arquitetura e
urbanismo carlayla cruz | uvv 2015
open mall l caracterização e abordagem
de uma nova dinâmica comercial
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CARLAYLA M. DA CRUZ PINHEIRO
OPEN OPEN MALL: MALL: CARACTERIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO E E ABORDAGEM ABORDAGEM DE DE UMA UMA NOVA NOVA DINÂMICA DINÂMICA COMERCIAL COMERCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Vila Velha como requisito parcial para obtenção do Grau em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª Aparecida N. Jesus.
Drª
Luciana
VILA VELHA 2015 3 162
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CARLAYLA M. DA CRUZ PINHEIRO
OPEN OPEN MALL: MALL: CARACTERIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO E E ABORDAGEM ABORDAGEM DE DE UMA UMA NOVA NOVA DINÂMICA DINÂMICA COMERCIAL COMERCIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Vila Velha como requisito parcial para obtenção do Grau em Arquitetura e Urbanismo. COMISSÃO EXAMINADORA: Profª Drª Luciana Aparecida N. Jesus. Universidade Vila Velha Orientador Profª Drª Larissa Leticia Andara Ramos Universidade Vila Velha Coorientador Profª João Marcelo de Souza Moreira Avaliador Externo
VILA VELHA 2015 5 162
À memoria do meu pai de coração, que se foi há alguns anos, não tendo a oportunidade de compartilhar deste momento; A minha mãe, pela dedicação e incentivo, os quais me permitiu chegar até aqui; Ao meu avô, por todo o amor que me dedica; Ao meu irmão, pelo carinho e apoio; E, aos meus amigos, anjos colocados por Deus em minha vida. 6 162
agradecimentos agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus, por me permitir concluir este trabalho, dando-me forças para continuar sempre. Ao meu pai, Sebastião de Souza (in memoriam), que muito me ensinou e, que mesmo não podendo compartilhar deste momento, sempre esteve presente em meu coração. Muito obrigada. Agradeço á minha mãe de coração, Maria de Lourdes que com grande esforço me proporcionou esta oportunidade. Espero devolver a você todo este esforço com muito orgulho. Muito Obrigada. Ao meu querido irmão Sidilon e ao meu avô amado Luís, obrigado pelos conselhos, pelas ajudas e pelo incentivo. Muito obrigada sempre. Agradeço á minha orientadora, Prof.ª Luciana, minha guia no desenvolvimento desta pesquisa. Muito obrigada pela ajuda, pelo empenho e dedicação. Ao Arquiteto João Marcelo, pela disponibilidade em compor a banca que avaliará este trabalho, e por proporcionar o melhor ambiente o qual tive a oportunidade de trabalhar. Muito obrigada pela oportunidade, por compartilhar seu conhecimento sempre, e pelos momentos descontraídos de trabalho, o qual tornaram muito melhor os dias que sucederam as madrugadas sem dormir. A todos meus amigos, em especial à Isadora Klein e Marieta Zouain, por me proporcionarem momentos de alegria em meio à tensão e exaustão dos dias. Agradeço de coração. E por fim, a meu amigo Caio Carmo, por estar sempre disponível a me ajudar. Sem você não digo que não teria conseguido, mas sim, teria sido muito mais difícil. Muito obrigada. A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente no desenvolvimento desta pesquisa, citados aqui ou não, o meu muito obrigado!
Carlayla M. da Cruz Pinheiro 10 de junho de 2015 7 162
resumo O presente trabalho visa apresentar os aspectos mais específicos de um formato de centro comercial, ou por assim dizer, Shopping Center - denominação brasileira, de maior crescimento no Brasil e no exterior, o Open Mall. Estilo aberto, moderno e arrojado, com forte apelo ao contato e integração do homem com o ambiente externo, dando ênfase à sustentabilidade, que é uma prioridade no modelo de vida atual. Para consolidar a questão de maneira prática, a proposta vai além da uma mera discussão conceitual e teórica, se dispõe a criar um projeto de centro comercial Open Mall voltado para a realidade da cidade de Vitória, no Espirito Santo. A ideia é fundamentada na busca de novas interpretações práticas de um conceito que tende a moldar não só as tendências comerciais, mas a própria organização urbana, de maneira esteticamente moderna e racionalmente viável, e na falta de ambientes comerciais que apresentem similaridade com essa tipologia no ambiente capixaba. Protagonista nesta pesquisa, a implantação de uma nova arquitetura comercial no ambiente capixaba, um ambiente onde o contato com o exterior é abundante, devido principalmente às características litorâneas e topográficas, mas deficiente em arquiteturas que tornem o seu ambiente natural, o principal ator da cidade. Palavras-chave: Arquitetura, Centros comerciais, Shopping ao ar livre, sustentabilidade. 8 162
abstract This paper aims to present the most specific aspects of a commercial center, or in other words, Shopping Centers – as they are denominated in Brazil – which has the biggest growth in Brazil and in all the world; the Open Mall. Open, modern and bold style, with a strong appeal to human contact and its integration with the external environment, with emphasis in sustainability, a priority in the modern life. To consolidate the issue in a practical way, the proposal goes beyond a simple conceptual and theoretical discussion, it tries to create a project of a c’ommercial center, Open Mall, that deals with the reality of Vitória city, in Espirito Santo. The idea is based on the seach of new pratical interpretations of a concept that intents to mold not only the commercial tendencies, but the urban organization in a modern aesthetically way, reasonably and viable; and in the lack of commercial environments that have similarities with this typology in the Espirito Santo’s environment. Protagonist in this research, the with new architecture commercial for this environment, an environment where the contact with nature is abundant, owing mainly to the coast and your topographical characteristics, but deficiente in architectures that can make the natural environment the main actor of the city. Key-words: Architecture, Commercial centers, Open air mall, Sustainability. 9 162
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“A arquitetura é a vontade da sua época traduzida em espaço”. Mies Van Der Rohe 11 162
lista de figuras Figura 1 – Planta Baixa do Grand Bazar. 29 Figura 2 – Ágora Grega(A) e Fórum Romano (B). 30 Figura 3 – Galerie Vivienne (A) e Le Grand Colbert Galerie (B). 31 Figura 4 – Shopping Northgate, Seattle, 1950. 32 Figura 5 – Shopping Iguatemi São Paulo. 33 Figura 6 - Yorktown Centre, EUA: Shopping como local puramente comercial. 36 Figura 7- Planta Baixa de Shopping Center composto por uma única edificação – circulação externa ao shopping (A) e Shopping Center composto por várias edificações – fechamento das circulações (B). 36 Figura 8 – Arndale Centre – Complexo Multiuso. 37 Figura 9 – Shopping Centers: Padrões “strip”, galeria e “L”. 42 Figura 10 – Tipologias de Superfície Comercial. 43 Figura 11 – Tipologias da Superfície Comercial – o DUMBELL (A) e o CLUSTER (B). 43 Figura 12 – Planta Baixa de shoppings localizados no contexto urbano: Formato “L” (A) e em formato “T” (B). 44 Figura 13 – Planta Baixa de shoppings localizados fora do contexto urbano: formato “cruciforme” (A), formato “cata-vento” (B) e formato de “oito” (C). 44 Figura 14 – Santa Monica Place: Perspectivas dos Acessos (fachada). 60 Figura 15 – Santa Monica Mall quando construído em 1980. 62 Figura 16 – Santa Monica Place: Planta de Localização. 62 Figura 17 – Santa Monica Place: Planta de Situação. 63 Figura 18 –Santa Monica Place: Planta de Implantação. 63 Figura 19 – Santa Monica Place: Plantas Baixas Esquemáticas (modificado). 64 Figura 20 – Santa Monica Place: Vistas Praça Central. 65 Figura 21 – Santa Monica Place: Vistas do Terraço. 65 Figura 22 – Santa Mônica Place: Vistas do Mall. 65
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Figura 23 – Santa Monica Place: Vistas Paisagismo. 66 Figura 24 – Antara Polanco: Planta de Localização. 67 Figura 25 – Antara Polanco: Vista Fachada. 67 Figura 26 – Antara Polanco: Planta de Implantação. 69 Figura 27 – Antara Polanco: Plantas Baixas Esquemáticas. 68 Figura 28 – Antara Polanco: Revestimentos. 70 Figura 29 – Antara Polanco: Vistas Paisagismo do Mall. 71 Figura 30 – Antara Polanco: Vistas Materiais dos Pisos. 71 Figura 31 – Perspectiva Baía de Vitória 77 Figura 32 - Mapa Localização de Vitória no Brasil. 78 Figura 33 - Regiões Administrativas de Vitória. 78 Figura 34 – Mapa Bairro Bento Ferreira. 79 Figura 35 – Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória. 80 Figura 36 - Mapa Hierarquização Viária 81 Figura 37– Mapa de Localização do Terreno 1 (Jardim da Penha) 82 Figura 38 - Projeto Centro Treinamento Esportivo Jayme Navarro. 85 Figura 39 – Mapa de Localização do Terreno (Bento Ferreira). 85 Figura 40 - Topografia do Terreno. 86 Figura 41 – Mapa de Uso do Solo. 86 Figura 42 - Edificações Institucionais: (A) Prefeitura Municipal; (B) Escola São Domingos; (C) Ginásio Jones dos Santos Neves; (D) SENAI. 87 Figura 43 - Padrão Edificações Residenciais de Baixo Gabarito. 87 Figura 44 - Padrão Edificações Residenciais de Multiplos Pavimentos. 88 Figura 45 – Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória. 89 Figura 46 – Mapa Condicionantes Ambientais. 91 Figura 47– Comércios Alimentícios no Entorno do Terreno. 92 Figura 48 – Exemplicação dos Shopping Centers Tradicionais 93 Figura 49 – Perspectiva cobertura proposta do projeto. 94 Figura 50 – Proposta Volumétrica. 99
Figura 51 – Proposta setorização para o pavimento térreo. 100 Figura 52 – Proposta de setorização para o primeiro pavimento. 102 Figura 53 – Proposta de setorização para o segundo pavimento. 103 Figura 54 – Proposta de setorização para o pavimento subsolo 01. 104 Figura 55 – Proposta de setorização para o pavimento subsolo 02. 104 Figura 56 – Sombreamento – período da manhã. 106 Figura 57 – Sombreamento – período da tarde. 106 Figura 58 ‑ Sombreamento: Perspectiva Praça Central (período da manhã) 107 Figura 59 ‑ Sombreamento: Perspectiva Praça Central (período da tarde) 107 Figura 60 – Implantação e Paisagismo. 113 Figura 61 – Perspectiva: Acesso Principal. 112 Figura 62 – Perspectiva: Lojas voltadas para Rua Profa. Emilia Franklin Molulo 114 Figura 63 – Perspectivas: Praça Central. 115 Figura 64 – Perspectiva: Lojas voltadas para Praça Central. 116 Figura 65 – Perspectivas: Espelho d’água sob as rampas. 116 Figura 66 – Perspectivas: Paisagismo. 117 Figura 67 – Perspectivas: Espaço Espelho d’água. 118 Figura 68 – Perspectiva: Acesso de Serviços. 119 Figura 69 – Perspectiva: Descanso dos Funcionários. 119 Figura 70 – Perspectivas: Espaço externo do restaurante. 119 Figura 71 – Perspectiva: Espaço de Integração ao Estádio. 120 Figura 72 – Pavimento térreo. 123 Figura 73 – Planta do pavimento térreo. - Volume 01 124 Figura 74 – Planta grupo dos sanitários - Volume 01. 122 Figura 75 – Planta do pavimento térreo – Volume 02. 125 Figura 76 – Planta grupo dos sanitários - Volume 03. 126 Figura 77 – Planta do pavimento térreo – volume 03. 127 Figura 78 – Primeiro pavimento. 129
Figura 79 – Planta do primeiro pavimento – Volume 01. 130 Figura 80 – Planta do primeiro pavimento – Volume 02. 131 Figura 81 – Planta do primeiro pavimento – Volume 03. 133 Figura 82 – Perspectivas: Passarelas. 132 Figura 83 – Segundo Pavimento. 135 Figura 84 – Planta Segundo Pavimento – Volume 02. 136 Figura 85 – Planta Segundo Pavimento – Volume 01. 137 Figura 86 – Planta Segundo Pavimento – Volume 03. 139 Figura 88 – Pavimento Subsolo 01. 142 Figura 89 – Pavimento Subsolo 02. 143 Figura 90 – Esquema de Acesso às docas. 141 Figura 91 – Perspectiva: Mall Subsolo 01. 141 Figura 92 – Pavimento técnico. 145 Figura 93 – Planta Baixa Casa de Máquinas Elevador de Carga e Descarga do Volume 02 edificado. 144 Figura 94 – Corte AA. 147 Figura 95 – Corte BB. 147 Figura 96 – Exemplo de Fachadas Linha Meteon. 148 Figura 97 – Fachada Norte. 149 Figura 98 – Fachada Sul. 149 Figura 99 – Corte Esquemático: Vitrine das lojas. 150 Figura 100 – Fachada Leste 150 Figura 101 – Planta de Cobertura. 152 Figura 102 – Corte Esquemático: Composição da cobertura verde. 151
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lista de tabelas
lista de siglas
Tabela 1- Classificação de Shopping Centers 41 Tabela 2 - Dados Populacionais. 80 Tabela 3 - Controle Urbanístico ZOC1 83 Tabela 4 - Controle Urbanístico ZOP2 89 Tabela 5 - Afastamentos Mínimos 90 Tabela 6 - Potencial Construtivo do Terreno 90 Tabela 7 – Área máxima de vendas para grupos de produtos (mix) 95 Tabela 8 – Programa de Necessidades Setor Acessos e Circulações.. 96 Tabela 9 – Programa de Necessidades Setor de Lojas. 96 Tabela 10 – Programa de Necessidades Setor Apoio. 97 Tabela 11 – Programa de Necessidades Setor Técnico 97
ABL – Área Bruta Locável; ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers; BA – Bahia (Estado Brasileiro); BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; CA – Coeficiente de Aproveitamento (Índice urbanístico); EUA – Estados Unidos da América; IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; ICSC – International Council of Shopping Centers (Conselho Internacional de Shopping Centers); MG – Minas Gerais (Estado Brasileiro); PDU – Plano Diretor Urbano; PMV - Prefeitura Municipal de Vitória – ES; RMGV – Região Metropolitana da Grande Vitória; SP – São Paulo (Estado Brasileiro); TO – Taxa de Ocupação (Índice Urbanístico); TP – Taxa de Permeabilidade (Índice Urbanístico); ZOC – Zona de Ocupação Controlada (Zoneamento Urbano – Plano Diretor Municipal Vitória). ZOP – Zona de Ocupação Prioritária (Zoneamento Urbano – Plano Diretor Municipal Vitória)
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sumário LISTA DE FIGURAS 12 LISTA DE TABELAS 15 LISTA DE SIGLAS 15 1 INTRODUÇÃO 18 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 1.2 JUSTIFICATIVA
20
21
1.3 OBJETIVOS 22 1.3.1 Objetivos Gerais 22 1.3.2 Objetivos Específicos 22 1.4 METODOLOGIA
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1.5 TEMAS POR CAPÍTULO
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2 O COMÉRCIO E O LUGAR 26 2.1 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO DOS ESPAÇOS COMERCIAIS 28 2.2 SHOPPING CENTERS: CONCEITUAÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO DO SEGMENTO 30 2.2.1 Contexto Histórico 30 2.2.2 Contexto Histórico no Brasil 33 35 2.2.3 Contexto Urbano 2.2.4 Etapas Evolutivas do Estabelecimento 36 3 O ESPAÇO FÍSICO DOS SHOPPING CENTERS 38 3.1 TIPOLOGIAS ARQUITETÔNICAS
40
3.1.1 Classificação Quanto à Dimensão Física e Econômica 42 3.1.2 Classificação Quanto ao Layout de Projeto 3.2 ASPECTOS GERAIS DA CONSTRUÇÃO 44
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41
3.2.1 O mall e os Pontos de Atração 45 46 3.2.2 As Âncoras e as Satélites 46 3.2.3 A Praça de Alimentação 3.2.4 Circulações 47 47 3.2.5 Carga e Descarga 3.2.6 Recomendações Específicas para Shoppings Abertos
6.4 CONDICIONANTES DE PROJETO 6.4.1 Sanitários 108 108 6.4.2 Reservatórios 6.4.3 Prevenção contra incêndio 109 109 6.4.4 Estacionamento
4 OPEN MALL: A NOVA ABORDAGEM 50 4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 52 4.2 ASPECTOS GERAIS 53 4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS 4.4 SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
54
54
5 ESTUDOS DE CASO 58 5.1 SANTA MÔNICA PLACE 5.1.1 Aspectos Funcionais 5.1.2 Aspectos Construtivos
48
6.3.1 DIretrizes projetuais 93 6.3.2 Partido arquitetônico 93 95 6.3.3 Programa de necessidades 98 6.3.4 Composição volumétrica 6.3.5 Setorização 100 6.3.6 Análises ambientais e de conforto
60 63 66
5.2 CENTRO COMERCIAL ANTARA POLANCO 68 5.2.1 Aspectos Funcionais 70 5.2.2 Aspectos construtivos
67
5.3 CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO
72
105 108
6.5 ESTUDO PRELIMINAR 111 6.5.1 Índices urbanísticos obtidos com o projeto 112 6.5.2 Implantação e paisagismo 122 6.5.3 Térreo 6.5.4 Primeiro pavimento 128 6.5.5 Segundo pavimento 134 6.5.6 Subsolo 01 e subsolo 02 140 6.5.7 Pavimento técnico 144 6.5.8 Cortes 146 6.5.9 Fachadas 148 6.5.10 Cobertura 151 6.5.11 Estrutura 153
110
6 ENSAIO PROJETUAL 74 6.1 ÁREA DE INSERÇÃO DO PROJETO
78
6.2 DIAGNÓSTICO DO TERRENO 82 6.2.1 Localização e entorno 84 88 6.2.2 Análise dos condicionantes legais 6.2.3 Análise das condicionates ambientais 90
CONSIDERAÇÕES FINAIS 154 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 158
6.3 PROPOSTA ARQUITETÔNICA 92
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01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 1.4 metodologia..23 18 162 1.5 temas por capítulo..23
02 02
oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..54 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
06 06
ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 6.4 condicionantes de projeto..108 19 162 6.5 estudo preliminar..111
introdução Arquitetura de shoppings centers é o principal tema desta pesquisa, onde o objeto final é a elaboração de um projeto de shopping a céu aberto para a cidade de Vitória – ES. No Brasil existem muitos exemplares de centros comerciais, sendo a tipologia tradicional a mais utilizada. No exterior, entretanto, além do número destes empreendimentos ser bastante superior ao encontrado no Brasil, é observada a utilização do conceito de shopping a céu aberto em grande parte destes. Colocando em questão a especificidade do ambiente escolhido para a criação do projeto, observa-se que a própria iniciativa justifica o trabalho, uma vez que, mesmo existindo no Brasil, é observado que o espaço capixaba ainda se vê desprovido de espaços comercias com essa abordagem, mesmo contando com um ambiente onde o contato com a natureza é tão presente que dariam ao projeto uma aceitação natural.
1.1 contextualização do tema Os centros comerciais, ou shopping centers, por assim dizer, são oásis de serviços e entretenimento para os usuários dos conglomerados urbanos. Atendem a diversas necessidades e são hoje, uma necessidade. Os Shopping centers, no entanto, são geralmente implantados em um formato arquitetônico que visa atender exclusivamente a demanda comercial. Caracterizando-se como ‘enclave fortificado’, com o propósito de garantir certa alienação que estimule o consumo, o shopping center acaba por segregar 20 162
a cidade ao invés de integrar. Visando atender então, a uma sociedade que tem apresentado um profundo crescimento nos últimos anos, muitas alternativas têm sido colocadas em voga para que o segmento não atinja uma estagnação. Partindo disto surge a necessidade de se adotar abordagens que atendam também, e primeiramente, a necessidade do usuário, como é o caso do Open Mall, conceito referente à arquitetura de centros comerciais com a abordagem ao ar livre. Vindo em busca de oferecer à população, espaços com maior interação com o ambiente externo e com melhores condições de conforto, diferente do que outrora era modelo a priori, o novo modelo provoca uma relação dialógica entre o individuo e o meio ao seu redor, dando uma ênfase nos processos de apropriação urbana e possibilitando, além disso, repensar o próprio processo de urbanização das cidades. Ainda seguindo por esse raciocínio, salientamos que esse conceito não é um mero modismo, sendo muito bem fundamentado, com referenciais históricos consolidados e aspectos de discussões contemporâneas como diretriz projetual, o conceito Open Mall dialoga com conceitos de sustentabilidade e eficiência energética, A nova abordagem dos shoppings, além de levar para dentro de si as ruas, a vida, o trato público, assim como nos shopping centers tradicionais, atendem a uma nova demanda da população, que ganhou ao longo do tempo, novas necessidades, hábitos e prioridades no estilo de vida. Enfim, o estilo de urbanidade sustentável que deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade, dada as diversas prioridades em relação ao meio ambiente,colocadas em pauta cada vez mais nas cidades.
Percorrendo então, sobre a nova abordagem dos centros comerciais, que estão abrindo suas circulações, os tornando a céu aberto, através da pesquisa histórica, referências bibliográficas e estudos de caso, este trabalho busca estudar o surgimento e características gerais dos centros comerciais, bem como compilar informações a respeito do conceito open mall, de forma a tornar possível o desenvolvimento do objeto final desta pesquisa.
1.2 justificativa A relevância desta pesquisa surge a partir da carência de informações na área de shopping centers, visto que poucos são os estudos canalizados para a área, levando em consideração as suas diversas especificidades. A referência ainda é de estudos estrangeiros focados em abordagens de outras áreas como Marketing, Publicidade e Administração. Dessa forma tanto o próprio mercado como o meio acadêmico sofrem pela falta de trabalhos fundamentados em aspectos especificamente arquitetônicos. Haja vista que é constante o crescimento da demanda por novas tendências de centros comercias cujo conceito seja adaptado a novos significados e novas oportunidades de negócio, priorizaremos a descrição, nesta pesquisa, de uma estrutura muito em voga na atualidade, o Open Mall. Não surgindo de maneira desconexa de seu contexto, sendo fruto dos mesmos interesses, político, econômico e social, porém priorizando um envolvimento mais completo entre indivíduo e ambiente, e refletindo uma busca por sustentabilidade, o Open Mall surge como uma alternativa aos moldes até então 21 162
produzidos de maneira serial e em larga escala, tanto no Brasil quanto no exterior.
1.3.2 objetivos específicos
Desta forma, o proposto aqui é promover um debate engajado nas discussões acerca do que o mercado pode oferece em termos de espaços comerciais, de acordo com a adoção de novas dinâmicas.
Para alcançar o objetivo geral desta pesquisa, foram eleitos objetivos específicos, são eles:
Acrescentando a esses aspectos, será desenvolvida a proposta da criação de um Open Mall, adequado à realidade da cidade de Vitória no Espírito Santo. A razão para tal interesse se baseia na especificidade do ambiente proporcionado pelo entorno da cidade, um misto de características litorâneas e desenvolvimento urbano, que deve ser valorizado na concepção de projetos de todos os tipos, e especificamente, nesta pesquisa, de shoppings. Verifica-se dessa forma que tal trabalho virá a contribuir tanto para suprir uma deficiência de debates acadêmicos sobre o tema, como para propor novas experiências partindo de um projeto novo e pensado especificamente para uma realidade da cidade, em particular, diferente da maioria das produções encontradas na região.
1.3 objetivos 1.3.1 objetivos gerais Desenvolver uma proposta de centro comercial que ofereça espaços de interação com o ambiente externo, através de um projeto arquitetônico, desenvolvido a partir dos conceitos de shopping ao ar livre, sustentabilidade e conforto ambiental, em um terreno localizado em Vitória – ES. 22 162
• Pesquisar e analisar dados referentes à arquitetura de shoppings centers; • Pesquisar e analisar sobre o conceito open mall, observando vantagens e desvantagens em relação ao shopping tradicional; • Inter-relacionar a abordagem de shopping ao ar livre com as características gerais da arquitetura de shopping centers, determinando alguns requisitos; • Observar como o conceito open mall é empregado nos projetos de shoppings, através da análise de centros comerciais desenvolvidos de acordo com esta premissa; • Determinar requisitos para a escolha do terreno, o qual será desenvolvido a proposta arquitetônica, de acordo com as pesquisas referenciais e conceituais realizadas; • Escolher e analisar o terreno e a área de inserção do projeto proposto de acordo com os requisitos estabelecidos no item anterior; • Elaborar diretrizes projetuais tendo em vista toda a pesquisa referencial e conceitual realizada, bem como, de acordo com as condicionantes do terreno escolhido; • Elaborar um projeto arquitetônico de shopping open mall, em nível de estudo preliminar, de acordo com o terreno escolhido.
