Conexões: de rolê pela sul

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Essa publicação reúne um pouco de tudo que vivenciamos durante o projeto Conexões: as minas tão ligadas. Percorrendo antenadas as ruas da Zona Sul de SP, aqui você encontra um pouco de tudo que aprendemos nessa brincadeira de desenhar números no chão, do céu ao inferno, da internet ao asfalto, pulando de casa em casa, espaços abertos, de todos. (Todos? E todas?) Essa brincadeira onde nos enredamos através de fios, energias, estamos ligadas, nos enroscamos, tropeçamos, começamos a brincadeira novamente. Esquecemos os joelhos ralados, sopramos machucados, nos cuidamos, sopramos bons ventos, criamos novos espaços e há braços dispostos a acolher, construir novas moradas, escrever a nossa própria história. Narrar e acessar são palavras-chave. E aqui compartilhamos um tanto dessa viagem que nos encheu os olhos, e são muitos olhos: olhando na mesma direção, olhando pro passado & pro futuro. Centelha, faísca. Meninas dos olhos de distintas & semelhantes mulheres criando & perscrutando mundos possíveis. E da nossa gigante pequenez diante do Universo, constatamos: brincar é preciso!

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Textos: Anneli Nobre, Carina Castro, Daisy Serena, Nadja Nobre, Phran Noctuam, Jenyffer Nascimento Projeto gráfico: Itzá Revisão: Carina Castro Fotos: Daisy Serena Ilustrações: Itzá, Deborah Erê, Phran Noctuam Idealização: Anneli Nobre e Carina Castro

Realização: Espaço Marciana

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numa grande nave colorida um dia sobrevoei à terra

segui entrelaçando e mirando:

mãos juntinhas: movimentos em ondas uniam palmas, linhas e em coro assobiavam sílabas pausadas, cantigas que... de onde vêm?

as mãozinhas ao mesmo tempo semeavam dúvidas, sonhos, medos e jogos tudo crescia junto contudo, mal amadureciam o fruto os ceifeiros já queriam arrancar do pé

iniciei o trançar de vivências minhas às múltiplas mãozinhas de semelhantes moveres.

de dentro da nave imaginei um jardim onde sementes de sonhos possam brotar para além do quintal

no caminho, observei:

onde flores miúdas nascidas sem serem semeadas possam resistir ao tempo

cuidavam de meninas de pano, vassourinhas e panelas pertencentes a um mundo cor-de-rosa mas... pra quem? pulavam corda na cama bamba de gato saltavam, caíam... eram cordas de tecer ou amarrar? amanheci com dúvidas dúvidas meninas

às durezas, ao asfalto onde todos erês se juntem numa cantiga de mil vozes que faça curar, que faça brincar, que faça o sonho-ser se essa rua, se essa rua fosse minha...

poema-tranca de Anneli Nobre, Carina Castro & Daisy Serena

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de alma nômade, com olhar curioso e zombeteiro às voltas que o mundo dá, gosta de inventar palavras, cul�var causos e gentes - aprendeu com uma velha sábia, numa de suas aventuras, que ser mulher significa abrir caminhos e construir pontes. nasceu em São Paulo/SP e na infância mudou-se para Ferraz de Vasconcelos, Rio de Janeiro e atualmente divide sua moradia entre Sorocaba e as rodoviárias/aeroportos. Há cinco anos e meio se dedica às artes visuais, como fotógrafa e aspirante a cineasta. brinca com palavras, com elas cria mundos e desconstrói outros, indica descaminhos, tece fios de uma poé�ca-crespa. se põe em movimento e trança caminhos em caravana com outras mulheres, experimentando linguagens, lutando por uma vida mais plena pra todas nós. é ar�sta visual, educadora e grafiteira, idealizadora da residência ar�s�ca autônoma Útero Urbe. Integra as cole�vas Periferia Segue Sangrando e Fala Guerreira - que atuam na periferia da cidade de São Paulo e Punga Crew formada por seis grafiteiras paulistanas. Página: facebook.com/carolitza São Paulo, 1988. mulher, negra, brincante de luneta, poeta, pisciana, aprendiz da importância das desimportâncias e da narrativa de nossas escrevivências, entre coisas-outras e coisas-nenhumas. anda pelo mundo desenhando em paredes, em computadores, em papéis, em pessoas... desenha o que imagina e imagina o que desenha, e seu desenho atravessa os limites do espaço e do tempo com a ajuda da tecnologia. entre som e imagem, cria universos, idealiza projetos, escuta e compar�lha histórias. junto com outras tantas mulheres, compar�lha conhecimentos e luta para que diferentes vozes consigam contar suas próprias narra�vas é professora, arte educadora e ar�sta visual. Busca em seu trabalho recuperar os retalhos da história e recompor a iden�dade afro-brasileira e desde a borda, firmar os pontos do seu/nosso lugar de mulher na sociedade. Com as mãos transforma o barro em belezas e dá novas cores às narra�vas cole�vas.

