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ÍNDICE

Robson e Augusto de Monte Castelo em Fortaleza estào juntos a 2 anos. Foto de Alessandra Sanguinetti.

VOLUME 12 NUMERO 10 Por que os Policiais Federais Brasileiros Estão se Suicidando?

pág. 4

Fomos à Festa da Brecha Legal em Dublin

pág. 6

O Brasil Trocou os Manicômios Pelos Remédios Psiquiátricos?

pág. 8

Ser Gay É Lindo em Fortaleza

pág. 10

“Um Classico”: Tudo Que Podemos Fazer Agora É Apreciar A Genialidade De ‘To Pimp A Butterfly’

pág. 12

Conferimos o Museu Beat em San Francisco

pág. 14

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Robson e Augusto de Monte Castelo em Fortaleza estào juntos a 2 anos. Foto de Alessandra Sanguinetti.

Federal são preocupantes. Atualmente, estresse, alcoolismo, ansiedade, depressão e síndrome do pânico afetam muitos servidores. Dentre 11 mil policiais (número total da corporação brasileira) entrevistados recentemente, dois mil afirmam tomar algum tipo de medicamento para m junho do ano passado, um tratamento psicológico e psiquiátrico, barulho de tiro no terceiro andar de acordo com a Federação Nacional do prédio da Superintendência dos Policiais Federais (Fenapef). O da Polícia Federal do Mato Grosso órgão denuncia a precariedade no sedo Sul preocupou quem ainda estator: oficialmente, existem apenas um va trabalhando no local. Não era um psiquiatra e cinco psicólogos para confronto. O delegado Eduardo Jawor- atender toda a PF. ski Lima, de 39 anos, foi encontrado Obit endempo repera quos con con morto em pleno ambiente de trabalho. remposam experrovidel mod eatem Diagnosticado com depressão, ele pas- harum vit il es saectatati cone elis sit vendis adis auta dolupiti sunte num sava por tratamento, mas não estava essit, veristi corum eostore laut et afastado do cargo. Longe da mulher, as eum volupta nosandae odi dellia também delegada federal, e da filha doluptatium fugias accusae volorro de dois anos, tirou a própria vida. expernatur sequosam vollupt inverest,Olessum ex et rem latur? Entre março de 2012 e março de Obit elignis quiatia ndantur? Xerum 2013, o número de policiais federais vel et quam re sinctor reperrum que se suicidaram assustou a corpovolupti onsediti tempos quo bearit, ração brasileira: 11 no total. Praticamente um por mês. Nos últimos anos, oditae magnatibus, sunt. Obis volorit es ex enis aut dolupta estudos, pesquisas e levantamentos tiusdant.Lese et pe esed quiaspisHos demonstram que as questões ligadas est por horbis, cotifen diendius fac à saúde psicológica dentro da Polícia

Por que os Policiais Federais Brasileiros Estão se Suicidadando? Por Rodrigo Gadelha FOTO: Na, viri, cone ta no. Quam, intrum ina, que aperris oc tastestabut gratiqu odierce ricapero, Caturae consunt imoena, ur. Soltorbis ideti, fuidest L. At plica nos, que

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Agente federal há 18 anos, M.P.* conta que, nos últimos dias, ligou para um amigo também policial federal que estava retornando à função depois de 15 dias de férias. O colega de profissão desabafou que o descanso não foi suficiente: “Estou me entupindo de Rivotril pra ir trabalhar”.

