TCC arqurbuvv A busca da qualidade habitacional dos micro apartamentos

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A Busca da Qualidade Habitacional dos Micro Apartamentos

Anna Carolina Lamas Nunes dos Santos

Universidade Vila Velha

Arquitetura e Urbanismo


ANNA CAROLINA LAMAS NUNES DOS SANTOS

A BUSCA DA QUALIDADE HABITACIONAL DOS MICRO APARTAMENTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como pré-requisito do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, para a obtenção do grau de Graduado em Arquitetura e Urbanismo. Sob a orientação da Prof. Mestre Ana Dieuzeide Santos Souza.

VILA VELHA 2018



Dedico este trabalho: Aos meus pais, Adriana e Altair; a minha famĂ­lia; aos meus colegas de classe; e as minhas amigas/irmĂŁs Mariany e Lara.


AGRADECIMENTOS O fim da graduação chegou, mais uma etapa se encerra para dar início à uma nova fase. Cinco anos de muito aprendizado e emoção, que merecem agradecimentos especiais nesse último trabalho. Primeiramente, a Deus e seus intercessores que me concederam forças para persistir. Aos meus pais, Altair e Adriana, agradeço por tudo que já fizeram e fazem por mim, por tanto apoio, incentivo e dedicação, por me inspirarem a ser uma ótima pessoa, por me mostrarem que o mundo é infinito de possibilidades e que eu posso querer, lutar e conquistar todas que eu desejar. A minha família que mesmo de longe sempre esteve ao meu lado incentivando os meus estudos. A Katy minha fiel companheira. Aos meus amigos da faculdade que me compreendiam e sempre estiveram ali para caminharmos juntos. As minhas amigas, irmãs, ou melhor “maridas”, Mariany e Lara, por sempre nos apoiarmos na luta diária da faculdade e da vida. Aos meus mestres por todo ensino prestado. A Silvia Lorenzoni pela disponibilidade de participar da apresentação e avaliação deste trabalho. A minha co orientadora, Laila Souza Santos, por aflorar o tema na minha mente e no meu coração. A minha orientadora, Ana Dieuzeide Santos Souza, por acreditar no tema que eu queria e embarcar comigo nessa jornada, onde ela era calmaria e sabedoria em meio turbilhões de ansiedade (vulgo, eu). Obrigada.


“Apenas a verdadeira arquitetura é capaz de cumprir as condições básicas, os sentimentos emocionais e os aspectos existenciais dos seres humanos.” Pallasmaa


RESUMO O presente trabalho tem como intuito a busca por aspectos que qualifiquem um micro apartamento como habitação. Nesse contexto, por meio de revisão bibliográfica procura-se contextualizar aspectos simbólicos, como, a evolução das habitações compactas contemporâneas e a residência além da forma arquitetônica. Assim como aspectos técnicos acerca das funções e dimensões dos espaços. Além destes, contextualizam-se, também, categorias que qualificam o espaço habitacional a partir de critérios avaliativos. Essas categorias são: habitabilidade, flexibilidade, funcionalidade e ergonomia. Outro ponto relacionado é a importância de conhecer bem os desejos do usuário, para alcançar positivamente estes aspectos citados em espaços tão reduzidos. Este trabalho foi seguido por estudos de precedentes, onde foram analisados os critérios avaliativos da qualidade habitacional de dois micro apartamentos diferentes; essas avaliações permitiram verificar soluções de projeto importantes a se seguir e outras que poderiam ser contornadas. Por fim, apresentam-se as propostas projetuais, para micro apartamentos com metragens quadradas e usuários diferentes aplicando-se os conceitos estudados, buscando a qualidade dos micro espaços residenciais e mais uma vez a importância de se conhecer o usuário. Palavras-chave: Micro apartamento. Habitação. Qualidade. Usuário. Arquitetura.


ABSTRACT The present work aims to search for aspects that qualify a micro apartment as housing. In this context, through a bibliographical review, we seek to contextualize symbolic aspects, such as the evolution of contemporary compact dwellings and residence beyond the architectural form. As well as technical aspects about the functions and dimensions of spaces. Besides these, we also contextualize categories that qualify the residential space based on evaluation criteria. These categories are: habitability, flexibility, functionality and ergonomics. Another related point is the importance of knowing the user's desires well, in order to positively achieve these aspects in such small spaces. This work was followed by previous studies, where the evaluation criteria of the housing quality of two different micro apartments were analyzed; these evaluations allowed us to verify important design solutions to follow and others that could be circumvented. Finally, we present the proposals, for microapartments with square footage and users different applying the concepts studied, seeking the quality of micro residential spaces and once again the importance of knowing the user. Key words: Micro apartment. Housing. Quality. User. Architecture.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Planta baixa de micro apartamento de 10m² em São Paulo-SP ................. 16 Figura 2-Distribuição percentual das unidades domésticas em domicílios particulares, segundo o tipo de unidade doméstica - Brasil - 2000/2010 .................. 16 Figura 3-Domicílios particulares permanentes com densidade de moradores por dormitório do estado de São Paulo. .......................................................................... 17 Figura 4-Um modelo de micro apartamento em Hong Kong ..................................... 18 Figura 5-Apartamento contemporâneo seguindo o modelo de casa burguesa ......... 21 Figura 6-Apartamento contemporâneo seguindo o modelo de casa moderna .......... 22 Figura 7-Planta baixa de um micro apartamento de 17m² ........................................ 22 Figura 8-Edifício Carmel Place .................................................................................. 34 Figura 9-Unidades pré-moldadas .............................................................................. 35 Figura 10-Pavimento tipo superior ............................................................................ 35 Figura 11-Divisão dos espaços a partir da territorialidade ........................................ 36 Figura 12-Elementos que possibilitam o controle da privacidade. a) Porta de entrada. b) Cortina. c) Parede que separa o banheiro. ........................................................... 36 Figura 13-a) Ambiente com a cama. b) Ambiente com o sofá................................... 37 Figura 14- Cozinha com todos os equipamentos necessários. ................................. 37 Figura 15- a) Mesa encostada na parede com 1 lugar. b) Mesa servindo como bancada estreita. c) Mesa servindo como bancada larga. d)Mesa no centro da cozinha com 5 lugares. e) Mesa encostada na parede com 5 lugares. f) Mesa no centro da área intima dando apoio ao sofá. .............................................................. 38 Figura 16-Banheiro com os equipamentos necessários para realizar a atividade..... 39 Figura 17-a) Mesa para estudo e trabalho. b) Coworking. ........................................ 39 Figura 18-Sofá e mesa multifuncionais preparados para recepção. ......................... 40 Figura 19-Planta baixa com o sofá em uso. .............................................................. 41 Figura 20-Planta baixa com a mesa de jantar em uso. ............................................. 41 Figura 21-Planta baixa com a cama em uso. ............................................................ 41 Figura 22-Janela com dimensões apropriadas para permear iluminação e ventilação natural e com acesso facilitado. ................................................................................ 42 Figura 23-Micro apartamento com a mesa de refeições em uso, mostrando o pouco espaço que sobra para realizar atividades na bancada da cozinha. ......................... 43 Figura 24-Micro apartamento com sofá em uso, impossibilitando a utilização da cama. ........................................................................................................................ 43 Figura 25-Ambientes com divisão fixa (paredes). ..................................................... 44


Figura 26-Banheiro com disposição ideal dos móveis e equipamento trazendo segurança e conforto. ................................................................................................ 45 Figura 27- a) Nicho para malas no hall com altura superior à do usuário. b) Prateleira um pouco mais alta no depósito e nichos para malas com altura superior à do usuário no hall. .......................................................................................................... 45 Figura 28- a) Armários da cozinha com altura superior à do usuário. b) Armários da área "intima" com altura superior à do usuário. ......................................................... 46 Figura 29-Cama multiuso. ......................................................................................... 46 Figura 30-Armários altos. .......................................................................................... 47 Figura 31-Recorte do mapa de zoneamento de São Paulo, SP ................................ 48 Figura 32-Edifício VN Vergueiro. ............................................................................... 49 Figura 33-Planta baixa 12º pavimento, com marcação do apartamento a ser analisado. .................................................................................................................. 50 Figura 34-Planta baixa apartamento a ser analisado. ............................................... 50 Figura 35-Divisão dos espaços a partir da territorialidade. ....................................... 51 Figura 36- a) Visão do quarto e parte do banheiro. b) Visão do quarto e parte da sala. c) Visão da cozinha e parte da varanda. d) Visão geral de parte do apartamento. ............................................................................................................. 51 Figura 37-Elementos que possibilitam o controle da privacidade. a) Porta de entrada e porta do banheiro. b) Cortina.................................................................................. 52 Figura 38-Ambiente com cama de casal. .................................................................. 52 Figura 39-a) Cozinha com os equipamentos necessários, destaque (seta branca) para mesa retrátil. b) Mesa da sala. .......................................................................... 53 Figura 40-Lavanderia compartilhada do edifício. ....................................................... 53 Figura 41-a) Banheiro com vaso sanitário e box. b) Bancada com pia e armários. .. 54 Figura 42-Mesa da sala. ............................................................................................ 54 Figura 43-Área de convívio compartilhada do edifício (Terraço Gourmet). ............... 55 Figura 44-Planta baixa do apartamento com a análise da área de circulação e utilização. .................................................................................................................. 56 Figura 45-Fechamento de varanda coberto com cortina. .......................................... 57 Figura 46-Planta baixa com área de utilização da janela. ......................................... 57 Figura 47-Planta baixa com marcação das áreas divididas por paredes. ................. 58 Figura 48-Cozinha com setas destacando a altura dos armários e a mesa retrátil. .. 59 Figura 49-Matriz comparativa dos atributos qualitativos dos dois estudos de precedentes analisados. ........................................................................................... 60 Figura 50-Cabideiros extensível. ............................................................................... 62


LISTA DE QUADROS

Quadro 1-Sintese da categorias e critérios de avaliação. ......................................... 32


Sumรกrio


SUMÁRIO 1

2

3

Introdução .......................................................................................................... 16 1.1

Contextualização e Justificativa ................................................................... 16

1.2

Objetivos ...................................................................................................... 19

1.2.1

Objetivo geral......................................................................................... 19

1.2.2

Objetivos específicos ............................................................................. 19

1.3

Metodologia .................................................................................................. 20

1.4

Estrutura do trabalho .................................................................................... 20

Conceitos Qualitativos para Habitação Compacta ............................................. 22 2.1

Habitação Contemporânea Compacta ......................................................... 22

2.2

A Habitação Além da Forma ........................................................................ 24

2.3

Funções e Dimensões do Espaço Residencial ............................................ 25

2.4

Habitabilidade .............................................................................................. 26

2.5

Funcionalidade e Flexibilidade ..................................................................... 27

2.6

Ergonomia .................................................................................................... 28

2.7

Programa de Necessidades (Briefing).......................................................... 30

Estudo de Precedentes ...................................................................................... 33 3.1

3.1.1

Contexto Geral....................................................................................... 34

3.1.2

Análise da Habitabilidade ...................................................................... 36

3.1.3

Análise da Funcionalidade e da Flexibilidade ........................................ 38

3.1.4

Análise da Ergonomia ............................................................................ 44

3.2

Apartamento 02: Ed. VN Vergueiro .............................................................. 49

3.2.1

Contexto Geral....................................................................................... 49

3.2.2

Análise da Habitabilidade ...................................................................... 51