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O Cole�vo Espaço Marciana surgiu da vontade de algumas amigas de diferentes partes do Brasil, conectadas pela internet, com diferentes saberes e gostos, mas um desejo - e tantos outros - em comum: criar um espaço para falar das questões femininas diretamente com as meninas mais novas e dar espaço de voz para elas. E neste espaço poder compar�lhar nossas inquietações e experiências, potencializando nossas habilidades. Essa vontade surgiu por percebermos a necessidade urgente de falar sobre feminismos com as mulheres desde a infância, pois é nesta fase onde toda a opressão começa. Antes mesmo da criança nascer já são definidos quais papéis ela deverá desempenhar na sociedade de acordo com seu gênero.

Define-se o que vai ser, o que irá ves�r, como irá brincar, se comportar, se relacionar e pensar. E tudo isso par�ndo de uma ideia de mundo binária e limitada, porém, nossa vontade é justamente mostrar que existem outros mundos e outras formas de vê-lo e construí-lo. Pois este pensamento binário não comporta sequer o nosso próprio planeta. A Marciana é a personagem que criamos para dialogar com nossas leitoras. Ela é uma menina que vem de outro planeta conhecer a Terra. E nessa interação, nessa viagem, a Marciana e as “terráqueas” vão se conhecendo, e nesse contato algumas coisas vão se desnaturalizando, pois a Marciana nos faz perceber nosso mundo com outros olhos, par�n-

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do de outro ponto de vista. Podemos então ques�onar nossos hábitos mais corriqueiros, e perceber que também estão enraizados em nossa cultura, e muitas vezes reproduzimos como muitas coisas que fazemos e que nos submetemos sem perceber de onde vem e a quem a�nge. Por pensar no conteúdo que temos acesso hoje na fase adulta É muito por conta da repercussão na internet - o qual não chegou até nós na infância ou adolescência, nem pelos pais, nem pela mídia, nem pela escola. O que fez com que a gente se desse conta de que ter acesso a estas informações poderia ter mudado nosso des�no, ou pelo menos nossa trajetória, sem tantas crises de iden�dade e auto-es�ma. Poderíamos carregar menos traumas e ter �do uma infância e adolescência mais leves, tranquilas e plenas. Sem ter que nos esforçar em dobro pra chegar a qualquer lugar, o outro lado da rua, à escola, à universidade, qualquer lugar onde queiramos estar. É uma conquista poder falar e ter alcance. Queremos falar com as garotas que têm e as que não têm acesso à web. Em muitos países ainda é vetado às mulheres o direito à educação, mais um limite (entre tantos) que é imposto ao nosso desenvolvimento intelectual e humano. Existem situações ainda piores mundo afora e também muito perto, às vezes tão perto que quase não enxergamos. Existem meninas que sequer podem desfrutar de sua infância. Pensando nisso tudo, entendemos que apenas nos unindo podemos nos fortalecer para resgatarmos nossos direitos e nossas subje�vidades, pois estas nos foram negadas historicamente, tentando nos tornar invisíveis. Então nós, mul�coloridas que somos, queremos espalhar nossas cores pelo mundo, pensamos ser de extrema urgência falar sobre a liberdade das meninas, nossos corpos, nossos direitos e nossas potencialidades. Nos pautamos na educação e na arte para a�ngir transformações, aproximando as minas de outras minas, criando espaços para a�vidades onde possam desenvolver e descobrir seus gostos e habilidades livremente!

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O projeto Conexões: as minas tão ligadas! foi um trabalho de pesquisa, registro, diálogos e intervenções ar�s�cas tendo como público alvo meninas na região Sul da cidade de São Paulo. Nossa jornada se dividiu em três fases: no primeiro momento estudamos o território e a par�r de um ques�onário circulado em escolas da região descobrimos os locais nos quais as e os erês do Campo Limpo, Jardim São Luís e Jardim Le�cia brincavam e de quais brincadeiras de rua (ver mais na seção “Descobertas”); Num segundo momento chegou a hora do rolê! Realizamos a�vidades ar�s�cas, rodas de conversa e oficinas, fizemos amizades e conhecemos muitos lugares (ver mais na seção “As minas tão ligadas”). Por fim, depois de tudo que aprendemos e vivemos ficamos com vontade de compar�lhar nossas experiências, apresentar amigas que fizemos umas para as outras e facilitar o acesso aos rolês pela região, isso tudo na forma do lançamento do documentário “Conexões: Tra(n)çando caminhos ao Sul” - com roteiro de Mila Coutelo e direção de Camila Fontenele - dessa revista que você está lendo e de um aplica�vo com mapas colabora�vos que indicam coisas legais pra se fazer, brincar - desenvolvido pela InfoPreta. Esperamos que nossas descobertas e trilhas inspirem meninas a saírem de casa e colocarem toda sua arte, cria�vidade e narra�vas na rua.

