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CENTRO DE CAPACITAÇÃO AGROECOLÓGICO CARLA VECHINI SPIRONELO
Dedico este trabalho aos meus pais. Obrigada.
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2014 FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO | PUC CAMPINAS
CENTRO DE CAPACITAÇÃO AGROECOLÓGICO ORIENTADOR |
ANTONIO FABIANO JUNIOR
ALUNA |
CARLA VECHINI SPIRONELO RA: 09027773 Campinas, dezembro de 2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e minha família por todo apoio e ensinamentos, em especial, aos meus pais Alice (in memoriam) e Carlos, que me fizeram, de perto ou de longe, ser o que sou hoje, pela
força e apoio, por me ensinarem a ser forte e a batalhar para alcançar meus objetivos. Agradeço a PUCC e principalmente ao meu pai, pela oportunidade de intercambio, onde pude vivenciar experiências pessoais e acadêmicas maravilhosas. Agradeço ao Guilherme, Elisa, Raíssa e Giovana pelo apoio e conselhos. Agradeço imensamente ao meu professor orientador Antonio Fabiano Junior, por me incentivar, inspirar e me fazer enfrentar desafios extremamente pertinentes ao longo deste
ano. Obrigada pelo carinho, atenção e dedicação. Obrigada a todos que participaram da minha trajetória até hoje e por fazerem parte de mais um sonho realizado.
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ÍNDICE
Apresentação
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1. O que.
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2. Porque.
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3. O tema.
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4. Inserção Urbana e Conexões
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5. Partidos de projeto 5.1. A água 5.2. A terra 5.3. Possibilidade de expansão 5.4. A arquibancada 5.5. A praça 5.6. A horta
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6. Arquitetura e Programa 6.1. Nível 5,00 6.2. Nível 0,30 Cortes
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7. Constructo
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8. Cursos e Eventos
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9. Considerações finais
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10. Referências
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Bibliografia
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"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e, esquece-se da urgĂŞncia de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta."
foto: Katie Standke
Autor desconhecido
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APRESENTAÇÃO O conceito de agroecologia sintetiza todos os esforços em produzir uma proposta de agricultura abrangente, que seja socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; um modelo que seja o embrião de um novo jeito de relacionamento com a natureza, onde se protege a vida toda e toda a vida. (1) “A proposta agroecológica defende técnicas e formas de cultivo em harmonia com o meio ambiente. Com uma abordagem consciente na dinâmica da natureza, a agroecologia permite a recuperação da fertilidade dos solos sem o uso de fertilizantes minerais, assim como o cultivo sem o uso de agrotóxicos. A agroecologia permite uma atividade economicamente viável mesmo que ecologicamente sustentável “. fonte: http://www.agroecologica.com.br/
Se quebramos a palavra agro, do grego agrós, elemento que exprime a noção de agricultura e ecológico, adjetivo 1 relativo às relações entre o humano e a natureza e 2 que respeita a natureza, podemos encontrar a chave do problema que se quer tratar. foto: Katie Standke Nota 1: Artigo Publicado originalmente no site <http://www.agroecologia.inf.br/secoes.php?vidcanal=7>.
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1. O QUE. O ser humano e natureza sempre se encontraram, ora em embate, ora em comunhão. Poderíamos criar um paralelo entre a relação ser humano e meio ambiente com a própria relação indivíduo e sociedade através de como nos instrumentalizamos para criar e conviver conjuntamente. Pensando nessa questão, o projeto Centro de Capacitação Agroecológico nasce não como um manifesto contrário aos embates ser humano x natureza, nem ao entendimento de que este deve se aliar a natureza como um ser acoplado a um meio pré-existente que não é ele em si, mas como uma reverencia ao valor do espaço enquanto instrumento humano. Ou seja, cabe aqui deixar claro que as relações estabelecidas em projeto entendem que o ser humano é natureza e que todo traço projetado foi pensado como tal.
