Revista O Dirigente Cristão

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O Dirigente Cristão Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul - ADCE Nº 174 - Ano XIX - Outubro/ 2010

Fotos: Wagner Cecatto

Impresso fechado. Pode ser aberto pela ECT.

O selo da campanha de Natal “Acima de tudo Natal é Cristo!” foi tranformado em banner. Por ser ecumênico vem sem assinatura, sem marca. Encomende o banner e exponha em sua empresa, em sua comunidade, distribua aos seus clientes, amigos e parentes. Participe e ajude a divugar a Campanha de Natal.

Comemoração: ADCESerra completa 25 anos de história

Pedidos pelo fones (51)3225.0112, c/ Luiza; 32245011, c/ Dª Vera, com custo de R$30,00 a unidade.


O Dirigente Cristão Órgão Informativo da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul (ADCE-RS) Filiada à ADCE/UNIAPAC/Brasil

Presidente Antonio D’Amico Vice Presidente Antonio Pires Clodoaldo Silveira Assessoria Doutrinária Pe. Federico Juarez - Pastor Carlos Dreher Monsenhor Urbano Zilles Editor In Memoriam Fulvio de Silveira Bastos Renato Cardoso

Sede Centro Arquidiocesano de Pastoral Praça Monsenhor Emílio Lotterman 96, conj 12 Bairro Floresta CEP 90560-050 Porto Alegre/RS Fones (51) 3332.0811 Fax: (51) 3222.8997 e-mail: adcepoa@tca.com.br Conselho Diretor José Antonio Célia (Porto Alegre) Carlos Egídio Lehnen (Porto Alegre) Luceval Delazzeri - Serra (Caxias do Sul) Fátima de Carvalho - Serra (Caxias do Sul) Sergio Ricci - Planalto Médio (Passo Fundo) Ubiratan Oro - Planalto Médio (P. Fundo) Vicente Borin (Santa Maria) Luiz Fernandes da R. Pohlmann (Santa Maria) Gilmar V. Lazzari - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul) Paulo Bohn - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul) Comissões Alecio Ughini - Baptista Celiberto Carlos Egídio Lehnen - Cláudio O. Koehler Francisco Moesch - Gilberto Lehnen José Antonio Célia - José Juarez Pereira Luiz Arthur Giacobbo - Ricardo Jakubowski Rita Campos Daudt - Sergio Kaminski

Edição:

Rua Jerusalém, 415 - CEP 91420-440 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3392.0055 Editor: Carlos Damo Reportagem e Diagramação: Cíntia Machado DRT/RS 14080 conexaocom@plugin.com.br

Orientação Cristã para a Eleição 2010 A ADCE/RS - Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa e o GEELPA – Grupo de Empreendedores Evangélico Luteranos de Porto Alegre convocam aos cidadãos responsáveis da sociedade para que valorizem seu voto, escolhendo e votando em candidatos firmemente comprometidos com a defesa dos princípios éticos e cristãos, de acordo com critérios de escolha e discernimento comprometidos com o Evangelho, como são: 1. O primeiro critério para votar em um candidato é que ele propugne pela defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Que rejeitem veementemente toda forma e de violência, de exploração e mercado de menores, de eutanásia que e de manipulação genética indevida, que se oponham ao aborto busquem superar a “miopia egocêntrica” imperante na sociedade, que impede uma justa distribuição do progresso e da renda a todos os seus membros. 2. O segundo critério é o da defesa da Família na qual a pessoa cresce e se realiza. Devem ser votados aqueles candidatos que incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da família segundo o plano de Deus. Opõem-se, assim, à legalização da prostituição, das drogas e ao tráfico de mulheres e de crianças. 3. O terceiro critério é o da liberdade de Educação, pela qual os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de vida que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela qualidade da escola pública e pela defesa da escola particular, deo fendendo o ensino religioso confessional e plural, de acordo com princípio constitucional da liberdade religiosa. 4. O quarto critério é o princípio da solidariedade, segundo o qual o Estado e as famílias devem ter uma particular atenção preferencial pelos pobres, àqueles que são excluídos e marginalizados. 5. O quinto critério é o princípio de subsidiariedade, ou seja, que haja autonomia e ação direta participativa dos grupos, associa ou ências interfer sem , ções e famílias fazendo o que podem realizar intromissões indevidas do Estado. 6. Enfim, diante de uma situação de agressividade e violência a, generalizados, os candidatos devem, de forma concreta e decidid comprometer-se na construção de uma Cultura da Paz e da Tolerân sua cia. Como entidades cristãs que são, expressam com veemência inconformidade com a violação dos princípios éticos e de dignidade humana. E ética será sempre uma questão de prudência, de bom senso, e de sabedoria. Porto Alegre, 24 de setembro de 2010

Tiragem 3500 exemplares Circulação Bimestral - Distribuição Gratuita

Antônio D’Amico Pres. ADCE/RS

É permitida a reprodução total ou parcial das matérias aqui publicadas, desde que conservada a forma e citados a fonte e o autor. As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.

