UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Realizado por:
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
Orientado por:
Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio
Constituição do Júri: Presidente: Orientador: Arguente:
Prof. Doutor Arqt. Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio Prof. Doutor Arqt. Mário João Alves Chaves
Dissertação aprovada em:
14 de Outubro de 2015
Lisboa 2015
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N I V E R S I D A D E
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Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
Lisboa Julho 2015
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Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
Lisboa Julho 2015
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa para a obtenção do grau de Mestre em Arquitectura.
Orientador: Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio
Lisboa Julho 2015
Ficha Técnica Autora Orientador
Ana Cláudia Encarnação de Sousa Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio
Título
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Local
Lisboa
Ano
2015
Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa - Catalogação na Publicação SOUSA, Ana Cláudia Encarnação de, 1989As quintas de recreio do século XVI em Portugal : a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos / Ana Cláudia Encarnação de Sousa ; orientado por Horácio Manuel Pereira Bonifácio. - Lisboa : [s.n.], 2015. - Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. I - BONIFÁCIO, Horácio, 1951LCSH 1. Quintas - Portugal 2. Edifícios rurais - Portugal 3. Quinta da Ribafria (Sintra, Portugal) 4. Quinta da Bacalhoa (Setúbal, Portugal) 5. Quinta das Torres (Setúbal, Portugal) 6. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Teses 7. Teses – Portugal - Lisboa 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Farms - Portugal Farm buildings - Portugal Quinta da Ribafria (Sintra, Portugal) Quinta da Bacalhoa (Setúbal, Portugal) Quinta das Torres (Setúbal, Portugal) Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Dissertations Dissertations, Academic – Portugal - Lisbon
LCC 1. NA8206.P8 S68 2015
AGRADECIMENTOS Pelo acompanhamento desta Dissertação de Mestrado, quero agradecer ao orientador Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio. Aos responsáveis pelas Quintas estudadas que disponibilizaram a entrada nas mesmas e aos organismos públicos e privados a quem recorri, agradeço pela disponibilidade e apoio prestado. Por fim, agradecer a familiares e amigos que incentivaram ao logo deste trabalho.
APRESENTAÇÃO
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
A realização deste trabalho analisa a origem das Quintas de Recreio em Portugal no Século XVI. A relação entre Arquitectura, Espaços Verdes e Recursos Hídricos é apresentada através de três casos de estudo: Quinta da Ribafria (Cabriz, Sintra), Quinta da Bacalhoa (Vila Fresca de Azeitão, Setúbal) e Quinta das Torres (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal). Reflexo do crescimento cultural nacional, a arquitectura e o conceito de paisagem surgem no território português de modo a resolver as necessidades e as ideologias do Homem. Tendo como referências as Villas italianas e a arquitectura nórdica que surgiram no Século XV por toda a Europa, as Quintas de Recreio portuguesas caracterizam-se pelo território que ocupam. Testemunhos arquitectónicos da História e vestígios paisagísticos do Lugar guardam memórias dos proprietários e dos processos de reabilitação, restauro ou abandono, que as Quintas de Recreio em Portugal sofreram, desde a sua construção até à actualidade.
Palavras-chave: Quintas de Recreio, Arquitectura Civil, Renascimento, Maneirismo.
PRESENTATION
The recreational farms in the 16th century in Portugal: the relation between architecture, green spaces and water resources
Ana Cláudia Encarnação de Sousa This work analyzes the origine of Recreational Farms in Portugal, in the 16th century. The relation between Architecture, Green Spaces and Water Resources is presented is presented using three examples as case studies: Quinta da Ribafria (Cabriz, Sintra), Quinta da Bacalhoa (Vila Fresca de Azeitão, Setúbal) e Quinta das Torres (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal). Reflection of national cultural growth, the architecture and the concept of landscape appeared in the portuguese territory in order to address Human needs and ideologies. Taking as reference the italian Villas and nordic architecture, that emerged in the 15th century throughout Europe, the Portuguese Recreational Farms are caracterized by the territory that they occupy. Architectural testimonies of History and landscape traces of the Site, hold memories of its owners and rehabilitation processes, restoration or abandon which Recreational Farms in Portugal suffered from its constructin to our present days. Key words: Recreational Farms, Civil Architecture, Renaissance, Mannerism.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 - Templete da Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. (Ilustração nossa, 2014) ............................................................................................. 41 Ilustração 2 - Serliana do Palácio da Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. (Ilustração nossa, 2015)................................................................................ 43 Ilustração 3 - Localização das Quintas da Bacalhoa e das Torres no Distrito de Setúbal e da Ribafria no Distrito de Lisboa. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) .......... 59 Ilustração 4 - Quinta da Ribafria: localização da Quinta no Distrito de Lisboa, a Norte da Serra de Sintra e do Rio Tejo. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014).................. 64 Ilustração 5 - Quinta da Ribafria: planta do Esquema de Canalização e Rega, Francisco Caldeira Cabral, 1959. (Reis, 2014). ........................................................................... 65 Ilustração 6 - Quinta da Ribafria: ortofotomapa da Quinta com a envolvente florestal. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) ................................................................. 65 Ilustração 7 - Quinta da Ribafria: planta geral da Quinta com a indicação dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ........................................................................ 66 Ilustração 8 - Quinta da Ribafria: entrada principal. (Sintra, 2014) .............................. 67 Ilustração 9 - Quinta da Ribafria: passadiço. (Ilustração nossa, 2012) ........................ 67 Ilustração 10 - Quinta da Ribafria: estrutura do passadiço. (Ilustração nossa, 2012) .. 67 Ilustração 11 - Quinta da Ribafria: ribeira. (Ilustração nossa, 2012) ............................ 67 Ilustração 12 - Quinta da Ribafria: caminho pedonal a Norte do terreno. (Ilustração nossa, 2015) ............................................................................................................... 67 Ilustração 13 - Quinta da Ribafria: entrada secundária. (Ilustração nossa, 2015) ........ 67 Ilustração 14 - Quinta da Ribafria: casa do porteiro. (Ilustração nossa, 2012) ............ 67 Ilustração 15 - Quinta da Ribafria: tanque de água. (Ilustração nossa, 2012) ............. 68 Ilustração 16 - Quinta da Ribafria: estrutura do tanque de água e poço. (Ilustração nossa, 2012) .......................................................................................................................... 68 Ilustração 17 - Quinta da Ribafria: nora do poço de água. (Ilustração nossa, 2012) ... 68 Ilustração 18 - Quinta da Ribafria: caminho do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012) ................................................................................................................................... 68 Ilustração 19 - Quinta da Ribafria: fonte do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012) ... 68 Ilustração 20 - Quinta da Ribafria: perspectiva da fonte do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012) ............................................................................................................... 68 Ilustração 21 - Quinta da Ribafria: muro coroado por merlões prismáticos. (Ilustração nossa, 2012) ............................................................................................................... 69 Ilustração 22 - Quinta da Ribafria: alameda verde vista do terreiro. (Ilustração nossa, 2012) .......................................................................................................................... 69 Ilustração 23 - Quinta da Ribafria: muro a Sul do terreiro de chegada. (Ilustração nossa, 2012) .......................................................................................................................... 69 Ilustração 24 - Quinta da Ribafria: muro a Este do terreiro de chegada. (Ilustração nossa, 2012) .......................................................................................................................... 69
Ilustração 25 - Quinta da Ribafria: fonte manuelina. (Ilustração nossa, 2012) ............. 69 Ilustração 26 - Quinta da Ribafria: planta de coberturas do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................................................................. 71 Ilustração 27 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 72 Ilustração 28 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 72 Ilustração 29 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 73 Ilustração 30 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 73 Ilustração 31 - Quinta da Ribafria: perspectiva do pátio comum aos Corpos A e B. (Caetano, et al., 2005) ................................................................................................ 73 Ilustração 32 - Quinta da Ribafria: perspectiva do lado poente do Corpo A (Zona Nobre). (Caetano, et al., 2005) ................................................................................................ 73 Ilustração 33 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................................................................................. 74 Ilustração 34 - Quinta da Ribafria: baixo-relevo esquerdo (em relação ao altar) da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991) ................................................... 74 Ilustração 35 - Quinta da Ribafria: altar da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991)................................................................................................................. 74 Ilustração 36 - Quinta da Ribafria: baixo-relevo direito (em relação ao altar) da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991) ................................................... 74 Ilustração 37 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo A (Zona Nobre), 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ........................................................................ 75 Ilustração 38 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo B (Zona de Empregados), 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) .............................................................. 75 Ilustração 39 - Quinta da Ribafria: fonte renascentista e entrada da capela do Palácio. (Ilustração nossa, 2012) ............................................................................................. 75 Ilustração 40 - Quinta da Ribafria: interior da capela do Palácio. (Ilustração nossa, 2012) ................................................................................................................................... 75 Ilustração 41 - Quinta da Ribafria: escadaria de canto do Corpo B (Zona de Empregados). (Ilustração nossa, 2012) ...................................................................... 75 Ilustração 42 - Quinta da Ribafria: união dos Corpos A e B. (Ilustração nossa, 2012). 75 Ilustração 43 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 76 Ilustração 44 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 77 Ilustração 45 - Quinta da Ribafria: fachada Norte do Palácio com tanque de água. (Ilustração nossa, 2015) ............................................................................................. 77 Ilustração 46 - Quinta da Ribafria: casa de animais. (Ilustração nossa, 2012) ............ 77 Ilustração 47 - Quinta da Ribafria: jardim de buxo. (Ilustração nossa, 2012) ............... 77
Ilustração 48 - Quinta da Ribafria: estátuas representativas das quatro estações do jardim de buxo. (Ilustração nossa, 2015) .................................................................... 78 Ilustração 49 - Quinta da Ribafria: entrada do pátio que separa o Palácio do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012) ............................................................................................. 78 Ilustração 50 - Quinta da Ribafria: fachada Oeste do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012) ................................................................................................................................... 78 Ilustração 51 - Quinta da Ribafria: fonte do pátio. (Ilustração nossa, 2012) ................ 78 Ilustração 52 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com a Casa do Caseiro, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ........................................................................ 79 Ilustração 53 - Quinta da Ribafria: planta de coberturas do Corpo C. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 79 Ilustração 54 - Quinta da Ribafria: perspectiva do Corpo C. (Ilustração nossa, 2015) . 80 Ilustração 55 - Quinta da Ribafria: perspectiva Sul do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012) ................................................................................................................................... 80 Ilustração 56 - Quinta da Ribafria: casa da caldeira. (Ilustração nossa, 2012) ............ 80 Ilustração 57 - Quinta da Ribafria: cisterna, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991) .. 80 Ilustração 58 - Quinta da Ribafria: cisterna. (Ilustração nossa, 2015) ......................... 80 Ilustração 59 - Quinta da Ribafria: balneários. (Ilustração nossa, 2015) ..................... 81 Ilustração 60 - Quinta da Ribafria: lago. (Ilustração nossa, 2015) ............................... 81 Ilustração 61 - Quinta da Ribafria: campo de ténis. (Ilustração nossa, 2015) .............. 81 Ilustração 62 - Quinta da Ribafria: fachada da capela do Século XVIII. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................................................................... 81 Ilustração 63 - Quinta da Ribafria: altar da capela do Século XVIII. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................................................................... 81 Ilustração 64 - Quinta da Ribafria: levantamento planimétrico, 1959. (Caetano, et al., 2005, p. 79) ................................................................................................................ 83 Ilustração 65 - Quinta da Ribafria: esboço paisagista, Caldeira Cabral, 1959. (Caetano, et al., 2005, p. 79) ....................................................................................................... 83 Ilustração 66 - Quinta da Ribafria: planta geral após a introdução do Corpo C. (Caetano, et al., 2005, p. 79) ....................................................................................................... 84 Ilustração 67 - Quinta da Ribafria: planta geral, a partir de 1993. (Santos, 2012) ....... 84 Ilustração 68 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, cerca de 1542. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) ............................................................................... 85 Ilustração 69 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, depois de Reforma Setecentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) ........................................ 86 Ilustração 70 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, após intervenção tardiooitocentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) ......................................... 86 Ilustração 71 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, após intervenção tardiooitocentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) ......................................... 86 Ilustração 72 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, depois das obras do Conde do Cartaxo. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) .......................................... 86
Ilustração 73 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, depois das obras do Conde do Cartaxo. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005) .......................................... 86 Ilustração 74 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 87 Ilustração 75 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 87 Ilustração 76 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)................................................................................ 88 Ilustração 77 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 88 Ilustração 78 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 88 Ilustração 79 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1988. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 88 Ilustração 80 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)................................................................................ 89 Ilustração 81 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 89 Ilustração 82 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 89 Ilustração 83 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1988. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 89 Ilustração 84 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)................................................................................ 90 Ilustração 85 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 90 Ilustração 86 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 90 Ilustração 87 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)................................................................................ 91 Ilustração 88 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 91 Ilustração 89 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...................................................................................................... 91 Ilustração 90 - Quinta da Ribafria: capela. (Camara, et al., 2005) ............................... 92 Ilustração 91 - Quinta da Ribafria: capela. (Camara, et al., 2005) ............................... 92 Ilustração 92 - Quinta da Ribafria: capela, Joaquim Gonçalves, 2003. (Camara, et al., 2005) .......................................................................................................................... 92 Ilustração 93 - Quinta da Ribafria: balneários. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) 92 Ilustração 94 - Quinta da Ribafria: piscina. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ...... 92 Ilustração 95 - Quinta da Ribafria: campo de ténis. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ................................................................................................................................... 92
Ilustração 96 - Quinta da Ribafria: tanque de água com animais, Paula Noé, 1991. (Camara, et al., 2005) ................................................................................................. 93 Ilustração 97 - Quinta da Ribafria: estátuas representativas das quatro estações do jardim de buxo, Joaquim Gonçalves, 2003. (Camara, et al., 2005) ............................. 93 Ilustração 98 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com as instalações/dependências agrícolas, 1960. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) .............................................. 93 Ilustração 99 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ........................................................................ 94 Ilustração 100 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) .............................................................. 94 Ilustração 101 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com a casa da caldeira, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)............................... 94 Ilustração 102 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ....................................................... 95 Ilustração 103 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 95 Ilustração 104 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 95 Ilustração 105 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ....................................................... 95 Ilustração 106 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 95 Ilustração 107 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 95 Ilustração 108 - Quinta da Ribafria: corte transversal do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 96 Ilustração 109 - Quinta da Ribafria: corte transversal do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 96 Ilustração 110 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 96 Ilustração 111 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012) ............................................. 96 Ilustração 112 - Quinta da Bacalhoa: localização da Quinta no Distrito de Setúbal, a Norte da Serra da Arrábida e do Rio Sado. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) ................................................................................................................................. 102 Ilustração 113 - Quinta da Bacalhoa: ortofotomapa da Quinta com a envolvente agrícola e vinícola. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) .............................................. 103 Ilustração 114 - Quinta da Bacalhoa: planta geral da Quinta com a indicação dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98) ...................................... 104 Ilustração 115 - Quinta da Bacalhoa: planta geral da Quinta com a indicação dos socalcos. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98)...................................... 105 Ilustração 116 - Quinta da Bacalhoa: entrada principal com a entrada secundária ao fundo. (Ilustração nossa, 2015) ................................................................................. 106
Ilustração 117 - Quinta da Bacalhoa: cubelo do Palácio. (Joliet, 2015a) ................... 106 Ilustração 118 - Quinta da Bacalhoa: interior do cubelo do Palácio. (Joliet, 2015a) .. 106 Ilustração 119 - Quinta da Bacalhoa: cubelo da Galeria de Arcadas. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................................................ 106 Ilustração 120 - Quinta da Bacalhoa: planta de coberturas do Palácio, pátio e Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ........................................ 107 Ilustração 121 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal do Palácio, pátio e Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ........................................ 107 Ilustração 122 - Quinta da Bacalhoa: alçado frontal da Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 107 Ilustração 123 - Quinta da Bacalhoa: planta térrea da Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 107 Ilustração 124 - Quinta da Bacalhoa: vão de sacada do andar nobre do Palácio. (Ilustração nossa, 2014) ........................................................................................... 108 Ilustração 125 - Quinta da Bacalhoa: entradas inferior e superior do Palácio. (Ilustração nossa, 2014) ............................................................................................................. 108 Ilustração 126 - Quinta da Bacalhoa: alçado Nascente do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)...................................................................................... 108 Ilustração 127 - Quinta da Bacalhoa: sala de entrada do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007) ........................................................................................................................ 109 Ilustração 128 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007) ................................................................................................................................. 109 Ilustração 129 - Quinta da Bacalhoa: corredor do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007) ................................................................................................................................. 110 Ilustração 130 - Quinta da Bacalhoa: ruínas da antiga Casa de Caça sob o piso térreo do Palácio. (mdt, 2007) ............................................................................................. 110 Ilustração 131 - Quinta da Bacalhoa: sala no piso térreo do Palácio de onde se observam as ruínas da antiga Casa de Caça. (mdt, 2007) ........................................................ 110 Ilustração 132 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................................... 110 Ilustração 133 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................................... 111 Ilustração 134 - Quinta da Bacalhoa: alçado Norte do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)............................................................................................... 112 Ilustração 135 - Quinta da Bacalhoa: vista da Loggia de Lisboa inferior da fachada Norte do Palácio. (Ilustração nossa, 2015) ......................................................................... 112 Ilustração 136 - Quinta da Bacalhoa: alçado Sul do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)............................................................................................... 112 Ilustração 137 - Quinta da Bacalhoa: alçado da empena Sul do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 112 Ilustração 138 - Quinta da Bacalhoa: alçado da empena Oeste do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 113
Ilustração 139 - Quinta da Bacalhoa: alçado Oeste do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)............................................................................................... 113 Ilustração 140 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Douro da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a) ............................................................................................ 113 Ilustração 141 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Mondego da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a) ................................................................................ 113 Ilustração 142 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Nilo da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a) ................................................................................................. 113 Ilustração 143 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Eufrates da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a) ................................................................................ 113 Ilustração 144 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Danúbio da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a) ................................................................................ 113 Ilustração 145 - Quinta da Bacalhoa: jardim de buxo, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal) ................................................................................................................... 114 Ilustração 146 - Quinta da Bacalhoa: enquadramento de um busto de pedra no jardim de buxo, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal) ......................................................... 114 Ilustração 147 - Quinta da Bacalhoa: busto de pedra, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal) ................................................................................................................... 114 Ilustração 148 - Quinta da Bacalhoa: conjunto de medalhões dispostos no passeio entre o Palácio e a Casa de Fresco. (Boléo, 2012) ............................................................ 115 Ilustração 149 - Quinta da Bacalhoa: jardim e fonte exterior ao muro de pedra da Quinta. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................... 116 Ilustração 150 - Quinta da Bacalhoa: alçado frontal da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002) ............................................................................... 116 Ilustração 151 - Quinta da Bacalhoa: corte longitudinal da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002) ............................................................. 117 Ilustração 152 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos das armas dos Albuquerques da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) ........................................................................... 117 Ilustração 153 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Tejo da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) .............................................................................................. 117 Ilustração 154 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos Rapto de Hipodémia da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) ......................................................................................... 118 Ilustração 155 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos Susana e os Velhos da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) .............................................................................................. 118 Ilustração 156 - Quinta da Bacalhoa: localização do painel de azulejos das armas dos Albuquerques na Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) .................................................... 118 Ilustração 157 - Quinta da Bacalhoa: localização do painel de azulejos Susana e os Velhos na Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) ............................................................... 118 Ilustração 158 - Quinta da Bacalhoa: enquadramento da inscrição TEMPERANÇA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) .......................................................... 118 Ilustração 159 - Quinta da Bacalhoa: inscrição IVSTIÇA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) .............................................................................................. 119
Ilustração 160 - Quinta da Bacalhoa: inscrição PRVDEMCIA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) ......................................................................................... 119 Ilustração 161 - Quinta da Bacalhoa: inscrição FORTALEZA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a) ......................................................................................... 119 Ilustração 162 - Quinta da Bacalhoa: planta térrea da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002) ............................................................................... 120 Ilustração 163 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal do torreão e tanque de água da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)......................... 120 Ilustração 164 - Quinta da Bacalhoa: planta de coberturas da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002) ............................................................. 121 Ilustração 165 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal da galeria e tanque de água da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)......................... 121 Ilustração 166 - Quinta da Bacalhoa: muro de fundo do tanque de água. (Ilustração nossa, 2015) ............................................................................................................. 122 Ilustração 167 - Quinta da Bacalhoa: Casa da Índia. (Ilustração nossa, 2014).......... 122 Ilustração 168 - Quinta da Bacalhoa: Casa das Pombas. (Boléo, 2012) ................... 122 Ilustração 169 - Quinta da Bacalhoa: vinha de produção dos Vinhos Bacalhôa e a Igreja de São Simão ao fundo (exterior à Quinta). (Ilustração nossa, 2014) ....................... 123 Ilustração 170 - Quinta da Bacalhoa: vinha de produção dos Vinhos Bacalhôa. (Ilustração nossa, 2014) ........................................................................................... 123 Ilustração 171 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936 (antes). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 127 Ilustração 172 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936 (depois). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 127 Ilustração 173 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936 (antes). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 127 Ilustração 174 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936 (depois). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014) ................................................................ 127 Ilustração 175 - Quinta da Bacalhoa: fachada Nascente do Palácio, Cabrita Henriques, 1949. (Matias, et al., 2002) ....................................................................................... 128 Ilustração 176 - Quinta da Bacalhoa: fachada da Galeria de Arcadas, 1949. (Matias, et al., 2002)................................................................................................................... 128 Ilustração 177 - Quinta da Bacalhoa: Palácio e antigo pomar, 1949. (Matias, et al., 2002) ................................................................................................................................. 128 Ilustração 178 - Quinta da Bacalhoa: Palácio visto da Estrada Nacional 10, 1949. (Matias, et al., 2002) ................................................................................................. 128 Ilustração 179 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013) ....................................................................................... 128 Ilustração 180 - Quinta da Bacalhoa: sala do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013) ....................................................................................................... 128 Ilustração 181 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013) ............................................................................................ 128
Ilustração 182 - Quinta da Bacalhoa: sala de jantar do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013) ....................................................................................... 128 Ilustração 183 - Quinta da Bacalhoa: Palácio, pomar e horta, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) ................................................................................................. 129 Ilustração 184 - Quinta da Bacalhoa: terreno exterior ao muro de pedra da Quinta, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) .......................................................... 129 Ilustração 185 - Quinta da Bacalhoa: empena Poente da Casa de Fresco vandalizada, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) .......................................................... 129 Ilustração 186 - Quinta da Bacalhoa: vão fissurado da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) ......................................................................... 129 Ilustração 187 - Quinta da Bacalhoa: coluna fissurada da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) ......................................................................... 129 Ilustração 188 - Quinta da Bacalhoa: coluna fissurada da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002) ......................................................................... 129 Ilustração 189 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do andar nobre do Palácio. (Leite, 2013) ........................................................................................................................ 129 Ilustração 190 - Quinta da Bacalhoa: salão do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007) 129 Ilustração 191 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007) ................................................................................................................................. 130 Ilustração 192 - Quinta da Bacalhoa: Loggia de Lisboa do andar nobre do Palácio. (Leite, 2013) ........................................................................................................................ 130 Ilustração 193 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007) ................................................................................................................................. 130 Ilustração 194 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007) ................................................................................................................................. 130 Ilustração 195 - Quinta da Bacalhoa: instalação sanitária no cubelo do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007) .................................................................................................. 130 Ilustração 196 - Quinta da Bacalhoa: planta geral do horto de recreio, Século XVI. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 52) ..................................................... 132 Ilustração 197 - Quinta da Bacalhoa: planta geral, até 2000. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98) .......................................................................................... 133 Ilustração 198 - Quinta das Torres: localização da Quinta no Distrito de Setúbal, a Norte da Serra da Arrábida e do Rio Sado. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) ..... 136 Ilustração 199 - Quinta das Torres: ortofotomapa da Quinta com a envolvente agrícola e vinícola. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014) .............................................. 136 Ilustração 200 - Quinta das Torres: planta geral com a indicação (aproximada) dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .............................................. 137 Ilustração 201 - Quinta das Torres: muro envolvente do terreno. (Ilustração nossa, 2014) ................................................................................................................................. 138 Ilustração 202 - Quinta das Torres: entrada principal. (Ilustração nossa, 2014) ........ 138 Ilustração 203 - Quinta das Torres: alameda verde. (Ilustração nossa, 2014) ........... 138 Ilustração 204 - Quinta das Torres: bungalow. (Ilustração nossa, 2015) ................... 139
Ilustração 205 - Quinta das Torres: enquadramento de um painel de azulejos no bungalow. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................... 139 Ilustração 206 - Quinta das Torres: painel de azulejos de bungalow. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................................................ 139 Ilustração 207 - Quinta das Torres: antigas casas de animais. (Ilustração nossa, 2015) ................................................................................................................................. 139 Ilustração 208 - Quinta das Torres: sala de estar do Palácio. (Tripadvisor, 2015) ..... 140 Ilustração 209 - Quinta das Torres: quarto duplo do Palácio. (Tripadvisor, 2015) ..... 140 Ilustração 210 - Quinta das Torres: instalação sanitária do Palácio. (Tripadvisor, 2015) ................................................................................................................................. 140 Ilustração 211 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Carita, et al., 1990, p. 67) ................................................................................... 141 Ilustração 212 - Quinta das Torres: torre vista do terraço. (Tripadvisor, 2015) .......... 141 Ilustração 213 - Quinta das Torres: Palácio revestido por plantas trepadeiras. (Tripadvisor, 2015) .................................................................................................... 141 Ilustração 214 - Quinta das Torres: planta do piso superior do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Carita, et al., 1990, p. 67).......................................................................... 142 Ilustração 215 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .................................................................................................. 142 Ilustração 216 - Quinta das Torres: sala comum do Palácio. (Ramos, 2007c) .......... 143 Ilustração 217 - Quinta das Torres: sala de congressos e reuniões do Palácio. (Ramos, 2007c) ...................................................................................................................... 143 Ilustração 218 - Quinta das Torres: restaurante do Palácio. (Ramos, 2007c) ........... 143 Ilustração 219 - Quinta das Torres: localização do painel de azulejos Fuga de Eneias e o Incêndio de Tróia. (Joliet, 2015b) ........................................................................... 143 Ilustração 220 - Quinta das Torres: painel de azulejos Fuga de Eneias e o Incêndio de Tróia. (Joliet, 2015b) ................................................................................................. 143 Ilustração 221 - Quinta das Torres: painel de azulejos Morte de Dido e a Construção de Cartago. (Joliet, 2015b) ............................................................................................ 143 Ilustração 222 - Quinta das Torres: parte do silhar azulejar representativo de caçadas. (Joliet, 2015b) ........................................................................................................... 144 Ilustração 223 - Quinta das Torres: parte do silhar azulejar Acteón surpreendendo Diana no banho. (Joliet, 2015b) .......................................................................................... 144 Ilustração 224 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .................................................................................................. 144 Ilustração 225 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio (com o tanque de água). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ............................................................. 145 Ilustração 226 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio (com o templete). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ............................................................. 145 Ilustração 227 - Quinta das Torres: zona do tanque de água a Norte do Palácio. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................... 145
Ilustração 228 - Quinta das Torres: tanque de água com o templete ao centro. (Ilustração nossa, 2014) ............................................................................................................. 146 Ilustração 229 - Quinta das Torres: templete. (Ilustração nossa, 2015) .................... 146 Ilustração 230 - Quinta das Torres: painel de azulejos junto ao tanque de água. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................... 146 Ilustração 231 - Quinta das Torres: alçado Oeste do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .................................................................................................. 146 Ilustração 232 - Quinta das Torres: fachada Oeste do Palácio. (Ilustração nossa, 2015) ................................................................................................................................. 146 Ilustração 233 - Quinta das Torres: jardim de buxo visto a partir da escadaria da fachada Oeste do Palácio. (Ilustração nossa, 2015) ............................................................... 147 Ilustração 234 - Quinta das Torres: alçado Sul do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .................................................................................................. 147 Ilustração 235 - Quinta das Torres: corte longitudinal do Palácio e tanque de água (com respectivo alçado Oeste do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ....... 148 Ilustração 236 - Quinta das Torres: corte longitudinal do Palácio e tanque de água (com respectivo alçado Este do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ......... 148 Ilustração 237 - Quinta das Torres: corte transversal do Palácio (com respectivo alçado Sul do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ....................................... 148 Ilustração 238 - Quinta das Torres: corte transversal do Palácio (com respectivo alçado Norte do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) .................................... 149 Ilustração 239 - Quinta das Torres: arcada do antigo tanque de roupa. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................................................................................ 149 Ilustração 240 - Quinta das Torres: antigo tanque de roupa. (Ilustração nossa, 2015) ................................................................................................................................. 149 Ilustração 241 - Quinta das Torres: arcada do bar. (Ilustração nossa, 2015) ............ 149 Ilustração 242 - Quinta das Torres: zona da piscina. (Ilustração nossa, 2015).......... 149 Ilustração 243 - Quinta das Torres: antigo restaurante com a loggia aberta na fachada Norte do Palácio. (Joliet, 2015b) ............................................................................... 150 Ilustração 244 - Quinta das Torres: fachada Este do Palácio, 1987. (Matias, et al., 2003) ................................................................................................................................. 151 Ilustração 245 - Quinta das Torres: fachada Norte do Palácio, 1987. (Matias, et al., 2003) ................................................................................................................................. 151 Ilustração 246 - Quinta das Torres: fachada Norte do Palácio com o tanque água, 1987. (Matias, et al., 2003) ................................................................................................. 151 Ilustração 247 - Quinta das Torres: pomar, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004) ................................................................................................................................. 152 Ilustração 248 - Quinta das Torres: eucaliptal, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004) ........................................................................................................................ 152 Ilustração 249 - Quinta das Torres: pérgula, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004) ................................................................................................................................. 152
Ilustração 250 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio (antes). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ........................................................................................... 152 Ilustração 251 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio (depois). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ........................................................................................... 152 Ilustração 252 - Quinta das Torres: perspectiva ilustrativa do anterior portal do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ............................................................. 153 Ilustração 253 - Quinta das Torres: perspectiva ilustrativa dos anteriores vãos no pátio do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ........................................... 153 Ilustração 254 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio (antes). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003) ............................................................................... 153 Ilustração 255 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio (depois). ([Adaptado a partir de:] Azevedo, 1988, p. 49) ............................................................................ 154
SUMÁRIO 1.
Introdução ........................................................................................................... 25
2.
Quintas de Recreio ............................................................................................. 29 2.1.
Enquadramento Histórico ............................................................................ 30
2.2.
Enquadramento Paisagístico ....................................................................... 36
2.3.
Enquadramento Arquitectónico ................................................................... 39
2.2.1 Depois do período áureo do Manuelino ...................................................... 39 2.2.3 Maneirismo................................................................................................. 42 2.2.6 Arquitectura doméstica das Quintas de Recreio ......................................... 47 3.
Estrutura das Quintas de Recreio ....................................................................... 49 3.1.
Implantação ................................................................................................. 50
3.2.
Espaços Verdes .......................................................................................... 51
3.2.1.
Jardim de Buxo...................................................................................... 51
3.2.2.
Pomar / Horta ........................................................................................ 52
3.2.3.
Mata ...................................................................................................... 53
3.2.4.
Ambiência .............................................................................................. 53
3.3.
3.2.4.1.
Luz ............................................................................................... 53
3.2.4.2.
Aroma .......................................................................................... 54
3.2.4.3.
Sonoridade .................................................................................. 54
3.2.4.4.
Tactilidade ................................................................................... 54
Arquitectura ................................................................................................. 55
3.3.1.
Habitação .............................................................................................. 55
3.3.2.
Arquitecturas de Prazer ......................................................................... 56
3.4.
Recursos Hídricos ....................................................................................... 57
4. Casos de estudo ..................................................................................................... 59 4.1. Quinta da Ribafria ............................................................................................ 60 4.1.1. História ...................................................................................................... 60 4.1.2. Implantação............................................................................................... 63 4.1.3. Descrição .................................................................................................. 66 4.1.4. Evolução ................................................................................................... 81 4.2. Quinta da Bacalhoa.......................................................................................... 97 4.2.1. História ...................................................................................................... 97 4.2.2. Implantação............................................................................................. 101 4.2.3. Descrição ................................................................................................ 105 4.2.4. Evolução ................................................................................................. 124 4.3. Quinta das Torres .......................................................................................... 134 4.3.1. História .................................................................................................... 134
4.3.2. Implantação............................................................................................. 135 4.3.3. Descrição ................................................................................................ 138 4.3.4. Evolução ................................................................................................. 150 5. Conclusão ............................................................................................................. 155 Referências .............................................................................................................. 157 Bibliografia ................................................................................................................ 167 Anexos ..................................................................................................................... 175 Lista de anexos......................................................................................................... 177 Anexo A ................................................................................................................ 179 Anexo B ................................................................................................................ 183 Anexo C ................................................................................................................ 187 Anexo D ................................................................................................................ 193 Anexo E ................................................................................................................ 197 Anexo F ................................................................................................................ 201 Anexo G ................................................................................................................ 205 Anexo H ................................................................................................................ 209
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
1. INTRODUÇÃO Na envolvência de Lisboa a meia légua e a terço da légua, as quintas de recreio ultrapassavam as seiscentas. [...] Ao longo do rio Tejo e no troço entre Lisboa e Santarém, encontram-se quintas de aspecto e situação muito adorável e aprazível. [...] Setúbal, Sintra, Coimbra, Lamego, Aveiro, Tomar e Évora ofereciam a mesma imagem de arredores risonhos, amenos e verdejantes. (Carapinha, 1995a, p. 199)
As Quintas de Recreio em Portugal tiveram um maior impacto no Século XVI. Surgiram nas regiões do Sul – Lisboa e Alentejo –, de modo a renovar os hábitos recreativos dos proprietários que pertenciam à família real ou à alta nobreza portuguesa. A sua construção resulta das mudanças e necessidades da sociedade conjugadas com o poder económico português. Reflexo da época dos Descobrimentos, as Quintas de Recreio portuguesas enaltecem o poderio que senhores e reis detinham. As modificações sociais e económicas que decorreram nos Séculos XIV e XV, fizeram com que os terrenos virgens das Quintas de Recreio passassem para os rendeiros e lavradores. A partir do Século XVI regressaram à posse dos proprietários, maioritariamente nobres e funcionários administrativos, “que investiam grande parte das suas economias na compra de terra, por considerarem que só este tipo de investimento oferecia segurança e conferia prestígio” (Carapinha, 1995a, pp. 195-196). Tendo como referência as Villas italianas, os ideais clássicos aplicados nas Quintas de Recreio em Portugal propagaram-se através do intercâmbio cultural proveniente do contacto entre portugueses, italianos e flamengos ricos, que investiam no comércio marítimo; diplomatas e estudantes das universidades de Itália, França e Flandres que trocavam conhecimentos com académicos; e humanistas1 e artistas do Renascimento e Maneirismo. A riqueza económica e artística que o movimento clássico possuía, proporcionou a criação de importantes Quintas Suburbanas onde predominava o conceito de Vilegiatura. A Quinta da Ribafria (Cabriz), a Quinta da Bacalhoa (Vila Fresca de Azeitão) e a Quinta das Torres (Vila Nogueira de Azeitão), são referenciadas como as mais
Indivíduos pertencentes ao Humanismo Renascentista – movimento intelectual inspirado na Antiguidade Clássica desenvolvido na Europa durante o Renascimento – entre os Séculos XIV e XVI, que valoriza o ser humano e as suas capacidades (Guimarães, et al., 2015). 1
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importantes desta época e, como tal, serão utilizadas neste trabalho como casos de estudo. A importação do Classicismo, mesmo com um impacto modesto na Arte Portuguesa, foi influente na ampliação da visão europeia, estimulando a valorização do Homem e as suas capacidades. É o caso das Quintas de Recreio quinhentistas em Portugal, que ganham importância ao reflectir a vontade de construir o espaço vivencial segundo as condicionantes do terreno. É transmitida para os terrenos a importância do proprietário, através de um programa estruturado, funcional e arquitectónico. Reflectindo a busca de um Lugar para a incrementação das vontades dos proprietários, “os ermitérios dos frades Capuchos nas serras de Sintra e da Arrábida, as quintas [...] de Ribafria, [...] da Bacalhoa, [...] são as que nesse século ganharam maior notoriedade” (Araújo, 1974, p. 7). São marcadas por particularidades culturais específicas de cada época, tanto ao nível social como económico. Nesse sentido, este trabalho propõe o estudo da história da Quinta de Recreio portuguesa do Século XVI. Por conseguinte, este trabalho será desenvolvido em três capítulos. O Primeiro Capítulo será repartido em três sub-capítulos que se complementam entre si: o Enquadramento Histórico, no qual se contextualizam os momentos significativos da História Portuguesa enquanto estrutura basilar do investimento do Homem na Sociedade; o Enquadramento Paisagístico, que permite entender a necessidade e o modo como o Homem usufrui dos espaços verdes exteriores; e por fim, o Enquadramento Arquitectónico, que reúne o conjunto dos movimentos artísticos europeus que influenciaram a construção das Quintas de Recreio em Portugal, bem como as características arquitectónicas das habitações, casas de prazer e outras construções complementares destas quintas. O Segundo Capítulo é direccionado para a relação espacial dos elementos constituintes das Quintas de Recreio portuguesas: a Implantação, refere o sítio e o lugar mais apropriado e característico para a localização da quinta; os Espaços Verdes que ocupam a maior percentagem do terreno, reflectem a sua importância no sustento económico; a Arquitectura, como Habitação ou Casas de Prazer fundamentais para usufruto do proprietário; e, por fim, os Recursos Hídricos provenientes do terreno que para além de sustentarem a produção, fazem a ligação entre o construído e o natural.
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No Terceiro Capítulo, serão apresentados os casos de estudo que melhor retratam as Quintas de Recreio do Século XVI em Portugal: a Quinta da Ribafria em Cabriz (distrito de Sintra), a Quinta da Bacalhoa em Vila Fresca de Azeitão e a Quinta das Torres em Vila Nogueira de Azeitão (ambas no distrito de Setúbal). O desenvolvimento de cada caso de estudo encontra-se repartido em quatro secções distintas: a História da quinta, desde a apropriação do terreno pelos primeiros proprietários até ao uso que cada um deu ao espaço; a Implantação dos diversos constituintes da quinta no terreno; a Descrição da composição, disposição, estado e utilização actual; e a Evolução dos espaços verdes, arquitectónicos e hídricos desde a primeira ocupação até à actualidade. A realização desta Dissertação, para além de reunir informações para o estudo da origem e a consecutiva evolução da Quinta de Recreio em Portugal, tem como finalidade divulgar a perda arquitectónica e paisagística que este património tem sofrido.
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2. QUINTAS DE RECREIO A Quinta “é um troço de paisagem, pertença de alguém que a cuida para produção, para ornamento, ou só para lazer, concentrando em algumas zonas composições de grande qualidade estética que de forma mais diluída, se espalham por toda a propriedade” (Castel-Branco, 2002, p. 15). Por sua vez, a Quinta de Recreio concilia o recreio dos proprietários (descanso físico e psíquico) com a produção agrícola (frutas e produtos hortícolas). Esta conjugação proporciona o contraste entre a vida contemplativa e a vida activa. A diferenciação entre Villas Rústicas e Villas Suburbanas surgiu pela primeira vez através dos romanos. Como refere Amílcar Pires (2013, p. 25), a Villa Rústica é uma quinta agrícola (exclusivamente para produção agrícola) e a Villa Suburbana é uma casa de campo/casa de recreio (desempenho de funções recreativas). Deste modo, as Quintas de Recreio, designadas Quintas Suburbanas, distinguem-se das Quintas Rústicas, essencialmente pela conjugação do factor prazer e do conceito de Vilegiatura. O termo Vilegiatura é utilizado para descrever um “lugar de deleite integrado num contexto rural [...] onde as famílias urbanas mais ricas mantinham casas de campo com uma vocação mista de produção agrícola e de lazer” (Pires, 2013, p. 13). Para desempenho desta finalidade, é importante que o lugar seja apelativo, acolhedor e agradável ao proprietário para a execução de actividades exteriores. Próxima das grandes cidades, a Quinta de Recreio destinava-se a habitação secundária de nobres ou reis que viviam em Casa, Palácio ou Paço Real em Lisboa. Além da proximidade com a cidade, a zona de implantação era escolhida consoante os acessos, terreno, clima, recursos hídricos e a envolvente paisagista. Tendo em conta estes factores, o terreno disponibilizava de um bom ambiente aos proprietários enquanto estes efectuavam actividades ao ar livre (controlo de produções agrícolas, passeios, caçadas, etc.). Era ainda considerado um bom refúgio para a fuga de epidemias citadinas.