3.2.3

Análise da Funcionalidade e da Flexibilidade ........................................ 53

3.2.4

Análise da Ergonomia ............................................................................ 59

3.3 4

Apartamento 01: Ed. Carmel Place .............................................................. 34

Considerações Sobre as Análises ............................................................... 61

Proposta Projetual .............................................................................................. 65


5

Considerações Finais ......................................................................................... 75

6

Referências Bibliográficas .................................................................................. 78


Introdução


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1 INTRODUÇÃO 1.1

CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA

A globalização, o processo acelerado de urbanização, o aumento populacional e os avanços tecnológicos têm ditado como as cidades se desenvolvem. Metrópoles estão se formando e tornando-se cada vez mais integradas, e junto surgem agentes que transformam as relações sociais, a maneira de usar os espaços e de executar as tarefas cotidianas (SOUSA, 2016). Dentre esses agentes citam-se, a transformação dos grupos domésticos, perda de poder aquisitivo da população decorrente da crise econômica que o país vivencia, pessoas com vontade e necessidade de hábitos de morar mais sustentáveis e/ou tecnológicos, a compra da “casa própria” sem gastar muito, em especial pelo público jovem, e essencialmente o tempo como elemento principal do dia-a-dia, fazendo com que as pessoas busquem morar em locais próximos do trabalho. Assim, regiões populacionalmente adensadas acabam não oferecendo terrenos e desafiando os arquitetos e designers a buscar soluções criativas para projetar casas e apartamentos que ofereçam bem-estar e utilidade (SOUSA, 2016). Para alcançar esses objetivos, novos modos de morar estão surgindo, um deles são os chamados micro apartamentos, que consistem basicamente em apartamentos com menos de 40m² de área útil, sem divisões internas, com exceção do banheiro. Alguns ainda possuem muitos recursos de automação e tecnologia, para dar mais comodidade e praticidades a esses pequenos espaços (Figura 1). Geralmente os empreendimentos também contam com áreas comuns generosas, com uma grande infraestrutura de recursos e serviços que incentivam o convívio social e facilitam a vida dos moradores que habitualmente são solteiros e casais que buscam uma localização que atenda às necessidades práticas da vida urbana com autonomia, segurança e conforto (SOUSA, 2016).


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Figura 1-Planta baixa de micro apartamento de 10m² em São Paulo-SP

Fonte: Vitacon [2017?]

A mudança estrutural das famílias brasileiras incentiva também esse segmento no país. Segundo o censo demográfico de 2010 feito pelo IBGE, em dez anos houve um crescimento de 2,9% de unidades domésticas unipessoais (Figura 2). No mesmo ano só no estado de São Paulo 33,3% das residências possuíam apenas um morador (Figura 3). Figura 2-Distribuição percentual das unidades domésticas em domicílios particulares, segundo o tipo de unidade doméstica - Brasil - 2000/2010

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2000/2010


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Figura 3-Domicílios particulares permanentes com densidade de moradores por dormitório do estado de São Paulo.

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010

Esses dados mostram que as moradias compactas, como os micro apartamentos, terão seu lugar de destaque frente ao mercado imobiliário nacional que já observou o novo conceito e anda investindo cada vez mais. Segundo o jornal Folha de São Paulo (2015) “[...]de janeiro de 2010 a outubro de 2014 foram lançados na cidade de São Paulo, 31,7 mil apartamentos de um dormitório. Com o tempo, os micro apartamentos sofrerão adaptações e ajustes ao modo de vida do brasileiro e estarão surgindo em outras grandes cidades do país [...].” Levando em conta que o público alvo desse tipo de empreendimento são jovens, recém casados, idosos e viúvos, fica evidente que cidades com grandes centros empresariais, universidades e/ou com qualidade de vida superior das demais serão possíveis locais para o investimento (VASCONCELOS, 2011). Nas grandes cidades como Nova York, Tóquio e Hong Kong os investidores apostam bastante nessa nova forma de morar do século XXI para resolver o problema do adensamento populacional, porém em algumas dessas, essa solução acontece com péssimas qualidades de uso, com metragens quadradas desumanas e altos preços (Figura 4), no entanto é o que a população residente consegue pagar para permanecer nos grandes centros (SMITH, 2017).


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Figura 4-Um modelo de micro apartamento em Hong Kong

Fonte: Smith (2017)

Tomando como referência a qualidade dos micro apartamentos, neste trabalho discutem-se aspectos e proposições projetuais, que buscam a qualidade habitacional e as reais possibilidades de se viver em apartamentos com metragens reduzidas.

1.2

OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral O presente trabalho tem como objetivo contextualizar e relacionar aspectos que devem ser considerados no desenho de um micro apartamento elaborando uma proposta de interiores em nível de estudo preliminar que vise um espaço mínimo de qualidade como habitação. 1.2.2 Objetivos específicos •

Com base em levantamentos de bibliografias, mostrar um breve panorama sobre habitações mínimas contemporâneas;

Identificar o perfil do público interessado nos micro apartamentos como habitação;

Identificar e contextualizar aspectos pertinentes para obtenção de um micro apartamento com qualidade.


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1.3

METODOLOGIA

A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho de conclusão de curso baseouse no levantamento bibliográfico, utilizando dados e estudos pertinentes ao tema em questão que foram levantados em banco de dados digitais, literaturas especificas e informações veiculadas nos meios de comunicação de massa (via websites). Para alcançar os objetivos propostos, foram cumpridas etapas de pesquisa, que consistiram em: a) Pesquisa bibliográfica e levantamento de trabalhos já realizados na área da habitação compacta e contemporânea e dos micro apartamentos; b) Identificação, a partir da revisão de literatura, de aspectos pertinentes para a obtenção da qualidade habitacional dos micro apartamentos; c) Conceituação dos aspectos identificados, que foram: habitabilidade, funcionalidade, flexibilidade e ergonomia; d) Análise e estudo de precedentes com o objetivo de avaliar parâmetros de projetos relacionados à habitabilidade, funcionalidade, flexibilidade e ergonomia. e) A partir da sistematização dos dados e avaliações feitas elaborou-se propostas de interiores de micro apartamentos em nível de estudo preliminar.

1.4

ESTRUTURA DO TRABALHO

O primeiro capítulo apresenta a contextualização e justificativa do assunto abordado, os objetivos do trabalho e a metodologia utilizada para a elaboração deste. O segundo compõe-se do referencial teórico, onde são apresentados os conceitos que fundamentam este trabalho, que são: habitação contemporânea/compacta, habitabilidade, funcionalidade e flexibilidade de uso, e ergonomia. O terceiro compreende dois estudos de precedentes com análises dos parâmetros de projetos relacionando os conceitos apresentados. No quarto capítulo é exposta a proposta projetual de interiores de micro apartamentos, onde todos os pontos qualitativos revelados no trabalho serão considerados na sua elaboração, em nível de estudo preliminar. Já no quinto capítulo serão feitas considerações finais pertinentes e sugestões para projetos futuros de micro apartamentos com qualidade habitacional.


Conceitos Qualitativos para Habitação Compacta


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2 CONCEITOS QUALITATIVOS PARA HABITAÇÃO COMPACTA Neste capitulo serão apresentados os conceitos norteadores para a busca da qualidade habitacional de residências compactas, com foco em micro apartamentos. Serão abordados temas como: habitação contemporânea e compacta, a habitação além da forma e as funções e dimensões do espaço residencial, além desses, serão conceituados os aspectos qualitativos: habitabilidade, funcionalidade, flexibilidade, ergonomia e por fim, a importância do programa de necessidades (briefing).

2.1

HABITAÇÃO CONTEMPORÂNEA COMPACTA

Considerando que a arquitetura contemporânea brasileira reúne todas as tendências e técnicas arquitetônicas utilizadas nos tempos atuais (HELM, 2011), percebe-se que os modelos de habitação no país tem seguido durante muito tempo dois modelos projetuais, tanto na habitação social quanto na “habitação de alto padrão”: a casa burguesa, dividida em espaço social, íntimo e de serviço (Figura 5); e a casa moderna configurada pela bipartição dia-noite (Figura 6). Porém, nota-se que na época atual novas conformações familiares estão surgindo, cujo modo de vida tem transformações cada vez mais rápidas (SANTIAGO, 2002) que necessitam de novas formas de morar. Figura 5-Apartamento contemporâneo seguindo o modelo de casa burguesa

Fonte: Arroba Casa [2009?]


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Figura 6-Apartamento contemporâneo seguindo o modelo de casa moderna

Fonte: Contemporâneo Jundiai Fa Oliva (2015)

A geração atual se preocupa com o tempo, dessa forma, morar próximo do trabalho, estudo, lazer, serviços e comércios, são questões pertinentes quando o assunto é a busca pela residência ideal. E com isso é cada vez mais habitual ver espaços que mesclam áreas de serviço, social, intima, de uso diurno e noturno compactados em metragens mínimas (Figura 7), cumprindo a função de habitação e satisfazendo as necessidades primárias

desse novo grupo doméstico. Figura 7-Planta baixa de um micro apartamento de 17m²

Fonte: Vitacon (2015)


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Pode-se nomear esses espaços como habitação compacta, onde o termo compacto é uma analogia às nomenclaturas utilizadas no setor de automóveis e mobiliários para retratar produtos pequenos ou que ocupam um mínimo de espaço (VASCONCELOS, 2011). No setor imobiliário a tipologia é usada para se referir a módulos residenciais pequenos, com ambientes integrados ou não, com dimensionamento mínimo (até 40m²), direcionado ao público que tem preferência por morar só, pois no máximo atende à necessidade de um casal sem filhos (VASCONCELOS, 2011).

2.2

A HABITAÇÃO ALÉM DA FORMA

Pallasmaa (2011) dizia que a arquitetura é uma obra plástica e espacial embasada na experiência humana que, “Apenas a verdadeira arquitetura é capaz de cumprir as condições básicas, os sentimentos emocionais e os aspectos existenciais dos seres humanos, pois caso contrário, a arquitetura reduz-se a uma escultura em grande escala ou cenografia” (PALLASMAA, 2011, apud AMORIM, 2013, p. 67). O autor ainda afirma que a experiência arquitetônica significativa não é simplesmente uma série de imagens na retina, mas sim encontros, confrontos que interagem com a memória. A habitação é uma tipologia arquitetônica que faz o homem sentir em sua totalidade a arquitetura (PALLASMAA, 2011). Bachelard (1971, apud AMORIM, 2013, p. 67) dizia, “A casa na qual nascemos gravou dentro de nós a hierarquia das várias funções de habitar. Somos o diagrama dessas funções. Aquela casa particular, e todas as outras são apenas variantes desse tema fundamental.” Ou seja, independente da tipologia da habitação o modo como se vive nela é o usuário que determina a partir dos sentidos e experiências. Pallasmaa (2011) completa dizendo, “A experiencia do lar é estruturada por atividades distintascozinhar, comer, socializar, ler, guardar, dormir, ter atos íntimos-e não por elementos visuais. Uma edificação é encontrada; ela é abordada, confrontada, relacionada com o corpo de uma pessoa, explorada por movimentos corporais, utilizada como condição para outras coisas. A arquitetura inicia, direciona e organiza o comportamento e o movimento”.


