Jornal da CUT Plebiscito do Maranhão

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Informativo da Oposição Bancária Cutista do Maranhão Maio de 2011

Nos dias 24, 25 e 26 de maio vote “NÃO” para permanecermos na CUT maio de 2011 • NÃO AO ISOLAMENTO

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Unidade nacional por mais conquistas Roberto Parizotti

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as últimas décadas, os bancários fizeram história. Além de ajudar na redemocratização do Brasil, a categoria garantiu muitas conquistas, que vão além das leis trabalhistas do país e servem de referência para os demais empregados. Mas a atual diretoria do Sindicato dos Bancários do Maranhão quer jogar esta história no lixo e está indo na contramão da luta iniciada há mais de 30 anos. Desde então, a categoria passou a se organizar nacionalmente e, com muita união, hoje é uma das mais fortes do país. Em todo o Brasil, mais de 90% dos sindicatos de bancários estão com a CUT. Mas aqui no Maranhão, a diretoria quer nos isolar. O Sindicato se recusa a participar das negociações com os bancos, preferindo ficar ao largo do pro-

cesso para criticar os avanços e conquistas conseguidos com muita luta pelos bancários. O pior é que quando a CUT conse-

gue algum avanço, a direção do Sindicato corre para assinar o acordo e divulga aos quatro ventos que as conquistas são suas.

Como se vê, fazer discurso é fácil. Difícil é trabalhar com seriedade em prol dos bancários. Por isso nós, da oposição bancária, somos contra a desfiliação do Sindicato da CUT. Não queremos o isolamento. Afinal, os banqueiro negociam com quem tem representatividade. Neste caso, com quem você acha que os patrões vão negociar? Com a Contraf-CUT, que representa mais de 90% dos sindicatos de bancários do país, ou isoladamente com o Sindicato do Maranhão? Você acha que nós podemos correr o risco de ficar à mercê dos banqueiros estenderem ou não para os bancários do Maranhão o acordo fechado nacionalmente com a Contraf-CUT? Nas próximas páginas, você vai conhecer nossos argumentos para manter o Sindicato filiado à CUT.

Não tire o Maranhão do mapa dos bancários

O Maranhão é um importante

polo econômico e político para

ficar isolado do debate nacional dos bancários. Temos muito o

que contribuir nessa luta e não podemos ficar só assistindo,

enquanto 90% dos sindicatos

estão unidos e na linha de fren-

te das negociações, arrancando avanços importantes para toda a categoria.

É em nome desta unidade que quase todos os sindicatos de

bancários do Brasil apoiam a

permanência do Sindicato do Maranhão na CUT. NÃO AO ISOLAMENTO • maio de 2011

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Por que permanecer na CUT

Há 28 anos os trabalhadores brasileiros não tinham praticamente nenhum direito. Não existia aviso prévio, nem 13º salário. Ninguém recebia adicional de 50% de hora extra ou um terço a mais do salário nas férias. A jornada de trabalho era maior (48 horas semanais), a licença-maternidade era bem menor (84 dias) e sequer existia licença-paternidade. Os salários podiam ser reduzidos e os trabalhadores não tinham nem o direito de fazer greve. Essa história começou a mudar quando bancários, metalúrgicos e professores, entre outras categorias, decidiram resistir e enfrentar os militares que mantinham um rígido regime ditatorial no Brasil. Aos poucos, outros trabalhadores juntaram-se a essa luta, que resultou na fundação da CUT, em 28 de agosto de 1983. Hoje, às vésperas de completar 28 anos, a CUT é a maior central sindical da América Latina e a quinta maior do mundo, representando mais de 21 milhões de trabalhadores divididos em cerca de 3.500 sindicatos espalhados por todos os ramos de atividade econômica no país inteiro. Em quase três décadas de luta, foram incontáveis as conquistas que a CUT garantiu para os trabalhadores brasileiros e que ajudaram a tirar da miséria absoluta mais de 25 milhões de pessoas”.

