Relatório Eletrônico Jornada Pedagógica

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1ª Jornada Pedagógica em Esporte Educacional Rede IEE

Relatório Eletrônico INSTITUTO ESPORTE E EDUCAÇÃO


//ÍNDICE


04 Agradecimentos 05 Oficina Esporte e Motricidade 10 Esporte para a vida 18 Programa de Jovens do IEE 22 Fotos - 1陋 Jornada Pedag贸gica



//Agradecimentos Durante esses dias que estivemos reunidos, nas apresentações, nos debates, nas oficinas, nas rodas de conversa, por todo lado se podia ouvir o desejo de todos nós em encontrar caminhos comuns para qualificar nossas práticas pedagógicas e garantir aulas de esporte educacional com mais qualidade. Nada disso seria possível sem o desejo individual de cada um de vocês de “cruzar o Brasil” para estarmos juntos. Do norte, nordeste, centro-oeste, sudeste, de todas as regiões do Brasil, cada qual com sua cultura, seu jeito, seus costumes, suas crenças, seus valores, mas sobretudo com seus desejos de aprender, de trocar experiências e de voltar as suas comunidades e causar mudança. Tenham a certeza que retornamos diferentes do que chegamos. Nossas caixas de ferramentas estão mais recheadas, com novas estratégias, novas formas de fazer, novos meios de avaliar, novas metodologias e sobretudo fortalecidos pela nossa atuação em REDE. Agradecemos a disponibilidade de cada um e hoje nos sentimos mais fortes por estarmos juntos colaborando para que o Brasil garanta a todo menino e menina esporte educacional de qualidade. Saudações Cordiais Equipe IEE

04


//Oficina pedagógica “Esporte e Motricidade” por Prof. Fabio D´Angelo - IEE

pintura de Jennifer Wigmore

05


Na

sua

missão

de

levar

o

Esporte

Um dos principais compromissos do IEE é

Educacional para as comunidades de baixa

com a inclusão. Entendemos que todos os

renda do nosso Brasil, o Instituto Esporte e

brasileiros têm o direito de aprender e

Educação acredita que é preciso “olhar” com

praticar esporte. O nosso desafio, como

mais carinho e dedicação para alguém que

professores, consiste em criar condições e

anda esquecido por este país. Estamos

oportunidades para a participação de todas

falando do professor, figura social das mais

as

importantes que, muitas vezes, sofre com o

aprendizado do esporte, desenvolvendo

descaso e a indiferença dos governantes,

assim habilidades e competências que

gestores públicos, pais, alunos e comunidade.

possibilitem

crianças

e

todos

a

os

todos

jovens

no

compreender,

transformar, reconstruir e usufruir das Nós, professores do Instituto Esporte e

diferentes práticas esportivas. É fato que

Educação, defendemos a idéia de que o

vivemos num país onde o que predomina é

professor deve ser cuidado, amparado e

a “falta”. Falta emprego, moradia, saúde,

tratado como se deve. Não se trata de

educação, transporte, lazer, etc. Falta quase

caridade ou assistencialismo, muito pelo

tudo! Quando o assunto é esporte, a

contrário,

situação não é diferente. Não temos

o

que

desejamos,

quando

pensamos no ensino do esporte numa

recursos

perspectiva educacional, não é dar o “peixe”,

recursos físicos e materiais. Não temos

mas sim ensinar a “pescar”. Olhamos para o

quadra,

professor como alguém que está em

Procuramos

permanente construção, como um agente

encontramos. O que fazer? A saída é

social capaz de operar transformações e

improvisar. O que vale é a criatividade do

assim trilhar o caminho de uma educação

professor. São as bolas de meia e de pano,

que vê e acredita no esporte como um meio

as redes tecidas a mão, as raquetes de

para ensinar valores e atitudes como

madeira, as cestas de basquete feitas com

respeito,

aros

justiça,

responsabilidade,

cooperação, cidadania, etc.

de

humanos ginásio,

e

principalmente

piscinas,

por

bicicleta,

bolas,

material

as

e

etc. não

barreiras

do

atletismo com cano em pvc, enfim tudo é

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//Oficina pedagógica | “Esporte e Motricidade” por Prof. Fabio D´Angelo - IEE reconstruído

e

ajustado

à

nossa

realidade.

