Amazonas 2009
Cacau Nativo do Purus Copyright@2009 Cooperação Técnica Alemã (GTZ) Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH Edição Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ) Escritório da GTZ no Brasil Edifício Brasília Trade Center SCN Q 01, Bloco C, Sala 1501 Cep: 70 711-902 Brasília, Distrito Federal - Brasil www.gtz.de Redação Jane Dantas (GFA Consulting Group) Consultores técnicos Alexandre Lins (Cooperar) Heliandro Maia (GTZ) Jaime Rogério Passos Sass (Cooperar) Magna Cunha dos Santos (GTZ) Paul-Gregor Fischenich (GTZ) Fotografias Arquivo Cooperar, arquivo Universidade Federal do Acre (Ufac) e Jane Dantas Ilustração Nei Veiga Projeto Gráfico e editoração eletrônica Carlos Palácio
Sumário De volta às origens
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Caminhos da Sustentabilidade
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Localização
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A questão fundiária
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A história da Cooperar
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Parcerias: o ano da mudança
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As competências da PPP
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Linhas de atuação... e Princípios
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Resultados e Impactos
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Pesquisa aplicada
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Cenários para o futuro
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Agradecimentos
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De volta às origens Degustar um bom chocolate pode desencadear algo mais que a sensação de bem-estar proporcionada pela produção da serotonina estimulada pelo consumo de chocolate. Pode efetivamente contribuir para o desenvolvimento sustentável de comunidades tradicionais da Amazônia nas várzeas do rio Purus, no estado do Amazonas. Nessa região, mais de 200 extrativistas dos municípios de Boca do Acre e Pauini estão envolvidos nas atividades da Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável (PPP/DS) Cacau Nativo do Purus. A intenção é ampliar a adesão. Originário de regiões de florestas tropicais da América, o cacau (Theobroma cacao) adaptou-se bem em outras partes do mundo. Hoje, o Brasil é o 5° produtor de cacau do mundo, ao lado da Costa do Marfim, Gana, Indonésia e Nigéria (FAO/2007). O sul da Bahia produz 95% do cacau brasileiro, ficando o Espírito Santo com 3,5% e a Amazônia em 1,5%. Até recentemente, o cacau da região do rio Purus não era comercializado, poucas famílias chegavam a coletar os frutos, mesmo para o consumo próprio. No entanto, esse cenário começou a ser alterado em 2006, quando a Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar) passou a coletar, beneficiar e exportar cacau silvestre da Amazônia para a empresa alemã de chocolates finos Hachez. Baseado no conceito de sustentabilidade, que prevê um desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado, em 2007, a GTZ, Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH (Agência de Cooperação Técnica Alemã) iniciou a PPP Cacau Nativo do Purus. Participam da Parceria: a Cooperar, Hachez, GTZ, Instituto de Desenvolvimento Agrário e Florestal Sustentável do estado do Amazonas (Idam), Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS)/ Ministério da Integração Nacional (MIN), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Universidade Federal do Acre (Ufac), Regenwald Institut e Universidade de Freiburg.
Flor do cacau silvestre da Amazônia.
Cacau Nativo do Purus
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Caminhos da Sustentabilidade No interior da floresta Amazônica, às margens do rio Purus, a rotina dos caboclos, ribeirinhos, indígenas e outras populações tradicionais é alterada durante o período de safra do cacau, quando atividades de subsistência cedem lugar à coleta e beneficiamento do cacau. O cacau silvestre é encontrado disperso na floresta, o que dificulta o acesso às árvores. Assim engana-se quem pensa que basta estender a mão e facilmente apanhar os frutos. A atividade exige esforços que até mesmo antecedem à coleta. É recomendável que o primeiro trabalho seja o manejo do cacau, com atividades como poda e controle de pragas. As técnicas foram aprendidas durante as oficinas ministradas por técnicos da Ceplac, mas o manejo ainda está sendo disseminado pela área de atuação da Cooperar. Onde é executado, já podem ser percebidos os bons resultados com o aumento da produção das árvores manejadas. A tendência é que, após dois anos de manejo, a produção duplique e se estabilize. O trabalho de coleta e beneficiamento do cacau é articulado e planejado para envolver homens e mulheres em atividades que vão da coleta, armazenamento na beira do rio, transporte para o barco, transporte para as centrais de beneficiamento em Boca do Acre, Comunidade Santo Elias e Canacuri, quebra do fruto, transporte para as caixas de fermentação, fermentação, secagem, estocagem e comercialização.