1.4 metodologia
1.5 temas por capítulo
Esta pesquisa será do tipo exploratória, com adequações necessárias a área de estudo em questão. Para desenvolvimento da mesma, serão utilizadas fontes bibliográficas de importância e relevância ao tema proposto, com busca em livros, artigos e documentos. As bibliografias, baseando-se no tema principal, abordam assuntos referentes à arquitetura comercial, paisagem e sustentabilidade, sendo os trabalhos de pesquisa desenvolvidos, divididos em etapas.
Este volume foi organizado da seguinte maneira:
A primeira etapa foi destinada a contextualização teórica, voltada aos temas relativos a arquitetura comercial, shopping centers, shoppings a céu aberto e sustentabilidade em centros comerciais. A segunda etapa foi destinada aos estudos de caso, apresentando levantamento de dados necessários à compreensão e auxílio para a realização de diretrizes projetuais para o projeto final. O primeiro estudo de caso foi o Santa Monica Place, na Califórnia, EUA, um shopping que passou por uma intervenção de anos para se adequar ao conceito open mall. O segundo estudo de caso é o Antara Polanco, na região de Novo Polanco, na Cidade do México, um centro comercial que faz parte de um complexo multiuso, no México. A terceira etapa foi destinada ao desenvolvimento de um exercício projetual de um centro comercial Open Mall, que visa a aplicação casada entre os temas abordados nesta pesquisa e as condicionantes de projeto de uma edificação.
Realizando uma apresentação geral do trabalho, a introdução faz uma breve contextualização do tema proposto, expondo os objetivos e as justificativas de sua escolha e, esclarecendo os métodos utilizados para o desenvolvimento da mesma. Os dois capítulos seguintes, irão proporcionar uma base para a introdução do conceito Open Mall. Enquanto o segundo capítulo apresenta uma contextualização histórica da arquitetura comercial de shoppings, explicando sua origem e trazendo informações sobre a evolução do segmento, o terceiro capitulo, trás de uma forma mais específica, as peculiaridades de um projeto de shopping center. Discorrendo sobre as características físicas de um shopping, o terceiro capítulo fornecerá informações relativas aos aspectos arquitetônicos e construtivos, bem como apresentará as várias tipologias existentes do segmento. No quarto capitulo, é feito um breve panorama do conceito open mall, trazendo de uma maneira geral, as condicionantes do projeto, bem como seus aspectos positivos e negativos, apresentando também instrumentos e ações sustentáveis possíveis de serem utilizadas na fase projetual de um shopping com conceito open mall. No quinto capítulo, complementando o quarto capitulo, de forma a servir de base referencial para elaboração da proposta final, expõe e analisa dois shoppings open mall existentes, trazendo 23 162
informações relativas a aspectos mais específicos do projeto. Observadas as principais metas e propostas seguidas nos projetos estudados como estudos de caso, o sexto capítulo, discorrerá sobre o desenvolvimento da proposta arquitetônica, juntamente com o diagnóstico da área de inserção do projeto, ou seja, análise do terreno escolhido e entorno, em âmbito ambiental e legislativo, e análise das condicionantes de projeto, visto a legislação vigente na área de inserção. Em seguida, será apresentado o Estudo Preliminar desenvolvido, enfatizando as decisões tomadas no desenvolver do projeto.
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01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 metodologia..23 1.4162 26 1.5 temas por capítulo..23
02 02
oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..54 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
06 06
ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 6.4 condicionantes de projeto..108 27 162 6.5 estudo preliminar..111
o comércio e o lugar Shopping Centers, também conhecidos como centros comerciais, são edificações com funcionalidades múltiplas, destinadas à comercialização de produtos, onde existe uma variedade de atividades que centralizam o comércio de vários ramos, utilizando soluções arquitetônicas inovadoras e diferentes conceitos de arquitetura, proporcionando conforto e facilidades aos consumidores (LIMA, 2002). Neste capítulo, a origem destes locais será examinada a partir dos tempos antigos, através do primeiro local fechado de compras e, será exposto também o contexto histórico do surgimento desta tipologia comercial.
2.1 enquadramento histórico dos
espaços comerciais
O comércio surge na antiguidade, a partir da necessidade da troca de produtos. Funcionava da seguinte maneira: o possuidor de determinada mercadoria precisava encontrar alguém que possuísse a mercadoria de que necessitava, na qualidade e quantidade desejada, e se dispusesse a cedê-la em troca. Ou seja, as transações realizadas pelas simples trocas de objetos eram restritas, tornando necessário encontrar um elemento que facilitasse as trocas e simplificasse o cálculo dos bens a serem trocados, que fosse ao mesmo tempo instrumento de troca e medida comum de valor que fosse facilmente transportável (VARGAS, 2000). 28 162
A partir desta necessidade então, criou-se a moeda como padrão de troca, em uma forma substituir e facilitar a troca de mercadoria. Segundo Aquino (1985) citado por Costa C. (2007, p 10), a invenção da moeda como padrão de troca era a condição básica para a criação do comércio, pois facilitava as trocas e simplificava as contas. Com a descoberta de outros povos e culturas, no ápice da Idade Média, gerando o surgimento dos burgos, formados devido às feiras comerciais que aconteciam em volta das muralhas ao redor dos domínios feudais, surge, por volta do século IV, o primeiro centro comercial do mundo, o Grand Bazar (figura 1), localizado na Turquia, na parte mais alta de uma grande área comercial que ocupa a encosta do Corno de Ouro (RIFKIN, 2001). Contando com uma superfície de 30,7 hectares, o Grand Bazar possui 61 ruas cobertas, 3.600 lojas, 10 poços, 4 fontes, 2 mesquitas e vários cafés, além dois bedestens¹, que compõe o seu núcleo centra. Construído inicialmente para venda de tecidos, possui variada gama de produtos, incluindo peças valiosas, cerâmicas e tapetes (COLEMAN, 2007). Sendo o precursor do supermercado moderno, mercado de pulgas² , e shopping center, os bazzarers eram locais destinados não só ao comércio, mas também para funcionar como centros sociais, religiosos e financeiros das cidades, se constituindo espaços econômicos, de divertimento e distração, de vida social e política (COLEMAN, 2007). Figura 1 – Planta Baixa do Grand Bazar. Disponível em: <http://business-with-turkey.com/>. Acesso em: 23 de maio de 2014. ¹ Edifícios destinados a comercializar e armazenar mercadorias, especialmente aquelas de maior valor, que requerem mais segurança. ² Local onde diversos vendedores se reúnem para comercializar bens antigos, usados e outras mercadorias, inclusive de fabricação artesanal. Originalmente “Marché aux puces” de Saint-Ouen, surgiu nos subúrbios do norte de Paris, recebendo este nome por causa da venda de vestuário, muitas vezes infestado por pulgas.
29 162
O ágora grego, o fórum romano, o bazaar árabe (figura 2), os mercados medievais, as galerias do século XIX, são outros exemplos ao longo da história (VARGAS, 2000).
2.2 shopping centers: conceituação
e contexto histórico do segmento
Resultado de transformações da atividade comercial ao longo dos séculos, os shopping são espaços planejados para funcionar como centro de compra, que contam com uma administração geral que possui um alto grau de controle, desde unidades de arrendamento até varejistas individuais, sendo equipamentos urbanos que se destacam na paisagem urbana, devido, sobretudo, a sua grande dimensão espacial (DAVID LITTLEFIELD, 2011). Muitas vezes confundidos com espaços públicos, uma vez que tentam recriar, através dos elementos espaciais, a composição da cidade, são espaços privados, de caráter capitalista e
(B)
(A)
30 162
imobiliário, que representam a concentração espacial do capital, promovendo uma enorme concentração territorial/espacial de atividades comerciais e garantindo o retorno financeiro aos empreendedores (PADILHA, 2006). No Brasil, a denominação shopping center, embora seja uma expressão da língua inglesa, é utilizada para definir estes estabelecimentos comerciais. Em países como nos Estados Unidos, são utilizadas expressões como mall ou shopping mall para designar estes estabelecimentos (SILVA, 2012).
2.2.1 contexto histórico Os shoppings centers, tal como conhecemos hoje, surgiram nos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX, a partir de empreendimentos com características próprias de shopping, os chamados shopping village. Estes edifícios apresentavam como principais características a localização próxima aos subúrbios planejados e a de possuir grande estacionamento para os consumidores (SANTOS Jr., 1992 p. 62 apud SILVA, 2012). Foi dentre os anos 1822 e 1832 que surgiram as primeiras galerias de Paris, impulsionadas pelo desenvolvimento das indústrias têxteis, pelo uso do ferro nas construções e pela utilização da fotografia como meio de comunicação. O que caracteriza essas galerias era o fato de serem grandes centros comerciais onde se vendiam mercadorias de luxo que pela quantidade, podiam ser estocadas e vendidas bem barato em diversas promoções. Além disso, com o embelezamento das galerias, o comércio passa a ter a arte a seu serviço (GENEROSO, 2009, p. 3). Figura 2 – Ágora Grega(A) e Fórum Romano (B). Disponível em: <http://turistasemfronteiras.wordpress.com/>. Acesso em: 23 de maio de 2014.
Resultado principalmente do aumento populacional, as verdadeiras raízes do shopping Center, como já visto, são encontradas no século XIX, em construções que além de firmarem os princípios da Revolução Industrial, criaram as bases para que a cultura do consumo se disseminasse. Em relação a estas, as galerias e lojas de departamento de Paris e Londres (figura 3) são consideradas, por muitos autores as principais influencias do segmento (SILVA, 2012). Os fatores resultantes do crescimento urbano, como a necessidade de mais segurança e maior conforto, características climáticas, dentre outros, incentivaram o crescimento do segmento. A entrada da mulher no mercado de trabalho, o desenvolvimento
(A)
dos transportes facilitando as compras volumosas e o afluxo de compradores às grandes lojas, como as de departamentos e supermercados, indicavam a oportunidade da criação de sistemas de compras mais rápidos e eficazes (SANTOS A. M.; COSTA C. S.; CARVALHO R., 1996). Nos EUA, o desenvolvimento desses empreendimentos remonta as primeiras décadas do século XX, quando o país vivia um crescimento econômico e populacional, que resultaram no surgimento e desenvolvimento dos subúrbios, além da difusão do uso do automóvel (GENEROSO, 2009). Neste contexto, o Shopping Center surge como resultado de estratégias de comércio visando atrair e atender o crescente
(B)
Figura 3 – Galerie Vivienne (A) e Le Grand Colbert Galerie (B). Disponível em: <http://viverparis.blogspot.com.br>. Acesso em: 27 de maio de 2014.
31 162
número de consumidores que se expandia para os subúrbios. Assim, de acordo com Bienenstein (2001, p-3): O surgimento e a consequente expansão dos subúrbios, adicionado ao crescimento da população num contexto de aumento da renda per capita, acabaram por demandar bens e serviços especializados, obrigando o comércio varejista a se ajustar a uma nova realidade sóciolocacional. Inicialmente, as lojas de departamentos e os supermercados cumpriram este papel, aglomerando comércio e serviços diversos. Porém, a crescente importância dos automóveis no cotidiano das pessoas, fez com que grandes áreas de terra, destinadas a abrigar estacionamentos, fossem incorporadas a esses estabelecimentos, principalmente naqueles localizados distantes das zonas comerciais.
Além da massificação do uso do automóvel, a localização dos Shoppings Centers nos subúrbios norte-americanos justificavase devido à carência de tais localidades, de estabelecimentos comerciais e de serviços, bem como opções de lazer necessárias para atender a nova demanda. Resultado deste cenário surge os shopping centers, grandes superfícies comerciais, locais e/ou regionais (FERNANDES E ANDRADE, 2010). Rybczynski (1996 apud SILVA, J; GONÇALVES, T, 2012), atribui ao arquiteto John Grahan Jr, o projeto do primeiro Shopping Center implantado no mundo, o Northgate (figura 4), inaugurado em 1950, localizado nos arredores da cidade de Seattle, no estado Washington. No entanto existem controvérsias a respeito, sendo muitos os que acreditam que o primeiro Shopping Center a ser construído foi o Market Square, inaugurado em 1916, na cidade de Chicago. Embora os Shoppings Centers tenham surgido nas primeiras décadas do século XX, a expansão dos mesmos, sobretudo para outros países ocorreu apenas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto o conceito de Shopping Center acabava de nascer nos demais continentes, os Estados Unidos já contava com mais de 1.000 shoppings regionais em operação e mais 2000 em construção (KETCHUM Jr., 1957). Como já mencionado anteriormente, a história dos shopping centers na Europa, se relaciona, diferentemente do que ocorre nos EUA, à criação e desenvolvimento das grandes lojas de departamento e das galerias parisienses e londrinas. Sendo, no continente Europeu, implantados a partir das décadas de 50 e 60, os países pioneiros na implantação destes empreendimentos Figura 4 – Shopping Northgate, Seattle, 1950. Fonte: Disponível em: <http://historylink.org/>. Acesso em: 20 de abril de 2014.
32 162
foram a Grã-Bretanha, França e Alemanha, devido principalmente ao fato de disporem de grande capacidade de investimento e de não possuírem leis rígidas de urbanismo (SILVA, 2012).
2.2.2 contexto histórico no brasil Apesar dos Shoppings Centers terem surgido no início do século XX, foi a partir da Segunda Guerra Mundial, quando o seu desenvolvimento foi intensificado nos Estados Unidos e Europa, que começou a se pensar na implantação destes empreendimentos no Brasil (SILVA, 2012). No início do século XX, no Brasil, surgiram as primeiras lojas varejistas de grandes dimensões, lojas de departamentos, onde havia uma grande quantidade de produtos concentrados, mas que a princípio não utilizavam de técnicas de venda em massa, como ocorria nas matrizes americanas (PINTAUDI, 1996). Somente na década de 60 que começaram as instalações dos shoppings centers de fato no Brasil, em um modelo norteamericano, como referência estrangeira de imagem de inovação. Neste momento, o Brasil se encontrava em franco desenvolvimento econômico, o que tornava interessante a instalação destes, visto que estavam associados à modernidade e desenvolvimento dos países que o possuíam (SANTOS, 2009). O primeiro Shopping Center se instalou em 1966, em São Paulo, onde os processos de industrialização e urbanização se encontravam em estágio mais avançado em relação a outras localidades do país. Vários fatores justificavam a instalação destes no Brasil, sendo eles: mudanças na população brasileira; inserção da mulher no mercado de trabalho; aquisição do
Figura 5 – Shopping Iguatemi São Paulo. Fonte: Disponível em: <http://brshoppings.com.br/>. Acesso em: 07 de maio de 2014.
segundo automóvel da família; aumento da população urbana; crescimentos das cidades brasileiras; dentre outros (SILVA, 2012). O Iguatemi (figura 5), foi o primeiro shopping center a ser construído no Brasil. Localizado na zona sul de São Paulo, teve como principal objetivo, o de atender a elite da sociedade paulistana, que possuía grande potencial consumidor. Após a inauguração do Iguatemi, foram construídos dois outros shopping centers, sendo um no Distrito Federal e outro no Paraná (PINTAUDI; FRUGOLI, 1992). De acordo com Pintaudi (1992), na década de 70 surgiram no Brasil mais quatro shopping centers em São Paulo, o Shopping 33 162
Center Matarazzo e o Shopping Center Ibirapuera, o Shopping Center Iguatemi Bahia, em Salvador (BA), e o Belo Horizonte Shopping, em Belo Horizonte (MG). Em um panorama geral, o desenvolvimento dos shoppings centers no Brasil associa-se ao crescimento populacional e econômico, que passa a ser mais acelerado a partir da década de 60 e, além disso, ao crescimento industrial urbano em paralelo com o crescimento do setor de serviços, a partir da década de 70 (OLIVEIRA, 2006). Já na década de 80, em meio a importante crise econômica que acontece nesta década, o Brasil testemunha um processo de expansão destes empreendimentos, que primeira metade da década se espalharam pelas capitais do país e na segunda metade, atingiram o interior de São Paulo. Importante ressaltar que a crise econômica não abalou a expansão destes empreendimentos, uma vez que eram destinadas as classes socioeconômicas alta e média-alta, que detinham a concentração do capital (GENEROSO, 2009). Na primeira metade da década, os shoppings se espalharam pelas capitais do país, na segunda metade, atingiram o interior de São Paulo, reproduzindo o modelo das capitais. O primeiro grande shopping, voltado para as classes mais populares, foi o Center Norte, inaugurado em 1984, localizado na Zona norte de São Paulo, o complexo abrigava além do shopping, um grande hipermercado, uma imensa área de lazer (Praça dos Eventos) e também um shopping especializado, o Lar Center, em São Paulo - primeiro shopping especializado, voltado para lojas de decoração e mobiliário (SILVA, 2012).
A expansão dos shopping centers no Brasil, iniciada na década de 80, como já mencionada, destaca-se, sobretudo no Estado de São Paulo, que detém o maior número destes empreendimentos. Nesta região do Brasil, a localização destes empreendimentos acompanha a nova localização das indústrias, que saíram da Região Metropolitana de São Paulo rumo ao interior do Estado (HIRSCHFELDT, 1986). Além de São Paulo, os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais também se destacavam em relação ao número de shoppings instalados, sendo, respectivamente, o segundo e o terceiro estado brasileiro com maior número de shopping centers (SILVA, 2012). Nos anos 90, a indústria de shopping centers se mostrava já mais amadurecida. Os empreendimentos mais antigos começam a fazer suas expansões e renovações. Além dos regionais, surgem os shoppings de vizinhança e os comunitários, dotados de lojas de conveniência em geral e reunido em torno de supermercados, além dos especializados, principalmente em decoração e automóveis (OLIVEIRA, 2006). No final dos anos 90, se insere aos shopping centers o conceito de compra com lazer. A alimentação se expande, surgem parques temáticos, os jogos eletrônicos, boliches, os cinemas se tornam fundamentais, chegando até ao multiplex, com várias salas e excelência em qualidade. Os shoppings também passam a incluir áreas verdes e novas atividades, como academias de ginástica, clínicas médicas, cursos de idiomas e até universidades, além de megalojas, livrarias, esporte e material de construção (SANTOS 2009). Hoje, a maioria dos shopping centers no Brasil possui
34 162
características de regionais, com variado mix de lojas, serviços e opções de lazer e entretenimento. Em 2013, houve um crescimento dos shopping centers especializados frente aos tradicionais. De acordo com a ABRASCE (2013), o Brasil conta com um total de 495 shoppings em operaçãO em todo país.
2.2.3 contexto urbano Destacando-se como agentes responsáveis pelo processo de descentralização das cidades, os shoppings centers provocam uma repercussão profunda na geografia da cidade. Uma vez instalados, constituem-se importantes elementos transformadores do espaço urbano, participando ativamente dos processos de centralização e descentralização das cidades (PINTAUDI, 1989, f 95 apud SILVA, 2012). Antes caraterizados por se constituírem um aglomerado de lojas, hoje os shopping centers se conceituam núcleos urbanos, transformando-se num espaço cultural, abrigando múltiplas funções e os aspectos sociais como lazer, entretenimento e convivência (BNDES, 2007). Sabe-se que tradicionalmente o comércio tende a se concentrar nas áreas centrais da cidade, onde é encontrado o maior fluxo de pessoas e veículos, de equipamentos urbanos e de serviços. Porém, com o crescimento populacional, tornou-se necessária a ocupação de novas áreas, áreas periféricas, uma vez o espaço urbano se torna saturado, criando assim, as novas centralidades (SILVA, 2012). Na medida em que repõe algumas atividades básicas da vida urbana, os shoppings centers assumem um papel estruturante
nas cidades, sendo apontados como responsáveis pela formação das novas centralidades. Atuam ainda, como agentes polarizadores, uma vez que dinamizam o espaço do seu entorno, atraindo formas comerciais e de serviços, redirecionando os fluxos para o local onde são implantados (CLEPS, 2005). Conforme mencionado, grande parte destes empreendimentos é direcionada a áreas não centrais, periféricas, contudo, no que se refere à localização, os shopping centers podem ser: periféricos, centrais e fora das áreas centrais, mas dentro da malha urbana (SILVA, 2012). Característicos das cidades norte-americanas, os shoppings centers periféricos se instalam ao longo de rodovias, visando atender não somente a população residente da cidade, mas também às pessoas que circulam pelas rodovias. Já os shoppings nas áreas centrais, estão relacionados diretamente ao processo de revitalização destas áreas (SILVA, 2012). Reiterando o poder da modificação urbana deste elemento, segundo Gaeta (1992, p.48) in Pintaudi e Frúgoli Jr. (1992), estes empreendimentos provocam uma autêntica subversão da estrutura urbana existente anteriormente, contribuindo para a reestruturação das cidades. Em função de sua implantação, por exemplo, alteram-se os eixos de circulação da cidade, que são reorientados e a infraestrutura urbana recebe melhorias. Porém, é importante lembrar que com todo o processo de centralização e descentralização contribui também para a decadência e deterioração das antigas áreas centrais. Os consumidores que anteriormente realizavam suas compras nos antigos centros urbanos, após a implantação de um shopping, passam a atender suas necessidades de consumo nestes 35 162
estabelecimentos, que são mais seguros, além de oferecem grande oferta de estacionamento, ao passo que as áreas centrais acabam por concentrar população menos favorecida, contribuindo para o abandono das antigas áreas centrais e gradativa deterioração (GRASSIOTTO, 2005).
etapas evolutivas estabelecimento
2.2.4
do
estacionamento (figura 6), hoje representa um espaço cultural, apresentando em seu programa diversas atividades culturais, de lazer e de entretenimento. Simulando espaços públicos, são compostos por ruas, equipamentos urbanos, mobiliários, e paisagismo diferenciado (HIRSCHFELDT, 1986). De acordo com Gosling e Maitland (1976), os shoppings evoluíram tanto fisicamente quanto funcionalmente, passando por estágios que transformou uma simples edificação varejista em um complexo multiuso.
Muita coisa mudou no shopping center desde seu aparecimento em termos funcionais e espaciais. As necessidades do usuário consumidor, seus hábitos, usos e costumes, assim como a apropriação do espaço. O local puramente comercial, composto apenas por lojas de departamento, áreas técnicas e
(A)
(B)
Figura 7 – Planta Baixa de Shopping Center composto por uma única edificação – circulação externa ao shopping (A) e Shopping Center composto por várias edificações – fechamento das circulações (B). Fonte: GOSLING D.; MAITLAND B., 1976 (modificado).
A primeira mudança foi o fechamento das circulações (ver figura 7). Passando de centro conglomerado, composto por várias edificações denominadas lojas âncoras, e com áreas de circulação externas às edificações (abertas para o tempo), os shoppings passaram a ser compostas por apenas uma edificação, onde as circulações, bastante largas, eram fechadas e ladeadas pelas áreas de varejo lineares (GOSLING e MAITLAND, 1976). Figura 6 – Yorktown Centre, EUA: Shopping como local puramente comercial. Fonte: GOSLING D.; MAITLAND B., 1976.
36 162
A segunda mudança percebida é a introdução do segundo nível, uma vez que até então o shopping apresentava uma solução antieconômica ao compor-se de apenas um pavimento, sendo, portanto uma construção térrea. O shopping center passa então, a ser construído em níveis múltiplos, assim como as áreas de estacionamento, que passam a abrigar edificações além das amplas áreas no térreo (GOSLING; MAITLAND, 1976). Neste momento também surge uma nova âncora, a praça de alimentação, além de novos serviços que são incorporados no shopping, como: bancos, cinemas, restaurantes, escritórios, centros de desconto, academias e outros serviços (GRACIOTTO, 2005). A incorporação de funções não varejistas aos shoppings centers, no corpo do edifício, ou mesmo em seu entorno, é a atual tendência do segmento, que passando a ser instalado em áreas amplas, juntamente com instalações de lazer, recreação e outros serviços adicionais, como blocos de escritórios, hotéis, conjuntos habitacionais, além de instituições públicas, os shopping centers estão se constituindo complexos multiuso (GRASSIOTTO, 2005), conforme a imagem a seguir (figura 8): Figura 8 – Arndale Centre – Complexo Multiuso. Fonte: GOSLING D.; MAITLAND B., 1976.
