INTERVENÇÃO EM PREEXISTÊNCIA: ARMAZÉNS DO INíCIO DO SÉC. XX EM BRODOWSKI
RIBEIRÃO PRETO 2021
Orientando: Carlos Alexandre de Souza Orientador: Prof. Ms. Onésimo Carvalho de Lima
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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 13 OBJETIVOS 15 01 FUNDAMENTOS 18 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 19 1.2 LEITURA DE PROJETOS 27 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO 64
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02 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO 2.1 SÍNTESE DA ÁREA 82 2.2 Restrições legais 87 2.3 OBJETOS 89 2.4 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento 92 2.5 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados 126
82
3 PROPOSTA 3.1 MEMORIAL 150 3.2 MATERIALIDADE 158 3.2 USO 160 3.3 PLANTAS armazém beneficiamento
150
3.3 CORTES Armazém beneficiamento 164 3.3 CORTES Armazém secos e molhados 166 167 3.3 PLANTAS armazém SECOS E MOLHADOS 168
PLANTA BAIXA
168
PLANTA DE COBERTURA
169
BIBLIOGRAFIA
173
162 5
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. FIGURA 2. FIGURA 3. FIGURA 4. FIGURA 5. FIGURA 6. FIGURA 7. FIGURA 8. FIGURA 9. FIGURA 10. FIGURA 11. FIGURA 12. FIGURA 13. FIGURA 14. FIGURA 15. FIGURA 16. FIGURA 17. FIGURA 18. FIGURA 19. FIGURA 20. FIGURA 21. FIGURA 22. FIGURA 23. FIGURA 24. FIGURA 25. FIGURA 26. 6
A primeira casa da cidade 1894 Celebração Corpus christi Passeio de final de semana na rua Floriano Peixoto Coreto “Lauro J. Almeida Pinto” Antigo cinema Cine Ideal Pinacoteca do estado de São Paulo SESC Pompéia Centro de Artes e Danças Harrow Casarão da Inovação Cassina, fachada Casarão da Inovação Cassina, térreo Casarão da Inovação Cassina, subsolo Casarão da Inovação Cassina, primeiro pavimento Casarão da Inovação Cassina, térreo RedBull Station RedBull Station Interno RedBull Station terraço RedBull Station Interno 2 RedBull Station circulação vertical externo Reforma do Mason Bros Warehouse Reforma do Mason Bros Warehouse Reforma do Mason Bros Warehouse Reforma do Mason Bros Warehouse Armazém de Tempo Armazém de Tempo Armazém de Tempo Armazém de Tempo
FIGURA 27. FIGURA 28. FIGURA 29. FIGURA 30. FIGURA 31. FIGURA 32. FIGURA 33. FIGURA 34. FIGURA 35. FIGURA 33. FIGURA 34. FIGURA 35. FIGURA 36. FIGURA 37. FIGURA 38. FIGURA 39. FIGURA 40. FIGURA 41. FIGURA 42. FIGURA 43. FIGURA 44. FIGURA 45. FIGURA 46. FIGURA 47. FIGURA 48. FIGURA 49. FIGURA 50. FIGURA 51. FIGURA 52. FIGURA 53. FIGURA 54. FIGURA 55. FIGURA 56.
Armazém de Tempo Armazém de Tempo Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Lens Office Antigo terminal ferroviário Antiga casa da família Valente Super Varejão Monte Verde Antiga casa da família Barquete Loja Desttak Antiga casa demolida da rua Gen. Carneiro Antiga papelaria e casa do Sr Almeida. Demolição da antiga papelaria e casa do Sr Almeida. Pós demolição da antiga papelaria e casa do Sr Almeida Blue Tower Centro Empresarial Antiga casa da rua Lúcio Fagundes Situação atual da antiga casa da rua Lúcio Fagundes Antiga casa da família Honorato Situação atual da Antiga casa da família Honorato Antiga casa nº1134 da rua Floriano Peixoto Situação atual da antiga casa nº1134 da rua Floriano Peixoto Antiga casa e padaria da rua Floriano Peixoto Situação atual da Antiga casa e padaria da rua Floriano Peixoto Antiga casa Brisotti Maquina de beneficio de arroz
FIGURA 57. FIGURA 58. FIGURA 59. FIGURA 60. FIGURA 61. FIGURA 62. FIGURA 63. FIGURA 64. FIGURA 65. FIGURA 66. FIGURA 67. FIGURA 68. FIGURA 69. FIGURA 70. FIGURA 71. FIGURA 72. FIGURA 73. FIGURA 74. FIGURA 75. FIGURA 73. FIGURA 74. FIGURA 75. FIGURA 76. FIGURA 77. FIGURA 78. FIGURA 79. FIGURA 80. FIGURA 81.
Antigo Secos & Molhados Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna da Maquina de beneficio de arroz Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados Foto interna do Antigo Secos & Molhados
Esse trabalho tem como intuito abordar, relacionar e interpretar a importância e significância do tema intervenção em preexistência, reconhecendo os problemas diante o cenário atual.
RESUMO
O objetivo é promover um projeto de intervenção em imóveis antigos no qual se encontram estagnados e em péssimo estado de conservação, assim propondo a revitalização do edifício utilizando elementos arquitetônicos sistematizados. O projeto também irá propor um novo uso para os objetos de forma que abrigue ralações coletivas e pessoais, com a intenção de valorizar não só o edifício, mas também todo seu entorno. Os objetos do projeto estão localizados no centro histórico de Brodowski, interior de São Paulo, onde se encontram no contexto do Museu Casa de Portinari, na antiga linha estação ferroviária Mogiana e pelo conjunto de casas do inicio do século XX que apresentam uma situação atual de descaracterização.
FIGURA 2: Celebração do dia de Corpus christi onde na época pintavam a rua afim de comemorar o sacramento da eucaristia. FONTE: Acervo digital de Brodowski Postagem de Samuel S. Salata (Acervo Groti)
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APRESENTAÇÃO Segundo Rios (2013), Ao longo dos anos os projetos de intervenção em edifícios preexistentes são cada vez mais comuns no campo da arquitetura, uma grande valorização da coexistência entre o passado, presente e o futuro. Esse tipo de projeto carregam a responsabilidade na transmissão às gerações futuras do legado e sentimento histórico, e com a criação do espaço contemporâneo. O tema intervenções tratado nesse documento tem como discussão, a concepção da arquitetura para resgatar um edifício mal utilizado, salientando as possibilidades de readequações à antigas edificações do início do século XX situadas na cidade de Brodowski SP, onde abre um questionamento sobre o pensamento de renovação em cima do arrasamento, a preservação e reutilização do imóvel, de acordo com as características e memórias do lugar. O presente trabalho quer construir uma problemática no contexto das intervenções na cidade de onde os objetos estão inseridos, elaborando justificativas da importância do trabalho a ser realizado, contribuindo para a compreensão da identidade cultural da sociedade que o produziu essa arquitetura.
Esse documento está estruturado em uma introdução ao
conteúdo e 3 capítulos, onde cada um trata de um especifico assunto para a compreensão do processo e elaboração do projeto de arquitetura. Abaixo será exposto um breve resumo sobre a temática abordada em cada capitulo. Capitulo 1 fala sobre a contextualização do tema e do objeto, onde fala dos problemas atuais no processo da intervenção que descaracteriza os edifícios antigos da cidade, assim mostrando exemplos e dados. Em seguida aponta os cinco projetos arquitetônicos sobre intervenção em preexistência e suas soluções, deste modo, fazendo parte do embasamento do repertório sobre o tema. Capítulo 2 é dedicado para todas as analises e levantamentos dos edifícios estudados, como plantas, fotografias e legislação. Capitulo 3 mostra a proposta do estudo preliminar do projeto de intervenção em edifícios do inicio do século XX, explicando o conceito e partido, assim como todo o processo de concepção e os dados e representações para sua compreensão. E por fim, apresenta-se as referências empregadas na redação desse plano.
FIGURA 3: Passeio de final de semana onde as pessoas se encontravam em vários estabelecimentos da cidade. FONTE: FONTE: Acervo digital de Brodowski Postagem de SAMUEL S. SALATA
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OBJETIVOS
OBJETIVOS GERAIS
Desenvolver um projeto arquitetônico de intervenções sistematizadas em casas do início do século XX em Brodowski.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar e reconhecer casas históricas de valores patrimoniais na cidade. • Conceber diretrizes projetuais estratégicas para o desenvolvimento sistematizado de intervenções em casas antigas. •
Promover espaços de integração e convívio.
• Elaborar uma arquitetura que reconhece e valorize a memória e requalificação de edifícios antigos. • Implementar um sistema construtivo que corresponda às intenções de distinguibilidade.
METODOLOGIA A metodologia seguida nesse trabalho foi feita através de procedimentos in loco, pesquisas e analises. O procedimento inicial foi a pesquisa de edifícios, armazéns ou casas antigos na cidade, no qual o trabalho seria feito. A segunda etapa foi fazer o levantamento físico dos objetos no qual foi utilizado ferramentas para medição de níveis e distâncias e materiais para anotação. A terceira etapa foi fazer fotografias e vídeos dos objetos para entender todo o seu conjunto. A quarta etapa foi fazer o levantamento iconográfico dos edifícios antigos da cidade. A quinta etapa foi fazer a analise de intervenções ocorridas na cidade. A sexta etapa foi pesquisar todas as legislações competentes para a concepção do projeto. A sétima etapa foi analisar bases bibliográficas em conteúdo online, sobre intervenção em preexistência. A oitava etapa foi pesquisar e analisar projetos de referencia com o tema intervenção e a ultima etapa foi fazer pesquisa técnica de materialidade e tecnologias para a inserção de novos elementos.