“Eu quero que vejam. Teve uma comunidade que o cacau estava há uns vinte minutos do beira. A gente nadava (na lama) para poder chegar. Nem de bota dava pra ir. A lama vinha bem aqui (mostra a cintura). Os caras lá me ajudaram. A gente carregava. Às vezes, eram dois mil, três mil cacaus, que eles colhiam e deixavam na mata”. (Antonio Rosivaldo, 23 anos, trabalha há três com o cacau - carregador)
Todos se esforçam para vencer os obstáculos da coleta do cacau.
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Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável
“Um cento é seis reais. Eu conto e anoto tudinho. Faço o pagamento e faço o recibo”. (Luan Felipe de Souza, 18 anos, Comunidade Santo Elias)
A coleta acontece nos meses de março, abril até meados de junho. Como o cacau é nativo, a safra é muito variável e ainda é difícil fazer uma previsão de quantidades e custos. Em três anos de operação, a Cooperar produziu cerca de 9, 2 e 8 toneladas, respectivamente. As famílias começam a se mobilizar quando a equipe do barco passa avisando o dia que voltará para apanhar a coleta. Nesse período as famílias entram na mata em busca do fruto. Toda a coleta é levada para a beira do rio Purus, onde aguarda a passagem do barco da Cooperativa. No barco viajam três pessoas, um comandante, um motorista e um ajudante que também dividem os trabalhos de estiva, pagamento e registro da produção. Quando o barco retorna, os coletores já aguardam com a produção que conseguiram apurar. Ao entregar a produção, os coletores já recebem o pagamento correspondente e o “anotador” contabiliza as quantidades compradas para prestação de contas. Existe uma forte relação de confiança, afinal todos os envolvidos são das comunidades atendidas e/ou fazem parte da Cooperar.
“Eu acho que o importante é isso mesmo, ter o movimento do trabalho do cacau, e o pessoal não desistir, porque é um meio de vida e é como eu falei, é quase um emprego, porque a gente já está esperando a safra. Todo mundo já está olhando o cacau florado e já estão dizendo que nesse ano vai dar mais”. (Raimundo Pereira da Silva, o Pedrinho, 46 anos, cinco filhos, agente de saúde da comunidade)
“Quando o barco está chegando a gente vai para a beira quebrar cacau. Aquele monte de mulher...Todo mundo quebrando e conversando. É muito animado. Onze horas, meio dia termina e a gente volta para casa. No final todo mundo recebe seu dinheiro, compra alguma coisa que precisa ou guarda seu dinheiro em casa. É bom demais! Quando chega de novo, a gente vai de novo”. (Antonia Freitas Ferreira, 33 anos, quebradeira)
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“O cacau fica 48 horas fermentando na primeira caixa, depois ele permanece na segunda caixa por mais 24 horas e passa para a terceira, quarta caixa. Esse processo vai se repetindo por sete dias. Então, o cacau sobe para a estufa, para a secagem. Em seis, sete dias, quando o dia está ensolarado ele está bom de ser ensacado. Se não vão até 9 dias, dez dias.” (Antonio Ecivon Rodrigues de Souza, 29 anos, trabalha há três anos na fermentação e secagem do cacau)
O beneficiamento da produção é centralizado nas comunidades Santo Elias e Canacuri e também na sede do município de Boca do Acre. Quando o barco aporta nesses locais, o grupo de mulheres já está na expectativa de começar a quebrar o fruto para retirar dele a polpa e sementes. Esse trabalho é executado ainda na beira do rio, aos pares: enquanto uma quebra, a outra extrai a polpa.
um processo natural de fermentação durante sete dias, quando é levado para as estufas, onde ocorre o processo de secagem que utiliza o calor do sol para desidratar naturalmente as amêndoas até uma umidade de cerca de 6%. O beneficiamento do cacau é encerrado em julho. O produto fica armazenado em Boca do Acre de onde segue para a Alemanha.
Daí o cacau é colocado em caixas de madeira, onde passa por
A fermentação e a secagem influenciam diretamente no “flavour”do cacau.