37 162
01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 metodologia..23 1.4162 38 1.5 temas por capítulo..23
02 02
oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..54 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
06 06
ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 6.4 condicionantes de projeto..108 39 162 6.5 estudo preliminar..111
o espaço físico dos shopping centers Como já mencionado, originados nos Estados Unidos, os shopping centers se desenvolveram predominantemente com uma tipologia horizontal, aberta, instalados nas periferias. No entanto, adaptando as características tipológicas de acordo com as condições locais, ao se expandir pelos demais países/ continentes passou a apresentar características diversas (VARGAS, 1993). No que se refere à arquitetura, hoje, as estruturas que abrigam os shopping centers vão desde um simples grupo de lojas, até complexos de imensas proporções, dependendo do perfil e das propostas de atuação (NETO, 2013).
3.1 tipologias arquitetônicas Se atendo às características físicas da construção, observase que mesmo apresentando características comuns que os definem, os shopping centers apresentam aspectos distintos, como por exemplo, a dimensão, localização, público-alvo (SILVA, 2012). Pensando nisso, serão apresentadas nos próximos itens, as duas classificações existentes quanto ao espaço físico dos shopping centers. 40 162
3.1.1 classificação quanto a
dimensão física e econômica
No Brasil, assim como nos demais países, as classificações quanto à dimensão física e econômica, para os vários tipos de shopping centers são elaboradas pela Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE), e são baseadas na publicação internacional elaborada pela Internacional Council of Shopping Centers (ICSC) e no consenso de seus associados (tabela 1). Tabela 1 – Classificação de Shopping Centers Fonte: ICSC.
SHOPPING CENTERS
CONCEITO
TAMANHO (m²)
LOJA ÂNCORA
Vizinhança
Conveniência
+ou- 3 mil a 15 mil
Supermercado
Comunitário
Mercadorias em Geral
+ou- 10 mil a 35 mil
Lojas de departamentos ou de descontos; supermercados e hipermercados.
Regional
Mercadorias em geral com cerca de 50% alugados a lojas satélites de vestuários.
+ou- 40 mil a 80 mil
Lojas de departamentos completas e juniores; lojas de descontos; e hipermercados.
Especializado Temático
Especializado em um ramo, como: moda, decoração e esporte.
+ou- 8 mil a 25 mil
Em geral não possui loja âncora.
Outlet Center
Lojas de fábricas e off-price, com alugueis mais baratos, que ofecerem preços mais baixos, e possuem menores custos de construção.
+ou- 5 mil a 40 mil
Grandes lojas de fábrica.
Power Center
Conjunto de lojas âncoras com poucas lojas satélites.
+ou- 8 mil a 25 mil
Category killer, lojas de departamento ou de descontos; clubes de compras; off-price.
Discount Center
Lojas com grandes volumes de produtos a baixos preços.
+ou- 8 mil a 25 mil
-
Festival Mall
Restaurantes, lazer e cultura.
+ou- 8 mil a 25 mil
-
Fundada em 1976, em São Paulo, a ABRASCE, representa oficialmente a indústria de shopping centers no Brasil, tendo como objetivo, fortalecer e colaborar com o desenvolvimento do segmento no País. Conforme definido por esta associação, são seis os tipos de Shopping Center identificados: • Shopping Regional: São complexos varejistas de grande porte, que atendem a necessidades de uma grande região geográfica, apresentando um complexo de lojas que oferecem mercadorias em geral e serviços variados. Um shopping regional típico é geralmente fechado, com lojas voltadas para um mall interno; • Shopping Comunitário: Caracterizados por possuírem um porte médio, geralmente oferecem um sortimento amplo, porém menor que o do shopping regional, de vestuário e outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e lojas de departamentos de desconto; • Shopping de Vizinhança: Como o nome sugere, são complexos varejistas de menor porte, projetados de forma a fornecer conveniência na compra das necessidades do dia à dia dos consumidores de dada ‘vizinhança’. Em geral, têm como âncora um supermercado apoiado por lojas que oferecem artigos de outra conveniência, geralmente farmácias, sorveterias, floricultura, padaria, correios, entre outros; • Shopping Especializado: São complexos especializados em produtos de certa linha. No Brasil os shoppings especializados são geralmente de decoração, mas no geral este tipo de shopping busca atender a um determinado segmento econômico, como automotivo, têxtil, entre outros; • Outlet Center: Consiste em sua maior parte, em lojas de fabricantes vendendo suas próprias marcas, e operarem com a margem e custo mais baixos. 41 162
Baseada no mix de lojas que o compõem, o International Council of Shopping Center (ICSC), realizou uma outra classificação, onde são verificados os seguintes segmentos: • Power center: formado por lojas âncoras e satélites, onde possui como âncoras category killers, lojas de departamento de desconto, clubes de compra e lojas off-price; • Festival center: Voltado para lazer e turismo; • Off-price center: shopping de desconto; • Factory outlet center: semelhante ao conceito off-price, mas os próprios fabricantes exploram os pontos de vendas; • Temático: especializado em determinado segmento de varejo, com um mix específico de lojas, tais como moda, decoração, esportes e automóveis; e • Lifestyle center: Shopping a céu aberto, que procura imitar o comércio de rua (main street), com vias e calçadas para pedestres. Figura 9 – Shopping Centers: Padrões “strip”, galeria e “L”. Fonte: LIMA FILHO, 1971, p. 53.
3.1.2 classificação quanto ao layout
de projeto
Quanto ao Layout de projeto, o Conselho Internacional de Shopping Centers (ICSC) realiza uma outra classificação, dividindo o segmento em dois principais formatos: Open Air Centers; e, Shopping Malls. O termo Open Air Center é utilizado para designar centros comerciais com abordagem ao ar livre. Os shoppings construídos neste formato possuem arquitetura elaborada para se misturar com a vizinhança, apresentando-se dividido em pequenos edifícios, de forma a criar uma articulação arquitetônica ou possuindo grandes áreas internas sem coberturas (NETO A.; NARDELLI E. 2009). Os shoppings mais antigos neste formato costumavam ser chamados de “Strip Center”, onde se constituíam uma fila de lojas voltadas para o estacionamento, geralmente instaladas em prédio único e longo (strip); em forma de “L”, dois blocos ligados um ao outro, geralmente localizados em esquinas; ou, no formato de galerias, constituindo-se uma rua de pedestre, um mall (LIMA FILHO, 1971), conforme pode ser observado na figura 9. Apesar de variarem amplamente na arquitetura, geralmente, os shoppings de formato Open Air Centers são derivados dos tipos DUMBELL e CLUSTER, resultando em superfícies comerciais conforme a imagem ao lado (ver imagem 10). Constituídos por lojas pontuais interligadas por circulações, geralmente com vários acessos, as tipologias de superfície comercial derivadas do DUMBELL e CLUSTER (ver figura 11)
42 162
são de origem americana, apresentam normalmente escala horizontal e ocupam grandes áreas (CHUNG apud REZENDE, 2010).
Figura 11 – Tipologias da Superfície Comercial – o DUMBELL (A) e o CLUSTER (B). Fonte: REZENDE, 2010 (modificada).
O formato DUMBELL consiste em lojas âncoras ligadas por um corredor linear, já o formato CLUSTER apresenta um programa dividido em volumes, onde a circulação acontece entre eles, conforme a imagem abaixo (REZENDE, 2010). O formato Shopping Mall, diferente do formato Open Air, é caracterizado por um ambiente normalmente fechado, climatizado e iluminado, formando galerias em torno de um praça ou átrio central. As lojas ladeiam ambos e são voltadas para uma rua de pedestre, um mall. É composto basicamente por um grande estacionamento e uma edificação que abriga todas as atividades do shopping (KEIM, 2007).
(A)
(B)
Figura 10 – Tipologias de Superfície Comercial. Fonte: REZENDE, 2010 (modificada).
43 162
Em áreas urbanas, o formato destes empreendimentos deve favorecer o melhor desempenho da edificação, sendo normalmente em formato ‘’L’’ e ‘’T’’, conforme a imagem a baixo (LITTLEFIELD, 2011).
Como já dito anteriormente, os shopping centers podem ser de vários tipos: com âncoras, sem âncoras, outlets especializados, festival centers, dentre outros. No entanto, segundo Grassiotto (2005, p. 299), algumas considerações gerais são aplicáveis a todas as tipologias: • Presença de áreas de escape e de serviço; • Instalações de água, energia, gás, telefone, ar condicionado, informatização, dispositivos mecânicos e outros; • Máxima flexibilidade de projeto, permitindo as
(A)
(B)
(A)
(B)
Figura 12 – Planta Baixa de shoppings localizados no contexto urbano: Formato “L” (A) e em formato “T” (B). Fonte: LITTLEFIELD, 2011.
Já nos shoppings localizados fora do contexto urbano (figura 13), as plantas devem seguir configurações nos formatos: cruciforme, cata-vento ou em forma de oito, partindo de um ponto central (LITTLEFIELD, 2011).
3.2 aspectos gerais da construção Os shoppings, sejam eles Shopping Malls ou Open Air Centers, possuem geralmente um ou dois pavimentos, sendo constituídos, no geral, por lojas de departamento de níveis múltiplos formando galerias em torno de uma praça ou átrio central. A área bruta locável (ABL) varia, sendo a maioria dos centros comerciais em áreas urbanas consolidadas com área bruta de 25 mil a 50 mil m², oferecendo entre 40 a 100 unidades (LITTLEFIELD, 2011). 44 162
(C) Figura 13 – Planta Baixa de shoppings localizados fora do contexto urbano: formato “cruciforme” (A), formato “cata-vento” (B) e formato de “oito” (C). Fonte: LITTLEFIELD, 2011.
peculiaridades das instalações de cada unidade ou expansão futura;
incentivar o percurso deles pelo maior número de lojas possível;
• Disponibilidade de acomodações para funcionários de ambos os sexos (vestiários, banheiros, armários), áreas de carga e descarga, estacionamento, etc.
• Obedecer à regra de no máximo 200 a 250 m de distância entre as lojas âncoras³, observando a existência de áreas para pausas possíveis;
3.2.1 o mall e os pontos de atração
• Estabelecer áreas de pausa, de interrupção das circulações longas. Criar nestes espaços, áreas para a implantação de quiosques que abrigam cafés, áreas de estar e de descanso e áreas para exposições diversas;
O mall é o espaço vital do shopping, constituindo o elemento que define o caráter do shopping. É o fator chave na elaboração do cenário, provendo simultaneamente segurança, rotas livres, conforto e relaxamento para os consumidores (GRASSIOTTO M.; GRASSIOTO A., 2009). Sendo o sucessor da rua comercial tradicional, o mall pode ser apenas uma circulação central ou uma série de ruas principais e secundárias para pedestres, simples ou em vários níveis, abrindo para praças, nichos ou átrios, com arranjos independentes. De acordo com Grassiotto (2005, p. 285 – 287), algumas características essenciais devem estar presentes em qualquer mall, sendo: • Evitar a existência de um caminho óbvio de ligação entre entrada e saída. Deve-se promover o máximo de circulação do usuário pelo shopping, de forma a ³Loja de grande porte, conhecida nacional ou internacionalmente e que funciona como suporte comercial de um shopping center.
• Ter um balanceamento equilibrado de atrações, previsto de modo a permitir um máximo de fluxo em frente às lojas; • Possuir um layout simples, facilmente identificável, mas sem monotonia. Um elemento surpresa pode ser valioso como estimulo à curiosidade e interesse; • Definir pé direito variando conforme a horizontalidade ou verticalidade do shopping. Nas soluções horizontais utiliza-se de 6 a 8 m e nas verticais o valor mínimo está entre 5,5 e 7 m; • Evitar a existência de um caminho óbvio de ligação entre a entrada e a saída; • Contar com uma planta cuja organização proporcione ao usuário andar em círculos, estabelecer ruas desenhadas com mudanças de direção a cada 50 m, de forma a evitar corredores retos e estreitos, que não incentivam os consumidores. 45 162
Quanto aos pontos de atração, estes são constituídos pelas áreas como praças, átrios e nichos o qual são interligadas pelo mall. Estas áreas, propícias à instalação de equipamentos como chafarizes, quiosques, floreiras e áreas para recreação infantil, resultam em pontos de atração, proporcionando interesse e facilitando a orientação do consumidor (LITTLEFIELD, 2011).
3.2.2 as âncoras e as satélites As lojas âncoras representam os pontos de consumo de maior afluxo de pessoas ao shopping, tendo importância fundamental no funcionamento deste empreendimento. Possuem grandes áreas, ocupando percentuais expressivos do total disponível de metragem de ABL e devem contar com instalações de controle de fumaça e incêndio e áreas de carga e descarga próprias, quando possuírem área igual ou maior a 1.500 m² (GRASSIOTTO, 2005). No layout do centro comercial as âncoras departamentais nunca podem ficar frente a frente uma da outra e, devem dispor de largas entradas, de forma a serem destacadas. De forma a possibilitar intensa visão do seu interior, recomenda-se pelo menos 11 metros frontais e pés direitos, de 4 e 5 m, a fim de permitir instalações de ar condicionado e demais particularidades (GRASSIOTTO, 2005). Não ultrapassando a extensão de 350 metros lineares, sendo a extensão ideal entre 90 e 120 metros, as lojas âncoras devem ser posicionadas de forma estratégica, ocupando as áreas periféricas em uma forma de guiar o consumidor, que necessitará 46 162
percorrer pelas lojas menores (satélites), incentivando estes comércios (LITTLEFIELD, 2011). As lojas satélites são as lojas menores, que possuem a função de prover o estímulo e a variedade necessária como atração extra para as lojas âncoras, surgindo com uma área a partir de 20 m², mas podendo chegar a ter 300 m². As medidas mais aceitas, entretanto, compreendem de 5 a 7,5 m de frente e 12,4 m de profundidade. Geralmente, uma pequena área nos fundos funciona como espaço de estocagem, recebimento e manipulação das mercadorias, bem como dá acesso ao corredor técnico (GRASSIOTTO, 2005). Pequenas lojas especializadas podem ter dimensões mínimas de 1,8 m de frente por 3 m de profundidade, localizadas normalmente em localizações secundárias, como nos casos de varejistas que não conseguem arcar com grandes custos como relojoeiros, sapateiros, chaveiros, etc. (GRASSIOTTO M.; GRASSIOTO A., 2009).
3.2.3 a praça de alimentação Os átrios maiores e nas praças internas dos shoppings, recebendo tratamento paisagístico, geralmente são abertas para a locação de restaurantes ou praças de alimentação (LITTLEFIELD, 2011). A praça da alimentação e a área dos restaurantes são parte essencial de um shopping, pois estas áreas atraem consumidores, além de encorajá-los a uma estada maior no centro comercial, incentivando-o a visitar mais lojas (LITTLEFIELD, 2011). Funcionando de forma semelhante a uma loja de departamentos,
sua localização correta é vital, devendo ser vista facilmente, acessada por uma rua de pedestre principal, tendo entrada sinalizada e atraente. Além disso, a praça deve ser planejada cuidadosamente e convenientemente, com visuais agradáveis (GRASSIOTTO, 2005). A praça de alimentação, considerada uma âncora, é formada por quiosques especializados, operados individualmente, arranjados no entorno de uma praça onde existem os assentos. Em relação à área de assentos, Grassiotto (2005, p. 306) faz algumas recomendações, são elas: • Prever entre 35 e 50 assentos por quiosque, calculandose 1,2 m² para cada um deles; • Englobar espaços com tamanhos diferenciados de mesas: com duas, quatro ou mais cadeiras; • Setorizar os ambientes de forma a criar fechamentos e aconchego, além de facilidade para limpeza; • A escolha do mobiliário e do layout tem um papel importante a desempenhar no sucesso operacional da praça, tanto visualmente quanto funcionalmente. O uso de mobiliário mais amplo e confortável incita maior permanência, dando mais espaço ao usuário, • Prever um pequeno espaço para apresentação artística (música ao vivo, exposições, dentre outros); • Prever um número adequado de sanitários de alto padrão. O número destes, devem obedecer no mínimo às normas vigentes do local.
3.2.4 circulações Além do mall, que funcionam como circulações internas, existem também as circulações técnicas nos shoppings. As circulações técnicas são responsáveis pelo abastecimento das lojas, funcionando como rotas de serviço o quais utilizam de elevadores e corredores para o transporte de produtos aos fundos das lojas (LITTLEFIELD, 2011). Tais circulações possuem acesso controlado às docas de carga e descarga, estando localizadas geralmente no subsolo ou ao nível da rua, devendo suportar a movimentação de cargas. Para as lojas maiores, as âncoras, devem existir áreas de carga e descarga independentes, com acesso direto a estas, que necessitam de demais instalações para manipulação de seus produtos (GRASSIOTTO, 2005). Quanto às circulações verticais, os shoppings necessitam de equipamentos como escadas rolantes e elevadores panorâmicos projetados para despertar o interesse dos visitantes, que devem estar localizadas em corredores centrais ou nas praças, em cruzamentos ou extremidades e dentro das lojas âncoras (LITTLEFIELD, 2011).
3.2.5 carga e descarga O transporte e entrega de mercadorias para as unidades individuais constituem coração operacional do shopping. O dimensionamento das necessidades de espaço para circulação, carga e descarga, depósitos, equipamentos de manuseio, 47 162
controle de segurança e administração é feito levando em conta os diferentes veículos de transporte de mercadorias (GRUEN; SMITH; 1967).
as circulações quanto a formato e posições dos acessos; • Estabelecer caminhos cobertos: edifícios recuados, arcadas ou marquises diversas, fixas ou móveis;
Veículos de serviço precisam de rotas fáceis de acesso aos pontos de carga e descarga, separadas do fluxo normal dos consumidores, contando com vagas disponíveis para estacionamento temporário e capacidade de movimentação rápida (GRASSIOTTO, 2005).
• Terrenos em aclive ou declive apresentam dificuldades. O nível da pavimentação tem que favorecer o acesso às lojas. Consumidores não gostam de rampas, que os desencorajam. De qualquer maneira rampa ascendente é melhor, quando necessária;
Os pisos precisam ser corretamente dimensionados para suportar os veículos previamente estudados e os pátios de manobra devem ter dimensões adequadas para giros e manobras usuais, sendo a inclinação máxima das rampas de 10%. O revestimento não pode ser escorregadio, obedecendo às normas vigentes (GRASSIOTTO, 2005).
• Coberturas não devem ser muito altas, principalmente nas faces leste e oeste, tendo em vista que no geral não protegem as mercadorias dos danos do sol e os consumidores, que ficam sujeitos às chuvas de vento;
3.2.6 recomendações específicas
• Permitir a identificação dos diversos setores sem causar confusão, não se aconselhando a sinalização duplicada simétrica, pois o consumidor poderá se desorientar. Ele precisa saber se localizar a partir das entradas maiores e das unidades âncoras;
para shoppings abertos
No caso dos shoppings abertos, de acordo com Grassiotto (2005, p. 288 – 289) alguns requisitos devem ser considerados como primordiais para atendimento: • Evitar a incidência solar direta, orientando o projeto pela carta climática local; • Permitir a ventilação natural, direcionando corretamente 48 162
• Escadas, elevadores e equipamentos urbanos têm que ser acessíveis, de materiais resistentes ao clima, visualmente atraentes e colocados em posições que não interrompam o fluxo de consumidores;
• A administração e controle de um shopping aberto são iguais à de um fechado, contando com um bom desenho de sua entrada, espaços de estacionamento, segurança, entre outros.
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01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 metodologia..23 1.4162 50 1.5 temas por capítulo..23
02 02
oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..54 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
06 06
ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 6.4 condicionantes de projeto..108 51 162 6.5 estudo preliminar..111
open mall: a nova abordagem “Vai longe o tempo em que a visita a um shopping center significava entrar numa ‘caixa preta’, hermeticamente fechada, sem luz natural ou contato com o exterior”. Segundo Heloisa Bonfim, business developer da área de shoppings da Dalkia Brasil. Evocando uma imagem de lazer, os Open Malls se contrapõem à imagem claustrofóbica dos shopping centers tradicionais, acreditando que ambientes de varejo ao ar livre possam vir a ajudar uma sociedade desprovida de tempo à realizar suas compras em um ambiente mais descontraído (FASIG, 1999).
4.1 contextualização Buscando reverter a imagem dos shoppings centers, tidos muitas vezes como ambientes alienadores, climatizados artificialmente sob um enorme gasto energético, surgem os Open Malls, resultado do cruzamento entre um shopping tradicional e uma praça da cidade (FASIG, 1999). O principal representante do shopping em formato open mall nos Estados Unidos, é o Lifestyle Center. Em geral, um centro de estilo de vida possui elaborado complexo de edifícios, bela paisagem incluindo calçadões e fontes, instalações de entretenimento, incluindo complexo de cinemas e restaurantes e estacionamento em frente às lojas (WHITE-HUTCHINSON, 2010). 52 162
De acordo com o ICSC, mais de 80% dos shopping centers edificados nos EUA após 2006 são do tipo open mall, modelo que tem inspirado também as reformas em empreendimentos já existentes que passam a converter-se no modelo aberto (GARREFA, 2010). No Brasil, este tipo de empreendimento comercial tem se tornado cada vez mais difundido, aparecendo com configurações menores, mas inseridos na malha urbana, onde o empreendimento privado tenta estabelecer conexões com o espaço público, usando de soluções arquitetônicas para confundir-se com uma praça da cidade (ZAFFARI, 2012). As principais referências no Brasil são: o Galleria Shopping, em Campinas, o Brascan Century Plaza, em São Paulo e o Shopping Downtown no Rio de janeiro (ZAFFARI, 2012).
4.2 aspectos gerais Shopping ao ar livre é definido como uma linha ligada de lojas ou pontos de venda de serviços gerenciados como uma unidade, com estacionamento normalmente em frente às lojas (FASIG, 1999). Embora utilizado nesta pesquisa o termo Open Mall, esta é uma expressão genérica relativa a shoppings de formato Open ¹ Corresponde à área ocupada por um corpo d’água – lago, lagoa, reservatório de barragem, açude, etc. Em arquitetura, consiste em um pequeno lago artificial, em geral usado como complemento no paisagismo, tanto para finalidades refletivas da obra principal, simplesmente como mais um elemento decorativo ou ainda como barreira de acesso.
Air Center, de acordo com a classificação feita pelo ICSC. No entanto, termos como shopping ao ar livre, shopping à céu aberto, Open Air e Lifestyle Center, são utilizados para se referir a shoppings com esta abordagem. Lifestyle Centers, no entanto, é um termo referente a apenas uma das categorias deste formato, caracterizado por incorporar no projeto uma grande variedade de espaços voltados ao lazer e entretenimento. Outras categorias incluídas no formato Open Air Center, sendo o ICSC são: Shoppings de Vizinhança e Comunitários, Power Centers, Festival Malls e Outlets. Os Open Malls, no entanto, não são um fenômeno do século XXI, eles surgiram ainda no século XIV, onde eram frequentemente ruas ou áreas comuns rodeadas de lojas e cobertas por estruturas translúcidas. Nas décadas de 90, porém, impulsionado pela eficiência energética, e a pela necessidade de um formato mais flexível, o conceito foi resgatado (KING STURGE, 2009). Porém, diferente do século XIV, os atuais shoppings de formato Open Mall são construções arquitetônicas elaboradas para se integrar com o entorno, mas agregando funções dos shopping centers tradicionais, como praças de alimentação, opções de entretenimento e serviços, atendendo às necessidades rotineiras dos consumidores (DELISLE, 2007). O projeto paisagístico é um dos grandes diferenciais dos Open Malls. Além de aliarem-se à sustentabilidade, os ambientes resultantes são agradáveis, geralmente, bem arborizados, com jardins e espelhos d’água¹. Oferecem um espaço interessante ao público, além de reduzirem custos com climatização, devido ao aproveitamento de ventilação e luz natural e criação de áreas verdes (KING STURGE, 2009). 53 162
4.3 vantagens e desvantagens Os Open Malls oferecem uma ampla gama de formatos, variando em função do perfil e das propostas de atuação, que podem ser desde ruas arborizadas compostas de um amplo acervo de lojas luxuosas a construções simples, que abrigam lojas de fábrica (KING STURGE, 2009). Constituídos por várias edificações, pode ser construído mais rapidamente e muito mais barato que os shoppings tradicionais, compostos normalmente por uma única edificação, constituindo um melhor perfil econômico em relação aos tradicionais (KINGSTURGE, 2009). Ao passo que agregam as funções específicas dos shopping centers, como praças de alimentação, entretenimento e serviços, a configuração ao ar livre, favorece a ideia da cidade como comunidade, num momento onde este conceito está se perdendo (FASIG, 1999).