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2.1. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO Portugal no Século XVI sofreu uma série de alterações históricas, que acabaram por influenciar a construção das Quintas de Recreio portuguesas. Como protagonistas desta época surgiram os reis: D. Manuel I (1495-1521) – O Venturoso; D. João III (1521-1557) – O Piedoso; D. Sebastião I (1568-1578) – O Desejado; D. Henrique I (1578-1580) – O Casto; D. António I (1580-1580) – O Determinado; D. Filipe I (1581-1598) – O Prudente; e D. Filipe II (1598-1621) – O Pio.2 O facto de Portugal ter tido no seu domínio monarcas distintos com competência e ambição – destacando-se os reis D. Manuel I e D. João III –, contribuíu para um maior desenvolvimento político, social e artístico do país. Para além dos reis, o infante D. Henrique
3
(1394-1460) – O Navegador – foi um dos impulsionadores dos
Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da Matemática e Cosmografia quando estas disciplinas começaram a surgir na Europa. Mais tarde, através do Tratado de Tordesilhas em 14944, Portugal abriu-se ao Mundo pelos mares e tornou-se a maior potência marítima. O governo forte e centralizado que foi depositado nas mãos de D. Manuel I em 1495, encontrava-se preparado para se projectar na política, no mar e nas artes. Tendo em conta o interesse nacional, D. Manuel I manteve-se sempre à parte das lutas que ocorriam com outros países. Nos mares, demonstrou interesse em lançar Portugal e impulsionar um novo Império. Incentivados por este rei, Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia em 1498 e Pedro Álvares Cabral o Caminho Marítimo para Brasil em 1500. Ao nível cultural, durante o reinado de D. Manuel I desenvolveu-se o poder artístico português do Século XVI. A sensata intervenção política do rei, em conjunto com o incentivo pelos Descobrimentos Portugueses, elevou a criatividade artística de Portugal. O monarca “reconheceu o atraso do ensino universitário, mandando promover a reforma da universidade, estabelecendo entre 1500 e 1504 novos planos de estudo e uma nova administração escolar” (Amaral, 2008a). A reformulação dos Estudos Gerais, os novos 2
No interregno da sucessão ao trono português, entre 1557 e 1568, surgiram como regentes D. Catarina de Áustria (entre 1557 e 1562) e D. Henrique I (entre 1562 e 1568) – O Casto. 3 Quinto Filho de D. João I e tio-avô de D. Manuel I (Amaral, 2013). 4 No tratado era estabelecida a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, nomeadamente, as terras descobertas e as por descobrir. Foi traçada uma linha imaginária que demarcava 370 léguas a Oeste das ilhas de Cabo Verde, correspondentes à área pertencente a Portugal. Todas as terras que ficassem além dessa linha seriam espanholas.
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planos e as Bolsas de Estudo, originaram uma época repleta de exuberância e abundância arquitectónica a um nível inatingível anteriormente. O período de procura e descoberta das ligações comerciais com a América, África e Ásia, possibilitou a entrada de produtos específicos de cada continente em Portugal (ouro, prata e especiarias, por exemplo). Com os bens vindos pelo mar, a compra e venda feita por terra acabou por estagnar. Assim, durante um período de tempo, Portugal manteve um maior contacto com os países do Oriente em comparação com a Europa. Pioneiro na exploração europeia e nas inúmeras navegações para o Oriente, fez lucrar e crescer a burguesia comercial e enriquecer a nobreza, permitindo-lhes usufruir de algum tipo de luxo. A riqueza adquirida vai ao encontro da cidade de Lisboa e arredores, onde se construíram diversos palácios. Mercadores e senhores que voltavam de viagens prontos a investir, renovaram os hábitos recreativos da família real e da alta nobreza portuguesa. D. João III, filho de D. Manuel I, foi o herdeiro seguinte do trono português. D. João III, educado por humanistas, deu continuidade à política centralizadora e absolutista que se encontrava implementada. Quando subiu ao trono em Dezembro de 1521, Portugal dominava na Ásia, na Africa e na América, fundara fortalezas na Índia, e até no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo, possuindo também o território vastíssimo do Brasil, que chamou muito a atenção do monarca. (Amaral, 2010a)
Apesar da enorme riqueza portuguesa, o poder económico não era inesgotável e surgiram dificuldades económicas. A orientação à distância de três continentes impossibilitava o monarca de manter a estabilidade. No Oriente, desenvolvia-se resistência e ataques ao monopólio português e, em África, as guarnições esgotavamse. O dispendioso e insustentável envio de homens e armas para o continente africano, provocou o abandono das cidades pelos portugueses. No entanto, no Brasil realizavase “a primeira tentativa de povoamento e valorização daquele território, primeiro com o sistema de capitanias e depois instituindo um governo geral” (Amaral, 2008b). O défice agravou-se e, para além da contenção monetária e recurso a empréstimos estrangeiros, surgiram fomes, epidemias e sismos. Assim, com Portugal debilitado, qualquer tentativa de retorno à progressão ultramarina tornava-se difícil e dispendiosa. Depois de uma “época de gestos espectaculares, e um programa cultural sem precedentes na história do País, esgotaram rapidamente os recursos da Coroa
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portuguesa, drenados já pelas extravagâncias dos herdeiros da época dos Descobrimentos” (Kubler, 2005, p. 29). Apesar das inconstantes políticas ultramarina e interna, e das relações externas decorridas no reinado de D. João III, a cultura portuguesa manteve-se protegida. Como enumera Manuel Amaral (2008b), à “sombra da corte viveram homens como Gil Vicente, Garcia de Resende, Damião de Góis […] Sá de Miranda, Bernadim Ribeiro, André Resende, Diogo de Teive, Pedro Nunes, Camões, João de Castro, João de Ruão e outros ainda”. A Universidade que até ao momento se encontrava em Lisboa foi transferida para Coimbra em 1537, designando-se de Colégio de Artes (Amaral, 2010a). Mais tarde, em 1541, ocorreu uma mudança de atitude em relação ao trabalho e à importância do arquitecto5. Deu-se “um surto editorial sem precedentes que, de um golpe, pôs o País a par do movimento da tratadística arquitectónica que, a partir da Itália, corria pela Europa” (Pereira, 1995, p. 350). Especialistas italianos colocaram a circular manuais e desenhos de qualidade, equivalentes aos dos actuais arquitectos. Com o objectivo de elevar os conhecimentos dos mestres-de-obra portugueses a arquitectos, André de Resende traduziu Alberti e Pedro Nunes “De Architectura Libri Decem”6 de Vitrúvio. D. João III implementou Bolsas de Estudo no estrangeiro e divulgou o ensino por todo o país. Numa atitude nacionalista, fez regressar artistas portugueses que se encontravam fora, beneficiando dos arquitectos e engenheiros militares como Miguel de Arruda (1???-1563) e Afonso Álvares (15??-1580). Manuel Amaral (2010a) refere que terá chamado “a Portugal homens de abalizado merecimento literário e científico, para virem ensinar as boas letras e as ciências na Universidade”. Por outro lado, Paulo Pereira (1995, p. 364) afirma que estes não eram artistas internacionais, apesar de após a morte de D. João III, o país recebeu estrangeiros prestigiados, principalmente, italianos contratados a peso de ouro, apontado como exemplo o engenheiro urbinense Filippo Terzi (1520-1597), contratado em 1576.
5
O próprio D. João III começou a utilizar livros sobre a matéria, a desenhar arquitectura e a seguir o projecto em obra (Pereira, 1995, p. 350). 6 “Dez livros sobre Arquitectura”.
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Por sua vez, os artistas que se encontravam em Portugal foram enviados para fora do país à procura das novas técnicas aplicadas na Europa. É o caso do Bolseiro da Coroa, arquitecto, pintor, iluminista e escritor, Francisco de Holanda (1518-1584). Em adesão ao humanismo, D. João III apoiou os Jesuítas que, simultaneamente, deram entrada
em
Portugal.
Como
refere
Amaral
(2010a),
os
“jesuítas
erigiram
estabelecimentos nas principais cidades do reino, onde logo se encarregaram da instrução da mocidade”. Rivalizando com a Universidade, superiorizaram-se às outras ordens religiosas. Ainda assim, D. João III, religioso, mantinha-se em concordância com a maneira de estar e com o sistema de ensino da Companhia de Jesus7. Implementando em Portugal uma nova ordem cultural e arquitectónica, os Jesuítas transformaram-se numa instituição relevante. George Kubler (2005, p. 81) afirma que “foram os construtores mais prolíferos em Portugal, gozando do favor régio e conseguindo, através das suas políticas educacionais bem sucedidas, o apoio de ricos cidadãos e de nobres influentes em todas as cidades do continente, ilhas e Brasil”. Interviram até 1769, ano em que foi extinguida a Companhia de Jesus. Após a morte de D. João III, sucedeu-lhe D. Sebastião, que em 1557 tinha apenas 3 anos. D. Catarina de Áustria, a sua avó, passou a gerir as responsabilidades que lhe eram atribuídas até 1562, ano em que o Cardeal D. Henrique I foi proclamado o regente seguinte. Em 1559, foi criada a Universidade de Évora. O Cardeal D. Henrique, que tinha sido arcebispo nessa cidade, contribuíu com patrocínio na criação da Universidade de iniciativa Jesuíta. Foi graças a si que se desenvolveu esta instituição. Manuel Amaral (2010b) justifica que a “protecção que dispensou à cultura até 1562 permite considerálo como um príncipe de ideal renascentista”. Quando em 1568 D. Sebastião completou os 14 anos, subiu ao trono português. Tinha como propósito elevar a posição que Portugal detinha anteriormente. Com o objectivo de enriquecer e fortalecer Portugal na Península Ibérica e até mesmo na Europa, aventurou-se na conquista de Marrocos. Contudo, a Batalha de Alcácer Quibir que objectivava marcar o início de uma conquista portuguesa, resultou no término prematuro do reinado português. Travada no Norte de Marrocos, a batalha contra o exército
7
Fundada em 1534 e aprovada em 1540 pelo pontífice Paulo III (Amaral, 2010a).
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marroquino resultou no empobrecimento de Portugal, devido aos resgates dispendiosos para reaver os cativos. Após a derrota portuguesa e o desaparecimento de D. Sebastião na batalha, D. Henrique – regente na menoridade de D. Sebastião –, reinou por um curto período de tempo. D. António I sucedeu-lhe no controlo de Portugal, igualmente por pouco tempo. D. António I participou na Batalha de Alcácer Quibir e, depois de prisioneiro e resgatado, regressou a Lisboa. Após D. ser aclamado rei, as tropas castelhanas entraram em Portugal e, com a força das armas, conquistaram o território português. A falta de recursos e de exército, impossibilitou D. António I de levar o seu reinado até ao fim. Filipe I de Portugal8, tinha empenhado “todos os meios, intrigas e dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal, conseguindo assim chamar para seu lado muitos fidalgos portugueses” (Amaral, 2015a). Após a luta entre Portugal e Espanha e a inimizade entre os vários sucessores ao título, D. Filipe I consagrou-se Rei. A nova monarquia hispano-lusitana era opulentíssima; abrangia na Europa toda a península ibérica, Nápoles, Sicília, Milão, Sardenha e Bélgica actual; na Ásia as feitorias portuguesas da Índia, da Pérsia, da China, da Indochina, e a da Arábia; na África: Angola, Moçambique, Madeira. Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Canárias, toda a América menos algumas das Antilhas, parte dos actuais Estados Unidos e o Canadá, e urnas porções de terrenos na Guiana; na Oceânia tudo o que então havia conhecido e pertencente aos europeus. Nenhuma outra nação ali fora ainda assentar domínio. As Molucas eram a parte mais importante dessas possessões. (Amaral, 2015a)
Encontrando-se o poder espanhol em conflito com outras potências europeias, tentaram derrubar D. Filipe I. Em resposta, este organizou a Armada Invencível em 1588, que tinha como objectivo invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha. Tendo o rei espanhol vantagem numérica, o seu desfecho não foi o esperado. Derrotado pelos navios ingleses, permitiu que a Inglaterra desenvolvesse o poderio naval e colonial. Em Portugal, D. Filipe I fechou os portos aos ingleses em 1589 e aos holandeses em 1591. Impossibilitando a entrada dos estrangeiros para a compra de géneros do Oriente, estes passaram a deslocar-se forçosamente às colónias portuguesas. Mesmo com os desastres históricos, D. Filipe I investiu na cultura portuguesa. Quando tomou posse do trono português em 1581, encontrou em Portugal uma cultura e arquitectura de alta qualidade. Tirou proveito das estruturas do ensino arquitectónico e
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Filipe II de Espanha.
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manteve os melhores arquitectos portugueses no país. Em 1594, criou em Lisboa uma escola designada de Aula de Risco (Dias, 2009). Após o término do reinado de D. Filipe I em 1598, D. Filipe II de Portugal9 subiu ao trono português. Com a ajuda do ministro D. Cristóvão de Moura, tentou favorecer Portugal e harmonizar os reinos ibéricos. Reabriu os portos e, em 1609, assinou tréguas com a Europa. Na Índia, contudo, mantinha-se o nosso domínio, ainda que, a muito custo; os holandeses já tinham tentado tomar-nos as Molucas, Malaca e Moçambique, mas batidos por André Furtado de Mendonça e Estêvão de Ataíde, haviam desistido dessa empresa. Na América também os holandeses ainda não tinham atacado as nossas colónias. (Amaral, 2015b)
A Batalha de Alcácer Quibir em 1578 e a ocupação espanhola em 1580 colocaram o país numa crise grave de 100 anos. As condicionantes históricas decorridas nos 60 anos do domínio espanhol, causaram a estagnação da construção arquitectónica em Portugal. Depois da retomada de Independência em 1640, um terço das propriedades rurais do reino pertenciam à Igreja. Após o Tratado de Paz em 1668, a Igreja apelou aos artistas portugueses a construção e reformulação dos palácios e jardins de recreio. Como demonstração da Independência do país vizinho, as obras arquitectónicas mais relevantes permanecem construídas ao longo da costa portuguesa, desde Lisboa e arredores até Coimbra, contrariamente à fronteira entre Portugal e Espanha.
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D. Filipe III de Espanha.
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2.2. ENQUADRAMENTO PAISAGÍSTICO A procura por novos ideais e concepções ao nível da utilização da paisagem, resultaram na construção das Quintas de Recreio. Sousa Viterbo (1906, p. 5) explica que em “todas as civilizações, quer nas denominadas classicas, quer em outras quaesquer, a jardinagem occupou sempre um logar distincto”, na arte de cultivar a terra para apelar aos sentidos. Nas Quintas de Recreio, os jardins prevalecem como utilização principal do terreno. Paulo Pereira (1995, p. 364) afirma que “as casas são um elemento dos jardins e não vice-versa [...], tal é a importância que adquirem a vegetação, a água, os circuitos de passeio e estágio com conversadeiras embutidas e miradoiros, a decoração de exteriores com grutas e fontes, os tanques, os laranjais [...] e pomares, ou [...] os alegretes ou canteiros altos”. As primeiras Quintas de Recreio portuguesas surgiram acompanhadas de jardins inspirados na Roma Antiga. O surgimento dos espaços exteriores, “em forma de pomares de recreio, […] apresenta características duma ambiência mediterrânica e hábitos recreativos que não se podem reduzir a uma mera influência estética de importação” (Carita, et al., 1990, p. 32). Estética essa, luxuosa e requintada, que aparece como uma representação das Cortes ibéricas. Inicialmente, o Jardim era um pequeno e recatado horto com flores e plantas medicinais e, em alguns casos, permanecia distante da habitação. Decorado por estátuas, fontes, escadarias e terraços para aproveitamento das irregularidades do terreno, é desenhado com régua e compasso numa total simetria geométrica. Na proximidade, o Pomar podia ser percorrido, mostrando o gosto por recintos perfumados de influência islâmica10. Na segunda metade do Século XV, os Jardins de Recreio murados surgiram, por vezes, como um relvado de plantas florais, de buxo e vedação de caniçado. Por sua vez, o Século XVI tornou-se numa escola de aprendizagem na relação entre o Homem e a Paisagem, sendo a sua associação ao Renascimento evidente. A Paisagem
10
Os jardins islâmicos procuravam o relaxamento do visitante através da regularidade das suas formas. Contrariamente aos europeus do Renascimento, os “projetistas muçulmanos de jardins, estavam mais preocupados em conseguir o equilíbrio perfeito entre o homem e a natureza, do que demonstrar sua competência“ (Jardinagem e Paisagismo, 2014). O pátio sombrio era usufruído em tempo quente e seco e as flores e árvores perfumadas eram utilizadas para “suavizar a dureza da linha dos azulejos e a arquitetura do mármore, dando um ar de romantismo para quebrar sua austeridade” (Jardinagem e Paisagismo, 2014).
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com base na literatura antiga ressurgiu “enquadrada pelas sombras frescas, dos pinheiros, dos loureiros e dos ciprestes, pelos prados floridos, pelo murmúrio dos ribeiros, das frescas fontes e pelo canto dos rouxinóis” (Carapinha, 1995a, p. 193). A tradição dos Pomares de Recreio naturalistas mantiveram-se, sendo construídos na proximidade tanques de água, alegretes11 e conversadeiras que permitiam o lazer e o deambulo pelo espaço. Influenciados pelo Humanismo Clássico, na segunda metade do Século XVI, os jardins formais ganharam novos arranjos decorativos através da Técnica da Topiária. Esta técnica possibilita dar às plantas diversas configurações, através do corte. No Século XVII, os jardins portugueses sem eixos estruturantes delineados, desenvolveram uma relação orgânica com o terreno. O Jardim surgiu agregado a uma fachada da habitação, por influência das conhecidas villas italianas. Este espaço verde, rectangular e aberto para a paisagem, manteve as características de horto botânico com espécies exóticas. 12 Eram construídos terraços e muros altos em seu redor, que quebravam a continuidade com a paisagem, proporcionando uma vivência virada para o interior da quinta. O conjunto Casa-Jardim ganhou uma maior notoridade em meados dos Séculos XVII e XVIII. No Norte do país permanecem “os testemunhos mais notórios do desenvolvimento da arte da topiária em buxo, [...] tanto em formas geométricas como noutras de feitio zoomórfico estilizado, em composições plásticas de um efeito surpreendente” (Portugal. Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2014). Grande parte dos jardins murados do Século XVIII, mantinham-se abertos ao exterior através de janelas. A rigidez utilizada nos séculos anteriores, seria substituída por árvores e arbustos com formas naturais. Ilídio Araújo (1974, p. 8) afirma que o “conceito de ordem na composição espacial [...] torna-se menos rígido ou autoritário, tal como o conceito de simetria adquire um sentido mais naturalista e menos geométrico”. Até ao Século XVIII, a dissociação entre os conceitos jardim e paisagem era simplificada. Contudo, foi-se diluíndo, sendo difícil defini-los e distingui-los, devido a 11
Canteiro com flores ou ervas aromáticas (Priberam Informática, 2013a). Contrariamente, nos restantes países europeus predomina a ordem e o formalismo das regras de ouro, com “composições paisagísticas de formas rigorosamente geométricas e rigidamente simétricas em relação a um eixo longitudinal, marcado por um enfiamento de escadas (em Itália), por uma longa alameda (em Inglaterra), ou por um canal ou sucessão linear de «parterres» ou «boulingrines» (em França)” (Araújo, 1974, p. 8). 12
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ambos provocarem no Homem sentimentos e sensações. Em todas as quintas, a vegetação tradicional (espécies de flora mediterrânica ou atlântica) é a mais comum, uma vez que ainda não tinha surgido o favorecimento por espécies exóticas. A adaptação dos espaços exteriores das Quintas de Recreio portuguesas são distintas nas regiões Norte e Sul. No Norte, os jardins adaptaram-se aos terrenos acidentados através de terraços, conferindo dinâmica e vistas panorâmicas sobre a envolvente paisagista. Dotados de latadas13, chafarizes de espaldar alto e escadarias religiosas, davam volume ao espaço, causando rivalidade em monumentalidade com a vegetação densa e de grande porte das matas. Maioritariamente, foi feita a separação entre dois tipos de Jardim: o Jardim de aparato (de Buxo e estatuária), de cariz social, destinado à sua observação exterior; e o Jardim reservado, adaptado à função recreativa dos proprietários. No Sul, os terrenos escolhidos para a implantação do jardim, situavam-se em terrenos elevados e próximos de água – afluentes do Tejo, por exemplo. Com a chegada do Barroco, a interpretação do movimento foi mais orgânica no Norte do país. Tratando-se de uma região com terrenos inclinados, praticamente todas as habitações tinham saídas directas para os jardins. No decorrer do Século XIX, a arte paisagista era mais controlada, destacando-se os jardins de inspiração romântica, sobretudo em Sintra e no Norte do país, onde as condições climáticas eram favoráveis devido à existência das matas, clareiras, riachos e lagos. Por sua vez, a Técnica da Topiária continuava a fazer parte de alguns jardins do Século XX, sendo o seu ex-libris. A Paisagem foi sofrendo alterações formais, quer naturalmente quer por intervenção do Homem. Muitas Quintas de Recreio portuguesas acompanham ao longo do tempo as mudanças paisagistas.
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Estrutura composta por canas ou ripas para amparar plantas trepadeiras (Priberam Informática, 2013b).
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2.3. ENQUADRAMENTO ARQUITECTÓNICO A arte portuguesa do século XVI desdobra-se em três fases essenciais 14 [...]: o prolongamento do Gótico terminal, com ramificações de influência do Norte da Europa, de combinação com formas muçulmanas e depois com elementos renascentistas, corrente que vai ultrapassar os meados do século; o início do Renascimento, que começa por ser tributário de França e de carácter meramente escultórico (introduzido no princípio do reinado de D. Manuel por imaginários oriundos daquele país estabelecidos em Coimbra e que alargam a sua actividade ao Norte e Sul do País (Chanterène, João de Ruão, Hudarte, Bruxel, etc.), e que mais tarde é de inspiração florentina e de acento arquitectónico; este ciclo renascentista é de breve florescimento, subsumido perante a introdução do Maneirismo, generalizado em grande parte através dos Jesuítas. (Silva, 1996, pp. 154-155)
O século quinhentista caracterizou-se por usufruir de um número elevado de arquitectos e de bastante mão-de-obra. O escultor e arquitecto maneirista Diogo de Torralva; o arquitecto galego renascentista João de Castilho (1480-1552), o engenheiro e arquitecto militar português Miguel Arruda (1???-1563) e o arquiteto e escultor biscainho Diogo de Castilho (14??-1574), foram alguns dos mais importantes e reconhecidos artistas que aplicavam na prática os ideais arquitectónicos do Século XVI.
2.2.1 DEPOIS DO PERÍODO ÁUREO DO MANUELINO O estilo Manuelino desenvolveu-se em Portugal até 1521. A partir desta data, a Arquitectura Manuelina desapareceu, sendo que as obras iniciadas durante este movimento artístico foram terminadas ou aumentadas consoante o estilo Clássico. Artistas alemães, ingleses, holandeses e franceses, trabalharam durante a Idade Média em Portugal. Entre eles, os escultores franceses João de Ruão e Nicolau Chanterène (1485-1555) – o último chamado a Portugal pouco antes de 1517. A partir de 1521, foi introduzida no país a influência italiana renascentista. No entanto, segundo George Kubler (2005, p. 32), até “1533-1534 [...] não aparecera uma clara expressão arquitectónica do ressurgimento da Antiguidade Clássica”. Apesar das relações artísticas com Espanha e Itália no Século XVI, a influência nórdica que Portugal sofreu não foi imediatamente quebrada pelos novos gostos dos comerciantes e artistas italianos que surgiram no país.
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Estas três fases são distinguidas por Pais da Silva (1996, p. 154) de um modo abrangente. A separação dos movimentos artísticos por fases, por vezes, é difícil “devido a fenómenos de interpenetração estilística, estagnações e a retrocessos de morfologia decorativa, carência de tábua cronológica e de nomes de autores”.
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A vertente clássica que foi penetrando aos poucos na arquitectura portuguesa, resultou numa época diversificada de imprecisão estilística. Na procura de soluções para os problemas da época, foi surgindo o “apreço pela arte italiana do início do Renascimento e suas revolucionárias propostas, inspiradas pelo humanismo e pela recuperação do «antigo»” (Pereira, 1995, p. 308). Na década de 1520-1530, foi nascendo em Portugal uma mutação no gosto artístico. À exuberância da época manuelina, sucedeu a sobriedade joanina: ressurgiram características arquitectónicas frias e sóbrias em contraste com a riqueza medieval. A transição foi-se manifestando de forma evidente, mas condicionada pelas inspirações francesas, flamengas e hispânicas que permaneciam nas construções portuguesas. Nesta década, a importação dos elementos clássicos era praticada em paralelo com o Gótico Final regional. Sendo possível testemunhar a utilização dos vários processos arquitectónicos em Portugal no Século XVI, é perceptível a pluralidade contraditória à pureza renascentista. Pais da Silva (1996, p. 230) enumera a origem dos seus autores: “ou são artistas estrangeiros; ou são artistas portugueses que se deslocaram a Itália; ou são portugueses que só conhecem Itália; ou são portugueses que só conhecem a arte italiana através de tratados, gravuras, etc., nem sempre de autores italianos; ou são mestres desconhecidos”. Os arquitectos renascentistas procuraram assentar “a sua noção espacial e as suas plantas nas figuras geométricas elementares e procuraram aplicar às suas obras as proporções do corpo humano” (Silva, 1996, pp. 145-146). A composição espacial é devidamente delineada, tentando obter o equilíbrio da obra arquitectónica. Com base nos princípios clássicos, cada peça arquitectónica deveria ser única e relevante, quer em sintonia quer independente da estrutura. Num sentido racional, nenhuma se deveria sobrepor à outra, contribuíndo para um conjunto arquitectónico lógico, estático, simétrico, harmonioso, limitado e sereno. Em Portugal, este movimento foi desenvolvido por artistas patrocinados por príncipes e comerciantes ricos, uma vez que tinham a possibilidade de recolher exemplos e ensinamentos dos livros recebidos de Espanha, França, Itália e Países Baixos. A oferta de informação permitia multiplicar por todo o país os elementos genuinamente clássicos, como frontões, colunas, capitéis, frisos, pilastras e entablamentos.
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As regras de multiplicação das figuras, a igualdade de área entre formas diferentes, a proporcionalidade e suas implicações musicais e cósmicas, a importância simbólica de certos números e dos que deles derivam, criavam uma cultura arquitectónica do Renascimento específica a Portugal, com um gosto bem português por espaços de formas pouco usuais e pelos jogos intrincados de figuras replicadas, equivalentes, homotéticas ou nascidas umas das outras. (Pereira, 1995, p. 351)
Enquanto principal exemplo significativo na arte clássica, que de algum modo influenciou a arquitectura portuguesa renascentista, identifica-se Donato Bramante (1444-1514). O arquitecto e pintor Donato Bramante, manteve-se em contacto com os diversos artistas renascentistas, como o teórico italiano Alberti, por exemplo. O Tempietto de Roma é um dos projectos mais reconhecidos do Renascimento e de Bramante, pelo modo como emprega as ordens clássicas estruturantes em perfeita harmonia matemática. Na decoração arquitectónica da obra “presidia essa mesma matemática distribuição dos motivos, cada um ocupando sua zona sem perturbar a restante superfície” (Silva, 1996, p. 146). Em Portugal, à semelhança do Tempietto, o Templete da Quinta das Torres demonstra a forte inspiração italianizante deste arquitecto.
Ilustração 1 - Templete da Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. (Ilustração nossa, 2014)
Diogo de Torralva (1500-1566) foi um dos arquitectos portugueses que melhor interpretou a arquitectura renascentista, tornando-se reconhecido noutros países. Embora jovem, começou a ganhar sensibilidade à temática da luz-sombra. Como seu sucessor teve António Rodrigues (1520-1590), pertencente à Corte, que depois de uma longa aprendizagem em Itália deu início ao ensino oficial de Arquitectura em 1564.
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2.2.3 MANEIRISMO O curto período do Renascimento em Portugal, deu lentamente entrada ao Maneirismo. Pais da Silva (1996, pp. 137, 139) identifica o Maneirismo como um estilo culminante do Renascimento e como um impulso para o Barroco, caracterizando o espírito maneirista como uma imitação da Antiguidade Clássica e do momento clássico do Renascimento15. Fora de Itália, a utilização de princípios básicos do Maneirismo sem um conhecimento profundo classicista é, por vezes, utilizado de modo pouco seguro, sendo confundido com falta de habilidade. O mesmo acontece com as várias formas artísticas que, apesar de bem diferenciadas, tornam difícil delinear uma cronologia exacta. A sua ordem é variável consoante a área artística, pois este estilo surgiu na transição do final do Renascimento para o início do Barroco. Em Portugal, o Maneirismo revelou-se na década de 1530-1540, principalmente em Lisboa, Évora, Coimbra e Tomar. Assumindo uma postura conservadora, expandiu-se nacionalmente, após o Renascimento de inspiração francesa e do Alto Renascimento de influência florentina, como meio de solucionar as composições em planta e alçado, coberturas e iluminação. A arquitectura portuguesa civil deste estilo artístico caracterizava-se pela sobriedade, com a introdução de fileiras de janelas e decoração mais rica nas fachadas nobres. A arquitectura Maneirista utilizava os elementos arquitectónicos da Antiguidade Clássica com dupla função, estruturando e decorando os edifícios em simultâneo. Este método resultou numa arquitectura com “desconfortante sabor de desproporção, de volumes sem função claramente definida, situados com limites pouco nítidos e sem importância autónoma, de cuja combinação resulta uma noção de espaço fluida” (Silva, 1996, p. 147). Assim, os edifícios maneiristas caracterizam-se por serem dequilibrados, com uma inquietação e dinamismo constantes nas construções. Mais tarde, outra vertente do Maneirismo nasceu em Portugal, através dos primeiros artistas da Companhia de Jesus. O modelo arquitectónico religioso caracterizava-se por, geralmente, ter “planta de forma rectangular, divisão de frontespício em tramos verticais mediante pilastras, fachada muitas vezes de porta única ladeada superiormente por Jorge Pais da Silva (1996, p. 33) utiliza a palavra Maneirismo “para qualificar o fenómeno histórico da reacção anti-renascentista cujas raízes se encontram em Itália aflorando cerca de 1520 e que teve repercussão variável fora da Península”. Define o movimento como anti-clássico, que teve um impacto de alguma intensidade. 15
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poucas aberturas e óculos na empena, um rigorismo rectilíneo acentuado, austera economia decorativa” (Silva, 1996, p. 113). A repetição deste esquema arquitectónico económico em Portugal, surgiu na consequência do término da economia pública e da perda da Independência Portuguesa. Como exemplos de arquitectos maneiristas que de algum modo influenciaram a arquitectura portuguesa temos: Sebastiano Serlio (1475-1554) e Andrea Palladio (15081580). Sebastiano Serlio, a partir de 1537, publicou e divulgou pela Europa um manual que explora até à exaustão a norma clássica. O artista contribuíu para a formação da Ordem Arquitectónica com base nos conceitos classicistas: harmonia, unidade e proporção. Serlio criou e deu nome a uma composição arquitectónica, composta “por uma sequência de intercolúnios em lintel associada a arcadas, em particular a combinação alternada de um vão central em arco maior ladeado por dois segmentos rectos, que constitui a chamada «serliana»” (Pereira, 1995, pp. 351-352). Igualmente, a partir de Serlio nasce a organização dos arcos alternados de modo ritmado, abertos em paredes de planos sobrepostos.
Ilustração 2 - Serliana do Palácio da Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. (Ilustração nossa, 2015)
Também o arquitecto italiano Andrea Palladio utilizava rigorosamente as ordens arquitectónicas clássicas, conferindo-lhes uma escala humana. Foi um arquitecto cujos conhecimentos tiveram grande relevo, quer na teoria quer na prática. O seu estilo arquitectónico foi propagado através do seu tratado Quatro Livros de Arquitectura de 1570. Nos livros, Palladio “escreve acerca das funções práticas dos seus edifícios, como
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pretendia ele simbolizar essas funções, e sobre o modo como fazia a adaptação dos seus projectos ao sítio” (Pires, 2013, p. 47). Nos projectos das Villas italianas que projectou, Palladio demonstrava promiscuidade, através da utilização de formas axiais e geométricas e superfícies brancas. Por sua vez, os pórticos das fachadas principais que desenhou, conseguiam traduzir o estatuto social do proprietário. Elementos palladianos, como a câmara de janelas sobre a loggia, duplo frontão, plateresca16 e pórtico-nártex17 aplicados em Portugal, acrescentavam às fachadas um efeito ilusório. Francisco de Holanda (1517-1585) foi um dos arquitectos que trouxe para Portugal em 1537, testemunhos dos monumentos da Antiguidade Clássica e dos mais modernos. Fundamentalmente teóricos, os textos e maioritariamente desenhos constituíam “a principal peça doutrinária do Maneirismo de raiz italiana em Portugal” (Silva, 1996, p. 25). Por sua vez, o italiano Filippo Terzi (1520-1597) foi convidado por D. Sebastião para vir a Portugal em 1576. Veio como engenheiro do rei, contudo, Terzi apenas iniciou a sua experiência arquitectónica sob o domínio filipino. Em 1580 tornou-se conselheiro real de arquitectura, ensinando os estudos de Arquitectura e Geometria. Uma década depois “foi nomeado «mestre» das obras reais e a sua actividade principal foi constituída por trabalhos de engenharia civil e militar” (Kubler, 2005, p. 101). Arquitecto, administrador, engenheiro militar e professor, Terzi tornou a Arquitectura Portuguesa do Século XVI significativa. O artista deu início a uma segunda fase de arquitectura maneirista que, segundo Pais da Silva (1996, p. 123), foi parcialmente inspirada no modelo jesuíta. Paralelamente ao desenrolar do Renascimento e do Maneirismo em Portugal, desenvolveu-se a Arquitectura Chã. As principais experiências ocorreram na década de 1530-1540, como origem do interesse português pós-medieval, da arquitectura militar e dos movimentos religiosos da Reforma. Esta arquitectura “corresponde à atitude experimental dos arquitectos formados na teoria do Renascimento, que se atreveram a desrespeitar os seus preceitos a fim de obterem uma construção útil e económica”
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Ornamentação semelhante à das peças de ourivesaria (Priberam Informática, 2013c). Os nomes portugueses mais comuns à utilização das fachadas de nártex – galeria coberta transversal à fachada principal da igreja – foram Baltasar Álvares e Diogo Marques Lucas (Kubler, 2005, p. 164). 17
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(Kubler, 2005, p. 197). Distinguiu-se das obras criadas até 1580, pelo uso da pequena escala, dimensões modestas e clareza funcional. Esta arquitectura pura, sóbria e austera, contrastava com a exuberância manuelina, conseguindo “determinar não só a pluralidade das fontes como o seu polimorfismo inicial e as suas diversificadas concretizações” (Correia, 2002, p. 24). Portugal, que se encontrava com poucos recursos económicos para aplicar nas construções arquitectónicas, usufruíu da simplicidade funcional deste tipo de arquitectura. Desenvolveu-se por todo o país, num impulso levado ao extremo, atribuindo ao Estilo Chão características portuguesas. Os arquitectos portugueses sentiam-se “fascinados pelas relações geométrica e volumétrica dos interiores com os exteriores e, por isso, com as possibilidades espaciais da parede em si, como membrana, canal ou passagem, barreira, vedação e, em geral, como um obstáculo ou limite a ser transformado” (Kubler, 2005, p. 30). Posteriormente, o início do Século XVII é marcado por alterações arquitectónicas. Alguns edifícios construídos foram renovados e reconstruídos sob novas influências. A abertura aos novos conceitos tornou indissociável a construção arquitectónica da reforma cultural e religiosa. Contudo, a Arquitectura Portuguesa não teve o mesmo desenvolvimento que nos restantes países europeus18. Sob a influência da união ibérica, foi introduzida em Portugal “uma diferente noção de escala, e o retorno das velhas influências flamengas de grandes tradições na arte nacional, vindas agora, por via espanhola, contrabalançar a genérica e universal influência do maneirismo italiano neste período da História” (Correia, 2002, p. 57). Portugal em 1583, vivia numa época de engenheiros militares nunca antes visto. A entrada de Filipe I, conhecedor de arquitectura, marcou de forma significativa a construção da arquitectura portuguesa. Os pequenos projectos e as obras experimentais eram iniciados e finalizados por portugueses formados por italianos, à semelhança de Filippo Terzi, por exemplo. Contudo, a realização dos projectos dependia do tempo dispendido por Filipe I nas suas obrigações governamentais. A
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O estilo maneirista manteve-se uniforme no Século XVI pela Europa. Espanha tomou uma outra direcção, designando-o de estilo tridentino. Contudo, ambos – Maneirismo e Arte Tridentina – manifestavam os mesmos “aspectos opostos: ornamentação excessiva e simplicidade austera; excesso emocional e disciplina rigorosa; uniformidade e variedade; liberdade e obediência – mas as realidades da tradição regional e as necessidades locais são obscurecidas pela rigidez classificante destas noções de estilo, que procuram transcender simultaneamente o regionalismo e as exigências de cada momento histórico” (Kubler, 2005, p. 82).
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mudança e sobrecarga imposta nos supervisores arquitectónicos, abrandava o ritmo de construção por todo o país, diminuindo significativamente na década de 1620-1630. Não se criaram novos programas e a conclusão dos projectos anteriores prolongaram-se após a Independência Portuguesa. Depois da Independência de Portugal em 1640, foram transmitidos saberes entre artistas, que foram aplicados nas Quintas de Recreio até ao final do Século XVII. Mesmo em edifícios religiosos, a renovação aplicada aproximou-se esteticamente de palácios. As transformações mais correntes, baseavam-se na abertura de loggias, no emolduramento de vãos e na abertura de vãos de sacada e janelas com espaçamento ritmado, que permitiam visualizar do exterior os tectos em abóbada.