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Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável
Localização O cacau nativo está sendo coletado em 65 comunidades ribeirinhas dos municípios de Boca do Acre e Pauini, localizadas no sul do estado do Amazonas, em uma extensão ao longo do rio de aproximadamente mil quilômetros. Estima-se para a região uma população de cerca de 600 famílias de agricultores familiares, que basicamente exercem atividades de subsistência, possuem baixo nível de organização social e recebem pouco auxílio de políticas públicas, vivendo praticamente isoladas. Cerca de 200 extrativistas já estão coletando o cacau nativo e estão em processo de filiação à Cooperar. A região é considerada atualmente a nova fronteira de avanço do desmatamento na Amazônia brasileira. Também concentra o maior rebanho bovino de corte do esta-
do do Amazonas, com cerca de 330 mil cabeças de gado, em Boca do Acre, e 9 mil em Pauini (Idam 2008). A pecuária extensiva é predominante às margens da BR 317, que liga Boca do Acre a Rio Branco/ AC. Já nas várzeas do rio Purus, as principais atividades econômicas das famílias são a pesca e a agricultura de subsistência, praticadas nas praias do rio e em roçados. Mesmo assim, segundo levantamento socioeconômico realizado pela Cooperar, em 2005, 14% das famílias ribeirinhas do médio Purus também praticam atividades de pecuária. Dessa forma, a diversificação do uso dos produtos florestais surge como uma alternativa para ampliar as fontes de renda da população, bem como reforçar a importância da manutenção da floresta em pé.
Os ribeirinhos aproveitam as “praias”que se formam às margens dos rios para plantar culturas de ciclo curto nos meses de abril a setembro.
Cacau Cacau Nativo Nativo do do Purus Purus
“O rio Purus tem cacau nativo em toda a sua extensão. É uma área que ainda está muito preservada. Tem Reserva Extrativista, Terras Indígenas e Flonas que estão situadas às margens dos rios e que são a garantia de que o trabalho vai se eternizar, porque é uma área de preservação. Em Boca do Acre, a pecuária tem entrado com muita força, mas não é na área que trabalhamos, é mais na estrada. A região ribeirinha promete ficar preservada”. (Jaime Rogério Passos Sass, 51anos, presidente da Cooperar)
A pecuária avança em áreas de floresta.
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Parceria PĂşblico-Privada para o Desenvolvimento SustentĂĄvel
A questão fundiária A ocupação, uso e posse da terra às margens do rio Purus, área em que ocorre o cacau nativo, é bastante diversificada, sendo encontradas as seguintes situações: Áreas tituladas – propriedade particular • Representa uma porcentagem pequena dos produtores de cacau. Áreas de várzea e lagos – terras da União • São áreas exploradas por comunidades que vivem no entorno das várzeas e lagos. Licenças de Ocupação expedidas pelo Incra • Uma minoria dos produtores possuem esse documento, nessa região.
Unidades de Conservação (UC) • Reservas Extrativistas: - Resex Arapixi e Antimari • Florestas Nacionais: - Flona do Purus e Flona do Mapiá-Inauni Terras Indígenas - Área Indígena Camicuã – Etnia Apurinã - Área Indígena Capana – Etnia Yamamadi - Área Indígena Mariene – Etnia Apurinã e Jamamadi Áreas não-destinadas • São áreas que ainda não tem um destino ou ainda não foram arrecadadas pelo Estado ou União. Representam uma porção das comunidades de extrativistas e produtores de cacau nativo. A área é tradicionalmente habitada por ribeirinhos e indígenas.
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A história da Cooperar A Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar) foi fundada por um grupo de 20 extrativistas da região do médio rio Purus, em 2003. Sua finalidade básica é promover atividades produtivas sustentáveis, que conciliem a geração de trabalho e renda com a conservação da floresta, bem como promover a compra coletiva de bens de consumo. Desde 2003, a Cooperar promove a compra coletiva de bens de primeira necessidade para 80 famílias da comunidade da Vila do Céu do Mapiá, na Floresta Nacional (Flona) do Purus, em Pauini/AM. Também em 2003, a Cooperativa implantou em Boca do Acre/AM, a produção de banana passa, farinha de banana e castanha-do-Brasil descascada. O prédio para a fábrica foi doado
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pelo Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra (IDA), já os fornos de secagem foram doados pela Ong espanhola Engenheiros Sem Fronteiras. De 2004 a 2005, a Cooperativa comercializou esses produtos para pequenas lojas do Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2006, iniciou a distribuição de banana passa e farinha de banana em supermercados de Rio Branco e na rede de supermercados Pão de Açúcar, de São Paulo. No entanto, a comercialização desses produtos esbarrou nos seguintes problemas: a banana passa não alcançava o preço compatível com o mercado e a farinha de banana era pouco conhecida dos consumidores.
Uma família para ter uma renda e se estabilizar na beira do rio precisa ter vários produtos para ir coletando ao longo do ano. Porque a seringa já parou, o peixe está pouco... tem poucas opções para o ribeirinho e a população da floresta. Por isso nosso projeto é desenvolver outros produtos, porque eles têm a andiroba, a castanha, o cacau, eles têm vários produtos. A gente precisa desenvolver vários tipos de produto para que eles tenham trabalho de coleta, de extrativismo durante o ano. (Jaime Rogério Passos Sass, 51 anos, presidente da Cooperar).
