FAEMG SENAR 58

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ANO 5 . Número 58 . Maio de 2010

Wenderson Araújo

Dirigentes sindicais de Minas Gerais lotaram o auditório da CNA

CAMPO VAI À CNA

Lideranças mineiras em Brasília

Liderada pelo presidente da FAEMG, Roberto Simões, uma comitiva formada por 160 dirigentes sindicais rurais mineiros participou do programa Campo vai à CNA, em Brasília. Uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o programa tem o objetivo de aproximar os lideres do Sistema Sindical Rural da CNA. Foram discutidos os principais temas que geram reflexos sobre o setor rural brasileiro, as ações desenvolvidas pela CNA e pelo SENAR e os mecanismos propostos para fortalecer a atuação dos Sindicatos Rurais.

A programação contou com apresentação dos resultados de pesquisa de opinião sobre a imagem do setor agropecuário e as ações do Sistema Sindical Rural, em palestra do jornalista Heraldo Pereira, da TV Globo. Também foram apresentados os projetos prioritários do Sistema CNA, em palestras do secretário-executivo do Instituto CNA, Marcelo Garcia; do secretário-executivo do SENAR, Omar Hennemann; do superintendente geral da CNA, Daniel Carrara; e do superintendente técnico, Moisés Gomes.

A presidente da CNA e do Conselho Deliberativo do SENAR, senadora Kátia Abreu, fez um relato das ações executadas. “Vamos mostrar que somos a agropecuária mais eficiente do planeta. Somos líderes na produção e temos 56% de cobertura vegetal preservada, na frente de países que nos criticam, mas que praticamente acabaram com suas vegetações nativas.” Cada um dos dirigentes sindicais recebeu da CNA um smartphone BlackBerry, para fomentar a comunicação entre as lideranças rurais e o Sistema Sindical.

Não às invasões

SINDICATOS FORTALECIDOS

CNA lidera campanha

GQS aprimora gestão

Produtores rurais fazem manifestação em Brasília pelo direito de propriedade. PÁGINA 3

Objetivo é aumentar eficiência na prestação de serviços e na representatividade da classe. Página 11


v eDITORIAL À espera do novo Código Florestal A classe rural aguarda com ansiedade o novo Código Florestal. Os produtores rurais têm expectativas otimistas no processo de alteração das regras ambientais. Acreditam que as aberrações da atual legislação sejam eliminadas de vez. Também têm pressa na definição legal, exatamente para planejar os seus empreendimentos. O projeto de lei tramita no Congresso Nacional. A matéria tem sido levada a debate aberto com toda a sociedade. O que a classe rural defende, permanentemente, é uma legislação que contemple o equilíbrio entre a produção e a preservação ambiental, sem o desprezo ao produtor e à importância estratégica da produção alimentar. As entidades sindicais de representação do produtor

rural participam ativamente na construção de um novo código capaz de responder aos anseios da categoria. Não se omitem dos debates, contribuem com informações e estudos técnicos, opinam, atuam incansavelmente. Porém, alguns agentes públicos cobram do produtor rural, nesta hora, o cumprimento de atos como o licenciamento ambiental. Por que agora, na iminência da aprovação de novo ordenamento legal? Por que, se um requisito do licenciamento é a reserva legal? Trata-se, indiscutivelmente, de ato inoportuno. Não pode e nem deve o poder público, ante seus deveres essenciais, ocupar-se de atos que seriam muito mais próprios se guardados para quando o novo Código Florestal definir os novos nortes. Por que agora?

d Entrevista

x frases

FAUSTO DE ÁVILA

Vice-presidente da FAEMG

Leite em alta O que tem influenciado o aumento do preço do leite? O aumento ocorre anualmente na entressafra e este ano veio mais cedo, puxado pelo preço do longa vida, que atende o mercado interno, mas já se estabilizou. A queda do preço dos grãos aumenta significativamente o lucro, proporcionando aumento da produção. Como está o mercado de leite e quais as perspectivas de preço para os próximos meses? Apesar da estabilização do longa vida, o preço do leite em pó no mercado internacional vem apresentando boa recuperação, o que nos leva a acreditar que teremos um bom ano, somado à redução dos custos de produção, provocada pela queda dos preços dos insumos. Quais são os reflexos do aumento do preço do 2