Investir numa prática reflexiva sobre o melhor método para o ensino do esporte, podemos

dizer,

sem

dúvida,

que

é

O professor deve entender que é preciso

fundamental para aprender a “pescar”.

avançar, mesmo porque não podemos

Nossa

ficar esperando pelo belo ginásio, pela

mostra que o desafio de ensinar esporte no

melhor bola ou pelo campo em boas

Brasil tem sido tarefa e responsabilidade

condições. Por outro lado é um equívoco

dos mais diferentes atores sociais. São

achar que os melhores recursos, sejam eles

professores, estudantes, atletas, ex-atletas,

físicos

ou

materiais,

garantem

experiência

como

professores

uma

agentes e/ou líderes comunitários e jovens

qualidade de ensino quando o foco é a

envolvidos com a causa. Nessa diversidade

participação e a inclusão de todos. Existe

de histórias, contextos, realidades, vivências

um longo caminho a ser percorrido pelo

e formações, surgem as perguntas: Como

professor desde a improvisação, ou não, até

garantir o ensino do esporte pela lógica da

a garantia de um ensino que possa levar em

inclusão? Como criar uma metodologia de

conta as diferenças e as individualidades

ensino do esporte que atenda a todos

daqueles que desejam aprender esporte.

aqueles que querem aprendê-lo? http://www.sxc.hu/

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//Oficina pedagógica | “Esporte e Motricidade” por Prof. Fabio D´Angelo - IEE

http://www.sxc.hu/

O princípio da inclusão está diretamente

espaço, durante um certo tempo e com

ligado ao conceito da diversificação. É pela

alguns recursos. É isso mesmo, para ser um

diversificação que as crianças e os jovens

bom professor e ensinar esporte para

podem ser incluídos. Equivoca-se aquele

todos, é preciso ser um bom coordenador

que ensina esporte pelo caminho da

de pessoas, no espaço e no tempo, fazendo

especialização. Engana-se aquele que, ao

bom uso dos recursos que tem disponível.

ensinar esporte para crianças e jovens, os

Quando falamos de crianças aprendendo

trata como adultos. O esporte do adulto

sobre o esporte tudo, ou quase tudo, deve

mantém pouca ou nenhuma relação com o

ser

esporte da criança, na medida em que o

características, motivações, necessidades

que predomina, muitas vezes, entre os

e interesses. Nossa experiência nos diz:

adultos é a exclusão, ou seja, muitos a olhar

espaços,

“do lado de fora” e poucos a

diversificados permitem a participação e o

de

aprendizagem.

te ambiente

O

professor

pensado

em

função

materiais

das

e

suas

recursos

aprendizado de muitas crianças.

coordenador de pessoas deve lembrar que todo

o

ensino

e

porque

não

a

aprendizagem acontece num determinado

Mais do que isso, é da experiência e da vivência

esportiva

num

espaço

de

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//Oficina pedagógica | “Esporte e Motricidade” por Prof. Fabio D´Angelo - IEE

estimulação diversificado que surgem as

esporte passa pela habilidade do professor

melhores e mais significativas aprendizagens.

de saber diversificar, “fazer variar” e assim

Como

de

atender meninos e meninas que desejam

pega-pega, o professor a todo o momento

aprender esporte. Isto porque nossa

diversificação.

missão e ensinar, ou melhor, ensinar

opera

numa pela

percebe

gostosa

seus

alunos

brincadeira Ele,

quando

“acomodados”

e

esporte para todos.

comunicando que já aprenderam o conteúdo estudado, sugere novos e diferentes desafios.

http://www.sxc.hu/

As crianças por outro lado, tentam vencer estes “conflitos", achar o equilíbrio e atingir aquilo

que

chamamos

de

adaptação.

