Tema de Vida EFA 2010-2011

Page 1

Curso de Instalação e Operação de Sistemas Informáticos Ano Lectivo de 2010/2011

À descoberta da Ria de Aveiro


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ÍNDICE: (Index)

A RIA DE AVEIRO ....................................................................................................................5 CARACTERIZAÇÃO ..............................................................................................................5 A ÁGUA DA RIA DE AVEIRO .................................................................................................8 CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA ..........................................................................................8 POLUIÇÃO AMBIENTAL ..........................................................................................................9 ESPÉCIES AQUÁTICAS ......................................................................................................... 10 ESPÉCIES RESIDENTES LAGUNARES .............................................................................. 10 ESPÉCIES MARINHAS JUVENIS RESIDENTES NA RIA ............................................... 11 MARISCO NA RIA DE AVEIRO ............................................................................................ 15 PLANTAS AQUÁTICAS .......................................................................................................... 18 AS AVES NA RIA DE AVEIRO ............................................................................................. 19 TRADIÇÕES ............................................................................................................................. 22 POVO TRADICIONAL DE AVEIRO – TRAJES .................................................................. 27 FORMAS DE EXPLORAÇÃO DA RIA DE AVEIRO ............................................................ 30 TIPOS DE SAL ......................................................................................................................... 31 VISITA À MARINHA TRONCALHADA E SENITRA .......................................................... 34 PERCURSO FOTOGRÁFICO ................................................................................................. 37 ENTREVISTA A UM MARNOTO ........................................................................................... 44 CURIOSIDADES SOBRE O SAL .......................................................................................... 52 O USO DO SAL NO SOBRENATURAL ............................................................................... 54 OS PASSEIOS PELA RIA ...................................................................................................... 55 ANIMAÇÃO E CIRCUITO TURÍSTICO ............................................................................... 56 DESPORTOS NÁUTICOS ...................................................................................................... 57 MEIO DE TRAVESSIA ENTRE AVEIRO – S. JACINTO .................................................. 58 ONDE FICAR ............................................................................................................................ 59 CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 61

CURSO IOSI DA GALILEU 2


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

INTRODUÇÃO: (Introduction) A Ria de Aveiro é caracterizada pela vasta área lagunar que se estende de Ovar a Mira e apresenta Aveiro como a principal cidade, que paralelamente é a Capital do distrito. Neste trabalho, os leitores poderão ter acesso a um conjunto de temas diversificados trabalhados ao longo de 7 meses desde o início do curso EFA (B3) da Galileu, à data de 15/06/2010. O presente trabalho consiste na elaboração de um desenvolvimento estrutural da cidade ao longo da Ria de Aveiro, com o propósito de aproveitar este recurso natural tão significativo para a cidade, quer a nível paisagístico, quer a nível turístico e económico. Numa primeira parte, os leitores terão acesso a uma introdução sobre a Ria de Aveiro em diversas vertentes: caracterização, origem, coluna de água, dunas e características da própria água. Analisámos os impactos ambientais e a poluição que a Ria tem sofrido ao longo do tempo bem como os esforços que em conjunto podemos recorrer de forma a minimizar estes efeitos. Descrevemos as espécies aquáticas que residem na Ria nomeadamente os peixes, plantas e aves, visto o ciclo vital destes seres depender inteiramente deste recurso natural. Num tópico seguinte, as tradições originadas por este recurso natural – A Ria de Aveiro, mereceram também a nossa atenção e desta forma fizemos alusão ao nosso barco “moliceiro” e às gentes de Aveiro e seus respectivos trajes. As formas como a Ria foi e ainda continua a ser explorada foram alvo de análise de todos os elementos da turma. Focámos o nosso interesse no Sal, visto ser o cerne do nosso trabalho. Caminhámos em direcção CURSO IOSI DA GALILEU 3


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

às salinas no Verão de 2010, época do ano de grande produtividade, pois só funcionam nesta altura, de forma a enriquecer a recolha de informação pertinente ao tema em análise, realizámos nas instalações da Galileu Norte, uma entrevista a um marnoto que contribuiu para um conhecimento mais abrangente desta arte. Os passeios realizados pela Ria, a animação e circuito turístico, os desportos náuticos que nela se praticam e os meios de transporte que através

desta

permitiram

efectuar

travessias

entre

lugares

são

explorações que este recurso natural oferece às nossas necessidades. Por último e não menos importante, lançámos algumas sugestões de locais onde o leitor poderá instalar-se numa visita futura à nossa cidade ou para que possa recomendar. Entre nesta viagem connosco e deixe-se guiar por tudo o que a Ria tem para nos oferecer!

CURSO IOSI DA GALILEU 4


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A RIA DE AVEIRO (The Ria of Aveiro) CARACTERIZAÇÃO (Description)

A Ria de Aveiro é o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais, que a partir do séc. XVI, formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa

portuguesa.

Abrange

11000ha,

dos

quais

6000

estão

permanentemente alagados, sendo composta por quatro grandes canais, ramificados em esteiros, que circundam um número não conhecido de ilhas e ilhotas. Estende-se por 45 km ao longo da costa Ocidental, e tem uma largura de 11 km no sentido Este-Oeste, desde Ovar até Mira.

Nela desaguam o Vouga, a Antuã e o Boco, tendo como única comunicação com mar um canal que corta o cordão litoral entre a Barra e S. Jacinto; é por esta passagem que têm acesso ao Porto de Aveiro embarcações de grande porte. A Ria de Aveiro é rica em peixes e aves aquáticas, possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de desportos náuticos. Muito especialmente no Norte da Ria, os moliceiros,

exibem

coloridos

e

ingénuos

desenhos

decorativos,

continuam a apanhar o moliço, que serve como fertilizante, hoje ecologicamente revalorizado, que transforma os solos estéreis de areia em abundantes terrenos agrícolas. A única comunicação com o mar fica no litoral entre a Barra e São Jacinto, permitindo o acesso ao porto de Aveiro.