Além disso, o formato Open Mall reduz gastos com despesas operacionais de shoppings tradicionais, como ar condicionado e iluminação apenas pela ausência de teto, provocando uma sensação de conforto e liberdade, ao contrário dos shoppings fechados, que isolam o consumidor do mundo externo, em um incentivo ao consumo (FASIG, 2000). No entanto, ao passo que reduz gastos com a manutenção de ambientes fechados, os centros ao ar livre demandam gastos com manutenção dos seus exteriores, isto é, seu paisagismo, como custos com a manutenção de fontes, instalações e jardinagem. Além disso, necessitam de proteção em tempo integral, ao contrário dos shopping centers tradicionais, onde a segurança é mantida em tempos parciais, uma vez que contam com barreiras físicas (portões, muros), elementos arquitetônicos que proporcionam proteção (MAI; MORRISSEY; SANTINI, 2006).
4.4 soluções sustentáveis
Ainda na planta, arquitetos e engenheiros podem lançar mão das estruturas de concreto pré-montadas, que conferem velocidade à construção e têm baixo impacto ambiental, porque dispensam o uso de betoneiras e não geram resíduos, diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia e um dos idealizadores do conceito Casa Aqua.
Visto que este formato de shopping é desenvolvido de forma a se integrar ao entorno, percebe-se a importância do meio ambiente na elaboração destes projetos. Pensando nisso, foram pesquisadas ações sustentáveis que maximizem a relação deste tipo de edificação com o meio ambiente, contribuindo com o uso racional de recursos naturais e possibilitando o mínimo de alteração no ambiente o qual estão inseridas (CORRÊA, 2009).
Os shoppings em formato Open Malls, porém, necessitam de uma área maior para serem projetados, uma vez que são construções horizontais, dificultando sua implantação em centros urbanos devido ao custo de aquisição de terrenos de grande porte (ZAFFARI, 2012).
De acordo com os princípios da sustentabilidade e da eficiência energética, as ações aplicáveis, ainda em projeto, estão relacionadas ao aumento da flexibilidade das edificações; maximização de área permeável; utilização recursos para redução de gastos com climatização; maximização da iluminação
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e ventilação natural; reaproveitamento da água da chuva; reaproveitamento de resíduos, e; redução do uso de energia elétrica (LAMBERTS; TRIANA; FOSSATI; BATISTA, 2005). De acordo com Grassiotto M. e Grassiotto J. (2010) e visto todas as condicionantes de um shopping a céu aberto, foi possível listar algumas soluções arquitetônicas possíveis de serem utilizadas na fase projetual, são elas:
Maximização da iluminação e ventilação naturais: a) Correta orientação da edificação, definida em função das condições de insolação e ventilação da região onde será implantada;
Flexibilidade da edificação:
b) Emprego de dispositivos de sombreamento nas aberturas: proteções solares projetadas de acordo com as condições de exposição solar de cada fachada, e venezianas incorporadas às esquadrias;
a) Acessibilidade total;
Redução de consumo de água potável:
b) Prever flexibilidade e adaptabilidade do projeto para adaptação a novos usos e sistemas técnicos, isto é, permitir alterações de funções ao longo do tempo;
a) Uso de sistemas que permitam reduzir o consumo de água, aproveitando as fontes disponíveis, como o tratamento águas cinzas para reaproveitá-las.
Redução de gastos com climatização:
Reaproveitamento de resíduos:
a) Uso de teto-jardim², para redução dos ganhos de calor advindos da cobertura;
a) Minimizar o desperdício de materiais utilizados no edifício optando-se por aqueles que tenham menor impacto no ambiente, originários de fontes renováveis, que possam ser reutilizados ou reciclados.
b) Uso de paisagismo produtivo, como barreira para ventos e para evitar ganho solar indesejável;
Redução de consumo de energia elétrica: c) Uso de paisagismo exterior para reduzir ilhas de calor interna e externamente no projeto: promover a redução do efeito de ilhas de calor através da utilização de árvores nativas, do uso de pavimentação mais permeável e com materiais mais reflexivos. ¹ O teto-jardim, também conhecido como teto verde, é uma técnica usada na arquitetura cujo objetivo principal é o plantio de árvores e plantas nas coberturas de edifícios. Além do efeito decorativo e ecológico, os tetos-jardins podem fornecer isolamento acústico, controle de temperatura e lazer, representando benefícios ecológicos, econômicos e de bem-estar.
a) Geração de energia solar fotovoltaica interligada à rede; Ainda, de acordo com Lewis (2004), a sustentabilidade em espaços comerciais envolve, além de ações que promovam a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social (afetando pessoas) e econômica, sendo fundamental o equilíbrio entre os três aspectos. 55 162
Num espaço varejista, se o ambiente não agrada, não atrai as pessoas, ele não será financeiramente bem sucedido, tornando-o insustentável. As pessoas desejam espaços que contêm apelo e atrativos, sendo excitantes e confortáveis, desta forma, se torna importante que as escolhas em prol da sustentabilidade tenham foco a qualidade do ambiente interior, envolvendo aspectos como a qualidades do ar, iluminação, conforto térmico, controle de umidade, acústica e controle de odores (LEWIS, 2004). Quanto à responsabilidade econômica, um projeto de centro comercial, para ser sustentável, além de promover recursos relacionados à sustentabilidade ambiental e proporcionar um ambiente confortável aos consumidores, deve ser economicamente eficiente, de forma que seus indicadores de venda por metragem quadrada torne o empreendimento sustentável economicamente (LEWIS, 2004). Além disso, aspectos econômicos, como a adoção de equipamentos inteligentes e tecnologias sustentáveis que dão rápido retorno financeiro, podem ser pensados ainda em projeto, como a utilização de pré-fabricação e pré-montagem, que garante a agilidade no processo de construção, melhor controle de qualidade e redução dos impactos ambientais gerados pelo desperdício de material, poluição do ar e água pela poeira (GRASSIOTTO M.; GRASSIOTO J., 2010).
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01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 metodologia..23 1.4162 58 1.5 temas por capítulo..23
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oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..34 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
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ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 6.4 condicionantes de projeto..108 59 162 6.5 estudo preliminar..111
estudos de caso Com o objetivo de obter conhecimento para a elaboração do projeto de um centro comercial de formato open mall, foram analisadas três obras referenciais com o objeto de estudo similar ao que será proposto. Nestas obras, serão observadas: aspectos funcionais, aspectos construtivos, materiais utilizados, relação com entorno e conforto ambiental. A partir deste estudo, será feito uma análise individual de cada obra, apontando assim, seus pontos positivos e negativos. E com base nestas pesquisas, realizar a elaboração do projeto proposto.
5.1 santa mônica place Santa Mônica Place (figura 14) é um Shopping Center de formato open mall, localizado no extremo sul da Third Promenade, na área central de Santa Monica, na Califórnia, EUA. Sua configuração atual, porém, é resultado de um processo de renovação ocorrido entre 2008 e 2010, caracterizando o terceiro processo de renovação o qual foi submetido, uma vez que o projeto original sofreu modificações também em 1991 e 1998 (POJANI, 2008). Projetado originalmente pelo renomado arquiteto Frank Gehry, no início de sua carreira, foi inaugurado em 1980, em um formato tradicional, fechado, no padrão dos shoppings centers típicos dos subúrbios americanos (ver figura 15), estendendo-se por dois quarteirões completos (10 hectares), sendo composto por três pavimentos e uma área de aproximadamente 550 mil m² (PARKER, 2010). Figura 14 – Santa Monica Place: Perspectivas dos Acessos (fachada). Disponível em: <http:// shoppingblog.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
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Figura 15 – Santa Monica Mall quando construído em 1980. Fonte: Sociedade Museu Histórico de Santa Monica. Disponível em: <http://urfsantamonica. com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
Em 1999, porém, o Santa Monica Place de Frank Gehry, que lutava para sua sobrevivência desde o início de década de 1990, quando começou a perder locatários e tráfego de consumidores, inicia uma nova fase ao ser adquirido pela Macerich, uma das maiores empresas de varejo do EUA, que tornou possível o terceiro processo de renovação do shopping (POULOS, 2011). Reinaugurado em Agosto de 2010, o processo de remodelação levou quase uma década, entre estudos e trabalhos, que começaram em 2002. Os trabalhos de renovação e reconfiguração foram desenvolvidos pela Jerde Partnership, uma empresa de design urbano em parceria com a OmniPlan, empresa sediada em Dallas, responsável pelo projeto executivo. Composto por cerca de 524 mil metros quadrados em área bruta locável (ABL) em três níveis, o novo Santa Monica Place (figura 16) foi totalmente remodelado de forma a se configurar um espaço urbano (PARKER, 2010). De uma forma geral, intervenções que ocorreram no Santa Monica Place de Frank Gehry, no processo de renovação do shopping se relacionam mais diretamente à preocupação dos desenvolvedores do projeto em integrar o complexo comercial ao entorno, em especial à Third Street Promenade (ver figura 17). Sendo assim, as principais mudanças podem ser observadas em sua nova implantação, que passa a não apresentar uma delimitação física, ou seja, o espaço interno do shopping não se separa do espaço externo, não há barreiras (portões, portas Figura 16 – Santa Monica Place: Planta de Localização. Disponível em: <http://www.jerde.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
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Figura 17 – Santa Monica Place: Planta de Situação. Disponível em: <http:// architecturenewsplus.com/>. Acesso em: 05 de maio de 2014.
Figura 18 – Santa Monica Place: Planta de Implantação. Disponível em: <http://architecturenewsplus.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
5.1.1 aspectos funcionais Atuando como os fatores chaves na transformação do Santa Monica Place, que passou de um caráter fechado, um monólito de concreto no centro da cidade, a um shopping a céu aberto. Possui, como principais características, a remoção do telhado, criando espaços internos generosos a céu aberto, implementação de passarelas de pedestres e, conexões com o centro da cidade (PARKER, 2010). No que se referem aos aspectos funcionais, as diversas ações de renovação resultaram em uma composição espacial de quatro blocos distribuídos em cada extremidade da área envolvente. 63 162
Ligados entre si por corredores (ruas) ao ar livre, formadas entre a locação de um bloco e outro (ver figura 19). No térreo, os caminhos formados entre os blocos se convergem em um único ponto, na Praça Central (figura 20). Funcionando como o coração do projeto, proporciona um espaço de encontro, acolhendo instalações de arte, espetáculos e eventos. Além disso, a Praça Central, possuindo um formato elíptico, juntamente à orientação dada aos blocos, proporciona a maximização da luz solar em todos os pavimentos (PAJANI, 2008). De acordo com a implantação e as plantas dos pavimentos, observa-se que duas construções destinadas a estacionamento e outras duas destinadas às atividades comerciais. Os blocos, implantados independentes, são interligados por pisos suspensos nos pavimentos superiores. O segundo pavimento, além dos pisos suspensos existe uma
plataforma que funciona como a praça de alimentação que é complementada com restaurantes que abrigam um dos blocos neste pavimento. Observa-se ainda, a inexistência de telhados em toda a área comum, tornando este espaço semelhante a um terraço, onde ocorrem vistas tanto para as montanhas, quanto para o oceano pacifico (figura 21). De forma a integrar o centro comercial ao entorno, o projeto definiu quatro pontos de acessos para pedestres. Orientados de forma a conectar os quatro lados distintos que o envolve, que conta, ao norte com o Third Promenade, a oeste com o Oceano Pacífico, ao sul Centro Cívico e ao leste com Los Angeles, cada acesso foi trabalhado de acordo com seus respectivos contextos. Para tanto, o projeto utilizou materiais como terracota, vidro, pedra, tijolos aparentes e aço inoxidável, elementos que são encontrados por toda a cidade, empregados em diferentes padrões, formando diversas composições nas fachadas, como visto na figura 22, ao lado (PARKER, 2005). Figura 19 – Santa Monica Place: Plantas Baixas Esquemáticas (modificação). Disponível em: <http://www.jerde.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014 (adaptado).
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Figura 20 – Santa Monica Place: Vistas Praça Central. Disponível em: <http:// jerde.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
Figura 21 – Santa Monica Place: Terraço. Disponível em: <http://jerde.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
Figura 22 – Santa Mônica Place: Mall. Disponível em: <http://jerde.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
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5.1.2 aspectos construtivos Ainda que tenha sido completamente transformado, o antigo Santa Mônica Place não passou por um completo processo de demolição para se tornar um shopping center à céu aberto, grande parte da estrutura original, aquela projetada por Frank Gehry, foram conservadas, sendo, inclusive, mantidas as duas estruturas de estacionamentos (POULOS, 2011). Para o paisagismo, foram utilizados diferentes pavimentações e mobiliários (figura 23). Um destaque no paisagismo é quanto à utilização de elementos sustentáveis, uma vez que o projeto é composto por plantas resistentes autóctones, telhado e madeiras de origem sustentável, além de vários produtos que utilizam materiais reciclados (POJANI, 2008). Promovendo ainda, o avanço dos conceitos de desenvolvimento de varejo sustentável, as diversas estratégias sustentáveis utilizadas/atribuídas ao Santa Monica Place em seu processo de renovação resultou na certificação ambiental LEED Gold do Green Building Council dos EUA, recebida em junho de 2012 (POULOS, 2011). As principais iniciativas/atributos sustentáveis incorporadas foram: a instalação de painéis solares para captação de energia tendo em vista a eficiência energética (poupa energia suficiente para abastecer 90 casas); o uso de materiais de cobertura reflexivos para a redução do efeito estufa; incorporação de paisagismo e medidas eficientes no que se refere à conservação da água; manutenção de grande parte da estrutura existente; reciclagem de materiais (92% de detritos reciclados); gerenciamento de drenagem de águas pluviais (POULOS, 2011). 66 162
Figura 23 – Santa Monica Place: Vistas Paisagismo. Disponível em: <http://shoppingblog.com/>. Acesso em: 02 de maio de 2014.
5.2 centro comercial antara polanco
Figura 24 – Antara Polanco: Planta de Localização. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/>. Acesso em: 01 de maio de 2014.
O centro comercial Antara Polanco, projetado pelo arquiteto Javier Sordo Madaleno, localiza-se em Novo Polanco, na Cidade do México. Situado em um ponto estratégico da cidade, no cruzamento das avenidas do Exército Nacional e Molière de Polanco (ver figura 24), área central da cidade, tornou o empreendimento bastante valorizado (ARQUITOUR, 2009). Construído em um terreno com cerca de 48,5 mil m², onde se instalava a antiga fábrica da General Motors, foi inaugurado em Maio de 2006 e possui cerca de 45 mil m² de área construída total em três níveis (BOY, 2006). Integrante do projeto Antara, dividido em três etapas de execução, o Centro Comercial Antara Polanco (figura 25) compõe a primeira etapa, de um complexo multiuso que conta também, com o desenvolvimento de três edifícios corporativos, um deles, abrigando um grande hotel turístico. Tendo sido desenvolvido de acordo com o conceito de ‘cidade dentro da cidade’, através da implantação destes edifícios, o projeto Antara, busca resolver dentro da mesma área, todas as necessidades de seus ocupantes (ARQUITOUR, 2009). Figura 25 – Antara Polanco: Vista Fachada. Disponível em: <http://metatron-galactron.com/>. Acesso em: 03 de maio de 2014.
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5.2.1 aspectos funcionais Antara Polanco, um shopping center de formato open mall, possui um projeto diferenciado, simulando uma rua comercial ao ar livre. Apresenta um programa rico, composto por 145 estabelecimentos comerciais, entre serviços, restaurantes e lojas, além das áreas de teatro e cinemas. E, ainda, com uma ampla área de estacionamento, cerca de 116 mil m², distribuídos em parte da quadra, na implantação, e em uma edificação, um bloco de 4 pavimentos (ARQUITOUR, 2009). O shopping é implantado em dois blocos (figura 26), em um formato de semicírculo que estende-se por 200 metros lineares, semelhante ao modelo em forma de “U”, onde ocorrem as áreas comerciais. No térreo (ver imagem 27), funcionando como uma praça, a circulação, ou seja, a área comum do centro comercial ocorre entre estes blocos, ao ar livre, pra onde as áreas comerciais se voltam. Esta praça, que possui 20 metros de largura, é destinada à áreas de descanso público e circulação (ANTARA POLANCO, s.d.). Nos pavimentos superiores as áreas comerciais, assim como no térreo, são voltadas para esta praça, utilizando-se da circulação horizontal do pavimento para criar um mezanino em paralelo com a mesma (ver imagem 27). A ligação das áreas comerciais ao pavimento superior é realizada por circulações verticais localizadas em planta e, a ligação entre elas, visto que são isoladas pela praça interna, é feita por passarelas que partem das circulações horizontais do pavimento. Tanto no térreo quanto no primeiro pavimento, estão distribuídas 51 lojas, além da área destinada a instituições bancárias. Já no 68 162
Figura 27 – Antara Polanco: Plantas Baixas Esquemáticas. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/antarapolanco/>. Acesso em: 01 de maio de 2014.
segundo pavimento, localizam-se mais 27 lojas, sendo estes, destinados à alimentação e entretenimento (ANTARA POLANCO, s.d.). As lojas são determinadas por módulos de aproximadamente 70m², porém, algumas, por necessitarem de maior área para sua instalação, são compostas de dois ou três módulos. A flexibilidade é um grande diferencial do projeto, no sentindo que se pode ampliar ou reduzir espaços, através de simples subdivisões de paredes, sem que assim seja necessária a alteração da estrutura (ARCILA, 2007).
Figura 26 – Antara Polanco: Planta de Implantação. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/antarapolanco/>. Acesso em: 01 de maio de 2014.
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5.2.2 aspectos construtivos A arquitetura do centro de compras ganhou forma com estrutura de concreto e alvenaria de tijolos. Nas fachadas (figura 28), foi utilizado revestimento duplo que se alterna entre pré-moldados que imita concreto e revestimentos especiais, como vidro (ARQUITOUR, 2009). O vidro utilizado foi o temperado extra claro, usado tanto nas fachadas internas quanto nas externas, com poucos caixilhos (ver figura 29), de forma a possibilitar maior transparência e integração das áreas internas do shopping (lojas), com a praça a céu aberto, além da iluminação natural, propiciando uma atmosfera de centro comercial ao ar livre (ARCEILA, 2007). Em relação ao paisagismo, o projeto explorou em sua implantação a utilização do elemento água, criando muitas fontes, em especial as fontes em ziguezague que ocupam grande parte da praça. Além da água, exploram elementos como decks em madeira
ipê, áreas de jardim e, o piso (ver figura 29), que foi realizado utilizando-se vários tipos de pavimentação (ARQUITOUR, 2009). Foram utilizados na composição dos pisos (figura 30) materiais de origens naturais, brita, cascalho branco, mármore branco e cinza, granito esmagado e facão cinza, este, nas áreas de circulação de veículos. Esta combinação de materiais, além promover a diferenciação dos espaços, através das diferentes texturas e cores, vem também a romper com a ideia de centro de compras tradicional (ARQUITOUR, 2009). Além de romper com a ideia de shopping center tradicional, o Centro comercial Antara Polanco foi desenvolvido de acordo com o conceito open mall, de forma a criar um espaço de encontro mais agradável e também sustentável, uma vez que a criação de áreas comuns ao ar livre permite a redução de uso de energia e também ajuda conservação do meio ambiente, diminuindo problemas de contaminação e produção de resíduos, através do paisagismo que pode ser explorado (ANTARA POLANCO, s.d.). Figura 28 – Antara Polanco: Revestimentos. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/antarapolanco/>. Acesso em: 01 de maio de 2014.
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Figura 29 – Antara Polanco: Vistas Paisagismo do Mall. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/antarapolanco/>. Figura 30 – Antara Polanco: Vistas Materiais dos Pisos. Disponível em: <http://mediagency.com.mx/antarapolanco/>. Acesso em: 01 de maio de 2014.
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5.3 contribuição dos estudos de
caso
A partir das análises dos estudos de caso foram observados pontos positivos e negativos de cada obra, de forma a ressaltar questões a serem ou não empregadas no projeto que será proposto. Tais questões, no próximo capitulo, serão resolvidas/ adotadas constituindo-se as diretrizes projetuais do projeto que será desenvolvido. No Santa Monica Place, muito desenvolvido em relação ao conceito open mall, dois pontos merecem destaque. Um dos pontos é referente à integração com o entorno, onde o projeto abriu o shopping à cidade, trabalhando acessos com materiais de
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acordo com o contexto da área para o qual estão voltados. Outro ponto é a articulação dos blocos de acordo com a orientação solar, que conforme o clima da Califórnia, buscou maximizar a luz solar nos ambientes. O Centro Comercial Antara Polanco é importante ressaltar a articulação funcional resolvida através das circulações verticais e horizontais nos pavimentos superiores, que acontece sem que se perca o conceito de shopping a céu aberto proporcionado pela sua composição volumétrica. Outra característica importante é a flexibilidade das plantas, uma vez que é possível alterar as dimensões dos espaços sem alterar a estrutura, através do estabelecimento de módulos. Outra observação é em relação ao paisagismo, o qual é trabalhado utilizando-se poucas vegetações, dando maior destaque ao emprego do elemento
água, através das fontes, que enfatizam assim o conceito open mall, ao assemelhar o shopping á uma praça da cidade. O estudo destes centros comerciais foi de grande importância, uma vez que forneceram informações a respeito da abordagem do conceito open mall, nos projetos de centros comerciais. Constituindo-se as bases para o projeto que será proposto, algumas características vistas nos estudos de caso serão abordadas, são elas: a criação de áreas comuns suspensas de forma a criar um terraço que garanta vistas do entorno; estudo da melhor orientação dos volumes de forma a garantir o conforto ambiental; criação de uma a praça central para realização de eventos culturais; utilização de passarelas e pisos com diferentes texturas para diferenciar os espaços e suas funções.
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01 01 introdução introdução
1.1 contextualização do tema..20 1.2 justificativa..21 1.3 objetivos..22 metodologia..2431.5 temas 1.4162 74 por capítulo..23
02 02
oocomércio comércioeeoolugar lugar
2.1 enquadramento histórico dos espaços comerciais..28 2.2 shopping centers:
conceituação e contexto histórico do segmento..30
03 03
ooespaço espaçofísico físicodos dos shopping shoppingcenters centers
3.1 área de inserção do projeto..40 3.2 aspectos gerais da construção..44
04 04
open mall:mall: open novaabordagem abordagem aanova
4.1 contextualização..52 4.2 aspectos gerais..53 4.3 vantagens e desvantagens..54 4.4 soluções sustentáveis..54
05 05
estudos estudosde decaso caso
5.1 santa mônica place..60 5.2 centro comercial antara polanco..67 5.3 contribuição dos estudos de caso..72
06 06
ensaio ensaioprojetual projetual
6.1 área de inserção do projeto..78 6.2 diagnóstico do terreno..82 6.3 proposta arquitetônica..92 108 6.3 condicionantes de 75projeto.. 162 6. estudo preliminar..111
ensaio projetual O presente trabalho busca, no exercício projetual um meio de exemplificar, na prática, todo o arcabouço teórico exposto anteriormente, destacando a potencialidade no emprego dos mesmos, e também, suas deficiências. O proposto então é a realização de um estudo preliminar de um Open Mall, que afirme os benefícios do formato em relação ao seu sucessor. Estabelecendo parâmetros pertinentes à organização de um projeto levando em consideração diversos aspectos, inclusive metodológicos, necessários para avaliação da viabilidade do projeto, este capítulo expõe informações necessárias ao desenvolvimento do estudo preliminar proposto, expondo os estudos necessários para a sua implantação, e a composição volumétrica/setorial resultante. Não realizando estudos importantes para o desenvolvimento de uma proposta real de Centro Comercial, como estudo de viabilidade econômico-financeira – que consideraria área de influencia, estimativa de potencial de vendas, etc.-, em um empreendimento comercial deste porte, utiliza -se o Programa de Necessidades proposto no Concurso de Arquitetura e Urbanismo do Shopping Center na UNISINOS (IABRS, 2004), como referência para o desenvolvimento da proposta. Como cenário para o projeto, optou-se pela região de Bento Ferreira, localizado frente à Baia de Vitória (Figura 31). Tal opção foi influenciada pela baixa disponibilidade de terreno com grande porte na região, o qual foram localizados apenas dois terrenos potenciais para abrigar a proposta do Open Mall. A definição, no entanto, partiu do estudo de ambos os terrenos, levando em conta aspectos legais e ambientais, que serão expostos abaixo. 76 162
Figura 31 – Perspectiva da Baia de Vitória. Fonte: www.vitoria.es.gov.br.