FIGURA 4: Coreto “Lauro J. Almeida Pinto” Construído em 1922, pelo então prefeito Antonio Leite de Oliva, na Praça Martim Moreira, o charmoso coreto “Lauro J. Almeida Pinto”, foi o cenário de grandes amores,vv comemorações e festas do município. FONTE: Acervo digital de Brodowski | Acervo Antônio José Toloi
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JUSTIFICATIVA Há um debate sobre o tema preservação e reabilitação, pois segundo CASTRO (2020) Recuperar um imóvel antigo traz várias vantagens, como isenções, benefícios e descontos, como redução e isenção em taxas. CASTELNOU NETO (1992) diz que intervir de forma compatibilizada com o projeto pode trazer alguns benefícios, entre eles estão a economia de até 20% do valor total da obra, menos tempo de execução e assim evitando desperdícios materiais e o consumo energético. Diante desses fatos, esse trabalho apresenta possibilidades de adequação das novas necessidades às preexistência, contribuindo para a preservação e requalificação da arquitetura primordial da cidade. Tendo em vista todas as situações abordadas, será levantado a implementação de uma proposta política de revitalização social e urbana, colaborando com debates e novas discussões sobre o assunto tratado.
Essa atividade vai ser importante para o acervo histórico da memória da cidade, pois vai criar um repertório de levantamentos de dados físicos dos objetos arquitetônicos em questão, assim documentando sua passagem na sociedade. Dessa forma, deve-se entender que a história da cidade representa a memória coletiva e de sua relação com o lugar, se forma como a história das construções do espaço físico e da adaptação do homem em seu território. Com tudo, esse trabalho salientará a importância de um imóvel na história de uma sociedade, com foco na requalificação, atribuindo-o um novo propósito, através de um projeto sistematizado que adapte o edifício à diversos usos ao invés de substitui-lo.
FIGURA 5: CINE IDEAL . Construído em 1910 e encerrou sua atividades em 1934, era de propriedade de Augusto Fernandes Leomil. FONTE: salasdecinemadesp2
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1.1
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FUNDAMENTOS
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
1.1.1 O que é intervenção
Intervenção é um termo genericamente imposto a qualquer tipo de projeto sobre uma construção existente, mas para RIOS (2013), envolve a interpretação do edifício e o planejamento de estratégias de atuação. Existem variados tipos de intervenção, como a restauração (resgata e conserva os valores primitivos), conservação, reutilização, adaptação, etc. “Intervir significa atuar conscientemente no processo dinâmico da cidade, devendo-se garantir a mínima estabilidade necessária para que a forma urbana, em suas partes ou no todo, prolongue uma identidade que foi conseguida de forma lenta e trabalhosa. A cidade é um patrimônio do passado que será transferido para o futuro e se possível, melhorado para o presente.” (BARDA, 2009, p. 70)
1.1.2 Tipos de intervenção
As propostas de intervenção obedecem a dois critérios fundamentais: o respeito pelo carácter e autenticidade do existente, e a observação dos princípios para uma atuação sustentável, de respeito pelo ambiente. PÓVOAS E TEIXEIRA (2012) Subjacente às várias intervenções consideram-se cinco ações principais: 1) demolição seletiva; 2) reparação de danos; 3) reforço estrutural; 4) beneficiação do desempenho; 5) adição de novos elementos CASTELNOU NETO (1992) identifica vários graus de intervenção em preexistência envolvidos com a manutenção, cada uma tem a sua peculiaridade e posturas, variando conforme cada caso especifico. 1) Preservação do patrimônio histórico; 2)Obsolescência da obra arquitetônica; 3) Restauração na arquitetura; 4) revitalização e reciclagem; Esses graus de interferência são definidos como Radical, equilibrado e Sutil.
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“Todas estas intervenções são inerentes ao projeto arquitetônico e passam também pela questão do restauro, sem, contudo, se limitar a ele.” (ANDRADE JUNIOR, 2006, p.50) GLUSBERG (1994) enfatiza a intervenção em categorias tradicionais, patrimoniais e animistas. A Tradicionais se refere a um alcance mais geral como reformar, remodelar, renovar, reconstituir, ou técnicas como reciclar, reconverter e refuncionalizar. As Patrimoniais que, não se referindo somente ao objetivo técnico propriamente dito, estão relacionados com questões de caráter histórico e cultural, como resgatar, recuperar, restaurar, restabelecer, restituir; Animistas, que procuram agregar características psicológicas ao espaço (relativos às intervenções no interior/alma das edificações), tais como reanimar, reavivar, revificar. FIGURA 6: Pinacoteca do Estado de São Paulo / Paulo Mendes da Rocha FONTE: ArchiDaily Brasil contrastam
Radical é quando os novos elementos intencionalmente com os elementos existentes, pelas intenções projetuais, ou a tratamento a nível de material, cor textura.
Equilibrado é quando a associação harmônica dos acréscimos ou modificações ao preexistente. Pode ser feita através da repetição de tipos, unificação de motivos e tratamento cromático, mas nunca de maneira dissimulada. Sutil é quando há respeito completo ao preexistente, tanto em função dos novos componentes sugeridos como dos novos usos previstos. Normalmente, é mais difícil 20
identificar o que foi reformulado. As intervenções seguem padrões arquitetônicos de preservação, onde esse caracteriza cada ação proposta na ação projetual, assim essas operações são denominadas como: 1) Conservação - restauro; 2) Consolidação; 3) Reconstituição 4) Reciclagem; 5) Reforma; 6) Réplica;
Reciclar é dar uma nova vida e utilização da obra, onde ela se adapta ao novo programa, podendo alterar sua função programática, sua forma e seu caráter. Essa intervenção vai de instalação de equipamentos até a ampliação e alteração da configuração espacial mas sempre preservando e aproveitando dos valores existentes impostos pela sociedade, mas também pode ser denominado como reforma CASTELNOU NETO (1992) e ANDRADE JUNIOR (2006).
Um exemplo desse tipo de intervenção é o SESC-Pompéia de Lina Bo Bardi, que marcou o panorama da arquitetura brasileira na década de 80, no qual foi intalado um complexo de lazer, cultura e prática despotiva em um antigo conjunto de edificações industriais. O autor em questão analisa os graus de interferência de uma reforma na arquitetura original, sendo elas, a radical, o equilibrado e a sutil. Inicialmente a premissa do futuro projeto será propor uma interferência mais radical, pois a mesma significa modificar ou adicionar elementos impondo um contraste com o existente, seja em materiais, texturas ou cores. No texto de GERGHI (2012) cita que, engessar os centros urbanos e áreas consolidadas consequentemente impedir sua evolução, são práticas incorretas, pois devesse reconhecer a melhor maneira de intervir, para que o novo não apague a história, e nem mesmo ela seja um fator restritivo para o desenvolvimento. O reaproveitamento de edifícios para a alteração de uso está sendo muito importante para o patrimônio construído, seja de valor histórico ou não. A arquitetura permite a sobreposição de formas e linguagens, mas sempre conhecendo os limites físicos da construção, assim adotando determinados critérios antes da decisão de interceder num edifício.
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Cada intervenção deverá ter uma crítica metodológica, ou seja, um critério racional no projeto. GERGHI (2012) indica que a metodologia de análise e intervenção é a condição necessária e insuficiente, pois existem inúmeras classes de problemas de intervenção quanto metodologias que se possam definir. “Para o autor Gonzalo Diaz (2009), a intervenção num edifício pode acontecer de três formas. Dentre elas, está a de que a intervenção arquitetônica pode acontecer na forma de sobreposição de uma arquitetura sobre outra preexistente podendo transformá-la numa nova composição. Este tipo de intervenção não se limita em manter a estrutura da forma, se incorporam volumes na tentativa de criar uma nova composição que resulta numa nova ideia de edifício.” (GERGHI, 2012, p. 50)
Durante o processo de análise para um projeto de intervenção, devesse questionar se essa aplicação no edifício vai contribuir para a sua preservação e quais os graus de intervenção deverá ser adotado, sempre pensando em seu entorno, nunca
FIGURA 7: SESC Pompéia / Lina Bo Bardi FONTE: ArchiDaily Brasil
como um objeto desconectado.
Reutilização adaptativa
Por serem edifícios de génese funcional oferecem obstáculos à sua reutilização adaptativa, seja pela escassez de aberturas para o exterior – são disto exemplo os celeiros, armazéns, maltarias e cervejarias, que poderão requerer uma intervenção na fachada que levará à sua descaracterização. Seja pela existência de objectos ou equipamentos necessários ao processamento dos produtos agrícolas que se apresentam interesse arqueológico, os fornos, tanques, gruas e roldanas, com os quais será necessário lidar no projeto de reabilitação e compatibilizar no processo de reutilização. Alguns edifícios, como os moinhos, são um “cruzamento complexo entre edifício e máquina, nos quais a estrutura e o mecanismo ou processo são estreitamente interdependentes. (…) sendo necessário ter uma noção desta interdependência para ajudar à analise e interpretação dos vestígios e também para tornar possível a tomada de decisões” (PALMER 2012). São exemplos práticos de reutilização adaptativa os celeiros-de-campo transformados em albergarias para caminhantes, a reconversão frequente de maltarias para habitação ou pontualmente para espaços comerciais ou de retalho, assim como as já referidas reutilizações mantendo a função original actualizada.