CURSO IOSI DA GALILEU 5


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A profundidade média ronda um metro e a profundidade máxima é mantida artificialmente, nos canais de navegação entre os 4 e os 7 metros. A comunicação da Ria com o Oceano faz-se através do canal da Barra com 1,3 km de comprimento, 350m de largura e cerca de 20m de profundidade. A ORIGEM (The origin) A laguna impropriamente denominada Ria de Aveiro está situada no litoral da Região Centro de Portugal. A ria comunica com o mar por uma embocadura de reduzidas dimensões, que foi aberta e foi também construído artificialmente um cordão dunar. Estende-se por uma área de aproximadamente 50.000 hectares, que se alonga por cerca de 50km de comprimento no sentido N-S, de Ovar a Mira e tem a largura máxima de 8 km em frente à foz do rio Vouga. Há cerca de dez séculos, o mar banhava os locais onde hoje se erguem povoações, como Ovar, Estarreja, Aveiro, Mira e Tocha formando no litoral uma baía bastante aberta. A acção dos ventos dominantes de Este, influenciando a direcção das ondas, conjugada com as correntes de circulação litoral, deu origem a uma sedimentação costeira. Houve tempos em que nem sequer existia ligação com o mar, o que prejudicava toda a região. Assim, a barra da laguna veio descendo em latitude ao longo dos últimos dez séculos até ser artificialmente estabilizada no início do séc. XIX no local onde hoje se encontra. Podemos dizer, que a Ria de Aveiro e Portugal se formaram ao mesmo tempo. Nasceram em conjunto por altura do séc. XII e poderíamos dizer, que enquanto os nossos primeiros reis e os seus homens iam dilatando as terras peninsulares, a Mãe-Natureza ia conquistando no mar esta jóia prodigiosa que generosamente viria ofertar às nossas terras aveirenses. CURSO IOSI DA GALILEU 6


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

COLUNA DE ÁGUA (Brace of Water) A água é o recurso natural mais abundante na Ria de Aveiro e condicionou de forma acentuada a actividade humana na laguna. Na coluna de água habita um conjunto variado de seres: plantónicos (bactérias, algas e animais), peixes, plantas aquáticas (moliço) e organismos vivos sobre ou no interior do sedimento e servem de alimentação a muitos peixes predadores. Existem cerca de 64 espécies registadas na fauna piscícola, tais como a solha, o linguado, o robalo, a tainha e a enguia, tendo especial interesse comercial. DUNAS (Dunes) As dunas litorais são constituídas por uma vegetação muito específica, adaptada às condições agrestes da proximidade do mar, falta de água e pobreza dos solos. São bastante importantes nas funções, como barreira física de protecção das zonas interiores em relação aos ventos costeiros, são sistemas muito dinâmicos. As dunas arborizadas, como por exemplo, a mata de São Jacinto apresenta uma grande variedade de aves florestais. Esta elevada biodiversidade reflecte-se não só na avifauna, mas também nas comunidades de mamíferos que aqui apresentam um grande número de espécies. Entre eles, destacam-se os carnívoros (doninha, marta, fuinha, gineta e a lontra.)

CURSO IOSI DA GALILEU 7


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A ÁGUA DA RIA DE AVEIRO (The water in the Ria of Aveiro) CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA (Features of the water) É importante conhecer as várias características que determinam a qualidade da água. Existem quatro parâmetros diferentes de água e a mesma é classificar com a qualidade definida a partir de vários paramentos, os parâmetros; estes são a nível físico, químico, biológico e radiológico. Ao longo dos anos a Ria de Aveiro tem vindo a sofrer com problemas de Poluição, a alteração de parâmetros definidos como normais, traduzem-se como a alteração na qualidade do mesmo, que é levada à poluição. Devido a plantas aquáticas que não são recolhidas, como por exemplo o moliço, causam uma deficiente oxigenação da água, provocando a morte de espécies aquáticas. Outro caso existente é dos desperdícios industriais, metais pesados, causa de poluição que é de difícil remoção. O tratamento de fluentes industriais, são de custos adicionais, por isso leva a que sejam depositados directamente na ria, mesmo sabendo que existem coimas. Existem também os efluentes de origem doméstica que atingem a ria que nem sempre são submetidos tratamentos nas estações residuais. A Câmara Municipal da cidade é a responsável pela fiscalização assegurando a gestão dos recursos híbridos dos canais de Aveiro. Excelentes maneiras de prevenir a poluição na ria seria incentivar os nossos turistas a preservar a ria, fazer o tratamento de águas industrias e resíduos domésticos como por exemplo os esgotos, fazendo também uma melhor manutenção na recolha dos moliços espalhados pela mesma. Tendo uma melhor atenção no que diz respeito a embarcações e possíveis fugas de combustíveis e óleos. Não esquecendo também uma maior poupança de consumo de água.

CURSO IOSI DA GALILEU 8


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

POLUIÇÃO AMBIENTAL (Environmental Pollution) No sentido de minimizar os impactos ambientais, devemos ter em atenção: Resíduos: 

Reduzir a produção de resíduos

Reutilizar sempre que possível os resíduos gerados (ex: papel, embalagens, …)

Segregar adequadamente os resíduos segundo a sua tipologia

Minimizar as impressões em papel ao estreitamente necessário

Não devem eliminar resíduos de forma ilegal (queimar, enterrar, abandonar,..)

Utilização Racional de Recursos 

Poupar no consumo de água

Utilizar a energia de forma eficiente em todas as suas formas

Preservar a floresta, reduzindo o consumo de papel

A Ria de Aveiro ao longo dos tempos tem vindo a ter problemas devido à poluição. A alteração dos parâmetros considerados normais, traz uma mudança da qualidade da água, arrastando a sua poluição. Afecta as diferentes espécies que dela dependem, podendo mesmo ameaçar a saúde pública. A Câmara Municipal de Aveiro ficará responsável por assegurar a gestão dos recursos hídricos nos canais urbanos da Ria de Aveiro, podendo emitir títulos de utilização para usos privados nos canais urbanos da Ria de Aveiro nas situações a seguir indicadas e, devendo assegurar a fiscalização dessas situações: CURSO IOSI DA GALILEU 9


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Equipamentos de apoio à navegação, estacionamento perto dos canais.

Competições desportivas

Navegação, circulação de transportes públicos, estacionamento perto dos canais.

Limpeza dos canais urbanos.