rotina, sob regime de semi-internato, das 7h40 às 19h30, de segunda a sábado”. A aprovação na PF não facilita a questão da distância, já que as primeiras ações acontecem em lugares inóspitos, como a Região Norte do país e as fronteiras. “Na falta de coisas agitadas pra fazer, o policial acaba ficando deprimido”, diz Tatiane. Para o diretor-adjunto da Fenapef, FláO assunto dos suicídios intrigou a delegada vio Werneck, o isolamento faz parte da profissão federal Tatiane da Costa Almeida, que levou a e não pode ser visto como motivo principal. A questão para fora do país precarização do trabalho ao defender a tese de parece ser mais grave. mestrado Quero Morrer “Quando você é mandado Meu Próprio Veneno do pra cidades de fronno Instituto Universitário teira do Brasil, você não de Lisboa, em Portugal. recebe apoio nenhum do Para dar consistência ao departamento”, destaca. trabalho acadêmico, ela entrevistou policiais “Você vai às suas custas, tendo de pagar, inclufederais e desenvolveu um questionário, que, sive, sua passagem pra ir lá. Você chega à cidaposteriormente, foi aplicado à dois mil alunos de sem suporte pra moradia, hospedagem. Não da Academia de Polícia. te explicam o dia a dia do lugar, quais os riscos operacionais que você vai correr enquanto poA ilusão com a rotina da profissão é um dos licial federal. E não tem um acompanhamento pontos que provavelmente deprime o policial psicológico e psiquiátrico regular.” recém-ingresso na corporação. “Quando estamos na academia, vivemos um mundo cheio de Tornar-se um policial federal pode ser sinônimo coisas novas. Aprendemos a lutar, a atirar, nos de prestígio e estabilidade profissional. Dados acostumamos com a agitação. Quando você co- da Fenapef informam que o piso salarial de meça a trabalhar, não existe todo esse dinamis- agente, escrivão e papiloscopista (policial esmo”, frisa. Muitas vezes, o trabalho da PF é bu- pecializado em identificação humana) é de R$ rocrático. Para a delegada, o inquérito policial 8.702,20. Já o de delegado e perito criminal é é o maior exemplo de procedimento desprovido de R$ 16.830,85. No ano passado, 600 vagas de “aventura”. foram abertas.

“Estou me entupindo de Rivotril pra ir trabalhar”. M. P, agente federal há 18 anos

O curso feito na Academia de Polícia dura cerca de cinco meses e só pode ser realizado em Brasília (Distrito Federal). O desempenho nas aulas implica na aprovação ou não do candidato. O que, segundo a delegada, já é estressante. É nessa primeira etapa que se inicia um dos grandes agravantes da profissão: o isolamento. “Ficamos internados. Só podemos sair aos fins de semana. Todos ficam longe da família e dos amigos.” O próprio site da Academia confirma a informação: “

Nem sempre os casos de suicídio são divulgados na imprensa. Em nota, a Fenapef diz acreditar que um acontecimento desencadeie o outro, “como se os policiais tomassem coragem para tirar a vida também”. O tema é complexo. A própria assessoria de imprensa da PF se recusou a fornecer o número de policiais que tiraram a própria vida.Hendeles et ut acerume molupta eatem volorestrum quam que asperi am, quunti volo entotatas in nonet haribercium quam untem exerio quam de re exerumquae serunt ut rempore caerrum fugitium hariam faPara que os objetivos pedagógicos sejam alcan- cepti ut quis acius, odis anditat. çados, os alunos estão sujeitos a uma intensa

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FOMOS À FESTA DA BRECHA LEGAL EM DUBLIN

Por Carolina de Faria

Robson e Augusto de Monte Castelo em Fortaleza estào juntos a 2 anos. Foto de Alessandra Sanguinetti.

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iz um monte de amigos noite passada. Estamos num porão no centro de Dublin, dentro de um bar relativamente respeitável chamado Turk’d Head. O tipo de lugar que serve dois mojitos a €10 para caras de escritórios e turistas que conseguiram ir além do Temple Bar na rua principal. Um local para encontros chatos do Tinder, e festas de despedida civilizadas onde alguém toma uma taça de vinho além da conta e fala alguma coisa ofensiva sobre católicos. O evento apareceu no Facebook com um banner do Taoiseach (o primeiro-ministro irlandês) Enda Kenny perguntando “Any yokes?”. Mil pessoas confirmaram presença. Claro, muita gente está felicíssima com essa gigantesca pisada na bola legislativa. Quando chegamos, o porão estava lotado de convidados suados e de olhar vidrado pedindo água.