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Foto: Daisy Serena - Praça dos Sonhos (Jd. Letícia)

Aqui se inicia nossa viagem com a descoberta das coordenadas, dos rumos e das brincadeiras. Os dados abaixo foram coletados na escola EMEF M'Boi Mirim I - Jd. Novo Sto Amaro. A pesquisa foi respondida 85 meninas, 89 meninos e 2 crianças que escolheram a opção “outro” no campo “gênero”. As idades variaram de 9 a 13 anos, tendo como exceção um menino de 7 anos e um de 17 anos.

Meninas

Você brinca mais com MENINOS (34)

MENINAS (4)

Você Brinca na rua?

OS DOIS (50)

SIM (61) NÃO(28)

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No seu Bairro existem lugares onde as crianças possam brincar? SIM (71) NÃO (18)

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Quais brincadeiras de rua você conhece? Pular corda, futebol, andar de bicicleta, amarelinha, pega-pega, queimada, esconde-esconde, cabra cega, senhor urso, senhor vampirinho, corrente, elás�co, rouba-bandeira, coca-cola, pula cerca, alerta, mãe da rua, favela, polícia e ladrão, pique-alto, pega congela, pa�ns, garrafão, amarelinha, base 4 e pipa. Quais são os locais onde se brinca? Praça do Jd. Neide, escadas final da rua, parquinho, rua, prédio, quadra, corredor, quintal do prédio, rua sem saída, calçadas, estacionamento, pracinha, creche, sala de jogos do prédio, Parque Guarapiranga, viela, praça avenida nova, praça do Jd. Le�cia, campo.

Você brinca mais com

Meninos

MENINOS (0)

Você Brinca na rua?

MENINAS (2) OS DOIS (0)

SIM (1) NÃO(1)

No seu Bairro existem lugares onde as crianças possam brincar? SIM (1) NÃO (1)

Quais brincadeiras de rua você conhece? Muitas, nenhuma, rouba bandeira, golzinho, vôlei, garrafão, esconde-esconde, mãe da rua, pega-pega, futebol, bolinha de gude, pipa, polícia e ladrão, card, bola, pique-lata, cabra-cega, corda, andar de bicicleta, amarelinha, queimada, cabra cega, corrente, chuta garrafa, coca-cola, pula cerca, alerta, favela, pique-alto, pa�ns, pênal�, basquete, carrinho, dança de rua, duro ou mole, corrida, roxinho, explorar, taco e

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Pokémon go. Quais são os locais onde se brinca? Nenhum, todos, parquinho, praça, rua, minha rua, futebol na rua, prédio, quadra, corredor, quintal do prédio, rua sem saída, na calçada, estacionamento, playground, campo do sabão, quadrinha de areia, escadão, escola, parque Guarapiranga, parque Jd. Le�cia, rodar quarteirões, rua do Sinhá Pantoja, viela, condomínio, rua do Matão, figueira grande, pá�o da avó, fábrica de cultura. Você brinca mais com

Outro

MENINOS (0) MENINAS (2) OS DOIS (0)

Você Brinca na rua?

SIM (1) NÃO(1)

No seu Bairro existem lugares onde as crianças possam brincar?

SIM (1) NÃO (1)

Quais brincadeiras de rua você conhece? Bola, vôlei e basquete. Quais são os locais onde se brinca? Nenhum e pracinha.

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Depois de observar os dados encontrados, percebemos que para as meninas brincar na rua não é algo muito fácil, o espaço da rua se mostra hos�l, muito preenchido pela figura dos meninos, ao mesmo tempo que as meninas indicam que brincam tanto entre si quanto com os meninos, os meninos dizem que brincam mais entre si, podendo ser uma indicação do nível de aceitação das meninas nos espaços públicos. Outro dado interessante fala sobre as brincadeiras de rua para meninas e meninos. Quando as crianças dizem de suas brincadeiras, as respostas são pra�camente as mesmas: pega-pega, bicicleta, amarelinha, pipa… Notamos que a diferenciação de gênero acontece a par�r do momento que se deixa de usar o corpo e as mãos para brincar ou fazer brinquedos e passa-se a consumir algo pronto oferecido pelo mercado: a boneca, o carrinho (por mais que também possam ser fabricados artesanalmente). Percebemos aqui uma clara relação entre as questões de gênero, pensando no direito aos espaços da cidade, sem medo, e a influência do modelo capitalista de produção que perpassa a noção do brincar como algo a par�r do brinquedo pronto, podando parte do processo no que diz respeito ao imaginar e criar, assim como também desfavorece momentos de crianças criarem diferentes laços a par�r do compar�lhamento do brincar na rua.