Artur Henrique Presidente da CUT

Boa parte dos direitos que nós, bancários, temos hoje foi arrancada depois da fundação da CUT. Nesses últimos 28 anos, a categoria conseguiu uma Convenção Coletiva nacional, garantiu parte do lucro que ajuda a gerar para os bancos em forma de PLR, consolidou sua jornada de trabalho diferenciada e conquistou muitos outros direitos que serviram de exemplo para os demais trabalhadores, como a cesta-alimentação, o vale-refeição e, mais recentemente, a licença maternidade de 6 meses e o acordo histórico e inédito no país para combater o assédio moral nos bancos. Uma de nossas conquistas mais significativas é ter a garantia de que o mesmo salário e os mesmos benefícios que o bancário ou bancária da Avenida Paulista recebe são pagos àquela ou àquele que trabalha em uma agência do Oiapoque ou de Alto Alegre do Pindaré, aqui no Maranhão. É pouco? Categorias muito bem organizadas como os metalúrgicos, por exemplo, ainda não conseguiram isso. É preciso deixar claro que este plebiscito não é uma reivindicação dos bancários e das bancárias da base do Maranhão, mas da diretoria do Sindicato que integra o PSOL e o PSTU”.

Divulgação

Divulgação

Central Única dos Trabalhadores representa mais de 90% dos bancários do país. Essa unidade nacional já rendeu muitas conquistas. Isolar o Sindicato do Maranhão só interessa aos bancos e aos sindicalistas com interesses políticos e partidários

Carlos Cordeiro Presidente da Contraf-CUT

Estrutura do Sindicato está a serviço do “sim” Você já deve ter notado a diferença entre as campanhas pelo “não” e pelo “sim” no plebiscito. A diretoria do Sindicato está usando a estrutura da entidade para fazer política. Quem ainda não percebeu, basta acessar o site do Sindicato para ver, no destaque principal, um artigo do presidente defendendo a desfiliação da CUT. Além disso, usam o nosso jornal, mala direta e correio eletrônico para defender o “sim”. Ou seja, mesmo que você não concorde com a proposta da diretoria, ela está usando o seu dinheiro para fazer campanha contra a CUT. Nós, que votamos no “não”, só contamos com o nosso engajamento e apoio de bancários e sindicatos que não apoiam a desfiliação. No entanto, sabemos que nos-

sos argumentos são fortes e que fizemos uma opção pela categoria. Afinal, o que está em jogo é nosso futuro, nossos direitos e conquistas.

O PSOL e o PSTU querem desfiliar o Sindicato da CUT. E para onde vamos??? Democracia às avessas – Mesmo tendo perdido a último plebiscito de desfiliação à CUT, há três anos, a diretoria do Sindicato tenta novamente isolar a entidade. Para isso, ignoram a vontade dos bancários e, pior: afrontam a democracia. Isso porque, além de não terem base

para pedir novamente este plebiscito, a assembleia que decidiu pela aprovação da consulta foi feita às escondidas. Essa assembleia foi convocada de última hora e realizada num sábado, 16 de abril. Isto num Sindicato que representa todo o Maranhão, um dos maiores estados do Brasil. Como o bancário do interior poderia participar, a não ser os trazidos pela diretoria? A própria chamada da assembleia já era tendenciosa. Dizia o edital: “Sindicato convoca plebiscito sobre desfiliação da CUT”. Questionados sobre as regras que estariam propondo para a realização do plebiscito, não responderam, assim como não responderam se haveria previsão orçamentária para a realização da consulta e nem quanto custou o plebiscito anterior.

Outra irregularidade é que, embora a convocação fosse dirigida aos associados do Sindicato, pessoas estranhas à nossa base se faziam presentes e usavam da palavra para agredir moralmente bancários e bancárias do Maranhão com a total conivência da direção da entidade. O autoritarismo e desrespeito foram de tal ordem naquela assembleia que sequer os opositores declarassem os votos. Que vergonha.

O que Sindicato negociou isoladamente e conquistou até hoje para os bancários do Maranhão?