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1.1.3 Níveis de intervenção De acordo com as revisões metodológicas de GRACIA (1992) revisadas por ANDRADE JUNIOR (2006), diferentemente do autor anterior, ele fala sobre três níveis de abordagens intervencionistas em objetos preexistentes, classificando os diversos aspectos utilizados nas intervenções, mas ressalta-se que elas não se limitam a apenas uma delas, ou seja, pode-se ter mais de um nível em um projeto de intervenção. 1) Modificação Interna de Edificações Preexistentes Atualização Funcional ou Renovação Adaptação a Novos Usos ou Reciclagem Ampliação Interna 2) Modificação Externa de Edificações Atualização Simbólica ou Restyling Ampliação Externa Utilização de Ruína
O primeiro nível a modificação circunscrita, fala sobre modificação interna de edifícios preexistentes, onde independentemente do grau de intervenção interna, preserva a sua configuração e contexto urbano, a mesma pode ter uma atualização funcional ou renovação onde pode-se variar da modificação total interna, preservando apenas as fachadas e estrutura, até a preservação total com algumas instalações para a garantia de acessibilidade e segurança, deste modo, visando atender as novas demandas decorrentes de legislações mais atualizadas. A ampliação interna correspondente à aumento significativo da área útil coberta do edifício, sem a necessidade de construir anexos no original, podendo ser construídos pavimentos subterrâneos ou fechamentos superior de pátios. E a adaptação para novos usos ou reciclagem.
3) Construção de Nova Edificação em Contextos Preexistentes Anexo Edifício em Contexto Preexistente
" Em todos os três edifícios, a reutilização adaptativa envolveu uma abordagem cuidadosa do tecido histórico, descascando e removendo camadas de adições prejudiciais e preservando e reparando onde necessário para fornecer longevidade e facilidade de manutenção". FIGURA 8: Centro de artes e Dança Harrow. FONTE: ArchiDaily
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1.2 LEITURA DE PROJETOS O segundo nível a modificação do locus, fala sobre a modificação externa das edificações na configuração urbana, onde se amplia e complementa partes perdidas com o tempo, e a substituição de elementos obsoletos que transforma a arquitetura em ruínas. E o terceiro pauta de conformação urbana corresponde à construção de uma unidade arquitetônica na mesma linguagem e vinculo preexistente urbano, adotando o mesmo caráter de valor cultural e histórico. Segundo RIOS (2013), devemos sobrepor e reaproveitar a estrutura preexistente, de modo a preservar suas características construtiva, infraestrutura, espaço urbano e memórias, assim evitando a expansão territorial e perda da identidade cultural. E segundo VETRONE (2018) atualmente há uma espécie de harmonização com o passado, em que os resquícios materiais de
outros tempos é o objetivo central do projeto contemporâneo, promovendo diferentes diálogos entre o antigo e o novo.v GERGHI (2000) fala que preservar e requalificar é muito importante em muitos aspectos, pois trabalha-se com o objeto já instaurado, minimizando os custos, impactos com o meio ambiente e desperdício, além do reconhecimento do passado e valor da sua identidade. Portanto mesmo que não possuam valor histórico ou arquitetônico, essas edificações contam a trajetória de uma sociedade no seu tempo. Pelo motivo do objeto não ser um bem patrimonial tombado, O presente trabalho seguirá um plano mais intervencionista, onde será tratado de revitalização e reciclagem, pois esse método é mais maleável que a restauração, pois permite que haja uma maior intervenção como acrescer ou retirar elementos do seu corpo para compatibilizar com as propostas atuais de usos.
Essa fase é de suma importância para esse trabalho, pois vai ampliar o repertório através do reconhecimento de outras experiências com problemas semelhantes, ira resolver e solucionar questões técnicas da concepção do projeto, essas analises seguem uma estratégia de analise mais técnica, onde será observado questões sanitárias, a materialidade, a relação do novo com o antigo, instalações no geral, elementos de acessibilidade, programas de usos comerciais, criativos e novas possibilidades, esquadrias, estratégias de aberturas, e estratégias de intervenção.
Essa leitura deverá ajudar na estruturação do projeto, assim contribuindo criação de espaços coletivos que respeite a memória do objeto já inserido.
As diretrizes para a escolha dos projetos aqui colocados foram; • A escala do objeto com o usuário.
•
As soluções aplicadas pelos arquitetos.
•
A semelhança dos elementos propostos.
•
O tipo de programa
•
O tema intervenção em preexistência.
Essas diretrizes terá a função de selecionar alguns projetos semelhantes à proposta do trabalho, assim proporcionando analises e estratégias de intervenção sistematizada conforme as mesmas soluções da problemática do processo.
“A revitalização consiste na reestruturação de um conjunto urbanístico ou obra arquitetônica, ou seja, na série de trabalhos que visam revitalizar - dar nova v i d a - ou reabilitar - dar nova habilidade - a determinada obra que se encontra em deterioração ou mesmo desuso. Para tanto, permite-se reformular componentes – elementos constituintes -, associar novas funções e acrescentar intenções ao projeto, desde que se mantenha total ou parcialmente o caráter original.” (CASTELNOU, 1992, P.267)
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1.2.1 CASARÃO DA INOVAÇÃO CASSINA 2020 - Brasil Laurent Troost Architectures Casarão da Inovação Cassina 2020 - Brasil - Laurent Troost Architectures RedBull Station 2013 - Brasil - Triptyque
Reforma do Mason Bros Warehouse 2016 - Nova Zelândia - Warren and Mahoney Armazém de tempo 2017 - Japão - FT Architects
Lens Office / TAO 2017 - China - Trace Architecture Office
Localizado no centro histórico de Manaus no Brasil, o antigo hotel Cassina 1.586m² foi construído em 1896 e se encontrava em ruínas desde 1960, onde suas fachadas foram preservadas. O projeto segue o tipo de intervenção de Reutilização adaptativa, que se utiliza de estratégias para lidar com os espaços de forma mais econômica, sustentável, prática e eficiente, assim permitindo à população a continuidade histórica do edifício construído de forma adaptada da ruína.
FIGURA 9: FONTE: Archdaily
O edifício conta com vários espaços para usar a criatividade sendo elas, áreas de escritórios, espaço de coworking, salas de estar, salas de reuniões, laboratórios, formação quartos, bem como um café / restaurante na cobertura centro de empreendedorismo e inovação. Em seu acesso principal, existe um pequeno jardim tropical para a inserção de seu microclima, associada a vidros, à estrutura de cor negra, transparências e reflexos, mesclando a história da ruína do hotel Cassina com o Futuro da Casa da Inovação em um espaço associado à tecnologia, virtualidade, contemporaneidade e inovação. Exceto a fachada de acesso principal e o terraço, o projeto coloca todos os usos nas extremidades do objeto, assim dando um uso significativo das aberturas preexistentes aos usos proposto.
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Corte longitudinal FONTE: Archdaily
Situação anterior FONTE: Archdaily 32
Situação projetada FONTE: Archdaily
Em termos de sustentabilidade passiva, além da ventilação cruzada em todos os andares devido à largura reduzida da edificação pela inserção do jardim tropical, onde cria uma fachada ventilada e um ambiente termicamente confortável.
Corte transversal FONTE: Archdaily
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TÉRREO ACESSO PRINCIPAL FIGURA 10: FONTE: Archdaily
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O projeto de intervenção propôs a estrutura metálica e estabilização das fachadas realizando trabalhos de restauro meticulosos (limpeza, estabilização, consolidação, proteção, etc.).
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4
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Mantiveram tudo o que la existia, como antigos pilares metálicas e paredes internas de pedras. Mesmo que o projeto seja novo, o arquiteto propõe toda as instalações aparentes A grande parte dos fechamentos são de vidro estruturados nas vigas e pilares metálicos. São grandes espaços que permitem vários tipologia de usos.V
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2 SUBSOLO FIGURA 11: FONTE: Archdaily
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1 - INSTALAÇÕES ÁGUAS E BOMBEIROS 2 - CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) 3 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 4 - ESTRUTURA METÁLICA 5 - ESTRUTURA EXISTÊNTE 6 - PAINÉIS DE VIDRO
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5 PRIMEIRO PAVIMENTO FIGURA 11: FONTE: Archdaily
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TÉRREO FIGURA 13: FONTE: Archdaily
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1.2.2 REDBULL STATION 2013 - Brasil, Triptyque Localizado na praça da Bandeira da cidade de São Paulo no Brasil, esse antigo prédio da década de 20 foi inteiramente restaurado, novo sistema hidráulico e elétrico para atendimento do novo programa, com criação de áreas técnicas em cisterna subterrânea existente.
O projeto segue o tipo de intervenção de Revitalização, seguindo os principais conceitos de preservação do patrimônio arquitetônico, recebendo uma intervenção contemporânea arquitetônica afim de se adaptar às suas novas funções de espaço de fomento à cultura. Sua essência foi mantida e a beleza de seus elementos potencializada. Planta do térreo - Salas para ensaios musicais e camarim FONTE: Archdaily
Nova cobertura metálica concebida a fim de possibilitar captação de água pluvial e futura instalação de painéis fotovoltaicos. O edifício foi transformado num espaço expositivo sendo agora um centro de artes e música que funcionará como importante ator de transformação dentro deste cenário, sala de ensaio de músicos e camarim. No mezanino está o escritório. FIGURA 14: FONTE: Archdaily
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PRIVATIVO USO NÃO IDENTIFICADO CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL (escada e elevador) SANITÁRIOS ACESSOS PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
Planta do Subsolo - Salas para lboratórios e reuniões FONTE: Archdaily
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O andar superior abriga seis ateliers, criados para o projeto Residência Artística, que terá uma nova edição a cada trimestre. Em volta dos ateliers individuais, encontra-se o grande atelier coletivo para workshops e palestras, e a Galeria Transitória onde os trabalhos serão expostos temporariamente durante o processo de criação e maturação.