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6.1 área de inserção do projeto Vitória, conforme localizada no mapa a seguir (figura 32) foi a cidade escolhida para desenvolver o projeto do centro comercial proposto neste estudo. Capital do Espírito Santo, Vitória está localizada na Região Sudeste do país, possuindo a maior parte do seu território circundada pelas águas da baía de Vitória à leste, limitando-se ao norte com o município da Serra, ao Sul com o município de Vila Velha, e a Oeste com Cariacica. Juntamente com os municípios de Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Fundão e Guarapari, integra
a Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), composta por aproximadamente 1.857.616 habitantes (IBGE, 2013 apud VITÓRIA, s.d.). É uma das três ilhas-capitais do Brasil, e com uma população de 352.104 habitantes, segundo estimativa do IBGE para 2014, é a quarta mais populosa do estado. Além da ilha principal, conta com mais outras 34 ilhas e uma porção continental, perfazendo um total de 98.194 km² (IBGE, 2015). Com 40% do território coberto por morros, possui uma paisagem única, contrapondo o desenvolvimento urbano à natureza, em uma presença conjunta de planaltos, e um litoral composto tanto
Figura 32 – Mapa Localização de Vitória no Brasil. Fonte: <www.vitoria.es.gov.br>. Disponível em: 21 de junho de 2013. Figura 33 – Regiões Administrativas de Vitória. Disponível em: <www.vitoria.es.gov.br> (recorte). Acesso: 17 de maio de 2013.
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de extensas praias como também de maciços e recortes em enseadas. Sua economia é voltada para a atividade portuária, a prestação de serviços, a indústria e ao turismo. Possuindo dois grandes portos, o Porto de Vitória e o Porto de Tubarão, integra o maior complexo portuário do país (MONTEIRO, 2008).
Figura 34 – Mapa Bairro Bento Ferreira. Disponível em: <www.vitoria.es.gov.br> (modificado). Acesso em: 17 de maio de 2013.
Possuindo atualmente 83 bairros, está dividida em nove regionais administrativas (ver figura 33) para facilitar o controle administrativo dos serviços públicos e a orientação espacial das pessoas, de acordo com a Lei nº 8.611/2014, que altera o artigo 2 da Lei n° 6.077/2003. O bairro Bento Ferreira (figura 34), o qual receberá a proposta de implantação do Open Mall, faz parte da Região 03 – Jucutuquara, juntamente com 13 bairros. Caracterizada como uma das áreas da cidade com maior nível de aterros hidraúlicos, a Região possui a grande maioria de suas áreas planas a partir de resultados desses aterros, ocorridos na década de 1920, como alternativa para conter os alagamentos em períodos chuvosos. Bairro da Zona Sul, Bento Ferreira caracteriza-se basicamente pela ocupação por prédios institucionais ao longo da Avenida Beira Mar, entre eles a Sede da Prefeitura Municipal de Vitória e a Câmara Municipal. Limita-se ao norte pelos bairros Horto e Gurigica, ao Leste com santa Lucia, Enseada do Suá e Jesus de Nazareth, a Oeste com Monte Belo e Consolação, e ao Sul com a Baía de Vitória, ocupando 936.211m² de área (PMV, 2015). Nomeado como Bento Ferreira, conta-se uma história que o bairro adquiriu este nome a partir da referencia da região, conhecida como ‘região de Bento, o ferreiro’ por volta da década de 50. Pela história, Bento era responsável pela manutenção dos vagões da Companhia Leopoldina, onde trabalhava e residia no 79 162
Galpão da empresa, que se localizava na região, nesta época ainda povoada (PMV, s.d).
Tabela 2 – Dados Populacionais. Fonte: <www.vitoria.es.gov.br>. Disponível em: 17 de maio de 2014.
Surge a partir do Plano de Valorização Econômica de Jones dos Santos Neves (1951-1955), onde passou a receber intervenções por aterros nas áreas dos mangues, compreendido desde a Ilha de Santa Maria até as proximidades da Praia do Suá, com justificativa de expansão territorial (SOUZA, 2010). Com o inicio da urbanização de Bento Ferreira, por volta de 1956, foram construídos no local do aterro diversos edifícios públicos e institucionais. Posteriormente, com a melhoria da infraestrutura, e a facilidade de acesso ao centro, o bairro transformou-se em área residencial, atraindo famílias da classe média e alta, extensão dos bairros Praia do Canto e Enseada do Suá (PMV, s.d.). Figura 35 – Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória. Fonte: Plano Diretor Urbano – PDU (recorte).
Constitui, juntamente com o bairro Enseada do Suá, um dos principais eixos de crescimento da capital capixaba. Com 5.569 mil habitantes (ver tabela 2), ocupado basicamente por edificações institucionais e residenciais, predominantemente horizontais, e muitas áreas desocupadas, possui grande potencial de crescimento, visto que a cidade possui atualmente poucos bairros com este potencial de crescimento (IBGE, 2010). Localizado, conforme o zoneamento urbano, em ZOP2 e ZOC4 (ver figura 35), apresenta regras para edificação permissivas, com alto potencial de crescimento. Em ZOC4 os empreendimentos residenciais contam com coeficientes de aproveitamento altos, sem limite de gabarito; enquanto em ZOP2, observamse as mesmas características, porem aplicadas às edificações comerciais (PDMV, 2001). Desta forma, é observado, através dos coeficientes apresentados, o grande interesse na verticalização do bairro. E este interesse se justifica pela horizontalidade do bairro, que é caracterizado em sua maioria, por edificações de baixo gabarito, constituindo uma das poucas áreas da cidade, que não sofreram o processo
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de verticalização, e, portanto, oferta grande potencial de crescimento à cidade, que é maximizado pela disposição de muitas áreas desocupadas. Por ter surgido a partir de aterros que permitiram a liberdade no traçado do bairro, e no contexto de modernização e embelezamento das cidades brasileiras, Bento Ferreira adota parâmetros de qualidade urbana, apresentando vias largas e arborizadas e áreas de estacionamento dispersas (PMV, s.d.). Situado entre as Avenidas Marechal Mascarenhas de Moraes (Av. Beira Mar), Leitão da Silva e Vitória, ambas consideradas Vias Arteriais Metropolitanas, conforme o mapa de Hierarquização Viária de Vitória (figura 36), disponibilizado no Plano Diretor Urbano - PDU (Lei Municipal nº 6.705), faz ligação com os dois principais eixos de circulação da cidade.
No que refere-se a malha viária, como pode ser constatada na imagem abaixo (figura 36) e no mapa do bairro, já apresentado anteriormente (figura 34), percebe-se que esta apresenta-se predominantemente irregular. Com um traçado tortuoso, as vias conformam quadras, em geral, irregulares, com formatos muitas vezes triangulares ou trapezoidais. Apesar desta característica, pode ser constatada a veracidade da informação feita acima, que afirma que o bairro é resultado da liberdade do traçado, e concebido no contexto da modernização das cidades brasileiras. Afirmada em uma simples visualização do mapa do bairro (figura 34), existe um destaque das vias em relação às quadras, onde, mesmo as que não se comportam como eixos viários.
Figura 36 – Mapa Hierarquização Viária Fonte: Plano Diretor Urbano – PDU (modificado).
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6.2 diagnóstico do terreno Conforme principalmente Gruen (1967, p. 38) e outros autores (PARNES, 1948; KELLEY, 1956; NELSON, 1958; DAVIDSON, 1966; BEDDINGTON, 1991) e, tendo em vista o conceito principal do projeto, que é tornar o local de compras semelhante a uma praça da cidade, integrado ao seu entorno, possibilitando que a comunidade envolvente se aproprie do espaço, foram elaboradas diretrizes para a escolha do terreno, visto que as mesmas são importantes para o tipo de edificação, são elas: • Localização: ser localizado numa área cujo entorno tenha uso compatível com sua operação, livre do desenvolvimento de concorrência, abrigando atividades complementares que contribuam com a identidade do complexo, realçando suas características. São incompatíveis atividades que gerem muito tráfego, barulho, cheiro ou provoquem desordem e má aparência; • Acessibilidade: estar inserido dentro de um sistema viário de fácil acessibilidade, para viabilizar um total desfrute das potencialidades dos negócios localizados no empreendimento; • Zoneamento: estar inserido num zoneamento que permita a instalação de um shopping Center, ou que possa ser alterado para isso; • Dimensão: O terreno deve possuir grandes dimensões, visto que se trata da implantação de uma construção horizontal e que demanda por muitos espaços ao ar Figura 37 – Mapa de Localização do Terreno em Bento Ferreira. Fonte: Geoweb Vitória, 2014 (adaptação).
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livre. Além de constar de um lote único, unificado, livre de impedimentos como estradas, córregos, passagem de energia ou qualquer outro tipo de obstáculo que force o desenvolvimento do complexo em partes separadas, e; • Topografia: O terreno deve ser plano. Terrenos em aclive ou declive apresentam dificuldades, pois o nível da pavimentação tem que favorecer o acesso às lojas. Considerando à baixa disponibilidade de terreno com grandes dimensões em Vitória, situados em áreas residenciais ou empresariais e inseridos no contexto urbano, observou-se a existência de um terreno em Jardim da Penha que satisfazia aos pré-requisitos iniciais.
Ocupado atualmente pelos galpões do extinto Instituto Brasileiro de Café, o presente terreno (figura 37) chamou bastante atenção por sua dimensão, além da possibilidade de aproveitamento de um amplo espaço existente que ficará sem uso para os próximos anos (PMV, 2014). Estudando a possibilidade da implantação real de um empreendimento deste porte no terreno, observaram-se os seguintes conflitos:
1) Em relação à tabela de controle urbanístico disponibilizada no Plano Diretor Urbano de Vitória (tabela 3), referente à zona o qual o terreno 1 se enquadra, têm-se dois pontos: • Observando os índices urbanísticos, constata-se que os coeficientes de aproveitamento (CA) em 1,2 e a taxa de ocupação de 60%, são baixos para a área, limitando o projeto do centro comercial, que uma vez possuindo tipologia horizontal, necessita de grande área de ocupação.
Tabela 3 – Controle Urbanístico ZOC1 Fonte: Plano Diretor Municipal – PDM (recorte).
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• Considerando os usos permitidos e tolerados da presente zona, verifica-se que embora permitido a ocupação do solo por atividades não residenciais enquadradas como G1 em qualquer via e G2, nas vias locais, principais e coletoras, o qual o projeto se enquadra, não permite empreendimentos geradores de impacto urbano, limitando o potencial construtivo do terreno a 5.000m² de área útil (VITÓRIA 2006).
terreno que satisfazia aos critérios iniciais. Escolhido para desenvolver a proposta, como já dito anteriormente, o terreno será estudado de forma relevante nos próximos tópicos deste capítulo.
2) Considerando a tentativa do projeto de promover a sustentabilidade, a existência dos Galpões no terreno ofereceu outra discussão:
Como visto anteriormente, com base nos critérios estabelecidos, optou-se pelo terreno localizado em Bento Ferreira, próximo à Prefeitura de Vitória. O terreno atualmente é ocupado pelo Centro de Treinamento Esportivo Jayme Navarro de Carvalho, primeiro complexo esportivo do Brasil, feito em parceria com o Ministério do Esporte (SESPORT).
• Presentes no bairro desde o final da década de 60, a preservação dos galpões é uma questão debatida a muito, comprometendo a alternativa de demolição dos mesmos no desenvolvimento do projeto. Como resultado do não comprometimento em defesa da demolição dos Galpões, observa-se a necessidade de desenvolver uma proposta que os preserve, pelo menos em parte. • Com a necessidade de manter, ao menos parte da estrutura dos Galpões, a demanda do projeto por um subsolo, no caso da possibilidade de construção deste, elevaria potencialmente o custo da obra. Observando então, a necessidade de um subsolo para satisfazer a demanda por estacionamento e área de carga e descarga do shopping, tem-se que, em uma proposta real, a construção do mesmo sob a estrutura existente dos galpões resultaria em uma obra faraônica e, portanto, inviável financeiramente. Descartado desta forma, encontrou-se em Bento Ferreira outro 84 162
6.2.1 localização e entorno
Em fase de ampliação e reforma, tendo em vista proporcionar a formação de atletas de alto rendimento para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, conta atualmente com uma estrutura de dois ginásios poliesportivos, academia, além da sede administrativa da Sesport. Conforme divulgado pela SESPORT, com a ampliação, o Centro contará com uma estrutura de quatro ginásios – dois poliesportivos e dois aparelhados para receber equipes de lutas e de ginástica –, duas quadras de vôlei de praia, parque aquático e auditório, conforme a imagem acima (figura 38). O terreno, localizado na quadra do Estádio Salvador Venâncio da Costa (figura 39), faz frente para quatro ruas, são elas: Rua Chafic Murad, Rua Emilia Franklin Molulo, Rua Schwab Filho e Rua Amenophis de Assis. Ambas definidas como Locais de Bairro, pela Lei Municipal n.º 6705/06, denominada de Plano
Diretor Urbano de Vitória, que oferecem o fácil escoamento para Via Arterial Metropolitana Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, localizada em proximidade com o terreno. Sobre a questão de mobilidade urbana, o terreno apresentase com uma localização geográfica privilegiada, permitindo mobilidade é fácil acesso à área. Além disso, encontra-se próximo à rota de dezenas de linhas de transporte público, referente à Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, via Arterial Metropolitana, suprindo as demandas de deslocamento coletivo, nas esferas municipal e metropolitana, que ainda se intensifica através da rota de algumas linhas municipais na Rua Chafic Murad, localizada no entorno do terreno. Figura 38 – Projeto Centro Treinamento Esportivo Jayme Navarro. Fonte: gazetaesporte.com (2015).
Conforme analisado anteriormente, através do mapa de hierarquização viária, onde percebeu-se a existência de importantes eixos viários próximo ao terreno, observa-se a dinâmica que o terreno oferece em relação à logística. Uma vez interligado à Av. Marechal Mascarenhas de Moraes pelas ruas Amenóphis de Assis e Profa. Emília Franklin Mululo, sua localização se privilegia por permitir um fácil escoamento de veículos para vias arteriais metropolitanas que cortam os municípios da RMGV, a Rodovia Estadual ES-060 e ES-471. Desta forma, torna-se evidente a localização privilegiada do terreno, permitindo o acesso dos municípios de Vila Velha, Viana e Figura 39 – Mapa de Localização do Terreno 2. Fonte: Geoweb Vitória, 2015 (adaptação).
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Cariacica, via Segunda Ponte, Vila Velha também, via Terceira Ponte e, Serra via Fernando Ferrari, constituindo eixos diretos de mobilidade em direção ao centro de Vitória e proximidades. Possuindo uma configuração pentagonal irregular, com todas as suas arestas retilíneas, observou-se na visita de campo
que o terreno no geral possui topografia plana (ver figura 40), embora exista trabalhos de escavação sendo realizado, o que afirma a veracidade da informação recebida de que trabalhos de ampliação do Centro Olímpico estão sendo executados, tendo em vista a implantação de uma piscina olímpica prevista em seu projeto de ampliação. Em relação ao entorno imediato do terreno, observa-se que o complexo é cercado principalmente por edifícios residenciais e institucionais. Conforme o mapa ao lado (figura 41) constituem os principais edifícios institucionais existentes no entorno: SENAI, Prefeitura Municipal, Escola São Domingos, Estádio Salvador Venâncio da Costa e Ginásio Jones dos Santos Neves. Apresentando a concentração de edificações institucionais, fica clara uma distribuição de usos pouco favorável ao desenvolvimento de uma dinâmica de apropriação do espaço público, uma vez que tais ocupações, apesar de gerarem um
Figura 40 – Topografia do Terreno. Fonte: Arquivo pessoal, 2015. Figura 41 – Mapa de Uso do Solo. Fonte: Geoweb Vitória, 2015 (adaptação).
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fluxo constante de pessoas durante boa parte dos períodos da manha e da tarde, no pós horário comercial fazem com que o ambiente se esvazie. Quanto às atividades comerciais, estas encontram-se concentradas na face oeste da quadra que abriga a Sede do SENAI, e na Rua Profa. Emília Franklin Mululo, onde funcionam algumas clinicas. Podem ser vistas, também em edificações residenciais de baixo gabarito, que foram utilizadas para algum uso comercial, como é o caso da Rua Chafic Murad, que apresenta um restaurante no térreo de uma edificação. No que diz ao padrão construtivo destas edificações, poucas são as que se aparentam de alto padrão, com materiais e soluções arquitetônicas mais sofisticadas, podendo ser caracterizadas por certa homogeneidade construtiva de padrão mediano. Seguindo esta tipologia, como representada ao lado (figura 42), apresentam fachadas trabalhadas principalmente em pastilhas cerâmicas, pintura sobre reboco e vidro. E no caso das instituições de ensino e de prática esportiva, como o caso da Escola São Domingos, a existência de estrutura metálica na composição do ginásios.
Figura 42 – Edificações Institucionais: (A) Prefeitura Municipal; (B) Escola São Domingos; (C) Ginásio Jones dos Santos Neves; (D) SENAI. Fonte: Arquivo Pessoal (2015).
Figura 43 – Padrão Edificações Residenciais de Baixo Gabarito. Fonte: Arquivo Pessoal (2015).
Quanto às edificações residenciais, que corresponde à grande parcela restante do entorno, assim como no restante do bairro, observa-se o predomínio da topologia unifamiliar de baixo gabarito (1 a 4 pavimentos). Contudo, verifica-se a existência de edificações multifamiliares de multiplos pavimentos (10 a 15 pavimentos). Podendo abrigar, eventualmente, comércio ou outras atividades dissociadas à moradia, as edificações de baixo gabarito, possuem fachadas trabalhadas de diferentes formas (figura 43), 87 162
também utilizando basicamente a pastilha cerâmica, pintura sobre reboco e vidro. No caso dos edifícios residenciais de múltiplos pavimentos, também é observado o emprego dos mesmos materiais, no entanto, utilizando-se da mesma abordagem na composição das fachadas, como visto nas imagens abaixo (ver figura 44). Figura 44 – Padrão Edificações Residenciais de Multiplos Pavimentos. Fonte: Arquivo Pessoal (2015).
6.2.2 análise das condicionantes
legais
De acordo de acordo com a Lei Municipal n.º 6705/06, denominada de Plano Diretor Urbano de Vitória, o terreno se encontra na Zona de Ocupação Controlada – ZOC, classificada como ZOP02/03, conforme a divisão realizada no Zoneamento Urbano (figura 45). Uma região que se enquadra na Zona de Ocupação Prioritária 02 é vista pelo PDU como uma área em transformação urbana acelerada, com muitas áreas ainda desocupadas, onde deve ser estimulado o uso múltiplo, com interação de usos residenciais e usos não residenciais, buscando o não comprometimento por novas ocupações e usos, da preservação dos visuais de marcos significativos da paisagem urbana (VITÓRIA, 2006). Figura 45 – Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória. Fonte: Plano Diretor Urbano – PDU (recorte).
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Conforme a tabela de controle urbanístico abaixo (tabela 4), também disponibilizada no Plano Diretor Urbano de Vitória, a zona permite a ocupação do solo por atividades não residenciais, tanto quanto tolera Empreendimentos Especiais classificados como G1, G2 e G3 e, Empreendimentos Geradores de Impacto Urbano. Quanto aos índices urbanísticos determinados para o uso não residencial, em relação à ZOP2, também expostos na tabela de controle urbanístico, observa-se um contraponto: Possuindo um coeficiente de aproveitamento (CA) de 2,40, obtêm-se um grande potencial construtivo, por outro lado, uma taxa de ocupação em
50% impede uma ocupação considerável do solo. Em outras palavras, se utilizado todo seu potencial construtivo obtemos uma verticalização, caracterizando um limitador para o projeto, tendo em vista que o caráter do centro comercial proposto é horizontal. Quanto aos afastamentos, como visto na tabela acima (tabela 5), determina-se o afastamento frontal e de fundos mínimo de 4,5 metros, considerando a altura prevista da edificação (PDUV, 2006). Sendo assim, todas as extremidades do terreno deveram possuir afastamento mínimo de quatro metros e meio, uma vez que o mesmo possui três testadas frontais e uma de fundos.
Tabela 4 – Controle Urbanístico ZOP2. Fonte: Plano Diretor Municipal – PDM (recorte).
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Tabela 5 – Afastamentos Mínimos. Fonte: Plano Diretor Urbano – PDU (recorte).
Segundo o quadro de empreendimentos especiais, o empreendimento a ser projetado para a área é permitido, estando as atividades enquadradas nos grupos G1 e G2, ausente de limitação quanto à restrição do potencial construtivo do terreno, mas submetendo o projeto à elaboração e aprovação do Estudo de Impacto de Vizinhança caso o mesmo possua área maior que 5.000 m², onde se colocaria como Empreendimento Gerador de Impacto Urbano (VITÓRIA 2006). Quanto às vagas, enquadrando o empreendimento como ‘Lojas ou salas comerciais isoladas ou em conjunto e atividades de comércio e serviço em geral’, de acordo com o PDU, estabelecese a quantidade de 1.749 vagas., considerando o potencial construtivo de 61.200 m², uma vez que é determinado 01 vaga para cada 35 m² de área computável. Observa-se, entretanto, que este número irá variar em função do projeto. A partir do zoneamento urbanístico, foi definido o potencial construtivo, ou seja, a área máxima permitida a construir, apresentado na tabela acima (tabela 6). 90 162
Tabela 6 – Potencial Construtivo do Terreno. Fonte: Arquivo Pessoal.
6.2.3 análise das condicionantes
ambientais
Atualmente, um projeto não se inicia sem conceitos e diretrizes que se fundamentem, mas também não se inicia sem que sejam pontuadas questões ecológicas e sustentáveis. A arquitetura sustentável se compromete a construir com o intuito de diminuir impactos ambientais e começa desde estudos básicos de topografia e das condicionantes ambientais e climáticas, para que depois sejam tomadas as decisões projetuais pelo arquiteto. Com a proposta de projetar um centro comercial para área, foi necessário realizar um breve estudo quanto às condicionantes ambientais e climáticas do terreno (insolação ventilação, ruídos e odores), pois estes determinam a implantação, a forma construtiva, os materiais e comunicação do edifício com o entorno, de grande relevância ao projetar.
Assim, a partir da Carta Solar e Rosa dos Ventos sobre a região de Vitória, bem como das observações feitas através da vistoria realizada no local, foi gerado um mapa de estudo relativo às condicionantes ambientais da região, esboçando o percurso do sol no período mais crítico do ano, o verão; os ventos predominantes; e, a localização das eventuais fontes de odores e ruídos (ver figura 46). Analisando o terreno, observa-se o sol faz seu percurso caracterizando a existência de luz solar durante todo o ano no mesmo e, sua posição não perpendicular á orientação norte/sul permite a incidência solar em todas suas faces. Considerando as a características climáticas da região, a fachada da Rua Chafic Murad voltada para norte, será a mais problemática, pois receberá insolação durante o dia inteiro no inverno, tornandose importante estudar a orientação edifício de forma a minimizar os efeitos da insolação, uma vez que esta insolação não é bem vinda, mesmo no inverno, que apresenta temperaturas amenas na região. A fachada com menor incidência solar será a voltada para a Rua Amenóphis de Assis, orientada para o Sul. Nas demais fachadas, observa-se a incidência solar por períodos do dia, sendo na fachada Leste, Rua Profa. Emilia Franklin Molulo e parte da Rua Coronel Schwab Filho, a incidência solar no período da manhã. E, na fachada Oeste, fundos do Estádio Salvador Venâncio da Costa, a incidência da insolação no período da tarde. Quanto á ventilação natural observa-se que o vento dominante é o nordeste, tornando as fachadas da Rua Chafic Murad e Profa. Emilia Franklin Molulo, as fachadas mais ventiladas do terreno, Figura 46 – Mapa Condicionantes Ambientais. Fonte: Geoweb Vitória, 2015 (adaptação).
