CHROMA

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the color perception.

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EDITORES

CHEFE ANNA TENGUAN Redatora e Ilustradora

Amante das artes em todos os seus aspectos. Sonha em seguir na área de Design Gráfico, entrando no mercado de forma inovadora.

CARLOS OLIVEIRA Redator e Designer Gráfico

@anna_tenguan be.net/annatenguan

Aspirante a designer gráfico, foi cativado por arte e criatividade aos 9 anos. Hoje, tem ambições de entrar no mercado criativo com uma cativante bagagem curricular.

@casalberrto be.net/carlosof

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Caro Leitor, Por acaso você já se perguntou sobre a influência das cores em sua vida? Em como todas interferem muito diretamente na forma em como o ser humano se relaciona, pensa e se expressa? É justamente sobre isso que a nossa revista tratará. Pretendemos mostrar com a forma mais eclética possível, a nossa visão distinta das cores ao nosso redor. Nós queremos que você aprecie a arte da forma mais imersiva possível. Esta é uma edição especial para comemorar os 100 anos da Bauhaus, a nossa primeira escola de design do mundo. Aproveite a experiência.

“ All colors will agree in “

the dark.

Francis Bacon

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SUMÁRIO P A N T O N E

P O S E

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A B S T R A C T

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N U K E

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C R H O MK A E Y


T O M

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F I L H O

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C I D A C D I E N Z A

M A R T T E

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ABSTRACT THE ART OF DESIGN

“Abstract: The Art of Design” é uma série produzida pela própria Netflix, ela conta com oito episódios, cada um com uma média de 40 minutos de duração. A série se foca em arte, cada episódio aborda um artista influente dentro de uma área do design (design gráfico, cenografia, fotografia, arquitetura, etc). É interessante não só pelo lado de ver o trabalho do artista, mas perceber quantas áreas e quantas possibilidades de trabalho existem dentro do design. Apesar de ser uma série documental focada para designers, ela não excluí o público em geral. Dá para agradar todos os gostos e estilos, o importante é você gostar de arte. Documentários sobre o tema existem aos montes, o que torna Abstract uma obra diferente, é que seus criadores – Morgan Neville, documentarista ganhador de Oscar, Scott Dash, antigo editor da revista Wired e Dave O’Connor, produtor de TV e cinema – se preocuparam em traçar o perfil de cada designer, tornando cada episódio um mini filme independente, levando em consideração a linguagem e estilo de cada um. Se você busca uma série para fazer aquela maratona no fim de semana, Abstract: The Art of Design é uma pedida para entrar de cabeça no processo criativo de alguns dos maiores designers do nosso tempo.

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A obra cativa o espectador principalmente pelo aprofundamento perante os temas a partir de cada artista, mostrando a vida cotidiana e seus processos de criação e execução. Samara Lopes, estudante de Design

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CHROMA

CHROMA

KEY KEY

a bela ilusão

do cinema

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ano é 1993. Nos cinemas, temos o clássico "Voando para o Rio", dirigido Linwood Dunn, alcança um marco inovador no ramo audiovisual, a a chegada do Chroma Key, prática cinematográfica usada em grande escala até hoje, e se consiste em isolar um objeto e mudar seu o background. Com este mecanismo, o princípio das colagens atravessou a barreira da cena estática e adentra os vídeos, o tempo e espaço se flexibilizam ao inserirmos uma

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gravação alemã de 2018 no Japão Imperial do século XVI. E graças ao Chroma Key. Mas não se engane, não é mágica, e sim técnica. Basta um fundo com uma cor sólida e iluminação uniforme que todo programas básicos de edição de vídeo é apto para realizar o recorte. A decisão da luz não é por pura preferência entre RGB (vermelho, verde ou azul) a escolha deve ser feita por contraste, seja pela cor do objeto capturado ou em relação a pele humana.