Foto: Daisy Serena - Jd. Ibirapuera

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Esta seção está dividida em cinco temas, os quais, foram discu�dos e vivenciados em cada uma das cinco oficinas e conversas com nossas amigas e aqui compar�lhamos coisas que aprendemos, curiosidades e informações para quem quiser saber mais sobre esses assuntos.

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{Oficina conduzida por Regiane Bento e Hanayrá Negreiros} é preciso de águas calmas para que possamos enxergar nosso reflexo, mas também é preciso ir além da super�cie. conhecer nossa história, puxar na memória quais os fios que nos teceram. costurar feridas, recompor a trama com afetos, a muitas mãos, trançar trajetórias, refazer-nos em minúcias. enquanto escolhemos estampas, aprendemos a dar os nós, combinamos cores: trocamos narra�vas, afetos e fazeres, nos atamos. redescobrimos infâncias brincando, iden�dades e diferenças. olhando fundo na menina-dos-olhos conectamos passado-e-presente, ressignificamos com cuidados e resistências o futuro. abrem-se novos caminhos: possibilidades de nos ver, nos reconhecer nas outras, sorrisos-espelhos, olhos-espelhos, geramos um novo olhar sobre nós.

Foto: Daisy Serena - Praça do Campo Limpo

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Foto: Daisy Serena - Praça do Campo Limpo As bonecas Abayomi são símbolo de resistência e poder feminino. Para acalentar seus filhos que não �nham com o que brincar e se distrair durante as terríveis viagens a bordo dos navios negreiros - onde se transportava os escravizados da África para o Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e com os pedaços de tecidos criavam pequenas bonecas, feitas somente com nós e tranças, e assim davam aos seus pequenos e pequenas como amuleto de proteção. Essas bonecas ficaram conhecidas como Abayomi, palavra que significa “encontro precioso” em Iorubá, uma das maiores etnias do con�nente africano, cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. As bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, a as múl�plas etnias africanas. Essas graciosas bonecas, além de fortalecerem a nossa iden�dade afro-brasileira, nos dão a possibilidade de fazer o nosso próprio brinquedo, do nosso jeito, com materiais simples, e pode ser feito por meninas e meninos. Presenteie alguém com esse amuleto e conte a nossa história! Para fazer sua própria boneca Abayomi você vai precisar apenas de: tecido preto tecidos coloridos tesoura Confira o passo a passo aqui >> h�ps://www.youtube.com/watch?v=iDSLwltlva0

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{Oficina conduzida por Carolina Vecchia} Aprendemos que nosso corpo pode modificar a paisagem urbana de forma cria�va e provocadora...

invisível eu sou mas se você prestar atenção vai ver que estou do capão à consolação minhas palavras sujam a parede, você fala imunda é a sua ideia que suja de vermelho rubro a calçada você querendo ou não minhas palavras nas paredes continuarão a cutucar sua consciência por baixo do cinza sou cor sou preta, sou vermelha não t[r]emo frente ao agressor você querendo ou não minhas palavras nas paredes continuarão a provocar sua bela cidadela bela, recatada... não por cima do branco -urbano ou humanoimprimo meu grito não hesito porque sou preta, sou vermelha sou palavra, sou centelha.

Foto: Daisy Serena - Espaço Cultural CITA

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Foto:Daisy Serena - Espaço Cultural CITA