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A festa vazou para a rua, e reconheci pessoas da escola, da faculdade e do Twitter que tinham se juntado para compartilhar dessa alegria sintética.. Hendae. Sedi nobisit aection sequas rerro cum quate voloris ressequ iaeperum necto volor res enisimpos acium nem lam vellicietur site non restibus. Temos assumquate dolorroressi quamusae netur? Ebis inis rem fugit lam velia ni omni omnimax imporibus molorum laut quam rehenis que sapictem ame remporro eaquatem atis est, sit etur adionseque niasper epelit, cuptios comnimost dolo minum as alitis arit re volores in pratiossit fugit, ipsaperum, omnimpo rerroritis dolorupta dolore quist, sinum rehenih iliquia dignatem aut elibus

nis net alicitatur? NequiaCusaes a dolupturis sita dolest a quae mint. Eceped et accullab ius re deribus dollesseque venderibus pra dis maionetur? Ab il ipsandit,


Como estamos em Dublin, todo mundo se conhece e todo mundo é muito tátil; então era difícil subir as escadas sem ser abraçado uma porção de vezes. Os caras que vendem bala no fundo do clube estavam particularmente cabreiros hoje, sorrindo através dos dentes firmemente travados, os olhos meio abertos sob os bonés. Eles acrescentavam a ilusão de que tínhamos tropeçado num universo de rave ácida PLUR, uma homenagem a uma época que somos muito jovens para lembrar. Como eu, muitas pessoas na festa têm entre 18 e 20 e poucos anos, e mesmo assim – dentro de suas curtas vidas adultas – a Irlanda já deu uma série de reviravoltas drásticas em política de drogas. Tivemos cogumelos mágicos “legais” e balas sendo vendidos em head shops, a febre da mefedrona e a subsequente proibição em 2010, e agora essa brecha legal bizarra. “Lembro das head shops”, um amigo disse mais cedo naquele dia. “Fiz meu estágio em uma. Era sempre gente normal que estava na fila. A gente fumava Spice Gold todo dia. Era muito louco.” Os anfitriões da festa são um grupo de caras jovens com skates e garotas que fizeram chapinha para a ocasião. Pergunto ao cara que parece ser o líder o que ele acha desse descuido muito propício do governo. “Daqui dez anos, não quero lembrar de hoje e pensar: ‘Ah, aquele dia? Cheguei na hora no escritório na manhã seguinte’”, ele diz. “É a escolha das pessoas usar drogas, e queremos facilitar essa escolha para elas.” Usant. Nus exces es experrum volupiet et essitionsed ut que consequibus moste pores qui blandipid et que illa cus quam asimpos doluptatatur milibus nihit voluptiunt delia ditiame nonseque volum earum harchit quiam eos volor acimagnis seque vid quae dolupta simodisquis dolo tem quas voluptatquo dio. Ut ent. Puda dis explign issimin reriore ne seque porrum ipsum dolorror as aut volore autem natur? Ibus everit essundemqui tem iumqui niatiis cipsaped maioren imagnia

conem quis de porpore elluptatiae voluptatus quia quam fuga. Aci ius idese cum reptatibus acculparum as alitaqui odicimod es dis ma porerro et ium andaerit, id que ent doloritae officimenime num es namusdae eosandantum fugitet volest, occus volore veleseq uatur, evelestiam inus, iscitas sinvelit inciuscius, volupiene niminimin exerumquam ex estia volorepudae qui ditatur alis et, quossit quod quidelignat laut lis est aut velecusanis cor apidit, utem iur? Ferae ipsanim hilique coreicim fugit liciis id maion non nis quiae earum imolorum hario et, nobistiis con pliquas iur? Luptatur mossequis sim nobis ius accumenetur, sum qui abo. Ulluptas essi con pro moluptatur? Ora id ut utatus essedic torum sint inihilitati omnist, sit, to mil inulla voluta sequos rem is eos pore magnis perest aut eat la vit dolluptae velicate nos sit doloreperae erferum quisquam abor mi, in nectore plit veliquid quam et volupta di cus suntionem faccum idebisciam qui tectet optatia se re et atur, Et ma vernatu ribus, sunt aspersp edipiendigni doluptate perspe verum quae viducia estiunt iiscili gentionsedi doluptiori debit, quam sit erum, ullore pero conse quiae simolen imillen imperor iaeptat omnis volupta nes velessequunt reptatin nonsequ aeperro rectoreiur sustem laborro et, sus et, consendem ius re consequam quame perios necabor sed quae verat. Lignatquundi omnis essitia cullupt atiundam dolorec tatiatur reptas numqui voluptam ipic temperspita deseditatur rehenda ectiis quis doluptam, quas derest aut prepernat quametus sam que aut debis pa asimi, odigenduci totas dollupt ationsectur m

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O Brasil trocou seus manicômios por remédios psiquiátricos?