ESPÉCIES AQUÁTICAS (Aquatic Species) As espécies de peixes que ocorrem em sistemas de transição entre dois meios ambiente (ecótonos), como um meio marinho e o meio de água doce, apresentam comportamentos ecológicos bem particulares. É, assim, possível classificar as espécies e função do nível em cada habitat. A ria de Aveiro é um ecótono bem característico. As espécies de peixes que nela ocorrem podem, pois, ser agrupadas em categorias ecológicas correspondentes ao seu carácter de permanecia constante na laguna ou de uso de sistema do corso das emigrações esporádicas.

ESPÉCIES RESIDENTES LAGUNARES (Lagoon Resident Species) Constituem todas as espécies que efectuam todo o seu ciclo de vida nascem, crescem, reproduzem-se e morrem – no espaço lagunar. Estas espécies confinam as suas actividades emigratórias ao interior de laguna, sendo muito raras no mar ou nos rios. Embora vivam em permanência em sistemas ecológicos do tipo ecótono, como sejam as lagunas nos estuários, estas espécies são de origem marinha, tendo-se adaptado às condições ambientais dos ecossistemas de transição.

CURSO IOSI DA GALILEU 10


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ESPÉCIES MARINHAS JUVENIS RESIDENTES NA RIA (Juvenile marine species that reside in the Ria) Estas espécies vivem um ciclo de vida misto. Reproduzem-se no mar, geralmente perto da costa. Posteriormente, deslocam-se para a laguna, ainda na fase larva, levados pela corrente, ou já na fase pós – larvar, quando adquirem autonomia de movimentos e de busca de alimentos. Permanecem na laguna até atingirem a primeira maturação sexual, podendo estar a ser atingida logo no fim do primeiro ano de vida ou ao fim de dois ou mesmo três anos. Quando se encontram prontos para a primeira reprodução, migram para o mar de onde não regressam pois aí vivem toda a fase adulta da sua vida.

DOURADA

A dourada tem um corpo oval, elevado e comprimido, perfil da cabeça convexo, olhos pequenos, lábios espessos. A sua cor é cinzenta prateada, mancha negra e irregular na origem da linha lateral, sobrepondo-se à parte superior do opérculo. Nos peixes adulto uma barra dourada entre os olhos, contornada por duas linhas escuras.

CURSO IOSI DA GALILEU 11


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

MARACHOMBA – BABOSA

A marachomba babosa tem o corpo alongado, barbatana dorsal sem recorte nítido entre as porções espinhosa e mole, apêndice dérmico supra orbital constituído por uma haste central ramificada. A sua cor é um verde-escuro “azeitona”, tem cerca de 6 a 7 barras escuras verticais acastanhadas ao longo do corpo nos machos reprodutores.

PEIXE – ARANHA

O peixe-aranha tem o corpo largo, aplanado lateralmente, boca oblíqua, lábios franjados, bordo Antero superior da órbita sem espinhos, barbatanas peitorais de contorno arredondado. A sua cor é amarelo “acastanhado” com manchas castanhas, a primeira barbatana tem uma cor negra. CURSO IOSI DA GALILEU 12


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

SALMONETE – LEGITIMO

O salmonete legítimo tem um corpo comprimido, cabeça com perfil dorsal convexo e um 1 par de barbilhões. A sua cor é avermelhada, flancos

rosados

com

3

bandas

amarelas

longitudinais,

primeira

barbatana dorsal amarela com manchas escuras.

SARDINHA

Tem um comprimento entre 10 a 15cm com apenas uma barbatana dorsal e a sua cor é verde flancos dourados. Abdómen prateado, uma série de manchas escuras ao longo dos flancos superiores.

CURSO IOSI DA GALILEU 13


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ENGUIA

Possui

um

corpo

muito

alongado

e

cilíndrico,

com

aparência

serpentiforme, de dorso esverdeado e ventre claro, com escamas minúsculas e possui uma barbatana dorsal que se une a cauda com os peitorais curtos. Apresenta um focinho pequeno e cómico com dois pares de narinas e uma boca larga onde a maxilar inferior ultrapassa a superfície, ambas com pequenos dentes muitos fortes e aguçados.

ROBALO

Robalo é um predador voraz que pode chegar até aos 11kg e medir cerca de 100cm, Nada em cardumes com postos de reprodução. Preferem águas agitadas com rebentação para se alimentar.

CURSO IOSI DA GALILEU 14


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

MARISCO NA RIA DE AVEIRO (Shellfish in the Ria of Aveiro) SANTOLA

Santola, também conhecida por caranguejo de carapaça em forma de coração quer na fase adulta, mede cerca de 18cm de comprimento e 20cm de largura.

SAPATEIRA

A sapateira tem uma carapaça que mede entre 11cm a 13cm de comprimento. CURSO IOSI DA GALILEU 15


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CARANGUEJO

Os caranguejos têm o corpo totalmente protegido por uma carapaça com 5 pares de patas, sendo que o primeiro par é normalmente formado por fortes pinças. A carapaça destes caranguejos pode atingir 6cm de comprimento e 9cm de largura. BERBIGÃO

É vulgarmente conhecido por “crico” Tem uma concha escavadora e filtradora que vive enterrado a uma profundidade de mais ou menos 1,5cm na areia ou lama. O seu corpo é em forma de coração, com o tamanho cerca de 20mm.

CURSO IOSI DA GALILEU 16


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CAMARÃO

O camarão possui longas patas e podem

atingir

comprimento.

até

20cm

Também

de

podem

viver tanto em água doce como em água salgada.

NAVALHAS

As

navalhas

são

moluscos

e

podem ter entre 10 a 15cm de comprimento.

MEXILHÕES São moluscos com cerca de seis centímetros

de

comprimento,

casca de cor castanha escura ou preta. Envolvendo a carne de cor “amarelo-torrado”.

CURSO IOSI DA GALILEU 17


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

PLANTAS AQUÁTICAS (Aquatic Plants) ALGAS

As algas libertam uma grande quantidade de oxigénio produzido através de clorofila. O seu habitat é em lugares com água ou húmidos.

MOLIÇO

Moliços são plantas aquáticas que são colhidas para serem usadas na agricultura e eram também colhidos em grandes quantidades, por ancinhos arrastados a partir de um barco moliceiro.

CURSO IOSI DA GALILEU 18


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

AS AVES NA RIA DE AVEIRO (Birds in the Ria of Aveiro)

Podem

considerar-se

uma

zona

de

importância

internacional,

reconhecida como Zona de Protecção Especial. A diversidade é enorme e em alguns casos, também a abundância é de salientar. Na ria existem imensas espécies de aves pertencentes a vários grupos, que usam a laguna como zona de invernada, passagem em migração e reprodução.