Tito Livio Goron Pres. GEELPA


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Novas relações de trabalho Ermes Pedrassani fala sobre a necessidade de mudanças na constituição trabalhista

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O ex-ministro Ermes Pedro Pedrassani, presidente do Superior Tribunal do Trabalho (TST) entre 1996 e 1998, fez sua palestra de modo um pouco diferente do convencional quando participou do Papo Amigo ADCE em 15 de setembro. A conversa aconteceu a partir de perguntas elaboradas pelos adeceanos. O tema principal do encontro foi as atuais formas de relações existentes no mercado de trabalho no Brasil. “O Brasil é muito limitado nesse sentido, precisamos flexibilizar as relações de trabalho. Precisamos nos atualizar sempre porque o trabalho se dá na produção e o processo de produção não

é estático, é dinâmico. É graças à flexibilidade das relações que é possível a adaptação às ferramentas modernas”, defende. “Não esperem modificações que possam contribuir positivamente para a legislação trabalhista brasileira” Sobre a legislação trabalhista vigente no país, o ex-ministro concorda com a corrente que a considera ultrapassada e cita o exemplo da União Européia, que está realizando estudos para novas atualizações de sua legislação de trabalho buscando prever, até

mesmo, as necessidades futuras, para daqui a 10, 20 anos. Atualmente é comum que funcionários precisem registrar firma e emitir nota para as empresas às quais trabalham, invés de serem contratados conforme os parâmetros definidos pela CLT. Pedrassani explica que o Congresso Brasileiro já votou lei legitimando esse tipo de procedimento, mas a mesma foi vetada. Sobre a tendência a terceirização, lembra que os dirigentes sindicais são contrários. O ex-ministro aponta ainda outros aspectos deficientes como a grande quantidade de sindicatos trabalhistas existentes que são mantidos pela contribuição sindical e a destinação de recursos do INSS a pessoas que nunca contribuíram com o mesmo. Dessa forma, Pedrassani não vê grandes possibilidades de mudanças positivas na legislação trabalhista. Para ele, mais urgente ainda é a reforma tributária.

Ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ermes Pedrassani


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Jubileu de prata A ADCE-Serra comemorou seus 25 anos de existência em jantar Há duas décadas e meia foi fundada a ADCE-Serra. De aniversário em outubro, a regional organizou uma programação comemorativa para o ano de 2010. O evento principal foi o jantar realizado em 11 de setembro, na

Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. As comemorações tiveram início com uma missa de Ação de Graças, celebrada na igreja do Seminário Nossa Senhora Aparecida. A seguir, os convidados

foram recepcionados no restaurante SICA, na CIC-Caxias. Alguns personagens importantes da história da ADCE receberam homenagens nessa noite: oito religiosos e 31 adeceanos. Dentre eles: Antônio D'Amico,

Fotos: Wagner Cecatto

Abaixo: presidente da ADCE-RS, Antônio D’Amico, recebe homenagem da presidente da ADCE-Serra, Fátima de Carvalho, nos 25 anos da regional. À direita: religiosos são homenageados. À direita, abaixo: adeceanos recebem homenagem no aniversário de 25 anos da ADCE-Serra


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grande incentivador e apoiador da fundação da entidade. A presidente da ADCE-Serra, Fátima de Carvalho, cita como uma das maiores conquistas da regional, a parceria estabelecida entre ADCE e UCS, desde 2008, para oferecer aos universitários e à comunidade em geral a disciplina Empreendedorismo Cristão. “A presença do público abrilhantou o evento e reforçou o reconhecimento aos homenageados”, Fátima de Carvalho

Celebração da Missa de Ação de Graças no Seminário Nossa Senhora Aparecida

Em torno de 300 pessoas compareceram ao evento, que contou com a presença de importantes autoridades, como o prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, o ex-governador do RS, Germano Rigotto, o presidente da ADCERS, Antônio D´Amico e o presidente da ADCE-Passo Fundo, Ubiratan Oro. Frei Aldo Colombo, Diretor Espiritual

Fátima com Germano Rigotto

Olivir Hilário Viezzer, fundador

Fátima de Carvalho com o prefeito José Ivo Sartori e a primeira dama de Caxias do Sul


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Ambiente em equilíbrio A gestão ambiental é uma necessidade do ponto de vista econômico e social

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No estágio em que o desenvolvimento do planeta está, surge a demanda por um gerenciamento do uso dos recursos naturais e da influência da ação humana nos mesmos. O vereador e ExSecretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch, faz um alerta para a necessidade da gestão ambiental como forma de viabilizar o crescimento econômico e a justiça social tanto no setor público, quanto no privado.