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devendo ser trabalhadas a fim de proporcionar a ventilação natural por todo o projeto.
comercial ocasionada pela existência dos edifícios institucionais no entorno.
Em relação a odores, observa-se a existência de comércios alimentícios - lanchonetes, padarias e restaurantes -, na Rua Jouberte de Barros, próxima ao Estádio, e comercio ligado à alimentação - horto mercado, cerimonial -, na Rua Chafic Murad, porém, estes são amenizados pela pouca ventilação que é ofertada pela orientação noroeste (ver figura 47).
Quanto à topografia, visto que o terreno possui uma topografia plana, não haverá trabalhos topográficos que podem danificar o meio ambiente, através da extração de minerais. Contudo, por contar com edificações já existentes no terreno, já citado nesta pesquisa, atividades de desapropriação e demolição serão realizadas, o que gerará a produção de resíduos de construção e demolição (RCD), que deverão ser tratados e utilizados eventualmente na construção da estrutura proposta, a fim de minimizar os impactos ao ambiente.
Sobre a inlfuência de ruídos no terreno, duas principais fontes foram observadas: o fluxo intenso na Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, durante todo o dia; e, ás atividades da Escola São Domingos, localizada na Rua Jouberte de Barros, atrás da Prefeitura de Municipal. Outros ruídos, embora pouco intensos, são atribuídos às atividades religiosas da Igreja Racionalismo Cristão, localizada na Rua Profa. Emilia Franklin Molulo; às atividades do Cerimonial Orange II, localizado na Rua Chafic Murad; aos eventuais jogos sediados no Estádio Salvador Venâncio da Costa (ao lado do terreno); e, à movimentação de veículos durante o horário
Ao analisar o mapa de condicionantes do terreno, também foi possível observar a existência de um marco visual com grande potencial paisagístico, a Baía de Vitória, que configura-se como elemento natural possível de visualização, a partir do terreno. Tem-se então, um importante conceito que deve ser utilizado na concepção do projeto, que deve permitir, a partir da disposição de seus ambientes, a visualização deste elemento natural.
6.3 proposta arquitetônica Realizado a análise do terreno escolhido para abrigar a proposta do projeto, este subcapítulo discorrerá sobre temas relativos ao projeto a ser desenvolvido, definindo as diretrizes do projeto, partido arquitetônico e programa de necessidades, para assim alcançar uma proposta volumétrica coerente, tendo em vista as características funcionais dos setores. Figura 47 – Comércios Alimentícios no Entorno do Terreno. Fonte: Arquivo Pessoal (2015).
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A partir da proposta volumétrica, também será realizado uma breve análise ambiental do edifício, para determinar assim, as áreas que mais sofrerão com insolação e ventos, a fim de tratar as deficiências da proposta volumétrica, definindo vários pontos no projeto, como definição dos materiais empregados, as técnicas e a proposta paisagística.
6.3.1 diretrizes projetuais Tendo em vista a escolha do tema, a localização do terreno, as exigências legais e os estudos de caso analisados, foram traçadas diretrizes projetuais para o desenvolvimento do projeto, que será proposto, são elas: Implantação: Deve ser acolhedora ao pedestre, estendendo a calçada ao empreendimento. Concentrar o estacionamento no subsolo do terreno para aproveitar todo o espaço livre para vegetação e jardins.
de consumo, necessidades e aspirações do consumidor e favorecendo a criatividade nos diversos setores, cada um com suas peculiaridades.
6.3.2 partido arquitetônico Os tradicionais centros comerciais, caracterizados basicamente por reproduzirem uma nova cidade dentro dos limites dos muros, comportam-se como ‘enclaves fortificados’, que segregam a cidade, ao invés de integrar. Oferecem um ambiente agradável, de clima tênue e limpo, ao mesmo tempo em que a cidade recebe um grande ‘elefante branco’ em meio a um gigantesco estacionamento (figura 48). Figura 48 – Shopping Centers: Exemplificação – Shopping Vitória Fonte: <http;//portalgrupobuaiz.com.br>.
Conforto ambiental: Deixar fachada das lojas liberadas para a iluminação natural, permitindo a redução de gastos com iluminação artificial durante o dia, evitando, no entanto, o ganho solar inadequado. E, criar acessos que permitam que a ventilação circule por todo o terreno. Lazer e convívio: Elaborar um espaço com paisagismo, de forma que se assemelhe à uma praça da cidade, podendo ser utilizado como lazer e que valorize o projeto. Flexibilidade: Utilização de materiais que propiciem mudanças e ampliações de acordo com o comportamento, padrão 93 162
Dentro destes, são reproduzidos ruas, praças, onde a relação espaço/tempo não existe. Nestes edifícios pode se encontrar de tudo, todas as necessidades rotineiras dos usuários podem ser supridas, mas questões como qualidade urbana, o trato público, que cabem a um projeto arquitetônico, são desmerecidas. Visto a grande influencia implantação de um Shopping Center na cidade, o contexto atual de sustentabilidade, de conforto ambiental, de eficiência energética, incentiva à busca de novas alternativas para esta edificação, que já faz parte da cultura da população. O Open Mall, a contraponto do formato de Shopping tradicional, que se comporta como segregador do espaço urbano, tem como essência, tornar o ambiente do shopping aberto à cidade, estimulando a apropriação do espaço urbano, sem anular a cidade. Desta forma, o próprio conceito Open Mall torna-se o partido deste projeto, onde soluções para tornar o centro comercial projetado integrado ao entorno foram adotadas. Utilizando-se do telhado jardim inclinado, que remete à paisagem única da cidade de Vitória, composta pela presença conjunta de montanhas e um litoral formado tanto de extensas praias como também de maciços e recortes em enseadas, a cobertura tornase ponto de partida do projeto. Aliado a isto, está a composição volumétrica a partir do modelo CLUSTER, um dos modelos o qual derivam a maioria dos shoppings em formato Open Air Center, em que se enquadra a abordagem Open Mall em centros comerciais, utilizada no desenvolvimento deste projeto. De maneira a promover a abertura do shopping ao entorno, foram localizados três volumes, três edificações independentes, proporcionando a 94 162
abertura de suas circulações tanto na implantação quanto nos pavimentos superiores, onde os volumes se interligam por meio de passarelas. Envolvendo cada edificação, uma cobertura inclinada curva, inspirada no Aeroporto Internacional de Carrasco, no Uruguai (figura 49), dá o sombreamento especial à grande praça no térreo, além de trazer benefícios em relação ao conforto ambiental, uma vez que propicia uma considerável perda térmica e conforto acústico tanto para o interior do edifício quanto para o exterior, beneficiando vários pontos na concepção do projeto. Desconstruindo o embasamento dos shoppings tradicionais, propõe a edificação tanto da área de carga e descarga, quanto de estacionamento, totalmente aterradas, liberando uma considerável parcela de solo para a cidade, e, portanto, disponíveis para concepção de um paisagismo que una o shopping ao entorno. Figura 49 – Perspectiva referência da cobertura proposta do projeto (Aeroporto Internacional de Carrasco - General Cesario L. Berriso. Fonte: <http://arcoweb.com.br>.
Em suma, o projeto tem como conceito tornar o ambiente de compras integrado ao seu entorno, compondo uma praça da cidade, estimulando a cultura e o lazer, que, somados aos condicionantes fundamentais de um Shopping Center: seu potencial comercial, sua funcionalidade e conforto, nortearam as decisões e definições do projeto.
6.3.3 programa de necessidades Com base nas diretrizes projetuais apresentadas, nos estudos de caso apresentados no Capitulo 5 e tendo como base o edital do Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo para um Shopping Center na UNISINOS, do Instituto de Arquitetos do Brasil do Departamento do Rio Grande do Sul (2004), o programa de necessidades foi desenvolvido.
Visto que o programa de necessidades proposto no Concurso tem como base um Shopping Center tradicional, algumas adaptações foram realizadas para o projeto do Open Mall proposto, visto que esta tipologia propõe um mall aberto e integrado ao entorno, diferente do proposto pelo Concurso. Outras modificações, no que tange à localização e características do terreno, também foram realizadas para adequar o programa de necessidades do Concurso à proposta a ser desenvolvida. Dispondo de um terreno com área inferior, houve diminuição na área máxima de vendas (ABL), além de alteração do carácter do centro comercial, onde o lazer e o entretenimento foram priorizados. Visto que a região de Bento Ferreira, local que abrigará a proposta, sofre de esvaziamento social, apenas utilizado como rota às moradias existentes no local, e destino às instituições ali
Tabela 7 – Área máxima de vendas para grupos de produtos (mix). Fonte: Acervo do Autor, 2015.
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Desta forma, tendo em mente um shopping com 13.370m² de ABL, compõe o cerne do programa de necessidades, a área máxima de vendas. Expondo parte desta área, a tabela acima (tabela 7), considera apenas a área máxima para o composto de lojas. Completam a área máxima de vendas do shopping: Praça de Alimentação, Academia e Boliche; instalações de lazer e entretenimento, como forma de incentivo à utilização do espaço. Além da área de vendas, uma estrutura básica de ambientes voltados para apoio administrativo e atividades de manutenção da edificação deve ser projetada, de forma a suprir as necessidades demandadas por esta. Tabela 8 – Programa de Necessidades Setor Acessos e Circulações. Fonte: Edital Shopping Center na UNISINOS, 2004.
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Posto isto, o programa de necessidades foi desenvolvido, e as tabelas representadas abaixo (tabela 8, 9, 10 e 11), expõe os ambientes de cada setor com seu respectivo prédimensionamento. Tabela 9 – Programa de Necessidades Setor Lojas. Fonte: Edital Shopping Center na UNISINOS, 2004.
Tabela 10 – Programa de Necessidades Setor de Apoio. Fonte: Edital Shopping Center na UNISINOS, 2004.
Tabela 11 – Programa de Necessidades Setor Técnico. Fonte: Edital Shopping Center na UNISINOS, 2004.
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6.3.4 composição volumétrica Arquitetura é a arte dos espaços vazios e cheios, das edificações verticais e horizontais, podendo ser denominada principalmente como a arte dos volumes e não apenas da planta baixa. Volumes que irão compor a fotografia do ambiente em que são implantados. Volumes que podem ser de formas retas e planas, circulares, pontiagudos, tortos, torcidos, cortados, enfim, da maneira mais simples que conseguir imaginar a mais “deformada” que duvidar ser possível projetar. Derivada do dimensionamento dos volumes e da tipologia de coberturas adotada, a volumetria é elemento de identidade visual do projeto, resultante do programa proposto. No desenvolvimento da forma a ser edificada considera-se, inicialmente, a taxa de ocupação máxima permitida, de 50%, e altura necessária à edificação, de 22 metros, uma vez que preve pé direito duplo em cada pavimento, acrescido da área técnica abaixo da cobertura, proposta a abrigar equipamentos técnicos e manutenção da cobertura. Partindo do próprio meio urbano, a volumetria resultante, como pode ser vista na figura 50, faz referencia à paisagem da cidade, em volumes que remetem aos maciços rochosos presentes na região, recriando planaltos, uma das soluções apropriadas no projeto com finalidade de tornar o shopping integrado ao entorno, que tornam a propria volumetria do centro comercial, parte da paisagem da cidade. Assim, localizou-se volumes com as maiores faces voltadas para orientação leste/oeste, dois volumes menores na face oeste do terreno, e um maior, na face leste. Unindo suas coberturas inclinadas, os volumes menores, criam um caminho coberto para 98 162
o estádio Salvador Venâncio da Costa, localizado ao lado, que integra-se ao Open Mall. Localizados à extremidade do terreno que faz divisa com o Estádio, possibilita que áreas de apoio do shopping se localizem e se façam escondidas dos transeuntes. O terceiro volume, voltado para leste do terreno, possui a inclinação da cobertura nas extremidades norte/sul, com a projeção de 10 metros para o interior do terreno, oferecendo grande área de sombreamento neste local. Neste volume, foi realizado um recorte no centro da volumetria, de forma a compor a entrada principal do Open mall, tornando possível o acesso ao shopping pela extremidade leste (ver figura 50). A forma dos volumes, em um meio círculo abaulado, foi determinada através do estudo prévio das condicionantes ambientais no terreno, onde as faces das edificações, voltadas diretamente para a orientação norte, leste e oeste foram reduzidas, além das fronteiriças, que passam a receber uma carga solar um pouco menor, uma vez que o terreno não possui suas faces perpendiculares aos eixos norte/sul, leste/oeste. Os telhados inclinados se integram ao mall, pois, revestindo-os de grama, além de sua função conceitual e estética, de integrar o edifício ao entorno, serve a vários propósitos: as rampas suaves permitem que seja considerada uma espécie de jardim, e ponto de encontro; o revestimento natural ajuda no equilíbrio térmico. Desta forma, têm-se três volumes independentes, opção responsável por tornar possível o acesso do shopping por todos os pontos do terreno, e posicionados de forma a criar uma praça central que funciona como o coração do projeto, criando acessos e também ambientes a ser explorados por paisagismo, útil ao complemento das áreas que compõe o mall do shopping.
Figura 50 – Proposta Volumétrica. Fonte: Autor, 2015.
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6.3.5 setorização Após a definição da volumetria, através de uma espacialização generalizada e de acordo com a análise das condicionantes ambientais realizadas previamente, foram traçados planos para que os ambientes fossem bem localizados, ofertando ambientes com qualidade térmica e maior conforto ao usuário, satisfazendo o programa e o caráter do edifício proposto, . Partindo dos estudos vistos neste trabalho, e as maneiras de propor a arquitetura de um shopping ao ar livre, foram estudadas diversas formas de compor o centro comercial. Utilizando o formato CLUSTER, a proposta baseou-se na abertura para uma praça no centro do terreno, da interação do projeto com o estádio localizado ao lado e melhor localização dos acessos, além da necessidade de promover a ventilação natural e minimizar a insolação direta nos ambientes projetados. . A figura 51, que ilustra a proposta para o pavimento térreo, revelando que a setorização surgiu do posicionamento ideal para os ambientes âncora, caracterizados pelas unidades locáveis, lojas satélites e âncoras, e primordialmente à melhor localização das vitrines destas unidades, bem como para os principais eixos de circulação horizontal e vertical. A proposta resultante valeu-se do estabelecimento de três volumes. Não surgindo do acaso, foram localizados e conformados, tendo em mente, além destes propósitos citados, a tipologia de cobertura estabelecida, que apesar de justificarse pelo envolvimento com a paisagem urbana, também foi responsável por diversas implicações no projeto. A cobertura utilizada, inclinada e de matéria orgânica, além dos 100 162
Figura 51 – Proposta de setorização para o pavimento térreo. Fonte: Autor, 2015.
benefícios estéticos e ambientais que oferece, promove uma perda significativa de área nos pavimentos, uma vez que implica em declive da forma e consequentemente, pé-direito útil. Assim, o dimensionamento dos volumes buscou a máxima área póssivel para compensar a perda de área nos pavimentos superiores, levando em consideração um bom distanciamento destes na implantação, e consequentemente uma boa área para a composição do mall central no térreo, onde será trabalhado o paisagismo doo Open Mall, além dos afastamentos estabelecidos na lesgilação para a zona em que o terreno está inserido. Os acessos também foram primordiais para determinação da localização, forma e dimensiomanento do volumes. Visto a grande capacidade de escoamento da Rua Profa. Emília Franklin Mululo para a via Arterial Metropolitana Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, optou-se por localizar os principais meios de acesso ao empreendimento voltados para esta face do terreno, bem como ponto de ônibus, ponto de táxi e baía de embarque e desembarque. Os acessos ao estacionamento, este localizado totalmente aterrado, foram localizados na face norte e sul do terreno, respectivamente Rua Rua Amenophis de Assis e Rua Schwab Filho, resultante da disposição do layout do subsolo (ver imagem 54). Quanto à entrada e saída dos automóveis responsáveis pela carga e descarga, esta foi disposta também na face norte do terreno, tendo em mente sua relação com uma das edificações, promovendo um acesso de serviços através de uma separação física da área de apoio com a área pública do shopping. Partindo da definição da conformação destes volumes então, que conforme visto na figura 51, se constituem dois volumes
menores na lateral oeste do terreno, e um maior, na lateral leste do terreno, ambos possuindo suas maiores faces para o eixo leste/oeste, buscou-se a evolução da proposta por meio de uma setorização em planta. Dispostas com um recuo de 5m em relação às fachadas, as unidades locáveis foram voltadas para o interior do terreno e extremidades nos volumes menores, e em ambos os lados, no volume maior. As unidades locáveis, possuem um dimensionamento em sobreposição às outras áreas, devido, principalmente, por constituírem-se áreas que trarão retorno ao shopping, desta forma, a localização e dimensão das mesmas é essencial para obter o sucesso no projeto de um shopping. Visto isto, no volume menor à norte, optou-se por localizar o Hortomercado, uma vez que parte deste volume está voltado para o norte, e portanto, possui ganhos solares significativos. Desta forma, amenizando esta deficiência, pois a face se torna uma parede cega, não prejudicando o ambiente interno da mesma forma, caso fossem localizadas vitrines. No volume menor à norte, acessadas por meio dos corredores técnicos, áreas de apoio foram criadas na extremidade do volume onde as coberturas se unem. Esta definição surgiu principalmente da localização do acesso de carga e descarga e de funcionários, que foi proposta atrás deste volume. No volume menor à sul, seguindo o mesmo desenho do volume norte, de espelhada à localização destas áreas de apoio, localizadas no volume à norte, propôs-se um restaurante, solução utilizada afim de estabelecer uma estreita relação deste uso com o ambiente externo, onde está prevista a inserção de um layout envolto ao paisagismo, que atenda ao restaurante, criando uma 101 162
área aberta, frente a face externa do volume. No volume maior, a leste, um rasgo realizado na volumetria proporcionou a criação de uma entrada principal, de onde parte um grupo de circulação vertical, com escada e dois elevadores. O acesso aos pavimentos superiores é realizado através de dois grupos de circulação vertical, contendo escada e um grupo de elevadores localizados nas extremidades dos volumes menores, voltadas para o exterior do terreno. Nos volume menores é o acesso ao pavimento superior, também pode ser realizado por rampas. Localizadas justapostas ao alinhamento dos pavimentos superiores, onde duas rampas foram dimensionadas com inclinação de 8,33% , seu acesso sendo permitido através da praça central do térreo. A partir do mall, constituida pela praça central, circulação frente às lojas e entrada principal, dá-se acesso ao interior dos volumes, através de corredores onde se acessam as saídas de emergência, grupos de sanitários e também, os corredores técnicos, de acesso restrito aos funcionários e logistas, posicionados internamente à localização das unidades locáveis. Responsáveis pelo abastecimento das lojas, estes interligam as docas às unidades locáveis por meio de elevadores de carga, e, também proporcionam acesso as áreas técnicas e de apoio localizadas ali e no pavimento subsolo.
Figura 52 – Proposta de setorização para o primeiro pavimento. Fonte: Autor, 2015.
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Além destes grupos de circulação vertical, são previstas escadas rolantes, tanto na entrada principal localizada no volume leste, quanto externas aos volumes, dando acesso ao subsolo e às passarelas dos pavimentos superiores. Escadas de emergência também foram localizadas nas extremidades destes volumes,
de forma a satisfazer a Norma Técnica NBR 9077, que prevê três escadas pressurizadas por pavimento com área superior à 750m². Assim, cada volume possui a locação de três escadas de emergência. O primeiro pavimento, conforme ilustra a figura 52, segue o mesmo desenho do pavimento térreo, com algumas alterações devido à variação da cobertura, que diminui as dimensões do pavimento e áreas com pé-direito úteis. Diferenciando-se por possuir a face externa do volume maior, ausente de unidades locáveis, possui, voltadas para esta face, áreas de apoio do shopping. Nas extremidades deste volume, também couberam alterações, uma vez que não foram dispostas lojas voltadas para tal, que acarretariam em um corredor frontal às mesmas e desta forma, perdas de área e consequentemente, potencial de vendas. Seguindo a lógica dos volumes no térreo, o volume menor à norte ganha unidades locáveis, criando um corredor técnico central e uma loja âncora na extremidade onde o pavimento diminui o pé direito gradativamente em função da cobertura utilizada, assim como no volume menor à sul, que substitui o restaurante do térreo, também por uma loja âncora. No segundo pavimento, apresentado na figura 53, as unidades locáveis dão lugar às grandes âncoras. Tomando o lugar delas, no volume sul, o boliche, no volume norte, a academia, e no volume leste, a Praça de Alimentação. Além destes, é previsto um segundo restaurante na extremidade sul deste ultimo, e uma âncora Games, na extremidade norte, completando a Praça de alimentação, que dispõe de uma ampla área de assentos frente ás satélites que a compõe.
Figura 53 – Proposta de setorização para o segundo pavimento. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 54 – Proposta de setorização para o Subsolo I. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 55 – Proposta de setorização para o Subsolo II.. Fonte: Autor, 2015.
Os setores de estacionamento e carga e descarga ocupam dois subsolos (figura 54 e 55), e a conexão entre os mesmo é realizada por rampas que serão localizadas de forma a priorizar o layout das vagas, além de permitir a redução de percursos. O acesso ao volume superior é viabilizado por meio dos grupos de acesso, localizados nos volumes superiores, que se estendem até o pavimento subsolo 02 e pelo hall de serviços no subsolo 01.
6.3.6 análises ambientais e de conforto Tendo em vista obter o comportamento do volume quanto à incidência solar e ventos dominantes, e visando uma análise mais próxima à realidade, foram realizadas algumas simulações com a utilização de softwares, levando-se em conta o posicionamento e forma das edificações do entorno.
No hall de serviços, seguindo o formato da praça central do térreo, encontram-se, recuadas à abertura zenital, a locação de uma âncora e as lojas que compõe o hall de serviços proposto no programa, unidades destinadas à locação de prestadores de serviços, como lotérica, floricultura, sapateiro, entre outros.
Com o correto posicionamento geográfico do projeto, foi possível obter a carta solar e rosa dos ventos para o local, e assim, realizar simulações visando a identificação da origem dos ventos dominantes, bem como suas velocidades médias, e carga solar o qual o empreendimento será exposto.
A partir deste hall central, corredores posicionados nas extremidades dão acesso aos núcleos de escada e elevadores que levam ao subsolo 02. Destes, também são acessados os corredores técnicos que levam à carga e descarga e ás áreas de técnicas e de apoio, posicionadas na extremidade do pavimento onde foram instaladas as docas. As docas, localizadas na extremidade oeste do terreno, situam-se no mesmo nível do subsolo 01, porém, são acessadas por corredores de circulação de veículos à desnível de 1 metro das mesmas.
A partir da análise destas simulações, percebe-se que as fachadas norte e sul são constantemente ventiladas. Devido ao baixo gabarito das ocupações frontais a estas orientações, o vento nordeste e sudeste é recebido de forma direta, proporcionando também a canalização do vento sudeste pela Rua Profa. Emilia Franklin Molulo, bem como a propagação do vento nordeste por todo o Open Mall, uma vez que a disposição dos volumes edificados propicia que o vento circule a partir deste eixo.
Duas docas foram criadas, caracterizadas por uma grande doca junto a grupo de elevadores de carga e descarga do volume norte, e outra, no grupo de elevadores do volume sul. Absorvendo à carga e descarga necessária as unidades locáveis no volume leste, estas docas interligam os elevadores de carga deste volume através de corredores técnicos localizados no subsolo 01, e também o supermercado, que conta com sua área de depósitos e administrativa também neste pavimento.
Sobre a questão de incidência solar nos volumes edificados, partindo de análises realizadas em dias com elevado grau de oposição entre as trajetórias solares, o solstício de verão e inverno. Assim, no que diz respeito à cobertura do volume, percebeuse que tal face, tanto no solstício de verão, quanto de inverno, recebe insolação direta, somente permanecendo sombreada em parte, nas coberturas dos volumes norte e sul, no período da tarde, devido principalmente, à existência de edificações 105 162
vizinhas de baixo gabarito. Desta forma, no solstício de verão, começa a receber insolação a partir das 8 horas, estendendo-se até as 16 horas. E, durante o solstício de inverno, pelo dia ser menor, a insolação começa a partir das 7 horas, estendendo-se até as 17horas. Durante todos os dias analisados, conforme ilustrado abaixo (figuras 56 e 57), observou-se que no período da manhã, as
faces oeste dos volumes edificados permanecem sombreadas, oferecendo sombreamento à grande parte do corredor central do Open Mall. O que garante, no entanto, uma insolação direta nas faces norte, durante todo o dia e leste, pela manha. No período da tarde, no entanto, para o mesmo solstício, observase o sombreamento apenas das faces leste dos volumes, e uma pequena parcela das faces oeste, ocasionados pela disposição dos volumes edificados.