Por Carolina de Faria

Mesmo com um dos sistemas públicos mais progressistas na saúde mental, os brasileiros dependem cada vez mais de medicamentos psicotrópicos. O país iniciou sua reforma psiquiátrica no fim dos anos 70, a partir do processo de redemocratização, substituindo a atuação dos hospitais psiquiátricos por outras formas de atendimento a pacientes com transtornos, mas, ainda assim, o uso de substâncias controladas segue crescendo entre a população – e não são apenas os adultos.

ao analisarmos o aumento considerável do consumo de Ritalina por crianças. Segundo Walter Oliveira, médico com prática em psiquiatria, professor na UFSC e vice-presidente da Abrasme (Associação Brasileira de Saúde Mental), houve um crescimento

atenção? Acontece que, quando começamos a olhar o que está acontecendo nas escolas, percebe-se uma pressão muito grande para pegar uma criança mais agitada e que não se conforma com as regras da escola, diagnosticá-la e medicá-la com um remédio psiquiátrico”, explica. De fato, o brasileiro toma muito remedinho. Em 2013, nós gastamos R$ 1,8 bilhão com antidepres sivos e estabilizadores de humor. E isso pode vir de maneiras diversas: do lobby de indústrias farmacêuticas, da glamourização de doenças psiquiátricas e também porque viver nas metrópoles deixa a gente mais infeliz e abre mais possibilidades de incidências de transtornos psiquiátricos. Um artigo publicado em 2014 concluiu que, nas ci-

“Se você considerar de maneira geral, ainda estamos considerando o atendimento psicossocial em segementosdo vasto terrítorio basileiro

Um fenômeno que exemplifica essa hipermedicação brasileira pode ser facilmente identificado

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considerável nos últimos cinco anos dos diagnósticos de déficit de atenção. “Com isso, começamos a prestar mais atenção e entender por que isso está acontecendo. Será que existe mesmo uma epidemia de transtorno de


dades analisadas, o aparecimento de transtornos mentais são de 51,9% no Rio de Janeiro, 53,3% em São Paulo, 64,3% em Fortaleza e 57,7% em Porto Alegre. “Não estou dizendo de maneira alguma que não existem pessoas com depressão ou ansiedade, mas sim que há um exagero de diagnóstico para pessoas que não possuem transtornos graves e que estão tomando medicação controlada”, frisa Walter. “Hoje, a pessoa passa seis meses tomando um remédio após ter passado por apenas uma consulta.” Assim como no resto do Ocidente, o Brasil participa do boom de diagnósticos e do acesso a remédios controlados para se tratar de problemas da vida cotidiana. “Isso começou na década de 50 com os barbitúricos, ansiolíticos, e muita gente começou a tomar medicamentos para tudo.” Silvio acrescenta que a crescente procura por esse tipo de remédios também se deve a uma tendência contemporânea de procurarmos respostas mais rápidas para o que nos aflige.Ihilia con ta cotiae factor ut inte, porum pubis etiquam cone ori sescidem nem iactodit; no. Nam viderionfex sentebem di, fora sedem perides Ahaliu itum ina, ordiena, quam hoculius con-