NUKE

a explosão do VFX

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omercializado pela The Foundry, hoje em dia o Nuke é uma das ferramentas mais poderosas de VFX do mercado. O nome foi baseado na função para criar um novo projeto, que ate hoje é usada em programas como a janela “New Compositor”, que foi abreviado para “Nuke”. No início dos anos 90, na grande empresa Digital Domain, a equipe de criação estava usando um compositor que foi baseado em script de linha de comando para lidar totalmente com o trabalho braçal. Ou seja, um grande e verdadeiro inferno. Em 1993, Bill Spitzak começou a desenvolver uma versão visual que foi baseada no nó do sistema, e a NUKE como a conhecemos hoje nasceu; este software foi colocado rapidamente em uso em filmes como True Lies, Apollo 13 e Titanic. E este recurso estupendo para produzir ótimos conteúdos visuais não é para qualquer um. A Foundry vende o programa em três versões, o Nuke;

Nuke X e também o Nuke Studio, uma ótima solução colaborativa de VFX, para editorial e acabamento, onde os preços variam ente US$4,758 e US$10,248. Como cientista-chefe do próprio Nuke, Simon Robinson afirmou que a empresa está com projetos para que se expandam nas áreas que já atuam ou que pretender atuar.

“O Nuke Studio é uma espinha dorsal para nós porque se comunica com todas as partes do estúdio.” Gregor Puchatz Supervisor CG da Aaron Sims Creative.

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O

cantor e compositor paulistano Matheus Gomes, conhecido como MARTTE, com 22 anos já conta mais de um milhão de reproduções no Spotify. Com seu primeiro single lançado em 2017, hoje conta com mais 6 canções (sendo duas com participações especiais de Tuyo e Dubeat), já se apresentou em alguns festivais de música, como Cine Joia e também Festa Gambiarra, este ano se apresentou no Rio2C e foi convidado especial no musical “Ícaro and The Black Stars” e também no “DZI Croquetes”. Sendo inspirado por artistas como Michael Jackson, Willow Smith, Rihanna, Janelle Monáe, Beyoncé, Gloria Groove, IZA, Novos Baianos e Djavan, o artista traz em suas músicas influências de R&B, Pop e MPB, já suas músicas são intituladas por ele mesmo como “Pop Soul”. Confira as suas canções como “Antes Que Seja Tarde”, “Sua Pele” e “Videira (com Tuyo)”no perfil dele no Spotify, é só escanear este código ao lado lá no aplicativo. Matheus também lançará o seu novo e primeiríssimo álbum oficial neste ano, o Vem Bem Vindo, e segundo o cantor, a ideia é tornar o máximo de informações possíveis do álbum em peças audiovisuais, com o intuito de tornar todas as faixas mais perspectivas, mesclando música com arte. e moda.

Confira agora algumas de nossas perguntas feitas para MARTTE, na íntegra: Quantos anos você tinha começou a cantar? Foi desde muito novinho, acho que com uns três anos eu já cantava, claro que não profissionalmente, mas já cantarolava pela casa, quando me entendo por gente, eu já tinha certeza do meu sonho de ser um grande cantor. Há algum parente em sua família que também participa da área musical? Tem uma tia que canta na igreja, mas não profissionalmente, acho que só ela mesmo na família que é mais envolvida com música. Qual foi a sensação de começar a cantar profissionalmente? De realização e também grande de desafio pessoal, para seguir sempre em frente, não importa o que aconteça.

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M A R T T E

Quais seus conselhos para quem quer também ingressar na nossa grande indústria fonográfica brasileira? Não desista, é óbvio dizer isso, mas é a verdade, se você acredita no seu trabalho, insista até o fim, independentemente de quantos te disserem não. Como você se sentiu em participar num trabalho com artistas como a Tuyo? Foi uma grande realização, já que acompanho o trabalho deles até antes mesmo de lançar qualquer coisa musical, sou muito fã, e eles da Tuyo são muuito queridos como pessoas, e como artistas, acho que nem preciso falar né, haha! Suas músicas e clipes dizem sobre amor próprio, diversidade e aceitação. Quais as situações que te inspiram para criá-las? Quais mensagens você pretende transmitir com essas músicas? Eu me vejo dentro dessas vivências, venho da periferia, sou negro e gay, senti que devia cantar e contar sobre amar quem se é, e erguer a cabeça para a sociedade que sempre quer nos oprimir, e eu me sinto no dever de representar essas pessoas que assim como eu, são ou já foram oprimidxs pela sociedade, juntos a gente dá um basta, com arte, a gente consegue se desligar das cobranças do sistema, e isso é um processo de vida, claro, mas é isso!

@martte_

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100 anos de

bauhaus B

auhaus foi uma escola de artes fundada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius, em Weimar, na Alemanha. Revolucionou o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto – um visual “clean”. Foi pensada sob muita influência das vanguardas modernistas e europeias da época. Seu intuito era aplicar a modernidade à arquitetura e ao design.