Figura 56 – Sombreamento – período da manhã. Fonte: Autor, 2015.
Figura 57 – Sombreamento – período da tarde. Fonte: Autor, 2015.
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Quanto a fachada sul, não foi identificado uma incidência solar significativa para análise, permanecendo sombreada durante todos os dias analisados, devido o seu posicionamento, oque também se refletirá em parte do corredor principal do Open Mall, que desta forma, revela-se com um alto grau de sombreamento durante grande parte do dia, em todos os dias analisados (ver figura 58 e 59).
dia, na fachada norte, que recebe insolação o ano inteiro, além de bloquear parte da carga térmica recebida por estas. No que diz respeito à cobertura, revela-se a importância da adoção, já exposta, do uso da cobertura verde, que garantirá a baixa transmitância térmica aos ambientes internos dos volumes propostos.
Mediante as análises, expõe-se a necessidade de soluções e elementos que gerem sombreamento durante o período da tarde nas fachadas oeste, pela manhã, na fachada leste, durante todo
A respeito da iluminação, o rasgo de luz feito na cobertura do volume leste, propiciara uma farta iluminação natural à praça de alimentação, situada no segundo pavimento, que deverá ser tratada de forma a impedir o aquecimento deste espaço.
Figura 58 – Sombreamento – Perspectiva Praça Central (periodo da tarde). Fonte: Autor, 2015.
Figura 59 – Sombreamento – Perspectiva Praça Central (periodo da tarde). Fonte: Autor, 2015.
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6.4 condicionantes de projeto Na construção de uma edificação, para garantir maior segurança e conforto ao usuário, é necessário que normas sejam consultadas e seguidas. Desta forma, alguns ambientes são fundamentalmente estudados e projetados tendo em vista o cumprimento destas normas. A seguir, serão apresentadas estas normas, e oque elas dizem sobre a edificação projetada, de forma a intervir no projeto em cumprimento das mesmas.
de percurso real de qualquer ponto, conforme disposto no Artigo 179 desta forma. Ainda sobre estas instalações, observa-se no § 2º, que 50% (cinqüenta por cento) das bacias sanitárias, nos sanitários masculinos, podem ser substituídas por mictórios. E, ainda, de forma a satisfazer as exigências do Artigo 177, devem ser instaladas, obrigatoriamente, na proporção de 5%, adaptadas para utilização de pessoas portadoras de deficiências físicas.
6.4.2 reservatórios 6.4.1 sanitários A respeito do número de sanitários necessários para suprir a demanda do shopping, foi consultada a Lei Nº 4821, que institui o Código de Edificações do Município de Vitória. Satisfazendo o Artigo 175 da norma, calculou-se uma população de 4.190, com base na área útil contabilizada em projeto de 20.947,92 mil m², de acordo com a Norma Técnica 11/2014 – Saídas de Emergência, definida no Código, que prevê 1 (uma) pessoa para a 5m² de área. Enquadrando o projeto no Artigo 176 § VI – outras destinações, a instalação de 1 (uma) bacia sanitária e 1 (um) lavatório para cada 50 pessoas é definida para o projeto. Desta forma, têm-se 83 (oitenta e três) instalações de bacias sanitárias e lavatórios, que devem estar dispostos de forma a obter, no mínimo uma instalação sanitária distante no máximo 100,00m (cem metros) 108 162
A respeito do dimensionamento dos reservatórios, foi consultada a NBR 5626/98 - Instalação predial de água fria, que determina a capacidade mínima dos reservatórios. Definido em projeto, a localização de reservatórios superiores em cada volume, foram contabilizadas, individualmente, as áreas de cada edificação, adicionando a estas, 1/3 da capacidade cabível ao subsolo, para compor o cálculo. Estabelecido pela norma, o cálculo da população segundo a Norma Técnica 11/2014 – Saídas de Emergência, contabilizouse, respectivamente, 1.112 pessoas para a volume 01, à sul, 1.303 pessoas para a volume 02, à norte, 2.292 pessoas para a volume 03, à leste e 587 pessoas para o subsolo. A partir disto, a norma estabelece também, que a capacidade do reservatório, deve ser suficiente para dois dias, que deverá ser determinado a partir do consumo por pessoa, que é definido na norma com base nas características da edificação.
Desta forma, calculando-se um consumo de 50 litros por pessoa, conforme discriminado na norma, obtém-se um CR (Capacidade do reservatório), de 130.268 litros para o volume 01, 111.157 litros para o volume 02, 229.192,6 litros para o volume 03, e 58.669,8 litros para o subsolo, divididos em reservatórios superiores e inferiores, onde se calculou 2/5 da capacidade total para o reservatório superior, e 3/5 para o reservatório inferior.
para calculo da largura das portas e escada.
6.4.3 prevenção contra incêndio
Desta forma, disposto à cumprir o Edital do Concurso de um Shopping Center na UNISINOS, documento o qual, derivou o Programa de Necessidades estabelecido nesta proposta, optouse por manter uma área adequada à instalação da Brigada de Incêndio no projeto.
Em relação à prevenção contra incêndio, utilizou-se a norma NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios, de forma a determinar o número, dimensões e característica das saídas de emergência, e também, as normas NBR 14276:2006 - Brigadas de incêndio e NT 02/2013, do CBMES, para formação da Brigada de Incêndio. Desta forma, classificando a edificação em questão em C3 (Centros Comerciais), N (edificações medianamente altas), α-P (de grande pavimento), β-S (com grande subsolo), γ-W (edificações muito grandes) e Y (edificações com mediana resistência ao fogo), conforme a NBR 9077, observou-se a necessidade mínima de 3 (três) saídas de emergência por volume edificado, dispostas a um percurso máximo de 55m à localização destas.. Assim, foram calculadas as unidades de passagem necessárias para o dimensionamento destas saídas, tanto largura da passagem, quanto da largura da porta. Para tanto, adotou-se o cálculo de 1 (uma) pessoa para cada 3m² de área, como disposto nesta norma, e 100 (cem) pessoas por unidade de passagem
Quanto à necessidade de brigada de incêndio, observou-se que a norma NT 02/2013, do CBMES apenas faz referência à necessidade de Bombeiro Profissional Civil na edificação proposta. No entanto, a norma NBR 14276:2006 - Brigadas de incêndio, trás o pré-dimensionamento deste ambiente para edificações deste uso.
6.4.4 estacionamento Em relação ao estacionamento de veículos, considera-se a Lei Municipal n.º 6705/06, denominada de Plano Diretor Urbano de Vitória, para orientar na quantidade de vagas necessárias ao empreendimento. Como o PDU não traz especificamente a atividade ‘shopping center’, ou ‘centro comercial’, a atividade em questão foi enquadrada como ‘Lojas ou salas comerciais isoladas ou em conjunto e atividades de comércio e serviço em geral’, em que determina 1 vaga para 35m² de área. Desta forma, utilizou-se a área bruta locável do shopping, discriminada no programa de necessidades, para cálculo do nmero de vagas. Assim, com base na área de 13.370m², calculou-se um numero mínimo de 382 vagas 109 162
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6.5 estudo preliminar 6.5.1 índices urbanísticos obtidos com
o projeto
A proposta final de projeto, que será apresentada nos subcapítulos seguintes, permitiu obter índices urbanísticos satisfatórios. Garantindo sucesso na apropriação do conceito, de tornar um centro comercial integrado ao entorno, no que diz respeito à área de ocupação, atingiu 37%, percentual inferior ao permitido, de 50%, promovendo uma grande área do terreno, disponível para a composição do mall livre e, consequentemente, grande área descoberta para paisagismo no térreo. Quanto ao coeficiente de aproveitamento (CA), obteve-se um significativo valor de 1,26, baixo em relação ao potencial construtivo do terreno, de 2.4. Desta forma, cabe aqui ressaltar, que mesmo não tendo atingido este potencial, o projeto foi capaz de satisfazer o conceito e o programa proposto. Em relação a gabarito, nota-se que, pela legislação, o terreno está isento de altura máxima, o que permite a projeção de uma edificação com múltiplos pavimentos. No entanto, para satisfazer o proposto no projeto, foram projetados apenas três pavimentos, alcançando uma altura limite de 22 m, proporcionada pelo pédireito duplo dos pavimentos, e altura do pavimento técnico, logo abaixo da cobertura. Quanto à taxa de permeabilidade, esta foi influenciada de forma negativa pelo projeto, que ficou estabelecida em 11,15%, pouco superior ao percentual mínimo exigido. Tal taxa poderia
ter sido maior, mas, considerando insuficiente o número de vagas obtido em relação ao Plano Diretor, para satisfazer a demanda de um shopping, foi proposto um estacionamento mais amplo, o qual contou com dois pavimentos subsolo para comportar a quantidade de vagas. Desta forma, prevaleceu-se a quantidade de vagas em detrimento da taxa de permeabilidade, possibilitando apenas o percentual mínimo. Em relação aos afastamentos, adotou-se o valor mínimo estabelecido no PDU, de 4,5m, considerando a altura da edificação, que apesar de possuir apenas três pavimentos, conta com uma altura de 22 metros, visto o uso do pé-direito duplo de 6 metros. Nota-se, no entanto, a partir dos altos índices urbanísticos ofertados para área em questão, um apelo à verticalização, incentivando investimentos em edificações de alto gabarito na região. Desta forma, observa-se que o shopping proposto, mesmo não atingindo o potencial construtivo determinado, é capaz de satisfazer aos índices, uma vez que, visto o interesse em ocupar estas áreas, propiciando o crescimento da cidade através da verticalização desta zona, o projeto de um Open Mall passa a ser um catalizador de investimentos nesta área. Fugindo dos ideais hoje apresentados nos projetos de Shopping, como visto anteriormente, a proposta objetiva-se no contraponto de uma tipologia amplamente utilizada, que desfavorece o visual urbano. Com apelo à vida urbana, transformando o próprio espaço do shopping, parte do bairro, ele é capaz de transformar o caráter do bairro, tornando-o essencialmente residencial, e não apenas ocupado por edificações residenciais, proporcionando a atração de investimentos em edifícios residenciais no bairro, além de pontos comerciais, para suprir esta nova demanda. 111 162
6.5.2 implantação e paisagismo A Implantação, ilustrada na figura 60 ao lado, é conformada a partir dos três volumes edificados. Compondo o Open mal, estes três volumes, posicionados de acordo com as condicionantes do terreno, análise ambiental e legislativa e programa de necessidades, são responsáveis por abrigar grande parte de todos os setores que compõe o Shopping. Desta forma, encarregados principalmente pela locação das lojas satélites e âncoras, estes três volumes, foram conformados de forma a propiciar a localização de vitrines em suas fachadas. Partindo desta locação dos volumes, também influenciados pela proposta conceitual, de permitir o acesso do transeunte por todos Figura 61 – Perspectiva: Acesso Principal. Fonte: Autor, 2015.
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os pontos do terreno, foram dispostos os acessos ao edifício. Surgindo de um rasgo no edifício principal, volume 01, deuse o acesso principal, conforme a imagem abaixo (figura 61). Localizado frente à face frontal do terreno com maior extensão, o acesso principal ocorre pela Rua Profa. Emilia Franklin Molulo, onde foram localizados os meios principais de acesso dos veículos à edificação, caracterizados pela baía de embarque e desembarque, baía de táxi e um bolsão de estacionamento É importante ressaltar, que o acesso principal foi propiciado pelo fácil escoamento de veículos para Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, e pela eficiência na ampliação desta via, que permite um aumento no fluxo da mesma, não sobrecarregando as demais.
Figura 60 – Implantação e Paisagismo. Fonte: Autor, 2015.
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O acesso principal é marcado por palmeiras-fênix em canteiros com 50cm de altura, estruturados em alvenaria de bloco de concreto e revestidos em Granito Marrom Absoluto. A composição se completa com a paginação do piso, que marca o trajeto em direção ao centro do mall, piso Classic da Sollarium, justaposto por grandes placas no tom Travertino e faixas de 50 centímetros de largura no tom Funghi. Nas calçadas, a paginação de piso é feita por grandes placas de piso cimentício em tom cinza, e nos trajetos de veículos e estacionamento, em Pisograma, um piso drenante e resistente ao tráfego de veículos, utilizado a fim de permitir parte da permeabilidade desta área, que é uma das poucas áreas permeáveis no projeto. Neste acesso, é observada também, a delimitação do mall, através de canteiros, conformado por um corredor de 5m enfrente às lojas, que seguem o mesmo acabamento dos canteiros da entrada, amplamente utilizado no projeto paisagístico. Completam este canteiro, palmeiras-fênix e vegetação rasteira, como pode ser visto nas perspectivas ao lado (figura 62). Estes canteiros, largos, permitem sua utilização como bancos, e permitem o plantio de coqueiros e arbustos de meia sombra, considerando a altura do mesmo, é o rebaixo do teto do subsolo 01, de 50cm em alguns setores. Não delimitados, a Rua Amenóphis de Assis, Rua Coronel Schwab Filho e Rua Chafic Murad, também se constituem acesso ao centro comercial. Nestas, também ampliadas, o acesso ocorre por caminhos que compõem o paisagismo, como se o transeunte adentrasse a uma praça da cidade. Figura 62 – Perspectiva: Lojas voltadas para a Rua Profa. Emília Franklin Molulo. Fonte; Autor, 2015.
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À cntraponto do bolsão de estacionamento, localizado à direita da entrada principal, foi criado uma pequena praça através da disposição de um grande canteiro, que fornece sombreamento por arbustos de meia sombra, espelho d’água e vegetação rasteira, compondo um espaço agradável de permanência. Abrenhando o Open Mall, através da entrada principal, estão localizadas duas escadas rolantes que levam ao primeiro piso e também são delimitadas por canteiros, em continuação ao canteiro que marca a entrada. Seguindo este caminho, ou por qualquer acesso, encontra-se no coração do terreno, uma pequena elevação no piso que circunda uma abertura zenital no pavimento subjacente. Esta pequena elevação, de 35 cm, é destinada a proteger o ambiente localizado abaixo da mesma, do escoamento da água. Em vidro, e estruturado por vigas, ao elevar-se por este piso, é possível o acesso ao subsolo, através da localização de duas escadas rolantes (ver figura 63). Todos os caminhos levam a esta praça, e o paisagismo, direcionam a todos os espaços do shopping. Na altura deste desnível, que é vencido por uma pequena rampa, localizam-se, canteiros compostos por vegetação rasteira, palmeiras-fênix, espelho d´água, bancos de concreto e madeira de demolição, conforme observado nas imagens ao lado. Nesta praça central, é observada a mesma paginação do piso da entrada principal, de forma a estender o acesso principal, direcionando o transeunte a adentrar-se no mall. Delimitando o corredor de lojas, em todos os volumes, estão os canteiros, também compostos por pequenos arbustos e vegetação rasteira. O piso destes, em Classic Funghi, da Figura 63 – Perspectivas: Praça Central. Fonte: Autor, 2015.
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Sollarium compondo uma marcação à frente das lojas, e o restante, em grandes placas de Tecnoquartz Maxigres Natural Eliane (ver figura 64). Entre os volumes, foram criados alguns ambientes, como pode ser visualizado nas imagens ao lado (figura 66), hora com grandes canteiros, compondo espaços com arbustos de meia sombra, espelho d´água e vegetação rasteira, além de bancos em madeira de demolição, hora com rasgos no piso, utilizando pedriscos como forração, onde foram posicionados cachepot com palmeiras-fênix e poltronas em fibra sintética, tornando este, um espaço de permanência.
imagem a seguir (figura 65). Transformando este espelho d’agua, em uma fonte, uma pequena abertura no canteiro permite o transbordo da água para um espelho d’água localizado justaposto, no nível do térreo, que complementa o ambiente com um rasgo no piso, forrado com pedriscos. Ofertando assim, um agradável espaço Figura 65 – Perspectivas: Espelho d’água sob as rampas. Fonte: Autor, 2015.
Sob as rampas, localizados rentes aos volumes 01 e 02, criou-se espelhos d’água entre os canteiros largos, de forma a tornar o espaço improvável de passagem, causado pela declividade da rampa, parte integrante do paisagismo, como pode ser visto na Figura 64 – Perspectiva: Lojas voltadas para Praça central. Fonte: Autor, 2015.
Figura 66 – Perspectivas: Paisagismo. Fonte: Autor, 2015.
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de permanência, composto por mobiliário em fibra sintética, cachepot e arbustos de meia sombra, como pode ser visto na s imagens ao lado (figura 67). A entrada de serviços, definida atrás do volume 02, é localizada na extremidade superior do terreno, Neste acesso, conforme a disposição da rampa de acesso à carga e descarga, propôs-se, canteiros baixos, com grama e vegetação rasteira, além de um corredor paralelo ao volume 02, com canteiros altos e palmeirasfênix, propiciando que o transeunte, ao invés de seguir para o acesso de serviços, se adentre ao mall, como pode ser visto na figura 68. Adentrando pelo acesso de serviços, foi localizada uma pequena edificação, que se constitui portaria e central de gás, que é separada do ambiente de acesso externo por um muro em vidro e alvenaria revestida em Tecnoquartz Maxigres Natural Eliane. Neste momento, a paginação é realizada com grandes placas de piso cimentício em tom cinza, dando continuidade à calçada. Em meio aos canteiros, foram propostas árvores de médio porte para sombreamento, e bancos, conformando este espaço em um ambiente para descanso dos funcionários (figura 69). Junto aos acessos secundários, no perímetro das calçadas, foram propostos canteiros elevados com vegetação rasteira e espelho d´água, que delimitam a área proposta de quiosques alimentícios. Estes últimos, sob decks elevados em Madeira Ipê, com desnível de 50 cm dos canteiros, e acessados por três degraus, também em madeira. Atrás do volume 01, o paisagismo é trabalhado de maneira distinta. Completando a área do restaurante, neste ambiente foi proposto um layout de mesas e assentos (figura 70). Na 118 162
Figura 67 – Perspectivas: Espaço Espelho d’água. Fonte: Autor, 2015.
paginação do piso, utilizou-se o Classic Travertino da Sollarium, intercalado com rasgos em vegetação rasteira e espelho d’água.
Figura 70 – Perspectivas: Espaço externo do restaurante. Fonte: Autor, 2015.
O marco entre o ambiente interno e externo do restaurente é feito por uma cobertura estruturada em aço e vidro. Este mesmo tipo de cobertura, também foi utilizado para compor a proteção da praça central, como visto na imagem a seguir (figura 70). Figura 68 – Perspectiva: Acesso de Serviços. Fonte: Autor, 2015.
Figura 69 – Perspectiva: Descanso dos Funcionários. Fonte: Autor, 2015.
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No encontro entre a cobertura dos volumes 01 e 02,, propôs-se uma passagem para o estádio localizado ao lado. Desta forma, neste ambiente foram trabalhados canteiros onde as faces da Figura 71 – Perspectivas: Espaço de Integração ao Estádio. Fonte: Autor, 2015.
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cobertura se encontram, com vegetação rasteira, espelho d’água e bancos (ver figura 71). Finalizando, foram localizados os acessos aos estacionamentos, que ocorrem por rampas com 20% de inclinação, na extremidade sul e norte do terreno, Rua Chafic Murad e Coronel Schwab Filho.
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6.5.3 térreo A compartimentação dos setores abrigados pelo pavimento térreo (figura 72) considerou a necessidade principal, de propiciar uma boa localização às vitrines das unidades locáveis que deveriam ter posição privilegiada na composição dos volumes. Posicionadas de maneira recuada às fachadas, de forma a permitir o acesso a estas por corredores frontais, foram dispostas as unidades locáveis no perímetro voltado para o centro do Open mall, no volume 01 e 02, e em todas as faces do volume 03. Conforme visto na figura 73, no volume 01, as unidades locáveis são constituídas por restaurante com 565m² de área, localizado Figura 74 – Planta Grupo Sanitários - Volume 01. Fonte: Autor, 2015.
na extremidade superior deste volume, e nove lojas satélite, no restante do perímetro, compondo uma área total de 534m². Neste volume, o acesso ao seu núcleo é propiciado por um corredor central com 4m de largura, onde se localiza um grupo de sanitários com aproximadamente 100m² (figura 74). É Importante ressaltar, que um corredor paralelo ao sanitário masculino, propicia a utilização deste grupo sanitário pelos clientes do restaurante. Outro ponto importante quanto ao restaurante, é a delimitação da sua cozinha, que foi definida como sugestão à empresa que vier a locar o espaço. A partir do hall dos sanitários, onde se localizam também, telefones públicos e uma das escadas de emergência do volume, podem ser acessados os corredores técnicos, por onde podem ser acessadas as áreas técnicas, constituídas neste pavimento pela central de água gelada e sala de medição, além dos dois elevadores de carga e descarga, que interligam este setor às unidades locáveis. Outras duas escadas de emergência, também foram localizadas nas extremidades superior e inferior do volume, além de um grupo de acesso, constituído por uma escada e dois elevadores, na esquina formada pela face sul e leste. No volume 02 (figura 75), observa-se a presença de uma única unidade locável. Compondo parte da área destinada ao Hortomercado, que se completa com a área da administração e apoio, no pavimento adjacente, possuindo área aproximada de 867m². Para a ligação entre os setores do horto-mercado, foi posicionado dois elevadores de carga na extremidade superior do volume.
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Figura 72 – Pavimento térreo. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 73 – Planta do pavimento térreo – Volume 01. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 75 – Planta do pavimento térreo – Volume 02. Fonte: Autor, 2015.
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Através de um corredor técnico que possui ligação com o mall, neste volume, também são localizadas áreas de apoio do shopping, constituídas por refeitório com 116m², vestiários com uma área total de 65m² e, sala de apoio à segurança, além dos elevadores de carga e descarga do volume. Seguindo o proposto no volume 01, são localizadas três escadas de emergência, obedecendo à regra, central e extremidades superior e inferior. Além do grupo de acesso, que inicia no subsolo 02 e finda no segundo pavimento, localizado na aresta formada pela extremidade norte e leste do volume. O volume 03, diferentemente dos dois comentados anteriormente, possui as vitrines das unidades locáveis em toda a extremidade do volume, estando recuadas nas faces internas ao Open Mall, e alinhadas às fachadas em sua face externa, conforme observado na figura 76. Um rasgo central na edificação, caracterizado pelo acesso principal ao Open Mall, também favoreceu o posicionamento de lojas centrais, além da localização das circulações verticais do edifício. A partir deste eixo de circulação horizontal, pode ser acessado o grupo de sanitários do pavimento (figura 77), com 100m² de área, e os demais pavimentos, a partir da localização de um grupo de acesso central, .bem como, os corredores técnicos. Este rasgo, no entanto, condicionou à localização de dois grupos de elevadores de carga e descarga neste volume, uma vez que o corredor técnico foi interrompido pela circulação central. Desta forma, em ambos os lados do volume, foram instalados estes 126 162
equipamentos, proporcionando uma ligação direta com a área de carga e descarga do shopping. Completando o pavimento térreo, neste volume, foram posicionadas três escadas de emergência, localizadas na circulação central, e alinhadas às vitrines da face leste. Localizadas a um recuo das extremidades norte e sul do volume, foram dispostas desta forma em função da inclinação da cobertura, que não permite que os pavimentos superiores possuam a mesma proporção do pavimento térreo. Desta forma, para garantir o alcance destas, abrangendo o segundo pavimento, foi necessário um recuo em relação a estas faces. Figura 76 – Planta Baixa banheiros volume 03. Fonte: Autor, 2015.