foto: Gabo Morales
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2. PORQUE. Apesar de ser a maior metrópole do país e continuar se expandindo cada vez mais, a cidade de São Paulo tem desenvolvido práticas de agricultura urbana em praças e vazios existentes em seu tecido urbano. São Paulo é a maior cidade do Brasil, com mais de onze milhões de habitantes e é um grande exemplo de poluição e insustentabilidade. Porém, algumas pequenas ações já podem ser consideradas como um fator positivo para a cidade, apesar de parecer um paradoxo. Atualmente, muitos paulistanos dentro da região metropolitana se sustentam com o que plantam e o que colhem. Isso pode ser visto em números. Segundo o levantamento da prefeitura da cidade, há mais de mil pequenos produtores rurais dentro dos limites metropolitanos de São Paulo. A grande maioria está concentrada em uma região na zona sul, o distrito de Parelheiros. Esta concentração não é aleatória: a região se constituiu historicamente como um cinturão verde da cidade e que ainda guarda características do campo. Estas pequenas áreas de cultivo na zona sul da cidade não se assemelham em nada com a organização da metrópole. Com traços de campo, suas ruas são de terra e muito arborizadas e possuem ainda a presença de duas áreas de proteção ambiental. A atividade é de grande importância para a economia da região: além de
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alimentar famílias, a produção abastece feiras, gera empregos e ainda funciona como uma estratégia de preservação das reservas ambientais e dos mananciais presentes também na região.(2) O Centro de Capacitação Agroecológico faz parte de um sistema metropolitano que complementará e trabalhará em conjunto com a terra e com os vários pontos de outros centros implantados por toda a cidade - Escolas Estufa Lucy Montoro, organizações e movimentos como o “Cidades sem fome” e “Slow Food” - além das Hortas Urbanas já localizadas em vários espaços da cidade, servindo como referência para a metrópole na conscientização ambiental e na melhoria da qualidade de vida, expandindo o que se produz aqui, nesta área desconhecida por muitos, mas vital para a sobrevivência de quem vive lá, na parte “cinza”. Ele será um porto de troca, uma ponte entre as duas cores da mesma cidade, fazendo com que o Lá e o Cá se transforme em um só, pois o que um dia foi renegado, hoje não possui barreiras. Assim, este espaço estimulará a produção de hortaliças, frutíferas e plantas aromáticas, além das diversas formas de cultivo, reciclagem e compostagem, capacitando e disseminando os ensinamentos não só na zona sul, mas atingindo toda a população da grande metrópole, que a partir dos planos propostos terá fácil acesso por água ou por terra. .
Nota 2: Artigo Publicado originalmente no site <http://www.archdaily.com.br/108756/sao-paulo-e-sua-crescenteagricultura-urbana>.
RegiĂŁo Metropolitana de SĂŁo Paulo fonte: http://www.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165024.jpg
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MOVIMENTO SLOW FOOD â&#x20AC;&#x201C; Avenida Paulista
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fonte: http://noticias.uol.com.br/
Por mais que existam grandes variedades do método de ensino e respeito à terra hoje, a base sempre é a mesma: impõem-se conteúdos que as pessoas devem aprender, como se devem aprender e mais do que isso, apresentam esse conteúdo como um recorte apartado de seu cotidiano ao invés de deixar livre a interrelação do que se aprende com o que se usa. Difundindo o interesse e o conceito de hortas, o projeto acredita em uma nova relação do ser humano com a terra, do alimento com o ato de comer, do valor do trabalho com o valor da troca e acredita que grandes áreas de plantio só tem valor quando conversam com pequenas hortas feitas em casa, no quintal, na varanda ou na praça da frente de onde vivemos.
CIDADES SEM FOME - Agricultura Urbana na Zona Leste de São Paulo fonte: http://www.comunidadebancodoplaneta.com.br/
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3. O TEMA. O Centro de Capacitação Agroecológico possui uma função de extrema importância na área estudada. Devido a nova relação urbano x rural que estamos predicando, surgiu a necessidade de capacitar a população para entender o valor da terra de forma sustentável, racional e saudável. A intenção é capacitar toda a população de forma abrangente, por conta disso, o projeto está localizado no “Portal” da área de intervenção, tendo acesso por transporte fluvial, transporte público pela estação intermodal )localizada a poucos metros do projeto), bicicleta ou por transporte privado.