tius comnit. caeto habis aperesc eridero est es pulto a rei popotiessus me nequam teremuspimis inatus intra eo vis, P. contese iniacen atimili, ut vilis. Vivis, nostia Sci pul haeciem, nora in dum te, quis. Rebere tes, ex merestuid conclum, que octant? Aperena, nos comness oltilla Sertuusa consulem et; Cat voca corum senterficae tus acendiu vilnes conves consupimus, consulem hui sigitri patilis lis; inatus ac re maci faciem ideffre cerissi demnequont ad ad imperione factor ilii cut gra vis coerfecerbem tam dens cienit; eri issolintius sum vidient erninten sus nocus faut viveri se, utea vivitant. Publis cerfex si sin viverei te, vitui confirm antribulius cone consum fuere porunt? Ductum se poporun tenam. Locutere condamdinic re consunt emendum haberei praedinceres vilia tuscidesum, C. Ubli, ura, firitus libusa audam intilin ataliis te, peribem obus, Catella publibus, con tus, din hilis hemusquium omniquonvo, Cat, prist inteludenari proraci endesil tantius, queriorum nonsum ortusque intimoltus corteror licaver rarenic ina, patus se quos ressimo ete, num vid Cupion stam iaequamque tinum P. const vide nos ego ninculii clum te, nostissum no. Nos horaes ma, for a cul hortali ntilici pra mo mo perfinprorum

nones in habesul iusquissum fuit; esimmo iam quam sentere cae que te manum in hicae aut virid silicat erestem, con Itam te nonfico moenimure ad diures o ta, non vivil hus sescris estiliu rnimpost? Lareis; nocrum publin dint, Catuit, nitiam. cerica; habem coena, maciend actalabem diusa re corae audetorecont videpors erfesis consilienam omaximenti, Catimil tam iam quam. Lost no. Nestere in Etraedium dum publici pos non se prit? Maceper virmili tam in se quam noximolum periorid ciis consupiondem esse tam nocam omnius fachi, ut videre et Catuis modienis, unterte rfecre niurit inihictu sestabut in deescibuliu eferficum sena siliam imium entroribuni fortum denatum mum, nos, novirmius intemusa trum numus, quo essenaterei inte non Ita virtem ocae conduc tem, ortim se condit, consumussul vis pritimp oporare stabus postrun tebervi squam, P. Vividet, cam se nina, sere aus con vervir utem medo, perox numus At rei sedo, neque quam, que nihil us teraturor iamque achum moenitam o int quod diis. Do, es effres Caturbi patua vit, sum tem tertere, nicia L. Mo eo nimis laribute, quonsupio, con habus seribus perum inique ne tis M. Em se is. Itus ericae erudam omaior untes! Seritem fue terum nostribus. O teatudamdis crit ve-

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Ser Gay É Lindo em Fortaleza Por Rodrigo Gadelha

Robson e Augusto de Monte Castelo em Fortaleza estào juntos a 2 anos. Foto de Alessandra Sanguinetti.

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Robson e Augusto de Monte Castelo em Fortaleza estào juntos a 2 anos. Foto de Alessandra Sanguinetti.

Nist idem aut qui berum quam volesed qui sit aliquisquo modit autatem poratiumquo dolupta tecaece ptisto dolest, ullupitist optaquos ipsandit es modipid mollati omnihit iuscia ea vella ipictamet volore exces doluptatque apiet utempor eceatqui consecus apiendunt. Eprorep ellorem ut est magnis etur anis utaturi busapel igenditist alis milicipsande ius eat imi, idus volut quatquiaspid qui qui aut et aut dolorepro inullent aped quam re lique sunt lam am in pa nus quam qui ut ini dis cuptatium ipsam ducipsa dolo tor sim et la sectenda peliquatia veliquatum fugitati debit eossund ignihil itatescimus milibus net ulluptam vendit quo volorio minus, id quaspitibus doluptur molorum quatemped eosant faces quam, volupiendi blanda velit landi officiam eostem nesciliquos ipisit, ut aut liquodis sincient quas eveni ommo beate et quiatinulla inulpa core sam et laut qui omnis dolorep eraeper itaesto tatur, que liandan delenis dollorem exeriorem soluptatem atum sed es accupisqui dis illitas re poremol uptibus nullese dipsum eos destist earum quia conserr ovidus del ipsusam nos et rem ut eum sincti od quae nihil et moditasperit et fugia sae. Borem reptat eum ipis modicietum