Professores diversificam para ensinar e os alunos adaptam-se para aprender. A lógica de tudo isso é a seguinte: se muitos participam, muitos têm a chance de se inserir socialmente no mundo do esporte. Se muitos são incluídos, muitos têm a possibilidade de aprender e assim alcançar o sucesso nesta aprendizagem. Se muitos têm sucesso e aprendem, muitos têm a sua auto-estima elevada, a sensação de ser competente e a motivação de continuar aprendendo. E todos sabemos: nada é mais significativo do que sentir-se hábil e competente para jogar e fazer esporte ao lado dos seus pares. Assim é o IEE. Olhamos para o professor, mas sabemos que o foco é a criança e o adolescente.

Sabemos

precisam

ser

precisam

“cuidar”,

que

“cuidados”, ou

professores

mas

seja,

também

educar.

Na

perspectiva da inclusão, educar através do

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pintura de Jennifer Wigmore


//Esporte para a vida por João Batista Freire Ao fazer algo, qualquer um de nós, incluindo

ciência, como o processo racional de chegar

as crianças, procura chegar a um bom

mais perto da verdade.” P. 63. (2) Porém, o

resultado. Por exemplo, se uma criança quer

método não pode ser uma camisa de força,

pegar um objeto sobre uma mesa alta, sua

algo inquebrantável, porque a realidade

intenção é ter êxito e ela escolherá uma

nunca

maneira de fazer isso. De saída, acreditará

acordo com nossos planos. Um autor

que a maneira escolhida é a melhor, uma

chamado Paul Feyerabend, acerca do

espécie de caminho que levará à verdade.

método científico, chega a justificar a

Quando um cientista procura resolver o

importância de desobedecer às regras

mistério de haver ou não vida em outros

estabelecidas, aos padrões: “Percebemos,

cantos do universo ele escolherá um

ao

caminho para resolver o problema e

necessárias para o progresso.” P. 29. (3)

acreditará que o caminho escolhido o levará

Segundo ele, a obediência cega aos

à verdade. Caso se engane, terá que

padrões torna o pesquisador uma espécie

reformular seu modo de agir, assim como a

de marionete de seus mestres, massa de

criança que tenta pegar um objeto sobre

manobra política de interesses que não são

uma mesa alta. O método é uma espécie de

os seus. Em suas palavras: “Assim como um

caminho para a verdade. Karl Popper

animal bem adestrado obedecerá ao dono,

afirmava

por maior que seja a perplexidade em que

que

“...podemos

explanar

o

método da ciência, e muito da história da

se

comportará

contrário,

que

as

exatamente

violações

de

são

se encontra e por maior que seja a

(1) Houaiss, Antonio e Villar, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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//Esporte para a vida por João Batista Freire

http://www.sxc.hu/

necessidade de adotar novos padrões de

condições de descobrir que o apelo à razão,

comportamento,

o

diante do qual tão prontamente sucumbe,

racionalista convicto se curvará à imagem

assim

nada mais é que manobra política.” P. 32. (3)

mental de seu mestre, manter-se-á fiel aos

Feyerabend amplia seu discurso de não

padrões de argumentação que lhe foram

submissão

transmitidos e aceitará esses padrões, por

dizendo que as regras científicas, tão bem

maior que seja a perplexidade em que se

esclarecidas por Popper, não valem para a

encontre,

mostrando-se

também

incapaz

aos

padrões

estabelecidos

de

formação do conhecimento quando se trata

compreender que a ´voz da razão` a que dá

de crianças, por exemplo. Tudo indica que,

ouvidos é apenas o efeito causal tardio do

no caso delas, o método é bastante

treinamento que recebeu. Não está em

diferente do método defendido por Popper

(2) Popper, Karl. Conhecimento objetivo. Belo Horizonte: Itatiaia e São Paulo: USP, 1975. (3) Feyerabend, Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.