Planta do mezanino - Salas para laboratórios e reuniões - Espaços de estar FONTE: Archdaily
Planta de cobertura - Área técnica - Torre de resfriamento de água FONTE: Archdaily
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Na parte externa foi colocado uma grande escada metálica, o bloco de elevador, uma cobertura no terraço e uma torre de resfriamento que se assemelha a um chafariz.
Planta do pavimento superior - Atelier individual - Espaço coletivo FONTE: Archdaily
PRIVATIVO USO NÃO IDENTIFICADO CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL (escada e elevador) SANITÁRIOS ACESSOS PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
- Elementos novos FONTE: Archdaily 39
FIGURA 15: FONTE: Archdaily
A escada é o elemento contemporâneo que interage com o público a partir do portão externo, recebendo o visitante como bilheteria e tornando-se também uma cobertura para entrada principal do espaço, além de levar o público aos cinco níveis e diferentes programas do espaço.
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Nesse projeto é efetuado a demolição de elementos não estruturais para adequação de programa de espaços expositivos em plantas livres, criação de novos espaços apoio (sanitários, copa, áreas técnicas) e trabalho (escritórios, ateliers de artistas) com novas divisórias em vidro e gesso acartonado.
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5 FIGURA 17: FONTE: Archdaily
1 - INSTALAÇÕES ÁGUAS E BOMBEIROS 2 - CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) 3 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 4 - ESTRUTURA METÁLICA 5 - ESTRUTURA EXISTÊNTE
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4 FIGURA 16: FONTE: Archdaily FIGURA 18: FONTE: Archdaily
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1.2.3 REFORMA DO MASON BROS WAREHOUSE 2016 Nova Zelândia, Warren and Mahoney
FIGURA 19: FONTE: Archdaily
Planta do térreo FONTE: Archdaily 42
Localizado na Nova Zelândia, o projeto da Mason Bros envolve a reutilização adaptável de um armazém em um empreendimento comercial de três pavimentos, projetaram a reutilização adaptativa do armazém da década de 1920, onde a abordagem conceitual é suspender um volume envidraçado altamente reflexivo dentro do volume existente, solto das paredes de tijolo e concreto em três lados, criando um forte contraste formal e material, ao mesmo tempo em que amplifica a presença do tecido existente. O antigo armazém é mantido com sua estrutura de telhado original. O edifício aborda vias públicas em todas as fachadas, com altos níveis de operabilidade, permitindo forte ativação dessas margens urbanas. O tecido da construção é mantido, pontuado por elementos de vidro contemporâneos que revelam o misterioso objeto interno que habita a carapaça do antigo armazém. A retenção da construção é crítica no nível do plano mestre, criando um link autêntico para o legado industrial do lugar, enquanto influencia fortemente a composição arquitetônica dos edifícios adjacentes. O átrio serve como um espaço para sediar eventos.
Planta do segundo pavimento FONTE: Archdaily PRIVATIVO USO NÃO IDENTIFICADO CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL (escada e elevador) SANITÁRIOS ACESSOS PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
Planta do primeiro pavimento FONTE: Archdaily 43
FONTE: Archdaily
O projeto fornece aproximadamente 5700 m² de espaço comercial em três níveis, com níveis inferiores e superiores conectados por espaços com pé-direito triplo, sendo espacialmente corajoso, reinventando o paradigma comercial esperado em favor de uma abordagem sob medida e fluida, adequada à oportunidade única do edifício. FONTE: Archdaily
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1 Os materiais são mantidos simples, com aço enegrecido, sendo uma referência às raízes do edifício usado na recepção e no revestimento da sala de reuniões do térreo.
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Com a materialidade toda aparente, paredes mostrando os tijolos e a estrutura de concreto armado e o piso de concreto, O calor é trazido através de manchas coloridas nos móveis e pelo uso extensivo de madeira.
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Esse projeto apresenta um lugar bem aberto, iluminado, com paredes com a estrutura aparecendo, como tijolos, tubulações, fios, bastante metal assim reforçando a característica industrial do espaço
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1 - INSTALAÇÕES ÁGUAS E BOMBEIROS 2 - CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) 3 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 4 - ESTRUTURA METÁLICA 5 - ESTRUTURA EXISTÊNTE 6 - PAINÉIS DE VIDRO
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1.2.4 ARMAZÉM DE TEMPO 2017 - Japão - FT Architects como um problema, mas como uma representação do tempo através da estrutura do próprio edifício. Isso não significa que tenhamos mantido todas as alterações do passado. Removemos o desnecessário e reparamos as peças quebradas, entretanto, sem tentar imitá-las ou restaurá-las à seu estado original. Este manejo hábil das partes foi o ponto mais importante do projeto de restauração. Às vezes, podem até parecer grotescas, mas faz com que possamos lembrar da firmeza pragmática delas." FIGURA 23: FONTE: Archdaily
Localizado na cidade de Saitama, o projeto de restauração e renovação consiste na reforma de um antigo armazém de tijolos construído em 1896, onde aborda a Arquitetura como arqueologia.
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Os grandes vãos livres de 9m por 36m são superados por uma treliça de madeira bi-apoiada e pelas vergas das janelas que servem para ventilar e controlar a umidade do interior. Os arquitetos definiram dois temas principais para a
elaboração deste projeto. O primeiro deles foi a necessidade de um reforço estrutural, mas que não causa grande interferência no espaço existente, o outro é o projeto do espaço em si, o qual abordam a questão da renovação do edifício de forma pragmática, como a representação de sua transformação ao longo do tempo. "O conceito da renovação busca evidenciar as transformações dos espaços e as mudanças de função do edifício ao longo do tempo. Não encaramos estas mudanças
FIGURA 24: FONTE: Archdaily
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ANTES DA RENOVAÇÃO
DEPOIS DA RENOVAÇÃO
Nota-se que a planta do armazém era compartimentada de acordo com o antigo uso de armazenamento. Atualmente o projeto propôs a planta livre, assim removendo todo fechamento interno com a varias possibilidades de usos, mas como premissa foi desenvolvido para transformá-lo em centro comunitário na cidade de Honjo.
CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador)
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CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador)
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FIGURA 25: FONTE: Archdaily O reforço estrutural foi feito em aço com a finalidade principal de se diferenciar da arquitetura existente e ainda proporcionar uma performance sísmica tão boa quanto a de uma arquitetura contemporânea. As laterais menores, abaladas pela ação do tempo foram reforçadas com elementos horizontais, como o piso do pavimento superior e o telhado, que ficará completamente invisível quando concluído. As colunas de reforço em aço contrastam claramente com a materialidade do tijolo e trabalham em conjunto com as paredes existentes.
As paredes laterais de tijolos do edifício existente e a treliça de madeira ainda funcionavam como elementos estruturais do edifício, entretanto, as laterais menores não resistiram a ação do tempo, ai com a falta de documentação, determinaram o rumo do projeto de preservação e renovação.
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3
FIGURA 27: FONTE: Archdaily
1- CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) 2 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 3 - ESTRUTURA METÁLICA 4 - ESTRUTURA EXISTÊNTE 5 - PAINÉIS DE VIDRO
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FIGURA 26: FONTE: Archdaily
FIGURA 28: FONTE: Archdaily
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1.2.5 LENS OFFICE / TAO 2017 - China - Trace Architecture Office
O espaço interior é dividido em várias salas de diferentes escalas por um corredor de estante central. A estante não apenas conecta o espaço público e privado, mas também conduz as atividades humanas ao companheiro espacial.
A galeria do livro fica no centro do prédio. É construída com estantes de livros para reconstruir a ritualidade que está desaparecendo da vida moderna, mas ainda corresponde à identidade cultural da revista Lens. A verticalidade também traz a concentração das pessoas na antiga estrutura do telhado. Na zona sul, o espaço de pé-direito duplo com luz natural incentivou as pessoas a comunicarem e a desfrutarem do agradável ambiente de escritório. Por outro lado, a zona norte é FIGURA 29: FONTE: Archdaily mais sossegada. O prédio foi construído em 1958 e serviu como depósito do Departamento de Transporte da Empresa de Armazenamento Comercial de Pequim . PRIVATIVO Como projeto de restauração, principalmente interpreta a força do tempo, reconciliando o antigo e o novo. A estratégia de design pretende apresentar o traço do tempo através da sequência espacial e dos materiais. O novo plano reorganizou o interior com diversidade espacial e flexibilidade. 54
USO NÃO IDENTIFICADO CIRCULAÇÃO VERTICAL (escada e elevador) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL (escada e elevador) SANITÁRIOS ACESSOS PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
Primeiro Pavimento 1 - Sala de exibição 2 - Bar 3 - Escritório 4 - Galeria de livros 5 - Sala elétrica 6 - Armazenamento 7 - Banho 8 - Pequena sala de reunião 9 - Grande sala de reunião 10- Bengaleiro 11 - Segundo hall de entrada 12 - Recepção 13 - Cozinha 14 - Estúdio 15 - Área de alimentação 16 - Coleção permanente 17 - Escritório financeiro 18 - Plantas
FONTE: Archdaily
Segundo Pavimento
1 - Área de lazer 2 - Escritório 3 - Escritório independente 4 - Escritório do editor chefe
FONTE: Archdaily
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As aberturas correspondem a espaços interiores. Como as janelas sul originais são muito altas, o projeto bloqueou a janela mais alta e inseriu janelas mais baixas que trazem mais luz ao nível dos olhos. A janela superior bloqueada também cria uma escuridão profunda no telhado. A função de ventilação é separada da janela e transformada no vazio de ventilação abaixo. As janelas são capazes de capturar a paisagem exterior sem quaisquer distrações estruturais.
