El problema de martina

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ALFAGUARA INFANTIL

El problema de Martina MarĂ­a Luisa Silva ^graciones de C r i S t i n a ^ ^ f t ^ ^


S e ñ o r a A r a ñ a ! ¡señora A r a ñ a ¿ D ó n d e está? - g r i t a b a c o n f u e r z a la p u e r c o e s p i n a esa m a ñ a n a muy temprano. Los h a b i t a n t e s d e l b o s q u e se s o r p r e n d i e r o n . ¿Qué le pasaría a la l i n d a M a r t i n a p a r a g r i t a r así? E l l a q u e era t a n e n c a n t a d o r a . ¡ S e ñ o r a A r a ñ a ! ¡Aparezca p o r f a v o r !


— ¡ Y a bajo., n o g r i t e m á s ! - s e escuciió decir a la Araña c o n su voz :ronca y algo m o l e s t a . L u e g o , e s t i r a n d o stts negras pat,as, se d e j ó caer a l suelo, —¡Af, ..señora .Arana! ~hab.ló . M a r t i •iia-, he v e n i d o a b u s c a r l a p o r q u e t e n g o •no p r o b l e m a q u e solo u s t e d p u e d e • ^ •mÍMckmmr, c o n s u a r t e , c o n s u t a l e n t o , ccrn süL... •—¡.Basta! - l e i n t e r r u m p i ó b r u s c a m e n t e ,1a Araña— d í g a m e d e u n a v e z qué quiere. L a p u e r c o e s p i n a b a j ó los ojos f i i b o r i x a d a y susur.ró: — N e c e s i t o « n a be.lla ^ l l ^ ^ encaje p a r a mi 'vestido d e n o v i

— B u e n o , ¿y q u é tengo que ver yo c o n eso? - p r e g u n t ó la A r a ñ a . — H a b í a p e n s a d o si u s t e d p o d r í a tejer u n encaje p a r a m i v e s t i d o de n o v i a . — ¿ U n v e s t i d o de tela d e encaje de araña para u n a puercoespina? ¡No! Yo n o p u e d o . Es m u y difícil, i m p o s i b l e - y la A r a ñ a agitó tres patas. — P o r favor, señora Araña, u s t e d es la m e j o r tejedora. Y o deseo q u e m i n o v i o m e e n c u e n t r e m u y bella. ¿Lo haría usted?


U n enorme silencio cubrió el lugar pues todos escuchaban la conversación. Los p á j a r o s n o v o l a b a n y las ñ o r e s e s t i r a b a n sus tallos p a r a oír m e j o r . — M a r t i n a - i n s i s t i ó la A r a ñ a - , yo n o p u e d o hacer u n t r a b a j o t a n g r a n d e , me demoraría m u c h o . Además una p u e r c o e s p i n a n o necesita casarse c o n u n v e s t i d o de no\^k!



Los ojos de la p u e r c o e s p i n a se l l e n a r o n de lágrimas y su sollozo se e s c u c h ó hasta en la copa de los á r b o l e s más altos. N a d i e h a b l ó , todos m i r a r o n molestos a la s e ñ o r a A r a ñ a . M a r t i n a era m u y q u e r i d a en el bosque. — ¡ Y a , ya! -se c o m p a d e c i ó la A r a ñ a - . M e m o l e s t a n las l l o r o n a s . V e r é q u é p u e d o hacer.

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La A r a ñ a se p u s o sus anteojos y e m p e z ó a t r a b a j a r al i n s t a n t e . C u a t r o c o r r i d a s al d e r e c h o , dos lazadas, t o m e u n punto,«i agregue seis. Teje q u e teje, la A r a ñ a t r a b a j ó hasta el amanecer. U n a preciosa tela i b a reciendo, brillante, delicada, A más h e r m o s o encaje j a m á s v i s t o . ' C u a n d o la tela e s t u v o l o s u f i c i e n t e m e n t e larga c o m o p a r a la f a l d a decidieron probarla.

M a r t i n a se a g a c h ó y e n t r e varios i n s e c t o s c o g i e r o n la tela p o r los c u a t r o costados, la a l z a r o n c o n l e n t i t u d \a fe.