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//Esporte para a vida por João Batista Freire

ele. É bem ilustrativo sobre isso o texto de Arnold Gehlen a respeito do modo como as crianças aprendem a falar. A criança ouve os próprios sons que emite e os repete, num jogo sensorial que procura manter por algum tempo. Segundo Gehlen, nesse jogo, existe

“...uma

comunicação

puramente

sensorial que consiste em escutar, repetir, voltar a escutar e variar os sons, tanto os que procedem da própria criança, como os que veem de fora...” p. 164. (4) Esse jogo torna interessante repetir os sons. E de tanto repetir a criança torna-se habilidosa na articulação de sons. Note-se que, nesse processo de aquisição de um conhecimento tão decisivo, a criança não procede como o Imagem internet/ google imagens

para a ciência. Ele afirma: “Em verdade, entretanto, esse não é o modo como se desenvolvem as crianças. Usam palavras, combinam

essas

palavras,

com

elas

brincam, até que aprendem um significado que se havia mantido para além de seu alcance. E a atividade lúdica inicial é requisito

básico

do

ato

final

de

compreensão. Não há razão para supor que esse mecanismo deixe de agir na pessoa adulta.” P. 32. (3) Ou seja, as crianças, para aprender o significado das palavras, não necessariamente localizam, antes de tudo, um problema, depois estabelecem um plano para descobrir o significado das palavras e, em seguida, agem para chegar a

pesquisador descrito por Popper. O plano da criança é jogar, divertir-se, repetir os próprios sons, que para ela são muito interessantes. Inicialmente, falar é produto de um objetivo maior, qual seja, jogar. Esse exemplo da criança aprendendo a falar ilustra bem situações em que aprendemos a partir de vários elementos e não só com pessoas nos instruindo. Boa parte do que aprendemos procede de muitas fontes, nem sempre professores ou outras pessoas. Muitos

dos

conhecimentos

formados

procedem de nós mesmos e das situações que vivemos. Porém, mesmo nesse episódio da

aprendizagem

inicial

da

fala,

a

participação dos humanos em volta é

(4) Gehlen, Arnold. El hombre. Salamanca, Espanha: Sígueme, 1987.

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//Esporte para a vida por João Batista Freire

fundamental. Além do jogo da criança em

Nenhuma disciplina pode ensinar tudo,

repetir os próprios sons, há os sons das

assim como nenhuma pessoa pode fazer

pessoas que ela ouve, que produzem certos

isso. Cada disciplina, cada professor, só

resultados, assim como os sons que ela

podem ensinar algumas coisas. Portanto,

emite e produzem efeitos nas pessoas em

temos que definir o modo de ensinar as

volta. Esses efeitos reforçam ou não suas

poucas coisas possíveis, para que as

ações. Tudo isso deveria ser levado em

consequências sejam: a) o aluno, enquanto

consideração

a

aprende um conteúdo específico de uma

Deveríamos

disciplina, tem que aprender a aprender,

considerar, inclusive, o modo como as mães

para poder continuar aprendendo sozinho;

iniciam a educação de seus filhos, o que

b) o aluno tem que aprender os conteúdos

podemos chamar de educação primordial.

de uma maneira que aquela aprendizagem

Porém, toda educação entregue a pessoas

transcenda

ou instituições tem seus limites e não são

perpasse outros saberes, facilitando sua

suficientes.

busca de outros conhecimentos.

Não está ao alcance de pessoas ou de

O método é uma ferramenta tão poderosa,

instituições ensinar todas as coisas que uma

que quando, por exemplo, ensinamos

pessoa precisa saber para saber viver.

basquetebol a uma criança ou a um

Imagem internet/ google imagens

adolescente, o resultado pode ser algo

educação

quando institucional.