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Foi também em 2006, que a Cooperar iniciou a implantação de uma usina de óleos vegetais em Boca do Acre, com apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Subprograma de Projetos Demonstrativos (PDA), que também recebe a cooperação financeira (Banco de Desenvolvimento da Alemanha - KfW) e técnica (GTZ), ambos do Governo Alemão. A implantação da usina baseia-se em plano de negócios elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra com apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Em 2006, foram realizados testes de produção de óleos de andiroba, castanha, tucumã, patauá e gergelim. A usina tem capacidade para produzir 20 toneladas de óleos por ano, no entanto, não entrou em funcionamento devido a inadequação das instalações às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é que a reforma do prédio financiada pelo Banco da Amazônia (Basa) solucionará o problema ainda em 2009.
Alguns extrativistas familiares levam a produção para as comunidades onde ocorre o beneficiamento, outros aguardam os barcos da Cooperar
A Cooperar, em parceria com o Idam, também tem aprovado, desde 2008, junto ao FNMA, projeto de extensão florestal e assistência técnica. Atualmente aguarda liberação do orçamento para iniciar a elaboração participativa do diagnóstico das propriedades e áreas de uso comum em oito localidades de Boca do Acre e Pauini. A intenção é que o crédito viabilize atividades de manejo florestal e implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), com contínua assistência técnica e intercâmbio de experiências. A previsão é que até 2010, 120 famílias e 240 produtores familiares sejam atendidos por esse projeto e tenham seus produtos comercializados pela Cooperar.
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Parcerias: o ano da mudança Em 2005, o Regenwald Institut, uma Ong alemã que comercializa produtos sustentáveis da Amazônia, após conhecer o potencial de produção de cacau silvestre na área de atuação da Cooperar, iniciou os contatos com a Hachez, empresa alemã de chocolates finos. No início de 2006, a Hachez financiou um projeto para a Cooperar realizar o levantamento do potencial produtivo de cacau nativo ao longo do rio Purus, entre as sedes dos municípios de Boca do Acre e Pauini. Essas ações em conjunto podem ser consideradas o embrião da PPP Cacau Nativo. O cenário positivo, com a estimativa de produção de 70 toneladas por ano, culminou com um acordo de exportação envolvendo a Cooperativa e a empresa de chocolates. O momento também propiciou a consolidação da Parceria Pú-
blico-Privada para o Desenvolvimento Sustentável (PPP/DS) Cacau Nativo do Purus entre a GTZ-Hachez-Cooperar, que ainda integra instituições como Idam, Ceplac, ADS/MIN, MDA, MMA, Regenwald Institut, Universidade de Freiburg e Ufac.
“No primeiro dia, eu e minha esposa pegamos 1.500 cacaus. Colocamos na canoa e trouxemos para casa. Nessa época o cacau era R$4,00 o cento. O pessoal dizia que não dava, mas quando eles viram eu apanhar esse tanto de cacau em um dia, ai todo mundo partiu para ajuntar”. (Raimundo Pereira da Silva, o Pedrinho, 46 anos, Agente de Saúde da Comunidade Santo Elias)
Em 2006 e 2007 essa PPP, principalmente com o aporte da Hachez, financiou a implantação da estrutura de beneficiamento de cacau, que inclui três unidades com capacidade unitária para cerca e 16 toneladas de cacau/ano, localizadas nas sede do município de Boca do tanto, as expectativas da Hachez não Acre e nas comunidades Santo puderam ser atendidas em virtude Elias e Canacuri. da queda da safra, que foi a pior reAinda em 2006, a Cooperar be- gistrada nos últimos 20 anos. A Coneficiou e exportou para a Ale- operar produziu apenas cerca de 2t, manha cerca de 9,2 toneladas apesar de ter ampliado a estrutura e de produto, com reflexos posi- o esforço de produção. tivos e estimulantes para as 25 A instabilidade das safras passava a comunidades ribeirinhas e 141 ser o grande entrave para atender extrativistas envolvidas nessa à demanda do mercado. O manejo primeira grande venda do ca- dos cacauais e a pesquisa científica cau nativo do médio Purus. aplicada surgiram como aliados na A qualidade do cacau foi apro- busca por estabilizar a produção e vada pela Hachez, que enco- conhecer melhor a dinâmica desmendou 30 t para 2007. No en- sas espécies.