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leite para a agropecuária mineira? Sendo Minas Gerais o maior produtor de leite do Brasil, o agronegócio como um todo terá impacto positivo em função da maior demanda de matérias-primas produzidas no campo e de mão de obra, gerando oportunidades de emprego e renda para todos os elos da cadeia produtiva. Com o aumento do preço e, principalmente, do lucro, a tendência é que o produtor se sinta estimulado a fazer novos investimentos. Que medidas devem ser tomadas para que estes investimentos dêem retorno aos produtores? É de vital importância a participação dos produtores junto às nossas entidades representativas, tanto no âmbito político (CNA, FAEMG e Sindicatos), quanto no âmbito comercial (cooperativas).

INFORMATIVO FAEMG/SENAR

“O que está sendo feito neste país me deixa indignada e triste, pois não é fácil de desmanchar: estão jogando os pequenos contra os grandes produtores. Isso está acontecendo no IBGE, cujo Censo Agropecuário está cheio de informações falsas, desonestas, distorcidas por razões puramente ideológicas.” SENADORA KÁTIA ABREU Presidente da CNA, em entrevista nas páginas amarelas da Revista Veja

“A onda anual de invasões do MST denominada “abril vermelho” é tratada pelo poder público como parte do calendário nacional. Da tolerância com a ilegalidade passou-se à cumplicidade, faltando apenas a inclusão na agenda das atrações turísticas internacionais para completar a chancela oficial.” DORA KRAMER Colunista do jornal O Estado de São Paulo

Candidatos à Presidência da República condenam MST por invasões de terra, em declarações feitas durante o Agrishow, em Ribeirão Preto: “Movimento social é uma coisa, movimento político é outra. Movimento no campo com invasões programadas não é social, é político. Não se trata apenas de fazer cumprir ordem judicial, mas de não alimentar a máquina política com dinheiro público.” JOSÉ SERRA (PSDB)

“Não vou compactuar com qualquer atividade ilegal. Não acho que a ilegalidade deve ser premiada.” DILMA ROUSSEFF (PT)


Wenderson Araújo

Ato reuniu 2 mil produtores rurais na Esplanada dos Ministérios

POLÍTICA AGRÁRIA

Pela paz no campo

Dois mil produtores rurais, todos trajando roupas brancas, de diversos pontos do Brasil – cerca de 400 de Minas Gerais –, reuniram-se no último dia 28 de abril na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para pedir paz no campo.

“Não somos contra a reforma agrária. Somos contra a invasão, a baderna e o esbulho possessório”, disse a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu, que liderou a manifestação.

O ato começou com missa na Catedral de Brasília. Em frente ao Congresso foi descerrada uma bandeira gigante com a mensagem Queremos paz no campo – Não às invasões, assinada por todos os presentes. Os produtores rurais

posicionaram-se em volta da bandeira, simbolizando um grande abraço a todo o Congresso Nacional. “Foi uma manifestação pacífica e intensa como poucas vezes se viu no país”, ressaltou o presidente da FAEMG, Roberto Simões. As lideranças rurais entregaram ao presidente do Congresso, senador José Sarney, documento pedindo apoio na criação do Plano Nacional de Combate às Invasões. “Esse movimento, que pede a paz no campo, não pode ter resistência de nenhum presidente, de nenhum brasileiro”, disse Sarney. A ação faz parte da campanha Vamos tirar o Brasil do vermelho – Invasão é crime, da CNA, pelo Direito de Propriedade, segurança jurídica e paz no campo. Evandro Fiuza

DIRETORIA

Junto ao produtor

A intenção de estar cada vez mais presente junto aos produtores rurais foi reafirmada pela diretoria da FAEMG, em sua última reunião. Segundo o diretorsecretário, Marcos de Abreu e Silva, as frequentes reuniões em várias regiões do estado, paralelamente ao trabalho da CNA, confirmam

a transparência da atuação da Federação em prol dos interesses da classe. Outros assuntos tratados na reunião foram a campanha da CNA pela paz no campo, a última decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o Funrural e a Superagro. “Dez estados já confirma-

Diretores reafirmam trabalho transparente

ram presença no evento, que tem grande diversidade, tanto que é realizado

em dois turnos”, destacou o presidente da FAEMG, Roberto Simões.