Situação anterior Proposta
FIGURA 31: FONTE: Archdaily FIGURA 30: FONTE: Archdaily
O telhado inclinado de grande vão, suportado por treliças de madeira e juntas de ferro, é uma tipologia típica de armazém dos anos 1950 e indica uma estética de purificação estrutural.
A escala doméstica com teto rebaixado e salão anexado às janelas salientes oferece a sensação de paz e tranqüilidade. A iluminação artificial é feita por luz pendurada no teto e o restante não foi identificado das instalações elétricas e hidráulicas, assim pode-se supor que foram passadas pela alvenaria interna e pelos fechamentos propostos, assim percorrendo pelo chão reformado.
4 2 FIGURA 33: FONTE: Archdaily
FIGURA 32: FONTE: Archdaily 1 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 2 - ESTRUTURA METÁLICA 3 - ESTRUTURA EXISTÊNTE 4 - PAINÉIS DE VIDRO
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escritório
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1 1 - INSTALAÇÃO DE ELÉTRICA, AR E ILUMINAÇÃO 2 - ESTRUTURA METÁLICA 3 - ESTRUTURA EXISTÊNTE 4 - PAINÉIS DE VIDRO 5 - PAINEIS GIRATÓRIOS
FIGURA 35: FONTE: Archdaily
FIGURA 34: FONTE: Archdaily
O painel de aço escuro, por sua superfície manchada e retilínea, é integrado ao site specifico original e traz uma nova vida. O espaço expositivo é cercado por painéis giratórios de parede de aço, que funcionam tanto como divisórias quanto 58
como painéis de exposição de obras de arte. Quando os painéis são abertos, o espaço tem uma melhor circulação espacial. Com o fechamento dos painéis, a área de exposição se transforma em um pátio que traz o mirante para o telhado antigo superior. Também cria um espaço para a realização de palestras e exposições.
2 FIGURA 36: FONTE: Archdaily
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1.2.6 Analise de projetos As leituras projetuais seguem uma estratégia de analise mais técnica, onde foi observado questões sanitárias, a relação do novo com o antigo, instalações, elementos de acessibilidade, programas de usos comerciais, criativos e novas possibilidades, estratégias de intervenção e a estrutura metálica. Essa observação contribuirá na concepção de diretrizes tecnológica e de sistematização de intervenções, utilizando de elementos arquitetônicos planejados. Foi compreendido que cada programa a ser proposto no projeto devese ligar a um tipo de intervenção, pois se a intenção é preservar a "casca" dos objetos de estudo, o ideal seria inserir os usos mais centralizados na planta, mas essa ideia será apenas uma proposta estratégica, pois a intenção do projeto será a inserção de programas modulares que possam ter flexibilidade ao se alocar
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na m² do ambiente, assim aproveitando o espaço do pé direito para a inserção do mezanino. A flexibilidade é um conceito de grande importância no projeto, visto que conforme o uso e o evento, a adaptabilidade modular do espaço trará uma vida muito mais longa ao objeto. A multiplicidade de projetos em analise será de suma importância, pois apresentam programas e espaços voltado para a coletividade assim evitando uma possível característica de espaço privado fechado. As propostas estruturais dos projetos de referencia indicam a estrutura metálica como elemento mais distinguível do preexistente, dessa forma, proporcionará uma grande valorização do objeto e sua memória devido ao contraste do novo ao antigo.
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1.2
CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO
1.2.1 A CIDADE
A existência da cidade de Brodowski estWá ligada à existência da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. Organizada em 1.872, sob a presidência do Dr. Antônio Queiroz Telles, Conde de Parnaíba, a velha ferrovia através da lei nº 18 de 21de março de 1.872, obteve do governo da Província concessão para construir uma estrada férrea. Essa estrada Cia de Campinas a Moji Mirim e de um ramal até Amparo, cujo prolongamento até as margens do Rio Grande, passando por Casa Branca e Franca, acabou dando origem entre outras, à cidade de Brodowski. A inauguração da estação de Batatais aconteceu em 3 de outubro de 1.886 com a presença do imperador D. Pedro II e sua esposa a imperatriz Tereza Cristina. Quando inaugurou a estação de Batatais, as terras da Fazenda Belo Monte - entre Visconde de Parnaíba e Batatais - passaram a ser cortadas pelos trilhos da Mogiana. Meses depois o coronel Lucio Enéas de Melo Fagundes, adquire o imóvel e, em companhia de outros fazendeiros da região, teve a ideia de oferecer à ferrovia por doação, uma área para a construção de uma estação em suas terras.
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A Cia. Mogiana recebeu a ideia com simpatia. Foi o inspetor geral, o engenheiro polonês, Dr. Alexandre Brodowski, que teve marcante participação na viabilização da proposta. Era um homem forte na Mogiana, técnico de renome, cuja vontade foi respeitada e, em 5 de setembro de 1.894 foi inaugurada a estação com armazém e pátio de manobras. A Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro, em homenagem ao seu ilustre inspetor geral, deu à estação o nome de Engenheiro Brodowski. Ao redor da estação nasceria uma progressista cidade. Em 2017 devido ao grande público de visitas ao Museu Casa de Portinari, a cidade recebeu o título de Município de Interesse Turístico, assim conquistando recursos financeiros do PMIT para o investimento no seu desenvolvimento. FIGURA 37: FONTE: ACERVO JOÃO C. BRISOTTI
Atualmente ela é considerada uma cidade de pequeno porte, totalizando uma população de 25.277 (IBGE 2020). Nos tempos atuais ela vem crescendo de forma rápida e desordenada conforme a demanda do setor imobiliário e falta de planejamento, refletindo na infraestrutura local, pois uma crescente população está migrando para novos condomínios localizados nas periferias da cidade. A migração se dá ao fato a sua privilegiada localização, clima e segurança. A Cia. Mogiana recebeu a ideia com simpatia. Foi o inspetor geral, o engenheiro polonês, Dr. Alexandre Brodowski, que teve marcante participação na viabilização da proposta. Era um homem forte na Mogiana, técnico de renome, cuja vontade foi respeitada e, em 5 de setembro de 1.894 foi inaugurada a estação com armazém e pátio de manobras. A Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, em homenagem ao seu ilustre inspetor geral, deu à estação o nome de Engenheiro Brodowski. Ao redor da estação nasceria uma progressista cidade. Em 2017 devido ao grande público de visitas ao Museu Casa de Portinari, a cidade recebeu o título de Município de Interesse Turístico, assim conquistando recursos financeiros do PMIT para o investimento no seu desenvolvimento. Atualmente ela é considerada uma cidade de pequeno porte, totalizando uma população de 25.277 (IBGE 2020). Nos tempos atuais ela vem crescendo de forma rápida e desordenada conforme a demanda do setor imobiliário e falta de planejamento, refletindo na infraestrutura local, pois uma crescente população está migrando para novos condomínios localizados nas periferias da cidade. A migração se dá ao fato a sua privilegiada localização, clima e segurança.
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Para iniciar uma discussão sobre o plano de projeto, é necessário entender o contexto e a importância do objeto individualmente e no meio urbano, onde questionamos sua importância na sociedade Uma discussão preliminar sobre os valores do objeto cita que eles são artefatos materiais que adquirem valores reconhecidos pela sociedade, tendo sua transmissão importante para futuras gerações. Esses valores definiram se ele será conservado ou não, sendo que podem ser agrupados em três tipos, afirma CAPLE (2000). Valores instrumentais, que são elementos funcionais ligados ao desempenho do objeto na sociedade. Valores simbólicos, que atribuem ou reforçam os significados dos objetos materiais dependem da cultura e das relações sociais da sociedade. Valores documentais, são aquelas que documentam o passado dos objetos, como na arquitetura, destaca-se as fachadas, alvenaria, técnicas e materiais empregados, estilo, e outros elementos. Segundo ZANCHETI (2014), a valorização dos objetos se discuti em duas posições, onde a primeira afirma que a ela é uma característica própria e exclusiva do objeto, onde esses valores estão associados às características físico-materiais. Já a segunda, parte de uma posição oposta pois afirma que a valorização é uma atribuição colocada por um sujeito sobre os objetos. As posições são fortes e sólidas, mas aderir irrestritamente a uma delas é inadequado, pois nenhuma refuta a outra. As brincadeiras realizadas no Antigo terminal ferroviário. FIGURA 38: FONTE: Acervo Bodowski Digital, Erivelton Manetti 2018
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1.2.2 OS PROBLEMAS DAS INTERVENÇÕES NA CIDADE A cidade vem passando por diversas transformações e evolução ao longo do tempo, com destaque em seu território, estrutura, e dimensionamento. Observa-se essa importante expansão, se alocando em novos espaços, concomitantemente surgiram novas construções que seguiram a linguagem contemporânea de sua época. Porém quando uma construção antiga vem abaixo em meio às mudanças urbanas, questionamentos sobre o que precisa ser preservado podem surgir.