PATO BRAVO

O pato bravo mede cerca de 55cm de comprimento, o seu corpo é robusto e as suas assam são ligeiramente arredondadas. A parte suprir do corpo é muito colorida sobressaindo o tom azul e esverdeado da cabeça do macho. A sua parte inferior é de um modo geral clara, excepto o peito que é castanho avermelhado. A cauda é curta e termina com duas ou três penas enroladas para cima. O bico é amarelo e achatado, de comprimento médio. CURSO IOSI DA GALILEU 19


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

GARÇA

A garça tem quase um 1m de altura é uma ave cinzenta ou branca, que se destaca pelo seu longo pescoço.

PERNA - LONGA

No inicio da Primavera os Perna – longa, normalmente fazem os ninhos nos tanques e muros das salinas em funcionamento, juntamente com as Andorinhas – do – mar – anãs.

CURSO IOSI DA GALILEU 20


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ANDORINHAS – DO – MAR – ANÃS

Tem

um

comprimento de

22

a 24cm

e

uma envergadura de

aproximadamente 50cm e possui o dorsal cinzento, peito, ventre e cauda branca, asas maioritariamente cinzentas com as penas das extremidades pretas. FLAMINGOS

Os flamingos são aves pernaltas, de bico encurvado, que medem entre 90 e 150cm. A sua plumagem pode ser bastante colorida em tons de rosa vivo.

CURSO IOSI DA GALILEU 21


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

TRADIÇÕES (Traditions)

CURSO IOSI DA GALILEU 22


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Os barcos moliceiros circulam na Ria de Aveiro, região lagunar do Rio Vouga. Em forma de meia-lua têm mastro e leme de grandes dimensões. O seu pequeno calado permite-lhes mover-se nos canais menos

fundos,

sendo,

nessas

circunstâncias,

movido

à

vara.

Destinavam-se à colheita e transporte de moliço (vegetação da Ria, utilizada para fertilizar os campos agrícolas), mercadorias e gado, sendo hoje uma atracção turística.

São barcos de borda baixa para facilitar o carregamento do moliço. Os moliceiros têm uma proa e uma ré muito elegantes, o comprimento total é cerca de 50 metros e a largura de boca 2,50 metros. O castelo da proa é coberto. Como meios de propulsão usa uma vela, a vara e a sirga. A sirga é um cabo que se utiliza na passagem dos canais mais estreitos ou junto às margens, quando navega contra a corrente ou contra o vento. É construído em madeira de pinheiro. Actualmente a proa foi cortada devido às pontes para ser possível a passagem dos moliceiros.

CURSO IOSI DA GALILEU 23


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

São pintados com cores fortes e desenhos, representando os mais diversos temas, desde cenas românticas ou religiosas, a motivos humorísticos. Este tipo de embarcação tradicional é fabricado na zona de Pardilhó, nos concelhos de Ílhavo e Murtosa e, claro, em Aveiro.

CURSO IOSI DA GALILEU 24


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Na década de 90 o número cresceu e com ele a esperança da sobrevivência do moliceiro, em parte devido a encomendas das câmaras municipais e das associações marinhoas. Actualmente serão cerca de 30. Quando chega o Verão a Ria de Aveiro transforma-se numa festa de luz e cor. Entre as inúmeras festas que são organizadas, acontece CURSO IOSI DA GALILEU 25


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

anualmente durante os meses de Verão a Regata dos Moliceiros. Este evento, visa manter a maior quantidade possível de barcos a navegar num percurso que parte da Praia da Torreira (situada a norte de Aveiro) e termina na zona da antiga Lota do Porto de Pesca de Aveiro.

CURSO IOSI DA GALILEU 26


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

POVO TRADICIONAL DE AVEIRO – TRAJES (People of Aveiro - Costumes)

SALINEIRA

-

mulher

que

transportava o sal das marinhas na sua canastra, composto por saia preta, blusa estampada, xaile preto, lenço de lã, chapéu preto de abas largas.

MARNOTO

-

o

homem

das

salinas, do sal na sua lide, é composto por calções brancos, meio quarto, camisa branca. Usa tamancos em madeira.

CURSO IOSI DA GALILEU 27


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A PARCEIRA DO RAMO - usa as roupas tradicionais

femininas

do

dia

de

festa

ostentando um longo xaile. Na mão direita sustenta um ramo de flores que será entregue aos

novos

mordomos;

O FOGUETEIRO - veste o tradicional gabão,

por

domingueiras,

cima sapatos

das

roupas

de

fivela,

barrete e na mão esquerda o foguete.

PEIXEIRA - representa a mulher que vendia o peixe de porta em porta, para ganhar o sustento para a sua casa, usava saia comprida aos quadrados, camisa aos quadrados, xaile laranja, faixa preta, lenço de lã lavrado, chapéu preto a acompanhar a canastra.

CURSO IOSI DA GALILEU 28


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A TRICANA - traje do fim do ano 1960, é composto por a saia preta,

pregada,

blusa

branca,

xaile de merino com franja curta, lenço lavrado em seda, chinelas pretas e meias rendadas.

PESCADOR - representa o homem do mar, que ia para o mar na busca do seu sustento, camisa de lã aos quadrados, em

tons

de

vermelho,

calça

aos

quadrados, cinza de atilhos, nas pernas, faixa

preta,

barrete

preto,

rede

ao

ombro, usa tamancos.