Eleições 2010 No Encontro Regional de Presidentes de Sindicatos dos Produtores Rurais, em Divinópolis, o presidente da FAEMG, Roberto Simões, disse que “os produtores devem se unir e votar em candidatos compromissados com o setor, pois só assim a classe rural terá força na política brasileira”. Vinte lideranças da região Centro-Oeste participaram do evento. INFORMATIVO FAEMG/SENAR

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SINDICATOS

Santo Antônio do Monte

O Sindicato Rural de Santo Antônio do Monte reformou a sede e inaugurou o Salão Nobre Fernando Antônio dos Santos, líder da agropecuária da região, falecido no ano passado. Também foi prestada homenagem ao presidente da FAEMG, Roberto Simões, pelo esforço em fortalecer o setor. Ele foi repreJoão Roberto Puliti e Marcos de Abreu (FAEMG) e sentado na solenidade Cléber de Minas Monteiro e Juarez Faustino Couto (Sindicato de Santo Antônio do Monte) de inauguração pelos diretores João Roberto Puliti e Marcos de Abreu, que receberam Sindicato agradece pela luta e empenho a placa com os dizeres: “A diretoria do em prol da classe ruralista”.

Uberaba

Para fomentar o agronegócio do município, a nova sede do Sindicato Rural de Uberaba será instalada no Centro de Informações Turísticas, Qualificação e Comercialização de Produtos Associados ao Turismo Rural. O presidente do Sindicato, Rivaldo Junior, disse que a obra representa fisicamente a importância política que a agricultura e a pecuária têm em Uberaba.

a Internet

Novos e-mails de Sindicatos dos Produtores Rurais:

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5 Ipiaçu sindicato.ipia.2010@hotmail.com

5 Janaúba

5 Bom Despacho

sindicatoruraljanauba@gmail.com

sirubom2009@hotmail.com

5 Muriaé

5 Bom Jesus da Penha

ramonsindicato@hotmail.com

sprbomjesus@gmail.com

5 Rio Verde

5 Campanha

sindicatoruralrn@gmail.com

sindicato@sindicatocampanha.com.br

5 São João Nepomuceno

5 Caputira

sindicatoruralsjn@hotmail.com

5 Silvianópolis

sindicatodosprodutoresruraisdecaputira@hotmail.com

sindicatorural70@yahoo.com.br

5 Extrema

5 Viçosa

sindrural.extrema@suednet.com.br

sprvicosa@yahoo.com.br

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Maquete da obra

Cidadania em Guiricema O Sindicato dos Produtores Rurais e a Associação Comunitária de Guiricema promoveram, em abril, o Dia de Cidadania e Ação Social. As entidades mobilizaram uma grande equipe de voluntários para prestação de serviços à população nas áreas de educação, saúde, cultura, esporte e lazer. O presidente do Sindicato, José Davi Ervilha, informa que cerca de 3,5 mil pessoas participaram do evento.

Eventos em João Pinheiro O Sindicato dos Produtores Rurais de João Pinheiro considerou um sucesso a 39ª Exposição Regional Agropecuária, 17ª Ranqueada do Nelore e Leilão 11 Marcas. Na exposição, foram julgados 143 animais de alta qualidade. O leilão reuniu 4.991 animais, totalizando vendas de R$ 3,9 milhões. Os eventos atraíram visitantes de Goiás, Espírito Santo e São Paulo.

O SISTEMA FAEMG SENAR lamenta o falecimento do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Lafaiete, Murilo Dutra Lanziotti. Conhecido por sua incansável luta em prol do homem do campo, foi fundador e presidente do Sindicato de 1984 a 2010. Também foi secretário municipal de Agricultura,Pecuária e Abastecimento de 2005 a 2008.


SUPERAGRO

Lançamento na FAEMG

Eventos

Evandro Fiuza

5 50ª Exposição Estadual Agropecuária 5 13ª Expocachaça 5 II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária 5 Expovet – Feira de Negócios, Serviços e Produtos Pet e Veterinários

Café da manhã reuniu cerca de 120 pessoas

A Superagro 2010 deve movimentar mais de R$ 36 milhões. É o que esperam os organizadores da mostra, que será de 26 de maio a 6 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte. Com oito eventos, a Superagro terá

uma das mais diversificadas edições. “É muito gratificante perceber que o evento está consolidado e que atende aos mais variados segmentos do agronegócio”, ressaltou o presidente da FAEMG, Roberto Simões, no lan-

0 visita

çamento oficial do evento, na sede da Federação. A Superagro é uma realização do governo estadual, por meio da Secretaria de Agricultura e IMA, da FAEMG e do Sebrae-MG.