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Existem muitas técnicas que podem ser usadas para fazer esses cartazes chamados “lambe-lambe”, aqui vamos mostrar uma forma desenvolvida e ensinada por uma das amigas que fizemos durante essa viagem. Passos e materiais: Com folhas de E.V.A., fazer letrinhas, desenhos… (também dá pra comprar prontas!) Dica: No Centro Cultural São Paulo (metrô Vergueiro) há material para fazer gratuitamente! - Recortar pedaços de velcro para colar na parte da frente das letras. - Uma placa de madeira do tamanho mais apropriado para o �po de lambe que você quiser fazer, também com velcro na super�cie para grudar as letras de e.v.a. - Montar sua frase e/ou desenho na placa de madeira lembrando sempre que as letras devem estar espelhadas. - Com uma camiseta velha e fraldinha de algodão por dentro, fazer uma “almofada” de carimbo. - Espalhar generosamente a �nta de carimbo na almofadinha, pode ser �nta preta, vermelha… - Pressionar bem a placa de madeira contra a almofada com �nta - Carimbar a folha de papel que você usará para o seu lambe-lambe Quanto mais fino o papel melhor para colar quando es�ver pronto! - Preparar numa garrafinha de plás�co uma solução bem líquida de cola branca com água - Fazer um furo na tampa da garrafinha para que ela sirva de “esguicho”. - Escolher um local para colar o lambe - Com a ajuda de um rolinho, espalhar a cola tanto na parede, quanto por cima do papel para o lambe não ficar muito enrugado. Em dupla a a�vidade é muito mais dinâmica. - Admirar seu trabalho! Quer fazer um Estêncil (stencil) também? - Com um es�lete, escrever e/ou desenhar numa chapa de raio-x. - Escolher um local - Espalhar a �nta spray por cima da chapa, lembrando de segurá-la bem pressionada contra a super�cie para que a �nta não escorra. - Pra�car para ir deixando seus recados por aí! Quer saber mais sobre a história do lambe-lambe? h�p://curtadoc.tv/curta/artes/cola-de-farinha-doc/

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Foto: Daisy Serena - Espaรงo Cultural CITA

Foto: Daisy Serena - Espaรงo Cultural CITA

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{Oficina conduzida pela Cole�va Audácia} é preciso audácia para transpor os limites que nos são impostos na cidade. é preciso ultrapassar essas linhas imaginárias que demarcam onde podemos transitar. brincar. conquistamos com bravura cada milímetro de território. nos espalhamos. nós, mulheres, delineamos nossos passos e lutas desde a margem, deixamos marcas, como pinturas rupestres, que perduram e perdurarão ao tempo. estamos na linha de frente: coreografamos voos em bando, ganhamos ruas e céus, a cidade tem a nossa cor - ainda que tentem nos invisibilizar, acinzentar - estamos por todos os lados, somos maioria, somos mul�coloridas, furta-cores, translúcidas, brilhantes! avançamos e redesenhamos nosso futuro sabendo bem de onde viemos. re-cartografamos os mapas. destruímos estereó�pos. construímos novas imagens de nós, imagens mais verdadeiras. imagem & semelhança. damos vida a nós mesmas com nossas próprias mãos. -- Cria�vidade e coragem!

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O feminismo vem só dizer de forma acadêmica o que as mulheres da periferia já vem fazendo há décadas como forma de sobrevivência. A luta pelo direito ao corpo, a luta pela assistência, luta pelo aborto, luta por espaços dignos no mercado de trabalho, luta pelo ônibus, luta pelo pão, luta pelas creches e por cultura. Nós mulheres periféricas, crescemos em meio a luta, só não sabíamos que isso chamava-se feminismo. Moradoras das periferias da Zona Sul de São Paulo, nós Audácia, surgimos em meio a violência que aqui também reside, como forma de resistência nos formamos para pesquisar, estudar, desenvolver e disseminar conhecimento sobre o SER MULHER, e como esse Ser é violado, e como podemos deixar ou amenizar tanta dor que nos permeia. Nos articulamos, em rodas de conversas, formações, graffitaços, festas, ensaios fotográficos, redes sociais e outras ações que realizamos em parcerias com outras coletivas e coletivos. O graffi� é mais uma forma que usamos para a�ngir as manas, que são, geralmente, de um público mais jovem e que tem gosto por arte urbana, arte de rua, ou que apenas apreciam arte. O espaço da rua que sempre nos foi negado, é hoje nosso território ar�s�co e de luta, só de estarmos no graffi�, no Hip hop já é uma forma de subversão, já que no próprio meio sofremos machismo dos nossos companheiros de arte e trabalho. Mas, não desanimamos, pois sabemos do potencial do graffi� para a realização do trabalho de base, já que temos contato direto com a comunidade ao realizarmos qualquer ação nos becos, vielas e muros da região. Nós, acreditamos no fim do capitalismo como meio essencial para o fim do patriarcado, do machismo, do racismo e da lgb�obia, por sabermos que ele não é o inventor dessas mazelas, mas que ele intensifica e explora para com isso lucrar. Audácia, tem força em outras mulheres, pois somos águas, que ao se encontrar com outras, crescemos.

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Um muro - Tinta base para pintar a parede - Rolinhos - Latas de spray - Criatividade e coragem! -

Procure coletivos da sua região para se fortalecer e aprender as técnicas básicas!