Beto Moesch Advogado, ambientalista e vereador, Moesch já ocupou o cargo de Secretário Municipal do Meio Ambiente em Porto Alegre.

Moesch lembra que 70% da água que abastece a população brasileira vêm da Mata Atlântica, entretanto, a maior parte dela foi destruída. No RS restam apenas 7%, o que indica a necessidade de preservação. Um hectare de Mata Atlântica produz mais de um milhão de litros de água por ano. É uma questão de sobrevivência. “Com a gestão ambiental nós temos solução. Sem a gestão ambiental, não”, declara. A gestão ambiental, conforme explica Moesch, não altera a economia, mas agrega. Na área de construção, por exemplo, se invés de os envolvidos deixarem os resíduos jogados no meio ambiente, reciclarem os mesmos, os métodos do trabalho continuarão iguais, mas a reciclagem trará benefícios: empregará mais pessoas e não prejudicará o meio ambiente. Sem gestão De acordo com dados da Universidade de São Paulo (USP), a poluição do ar custa R$ 14,00 por segundo em gastos com saúde e causa a morte de, em média, 31 pessoas acima dos 40 anos, por dia, nas principais capitais brasileiras. O crescimento desordenado das cidades e a falta de planejamento ambiental no desenvolvi-

mento econômico têm causado, nos últimos anos, catástrofes que tiraram a vida de grande número de pessoas. É o caso, por exemplo, dos deslizamentos de terras em Santa Catarina, em 2008 e no Rio de Janeiro, em 2010. “Não há crescimento econômico sem cuidar do meio ambiente e não tem como cuidar do meio ambiente sem crescimento econômico.” Outros acidentes que tiraram vidas e marcaram a história foram o vazamento de gases letais, em Bophal, na Índia, em 1984 e o desabamento de um shopping em Osasco, em 1996. Esse último foi causado pelo gás, proveniente de lixões desativados, acumulado entre o solo e o piso. “Finalmente está se fazendo algo, pois em função das catástrofes, estamos nos dando conta de que o desequilíbrio coloca em risco também o ser humano. A gestão ambiental serve para evitar tudo isso”, alerta Moesch. Com gestão Moesch indica alguns exemplos de resultados da gestão ambiental no RS. Conta que Porto Alegre é a única cidade do país que não tem nenhum passivo


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“Devastamos mais da metade de nosso País pensando que era preciso deixar a natureza para entrar na história: mas eis que esta última, com sua costumeira predileção pela ironia, exigenos agora como passaporte justamente a natureza.” Eduardo Viveiros de Castro, Antropólogo Instituto Socioambiental

com energia elétrica e da venda de material reciclável; também a otimização de energia e a destinação adequada dos resíduos contribuem com o equilíbrio ambiental e, além disso, há o benefício social, pois com essas medidas o salário dos funcionários aumenta. “A gestão ambiental traz lucros, além de beneficiar o ambiente. Os métodos sustentáveis deveriam ser ensinados a sociedade, da mesma forma como temos de aprender a dirigir”, defende. www.sxc.hu

ambiental nos postos de gasolina. Segundo, o vereador, apenas um posto chegou a retirar duas mil toneladas de solo contaminado debaixo de sua estrutura. Em Cachoeirinha encontra-se outro projeto exemplar, o Shopping do Vale. O prédio possui automação do sistema de refrigeração, resfriamento da cobertura e gerenciamento de resíduos. Essas medidas trazem benefício econômico para o empreendimento através de gastos mais baixos


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O bem comum e os tributos José Nosvitz apresenta sua visão do Sistema Tributário a partir do bem comum