5 Feira de Softwares Agrotic

a

5 Encontro de Fruticultura

Mais informações: www.superagro2010.com.br

5 Ciclo de Aulas Técnicas 5 Avicultor 2010 5 Encontro de Apicultura

Novas lideranças Trinta e dois produtores e dirigentes Sindicais do Triângulo concluíram o Curso de Formação de Novas Lideranças Rurais, promovido pelo SISTEMA FAEMG SENAR em Uberlândia. O encerramento contou com a presença do presidente do Sindicato Rural, Paulo Ferolla; do vice-presidente da FAEMG, Paulo Roberto Cunha; e do presidente da Calu (Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia), Eduardo Dessimoni.

João Roberto Puliti (FAEMG), Osvaldo Henrique e Marcelo Martins (Minas Sul) e Breno Mesquita (CNA)

De volta à presidência da Minas Sul (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha), Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro visitou a FAEMG junto com o ex-presidente, Marcelo Martins, que integra a diretoria administrativa, para reafirmar parcerias em prol dos interesses e avanços do produtor rural. “A FAEMG e a CNA são elementoschave na defesa dos interesses do produtor e na busca de soluções para o agronegócio brasileiro”, disse Osvaldo Henrique, que está na cooperativa desde 1981.

A FAEMG promoveu mais um curso de capacitação para 56 novos secretários executivos de Sindicatos Rurais. Também mostrou aos participantes como é o funcionamento do Sistema Sindical. INFORMATIVO FAEMG/SENAR

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CANA-DE-AÇÚCAR

CNA discute regulação do setor Estabelecer um marco regulatório para o setor sucroalcooleiro foi a decisão da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, em reunião em Brasília. A Comissão também propôs a realização de seminário técnico sobre o Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool), com o objetivo de revisar o modelo de produção e adequá-lo às características do estado produtor. Participaram o assessor técnico da FAEMG, Caetano Berlatto, e o presidente da Comissão Técnica de Canade-Açúcar da FAEMG, Ma Tien Min.

Wenderson Araújo

Ao centro, o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério, Alexandre Strapasson, e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues

Novas usinas

A região do Triângulo terá duas novas usinas de cana-de-açúcar. Em maio, serão iniciadas as atividades na Companhia Energética de Açúcar e Álcool Vale do Tijuco, em Uberaba. No mês de agosto, será inaugurada a Usina Bioenergética Aroeira Ltda., em Tupaciguara.

FEIJÃO

Consumo em queda

O feijão está perdendo espaço na mesa do brasileiro. O alimento, que já foi tema de música e título de novela, não é mais tão “maravilha” como em tempos atrás. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), enquanto na década de 70 o brasileiro comia, em média, 27 quilos de feijão por ano, hoje come apenas 15 quilos – queda de 45,5%. “A mudança de hábito deve-se principalmente à entrada da mulher no mercado de trabalho”, explica João Figueiredo Ruas, técnico da Conab.

PECUÁRIA DE CORTE

Sisbov em análise

A Comissão Técnica de Pecuária de Corte da FAEMG se reuniu para analisar as alterações que serão feitas no Sisbov (Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos), entre elas: integrar os sistemas produtivos, identificar os animais pelo cadastro das propriedades, reformular

o BND (Banco Nacional de Dados) para facilitar o uso autônomo do produtor e cancelar a obrigatoriedade da contratação de certificadora. As novas regras visam atender as exigências dos mercados importadores de segurança na produção e também dos produtores rurais, que querem redução dos custos.

Altino Rodrigues Neto (IMA) e José Geraldo Pedra Sá e Affonso Damasio (FAEMG) conduziram a reunião

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Lideranças discutem propostas para 2010

cafeicultura

Produtor quer renda O presidente das Comissões de Café da CNA e FAEMG, Breno Mesquita, apresentou na última reunião da Comissão Técnica de Café da FAEMG a proposta para a safra 2010, enviada aos Ministérios da Agricultura e da Fazenda. A Comissão Nacional de Café da CNA solicita a li-

beração de recursos para estocagem, com seguro contra a queda dos preços, e implantação de política de renda. Segundo Breno Mesquita, a ideia é que o café não seja comercializado no período de cotações baixas, possibilitando o aumento de preço pela redução de oferta.