Foto: Daisy Serena - Jd. Ibirapuera

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{Oficina conduzida por Mila Coutelo} ~Audiovisual é o casamento entre som e imagem ~ Para produzir audiovisual para web você vai precisar de: - Uma câmera digital ou celular - Conexão com a internet - Conta no youtube/vimeo/instagram ou qualquer rede social de sua preferência - Vontade de compar�lhar seus pensamentos, sonhos, questões e conhecimentos. Todas podemos fazer uma pequena produção audiovisual, aí vão alguns passos pra começar a explorar esse mundo: Etapas: - Ideias - Pesquisa - Sinopse (resumo do que é o projeto) - Produção - Edição - Compar�lhamento Foto: Daisy Serena - FAB LAB São Luis

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Vantagens - Equipe pequena ou “faça você mesma” - Compar�lhamento imediato - Proximidade com o público >>> mulheres precisam, cada vez mais, ocupar esse espaço para ampliar suas vozes, construir suas próprias narra�vas, quebrar padrões impostos e ter mais representa�vidade. é importante que contemos nossas próprias histórias! 11 canais para seguir no youtube com conteúdo feminista: 1 - Canal das bee 2 - Afros e afins 3 - Feminist frequency 4 - Empoderadas 5 - TAYA 6 - #KDmulheres? 7 - Lugar de fala 8 - Capitolina 9 - Uma pitada de feminismo 10 - JoutJoutPrazer 11 - GORDA DE BOA

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{Conteúdo produzido por Nadja Nobre} Como faço para criar um site? 1. Entre na plataforma gratuita Wix (www. wix.com) 2. Registrar Basta ter um e-mail e criar uma senha 3. Escolha do Template O template já vem com páginas pré-definidas que você pode editar como desejar a) Para mudar o nome das páginas ou excluí-las, basta clicar em Páginas e os ícones das páginas que o site possui irão aparecer. b) Depois para editar uma página especificamente selecione o círculo com os três pontos e escolha a opção configurações. - Mude o nome da página ou até mesmo exclua c) Para adicionar novas páginas basta clicar no ícone azul que está parte inferior (+Adicionar páginas) 4. Configuração das páginas 5. Plano de fundo das páginas Para mudar a imagem de fundo das páginas: a) Clique no primeiro ícone do lado esquerdo da tela ( Background de Página). **O Wix oferece algumas opções de imagens se não encontrar nenhuma de sua preferência e quiser inserir fotos que você tenha salvo no seu computador, basta clicar em imagem (botão que está no meio entre vídeo e cor) b) Vai abrir um tela, clique no botão laranja (Fazer upload de imagens) c) Selecione a foto, espere carregar e clique depois em alterar background 6. Alterar �tulo a) Para alterar algum �tulo que já esteja na página( Take ac�on); basta clicar na palavra que já aparecerá a opção editar o texto. b) Ao clicar imediatamente vai abrir a janela configurações então você pode trocar o nome, mudar a fonte da letra, cor e etc. c) Para acrescentar �tulos em outros lugares da página basta clicar no ícone (+) do lado esquerdo da tela d) Selecionar a opção texto e) Descer o cursor do mouse para a opção �tulo e clicar em uma delas. Então, “Meu Título” aparecerá na página e depois só editar como os pontos 1 e 2 ensinam.

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7. Inserir caixas de textos Para começar a escrever seu texto é preciso inserir uma caixa de texto. Para isso você precisa clicar no ícone do lado esquerdo (+) e escolher a opção texto a) Com o cursor do mouse na opção texto vá até parágrafos b) Em parágrafos escolha a opção de sua preferência e arraste até a página c) Ao arrastar a caixa para a tela como mostra a imagem acima a opção editar texto aparecerá então, é só clicar em configurações para mudar o tamanho da fonte, cor e o �po de fonte. d) E você pode começar a escrever 8. Adicionar Imagens e Vídeos a) Para adicionar imagens ao seu site basta ir no ícone ao lado esquerdo (+) e entrar na opção imagens Você pode escolher fotos do acervo do WIX ou clicar em Upload de minhas imagens b) Para adicionar vídeos em sua página basta clicar no ícone ao lado esquerdo (+) e ir até a opção vídeos. c) Você pode escolher as opções de vídeo do Wix ou captar seu vídeo do youtube ou vimeo. d) Para isso, clique no site que deseja ( exemplo: Youtube) irá aparecer o quadro de configurações; copie a url do vídeo do youtube, cole no espaço indicado e clique em atualizar. 9. Redes sociais e links Para adicionar sua rede social no site basta ir ao ícone (+), que fica no canto esquerdo da tela e selecione a opção redes sociais. a) Escolha qual o design das barras de redes sociais da sua preferência b) Ao selecionar, os ícones das redes sociais irão aparecer na página. c)Depois passe o mouse nos ícones que aparecerá a opção para configurar os ícones, clique e surgirá um quadro. d) Exclua ou acrescente os ícones das redes sociais, por exemplo se houver apenas uma rede social, facebook, você pode deixar apenas esse ícone. e) Para linkar, selecione o botão do facebook e no lado direito do quadro irá aparecer “link para”, clique no botão azul que está ao lado. Uma terceira tela “link para” surgirá e, então, selecione a opção Endereço Web. f) Copie a URL da sua página do facebook e