O ensinar é o primeiro passo, ensinar que o ser humano é natureza e, sem ela, não sobrevivemos. O Centro de Capacitação Agroecológico é um local de retorno do valor da terra, um local de cultivo e conhecimento e qualquer pessoa, de qualquer idade poderá frequentá-lo.
foto: Katie Standke
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AGROECOLOGIA
“Ao se trabalhar uma propriedade agro-ecologicamente é preciso considerar a complexidade dos sistemas, dentro e fora da propriedade. Os agricultores e os técnicos vêem a lavoura e a criação como elementos dentro da natureza, que não podem ser trabalhados isoladamente. Precisa-se conhecer os elementos dessa diversidade para que se possa manejá-los adequadamente, trabalhando a favor da natureza e não contra ela, como é feito na agricultura convencional.” fonte:http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/agroecologia/como_fazer_agroecologia%3F.html
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4. INSERÇÃO URBANA E CONEXÕES. foto: Ricardo Carvalho
O Centro de Capacitação Agroecológico está localizado no distrito de Parelheiros ao extremo sul de São Paulo, sua implantação se dá no braço Taquacetuba da Represa Billings, no trecho da estrada do Curucutu que dá acesso ao núcleo indígena com o mesmo nome. Nas proximidades estão localizados o atual posto da guarda Ambiental da APA e o terminal intermodal.
foto: Bárbara Ghirello
foto: Ricardo Carvalho
fonte: www.ambiente.sp.gov.br/
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O projeto está dentro de uma Zona de Proteção Ambiental onde atividades de Pesquisa e educação ambiental são permitidas. A implantação foi escolhida estrategicamente por estar na borda de um sistema de transporte metropolitano da área de intervenção, local de entrada e saída de alimentos, pessoas e conhecimento. Mais do que estar localizado na junção do sistema verde e azul, o espaço proposto entende estes sistemas como pólos indissociáveis e correlatos. As plantas são água e a água é verde. As trocas entre seus valores têm não só funções, mas significados. Com isto a terra é respeitada desde a camada da plantação ao desenho da implantação do Centro e a água rompe o espaço, dá subsídios para ele existir e liga este pequeno pedaço de roça à todo o resto da cidade. No eixo proposto, parte final de uma linha pontuada por acontecimentos que remetem e remontam a máxima de que ser humano é natureza, trabalha também de forma conjunta com os outros equipamentos, recebendo a xepa do Mercado (desenvolvido por Giovana Bragiola), pesquisando novas técnicas para a produção na Horta Vertical (desenvolvido por Giovana Reis), recebendo gente do Terminal (desenvolvido por Jéssica Motta), Centros de Cultura (desenvolvidos por Bárbara Ghirello e Isabela Godoy) e Centro Aquático (desenvolvido por Isabela Bredariol) e dialogando com o Centro Verde (desenvolvido por Elisa Broglio) como ponto simbólico do valor do que nasce na e da terra.
1.RECORTE DO PROJETO URBANO sem escala
2.LOCALIZAÇÃO sem escala
1- Terminal Intermodal (Jéssica Motta) 2- Centro de Capacitação Agroecológico
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5. PARTIDOS DE PROJETO. O Centro de Capacitação Agroecológico teve como partido seis pontos relevantes:
5.1. A ÁGUA A linha inaugural do projeto foi sua ligação com a represa, localizado propositalmente no “Portal” da área de intervenção com a ideia de conectá-lo com toda a metrópole através dela. Com a barragem já localizada a alguns metros do projeto, a intenção foi criar outra conexão, passando por baixo da atual estrada e chegando ao nível 0,00 do projeto. A água rompe a métrica do desenho, organiza o espaço e trabalha como elo de ligação entre o conhecimento produzido inloco e a disseminação deste mesmo conhecimento. .