EXPOZEBU

CNA entrega propostas a Dilma e Serra

A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, em companhia do presidente da FAEMG, Roberto Simões, entregou o documento O que esperamos do próximo Presidente ao précandidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, e à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A entrega ocorreu durante a abertura oficial da 76ª ExpoZebu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. O documento reúne as propostas do setor rural que serão entregues a todos os candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições de 3 de outubro.

Kátia Abreu com José Serra e Dilma Rousseff

Alencar assina abaixo-assinado contra invasões O vice-presidente José Alencar, que representou o presidente Lula na abertura da ExpoZebu 2010, assinou o abaixo-assinado a favor da implantação do Plano Nacional de Combate às

Invasões de Terras. A criação desse plano foi proposta pela senadora Kátia Abreu, em documentação encaminhada ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, no início de abril. A presidente da CNA argu-

mentou que o Brasil já contou com ações específicas para combater o tráfico de drogas, de animais silvestres e de seres humanos e que é necessária também uma ação específica para defender

o direito de propriedade e impedir as invasões de terras no campo. Alencar afirmou que é favorável ao cumprimento das leis. José Serra também assinou o documento; Dilma Rousseff, não.

Sistema Sindical presente O estande do Sistema Sindical Rural – integrado pela CNA, FAEMG, SENAR e Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba – foi uma das atrações da maior mostra de zebuínos do mundo, a ExpoZebu, realizada no período de 28 de abril a 9 de maio, em Uberaba. O destaque foi a apresentação da maquete do Projeto Biomas, inicia-

tiva da CNA em parceria com a Embrapa. A proposta é desenvolver pesquisas científicas nos seis biomas brasileiros para encontrar formas que aliem a produção e a preservação ambiental. Os visitantes puderam conhecer com mais detalhes o projeto, além de outras ações do Sistema Sindical em defesa do produtor rural.

Maquete do Projeto Biomas, atração do estande INFORMATIVO FAEMG/SENAR

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CAFÉ

Cursos aprimoram terrereiros para safra 2010 No período em que as fazendas cafeeiras iniciam a colheita, o SENAR MINAS qualifica mão de obra com o curso de Colheita e Preparo do Café pós-Colheita, como ocorreu em Piumhi, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais. O instrutor Ataualpa de Andrade Neto informou que o treinamento vai melhorar a qualificação do trabalhador que vai atuar como terrereiro – funcionário responsável pela movimentação do café no terreiro para secagem do grão ao sol. A época de colheita começa em abril e vai até setembro. “O curso visa melhorar a qualidade do café. Os participantes aprendem a trabalhar com o

grão desde a colheita, passando pela lavagem, descasque e rodagem no terreiro. Se não tiver uma técnica adequada, compromete a qualidade do café e da bebida”, contou o instrutor, que atua há mais de 20 anos na área. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Piumhi, Rafael Alves Tomé, destacou a importância do curso no município. “A economia gira em torno da agricultura e o café é um dos carros-chefe. Por isso, precisamos de mão de obra qualificada. Contamos muito com o SENAR e nossa expectativa é que só aumentem esses cursos”. KEULY VIANNEY, DE PASSOS

desfolhadeira

Ajuda na limpeza

Durante o curso do SENAR MINAS de Operação e Manutenção de Roçadora, realizado no município de Martins Soares, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Manhumirim, o aluno Odair Vilela apresentou aos colegas uma 8

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nova forma de limpar o café antes da secagem. Há três anos, após várias tentativas, ele inventou a desfolhadeira, uma lâmina que pode ser acoplada à roçadora. Odair disse que praticamente todas as fazenda de café de Martins Soares