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FIGURA 41: Casa da Família Barquete FONTE: STREET VIEW 2011
1
FIGURA 39: Casa da Família Valente FONTE: Acervo Digital Bodowski, Fernando D. Lé 2017
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De acordo com Serezuella (2013), a descaracterização e sobreposição de uma edificação antiga para o surgimento de outros tipos de empreendimento imobiliário é encarado como um movimento evolutivo da cidade, resultando em uma atualização da arquitetura urbana. Geralmente, esse antigo está inserido em uma centralidade histórica onde é muito especulada pelo seu valor de mercado, ou seja, são áreas que movimentam uma grande parte da economia de uma cidade, sendo pensada como um lote, e seu potencial construtivo.
FIGURA 42: LOJA DESTAK FONTE: Acervo Autor 2021
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FIGURA 40: Casa da Família Valente FONTE: Acervo Digital Bodowski, Fernando D. Lé 2017
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Diante a abordagem atual onde se vê o objeto por seu valor comercial e espaço construtivo, tende-se a questionar a permanência do mesmo, sendo que seu valor esta no potencialidade do lote pois estão assentados em áreas de grande valor comercial, assim tornando-o susceptível ao abandonamento ou demolição. Porém, esta definição per si revelase insuficiente, sendo necessário articular este conceito com outros de igual importância como uso compatível e a memória, e do mesmo modo tentar compreender como é que estes se relacionam com as formas de intervir sobre o construído.
3
FIGURA 43: ANTES FONTE: STREET VIEW 2011
4
3
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FIGURA 44: DEPOIS FONTE: Acervo Autor 2021
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FIGURA 45: Papelaria e Casa do Sr Almeida FONTE: Acervo Digital Bodowski, Fernando D. Lé 2017
FIGURA 46: Papelaria e Casa do Sr Almeida - Depois FONTE: Acervo Digital Bodowski, Fernando D. Lé 2017
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FIGURA 47: Atual Blue Tower, Centro Empresarial FONTE: Acervo Digital Bodowski, Fernando D. Lé 2017
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Em alguns casos, algumas dessas casas antigas foram removidas após uma série transformação em ruinas, sendo talvez por motivos socioeconômicos ou à espera de criar algo novo e lucrativo sobre aquele lugar, ainda mais quando se trata de empreendimentos no centro da cidade. Nesse ponto elas passaram por um processo de vandalismo e deterioração ao longo do tempo. Percebe-se a perda da historicidade que vem acontecendo ao longo dos anos, na qual as pessoas não percebem a relevância dessas edificações para a cidade, seu significado cultural e sentimental, como um patrimônio da história da primeira sociedade nela instalada.
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5
5
FIGURA 48: Antes FONTE: STREET VIEW 2011
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6 FIGURA 49: Depois FONTE: STREET VIEW 2021
FIGURA 50: Casa da Família Onorato FONTE: STREET VIEW 2011
FIGURA 51: Depois FONTE: Acervo Autor 2021
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Construções antigas representam uma grande parte do patrimônio histórico de uma cidade, podendo estar ligado a sua técnica, qualidade arquitetônica, aos aspectos que remetam a um significado histórico ou cultural ou ainda a algum valor que justifique sua proteção, mas é preciso saber que nem tudo que é antigo deve ser imputado um valor histórico ou arquitetônico. Apesar da cidade carregar seu passado como interesse turístico, como o mundialmente conhecido Museu Casa de Portinari, muitas das casas antigas não foram preservadas, sendo assim, com o tempo muitas passaram por um processo de sobreposição, por objetos comerciais. Algumas das poucas que sobraram, sofreram descaracterização de suas fachadas e outras foram deixadas em um estado de estagnação.
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7 72
8
FIGURA 54: Armazem FONTE: Acervo Digital Brodowski.
FIGURA 52: Desfile escolar na rua Floriano Peixoto FONTE: Acervo Digital Bodowski.
8 FIGURA 53: Depois FONTE: STREET VIEW 2011
FIGURA 55: Depois FONTE: Acervo Autor 2021
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Situação em 2011
LEGENDA DE EDIFÍCIOS COMUM TOMBADO EM PROCESSO DE TOMBAMENTO
LEGENDA DE EDIFÍCIOS
PRESERVADOS PELOS PROPRIETÁRIOS
Objeto 1 está alocado fora do mapa
ESTAGNADOS
Objeto 2
DESCARACTERIZADOS MAS COM
Objeto 3
VALORES HISTÓRICO
Objeto 4 está alocado fora do mapa
DESCARACTERIZADOS
Objeto 5
DEMOLIDOS
Objeto 6
SOBREPOSTOS
Objeto 7 Objeto 8
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1.2.3 MAPEAMENTO DAS EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS Esse levantamento na área mais antiga da cidade identifica todas as intervenções em edificações históricas ocorridas nos tempos atuais, assim concluindo o primeiro objetivo do trabalho no qual nos mostra a intensa descaracterização da memória da cidade. Nota-se que existem poucas dessas edificações apontadas no
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levantamento, isso se da ao motivo de que a maioria foram sobrepostas ou descaracterizadas ha um longo tempo atrás, ou seja, grande parte desse mapa era localizadas as primeiras residências e armazéns da cidade.
LEGENDA DE EDIFÍCIOS COMUM TOMBADO EM PROCESSO DE TOMBAMENTO PRESERVADOS PELOS PROPRIETÁRIOS ESTAGNADOS
DESCARACTERIZADOS MAS COM VALORES HISTÓRICO DESCARACTERIZADOS DEMOLIDOS SOBREPOSTOS
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02 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO
JARDINÓPOLIS
2.1 SÍNTESE DA ÁREA
Esse mapa mostra a área de proteção do entorno do Museu Casa de Portinari onde se encontra o entorno dos objetos de intervenção, onde mostra os fluxos das vias, as edificações importantes para o trabalho e equipamentos. Nota-se que os fluxos de pessoas e veiculo no geral é mais alto devido a sua localização central e a presença de equipamentos principais da cidade e praças O Armazém de Beneficiamento está inserido em um contexto mais comercial, sendo mais próximo da via principal da cidade e das vias de conexões com a rodovia e os novos bairros. Ele também fica de frente a antiga ferrovia Mogiana,
sendo agora um local com grandes potenciais para um futuro parque linear. Devido a esse contexto, podemos pressupor que o programa mais indicado seria uma galeria comercial, onde as pessoas possam encontrar lojas e restaurantes em um só lugar. O Armazém de secos e molhados está inserido em um contexto mais cultural, pois esta na quadra do Museu Casa de Portinari, tendo acesso a um grande público de turistas e grupos familiares. Foi identificado que o tipo de programa mais indicado para esse lugar, são usos comerciais alimentícios, tipo restaurante, lanchonete, bar, pizzaria, hamburgueria, etc, pois a cidade sofre um grande problema com a falta de equipamentos comerciais para usos de visitantes.
BATATAIS RIBEIRÃO PRETO
SERRANA 78
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ACESSOS PRINCIPAIS DE BAIRROS E DA CIDADE PONTOS DE EMBARQUE DO TRANSPORTE PÚBLICO GRATUITO ROTAS DO TRANSPORTE PÚBLICO GRATUITO VIAS DE LIGAÇÃO COM A RODOVIA FLUXO INTENSO FLUXO MODERADO FLUXO BAIXO FLUXO MODERADO DE PEDESTRES PRAÇA PÚBLICA DE ALIMENTAÇÃO OBJETOS DE INTERVENÇÃO 1 OBJETOS DE INTERVENÇÃO 2 IGREJA E CAPELA LOCADAS EM PRAÇAS MUSEU CASA DE PORTINARI
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2.2
Restrições legais
SETOR MICRO ZONEAMENTO CULTURAL Os objetos de estudo estão localizados em áreas controladas em contexto histórico e cultural, definidas no artigo 12 da LEI-COMPLEMENTAR-275-2017-BRODOWSKI-SP. sendo elas: I – Área de Proteção Máxima da Paisagem do Museu Casa de Portinari (AMCP) – é a área envoltória do Museu Casa de Portinari. Essa lei define a altura máxima das edificações de 4,5 metros, correspondente a um pavimentocom um metro de tolerância de cobertura. A ocupação máxima é de 70%. II – Área de Proteção ao Entorno do Museu Casa de Portinari (AECP) – é a área que recebe influência paisagística do Museu Casa de Portinari. Essa lei define a altura máxima das edificações de 7,5 metros correspondente a dois pavimentos com um metro de tolerância de cobertura. A ocupação máxima é de 75%. III – Área de Proteção da Paisagem Histórica (APH) – é a área antiga da cidade, consolidada por reconhecimento público que engloba a maioria dos elementos de preservação histórica e cultural do município. FIGURA 56: Casa Brisotti FONTE: Acervo Digital Bodowski.
ÁREA DE PROTEÇÃO A PAISAGEM HISTÓRICA ÁREA DE PROTEÇÃO AO ENTORNO DO MUSEU CASA DE PORTINARI ÁREA DE PROTEÇÃO MÁXIMA DA PAISAGEM DO MUSEU CASA DE PORTINARI
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2.3 OBJETOS Os objetos das imagens a seguir que estão organizados por letras foram utilizados no projeto de intervenção, no qual são alguns modelos da antiga arquitetura da cidade, no qual possuem suas histórias e características própria concebida com o tempo, e legado das pessoas. Todos fazem parte do contexto do valor histórico, à espera de uma revitalização que traga sua plenitude. As diretrizes de escolha desses objetos, foi a utilização de edifícios construídos do inicio do século XX, que não foram completamente descaracterizados e no qual se encontram estagnados no tempo. Os armazéns, sejam industrial ou rural, é uma tipologia já a muito tempo utilizada em todos os lugares onde esses espaços de abrigo provavelmente foram construídos para armazenar produtos ou comportar fábricas. No entanto, através de fenômenos urbanos e novas tecnologias, muitos deixaram de funcionar. Atualmente os mais antigos se tornam obsoletos e são esquecidos pela sociedade, e outros passam a configurar lugares de interesse para diversos empreendimentos que envolvem a readaptação dessas estruturas para atender a novas funções. A finalidade desse projeto é desenvolver sistemas de revitalização e reciclagem desses edifícios, no qual será proposto diversificados usos.