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2.2.6 ARQUITECTURA DOMÉSTICA DAS QUINTAS DE RECREIO Em Portugal, a partir do Século XVI, surgiram novos conceitos espaciais na Habitação das Quintas de Recreio. Foi nesta época que as residências mais eruditas se libertaram “duma concepção fechada sobre si próprias, herdada na Idade Média, e passam a abrirse para o exterior e a procurar uma relação intencional sobre a Natureza” (Pires, 2013, p. 264). Se era constante a estrutura medieval, com a introdução das torres nas residências – como na Quinta da Ribafria, por exemplo –, rapidamente se perdeu esta característica de defesa. Os vãos das fachadas aumentaram em número e dimensão e as varandas e loggias ganharam importância, permitindo a vivência e a comunicação visual interior-exterior. Segundo Amílcar Pires (2013, p. 264), as Quintas da Bacalhoa e das Torres foram os primeiros exemplos conhecidos. George Kubler (2005, pp. 190-192), descreve como a Habitação se manifesta na arquitectura renascentista doméstica portuguesa: A fenestração do andar nobre em severas molduras toscanas austeras, as agulhas nos cantos [...] e o jardim cercado por alas avant-corps tornaram-se todos, mais tarde, padrões para as grandes casas de cidade e de campo, no período da Restauração, sendo imitados numa escala inferior na Quinta das Torres em Azeitão [...], antes de 1600 [...]. [...] Os tectos portugueses em caixotão de madeira descendem provavelmente de duas linhas de desenvolvimento arquitectónico: por um lado, cumpre a função de efeito abobadado em grandes quartos; por outro, provém do artesoado mourisco com padrões geométricos de traves cruzadas a intervalos, mas perdendo essas traves com a adaptação do tipo a pequenas câmaras domésticas. [...] No uso doméstico, todavia, as janelas eram muito utilmente abertas na parede ao nível da vista e arrancavam do chão quando o acesso a varandas exteriores era importante. Em quartos grandes e altos, os tectos em caixotão correspondem, consequentemente, no alçado exterior às faixas lisas entre as vergas das janelas e ou o nível do soalho do próximo piso ou as goteiras do telhado [...]. Tais zonas contínuas eram por vezes invadidas por janelas de bandeiras, ou por falsas bandeiras [...]. Mas geralmente a zona contínua de fachada entre a janela e a cornija tornou-se uma expressão exterior da altura das salas de dentro e, por conseguinte, da grandiosidade da casa, em que as salas importantes são caracterizadas por paredes altas acima das janelas e os quartos menores têm zonas mais baixas sobre as janelas, de modo que as fachadas de «olhar altaneiro» e as de «olhar cabisbaixo» reflectem a importância da casa.
No Século XVII, voltou-se a recuperar a identidade nacional da casa nobre particular. A estruturação arquitectónica da habitação da Quinta de Recreio surgiu com planta em U. Apenas a um número restrito de casas senhoriais eram aplicadas esta planta de origem francesa, acompanhada da sobriedade livre de ornamentos. Geralmente, a Habitação
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caracterizava-se por ter dois pisos, uma estrutura horizontal, uma longa fila de janelas e vãos de sacada, pilastras na extremidade da fachada, um telhado tradicional com telha, o interior pouco mobilado e o azulejo como decoração indispensável. Os modelos italianos (villas, pórtico serliano, loggias, etc.) eram cada vez mais e, principalmente nesta altura, interpretados segundo o gosto português. A definição da casa portuguesa e o novo tipo de decoração, marcou o Século XVII como um período de charneira na constituição das habitações das Quintas de Recreio portuguesas. Em planta, a composição habitacional mais característica é em L – existindo outras mais complexas –, frequentemente articulada em torno de um pátio característico da intimidade familiar. Até ao Século XVIII não era comum atribuir uma função a cada divisão da habitação. Um compartimento poderia ter vários usos até que, gradualmente, os espaços interiores começaram a ganhar uma especificação. É o caso da Casa de Jantar que, neste século, se implementou na habitação doméstica. O mesmo aconteceu com os corredores que seriam inexistentes até ao Século XVIII. Os corredores de serviço – em torno de pátios e ligados à cozinha, capela e pequenos quartos – eram pequenos, ganhando dimensão a partir desta altura. Até à data, são poucas as Quintas de Recreio existentes segundo o estilo original da época. Mudanças arquitectónicas como as anteriormente referidas testemunham a evolução dos edifícios nestas quintas.
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3. ESTRUTURA DAS QUINTAS DE RECREIO As Quintas de Recreio são constituídas, quer por elementos naturais, como o Jardim de Buxo, Horta/Pomar e Mata, quer de intervenção humana, como a Habitação e as Casas de Prazer. Em Portugal, a organização ordenada e desenhada destes espaços, resulta num terreno com características contemporâneas, que concilia o ócio e o negócio. Como só muito raramente a função recreativa constitui a determinante exclusiva do ordenamento de grandes espaços particulares, na maior parte dos casos eram os campos de cultura arvense, os prados, as matas, os pomares, tal como os hortos com as suas fontes e tanques de rega, as servidões carrais e acessos às folhas de cultivo, os estábulos e pombais, armações de vinha e outro equipamento, em que eram dispostos e concebidos por forma a obter-se, de par com a produção de bens de consumo, um ambiente repousante para o espírito, pela via de uma composição paisagística daqueles elementos (devidamente tratados) em um conjunto de agradável encanto para a vista e para os outros sentidos. (Araújo, 1974, p. 9)
O conjunto é apreciado pelo local de implantação, arquitectura, recursos hídricos, exploração agrícola e ambiente bucólico onde luz, aroma, sonoridade e tactilidade são importantes. A relação espacial, visual e vivencial que mantêm entre si são fundamentais para que as Quintas de Recreio possam desempenhar a sua função.
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3.1. IMPLANTAÇÃO A principal preocupação da Arquitectura é o sítio onde construir o espaço vivencial. A essência do sítio e as diversas relações, são fundamentais para garantir o fluir e o habitar do Homem. Para a construção da Quinta de Recreio era escolhido o sítio com uma topografia composta por “superfícies mais ou menos inclinadas, côncavas ou convexas e estruturada por linhas de água ou linhas de festo” (Pires, 2013, p. 320). O surgimento da luz solar em determinados pontos e a relação com as vistas, transformam a localização do espaço habitacional num ponto estratégico que contribui para o domínio humano. Para a relação entre o Lugar e a Arquitectura é importante a existência de linhas de acesso entre os espaços. Na ausência de boas vias de acesso, no interior das quintas foram criados caminhos que acompanham a topografia do terreno. De modo seguro, os caminhos não geométricos mas respeitadores das condicionantes do terreno, fazem a ligação dos pontos mais importantes da quinta. Ordenam as direcções a ter em conta, sendo possível percorrer os espaços naturais ou construídos em destaque. Nas Quintas de Recreio de grandes dimensões é possível encontrar vários tipos de caminhos: principais e secundários; curtos e longos; vias pedonais e de veículos. As Quintas de Recreio, que têm como suporte económico as culturas agrícolas, encontram-se implantadas em terrenos férteis, com bons recursos hídricos e junto a boas vias de comunicação. A proximidade à cidade, para além de proporcionar a vivência de Vilegiatura, facilita a exportação dos produtos. Para a implantação deste tipo de quintas, é tido primeiramente em conta os recursos naturais do terreno; em seguida, as relações de centralidade, proximidade e continuidade entre os vários espaços; e, por fim, as formas e dimensões dos mesmos. Através de esquemas de organização, a centralidade da quinta coloca o proprietário centrado na apreensão do espaço. O esquema de organização espacial utilizado define a classificação e hierarquia das várias zonas. Estas variam entre pontos de chegada, permanência ou partida, obtendo relações de proximidade, centralidade ou encerramento.
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3.2. ESPAÇOS VERDES Jardim de Buxo, Pomar/Horta e Mata são os elementos verdes que ocupam a maior percentagem do terreno das Quintas de Recreio. Organizados intramuros, “não são exclusivos do jardim Português, […] estavam também presentes nas “Villas” renascentistas” (Pires, 2013, p. 276). Tal como o quadro cultural renascentista, o conjunto português é composto por árvores de grande dimensão, árvores frutíferas, ervas e flores. O Jardim de Buxo tem como funcionalidade receber o visitante ou ser o cenário exterior de festas esporádicas. As zonas de produção, principalmente o Pomar, são utilizadas para a fruição e vivência do exterior da quinta. A Mata é utilizada como elemento regulador da temperatura dos elementos anteriores. Em comum, reflectem a necessidade do utilizador permanecer rodeado e em contacto directo com a Natureza. Os caminhos são os elos de ligação entre os espaços verdes. Não se afirmando como elementos principais no traçado geral da quinta, os caminhos nascem de modo prático, relacionando a acessibilidade com as zonas produtivas, os sistemas de rega e os muros de suporte. Associados aos percursos definidos pelos caminhos, os alegretes, bancos, pérgulas, caramanchões 19 e casas de prazer, expressam o modo como o jardim é desfrutado. Estes elementos encontram-se dispostos no terreno, com o objectivo de causar sensações de experimentação e descoberta.
3.2.1. JARDIM DE BUXO O Jardim de Buxo representa-se como uma zona verdejante cheia de frescura, necessária para os verões secos e quentes. Trata-se de um espaço íntimo que, primeiro é usufruído no seu interior e só depois admirado fora dele. Projectado para o convívio humano, as plantas, água e estatuária são organizadas segundo regras geométricas. Individualizado, implanta-se em terreno plano, maioritariamente fechado e cercado por muros ou sebes. Determinado em função da habitação e da vida doméstica, o Jardim de Buxo usufrui de varandas ou loggias viradas para si. Adjacente e em plena articulação com os imponentes edifícios, torna-se um regulador espacial e o prolongamento da habitação; os eixos das fachadas do edifício definem a simetria e o
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Construção revestida com plantas trepadeiras, formando cobertura (Porto Editora, 2015a).
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desenho do jardim. O interior estruturado numa retícula ortogonal verde, para além de separar as diversas plantações, organiza os arruamentos a serem percorridos pelo proprietário ou visitante. Para além de ser regradamente geométrico em planta, quadrada ou rectangular, a Técnica da Topiária demonstra o domínio do Homem sobre a Natureza. Através da técnica aplicada, a matéria verde “adquire a sua expressão e estética particular alternando entre uma atitude escultórica na utilização de formas recortadas, e uma atitude mais arquitectónica de compartimentar e estruturar os espaços exteriores” (Carita, et al., 1990, p. 18). Os elementos verdes utilizados são escolhidos consoante a cor, aroma, flor, folha e fruto, transformando o jardim num espaço sensitivo. O Jardim de Buxo português revela a “proximidade dos modelos arquitectónicos clássicos, a reabilitação dos códigos normativos da antiguidade, realizada por Alberti e outros tratadistas, e o carácter predominantemente lúdico” (Carapinha, 1995a, p. 209).
3.2.2. POMAR / HORTA Os espaços de cultivo agrícola e de frutos são a base do sustento económico da quinta. Embora adjacentes, enquanto a Horta20 se define pelo sistema de caminhos abertos num plano formal cromático e aromático, o Pomar 21 é definido pelo seu módulo de plantação fechada. As laranjeiras são as principais árvores de fruto utilizadas no Pomar português. Este tipo de plantação em grandes quantidades tem “um significado mítico e sagrado, como símbolo de árvore do paraíso e eleita no jardim islâmico como um dos seus elementos fundamentais” (Carita, et al., 1990, p. 27). Tanto o Pomar como a Horta situam-se virados para Nascente. Implantam-se em declives suaves, próximos da habitação e de importantes pontos de água. Para fácil
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Constituída por hortaliças, ervas aromáticas cheirosas, flores, etc. (Carapinha, 1995a, p. 272). Constituído por cidreiras, laranjeiras, limeiras, limoeiros, entre outros. Sempre que as condições edafoclimáticas do lugar permitam, poderão ainda existir “ciprestes, romanzeiras, cerejeiras, ameixeiras, amendoeiras, pessegueiros, alpercheiros, macieiras, marmeleiros, pereiras, aveleiras, nespereiras e figueiras” (Carapinha, 1995a, pp. 275-276). 21
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cultivo, rega e colheita de produtos agrícolas, é necessário que o terreno seja nivelado através de socalcos22.
3.2.3. MATA A vegetação densa e vasta da Mata é composta por árvores e arbustos, dispostos de um modo natural. Livre de intervenção humana, situa-se em zonas de grande declive do terreno, mantendo intactas as características funcionais e estéticas. Autónoma, para além de filtrar água e impedir erosões, funciona como uma barreira protectora das chuvas e ventos dos restantes espaços verdes. É atenuadora do clima, sendo fundamental para a protecção climática, tanto da produção agrícola como dos espaços recreativos. Além das características anteriores, os constituintes da Mata fornecem ainda madeira para a construção arquitectónica, lenha como fonte energética, carvõesvegetais e produção de adubos vegetais.
3.2.4. AMBIÊNCIA Toda a estrutura verde da Quinta de Recreio – Jardim de Buxo, Pomar/Horta e Mata – organiza-se de modo a obter uma percepção visual e olfativa, apelativa e calma. Carapinha (1995a, p. 65), enumera como elementos importantes na ambiência e vivência dos espaços exteriores a luz, sonoridade, aroma e tactilidade. São indirectamente legíveis, sendo os factores tempo e espaço importantes para a sua percepção. A mesma explica que estes elementos “não se compreendem num momento fugaz, num instante, como a estrutura, o elenco vegetal, a côr e a dimensão. Só se atingem pela vivência do espaço. São emanações do próprio espaço, que os nossos sentidos captam”. 3.2.4.1. LUZ A luz (luminosidade e coloração do ar) proporciona o contraste claro-escuro através da luz-sombra, quer das superfícies rectilíneas das construções arquitectónicas, quer das superfícies sinuosas dos espaços verdes. Através da luz, tornam-se perceptíveis os vários planos e texturas e distinguem-se as várias zonas, que se vão transformando consoante a hora do dia. A luminosidade causa diversos resultados nos espaços verdes,
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Terreno mais ou menos nivelado (Porto Editora, 2015b).
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visto que todos eles contêm características diferentes. Na Horta apenas existe sombra quando o céu o permite, enquanto que as copas do Pomar tornam-se num obstáculo para a penetração dos raios solares. O reflexo da sombra proporciona uma inconstante mutação temporal, originada pela vibração do vento nos espaços verdes, contrariamente às construções arquitectónicas. Através do contraste claro-escuro e sombra-luz, são unidos e reconhecidos os espaços de passagem/estar e os espaços abertos/fechados. 3.2.4.2. AROMA O aroma transportado pelo ar, dá a conhecer as fragrâncias dos diversos espaços. Os odores estendem-se às árvores, flores ou plantas23, assim como à terra molhada ou vegetação cortada. A libertação do aroma, que varia consoante a altura do dia e das estações do ano, transforma os espaços exteriores em zonas alegres e misteriosas. 3.2.4.3. SONORIDADE A sonoridade da paisagem e de quem a usufrui, refere-se à importância do “murmúrio do vento, das ramagens, da água em movimento, os gorgeios dos pássaros […] o zumbido dos insectos, as vozes, [...] melodias naturais, às quais se associam os sons quase rítmicos, monocórdicos, dos engenheiros hidráulicos” (Carapinha, 1995a, pp. 7071). Através da sonoridade, é perceptível a aproximação aos diferentes espaços, antecedendo o conteúdo do que não é visível. 3.2.4.4. TACTILIDADE A tactilidade do espaço sustenta-se na percepção epidérmica. A temperatura, a aragem e a humidade são presença assídua durante todo o ano, nos lugares com melhor exposição solar e recursos hídricos. As hortas e os pomares são protegidos dos ventos frios do Norte, através do solo molhado ou da humidade no ar, que para além de amenizar o espaço, garante uma boa produção agrícola.
Como enumera Aurora Carapinha (1995a, p. 68) “marmeleiros, laranjeiras, limoeiros, cidreiras, frutos vários, aipo, hortelã, poejos, tomilho, alfazemas, jasmim, rosas, murtas, loureiros e muitas outras espécies vegetais [...] produtoras de aromas”. 23
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3.3. ARQUITECTURA A Habitação e as Casas de Prazer são as construções arquitectónicas mais importantes das Quintas de Recreio portuguesas. Apesar da existência de outras instalações (de lavoura, criados, animais, fabrico, etc.), são estas que surgem como ponto de partida para o desenvolvimento espacial das Quintas de Recreio.
3.3.1. HABITAÇÃO A Habitação do proprietário possui um programa e uma arquitectura própria. A construção do edifício a habitar é concíliada com a produção agrícola e a residência dos trabalhadores. A casa é comum ser o centro da quinta, uma vez que torna possível visualizar todos os espaços envolventes; vãos espalhados pelos pisos da habitação permitem a visão geral do terreno e da sua envolvência. Os espaços estruturantes da Habitação compreendem-se entre “o Pátio de Entrada (Pátio de Honra) ou Terreiro, a Capela e, no interior da casa, a Sala de Entrada (ou “Casa de Fora”) e a Cozinha” (Pires, 2013, p. 270). Ao espaços complementares são as “salas com carácter mais ou menos representativo, corredores eventuais, quartos, câmaras e ante-câmaras nas casas mais eruditas” (Pires, 2013, p. 270). O Pátio de Entrada serve de recepção ao visitante. Enquadrado na geometria da habitação, varia de dimensão consoante a afirmação social. Em alguns casos, a habitação dispõe de dois pátios de entrada, sendo o segundo de serviço, resultado do aumento do espaço habitacional ou mudança das entradas nas fachadas. Noutros é inexistente, utilizando um terreiro ou adro murado com um portão de acesso que desempenha a mesma função. O espaço de culto (Capela ou pequena Igreja) introduzido na volumetria da habitação, por vezes, é considerado o elemento central do conjunto. A verticalidade do espaço de culto, em conjunto com a zona do terreiro ou adro, manifestam através do eixo da sua composição, a relação interior-exterior e sagrado-profano. Em diversas situações, o espaço sagrado é aberto à população, dada a sua proximidade à estrada pública ou caminho privado preparado para essa finalidade. A Sala de Entrada expressa o estatuto socioeconómico do proprietário. A dimensão da área e as expressões decorativas e formais, em relação aos restantes espaços, revelam
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quem habita a propriedade. Trata-se do primeiro espaço nobre acessível, em que a função de receber se sobrepõe à de estar. A Cozinha, próxima ou integrada no edifício habitacional, trata-se de um espaço importante que varia de dimensão consoante a importância da habitação. Situa-se geralmente no piso térreo, junto às escadas principais e secundárias. Caracteriza-se pelos “tectos em abóbada de canhão ou de arestas, quando incluída no volume principal da casa, ou sem grande expressão formal com cobertura assente sobre estrutura de madeira, quando lhe é anexa” (Pires, 2013, p. 274). A restante Habitação é composta por inúmeras salas amplas, revestidas por painéis de azulejos de várias épocas e tectos de estuque que ilustram os temas do quotidiano. A quase inexistência de corredores, possibilita a transição entre as divisões quase directa. Como sinal de separação dos pisos e respectivos utilizadores, normalmente são utilizadas escadas cenográficas exteriores de duplos lanços. Os pisos inferiores são destinados à zona de serviço e criados, os pisos superiores à zona nobre (habitação do proprietário). A implantação da habitação organiza os restantes espaços da quinta. A partir do seu desenho, são definidos os caminhos, que articulam os outros espaços arquitectónicos com os espaços verdes.
3.3.2. ARQUITECTURAS DE PRAZER Casas, pavilhões, cascatas e casas de fresco são estruturas que se associam tanto ao lazer como ao repouso do proprietário, pela arquitectura e disposição no espaço. Através das Casas de Prazer, não só se contempla a natureza envolvente, como se usufrui do espaço como abrigo do sol, chuva e vento. Relacionam-se directamente com os espaços verdes e de contenção de água, encontrando-se próximas das hortas e pomares, tanques ou espelhos de água, de modo a assimilar as brisas frescas resultantes dos mesmos. Elementos decorativos como as conversadeiras e os alegretes, dispostos ao longo dos jardins e casas de prazer, aliam o carácter funcional ao carácter lúdico. Para além de permitirem o descanso de quem os utiliza, permitem a visão de todos os espaços envolventes.
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3.4. RECURSOS HÍDRICOS A água, indispensável à produção e ao recreio, é o grande elemento ordenador e unificador, converte-se na essência viva e dinâmica do jardim português e é o seu principal meio de expressão. É ela que vai elegendo certas zonas da quinta, construindo locais particulares, diluindo simetrias, definindo espaços autónomos e independentes que valem por si. (Pires, 2013, p. 279)
A Quinta de Recreio é implantada de forma a beneficiar dos Recursos Hídricos do terreno (ribeira, rio, etc.). Assumindo-se como elemento regrador do espaço, é utilizado de modo racional. Para as práticas agrícolas, a composição arquitectónica é aplicada de maneira coesa e regrada, em conjunto com a topografia do terreno. Como meio de preservar a água e controlar os gastos económicos, é necessário que o terreno seja nivelado e, posteriormente, instalado um sistema de canalização, armazenamento e rega. Lagos, espelhos de água, tanques, cascatas, grutas, poços, noras, aquedutos, cisternas e caleiras, fazem a transição entre o construído pelo Homem e o construído pela Natureza. Funcionam como auxiliares e reservatórios que, para além de fornecer água às fontes e à habitação, embelezam os espaços exteriores tornando-os contemplativos. Por questões funcionais, os tanques de água são implantados a uma cota superior em relação aos restantes espaços da quinta, pois a partir deste será distribuída a água pelas cotas mais baixas do terreno. Para além disso, a localização virada a Norte é a mais indicada para o espaço de recreio, visto que a orientação solar permite que a sombra, conciliada com as aragens, temperam o local para o conforto do proprietário em épocas quentes.
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4. CASOS DE ESTUDO É com base nos elementos apresentados anteriormente que se propõe o desenvolvimento desta investigação. Como já foi referido, este trabalho tem como casos de estudo as três primeiras e mais importantes Quintas de Recreio do Século XVI em Portugal: a Quinta da Ribafria (Cabriz), a Quinta da Bacalhoa (Vila Fresca de Azeitão) e a Quinta das Torres (Vila Nogueira de Azeitão). Cada uma destas quintas reflecte, à sua maneira, uma influência artística: a Quinta da Ribafria, com a torre agregada ao edificio traduz a influência medieval; a Quinta da Bacalhoa, com as loggias italianas demonstra as referências renascentistas; e a Quinta das Torres, com as torres salientes das fachadas enquadra-se no estilo maneirista. As presentes quintas servem de exemplo para a descrição do funcionamento das Quintas de Recreio do Século XVI, bem como da sua evolução arquitectónica e paisagista.
Ilustração 3 - Localização das Quintas da Bacalhoa e das Torres no Distrito de Setúbal e da Ribafria no Distrito de Lisboa. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
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4.1. QUINTA DA RIBAFRIA 4.1.1. HISTÓRIA Herdade das Laranjeiras do Tanque (Carita, et al., 1990, p. 48), Quinta do Tanque das Laranjeiras (Carita, et al., 1990, p. 63), Quinta de Cabriz, Quinta dos Ribafrias ou até mesmo Solar, Palácio ou Casa e Torre de Ribafria (Gil, et al., 1998, p. 156), são alguns dos nomes pelo qual é conhecida a Quinta da Ribafria. A Quinta foi herdada por Pedro Froes, devido ao falecimento do seu pai Fernando Affonso. Pedro Froes, a 18 de Outubro de 1526, vendeu-a a Gaspar Gonçalves Ribafria, que não só deu “à sua propriedade o nome do sítio onde implantara o palácio [...] como acrescentava ao seu próprio apelido o de Ribafria” (Gil, et al., 1998, p. 156). Decorridos três anos, a 8 de Janeiro de 1529, Gaspar Gonçalves comprou um casal24 de Cabriz, que se encontrava defronte à ribeira que atravessa parte do terreno da Quinta. A ascensão económica e social de Gaspar Gonçalves deu-se "no contexto de uma novanobreza de origens diferenciadas que, pelo menos desde o reinado de Afonso V e também como sequência expansão ultramarina, se foi instalando no tecido social português" (Caetano, et al., 2005, p. 47). Afortunado e homem de confiança dos reis Manuel I e João III, viu o seu poder aumentar quando mandou erguer em 1534 a Torre da Ribafria. Quando a Torre, construída por Pêro Pexâo (Gil, et al., 1998, p. 156), ficou pronta em 1541 (Binney, 1987, p. 64), Gaspar Gonçalves enobreceu o seu estatuto social25. Ao conjunto de terrenos que detinha até então, foram anexadas, a 1 de Julho de 1544, novas propriedades que aumentaram o seu morgado. Gaspar Gonçalves Ribafria morreu a 21 de Julho de 1562. No mês seguinte, foram transmitidos a Quinta e o estatuto ao seu filho André Gonçalves de Ribafria, que viria mais tarde a morrer na Batalha de Alcácer Quibir. Assim, os bens e o título da Ribafria foram passados ao sucessor seguinte, Gaspar Gonçalves de Albuquerque Ribafria. Na segunda metade do século XVI, a Corte afastou-se de Lisboa e permaneceu em Sintra, distante da inquietação política. Com a perda da Independência em 1580, os senhores da Corte trocaram o centro da cidade pelas suas casas de recreio nos arredores, onde acabaram por se fixar. Foi o caso de Gaspar Albuquerque Ribafria, que 24
Terreno de pequenas dimensões (Porto Editora, 2015c). D. João III elevou-o a nobre, transmitindo a Gaspar Gonçalves e à sua descendência a obrigação de utilizar o apelido Ribafria, de modo a usufruir das armas com o mesmo nome. (Caetano, et al., 2005, p. 43). 25
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”estagiou na sua torre, onde poderá ter promovido uma corte" (Caetano, et al., 2005, p. 50). Morreu no mesmo local a 20 de Julho de 1636, deixando a Quinta ao filho André de Albuquerque Ribafria. Este último, morreu mais tarde a 12 de Janeiro de 1659, deixando a herança à sua filha. Ângela Maria de Albuquerque, filha ilegítima, tornou-se reconhecida e beneficiada, herdando os vários bens, entre eles o morgado da Torre da Ribafria. Após a sua morte, e por falta de sucessão directa, as casas da família passaram para a prima Maria Teresa de Albuquerque. Após o falecimento da última, o filho António Albuquerque Ribafria 26 tornou-se o proprietário da herdade. Adoeceu passados alguns anos, levando-o a delegar em testamento, no dia 11 de Janeiro de 1722, as pertenças pelos filhos. Pedro Ribafria27 tornou-se o sucessor na administração dos morgados, contudo faleceu mais tarde, a 25 de Janeiro 1731. Assim, o título e o morgado da família, que incluía os dois casais de Cabriz, foram transmitidos para o seu irmão António Castro Ribafria28; um dos poucos proprietários que introduziu melhoramentos na Quinta. As posteriores sucessões29 são feitas de pais para filhos. É o caso de António Maria Ribafria Pereira30, que herdou a Quinta do pai em 1864. Atravessando uma situação económica difícil, António Ribafria Pereira levou a casa à falência. O agravamento económico resultou da perda de rendimentos, levando o proprietário a proceder a vários Registos Provisórios de Hipoteca, de maneira a "obter capital que lhe possibilitasse manter o seu dispendioso modo de vida e cobrir os créditos a que fora obrigado a recorrer" (Caetano, et al., 2005, p. 63). Foram feitos registos provisórios de hipoteca em 1869 e 1875, a favor da Companhia Geral de Crédito Predial Português e da Sociedade Agrícola e Financeira de Portugal, respectivamente. Em 1877, António Ribafria Pereira já constituía uma série de hipotecas a instituições de crédito e particulares, perdendo a Quinta e Casal em 1878, quando a Sociedade Agrícola e Financeira de Portugal efectuou o registo de penhora e a sua apreensão31.
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António de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria. Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. 28 António de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria. 29 Entre 1731 e 1864, a transição ordenada da Quinta deu-se pelos seguintes proprietários: António de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria (1???-1796); João Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira (1???-1824); António de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira (1???-1864); e, António Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira. 30 António Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira. 31 António Ribafria encontrava-se em 1879 na Cadeia Civil Central de Lisboa, após a detenção que "estaria relacionada com a sua incapacidade em saldar as vultuosas dívidas que se vira obrigado a contrair, e, eventualmente, por incumprimento perante o fisco" (Caetano, et al., 2005, p. 64). 27
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Posteriormente, a 23 de Junho de 1880, a propriedade foi arrematada em hasta pública por Joaquim Ferreira Braga, que lhe aplicou uma série de obras duvidosas. Aproveitando-se do facto de ser o proprietário, esburacou o Palácio na tentativa de encontrar um tesouro, que se julgava ter sido trazido da Índia por João de Castro32. As suas intervenções fizeram-no perder a Torre, sendo esta novamente arrematada em hasta pública em 1902 e comprada, posteriormente, por Jorge José de Mello, segundo Conde de Cartaxo. Este proprietário estadia com frequência na propriedade entre 1908 e 1922, aplicando-lhe obras generosas em 1902 e 1920. Maria Luísa de Lima Mayer, reclamou a Torre da Ribafria apenas em 1935, treze anos após a morte do marido. Porém, em 1942 revelou vontade de reparar as coberturas e aplicar pinturas no Palácio. No mesmo ano, a Torre foi classificada como Monumento Histórico de Interesse Nacional33 e, em 1957, foi restaurada pelo Estado português, por se tratar de um monumento de especial interesse (Gil, et al., 1998, p. 157). Dada a morte de Maria Mayer a 25 de Abril de 1958, a propriedade foi repartida por todos os filhos e netos. No ano seguinte, o neto Jorge José de Mello34, adquiriu as restantes partes aos familiares. Dotou o Palácio de conforto e viveu nele até 1974. Para a realização das obras, foram necessários técnicos especializados nas diferentes áreas, tendo sido chamados: o Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral para as obras que decorreram a 9 de Setembro de 1959 (Camara, et al., 2005); o Arquitecto Vasco Regaleira para a restauração da Quinta durante os anos 60; e o Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles para a elaboração do projecto de uma mina e de um espaço de recreio, composto por um jardim rochoso com riacho, executado em 1966 (Camara, et al., 2005). Apesar da cuidada posse da propriedade, em 1974, Jorge José de Mello foi obrigado a sair, permanecendo a Quinta ao abandono até à compra seguinte. Essa só ocorreu em 1988, pelo Instituto Progresso Social e Democracia Francisco Sá Carneiro. Cinco anos depois, a 16 de Julho, foi efectuado um pedido de autorização para a transmissão de
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Existem várias lendas sobre a Quinta da Ribafria. A primeira diz que a Torre foi usada pelo morgado para comunicar com um parente da Penha Verde (Caetano, et al., 2005, p. 11). A segunda diz existir um tesouro escondido no Palácio. Para esta última, conhecem-se duas versões sobre a localização do tesouro: a primeira, que estaria escondido na Torre; a segunda, que estaria espalhado em redor do Palácio (Caetano, et al., 2005, p. 12). Posteriormente, esta estória passou a uma mera história. 33 Grau 2 – Imóvel ou conjunto com valor tipológico, estilístico ou histórico ou que se singulariza na massa edificada, cujos elementos estruturais e características de qualidade arquitectónica ou significado histórico deverão ser preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Imóvel de Interesse Público (Camara, et al., 2005). 34 Jorge Augusto Caetano da Silva José de Mello.
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titularidade para a Fundação Friedrich Naumman35 (germano-portuguesa liberal). Feita a transição da titularidade, instalou-se a Academia Liberdade e Desenvolvimento. A troca dos proprietários obrigou a adaptação das instalações às funções da academia. O mesmo cuidado surgiu nos espaços exteriores: entre 1992 e 1995, a Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra realizou uma série de intervenções de limpeza em elementos escultóricos e arquitectónicos dos jardins. Anos depois, em 17 de Dezembro de 2002, foi celebrada pela Câmara Municipal de Sintra a escritura da compra pro bono pública da Quinta36. Dada a monumentalidade e importância deste solar nos arredores de Sintra, em 2011 foi o cenário da gravação do filme português “Mistérios de Lisboa”. Anos depois das restaurações feitas para as filmagens, a herdade sofreu novas intervenções em Setembro de 2014. A Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra procedeu a um conjunto de restauros para, futuramente, transformar a Quinta da Ribafria num Hotel de Luxo e os jardins num local para a realização de espectáculos (Santos, 2014). A 1 de Maio de 2015, os espaços exteriores foram abertos ao público, dando a conhecer as alterações que lhes foram aplicadas.
4.1.2. IMPLANTAÇÃO A Quinta da Ribafria situa-se a Norte da Serra de Sintra37, numa vertente densa de arborização, onde a neblina é uma constante. Trata-se de um meio rural e isolado onde os solos, a água e o clima, fizeram desta região o local ideal para a agricultura, habitação, passeio e descanso.
Os “dois terrenos que compõem a propriedade, no total de 13,3 hectares, acabaram vendidos a uma sociedade imobiliária de João Vale e Azevedo”, mas o Instituto Progresso Social e Democracia executou a respectiva “anulação judicial da venda, alegando que Vale e Azevedo tinha efectuado "negócio consigo próprio", em vez de transferir a quinta para o seu verdadeiro dono, a fundação alemã” (Santos, 2014). 36 O IPPAR não quis exercer direito de preferência sobre a Quinta da Ribafria, procedendo a Câmara Municipal de Sintra à compra (Lusa, 2014). 37 Distrito: Lisboa; Concelho: Sintra; Localidade: Sintra; Local: Cabriz. 35
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Ilustração 4 - Quinta da Ribafria: localização da Quinta no Distrito de Lisboa, a Norte da Serra de Sintra e do Rio Tejo. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
As condições naturais da região dotam o local para a construção de casas senhoriais. Tirando proveito das encostas revestidas por árvores e dos terrenos férteis desta zona, foram construídas quintas solarengas. É o caso da Quinta da Ribafria que, segundo Vítor Serrão (1989, pp. 89-91), é um dos “testemunhos preciosos da arquitectura solarenga quinhentista”. Sendo a Serra de Sintra rica em nascentes, vegetação e paisagem mitológica, a implantação da Quinta da Ribafria deu-se na proximidade de uma ribeira, importante para a sua sustentação. A ribeira que percorre parte do terreno surge do Rio das Maçãs38. Os trabalhos romanos para a captação e distribuição da água, conduzem-na aos vários pontos do terreno, compostos por fontes, tanques, piscina, poço e cisterna. O espaço verde – incluído na Área Protegida de Sintra-Cascais, mas ainda em vias de classificação – é, actualmente, constituído por uma Mata composta por árvores de porte considerável e pelo Jardim de Buxo. Apesar dos espaços naturais (verdes e hídricos), a centralidade do Lugar desta Quinta é destacada pela verticalidade da Torre.
O Rio das Maçãs ou de Colares “nasce no Lourel na freguesia de Santa Maria e São Miguel no concelho de Sintra durante o seu percurso até à foz na Praia das Maçãs é alimentado por diversos afluentes do Almagre, de Morelinho, de Nafarros e do Mucifal, da Mata, da Urca ou Valente e de Janas” (Macieira, 2014). 38
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Ilustração 5 - Quinta da Ribafria: planta do Esquema de Canalização e Rega, Francisco Caldeira Cabral, 1959. (Reis, 2014).
Ilustração 6 - Quinta da Ribafria: ortofotomapa da Quinta com a envolvente florestal. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
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Casa do porteiro Acesso/Entrada
Tanque e poço de água
Piscina
Balneários
Capela
Ilustração 7 - Quinta da Ribafria: planta geral da Quinta com a indicação dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
4.1.3. DESCRIÇÃO A entrada na Quinta da Ribafria é feita a partir da Estrada da Várzea, em Cabriz. A entrada principal recebe o visitante com um “imponente portão barroco – guardado por vigilantes águias de peito armoriado (Mello) pousadas sobre globos terrestres” (Caetano, et al., 2005, p. 94). Após a entrada na herdade murada, sucedem-se uma série de espaços, nomeadamente um passadiço. O passadiço, com estrutura romana de arco em pedra, com cerca de dois metros de diâmetro, ocupa a largura total da rua principal. Para além de abrigar a passagem da pequena ribeira que cruza parte do terreno da Quinta, o muro permite ao visitante sentar e apreciar a envolvente verde.
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Ilustração 8 - Quinta da Ribafria: entrada principal. (Sintra, 2014)
Ilustração 9 - Quinta da Ribafria: passadiço. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 10 Quinta da Ribafria: estrutura do passadiço. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 11 - Quinta da Ribafria: ribeira. (Ilustração nossa, 2012)
Após a transição da pequena ponte, os espaços verdes e construídos são consecutivos. À direita, um caminho pedonal próximo ao limite Norte da propriedade percorre parte do terreno. Este percurso, inconstante em dimensões, materiais e efeitos visuais sobre a natureza, liga os espaços de recreio, estar, culto e entradas secundárias.
Ilustração 12 - Quinta da Ribafria: caminho pedonal a Norte do terreno. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 13 - Quinta da Ribafria: entrada secundária. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 14 - Quinta da Ribafria: casa do porteiro. (Ilustração nossa, 2012)
À esquerda, envolvida pela vegetação, encontra-se a casa do porteiro. Trata-se de uma habitação T1 de piso térreo, assente em planta irregular, com coberturas diferenciadas e vãos de pequenas dimensões. Em frente à casa, situa-se um tanque de água em pedra e um poço com uma nora, de onde é extraída água. Um muro em pedra, coroado por merlões prismáticos e revestido por plantas trepadeiras, esconde o paradeiro deste espaço que passa despercebido aos olhares menos atentos.
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Ilustração 15 - Quinta da Ribafria: tanque de água. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 16 - Quinta da Ribafria: estrutura do tanque de água e poço. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 17 - Quinta da Ribafria: nora do poço de água. (Ilustração nossa, 2012)
Na rua principal, uma alameda verde composta por árvores de grande porte acolhe o visitante e desperta os sentidos do espectador até a chegada ao Palácio. Do lado esquerdo da alameda verde, no sentido ascendente, um espaço ajardinado (antigo pomar) ocupa o terreno. Apesar de acompanhar o limite irregular a Este da Quinta, organiza-se de modo regular. É composto por três vias pedonais longitudinais e cinco transversais, perpendiculares entre si. Duas fontes inutilizadas (uma circular simples, outra rectangular adornada) tornam relevante o caminho longitudinal central. Degraus embutidos no muro de contenção, fazem a ligação entre as diferentes cotas envolventes.
Ilustração 18 - Quinta da Ribafria: caminho do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 19 - Quinta da Ribafria: fonte do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 20 - Quinta da Ribafria: perspectiva da fonte do antigo pomar. (Ilustração nossa, 2012)
O lado Oeste da alameda verde é acompanhado pelo muro de pedra coroado por merlões prismáticos, referido anteriormente. Tem início junto ao tanque de água e, no sentido ascendente de aproximação ao Palácio, diminui em altura. O seu término, tal como a alameda verde e o antigo pomar, acontece num terreiro.
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Ilustração 21 - Quinta da Ribafria: muro coroado por merlões prismáticos. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 22 - Quinta da Ribafria: alameda verde vista do terreiro. (Ilustração nossa, 2012)
O amplo terreiro em calçada é limitado por dois muros: um a Este (limite do Palácio), coroado a merlões prismáticos; e um outro mais baixo e interrompido a Sul. No muro a Este, existe uma entrada ornamentada à qual já não lhe pertence o portão, que permite a entrada no Palácio. Na sua extremidade, está localizada uma fonte encimada por um nicho. Trata-se de uma “antiga fonte de chafurda manuelina, suportando cobertura cónica e abertura canopial com homem silvestre e decoração vegetalista” (Caetano, et al., 2005, p. 95).
Ilustração 23 - Quinta da Ribafria: muro a Sul do terreiro de chegada. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 24 - Quinta da Ribafria: muro a Este do terreiro de chegada. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 25 - Quinta da Ribafria: fonte manuelina. (Ilustração nossa, 2012)
O terreiro marca a chegada aos três edifícios principais da Quinta: o Corpo A, zona nobre do Palácio; o Corpo B, zona dos empregados – ambos situados à direita – e o Corpo C, escritórios – situado à esquerda.39
39
Designações atribuídas nos desenhos e textos informativos fornecidos.