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5.2. A TERRA A intenção do projeto foi modificar o mínimo da terra. A arquitetura ali colocada só pousa no território existente. Como o terreno já havia sido modificado para a construção da estrada, ele possui apenas um talude de 5,00 m de desnível onde foi implantada a grande arquibancada.
foto: André Pimentel
5.3. POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO O projeto é uma roça nascida do jeito arcaico humano de se posicionar no sítio. São linhas de circulação e pavilhões com espaços que oferecem local para estudo e criam cercados de proteção à plantação, como um jeito de criar micro cosmos verdes. Sua configuração indica essa possibilidade de expansão sobre o campo, não de forma predatória mas calma e gentil. Toca a terra respeitando-a em seu estado atual e entende que suas estufas, laboratórios e salas de aula modulares podem continuar crescendo de forma complementar à produção direta da terra. Esses volumes são acoplamentos em pequenos caminhos de madeira, que organizam, desenham e direcionam a plantação e o conhecimento sobre a terra.
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5.4. A ARQUIBANCADA Estabelecida a partir do desnível de +5,00 m existente na área, foi desenhada não apenas como acesso, mas também como contemplação e apoio para eventos, palestras e apresentações que ocorrerão na praça do nível 0,30m. Se relaciona com a praça e com a chegada da água.
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5.5. A PRAÇA A partir do conceito de feiras livres, foi criada uma grande praça como continuação do nível da rua, tornando-se uma grande explanada-mirante da área. É um local de encontros e contemplação. Esta convida a aproximação de todos e possui capacidade de abrigar diversos tipos de eventos. Seu piso é de madeira, material renovável na natureza, e recebe pequenos buracos para ligar a vista do céu ao chão. No nível de baixo, +0,30, fica uma grande praça coberta que articula os demais pavilhões e também tem caráter de convívio, sendo extensão das salas, cozinha experimental e estufa.
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5.6. A HORTA A horta como essência do projeto, está localizada em seu centro, circundada pela praça, anexos educacionais e estufa que estão conectados através de um percurso no nível +0,30 que pousa sobre a terra; com isso, tem-se claro o que é a experiência com a terra e o que é passagem/permanência.
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6. ARQUITETURA E PROGRAMA.
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NÃvel 5,00
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O projeto, como descrito anteriormente, é dividido em pavilhões autônomos programaticamente que convergem para as praças – coberta +0.30 e descoberta +5,00 – e para a produção agrícola do pátio e percurso capaz de possibilitar seu aumento exponencial.
6.1. Nível +5,00 Praça mirante e passarelas O acesso ao Centro de Capacitação Agroecológico se dá pela praça ou pela arquibancada onde se pode acessar diretamente o nível +0,30. A praça do nível +5,00m possui uma ideia de invisibilidade no território, já que é a continuação do nível da calçada. Os triângulos que ora servem de banco ora de mesas ora de vazio no piso possuem transparência, dessa forma conseguem conectar o nível +5,00 com a praça coberta abaixo, no nível +0,30.