planejamos

a

disciplina

específica

e

fechado no próprio esporte, restrito ao domínio de certos fundamentos, de certas técnicas do esporte, impedindo que esse saber ultrapasse as fronteiras disciplinares; quando muito os fundamentos aprendidos permitirão

reconhecer

fundamentos

similares em outros esportes. Mas o resultado

pode

ser

diferente

e

isso

dependerá do método: a maneira de ensinar pode permitir que o aluno, que aprenderá também os fundamentos e as técnicas, ultrapasse os limites desse conhecimento e, Brinquedo emite som após criança apertar uma das cartes da pelucia, estimulando a repitição do som e seu significado

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terminada a aula de esporte, leve consigo


//Esporte para a vida por João Batista Freire

Imagem internet/ google imagens

http://www.sxc.hu/

certos conhecimentos que não se tornaram

da importância que possuem as regras

prisioneiros desse esporte, mas sim livres

construídas com autonomia para o bem do

para serem generalizados a diversas outras

grupo, no funcionamento do jogo. É

situações de vida. Porém, nesse segundo

bastante provável que, terminada a aula,

caso, isso só funcionará se as ações

reste para o aluno, em sua vida fora do

realizadas para a aprendizagem, pelo

esporte, a consciência da importância de

menos parte delas, chegarem à consciência

participar da construção de regras para

do aluno. Não bastará que ele aprenda a

viver em grupos, em comunidades, em

construir, junto com o professor e os colegas

sociedade; da importância de fazer com que

de

do

as regras sejam justas e atendam o interesse

basquetebol; será preciso que ele tenha

geral. Porém, quando ele voltar ao esporte,

consciência de que está, com autonomia e

é necessário que saiba aplicar isso no

ação cooperativa, construindo essas regras,

basquetebol,

que isso é possível. E que tenha consciência

competências aprendidas especificamente

aula,

determinadas

regras

juntamente

com

as

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//Esporte para a vida por João Batista Freire

para o esporte. O

método,

nesse

segundo

caso,

é

transdisciplinar.

http://www.sxc.hu/

Química

podem ensinar muitos conteúdos, porque o

ministrando aulas para uma turma de

tempo é escasso. Por isso, é preciso

Ensino Médio. De maneira geral, essas aulas

aproveitá-lo bem. Esses poucos conteúdos

não passam de transmissões de conteúdos

de Química não estão desconectados da

que servirão para fazer as provas escolares e

vida, pelo contrário, têm tudo a ver com ela.

os

E

Imaginem

um

exames

professor

vestibulares.

de

Mas

alguns

esses

professores

aproveitam

a

professores não acreditam nisso. Pelo

oportunidade de dar aulas de Química para

contrário,

disciplina

que os alunos reflitam sobre a vida, para que

Química está na escola para contribuir com

conheçam alguns de seus mistérios. Acima

a formação de vida dos alunos. Esses

de tudo esses professores criam problemas

professores também sabem que não

sobre Química que fazem os alunos

acreditam

que

a

produzir dúvidas, reflexões, estabelecer

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//Esporte para a vida por João Batista Freire

ligações com outras situações de vida. E

versões pode ser levado para a vida e

esses alunos vivem momentos de aula em

generalizado a diversas outras situações.

que podem falar sobre a Química, sobre

O pular corda não é feito de coordenações

suas dúvidas, podem colocar questões,

temporais? De coordenações espaciais?

podem ligar o que vivem na aula com o que

De

vivem fora da escola. O mesmo pode ser

distanciamento? De conhecimento dos

feito com qualquer outra disciplina escolar,

próprios

porque os conhecimentos, se nos detalhes

articulação

parecem tão diferentes de uma disciplina

colegas? De criação? De comparações,

para outra, na base são a mesma coisa.

correções? Etc. Ora, e os conhecimentos

Trata-se da vida em seus diversos aspectos.

necessários a outras situações de vida

cálculos

de

aproximação

recursos de

corporais?

movimentos

e De

com

os

também não requerem coordenações de Um bom professor de escola pode aplicar

espaço, de tempo, cálculos, correções,

em sua aula de Educação Física o conteúdo

criatividade, cooperação, e assim por

“pular corda”. Se ele fizer isso, deve fazer

diante? Porém, é o método que decide

aulas motivadoras e tantas quantas forem

isso. Se um professor ensinar a pular corda

necessárias para que os alunos aprendam a

apenas por repetições mecânicas, sem

pular corda muito bem. Porém, o método de

outros objetivos que não sejam pular

orientação de suas aulas deve ser como o

tecnicamente

dos professores de Química mencionados.

conhecimento ficará prisioneiro da prática.