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O ato de habitar também é um ato simbólico que, imperceptivelmente, organiza todo o mundo do habitante. Não apenas o corpo e as necessidade físicas, mas também a mente, memórias, sonhos e desejos devem ser acomodados e habitados (PALLASMAA, 2017) O espaço arquitetônico de qualidade é um lugar vivenciado, e não apenas uma edificação. Dessa forma apesar de todas as questões subjetivas envolvidas, buscase neste trabalho identificar e conceituar aspectos que podem potencializar o sentido de habitação em espaços tão reduzidos.

2.3

FUNÇÕES E DIMENSÕES DO ESPAÇO RESIDENCIAL É imensa a variedade de atividades que ocorrem dentro de um espaço residencial. São espaços onde as pessoas dormem, relaxam alimentam-se, meditam, descansam, fazem serviços domésticos, leem, cozinham, são concebidas e até nascem ou morrem [...] A quantidade e a variedade das funções que ocorrem nestes ambientes dão um significado extra à qualidade da interface entre o homem e esses [...] (PANERO; ZELNIK, 2011, p. 132)

A diminuição dos espaços residenciais no mercado, torna essa conexão ainda mais importante, tornando-se necessário maximizar a utilização do espaço existente até o ultimo grau, muitas vezes envolvendo formas inovadoras de perceber o problema e a solução de projeto (PANERO; ZELNIK, 2011). Para Panero e Zelnik (2011) existem cinco espaços importantes em uma habitação que devem ser cuidadosamente dimensionados pensando-se no usuário, que são: as áreas de estar, de refeição, os dormitórios, a cozinha e os banheiros. Para tal dimensionamento os autores propõem dimensões humanas para usuários femininos e masculinos, sendo que em locais onde o usuário é incerto, devem ser utilizados os maiores tamanhos (dimensões masculinas). Quando se fala em ambientes importantes em uma residência, surge a pergunta. “O que realmente é necessário dentro de uma habitação para atender com qualidade o usuário?” Para responder essa indagação e outras, existe o código de edificações municipal, uma lei que visa garantir as condições mínimas de segurança, conforto, higiene e salubridade das edificações e obras em geral, inclusive as destinadas ao funcionamento de órgãos ou serviços públicos (VITÓRIA, 1998). O código de edificações do município de Vitória-ES (1998), por exemplo diz, que uma habitação deve conter, no mínimo, espaços destinados ao repouso, à


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instalação sanitária e ao preparo de alimentos, e que cada um desses ambientes em uma habitação unifamiliar deve possuir no mínimo 7,50m², exceto o ambiente destinado às instalações sanitárias que pode ter 2,00m². Assim, uma residência seguindo os moldes de um micro apartamento e obedecendo à legislação municipal teria em média 24,50m² de área, sendo dividida em quatro ambientes básicos, sala, quarto, cozinha e banheiro. Porém para Panero e Zelnik (2011) um espaço residencial com qualidade é aquele dimensionado a partir das necessidades do usuário, então, levando em conta as dimensões humanas, os equipamentos e os ambientes necessários ter-se-ia as dimensões adequadas. O que acontece é que muitas vezes, a partir da necessidade dos usuários, em um micro apartamento funções são sobrepostos em um mesmo ambiente, e isso faz com que a habitação entre em desacordo com a lei municipal, porque em uma mesma área serão acomodados dois ou mais ambientes, assim em muitos casos a lei é ou deve ser revista dependendo da abrangência e importância dessa tipologia habitacional na cidade. Por outro lado, o que se vê são construtoras e incorporadoras construindo edifícios de micro apartamentos e omitindo que são habitações, dão o nome de flats e studios para obedecer à lei em vigência.

2.4

HABITABILIDADE

Segundo o dicionário (MICHAELIS, 2018), habitar é o ato de “instalar-se num lugar para morar”, habitação é o “lugar onde se habita” e habitabilidade é a “qualidade ou condição de habitável”, sendo assim, pode-se afirmar que uma boa habitação possui habitabilidade. Porém esse conceito pode ser ampliado. Segundo a NBR 15575/2013, habitabilidade tem a ver com a relação dos usuários com a edificação, é quando as sensações de bem-estar e proteção são proporcionadas ao morador através de uma habitação sadia e segura (ABNT, 2013). Para Leite (2003, apud VASCONCELOS, 2011, p. 45) “[...]a habitabilidade refere-se ao desempenho da habitação, seja: a) técnico – relacionado à eficácia da estrutura física e ambiental, relativo à integração do ambiente construído com o natural; b) humano – referente à percepção ambiental do morador, relacionada ao atendimento de suas necessidades e ao simbólico, que é uma variável subjetiva;


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c) econômico – trata da disponibilidade econômica e da relação eficiente entre o ambiente construído e o uso racional dos recursos naturais; d) atributo social – interação social do usuário com o entorno e sua vizinhança, e e) atributo funcional – compreende a capacidade espacial, flexibilidade, ergonomia e fluxos de trabalho”. Já para Almeida (2001, apud VASCONCELOS, 2011, p. 76) quando existe habitabilidade por trás encontram-se dimensões fenomenológicas, ou seja, experiências no ato de habitar, que podem ser relacionadas com quatro fenômenos existenciais: territorialidade, privacidade, identidade e ambiência. Esses fenômenos podem ser avaliados a partir de elementos arquitetônicos que quando ausentes, danificados ou inadequados afetam de maneira negativa a experiência de habitar. A territorialidade é a delimitação dos espaços, seja por meio da divisão clássica dos ambientes por paredes, pela disposição do mobiliário, por uso de dispositivos móveis, como painéis e cortinas ou pela presença de pilares e vigas cumprindo também a função de divisão. Privacidade diz respeito à presença, ausência ou controle de barreiras, de maneira a mediar ou ocultar certas atividades, objetos e espaços da visão e interferência dos outros. Em um ambiente integrado, quando utilizado por mais de uma pessoa a privacidade acaba não existindo. A identidade é identificar a partir de vestígios encontrados no ambiente o perfil do usuário, os seus valores e a sua visão de mundo. Desta maneira, a identidade de lugar é o indicador de uma perspectiva útil a respeito de significados simbólicos, reconhecendo a contribuição do ambiente para a formação da identidade da pessoa (VASCONCELOS, 2011). Já a ambiência refere-se à qualidade do espaço interior a partir da relação usuário – ambiente observando o desempenho adequado das tarefas e atividades propostas, sem prejuízo da saúde do usuário.

2.5

FUNCIONALIDADE E FLEXIBILIDADE

Segundo Vasconcelos (2011), um espaço funcional necessita atender a requisitos legais e operacionais de acordo com sua destinação e circulação adequadas, ou seja, confortável ao usuário sem que seu uso traga prejuízos futuros para sua saúde.


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Para analisar a funcionalidade de uma habitação é necessário relacionar a morfologia dos espaços com os equipamentos (forma e dimensão) e seu entorno de utilização, verificando qualitativamente os equipamentos mínimos e adicionais, proximidade e abertura de portas, áreas de circulação e utilização, acessibilidade à janela, otimização, iluminação natural, utilização simultânea, etc. (SILVA, 1982) Porém em um espaço compacto como em um micro apartamento acontecem sobreposição de funções, “[...]possuindo a necessidade de espaços flexíveis para que se possa garantir o atendimento de diferentes aspectos da necessidade do usuário em ralação à moradia, seja dormir, cozinhar, comer, lavar, higienizar-se, estudar, trabalhar, receber e acolher socialmente amigos e familiares” (SALLOWICZ, 2010 apud VASCONCELOS, 2011, p. 73). Assim, ao analisar cada requisito é importante levar em conta que no mesmo espaço acontecem diversas ações/atividades, porém essas não devem ser praticadas causando desconforto ao usuário devido à limitação do espaço.

2.6

ERGONOMIA

O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras) (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p.1). Em resumo, a ergonomia é uma ciência aplicada aos objetos e espaços com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho e no cotidiano (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Para alcançar os objetivos da ergonomia devem-se estudar vários fatores, tais como, a postura e os movimentos corporais, fatores ambientais como iluminação, clima e ruídos, por exemplo, as informações captadas através dos cinco sentidos, e as relações entre cargos e tarefas. Seguindo esses princípios, acidentes e prejuízos à saúde podem ser reduzidos porque serão analisados e considerados as competências e restrições do homem e as características do ambiente que são ótimos passos para um projeto ergonomicamente viável (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Segundo Gomes Filho (2003), existem Fatores Ergonômicos Básicos (FEB) que são divididos em “blocos de conceitos” para analisar a ergonomia, esses foram feitos para ordenar conceitos e fatores que possuem uma relação entre si. Dentro dessa divisão de blocos existem os requisitos de projeto que devem ser pensados ao se iniciar qualquer produção projetual no ramo do design. Esses


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requisitos são diversas qualidades desejadas para o produto, que são: tarefa, segurança, conforto, estereótipo popular, envoltórios de alcances físicos, postura, aplicação de força e materiais. A Tarefa está relacionada às ações que fazem um sistema funcionar, envolvendo mais o estudo das ações do que a descrição do procedimento de uso. Os problemas ergonômicos em relação a esse fator são aqueles que contribuem ou trazem dificuldades ao usuário quanto à utilização do produto. Por exemplo, um ambiente residencial é dividido em espaços onde cada um tem funções e objetivos específicos que para serem concluídos necessitam de ações, se essa ação estiver sendo dificultada, problemas ergonômicos estarão presentes ali. O fator segurança está relacionado com a utilização segura e confiável do objeto em relação às características funcionais, operacionais, perceptíveis, de montagem, de fixação, sustentação e etc., contra riscos e acidentes eventuais que possam envolver o usuário ou grupo de usuários. Os problemas ergonômicos desse fator estão envolvidos com aspectos de projetos mal resolvidos que induzem ao erro ou acabam provocando acidentes. Conforto é a sensação de bem-estar e comodidade percebida pelo usuário nos níveis físico e sensorial, em alguns casos também está relacionado diretamente com o fator segurança. Os problemas ergonômicos referentes a esse fator estão relacionados ao não atendimento do conceito. Estereótipo popular é a prática de uso consagrada, ou seja, é o modo de utilização dos objetos esperado pela maioria das pessoas. Os problemas ergonômicos estão relacionados com o desconforto e à insegurança do usuário causados por indução a erros na inversão de uso no manejo ou operacionalidade dos objetos em função do aspecto de incompatibilidade dos movimentos e sensibilidade esperados como padrão (GOMES FILHO, 2003 p. 31). Por exemplo, no Brasil, ao colocar a chave na fechadura para abri-la, gira-se a chave para direita e para fechá-la, para esquerda, o contrário induz ao erro causando um problema ergonômico. Lembra-se que esse fator tem um certo grau de subjetividade, pois depende muito da cultura de cada local. O fator Envoltórios de alcances físicos é o lugar onde devem estar contidos, e ao alcance do usuário, os instrumentos de ação, essenciais ao funcionamento do produto, sem que o mesmo precise fazer esforços desnecessários. Os problemas


30

ergonômicos relacionados têm a ver com as dificuldades de alcance em termos de operacionalidade dos elementos; por exemplo, na mesa de refeição apanhar uma comida que esteja mais distante. Define-se Postura como a organização dos segmentos corporais no espaço, onde uma mesma pessoa adotará posturas diferentes para realizar ações diferentes. Os problemas ergonômicos desse fator estão relacionados ao conforto, à segurança e à facilidade de acomodação e/ou operacionalidade de determinados objetos. Sendo que a má postura gera a médio e longo prazo problemas de saúde. O fator Aplicação de força é definido como energia física ou esforço necessário para fazer alguma coisa. Os problemas ergonômicos desse fator estão relacionados com o projeto inadequado de objetos que exijam esforços físicos incompatíveis com a capacidade física do usuário. O último requisito de projeto é o fator Materiais, que é todo ou qualquer componente do objeto. A escolha dos materiais deve estar relacionada com a adequação das características de uso, funcionais, operacionais, técnicas, tecnológicas, econômicas, perceptivas e estético-formais do objeto. Os problemas de ergonomia estão relacionados à não especificação e utilização incorreta de materiais adequados.