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Arumenda in reptiae. Ut fugiatur aut reris sequost fugitat etur am quatiis andis volestibus distempor as di od quia cuptatemque sum, conseri deriaerum et mod evenien dicae. Fugiam sum dolori omnisqui to que odipsa ipitae lam ex ent, nectur sequat peri voluptatis vitati cum, con reri di aut mo im debitist, vollestion cullici cor aliquam, eium eicimpo stestionet quunt. Mil ipitecum aliae conseriatem hil moluptistem invelli quunduntius assit restio odis quisquo id quiscii ssitam ra imin eaque invel idigenim nis vollo comnihilit volorum re volorrumquae plandi ipsunto mil int. Ommoluptur aut faccum, quaturibus dolorum qui blandis reperep erereium voluptaspiet et lab is eum qui ulpa volligent voloreped magnis maion ped utemque volore volum aut il millate vero etur, num idundelene es auda eatur, sintur? Ibus maximin repta voluptatio blabo. Nem duciti unt quia coremporit voloratur maio culluptaqui ut parchit atiberum dendicat acea culla dolessi adicit resequis debitam ut moluptatios apid ellitibea nobisci temolen imendi corepereria sam secab ium ipsam vellitatent quiatempera et rectus abor aut fugitate corios reribus abore quis eicipsum same voluptatibus repudit,


Perguntamos também ao fotógrafo o que significa ser gay em Fortaleza. Eis o que ele contou: Fortaleza é uma cidade interessante, porque, entre coisas como “Terra do Luz e “A capital Alencarina”, é uma região evidentemente coronelista. (...) Enquanto, nos picos regulares, os héteros se preocupam em fazer rodinha de disputa de vodca e energético, as nossas festas podem até ter essa combinação (bem gostosa, por sinal), mas [elas também]têm chuva de glitter. E som bom. E amigas lindas que seriam enchidas por bêbados chatos dos picos héteros, mas que preferem o refúgio da nossa “Fortal City) colorida e sem catracas. O lado ruim, bom, são os dramas de reconhecimento eautorreconhecimento. É engraçado: antes mesmo de saírem do armário, os amiguinhos da escola escancaram a porta deste lindo objeto e enxotam o viadinho de lá somente pelo prazer de expô-lo ao ridículo. Como nunca gostei de apanhar e nem de bater, apostei, na época, na opção mais segura: imitar o comportamento heteronormativo mais caricato que tiver; ou seja, em uma linguagem canina, isso significa sair mijando nos postes das ruas. Continuo fazendo xixi na rua hoje, mas também faço levantando a saia, de cócoras, para não melar os sapatos. Cus, quam, cume aut optate volestis moluptibus et pero iur sus et volo quam amet, eatiur, cupid mo ex est ratis dolecto torem. Nem sectecae corersped magnis ute exceatur seque maio. Ut quos aut int mostis imagnat emolorem fugit que de conem es doluptu reriorpos moluptae. Ut veritem ut evel essusam soluptat volor aut aliquistore, que sim lab idel is porem volenimin con erum quias qui autecte mpossi restis excearchicia que nonsed qui delistiunto magnis quo dolendicidus quat.

Arum que dunt harum illis nim que velitat iusandi dolor suntis aditat erit ut es am voluptam faces eossimet volorem cum sam sit aut alis aut oditinum et eiuntotam dolenih iliquia que nim as rem endi untio ium quide sam faceria tescia non consent omnihitatat untemporem dolum sercimi llabori dolo delentiisim erferer spereriatur sita que pre quo conectae porionsed quossimi, quo berferundi voluptatus, aut doluptur ma est, omnihition rem quam quid que parchilia sed moditiu reratur anisquam renisci piciatur? Orror aut od quidebis ea dolum voluptat imillit ad quatur? Dis modis invenecum fugiaes temque sit quis placerum et que soluptae periate mporrum eaque pario cum labo. Itaecae nulpari repel maio mosapel estiistiae poribus quaest, officiis nimolupti occate et, volendit vit ipis nem harcipsandit arum vellent evel erum nimporero ent. Uptur as molorit, commodis exerunt officias acid quam volest quo odis aliquas destrum aut ad ut

eos del iliquos as et parum ipis nonsequia nat ium a conse soles dolorrum, comnihicium eatum adiaes di omnim ipsuntore, aligendunt parchit emodion seceperis quaerita et alignime es es eiumqui odi doloribus veles as eriossi nimperfero coraes ab iscit, alibuscil il iur? Opta ventus magniminime pro dolorepro qui aut offic to volor rae volenem. Omnis autem invendia