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Corpo A + Corpo B – Palácio A zona nobre do Palácio tem quatro pisos. Os pisos inferior e superior fazem a ligação à zona dos empregados, de apenas dois. Ambos os Corpos, encontram-se a cotas altimétricas diferentes e a transição entre eles é feita por degraus. A união dos Corpos A e B desenha em planta um género de H, estando a zona Nobre disposta em T. A zona nobre encontra-se a Norte da zona dos empregados, sendo notória a distinção arquitectónica entre elas. A primeira zona é reconhecida pela existência da Torre medieval, que tem como objectivo mostrar a relação forte entre a habitação e o proprietário (Luckhurst, 1989, p. 32). É igualmente reconhecida pelo coroamento das fachadas por ameias medievais decorativas: com chanfro e molduras na torre e denteadas na restante habitação (Gil, et al., 1998, p. 158). A segunda, tem um tratamento simples, mantendo-se escondida pela primeira. Em planta os dois Corpos são unidos apenas por passagens. No primeiro piso da zona nobre do Palácio situam-se a cozinha, refeitório, garrafeira, despensas e instalações sanitárias; no segundo piso, a capela, vestíbulos, sala de jantar, salas de estar e copa; no terceiro piso, os vestíbulos, instalações sanitárias e sala de estar; e no quarto piso, um quarto. Por sua vez, no primeiro piso da zona dos empregados situam-se os quartos dos trabalhadores e as instalações sanitárias; e no segundo piso, outros quartos dos trabalhadores, instalações sanitárias e biblioteca.
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Corpo A (Zona nobre do Palácio) Corpo B (Zona de empregados do Palácio) Ligação entre os Corpos A e B Cisterna Acesso/Entrada Eixo de simetria Ilustração 26 - Quinta da Ribafria: planta de coberturas do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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Cozinha/copa/refeitório Sala de entrada Arrecadação/despensa Instalação sanitária Vistas Eixo de simetria Acesso/Entrada
Ilustração 27 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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Hierarquia espacial do Corpo A: Vestíbulo Salão Capela Sala Copa Quarto Instalação sanitária Arrumos Vistas Eixo de simetria Acesso/Entrada Ilustração 28 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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Salão Biblioteca Cisterna
Quarto Quarto Vistas
Instalação sanitária Instalação sanitária Eixo de simetria
Ilustração 29 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Quarto Biblioteca Cisterna
Instalação sanitária Quarto com instalação sanitária Vistas Eixo de simetria
Ilustração 30 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
A entrada nos dois Corpos pode ser feita através de um pátio comum. Sendo a habitação considerada, por Gerald Luckhurst (1989, p. 34), como uma “residência agrária”, este pátio consegue separar “um interior refinado de um exterior rude”.
Ilustração 31 - Quinta da Ribafria: perspectiva do pátio comum aos Corpos A e B. (Caetano, et al., 2005)
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Ilustração 32 - Quinta da Ribafria: perspectiva do lado poente do Corpo A (Zona Nobre). (Caetano, et al., 2005)
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Ilustração 33 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Através do pátio, acede-se a vários elementos: uma fonte de canto renascentista com cúpula apoiada em colunas, datada de 1542 e agregada ao Corpo A (Gil, et al., 1998, p. 158); uma capela composta por “tectos de abóbadas de arestas, artesoadas” (Gil, et al., 1998, p. 158), no Corpo A; uma escadaria de canto de acesso ao Corpo B; e um arco de união dos Corpos que permite aceder ao lado Poente do Palácio e da Quinta.
Ilustração 34 - Quinta da Ribafria: baixorelevo esquerdo (em relação ao altar) da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991)
Ilustração 35 - Quinta da Ribafria: altar da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991)
Ilustração 36 - Quinta da Ribafria: baixorelevo direito (em relação ao altar) da capela do Palácio, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991)
A capela é composta por uma “abóbada nervada sobre mísulas, 2 tramos separados por arcada apoiada em colunas sobre murete; lateralmente, 2 baixos relevos com prisão de Cristo; arco triunfal sobre pilastras; capela-mor abobadada, 2 frestas a N. e altar com frontal de azulejos” (Camara, et al., 2005).
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Ligação inferior dos Corpos A e B Ligação superior dos Corpos A e B Vistas Ilustração 37 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo A (Zona Nobre), 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ligação inferior dos Corpos A e B Ligação superior dos Corpos A e B Entrada do Corpo B Ilustração 38 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo B (Zona de Empregados), 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 39 - Quinta da Ribafria: fonte renascentista e entrada da capela do Palácio. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 40 - Quinta da Ribafria: interior da capela do Palácio. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 41 - Quinta da Ribafria: escadaria de canto do Corpo B (Zona de Empregados). (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 42 - Quinta da Ribafria: união dos Corpos A e B. (Ilustração nossa, 2012)
O Palácio é de estrutura medieval, utilizando alvenaria rebocada e cantaria calcária sob as coberturas em madeira. O seu aspecto maciço e pesado, é suavizado pela abertura de janelas bem proporcionadas. Referido por Carlos Azevedo (1988, p. 46), “a
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importância das janelas, o ritmo destas na fachada e, sobretudo, o seu carácter renascentista (de colunelo ao centro) fazem desta nobre habitação um belo exemplo do encontro de duas grandes tendências que informam a casa senhorial portuguesa”.
Ilustração 43 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
A Torre40 da Ribafria, “não defensiva, mas de aparato, atendendo à sua fisionomia e implantação" (Caetano, et al., 2005, p. 19), é reflexo da antiga nobreza medieval. Esta construção revela uma elegância pouco comum nas casas da sua época, privilegiando o conforto que cada vez mais se sobrepôs à segurança enquanto qualidade.
40
As torres solarengas (Torre da Ribafria, por exemplo) nada têm a ver com as torres de menagem, torres de castelo. Como refere Azevedo (1988, p. 22), as torres solarengas são torres senhoriais de função militar que, posteriormente, “foram aproveitadas pela nobreza para sustentar rivalidades”. A construção deste tipo de Torre foi, por momentos, abusiva, contudo alguns reis, como D. Dinis (reinado 1279-1325) e D. Afonso IV (reinado 1325-1357), ordenaram a demolição das mesmas. As torres solarengas que foram erguidas posteriormente, necessitavam de uma autorização régia entregue por um monarca, que privilegiava determinado senhor e respectiva torre. A torre solarenga utilizada como habitação foi reconhecida no reinado de D. Dinis como o “mais nobre e evidente sinal do senhorio sobre uma terra”. Com planta quadrada, por vezes rectangular, foi ocupada internamente por uma única divisão, mostrando a simplicidade da época. A torre de paredes grossas variava entre dois a três pisos, sendo o último coroado por ameias regularmente espaçadas. Inicialmente, tinham poucas aberturas de tamanho reduzido e eram acessíveis interiormente por uma escada de madeira móvel por questões de segurança. Mais tarde, os vãos aumentaram em número e dimensão, aumentando as condições de conforto interior (Azevedo, 1988, p. 24), e as escadas passaram a ser de pedra. As torres solarengas que surgiram no Século XVI apresentavam grandiosidade, contudo não seriam auto-suficientes para a habitação dos seus senhores. Agregadas a estas, outras construções criavam uma casa senhorial complexa. Dos três tipos de casa enumeradas por Carlos de Azevedo (1988, p. 26) – “1.º A casa senhorial constituída por uma ala residencial adossada a uma Torre; 2.º A casa que adopta duas torres e um corpo de ligação; 3.º A casa em que a torre ocupa posição central” – a Torre da Ribafria pertence à primeira. A mais simples e construída na época tornou-se na “mais genuína casa nobre portuguesa de tipo rural”. A Casa e Torre da Ribafria fazem parte das poucas casas completas (junção da torre com habitações circundantes) que persistem do Século XVI.
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Ilustração 44 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
A partir do alçado Norte do Palácio, desenvolvem-se os espaços exteriores mais importantes. Agregado à fachada, encontra-se um tanque de água rectangular. Tem como funcionalidade refrescar a residência, regar os espaços verdes e proporcionar a “recreação dos sentidos, refrescando o ambiente nas canículas do estio, sendo de algum modo similar ao espelho de água do também renascentista palácio da Bacalhoa” (Caetano, et al., 2005, p. 95). No extremo Este, foi construída uma casa de abrigo para um conjunto de aves (patos e semelhantes), que usufruía do tanque.
Ilustração 45 - Quinta da Ribafria: fachada Norte do Palácio com tanque de água. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 46 - Quinta da Ribafria: casa de animais. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 47 - Quinta da Ribafria: jardim de buxo. (Ilustração nossa, 2012)
Diante do tanque de água estende-se o jardim de buxo rectangular, com uma fonte circular ao centro dos eixos longitudinal e transversal que o desenham. O jardim, decorado por quatro estátuas representativas das quatro estações, rege-se pela harmonia, equilíbrio e proporção. A Norte, uma escadaria de dois lanços com a largura
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quase total do patamar do jardim, permite a transição entre a cota superior do espaço verde e a zona circundante.
Ilustração 48 - Quinta da Ribafria: estátuas representativas das quatro estações do jardim de buxo. (Ilustração nossa, 2015)
Corpo C – Escritórios Paralelo ao antigo pomar encontra-se o Corpo C. Um muro de suporte em pedra separa e resolve o desnível entre os dois espaços. Na transição entre o Palácio e o Corpo C, abre-se um pátio rectangular murado. Este pátio é marcado por uma entrada ladeada por árvores de grande porte, estátuas sob elas e por uma fonte no muro da retaguarda. A partir deste espaço é possível aceder à cisterna e à envolvente do Corpo C.
Ilustração 49 - Quinta da Ribafria: entrada do pátio que separa o Palácio do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012)
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Ilustração 50 - Quinta da Ribafria: fachada Oeste do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 51 - Quinta da Ribafria: fonte do pátio. (Ilustração nossa, 2012)
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Casa do caseiro Ilustração 52 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com a Casa do Caseiro, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Casa do caseiro
Escritórios
Casa da caldeira
Ilustração 53 - Quinta da Ribafria: planta de coberturas do Corpo C. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
O Corpo C é composto por uma casa do caseiro e por “escritórios e salas de trabalho abertas sobre [um] magnífico pórtico apoiado em colunas classicistas e protegido de ventos e chuvas por cristais” (Gil, et al., 1998, p. 158). Sobre a planta em U – terreiro aberto para antigo pomar –, as colunas apoiam as coberturas diferenciadas. O envidraçado, para além de permitir ao utilizador receber a natureza no interior do espaço, projecta-o para fora dele. Ligado ao Corpo C surge a casa da caldeira, um espaço de pequenas dimensões unido através de um ornamento arquitectónico.
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Ilustração 54 - Quinta da Ribafria: perspectiva do Corpo C. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 55 - Quinta da Ribafria: perspectiva Sul do Corpo C. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 56 - Quinta da Ribafria: casa da caldeira. (Ilustração nossa, 2012)
Como referido anteriormente, próximo do Corpo C, a Sul e adjacente ao Corpo B, “subsiste uma pouco vulgar e vasta cisterna com a cobertura apoiada em duas linhas de robustas colunas de cantaria” (Gil, et al., 1998, p. 156).
Ilustração 57 - Quinta da Ribafria: cisterna, Joaquim Gonçalves, 2003. (Noé, 1991)
Ilustração 58 - Quinta da Ribafria: cisterna. (Ilustração nossa, 2015)
A meio da Quinta surge implantada a zona de recreio. Uma escada de pedra que se difunde no terreno, conduz o visitante aos três espaços que compõem esta zona: a piscina, com aspecto irregular; o campo de ténis, envolvido pelo terreno da cota superior; e os balneários, cobertos pelo terreno acidentado superior. Encontram-se também, dispersas pelo terreno, mesas de pedra para merenda.
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Ilustração 59 - Quinta da Ribafria: balneários. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 60 - Quinta da Ribafria: lago. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 61 - Quinta da Ribafria: campo de ténis. (Ilustração nossa, 2015)
A Oeste da Quinta, através de um percurso sinuoso pelo terreno mais elevado, situa-se uma capela do Século XVIII.
Ilustração 62 - Quinta da Ribafria: fachada da capela do Século XVIII. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 63 - Quinta da Ribafria: altar da capela do Século XVIII. (Ilustração nossa, 2015)
4.1.4. EVOLUÇÃO A única descrição existente da Quinta da Ribafria original é de 18 de Outubro de 1526, que a retrata como um terreno que tinha “”muitas terras de pão, vinhas, pomares casas”” (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 41). Por sua vez, o casal adquirido defronte à ribeira, a 8 de Janeirro de 1529, continha “”casas e curraes palheiros, serrado, terras lavradiças, matos rotos e a romper, pacigos, montados, fontes e montes”” (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 42). Não se sabe se quando a Torre foi construída existiam vestígios de uma anterior, apenas há conhecimento que nos melhoramentos realizados por Gaspar Gonçalves em 1540, já existiam casas por ele construídas desde 1536 (Araújo, 1962, p. 78). Sabe-se também que a zona abobada é datada de 1549 e que a Torre foi concluída em 1541.
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Surge mais tarde, a 11 de Janeiro de 1722, uma nova informação sobre os dois terrenos de Cabriz, na qual a Quinta murada é descrita tendo “”casas nobres com sua torre, pateo, tanques, arvores de espinho e de caroço, e vinha; e de fóra della uma vinha murada de parede e valado e defronte do pateo das ditas casas umas terras pertencentes tambem á dita quinta”” (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 56). Após a formação arquitectónica e paisagista, as primeiras transformações significativas foram realizadas em 1731 por António de Saldanha Ribafria, que ordenou acrescentar o quarto piso da Torre da Ribafria (Caetano, et al., 2005, p. 57). Apesar de não existirem registos dos danos, sabe-se que o Terramoto de 1755 arruinou parte da propriedade. Decorrido mais de um século, em 1864, a Quinta já era composta por uma “”grande casa de habitação, celeiros, arribanas, casa de fruta, lagar, adega, e mais oficinas, grande cisterna, poço e uma nascente […] um grande tanque […], uma vinha antiga […] fruta de caroço e um pequeno pomar de espinho, terras de pão [...] trigo [...] milho [...] batatas, hortaliças, e mais géneros”” (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, pp. 62-63). Braancamp Freire descreve, mais tarde, a disposição dos espaços pertencentes à Quinta da Ribafria, assinalando a existência de pardieiros em ruína e casas de lavoura no Corpo B.41 As Ilustrações 64-67, testemunham as alterações paisagísticas aplicadas no terreno, no decorrer do Século XX. Enquanto que a Ilustração 64 revela um terreno quase virgem e pouco estruturado, a Ilustração 65 esboça a preocupação em introduzir alguns elementos na Quinta, nomeadamente, o tanque de água, a cisterna, o jardim de buxo e um pequeno pomar. Ambas as Ilustrações são datadas de 1959 e demonstram duas leituras completamente diferentes do terreno da Quinta.
41
Anexo A.
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Ilustração 64 - Quinta da Ribafria: levantamento planimétrico, 1959. (Caetano, et al., 2005, p. 79)
Ilustração 65 - Quinta da Ribafria: esboço paisagista, Caldeira Cabral, 1959. (Caetano, et al., 2005, p. 79)
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Ilustração 66 - Quinta da Ribafria: planta geral após a introdução do Corpo C. (Caetano, et al., 2005, p. 79)
Ilustração 67 - Quinta da Ribafria: planta geral, a partir de 1993. (Santos, 2012)
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Pequenas intervenções surgiram na habitação quando, em 1942, Maria Luísa de Lima Mayer pediu autorização para substituir a madeira e telha do telhado e pintar o interior e exterior do Palácio (Arquivo Municipal/Arquivo Histórico de Sintra apud Caetano, et al., 2005, pp. 67-68). É possível que tenha sido o pintor António Bazaliza, o responsável (Camara, et al., 2005). A maior parte dos registos desenhados são da época do proprietário Jorge José de Mello (1959-1974), que apesar das alterações e restauros aplicados, conservou a essência da casa. Após a aquisição da Quinta, o proprietário reconstruíu anexos e dotou o solar de conforto. A 9 de Setembro de 1959, o "Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral executa um projecto onde implanta uma zona de pomar constituído por vários talhões de nível delimitados por muretes de cerca de 0.5 m, no qual instala uma rede de rega por aspersão" (Camara, et al., 2005). Na década de 1960, Jorge Mello mandou erguer o imponente portão barroco que dignifica a entrada principal e a Torre foi novamente restaurada, beneficiada e modificada, quer no telhado, quer nos vãos da fachada. Com a assistência do Arquitecto Vasco Regaleira, a fachada Norte do Palácio foi restaurada cautelosamente, no entanto, ficou prejudicada pelos respiradouros (Stoop, 1986, p. 257). A Torre foi unida aos anexos de lavoura reconstruídos, dotando o “espaço agrícola de uma fisionomia neo-renascentista” (Caetano, et al., 2005, p. 13). As Ilustrações 68-75, apresentam a evolução arquitectónica do alçado Norte do Palácio. Através da descrição de Caetano e Gonçalves (2005, p. 95)42, é ainda possível entender a modifição feita pelos proprietários.
Ilustração 68 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, cerca de 1542. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
42
Anexo B.
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Ilustração 69 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, depois de Reforma Setecentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
Ilustração 70 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, após intervenção tardiooitocentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
Ilustração 71 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, após intervenção tardiooitocentista. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
Ilustração 72 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, depois das obras do Conde do Cartaxo. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
Ilustração 73 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, depois das obras do Conde do Cartaxo. ([Adaptado a partir de:] Caetano, et al, 2005)
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Ilustração 74 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 75 - Quinta da Ribafria: alçado Oeste do Palácio, 1993. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Tal como o alçado Norte do Palácio, outras transformações foram feitas por Jorge José de Mello43. Tais como, demolições e acrescentos aplicados em plantas e alçados. As Ilustrações 81-111 mostram algumas dessas mudanças aplicadas no Palácio.
43
Anexo C.
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Ilustração 76 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)
Ilustração 77 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 78 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 79 - Quinta da Ribafria: planta do piso 1 do Palácio, 1988. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ilustração 80 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)
Ilustração 81 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 82 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 83 - Quinta da Ribafria: planta do piso 2 do Palácio, 1988. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ilustração 84 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)
Ilustração 85 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 86 - Quinta da Ribafria: planta do piso 3 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ilustração 87 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, antes de 1959. ([Adaptado a partir de:] Caetano et al., 2005)
Ilustração 88 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1959. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 89 - Quinta da Ribafria: planta do piso 4 do Palácio, 1961. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
A capela, que integra o programa da zona nobre do Palácio, foi um dos espaços que sofreu mais alterações. Apesar das ilustrações 95-97 não se encontrarem datadas, é possível supor a evolução do espaço, com base nas plantas apresentadas anteriormente. Recentemente, em 2005, a capela foi caracterizada por Gil e Calvet (1998, p. 158) como uma zona, “cujo espaço e perspectivas estão [...] prejudicados por uma divisão (provisória) levantada a meio para ganhar uma dependência burocrática”.
Ilustração 90 - Quinta da Ribafria: capela. (Camara, et al., 2005)
Ilustração 91 - Quinta da Ribafria: capela. (Camara, et al., 2005)
Ilustração 92 - Quinta da Ribafria: capela, Joaquim Gonçalves, 2003. (Camara, et al., 2005)
No ano de 1966, o Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles foi o responsável pela elaboração do projecto da mina e do jardim rochoso com riacho.
Ilustração 93 - Quinta da Ribafria: balneários. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 94 - Quinta da Ribafria: piscina. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 95 - Quinta da Ribafria: campo de ténis. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Cerca de trinta anos depois, foi a vez da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra realizar uma série de limpezas em alguns elementos exteriores: nas esculturas representativas das Quatro Estações do jardim de buxo, entre 1992 e 1993; na fonte renascentista do pátio comum aos Corpos A e B, em 1993; e na casa do tanque de água, em 1995 (Camara, et al., 2005).
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Ilustração 96 - Quinta da Ribafria: tanque de água com animais, Paula Noé, 1991. (Camara, et al., 2005)
Ilustração 97 - Quinta da Ribafria: estátuas representativas das quatro estações do jardim de buxo, Joaquim Gonçalves, 2003. (Camara, et al., 2005)
A instalação da Academia Liberdade e Desenvolvimento em 1993, fez com que o Corpo C fosse ajustado para os encargos didácticos da formação dos quadros políticos da academia. Construído possivelmente em 1959 – ano em que o Corpo C surge pela primeira vez nas plantas utilizadas –, foi utilizado como construção de apoio à produção agrícola e de animais (cavalariças). As Ilustrações 98-111 descrevem as alterações sofridas pelo Corpo C desde 1960 até mais recentemente, em 1989.
Ilustração 98 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com as instalações/dependências agrícolas, 1960. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ilustração 99 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 100 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 101 - Quinta da Ribafria: planta do Corpo C com a casa da caldeira, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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Ilustração 102 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 103 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 104 - Quinta da Ribafria: alçado Norte do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 105 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 106 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 107 - Quinta da Ribafria: alçado Este do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
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Área de trabalho do Corpo C Vistas
Área de circulação
Ilustração 108 - Quinta da Ribafria: corte transversal do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Área de trabalho do Corpo C Vistas
Área de circulação
Ilustração 109 - Quinta da Ribafria: corte transversal do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 110 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1987. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
Ilustração 111 - Quinta da Ribafria: alçado Sul do Corpo C, Fundação Friedrich Naumann, 1989. ([Adaptado a partir de:] Santos, 2012)
As obras que foram submetidas nos vários espaços da Quinta “não afectaram […] o espírito do monumento e têm a vantagem de o proteger e lhe dar vida” (Gil, et al., 1998, p. 157).
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4.2. QUINTA DA BACALHOA 4.2.1. HISTÓRIA Desde a sua construção, a Quinta da Bacalhoa44 teve várias designações devido à sua localização e aos proprietários que conheceu. Quinta de Azeitão (Carita, et al., 1990, p. 58), Palácio dos Albuquerques, Quinta da Condestablessa, Quinta do Bacalhau e Quinta do Paraíso (Estadão, et al., 2005), são algumas das mais conhecidas. No decorrer de 1421, o rei D. João I comprou o terreno existente da Quinta da Bacalhoa a Dieguo Fêo, emprazando em três vidas a propriedade (Rasteiro, 1895, pp. 12-13). Seis anos mais tarde, a 4 de Setembro de 1427, vendeu o emprazamento ao seu filho D. João. D. João I e D. João, foram os primeiros a construir no terreno de Azeitão. Após o falecimento de D. João em 1442, a propriedade passou para a filha D. Brites, que encomendou um projecto de habitação a um artista italiano hábil (Rasteiro, 1895, p. 19). Foi através desta proprietária, que a Quinta ficou designada como a Quinta de Condestablessa. A 20 de Junho de 1490, o seu filho D. Manuel45 entregou a D. Brites uma carta floral para os bens de Azeitão, que atribuía privilégios a caseiros, lavradores e arrendadores. Em 1506, com D. Manuel I no trono, D. Brites morre, deixando a Quinta à sua bisneta D. Brites de Lara. Segundo Anne Stoop (1986, p. 346), é “provável que tenham sido os infantes de Beja, mais do que a sua herdeira, a viúva do condestável, conhecida por «condestablessa», que em 1506 constroem um palácio na Quinta de Vila Fresca”. Em 1528, D. Brites vendeu a Quinta da Condestablessa a Braz de Albuquerque, filho do Grande Affonso de Albuquerque46. Braz de Albuquerque, aquando da morte do seu pai, ficou aos cuidados do rei D. Manuel I, que o elevou social e económicamente. D. Manuel I fez com que Braz de Albuquerque trocasse o seu nome pelo do seu pai, passando a ser tratado por Affonso de Albuquerque (um nome afamado e prestigioso). Affonso de Albuquerque (filho), que viajou para Itália entre 1521 e 1522, teve a possibilidade de visitar algumas cidades italianas que se encontravam artisticamente no 44
Ou Bacalhôa como é conhecida no meio do enoturismo. A Infanta D. Brites casou em 1447 com D. Fernando, filho de Rei D. Duarte e irmão de Rei D. Afonso V. Fruto do casal nasceu D. Manuel, que se tornou Rei entre 1495 e 1521 (Rasteiro, 1895, p. 49). 46 D. Brites destinava em testamento o Palácio para o seu neto D. Affonso, porém este faleceu antes de si (Rasteiro, 1895, p. 49). 45
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seu auge. Através da viagem, pôde observar e transportar o estilo renascentista para a Quinta da Bacalhoa. Criou uma obra-prima clássica portuguesa através do seu conhecimento, cultura, sentido de modernidade, gosto, vontade e fortuna. Para além de construir a conhecida Casa dos Bicos em Lisboa, reconstruíu e ampliou o Palácio de Azeitão, segundo o estilo da Renascença italiana. Tendo duas habitações em cidades diferentes, dividiu a sua permanência pelas duas, ostentando a sua riqueza e o estatuto social. A 27 de Janeiro de 1568, juntou ao conjunto de bens em que se inseria a Quinta de Azeitão (nesta época constituída por casas, pomar e vinha) um Hospital na Igreja de São Simão (Rasteiro, 1895, p. 52). O Albuquerque, proprietário da Quinta da Bacalhoa, Igreja e Albergaria de São Simão, morre a 1581. Dado que já não tinha descendência legítima requereu, em 1568, a legítimação de D. João Affonso Albuquerque47, mas este não foi julgado seu sucessor (Rasteiro, 1895, p. 56). Após a morte do Albuquerque, “os bens de Azeitão passaram à Casa de Angeja (e não a João Afonso de Albuquerque, bastardo de Brás de Albuquerque) e, posteriormente, a Jerónimo Manuel, o Bacalhau, casado com D. Maria Mendonça e Albuquerque” (Pimentel, 1992, p. 28). Ainda assim, D. Joana de Albuquerque, casada com Manuel Telles Barreto, esteve temporariamente na posse do morgado, a favor do seu filho Jeronymo Telles Barreto (Rasteiro, 1895, p. 57). D. Maria Albuquerque, que era a detentora do morgado a 24 de Janeiro de 1609, casou no mesmo ano com D. Jerónimo Manuel de alcunha Bacalhau. Foi através do casamento desta proprietária que a Quinta passa a ser designada por Quinta da Bacalhoa. O casal residiu no Palácio e ambos nele morreram: D. Maria a 26 de Setembro de 1613 e D. Jerónimo a 16 de Janeiro de 1620. D. Jorge Manuel de Albuquerque, filho de ambos, tomou posse da casa em Azeitão, onde habitou até falecer a 1 de Outubro de 1651. A partir de 1651, e até 1890, a Bacalhoa permaneceu na posse de proprietários desinteressados que não cuidaram da Quinta (Binney, 1987, p. 74). D. Francisco Sebastião de Albuquerque, irmão do proprietário anterior, em 1658 herda o morgado
47
Affonso de Albuquerque não tinha filhos vivos dos casamentos com D. Joana de Noronha e D. Joana da Silva. Porém, teve um fora do matrimónio, D. João Affonso Albuquerque (Rasteiro, 1895, p. 56).
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com oito anos. Não pôde usufruir do Palácio da Bacalhoa, pois em 1669 já tinha falecido, tendo o terreno passado para Luiz Albuquerque48, um residente assíduo. Antes de Luiz Albuquerque habitar a propriedade surge, em 1674, um arrendamento que impunha ao rendeiro tosquiar o jardim de buxo duas vezes por ano e limpar os alegretes. Dez anos mais tarde, a 15 de Fevereiro, Luiz Albuquerque faleceu, tornandose D. Maria Albuquerque49 a única pessoa viva entre os irmãos para a sucessão do morgado de Azeitão. A sua principal residência era em Lisboa, mas passava temporadas na Quinta da Bacalhoa, onde veio a fixar-se em 1701. Não há certeza da data da sua morte mas, segundo Joaquim Rasteiro (1895, p. 75), foi posterior a 1712 que o filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque passou a administrar o morgado de Azeitão. Tudo indica que não usufruíu do Palácio para habitação. Faleceu entre o final de 1720 e o início de 1721. João Guedes de Miranda e Albuquerque50 , irmão do proprietário anterior, ficou na posse da Quinta, mas ao "que parece, enlouqueceu mais tarde, tirando-se-lhe a administração da casa, conforme uma provisão regia" (Rasteiro, 1895, p. 77). A 15 de Junho de 1721, atribuíu uma procuração a Fernando Pimentel 51 para que fosse o responsável pelo morgado. Pouco depois, a 28 de Julho do mesmo ano, D. Francisca de Noronha, esposa de João Guedes Albuquerque, datou uma procuração para o arrendamento da propriedade e, até ao final de 1747, foi administradora da casa e dos bens e tutora do marido. João Guedes morreu em 1749, mas o seu filho Luiz Guedes Albuquerque52 administrou os bens de Azeitão a partir de Lisboa. Após a morte de Luiz Albuquerque, em 1757, a esposa D. Magdalena Vicencia de Mascarenhas ficou como cabeça de casal do morgado de Azeitão, administrando-o até ao final de 1782. Teve a oportunidade de receber e instalar na Quinta o Rei D. José I e a sua Corte, em 1767. Segundo Joaquim Rasteiro (1895, p. 89), é "de crer que o palacio, por occasião da pousada ali do rei D.
Luiz de Mendonça Furtado e Albuquerque – filho de D. Maria Antonia de Mendonça e sobrinho do Bacalhau – depois de outros tantos títulos, desempenhou “o logar de viso-rei por espaço de sete annos e vinte dias e, embarcando para o reino, falleceu na Bahia em 1677” (Rasteiro, 1895, p. 70). 49 D. Maria Josepha de Mendonça e Albuquerque. 50 João Guedes de Miranda e Albuquerque era um proprietário de permanências inconstantes na Quinta da Bacalhoa: em “março de 1726 estava João Guedes em Azeitão; em 1728 era ausente, havendo deixado procuração a seu filho Luiz, immediato successor; no anno seguinte, porém, estava na sua quinta com a familia [...]. Em 1730 continuou a residir no palacio” (Rasteiro, 1895, p. 77). 51 Fernando de Moraes Madureira Machado Pimentel. 52 Luiz Guedes de Miranda Lima de Mendonça e Albuquerque. 48
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José e côrte, ainda estivesse mobilado” e que, depois de “entregue a feitores e rendeiros, nu de quaesquer moveis, foi caíndo a pedaços até ao estado de ruina". Após a administração de D. Magdalena, a Quinta passou por vários proprietários. O morgado que era litigioso em 1784, em Abril de 1785 já pertencia a Manuel José de Miranda 53 e, em Abril de 1786, a D. José Albuquerque 54 (1895, pp. 79, 81). Posteriormente à morte de D. José Albuquerque, a 6 de Janeiro de 1802, o filho D. Luiz da Costa Albuquerque55, Conde de Mesquitela, sucedeu-lhe no morgado de Azeitão. Referido por José Pimentel (1992, p. 73), nesta altura, o triunfo do liberalismo em Portugal provocou uma reviravolta entre os proprietários mais abastados de Azeitão – o Mesquitela por exemplo. Grande parte “abandonou os seus solares ainda na esperança de um restabelecimento do passado, que, de novo não se verificou e as suas propriedades […] entraram em ruína”. Nas duas últimas décadas do século XIX “alguns dos solares azeitonenses reanimaram-se um pouco, em virtude da aquisição da Quinta das Torres pelo prestigiado médico e professor Manuel Bento de Sousa”. O Marquês de Saldanha56, inconformado com o governo, foi para a Bacalhoa, que tinha como proprietário D. Luiz da Costa. Instalou-se a 1838 e permaneceu no Palácio durantes meses. D. Luiz, que faleceu a 27 de Novembro de 1853, deixou o morgado de Azeitão ao filho D. João Affonso Albuquerque57. Por sua vez, este último morreu a 24 de Setembro de 1890, altura em que foi sucedido pelo irmão D. Luiz Antonio Albuquerque58, que aprecia a beleza do Palácio, recuperando-o das ruínas (Rasteiro, 1895, p. 83). Assim, termina a transição de quase quatro séculos do morgado de Azeitão entre os Albuquerques. O Rei D. Carlos, que já tinha visitado a Quinta com a sua esposa D. Amélia em 1888, comprou a propriedade em 1903, usufruindo dela como local de descanso.
53
O casal Luiz Guedes de Miranda Lima de Mendonça e Albuquerque e D. Magdalena Vicencia de Mascarenhas não tinham filhos em comum. Porém, Luiz Albuquerque tinha um natural de seu nome Manuel José Guedes de Miranda Henriques, que nunca usou o apelido de Albuquerque (Rasteiro, 1895, p. 79). 54 D. José Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque, Visconde de Mesquitela e primo de Manuel José de Miranda. 55 D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo Albuquerque. 56 João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun. 57 D. João Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque, segundo conde de Mesquitela e par do reino condecorado em diversas ordens. 58 D. Luiz Antonio da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque.
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Porém, com a classificação do Palácio como Monumento Nacional59 a 16 de Junho de 1910 e com a Implantação da República, a Quinta é vendida em 1914, juntamente com o seu recheio a Raul Martins Leitão, funcionário do Banco de Portugal. Passados 15 anos, Mrs. Orlena Z. Scoville efectuou a compra da mesma. A proprietária americana cuidou das ruínas e reconstituíu o Palácio até 1936. Segundo Marcus Binney (1987, p. 74), a obra teve em conta uma "série de aguarelas de Blanc, pintada em 1898, [que] mostra uma casa no mais puro estilo renascença". O Arquitecto Norte Junior e o Engenheiro Santos Simões foram os técnicos responsáveis pela obra de qualificação. Posteriormente, a 29 de Julho de 1949, é definida a Zona Especial de Protecção e a Zona "non aedificandi". A morte da proprietária ocorreu em 1967, ficando a Quinta ao cuidado do filho que continuou a defender a sua integridade. Mais tarde, em 1997, o proprietário Thomas Scoville, neto de Orlena Scoville, pôs o conjunto à venda. Passados três anos, Joe Berardo comprou a Quinta da Bacalhoa através da Sociedade Anónima Matiz S.A.. Berardo aplicou alterações significativas na Quinta, principalmente nos espaços verdes, que resultaram em queixas-crime contra o proprietário. Até à data, a Quinta é habitação de férias de Berardo e acolhe as vinhas de produção dos Vinhos Bacalhôa. Encontramse abertos ao público apenas os espaços exteriores e a exposição instalada no piso térreo do Palácio.
4.2.2. IMPLANTAÇÃO A Quinta da Bacalhoa situa-se na terminação a Norte do Parque Natural da Arrábida, na localidade de Vila Fresca de Azeitão60. Villa Feyxe (Calado, 1994, p. 73), Villa Freche ou Ville Fraiche (Estadão, et al., 2005), foi a primeira sede municipal de Azeitão, formada a 5 de Dezembro de 175961. Ao nome inicial de Vila Fresca fora acrescentado o nome Azeitão, pela existência dos olivais desde o domínio árabe (Pimentel, 1992, p. 8).
Grau 1 – imóvel ou conjunto com valor excepcional, cujas características deverão ser integralmente preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Monumento Nacional (Matias, et al., 2002). 60 Distrito: Setúbal; Concelho: Setúbal; Localidade: Vila Fresca de Azeitão. 61 A sede municipal foi transferida em 1786 para a Aldeia Nogueira, actual Vila Nogueira de Azeitão (Pimentel, 1992, p. 28). 59
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Ilustração 112 - Quinta da Bacalhoa: localização da Quinta no Distrito de Setúbal, a Norte da Serra da Arrábida e do Rio Sado. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
Esta pequena Vila situa-se a cerca de 30 km de Lisboa e 10 km de Setúbal. A proximidade desta localidade setubalense à capital proporcionou, do Século XV ao Século XIX, a implantação de inúmeras e requintadas Quintas de Recreio (Portugal. Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, 1993, p. 3). Nessa época, “Azeitão encheu-se de […] palácios e casas solarengas, em grande parte ornadas de precioso mobiliário […] dispondo do melhor que o País recebia da Ásia e da Flandres” (Pimentel, 1992, p. 73). O facto de Azeitão estar rodeada de zonas agrícolas e áreas florestais, os senhores mais abastados (que exerciam cargos na Corte, por exemplo) escolheram esta zona para construírem imponentes solares. Azeitão, tornada Sintra da Margem Sul (Ramos, s.d.) pelos aristocratas lisboetas, mantem nas construções, nomeadamente na Quinta da Bacalhoa, os vestígios de Vilegiatura (Pimentel, 1992, p. 73). Factores como os solos férteis propícios à agricultura e às vinhas regionais, o clima ameno, o relevo da Serra da Arrábida, a proximidade ao Oceano Atlântico e os recursos hídricos da região de Azeitão, tornaram possível a construção de espaços habitacionais, de recreio, cultivo e produção na mesma área.
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Ilustração 113 - Quinta da Bacalhoa: ortofotomapa da Quinta com a envolvente agrícola e vinícola. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
A distribuição de água pela região de Azeitão é feita através de uma nascente do Rio de São Simão, situada num terreno baldio em Vila Fresca de Azeitão. A abertura de furos e minas de água na zona de Azeitão, quase fizeram com que a nascente secasse (Ramos, 2007a). A nascente de São Simão, importante para a população azeitonense, antes “debitava um caudal importante e imprescindível, para a irrigação de diversas quintas e pomares das proximidades, a qual se processava em sistema de alternância diária, com horário acordado e firmado por escritura entre os vários proprietários dos pomares, entre os quais se contavam os da Quinta da Bacalhoa” (Ramos, 2007a). A implantação dos espaços da Quinta da Bacalhoa (habitação, jardins e casa de prazer) foi geometricamente estruturada. Amílcar Pires (2013, p. 326), identifica o Palácio e o jardim de buxo como o centro do Lugar, mais precisamente, um dos torreões do Palácio do qual é possível visualizar toda a Quinta.
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Casa das Pombas
Casa da Índia
Acesso/Entrada
Ilustração 114 - Quinta da Bacalhoa: planta geral da Quinta com a indicação dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98)
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4.2.3. DESCRIÇÃO A Quinta da Bacalhoa sempre beneficiou das edificações construídas em seu redor, tais como o Hospital e a Igreja de São Simão (Rasteiro, 1895, p. 66). Num meio rural e isolado, concentram-se intramuros os cerca de quatro hectares da Quinta. Os espaços que compõem a herdade encontram-se dispostos em quatro socalcos.
Primeiro socalco
Segundo socalco
Terceiro socalco
Quarto socalco
Ilustração 115 - Quinta da Bacalhoa: planta geral da Quinta com a indicação dos socalcos. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98)
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Primeiro socalco Uma curta rua limitada por sebes faz a ligação entre a Estrada Nacional 10 e a Quinta da Bacalhoa. A entrada principal é feita através de um portal cuja inscrição superior de “1554” determina o ano de construção. Paralela a esta, a entrada secundária detém igualmente um portão encimado pelas armas dos Albuquerques. Após a entrada, abrese um terreiro com planta quadrangular em calçada Este espaço amplo recebe o visitante e presta serviço a duas edificações.
Ilustração 116 - Quinta da Bacalhoa: entrada principal com a entrada secundária ao fundo. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 117 - Quinta da Bacalhoa: cubelo do Palácio. (Joliet, 2015a)
Ilustração 118 - Quinta da Bacalhoa: interior do cubelo do Palácio. (Joliet, 2015a)
Ilustração 119 - Quinta da Bacalhoa: cubelo da Galeria de Arcadas. (Ilustração nossa, 2015)
À direita encontra-se a Galeria de Arcadas. A construção horizontal de piso único e com cobertura de duas águas, é composta por uma galeria de treze arcos, centrada entre dois cubelos 62 com cobertura em gomos, que marcam o limite a Este da Quinta. A construção, que desempenhou funcionalidades como estábulos e instalações dos trabalhadores (Binney,
1987, p.
70), desempenha actualmente funções de
armazenamento geral da Quinta da Bacalhoa.
62
Torreão de planta circular utilizado na arquitectura militar. A planta circular permitia o aproveitamento de todos os ângulos, no disparo de armas feito pelos defensores nas antigas fortalezas.