A estufa é o único volume que se anuncia ao nível da rua, e na passarela que a corta, pode-se observar o que acontece no nível da terra. A estufa também recebe passarela no nível +5,00 para visualização da produção desta vista do alto. Todos os volumes são conectados com um percurso continuo e nesse percurso pode-se ter acesso ao teto verde dos anexos de wc, salas, cozinha experimental e administração que estão no nível +4,50
< Planta Nível 5,00 | sem escala 1 – Praça; 2- Recepção; 3- Estufa
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NÃvel 0,30
3
4 7
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6.2. Nível +0,30 Estufa, aprendizado e trocas No nível +0,30, estão localizados o depósito para chegada e saída de alimentos, praça coberta, administração, cozinha experimental, salas de aula, laboratório e estufa. Estes volumes estão elevados e conectados por um percurso que pousa na terra que está no nível 0,00, pois o que se propõe aqui é que a terra deve ser reverenciada. Abaixo da praça no nível +5,00, temos a praça coberta. Sua estrutura remonta a ideia de floresta com seus pilares ramificados como uma árvore. A atitude geométrica se une a uma arquitetura de significado demarcando o espaço de congraçamento e convivência entre floresta, produção agrícola e encontro de pessoas. O volume da Cozinha Experimental completa a intenção do projeto, pois aqui se planta, se cultiva, se colhe, se ensina e se alimenta. É neste local que as pessoas terão a oportunidade de aprender a preparar os alimentos a partir de aulas práticas e teóricas; para tanto, uma pequena arquibancada também foi desenhada aqui. Além disso, é um espaço aberto a todos os frequentadores que podem colher, pagar pelo produto e preparar sua própria refeição. Os volumes de sala se abrem para o território e o laboratório para um pequeno espaço de convívio. A estufa complementa a horta, ambos no nível 0,00. Seu resfriamento se dá por um sistema de refrescamento do ar por vento e água. A partir de um espelho d’água, a água é bombeada para uma canaleta localizada acima de um muro gabião. A implantação deste muro levou em consideração o vento predominante da região. Assim o vento passa controlado por entre as pedras, rompe a cortina d’água e umidifica o ar da estufa. Caso não tenha vento no momento, sua ventilação será feita mecanicamente.
<
Planta Nível 0,30 | sem escala
1 –Depósito; 2- Administração; 3- Praça coberta; 4- Cozinha experimental; 5- Salas; 6- Hortas; 7- Estufa
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Corte BB| sem escala
Corte FF | sem escala
Corte EE | sem escala
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7. CONSTRUCTO.
A estrutura na natureza nasce de um ponto: a árvore nasce de um ponto e, a partir dela saem seus galhos e raiz; a folha nasce de um ponto e a partir dela ramificações ganham o espaço. Isso acontece continuamente também em seus frutos e flores. A estrutura do Centro de Capacitação Agroecológico reverencia esse estado de força pousando em poucos pontos na terra. Assim, todos os pavilhões ganham estruturas que se ramificam e seu ápice acontece na cobertura em madeira da praça. A madeira utilizada na estrutura da praça e guarda-corpos é a madeira pinus, pois é uma das madeiras com maior índice de reflorestamento no brasil e facilmente encontrada em São Paulo. A estrutura da estufa e anexos é a feita em aço. O fechamento da estufa é feito em tela e os anexos em placa reciclada de tubo de creme dental.
Os anexos possuem cobertura em “teto verde”, sendo possível acessar e cultivar na laje, que possui também sistema de captação de água da chuva.
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8. CURSOS E EVENTOS. O Centro de Capacitação Agroecológico possui capacidade de abrigar eventos de pequeno a médio porte, onde poderão ser realizadas oficinas, palestras, cursos, feiras livres e experiências de experimentação e contemplação do território. Exemplos que podemos encontrar atualmente na cidade de São Paulo e que podem ser recebidos no projeto: Movimento Slow Food
Disco Xepa
“São Co-produtores e não simples consumidores.”
Acreditam que todos têm o direito fundamental ao prazer de comer bem e consequentemente têm a responsabilidade de defender a herança culinária, as tradições e culturas que tornam possível esse prazer. O Slow Food segue o conceito da ecogastronomia, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta. Bom, limpo e justo: é como o movimento acredita que deve ser o alimento. Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e apoiadores em 150 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores. fonte: http://www.slowfoodbrasil.com/
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Faz parte de um coletivo que mobiliza as ações do Movimento Slow Food e tem como objetivo alertar o público sobre as questões de desperdício e consumo responsável. Há vários anos na cidade de São Paulo, a intenção é a transformação social e ambiental através daquilo que se come. Como se planta e como acontecem as trocas. As ferramentas de ação são a educação por meio do embasamento técnico, do encantamento e da alegria de conviver e partilhar. Tratam de assuntos muito importantes e urgentes por meio de pequenas ações educativas, participações em eventos, praças, centros de referencia, conselhos e comitês onde são compreendidas, negociadas e encaminhadas as soluções por um sistema alimentar cada vez melhor.