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O estado apropria-se da riqueza gerada pela sociedade para viabilizar o bem comum. Essa deveria ser a finalidade da tributação, na visão do professor José Nosvitz. Ele lembra alguns aspectos da boa tributação citados por Adam Smith, o pai da economia, em sua obra clássica, A riqueza das nações, de 1776: justiça, simplicidade e neutralidade. “A busca do bem comum é exatamente isso: justa, quando todos, do mais pobre ao mais rico contribuem em proporção direta ao que tem condições, entretan-

to, hoje não é assim, porque as pessoas mais pobres são proporcionalmente mais tributadas”, coloca. Um sistema mais claro O professor explica que mais de 60% da arrecadação é feita no momento em que um cidadão adquire um bem. Cerca de 40% do preço final de um refrigerador, por exemplo, é tributo. No que diz respeito a remédios, boa parte do valor é composta por impostos também. “Quando o cidadão não tem como comprar remédio, o

estado dá. Bondade? Não precisamos de bondade, precisamos de justiça. Na maior parte dos casos não sabemos quanto do percentual é tributo”, defende Nosvitz. “No momento em que o estado tributa, ele tira de nós a capacidade de escolher o que posso fazer com aquele dinheiro.” A simplicidade num sistema tributário faz com que fique mais fácil e barato para o contribuinte calcular e pagar quanto deve e, José Nosvitz Graduado em direito e em economia, além de mestre, também em economia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Nosvitz atua na Faculdade Salesiana Dom Bosco, onde é Coordenador do Curso de Direito e Professor do Curso de Administração. Leciona também na Faculdade Decision - Fundação Getúlio Vargas, de Porto Alegre. Possui experiência em Direito Econômico. Sua atuação nessa área envolve, principalmente temas como regulação, direito, desenvolvimento e privatização.


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por outro lado, mais fácil para o estado fiscalizar a arrecadação. Um sistema que não é simples implica em mais custos, conforme explica o professor, pois se torna necessário contratar mais gente para administrar a tributação. Segundo Nosvitz, as empresas gastam mais de 2% do faturamento, em média, para manter as obrigações tributárias em dia. “Essa obrigação travestida de bem comum hoje, nesse país, é uma falácia.” “O sistema tributário não deveria influenciar na economia, mas isso acontece. As condições atuais para tributação são causa de fatores como a informalidade e a sonegação, ou seja, o estado

acaba incentivando a ilegalidade”, explica. Por outro lado, os altos percentuais arrecadados também estão ligados a interesses. “Quanto mais dinheiro um governante tiver, mais prestígio ele tem”, lembra Nosvitz, trazendo alguns dados. Em 2009 o estado arrecadou R$ 1,09 trilhões ou 35,02% do PIB. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), aproximadamente 30% do que é arrecadado se “perde” com corrupção, obras inacabadas, entre outros. Como resolver “Falar de reforma tributária é falar de bem comum. Se o estado só quer arrecadar mais e mais, isso precisa ser mudado. Claro que não devemos acabar com os tributos, o estado precisa deles”,

esclarece. O professor lembra que esse é um tema que exige reflexão e debate político. Para Nosvitz, a solução consiste em dois pontos. O primeiro seria estabelecer limites para a carga tributária total. Sugere uma meta de 25% do PIB para médio prazo. Nos países latinoamericanos a média é de 18%, entretanto, no Brasil algumas coisas funcionam melhor do que no restante da América Latina. Uma vez atingida a meta, a segunda medida seria estabelecer uma norma que só permitisse o aumento na carga tributária se esse estivesse vinculado ao crescimento real do país. “Essa norma obrigaria os governos a gerir melhor a coisa pública e se orientar pelos objetivos da sociedade: crescimento e desenvolvimento”, defende.


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A força do empreendedorismo A Girando Sol nasceu com uma pessoa e hoje tem mais de 380 funcionários A empresa de produtos de limpeza Girando Sol teve início de forma casual e inusitada, conforme o seu proprietário, Gilmar José Borscheid, contou aos adeceanos no Papo Amigo. Logo após ficar desempregado em decorrência da falência da empresa de calçados em que trabalhava, Borscheid inspirou-se

em um amaciante caseiro que sua mãe fazia. O cheiro chamou-lhe muito a atenção e a partir daí entrou em contato com profissionais da área de química, com os quais tinha contato na fábrica de calçados e pediu indicação de alguém que pudesse elaborar a fórmula para um amaciante industrial.

Conexão

“Temos o quinto amaciante de roupas mais vendido do Brasil, mesmo atuando apenas na Região Sul”

Valores A forte base familiar marca o negócio e a vida em família. Borscheid conta que passou todos os seus natais em família e que os irmãos sempre trabalharam juntos. A valorização da equipe de trabalho é outra marca forte da empresa, por essa razão, as conquistas atingidas sempre foram comemoradas.