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Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável
“O sócio-proprietário da Hachez, Sr. Kropp-Buettner, nos contou que o chocolate produzido com o cacau silvestre do médio Purus foi lançado, em 2008, no mercado alemão, com a marca Wild Cocoa de Amazonas e selo de produto silvestre do Regenwald Institut. Nos disse que existem algumas áreas no mundo reconhecidas por produzirem o cacau fino, que possui ‘flavour’ (sabor e aroma) especial, sendo que não conhecia tais áreas no Brasil. Afirmou que especialistas da Hachez consideraram o ‘flavour’ do cacau silvestre do médio Purus superior ao do cacau fino. E isso o torna um produto muito especial, com enorme potencial de mercado”. (Alexandre Lins, Gestor da PPP Cacau do Purus - Cooperar)
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as foi em 2007, que teve início a Parceira PúblicoPrivada (PPP) Cacau Nativo do Purus, com atividades para a certificação orgânica do cacau nativo do médio Purus, manejo dos cacaueiros nativos, plantio diversificado do cacau nativo (em sistemas agroflorestais), apoio ao processo de regularização fundiária da região e elaboração dos planos de manejo para o cacau silvestre na região. O arranjo inovador da PPP envolve organizações governamentais, não-governamentais e empresas em torno de um objetivo comum, no caso a produção sustentável de cacau silvestre. Em 2008, a Cooperativa ampliou a área de atuação para 65 comunidades ribeirinhas e aproximadamente 207 produtores, que estão em processo de associação à Cooperativa, atingindo nesse ano a produção de 8,3t de cacau.
A partir de 2009, a Hachez solicitou que a Cooperar se esforçasse para produzir pelo menos 10t por ano.
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“Com o cacau nativo da região do rio Purus encontramos uma variedade singela de cacau que nos permite oferecer uma qualidade de chocolate muito especial na Alemanha e em alguns países selecionados para exportação. O firme compromisso dos responsáveis da Cooperar para com a qualidade do produto garante também uma parceria sólida e confiável para o futuro.” (Kropp Buettner, sócio-proprietário da Hachez).
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As competências da PPP Na PPP Cacau Nativo do Purus cada um dos participantes contribui com suas competências para aprimorar a produção, beneficiamento e comercialização de cacau silvestre sustentável, atuando para o incremento de renda, organização social de produtores familiares, redução da pobreza rural e conservação da floresta no estado do Amazonas.
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Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável
Objetivos das ações do PPP: 1) Revitalizar a cultura do cacau nativo/silvestre através do manejo, enriquecimeto e ampliação, visando o aumento da produção e produtividade do cacau. 2) Promover processo de capacitação para técnicos e extrativistas em manejo e plantio diversificado de cacau nativo (SAFs). 3) Promover a certificação orgânica (Bio certificação) do cacau produzido pelos beneficiários. 4) Promover a segurança alimentar dos beneficiários (SAFs) e a articulação de parcerias institucionais para projetos de educação e saúde. 5) Divulgar os resultados obtidos e as lições apreendidas. Cacau Nativo do Purus
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m uma Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável (PPP/DS) as forças do setor privado em prol do desenvolvimento sustentável se unem às experiências e competências da cooperação técnica e das instituições governamentais e não-governamentais com o propósito de favorecer a inclusão social e produtiva, ou seja, possibilita o empoderamento de Povos e Comunidades Tradicionais e Agricultores Familiares (PCTAFs). “Mas o importante foi a parceria, porque eles demonstraram uma confiança em nós, investiram... toda a infra-estrutura, embarcação... E nós pegamos experiência com o cacau, aprendemos a beneficiar a semente do cacau.” (Mauro José Farias, 50 anos, um dos fundadores da Cooperar).
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Linhas de atuação...
e Princípios
Para consolidar a produção e o beneficiamento do cacau nativo e promover o desenvolvimento sustentável das comunidades ribeirinhas, a PPP Cacau Nativo do Purus concentrou suas ações em quatro linhas de atuação:
Além disso, a PPP Cacau Nativo do Purus está fundamentada em alguns princípios, que colocados em prática tornam a iniciativa bem-sucedida. Os benefícios socioambientais da produção de cacau à margens do Rio Purus, por exemplo, são incalculáveis quando se avalia a intensidade da pobreza nas comunidades, a quantidade de famílias beneficiadas e o risco de destruição da floresta.
Certificação
• Promover a certificação orgânica do cacau produzido no médio Purus.
Produtividade
• Aumentar a produção e produtividade do cacau nativo, através do manejo e plantio diversificado em SAFs; • Gerar renda; • Aumentar a segurança alimentar.
Acesso
• Iniciar o processo de regularização fundiária das comunidades beneficiárias; • Promover a articulação de parcerias institucionais para projetos de educação e saúde.