fonte: http://www.kickante.com.br/campanhas/em-acaopelo-fim-do-desperdicio-alimentar
fonte: https://edibleschoolyard.org/
fonte: http://www.archdaily.com.br/
foto: Katie Standke
fonte: http://edibleschoolyard.org/
fonte: http://schmidling.com
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Ao projetar o Centro de Capacitação Agroecológico, percebemos que as pessoas estão cada vez mais interessadas a se relacionarr com o território, por conta disso vemos muitos movimentos em São Paulo e no mundo que tem como meta promover essa conscientização, além da boa alimentação. Esse novo jeito de viver aproxima as pessoas não só da natureza, mas também ensina a valorizar e cuidar do nosso planeta. É preciso entender que um novo pacto entre a população e seu habitat deverá ser feito. Nós e nossos ancestrais sempre plantaram. Plantamos para nosso sustento, como nosso ofício e como forma de perpetuar conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. É preciso criar um novo jeito de se posicionar no mundo. É preciso entender um novo jeito de alimentar o mundo. Novas práticas de como se alimentar vem de frente às novas práticas de como produzimos esses alimentos. Não adianta resolver um sem o outro. Não adianta construir um mundo em cima de uma terra sem respeitar a terra. Não adianta propor um novo mundo sem propor novos pactos entre as pessoas e natureza. A intenção do projeto é capacitar a população para que estas novas trocas possam ir desde a geração de renda até a promoção de um simples contato com a terra dentro de casa, na praça ou em espaços vazios na cidade. A importância dessa vivencia é fundamental para nossa sobrevivência. Esta terra projetada e apresentada aqui acredita que Nós somos Natureza.
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10. REFERÃ&#x160;NCIAS.
fotos: Katie Standke
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foto: Value Farm
fonte: http://www.douban.com/event/20628056/
fonte: http://edibleschoolyard.org/
fonte: http://schmidling.com
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SAGRADA FAMÍLIA | foto: JF Rauzier
Horta Comunitária na Praça da Coruja – Hortelões Urbanos
Escola Estufa Lucy Montoro
“ plantação das Corujas é a primeira horta comunitária em praça paulistana e, desde que começou, tem inspirado ocupações semelhantes nas áreas verdes da cidade. “É um experimento não só agrícola, mas principalmente sociológico. Não é voltado para o abastecimento, mas para a educação ambiental na cidade”, afirma a jornalista Claudia Visoni, 48, enquanto cuida de canteiros onde são colhidos morangos, tomates, abacaxis, mamões e temperos. Além de produzir alimentos orgânicos e de criar novos grupos sociais, o trabalho dos hortelões acaba recuperando espaços antes degradados. A ideia da horta não é o abastecimento de alimentos e sim, o incentivo ao contato com a terra.
O programa gerido pela Conpares tem por objetivo ser um espaço de aprendizado, vivência e educação, promovendo para os moradores da cidade, a oportunidade de participar de projetos que incentivam melhorias na educação e saúde, além de promover o cuidado com a natureza.
fonte: https://hortadascorujas.wordpress.com/
fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/
foto: Daniela Souza/Diário SP
Dentro de cada unidade do programa Escola Estufa, são lecionados os cursos Horta Escola: por uma cidade sustentável e Frutos da Terra, que proporcionam aos participantes através de aulas práticas e teóricas lecionadas por profissionais capacitados, o conhecimento sobre o cultivo de hortaliças, vegetais, flores, produção de árvores nativas, espécies para paisagismo, minhocário e atividades agrícolas.
foto: http://www.prefeitura.sp.gov.br/
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8. REFERÊNCIAS PROJETUAIS.
The Women's Opportunity Center Sharon Davis Design
Mocuba Training Center Proyect – Architecture for a Change
O projeto baseia-se no suporte para a infraestrutura social de Ruanda, onde as mulheres podem se capacitar para o trabalho e aprender novas habilidades, utilizando os serviços para encontrar um emprego ou iniciar seus próprios negócios.
