projeto for aprovado. O sar de não ter idade suficiente para se relem- segundo será a transformação do foyer de brar do ocorrido. entrada em um museu, o museu do CineA segunda fase, continua Xandó, que vai -Theatro Central. dos anos 70 aos 80, apresentou um Cine“Pra você ver a quantidade de coisas né, -Theatro deteriorado. “Virando cinema, nas é evento, formatura, reforma, visita guiamãos de uma empresa particular, que só ex- da, projeto que tem que entrar em janeiro, traia lucro do Cine-Theatro, (o teatro) não e tudo ao mesmo tempo, não é brincadeira recebia investimento nenhum. E ele foi se não!”. Conclui Lelei, encerrando nossa condeteriorando, tanto é que até hoje estamos versa. Desajeitadamente me despeço, agrafazendo obras de restauração de coisas que deço pela conversa, ganho convites de brineles fizeram naquela época, de estragos que de, agradeço novamente, e me vou embora.


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