2.7

PROGRAMA DE NECESSIDADES (BRIEFING)

Para que uma habitação seja de qualidade e tenha todos os aspectos contextualizados acima, antes de se iniciar qualquer intenção projetual deve-se compreender o ponto de vista, as metas e os desejos do usuário para aquele espaço. Todas as exigências e expectativas culturais, econômicas, estéticas ou jurídicas devem ser entendidas (VAN DER VOORDT; VAN WEGEM, 2013). Assim deve-se realizar um registro de necessidade, desejos e condições limitantes, que é chamado de programa de necessidades ou briefing (VAN DER VOORDT; VAN WEGEM, 2013). Para Van der Voordt e Van Wegem (2013), existem alguns passos importantes na elaboração do programa de necessidades, o primeiro é a análise e a organização das atividades que têm que ser abrigadas, onde devem ser determinadas a natureza das atividades, as condições espaciais, as condições físicas e as exigências de um ambiente psicologicamente aceitável (vistas, privacidade, identidade e outros aspectos pessoais). O segundo passo é a análise de referências, onde serão analisadas publicações feitas quanto a habitação ou até mesmo programas de necessidades feitos pelo próprio projetista para essa tipologia, onde tudo pode ser examinado junto com o usuário. O terceiro e último passo são o estudo de


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precedentes e avaliações pós-ocupação, nada melhor do que aprender com edificações existentes e/ou sendo usados que podem ajudar no desenvolvimento de ideias. Para estabelecer todas as necessidades do usuário de forma ordenada Van der Voordt e Van Wegem (2013) usam alguns sistemas padrões de programas de necessidades, um deles é o proposto pelo Instituto Holandês de Padronização. Este consiste em três seções, a primeira, são as condições limitantes ou prérequisitos, que são leis e normas aplicáveis à área, questões técnicas e questões financeiras; a segunda são as características do grupo que utilizará o produto edificado, nesta seção se deve descrever as metas da organização, os usuários e suas atividades, os serviços ou produtos a serem oferecidos, as questões organizacionais, econômicas, funcionais e ecológicas e as expectativas para o futuro; já a terceira diz respeito ao objeto, ao edifício, ao espaço como um todo, ou seja a divisão espacial, aspectos específicos de cada ambiente, das instalações e dos componentes. Além disso, é importante ressaltar que um programa de necessidades bem definido, com todos os desejos do usuário e todos os requisitos atendidos, é importante em qualquer projeto, mas se destaca ainda mais quando se quer alcançar todos os aspectos mencionados nos itens anteriores em espaços tão reduzidos como os micro apartamentos, que necessitam de um planejamento muito bem feito e detalhado para ter sua qualidade habitacional integra. Após a contextualização dos aspectos simbólicos, técnicos, legais e avaliadores da qualidade habitacional, percebe-se que todos eles têm como objetivo geral, proporcionar segurança e conforto aos usuários, porém com conceitos, pensamentos e avaliações distintas. No capítulo seguinte serão feitas análises de propostas projetuais levando em conta as referências contidas nesta parte.


Estudo de Precedentes


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3 ESTUDO DE PRECEDENTES

Neste capítulo apresentam-se dois estudos de precedentes onde são analisados os aspectos levantados na conceituação deste trabalho para obtenção de um micro apartamento de qualidade habitacional. Estudam-se um modelo de micro apartamento internacional e um nacional, podendo-se observar as semelhanças e diferenças pertinentes, quando comparados dois países e duas culturas distintas propondo a mesma tipologia habitacional, gerando, assim, contribuições para elaboração da proposta projetual. Além das características gerais dos edifícios e dos apartamentos, as categorias de análise são, habitabilidade, funcionalidade, flexibilidade e ergonomia. Cada categoria dessas possui critérios de avaliação, conforme visto no referencial teórico. Porém, aqueles aspectos que dependem da experiencia vivida no local não puderam ser avaliados, pois se trata de um estudo baseado apenas em fotos e imagens. Sendo assim, identidade, ambiência, conforto e postura não foram considerados. O Quadro 1, sintetiza as categorias analisadas e a estrutura da avaliação. Quadro 1-Sintese da categorias e critérios de avaliação.

CATEGORIA Habitabilidade

Funcionalidade e Flexibilidade

CRITÉRIO Territorialidade Privacidade Equipamentos mínimos para atividades (dormir, cozinhar, comer, lavar, higienizar-se, estudar, trabalhar e receber e acolher socialmente) Área de circulação e utilização Acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural Utilização simultânea Tarefa Segurança

Ergonomia

Estereótipo popular Envoltório de alcance físico Aplicação de força Materiais

Fonte: Quadro produzido pela autora (2018).


34

3.1

APARTAMENTO 01: ED. CARMEL PLACE

3.1.1 Contexto Geral O Carmel Place, anteriormente chamado de My Micro NY, é um edifício de micro apartamentos pré-fabricados, localizado em Kips Bay, Manhattan, Nova Iorque, Estados Unidos, lançado em 2016. O projeto foi o vencedor do concurso adAPT NYC, uma iniciativa lançada como parte do Plano New Housing Marketplace do exprefeito de Nova Iorque, Bloomberg (NARCHITECTS, 2016). Segundo entrevista do website ArchDaily (2016) com Mimi Hoang, diretora do escritório nArchitects, o intuito do concurso era resolver a necessidade de apartamentos pequenos em Nova Iorque onde há um problema matemático: 1,8 milhões de pequenas famílias e apenas um milhão de apartamentos adequados. O projeto foi feito pelo escritório nArchitects e financiado pelo departamento de habitação, desenvolvimento e preservação da cidade de Nova Iorque. O Plano New Housing Marketplace possuía uma limitação quanto à área mínima para residências construídas em Kips Bay, onde o mínimo aceitável era de 37m², porém o projeto do Carmel Place previa módulos de 24m² a 36m². Assim, o plano acabou sofrendo mudanças, onde a mais notada foi a alteração da área mínima permitida na localização do projeto vencedor, com o intuito de possibilitar a venda dos domicílios por um preço acessível, possibilitando a compra por solteiros e estudantes com orçamentos limitados. O edifício foi o primeiro de micro apartamentos pré-fabricados de Nova Iorque, hoje conta com 55 apartamentos, onde 22 são com preço acessível e 8 destinados a ex combatentes que estavam desabrigados. As 55 unidades são complementadas por generosas comodidades compartilhadas, estabelecendo o padrão de micro apartamentos. A forma urbana do Carmel (Figura 8) poderia, em princípio, ser adaptada a diferentes locais, em uma variedade de alturas e proporções de área útil de acordo com a legislação vigente (NARCHITECTS, 2016).


35

Figura 8-Edifício Carmel Place

Fonte: nArchitects (2016)

O edifício possui 7 módulos diferentes, onde uns se repetem mais e outros menos vezes a cada pavimento superior. Como pode-se ver na Figura 9 e Figura 10, a planta tipo do andar das residências é composta por 8 unidades pré-moldadas de habitação e 1 de circulação vertical. Neste trabalho o módulo de apartamento que será analisado é o número 7 (Figura 9 e Figura 10), que possui uma área de 24m² e foi um dos 8 apartamentos destinados aos ex combatentes do exército americano.


36

Figura 9-Unidades pré-moldadas

Fonte: nArchitects (2016)

Figura 10-Pavimento tipo superior

Fonte: Architect Magazine (2017).

3.1.2 Análise da Habitabilidade a) Territorialidade: Analisando-se a planta baixa e as imagens disponíveis, a partir da paginação de piso, das divisórias fixas do ambiente (as paredes) e dos móveis, pode-se dividir o apartamento em 5 ambientes (área “intima”, que seria o espaço para descanso; cozinha; banheiro e circulação, que também serve como lugar para móvel de apoio e hall de entrada) (Figura 11). Por exemplo para demarcar a área intima se tem armários, tapete, sofá-cama e


37

um aparador, além de uma pequena parede que divide o ambiente da cozinha; já a cozinha fica demarcada através dos moveis, utensílios e eletrodomésticos; o banheiro é dividido por paredes e o hall de entrada pela paginação de piso diferenciada. Figura 11-Divisão dos espaços a partir da territorialidade

Fonte: Imagem adaptada do website Resource Furniture (2016).

b) Privacidade: No apartamento analisado apenas no banheiro é possível o controle da privacidade, a partir das divisórias comuns que são as paredes. Porém como pode-se observar na Figura 12 considera-se a cortina e a porta de entrada como um dispositivo de controle privativo em relação ao exterior. Figura 12-Elementos que possibilitam o controle da privacidade. a) Porta de entrada. b) Cortina. c) Parede que separa o banheiro.

Fonte: Imagem adaptada do website Resource Furniture (2016).


38

3.1.3 Análise da Funcionalidade e da Flexibilidade a) Equipamentos mínimos para atividades: •

Dormir: Para realizar tal atividade existe uma cama retrátil, que hora pode ser usada como cama ou como sofá (Figura 13).

Figura 13-a) Ambiente com a cama. b) Ambiente com o sofá.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Cozinhar/Comer: O preparo e cocção dos alimentos são feitos em uma cozinha que tem todos os equipamentos necessários, fogão, micro-ondas, refrigerador, lava-louça, pia, bancadas, armários e utensílios de apoio (Figura 14). Já as refeições são realizadas em uma mesa multifuncional que pode ser

colocada em qualquer área do apartamento (Figura 15). Figura 14- Cozinha com todos os equipamentos necessários.

Fonte: Resource Furniture (2016).


39

Figura 15- a) Mesa encostada na parede com 1 lugar. b) Mesa servindo como bancada estreita. c) Mesa servindo como bancada larga. d)Mesa no centro da cozinha com 5 lugares. e) Mesa encostada na parede com 5 lugares. f) Mesa no centro da área intima dando apoio ao sofá.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Lavar: Em edifícios de micro apartamentos a atividade de lavar roupas normalmente é feita em ambientes compartilhados com todos os moradores do prédio. No Carmel Place não é diferente, a lavanderia coletiva fica no subsolo do edifício, atendendo as necessidades dos usuários com equipamentos como maquinas de lavar e secadoras.

Higienizar-se: Para realizar essa atividade o apartamento dispõe de um banheiro com vaso sanitário, pia, box e armários para armazenamento de produtos (Figura 16).


40

Figura 16-Banheiro com os equipamentos necessários para realizar a atividade.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Estudar/Trabalhar: Esse tipo de atividade pode ser realizada na mesa multifuncional já citada anteriormente, apoiando os utensílios e equipamentos necessários para o usuário (Figura 17 a). E o edifício também possui um coworking, que é um ambiente de trabalho compartilhado, onde todos os moradores podem usufruir das instalações (Figura 17 b).

Figura 17-a) Mesa para estudo e trabalho. b) Coworking.

Fonte: Resource Furniture (2016).