Sustentabilidade e disseminação
• Realizar a avaliação da sustentabilidade da cultura cacaueira; • Divulgar os resultados obtidos e as lições aprendidas; • Buscar a conservação das florestas, incentivando a criação de Unidades de Conservação; • Promover intercâmbio de experiências.
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A PPP tem proporcionado investimentos em pesquisa, capacitação, extensão e infra-estrutura, abrindo perspectivas de aumento de competitividade para os próximos anos. Em contrapartida, a Cooperativa tem primado pela qualidade do cacau, que diferencia significativamente do cacau nativo produzido em outras regiões. Além disso, os parceiros envolvidos adotam uma postura ética e transparente, que tem reforçado a confiança nessa iniciativa.
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Resultados e Impactos Desde o início da atividade extrativa do cacau na região do médio Purus, em 2006, impactos diretos e indiretos podem ser observados na região de atuação da PPP Cacau Nativo do Purus, com destaque para:
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Resultados e Impactos Os resultados e impactos da PPP muitas vezes são transversais às quatro linhas de atuação, com destaque para:
Certificação
• A parceria busca iniciar o processo de certificação orgânica do cacau nativo do médio Purus, agregando valor ao produto e o diferenciando do cacau nativo de outros fornecedores, o que deve ampliar os mercados consumidores. • Selo de Produto Silvestre Regenwald Institut.
Produtividade
• Cacau com flavour (sabor e aroma) especial é coletado e beneficiado pelos produtores envolvidos na PPP e comercializado para a Hachez; • Agricultores familiares com segurança alimentar por meio da diversificação da atividade produtiva e aumento da renda;
• Conservação dos recursos naturais na região com a preservação da floresta em pé e implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em quatro unidades demonstrativas; • 22,5 hectares de cacau silvestre manejado; • A Cooperativa vem promovendo o manejo dos cacauais nativos e o plantio sustentável do cacau, o que tende a aumentar e estabilizar significativamente a produção, bem como a reduzir os custos de produção; • Implementação de 3 estruturas de beneficiamento de cacau instaladas: Comunidade do Canucuri, Comunidade Santo Elias e município de Boca do Acre/AM.
Acesso
• Ao favorecer o desenvolvimento de atividades
“Já fiz os cursos na mata. Nós andamos na mata tirando vassoura de bruxa, aqueles chupão. A gente aprende o que é para tirar e o que é para deixar. Depois nós passamos o conhecimento para os outros. Eu já conheço. Eu gostei muito”. (Gecilda Freires Ferreira)
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“Antes disso, a gente plantava um feijão, ano dava, ano não dava...No inverno começava a pescar. Aí pegava peixe e vendia para comprar alguma coisa que a gente precisava. Na época do cacau, melhora.”
Os comunitários participam de oficinas para conhecer alternativas de uso do cacau nativo.
(Gecilda Freires Ferreira, 50 anos, há três coleta e quebra cacau).
econômicas nas comunidades, a PPP tem influenciado na diminuição do êxodo rural nessas comunidades. • A Cooperar com o apoio da GTZ está articulando com outros organismos governamentais a instalação de geradores de energia, a regularização fundiária, a oferta e melhoria dos serviços de educação e saúde nas comunidades em que atua.
Sustentabilidade e disseminação
• Os produtores de cacau nativo/silvestre compreendem os princípios da produção cacaueira sustentável e introduzem gradativamente padrões de sustentabilidade nas propriedades; • Pesquisadores da Ufac e da Universidade de
Freiburg coletaram informações georreferenciadas sobre a dispersão do cacau na região; • 13 oficinas sendo: 20 técnicos da Cooperar e Idam capacitados em Manejo de Cacau Silvestre; 20 técnicos da Cooperar e Idam capacitados em Plantio Diversificado de Cacau Silvestre; 90 agricultores familiares capacitados em Manejo de Cacau Silvestre e Plantio Diversificado de Cacau Silvestre; • Para a continuidade das atividades, os agricultores familiares capacitados receberam um kit de ferramentas. Nos primeiros cursos também foram contemplados com ajuda de custo para realizar o manejo dos cacaueiros das várzeas e o plantio diversificado de cacau nativo em sistemas agroflorestais.
Denominado pelos agricultores familiares de Movimento do Cacau, essa atividade tem proporcionado ganhos de diversas naturezas: • Financeiros: alternativa de renda com a comercialização de produtos florestais não-madeireiros, no caso o cacau silvestre. • Sociais: geração de emprego, fortalecimento comunitário e das organizações de base social, a Cooperar, por exemplo. • Gênero: inserção das mulheres nas atividades de coleta (25%) e quebra (maioria) do cacau. • Ambientais: uso sustentável dos recursos naturais, valorização da diversidade florestal e preservação da floresta em pé.