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Palácio
Galeria de Arcadas
Acesso/Entrada
Eixo de simetria
Ilustração 120 - Quinta da Bacalhoa: planta de coberturas do Palácio, pátio e Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Zona nobre
Zona de serviços
Arcada da galeria
Vistas
Acesso/Entrada
Ilustração 121 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal do Palácio, pátio e Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Ilustração 122 - Quinta da Bacalhoa: alçado frontal da Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Galeria
Vistas
Eixo de simetria
Ilustração 123 - Quinta da Bacalhoa: planta térrea da Galeria de Arcadas, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
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A parede de fundo desta loggia sustentada por colunas de jaspe 63 é decorada por painéis de azulejos de composições geométricas e florais com diferentes dimensões. À esquerda situa-se o Palácio. Os dois pisos assentam numa planta em L e são cobertos por telhados de quatro águas. A sua implantação no nível mais elevado do terreno (juntamente com a Galeria de Arcadas) permite observar a Quinta e toda a paisagem envolvente. O volume horizontal, em conjunto com as formas circulares de influência militar, atribui ao edifício uma elegância própria.
Ilustração 124 - Quinta da Bacalhoa: vão de sacada do andar nobre do Palácio. (Ilustração nossa, 2014)
Ilustração 125 - Quinta da Bacalhoa: entradas inferior e superior do Palácio. (Ilustração nossa, 2014)
A diferenciar os diferentes usos e utilizadores do Palácio, os andares nobre (superior) e de serviço (inferior) mantêm elementos arquitectónicos constantes nos alçados. No andar nobre, os vãos de sacada são emoldurados a azulejo e encimados por nichos e bustos. No andar térreo, os vãos encontram-se alinhados com os anteriores, no entanto mais pobres em dimensões, ornamentos e materiais.
Ilustração 126 - Quinta da Bacalhoa: alçado Nascente do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
63
Pedra dura e opaca (Priberam Informática, 2013d).
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O alçado a Nascente, virado para o terreiro, tem nos extremos cubelos de transição entre os pisos, numa “nota exótica que funciona como símbolo de intercâmbio artístico no espaço geocultural português da Península Ibérica, do Norte de África e do Oriente” (Binney, 1987, p. 72). Ao centro do alçado é desenhada uma escadaria de dois lanços desencontrados, revestida a azulejo “num padrão geométrico mourisco altamente complicado” (Binney, 1987, p. 72). A escada saliente da fachada dá acesso ao andar nobre que foi composto por “salas, camaras, recamaras, retretes e antecamaras dezoito em numero, todas espaçosas e todas ladrilhadas e com azulejos pelas paredes, altura de mais de um covado e alguns retretes todos lavrados de azulejo e os tectos lavrados de bordo e com molduras, e pintados de diversas e agradaveis pinturas”64 (Rasteiro, 1895, p. 62). No piso térreo, sob a escadaria e centrada com a entrada do andar nobre, uma porta em arco dá acesso a diversas salas comunicantes entre si. Os espaços do piso térreo mantêm-se unidos pelos revestimentos comuns das paredes e pavimentos, assim como pela constante iluminação inferior nos rodapés. Abóbadas em ogiva, tectos de madeira e estrutura de pedra à vista revelam a estrutura do Palácio. Mobília, tapeçarias e azulejos da colecção de Joe Berardo ocupam as numerosas e sequenciadas divisões. Numa das salas do piso térreo é possível observar através de um vidro, a ruína da antiga Casa de Caça (a primeira construção conhecida no terreno da Quinta). Não ocupa a totalidade da divisão, constatando-se as dimensões reduzidas que detinha. A união entre a colecção dos Vinhos Bacalhôa e a História dos proprietários do Palácio serve de mote para a exposição aberta ao público.
Ilustração 127 - Quinta da Bacalhoa: sala de entrada do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 128 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007)
64
A impossibilidade de visitar o andar nobre do Palácio da Bacalhoa (habitação esporádica do actual proprietário Joe Berardo), não permite descrever os actuais espaços internos.
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Ilustração 129 - Quinta da Bacalhoa: corredor do piso térreo do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 130 - Quinta da Bacalhoa: ruínas da antiga Casa de Caça sob o piso térreo do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 131 - Quinta da Bacalhoa: sala no piso térreo do Palácio de onde se observam as ruínas da antiga Casa de Caça. (mdt, 2007)
Loggia de Lisboa Localização das ruínas da antiga Casa de caça Vistas Acesso/Entrada Ilustração 132 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
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Loggia de Lisboa Loggia de Buxo Instalação sanitária Vistas Acesso/Entrada Ilustração 133 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
O alçado Norte do Palácio, o mais aberto ao exterior, é voltado para as vinhas dos socalcos inferiores. O desenho, embora assimétrico, é equilibrado e mantém nos extremos cubelos com cobertura em gomos. Na fachada abre-se uma loggia dupla65 com três arcos assentes em colunas no piso térreo e seis arcos sobre colunas toscanas no andar nobre. Na galeria inferior, “ressaltam quatro medalhões de pedra com bustos que se supõe representarem D. João I, sua mulher D. Isabel, sua filha D. Brites e o marido desta – o Infante D. Fernando” (Araújo, 1962, p. 69). Na parede de fundo desta loggia, permanece um enorme painel de azulejos de configuração geométrica. A loggia dupla do alçado Norte do Palácio é designada por Loggia de Lisboa, por ser possível observar o Rio Tejo, a cidade de Lisboa e parte da Serra de Sintra66.
65
Elemento arquitetónico difundido na arquitectura italiana sobretudo no Século XVII. Trata-se de uma galeria coberta, normalmente sustentada por colunas e arcos, edificada tanto no piso térreo como no primeiro andar. Em ambos os pisos designa-se de loggia dupla. 66 Informação adquirida no decorrer da visita guiada à Quinta da Bacalhoa.
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Ilustração 134 - Quinta da Bacalhoa: alçado Norte do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Ilustração 135 - Quinta da Bacalhoa: vista da Loggia de Lisboa inferior da fachada Norte do Palácio. (Ilustração nossa, 2015)
As fachadas Sul e Poente, dispostas em L, encontram-se viradas para o Jardim de Buxo. A fachada Sul é marcada pela clareza e simplicidade dos vãos que se abrem verticalmente sobre o jardim. Imediatamente sob estes, as pequenas frestas horizontais do piso inferior, reflectem nos espaços internos pequenas entradas de luz natural.
Ilustração 136 - Quinta da Bacalhoa: alçado Sul do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
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Ilustração 137 - Quinta da Bacalhoa: alçado da empena Sul do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
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Ilustração 138 - Quinta da Bacalhoa: alçado da empena Oeste do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Ilustração 139 - Quinta da Bacalhoa: alçado Oeste do Palácio, 1936. ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Na fachada Poente do Palácio é rasgada uma loggia de seis arcos toscanos sobre colunas, ladeada por janelas de sacada. É designada de Loggia de Buxo por ser possível visualizar o jardim de buxo e toda a extensão a Oeste da Quinta67.
Ilustração 140 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Douro da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a)
Ilustração 141 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Mondego da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a)
Ilustração 143 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Eufrates da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a)
Ilustração 142 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Nilo da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a)
Ilustração 144 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Danúbio da Loggia de Buxo. (Joliet, 2015a)
No plano de fundo da loggia estão dispostos 5 painéis de composição horizontal formada por 7x13 azulejos. De técnica de majólica flamenga são alegóricos aos rios DOVRO, MONDEGUO, WILO, EVPHRATES e TANVBIO68.
67 68
Informação adquirida no decorrer da visita guiada à Quinta da Bacalhoa. Douro, Mondego, Nilo, Eufrates e Danúbio.
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Segundo Santos Simões (1990, p. 106), nem “todos estes painéis terão sido pintados pelo mesmo artista”. A diferença na qualidade entre eles leva a crer “que se tratava de uma oficina empregando um «mestre» e, pelo menos, um «ajudante» ou «aprendiz»”. Também não foram pintados no mesmo ano. José Meco (1985, p. 17) descreve que o painel de azulejos maneirista com cartela de inspiração flamenga alusivo ao Rio Eufrates é de cerca de 1570 e, por sua vez, o painel alusivo ao Rio Douro é datado de cerca de 1575 (Meco, 1989, p. 101). No piso térreo, uma porta de serventia ladeada por frestas horizontais dá acesso ao jardim de buxo. O jardim de planta quadrangular, mantém-se enclausurado entre a habitação e os muros. Composto por formas ondulares criadas pela Técnica da Topiária, ganha um cariz labiríntico pelo modo controlado como se desenvolve no espaço. Detalhadamente colocados entre a vegetação do jardim encontram-se quatro bustos de pedra alusivos às estações. O conjunto formado pelas estátuas e sebes marca verticalmente os limites do jardim. Limites esses que, segundo Carita e Cardoso (1990, p. 63), foram suavizados pelo retirar de um muro que dividia este espaço do seu adjacente, “diluindo um conceito português de contenção espacial e descontinuidade entre as diferentes partes”. A fonte central que assinala os eixos perpendiculares dos caminhos do jardim marca, em simultâneo, o centro das fachadas Sul e Oeste do Palácio.
Ilustração 145 - Quinta da Bacalhoa: jardim de buxo, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal)
Ilustração 146 - Quinta da Bacalhoa: enquadramento de um busto de pedra no jardim de buxo, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal)
Ilustração 147 - Quinta da Bacalhoa: busto de pedra, 2009. (Bacalhôa Vinhos de Portugal)
Do jardim de buxo à Casa de Fresco a Oeste do terreno, percorre-se um passeio com cerca de três ou quatro metros de largura, com o pavimento em ladrilhos vermelhos. Este passeio é delimitado em ambos os lados através de superfícies verticais. À direita,
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um muro baixo preenchido por canteiros de flores separa-o da vinha e, à esquerda, um muro alto interrompido por conversadeiras69 e alegretes revestidos a azulejo separa-o do jardim exterior ao muro de pedra da Quinta. Neste último muro estão afixados doze medalhões que representam os “heróis da história antiga: Alexandre, César, Cipião, Aníbal e outros” (Calado, 1994, p. 76). De cerâmica vidrada, a “preciosidade de tratamento destes medalhões evidencia que o local seria muito requintado e decorado na época” (Carita, et al., 1990, p. 57). Os medalhões circulares com bustos de altorelevo ao centro e flores e frutos em redor, são “da escola, ou das officinas dos Della Robbia70, senão de Andrea ou de Giovanni.” (Rasteiro, 1895, p. 30).
Ilustração 148 - Quinta da Bacalhoa: conjunto de medalhões dispostos no passeio entre o Palácio e a Casa de Fresco. (Boléo, 2012)
O passeio tem uma dupla utilização: para além de espaço transitório entre as diferentes zonas da Quinta, funciona como zona de descanso, conversa ou passeio de onde é possível desfrutar da paisagem. Carita e Cardoso (1978, p. 65), afirmam que a apresentação deste tipo de “passeios tratados em forma de longas galerias” com um “sentido mais arquitectónico e monumental”, retrata-se no “modelo referencial para os
69
Bancos de pedra embutidos em muros, acomodados para duas ou mais pessoas conversarem. Escultor e ceramista florentino, pioneiro na técnica de escultura em esmaltado de terracota. A argila de qualidade superior, rígida e durável, permitia conservar os objectos sob as diferentes condições atmosféricas. Geralmente é vermelha ou creme, mas pode ser moldada em diversas cores. 70
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jardins portugueses dos sécs. XVII e XVIII, tornando-se os seus elementos estruturantes e fundamentais.” Na terminação do muro que liga o Palácio à Casa de Fresco, surge uma porta de acesso a uma antecâmara de reduzida dimensão, de contenção espacial incompatível com a proporção dos jardins. Isto, leva Carita e Cardoso (1978, p. 63) a pensarem na possibilidade de ser uma construção anterior às obras de Affonso de Albuquerque. Independentemente do ano da sua construção, este espaço liga a entrada na Casa de Fresco à saída para o jardim exterior ao muro de pedra da Quinta.
Ilustração 149 - Quinta da Bacalhoa: jardim e fonte exterior ao muro de pedra da Quinta. (Ilustração nossa, 2015)
A Casa de Fresco é formada por três torreões de planta quadrada com coberturas de quatro águas. São separados por duas galerias abertas de planta rectangular, com coberturas de duas águas e pé direito relativamente mais baixo.
Eixo de simetria Ilustração 150 - Quinta da Bacalhoa: alçado frontal da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
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Antecâmara
Torreões
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Eixo de simetria
Ilustração 151 - Quinta da Bacalhoa: corte longitudinal da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
Num alçado simétrico, os torreões laterais contêm os vãos centrados sob nichos e o vão do torreão central um portal rusticado em arco. As galerias são abertas por arcadas toscanas com cinco arcos cada, assentes sobre colunas de jaspe. No interior dos pavilhões, permanecem painéis de azulejos maneiristas de grande importância para a Quinta e para a azulejaria portuguesa, quer pela técnica empregue quer pelos autores dos mesmos. Entre os vários azulejos da designada “Quinta-Museu” por Santos Simões (1990, p. 70), encontram-se no compartimento central três painéis de azulejos de composição horizontal formados por 8x14 azulejos. Representam o Rapto de Hipodémia, o Rio Tejo e Susana e os Velhos (o único intacto). Esta última pintura do italiano Aeneas Vico, datada de 1565, é considerada por José Meco (1989, p. 193) “a composição figurativa mais notável de toda esta propriedade [...] pela excelente técnica de pintura cerâmica e requinte de desenho”.
Ilustração 152 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos das armas dos Albuquerques da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
Ilustração 153 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos alusivo ao Rio Tejo da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
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Ilustração 154 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos Rapto de Hipodémia da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Ilustração 155 - Quinta da Bacalhoa: painel de azulejos Susana e os Velhos da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
O azulejo é ainda utilizado como revestimento em muretes, bancos de jardim, alegretes, rodapés e vãos. Inscrições como IVSTIÇA 71 , PRVDEMCIA 72 , TEMPERANÇA e FORTALEZA são colocados sobre os vãos, que quando fazem a transição para os compartimentos maiores da Casa de Fresco, são encimados por nichos sem bustos. Num rodapé, surge uma “inscrição de que ainda no século XIX, se viam as letras ...TOS, que foram interpretadas como uma assinatura” (Calado, 1994, p. 78). De acordo com Margarida Calado (1994, p. 78), esta seria a assinatura de Marçal de Matos “que, em 1575, estava muito relacionado com os «malegueiros flamengos», pelo que é mais provável ter sido este o autor de alguns dos azulejos da Bacalhoa”.
Ilustração 156 - Quinta da Bacalhoa: localização do painel de azulejos das armas dos Albuquerques na Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
71 72
Ilustração 157 - Quinta da Bacalhoa: localização do painel de azulejos Susana e os Velhos na Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Ilustração 158 - Quinta da Bacalhoa: enquadramento da inscrição TEMPERANÇA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Justiça. Prudência.
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Ilustração 159 - Quinta da Bacalhoa: inscrição IVSTIÇA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Ilustração 160 - Quinta da Bacalhoa: inscrição PRVDEMCIA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
Ilustração 161 - Quinta da Bacalhoa: inscrição FORTALEZA sobre uma porta da Casa de Fresco. (Joliet, 2015a)
A Casa de Fresco, mesmo acompanhando a “evolução da casa nobre portuguesa [...] repete elementos já usados na residência – a arcada e as aberturas coroadas de nichos” (Azevedo, 1988, p. 114). Azevedo (1988, p. 50) afirma que a sua construção terá ocorrido pouco tempo após à construção do Palácio, possivelmente no mesmo ano do painel de azulejos de Vico, em 1565. Devidamente centrado com a Casa de Prazer, desfruta-se do tanque de água quadrangular que dispõe ao centro um outro tanque mais profundo. Para além das características de contemplação e refresco, tem como função armazenar a água que será distribuída progressivamente pelo sistema de rega, às cotas mais baixas da Quinta. Bernardo Ramos (2007b) refere que o tanque “continua a ser abastecido directamente pela nascente do Rio de São Simão, todavia, tem caudal auxiliar vindo de furo artesiano, próprio da quinta”.
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Antecâmara Vistas
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Galerias Eixo de simetria
Ilustração 162 - Quinta da Bacalhoa: planta térrea da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
Torreão
Vistas
Ilustração 163 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal do torreão e tanque de água da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
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Antecâmara
Eixo de simetria
Ilustração 164 - Quinta da Bacalhoa: planta de coberturas da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
Galeria
Vistas
Ilustração 165 - Quinta da Bacalhoa: corte transversal da galeria e tanque de água da Casa de Fresco, 1984. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2002)
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O muro que limita a Quinta a Poente, e que acompanha toda a extensão do tanque, “recebeu numa extensão de 30 m, [um] tratamento muito cuidado para lhe aumentar o efeito decorativo” (Araújo, 1962, p. 94).
Ilustração 166 - Quinta da Bacalhoa: muro de fundo do tanque de água. (Ilustração nossa, 2015)
Nas partes superior e inferior do muro correm dois frisos horizontais de azulejos de baixo-relevo e, no topo o coroamento com pedestais de esferas de pedra e pirâmides alternadas. A superfície decorada por “quatro medalhões Della Robbia, com bustos em relevo” (Calado, 1994, p. 76) é intervalada com três nichos e respectivos bustos embutidos. O nicho central ocupa a altura quase total do muro e os restantes têm uma dimensão menor. No prolongamento deste muro, a meio da Quinta, encontra-se a Casa da Índia com uma planta quadrada assente num único piso. Tem uma cobertura de quatro águas apoiada em paredes abertas por quatro vãos e torres circulares nos cantos. No seu interior “estão pintadas sobre estuque historias da India, com as quatro cidades principaes conquistadas pelo grande Affonso de Albuquerque” (Rasteiro, 1895, pp. 63-64).
Ilustração 167 - Quinta da Bacalhoa: Casa da Índia. (Ilustração nossa, 2014)
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Ilustração 168 - Quinta da Bacalhoa: Casa das Pombas. (Boléo, 2012)
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Paralela e semelhante à anterior, encontra-se a Casa das Pombas. Tem a planta quadrangular, dois pisos com acessos independentes e uma cobertura de quatro águas, assente em torres circulares. Uma rua pavimentada com ladrilhos vermelhos e decorada com alegretes faz a ligação ao Palácio. A união dos dois pavilhões através de um muro faz a separação entre o terceiro e o quarto socalco da Quinta. Segundo e Terceiro socalcos Estes níveis não ultrapassam o muro que une as Casas da Índia e das Pombas. As vinhas – elementos de produção fundamentais para a produção dos Vinhos Bacalhôa – ocupam a maior percentagem de terreno da Quinta. São espaços verdes regulares, próximos ao tanque de água que permitem a funcionalidade da rega.
Ilustração 169 - Quinta da Bacalhoa: vinha de produção dos Vinhos Bacalhôa e a Igreja de São Simão ao fundo (exterior à Quinta). (Ilustração nossa, 2014)
Ilustração 170 - Quinta da Bacalhoa: vinha de produção dos Vinhos Bacalhôa. (Ilustração nossa, 2014)
Quarto socalco De planta regular, este patamar encontra-se na cota mais baixa do terreno da Quinta e é preenchido por uma vinha. Nos limites do terreno, em redor do espaço de produção, permanece uma pequena via-sacra preenchida por capelas. São ao todo seis torreões. Aos quatro torreões com capelas abobadadas que limitam o socalco num quadrado, foram aplicados “altares de marmore preto, forrados de azulejos nas frentes e, por não bastarem, metteram-se-lhes […] uns nichos nos muros para completarem os sete passos da paixão de Christo” (Rasteiro, 1895, p. 24). Nesta zona circulou a procissão realizada pelos habitantes da freguesia. A procissão saía da Igreja de São Simão, dava entrada na Quinta por uma entrada próxima à Casa da Índia e, posteriormente, eram percorridas as capelas dispostas no terreno (Rasteiro, 1895, p. 64).
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4.2.4. EVOLUÇÃO O Palácio e a Quinta da Bacalhoa sofreram inúmeras transformações. Por vezes, é difícil distinguir as intervenções originais dos Albuquerques e as que, posteriormente, foram surgindo pelos proprietários seguintes. De seguida, serão descritas as alterações efectuadas na Quinta para um melhor entendimento da sua evolução. Em 1421, D. João I construíu um pavilhão de caça (Gil, et al., 1998, p. 230). O pavilhão, juntamente com o terreno da Quinta, transitou para a posse de D. João em 1427. Por sua vez, este construíu “umas casas de campo de que hoje apenas restam algumas abóbadas ogivais no meio de outras construções posteriores” (Araújo, 1962, p. 69). Segundo Ilídio Araújo (1962, p. 69), os primeiros trabalhos de implantação e arranjo da Quinta devem-se a D. Brites, sendo-lhe atribuída a construção de uma habitação sobre as casas existentes e a colocação de muros nos limites do terreno com os cubelos gomados, por volta de 1480. Na notável edificação constava “uma cerca torreada e […] um revestimento de azulejo do modelo levantino, de que existem ainda numa das dependências da edificação alguns exemplares, pertencentes aos tipos rajolas que se fabricaram em Valência na segunda metade do século XV” (Pimentel, 1992, p. 22). Depois, o terreno foi dividido por um muro, em dois patamares de área praticamente igual: Palácio, horta e pomar, no superior; e mata, no inferior. Ambos são marcados pelos cubelos de planta circular e azulejos monocromáticos (Rasteiro, 1895, p. 23). O proprietário seguinte, Braz de Albuquerque, apesar de manter os edifícios com as abóbadas de ogiva e os cubelos dispersos pela Quinta, realizou inúmeras transformações, após a sua compra em 1528. Pôs em prática os ensinamentos renascentistas, construíndo o Palácio com planta em L com as loggias abertas nas fachadas. Realizou os projectos e as construções da Galeria de Arcadas, Casas da Índia e das Pombas; e introduziu os ornamentos de barro esmaltado, medalhões e azulejos nos vários espaços da Quinta. Adjacente ao grande tanque de água que já existia, ergueu a Casa de Prazer com a antecâmara decorada com os alegretes (Araújo, 1962, p. 94). Santos Simões (1990, p. 70) afirma que, entre 1540 e 1545, as obras arquitectónicas da Quinta terão terminado, encontrando-se as construções em condições de receber o revestimento azulejar. Carita e Cardoso (1990, p. 64) afirmam que até à década de 70
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alguns azulejos de padrão, figura e enxaquetados, encomendados por Affonso Albuquerque, poderiam vir do mercado português. Fora da Quinta da Bacalhoa, Affonso de Albuquerque construíu a Igreja de São Simão e o albergue. Mais tarde, em 1588 sob a administração de D. Jerónimo Teles Barreto, o albergue da Igreja de São Simão encontrava-se abandonado (Rasteiro, 1895, p. 58). Em 1607, o Palácio e a Quinta seguiram-lhe o rumo. Contudo, Joaquim Rasteiro (1895, p. 31) crê que em 1623, o ladrilhador João Real se encontrava na Quinta para a reparação dos azulejos. A 31 de Maio de 1631, foi feito um Tombo sobre a Quinta da Bacalhoa. Joaquim Rasteiro (1895, pp. 61-65)73 descreveu, segundo o Tombo, que casas estariam construídas na época. Entre elas estão o Titulo das casas da quinta, Pateo, Jardim, Titulo do pomar, Titulo da vinha e Titulo das mais casas de creados, lagares de azeite e vinho, estrebarias, cocheiras e mais pertenças. 74 Rasteiro (1895, pp. 20-22) testemunhou igualmente o abandono e as respectivas reconstruções anteriores a 1895 do Palácio da Bacalhoa. Entre elas estão a queda de rebocos e azulejos, a mudança dos pavimentos e estrutura, entre outros75. Não existindo nenhuma descrição em relação à Via Sacra criada no socalco inferior da Quinta, Araújo (1962, p. 96) afirma que provavelmente foi “no século XVII que os dois cubelos do extremo norte da quinta foram adaptados a capelas de via-sacra e que a meio de cada lado do quadrilátero da vinha foram construídos mais quatro torreões semelhantes para aí representar outros tantos passos da Paixão de Cristo”. O Palácio, em 1910, ficou “mais degradado até se tornar quase irreconhecível, já a desmoronar-se" (Gil, et al., 1998, p. 233). Os quatro anos seguintes em que a habitação permaneceu ao abandono, fez com que se a degradação fosse evoluíndo. Quando em 1929 Mrs. Scoville fez a compra da Quinta da Bacalhoa, o Palácio deparava-se em total estado de ruína, que a "arcada do pátio desmoronara, o telhado da ala setentrional caíra e a galeria dominando o canteiro jazia despedaçada no solo, embora os azulejos das paredes permanecessem indemnes" (Binney, 1987, p. 74). Desde a compra até 1937, a proprietária restabeleceu as ruínas. Marcus Binney (1987, pp. 74-78) descreve o
73
Anexo D. É possível encontrar no livro Quinta e Palácio da Bacalhoa em Azeitão: monografia histórico-artística de Joaquim Rasteiro, a descrição de outras propriedades contidas no Tombo de 1631, como a Terra do rocio; Casas do hospital d'este morgado de que trata a instituição; e Casa do açougue. 75 Anexo E. 74
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estado do Palácio e a reconstrução executada pelos Arquitecto Norte Junior e o Engenheiro Santos Simões, a mando de Mrs. Orlena Z. Scoville, da seguinte forma: A sua reconstrução é fiel ao modelo original. As aguarelas de Blanc serviram de testemunho para a reconstituição do edifício. No interior, haviam-se perdido muitos dos pormenores decorativos, mas a proprietária cobriu os pavimentos com a característica tijoleira e reconstruiu os grandes tectos trapezóidais utilizando pinho finlandês, que parecia estar muito em voga em Portugal, nessa época. Paredes caiadas acentuam as proporções das salas e elegantes sofás e cadeiras de braços são realçados por belas cómodas e armários portugueses de madeira escura. O jogo de painéis da galeria retratando deuses fluviais é quanto resta de mais importante do primitivo património. Estes possuem molduras entrelaçadas claramente inspiradas no maneirismo flamengo e o investigador Santos Simões identificou-os como sendo obra de Marçalo de Matos, o discípulo português do ceramista flamengo Filipe de Góis. Na casa existem duas pequenas escadarias. Numa delas é uma invulgar escada dupla na torre nordeste com degraus paralelos descendo de cada lado de um maciço pilar central. A outra liga o primeiro andar a uma bela sala com tecto trabalhado, provavelmente do século XVIII. Nesta, o pilar central é escavado de modo a formar um corrimão em forma de serpente. As casas de banho projectadas pela senhora Scoville são um pormenor interessante, dado estarem bem integradas no conjunto antigo. Enormes banheiras, a condizer com os tectos altos, de mármore ou incrustadas em mármore. Na torre noroeste, uma banheira circular acompanhando a planta com cerca de dois metros de diâmetro. Após a morte desta proprietária em 1967, a casa passou para o seu filho que não só a conservou em pleno funcionamento, como mandou plantar no pomar mais baixo uma vinha que dá um excelente tinto seco, tipo Bordéus, para exportação.
Devido à falta de acesso a mais informação desenhada, nas Ilustrações 170-173 é possível observar as pequenas alterações arquitetónicas feitas em 1936. Alguns vãos das fachadas foram fechados e os espaços internos modificados. Ocorreu ainda a construção de instalações sanitárias, nomeadamente num dos cubelos.
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Alteração da fachada Alteração dos espaços internos Ilustração 171 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936 (antes). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Alteração dos espaços internos Ilustração 173 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936 (antes). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Alteração da fachada Alteração dos espaços internos Ilustração 172 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar térreo do Palácio, 1936 (depois). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
Alteração dos espaços internos Ilustração 174 - Quinta da Bacalhoa: planta do andar nobre do Palácio, 1936 (depois). ([Adaptado a partir de:] Fernandes, 2014)
O acesso às Ilustrações 174-187 possibilita entender a evolução exterior e interior da Quinta da Bacalhoa, durante o Século XX.
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Ilustração 175 - Quinta da Bacalhoa: fachada Nascente do Palácio, Cabrita Henriques, 1949. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 176 - Quinta da Bacalhoa: fachada da Galeria de Arcadas, 1949. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 177 - Quinta da Bacalhoa: Palácio e antigo pomar, 1949. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 178 - Quinta da Bacalhoa: Palácio visto da Estrada Nacional 10, 1949. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 179 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013)
Ilustração 180 - Quinta da Bacalhoa: sala do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013)
Ilustração 181 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013)
Ilustração 182 - Quinta da Bacalhoa: sala de jantar do andar nobre do Palácio, anos 50 do século XX. (Leite, 2013)
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Ilustração 183 - Quinta da Bacalhoa: Palácio, pomar e horta, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 185 - Quinta da Bacalhoa: empena Poente da Casa de Fresco vandalizada, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 184 - Quinta da Bacalhoa: terreno exterior ao muro de pedra da Quinta, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 186 - Quinta da Bacalhoa: vão fissurado da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 187 - Quinta da Bacalhoa: coluna fissurada da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
Ilustração 188 - Quinta da Bacalhoa: coluna fissurada da Casa de Fresco, Trindade Chagas, 1984. (Matias, et al., 2002)
As Ilustrações 188-194 demonstram a recomposição do Palácio da Bacalhoa, após tantos anos de desprezo. Através das descrições e plantas anteriormente apresentadas, pressupõem-se que as obras foram feitas pela proprietária Mrs. Orlena Z. Scoville.
Ilustração 189 - Quinta da Bacalhoa: sala de estar do andar nobre do Palácio. (Leite, 2013)
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Ilustração 190 - Quinta da Bacalhoa: salão do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007)
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Ilustração 191 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 193 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 194 - Quinta da Bacalhoa: quarto do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007)
Ilustração 192 - Quinta da Bacalhoa: Loggia de Lisboa do andar nobre do Palácio. (Leite, 2013)
Ilustração 195 - Quinta da Bacalhoa: instalação sanitária no cubelo do andar nobre do Palácio. (mdt, 2007)
Em 2000, a Quinta da Bacalhoa sofreu uma grande transformação exterior, que resultou na perda de alguns elementos importantes. Joe Berardo procedeu à eliminação dos “plátanos seculares bem como as laranjeiras do jardim dos Buxos e ainda quase todas as árvores de grande porte na zona envolvente da casa do tanque” (Calado, et al., 2001). Este processo resultou na terraplanagem do terreno para a plantação de uma vinha. O corte das árvores seculares exteriores ao muro de pedra, expõe visivelmente a Quinta à Estrada Nacional, deixando-a vulnerável às poluições sonoras e atmosféricas. Carapinha afirma que "as terraplanagens feitas para a plantação da vinha, eliminando alguns dos terraços, e a destruição do laranjal – um dos temas mais constantes e significativos dos jardins portugueses – afectam profundamente o jardim e, por isso, nunca deveriam ter sido executadas nestes termos" (Canelas, 2001).
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A falta de entrega de um projecto de alterações ao IPPAR76, levaram alguns organismos e populares a apresentarem queixa contra o proprietário. O IPPAR, após tomar conhecimento do sucedido, em Novembro de 2000, “solicitou à J.P. Vinhos que suspendesse os trabalhos a 7 de Dezembro“ (Canelas, 2001). Sem resultados positivos, um novo pedido de suspensão de obras foi reforçado a 2 de Março. No fim de Julho de 2001, foi pedido novamente um projecto de intervenção com o objectivo de “recuperar o que ainda for possível do que foi destruído” (Ribeiro, 2001). Sem qualquer resposta, em Fevereiro de 2005, o processo foi reaberto para “apurar a existência de um crime de dano qualificado” (Lusa, 2005). Flávio Lopes, Director do IPPAR, “disse à Lusa que pretende que o laranjal seja reposto e o actual gradeamento substituído pelo muro tradicional” (Reis, 2005). Tal não aconteceu e o caso foi arquivado em 2005 por não se terem reunidos indícios suficientes para a prática de crime. Actualmente, todos os espaços da Quinta são perceptíveis devido à vegetação baixa, contrariando a usual descrição de que a Quinta da Bacalhoa se encontrava “escondida entre árvores e matagal” (Binney, 1987, p. 70). A Ilustração 195 demonstra a constituição da Quinta da Bacalhoa no Século XVI e a Ilustração 196 retrata o terreno antes da intervenção de Joe Berardo.
IPPAR – Instituto Português do Património Arquitectónico. Até 2007, este organismo procedeu à classificação de imóveis de valor cultural; emitiu pareceres vinculativos sobre as intenções de recuperação e valoração global dos imóveis classificados; e geriu grandes monumentos nacionais. Actualmente, é a Direcção-Geral do Património Cultural que desempenha essas funções. 76
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Ilustração 196 - Quinta da Bacalhoa: planta geral do horto de recreio, Século XVI. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 52)
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Ilustração 197 - Quinta da Bacalhoa: planta geral, até 2000. ([Adaptado a partir de:] Carapinha, 1995b, p. 98)
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4.3. QUINTA DAS TORRES 4.3.1. HISTÓRIA O terreno da Quinta das Torres foi utilizado como assento de lavoura da Quinta da Bacalhoa até Setembro de 1521, quando "D. Brites de Lara [...] desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu como dote de casamento a D. Maria da Silva, filha de Vasque Annes Côrte Real" (Rasteiro, 1895, p. 14). Do casamento de D. Pedro de Eça com D. Maria da Silva, nasceu Diogo de Eça. O filósofo e humanista Diogo de Eça permaneceu no estrangeiro por razões políticas, a partir de 1560. Viajou entre Espanha e Itália, regressando a Portugal por volta de 1570, ano em que mandou construir o Palácio e mandou desenhar os primeiros esboços dos jardins. A habitação, assente na harmonia, no rigor geométrico e na simetria dos alçados, sugere influências trazidas de Itália. Duas décadas depois, em 1590, D. Diogo de Eça adquire a Quinta da sua mãe, introduzindo-lhe a função de recreio, sem nunca lhe retirar a função de produção agrícola. Foi o proprietário por apenas quatro anos, visto que faleceu em 1594. «O portão do lado oriental ostentava os brasões dos Eça, Guedes, Saldanhas da Gama, Soares, Noronha, Mellos e Castro, tantos e mais reuniam os Condes Murça no seu escudo nobiliarchico e tantos mais tinham sido os apellidos dos proprietários.» (Parreira apud Castel-Branco, 2002, p. 128)
Por falta de sucessão directa, no século XVIII, a Quinta das Torres passou para a família Corte-Real (ramo colateral de D. Maria da Silva) e, posteriormente, por heranças e casamentos para a família Saldanha. Mais tarde, são os Melos (Condes de Murça) os proprietários. É o caso de João Maria de Melo, 3º Conde de Murça, que se encontra na posse da Quinta de 1839 até 1877, ano da sua morte. Após a sucessão, as filhas do 3º Conde procedem à venda da propriedade, em 1878, ao médico e professor Manuel Bento de Sousa. Actualmente, a Quinta das Torres continua na sua descendência familiar. A implementação do liberalismo em Portugal provocou a quebra do prestígio de senhores. O consecutivo afastamento dos proprietários dos palácios e solares, resulta na degradação das habitações, à excepção da Quinta das Torres (Pimentel, 1992, p. 73). O reânimo dos solares azeitonenses decorrido entre 1880 e 1900, aconteceu graças à aquisição desta Quinta pelo prestigiado médico (Pimentel, 1992, p. 73).
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D. Maria Clementina Andrade de Sousa, a proprietária em 1939, abriu ao público uma parte do Palácio para uma Casa de Chá e um pequeno Hotel e, posteriormente, para uma ampla Pousada. A 28 de Março de 1970, o espaço verde é classificado como Monumento Histórico de Interesse Nacional77 e, mais tarde, a 6 de Março de 1996, é a vez do Palácio ser classificado como Imóvel de Interesse Público 78 . Após as classificações, em 1999, é introduzida na Quinta das Torres uma piscina envolvida por um laranjal. Três anos depois, a proprietária Mafalda Almeida mantinha ainda a estalagem e restaurante abertos, assim como os espaços exteriores para a realização de eventos (2002, p. 130). Em 2011, a actividade hoteleira terminou. Actualmente, a Quinta das Torres pertence aos irmãos João Aires Ferrão de Sousa e António Manuel Ferrão de Sousa, que continuam a disponibilizar o espaço para a realização de eventos (casamentos, festas, etc.).
4.3.2. IMPLANTAÇÃO Um quilómetro e meio é, aproximadamente, a distância que separa a Quinta da Bacalhoa em Vila Fresca de Azeitão e a Quinta das Torres em Vila Nogueira de Azeitão79. A Quinta das Torres, tal como a Quinta da Bacalhoa, situa-se a Norte da Serra da Arrábida, onde os recursos hídricos, os solos férteis e o clima ameno, atrai o Homem para a instalação de quintas. Esta Quinta situa-se numa encosta de inclinação suave, geologicamente composta por “formações do Pliocénio e Quaternácio” e litológicamente formada por “areias, aluviões e lodos” (Lima, et al., 2004). O conjunto verde classificado tem como material vegetal o plátano, a corísia, a oliveira, a tipuana e a vinha japonesa e como inerte o calcário (Lima, et al., 2004). A agricultura e a cultura da oliveira e da vinha são as actividades de maior importância nos solos da Arrábida. Para além da produção, os solos desta região permitem a
Grau 2 – Imóvel ou conjunto com valor tipológico, estilístico ou histórico ou que se singulariza na massa edificada, cujos elementos estruturais e características de qualidade arquitectónica ou significado histórico deverão ser preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Imóvel de Interesse Público (Lima, et al., 2004). 78 Grau 1 – Imóvel ou conjunto com valor excepcional, cujas características deverão ser integralmente preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Monumento Nacional (Matias, et al., 2003). 79 Distrito: Setúbal; Concelho: Setúbal; Localidade: Vila Nogueira de Azeitão. 77
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biodiversidade do habitat animal, onde a paz, o silêncio e a tranquilidade, proporcionam boas condições de existência.
Ilustração 198 - Quinta das Torres: localização da Quinta no Distrito de Setúbal, a Norte da Serra da Arrábida e do Rio Sado. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
Ilustração 199 - Quinta das Torres: ortofotomapa da Quinta com a envolvente agrícola e vinícola. ([Adaptado a partir de:] Google Inc., 2014)
A Quinta das Torres destaca-se das propriedades agrícolas e vinícolas envolventes pela vasta vegetação composta pelo jardim de buxo, mata, pomar e olival. Tratando-se de uma grande área verde, é necessária uma grande quantidade de água para a rega. A água utilizada nestes espaços é conduzida por canos de plástico, a partir de uma mina até ao tanque de água, onde se mantém armazenada para futura utilização (Lima, et al., 2004).
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5
Bungalow Casa dos Animais Acesso/Entrada
Piscina
Bar da piscina
Antigo tanque de roupa
Ilustração 200 - Quinta das Torres: planta geral com a indicação (aproximada) dos espaços. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
A centralidade da Quinta é alcançada através do Palácio, uma vez que, a partir da proporcionalidade do pátio e da métrica dos eixos perpendiculares do edifício, é gerida a composição formada por lagos, jardim de buxo e casa de prazer (Pires, 2013, p. 326).
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4.3.3. DESCRIÇÃO A entrada na Quinta das Torres é feita através da Estrada Nacional 10. O portão da entrada, enquadrado num muro de cerca de três metros de altura que fecha 3/4 do perímetro, marca o limite entre a via pública e a propriedade privada.