INFORMATIVO FAEMG/SENAR

Técnica inadequada compromete qualidade da bebida

Cuidados pós-colheita garantem qualidade Os treinamentos do SENAR oferecem aulas teóricas e práticas com ênfase nas técnicas usadas para secagem do café por via seca e úmida. Dessa forma, o participante aprende a determinar a espessura da camada do grão e até o número de vezes ideal para rodagem do café. Conforme Ataualpa, essa secagem ao sol demora de 15 a 20 dias, mas atualmente muitas fazendas usam secador, o qual reduz o tempo para apenas dois dias. “Muitas pessoas cometem erros primários, como mistura de grãos de umiutilizam a desfolhadeira. “Antes a limpeza do café era feita com vassouras, mais demorada. Após a invenção, foram comercializadas cerca de 700 peças, cada uma com preço final de R$ 35,00. A desfolhadeira tem outras utilidades como retirar sujeiras indesejadas de jardins”, informou. PATRÍCIA CASTANHEIRA, DE VIÇOSA

dade diferentes, camadas grossas que dificultam o movimento e contribuem para fermentar o café no terreiro. No curso, os participantes entendem os porquês de tudo isso, que podem interferir na qualidade final da bebida”, explicou o instrutor. No final do programa, os participantes ainda recebem informações para identificar e separar os defeitos do café. “Mas falta um gerenciamento desses trabalhadores por parte das fazendas para planejar melhor esse trabalho”, orientou Ataualpa.


Necessidades especiais

Instrutores aprendem técnicas para a inclusão Trinta e sete instrutores de Promoção Social (PS) participaram do treinamento sobre o Apoena – Programa de Inclusão de Pessoas com Necessidades Especiais nos Eventos do SENAR. De acordo com a coordenadora de PS do SENAR MINAS, Vânia Ferreira de Mello, o objetivo

do curso é fornecer subsídios aos instrutores para atuar em turmas em que há alunos portadores de necessidades especiais. Segundo a assessora técnica do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do Senar Nacional, Deimiluce Lopes Fontes, responsável

pelo treinamento, o curso trabalha a atitude do instrutor. “Não temos como fornecer uma receita de bolo, trabalhamos para acabar com as barreiras atitudinais”. Segundo ela, o instrutor não deve negar a existência do portador de necessidades especiais e nem querer

fazer as atividades por ele. Na educação, explica, o trabalho é sempre direcionado para deixar os alunos mais autônomos e independentes. A assessora informou que os portadores de necessidades especiais do meio rural sofrem mais preconceitos que no meio urbano e têm mais dificuldades de se sentirem incluídos na sociedade. “Eles são mais rotulados e ficam mais ‘escondidos’ por uma questão cultural. As pessoas são classificadas pela ‘falta’ e não pelo que ela é.”

Deficiência visual lidera ranking Em 2009, dos 23.227 alunos de Promoção Social do SENAR MINAS,

1.827

eram portadores de necessidades especiais O maior índice está entre os portadores de deficiência visual parcial

1.474

pessoas Confira os demais: Deficiência

Auditiva total Ortopédica Intelectual Visual total Múltipla

Nº de alunos

16 71 70 74 11

Grupo mais preparado para lidar com as diferenças

Aprendizado constante Os instrutores que participaram do treinamento já tiveram experiência com alunos portadores de necessidades especiais e, confessaram, tiveram dúvidas como agir. Maria Alice Pereira Assunção, da área de Saúde e Alimentação, disse que ao ministrar um curso para terceira idade, se

viu diante de duas alunas com deficiência visual total e teve que adaptar o material para atendê-las. “Fiz isso no dia seguinte e correu tudo bem. Com o curso, espero aprender a lidar com as várias necessidades. O meu olhar já mudou. O importante é saber que eles são capazes e levar os outros

alunos a entender essas diferenças”. O dentista Aprígio Swerts pensa da mesma forma. Já teve alunos cadeirantes, deficientes visuais e também auditivos. “O curso vai nos ajudar a mudar a abordagem e estimular para que haja mais participação dessas pessoas nos treinamentos”.