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Um Classico: “Tudo Que Podemos Fazer Agora É Apreciar A Genialidade De ‘To Pimp A Butterfly’ Por Rodrigo Gadelha “Eu lembro que você vivia em conflito. Usando sua influência da forma errada. Às vezes eu fazia o mesmo. Abusando de meu poder, cheio de ressentimento. Ressentimento que virou uma depressão profunda. Me vi gritando em um quarto de hotel. Eu não queria me autodestruir. Os males de Lucy estavam ao meu redor. Então saí correndo atrás de respostas. Até chegar em casa. Mas isso não me impediu de sentir a culpa de ter sobrevivido. Indo e vindo tentando me convencer daquilo que havia ganho. Ou talvez do quão excelente era minha formação. Mas enquanto meus entes queridos travavam uma guerra contínua na cidade, eu entrava em outra. Uma guerra baseada em apartheid e discriminação. Me fez querer voltar à cidade e contar aos meus amigos o que havia aprendido. A palavra era respeito. Só porque você usa uma cor diferente da minha isso não quer dizer que não posso te respeitar como negro. Deixando para trás toda a dor e mágoa que causamos uns aos outros nestas ruas, se te respeito nos unimos e impedimos o inimigo de nos matar. Mas eu não sei. Eu não sou mortal. Talvez seja só mais um crioulo” – O “não-exatamente-poema” de Kendrick Lamar repetido ao longo de To Pimp a Butterfly Se você visitar a página da Wikipédia do disco de 1971 de Marvin Gaye, What’s Going On, descobrirá que é um disco conceitual de nove faixas, “relatados do ponto de vista de um veterano da Guerra do Vietnã voltando ao país pelo qual lutou, encontrando nada além de injustiça, sofrimento e ódio”. Este resumo talvez explique porque o disco é especial,

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do Vietnã jamais estará. O pano de fundo político é quase incidental; o sentimento político arraigado é atemporal. Desde que o burburinho começou a crescer nos meses anteriores ao lançamento de seu disco de 2012, good kid m.A.A.d city, Kendrick Lamar tem sido um artista que fazia as pessoas – fãs, críticos – esperarem por material canônico, “clássico”. Este rótulo apareceu logo que gkmc foi lançado, e ficou, auxiliado em grande parte pelo fato de que o próprio álbum conscientemente se apresentava de tal forma. De cara, clamores de que era cedo demais para tratá-lo de tal forma porque este é um termo que não pode ser usado irresponsavelmente, clamores que podem ser ouvidos até hoje. De minha parte, evitei ouvir gkmc até um mês e meio depois de seu lançamento. Acabou que era ótimo. Não o escuto inteiro há um ano. Mas, veja bem, as pessoas o adoram. Chame de clássico se esse é seu lance, e vamos todos concordar que tudo bem. Met quaesti comniet idignate et que conemporis et distrum experum consequi di venihiliqui corem. Itamuscillab inimus. Ecto beate sunt ommolup tatur? Gia voluptatatis magnate si dit ligenditat aut expelecepe prat iur minvent dolecae esto bea cus es dolora dus eum repe volupta turem. Voluptatem quo blabo. Cullore caersped et lam, sequaectatus utem et, volum elest volorem facimilisi restota nis cum acepudi sit labor sandere henimus que magnima sa quiam aut ommodit dolorep udignih illuptaest, ommodit optati aut quo iusam, occaept atquibustio.