CURSO IOSI DA GALILEU 29


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

FORMAS DE EXPLORAÇÃO DA RIA DE AVEIRO (Ways to Explore the Ria of Aveiro)

O SAL (The Salt) O sal tem muitas funções, uma delas é para temperar a comida como toda a gente sabe, mas há muitas e eu vou falar um pouco delas. Antigamente, nem toda a gente tinha frigorífico então as pessoas utilizavam o sal para conservar alimentos, o sal serve também para afastar as formigas, tirar nódoas de gordura em carpetes, pôr em flores e vasos, manchas brancas que ficam das panelas quentes na mesa, para os peixinhos dourados dos aquários, para os queijos, panelas de ferro engorduradas e para muito mais. No entanto, o sal curiosamente serve também para tratamentos de beleza, saúde bocal, aromatizantes e para fazer lágrimas. Quando os carros ficam com gelo no pára-brisas as pessoas põe água, mas podem pôr sal, visto ser mais eficaz. CURSO IOSI DA GALILEU 30


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

TIPOS DE SAL (Types of Salt)

Existem dois tipos de básicos de sal: o marinho e o de rocha (salgema). O sal marinho é retirado pela evaporação da água do mar e o de rocha retirado de minas subterrâneas, resultantes de lagos e mares antigos que secaram. O sal em seu estado puro consiste de cloreto de sódio que é abundante na Natureza, mas na forma física existem diferenças, principalmente na granulação. Conheça cada um deles: Sal de cozinha, de mesa ou refinado. É o mais conhecido e usado na preparação dos alimentos. É dissolvido e volta a ser cristalizado à temperatura e pressão controladas em instalações industriais.

SAL MARINHO (Sea salt) Há vários tipos de sal marinho, dependendo da sua procedência e a cor dos seus cristais pode variar. Bastante usado na cozinha macrobiótica.

CURSO IOSI DA GALILEU 31


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

SAL GROSSO (Coarse salt) Produto apresentado na forma que sai da salina. Na culinária é usado em churrasco e assados no forno.

SAL LIGHT (Diet salt) O sal é reduzido teor de sódio, fruto da mistura de partes iguais de cloreto de sódio e cloreto de potássio. É aconselhável a pessoas com dietas restritivas ao sal.

SAL KOSHER (Kosher salt) É sal com cristais grossos e irregulares pode ser retirado da mina ou do mar. Este como a sua granulação é mais grossa, é o preferido dos chefes de cozinha, porque adere com facilidade à superfície de carnes.

CURSO IOSI DA GALILEU 32


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

SAL DE GUÉRANDE (Guerande salt)

Foi considerado o melhor do mundo, este sal tem produção artesanal. É retirado na cidade de Guérande, região Bretanha, França é um condimento caro ao qual chamam “fleur du sel”

SAL DEFUMADO (Smoked salt) Tem sabor e aroma próprio que dão um toque especial às suas confecções.

SAL DE AIPO (Celery salt) É sal de mesa misturado com grãos de aipo secos e moídos. Este sal é utilizado para dar sabor aos grelhados e em caldo.

GERSAL (Gersal salt) Trata – se de um sal misturado com sementes de gergelim tostadas e amassadas. Utiliza-se também na cozinha macrobiótica.

CURSO IOSI DA GALILEU 33


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

TRABALHO PRÁTICO (Practical Task)

VISITA À MARINHA TRONCALHADA E SENITRA (Visit to the Marine of Troncalhada and Senitra) Por meados de Julho 2010, a turma do curso EFA (B3) IOSI da Galileu decidiu realizar uma visita à Marinha da Troncalhada e Senitra para conhecer e abordar temas sobre a Ria de Aveiro. Por volta das nove horas da manhã todos estávamos reunidos nas Instalações da Galileu, foi então que iniciámos o nosso percurso. Descemos a rua e fomos andando sempre ao longo do canal de S. Roque. O caminho que percorremos foi de 1,4 km (estimativa feita no Google maps), e calculado o tempo deveríamos ter chegado ao destino em 16 minutos, coisa que não aconteceu devido a paragens que fizemos. Passámos pelo armazém do sal, onde abordámos trabalhadores que nos deram algumas informações consoante o seu conhecimento acerca do sal. Parámos para tirar fotografias a paisagens (e a nós mesmos, inclusive) e para além de tudo isto o nosso passo era lento, porque afinal íamos em passeio. Com tudo isto o tempo que demorámos foi de 1h20min. Distância = 1,4 Tempo = 16min 1h -------------60min X --------------16min 60x =1*16 60x =16 CURSO IOSI DA GALILEU 34


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

X = 16/20 = 0,27h Velocidade estimada = 1,4/0,27 =5,18km/h A velocidade estimada era de 5,18 km/h, se tivéssemos feito o percurso em 16 minutos, como excedemos o tempo e demorámos 1h20min a nossa velocidade efectiva foi de 1,05 km/h. Distância = 1,4km Tempo = 1h20min 1h-------------60min X --------------20min 60x = 1*20 60x = 20 x = 20/60 = 0,33min 1h20min = 1+0,33 = 1,33h Velocidade média efectiva = 1.4/1.33 = 1,05km/h Todo este percurso foi feito a pé, se o mesmo tivesse sido feito de carro a cerca de 50km/h teríamos demorado cerca de 2min. 50km-----------1h 1,4km----------x 50x = 1,4*1 50x = 1,4 X = 1,4/50 = 0,03h

1h--------------60min 0,03-----------x 1x = 0,03*60 CURSO IOSI DA GALILEU 35


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

X = 1,8min

Em baixo apresentamos o mapa detalhado retirado do Google maps, não incluindo a ponte das comportas que não aparece no mesmo, ponte essa que é levadiça e que faz a ligação para o lado das salinas, atravessando a ria. Passámos lá toda a manhã em contacto com o sal e com trabalhadores, onde tirámos fotografias e fizemos uma pequena entrevista. Regressámos e chegámos às instalações por volta das 12h30min.

A = Instalações da Galileu B = Ponte das Comportas

CURSO IOSI DA GALILEU 36


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

PERCURSO FOTOGRÁFICO (Photografic Route)

CURSO IOSI DA GALILEU 37


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 38


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 39


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 40


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 41


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 42


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURSO IOSI DA GALILEU 43


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ENTREVISTA A UM MARNOTO (Interview with a Marnoto: a salt worker) I Caracterização do Marnoto (Marnoto’s Profile) 

Nome: Armando Reis

Idade: 53

Habilitações literárias: 6º ano

Percurso Profissional: distribuidor, construção civil, marnoto e actualmente frequenta um curso de formação

Há quantos anos trabalha nas Salinas? Trabalhei 25 anos aproximadamente.

II Actividade do marnoto (Marnoto’s Activity) 1.

Sendo uma pessoa que vive intensamente o bem precioso

de Aveiro, as salinas, refira com que idade é que começou a aprender as técnicas das salinas e quem é que o incentivou e lhe transmitiu esta sabedoria? R. Comecei aos 15/16 anos e aprendi com o meu padrasto (pai). Através dele aprendi a gostar desta actividade e a caça também me influenciou, assim como o gosto de trabalhar ao ar livre. 2.