A intervenção do projeto consiste no desenvolvimento da educação de adultos e a oportunidade de adquirir renda com a venda dos produtos manufaturados no local.
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Escola M3 - M3H1 Arquitectura
Centro Cultural do Café - Jane Kim Design
É um projeto que, mediante pequenas modificações, pode se adaptar tanto às condições climáticas quanto a situações de desastres naturais em diversas regiões rurais da Colômbia.
O Centro Cultural de Capacitação do Café se dedica à educação de café para os baristas profissionais e consumidores amadores. Serve de espaço para aulas, showroom, restaurante, auditório e espaço de eventos.
O desenho do módulo (5m x 5m) segue um sistema construtivo montado de forma simples que permite infinitas possibilidades de implementação.
foto: cortesia de M3H1 Arquitectura
foto: Alan Tansey
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Parque Manancial de Ă guas Pluviais - Turenscape
foto: Courtesy of Turenscape
Value Farm - Thomas Chung
foto: Value Farm
Covington Farmers Market - design/buildLAB
Escola Internacional de Hout Bay - Luis Mira Architects + StudioMAS + Sergio Aguilar
foto: design/buildLAB
foto: Wieland Gleich
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BIBLIOGRAFIA
Vinnitskaya, Irina. "Centro de Oportunidade para Mulheres em Ruanda / Sharon Davis Design" [Women's Opportunity Center in Rwanda / Sharon Davis Design] 28 Jun 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Márquez, Leonardo) Acessado Jun 2014 . <http://www.archdaily.com.br/123677/centro-de-oportunidade-para-mulheres-emruanda-sharon-davis-design> Tomás, José. "Projeto de Centro de Treinamento em Mocuba / Architecture for a Change " [Mocuba Training Center Project / Architecture for a Change ] 13 Oct 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Helm, Joanna) Acessado Jun 2014. <http://www.archdaily.com.br/145869/projeto-de-centro-de-treinamento-em-mocubaarchitecture-for-a-change> "Escola M3: uma proposta modular, flexível e sustentável para as áreas rurais da Colômbia" [Escuela M3: una propuesta modular fléxible y sustentable para las zonas rurales de Colombia] 30 Nov 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado Jun 2014. <http://www.archdaily.com.br/156144/escola-m3-uma-propostamodular-flexivel-e-sustentavel-para-as-areas-rurais-da-colombia>. "Centro Cultural do Café / Jane Kim Design" [COUNTER CULTURE COFFEE TRAINING CENTER / Jane Kim Design] 13 Jan 2014. ArchDaily Brasil. Acessado Jun 2014. <http://www.archdaily.com.br/167934/centro-cultural-do-cafe-jane-kim-design> "Value Farm / Thomas Chung" 17 Feb 2014. ArchDaily. Accessed Jun 2014. http://www.archdaily.com/?p=477405 "Escola Internacional de Hout Bay / Luis Mira Architects + StudioMAS + Sergio Aguilar" [The International School of Hout Bay / Luis Mira Architects + StudioMAS + Sergio Aguilar] 01 May 2014. ArchDaily Brasil. Acessado Jun 2014. <http://www.archdaily.com.br/br/601360/escola-internacional-de-hout-bay-luis-miraarchitects-mais-studiomas-mais-sergio-aguilar> "Parque Manancial de Águas Pluviais / Turenscape" [Qunli Stormwater Wetland Park / Turenscape] 07 Jan 2014. ArchDaily Brasil. Acessado 16 Nov 2014. <http://www.archdaily.com.br/166572/parque-manancial-de-aguas-pluviais-turenscape> Escola Estufa Lucy Montoro, Acessado Jun 2014 <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/ermelino_matarazzo/ noticias/?p=35059>. Fotos Katie Standke, Acessado Set 2014. < http://katiestandke.com/>.
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foto: Katie Standke