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Objeto 1 Antiga Maquina de Beneficio de Arroz
Objeto 2 Antigo Secos e Molhados
Armazém de beneficiamento de arroz e café em processo de arruinamento, construído em 1917 ele está na terceira geração da família Melo. Esse objeto foi escolhido por seu grande potencial espacial e pela diretriz
Antes armazém e posteriormente fábrica de guaraná Fabbri sendo agora uma fábrica de sacolas, construído em por volta de 1920. Esse objeto foi escolhido através da busca por edifícios com grande potencial espacial e pela diretriz do trabalho.
958,50 m² do lote | 234,13 m² de área permeável e externa | 25,08 m² Depósito anexo 256,50 m² Módulo 1 229,85 m² Módulo 2 212,93 m² Módulo 3
212,45 m² do lote
FIGURA 57: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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|
176,26 m² edificado
FIGURA 58: Antigo Secos e Molhados FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento 2.4.1 Representações Arquitetônicas
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PLANTA DE COBERTURA sem escala
PLANTA BAIXA sem escala
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FACHADA NORDESTE
FACHADA NOROESTE
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CORTE B sem escala
CORTE A sem escala
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Volumetria da situação atual
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Circulação e acessos
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
1
Nesse primeiro espaço do armazém foi observado que a cobertura está em ótimo estado, precisando assim de apenas uma manutenção. Algumas das paredes possuem um reboco ruim e outras estão apenas no tijolo. Já o chão não tem contra piso, e observa-se a grande quantidade de aberturas de portas e janela. A captação de águas do telhado é toda passada por dentro do espaço.
FIGURA 59: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
2
Vista de dentro para fora, observando a antiga linha da ferrovia, atualmente uma a área verde linear que cruza a cidade, onde tem um grande potencial urbano, podendo futuramente ser um parque linear ou praças com equipamentos culturais e esportivos.
FIGURA 60: Atual FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
3
Essa área se encontra degradada, onde observa-se a vegetação tomando conta do espaço, onde o mesmo ja não tem mais a sua cobertura.
FIGURA 61: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
98
2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
4
Esse espaço é o maior de todos, onde possui o piso mais alto e as paredes rebocadas e a cobertura ainda em médias condições. Aqui ainda tem a antiga maquina com esteira.
FIGURA 62: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
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Esse espaço possui a laje e o piso em desnível, e esses dois pilares chamam a atenção por sua dimensão espessa.
FIGURA 63: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
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Esse espaço possui a laje e o piso em desnível, e esses dois pilares chamam a atenção por sua dimensão espessa.
FIGURA 64: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
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FIGURA 65: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
Nesse espaço está inserido a grande esteira de beneficiamento, onde toda sua estrutura se encontra anexada na cobertura. Aqui não possui contra piso, e o nível do chão é um pouco mais baixo que o do restante do salão. Essa é a parte posterior do maior bloco do armazém. Nota-se a necessidade de manutenção e reposição de alguns elementos essa parte da cobertura e fachada
FIGURA 66: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
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Esse espaço é o mais degradado aqui encontrado, onde parte da cobertura veio a ruir, assim gerando muito entulho.
FIGURA 67: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
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2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
10
Nessa fachada lateral encontra-se o encontro da antiga estrutura de tijolos aparentes e a tradicional construção de alvenaria com grafiato e janelas de vidro. O piso de tijolos maciços aqui nesse espaço lateral é o mais interessante pois se encontra em boas condições e é onde percebi a monumentalidade do objeto.
FIGURA 68: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
110
2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
11
Esse bloco anexo foi construído posteriormente ao Objeto, tendo a função de armazenamento de ferramentas e objetos da Família Melo
FIGURA 69: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
112
2.4.2 O b j e t o 1 Armazém de beneficiamento Levantamentos Fotográficos
12
Esse bloco é onde ficava o estoque, e também aparenta ser construído posteriormente, devido ao fechamento de bloco estrutural e a telha Eternite.
FIGURA 70: Beneficio de Arroz FONTE: Acervo autor (2021)
114
2.4.3 ARMAZÉM BENEFICIAMENTO PROGRAMA DE NECESSIDADES Estudo 1 Plano de Massa
Estudo 2 A primeira analise define os tipos de áreas que serão inseridas no Objeto, visando a proposta de integração e flexibilidade no uso, então a idéia seria criar espaços de convívio e comercio, mas sempre pensando nos acessos e acessibilidade. Os estudos a ser mostrado são processos do projeto e sua evolução conforme as discussões com o Orientador. PRIVATIVO
O primeiro estudo tenta alocar os usos de maneira mais dinâmica, procurando a melhor estratégia na relação programa x espaço, assim definindo e inserindo os elementos sistemáticos da proposta de intervenção. Esses elementos arquitetônicos devem ter uma relação com todas as possíveis intervenções em preexistência, para que possa ser um componente de grande importância para os projetos, até mesmo um partido.
USO COMUM E CIRCULAÇÃO USO COMUM COBERTURA CIRCULAÇÃO VERTICAL (escadas) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL SANITÁRIOS ACESSOS MEZANINO PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
116
117
Plano de Massa Estudo 3
Os próximos estudos organiza e agrupa os usos já definidos, assim alocando a parte técnica no lado posterior do lote
Estudo 4 Circulação
PRIVATIVO USO COMUM E CIRCULAÇÃO USO COMUM COBERTURA CIRCULAÇÃO VERTICAL (escadas) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL SANITÁRIOS ACESSOS MEZANINO PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
118
119
FLUXOGRAMA ORGANOGRAMA A proposta para a escolha dos tipos de usos para o Objeto, foi resultado de uma analise do seu entorno e do potencial de sua estrutura para receber a inserção de novas possibilidades. Devido ao contexto do entorno se comercial e turístico, foi concluído que a melhor estratégia de programas, seria algo voltado para o setor comercial, pensando na inserção de áreas de permanência que possibilitaram a qualidade espacial e visual do objeto. O organograma apresentado mostra os espaços e os usos indicado pelo projeto, no qual também já identifica seu fluxo e conexão
120
121
2.5 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados 2.5.1 Representações Arquitetônicas
PLANTA DE COBERTURA sem escala
PLANTA BAIXA sem escala 01 FABRICAÇÃO 02 ESCRITÓRIO 03 RECEPÇÃO 04 ESTOQUE 05 DOCUMENTOS 06 BANHEIRO 07 COPA 08 VARANDA 09 CORREDOR EXTERNO 10 QUINTAL
122
123
CORTE A sem escala
124
CORTE B sem escala
125
FACHADA SUDOESTE
Volumetria da situação atual
CORTE A sem escala
126
127
Circulação e acessos
128
129
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
1
Esse salão principal é onde atualmente é produzido sacolas. As paredes são todas rebocadas e pintadas e o chão é de cimento queimado.
FIGURA 71: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
130
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
2
Esse é o espaço aberto do Objeto e onde ocorre o armazenamento de água.
132
FIGURA 72: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
3
Esse é o espaço aberto do Objeto e onde ocorre o armazenamento de água.
134
FIGURA 73: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
4
Essa figura mostra o ponto de visão de dentro do Objeto, onde se contempla a praça Santo Antônio e o Museu Casa de Portinari. Por causa de sua localização, o Objeto tem grande responsabilidade com o contexto da cultura, servindo como um complemento de serviço e composição histórica artística do entorno.
FIGURA 74: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
136
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
5
Escritório com forro rebaixado com piso e cimento queimado.
FIGURA 75: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
138
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
6
Acesso secundário do Objeto.
FIGURA 76: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
140
2.5.2 O b j e t o 2 Armazém Secos e Molhados Levantamentos Fotográficos
FIGURA 77: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
7
Esse espaço onde fica a copa e o banheiro tem o teto baixo devido o prolongamento da cobertura do salão principal. Nesse espaço onde fica guardado todos os documentos da empresa aqui instalada, é muito mal ventilado e sem nenhuma fonte de iluminação natural.