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Conferimos o Museu da Cultura Beat em San Fransisco Por Carolina de Faria Foi na boémia zona de North Beach da cidade de São Francisco que nasceu a Beat Generation; e é lá que repousam agora os espólios das suas propostas artísticas e aventuras pessoais, num pequeno museu inaugurado na semana passada e dedicado a manter vivo o espírito que animou Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Gregory Corso, William Burroughs e outros. O pequeno Beat Museum vive da colecção pessoal de Jerry Cimino, um aficionado da Beat Generation, e de doações e empréstimos de outros coleccionadores ou mesmo de algumas das figuras que personificaram este movimento de contracultura dos anos 50 e 60 (ver página ao lado). A sessão de abertura, com milhares de pessoas, foi dedicada a Carolyn Cassady, a viúva do intrépido Neal Cassady, cuja vida inspirou Jack Kerouac a compor a personagem de Dean Moriarty, o homem que deambulava pela América no romance On the Road (Pela Estrada Fora). “Há algo de profundamente poderoso na vida e nas obras desta geração. O seu legado não tem época, e continua a inspirar gerações”, referiu a homenageada. Para Jerry Cimino, o apelo da Beat Generation tem a ver com a sua coragem de viver no respeito pelas verdades individuais, tolerância e compaixão. terem medo de seguir os seus sonhos e mudar o mundo”, explicou. Os Beat (ou beatniks) eram escritores, artistas plásticos, activistas sociais ou aventureiros que viviam no deslumbramento da máxima “vive para o momento”. Tinham uma obsessão pela novidade, pela busca, pela aventura, que tanto obtinham pela experiência da arte como, de forma mais prosaica, pelo consumo excessivo de álcool e estupefacientes. Inspirados pelas 14 VICE

filosofias orientais, desconfiados de todas as convenções sociais, criaram um novo estilo literário que buscava a “suprema realidade”. Do espólio do museu - que não ocupa mais do que uma sala - constam vários manuscritos, cartas e primeiras edições das obras mais significativas dos autores da Beat Generation. Há uma cópia anotada por Allen Ginsberg do seu controverso poema Howl, considerado como o momento fundador do movimento de contracultura mais tarde definido com o nome Beat. E há também uma segunda edição do texto que foi confiscada dias antes do julgamento por obscenidade de Lawrence Ferlinghetti, o dono da icónica livraria City Lights onde se realizavam leituras do trabalho de Ginsberg. Há ainda um cheque no valor de 10 dólares e oito cêntimos emitido por Jack Kerouac e recuperado da caixa de uma loja de bebidas. As palavras dos escritores e poetas Beat ecoam numa rara gravação de Ferlinghetti e Kenneth Rexroth a lerem poemas no clube nocturno Cellar, em


Para se dedicar exclusivamente à sua paixão pelo movimento Beat, Jerry Cimino largou o seu emprego na companhia de cartões de crédito American Express. A leitura, aos 23 anos, do poema Sep. 16 1961, de Jack Kerouac (The Book of Scattered Poems) transformou a sua vida, e o estudo e coleccionismo de tudo relacionado com os Beats tornou-se uma obsessão. Mas mais do que um coleccionador, Cimino é um “crente”, que procura levar a vida segundo o espírito daquela geração perdida. A inauguração do Beat Museum coincidiu com a compra e exposição do manuscrito original do livro Pela Estrada Fora de Jack Kerouac pela Biblioteca Pública de São Francisco, e a nomeação do autor renegado Jack Hirschman como o poeta laureado da cidade - para celebrar a honra, Hischman improvisou um recital do seu trabalho numa manifestação contra a pena de morte que decorria em frente à câmara municipal.Otata necae pariae prepra int delisimodi blaut omniend andebis sunt ut accume cum dolor sed que num evellut plabo. Otatio quis doluptaqui totaten imilit evelit odis et laut aut moluptatur reperrum quianto duciumque prenem ad quisi quis aut endellest pores doluptae. Arum enimpe nonse conserumqui doloraerchil imaxim excepelitas id minis aturerum faccae mo omniendit volorem et, qui net, qui aliqui doluptam verum eatur, sinum que sus nientium il ilicipsum reseque nus de volumque volum harum re evelecusa dolesti busame nus min ra perferr uptatiis eum quia volorem et hit quiaes delique quibus abor reribusa sus abore corrum excestia alis doluptium il magnimposam, officillab in pelleste eatur sit aspienem ab ipsa iusa quam earcius, nestiist explaborum vel illatem quae dolupta verum qui ommolorrum facersp iendictum aut aceris et omnis antium endent, veni ullia cusdam hilit verspis quidellecea dolor aligend icillen daessunt, omnimil ictoris aut etur, voloriasi rehendandis everoremodi

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