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RobeRto PaRizotti

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Cinco motivos para ficarmos na CUT CUT É DISPARADA A MAIOR CENTRAL E A QUE MAIS CRESCE JUNTO AOS TRABALHADORES: ANO

2008

2009

2010

CUT

35,84%

36,79%

38,23%

12,33%

13,10%

13,71%

CTB

5,09%

6,12%

7,55%

UGT

6,29%

7,19%

7,19%

NCST

6,27%

5,47%

6,69%

CGTB

5,02%

5,02%

5,04%

FORÇA SINDICAL

CONLUTAS - Não cumpre os requisitos mínimos de representatividade junto aos trabalhadores exigidos pelo M.T.E

RESPONSABILIDADE PARA NEGOCIAR

Os diretores do Sindicato do Maranhão já foram convidados por diversas vezes para integrar o Comando Nacional dos Bancários, que é responsável pelas negociações com os bancos. Em todas as ocasiões, recusaram o convite e preferiram ficar de fora do processo para criticar os avanços e conquistas conseguidos com muita luta pelos bancários. No entanto, apesar dos discursos raivosos e da oposição radical, os diretores do Sindicato são os primeiros a assinarem os acordos que o Comando Nacional fecha com os bancos.

NÃO É HORA DE AVENTURAS

Fazer discurso é fácil. Difícil é trabalhar com seriedade para ampliar as conquistas dos

bancários. Negociação é um processo que requer sensibilidade para saber quando endurecer para avançar e o momento que se chegou ao limite das discussões. Os sindicatos da CUT têm responsabilidade para não levar a categoria para aventuras que ninguém sabe onde vão parar. Esse é o nosso perfil porque o foco das ações dos sindicatos cutistas é a categoria bancária e não a luta política partidária do PSOL e do PSTU, que por diversas vezes colocaram nossas conquistas em risco.

A CUT TEM HISTÓRIA DE LUTAS

Os bancários conhecem e confiam na CUT, que tem 28 anos de história na luta pela categoria. Por isso mantiveram o Sindicato do Maranhão filiado à Central Única dos Trabalhadores, em plebiscito idêntico realizado três

anos atrás. Os trabalhadores não se deixam enganar por mentiras e confusões que a diretoria do Sindicato do Maranhão tenta fazer. Quem acompanha as negociações coletivas conhece muito bem seus resultados positivos.

MAIS EMPREGO, MELHORES SALÁRIOS

A CUT, além de lutar pela manutenção dos postos de trabalho, apresentou propostas para a geração de milhares de novos empregos e maiores salários. Graças aos sindicatos da CUT, conquistamos nas últimas campanhas salariais a abertura de 15 mil novas vagas no Banco do Brasil e na Caixa. Além disso, nossa luta já garantiu que o ex-presidente Lula enviasse ao Congresso Nacional o pedido de ratificação da Convenção 158 da OIT, que é uma norma existente em outros países e que

garante a manutenção dos empregos. Também conquistamos aumentos salariais acima da inflação nos últimos sete anos, além de melhoramos a nossa PLR e ampliarmos os nossos direitos. Enquanto isso, a diretoria do Sindicato do Maranhão joga para a “plateia”, com muito discurso e nenhuma ação prática.

A CUT TEM PROPOSTAS SÉRIAS

Em épocas como esta, de votação e plebiscito, é comum que dirigentes venham a público para prometer mundos e fundos, como se fosse fácil conseguir dos bancos 100% de reajuste, por exemplo, como promete o presidente do Sindicato em recente artigo publicado no site. As poucas propostas que ele apresenta ou são conquistas que os bancários já conseguiram ou copiaram da pauta de reivindicações da categoria.

Oposição Bancária orienta voto “Não” no plebiscito

Diretores da Fetec Nordeste, Elves de Sena (Itaú Unibanco) e Rosário Braga (Bradesco), e da Contraf, Marcos Vandaí (Bradesco) e Magno Leitão (Itaú Unibanco), votam “Não”, com o apoio do deputado Bira do Pindaré (PT), bancário da Caixa

NÃO AO ISOLAMENTO • maio de 2011

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Nós, bancários, somos reconhecidos nacionalmente como uma das categorias mais fortes e bem organizadas do país. Isto se deve, justamente, pela nossa unidade nacional. Com a CUT, estamos juntos com mais de 90% dos bancários brasileiros que estão filiados à Contraf. A nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro aglutina 105 sindicatos de bancários e 9 federações. Entre eles, todos os grandes sindicatos do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Pernambuco, Piauí, Pará, Paraíba, Ceará, Alagoas, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia. E, dentre as federações, a Fetec Nordeste, que agrega os sindicatos da nossa região. Por isso, nos dias 24, 25 e 26 de maio vote “NÃO” para permanecermos na CUT. A nossa divisão e isolamento só interessam aos bancos e aos sindicalistas que têm interesses políticos e partidários.

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