Os alunos precisarão ter problemas de

Mas se o professor ensinar bem a pular

pular corda para resolver, precisarão ter

corda objetivando fazer com que os

oportunidades de modificar as atividades,

alunos aprendam mais que pular corda,

de criar novas, de sentar em roda e falar

sabendo provocar os conflitos adequados

sobre elas, de organizar grupos para

geradores de dúvidas, atenção extrema,

realizar modos coletivos de pular corda e

reflexões

assim por diante. Para a vida fora da escola

conscientização,

não

bem,

e,

todo

esse

consequentemente, então

tudo

será

o

diferente; então o conhecimento será para

conhecimento de pular corda; talvez

a vida. É a diferença entre o professor que

nunca mais tenham a oportunidade de

só ensina Educação Física e o professor

praticar essa brincadeira. Mas aquilo que

que ensina a viver.

levarão,

necessariamente,

compôs a brincadeira em suas inúmeras

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//Programa de Jovens do IEE LĂ­derAndo por Alexandre Arena e Everaldo Cortes


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//Programa de Jovens do IEE | Líder-Ando por Alexandre Arena e Everaldo Cortes

O Instituto Esporte e Educação (IEE) é uma

A intenção é o fortalecer uma metodologia

Organização

de

que permita integrar ações de interesse

Interesse Público que, há 11 anos, atua no

deste público com um programa de

sentido de contribuir para a formação do

liderança juvenil e de atividades esportivas.

cidadão

da

Sociedade

crítico,

Civil

participativo

e

transformador de sua realidade, por meio

Atualmente, a sociedade mundial vê-se

da

centrada na preocupação dos problemas

Educação

favorecendo

Física o

e

o

Esporte,

desenvolvimento

de

vividos pelos adolescentes e jovens. Estes

comunidades de baixa renda. Diariamente

problemas

estão,

nos núcleos esportivos sócio-educativos, o

relacionados à dificuldade de inserção e

IEE atende crianças e jovens oferecendo

integração

atividades de esporte educacional. Especial

exclusão como a dificuldade de acesso ao

atenção tem sido direcionada ao público

mercado

adolescente e jovem.

na de

muitas

sociedade. trabalho

vezes,

Fatores

por

falta

de de

Uma das linhas de

qualificação profissional expõem o jovem

atuação adotadas foi a organização das

a situações de riscos e, consequentemente,

ações a partir de um programa voltado a

ao aumento da violência afastando-o cada

este público: Programa Líder-Ando.

vez mais da sua atuação como cidadão em

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//Programa de Jovens do IEE | Líder-Ando por Alexandre Arena e Everaldo Cortes

suas comunidades (BRETAS,2002).

com mais possibilidades de atuar na sua realidade social. (BRETAS, 2002).

No Brasil, mais precisamente nos grandes centros urbanos, os aproximadamente 34,1

Uma das vertentes que pode contribuir

milhões de jovens e adolescentes vivem, de

para a ocupação do tempo livre destes

alguma forma, os efeitos da exclusão.

jovens é o investimento em programas

Souza (2004) afirma que os jovens sem

que estimulem o protagonismo juvenil de

ocupação

modo

estão

mais

propensos

e

a

proporcionar

desafios

de

passíveis a criminalidade. O autor aponta,

responsabilidade e autonomia que são

ainda,

jovens

fundamentais para a faixa etária. Para

desocupados mais que dobrou em dez

que

o

número

de

Silva e Souza (2003) o protagonismo

anos no Brasil, saltando de 2,1 milhões para

juvenil corresponde à ação, ao dialogo e à

4,4 milhões de pessoas.