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Lá, os alunos encontravam uma visão interdisciplinar pioneira, ou seja, todas as artes eram apresentadas de maneira interligada. A grande Bauhaus unificou disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial. Uma das características da escola era utilizar materiais até então não muito utilizados para as suas produções, como aço, vidro e madeira. É importante notar que apesar de pregar um design funcional e que também atendesse de forma objetiva as necessidades humanas, a Bauhaus

também mostrou que funcionalidade não deve ter ligação alguma com o tedioso, o burocrático e o sistemático, "A forma segue a função". Nas décadas de 20 e 30, os integrantes da Bauhaus e a própria estrutura da escola foram perseguidos pelos governos nazistas alemães, que forçaram seu fechamento em 1933. Os nazistas eram contra todas as instituições as quais não estivessem de acordo com sua orientação política, e a Bauhaus era uma delas. A instituição era tida como comunista, principalmente porque havia muitos russos entre seus alunos e funcionários.

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PANTONE a cor da indústria

A Pantone criou o Pantone Color TM Institute , para consultoria a designers Michele Outland e marcas para desenvolverem e poderem compreender o poder das cores, lançando tendências globais, prestando consultorias de cores para lançamentos de produtos e aconselhamento sobre identidade visual e branding. Estes serviços de consultoria consolidaram-se como um recurso super válido para as empresas de moda, do ramo criativo, eletrônicos, varejo, dentre outras. Um papel importante do instituto é apresentar a Cor do Ano, um processo que requer decisões muito ponderadas e uma análise consistente de tendência, onde os experts em cores do instituto analisam todo o mundo procurando por algumas influências de cores por todas as áreas criativas. Este ano a cor escolhida foi a Living Coral. Com toda influência adquirida ao longo dos anos, a Pantone tornou o seu nome familiar e fluente em toda a indústria criativa e gráfica, tornou-se sinônimo de cor.

“Pantone é o padrão das indústrias.”

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Cor é esta lente que equaliza todas as experiências das duas realidades, a digital e a natural, o que é ainda mais verdadeiro ainda para Living Coral.

N

os anos 60, Lawrence Herbert, o dono de uma empresa de impressão em Nova Jersey, percebeu como era difícil para designers, agências e tipógrafos identificarem cores exatas por seus nomes durante um trabalho, sabendo as grandes variáveis possíveis apenas em uma cor. Assim, Herbert criou um sistema de padrões gráficos para profissionais da área criativa, cada cor passou a ter seu nome e código próprios, assim, toda impressora em qualquer lugar do mundo poderia recriar a cor de maneira precisa. Hoje em dia, a Pantone não é a única e nem foi a primeira, linguagem padronizada de cores mas é de longe a mais famosa. Além das tintas para impressão com texturas quase únicas e da precisão e da qualidade de seu sistema de combinações (que é aprimorado e expandido a cada ano), a marca se expandiu em áreas como moda e casa, além de adicionar cores a todos seus catálogos a partir de parcerias com grandes empresas como a Coca-Cola (sua famosa cor vermelha) e também com Universal Pictures (com a criação da cor Minion Yellow).


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LIBERTE-SE DAS CORES.

Nada é mais colorido que preto e branco. Sangue vermelho, grama verde, água azul. No mundo colorido, não há espaço para o sonho ou para o devaneio. As cores mandam, os olhos obedecem. Uma cela de barras prateadas séria e previsível. O corredor da morte da imaginação. O mundo preto e branco é anarquista. Nele, normas só existem para quem decide inventar. Pretos viram laranjas, grenás e roxos. Brancos, amarelos ou lilás. Preto e branco são todas as cores. Todas que a inspiração decidir. Na prisão de cores, o preto e branco é o banho de sol.

Monochrome Leica® "Everything in Black and White”

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CIDADE

CINZA

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primeiríssima tomada do ótimo documentário "Cidade Cinza" (2013) nos apresenta o mar de edifícios de São Paulo. Os Gêmeos, os grafiteiros mais famosos do país, falam sobre o caos da cidade e sua verticalização, colocando as paredes grafitadas como uma vitória contra o concreto. O ponto de vista do documentário se torna claro: a cidade é feita para as pessoas e não para seus políticos, manifestações de arte urbana deveriam ser vistas como uma solução e não como um problema na paisagem da cidade. Assim, o documentário transita entre os mundos de arte e cultura versus o que seria considerado vandalismo. É neste campo que surge a maior virtude do filme, a discussão sobre a grande noção de arte e como todas as intervenções urbanas se inserem (ou não) neste delicado campo. O curta sempre reafirma que a arte faz parte do ser humano – em quem a faz e em quem a aprecia. E que a triste pobreza cultural do Brasil não é o painel da 23 de maio e está longe de ser rapidamente apagada.