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CERICITA

Município colhe frutos depois de cursos do SENAR Os cursos do SENAR MINAS, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Sericita, apresentam bons resultados no município. De acordo com a mobilizadora Eloíza Saraiva pode-se notar um constante crescimento da produção de artesanatos e derivados do leite. Silvina Marques Neta Ribeiro participou do curso de Derivados do Leite em fevereiro e obteve bons resultados em sua produção. “Fazia queijo, mas de maneira diferente. Apren-

saúde

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di novas técnicas que dão qualidade ao produto e o fazem render. Com o soro estou produzindo ricota e bebida láctea achocolatada e de morango”. Maria Aparecida Soares participou, em 2009,

do curso de Pintura em Tecidos. Foi a primeira vez que pintou e hoje vende panos de prato, jogos de cozinha, toalhas e outras peças encomendadas. Iracema de Oliveira Queiroz também iniciou a produ-

PATRÍCIA CASTANHEIRA, DE VIÇOSA

Aproveitamento de alimentos melhora nutrição

As potencialidades nutritivas dos alimentos não são aproveitadas integralmente pela maioria dos consumidores. Muitas vezes, sementes, cascas e talos são descartados, enquanto poderiam fazer parte dos ingredientes de várias receitas. Para que as famílias rurais possam mudar os hábitos alimentares, o SENAR MINAS oferece em várias comunidades o curso de Planejamento de Cardápios com Apro10

Produção de derivados do leite ganha qualidade

ção de jogos para banheiro, cozinha e quadros, após o curso do SENAR de Pintura em Tecidos. De acordo com a mobilizadora, em virtude da credibilidade do trabalho do SENAR, as pessoas do campo estão valorizando cada vez mais a capacitação, querem ampliar o mercado de trabalho e aumentar a produção. “Em todos os lugares encontramos alguém que traz no rosto a satisfação com as oportunidades oferecidas pelo SENAR”.

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veitamento de Alimentos, como ocorreu em Mar de Espanha, realizado em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais. Para que as famílias possam planejar o cardápio, aproveitando os alimentos, a instrutora Rita Maria de Oliveira ensina a verificar a safra. Depois, levar em consideração o orçamento familiar, a disponibilidade de tempo e os utensílios necessários para preparar as refeições. A

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instrutora destaca ainda a questão da higiene. “A falta de higiene na preparação do alimento pode colocar a saúde em risco.” Como alimentos que podem ser aproveitados integralmente, Rita cita a abóbora e o maracujá. A semente de abóbora, por exemplo, pode ser torrada e consumida pura ou misturada aos alimentos. Já a casca do maracujá pode virar um doce. “A maioria das frutas, dos legumes e dos vegetais

podem ser aproveitados e as famílias rurais têm acesso a estes alimentos.” A participante Eliane Kátia Ferreira aprovou a capacitação e disse que pretende mudar os hábitos alimentares em casa. “O curso mostrou como aproveitar os alimentos e também como conservá-los. Dessa forma, vou fazer mais economia, já que evitarei o desperdício.” DANIELE GRUPPI, DE JUIZ DE FORA


GQS

Sindicatos buscam melhorias na gestão

Aprimorar ações que fortaleçam o trabalho dos Sindicatos dos Produtores Rurais, aumentando a sua eficiência na prestação de serviços e na representatividade da classe. Esse foi o desejo revelado pelas lideranças rurais durante o Programa Novos Rumos e implementado pelo SENAR MINAS em 2007, através do GQS (Ges-

tão com Qualidade no Sindicato). Desde então sindicatos do Sul de Minas, Vale do Mucuri, Zona da Mata, Triângulo e Norte já participaram do Programa e colhem resultados desse aprendizado. Em fevereiro, a turma do Norte de Minas – formada por presidentes de sindicatos e secretários executivos dos municípios de Bocaiúva, São Francisco, Januária, São João da Ponte,

Francisco Sá, Montes Claros e Coração de Jesus – terminaram mais um GQS. O curso levou a estes dirigentes orientações sobre administração. O levantamento dos registros permitiu ao instrutor Edson Fontes construir com os participantes uma análise da situação atual dos sindicatos e orientá-los no planejamento para otimizar os resultados pretendidos. “A administração inadequada pode causar vários problemas e prejuízos e, o

Presidentes animados com resultados Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Ricardo Laygton, antes do GQS a missão e os trabalhos do Sindicato não estavam bem definidos. “Depois do GQS passamos a elaborar planejamentos de curto, médio e longo prazos, com grandes melhorias no controle interno do Sindicato. Implantamos uma estrutura organizacional mais definida, que facilita e direciona melhor os serviços que prestamos. Com isso, estamos conseguindo alcançar nosso maior objetivo que é a defesa dos interesses dos associados”. Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Coração de Jesus, José Maria Lafetá Prates, as perspectiva mudaram após o GQS. “A expectativa é colocar em prática o que aprendemos, buscando a valorização do

que é pior, a evasão dos associados que, insatisfeitos com o apoio recebido, deixam de buscar os serviços da entidade”, explica Fontes. O diferencial do GQS é adequar a linguagem à realidade das entidades sindicais, tornando-o um instrumento eficaz e de fácil execução. O objetivo do Programa é melhorar os resultados apresentados nas administrações dos sindicatos, dando qualidade ao trabalho e aprimorando os serviços prestados.