Ilustração 201 - Quinta das Torres: muro envolvente do terreno. (Ilustração nossa, 2014)
Ilustração 202 - Quinta das Torres: entrada principal. (Ilustração nossa, 2014)
Ilustração 203 - Quinta das Torres: alameda verde. (Ilustração nossa, 2014)
O caminho percorrido desde o portão de entrada ao Palácio, é ladeado por uma alameda verde densamente composta por plátanos, que tornam diminuta a imagem do céu através das copas. O olival acompanha todo o percurso até a um terreiro de chegada. O amplo terreiro rectangular em calçada, faz a ligação a três zonas e às respectivas construções. A Este do terreiro e escondidos pela mata permanecem dois bungalows. Ambos T1, com piso único, pequenos vãos e cobertura em telha, faziam parte do programa da pousada. Numa das fachadas é possível encontrar um painel de azulejos incompleto, encontrando-se a parte em falta no chão. A densa vegetação e o ambiente natural que envolve estas construções, permitia ao hóspede desfrutar de uma estadia próxima à natureza.
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Ilustração 204 - Quinta das Torres: bungalow. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 205 - Quinta das Torres: enquadramento de um painel de azulejos no bungalow. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 206 - Quinta das Torres: painel de azulejos de bungalow. (Ilustração nossa, 2015)
A Sul do terreiro encontram-se as antigas casas de animais (pombais, cavalariças, galinheiros, etc.). As casas variam entre um e dois pisos, coberturas e materiais e encontram-se abandonadas em pleno estado de ruína. Contudo, a vegetação envolvente esconde o estado destas edificações.
Ilustração 207 - Quinta das Torres: antigas casas de animais. (Ilustração nossa, 2015)
A Oeste do terreiro situa-se o Palácio que é possível ser visualizado aquando da chegada do visitante ao terreiro. A residência, com a planta rectangular, as torres rectangulares nos vértices e um pátio quadrado ao centro, desenvolve-se em três pisos. Piso inferior Colocadas sob as torres da ala Norte do Palácio, desenvolvem-se as instalações sanitárias de apoio ao tanque de água. São acessíveis pelo exterior e por umas escadas interiores do Palácio.
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Piso térreo A entrada no Palácio pode ser feita directamente pelas torres ou pelos vãos centrados nas fachadas. Os vãos e os espaços de transição interiores permitem transitar de espaço em espaço sem nunca ser necessário sair do edifício. A integração do pátio na construção e o desenho regular da planta, reflectem as preocupações renascentistas como a simetria e a harmonia. Dispostos em torno do pátio desenvolvem-se os diversos usos do Palácio: na ala Norte, as áreas comuns como a recepção, bar, restaurante, salas de estar e capela; na ala Este, as áreas de serviço como a copa, cozinha e lavandaria; e nas alas Oeste e Sul, os quartos. As numerosas divisões são compostas por tectos de madeira lisos e em caixotão, paredes revestidas a azulejos, portas à romana e pavimentos de pedra.
Ilustração 208 - Quinta das Torres: sala de estar do Palácio. (Tripadvisor, 2015)
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Ilustração 209 - Quinta das Torres: quarto duplo do Palácio. (Tripadvisor, 2015)
Ilustração 210 - Quinta das Torres: instalação sanitária do Palácio. (Tripadvisor, 2015)
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Copa, cozinha e lavandaria Recepção Sala de estar Vistas Acesso/Entrada
Restaurante Serliana Eixo de simetria
Capela
Quartos
Ilustração 211 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Carita, et al., 1990, p. 67)
Piso superior Nas torres estão instaladas as antigas suites. Dispõem de terraços sobre as alas Este e Oeste, que permitiam ao visitante desfrutar da paisagem da Quinta e da sua envolvente.
Ilustração 212 - Quinta das Torres: torre vista do terraço. (Tripadvisor, 2015)
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Ilustração 213 - Quinta das Torres: Palácio revestido por plantas trepadeiras. (Tripadvisor, 2015)
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Quartos
Vistas
Acesso/Entrada
Eixo de simetria
Ilustração 214 - Quinta das Torres: planta do piso superior do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Carita, et al., 1990, p. 67)
Os alçados simétricos coroados com merlões prismáticos, realçam os desníveis do terreno envolvente. O revestimento das fachadas com as plantas trepadeiras dilui a habitação na paisagem.
Eixo de simetria Ilustração 215 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
O alçado Este, virado para o terreiro, é desenhado com as torres salientes e um frontão triangular ladeado por janelas de verga segmentar. O frontão central, interrompido por nicho, permite a entrada directa no pátio. A torre comum às alas Este e Norte abre-se para a recepção. Na ala Norte surge o bar e, logo depois, o restaurante.
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Ilustração 216 - Quinta das Torres: sala comum do Palácio. (Ramos, 2007c)
Ilustração 217 - Quinta das Torres: sala de congressos e reuniões do Palácio. (Ramos, 2007c)
Ilustração 218 - Quinta das Torres: restaurante do Palácio. (Ramos, 2007c)
O espaço correspondente ao antigo restaurante é apresentado como um dos mais importantes do Palácio, por ter acolhido uma loggia. Sobre as portas desta divisão, permanecem painéis verticais da técnica de majólica italiana, compostos por 12x8 azulejos (dimensão total de 2,8mx1,85m). Ambos de Orazio Fontana 80 , retratam os “temas clássicos pertencentes à Eneida, de Virgílio: o da parede oeste representa a Fuga de Eneias e o Incêndio de Tróia, enquanto o da parede este a Morte de Dido e a Construção de Cartago” (Castel-Branco, 2002, p. 129).
Ilustração 219 - Quinta das Torres: localização do painel de azulejos Fuga de Eneias e o Incêndio de Tróia. (Joliet, 2015b)
Ilustração 220 - Quinta das Torres: painel de azulejos Fuga de Eneias e o Incêndio de Tróia. (Joliet, 2015b)
Ilustração 221 - Quinta das Torres: painel de azulejos Morte de Dido e a Construção de Cartago. (Joliet, 2015b)
Além destes painéis, um silhar de azulejos contorna a superfície inferior das paredes. De possível trabalho ou influência flamenga em oficina lisboeta, o silhar decora as paredes Sul, Este e Oeste do antigo restaurante do Palácio. Através de um desenho preciso, representa as cenas mitológicas e venatórias: “Metamorfoses de Ovídio – Marte e Vénus, Acteón surpreendendo Diana no banho, Cúpido forjando as setas, caçadas ao vedo e ao javali” (Simões, 1990, p. 107).
80
O oleiro italiano Orazio Fontana (1510-1571) pintou em Urbino, onde estabeleceu a própria oficina. Fabricou azulejos com a técnica de majólica de alta qualidade. Após a sua morte em 1571, acentuou-se a “decadência artística e técnica da majólica urbinense” (Simões, 1990, p. 85).
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Ilustração 222 - Quinta das Torres: parte do silhar azulejar representativo de caçadas. (Joliet, 2015b)
Ilustração 223 - Quinta das Torres: parte do silhar azulejar Acteón surpreendendo Diana no banho. (Joliet, 2015b)
O alçado Norte, com as torres no mesmo plano, é rematado com cornija. Os vãos inferiores das torres são constituídos por portas de verga rusticada em arco devidamente centrados (Matias, et al., 2003). No restante alçado os vãos de sacada encontram-se regularmente espaçados.
Eixo de simetria Ilustração 224 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
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Eixo de simetria Ilustração 225 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio (com o tanque de água). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Eixo de simetria Ilustração 226 - Quinta das Torres: alçado Norte do Palácio (com o templete). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Centrado com o alçado Norte encontra-se o tanque de água. Quadrado e com cerca de 900 m², é recortado em planta por meias luas. Ao centro, a Casa de Fresco em forma de templete é acessível a nado ou por barco. O templete tem planta circular, onde assentam apoiadas em estilóbata doze colunas toscanas adoçadas exteriormente, formando um conjunto de arcos abertos, cobertos por cúpula (Matias, et al., 2003). O espaço intramuros, decorado com um painel de azulejos, onde se inserem tanque e templete, é utilizado como zona de cocktail nos eventos realizados na Quinta.
Ilustração 227 - Quinta das Torres: zona do tanque de água a Norte do Palácio. (Ilustração nossa, 2015)
Marcus Binney (1987, p. 79) refere que o Templete é de influência italiana do Renascimento e da primeira fase do Maneirismo. Por sua vez, Cristina Castel-Branco (2002, p. 129) defende que o pavilhão tem precedentes “nos Lagos Sagrados da
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arquitectura Moghul da Índia”. Castel-Branco (2002, p. 127) justifica que, a composição formada pelo reflexo do edifício no taque de água, surge na Índia. Carapinha (1995a, p. 222) discorda da última, afirmando que a utilização da água sempre esteve presente.
Ilustração 228 - Quinta das Torres: tanque de água com o templete ao centro. (Ilustração nossa, 2014)
Ilustração 229 - Quinta das Torres: templete. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 230 - Quinta das Torres: painel de azulejos junto ao tanque de água. (Ilustração nossa, 2015)
Eixo de simetria Ilustração 231 - Quinta das Torres: alçado Oeste do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Ilustração 232 - Quinta das Torres: fachada Oeste do Palácio. (Ilustração nossa, 2015)
A alçado Oeste do Palácio detém ao centro uma escadaria com patamar de duplo acesso. Centrado com a fachada estende-se o jardim de buxo. O jardim de planta rectangular simétrica é murado em todos os limites. Dispõe de dois lagos, uma fonte ao centro e “canteiros de buxo preenchidos com diversas espécies autóctones como as
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couves-de-nossa-senhora ou exóticas como as corísias” (Lima, et al., 2004). Contrariamente às Quintas estudadas anteriormente, este espaço é amplo mas sombrio, pela permanência das árvores de grande porte. É acessível através da escadaria do Palácio e da entrada a Sul do espaço verde.
Ilustração 233 - Quinta das Torres: jardim de buxo visto a partir da escadaria da fachada Oeste do Palácio. (Ilustração nossa, 2015)
A fachada Sul do Palácio é aberta por um vão em arco, ladeado por cantarias rusticadas. Caracteriza-se pelas duas torres que se elevam até à altura dos torreões laterais, salientes da fachada.
Eixo de Simetria Ilustração 234 - Quinta das Torres: alçado Sul do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
O pátio quadrado no interior do Palácio é de terra batida e decorado por elementos característicos do espaço. Ao centro, dispõe de uma fonte de “2 taças sobrepostas, a inferior polilobada, alternadamente côncava e convexa e a superior menor e octogonal, unidas por coluna” (Matias, et al., 2003), e um relógio solar fixado sobre plinto de pedra. As fachadas Oeste, Este e Sul do pátio são idênticas entre si, pelo constante coroamento a merlões, janelas verticais e aberturas centrais em arco.
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Ala Sul do Palácio Antigo restaurante da ala Este Vistas Acesso/Entrada
Sala de estar da ala Este Eixo de simetria
Serliana da ala Este
Ilustração 235 - Quinta das Torres: corte longitudinal do Palácio e tanque de água (com respectivo alçado Oeste do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Ala Sul do Palácio Antigo restaurante da ala Este Vistas Acesso/Entrada
Sala de estar da ala Este Eixo de simetria
Serliana da ala Este
Ilustração 236 - Quinta das Torres: corte longitudinal do Palácio e tanque de água (com respectivo alçado Este do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Ala Este do Palácio (acessível pelo terreiro) Ala Oeste do Palácio (acessível pela escadaria) Vistas Acesso/Entrada Eixo de simetria Ilustração 237 - Quinta das Torres: corte transversal do Palácio (com respectivo alçado Sul do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Por sua vez, na fachada Norte do pátio é rasgado um “vão, dividido em três partes, por meio de colunas, sendo a abertura central encimada por um arco de volta inteira” (Stoop, 1986, p. 357), claramente influênciado pela serliana de Sebastiano Serlio. Sobre o pórtico, surgem duas pirâmides cujas agulhas se elevam até à altura total do Palácio.
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Ala Este do Palácio (acessível pelo terreiro) Ala Oeste do Palácio (acessível pela escadaria) Vistas Acesso/Entrada Eixo de simetria Ilustração 238 - Quinta das Torres: corte transversal do Palácio (com respectivo alçado Norte do pátio). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Contrariamente à organização do Palácio, o epaço circundante à habitação não é clara. No entanto, um caminho pedonal de terra batida separa o Palácio do espaço de lazer. Construído posteriormente à habitação – cerca de quatro séculos –, a zona de lazer surge centrada e paralela à fachada Oeste do Palácio. A uma cota inferior à do jardim de buxo ocupa parte do antigo laranjal, mantendo-se envolvida pela parte restante.
Ilustração 239 - Quinta das Torres: arcada do antigo tanque de roupa. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 240 - Quinta das Torres: antigo tanque de roupa. (Ilustração nossa, 2015)
Ilustração 241 - Quinta das Torres: arcada do bar. (Ilustração nossa, 2015)
A zona de recreio reúne à mesma cota três áreas: um antigo tanque da roupa e o bar, ambos com planta quadrangular e cobertura de quatro águas apoiada em arcos abertos ao exterior; e a piscina, que se encontra ao centro dos espaços anteriores.
Ilustração 242 - Quinta das Torres: zona da piscina. (Ilustração nossa, 2015)
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Este espaço de lazer encontra-se murado, fazendo a separação entre esta zona e o terreno envolvente composto por arvoredos. A Este, um muro com cerca de três metros de altura, liga o caminho pedonal ao espaço de recreio. É coroado por esferas e tem ao centro uma fonte e uma escadaria circular de dois patamares de duplo acesso.
4.3.4. EVOLUÇÃO O terreno da Quinta das Torres era, inicialmente, apenas utilizado para a agricultura pelos proprietários da Quinta da Bacalhoa. No entanto, tornou-se independente de funções a partir de 1521. Em 1570, para além de D. Diogo de Eça mandou construir o Palácio, os jardins e os lagos, colocou na divisão da antiga loggia os dois painéis de azulejos que perduram até à data (Castel-Branco, 2002, p. 129). Segundo Santos Simões (1990, p. 85), é possível que a encomenda dos painéis tenha ocorrido antes de 1570 e, a respectiva colocação nas paredes, entre 1570 e 1578. O mesmo se aplica ao silhar que decorou no Século XVI as paredes Sul, Este e Oeste da mesma sala. Terá sido encomendado entre 1565 e 1575, em “alguma oficina de Lisboa onde não era estranho o trabalho ou a influência directa dos «malagueiros flamengos»” (Simões, 1990, p. 108). Para além da produção agrícola que sempre desempenhou, em 1590 a Quinta das Torres já era utilizada como espaço de recreio.
Ilustração 243 - Quinta das Torres: antigo restaurante com a loggia aberta na fachada Norte do Palácio. (Joliet, 2015b)
A maior mudança arquitectónica conhecida no Palácio das Torres, deu-se quando a loggia da fachada Norte foi fechada. Possivelmente no Século XVIII, esta varanda foi substituída por janelas de balaústres e o espaço convertido em salão (Stoop, 1986, p.
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357). Depois da alteração do alçado, a parede Norte foi decorada na parte inferior por azulejos contemporâneos. Santos Simões (1990, p. 107) afirma que alguns não são originais pois foi necessário restaurar a sala, o que levou o proprietário a acrescentar aos já existentes novos azulejos, que não prejudicaram a harmonia do conjunto. A habitação mantem o traçado original, no entanto, grande parte da organização dos espaços exteriores foi-se perdendo (Carita, et al., 1990, p. 57). É o caso do jardim de buxo que existiu perante a antiga loggia. «O jardim ocupa um longo rectângulo, parallelo à fachada Norte, alevantado como um terraço 4 a 5 m sobre o terreno adjacente, o que, em questão de perspectiva lhe dá vantagens quasi eguaes às das janelas [...] este rectângulo é dividido em três quadrados, sendo o do meio occupado pelo lago, tendo ao centro uma torre circular, coroada de um zimbório sustentado por colunas ligadas em torno por arcos de volta abatida e dominados por uma estátua de Neptuno, aplacando as águas com o seu tridente [...] outros dois quadrados [...] eram plantados de buxo formando o labyrinto, em desenhos regulares» (Parreira apud Castel-Branco, 2002, p. 130)
A estatueta de Neptuno com o tridente integrante do jardim “desapareceu, tal como [as] estátuas mitológicas de gesso ou barro pintado de branco, que ainda em 1839 ornamentavam o parapeito que forma o balcão norte daquela espécie de terraço” (Calado, 1994, p. 67). Cristina Castel-Branco (2002, p. 130) refere ainda que as outras estátuas, que se encontravam espalhadas pelo jardim, foram igualmente retiradas. Dr. Manuel Bento de Sousa foi o responsável pelas alterações nos espaços verdes. Os jardins de buxo foram substituídos por jardins à inglesa, atribuíndo ao espaço um cariz romântico (Calado, 1994, p. 66). Como prenda para o proprietário, no final do Século XIX, foram trazidas árvores grandes do Brasil, para os jardins em torno do grande tanque (Carita, et al., 1990, p. 57). Cristina Castel-Branco (2002, p. 130) defende que outros “terraços de buxo completam a fachada poente, mas nada tão grandioso como o lago onde se reflectem as torres, único testemunho do jardim inicial”.
Ilustração 244 - Quinta das Torres: fachada Este do Palácio, 1987. (Matias, et al., 2003)
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Ilustração 245 - Quinta das Torres: fachada Norte do Palácio, 1987. (Matias, et al., 2003)
Ilustração 246 - Quinta das Torres: fachada Norte do Palácio com o tanque água, 1987. (Matias, et al., 2003)
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Ilustração 247 - Quinta das Torres: pomar, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004)
Ilustração 248 - Quinta das Torres: eucaliptal, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004)
Ilustração 249 - Quinta das Torres: pérgula, Inês Pereira Lima, 2004. (Lima, et al., 2004)
Em 1961, foi encontrado um conjunto de azulejos que poderiam ter pertencido a um painel de azulejos da Adoração dos Magos, provenientes de uma capela ou oratório outrora existente na Quinta (Simões, 1990, p. 108). Devido à falta de elementos desenhados, as Ilustrações 249-254 são as únicas que descrevem algumas das intervenções aplicadas no Palácio. Não se encontram datadas, contudo, o visionamento recente da Quinta e a comparação de fotografias e desenhos, possibilita perceber a ordem das alterações.
Portal anterior Ilustração 250 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio (antes). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Portal anterior Ilustração 251 - Quinta das Torres: alçado Este do Palácio (depois). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
O alçado Este, virado para terreiro de chegada, sofreu uma alteração no portal. Foi em arco mas, actualmente, apresenta-se com um frontão interrompido por nicho. Por sua vez, nos alçados Este e Oeste do pátio foram fechados alguns vãos.
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Fachada alterada
Fachada alterada
Ilustração 252 - Quinta das Torres: perspectiva ilustrativa do anterior portal do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Ilustração 253 - Quinta das Torres: perspectiva ilustrativa dos anteriores vãos no pátio do Palácio. ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
Em planta, no piso térreo, são introduzidas escadas de acesso aos terraços das torres das alas Oeste e Norte e demolidas algumas divisórias que aumentaram espaços internos.
Alteração das fachadas
Alteração dos espaços internos
Ilustração 254 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio (antes). ([Adaptado a partir de:] Matias, et al., 2003)
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Alteração das fachadas
Alteração dos espaços internos
Ilustração 255 - Quinta das Torres: planta do piso térreo do Palácio (depois). ([Adaptado a partir de:] Azevedo, 1988, p. 49)
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5. CONCLUSÃO Em Portugal, a arquitectura doméstica do Século XVI revelou ter uma maior importância nas Quintas Suburbanas (Quintas de Recreio). Tendo uma função secundária em relação aos restantes espaços, desenvolveram-se principalmente nos arredores de Lisboa, nomeadamente no baixo vale do Tejo, Azeitão e Sintra. Na pesquisa realizada para o desenvolvimento desta Dissertação de Mestrado, foi clara a quantidade de Quintas de Recreio que se encontram desprezadas pelos proprietários, ao abandono e em lamentáveis estados de ruína. Analisando os exemplos das Quintas da Ribafria, Bacalhoa e Torres, concluimos que todas foram alvo de inúmeras alterações, em primeiro lugar, por parte dos proprietários e posteriormente pelo tempo. Após cinco séculos de existência em Portugal, algumas quintas continuam a ser um lugar versátil onde o recreio e a produção partilham a mesma propriedade, através das relações formais e funcionais. É o caso da Quinta da Bacalhoa81. Apesar do abandono que sofreu e das inúmeras alterações aplicadas pelo actual proprietário nos espaços exteriores, mantem-se como habitação secundária e como espaço de produção dos Vinhos Bacalhôa, um dos principais exportadores de vinho em Portugal. Noutras, são aplicados programas actuais que nada têm a ver com os originais. A incapacidade económica do proprietário em manter a quinta e a própria administração pública, contribuem para prever, promover e consentir novas formas de utilização. É o caso da Quinta das Torres82. Nas últimas décadas, o Palácio desempenhou diversas funções que se afastaram das originais. Os espaços internos do Palácio foram adaptados para o acolhimento de uma Casa de Chá, Estalagem e pequeno Hotel. Actualmente, a Quinta que permanece de geração em geração na família, é utilizada para a realização de eventos. Com a impossibilidade económica dos proprietários, a manutenção quer dos espaços exteriores, quer do Palácio, não é a apropriada. Muitas são as que se encontram desprezadas ou degradadas por falta de preservação. Até à pouco tempo, era o caso da Quinta da Ribafria83, que na última década mantevese fechada a qualquer tipo de função ou cuidado por parte da Câmara Municipal de Sintra. Na data da conclusão deste trabalho, os espaços exteriores da Quinta foram
81
Anexo F. Anexo G. 83 Anexo H. 82
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restaurados e abertos ao público. Ainda em fase de recuperação, tudo indica que esta Quinta passará a desempenhar a função de Hotel de Luxo. A falta de informação relativamente ao tema das Quintas de Recreio portuguesas, revela alguma falta de interesse em manter ou recuperar as técnicas e materiais utilizados. A ausência de fundos monetários dos proprietários e dos organismos nacionais, por vezes, impossibilita a protecção deste património arquitectónico em Portugal. Nas Quintas de Recreio perde-se não só o bem imóvel, mas também o conjunto de conhecimentos, técnicas e práticas arquitectónicas e paisagístas. A manutenção destes Monumentos revela o cuidado na preservação da História Portuguesa. Da mesma forma que a demolição remete para a destruição de provas e memória da existência humana, a conservação destes monumentos releva o cuidado na preservação da história portuguesa.
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WWW:<URL:http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/filipe2.html>. TABOADA, Sofia Inês Amaral (2010) - “Projectar com o Lugar” - Reabilitação da Quinta da Torre da Aguilha. Lisboa : Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Projecto final de Mestrado para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura. TAVARES, Adérito (1987) - Sintra e os seus palácios. Lisboa : Arte Nova. TROVADOR, Quim (2015) - Gente Notável de Azeitão : Afonso Bras de Albuquerque. In TROVADOR, Quim - Gabitos [Em linha]. [S.l.] : Quim Trovador. [Consult. 9 Março 2015].
Disponível
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WWW:<URL:http://www.gabitos.com/AZEITAOPATRIMONIOEHISTORIA/template.php ?nm=1272096094>. TROVADOR, Quim (2015) - Palácios e Quintas : Quinta das Torres. In TROVADOR, Quim - Gabitos [Em linha]. [S.l.] : Quim Trovador. [Consult. 9 Março 2015]. Disponível em
WWW:<URL:
http://www.gabitos.com/AZEITAOPATRIMONIOEHISTORIA/template.php?nm=127721 0750>. VICIODAPOESIA (2015) - Susana e os velhos ou o triunfo da virtude sobre a calúnia. In Vicio da poesia [Em linha]. [S.l.] : Vicio da poesia. [Consult. 9 Março 2015]. Disponível em WWW:<URL:http://viciodapoesia.com/2012/12/15/susana-e-os-velhos-ou-o-triunfoda-virtude-sobre-a-calunia/>.
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
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ANEXOS
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
LISTA DE ANEXOS Anexo A
Descrição da composição da Quinta da Ribafria (Braancamp Freire apud Araújo, 1962, pp. 78-80).
Anexo B
Descrição do alçado Norte do Palácio da Quinta da Ribafria (Caetano, et al., 2005, p. 95).
Anexo C - Descrição da composição da Quinta da Ribafria (Caetano, et al., 2005, pp. 97-103). Anexo D - Descrição da composição da Quinta da Bacalhoa (Rasteiro, 1895, pp. 61-65). Anexo E - Descrição do estado da Quinta da Bacalhoa (Rasteiro, 1895, pp. 20-22). Anexo F - Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta da Bacalhoa. Anexo G - Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta das Torres. Anexo H - Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta da Ribafria.
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ANEXO A Descrição da composição da Quinta da Ribafria (Braancamp Freire apud Araújo, 1962, pp. 78-80)
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
«A entrada para a propriedade é por uma sorte de antiga alameda bastante ancha, mas agora sem arvoredo, e fechada entre dois muros, confinantes da direita com o jardim, lago e casas. Ao alto da alameda, que sobe em doce rampa, está à direita, olhando para a Nascente, o portão de ingresso para um pátio interior, serventia geral de todo o prédio. O pátio atrás do muro é fechado, à direita e em frente, pela casa de residência, a qual por este lado forma um ângulo recto; à esquerda limitam-no pardieiros em ruína, antigas oficinas de lavoura, as quais avançam ainda para além do pátio. Entre elas e a casa há uma travessa, aberta em frente ao portão de entrada, a qual dá serventia para a quinta pelo eirado sobre que assenta a torre e para onde ela tem a referida porta no primeiro andar. Toda a parte da casa de residência confinante com o pátio é dele separada por uma espécie de estreito passeio lajeado e alto, para o qual se sobe por três degraus de cantaria. A parte nobre da casa fica à direita entrando, e constitui a face correspondente à frente principal sobre o lago, mais curta do que esta em toda a largura do corpo saliente, o qual forma ângulo no pátio. Neste vê-se à direita uma porta de boa aparência, entrada para a capela; e na frente, dando acesso aos aposentos interiores, está outra porta de igual feição. À esquerda desta ainda existe uma terceira, baixa e humilde, para dar serventia à cozinha, onde se conserva uma boa lareira antiga. No mesmo pátio, no ângulo formado pelo muro, que o separa da alameda de entrada, e pela parede da casa, está uma fonte airosa, com seu tanque rectangular de pedra singelamente ornada, dentro de três delicadas colunas de cantaria destinadas a sustentar uma cúpula oval rematada exteriormente por uns florões, e ostentando em volta, sobre a cornija, vasos de pedra correspondentes às colunas. As partes das paredes que, entre aquelas forma o ângulo, é revestida de azulejos antigos verdes e brancos e tem uma carranca de pedra com a bica entre os beiços. No mesmo pátio do lado esquerdo há uma velha escada exterior de cantaria, para dar ingresso ao andar superior das oficinas de lavoura. Dominada pela torre e a ela encostada, mas sem nenhuma comunicação interior, está a casa com a frente para o Norte, sobre o jardim, em um primeiro andar alto, no qual se vêem rasgadas seis janelas, de forma igual às da torre e alinhadas com a correspondente destas. Tudo deita para um grande tanque estendido ao longo de toda a frente da casa e da torre, de sorte que das suas janelas se podiam mirar nas límpidas águas vindas da serra as gentis donas e donzelas de Ribafria, e mesmo até as que gentis não fossem. O tanque é alimentado por água do rio Lourel e pela de uma fonte coberta por um tecto piramidal, na qual, para limpeza da mina, há uma entrada, espécie de porta emoldurada por umas pedras de cantaria nas quais está esculpida uma linha grinalda de folhas e frutos de hera. Esta fonte fica na extremidade do tanque mais afastada da torre. Além dele é o jardim e a quinta. Em todo o edifício só me ficará por mencionar a cisterna, vasto depósito, cujo tecto é sustentado por dois rengues de grossas colunas de cantaria. A cisterna fica na encosta do monte ao Sul da casa, junto às já referidas oficinas de lavoura». (Braancamp Freire apud Araújo, 1962, pp. 78-80)
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ANEXO B Descrição do alçado Norte do Palácio da Quinta da Ribafria (Caetano, et al., 2005, p. 95)
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Este alçado apresenta dois níveis de vãos, os primeiros, acaçapados (que resultaram da alteração ao projecto inicial e mudaram também os três óculos ovais abertos pelo conde de Cartaxo), iluminam os baixios do edifício, sobrepondo-se-lhes na mesma ordem janelas maineladas por fino colunelo com capitel vegetalista e emolduradas a cantaria. Com telhados de tesoura, o longo beirado permanece corrido de merlões escadeados, aliás semelhantes aos que existiam já no muro que delimita o pátio de lajedo, e que substituíram as ameias rectas que o marquês de Ávila e de Bolama acreditou não serem coevas do palácio porque as «casas que estão juntas a torres como a de Ribafria [...] têm beiral e não ameias», considerando que tal descaracterização foi realizada «pelo anterior proprietário que a comprou aos seus antigos senhores», ou seja, na última vintena do século XIX, por Joaquim Ferreira Braga. Na continuidade do alçado, para poente, adossa-se-lhe uma torre de aparato quadrada, rematada por espessa cornija com merlões chanfrados (nitidamente inspirados nos existentes em várias torres do norte de Portugal [...] – que Jorge de Mello mandou interpor, substituindo o ameado retilíneo – e gárgulas em boca de fogo [...] que substituíram os inestéticos algerozes. Nos cunhais de alhetas sobressaem na aresta voltada a noroeste, e à maneira da renascença, as armas dos Ribafria coevas da reforma de Gaspar Gonçalves e esculpidas em bom trabalho de cantaria. No torreão rasgam-se igualmente ventanas de mainel excepto no último piso, onde os óculos de iluminação foram também mudados na reforma de Jorge de Mello por janelas de avental. A cobertura da torre de angulosa telharia que hoje deveras sobressai lá no alto, bem como os já referidos merlões chanfrados, resultam igualmente dos trabalhos promovidos pelo neto homónimo do conde do Cartaxo. O alçado nascente do soar, onde se expõe apenas a cabeceira da capela com modesta sineira encimada por cruz e o acesso aos baixios, está protegido por alto muro esverdinhado de vegetação, com pequeno tanque revestido com azulejos mudéjares e alimentado por carranca sobrepujada de nicho com imagem, ambos interpostos por Jorge de Mello. (Caetano, et al., 2005, p. 95)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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ANEXO C Descrição da composição da Quinta da Ribafria (Caetano, et al., 2005, pp. 97-103)
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
CASAS TÉRREAS VESTÍBULO Jorge de Mello promoveu o embelezamento da antiga cozinha do solar que o seu avô havia transformado em vestíbulo, ao mandar pintar no tecto de caixotão estucado a imitar madeira, as armas dos Ribafria, inspirando-se claramente aquele painel no desenho do brasão-de-armas de Gaspar Gonçalves de Ribafria, da autoria de António de Holanda. Esta pintura de notável pormenorização e naturalismo pode ser atribuída a Antero Basalisa, que […] se destinguiu como colorista e pintor decorativo. Poder-se-á, por outro lado, encontrar justificação para que o neto do 2.º conde do Cartaxo tenha mandado pintar as armas dos Ribafrias, naquele que foi o solar-emblema daquela família, como demarcação de um percurso historicista […]. Na parede sul do átrio, destaca-se, desenhado por Vasco Regaleira, um balcão – cuja inserção obrigou a ligeira amputação da grande chaminé da antiga cozinha – com acesso por pétrea escada lateral com guarda de cantaria maciça que se prolonga pelo varandim, assentando este em três arcos de volta que repousam em classicizantes capitéis de folha de acanto, sustidos por finas colunas cilíndricas e mísulas similares, articulando-se em jogo de nervuras cruzadas, enquanto que para lá da abóbada, estreito escadeado acede à cozinha. No patamar abre-se, através do tal arco já referenciado, vão de passagem para o edifício que corre paralelo ao solar. Enquanto que, à direita do patim, foi rasgada uma outra passagem acede a dependências menores sobrepujadas à sala de jantar. CASA DE JANTAR No sentido do poente, desenvolve-se, paralela ao vestíbulo, uma dependência que corresponde, no Tombo, à antiga «casa das mulheres e despensa» e que, como vimos, foi em época indeterminada dividida em várias salas, cujas paredes foram demolidas com o objectivo de se recuperar a antiga amplitude daquele espaço, com excepção da parede no topo norte que foi apenas deslocada, redimensionando a copa ali instalada – segundo se crê – pelos condes do Cartaxo e, em simultâneo, criar uma zona de passagem interior directa da biblioteca para a casa de jantar. Foi igualmente demolida a escada que dava acesso ao piso superior, ao qual se passou a aceder pelo vestíbulo. Assim, parcialmente devolvida ao prospecto inicial, ainda que tenha havido um reordenamento dos vãos que dão para o eirado da quinta entre os quais se impõe grande lareira, instalou-se ali a casa de jantar que ostenta no tecto de estuque modesta pintura decorativa, sendo apenas de relevar a inclusão na parede sul – e não previsto no primeiro projecto – de um lavatório de marmoreto rosa, assente em dois peixes de caudas entrelaçadas, com pia conchada e anjo relevado na predela, ao estilo do século XVIII. [...] SACRISTIA […] Ali, destaca-se, também, singelo lavatório de mármore setecentista (evocando, possivelmente, o momento em que o guarda-roupa de Gaspar Gonçalves cedeu lugar à sacristia) embutido na parede sul. Ainda a propósito, refira-se que consta no projecto inicial de alterações, datado de 1959 e subscrito por Andrade e Sousa, a adaptação daquele espaço a escritório, mas, o propósito inicial terá sido abandonado e a parede
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
que dá para a capela foi vazada, através da abertura de três arcos de volta, assentes em colunas cuja morfologia das bases e capitéis oitavados se afigura mais consentânea com uma evocação manuelina. […] Refira-se, por outro lado, que esta solução engenhosa – riscada, tal como outras interposições coevas, por Regaleira – permitiu, ao aproximar-se aquela divisão ao espaço sacralizado contíguo e ampliar a capacidade do pequeno templo, mantendo, apesar disso, a individualidade da sacristia. [...] BIBLIOTECA Retornando ao salão e perpassada a porta poente encontra-se pequena sala quadrangular, correspondente à «câmara pegada com a torre» descrita no Tombo de 1541, com lareira incrustada na parede nascente e tecto de caixotão estucado a imitar madeira. [...] De facto, a pintura inspira-se declaradamente naquele tecto setecentista e poder-se-á inscrever no programa iconográfico desenvolvido por Jorge de Mello, onde se intentou uma aproximação plástica ao antigo paço real, razão que, a ser verídica, aponta, uma vez mais, na direcção do pincel de Antero Basalisa. [...] TORRE SALETA Segue-se, uma pequena sala de estar, bastamente enriquecida por Jorge de Mello, que se implanta já no espaço da torre e tem acesso por três portas, uma exterior que dá para o eirado e outras duas que se articulam com a implantação das escadas de circulação interior, que foram, a partir deste piso, substituídas por pétrea escada de caracol. Na saleta, destaca-se, para além das janelas guarnecidas por cantarias e conversadeiras, a lareira com boca em cantaria e o escudo dos Mellos, esculpido em baixo-relevo, o tecto de caixotão de estuque marmoreado, com interposições, sobre tela, de cenas cinegéticas, sendo a principal a que se patenteia no grande quadro central. [...] QUARTO PRINCIPAL Impõe-se, no segundo sobrado de Gaspar Gonçalves, em plena torre, o quarto principal do edifício, ao qual se acede pela escada de caracol interposta por Jorge de Mello que mandou demolir, também, as paredes as divisórias interiores que, talvez no século XIX ou inícios do XX, o haviam repartido em duas dependências distintas, devolvendo-o assim ao prospecto inicial. Modesto no seu despojamento formal, que a reforma de 1960 soube preservar, limitando-se aquela campanha à interposição de uma lareira no ângulo noroeste com abertura canopial e à criação de um pequeno guardaroupa no espaço deixado livre pela armação da escada em caracol, a qual, como vimos, não estava contemplada no projecto inicial. Naquele quarto, destaca-se ainda a sua cobertura abobadada, nervuras e mísulas semelhantes às da capela e da sacristia, ostentando o escudo dos Ribafria na chave. QUARTO No último piso da torre que supomos ter sido acrescido no século XVIII, existia, à data da aquisição da quinta por Jorge de Mello, uma série de pequenos quartos. No âmbito da reforma de 1960, as compartimentações foram demolidas e aquele andar foi
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
transformado em quarto de hóspedes, com respectiva casa de banho, tendo-se, inclusivamente, reestruturado a implantação da escada de acesso. Este quarto, apresenta-se, no entanto, mais humilde que os restantes, sendo apenas de realçar a inserção, também no ângulo noroeste, de uma lareira, distinta das demais com a sua ampla boca de cantaria e um nível sob a fornalha para armazenamento de lenha e tecto com forro de madeira. PEQUENO VESTÍBULO À ENTRADA DO QUARTO DEPENDÊNCIAS ANEXAS SOBRE A CASA DE JANTAR
PRINCIPAL
E
No Tombo de 1542 não existe referência a qualquer piso sobre a «casa das mulheres e despensa» e, inclusivamente, em fotografia dos inícios do século XX do alçado poente do solar, constata-se apenas a permanência de uma porta e de duas alteadas frestas de iluminação. Assim sendo, e dado o estado actual dos nossos conhecimentos, não será possível aferir em que altura se interpôs entre a antiga «casa das mulheres e despensa» – actual casa de jantar – um piso disfarçado. Verificou-se, no entanto, que em plena época dos condes do Cartaxo aquele sobrado era já uma realidade, ao qual se acedia pelo quarto da torre – tendo-se para efeito derrubado um trecho da grossa parede nascente e deixado estreito corredor seguido de escadeado – e pela escada armada num dos compartimentos que então dividiam aquele amplo aposento, tendo-se, inclusivamente, aberto para iluminação própria cinco janelas de mansarda, duas voltadas para sul, uma para nascente e duas outras para poente (que, mais tarde, Jorge de Mello deslocou, de molde a permitir a inserção de uma terceira janela). Por conseguinte, foram ali instalados quatro divisões, dispostas ao longo de uma serventia que corria ao longo da parede nascente. Hoje, depois da empreitada de Jorge de Mello, as divisórias foram reduzidas a dois quartos de vestir e dois sanitários, associados ao quarto da torre, e a serventia foi transformada em vestíbulo com acesso, como vimos, pela loggia do átrio principal e pela torre, cujo corredor e escada anexa foram igualmente alvo de reconfiguração. CAVE A cave terá sido ocupada, como espaço doméstico, apenas na alvorada novecentista. Assim, apesar do seu reduzido peso documental no âmbito do presente estudo, afigura-se útil referenciá-la no contexto de análise da arquitectura revivalista, da autoria de Regaleira (com a colaboração de Diogo de Mello e Andrade e Sousa), que se tem vindo a evidenciar no solar de Ribafria. Assim, sob a capela e casa anexa abrem-se dois espaços usados, o primeiro, como zona de lavagem e, o segundo, como área de engomados. Dali, e continuando no sentido do poente, acede-se a um corredor perpendicular, tendo, à direita, um sanitário, e, em frente, um espaço de serviços diversos de apoio à cozinha que lhe fica contígua. Na ampla cozinha, com cobertura abobadada, impõe-se, ao centro grosso pilar oitavado com capitel e corda fina, o qual emerge de possante mesa de mármore, também oitavada; das paredes integralmente revestidas com azulejos verdes e brancos colocados sobre a ponta e formando reticulado oblíquo, abre-se generosa chaminé com espessas guardas lavradas em pedra. À esquerda da cozinha fica a despensa interior e o monta-pratos. Mas, continuando no sentido do poente, encontra-se, à esquerda, íngreme e estreita escada de acesso à copa no piso superior e, em frente – já na base da torre e com acesso exterior através do já mencionado pórtico manuelino – um espaço que funcionou como um pequeno ginásio. Retornando ao tal corredor perpendicular, e
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
seguindo agora no sentido do sul, existem duas salas interiores, uma destinada à caldeira e outra usada como garrafeira. Mais a sul, agora sob o átrio, existe um outro vestíbulo, integralmente forrado com azulejos de padrão paralelepipédico, inspirados nos existentes na sala árabe do antigo palácio real de Sintra, que distribui o circuito interno. Assim, à direita, abre-se o escadeado que dá acesso ao vestíbulo nas chamadas «casa térreas» e, prepassados os três arcos assentes em colunas com capitéis ao gosto de quinhentos, acede-se a dependências de apoio e à passagem subterrânea que faz a ligação com o corpo B. (Caetano, et al., 2005, pp. 97-103)
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ANEXO D Descrição da composição da Quinta da Bacalhoa (Rasteiro, 1895, pp. 61-65)
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Titulo das casas da quinta «Umas casas muito grandes e muito nobres, edificadas com muito primor, com varandas de todas as partes e casas, e muitas salas, camaras, recamaras [...] postas da parte do norte e do levante, ficando a quinta e pomar com seus jardins da parte do sul e poente, e tem o sitio das ditas casas em circuito pela extremidade da parte de fóra [...]. […] ao longo do edificio das ditas casas, está um jardim com uma fonte e casa de agua no meio […]. [...] «Tem mais estas casas tres cubellos nos tres cantos, que se fazem para fóra contra o norte, dois ao norte e um ao sul, com que ficam muito realçadas e lustrosas […}. [...] Pateo […] a parte do nascente tem uma varanda de columnas de jaspe, que serve entre as casas terreas e gasalhados de creados, e tem um chafariz de agua a uma parede da banda do norte. Jardim […] em quadriangulo. […] confronta com o pomar, […] confronta com as casas, com uma fonte ao meio e em roda com seus canos de agua e pelas paredes cidreiras e limoeiros, com meias paredes de azulejo feito em quadro. É arruado e ladrilhadas as ruas. Titulo do pomar «Item um pomar contiguo ás casas e jardim, que lhe ficam para a parte do levante, todo plantado de infinitas laranjeiras em ordem, limoeiros e cidreiras com todo o mais genero de fructas, mui espessas e plantadas em ordem e fileiras, o qual está todo cercado ao redor de um muro [...]. [...] Titulo da vinha «Tem mais uma vinha pela parte do norte, que dos lados fica dentro dos muros do pomar atrás confrontado e dividida do dito pomar pelo muro menos principal. […} Titulo das mais casas de creados, lagares de azeite e vinho, estrebarias, cocheiras e mais pertenças «Item defronte do pateo das casas principaes, atrás confrontado e medido, para a parte do nascente está um pateo contiguo ao outro atrás, o qual tem as casas seguintes […] e para esse pateo se entra por duas portas, a saber: uma a porta menos principal, qua vae do outro pateo para este entre as casas dos creados e outra porta maior e principal para a parte do norte, por onde póde entrar um coche, e defronte d'ella fica uma cocheira, e á ilharga, da parte do norte, fica um lagar de vinho, e á outra ilharga, para a
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
parte do nascente, um lagar de azeite […] e dois moinhos e duas caldeiras e todas as mais pertenças necessarias aos ditos lagares, e para a moenda d'estes lagares vem a agua do rio de S. Simão, que lhe é necessaria por servidão emquanto moer. […] «E por baixo do dito lagar pela parte do norte, junto á porta principal por onde se entra no pateo, correm umas estrebarias para a parte do norte [...] cuja porta e serventia está dentro do dito pateo com porta fechada sobre si, dentro do qual pateo estão dois fornos de cozer pão. (Rasteiro, 1895, pp. 61-65)
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ANEXO E Descrição do estado da Quinta da Bacalhoa (Rasteiro, 1895, pp. 20-22)
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
A quéda do reboco da torre septentrional descobriu uma janella ampla e de verga semicircular, que destoa completamente das demais e mostra que a torre foi restaurada e soffreu modificação. Em baixo divisa-se uma porta de iguaes fórmas, que communicava a torre com o pavimento terreo do palacio. Outros vestigios foram apparecendo indicativos de alterações na primitiva edificação. […] comparados ainda com a tombação do morgado, que descreve minunciosamente a casa e quinta, fez-me ver que na propriedade havia em todas as tres ephocas (1528, 1558, 1630), não só paços, mas pomares, vinha, cerca de muros e officinas agrarias proximas, tal como ainda hoje, em ruinas. […] […] se se deixar pousar a vista sobre o objecto, que de leve a impressionou, ha de notarse alteração e modificação nos lineamentos. Se se descer a minudencias, então resalta de passo a passo a reedificação e os innovamentos. Conhecia o andar nobre do palacio; busquei, porém, examinar attentamente o interior, e notei logo que a faxa de azulejos, que cinge as salas, não corresponde ao que, n'este genero, ha na parte superior da quinta. O azulejamento d'estas salas é em xadrez, ou como nas lisonjas da armaria, tecido de quadrados brancos com tiras verdes ou azues, e é sobejamente sabido que esta especie de mosaico é anterior aos azulejos com desenhos a cores, ou em relevo. Desci ao pavimento terreo, onde nunca tinha entrado, e encontrei provas claras de outra edificação ali encerrada. Ha duas casas cobertas por abobadas em ogiva e de arestas, cujas nervuras nascem tão proximas do chão, a não restar duvida de que o pavimento correspondente deve achar-se muito soterrado, e de que se levantou outro sobre elle para alcançar o novo nivel. Na parede que divide estas casas entre si houve um arco de volta perfeita, tecido de tijolo, cheio posteriormente de alvenaria e que a quéda do revestimento descobriu. Na varanda coberta junta, vê-se o sobre-arco de uma antiga porta para as casas abobadadas, cuja soleira deve achar-se bastante funda. Interiormente vêem-se diversas communicações de casa para casa, que foram inutilisadas ou substituidas. […] A escadaria que dá entrada para o palacio tinha por guarda uns corrimões supportados por pilares intervallados com balaustres de marmore branco, e no patamar superior ainda assim é; no medio, porém, formou-se um mainel massiço, enchendo os vãos da gradinata de alvenaria revestida de azulejos de relevo, do genero que mais abunda na quinta, e em tudo dissimilhante do azulejamento interior do palacio. Ainda aqui ha a notar que os azulejos da escadaria são de tres desenhos differentes. No azulejamento da parte superior da quinta encontram-se mesmo especies de ephocas muito distinctas. Esta alteração na gradinata da escadaria não é restauração, mas remendo. Em 1631 ainda todo o corrimão era sustentado por balaustres. Nas duas galerias sobrepostas que olham a norte, vê-se que o stylobata, sobre que pousam as columnas da arcaria superior é de pedra dissimilhante da que lhe fica por debaixo, repetindo-se o facto nos arcos da galeria superior, e dando-se aqui mais a circumstancia de não serem de pedra faceada, os seguintes nem terem medalhões de moldura relevada na mesma pedra, como nos seguintes das demais arcarias. A pedra
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
d'estes arcos e do stylobata é amarellada, branda e já a esboroar-se, emquanto o mais é calcareo rijo e branco, ou marmore da Arrabida, ainda que pouco escolhido. Parece ter havido aqui grande reparação, em que se não attendeu a todas as partes architectonicas. Uma parede de esbarro, reforçando a base da arcaria inferior, vem de ajuda a este supposto. É de crer que estes trabalhos fossem posteriores ás obras de Albuquerque. (Rasteiro, 1895, pp. 20-22)
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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ANEXO F Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta da Bacalhoa
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1580 - 1580
1816 - 1826
O Determinado
O Clemente
O Desejado
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557 O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1640 - 1656 O Restaurador
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista 1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1540-1545 das obras Sem data "Nos tempos do rei D. I era seu monteiro das matas de em Ribatejo, Vicente, que trazia emprazada em vida de tres pessoas uma quinta em que partia de um cabo com Affonso Annes das Leix e do outro com Nuno Martins. Metade da quinta pagava duas dobras de oiro de o restante era foreiro a ." (Rasteiro, 1895, p. 12)
1490, 20 Junho "D. Manuel, em Setubal, tinha dado a sua uma carta de privilegios para a sua quinta e bens de privilegios que comprehendiam os caseiros, lavradores, arrendadores dos bens, lagareiro do lagar de azeite e mordomo e que estivessem na quinta." (Rasteiro, 1895, p. 13)
1421 "D. I comprou dominio directo a Diogo e tomou para si toda a quinta [...] emprazou em tres vidas toda a propriedade a Alvaro Annes, seu barbeiro" (Rasteiro, 1895, p. 13).