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Resultados e Impactos Nas oficinas também foram mostrados onze possibilidades de uso do cacau, como por exemplo para produção de licores, doces, xarope, suco, creme, cacauari, geleias e chocolate em pó e em tablete, que além de diversificar a dieta da comunidade pode também ser mais uma altenativa de renda.
“Essa casa aí (estufa secadora) foi de grande ajuda, porque a gente chega com o feijão e coloca lá dentro e não se preocupa mais com a chuva, nem com bicho mexendo. Foi a grande vantagem que eu achei. O cacau só vai lá para cima quando é tempo de secar.” (José Ferreira Filho, 72 anos, seringeiro aposentado, que não trabalha com o cacau, mas acompanha o trabalho dos filhos e netos)
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Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável Parceria Público-Pri
Pesquisa aplicada Os cacaueiros são nativos nas várzeas Amazônicas e por isso, encontrados dispersos no meio da floresta. A exploração do cacau silvestre está baseada no uso tradicional dos recursos naturais. Como atualmente existem poucas informações científicas sobre o cacau nessa região, a Universidade Federal do Acre (Ufac) realiza na área de atuação da Cooperar, o projeto Manejo Comunitário do Cacau Nativo na várzea do médio rio Purus, com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Um dos objetivos da pesquisa é subsidiar a elaboração do Plano de Manejo para o cacau nessa região. Ao final do projeto, a equipe também pretende: • Avaliar o potencial produtivo e de dispersão do cacau nativo e espécies associadas para subsidiar o planejamento de produção e orientar ações de extensão; • Disseminar o manejo florestal de uso múltiplo com foco no cacau nativo a agricultores familiares, por meio de atividades de extensão tecnológica;
“Através do pessoal da Universidade e da Cooperativa, a gente tem um pensamento melhor. Se não fossem eles a gente estava do mesmo jeito, parados. Ninguém nem se interessava pelo cacau. Tem muitos aqui que não se interessaram ainda. Eu estou me interessando mais, eles me dão muita dica boa.” (Antonio Ecivon Rodrigues de Souza, 29 anos, há três anos na fermentação e secagem do cacau.)
• Avaliar a sustentabilidade econômica, social e ambiental do manejo de cacau nativo; • Disseminar os conhecimentos gerados pelo projeto junto a instituições de ensino superior, pesquisa, assistência técnica e extensão da Amazônia.
Pesquisadores da UFAC fazem pesquisas sobre o cacau no Purus.
Uma parceria entre a UFAC e a UNIVERSIDADE DE FREIBURG, na Alemanha, também possibilita pesquisa de campo nessa região para elaboração de teses de mestrado. Em 2008, a pesquisa foi sobre a ocorrência e dispersão do cacau e em 2009, sobre germinação. Cacau Nativo do Purus
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Cenários para o futuro A Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável (PPP/DS) Cacau Nativo do Purus, desde 2007, tem feito investimentos em pesquisa, extensão, capacitação, estrutura de beneficiamento e logística, fortalecimento organizacional e comunitário. Essas atividades estão preparando as comunidades e a Cooperar para se inserir sustentavelmente no mercado internacional de produtos madeireiros nãoflorestais. Além do investimento em infra-estrutura e capacitação, a iniciativa também está promovendo a inserção de Sistemas Agroflorestais (SAFs) com o plantio de cacau silvestre em consórcio com outras espécies como jatobá, açaí, patauá, cajá, copaíba, por exemplo. Muitos comunitários estão entusiasmados e fazem eles mesmos as mudas de cacau, já as outras espécies foram levadas pela Cooperar.
Mudas de cacau nativo.