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d e j a r o n caer sobre el c u e r p o de la puercoespina.

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Y, entonces, s u c e d i ó : las suaves hebras de tela, al caer sobre las p ú a s , se c o r t a r o n ; n o solo e n u n a , sino en varias partes, y el encaje e m p e z ó a deshacerse hasta q u e d a r d e s t r o z a d o .


M a r t i n a , preocupada, no durmió q u e l l a noche. A l día s i g u i e n t e , la A r a ñ a t r a b a j ó c o n m á s a h í n c o . Pero el r e s u l t a d o fue el m i s m o , la tela c|uedaba d e s t r u i d a al rozar las púas de íMartina.

P r o b a r o n varios días y al n o hab< s o l u c i ó n , la A r a ñ a , cansada, a b a n d o n ó el t r a b a j o . •1



— ¡ ¡ ¡ Y o le regalo u n o ! ! ! - d e c í a el clavel. — ¡ Y o o t r o ! —gritaba la m a r g a r i t a . — ¡ S a c ú d a n m e u n poco, vientos del s u r ! —añadía el c i r u e l o en y y o regalaré v a r i o s .

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P á j a r o s y ñ o r e s t r a b a j a r o n t o d a la noche sin despertarla.


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A l saberlo, la p u e r c o e s p i n a se sintió m u y desilusionada. Caminó y c a m i n ó p o r los alrededores d e l b o s q u e sin encontrar consuelo. Finalmente, agotada, se d e s p l o m ó e n el pasto. Allí lloró l a r g o r a t o . « ¡ Q u é p e n a ! » , pensaba. « Y o s i e m p r e he deseado casarme c o n u n l i n d o

«IripéBiiiisl

v e s t i d o de e n c a j e » . L u e g o m i r a b a sus Mi»

f i l u d a s p ú a s , hasta q u e el s u e ñ o la v e n c i ó .


Pero n o todos d o r m í a n aquella n o c h i las flores silvestres y los p á j a r o s

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c u i d a b a n de M a r t i n a . D e p r o n t o , el c r u j i d o de u n a h o j a atravesó el l u g a r . Y , u n a rosa b l a n c a h a b l ó e n voz alta: — ¡ Y o sí creo q u e u n a p u e r c o e s p i n a p u e d e usar u n v e s t i d o de encaje! •gi|^ L a n o t i c i a c o r r i ó de flor e n

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flor.



Lá p u e r c o e s p i n a c o r r i ó a m i r a r s e n el agua d e l a r r o y o . S o r p r e n d i d a , v i o q u e e n cada u n a de sus p e q u e ñ a s p ú a s h a b í a u n suave p é t a l o y q u e , al m o v e r s e , p a r e c í a ser u n encaje p á l i d o y d e l i c a d o . Su c u e r p o e n t e r o lucía como una

flor.

Unas mariposas blancas q u e r e v o l o t e a b a n p o r allí, al v e r a q u e l l a n o v i a t a n graciosa, le p i d i e r o n p e r m i s o p a r a posarse e n su cabeza y a d o r n a r l a c o m o cintas.


L a b o d a fue h e r m o s a . E l n o v i Ion P u e r c o e s p í n , n o se cansaba d a d m i r a r a su e n a m o r a d a . Y, según c u e n t a n los i n v i t a d o s hasta el día de hoy n u n c a se ha v i s t o en aquel b o s q u e u n v e s t i d o de n o v i a c o m o el de M a r t i n a .

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M A R Í A LUISA SILVA Nació en Santiago de Chile. Estudió pedagogía y educación parvularia y ha trabajado como profesora y asesora pedagógica. Ha publicado más de diez títulos y muchos de sus poemas aparecen en textos de estudio de diferentes editoriales. Esta autora ha consolidado una trayectoria en la literatura infantil que destaca por su diversidad, su carácter lúdico y la simpatía de sus personajes, lo que la ha hecho merecedora de diversos reconocimientos como aparecer en dos oportunidades en la Lista de Honor del IBBY. En Alfaguara Infantil es autora de El gorila Razan (2000), Fantasmas en la casa rodante (2005), El tiburón va al dentista (2007).


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