atitude do jovem em relação à aquisição responsável do conhecimento e que seja

Os jovens que se encontram em situação de

eficiente para seu pleno desenvolvimento

risco e pobreza encontram dificuldades para

humano e de cidadania.

desfrutar do seu tempo livre , com atividades que proporcionem não apenas o lazer e a

Sendo assim, o Programa Líder-Ando,

diversão, mas também que contribuam para

acredita que as sociedades precisam de

seu desenvolvimento humano.

jovens cidadãos que atuem nas suas comunidades de modo a colaborar para

Existe uma preocupação latente

em

seu desenvolvimento e dessa forma se

desenvolver propostas que envolvam ações

beneficiarem deste processo formativo.

para o público jovem que contribuam para

Mostra-me, diga-me, envolva-me.

a sua inserção no mercado de trabalho,

Para tanto, o programa tem como Missão:

qualificação

da

Contribuir com a formação do jovem,

auto-estima, formação esportiva, entre

profissional,

potencializando suas competências e

outras.

Algumas

melhora

têm

habilidades sociais, culturais, esportivas e

explicitamente a intenção de somente

propostas

intelectuais transformando a si e o

ocupar o tempo livre, outras têm claro o

contexto em que vive, desenvolvendo

objetivo de formar futuros atletas, e outras

ações de protagonismo por meio do

mais ampliadas focam em contribuir para a

Esporte Educacional.

formação do jovem como cidadão crítico e

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//Programa de Jovens do IEE | Líder-Ando por Alexandre Arena e Everaldo Cortes

// Como eixos principais

com

juvenil/sonhos e times em parceria com o Conselho Britânco/Youth Sport Trust;

esporte

de

culturais para comunidades e escolas participantes do Programa;

Encorajar,

envolver,

possibilitar

forma

que

o

dizer, jovem

mostrar, use

monitoria e ações comunitárias a partir da organização em Grupos de Jovens instituídos em escolas e/ou Núcleos Esportivos Sócio Educativos:

escolas, na sua comunidade, no seu país, na sua vida: esse é o nosso desafio e o

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A

(2002).

A

Pobreza,

a

marginalidade e a ocupação do tempo livre

de

crianças/adolescents

das

camadas populares: uma relação de tensão?.

Disponível

em

www.lazer.eefd.ufrj.br/infancia acessado em 02 de Junho de 2010.

• Participação de jovens em circuitos e festivais esportivos e culturais elaborados pelos próprios jovens participantes do Programa.

SILVA, C. F.; Souza, D. M. O. (2003) Protagonismo:

Uma

prática

• Estabelecimento de interface e parceria ao

público jovem sejam eles governamentais (pró-jovem, etc) e não governamentais (programas de outras instituições). • Proporcionar ao jovem, aulas de esporte

para

desenvolvimento do jovem.. Disponível e

voltados

suas

habilidades para causar impacto: nas

BRETÂS,

• Atuação comunitária de jovens com

programas

a

desafio de toda a sociedade.

• Elaboração de festivais esportivos e

21

do

voltada

reflexiva, desafiadora e envolvente.

jovens com a metodologia de liderança

outros

metodologia

aprendizagem

• Formação continuada de tutores e

com

uma

m

http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_col u n a s /c o l u n a _ l i v r e / i d 3 1 0 8 0 3 . h t m acessado em 29 de Março de 2010. SOUZA.

2004.

Disponível

em

www.andi.org.br acessado em 21 de Abril de 2010.


//Fotos 1陋 Jornada Pedag贸gica em Esporte Educacional

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//Fotos

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INSTITUTO ESPORTE E EDUCAÇÃO Av. Prof. Noé de Azevedo nº 208 cj. 34 Vila Mariana - São Paulo - SP - CEP: 04117-000 Tel./Fax: 11 5579-8695 / 5579-8363 iee@esporteeducacao.org.br www.esporteeducacao.org.br


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