41

Receber e Acolher socialmente: Essa necessidade pode realizar-se com o auxílio de diferentes equipamentos, desde o sofá e a mesa multifuncional ou até mesmo as áreas de convívio do próprio edifício (Figura 18).

Figura 18-Sofá e mesa multifuncionais preparados para recepção.

Fonte: Resource Furniture (2016).

b) Área de Circulação e Utilização: A avalição destas áreas foi feita considerando-se cada uso possível na residência. As áreas que são destinadas exclusivamente para circulação, quando não estão com algum móvel multifuncional sobre elas, aparentam ter dimensões ideais para se caminhar. Já as áreas de utilização têm tamanhos bons. Por exemplo, na Figura 19, observa-se que com o sofá em uso e a mesa servindo de mesa de

centro as áreas de uso e circulação são adequadas, tanto para esses móveis, quanto na cozinha, no banheiro e no hall. Já na Figura 20, com a mesa sendo utilizada para o jantar a área de utilização e circulação na cozinha fica reduzida. E na Figura 21, com a cama em uso, todos os espaços de utilização e circulação ficam adequados.


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Figura 19-Planta baixa com o sofá em uso.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Figura 20-Planta baixa com a mesa de jantar em uso.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Figura 21-Planta baixa com a cama em uso.

Fonte: Resource Furniture (2016).

c) Acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural: O micro apartamento é dotado de uma janela que ocupa boa parte de seu pé direito e largura (Figura 22). Considerando que o apartamento em questão tem 24m²,


43

com largura de 3 metros e comprimento de 8 metros e que seu pé direito é de 3 metros, supondo que estivesse localizado na cidade de Vitória-ES, atenderia ao código de obras da cidade, uma vez que esse estabelece que a abertura deve ter 1/8 da área total do ambiente, onde este poderá apresentar, no máximo, a partir do plano linear de iluminação, profundidade igual a 4 vezes sua largura mínima. Quanto à acessibilidade à janela está apropriada, sem móveis ou qualquer outro objeto impedindo a aproximação e/ou abertura. Figura 22-Janela com dimensões apropriadas para permear iluminação e ventilação natural e com acesso facilitado.

Fonte: GizModo Brasil (2015).

d) Utilização Simultânea do Espaço: Levando-se em conta que usos simultâneos em micro apartamentos são um pouco restritos e que na maioria das vezes só viverão até 2 pessoas nesse mesmo espaço, analisando as possibilidades de uso, a que teria maiores problemas quanto ao parâmetro em questão seria o uso simultâneo da cozinha e da mesa de refeições ( Figura 23), já a atividade que seria impossibilitada é a utilização da cama e do sofá

ao mesmo tempo (Figura 24).


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Figura 23-Micro apartamento com a mesa de refeições em uso, mostrando o pouco espaço que sobra para realizar atividades na bancada da cozinha.

Fonte: GizModo Brasil (2015)

Figura 24-Micro apartamento com sofá em uso, impossibilitando a utilização da cama.

Fonte: Architect Magazine (2017).

3.1.4

Análise da Ergonomia

a) Tarefa: No caso do apartamento do Carmel Place tem-se 3 ambientes realmente divididos por paredes (Figura 25), onde em 2 desses a tarefa é cumprida com rigor e sem dificuldades ou maiores problemas, que são o banheiro e o deposito. Já o terceiro ambiente que é a área composta pelo hall de entrada, cozinha, e área “intima” as tarefas se entrelaçam. Muitas vezes


45

atividades

simultâneas

fazem

com

que

outras

não

funcionem

adequadamente. Figura 25-Ambientes com divisão fixa (paredes).

Fonte: Imagem adaptada do website Resource Furniture (2016).

b) Segurança: O banheiro é o ambiente que se apresenta em conformidade com o esperado (Figura 26), as atividades realizadas nele permitem facilidade no uso do mobiliário e equipamentos. Já o depósito e o ambiente compartilhado por terem armários altos prejudicam a segurança do usuário (Figura 27 e Figura 28). Outro fator que poderia ocasionar problemas são os móveis multifuncionais, como a mesa, a cama e o sofá, que se não existir uma manutenção periódica a segurança também poderá ser comprometida (Figura 29).


46

Figura 26-Banheiro com disposição ideal dos móveis e equipamento trazendo segurança e conforto.

Fonte: Forbes (2016).

Figura 27- a) Nicho para malas no hall com altura superior à do usuário. b) Prateleira um pouco mais alta no depósito e nichos para malas com altura superior à do usuário no hall.

Fonte: Inhabitat (2015).


47

Figura 28- a) Armários da cozinha com altura superior à do usuário. b) Armários da área "intima" com altura superior à do usuário.

Fonte: Resource Furniture (2016).

Figura 29-Cama multiuso.

Fonte: Business Insider (2015).

c) Estereótipo Popular: Todos os equipamentos, exceto os multifuncionais, têm seu uso intuitivo, sem maiores dificuldades ao usuário.

d) Envoltórios de Alcance Físico: Lugar onde os instrumentos de ação estarão ao alcance do usuário. Nesse caso, como relatado anteriormente, os armários com disposição em alturas superiores à do usuário precisarão do auxílio de algum equipamento extra para serem alcançados (Figura 30).


48

Figura 30-Armários altos.

Fonte: Inhabitat (2015).

e) Aplicação de Força: Analisando-se vídeos que demonstram a utilização dos equipamentos

dispostos

no

apartamento,

principalmente

aqueles

multifuncionais, percebe-se que até mesmo crianças e idosos conseguiriam executá-los sem a necessidade de aplicar uma força incompatível com a capacidade física.

f) Materiais: Os utensílios e equipamentos utilizados são funcionais, possuem tecnologia, e possivelmente são econômicos, já que esses ambientes serão alugados

e

vendidos

por

preços

inferiores

ao

visto

no

mercado


49

3.2

APARTAMENTO 02: ED. VN VERGUEIRO

3.2.1 Contexto Geral O VN Vergueiro é um edifício de micro apartamentos que fica localizado na Rua Vergueiro, Liberdade, São Paulo, SP, Brasil. O projeto foi feito pelo escritório paulista Ide Architecture Studio com intuito de utilizar todos os parâmetros da nova lei de zoneamento da cidade de São Paulo e a construção e administração do edifício fica por conta da incorporadora Vitacon, que entregou o empreendimento em 2017. O local onde o prédio foi construído encontra-se na zona denominada Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU), como mostra-se na Figura 31, que foi criada com intuito de otimizar a ocupação das áreas com boa oferta de transporte público coletivo e fomentar centralidades locais. O zoneamento ilustrado de São Paulo-SP (2016) mostra que a medida visa o aproveitamento do solo nesta zona (oferecendo um alto coeficiente de aproveitamento), a diminuição do tempo e da distância dos deslocamentos permitindo que mais pessoas morem e trabalhem nesses locais (incentivando o uso misto das edificações) e o favorecimento da relação das pessoas com a cidade (utilizando de fachadas ativas, fruição pública e calçadas mais largas). Figura 31-Recorte do mapa de zoneamento de São Paulo, SP

Fonte: Geo Sampa, Prefeitura de São Paulo (2018)


50

Para atender a esses critérios,o VN Vergueiro (Figura 32) é um edifício de uso misto, bem localizado na cidade, próximo a serviços, comércios, lazer e instituições, que possui 2 espaços comerciais e 214 unidades de micro apartamentos que vão de 11m² a 32m². Os modelos de 11m² a 22m² são denominados de long stay ou longa estadia, que são apartamentos que possuem um serviço de hotelaria. Já os de 24m² a 32m² são do tipo residencial obedecendo ao Decreto nº 56.759 da Prefeitura de São Paulo (2016) que diz que habitações de mercado popular devem possuir área útil mínima de 24m² e máxima de 70m². Figura 32-Edifício VN Vergueiro.

Fonte: Vitacon [2017?]

Além dos espaços comerciais, long stay e residenciais o edifício conta com lavanderia compartilhada, espaço gourmet, espaços de convivência, piscina, academia, ferramentas, bicicletas e carros compartilhados. Neste tópico será analisada uma das unidades de 24m² do tipo residencial (Figura 33 e Figura 34).


51

Figura 33-Planta baixa 12º pavimento, com marcação do apartamento a ser analisado.

Fonte: Vitacon [2017?]

Figura 34-Planta baixa apartamento a ser analisado.

Fonte: Vitacon [2017?]

3.2.2 Análise da Habitabilidade a) Territorialidade: Analisando-se a planta baixa e as imagens disponíveis, pode-se dividir o apartamento em 4 ambientes (quarto, sala, cozinha e banheiro) além da circulação (Figura 35). Esses espaços foram observados através das divisórias fixas do ambiente (as paredes), dos móveis e o acabamento dado em cada área (Figura 36). Por exemplo, para demarcar o


52

quarto pode-se observar a utilização da cama, do tapete e do revestimento madeirado das paredes que delimitam o ambiente; já a sala tem uma pintura azul nas paredes, e um vão que a divide dos demais ambientes; a cozinha fica demarcada através dos moveis, utensílios, eletrodomésticos e da cor laranja utilizada na marcenaria; o banheiro fica dividido por paredes, deixando apenas a bancada da pia para fora do “limite”, o que não exclui o elemento como um objeto de territorialidade. Figura 35-Divisão dos espaços a partir da territorialidade.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

Figura 36- a) Visão do quarto e parte do banheiro. b) Visão do quarto e parte da sala. c) Visão da cozinha e parte da varanda. d) Visão geral de parte do apartamento.

Fonte: Vitacon [2017?]

b) Privacidade: O único ambiente que possibilita o controle da privacidade é o banheiro, e assim como o apartamento 01, considera-se a cortina e a porta de


53

entrada como um dispositivo de controle privativo em relação ao exterior (Figura 37). Figura 37-Elementos que possibilitam o controle da privacidade. a) Porta de entrada e porta do banheiro. b) Cortina.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

3.2.3 Análise da Funcionalidade e da Flexibilidade a) Equipamentos mínimos para as atividades: •

Dormir: No apartamento analisado pode-se perceber que para realizar tal atividade existe uma cama de casal aparentemente em tamanho adequado (Figura 38).

Figura 38-Ambiente com cama de casal.

Fonte: Vitacon [2017?]


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Cozinhar/Comer: O preparo e cocção dos alimentos são feitos em uma cozinha que tem todos os equipamentos necessários, fogão, micro-ondas, refrigerador, pia, bancadas, armários e utensílios de apoio ( Figura 39 a). Já as refeições podem ser realizadas tanto na mesa presente na sala como na mesa retrátil na cozinha (Figura 39 b).

Figura 39-a) Cozinha com os equipamentos necessários, destaque (seta branca) para mesa retrátil. b) Mesa da sala.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

Lavar: Assim como o Carmel Place, no VN Vergueiro também existe uma lavanderia

coletiva,

característica

particular

de

edifícios

de

micro

apartamentos, nela há equipamentos como máquinas de lavar e secadoras que atendem às necessidades dos usuários (Figura 40). Figura 40-Lavanderia compartilhada do edifício.

Fonte: Vitacon [2017?]


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Higienizar-se: Para realizar essa atividade o apartamento dispõe de um banheiro com vaso sanitário e box, a pia e os armários para armazenamento de produtos ficam externamente ao ambiente (Figura 41).

Figura 41-a) Banheiro com vaso sanitário e box. b) Bancada com pia e armários.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

Estudar/Trabalhar: Esse tipo de atividade pode-se realizar na mesa da sala, apoiando os utensílios e equipamentos necessários para o usuário (Figura 42).