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P O S E

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ssim como todas as produções de Ryan Murphy, como as série Glee e American Horror Story, junto com seu novo projeto, a série com temática LGBTQ+ da Netflix, personagens descontruídos e livres de preceitos do entretenimento, com arcos dramáticos complexos e críveis em detrimento dos esterótipos tão bem conhecidos e condenáveis são representados de uma for-\ ma muito real e estimulante. Não essencial apenas como um produto audiovisual, mas a nova série produzida por Ryan Murphy também atua como uma aula de História muito didática que visa desmantelar a visão reacionária que até hoje acompanha a comunidade LGBTQ+ e os estigmas sem fundamentos que seus membros são obrigados a carregar.

Na história, o ano é 1987; o cenário são os ballrooms do Brooklyn; a ênfase sobre as personagens transgêneros é clara, e sua exclusão até mesmo dentro do grupo ao qual pertencem também é muito bem representada. Voguing, glamour, fashion vão de encontro à crescente epidemia do HIV e da AIDS, aos movimentos de repulsa, ao forçoso mergulho no mundo da prostituição, e o resultado é uma históra emocionante e extremamente emponderada.

É bem notável a representatividade e a fidelidade da abordagem da série sobre o cenário de jovens gays, negros, transexuais e drag queens nas ruas nova iorquinas de 1980, junto também da luta desses grupos.

Rebecca Melo, estudante de Design

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TOM FILHO

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om Filho é um fotógrafo de 21 anos, nasceu em Jequié, na Bahia, e foi à São Paulo para seguir seus sonhos. Segundo o próprio, foi uma escolha corajosa, pois sempre quis sair de sua zona de conforto. Tom decidiu começar a fotografar após tirar fotos dele mesmo por alguns problemas de autoestima, e após divulgações, muitas pessoas começaram a pedir para serem fotografadas. Foi quando ele percebeu que poderia tornar o hobbie em um trabalho, unindo o útil ao agradável.

Confira a seguir as perguntas feitas para Tom: O que te inspira para tirar fotos? O que me inspira para fotografar é o meu próprio consumo, eu AMO assistir séries, clipes, ouvir música e ler. Acho que viver me inspira muito: presto atenção nas coisas mais simples, que as pessoas normalmente não prestam. Como é o clima durante os seus ensaios? Eu gosto de entregar um clima incrível para o cliente, porque é quando ele aposta no seu trabalho, pois além de querer fotos, ele quer se sentir bem consigo mesmo. Prefiro manter um clima agradável, contar umas piadas, sou muito palhaço, adoro soltar essa palhaçada para fazer as pessoas rirem!.

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@prazertom

Quais tendências os fotógrafos deveriam abandonar e quais que eles deveriam adotar? Acho que abandonar esse espírito competitivo. As pessoas costumam ter unidade ao invés de somar, geralmente esquecem as outras quando não precisam ou quando querem ter mais relevância que elas. É "cada um no seu quadrado". O que deveriam adotar é justamente o contrário: essa ideia de somar, de fato ajudando as pessoas. Hoje em dia eu faço isso em minhas redes sociais, sempre dou dicas de fotografia, algo que eu não tive na minha época e tive que correr atrás. Em que área da fotografia você se sente mais à vontade? Eu AMO fotografar pessoas, porém a minha parte favorita é ensinar aos outros tudo o que eu sei, passar o meu conhecimento para frente, sabe!

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O jovem fotógrafo tamém lançou um curso online, chamado PLUS. O curso tem o intuito de somar na vida dos fotógrafos que querem crescer na área da fotografia, não só numa área técnica, mas numa área empresarial, crescer e ter visibilidade como na área de fotografia. Tom também fala muito sobre como ser uma empresa, pois a partir do momento em que alguém se torna fotógrafo, se torna uma empresa e precisa tocá-la sozinho, infelizmente.

@prazertom

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Sinta novas sensações, ouvindo Vem Bem Vindo de MARTTE.

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