“A gente incentiva eles a limpar o nativo, mas também a trazer vários cocos de cacau, quebrar, misturar bem as sementes e plantar no quintal”. (José Camilo, 48 anos, ministra cursos de manejo)
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“Só eu plantei uns 250 pés de cacau. A gente planta esperando que no futuro melhore, porque plantando fica mais perto do que buscar na mata grande. Tive uma oficina de trabalho sobre plantio e estou plantando conforme o que eu aprendi lá. Já fiz mais de 1500 mudas, que pretendo plantar e passar um pouco para a Cooperativa utilizar nos SAFs das comunidades. Enquanto der para plantar, eu estarei plantando. A primeira etapa foi plantar outras espécies para fazer o sombreamento, seguindo a técnica. Agora que vamos chegar no período de plantar o cacau”. (Antonio Ecivon Rodrigues de Souza)
Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento Sustentável
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PPP Cacau Nativo do Purus, a partir de 2009 entra em uma nova fase, com o desafio de buscar a sustentabilidade da cadeia de valor do cacau nativo na região do Purus. Para tanto, planejou as atividades para aumentar a oferta de cacau nativo, por meio do manejo, plantio de cacau e busca de outros fornecedores, além da mobilização dos extratores, tendo em vista que na área de atuação da PPP, em média somente metade dos comunitários participaram da coleta de cacau. A intenção é aumentar para 300 agricultores familiares (riberinhos, extrativistas e indígenas) participantes da PPP, que passou a ter o objetivo de: • Revitalizar a cultura do cacau nativo/silvestre através do manejo, enriquecimento e ampliação, visando ao aumento da produção e produtividade do cacau; • Promover processo de capacitação para técnicos e extrativistas em manejo, beneficiamento e plantio diversificado de cacau nativo (SAFs); • Apoiar a ampliação da oferta de cacau nativo de qualidade para o mercado consumidor, garantindo a sustentabilidade da cadeia produtiva do cacau nativo; • Divulgar os resultados obtidos e as lições apreendidas; • Apoiar a gestão da PPP Cacau Nativo do Purus.
“Para mim tudo é importante quando se trata de mexer com plantas nativas, com coisas da natureza, porque eu sou muito ligado a isso. Sempre fui contra o devastamento da floresta. Também é um incentivo de mais uma produção que a gente está levando para o pessoal . E a gente sabe que enquanto o pessoal está cuidando do cacau, não está desmatando. Quando eles seguem as oficinas que a gente faz, reflorestam mais uma tarefa em volta de casa e plantam mais cacau, eles estão me fazendo feliz... Eu estou ajudando não só a mim, como ao planeta.” (José Camilo, 48 anos, ministra cursos de manejo)
A PPP Cacau Nativo do Purus está diversificando as atividades das comunidades e valorizando a manutenção da floresta em pé. Assim, está cuidando para que as gerações atual e futura possam utilizar os recursos naturais de forma sustentável.
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Agradecimentos A elaboração dessa cartilha está baseada nos resultados apresentados nos relatórios de progresso da PPP Cacau Nativo do Purus, na observação do cotidiano da Comunidade Santo Elias e nos depoimentos de: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Alexandre Lins - Cooperar Antônia Freitas Ferreira- Cooperar Antônio Ecivon Rodrigues - Cooperar Antônio Ferreira de Souza- Cooperar Antônio Rosivaldo - Cooperar Carlos Barsé - Cooperar Cícero José Souza Brito - Cooperar Ecio Rodrigues - Ufac Francisca Pereira da Fonseca - Cooperar Gecilda Freires Ferreira - Cooperar Heliandro Maia - GTZ Jaime Rogério Passos Sass - Cooperar João Coutinho - Ufac João Rosa Ferreira - Cooperar José Camilo - Cooperar José Ferreira Filho - Cooperar Kamilla Andrade - Ufac Luan Felipe de Souza - Cooperar Magna Cunha - GTZ Manuel Freire Ferreira - Cooperar Mauro José Farias - Cooperar Nivaldo Pinto Bastos - Cooperar Paul-Gregor Fischenich - GTZ Raimunda Pereira da Silva - Cooperar Rita Socorro Ferreira de Souza - Cooperar Ronaldo Araújo da Silva - Cooperar Rosendo Ferreira de Souza - Cooperar Tarso Halk - Ufac
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Nem todas as citações coletadas durante as entrevistas foram utilizadas, mas foram incorporadas no decorrer do texto, na tentativa de aproximar o leitor o máximo possível da experiência PPP/DS Cacau Nativo do Purus.
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“Eles (representantes da Hachez) falaram: ísso daqui (o chocolate) é do trabalho de vocês, da semente de vocês, prova para ver como é bom’. A gente não acreditava... A gente vê aquela semente do jeito que a gente vê aí, para mandar para lá e voltar pra gente, embaladinha, com selo. A esperança é que dê muito mais, porque é melhor para eles e para nós.” (Antonio Ecivon Rodrigues de Souza, 29 anos, há três anos na fermentação e secagem do cacau).
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Cacau Nativo do Purus Copyright@2009 Cooperação Técnica Alemã (GTZ)
Amazonas - Brasil 2009
Esse material conta a experiência da Parceria PúblicoPrivada para o Desenvolvimento Sustentável Cacau Nativo do Purus que envolve a Cooperar, Hachez, GTZ, Idam, Ceplac, ADS/MIN, MDA, MMA, Regenwald Institut, Universidade de Freiburg e Ufac.
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