Relativamente à expressão “marnoto” de onde acha que

ela provem? R. Nunca soube de onde veio a palavra marnoto, mas penso que está relacionada com o mar.

CURSO IOSI DA GALILEU 44


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

3.

Sendo a actividade nas marinhas localizada temporalmente

numa época específica, indique quais os meses em que esta faina está no activo? R. Somos contratados a 25 de Abril, de cada ano, mas só no dia 1 de Maio é que se dá inicio à faina até aparecerem as primeiras chuvas (finais de Setembro ou principio de Outubro). 4.

No dia-a-dia ouve-se muito a palavra “sal”, contudo existe

também “flor de sal”. Explique as diferenças das duas palavras, referindo em que contexto do dia-a-dia é que devemos utilizar cada uma. R. O sal aparece através de uma vaporização da água e a flor do sal é uma película que aparece ao cimo desta. Para a sua formação é necessário que não esteja vento para propiciar a temperatura ideal. Para este processo é importante o calor. O sal pode ser utilizado na comida, enquanto a flor de sal já não, pois é muito forte. 5.

Sendo a actividade de marnoto uma actividade em que a

postura física é importante, explique o desenrolar da mesma, desde o seu inicio até ao fim da extracção do sal. R. Primeiro faz-se limpeza da própria salina, reconstruindo-a com a sua própria lama. Em seguida, começa-se a trabalhar com as águas, até que essas apanhem um certo grau de temperatura. Após essa graduação a salina está pronta a reproduzir o sal. Os marnotos puxam o sal para o centro do meio (meio é o nome que damos às divisões onde se forma), com uma alfaia com o nome de galho. Depois utilizo outra alfaia com o nome de rasoila, com a qual este é puxado para o tabuleiro do sal. Por fim, fica em montinhos pequenos, cujo nome dado é de reduras, ficando aí a escorrer, sendo depois levados com uma canastra. Actualmente não é usada, pois foi substituída pelo carro de mão. O sal é levado para a eira, fazendo então mais tarde os montes grandes. CURSO IOSI DA GALILEU 45


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

6.

Nesta

safra

importantes marnoto.

manual

para

o

Identifique

existem

desempenho esses

equipamentos das

suas

equipamentos

e

que

funções refira

são como

a

sua

utilidade. R. Galho da lama, pode ter até 70cm, serve para rapar os meios; Pá Couva (tem este nome devido a uma profundidade no meio) serve para trabalhar a lama; Pá de amanhar serve para abrir as bombas, que permite a entrada das águas; Rasoila serve para puxar o sal; Galho de bulir é utilizado para mexer o sal, para que este não se agarre e para quebrar (juntar o sal no centro do meio). 7.

A actividade de marnoto está em vias de extinção, ou

considera que ainda poderá ser uma actividade produtiva através do apoio familiar? R. A actividade de marnoto já teve o seu auge, contudo agora está a decair, visto ser uma vida muito dura e as gerações mais novas não estarem dispostas a abdicar das suas vidas para praticarem esta actividade. Os meus familiares não vão para lá trabalhar, pois além do esforço físico necessário já não é rentável a nível monetário. III- Presente e futuro (Present and Future) 1.

Numa sociedade em que a queda económica está cada vez

mais elevada, revele se existe algum incentivo e apoio à continuidade das salinas. R. Não. Em tempos até houve uma cooperativa, mas só esteve activa entre dois a três anos.

CURSO IOSI DA GALILEU 46


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

2.

Olhando para as técnicas que utiliza para o desempenho

das suas funções faça uma reflexão aos avanços que já surtiram efeito e revele quais as melhorias que ainda precisava de sentir para o seu dia-a-dia como marnoto. R. Como já referi a canastra já não é usada, apesar desta ser mais eficaz na rapidez com que se transporta o sal, embora seja muito mais cansativo. Acho que não houve nenhuma melhoria, pois os métodos tradicionais que usamos são os melhores.

Galho de Lama e Pá Couva

Galho de bulir

CURSO IOSI DA GALILEU 47


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Rasoila

Carro de mão (veio substituir a canasta)

Interior do palheiro (Lugar onde se guardam os utensílios)

CURSO IOSI DA GALILEU 48


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Recuperação de um utensílio (Reparing a tool)

CURSO IOSI DA GALILEU 49


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

A turma de IOSI propôs-se a entrevistar o Marnoto Armando Reis, de forma a reunir material pertinente para a realização do Tema de Vida do referido curso. Assim, Armando Reis, de 53 anos, actualmente frequenta um curso de Educação e Formação de Adultos, mas já foi distribuidor, trabalhou na construção civil, tendo trabalhado em paralelo durante 25 anos nas marinhas de Aveiro. Deste modo, este marnoto aprendeu esta faina com o seu padrasto, por volta dos 15/ 16 anos. Revelou que aprendera a gostar desta actividade e que a caça também o influenciara, tal como o gosto de trabalhar ao ar livre. Quando o questionámos de onde pensava que vinha a palavra marnoto referiu que não sabia de onde provinha, mas na opinião dele estaria relacionada com o mar. No que diz respeito à época de contratação ele referiu que sempre foi contratado a 25 de Abril de cada ano, mas apenas a 1 de Maio é que se inicia a faina até aos finais de Setembro. Relativamente ao que define como sal e flor de sal este marnoto foi muito claro a explicar, referindo que o sal aparece através de uma vaporização da água e a flor do sal é uma película que aparece ao cimo desta. Para a sua formação é necessário que não esteja vento para propiciar a temperatura ideal. Para este processo é importante o calor. O sal pode ser utilizado na comida, enquanto a flor de sal já não, pois é muito forte. O marnoto Armando Reis explicou a forma de tratar as salinas, demonstrando o processo por etapas. Assim, faz-se limpeza da própria salina, reconstruindo-a com a sua própria lama. Em seguida, começa-se a trabalhar com as águas, até que essas apanhem um certo grau de temperatura. Após essa graduação a salina está pronta a reproduzir o sal. Os marnotos puxam o sal para o centro do meio (meio é o nome que damos às divisões onde se forma), com uma alfaia com o nome de galho. Depois utiliza outra alfaia com o nome de rasoila, com a qual CURSO IOSI DA GALILEU 50