Rei D.
I "deu
1427, 4 Setembro a Alvaro Annes para vender o emprazamento
1442 Morte de D. A filha D. Brites herdou a propriedade, que passou a ser designada de Quinta de Condestablessa. D. Brites "encommendaria os planos de um palacio de campo a architecto habil e, o havendo no paiz, o ou um artista da Italia, e este delineou uma villa, que, em uma ephoca de n'um genero medieval, amodernado por um florentino. Como muito usual succeder, o logar escolhido para a nova foi o assento da antiga casa da quinta, a residencia, talvez, do modormo. [...] Duas casas com abobadas ogivaes restos da do tempo do monteiro Vicente, ou do principe D. (Rasteiro, 1895, p. 19). Deste modo, a o definiu a cerca com a de muros com assinalados por cubelos de
"andavam descurados os bens do morgado, que o albergue de S. era um pardieiro, sem camas nem outra cousa para agasalho dos caminhantes" (Rasteiro, 1895, p. 58)
1558 A Quinta era composta por pomares, vinha, cerca de muros 1565 Data do painel de azulejos Susana e os Velhos de Eneas Vico.
Fins 1520 ou 1521 Casamento de D. Brites de Lara com D. Pedro de Menezes. 1521, Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de casamento a D. Maria da Silva, filha de Vasque Annes Real" (Rasteiro, 1895, p. 14). 1521 - 1522 Affonso de Albuquerque encontrava-se em onde "teve oportunidade de admirar todas as maravilhas da maravilhas essas que
1447 Casamento de D. Brites com D. Fernando (filho do Rei D. Duarte
1588
1554 Data do principal da Quinta.
1506 Morte de D. Brites. A bisneta D. Brites de Lara adquiriu a Quinta. que tenham sido os infantes de Beja, mais do que a sua herdeira, a do conhecida por que em 1506 constroem um na Quinta de Vila Fresca,
1674 "Um arrendamento de 1674 ao rendeiro da quinta a de tosquiar o buxo do jardim e ruas duas vezes por anno e limpar os craveiros dos alegretes." (Rasteiro, 1895, p. 31)
1623 O ladrilhador Real poderia estar na de azulejamento (Rasteiro, 1895, p. 31).
1669 Morte de D. Francisco
1630 O jardim de buxo encontrava-se murado e com cidreiras e limoeiros junto paredes. Havia "em todas as tres ephocas (1528, 1558, 1630), , mas pomares, vinha, cerca de muros e officinas agrarias proximas [...] em ruinas" (Rasteiro, 1895, p. 21).
1581 Morte de Afonso de Albuquerque. D. Jeronymo Telles Barreto do com do advogado de D. Affonso Albuquerque (filho de Affonso de Albuquerque).
1506 - 1528 D. Brites de Lara
1442 - 1506 D. Brites
1528 - 1581
1421 - 1427
1669 - 1677 1651 - 1658 D. Jeronymo Affonso Luiz de de Albuquerque Furtado e Albuquerque
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
Miranda Henriques
1712 (?) - 1721 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1677 - 1684 Nuno de Furtado e Albuquerque
1749 - 1757 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
e Albuquerque. O filho Manuel
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
encontrava-se
1750 - 1777
O
1910, 16 Junho foi Classificado como Monumento Nacional (Matias, et al., 2002).
Guedes de
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1914
1802 - 1890
1914 - 1929 Raul Martins
1929 - 1967 Mrs. Orlena Z. Scoville
Sousa e Albuquerque
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
venda. Degradou-se
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
2015 A Quinta dos abertos ao
exteriores e do piso O piso nobre do
2002 Berardo substit 2000 Joe Berardo comprou a Quinta e o da Bacalhoa da Sociedade Matiz S.A. Berardo o laranjal por vinha no segundo socalco e 1997
1996, 13 Novembro
1967 - 1997 Filho de Mrs. Orlena Z. Scoville
2000 - 2014 Joe Berardo
1997 - 2000
1890 - 1903 1903 - 1910 1910 - 1914 D. Luiz da Costa e El-rei D. Carlos Sousa de Macedo e Albuquerque
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1910 se tornar
O
1786 - 1802 D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque
1580 - 1580
O Desejado
1898 "Uma de aguarelas de Blanc, pintada em 1898, mostra uma casa no mais puro
1802 - 1853 D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo Albuquerque
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1929 O entrou em A "arcada do desmoronara, o telhado da ala setentrional e a galeria dominando o canteiro jazia no solo, embora os azulejos das paredes permanecessem indemnes" (Binney, 1987, p. 74). Mrs. Orlena Z. Scoville comprou a Quinta da Bacalhoa. 1929 - 1937 Mrs. Orlena Z. Scoville o com a ajuda do Arquitecto Norte Junior e do Engenheiro Santos "A sua fiel ao modelo original. As aguarelas de Blanc, serviram de testemunho para a do No interior, haviam-se perdido muitos dos pormenores decorativos, mas a cobriu os pavimentos com a tijoleira e reconstruiu os grandes tectos utilizando pinho que parecia estar muito em voga em Portugal, nessa Paredes caiadas acentuam as das salas e elegantes e cadeiras de por belas e portugueses de madeira escura. O jogo de da galeria retratando deuses fluviais quanto resta de mais importante do primitivo Estes possuem molduras claramente inspiradas no maneirismo flamengo e o investigador Santos identificou-os como sendo obra de de Matos, o do ceramista flamengo Filipe de [...] As casas de banho projectadas pela senhora Scoville um pormenor interessante, dado estarem bem integradas no conjunto antigo. Enormes banheiras, a condizer com os tectos altos, de ou incrustadas em Na torre noroeste, uma banheira circular acompanhanhando a planta com cerca
1903 Rei D. Carlos comprou a Quinta da Bacalhoa.
1757 Morte de Luiz Guedes de Miranda de
Albuquerque
1949, 29 Julho da Zona Especial de
1890, 24 Setembro Morte de D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque. O D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque herdou a Quinta, e mais propriedades em O restabeleceu as
Vila Fresca foi a primeira sede de freguesia. A "Villa, como bem sabido, designava, mesmo entre os portuguezes, a municipal, mas a quinta com casarias, e assim se dizia villa urbana ou villa rustica, conforme era de senhor ou predominavam n'ella as officinas agrarias. A villa italiana essa vem nossos dias, e modernamente vemos ir-se entre tambem recebendo a para designar uma casa de campo com jardim, horta, etc." (Rasteiro, 1895, p. 17)
1757 - 1786
1967 Morte de Mrs. Scoville. O filho defendeu a integridade do e mandou "plantar no pomar mais baixo uma vinha" (Binney, 1987, p. 78).
1888 Futuro Rei D. Carlos e D.
1767 O Rei D. I instalou-se na Quinta com a Corte e os seus ministros. de crer que o palacio, por da pousada ali do rei D. e ainda estivesse mobilado; depois d'isto, entregue a feitores e rendeiros, nu de quaesquer moveis,
1721 - 1749
2000
1853, 27 Novembro Morte de D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque herdou o morgado.
1759, 5 Dezembro Formou-se o concelho de
1684 - 1712 (?) D. Maria Josepha de
D. Francisco de Albuquerque
1786 Morte de Manuel Guedes de Miranda Henriques. O primo D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque adimistrou o morgado de Albuquerque.
(Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 28 de Julho D. Francisca de Noronha, esposa de Guedes de Miranda e Albuquerque, datou uma para o arrendamento da propriedade.
1749 Morte de Guedes de Miranda e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque "residiu sempre em Lisboa, administrando-lhe os bens de um feitor [...] com de seu amo" (Rasteiro, 1895, p. 78).
A Quinta era composta por "casas [...] com varandas de todas as partes e casas e muitas salas, camaras, recamaras [...] postas da parte do norte e do levante, ficando a quinta e pomar com seus jardins da parte do sul e poente [...] Tem mais estas casas cubellos nos tres cantos, que se fazem para contra o norte [...] na parte do nascente tem uma varanda de columnas de jaspe, que serve entre as casas terreas e gasalhados de creados, e tem um chafariz de agua a uma parede de banda norte.
1609 - 1651
1581 - 1609
1802, 6 Janeiro Morte de D. Francisco da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo
de Albuquerque. A Quinta
1631
1658 - 1669 1427 - 1442
Guedes de Miranda e Albuquerque era detentor da Quinta, mas ao "que parece, enloqueceu mais tarde, tirando-se-lhe a regia" (Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 15 de Junho "Fernando de Moraes Madureira Machado Pimentel tomou posse do morgado da Bacalhoa por
1677 Morte de Luiz de Furtado e Albuquerque. O Nuno de Furtado e Albuquerque herdou o morgado.
1658 Morte de D. Jeronymo Affonso de Albuquerque. D. Francisco de Albuquerque herdou o morgado.
1609, 24 Janeiro D. Maria de e Albuquerque encontrava-se como detentora do morgado. Casou com Bacalhau.
1570, 20 Julho "Afonso de Albuquerque obriga-se por escriptura de uma egreja para se fundar a nova freguezia de S. [...] A do templo tambem ficou a cargo do morgado." (Rasteiro, 1895, p. 53)
1721
1651, a partir De 1651 1890, a Bacalhoa permaneceu na posse de desinteressados que cuidaram da Quinta (Binney, 1987, p. 74).
1838 "Em 1838 o marquez de Saldanha, marechal e depois duque do mesmo titulo, descontente do governo, veiu para a Bacalhoa de que era senhor o conde D. Luiz da Costa, casado com D. Maria Ignacia, do marechal; habitou por mezes o palacio, sendo-lhe companheiro o conde da Cunha." (Rasteiro, 1895, p. 90)
1730 A Quinta foi administrada por D. Francisca de Noronha.
1712 Morte de D. Maria Josepha de e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1607 O Hospital por Affonso de Albuquerque encontrava-se em e o e a Quinta seguiam-lhe o rumo.
1568, 27 Janeiro "Affonso de Albuquerque [...] e sua mulher, D. Maria de Noronha, vincularam a quinta de com seu assento de casas, pomar e vinha, cercados [...] instituindo um hospital , que era junto da quinta de para n'elle se agasalharem pobres caminhantes." (Rasteiro, 1895, p. 52).
1528 D. Brites de Lara vendeu a Quinta da Bacalhoa a Affonso de Albuquerque. 1528 - 1554 O aplicou na Quinta renascentistas: abriu loggias nas fachadas; manteve as de ogiva, as torres com de gomos incorporados no e os cubelos dispersos na Quinta; e
1684, 15 Fevereiro Morte de Nuno de Furtado e Albuquerque. A D. Maria Josepha de e Albuquerque
1900
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000 2015, 1 de Maio
1580 Com a perda da Sintra conheceu a da corte. "Gaspar de Albuquerque Ribafria estagiou na sua Torre onde ter promovido uma corte" (Caetano, et al. 2005, p. 50).
Sem data Pedro Froes herdou, por falecimento do seu pai Fernando Affonso, a Quinta de Cabriz (mais tarde baptizada de "Ribafria").
1578 Morte de na
1481 A e, sobretudo, social de Gaspar no contexto de uma nova-nobreza de origens diferenciadas que, pelo menos desde o reinado de Afonso V e como
de
1562, 21 Agosto 1549 A
1526, 18 Outubro Ribafria comprou a Pedro Froes a Quinta da Ribafria, que "constava de muitas terras de apud Caetano, et al., 2005, p. 41).
indica que
1541 A Torre da Ribafria ficou pronta (Binney, 1987, p. 64). A "torre de Ribafria, reformada na de 1540, exaltou antes o novo estilo social de que, ao associar uma torre ao defensiva, mas de aparato, atendendo sua fisionomia e -, fez uso de uma perrogativa da antiga nobreza medieval" (Caetano, et al. 2005, p. 45). 1541, 16 Setembro Gaspar Ribafria foi "elevado a nobre por D. III da entrega de carta de armas, transmitindo, a Gaspar e seus descendentes, a de tomarem o appellido de Ribafria [...] para poder usar das armas d'esse appellido" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 43).
1534 homem de de Manuel I e III, "erigiu em 1534, um palacete de de Oliva, e, poucos anos voluidos, reformou o solar de Cabriz, como do novo estatuto social que o Piedoso lhe concedera por carta passada em 1541,
1536 .
1??? - 1??? Fernando Affonso
da parte abobadada do
1659, 12 Janeiro Morte de de Albuquerque Ribafria na Batalha das Linhas D'Elvas. A filha Maria de Albuquerque, mas "reconhecida e beneficiada pelas paternas" herdou as tensas e bens, entre eles, o morgado da torre de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53).
1544, 1 Julho "Gaspar de Ribafria procedeu a nova do que agora tinha como principal a quinta de Ribafria." (Caetano, et al. 2005, p. 45)
1529, 8 Janeiro Gaspar comprou "um casal na ribeira de Cabris, termo da Villa de Cintra. Era e tinha casas e curraes palheiros, serado, terras matos rotos e a romper, pacigos, montados, fontes e montes." (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 42) Gaspar nas
de Ribafria, "um dos fidalgos que Quibir" (Caetano, et al. 2005, p. 49). O filho Gaspar
1562, 21 Julho
1518, Agosto Peste em Lisboa levou a Corte a mudar-se para Sintra (Luckhurst, 1989, p. 30). Gaspar
1636, 20 Julho Morte de Gaspar de Albuquerque Ribafria. O filho de Albuquerque Ribafria herdou a Quinta da Ribafria.
1562 - 1578
1526 - 1562
1??? - 1526 Pedro Froes
Sem data Morte de Maria de Albuquerque. A prima Maria Teresa de Albuquerque que "costumava acompanhar quando iam para a sua quinta de Ribafria [onde] muito foi, pela de directa, herdeira nas casas de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53). Morte de Maria Teresa de Albuquerque. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria tornou-se o Senhor da Quinta da Ribafria.
1636 - 1659
1578 - 1636
1385 - 1433
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1481 - 1495
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1796 Morte de de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria. O filho Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
Albuquerque
Ribafria
1824 - 1864
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
1722 - 1731 Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria
1864 - 1880
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1861 - 1889 O Popular
1960 Ergueu-se um "imponente barroco - guardado por vigilantes de peito armoriado (Mello) pousadas sobre globos terrestres" (Caetano, et al., 2005, p. 94), que nobilita a entrada da Quinta. Na de 1960, "a torre sofreu nova e grandiosa que se traduziu, para do restauro, na e parcial do prospecto bem como a do corpo principal aos anexos
1959 Jorge de Mello, neto de Maria Mayer de Mello, adquiriu as restantes partes da Quinta aos anexos, dotou o das comodidades e alterou 1958, 25 Abril familiares. O Morte de Maria Mayer de Mello. A Quinta foi "adquirida em comum e sem 1959, 9 de Setembro de parte ou direito e em O "Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral executa um projecto onde implanta uma zona de por de delimitados por muretes de cerca de 0.5 m, no qual conjunto com os demais bens, pelos filhos pomar (Camara, et al., 2005). e netos" (Caetano, et al., 2005, p. 68).
1902 - 1922
1922 - 1935 Herdeiros de
1935 - 1958
2002 - 2014
1974 - 1988 Sem
Municipal de Sintra
Mello 1958 - 1959 Filhos e Netos de Maria
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1957 A Quinta foi restaurada pelo Estado, por se tratar
de Mello
Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1880 - 1902 Joaquim Ferreira Braga
1796 - 1824
1580 - 1580
O Desejado
uma
de Saldanha encontrava-se na Cadeia Civil Central de Lisboa
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1880, 23 de Junho Joaquim Ferreira Braga arrematou a Torre da Ribafria em hasta O esburacou o na procura de um tesouro, que julgara ter sido trazido por de Castro. (Caetano, et al., 2005, p. 66).
1993, 16 Julho Pedido de para a da titularidade da Quinta para a Friedrich Naumman (sede na Federal da Alemanha). Foi instalada, posteriormente, a Academia Liberdade e Desenvolvimento e o Corpo C foi adaptado para as 1988 Instituto Progresso Social e Democracia Francisco
1947 Maria de Lima Mayer a madeira e a telha do telhado e aplicou pinturas interiores e exteriores no A Torre foi
1878 1879
17?? - 1796
1974 Jorge Augusto Caetano da Silva de Mello foi obrigado a abandonar a Quinta da Ribafria.
1902 Joaquim Ferreira Braga perdeu a Torre, sendo arrematada em hasta Jorge de Mello comprou a Quinta e realizou obras avultadas.
1877
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
1996 O Arquitecto Paisagista Ribeiro Telles elaborou um projecto para a mina e para um jardim rochoso com riacho, executados em seguida.
1908, desde Jorge de Mello frequentou regularmente o solar renascentista.
1875 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor
1731 - 17?? 1??? - 1??? Maria Teresa de Albuquerque
2002, 17 Dezembro Compra pro bono
1920
1869 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor da Companhia Geral de Predial A agravou-se possivelmente da perda de rendimentos", procedendo o ao Registo "de forma obter capital que lhe possibilitasse manter o seu dispendioso modo de vida e cobrir os a que fora obrigado a recorrer" (Caetano, et al., 2005, p. 63)
Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1659 - 1???
de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria
1557 - 1562
Sem data Morte de de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria. O filho de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria herdou todos os seus bens, titulos e comendas.
da Quinta da Ribafria para a .
1922 Morte de Jorge
1864 Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira herdou a Torre da Ribafria. A Quinta era composta por uma grande "casa de celeiros, arribanas, casa de fruta, lagar, adega, e mais oficinas, grande cisterna, e uma nascente que vem de fora, que fornece um grande tanque [...], uma vinha antiga que [...] vinho, grande quantidade de fruta de e um pequeno pomar de espinho, terras de que produzem [...] trigo [...] milho [...] batatas, e mais (Arquivo Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 62-63).
1731, 25 de Janeiro Morte de Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. O de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria herdou os morgados e da Ribafria introduziu melhoramentos no tais como, o "acrescento de um quarto piso na torre - bem como no casal que lhe fronteiro [...] uma trave de da cobertura com a data de 1731 insculpida" (Caetano, et al., 2005, p. 57).
1722, 11 de Janeiro de Saldanha Ribafria escreveu em testamento, que por se encontrar doente e podendo continuar a tratar os de sua casa, dezistio da dos seus morgados e a transferio para seu filho e immediato sucessor" (Caetano, et al., 2005, p. 55), Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. A Quinta "chamada de Ribafria, sita em o logar de Cabris, termo da villa de Cintra, toda murada roda, que consiste de casas nobres com sua torre, pateo, tanques, arvores de espinho e de e vinha; e de della uma vinha murada de parede e valado e defronte do pateo das ditas casas umas terras pertencentes dita quinta - dous casares no mesmo sitio do logar de Cabris" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 56).
1??? - 1722
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente
1755 Terramoto arruinou parte da Quinta da Ribafria.
2011
1935 Maria de Lima Mayer reclamou a Torre.
1723, 12 Agosto Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria.
de Ribafria
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1824, 15 Maio Morte de Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
1959 - 1974 Jorge Augusto Caetano
1988 - 2002 Instituto Progresso Social e
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade 1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo, 1520 Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
1807
1542
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2015 Os Aires de Sousa e Manuel de Sousa os da Quinta das Torres. A propriedade privada encontra-se 1521
1594
1521, 2 Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de
1590
1570 primeiros jardins da Quinta. 1570-1578
Diogo de
1560, a partir de filho de D. Maria da Silva e D. Pedro de
1565-1575
A Loggia na ala Norte do foi possivelmente no XVIII, por janelas de eo interior convertido em (Stoop, 1986, p. 357). O Norte do foi fechado e a sala decorada com azulejos Diante desta fachada existia um Jardim de Buxo: " jardim ocupa um longo parallelo fachada Norte, alevantado como um 4a5m sobre o terreno adjacente, o que, em de perspectiva lhe vantagens quasi eguaes das janelas [...] este dividido em quadrados, sendo o do meio occupado pelo lago, tendo ao centro uma torre circular, coroada de um sustentado por colunas ligadas em torno por arcos de volta abatida e dominados por uma de Neptuno, aplacando as com o seu tridente [...] outros dois quadrados [...] eram plantados de buxo formando o labyrinto, em apud Castel-Branco, 2002, p. 130).
O silhar de azulejos das paredes Sul, Este e Oeste da Loggia foi encomendado entre 1565 e 1575, em "alguma oficina de Lisboa onde era estranho o trabalho
1839 Maria de Mello encontrava-se O das Torres funcionou como Estalagem. O disponibilizou
1877 . 1878 1999 1880-1900 O
dos solares azeitonenses decorrido entre 1880 e 1900, aconteceu O O diante do
Manuel Bento de Sousa Norte do por jardins
os Jardins de Buxo dispostos inglesa (Calado, 1994, p. 66),
das Torres foi Classificado como (Matias, et al., 2003).
A Quinta das Torres foi Classificada como Monumento (Lima, et al., 2004).
1889 do lado oriental ostentava os dos Guedes, Saldanhas da Gama, Soares, Noronha, Mellos e Castro, tantos e mais reuniam os Condes no seu escudo nobiliarchico e apud Castel-Branco, 2002, p. 128)
1961 Foi encontrado um conjunto de azulejos que poderia ter pertencido a um painel da dos Magos, proveniente de uma capela ou 1930
1939 D. Maria Clementina Andrade de Sousa adaptou uma parte do
das
???? - 2015 1??? - 1521 D. Brites de Lara
1521 - 1590 D. Maria da Silva
1700 - 17?? Corte-Real
1839 - 1877 Sousa
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
204
ANEXO G Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta das Torres
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1580 - 1580
1816 - 1826
O Determinado
O Clemente
O Desejado
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557 O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1640 - 1656 O Restaurador
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista 1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1540-1545 das obras Sem data "Nos tempos do rei D. I era seu monteiro das matas de em Ribatejo, Vicente, que trazia emprazada em vida de tres pessoas uma quinta em que partia de um cabo com Affonso Annes das Leix e do outro com Nuno Martins. Metade da quinta pagava duas dobras de oiro de o restante era foreiro a ." (Rasteiro, 1895, p. 12)
1490, 20 Junho "D. Manuel, em Setubal, tinha dado a sua uma carta de privilegios para a sua quinta e bens de privilegios que comprehendiam os caseiros, lavradores, arrendadores dos bens, lagareiro do lagar de azeite e mordomo e que estivessem na quinta." (Rasteiro, 1895, p. 13)
1421 "D. I comprou dominio directo a Diogo e tomou para si toda a quinta [...] emprazou em tres vidas toda a propriedade a Alvaro Annes, seu barbeiro" (Rasteiro, 1895, p. 13).
Rei D.
I "deu
1427, 4 Setembro a Alvaro Annes para vender o emprazamento
1442 Morte de D. A filha D. Brites herdou a propriedade, que passou a ser designada de Quinta de Condestablessa. D. Brites "encommendaria os planos de um palacio de campo a architecto habil e, o havendo no paiz, o ou um artista da Italia, e este delineou uma villa, que, em uma ephoca de n'um genero medieval, amodernado por um florentino. Como muito usual succeder, o logar escolhido para a nova foi o assento da antiga casa da quinta, a residencia, talvez, do modormo. [...] Duas casas com abobadas ogivaes restos da do tempo do monteiro Vicente, ou do principe D. (Rasteiro, 1895, p. 19). Deste modo, a o definiu a cerca com a de muros com assinalados por cubelos de
"andavam descurados os bens do morgado, que o albergue de S. era um pardieiro, sem camas nem outra cousa para agasalho dos caminhantes" (Rasteiro, 1895, p. 58)
1558 A Quinta era composta por pomares, vinha, cerca de muros 1565 Data do painel de azulejos Susana e os Velhos de Eneas Vico.
Fins 1520 ou 1521 Casamento de D. Brites de Lara com D. Pedro de Menezes. 1521, Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de casamento a D. Maria da Silva, filha de Vasque Annes Real" (Rasteiro, 1895, p. 14). 1521 - 1522 Affonso de Albuquerque encontrava-se em onde "teve oportunidade de admirar todas as maravilhas da maravilhas essas que
1447 Casamento de D. Brites com D. Fernando (filho do Rei D. Duarte
1588
1554 Data do principal da Quinta.
1506 Morte de D. Brites. A bisneta D. Brites de Lara adquiriu a Quinta. que tenham sido os infantes de Beja, mais do que a sua herdeira, a do conhecida por que em 1506 constroem um na Quinta de Vila Fresca,
1674 "Um arrendamento de 1674 ao rendeiro da quinta a de tosquiar o buxo do jardim e ruas duas vezes por anno e limpar os craveiros dos alegretes." (Rasteiro, 1895, p. 31)
1623 O ladrilhador Real poderia estar na de azulejamento (Rasteiro, 1895, p. 31).
1669 Morte de D. Francisco
1630 O jardim de buxo encontrava-se murado e com cidreiras e limoeiros junto paredes. Havia "em todas as tres ephocas (1528, 1558, 1630), , mas pomares, vinha, cerca de muros e officinas agrarias proximas [...] em ruinas" (Rasteiro, 1895, p. 21).
1581 Morte de Afonso de Albuquerque. D. Jeronymo Telles Barreto do com do advogado de D. Affonso Albuquerque (filho de Affonso de Albuquerque).
1506 - 1528 D. Brites de Lara
1442 - 1506 D. Brites
1528 - 1581
1421 - 1427
1669 - 1677 1651 - 1658 D. Jeronymo Affonso Luiz de de Albuquerque Furtado e Albuquerque
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
Miranda Henriques
1712 (?) - 1721 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1677 - 1684 Nuno de Furtado e Albuquerque
1749 - 1757 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
e Albuquerque. O filho Manuel
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
encontrava-se
1750 - 1777
O
1910, 16 Junho foi Classificado como Monumento Nacional (Matias, et al., 2002).
Guedes de
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1914
1802 - 1890
1914 - 1929 Raul Martins
1929 - 1967 Mrs. Orlena Z. Scoville
Sousa e Albuquerque
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
venda. Degradou-se
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
2015 A Quinta dos abertos ao
exteriores e do piso O piso nobre do
2002 Berardo substit 2000 Joe Berardo comprou a Quinta e o da Bacalhoa da Sociedade Matiz S.A. Berardo o laranjal por vinha no segundo socalco e 1997
1996, 13 Novembro
1967 - 1997 Filho de Mrs. Orlena Z. Scoville
2000 - 2014 Joe Berardo
1997 - 2000
1890 - 1903 1903 - 1910 1910 - 1914 D. Luiz da Costa e El-rei D. Carlos Sousa de Macedo e Albuquerque
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1910 se tornar
O
1786 - 1802 D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque
1580 - 1580
O Desejado
1898 "Uma de aguarelas de Blanc, pintada em 1898, mostra uma casa no mais puro
1802 - 1853 D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo Albuquerque
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1929 O entrou em A "arcada do desmoronara, o telhado da ala setentrional e a galeria dominando o canteiro jazia no solo, embora os azulejos das paredes permanecessem indemnes" (Binney, 1987, p. 74). Mrs. Orlena Z. Scoville comprou a Quinta da Bacalhoa. 1929 - 1937 Mrs. Orlena Z. Scoville o com a ajuda do Arquitecto Norte Junior e do Engenheiro Santos "A sua fiel ao modelo original. As aguarelas de Blanc, serviram de testemunho para a do No interior, haviam-se perdido muitos dos pormenores decorativos, mas a cobriu os pavimentos com a tijoleira e reconstruiu os grandes tectos utilizando pinho que parecia estar muito em voga em Portugal, nessa Paredes caiadas acentuam as das salas e elegantes e cadeiras de por belas e portugueses de madeira escura. O jogo de da galeria retratando deuses fluviais quanto resta de mais importante do primitivo Estes possuem molduras claramente inspiradas no maneirismo flamengo e o investigador Santos identificou-os como sendo obra de de Matos, o do ceramista flamengo Filipe de [...] As casas de banho projectadas pela senhora Scoville um pormenor interessante, dado estarem bem integradas no conjunto antigo. Enormes banheiras, a condizer com os tectos altos, de ou incrustadas em Na torre noroeste, uma banheira circular acompanhanhando a planta com cerca
1903 Rei D. Carlos comprou a Quinta da Bacalhoa.
1757 Morte de Luiz Guedes de Miranda de
Albuquerque
1949, 29 Julho da Zona Especial de
1890, 24 Setembro Morte de D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque. O D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque herdou a Quinta, e mais propriedades em O restabeleceu as
Vila Fresca foi a primeira sede de freguesia. A "Villa, como bem sabido, designava, mesmo entre os portuguezes, a municipal, mas a quinta com casarias, e assim se dizia villa urbana ou villa rustica, conforme era de senhor ou predominavam n'ella as officinas agrarias. A villa italiana essa vem nossos dias, e modernamente vemos ir-se entre tambem recebendo a para designar uma casa de campo com jardim, horta, etc." (Rasteiro, 1895, p. 17)
1757 - 1786
1967 Morte de Mrs. Scoville. O filho defendeu a integridade do e mandou "plantar no pomar mais baixo uma vinha" (Binney, 1987, p. 78).
1888 Futuro Rei D. Carlos e D.
1767 O Rei D. I instalou-se na Quinta com a Corte e os seus ministros. de crer que o palacio, por da pousada ali do rei D. e ainda estivesse mobilado; depois d'isto, entregue a feitores e rendeiros, nu de quaesquer moveis,
1721 - 1749
2000
1853, 27 Novembro Morte de D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque herdou o morgado.
1759, 5 Dezembro Formou-se o concelho de
1684 - 1712 (?) D. Maria Josepha de
D. Francisco de Albuquerque
1786 Morte de Manuel Guedes de Miranda Henriques. O primo D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque adimistrou o morgado de Albuquerque.
(Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 28 de Julho D. Francisca de Noronha, esposa de Guedes de Miranda e Albuquerque, datou uma para o arrendamento da propriedade.
1749 Morte de Guedes de Miranda e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque "residiu sempre em Lisboa, administrando-lhe os bens de um feitor [...] com de seu amo" (Rasteiro, 1895, p. 78).
A Quinta era composta por "casas [...] com varandas de todas as partes e casas e muitas salas, camaras, recamaras [...] postas da parte do norte e do levante, ficando a quinta e pomar com seus jardins da parte do sul e poente [...] Tem mais estas casas cubellos nos tres cantos, que se fazem para contra o norte [...] na parte do nascente tem uma varanda de columnas de jaspe, que serve entre as casas terreas e gasalhados de creados, e tem um chafariz de agua a uma parede de banda norte.
1609 - 1651
1581 - 1609
1802, 6 Janeiro Morte de D. Francisco da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo
de Albuquerque. A Quinta
1631
1658 - 1669 1427 - 1442
Guedes de Miranda e Albuquerque era detentor da Quinta, mas ao "que parece, enloqueceu mais tarde, tirando-se-lhe a regia" (Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 15 de Junho "Fernando de Moraes Madureira Machado Pimentel tomou posse do morgado da Bacalhoa por
1677 Morte de Luiz de Furtado e Albuquerque. O Nuno de Furtado e Albuquerque herdou o morgado.
1658 Morte de D. Jeronymo Affonso de Albuquerque. D. Francisco de Albuquerque herdou o morgado.
1609, 24 Janeiro D. Maria de e Albuquerque encontrava-se como detentora do morgado. Casou com Bacalhau.