Arquivo Girando Sol

“Comecei fazendo 10 caixinhas de amaciante azul por dia e só voltava para casa quando tinha vendido todos”, conta. Nessa época sua esposa ficou doente e, tendo de conciliar o sustento da família, os cuidados com a mulher e a administração do novo

Galpão onde a empresa iniciou sua história

negócio, pediu ajuda aos parentes para desenvolver o trabalho. Desse auxílio, criou-se um sistema de trabalho com os irmãos: um produzia, outro vendia e ele administrava. O negócio foi aumentando. “Nos transferimos de um pequeno galpão para um prédio maior no centro da cidade. Mais parentes foram entrando no negócio. Ampliamos para SC, PR e exportação. Contratamos por definitivo um responsável químico e passamos a participar de feiras’”, lembra Borscheid. Em 1996, a equipe percebeu a necessidade de profissionalização e realizou um treinamento com o SEBRAE, além de aulas com um professor de economia. “Com a implantação do projeto, abrimos a nossa mente e vimos que não bastava ter vontade. O conhecimento e a informação são tão importantes quanto”, declara. Hoje a empresa já conquistou inúmeros prêmios. No que diz respeito a responsabilidade social, auxilia 29 instituições.


Carta às Comunidades Católicas e Luteranas De 21 a 23 de setembro de 2010, na Casa Matriz das Diaconisas (São Leopoldo, RS), realizamos em conjunto – a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – o Seminário de Estudos “Por uma Eclesiologia Ecumênica”. À luz deste tema central, refletimos sobre: Identidade e mandato das Igrejas; Autocompreensão da Igreja e sua relação com o pluralismo social e religioso; A dimensão ecumênica a serviço da missão de Deus; Eclesiologia ecumênica – Possibilidades e limites. O Seminário foi promovido e coordenado pela Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano. O evento contou com a presença de 30 participantes, entre pastores, padres, bispos, pastores sinodais, um estudante de teologia e uma representante do Movimento dos Focolares. Em clima de estima e oração, partilhamos momentos de fraterna comunhão, conforme o pedido de Jesus ao Pai por todos nós: “Que sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,22-23). Desta graça somos convictos e dela damos testemunho. Nosso empenho pela unidade através do diálogo ecumênico é essencial para nossas Igrejas, sinal de graça e responsabilidade que o próprio Cristo nos confia. Num mundo marcado por divisões e sectarismos, queremos ser instrumentos de reconciliação para os homens e as mulheres de nosso tempo, a começar entre nós mesmos, católicos e luteranos. Cremos que Deus Triúno é fonte e modelo de unidade na diversidade da Igreja, renovando em nós a disposição para o encontro, o diálogo e a mútua edificação. Cremos que o Batismo nos une como membros vivos do Corpo de Cristo. Cremos que o ecumenismo é dimensão constitutiva do ser e agir de nossas Igrejas. Cremos que o ministério na Igreja é, acima de tudo, serviço de reconciliação e comunhão. Neste Seminário constatamos o quanto a Palavra de Deus articula intimamente a unidade da Igreja e a eficácia da evangelização: a unidade é caminho de missão; a missão é caminho de unidade. É “para que o mundo creia” que o Senhor nos chama “a ser um” (cf. Jo 17,21-23). Lado a lado, unidade e missão constituem nossa vocação enquanto Igreja de Cristo. Quanto mais próximos estivermos, mais eficaz será o nosso testemunho: “Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos” (Jo 13,35). Com esta esperança e em fidelidade ao Evangelho, nos colocamos a serviço de todos vocês e os incentivamos a intensificar a convivência, a estima e a cooperação, como católicos e luteranos, irmãs e irmãos no Senhor. Propomos algumas perspectivas que resultaram deste nosso Seminário conjunto: • Fortalecer na convivência das comunidades católicas e luteranas a opção ecumênica que nossas Igrejas assumiram oficialmente. • Aprimorar nossa formação ecumênica, em vista da missão, nos diversos níveis de animação e organização pastoral. • Apoiar os organismos ecumênicos dos quais nossas Igrejas participam, assumindo com mais firmeza os seus projetos. • Favorecer a convivência, o conhecimento mútuo e o testemunho comum da fé entre católicos e luteranos, valorizando a rica história de diálogo de nossas Igrejas. • Incrementar nossa cooperação em projetos comuns, de âmbito nacional, regional e local, como: semana de oração pela unidade dos cristãos, formação de obreiros/agentes de pastoral, cursos bíblicos, semanas teológicas comuns, intercâmbios de professores, espiritualidade, diaconia e outros. Que o Espírito Santo inflame em nós o desejo pela unidade de todos os cristãos em uma só fé, uma só esperança, uma só missão.

Dom Remídio José Bohn Bispo Auxiliar de Porto Alegre

Pastor Sinodal Manfredo Siegle Sínodo Norte Catarinense

Coordenadores da Comissão Bilateral de Diálogo Católico-Luterano



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