Figura 42-Mesa da sala.

Fonte: Vitacon [2017?]


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Receber e acolher socialmente: Essa atividade pode acontecer com o auxílio de diversos equipamentos, desde a mesa da sala já mencionada ou até mesmo as áreas de convívio do próprio edifício (Figura 43).

Figura 43-Área de convívio compartilhada do edifício (Terraço Gourmet).

Fonte: Vitacon [2017?]

b) Área de Circulação e Utilização: A avalição destas áreas foi feita considerando-se cada uso possível na residência. As áreas que são destinadas exclusivamente para circulação quando não estão sendo utilizadas como área de utilização de algum espaço, aparentam ter dimensões ideias para se caminhar. Já as áreas de utilização, apenas três não se apresentam adequadas, como por exemplo, a cama presente no ambiente é de casal, assim o certo seria ter em ambos os lados área de acesso a ela o que não acontece (Figura 44), outra inadequação é a bancada da pia do banheiro que tem sua área de utilização sobreposta a área de utilização da porta de entrada, assim como a área de utilização da geladeira que também se sobrepõe a da porta de entrada (Figura 44).


57

Figura 44-Planta baixa do apartamento com a análise da área de circulação e utilização.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

c) Acessibilidade às janelas e iluminação/ventilação natural: O micro apartamento é dotado de um fechamento de varanda que ocupa boa parte de seu pé direito e toda sua largura (Figura 45). Segundo o código de edificações de São Paulo as aberturas para ventilação e iluminação natural devem ter 15% da área total do ambiente, considerando que o apartamento em questão tem 24m², que seu pé direito é de até 3m e que sua largura é de 3,72m, ele possui cerca de 11m² de abertura o que é mais que o suficiente para iluminação e ventilação natural. Quanto a acessibilidade à janela está apropriada, sem móveis ou qualquer outro objeto impedindo a aproximação e/ou abertura (Figura 46).


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Figura 45-Fechamento de varanda coberto com cortina.

Figura 46-Planta baixa com área de utilização da janela.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]


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d) Utilização Simultânea do Espaço:

Levando-se em conta que usos

simultâneos em micro apartamentos são um pouco restritos, e que na maioria das vezes só viverão até 2 pessoas nesse mesmo espaço, analisando as possibilidades de uso que teriam maiores problemas quanto ao parâmetro em questão seria o já mencionado uso simultâneo da bancada do banheiro e da porta de entrada, assim como da geladeira e da porta de entrada (Figura 44). 3.2.4 Análise da Ergonomia a) Tarefa: A tarefa é a atividade realizada em cada ambiente para que todos os equipamentos e objetos funcionem corretamente. No apartamento em questão tem-se 3 ambientes realmente divididos por paredes (Figura 47), onde em 2 desses a tarefa é cumprida com rigor e sem dificuldades ou maiores problemas, que são o banheiro e a sala. Já no terceiro ambiente, que é a área composta pelo quarto, cozinha, entrada do apartamento e bancada do banheiro, que se pode denominar de área multifuncional, as tarefas se entrelaçam, então, dependendo de quantas pessoas viverão nesta residência, a sobreposição de atividades acarretará o mal funcionamento do ambiente. Figura 47-Planta baixa com marcação das áreas divididas por paredes.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]


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b) Segurança: O ambiente como um todo apresenta-se seguro, os poucos armários altos que existem visualmente devem possuir uma altura de até 2,10m, o que é uma altura aceitável para utilização ( Figura 48). E o único móvel que precisaria de manutenção regular para não ter seu uso interrompido seria a mesa retrátil da cozinha (Figura 48). Figura 48-Cozinha com setas destacando a altura dos armários e a mesa retrátil.

Fonte: Adaptado de Vitacon [2017?]

c) Estereótipo Popular: Todos os equipamentos presentes no apartamento possuem seu uso sem a necessidade de movimentos ou aprendizados específicos. d) Envoltórios de Alcance Físico: Nesse caso, como relatado anteriormente, os armários com disposição em alturas superiores à do usuário talvez precisarão do auxílio de algum equipamento extra para serem alcançados. e) Aplicação de Força: Analisando-se vídeos que demonstram a utilização dos equipamentos dispostos no apartamento, percebe-se que qualquer pessoa consegue executá-los sem a necessidade de aplicar uma força incompatível com a capacidade física. f) Materiais: No caso do micro apartamento materiais são os móveis e utensílios que facilitam a utilização do mesmo. Percebe-se que a maioria dos objetos utilizados são funcionais, porém algumas inconformidades de layout poderiam ser resolvidas com a tecnologia de móveis multifuncionais melhorando algumas atividades.


61

3.3

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ANÁLISES

A partir das cada micro (Figura 49). habitacional modelos.

análises sintetizou-se em forma de matriz os aspectos qualitativos de apartamento analisado, podendo observá-los de forma comparativa Cada atributo apresentado contribui para obtenção da qualidade desse tipo de residência compacta e auxilia o desenho de futuros

Figura 49-Matriz comparativa dos atributos qualitativos dos dois estudos de precedentes analisados.

Fonte: Diagrama da autora (2018)


62

Pode-se observar com os estudos de precedentes, que existem soluções de projeto importantes e questões pontuais que podem ser contornadas facilmente nos micro apartamentos analisados. Como soluções de projeto tem-se, por exemplo, a utilização de cores e texturas variadas como acabamento, essas dão a impressão de ambientes diversos em um mesmo espaço, como no caso do apartamento do VN Vergueiro, onde é possível separar visualmente a cozinha da sala, a partir da utilização da marcenaria na cor laranja e das paredes pintadas na cor azul. Outra solução importante é a utilização de aberturas grandes para ventilação e iluminação natural, pode-se observar que ambos os apartamentos estudados possuem janelas amplas que ocupam praticamente toda a largura do apartamento, aparentemente possibilitando que boa parte do espaço receba luz e vento. Isso também foi possível porque os banheiros que são ambientes que podem ter ventilação mecânica ficaram voltados para o corredor do pavimento. E mesmo com estas amplas aberturas o usuário consegue ter sua privacidade em relação ao exterior com a utilização de cortinas por exemplo. Mais um bom exemplo de resultado de projeto é uso de móveis multifuncionais, mesmo que em alguns casos ocasionem desacordos ergonômicos, estes acabam tornando o ambiente mais funcional e flexível, além do que sua presença dá lugar a móveis de armazenamento por exemplo, que é um ponto difícil de se resolver em ambientes compactos. Pontos pertinentes que não estão no apartamento, mas se encontrão no edifício são, a utilização de espaços compartilhados, como lavanderia, espaços de convivência e de trabalho que suprem muitas vezes a falta destes na residência. Já algumas soluções de projeto que poderiam estar presentes para atender alguns critérios analisados, são: a utilização de aparatos tecnológicos que possibilitam o alcance em locais altos sem que o usuário precise se esforçar, como por exemplo cabideiros e prateleiras extensíveis (Figura 50). Layouts projetados de acordo com a utilização cronológica do espaço pelo usuário, ou até mesmo pela aproximação de atividades parecidas, como no Carmel Place que isso foi atendido com excelência, onde áreas molhadas estão lado-a-lado e área intima após estas.


63

Figura 50-Cabideiros extensĂ­vel.

Fonte: Bem Shop [2017?].


Proposta Projetual


65

4 PROPOSTA PROJETUAL O objetivo geral da proposta é mostrar o interior de micro apartamentos com qualidade habitacional. Para conceber o desejado, os espaços foram projetados atendendo ao máximo as categorias e critérios vistos anteriormente. O projeto pode ser dividido em duas etapas, onde a primeira consistiu-se em transformar pavimentos tipos de residências multifamiliares em pavimentos tipos de micro apartamentos, sendo que toda parte estrutural, circulação vertical e envoltória que sua retirada possa descaracterizar a fachada foram mantidas como no projeto original. Já na segunda etapa, desenvolveu-se a proposta projetual de interior para as unidades de micro apartamentos que compõem o pavimento modificado, a fim de experimentar como as categorias qualitativas podem ser atendidas a partir do momento em que se projeta respondendo a cada uma delas. Para facilitar o cumprimento de todos os critérios foram definidos perfis de usuários hipotéticos para cada habitação O projeto foi estruturado em 8 pranchas humanizadas sendo: Prancha 01: foi exposto um breve panorama sobre o edifício; Prancha 02: a proposta para o pavimento tipo de micro apartamentos; Prancha 03: as características do usuário 1 e a apresentação geral do micro apartamento 1; Prancha 04: soluções para os critérios qualitativos de análise no micro apartamento 1; Prancha 05: as características do usuário 2 e a apresentação geral do micro apartamento 2; Prancha 06: soluções para os critérios qualitativos de análise no micro apartamento 2; Prancha 07: as características do usuário 3 e a apresentação geral do micro apartamento 3; Prancha 08: soluções para os critérios qualitativos de análise no micro apartamento 3;


A proposta • Contextualização e Localização do Edifício O Edifício escolhido para implantação dos micro apartamentos, é um edifício hibrido (Figura 51), que foi o produto da disciplina de Ateliê de Projetos Integrados em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo III (Ateliê III), do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha - ES, feito pela autora deste trabalho e pela acadêmica do mesmo curso, Flora Kiefer. Este é um edifício com potencial por conta das características do mesmo, onde sua proposta visa à integração com o entorno a partir de usos mistos (habitação, comércio, serviços, lazer, cultura e entretenimento) e térreo permeável, além de sua localização favorável.

O edifício foi implantado em um terreno localizado na Av. Marechal Mascarenhas de Moraes no Centro de Vitória - ES (Figura 52). O terreno fica localizado em uma área que a diversidade de usos é vasta, nas proximidades existem desde comércios e serviços locais a franquias internacionais, sedes de órgãos governamentais, edifícios religiosos e espaços públicos de lazer, como a praça Princesa Isabel e a praça Presidente Getúlio Vargas, localizadas ao lado do edifício e onde pode-se observar comércios de rua e mobiliários urbanos para sociedade. O imóvel é composto por três torres interligadas por passarelas, onde as duas torres menores possuem 4 pavimentos e a torre maior 8 pavimentos. Como mencionado no início deste trabalho, aspectos como, morar próximo ao trabalho, ao supermercado, à farmácia, ao hospital, ao lazer, entre outras necessidades, são desejos constantes dos usuários em potencial dos micro apartamentos, e visto que o edifício é de uso misto (Figura 53), bem localizado em uma cidade com um dos melhores índices de qualidade de vida no país e próximo a todos esses anseios, percebeu-se o quão proveitoso seria a implantação de micro apartamentos nesse local.

Figura 52- Localização do edifício

Fonte: Google maps (2018).

Figura 53- Usos do edifício

Amarelo: Cinema Roxo: Residencial

Marrom: Escritórios

Vermelho: Comercial

Azul: Restaurantes Fonte: Acervo pessoal da autora (2016).

4. Proposta Projetual Figura 51- Edifício hibrido Fonte: Acervo pessoal da autora (2016).

PR. 01/08


A proposta

Figura 54- Planta do térreo indicando torre de residências

• Pavimento tipo de micro apartamentos No empreendimento o uso residencial se concentra na torre maior, localizada a norte do terreno (Figura 54). Propõe-se que três dos cinco pavimentos

Figura 55- Indicação dos pavimentos de micro apartamentos

residenciais dessa torre possuam todas as unidades

habitacionais de micro apartamentos (Figura 55). No pavimento tipo a intenção foi dispor a maior quantidade de espaços compartilhados e de unidades de micro apartamentos. Sendo assim, foi possível obter cinco espaços comuns/compartilhados (lavanderia, área compartilha, coworking, academia, área gourmet e quinze unidades de micro apartamentos que vão de aproximadamente 25m² a 33m² (Figura 56).