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

este é puxado para o tabuleiro do sal. Por fim, fica em montinhos pequenos, cujo nome dado é de reduras, ficando aí a escorrer, sendo depois levados com uma canastra. Referiu que hoje em dia não se usa, pois fora substituída pelo carro de mão. O sal é levado para a eira, fazendo então mais tarde os montes grandes. No que diz respeito aos instrumentos utilizados para a faina, o marnoto referiu que utilizava o galho da lama, que poderá ter até 70cm, servindo para rapar os meios; a Pá Couva (tendo este nome devido a uma profundidade no meio) servindo para trabalhar a lama; a Pá de amanhar que servirá para abrir as bombas, permitindo a entrada das águas; a rasoila que servirá para puxar o sal e o galho de bulir que será utilizado para mexer o sal, para que este não se agarre e para quebrar (juntar o sal no centro do meio). Quando o grupo o questionou sobre a produtividade desta faina ele referiu que não é uma actividade rentável, que as gerações mais novas não estão dispostas à sua continuidade e que até a própria família deste marnoto não ia para as marinhas trabalhar, por ser uma vida muito dura. O marnoto referiu que não existem apoios financeiros à continuidade das salinas, contudo existiu uma cooperativa que só esteve no activo dois a três anos. Por fim, interrogámos o marnoto Armando sobre o que ele pensava acerca das melhorias e que avanços surgiram na área. Ele referiu que não existiram melhorias, contudo houve um avanço de não utilizar mais as canastras, apesar de não ser rentável.

CURSO IOSI DA GALILEU 51


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

CURIOSIDADES SOBRE O SAL (Curious Facts about the Salt) Fora de casa o sal também pode ser útil de várias maneiras. Este é uma óptima alternativa aos produtos químicos tóxicos, que controlam as ervas daninhas e pragas no quintal. Vamos começar a explicar como o sal pode ser útil no jardim: Ervas daninhas – Basta ferver 1/4 de água e acrescente 2 colheres de sopa de sal e 5 colheres de sopa de vinagre. Enquanto a água tiver quente, deite a mistura directamente nas ervas daninhas. Praga no repolho – Deite sobre as folhas do vegetal a seguinte mistura, 1 copo de farinha e 1/2 copo de sal. Agora vou dar algumas dicas para situações que já falei nas várias utilizações do sal: Peixinhos dourados – De vez enquanto dissolva uma colher de chá de sal em um litro de água fresca, à temperatura ambiente ponha os peixinhos dourados a nadar nesta mistura por quinze minutos. Após os quinze minutos, ponha os peixes novamente no aquário. Com esta solução vai manter os peixes mais saudáveis. Manchas na mesa – Para tirar as manchas brancas da mesa, faça uma pasta rala óleo de salada e sal em proporções mais ao menos iguais. Ponha a pasta sobre a mancha e deixe em repouso durante uma ou duas horas, depois tire a pasta e esfregue até sair vai ver como as manchas saíram. Nódoas em carpetes – Para tirar a gordura das carpetes, faça uma parte de sal para quatro partes de álcool, depois de a mistura estar feita, ponha sobre a mancha e esfregue.

CURSO IOSI DA GALILEU 52


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Flores e vasos – Para conservar os seus ramos de flores preferidos por mais tempo adicione um pouco de sal à água da jarra ou do vaso.

Queijos – Para evitar o mofo nestes antes de colocar o queijo no frigorífico, enrole este num pano molhado em água salgada.

Panelas engorduradas – Como tirar a gordura das panelas de ferro engorduradas, basta por um pouco de sal nelas e esfregá-las com um papel.

Tratamentos de Beleza – Os famosos usam sal com óleo de Oliva, com estimulante facial. Os dois misturados em forma de pasta, a fricção do sal e a lubrificação do óleo dão um tom à pele cansada, ou bronzeada em excesso.

Banhos de sal – Para relaxar a tensão, massaje a pele húmida com sal antes do banho. Os pés cansados respondem bem a um banho quente de sal.

Saúde bocal – Se gaguejar com água e sal muitas vezes vai aliviar as irritações da garganta e da boca.

Olhos – Como imitar a natureza fabricando lágrimas, ½ colher de chá de sal em ½ litro de água é um bom colírio, que alivia tensões e descansa os olhos.

CURSO IOSI DA GALILEU 53


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

O USO DO SAL NO SOBRENATURAL (Salt and the Supernatural) Sal - quer o sal de mesa comum, sal marinho, ou sal Kosher - tem uma longa história de uso em rituais de purificação, protecção mágica, e bênção. Na América Latina, o sal é usado para preparar uma fórmula mágica muito importante chamado de “sal Cascavel” em que se acredita que serve para prolongar a vida e para fornecer protecção para sua casa ou local de trabalho. Além disso, como a limpeza ritual é uma importante faceta do povo Africano, o sal é um ingrediente comum em feitiços hoodoo Afro-Americanos em que a protecção mágica do mal e de quebrar feitiços malignos é realizado através do emprego de banhos rituais e lavagens do chão. O potencial do sal como objecto antidemoníaco, é evidente em outras crenças e práticas comuns a povos europeus da época medieval.

Acreditava-se que o sal não era

encontrado no festival das bruxas chamado de Sabbath, e o inquisidor e os seus assistentes num julgamento de uma suposta bruxa eram alertados para usar sacos com sal consagrado para sua protecção. De acordo com autoridades judaicas medievais, o sal deve ser colocado em uma mesa antes de uma refeição ser iniciada ", pois ele protege contra as denúncias de Satanás." Como os Cabalistas viam uma ligação entre o valor matemático de três vezes o nome de Deus (YHVH), e o da palavra "sal", eles ensinaram que, se se molhasse o pão em sal três vezes ao recitar a bênção, e se a pessoa comesse sal após cada refeição, a pessoa estaria protegida contra o mal. Por esta razão, o sal era usado em muitos ritos relacionados com o casamento, nascimento e morte, assim como na medicina.

CURSO IOSI DA GALILEU 54


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

OS PASSEIOS PELA RIA (The sightseeing by the Ria) Aveiro tem tudo para entreter, mas um passeio pela ria é sem dúvida dos mais significativos. A ria de Aveiro é muito original pelos seus barcos “MOLICEIROS”, e é muito atractiva pelos turistas que visitam a região. Os passeios nos moliceiros estão disponíveis em qualquer época do ano, mas especialmente no verão quando é mais frequente a visita de turistas.