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cole no lugar indicado (imagem 2) e clique no botão OK. 10. Outras dicas a) Para adicionar colaboradores para te ajudar na edição do site basta clicar na opção Site que fica na barra de cima b) Depois selecione a opção Configurações do Site. Vá até a Funções e permissões, clique e adicione os colaboradores por meio do e-mail deles. Um convite para editar o site será enviado para a caixa de mensagens dos novos colaboradores. A qualquer momento que es�ver editando você pode visualizar como o site está ficando. É uma opção boa, pois você consegue ter uma visão melhor sem as barras de edição que ficam dos dois lados da tela. 11) Publicar o Site Depois que finalizar o seu site chegou o momento de publicá-lo, para isso, vá até a barra de cima clique em Publicar. Pronto! Seu site está no ar! E fique tranquila se precisar reeditar, alguma coisa, você pode voltar no editor e fazer normalmente. Dica final: Explore! Fique livre para experimentar outras ferramentas que o Wix possui. Tem outros tutoriais que podem te auxiliar. Para saber mais acesse: h�ps:// pt.wix.com/blog/2014/07/tutoriais-para-iniciantes-no-wix/A Divirta-se! Para nós mulheres, acessar espaços, seja os públicos, seja os espaços virtuais, não é uma tarefa muito suave, então saiba aqui algumas dicas de segurança na net - compar�lhadas por Miguel Soares, desenvolvedora front-end, programadora e ar�sta digital, com quem trocamos ideia sobre o assunto - para atuar nesse espaço com confiança e a proteção necessárias: Acesse: h�ps://vedetas.org/wp-content/uploads/2016/04/Siparafeministas.pdf

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por Carina Castro Desde a infância aprendemos qual deve ser nosso lugar no mundo: Dentro. Desde o espaço das subje�vidades, do ín�mo, dizem que este lugar pertence apenas a nós: mulheres. Mas como aprendemos a acolher e cuidar? Dentro de uma casa, dentro de outra casinha, brincando com bonecas dentro de outras casas. E assim criam-se sobre nós uma porção de cercas, carapaças, couraças que se torna cada vez mais di�cil romper e mudar o que parece estar predes�nado pra nós. Me vem em mente a boneca matrioska: uma mãe vê sua filha brincando de boneca, a filha brinca que a boneca, sua filha, também brinca de boneca, e a boneca da boneca também cuida de outra menina. Uma mulher dentro de uma mulher, dentro de uma mulher. Quantas mulheres nos compõe? Desde quando estamos fechadas nessa a�vidade única de cuidar e reproduzir dentro de espaços fechados? E que cuidados são esses? Cuidado! Não pode isso, não pode aquilo! Até que ponto o zelo e a atenção se tornam excessivos e impedem nossos movimentos? Definição do dicionário: preservar, guardar, conservar, apoiar, tomar conta. Nós somos um perigo pro mundo ou o mundo é um perigo para nós? Jogar é o contrário de prender - “se joga!” - jogar é arriscar, é brincar com o corpo solto, é movimento. E quem se move apenas dentro de uma casa não sai do lugar, girar em torno de si mesma deixa tonta - já brincou disso? - Mas o mundo lá fora assusta, sim. Por isso esses cuidados todos precisam ser repensados, como estamos nos cuidando, nos apoiando, nos guardando? Guardar também é observar, proteger sem prender, guardar na memória àquelas que abriram caminhos, que ousaram sair pra fora de casa, ousaram jogar o corpo no mundo, carregando os filhos nas costas se assim precisasse. Afinal, o mundo não nos pertence? Vamos apenas

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carregar o mundo nas costas? Não podemos também desfrutar? Nessa brincadeira toda penso que precisamos nos unir - como nas brincadeiras de rua - e assustar quem nos assusta, pregar uma boa peça nessa sociedade que nos enclausura, mudar as regras do jogo, começar a mexer nas estruturas dessa casinha. E que caia! Que venha tudo ao chão, pra que possamos reconstruir os espaços, repensar nossos limites - que seja o céu! - sem telhados pesados e grades, com estruturas mais humanas, onde todas e todos possam se diver�r e desfrutar do mundo. O que estamos passando de uma para outra? Ensinando o medo? Não seria melhor ensinar a coragem? Que é mesmo com medo ir... até o medo sumir. Mistérios do planeta. Não seria melhor conhecer a si mesma e conhecer o mundo para saber a melhor maneira de lutar? Enfrentar todos esses monstros até eles ficarem pequenininhos... Que sementes jogaremos na terra? Vamos gerar um novo planeta?