Fonte: Acervo pessoal da autora (2016).

A área gourmet é o único espaço que não será repetido nos demais andares de micro apartamento, estando presente apenas no primeiro. Fonte: Acervo pessoal da autora (2016).

Figura 56- Planta baixa pavimento tipo de micro apartamentos

1- Apt. 01(30,08m²) 2- Apt.02(29,29m²) 3- Apt.03(31,10m²) 5- Apt.05(32,91m²) 6- Apt.06(28,86m²) 7- Apt.07(32,17m²) 9- Apt.09(29,02m²) 10- Apt.10(31,77m²) 12- Apt.12(31,77m²) 13- Apt.13(28,89m²) 14- Apt.14(28,89m²) 15- Apt.15(28,89m²) 16- Coworking(64,95m²) 17- Lavanderia(22,76m²) 18- Área de Convivência(80,64m²) 19- Academia(45,73m²) 20- Área Gourmet(101,44m²)

2

1

4

6

3

16

17

5

8

10

7

12

9

11

13

14

15

20 19

18 Micro apartamentos selecionados para proposta de interior Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 02/08


A proposta • Micro apartamento 1 (27,63m²) • Características do usuário A unidade de número 1 (Figura 57 e 58), será habitada por uma publicitária que decidiu viver em toda

Banco fixo de alvenaria

sua essência o estilo de vida minimalista, que nada mais é que reavaliar as prioridades e se desfazer dos excessos, vivendo apenas com o que é realmente necessário para seu bem estar físico e mental

Varanda

(MINIMALISM:... 2016). Sendo assim, ela anseia por um projeto com soluções simples, onde ela não necessite planejar muitos móveis, tenha o mínimo de espaço para guardar suas roupas e objetos, um local para trabalhar, armazenar sua comida e utensílios, e receber amigos.

Mesa lateral de apoio

• Apresentação geral da proposta Para solucionar todos os anseios da usuária, pensou-se em dar sensação de amplitude ao espaço, deixando o centro do apartamento mais livre, com acabamentos claros e espelhos. A ideia foi dispor de poucos móveis, onde todos possuam uma função que será exercida no

Espaço para mesa multifuncional

Cama de casal padrão

apartamento sem se tornarem obsoletos com tempo, já que para usuária excessos são desnecessários. Sendo assim atividades que poderão ser exercidas com o mesmo mobiliário compartilharão este, evitando replicações de móveis pela habitação, tornando o espaço mais livre e possibilitando recepções mais confortáveis, por exemplo.

Prateleiras para adornos e utensílios

Geladeira Área social

Observa-se na prancha seguinte os critérios que foram atendidos para solucionar a proposta. Figura 58- Perspectiva interna micro apartamento 1 com ilustração da usuária

Área Intima Armário para armazenamento de roupas

Bancada como armários e utensílios para apoio à cozinha Cabideiro de parede

Prateleiras de apoio à cozinha

Banheiro

Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 57- Planta baixa humanizada micro apartamento 1 Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 03/08


A proposta • Principais soluções para as categorias - Micro apartamento 1 (27,63m²) • Habitabilidade (Territorialidade, Privacidade, Identidade Ambiência) Para solucionar a territorialidade no apartamento pensou-se em criar duas áreas principais, uma intima e uma social que podem ser diferenciadas a partir dos móveis, na figura 59 pode-se perceber que do lado direito existem móveis comuns a uma área intima já no esquerdo móveis de uma área social, além do que ainda existem dois territórios que são, a varanda e o banheiro. Quanto a privacidade, por se tratar de uma proposta com área mais ampla, não pensou-se em nenhum dispositivo que dividisse esses espaços tornando-os privativos. Porém existem as paredes que tornam o banheiro e varanda privativos do restante da habitação. Já para identidade, disponibilizou-se prateleiras para a usuária se expressar através de adornos e propõem-se marcenarias com acabamentos claros e linhas retas seguindo um design minimalista. Para ambiência pensou-se em soluções que facilitassem a relação da usuária com o espaço, com poucos móveis onde todos possuem utilidade (Figura 61 e 62). • Funcionalidade e Flexibilidade (Equipamentos mínimos para as atividades, Área de circulação e utilização, Acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, Utilização simultânea) O primeiro critério a ser solucionado é o de equipamentos mínimos necessários para o desenvolvimento das atividades. Para dormir, o apartamento conta com uma cama de casal padrão (Figura 61). Cozinhar e comer são atividades que a proprietária contará com uma bancada com equipamentos e utensílios necessários e uma mesa multifuncional para as refeições(Figura 62). Quanto a atividade lavar cada andar conta com uma lavanderia compartilhada. Para higiene, todos os apartamentos dispõem de um banheiro padrão que seria como a construtora entregaria, com lavatório, box e vaso sanitário (Figura 65). Para trabalhar propõem-se a utilização da mesa multifuncional (Figura 64), além do coworking disponível no pavimento. Receber e acolher socialmente é uma atividade que a moradora frisou sua importância, para tal, disponibilizou-se a mesa multifuncional, amplo espaço livre no apartamento e um banco fixo de alvenaria na varanda (Figuras 62 e 66) O segundo critério a ser respondido é o de área de circulação e utilização e utilização simultânea, como podese ver nas imagens por possuir poucos móveis a proposta comparta-se de forma ideal quanto a esse critério, sem sobrepor essas áreas e com espaço suficiente de utilização. O ultimo critério da categoria é o de acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, nesse caso o que se propôs foi, manter a varanda com sua função original para que funcionassem como um dispositivo de

sombreamento para o ambiente (Figura 66), portas amplas de vidro (Figura 59) para acesso à mesma, facilitando a entrada de luz natural quando fechadas e diminuindo a sensação de enclausuramento causado pelo ambiente reduzido, e além dessas alternativas, pensou-se em portas de entrada principal com venezianas superiores que auxiliam na circulação do ar, mantendo o ambiente fresco e arejado (Figura 60). • Ergonomia (Tarefa, Segurança, Conforto, Estereótipo popular, Envoltório de alcance físico, Postura, Aplicação de força e Materiais) Quanto a tarefa, a utilização do espaço funciona de forma qualificada, sem dificuldades para usuária exercer qualquer atividade. A segurança e envoltório de alcance físico são critérios que solucionou-se de maneira ideal, possibilitando uma utilização segura e confiável de todos os equipamentos. Para o conforto como já mencionado na categoria funcionalidade e flexibilidade pensou-se no conforto térmico e lumínico do ambiente e também no conforto postural da moradora podendo-se utilizar o ambiente de forma segura e confortável como relatado nos critérios anteriores. Solucionou-se o critério estereótipo popular a partir dos móveis, onde todos os movimentos de acesso são simples. Quanto a aplicação de força, planejou-se móveis que sua utilização fosse de fácil manuseio, sem a necessidade da ajuda de terceiros e levando-se em conta que manutenções seriam necessárias com o tempo, para a continuação do perfeito funcionamento. Para os materiais além dos acabamentos de acordo com estilo da usuária, existem móveis e equipamentos necessários para um bom funcionamento.

Figura 59- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 60 Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 61- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 62- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 63- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 64- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 65- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 66- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 04/08


A proposta

• Características do usuário A usuária da unidade 2 (Figura 67 e 68), é uma senhora de 65 anos, aposentada, viúva, com estilo mais conservador que decidiu morar sozinha para viver novos hábitos. Ela deseja um ambiente com

• Micro apartamento 2 (28,89m²)

espaço para armazenamento pois ela carrega consigo objetos de uma longa jornada vivida, uma cozinha ampla, espaço para continuar praticando seu hobbie (costurar) e móveis que consigam suprir todas as necessidades básicas do programa de necessidades de uma habitação convencional.

• Apresentação geral da proposta Para solucionar todos os anseios da usuária, pensou-se em um conceito mais clássico de habitação,

Varanda Cadeiras retráteis

para que esse novo modo de morar não se torne algo impactante para uma pessoa apegada a alguns costumes tradicionais, para que seja uma mudança gradativa.

Poltrona para descanso

Assim partiu-se para uma divisão inspirada em dois modelos de casa contemporânea já mencionados neste trabalho, que são a casa burguesa e a casa moderna. Obtendo-se subdivisões de espaços bem delimitadas, com a possibilidade de troca de uso em horários e ocasiões distintas.

Armários para roupas e objetos de uso pessoal

Área de trabalho

Observando a planta baixa (Figura 67) pode-se perceber que existem quatro ambientes bem definidos seguindo o modelo da casa burguesa, porém por se tratar de um micro apartamento com muitos desejos por parte da usuária, alguns usos foram sobrepostos pensando-se na utilização dianoite como na casa moderna. Onde por exemplo, na área compartilhada, existem usos mais comuns

Cama gaveta (funciona como sofá e cama)

Área Compartilhada

Móvel com espaço para TV, mesa retrátil e armários de apoio

Escada móvel para acesso aos móveis altos

nos horários diurnos e outros nos noturnos . Na prancha seguinte pode-se ver como cada espaço foi pensado. Figura 68- Perspectiva interna micro apartamento 2 com ilustração da usuária

Estante de nichos que divide o espaço e auxilia no armazenamento de utensílios e adornos

Geladeira e prateleira de apoio

Armários de apoio para cozinha

Cozinha Armário para auxiliar no armazenamento de roupas de cama e lembranças de família

Bancada de apoio para cozinha

Circulação

Banheiro

Figura 67- Planta baixa humanizada micro apartamento 2 Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 05/08


Figura 68- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 69- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

A proposta • Principais soluções para as categorias - Micro apartamento 2 (28,89m²) • Habitabilidade (Territorialidade, Privacidade, Identidade Ambiência) Para responder a categoria habitabilidade pensou-se principalmente no estilo mais conservador da usuária, os critérios territorialidade e privacidade estiveram juntos nesse projeto, a partir das paredes e de uma estante de nichos que divide espaços, auxilia na privacidade e serve como apoio para objetos e adornos de dois ambientes diferentes (Figura 70). Quanto ao critério identidade, disponibilizou-se espaço para a usuária se expressar através de adornos e propõem-se marcenarias com acabamentos de madeira natural e portas e gavetas com molduras, seguindo um design mais clássico (Figuras 68, 69 e 70). Já para ambiência pensou-se em soluções que facilitassem a relação da usuária com o espaço, móveis com alturas confortáveis ao uso, divisão clássica dos espaços e usos esperados para os equipamentos. • Funcionalidade e Flexibilidade (Equipamentos mínimos para as atividades, Área de circulação e utilização, Acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, Utilização simultânea) Um ambiente funcional e flexível deve oferecer o máximo de conforto possível por mais que sobreposições de atividades aconteçam. O primeiro critério a ser solucionado é o de equipamentos mínimos necessários para o desenvolvimento das atividades. A primeira é dormir, para tal, o apartamento conta com uma cama no estilo “cama gaveta”, em que um colchão de casal padrão é colocado dentro de uma grande gaveta que quando recolhida forma um sofá (Figura 68). Para cozinhar e comer a proprietária conta com uma cozinha ampla e equipada (Figuras 70 e 71) e mesa e cadeiras retráteis para auxiliarem nas refeições (Figura 72). Quanto a atividade lavar cada andar conta com uma lavanderia compartilhada. Para higiene, todos os apartamentos dispõem de um banheiro padrão que seria como a construtora entregaria, com lavatório, box e vaso sanitário (Figura 75). Atendendose ao desejo da moradora propõem-se uma bancada junto ao rack da TV para apoio à sua maquina de costura. Receber e acolher socialmente é uma atividade que pode-se realizar com apoio da mesa e das cadeiras retráteis além do espaço da varanda. O segundo critério a ser respondido é o de área de circulação e utilização e utilização simultânea do espaço, como pode-se ver nas referências espaços pequenos como os micro apartamentos acabam sobrepondo essas áreas, neste caso o que pensou-se para resolver essa situação, foi dispor atividades que aconteceriam separadamente em um mesmo espaço, como pode-se ver na figura 72 onde as cadeiras sendo utilizadas na mesa ocupam o espaço de utilização que seria do sofá.