CURSO IOSI DA GALILEU 55


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ANIMAÇÃO E CIRCUITO TURÍSTICO (Animation and Turistic Routes) Encontra-se junto ao Rossio diferentes tipos de embarcações, nas quais existe a possibilidade de se realizar alguns cruzeiros que podem demorar algumas horas pela Ria. Nesta viagem podem observar-se as famosas salinas e os largos canais onde as casas espelham na água e também apreciar a beleza das ilhas em que os habitantes são pássaros de arribação, patos e outras aves. Não podendo perder a visita às praias de junco, à ilha do Rebolho, ao Porto bacalhoeiro e aos estaleiros D Fernando II e Glória. E para que o passeio tenha outro sabor, é aconselhável fazê-lo nos barcos moliceiros ou nas outras embarcações disponíveis para o trajecto. Existe também uma rota turística na qual está incluído um almoço, e que faz a travessia entre Aveiro e São Jacinto.

CURSO IOSI DA GALILEU 56


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

DESPORTOS NÁUTICOS (Water Sports) Outras actividades a destacar na Ria são os desportos náuticos, na qual estão incluídos as seguintes modalidades:  Windsurf  Kite surf  Vela  Kayak Para os interessados na aprendizagem de algum destes desportos a cidade de Aveiro conta com a escola de desportos náuticos “Riactiva” que se encontra localizada junto da praia da Costa Nova. Esta escola possui instalações fixas. A escola tem à disposição os seguintes serviços:  Baptismos  Experiências  Cursos de iniciação  Cursos de evolução  Campos de férias

CURSO IOSI DA GALILEU 57


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

MEIO DE TRAVESSIA ENTRE AVEIRO – S. JACINTO (Transports crossing between Aveiro – S. Jacinto) O ferryboat conheceu a sua primeira viagem oficial no dia 1 de Agosto. Esta lancha de grande dimensão faz a ligação entre Aveiro e a freguesia de São Jacinto, tem capacidade para transportar 16 carros ligeiros e 120 passageiros. Em apenas 10 minutos faz o seu trajecto. Este meio de transporte tem muita atracção turística durante o verão, e veio facilitar a deslocação dos moradores de São Jacinto até à cidade de Aveiro.

CURSO IOSI DA GALILEU 58


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

ONDE FICAR (Accommodation) PARA QUEM GOSTA DE UM CONTACTO MAIS PRÓXIMO COM A NATUREZA, SUGERIMOS OS SEGUINTES ESPAÇOS: Parque de Municipal de Campismo de Aveiro - Praia de S. Jacinto Morada: S. Jacinto, 3800 Aveiro. Tel. (+351) 234.331220 Fax: (+351) 234. 331220 Parque de Campismo da Orbitur - Praia de S. Jacinto Morada: Estrada Nacional 327 - km 20 3800 S. JACINTO Tel. (+351) 234.838284 – Fax (+351) 234.838122 Parque de Campismo da Gafanha de Nazaré - situado na zona industrial da colónia agrícola Morada: R. dos Balneários do Complexo Desportivo 3830 Gafanha da Nazaré - Ílhavo Tel. (+351) 234.366565 Campismo da Costa Nova - Praia da Costa Nova Morada: Costa Nova Gafanha da Encarnação Ap. 121, 3830 Ílhavo Parque de Campismo da Vagueira - Praia da Vagueira Morada: Vagueira - Vagos Telefone: (+351) 234.797526 Fax: (+351) 234.797093 Parque de Campismo Municipal da Praia da Barra Morada: R. Diogo Cão, 125 Praia da Barra 3830 Gafanha da Nazaré Tel. (+351) 234.369425 CURSO IOSI DA GALILEU 59


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

PARA QUEM APRECIA UM LUGAR MAIS CÓMODO E REQUINTADO PROPÔMOS A ESTADIA NOS SEGUINTES HOTÉIS: For those who appreciate a more comfortable and refined place, we propose the following hotels:

Hotel Arcada Este elegante edifício domina o Canal Central e está situado no coração da cidade de Aveiro, numa posição privilegiada para lhe oferecer uma estadia agradável e inesquecível. A localização do Hotel Arcada, a apenas 800 metros da estação ferroviária, é perfeita para quem quer conhecer a cultura e a história de Aveiro. Também oferece uma espectacular vista sobre a Ria (canal que atravessa a cidade) e o cais dos Moliceiros (embarcações típicas). Hotel Meliá Ria O Hotel Meliá Ria está localizado no coração da cidade de Aveiro, perto do Lago Ria de Aveiro e junto ao Centro de Congressos de Aveiro. O Meliá Ria é seguramente um dos melhores hotéis de Aveiro e fica localizado ao lado da estação ferroviária, a uma curta distância do centro histórico da cidade, e a 7 km das praias.

Hotel Afonso V O Hotel Afonso V está localizado numa das zonas mais bonitas da cidade de Aveiro, a poucos metros do centro da cidade e da zona histórica, com o seu museu e Catedral.

Hotel Jardim Situado a curta distância do coração da cidade junto ao Hotel Afonso V, próximo do Museu de Santa Joana, Sé Catedral, Centro Cultural e de

CURSO IOSI DA GALILEU 60


À DESCOBERTA DA RIA DE AVEIRO

Congressos, centro comercial Fórum e ainda num curto passeio pode visitar a Universidade de Aveiro. Hotel das Salinas Bem situado, com vista sobre o canal central da cidade, o Hotel das Salinas, no centro de Aveiro, oferece serviços personalizados e um ambiente familiar. Vale a pena explorar Aveiro, com seus canais e barcos.

CONCLUSÃO (Conclusion)

Na descoberta da Ria de Aveiro observámos a sua magnitude e o que ela tem para nos deslumbrar. Os passeios nos moliceiros, as visitas às marinhas, a tradição dos marnotos, os desportos náuticos, entre outras grandezas que esta tem para nos oferecer. Isto proporciona o bem-estar dos habitantes e o prazer aos turistas que nos visitam. E tudo isto é o que faz da nossa cidade um lugar único, cheio de vida e deslumbrante.

CURSO IOSI DA GALILEU 61


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.