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Praça dos Sonhos Jd. Le�cia Praça do Campo Limpo Campo Limpo Espaço Cultural CITA Rua Aroldo de Azevedo, 20 - Campo Limpo, São Paulo Bloco do Beco Rua Bento Barroso Pereira, 2 - Jardim Ibirapuera, São Paulo FabLab São Luiz Rua Bacabinha, 280 - Jardim São Joaquim, São Paulo Cole�vos da região: Brincantes Urbanos Aqui que a gente brinca Fala Guerreira Cole�va Audácia Cole�va Luana Barbosa Cole�va Maria Sem Vergonha

COLETIVA AUDÁCIA

Somos um cole�vo formado por mulheres residentes na zona sul de São Paulo com o intuito de expandir a sororidade, o conhecimento sobre o feminismo e a visibilidade de mulheres negras e periféricas através de a�vidades culturais e sócio-educa�vas. Nossa intenção é promover a união e ajuda mútua das mulheres para que possamos ser reconhecidas em nosso meio e ter voz parar lutarmos por nossos direitos e pelo fim da sociedade patriarcal. O Audácia é um cole�vo de auto-organização e está aberto para receber qualquer mulher que queira somar com ideias, informações, novidades, propostas, oficinas e também com abraços e bons ouvidos. Ainda estamos em fase de construção e precisamos de muita ajuda para conseguirmos seguir com esse projeto, por isso colem, conheçam, se reconheçam e somem! A transformação acontece quando a gente se move e juntas somos muito mais fortes! A força feminina tá aí gente, vem! página: h�ps://www.facebook.com/pg/cole�voaudacia

FALA GUERREIRA

Somos negras, brancas, indígenas, lésbicas, traves�s, transexuais, pobres, filhas de nordes�n@s, clandes�nas, pros�tutas, imigrantes, la�no-americanas espalhadas nas periferias do mundo e das cidades. página: h�ps://www.facebook.com/falaguerreira/ contato: falaguerreira@gmail.com

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Às parceiras: Camila Fontenele Carolina Vecchia Cris Lima Deborah Erê Dêssa Souza Hanayrá Negreiros Jenyffer Nascimento Miguel Soares Mila Coutelo Nadja Rabelo Phran Noctuam Regiane Bento

Aos espaços e cole�vos: Bloco do Beco Cole�va Audácia Edital Redes e Ruas EMEF M’Boi Mirim I Espaço Cultural CITA InfoPreta FAB LAB - Espaço São Luis Fala Guerreira

À todas as meninas e mulheres que nos deram as mãos e embarcaram conosco nesta primeira jornada Marciana.

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Eu sinto ausência A minha sensibilidade É mortal Meu peito é um universo profundo Onde as estrelas não brilham com frequência Mas, os buracos negros criam morada Nesse vácuo As questões são átomos Que se fundem Me confundem Me transpassam Nessa vida toda loka Onde eu vivo pra encher a boca, dos poucos que podem ir pra lua Eu me sinto nua Sem adereços Sem espaço Sem pedaço Só sem O vazio, é fato A busca é eterna Ando muito e sempre me tiram as pernas Sem elas, contínuo Na ausência de futuro Meu presente É preencher! [Sobre nadar no raso e se molhar no fundo] Phran Noctuam

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C om o qu e br a r en can t o A primeira vez que lhe disseram não A menina não tinha entendido E perguntou: - Por quê? Quando eles lhe disseram não pela segunda vez A menina não se intimidou E perguntou novamente: - Por que não? Não teve terceira vez. Ela saiu correndo, pulando e rodopiando Com seus cabelos de caber os sonhos dentro E gritou bem, bem alto: - MENINA PODE SIMMMMMMMMMMMMMMMM!! Sua voz ecoou aos quatro ventos, nos quatro cantos da cidade. Como se pelo seu grito, um encanto muito antigo tivesse se quebrado. A menina tem um nome A menina tem uma infância para viver A menina não quer segregação A menina só quer brincar A menina é uma menina Como tantas outras meninas Nas quebradas do mundaréu Natureza não pode ser prisão A menina é uma menina E toda menina pede liberdade Jenyffer Nascimento

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Realização:

Este projeto foi comtemplado pelo Edital “Redes e Ruas” de Cultura Digital, Inclusão e Cidadania.

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