Entidades mais preparadas

“Com serviços eficientes, alcançamos nosso maior objetivo que é a defesa dos interesses dos associados”, diz Ricardo Laygton

cliente. Já implantamos o serviço de auditoria e projetos agropecuários e estamos implantando também um serviço eficiente de arrecadação, a fim de poder sanar nossas dificuldades financeiras para oferecer mais serviços aos associados”.

José Botelho Neto, presidente do Sindicato de São Francisco, está entusiasmado. Segundo ele, sempre houve a vontade de organizar melhor a entidade, só que não sabia por onde começar. “Agora sabemos como começar e terminar”, brinca. A primeira iniciativa foi envolver mais a diretoria que passou a se reunir uma vez por mês, melhorando a comunicação entre os membros. “Agora estamos trabalhando com os associados, queremos atrair um número cada vez maior de produtores”. Mesmo sentimento teve o presidente do Sindicato de Bocaiúva, Mário Caldeira Brant. “O GQS arejou a nossa cabeça e está nos ajudando a sair da mesmice. Ele é tão avançado que ajuda não só a administrar o Sindicato, mas a nossa própria vida”, entusiasma. O Sindicato já começou a recuperar a história da entidade e a implantar um sistema de comunicação direta com o associado. Além disso, está programando os cursos do SENAR com mais critério para que haja ganhos para os produtores e para o município. COLABOROU CECÍLIA OLIVEIRA, DE MONTES CLAROS

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CANA LIMPA

Trabalhadores de Guaranésia são capacitados na colheita da cana O Programa Cana Limpa vai atender em maio 800 trabalhadores da Usina Alvorada Bebedouro, em Guaranésa. Os seminários ocorrem com turmas diárias de 40 trabalhadores, que recebem informações gerais sobre o corte da cana-de-açúcar e a postura profissional na atividade, totalizando 8 horas aula. O instrutor Humberto Antonio Cavalari Perez dá aulas teóricas e práticas, com demonstrações do trabalho e visita à lavoura. Os principais temas do seminário são: sistemas de colheita, corte manual da cana queimada, importância do profissional de corte, uso

Trabalhadores são capacitados através de seminários e recebem informações sobre sistemas de colheita, segurança no trabalho, postura etc

correto das ferramentas de trabalho, modalidades e qualidade no corte da cana, bem como carregamento e transporte. Além disso, os participantes recebem orientações de planejamento e

organização do trabalho a fim de garantir maior produtividade. Outros assuntos abordados no curso do SENAR são autoestima, cidadania, saúde, ginástica laboral, segurança no trabalho, cuidados com

o meio ambiente, importância da cultura da canade-açúcar, histórico e suas características. Os seminários são realizados em parceria com o Sindicato dos produtores Rurais de Guaranésia.

Parceria permite atendimento à demanda Em Bambuí, trabalhadores da Usina Agroindústria Total Cana e produtores do município participaram do curso de Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas, ministrado pelo instrutor

Ronaldo Goulart Magno Júnior, que repassou aos alunos informações de como operar trator agrícola de pneus (TAP) acoplado a implementos agrícolas. Conforme a mobiliza-

Carla Medeiros, Lucila Alves Guimarães e Silvana Matos

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Maio de 2010

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INFORMATIVO FAEMG/SENAR

dora do Sindicato de Bambuí, Eva Julieta de Melo, a parceria com a usina está permitindo atender às demandas de mais cursos solicitados ao SENAR. Para este ano, foram solicitados os treinamentos

de irrigação no sistema autopropelido, prevenção de acidentes, aplicação de agrotóxicos, colhedora de cana, além de outros cursos de máquinas agrícolas. KEULY VIANNEY, DE PASSOS


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