8 FIGURA 78: Armazem FONTE: Acervo autor (2021)
142
FLUXOGRAMA ORGANOGRAMA
1950 - Altino Toloi
FIGURA 79: Altino Toloi FONTE: Acervo Digital de Brodowski, postagem Fernando Toloi
145
2.4.3 ARMAZÉM SECOS E MOLHADOS PROGRAMA DE NECESSIDADES Plano de Massa Estudo 1
Estudo 2
Estudo 3
PRIVATIVO USO COMUM E CIRCULAÇÃO USO COMUM COBERTURA CIRCULAÇÃO VERTICAL (escadas) CIRCULAÇÃO HORIZONTAL SANITÁRIOS ACESSOS MEZANINO PAREDE EXISTENTE FECHAMENTO NOVO
146
147
3 PROPOSTA
3.1MEMORIAL Armazém Beneficiamento
O CONCEITO do trabalho é a flexibilidade por estar associada com a capacidade da adaptação do edifício à novas mudanças devido a múltipla demanda, e a distinguibilidade na materialidade dos novos elementos inseridos. O PARTIDO é o procedimento de intervenção, no qual é método de remoção e inserção. De acordo com o estudo feito no objeto, foi possível reconhecer suas partes obsoletas e espaços com grande potencial projetual, em seguida foi analisado a remoção de partes que não influenciariam em uma possível descaracterização, mas sim melhorar os espaços internos, pensando na conexão dos ambientes e o entorno. 148
CIRCULAÇÃO REMOÇÃO SOLO 149
3.1 MEMORIAL Armazém Beneficiamento A proposta do trabalho é propor uma intervenção que implemente elementos arquitetônicos sistematizados no qual sejam modulares e de fácil inserção em futuros projetos de arquitetura. Os elementos seguem a linha das estruturas metálicas e aberturas protegidas por vidros, pois a proposta principal da intervenção é a DISTINGUIBILIDADE do novo com o antigo. A nova circulação segue a referência dos projetos estudados no qual utilizam do pé direito mais alto, para a inserção de usos elevados como mezaninos, afim de requalificar o espaço interno do objeto. A acessibilidade foi uma condicionante importante para o projeto, pois o mesmo possui vários níveis de piso. 150
CIRCULAÇÃO ELEMENTO NOVO PISO NOVO 151
3.1 MEMORIAL Armazém Secos e Molhados
CIRCULAÇÃO REMOÇÃO SOLO 152
153
3.1 MEMORIAL Armazém Secos e Molhados
CIRCULAÇÃO ELEMENTO NOVO PISO NOVO 154
155
3.2 MATERIALIDADE
ESTRUTURA METÁLICA VIDRO PLACA CIMENTICIA MODULAR CONCRETO QUEIMADO CONCRETO POLIDO CHAPA DE POLICARBONATO ALVEOLAR
A materialidade dos elementos da intervenção seguirá o conceito de distinguibilidade do preexistente, então o projeto partirá da estrutura metálica, devido a suas vantagens como a versatilidade arquitetônica, rapidez na montagem, robustez e pela vantagem de ser desmontada e reaproveitada, assim seguindo a linha da modulação dos elementos. Como cobertura nas áreas de permanência será utilizado chapas perfuradas de aço estruturadas e com chapas de vidro acima delas, para o controle da chuva. Os novos blocos técnicos e sanitários serão de placa comentícia modular estruturada e sua cobertura de de placa de policarbonato alveolar estruturado. O piso dos ambientes externos serão de concreto queimado e o interno de concreto polido. As janelas inseridas nos vazios existentes e inseridos serão de alumínio e vidro. As rampas e escadas serão de chapas metálica estruturada com aço. Como acabamento, a intenção projetual será propor materiais como madeira e pedra natural.
ESTRUTURADO
156
157
ARMAZÉM SECOS E MOLHADOS
3.2 USO ARMAZÉM BENEFICIAMENTO
158
159
N
N
-0,83
A
B
C A
G
H I
J
3.3 PLANTAS armazém beneficiamento
PLANTA BAIXA
1000
1000
1000
B
E C
D
E
F
G
E
E
H I
F
G
J
K
H I
J
K
K
AP |
1000
D
Planta | Térreo 1:200 AP |
Planta | Térreo 1:200
PLANTA DE COBERTURA
AP |
1000
1000
1000
1000
1000
1000
1000
Planta | Cobertura 1:200
Planta | Cobertura 1:200
160
N
N
N
AP |
1000
161
3.3 CORTES Armazém beneficiamento
CORTE A1 sem escala
CORTE A2 sem escala 162
CORTE A3 sem escala
CORTE B1 sem escala 163
FACHADA NOROESTE
164
FACHADA NORDESTE
165
3.3 CORTES Armazém secos e molhados
CORTE B1 sem escala
CORTE A sem escala
CORTE B2 sem escala 166
167
A
B
C
E
F
G A Corte
3.3 PLANTAS armazém SECOS E MOLHADOS B
C
E
F
A Corte
A
Planta | Térreo 1:100
PLANTA DE COBERTURA
A Corte
PLANTA BAIXA
AP |
G Elev. 3
Elev. 3
13,80 2,47
1,00
1,15
2,17
7,02
3,21
5
0,29
10,55
5
D
3,74
±0,00
14 13
B2 Corte
1000
7
1000
9,67
14E(0,17 m) 13P(0,30 m)
3,75
±0,00
8
1000
B2 Corte
9
1000
B2 Corte
11 10
2,63
4
12
B2 Corte
4
5,66
6 5 4 3
14,84
2
4,81
Elev. 4
2 Elev.
3
±0,00
2
2 Elev.
15,56
1
2,29
Elev. 4
3
S
2 B1 Corte
B1 Corte
-0,04
B1 Corte
B1 Corte
5,06
4,00 ±0,00
-0,10
1
1 -0,20
10,75
1 Elev.
A
B
C
E
F
1 Elev.
G A Corte
A Corte
168
N
169
FACHADA SUDOESTE
FACHADA SUDESTE
170
171
Os elementos a serem mantidos no projeto de intervenções seram: • Todas as aberturas, proporcionará a iluminação ventilação natural.
onde e a
• O piso externo de tijolo maciço que esta em ótimo estado de consevação. • As coberturas e sua estrutura, precisando apenas de uns reparos. • O reboco existente que mostrará as marcas do tempo, como uma cicatriz no corpo do edifício.(mas na parte interna, essa ideia será revista afim de buscar a flexibilidade na manutenção e na funcionabilidade das paredes). Os elementos a serem inseridos no projeto de intervenções seram: • Mezaninos que proporcionaram espaços complementares em áreas especificas para a contemplação. • Coberturas e Lanternim retráteis em estrutura metálica, com chapas perfuradas e vidro, afim de criar não só espaços protegidos das interpéres naturas, mas também criar ambientes com qualidades arquitetônica e visuais.
172
• Jardins móveis que seram implantados em vasos com sistema de rolamento, onde poderão ser deslocados para outros ambientes. • Escadas metalicas com acabamentos em madeira que poderão ser removidas e acrecidas em outros espaços, de acordo com possiveis usos futuros. • Espaços anexos em blocos no sistema de montagem dry-wall com estrutura metálica, e revestimentos em placa cimenticia e madeira. • Portas e janelas em alumínio e vidro para proporcionar a funcionabilidade dos serviços e manutenções. • Os pisos serão de cimento queimado e intertravados em áreas externas e nos ambientes internos seram de cimento polido e ladrilho hidraúlico • Plataforma elevatória onde terá grandes desníveis entre pisos, assim evitando a perda de espaço para a inclusão de longas rampas.
173
BIBLIOGRAFIA ANDRADE JUNIOR, Nivaldo Vieira de. Metamorfose arquitetônica: intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado/ Nivaldo Vieira de Andrade Junior. Salvador: N. V. Andrade Junior, 2006. 2v. Dissertação Mestrado UFBH. BAETA R. E., NERY J. C. Reflexões sobre intervenções arquitetônicas contemporâneas em ruínas. Campinas, v. 14, n. 2, p.218-240. 2017. BARDA, Marisa. Espaço (Meta)Vernacular na cidade contemporânea. Ed. Perspectiva, São Paulo, 2009 Caple C. 2000, Conservation skills: Judgement, method and decision aking. London: Routledge. CASTELNOU NETO, A.M. A intervenção arquitetônica em obras existentes. Semina : Ci. Exatas/Tecnol., Londrina, v. 13, n. 4, p. 265-268, dez. 1992. GERGHI, Luciana. Sobreposições de arquitetura como forma de intervir no espaço urbano. São Paulo, 2012.194f. Dissertação Mestrado Universidade Presbiteriana Mackenzie. GRACIA, Francisco de, Construir en lo construído: La arquitectura como modificacion, Editorial Nerea, 1996. HEIDTMANN JUNIOR, Douglas. Novos usos para edificações de interesse histórico e cultural lições da produção arquitetônica pelotense. Santa Catarina, 2007.178f. Dissertação Mestrado UFSC.
NAHAS, Patricia. A capacidade de “escutar” o monumento: O limite entre a criatividade projetual do novo e a conservação do antigo na obra de Giovanni Carbonara. [S. l.], 16 abr. 2007. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/ resenhasonline/16.184/6510. Acesso em: 18 mar. 2021. RIOS, Maira. Intervenção na preexistência: o projeto de Paulo Mendes da Rocha para a transformação do Educandário Santa Tereza em Museu da Arte Contemporânea. São Paulo, 2013.95p. Dissertação Mestrado FAUUSP. ZANCHETI, Silvio mendes. A teoria contemporânea da conservação e arquitetura moderna. Olinda, 2014. 14p. https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2013/01/20/ por-que-preservar-imoveis-antigos-entenda-as-razoes.htm acessado dia 21/03/2021 as 06:57 https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/181. Acessado em: 25/03/2021 as 23:33 http://brodowski.sp.gov.br/novo/historia/. Acessado em: 30/03/2021 as 13:25 https://www.archdaily.com.br/br/944031/reciclando-galpoes25-projetos-que-adaptam-o-uso-desses-espacos. Acessado em: 24/04/2021 as 23:20 https://leismunicipais.com.br/a1/plano-diretor-brodowski-sp
LIRA, J.T.C.. De patrimônio, ruínas urbanas e existências breves. ReDObRa, v.12, p.168-179,2013. 174
175