O ultimo critério da categoria é o de acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, nesse caso o que se propôs foi, manter a varanda com sua função original para que funcionassem como um dispositivo de sombreamento para o ambiente (Figura 76), portas amplas de vidro para acesso à mesma, facilitando a entrada de luz natural quando fechadas e diminuindo a sensação de enclausuramento causado pelo ambiente reduzido, e além dessas alternativas, pensou-se em portas de entrada principal com venezianas superiores que auxiliam na circulação do ar, mantendo o ambiente fresco e arejado (Figura 74). • Ergonomia (Tarefa, Segurança, Conforto, Estereótipo popular, Envoltório de alcance físico, Postura, Aplicação de força e Materiais) Começou-se a responder a categoria com o critério tarefa, como a habitação foi pensada de maneira que os ambientes estivessem bem delimitados, cumprir esse critério tornou-se fácil, apenas a área compartilhada ficou prejudicada pois existem atividades diferentes, porém solucionou-se de maneira que móveis que ocupem o mesmo espaço sejam de diferentes atividades, possibilitando o uso correto em cada momento. Para solucionar a segurança criou-se armários mais baixos (altura máxima de 2,50m) que pudessem ser acessados com o auxilio da “escadinha móvel” e móveis multifuncionais de fácil manuseio (Figura 73). Para o conforto como já mencionado na categoria funcionalidade e flexibilidade pensou-se no conforto térmico e lumínico do ambiente e também no conforto postural da moradora podendo-se utilizar o ambiente de forma segura e confortável como relatado no critério anterior. Solucionou-se o critério estereótipo popular a partir dos móveis, onde todos os movimentos de acesso são simples e esperados, como, puxar, empurrar e correr. Um problema para o critério envoltório de alcance físico nessa proposta é altura dos móveis, visto que a usuária é uma idosa, e como apontado anteriormente a “escadinha móvel” é um aparato que facilita o acesso aos armários altos. Quanto a aplicação de força, planejou-se móveis que sua utilização fosse de fácil manuseio, sem a necessidade da ajuda de terceiros e levando-se em conta que manutenções seriam necessárias com o tempo, para a continuação do perfeito funcionamento. Para os materiais além dos acabamentos de acordo com estilo da usuária, existem móveis e equipamentos necessários para um bom funcionamento.

Figura 70- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 72- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 73- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

4. Proposta Projetual

PR. 06/08

Figura 71- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 74- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 75- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

PR. 06/08

Figura 76- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).


A proposta • Micro apartamento 3 (25,49m² )

• Características do usuário

O morador do micro apartamento 3, (Figuras 77 e 78), é um jovem, recém-formado, que quer morar perto do trabalho e de todas as suas outras necessidades diárias. Para ele uma casa que cumpra o programa de necessidades e tenha um visual mais masculino é o suficiente.

Armários e bancada de apoio para cozinha

• Apresentação geral da proposta Para atender aos desejos do morador propõem-se uma habitação com conceito mais Cozinha

masculino, partindo para utilização de acabamentos mais escuros em tons mais sobre-os.

Banheiro

Como um dos anseios é atender as necessidades básicas, pensou-se na divisão clássica dos Armários e bancada de apoio para cozinha

Geladeira

ambientes, tendo-se visivelmente a cozinha, a área compartilhada e o banheiro. Na prancha seguinte tem-se detalhadamente o que se pensou para atender a cada critério qualitativo. Figura 78- Perspectiva interna micro apartamento 3 com ilustração do usuário.

Escada móvel para acesso aos móveis altos

Móvel com espaço para TV e armários de apoio

Área de trabalho Mesa multifuncional (funciona como mesa de jantar e mesa de centro)

Área Compartilhada

Cama gaveta (funciona como sofá e cama)

Banco em marcenaria com espaço para armazenamento de objetos

Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Espaço na parede para guardar as cadeiras retrateis Figura 77- Planta baixa humanizada micro apartamento 3 Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 07/08


Figura 80- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

A proposta • Principais soluções para as categorias - Micro apartamento 3 (25,49m²) • Habitabilidade (Territorialidade, Privacidade, Identidade Ambiência) Solucionou-se a territorialidade desta proposta com o auxilio de cores e texturas que ajudam na divisão dos ambientes, assim, na cozinha foram usados revestimentos que imitam tijolo e na marcenaria tons de cinza mais escuros (Figuras 83 e 84), já na área compartilhada, que seria o quarto, salas e espaço de trabalho utilizou-se um revestimento que remete cimento queimado e na marcenaria um tom de areia (Figuras 81 e 82), sempre utilizando tons e texturas mais brutas dando um ar mais masculino ao ambiente. Para identidade, além dessas cores e texturas, disponibilizou-se espaço para o usuário se expressar através de adornos (Figuras 81 e 82). Já para ambiência pensou-se em soluções que facilitassem a relação do usuário com o espaço, a partir da divisão clássica dos espaços e usos esperados para os equipamentos. • Funcionalidade e Flexibilidade (Equipamentos mínimos para as atividades, Área de circulação e utilização, Acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, Utilização simultânea) Respondendo-se ao critério equipamentos mínimos necessários para o desenvolvimento das atividades, a primeira atividade é dormir, para tal, o apartamento também conta com uma cama no estilo “cama gaveta”, assim como na segunda proposta (Figura 85). Para cozinhar e comer o proprietário conta com uma cozinha ampla e equipada (Figuras 83 e 84), a mesa multifuncional, as cadeiras retráteis e o banco de marcenaria para auxiliarem nas refeições (Figuras 80 e 82). Quanto a atividade lavar cada andar conta com uma lavanderia compartilhada. Para higiene, todos os apartamentos dispõem de um banheiro padrão que seria como a construtora entregaria, com lavatório, box e vaso sanitário (Figura 86).Para trabalhar o jovem conta com uma escrivaninha que divide espaço com o rack da TV (Figura 82), além do coworking disponível no pavimento. Receber e acolher socialmente é uma atividade que pode-se realizar com apoio da mesa, das cadeiras, do banco, da cama gaveta e também com o amplo espaço livre presente no centro do apartamento (Figura 82) Quanto a área de circulação e utilização e utilização simultânea, pensou-se na mesma solução da proposta anterior, dispondo atividades que aconteceriam separadamente em um mesmo espaço. Respondeu-se o critério de acessibilidade as janelas e iluminação/ventilação natural, a partir das amplas janelas presentes no apartamento (Figura 80) que possibilitam a entrada da luz natural, neste caso com a residência está voltada para fachada sul, a incidência direta de raios solares não é uma preocupação, e além dessa alternativa,

pensou-se em portas de entrada principal com venezianas superiores que auxiliam na circulação do ar, mantendo o ambiente fresco e arejado, assim como nos demais apartamentos, • Ergonomia (Tarefa, Segurança, Conforto, Estereótipo popular, Envoltório de alcance físico, Postura, Aplicação de força e Materiais) Solucionou-se o critério tarefa da mesma forma do projeto anterior, como a habitação foi pensada de maneira que os ambientes estivessem bem delimitados, cumprir esse critério tornou-se fácil, apenas a área compartilhada ficou prejudicada pois existem atividades diferentes, porém solucionou-se de maneira que móveis que ocupem o mesmo espaço sejam de diferentes atividades, possibilitando o uso correto em cada momento. A segurança e envoltório de alcance físico são critérios que solucionou-se de maneira ideal, possibilitando uma utilização segura e confiável de todos os equipamentos. Para o conforto como já mencionado na categoria funcionalidade e flexibilidade pensou-se no conforto térmico e lumínico do ambiente e também no conforto postural do morador podendo-se utilizar o ambiente de forma segura e confortável como relatado no critério anterior. Estereótipo popular foi um critério que solucionou-se a partir dos móveis, onde todos os movimentos de acesso são simples e esperados, como, puxar, empurrar e correr. Quanto a aplicação de força, planejou-se móveis que sua utilização fosse de fácil manuseio, sem a necessidade da ajuda de terceiros e levando-se em conta que manutenções seriam necessárias com o tempo, para a continuação do perfeito funcionamento. Para os materiais além dos acabamentos de acordo com estilo da usuária, existem móveis e equipamentos necessários para um bom funcionamento.

Figura 79- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018). Figura 82- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 81- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018). Figura 84- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 83- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

4. Proposta Projetual

PR. 08/08

Figura 85- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).

Figura 86- Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).


Considerações Finais


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da realização deste trabalho, foi possível contextualizar, os aspectos qualitativos, técnicos, legais e simbólicos que norteiam a busca por residências compactas com qualidade habitacional. Assim como, percebeu-se que os micro apartamentos são uma evolução da habitação contemporânea, e que esses estão em ascensão no mundo, tendo jovens e idosos como parte de seu público alvo, e buscando atender as novas tipologias familiares, como é o caso dos recém-casados e famílias unipessoais. Além do que eles são um incentivo ao crescimento e melhoramento das cidades. Além disso, com a avaliação dos estudos de precedentes foi possível destacar pontos importantes de projeto que devem ou não ser seguidos em futuros desenhos para atender às necessidades dos usuários. Com o desenvolvimento da proposta projetual fica confirmada a importância do usuário no momento de projetar uma habitação, sem ele grande parte das categorias e critérios de avaliação seriam respondidas em parte ou nem respondidas. Vale ressaltar ainda que por mais que existam programas de necessidades básicos para uma habitação, cada usuário tem à sua maneira de enxergar seu lar. Outro ponto importante é o quão significativo um bom projeto arquitetônico é nesses casos, existem soluções que se tomadas nessa fase auxiliam no bom desempenho dos micro apartamento. Como por exemplo: portas de acesso aos apartamentos com um espaço superior à 30cm de distância das paredes laterais, para aproveitar esse espaço; grandes aberturas para auxiliar no conforto térmico e lumínico; dispor de espaços de convívio social nos empreendimentos entre outras soluções. Pode-se considerar ainda, a importância da marcenaria nesse tipo de habitação, pois uma marcenaria bem planejada com acessórios facilitadores ao uso, propicia uma melhor utilização do espaço interno além de ajudar em diversos critérios qualitativos. E por fim conclui-se que a busca pela qualidade habitacional em micro espaços, é possível e atingível, basta saber para quem se está projetando e responder todos os


76

anseios desse indivíduo e solucionar ao máximo todos os critérios descritos, avaliados e demostrados neste trabalho.


Referências Bibliográficas


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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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