Figura 77 – Planta do pavimento térreo – volume 03. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.4 primeiro pavimento A organização em planta dos ambientes no nível 6.15m, primeiro pavimento, constituiu em uma definição da localização das unidades locáveis que irá abrigar. Com o posicionamento dos grupos de acesso, localização das vitrines, escadas de emergência, elevadores de carga e descarga e grupo de sanitários, em alinhamento com o pavimento térreo, deu-se a proposta para o primeiro pavimento do Open Mall (figura 78). Para o volume 01 e 02 (figura 79 e 80), definiu-se em planta, a divisão central dos pisos, de forma a estabelecer-se lojas âncoras e satélites. Observada a ineficiência de lojas satélites localizadas nas extremidades onde ocorre o declive da cobertura, que confere a perda de parte do pé-direito útil, optou-se pela localização das lojas âncoras neste ponto. Desta forma, uma âncora de 630m², determinada no programa de necessidades como loja de departamento 02, e 373,6m² de área para as unidades locáveis, foi proposto para o volume 01. Para o volume 02, foi determinado uma âncora, com 560m² de área, compondo a loja de departamento 03, além de 334,45m² para o restante das unidades locáveis. Uma atenção especial foi dada à localização de unidades locáveis voltadas paras as extremidades norte e sul destes volumes, que por estarem localizadas em pontos onde não existem percursos que a façam obrigatoriamente visualizadas, oferecem um potencial de vendas prejudicado. Desta forma, foram dimensionadas a partir da localização das áreas técnicas internas, o que conferiu uma significativa perda 128 162
Figura 78 â&#x20AC;&#x201C; Primeiro pavimento. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 79 â&#x20AC;&#x201C; Planta do primeiro pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 01. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 80 â&#x20AC;&#x201C; Planta do primeiro pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 02. Fonte: Autor, 2015.
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de área para estas lojas. De maneira complementar, a proposta sugerida para estas unidades, coube à locação de lojas de fim alimentício, como um café ou lanchonete, por exemplo, por serem avistadas externamente ao Open Mall, estabelecendo-se assim, um público específico. Quanto às áreas técnicas, seguindo a localização de corredores centrais nos pisos, caracterizam-se por sala de medição, central de água gelada e casa de máquinas dos elevadores de carga dos supermercados. Quanto ao volume 03 (figura 81), no rasgo central, as unidades locáveis fazem um delineio de suas vitrines de forma a propiciar uma abertura para a face leste da edificação. Tal definição, não foi meramente estética, mas sim conceitual, de influenciar o acesso ao pavimento superior por meio das escadas rolantes, e desta forma, aumentar o potencial de vendas das unidades locáveis ali presentes. A partir deste eixo de circulação horizontal, a área administrativa Open Mall, em relação oposta à localização dos sanitários, é acessada por um corredor paralelo ao corredor técnico, e sua área, partindo do programa de necessidades, fica determinada em 285,5m². A partir dos corredores técnicos, acessa-se a central de segurança CFTV, e também, centrais de água gelada, referente às instalações de ar condicionado nos ambientes que compõem o pavimento deste volume, sala de medição. O acesso a este pavimento, é realizado por meio dos grupos de acesso, localizado conforme seu posicionamento no pavimento térreo. Além destes, ocorrem também pela disposição de 132 162
escadas rolantes que foram localizadas abaixo das passarelas que interligam uma edificação à outra. Como braços, estas passarelas saem centralmente dos volumes 01 e 02, e em diagonal, se unem ao volume 03. A terceira passarela, um caminho que, em alinhamento com as rampas que chegam do pavimento térreo, une o volume 01 ao 02, há duas escadas rolantes posicionadas centralmente, estabelecendo o possível deslocamento deste nível para o nível superior, conforme pode ser observado nas imagens abaixo (figura 82). Figura 82 – Perspectivas: Passarelas. Fonte: Autor, 2015.
Figura 81 â&#x20AC;&#x201C; Planta do primeiro pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 03. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.5 segundo pavimento Conforme o pavimento caraterizado acima, o posicionamento dos grupos de acesso, localização das vitrines, escadas de emergência, elevadores de carga e descarga e grupo de sanitários, dispostos em alinhamento com o pavimento térreo, foi desenvolvido uma proposta de ambientação para o segundo pavimento do Open Mall (figura 83). Definido o nível 12,15m, e observando o programa de necessidades, e o conteúdo teórico apresentado no decorrer deste trabalho, foi definida a locação das grandes âncoras neste piso, de forma que os cada um dos três volumes comportasse em sua área, uma única unidade locável. Desta maneira, define-se a âncora Academia com 910m², para o volume 01, a âncora Boliche com 810m³, para o volume 02 e a Praça de Alimentação para o volume 03. Não meramente ocasionada pela perda de projeção do pavimento, que ocorre em função da inclinação da cobertura, estes espaços foram pensado, tendo por base, todo o arcabouço teórico visto nesta pesquisa, da criação de fluxos. Visto que o posicionamento das âncoras no shopping, são responsáveis pela criação dos principais fluxos de um shopping, é necessário localiza-las em pontos que ofereçam a maior possibilidade de trajetos, em uma forma de guiar o consumidor, que necessitará percorrer pelas lojas menores, incentivando estes comércios. Para o funcionamento das âncoras, no volume 01 e 02, foram delimitadas áreas para instalação de centrais de água gelada, 134 162
destinados a garantir a eficiência dos equipamentos de ar condicionados instalados, além das instalações sanitárias, que foram dimensionadas de acordo com o uso e área de cada âncora. Nestes volumes, conforme representados na figura 84 e 85, observa-se a ausência de uma das escadas de emergência, que, nos pavimentos subjacentes, foram localizadas na extremidade onde existe a declinação da cobertura do edifício. Previstas, estas foram concebidas de forma a alcançarem apenas o primeiro pavimento, e, desta maneira, foi considerado apenas as outras duas escadas de emergência, capaz de absorver, na eventual propagação de fogo, a demanda da população calculada para este nível. Abrigando neste nível, a Praça de Alimentação do Open Mall, o volume 03, representado na figura 86, foi desenhado de acordo com a ambientação espacial interna do corredor técnico e áreas técnicas dos pavimentos adjacentes. Com desenho diferenciado, a praça de alimentação surge de uma flexibilidade da estrutura, a partir de uma modificação no comprimento do pavimento em relação à face oeste, que se expande, permitindo uma maior área de assentos. Delimitando a área de locação das lojas satélites deste setor, um desenho que cria vazios e cheios através das curvas, que além de ampliarem a área de assentos, permite a criação de ambientes na Praça de Alimentação (ver figura 87). A ligação da praça, com os outros volumes, é realizada por uma passarela central, que parte do centro do volume 03, e se divide
Figura 83 â&#x20AC;&#x201C; Segundo Pavimento. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 84 â&#x20AC;&#x201C; Planta Segundo Pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 01. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 85 â&#x20AC;&#x201C; Planta Segundo Pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 02. Fonte: Autor, 2015.
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em duas, de forma a alcançar o volume 01 e 02. Onde esta se divide, foram localizadas duas escadas rolantes que fazem a ligação do pavimento 01 com este nível. A praça, possui dez unidades locáveis, compondo 600m² de área, que complementa-se com 640m² da área de assentos, além de um grupo de sanitários, com 100m², que é acessado por um corredor, a partir da área de assentos. Por este corredor, que também está presente no lado oposto à área de sanitários, dá-se acesso à circulação técnica do pavimento, onde se localiza os elevadores de carga e descarga, que fazem o abastecimento e retirada de resíduos destas lojas, interligando-as às docas de carga e descarga presentes no subsolo e uma sala de apoio à segurança. Complementando a Praça de Alimentação, localizou-se uma âncora games, com 378,5m de área, e um restaurante, Figura 87 – Perspectivas: Praça de Alimentação. Fonte: Autor, 2015.
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na extremidade do pavimento, previstos no programa de necessidades. A área do restaurante, comtempla um grupo de sanitários especifico, uma vez que o grupo de sanitários da Praça possui proximidade com este espaço, o qual foi calculado conforme
Figura 86 â&#x20AC;&#x201C; Planta Segundo Pavimento â&#x20AC;&#x201C; Volume 03. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.6 subsolo 01 e subsolo 02 O pavimento subsolo 1 (figura 88), proposto no nível -3,35m, é destinado ao estacionamento de veículos, hall de serviços, áreas técnicas e a localização das docas de carga e descarga. Comtemplando, parte das vagas propostas para a edificação, possui 472 vagas para carro e 16 para motos. Na área que cabe ao estacionamento, foram distribuídos grupos de acesso ao volume superior, a partir da localização destes elementos de circulação vertical nos pavimentos subjacentes. Estes locais, denominados ‘acessos ao mall’, são delimitados por cortinas de vidro, que separam estes, da área de vagas. No centro do subsolo, foi localizado um amplo mall de 849m², onde se localizam o hall de serviços, e uma loja âncora. Desta forma, para que fosse permitida iluminação e ventilação natural nesta área, foi proposto, com um recuo de 5m em relação ao posicionamento das lojas, uma abertura zenital, nível do pavimento térreo, por onde também, através da locação central de duas escada rolantes, dá-se o acesso a este ambiente (ver figura 91). Delimitando este mall, encontram-se as unidades locáveis, estas, compostas pelas pequenas lojas que compõem o hall de serviços, e a loja de departamentos 01, com 856,5m² de área, prevista no estudo preliminar. As lojas que compõem o hall de serviços, localizadas na fronteira da área de estacionamento, são voltadas especificamente à locação de prestadoras de serviço, como floricultura, lotéricas, lavanderia, sapateiro, dentre outras, compondo uma área total de 314m². 140 162
A partir do mall, corredores de 4m permite o acesso do subsolo 02 a este nível, através de outros dois grupos de circulação vertical, localizados junto às escadas de emergência propostas nas extremidades internas dos volumes 01 e 02. Composta, principalmente, pela área de carga e descarga, tais áreas foram locadas na face oeste do terreno, uma vez que, definido em implantação, o acesso a este setor seria feito pela face norte do terreno. Posicionados os elementos de circulação, responsáveis pela carga e descarga das unidades do Open Mall, que descem até o nível subsolo 01, foi proposto a localização de duas docas, uma grande doca junto aos elevadores de carga e descarga do volume 01, e uma menor, junto à estes elementos , do volume 02. O posicionamento das docas permite que os serviços de carga e descarga possam ser estabelecidos também para as unidades locáveis do volume 03, onde os elevadores de carga e descarga localizados neste, alcançam o nível do subsolo e são interligados às docas por meio de corredores técnicos. É importante salientar, que o serviço de carga e descarga é realizado alheio ás áreas de estacionamento, estando todo acesso a esta área, e também, toda esta circulação restrita aos funcionários. Esta foi uma preocupação na hora de se trabalhar o subsolo, é necessário tornar estes fluxos, escondidos da área de circulação do usuário do shopping. O acesso às docas, conforme a figura 90, é realizada através de uma área de circulação com 7m de largura e área de manobra, em um desnível de 1m em relação ao nível subsolo 01. Nesta área, o acesso é restrito a veículos destinados ao serviço de
carga e descarga das lojas, e é realizado a partir de uma rampa localiza na extremidade da face oeste, onde o acesso é possível pela Rua Chafic Murad, no nível do terreno. Além da área de carga e descarga, outras áreas técnicas e de apoio fazem parte da proposta para o subsolo 01. Desta forma, junto às docas, foram criados bolsões onde foram locados espaços destinados à instalação de equipamentos, armazenagem e serviços de apoio do shopping. Assim, têm-se dois grandes bolsões, um localizado junto à doca superior, e outro, junto à doca inferior. Junto à doca superior, foi proposto um grande espaço, destinado à complementar a área prevista ao Horto-mercado, compondo 700m², onde foi previsto o acesso direto à doca e também, a instalação de dois elevadores, que fazem esta conexão entre os dois pavimentos da unidade locável. Além desta área, também foi previsto a central de manutenção, com 82,3m², depósito locável para os lojistas, com 45,7m² depósito de limpeza, depósito de equipamentos de jardinagem, almoxarifado e lavanderia, num total de 65,9m² para esta área de apoio.
reservatório inferior. O acesso de veículos é proporcionado por rampas, localizadas nas extremidades superior e inferior do terreno, que fazem a ligação entre os níveis de estacionamento. Estrategicamente, foram posicionadas próximas às rampas de acesso ao pavimento subsolo 01, conferindo um menor percurso para veículos, e também, a fácil localização das saídas. Figura 90 – Corte Esquemático: Acesso às docas. Fonte: Autor, 2015.
Figura 91 – Perspectiva: Mall Subsolo 01. Fonte: Autor, 2015.
No segundo bolsão, junto à doca inferior, foi previsto uma área técnica de apoio às instalações elétricas (sala do gerador, sala do gerador de emergência, câmara de transformação e subestação elétrica), além da casa de bombas, com acesso ao reservatório inferior e os depósitos de decorações das datas festivas, sala de estoque de revestimentos, e depósito de materiais inflamáveis, num total de 435,4m² de área. O subsolo 02, nível 6,35 abaixo do solo, conforme apresentado na figura 89, abriga a segunda parte da área de estacionamento, com 617 vagas para carros, e 33 para motos, além do 141 162
Figura 88 â&#x20AC;&#x201C; Pavimento Subsolo I. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 89 â&#x20AC;&#x201C; Pavimento Subsolo II. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.7 pavimento técnico
O pavimento técnico dos volumes (figura 92) comporta no nível 18,15m, os ambientes destinados à instalação das torres de refrigeração, complementares ao sistema de ar-condicionado central, casa de máquinas dos elevadores e reservatório superior. Caracterizado por um compartimento fechado, permite que a ventilação ocorra através do posicionamento de janelas em suas faces. Tais ambientes podem ser acessados por meio da extensão da escada de emergência posicionada na extremidade sul, no volume 01, na extremidade norte, no volume 02, e central, no volume 03, que tem neste nível, o término de seu alcance. O acesso ao topo do reservatório, localizado neste pavimento, é realizado por meio de uma escada tipo marinheiro, localizada em uma das paredes destes reservatórios, onde é possível, através a abertura de um alçapão revestido de grama sintética, o acesso ao topo o reservatório. Devido a inclinação da cobertura, a casa de máquinas do elevador de carga do volume 02 foi impossibilitada neste nível. Para tanto, foi realizado um desnível de 2,15 deste pavimento, compondo o nível 17m, que é possibilitado por uma escada, onde se localizou a casa de maquinas destes elevadores, conforme a figura 93, abaixo.
Figura 93 – Planta Baixa Casa de Máquinas Elevador de Carga e Descarga do Volume 02. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 92 – Pavimento técnico. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 94 – Corte AA. Fonte: Autor, 2015.
6.5.8 cortes Os corte AA e BB, ilustrados nas figuras 94 e 95, visam representar o posicionamento dos ambientes de modo vertical e identificação dos níveis de cada pavimento, destacando-se as circulações verticais, declividade da cobertura.
Figura 95 – Corte BB. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.9 fachadas As fachadas, conforme visto neste capítulo, foram criadas apartir do sistema de fachadas ventiladas e cortina de vidro, e serão expostas no final deste subtópico, nas figuras. Sistema construtivo que cria uma segunda pele para a edificação, protegendo dos fenômenos externos, o sistema de fachadas ventiladas, revelou-se um aliado das edificações na redução da demanda por elevadas cargas de condicionamento artificial, além de auxiliar na proteção dos componentes estruturais utilizados, aumentando o período de vida útil das construções (MOURA, 2009). Caracterizada pelo afastamento entre a parede do edifício e o revestimento, cria uma câmara de ar em movimento, que permite a ventilação natural e ao mesmo tempo, a continua parede exterior do edifício, através do efeito chaminé, que consiste na entrada de ar frio pela parte inferior, e saída, quente, pela parte superior (CONSTRULINK, 2006). Figura 96 – Exemplo de Fachadas Linha Meteon. Fonte: <http://trespa.com/pt/product/fachadas-trespar-meteon>.
Visando alcançar os benefícios citados, bem como conceitos estéticos, permitidos pelos modernos sistemas de fachadas ventiladas, foi utilizada no desenvolvimento do projeto, a solução de fachadas ventiladas da linha Meteon (figura 100), da fabricante Trespa. Tal solução, constituída por um sistema com estrutura oculta, é composto basicamente por perfis metálicos de sustentação fixados a uma base vertical (TRESPA, s.d.). Com uma infinita cartela de cores e texturas para as chapas que constituem os painéis, é possível criar uma vasta gama de soluções, como a desenvolvida para a fachada leste, do volume 03, edificado, deste projeto. As cores aplicadas visaram trazer ao conjunto arquitetônico, um aspecto estético rústico e ao mesmo tempo contemporâneo, através do predomínio dos tons palha, intercalando nuances de cores. Seguindo este mesmo conceito, os painéis escolhidos para compor o acesso principal do volume 03, foram utilizados na faces da fachada oeste do volume 01, e paredes que que apoiam a cobertura, como pode ser visto nas perspectivas a seguir. As fachadas do volume 02, também receberam tratamento especial. Responsável por abrigar alguns ambientes de apoio do shopping, que carecem de ventilação natural, também foi utilizado em sua face voltada para o oeste, o sistema de fachadas ventiladas, porém com painéis simples, seguindo os mesmos tons das demais fachadas dos volumes edificados. Além das paredes que se ligam à cobertura, que seguem o proposto para o volume 01. Para compor as fachadas das vitrines das unidades locáveis, foi
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Figura 97 â&#x20AC;&#x201C; Fachada Norte. fonte: Autor, 2015.
Figura 98 â&#x20AC;&#x201C; Fachada Sul. fonte: Autor, 2015.
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utilizado o vidro Cristal laminado temperado de 10mm, resistente a ruídos externos e com alta resistência mecânica e térmica, em painéis de 1,20 x 1,40m apoiados nas extremidades por montantes aparentes na cor cobre, sem junta entre painéis. Os painéis se estendem a uma altura de 3m, onde foi proposta a padronização do painel com os nomes das lojas, que terá um fundo em preto metálico, compondo 1m de altura. Acima destes painéis, foram localizados brises horizontais fixos em madeira, em justaposição ao forro técnico das lojas, que se estende até a altura do forro técnico da circulação, totalizando 1 metro de altura, conforme o corte esquemático ao lado (figura 99).
Figura 100 – Fachada Leste. Fonte: Autor, 2015.
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Figura 99 – Corte Esquemático: Vitrine das lojas. Fonte: Autor, 2015.
6.5.10 cobertura Representada na figura 101, a vedação superior do Open Mall é composta por três coberturas, em conformidade com os volumes edificados, os quais estão apoiados. O formato das coberturas, que faz referência à paisagem da cidade, está apoiado nos pilares existentes nas edificações, e é ancorados pelas extremidades perto do chão, exigindo uma estrutura metálica contraventada fixada na estrutura de concreto armado do edifício. Baseado nas simulações de conforto realizadas anteriormente, que revelaram a acentuada carga térmica incidente sobre a cobertura, fez necessária a adoção de alternativas às soluções de cobertura normalmente especificadas. Amplamente difundidas, a aplicação de telhas metálicas, de fibrocimento ou cerâmica, sobrepostas imediatamente ás lajes apresentam um índice de transmitância entre 1,75 a 2,06 W(m²K), oque auxilia na elevação da temperatura interna da edificação. Contrapondo-se a este sistema, está adoção do sistema de cobertura verde extensiva com poliuretano, que oferece em média o valor de 0,5 W(m²K) (INMETRO, 2013).
tipo de cobertura, que além de auxiliar em um maior controle na transmissão de calor para o interior da edificação, complementase com um sistema de irrigação eco-eficiente e de aproveitamento da água da chuva. Associando a cobertura verde ao sistema de captação e tratamento de água da chuva enterrado, é possível recolher as águas pluviais a partir do próprio telhado verde, retirando partículas e resíduos em geral, tornando-a límpida e descontaminada. Desta forma, é possível utiliza-la para diversos fins, inclusive para rega da própria cobertura (IDHEA, 1999). No que diz respeito à solução de cobertura para o rasgo de luz proposto no centro do volume 03 edificado, propõe-se uma vedação em policarbonato compacto na cor cristal incolor com tratamento refletivo ou de retenção de infravermelho, sob a estrutura contraventada. Possibilita-se, desta forma, a incidência solar no interior do edifício, com melhor desempenho térmico e controle da luz. Figura 102 – Corte Esquemático: Composição da cobertura verde. Fonte: Cobertura verde.
Além disso, conforme representada na figura 102, permite um substrato que varia de 6 a 20 centímetros, desconsiderando a espécie especificada, e pode ser executada em coberturas inclinadas até 45º, como é o caso das coberturas que compõem o projeto, que utilizará uma espessura de 15cm para esta cobertura (FERRAZ, 2012). Diante de tal constatação, propõe-se a especificação de tal 151 162
Figura 101 â&#x20AC;&#x201C; Planta de Cobertura. Fonte: Autor, 2015.
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6.5.11 estrutura
O sistema construtivo utilizado é o sistema de laje alveolar protendida, e o sistema básico, viga-pilar, em concreto armado. Utilizada por vencer grandes vãos, permitindo uma flexibilidade na disposição das vagas do subsolo, e também, uma eventual ampliação/redução das áreas locáveis, sem comprometer muito os ambientes resultantes. A Laje Alveolar é constituída de painéis de concreto protendido que possuem seção transversal com altura constante e alvéolos longitudinais, responsáveis pela redução do peso da peça. Estes painéis protendidos são produzidos em concreto de elevada resistência característica à compressão e com aços especiais para protensão.
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considerações finais open mall: caracterização e abordagem de uma nova dinâmica comercial
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Este trabalho teve como finalidade uma discussão aprofundada sobre Shopping Centers, desde a sua origem até suas caraterísticas e abordagens atuais, a fim de estabelecer um aprofundamento na discussão acerca de uma das tendências de arquitetura comercial mais em voga na atualidade, a tipologia Open Mall, para assim auxiliar na elaboração de um projeto arquitetônico de um centro comercial baseado nesta tipologia. Foram levados em consideração os diversos aspectos desse modelo desde suas características marcantes até as abordagens mais atuais que vão muito além da estrutura arquitetônica, embasando muitas vezes em discursos de sustentabilidade e urbanização humanizada. Partindo do pressuposto de que o comércio é resultado do seu contexto, o entendimento do comercio é o primeiro aspecto para compreender a evolução deste setor, de forma a entender as nuances que levaram ao surgimento dos Shopping Centers, assim como a necessidade de constante reformulação dos conceitos, tão presentes na dinâmica capitalista, como é o caso das diversas reinvenções de uma mesma edificação, que culminaram em centros comerciais ao ar livre. Para compreender certos paradigmas e consensos desta tipologia foram necessários estudos de casos já estabelecidos e consolidados como Santa Monica Place e Antara Polanco. Pôdese desta forma analisar pontos de convergência e distinções entre os mesmos. Conceitos como iluminação natural, concentração de jardins, materiais alternativos e espaços abertos, aplicados em centros comerciais de grande porte, mostrando-se eficazes. A partir disso foi constatada a falta de complexos comerciais que tivessem a similaridade da tipologia em questão, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, mesmo que aspectos naturais, urbanos 156 162
e consumo justificassem o investimento na nova arquitetura. Tal constatação serviu de estímulo e base para a elaboração de um projeto de Open Mall para a cidade, visto seu grande potencial. Tendo como base, todo o aparato técnico e conceitual apresentado decorrer deste trabalho, adaptando-os ao contexto socioeconômico da localidade proposta para tal e também, sendo colocado em evidência formas de apropriação sustentável do espaço e oportunidades de conforto para os consumidores, através do exercício projetual buscou-se a afirmação desta tipologia em detrimentos à tipologia amplamente difundida no mercado.
investido, deixam claro, o descaso com a paisagem urbana, com a sustentabilidade e com a apropriação social do meio urbano. Cada vez mais, a população busca por formas de apropriação da cidade, alternativas para ‘sair da caixa’, e cabe a nós, aos arquitetos urbanistas, conceber estes ambientes, e aos investidores, propiciar que se concretizem, pois é possível, sim, projetar ambientes comerciais que conversam com a cidade, valendo-se do contato com a natureza, e que ofereçam o conforto dos malls fechados, e ainda, reduzam os custos com climatização artificial.
Oferecendo uma gama variada de possibilidades, o exercício projetual mostrou que a concepção de um centro comercial, levando em conta todos os setores necessários para o tornar eficiente, pode garantir sua integração com o entorno, podem oferecer ambientes abertos, e se valer de uma gama infinita de soluções sustentáveis, ofertando acima de tudo, ambientes confortáveis ao usuário. A implantação destes espaços, proporcionam à localidade o qual se estabelecem, um grande potencial de crescimento, altera eixos, cria fluxos, assim como os shoppings tradicionais, mas preocupando-se em adentrar no meio urbano o qual serão propostas, suavizando o formato de uma caixa em meio á um amplo estacionamento, a tornando dinâmica, e interagindo com a cidade, criando novos usos, novas possibilidades. Desta forma, uma critica aos grandes investidores se faz necessária. Aos que financiam estes grandes espaços de compras, muito preocupados com a utilização total do potencial construtivo destes terrenos, para obter retorno rápido do capital 157 162
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