1570, 20 Julho "Afonso de Albuquerque obriga-se por escriptura de uma egreja para se fundar a nova freguezia de S. [...] A do templo tambem ficou a cargo do morgado." (Rasteiro, 1895, p. 53)
1721
1651, a partir De 1651 1890, a Bacalhoa permaneceu na posse de desinteressados que cuidaram da Quinta (Binney, 1987, p. 74).
1838 "Em 1838 o marquez de Saldanha, marechal e depois duque do mesmo titulo, descontente do governo, veiu para a Bacalhoa de que era senhor o conde D. Luiz da Costa, casado com D. Maria Ignacia, do marechal; habitou por mezes o palacio, sendo-lhe companheiro o conde da Cunha." (Rasteiro, 1895, p. 90)
1730 A Quinta foi administrada por D. Francisca de Noronha.
1712 Morte de D. Maria Josepha de e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1607 O Hospital por Affonso de Albuquerque encontrava-se em e o e a Quinta seguiam-lhe o rumo.
1568, 27 Janeiro "Affonso de Albuquerque [...] e sua mulher, D. Maria de Noronha, vincularam a quinta de com seu assento de casas, pomar e vinha, cercados [...] instituindo um hospital , que era junto da quinta de para n'elle se agasalharem pobres caminhantes." (Rasteiro, 1895, p. 52).
1528 D. Brites de Lara vendeu a Quinta da Bacalhoa a Affonso de Albuquerque. 1528 - 1554 O aplicou na Quinta renascentistas: abriu loggias nas fachadas; manteve as de ogiva, as torres com de gomos incorporados no e os cubelos dispersos na Quinta; e
1684, 15 Fevereiro Morte de Nuno de Furtado e Albuquerque. A D. Maria Josepha de e Albuquerque
1900
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000 2015, 1 de Maio
1580 Com a perda da Sintra conheceu a da corte. "Gaspar de Albuquerque Ribafria estagiou na sua Torre onde ter promovido uma corte" (Caetano, et al. 2005, p. 50).
Sem data Pedro Froes herdou, por falecimento do seu pai Fernando Affonso, a Quinta de Cabriz (mais tarde baptizada de "Ribafria").
1578 Morte de na
1481 A e, sobretudo, social de Gaspar no contexto de uma nova-nobreza de origens diferenciadas que, pelo menos desde o reinado de Afonso V e como
de
1562, 21 Agosto 1549 A
1526, 18 Outubro Ribafria comprou a Pedro Froes a Quinta da Ribafria, que "constava de muitas terras de apud Caetano, et al., 2005, p. 41).
indica que
1541 A Torre da Ribafria ficou pronta (Binney, 1987, p. 64). A "torre de Ribafria, reformada na de 1540, exaltou antes o novo estilo social de que, ao associar uma torre ao defensiva, mas de aparato, atendendo sua fisionomia e -, fez uso de uma perrogativa da antiga nobreza medieval" (Caetano, et al. 2005, p. 45). 1541, 16 Setembro Gaspar Ribafria foi "elevado a nobre por D. III da entrega de carta de armas, transmitindo, a Gaspar e seus descendentes, a de tomarem o appellido de Ribafria [...] para poder usar das armas d'esse appellido" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 43).
1534 homem de de Manuel I e III, "erigiu em 1534, um palacete de de Oliva, e, poucos anos voluidos, reformou o solar de Cabriz, como do novo estatuto social que o Piedoso lhe concedera por carta passada em 1541,
1536 .
1??? - 1??? Fernando Affonso
da parte abobadada do
1659, 12 Janeiro Morte de de Albuquerque Ribafria na Batalha das Linhas D'Elvas. A filha Maria de Albuquerque, mas "reconhecida e beneficiada pelas paternas" herdou as tensas e bens, entre eles, o morgado da torre de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53).
1544, 1 Julho "Gaspar de Ribafria procedeu a nova do que agora tinha como principal a quinta de Ribafria." (Caetano, et al. 2005, p. 45)
1529, 8 Janeiro Gaspar comprou "um casal na ribeira de Cabris, termo da Villa de Cintra. Era e tinha casas e curraes palheiros, serado, terras matos rotos e a romper, pacigos, montados, fontes e montes." (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 42) Gaspar nas
de Ribafria, "um dos fidalgos que Quibir" (Caetano, et al. 2005, p. 49). O filho Gaspar
1562, 21 Julho
1518, Agosto Peste em Lisboa levou a Corte a mudar-se para Sintra (Luckhurst, 1989, p. 30). Gaspar
1636, 20 Julho Morte de Gaspar de Albuquerque Ribafria. O filho de Albuquerque Ribafria herdou a Quinta da Ribafria.
1562 - 1578
1526 - 1562
1??? - 1526 Pedro Froes
Sem data Morte de Maria de Albuquerque. A prima Maria Teresa de Albuquerque que "costumava acompanhar quando iam para a sua quinta de Ribafria [onde] muito foi, pela de directa, herdeira nas casas de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53). Morte de Maria Teresa de Albuquerque. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria tornou-se o Senhor da Quinta da Ribafria.
1636 - 1659
1578 - 1636
1385 - 1433
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1481 - 1495
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1796 Morte de de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria. O filho Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
Albuquerque
Ribafria
1824 - 1864
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
1722 - 1731 Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria
1864 - 1880
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1861 - 1889 O Popular
1960 Ergueu-se um "imponente barroco - guardado por vigilantes de peito armoriado (Mello) pousadas sobre globos terrestres" (Caetano, et al., 2005, p. 94), que nobilita a entrada da Quinta. Na de 1960, "a torre sofreu nova e grandiosa que se traduziu, para do restauro, na e parcial do prospecto bem como a do corpo principal aos anexos
1959 Jorge de Mello, neto de Maria Mayer de Mello, adquiriu as restantes partes da Quinta aos anexos, dotou o das comodidades e alterou 1958, 25 Abril familiares. O Morte de Maria Mayer de Mello. A Quinta foi "adquirida em comum e sem 1959, 9 de Setembro de parte ou direito e em O "Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral executa um projecto onde implanta uma zona de por de delimitados por muretes de cerca de 0.5 m, no qual conjunto com os demais bens, pelos filhos pomar (Camara, et al., 2005). e netos" (Caetano, et al., 2005, p. 68).
1902 - 1922
1922 - 1935 Herdeiros de
1935 - 1958
2002 - 2014
1974 - 1988 Sem
Municipal de Sintra
Mello 1958 - 1959 Filhos e Netos de Maria
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1957 A Quinta foi restaurada pelo Estado, por se tratar
de Mello
Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1880 - 1902 Joaquim Ferreira Braga
1796 - 1824
1580 - 1580
O Desejado
uma
de Saldanha encontrava-se na Cadeia Civil Central de Lisboa
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1880, 23 de Junho Joaquim Ferreira Braga arrematou a Torre da Ribafria em hasta O esburacou o na procura de um tesouro, que julgara ter sido trazido por de Castro. (Caetano, et al., 2005, p. 66).
1993, 16 Julho Pedido de para a da titularidade da Quinta para a Friedrich Naumman (sede na Federal da Alemanha). Foi instalada, posteriormente, a Academia Liberdade e Desenvolvimento e o Corpo C foi adaptado para as 1988 Instituto Progresso Social e Democracia Francisco
1947 Maria de Lima Mayer a madeira e a telha do telhado e aplicou pinturas interiores e exteriores no A Torre foi
1878 1879
17?? - 1796
1974 Jorge Augusto Caetano da Silva de Mello foi obrigado a abandonar a Quinta da Ribafria.
1902 Joaquim Ferreira Braga perdeu a Torre, sendo arrematada em hasta Jorge de Mello comprou a Quinta e realizou obras avultadas.
1877
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
1996 O Arquitecto Paisagista Ribeiro Telles elaborou um projecto para a mina e para um jardim rochoso com riacho, executados em seguida.
1908, desde Jorge de Mello frequentou regularmente o solar renascentista.
1875 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor
1731 - 17?? 1??? - 1??? Maria Teresa de Albuquerque
2002, 17 Dezembro Compra pro bono
1920
1869 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor da Companhia Geral de Predial A agravou-se possivelmente da perda de rendimentos", procedendo o ao Registo "de forma obter capital que lhe possibilitasse manter o seu dispendioso modo de vida e cobrir os a que fora obrigado a recorrer" (Caetano, et al., 2005, p. 63)
Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1659 - 1???
de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria
1557 - 1562
Sem data Morte de de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria. O filho de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria herdou todos os seus bens, titulos e comendas.
da Quinta da Ribafria para a .
1922 Morte de Jorge
1864 Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira herdou a Torre da Ribafria. A Quinta era composta por uma grande "casa de celeiros, arribanas, casa de fruta, lagar, adega, e mais oficinas, grande cisterna, e uma nascente que vem de fora, que fornece um grande tanque [...], uma vinha antiga que [...] vinho, grande quantidade de fruta de e um pequeno pomar de espinho, terras de que produzem [...] trigo [...] milho [...] batatas, e mais (Arquivo Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 62-63).
1731, 25 de Janeiro Morte de Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. O de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria herdou os morgados e da Ribafria introduziu melhoramentos no tais como, o "acrescento de um quarto piso na torre - bem como no casal que lhe fronteiro [...] uma trave de da cobertura com a data de 1731 insculpida" (Caetano, et al., 2005, p. 57).
1722, 11 de Janeiro de Saldanha Ribafria escreveu em testamento, que por se encontrar doente e podendo continuar a tratar os de sua casa, dezistio da dos seus morgados e a transferio para seu filho e immediato sucessor" (Caetano, et al., 2005, p. 55), Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. A Quinta "chamada de Ribafria, sita em o logar de Cabris, termo da villa de Cintra, toda murada roda, que consiste de casas nobres com sua torre, pateo, tanques, arvores de espinho e de e vinha; e de della uma vinha murada de parede e valado e defronte do pateo das ditas casas umas terras pertencentes dita quinta - dous casares no mesmo sitio do logar de Cabris" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 56).
1??? - 1722
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente
1755 Terramoto arruinou parte da Quinta da Ribafria.
2011
1935 Maria de Lima Mayer reclamou a Torre.
1723, 12 Agosto Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria.
de Ribafria
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1824, 15 Maio Morte de Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
1959 - 1974 Jorge Augusto Caetano
1988 - 2002 Instituto Progresso Social e
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade 1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo, 1520 Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
1807
1542
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2015 Os Aires de Sousa e Manuel de Sousa os da Quinta das Torres. A propriedade privada encontra-se 1521
1594
1521, 2 Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de
1590
1570 primeiros jardins da Quinta. 1570-1578
Diogo de
1560, a partir de filho de D. Maria da Silva e D. Pedro de
1565-1575
A Loggia na ala Norte do foi possivelmente no XVIII, por janelas de eo interior convertido em (Stoop, 1986, p. 357). O Norte do foi fechado e a sala decorada com azulejos Diante desta fachada existia um Jardim de Buxo: " jardim ocupa um longo parallelo fachada Norte, alevantado como um 4a5m sobre o terreno adjacente, o que, em de perspectiva lhe vantagens quasi eguaes das janelas [...] este dividido em quadrados, sendo o do meio occupado pelo lago, tendo ao centro uma torre circular, coroada de um sustentado por colunas ligadas em torno por arcos de volta abatida e dominados por uma de Neptuno, aplacando as com o seu tridente [...] outros dois quadrados [...] eram plantados de buxo formando o labyrinto, em apud Castel-Branco, 2002, p. 130).
O silhar de azulejos das paredes Sul, Este e Oeste da Loggia foi encomendado entre 1565 e 1575, em "alguma oficina de Lisboa onde era estranho o trabalho
1839 Maria de Mello encontrava-se O das Torres funcionou como Estalagem. O disponibilizou
1877 . 1878 1999 1880-1900 O
dos solares azeitonenses decorrido entre 1880 e 1900, aconteceu O O diante do
Manuel Bento de Sousa Norte do por jardins
os Jardins de Buxo dispostos inglesa (Calado, 1994, p. 66),
das Torres foi Classificado como (Matias, et al., 2003).
A Quinta das Torres foi Classificada como Monumento (Lima, et al., 2004).
1889 do lado oriental ostentava os dos Guedes, Saldanhas da Gama, Soares, Noronha, Mellos e Castro, tantos e mais reuniam os Condes no seu escudo nobiliarchico e apud Castel-Branco, 2002, p. 128)
1961 Foi encontrado um conjunto de azulejos que poderia ter pertencido a um painel da dos Magos, proveniente de uma capela ou 1930
1939 D. Maria Clementina Andrade de Sousa adaptou uma parte do
das
???? - 2015 1??? - 1521 D. Brites de Lara
1521 - 1590 D. Maria da Silva
1700 - 17?? Corte-Real
1839 - 1877 Sousa
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
208
ANEXO H Barra cronológica esquemática da evolução da Quinta da Ribafria
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1580 - 1580
1816 - 1826
O Determinado
O Clemente
O Desejado
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557 O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1640 - 1656 O Restaurador
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista 1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1540-1545 das obras Sem data "Nos tempos do rei D. I era seu monteiro das matas de em Ribatejo, Vicente, que trazia emprazada em vida de tres pessoas uma quinta em que partia de um cabo com Affonso Annes das Leix e do outro com Nuno Martins. Metade da quinta pagava duas dobras de oiro de o restante era foreiro a ." (Rasteiro, 1895, p. 12)
1490, 20 Junho "D. Manuel, em Setubal, tinha dado a sua uma carta de privilegios para a sua quinta e bens de privilegios que comprehendiam os caseiros, lavradores, arrendadores dos bens, lagareiro do lagar de azeite e mordomo e que estivessem na quinta." (Rasteiro, 1895, p. 13)
1421 "D. I comprou dominio directo a Diogo e tomou para si toda a quinta [...] emprazou em tres vidas toda a propriedade a Alvaro Annes, seu barbeiro" (Rasteiro, 1895, p. 13).
Rei D.
I "deu
1427, 4 Setembro a Alvaro Annes para vender o emprazamento
1442 Morte de D. A filha D. Brites herdou a propriedade, que passou a ser designada de Quinta de Condestablessa. D. Brites "encommendaria os planos de um palacio de campo a architecto habil e, o havendo no paiz, o ou um artista da Italia, e este delineou uma villa, que, em uma ephoca de n'um genero medieval, amodernado por um florentino. Como muito usual succeder, o logar escolhido para a nova foi o assento da antiga casa da quinta, a residencia, talvez, do modormo. [...] Duas casas com abobadas ogivaes restos da do tempo do monteiro Vicente, ou do principe D. (Rasteiro, 1895, p. 19). Deste modo, a o definiu a cerca com a de muros com assinalados por cubelos de
"andavam descurados os bens do morgado, que o albergue de S. era um pardieiro, sem camas nem outra cousa para agasalho dos caminhantes" (Rasteiro, 1895, p. 58)
1558 A Quinta era composta por pomares, vinha, cerca de muros 1565 Data do painel de azulejos Susana e os Velhos de Eneas Vico.
Fins 1520 ou 1521 Casamento de D. Brites de Lara com D. Pedro de Menezes. 1521, Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de casamento a D. Maria da Silva, filha de Vasque Annes Real" (Rasteiro, 1895, p. 14). 1521 - 1522 Affonso de Albuquerque encontrava-se em onde "teve oportunidade de admirar todas as maravilhas da maravilhas essas que
1447 Casamento de D. Brites com D. Fernando (filho do Rei D. Duarte
1588
1554 Data do principal da Quinta.
1506 Morte de D. Brites. A bisneta D. Brites de Lara adquiriu a Quinta. que tenham sido os infantes de Beja, mais do que a sua herdeira, a do conhecida por que em 1506 constroem um na Quinta de Vila Fresca,
1674 "Um arrendamento de 1674 ao rendeiro da quinta a de tosquiar o buxo do jardim e ruas duas vezes por anno e limpar os craveiros dos alegretes." (Rasteiro, 1895, p. 31)
1623 O ladrilhador Real poderia estar na de azulejamento (Rasteiro, 1895, p. 31).
1669 Morte de D. Francisco
1630 O jardim de buxo encontrava-se murado e com cidreiras e limoeiros junto paredes. Havia "em todas as tres ephocas (1528, 1558, 1630), , mas pomares, vinha, cerca de muros e officinas agrarias proximas [...] em ruinas" (Rasteiro, 1895, p. 21).
1581 Morte de Afonso de Albuquerque. D. Jeronymo Telles Barreto do com do advogado de D. Affonso Albuquerque (filho de Affonso de Albuquerque).
1506 - 1528 D. Brites de Lara
1442 - 1506 D. Brites
1528 - 1581
1421 - 1427
1669 - 1677 1651 - 1658 D. Jeronymo Affonso Luiz de de Albuquerque Furtado e Albuquerque
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente 1385 - 1433
1557 - 1562
1481 - 1495
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
Miranda Henriques
1712 (?) - 1721 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1677 - 1684 Nuno de Furtado e Albuquerque
1749 - 1757 Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
e Albuquerque. O filho Manuel
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
encontrava-se
1750 - 1777
O
1910, 16 Junho foi Classificado como Monumento Nacional (Matias, et al., 2002).
Guedes de
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1914
1802 - 1890
1914 - 1929 Raul Martins
1929 - 1967 Mrs. Orlena Z. Scoville
Sousa e Albuquerque
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
venda. Degradou-se
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
2015 A Quinta dos abertos ao
exteriores e do piso O piso nobre do
2002 Berardo substit 2000 Joe Berardo comprou a Quinta e o da Bacalhoa da Sociedade Matiz S.A. Berardo o laranjal por vinha no segundo socalco e 1997
1996, 13 Novembro
1967 - 1997 Filho de Mrs. Orlena Z. Scoville
2000 - 2014 Joe Berardo
1997 - 2000
1890 - 1903 1903 - 1910 1910 - 1914 D. Luiz da Costa e El-rei D. Carlos Sousa de Macedo e Albuquerque
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1910 se tornar
O
1786 - 1802 D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque
1580 - 1580
O Desejado
1898 "Uma de aguarelas de Blanc, pintada em 1898, mostra uma casa no mais puro
1802 - 1853 D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo Albuquerque
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1929 O entrou em A "arcada do desmoronara, o telhado da ala setentrional e a galeria dominando o canteiro jazia no solo, embora os azulejos das paredes permanecessem indemnes" (Binney, 1987, p. 74). Mrs. Orlena Z. Scoville comprou a Quinta da Bacalhoa. 1929 - 1937 Mrs. Orlena Z. Scoville o com a ajuda do Arquitecto Norte Junior e do Engenheiro Santos "A sua fiel ao modelo original. As aguarelas de Blanc, serviram de testemunho para a do No interior, haviam-se perdido muitos dos pormenores decorativos, mas a cobriu os pavimentos com a tijoleira e reconstruiu os grandes tectos utilizando pinho que parecia estar muito em voga em Portugal, nessa Paredes caiadas acentuam as das salas e elegantes e cadeiras de por belas e portugueses de madeira escura. O jogo de da galeria retratando deuses fluviais quanto resta de mais importante do primitivo Estes possuem molduras claramente inspiradas no maneirismo flamengo e o investigador Santos identificou-os como sendo obra de de Matos, o do ceramista flamengo Filipe de [...] As casas de banho projectadas pela senhora Scoville um pormenor interessante, dado estarem bem integradas no conjunto antigo. Enormes banheiras, a condizer com os tectos altos, de ou incrustadas em Na torre noroeste, uma banheira circular acompanhanhando a planta com cerca
1903 Rei D. Carlos comprou a Quinta da Bacalhoa.
1757 Morte de Luiz Guedes de Miranda de
Albuquerque
1949, 29 Julho da Zona Especial de
1890, 24 Setembro Morte de D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque. O D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque herdou a Quinta, e mais propriedades em O restabeleceu as
Vila Fresca foi a primeira sede de freguesia. A "Villa, como bem sabido, designava, mesmo entre os portuguezes, a municipal, mas a quinta com casarias, e assim se dizia villa urbana ou villa rustica, conforme era de senhor ou predominavam n'ella as officinas agrarias. A villa italiana essa vem nossos dias, e modernamente vemos ir-se entre tambem recebendo a para designar uma casa de campo com jardim, horta, etc." (Rasteiro, 1895, p. 17)
1757 - 1786
1967 Morte de Mrs. Scoville. O filho defendeu a integridade do e mandou "plantar no pomar mais baixo uma vinha" (Binney, 1987, p. 78).
1888 Futuro Rei D. Carlos e D.
1767 O Rei D. I instalou-se na Quinta com a Corte e os seus ministros. de crer que o palacio, por da pousada ali do rei D. e ainda estivesse mobilado; depois d'isto, entregue a feitores e rendeiros, nu de quaesquer moveis,
1721 - 1749
2000
1853, 27 Novembro Morte de D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Affonso da Costa e Sousa Macedo e Albuquerque herdou o morgado.
1759, 5 Dezembro Formou-se o concelho de
1684 - 1712 (?) D. Maria Josepha de
D. Francisco de Albuquerque
1786 Morte de Manuel Guedes de Miranda Henriques. O primo D. Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque adimistrou o morgado de Albuquerque.
(Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 28 de Julho D. Francisca de Noronha, esposa de Guedes de Miranda e Albuquerque, datou uma para o arrendamento da propriedade.
1749 Morte de Guedes de Miranda e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque "residiu sempre em Lisboa, administrando-lhe os bens de um feitor [...] com de seu amo" (Rasteiro, 1895, p. 78).
A Quinta era composta por "casas [...] com varandas de todas as partes e casas e muitas salas, camaras, recamaras [...] postas da parte do norte e do levante, ficando a quinta e pomar com seus jardins da parte do sul e poente [...] Tem mais estas casas cubellos nos tres cantos, que se fazem para contra o norte [...] na parte do nascente tem uma varanda de columnas de jaspe, que serve entre as casas terreas e gasalhados de creados, e tem um chafariz de agua a uma parede de banda norte.
1609 - 1651
1581 - 1609
1802, 6 Janeiro Morte de D. Francisco da Costa e Sousa de Macedo e Albuquerque. O filho D. Luiz da Costa e Sousa de Macedo
de Albuquerque. A Quinta
1631
1658 - 1669 1427 - 1442
Guedes de Miranda e Albuquerque era detentor da Quinta, mas ao "que parece, enloqueceu mais tarde, tirando-se-lhe a regia" (Rasteiro, 1895, p. 77). 1721, 15 de Junho "Fernando de Moraes Madureira Machado Pimentel tomou posse do morgado da Bacalhoa por
1677 Morte de Luiz de Furtado e Albuquerque. O Nuno de Furtado e Albuquerque herdou o morgado.
1658 Morte de D. Jeronymo Affonso de Albuquerque. D. Francisco de Albuquerque herdou o morgado.
1609, 24 Janeiro D. Maria de e Albuquerque encontrava-se como detentora do morgado. Casou com Bacalhau.
1570, 20 Julho "Afonso de Albuquerque obriga-se por escriptura de uma egreja para se fundar a nova freguezia de S. [...] A do templo tambem ficou a cargo do morgado." (Rasteiro, 1895, p. 53)
1721
1651, a partir De 1651 1890, a Bacalhoa permaneceu na posse de desinteressados que cuidaram da Quinta (Binney, 1987, p. 74).
1838 "Em 1838 o marquez de Saldanha, marechal e depois duque do mesmo titulo, descontente do governo, veiu para a Bacalhoa de que era senhor o conde D. Luiz da Costa, casado com D. Maria Ignacia, do marechal; habitou por mezes o palacio, sendo-lhe companheiro o conde da Cunha." (Rasteiro, 1895, p. 90)
1730 A Quinta foi administrada por D. Francisca de Noronha.
1712 Morte de D. Maria Josepha de e Albuquerque. O filho Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque
1607 O Hospital por Affonso de Albuquerque encontrava-se em e o e a Quinta seguiam-lhe o rumo.
1568, 27 Janeiro "Affonso de Albuquerque [...] e sua mulher, D. Maria de Noronha, vincularam a quinta de com seu assento de casas, pomar e vinha, cercados [...] instituindo um hospital , que era junto da quinta de para n'elle se agasalharem pobres caminhantes." (Rasteiro, 1895, p. 52).
1528 D. Brites de Lara vendeu a Quinta da Bacalhoa a Affonso de Albuquerque. 1528 - 1554 O aplicou na Quinta renascentistas: abriu loggias nas fachadas; manteve as de ogiva, as torres com de gomos incorporados no e os cubelos dispersos na Quinta; e
1684, 15 Fevereiro Morte de Nuno de Furtado e Albuquerque. A D. Maria Josepha de e Albuquerque
1900
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade
1861 - 1889
1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
O Popular
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1520
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1807
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1542 1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo,
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000 2015, 1 de Maio
1580 Com a perda da Sintra conheceu a da corte. "Gaspar de Albuquerque Ribafria estagiou na sua Torre onde ter promovido uma corte" (Caetano, et al. 2005, p. 50).
Sem data Pedro Froes herdou, por falecimento do seu pai Fernando Affonso, a Quinta de Cabriz (mais tarde baptizada de "Ribafria").
1578 Morte de na
1481 A e, sobretudo, social de Gaspar no contexto de uma nova-nobreza de origens diferenciadas que, pelo menos desde o reinado de Afonso V e como
de
1562, 21 Agosto 1549 A
1526, 18 Outubro Ribafria comprou a Pedro Froes a Quinta da Ribafria, que "constava de muitas terras de apud Caetano, et al., 2005, p. 41).
indica que
1541 A Torre da Ribafria ficou pronta (Binney, 1987, p. 64). A "torre de Ribafria, reformada na de 1540, exaltou antes o novo estilo social de que, ao associar uma torre ao defensiva, mas de aparato, atendendo sua fisionomia e -, fez uso de uma perrogativa da antiga nobreza medieval" (Caetano, et al. 2005, p. 45). 1541, 16 Setembro Gaspar Ribafria foi "elevado a nobre por D. III da entrega de carta de armas, transmitindo, a Gaspar e seus descendentes, a de tomarem o appellido de Ribafria [...] para poder usar das armas d'esse appellido" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 43).
1534 homem de de Manuel I e III, "erigiu em 1534, um palacete de de Oliva, e, poucos anos voluidos, reformou o solar de Cabriz, como do novo estatuto social que o Piedoso lhe concedera por carta passada em 1541,
1536 .
1??? - 1??? Fernando Affonso
da parte abobadada do
1659, 12 Janeiro Morte de de Albuquerque Ribafria na Batalha das Linhas D'Elvas. A filha Maria de Albuquerque, mas "reconhecida e beneficiada pelas paternas" herdou as tensas e bens, entre eles, o morgado da torre de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53).
1544, 1 Julho "Gaspar de Ribafria procedeu a nova do que agora tinha como principal a quinta de Ribafria." (Caetano, et al. 2005, p. 45)
1529, 8 Janeiro Gaspar comprou "um casal na ribeira de Cabris, termo da Villa de Cintra. Era e tinha casas e curraes palheiros, serado, terras matos rotos e a romper, pacigos, montados, fontes e montes." (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 42) Gaspar nas
de Ribafria, "um dos fidalgos que Quibir" (Caetano, et al. 2005, p. 49). O filho Gaspar
1562, 21 Julho
1518, Agosto Peste em Lisboa levou a Corte a mudar-se para Sintra (Luckhurst, 1989, p. 30). Gaspar
1636, 20 Julho Morte de Gaspar de Albuquerque Ribafria. O filho de Albuquerque Ribafria herdou a Quinta da Ribafria.
1562 - 1578
1526 - 1562
1??? - 1526 Pedro Froes
Sem data Morte de Maria de Albuquerque. A prima Maria Teresa de Albuquerque que "costumava acompanhar quando iam para a sua quinta de Ribafria [onde] muito foi, pela de directa, herdeira nas casas de Ribafria" (Caetano, et al., 2005, p. 53). Morte de Maria Teresa de Albuquerque. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria tornou-se o Senhor da Quinta da Ribafria.
1636 - 1659
1578 - 1636
1385 - 1433
1438 - 1481 D. Afonso V O Africano
REINADOS PORTUGUESES
1481 - 1495
1495 - 1521 D. Manuel I O Venturoso
Perfeito
1796 Morte de de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria. O filho Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
Albuquerque
Ribafria
1824 - 1864
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
1722 - 1731 Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria
1864 - 1880
Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira
O Determinado
O Clemente
O Piedoso
1598 - 1621 D. Filipe II O Pio
1621 - 1640 D. Filipe III O Grande
1640 - 1656 O Restaurador
1656 - 1683 D. Afonso VI O Vitorioso
1683 - 1706 D. Pedro II
1706 - 1750
1750 - 1777
1826 - 1826 D. Pedro IV O Rei Soldado
1777 - 1816 D. Maria I A Piedosa
O Reformador
1826 - 1853 D. Maria II A Educadora
1861 - 1889 O Popular
1960 Ergueu-se um "imponente barroco - guardado por vigilantes de peito armoriado (Mello) pousadas sobre globos terrestres" (Caetano, et al., 2005, p. 94), que nobilita a entrada da Quinta. Na de 1960, "a torre sofreu nova e grandiosa que se traduziu, para do restauro, na e parcial do prospecto bem como a do corpo principal aos anexos
1959 Jorge de Mello, neto de Maria Mayer de Mello, adquiriu as restantes partes da Quinta aos anexos, dotou o das comodidades e alterou 1958, 25 Abril familiares. O Morte de Maria Mayer de Mello. A Quinta foi "adquirida em comum e sem 1959, 9 de Setembro de parte ou direito e em O "Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral executa um projecto onde implanta uma zona de por de delimitados por muretes de cerca de 0.5 m, no qual conjunto com os demais bens, pelos filhos pomar (Camara, et al., 2005). e netos" (Caetano, et al., 2005, p. 68).
1902 - 1922
1922 - 1935 Herdeiros de
1935 - 1958
2002 - 2014
1974 - 1988 Sem
Municipal de Sintra
Mello 1958 - 1959 Filhos e Netos de Maria
1853 - 1861 D. Pedro V
1828 - 1834 D. Miguel I O Tadicionalista
1957 A Quinta foi restaurada pelo Estado, por se tratar
de Mello
Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1816 - 1826
1581 - 1598 D. Filipe I O Prudente
1521 - 1557
1880 - 1902 Joaquim Ferreira Braga
1796 - 1824
1580 - 1580
O Desejado
uma
de Saldanha encontrava-se na Cadeia Civil Central de Lisboa
1568 - 1578
1578 - 1580 D. Henrique I O Casto
1880, 23 de Junho Joaquim Ferreira Braga arrematou a Torre da Ribafria em hasta O esburacou o na procura de um tesouro, que julgara ter sido trazido por de Castro. (Caetano, et al., 2005, p. 66).
1993, 16 Julho Pedido de para a da titularidade da Quinta para a Friedrich Naumman (sede na Federal da Alemanha). Foi instalada, posteriormente, a Academia Liberdade e Desenvolvimento e o Corpo C foi adaptado para as 1988 Instituto Progresso Social e Democracia Francisco
1947 Maria de Lima Mayer a madeira e a telha do telhado e aplicou pinturas interiores e exteriores no A Torre foi
1878 1879
17?? - 1796
1974 Jorge Augusto Caetano da Silva de Mello foi obrigado a abandonar a Quinta da Ribafria.
1902 Joaquim Ferreira Braga perdeu a Torre, sendo arrematada em hasta Jorge de Mello comprou a Quinta e realizou obras avultadas.
1877
D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria
1996 O Arquitecto Paisagista Ribeiro Telles elaborou um projecto para a mina e para um jardim rochoso com riacho, executados em seguida.
1908, desde Jorge de Mello frequentou regularmente o solar renascentista.
1875 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor
1731 - 17?? 1??? - 1??? Maria Teresa de Albuquerque
2002, 17 Dezembro Compra pro bono
1920
1869 Registo de Hipoteca da Quinta da Ribafria a favor da Companhia Geral de Predial A agravou-se possivelmente da perda de rendimentos", procedendo o ao Registo "de forma obter capital que lhe possibilitasse manter o seu dispendioso modo de vida e cobrir os a que fora obrigado a recorrer" (Caetano, et al., 2005, p. 63)
Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira
1659 - 1???
de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria
1557 - 1562
Sem data Morte de de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria. O filho de Saldanha D'Albuquerque e Castro de Lobo de Mesquita e Andrade e Ribafria herdou todos os seus bens, titulos e comendas.
da Quinta da Ribafria para a .
1922 Morte de Jorge
1864 Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira herdou a Torre da Ribafria. A Quinta era composta por uma grande "casa de celeiros, arribanas, casa de fruta, lagar, adega, e mais oficinas, grande cisterna, e uma nascente que vem de fora, que fornece um grande tanque [...], uma vinha antiga que [...] vinho, grande quantidade de fruta de e um pequeno pomar de espinho, terras de que produzem [...] trigo [...] milho [...] batatas, e mais (Arquivo Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 62-63).
1731, 25 de Janeiro Morte de Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. O de Saldanha e Castro D'Albuquerque Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria herdou os morgados e da Ribafria introduziu melhoramentos no tais como, o "acrescento de um quarto piso na torre - bem como no casal que lhe fronteiro [...] uma trave de da cobertura com a data de 1731 insculpida" (Caetano, et al., 2005, p. 57).
1722, 11 de Janeiro de Saldanha Ribafria escreveu em testamento, que por se encontrar doente e podendo continuar a tratar os de sua casa, dezistio da dos seus morgados e a transferio para seu filho e immediato sucessor" (Caetano, et al., 2005, p. 55), Pedro de Saldanha de Albuquerque e Castro Ribafria. A Quinta "chamada de Ribafria, sita em o logar de Cabris, termo da villa de Cintra, toda murada roda, que consiste de casas nobres com sua torre, pateo, tanques, arvores de espinho e de e vinha; e de della uma vinha murada de parede e valado e defronte do pateo das ditas casas umas terras pertencentes dita quinta - dous casares no mesmo sitio do logar de Cabris" (Arquivo da Casa Moreira Rato apud Caetano, et al., 2005, p. 56).
1??? - 1722
1433 - 1438 D. Duarte I O Eloquente
1755 Terramoto arruinou parte da Quinta da Ribafria.
2011
1935 Maria de Lima Mayer reclamou a Torre.
1723, 12 Agosto Morte de de Saldanha de Albuquerque e Castro de Mesquita Lobo de Andrade e Ribafria.
de Ribafria
1562 - 1568 D. Henrique I O Casto
1824, 15 Maio Morte de Maria Rafael de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira. O filho de Saldanha de Albuquerque e Castro Lobo de Mesquita e Andrade Ribafria Pereira herdou o morgado da Torre da Ribafria.
1959 - 1974 Jorge Augusto Caetano
1988 - 2002 Instituto Progresso Social e
1908 - 1910 D. Manuel II O Rei Saudade 1889 - 1908 D. Carlos I O Martirizado
1531 1532 Terramoto em Lisboa. 1529, 22 de Abril
1536 .
1521 - 1557 Em 1521 "Portugal dominava na na Africa e na fundara fortalezas na e no extremo Oriente tinha o senhorio de muitas ilhas africanas, e duma parte das costas orientais e ocidentais dessa parte do mundo, 1520 Conflito entre Portugal e Espanha 1518 Peste em Lisboa.
1394-1460 O infante D. Henrique (1394-1460) - O Navegador - foi um dos impulsionadores dos Descobrimentos Portugueses. Dedicou-se ao estudo da e Cosmografia quando
1630 Holanda apoderou-se de Pernambuco.
1540
1640, 1 de Dezembro da de Portugal. Portugal encontrava-se muito debilitado militarmente, mas D. IV agiu de
1541
1807
1542
1828 - 1834 Guerra Civil Portuguesa provocada pela instabilidade
1641
1511 D. Afonso de Albuquerque descobriu as Ilhas Molucas.
1559
1500
1836
1569 Grande Peste de Lisboa.
Universidade
.
1653
1755 Terramoto: a quase completa da cidade de Lisboa teve um enorme impacto e
1578 .
1495 - 1521
de liceus e de Academias Reais de Belas-Artes de Lisboa e Porto.
1759
1650 Peste de Lisboa.
1572
1498, 20 Maio
1666
1890 Ultimato
: Portugal foi obrigado a
1580
Rei D. Manuel I prosseguiu com as campanhas de
.
1494 Tratado de Tordesilhas. 1492
1589 Portugal barrou a entrada dos ingleses e holandesdes nos portos portugueses.
1487 Bartolomeu Dias dobrou o
1699 Primeira entrada de ouro vindo do Brasil.
1688 Tratado de Lisboa: tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal.
1588
1438 - 1481
1826 Carta Constitucional: representou o desejo de preservar os direitos da dos processos legislativo, executivo e judicial. Defende "os direitos dos de que os mais importantes o direito de liberdade de oral e escrita, o direito de pelo qual pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade" (Amaral, 2010c). As "antigas casas acabaram por perder dando continuidade a um processo que culminou no advento do liberalismo" (Caetano, et al., 2005, pp. 60-61).
1537 Universidade transferida para Coimbra.
1910, 3 de Outubro
1693 Portugal descobriu as minas de ouro e diamante no Brasil.
1910, 5 de Outubro da Portuguesa: a social e mental resultou no afastamento da
1974, 25 de Abril 1974, 10 de Setembro
1704 Inglaterra apoderou-se de Gibraltar.
1609 com a Europa.
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2015 Os Aires de Sousa e Manuel de Sousa os da Quinta das Torres. A propriedade privada encontra-se 1521
1594
1521, 2 Setembro D. Brites de Lara "desmembrou da Bacalhoa a quinta das Torres e a deu em dote de
1590
1570 primeiros jardins da Quinta. 1570-1578
Diogo de
1560, a partir de filho de D. Maria da Silva e D. Pedro de
1565-1575
A Loggia na ala Norte do foi possivelmente no XVIII, por janelas de eo interior convertido em (Stoop, 1986, p. 357). O Norte do foi fechado e a sala decorada com azulejos Diante desta fachada existia um Jardim de Buxo: " jardim ocupa um longo parallelo fachada Norte, alevantado como um 4a5m sobre o terreno adjacente, o que, em de perspectiva lhe vantagens quasi eguaes das janelas [...] este dividido em quadrados, sendo o do meio occupado pelo lago, tendo ao centro uma torre circular, coroada de um sustentado por colunas ligadas em torno por arcos de volta abatida e dominados por uma de Neptuno, aplacando as com o seu tridente [...] outros dois quadrados [...] eram plantados de buxo formando o labyrinto, em apud Castel-Branco, 2002, p. 130).
O silhar de azulejos das paredes Sul, Este e Oeste da Loggia foi encomendado entre 1565 e 1575, em "alguma oficina de Lisboa onde era estranho o trabalho
1839 Maria de Mello encontrava-se O das Torres funcionou como Estalagem. O disponibilizou
1877 . 1878 1999 1880-1900 O
dos solares azeitonenses decorrido entre 1880 e 1900, aconteceu O O diante do
Manuel Bento de Sousa Norte do por jardins
os Jardins de Buxo dispostos inglesa (Calado, 1994, p. 66),
das Torres foi Classificado como (Matias, et al., 2003).
A Quinta das Torres foi Classificada como Monumento (Lima, et al., 2004).
1889 do lado oriental ostentava os dos Guedes, Saldanhas da Gama, Soares, Noronha, Mellos e Castro, tantos e mais reuniam os Condes no seu escudo nobiliarchico e apud Castel-Branco, 2002, p. 128)
1961 Foi encontrado um conjunto de azulejos que poderia ter pertencido a um painel da dos Magos, proveniente de uma capela ou 1930
1939 D. Maria Clementina Andrade de Sousa adaptou uma parte do
das
???? - 2015 1??? - 1521 D. Brites de Lara
1521 - 1590 D. Maria da Silva
1700 - 17?? Corte-Real
1839 - 1877 Sousa
As quintas de recreio do século XVI em Portugal: a relação entre arquitectura, espaços verdes e recursos hídricos
Ana Cláudia Encarnação de Sousa
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